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1. O Sr.

João da Silva, 81 anos, aposentado, não tabagista, vai ao médico


sem queixas para continuar seu tratamento medicamentoso para
hipertensão e pergunta se precisa fazer exames da próstata, que nunca
fez, pois um cunhado de mesma idade acabou de operar a próstata por
problemas miccionais. Perguntado, nega qualquer sintoma urinário e o
médico lhe diz que não há necessidade nem recomendação de fazer
exames da próstata, com o que se mostra satisfeito.

Com relação a esse caso, é correto afirmar que o médico:

a) Deveria ter proposto a realização de prevenção primária e perdeu a chance


ao não fazer toque retal no Sr. João.

b) Deveria ter proposto a realização de prevenção secundária recomendada para


a faixa etária do Sr. João, dada a maior prevalência de CA próstata.

c) Realizou adequadamente a prevenção quaternária, visto ser uma situação de


comum sobremedicalização com potenciais danos significativos.

d) Deveria ter proposto a realização de prevenção terciária através do PSA


associado com toque retal, cuja combinação está indicada nesse caso.

2. O médico de família e comunidade atende uma paciente do sexo


feminino, de 44 anos, em consulta não agendada. Ela tira da bolsa uma
lista de anotações e prossegue: “dor nas costas, tontura, alteração na
menstruação, dor na barriga de vez em quando, dificuldade para dormir;
além da hipertensão e da obesidade que já acompanho há 10 anos.” A
alternativa que relaciona a situação descrita com os princípios da Atenção
Primária em Saúde é:

a) É pertinente que o médico de família aborde todas as queixas da paciente no


mesmo dia para solidificar o vínculo médico‐paciente.
0,0%
b) A escolha da queixa a ser primeiramente abordada está a cargo do médico
que possui melhor critério de análise clínica.
0,0%
c) A queixa de dificuldade para dormir deve ser priorizada pelo médico para
iniciar a abordagem devido à grande chance de esta paciente, ter transtorno de
humor.
100,0%
d) Não há necessidade de abordar todas as queixas no mesmo dia, pois há uma
perspectiva de cuidado contínuo.

3. Homem de 62 anos, diabético e hipertenso há 15 anos, refere edema


discreto de extremidades, vespertino, há 2 meses. Medidas pressóricas
domiciliares: PAS entre 130 – 160 mmHg e PAD entre 80 – 95 mmHg.
Medicação: Enalapril 10 mg/noite, Amlodipina 5 mg de
12/12hs, Hidroclorotiazida 25 mg/dia, Insulina 26 UI/cedo e 12 UI/noite,
Metformina 850 mg, 2 cps/ dia.
Exame físico: PA 158/88 mmHg, edema 2+/4+ em MMII, bulhas rítmicas,
murmúrio vesicular normodistribuído, sem crepitações.
Exames laboratoriais: Glicemia de jejum 187 mg/dL; Hemoglobina Glicada 9,2%;
Creatinina 1,7 mg/dL (TFGe-CKD-EPI 42 mL/min); Potássio 4,2 mEq/L; Ácido
úrico 4,7 mg/dL; Urina 1: proteínas 3+, glicose 2+, sem hematúria ou leucocitúria.
Relação proteína/creatinina urinária de 3,2 mg/grama. O melhor ajuste
terapêutico são:

a) otimizar a dose de insulina, aumentar o enalapril para 20 mg, 12/12hs.

b) aumentar a metformina para 3 cps ao dia, otimizar a dose de insulina, trocar


a hidroclorotiazida por furosemida.

c) aumentar a metformina para 3 cps ao dia, trocar a hidroclorotiazida por


furosemida, suspender o enalapril.

d) otimizar a dose de insulina, aumentar o enalapril para 20 mg, 12/12 hs.

4. A atuação interdisciplinar no tratamento do excesso de peso:

a) implica uma justaposição de diversas disciplinas, não pressupondo,


necessariamente, trabalho em equipe e coordenação.

b) propõe a ausência de fronteiras entre as disciplinas.

c) propicia uma leitura abrangente do indivíduo: física, psicológica,


socioeconômica.

d) é uma forma de atuação sem muitas dificuldades, na qual a prática é mais


simples do que a teoria.

5. No Brasil, o acidente vascular cerebral é a segunda causa de morte e


principal causa de incapacidade. O seu principal fator de risco é:

a) dislipidemia.

b) tabagismo.

c) diabetes mellitus.

d) hipertensão arterial sistêmica.


6. Homem, 60 anos de idade, hipertenso, com interrupção do uso de quatro
medicamentos para controle pressórico há uma semana, procurou a UBS
com cefaleia intensa. Ao exame clínico: PA= 206 x 122mmHg; ausculta
cardíaca: bulhas rítmicas, normofonéticas, com sopro sistólico em área
mitral ++/4; ausculta pulmonar: murmúrio vesicular normal, sem ruídos
adventícios; pulsos todos presentes e normais. Fundo de olho: aumento
do reflexo dorsal das arteríolas e papila bem delimitada, sem edema.
Assinale a alternativa correta.

a) É uma urgência hipertensiva, e deve ser tratada com medicamentos orais em


24 horas.

b) É uma encefalopatia hipertensiva, e a pressão deve ser mantida abaixo de


130 x 80 mmHg.

c) É uma encefalopatia hipertensiva, e a pressão deve ser mantida abaixo de


160 x 100 mmHg.

d) É uma emergência hipertensiva, e deve ser tratada com nifedipina sublingual.

7. Considere os seguintes anti-hipertensivos: inibidor da enzima conversora


da angiotensina (IECa), bloqueador do receptor da angiotensina II (BRA);
antagonista dos canais de cálcio (ACc), betabloqueador, vasodilatador
arterial e diurético. A combinação mais potente é?

a) IECA + BRA + diuréticos.

b) IECA ou BRA + ACC + diuréticos.

c) IECA ou BRA + betabloqueador + ACC.

d) Diurético + ACC + betabloqueador.

8. Paciente de 28 anos de idade em acompanhamento por hipotiroidismo


por tiroidite de Hashimoto, vem em consulta para reavaliação clínica.
Refere sonolência diurna e piora do hábito intestinal, com tendência a
constipação. Faz uso diário de levotiroxina 125 mcg, omeprazol 20 mg e
carbonato de cálcio 500 mg pela manhã. Exame físico: peso 55 kg, PA
=120 x 80 mmHg, FC=62 bpm, tiroide com volume diminuído, sem outras
alterações. Os exames laboratoriais mostram: TSH=18,0 mUI/L
(referência: 0,45-4,5) e T4 livre = 0,5 ng/dL (referência :0,6-1,5). É correto
afirmar que:
a) a paciente está em hipotiroidismo subclínico, o que não justifica os sintomas.
Outras causas devem ser investigadas.

b) é necessário verificar se a administração da levotiroxina está sendo feita da


forma preconizada.

c) os sintomas podem ser pelo hipotiroidismo, pois a paciente recebe dose


insuficiente de levotiroxina para o seu peso, devendo-se aumentar a dose.
e) suspeita-se de resistência ao hormônio tiroidiano e, se confirmada, deve ser
feita a investigação dos familiares também.

9. Qual é o principal efeito colateral do uso prolongado do omeprazol


segundo as últimas evidências da ciência?
a) Risco de pneumonia.

b) Risco de distúrbio cognitivo.

c) Risco de osteoporose.

d) Doença renal crônica.

́ eos
10. Paciente chega para mostrar resultado de lipidograma. 36. Triglicerid
880 mg/dL, HDL 80 mg/dL e LDL 90 mg/dL. Assinale a alternativa que
apresenta qual conduta farmacológica o médico deveria sugerir frente a
este caso.

(A) Ciprofibrato.

(B) Ciprofibrato + ezetimiba.

(C) Ciprofibrato + sinvastatina.

(D) Ciprofibrato + ácido nicotin


́ ico.

11. Uma mulher de 52 anos que tem diabetes tipo 2 e está em uso de insulina
NPH e de insulina regular comparece para consulta de retorno. Ela traz
hemoglobina glicada de 7,8% e glicemia de jejum de 128 mg/dL. Seu
esquema de insulina NPH é 20 UI, pela manhã, e 08 UI, à noite, e de
insulina regular é de trê s doses de 04 UI, antes das principais refeições.
Sua dieta é baseada em carboidratos processados, frituras e carne
vermelha. Sua PA estava 120x80 mmHg e IMC 22. Não consome frutas
nem verduras, não usa adoçante, nem nenhum tipo de suplemento
alimentar e é sedentária. Traz controle de glicemia capilar da última
semana, conforme a tabela.

Controle de glicemia capilar da última semana


Antes do café Antes do almoço Antes do jantar
137 285 161
62 180 264
185 177 202
226 71 157
128 283 312
215 194 66
Assinale a alternativa que apresenta a medida que deve ser adotada
inicialmente.

(A) Aumentar insulina NPH.

(B) Associar metformina.

(C) Orientar alimentação.

(D) Aumentar insulina regular.

12. Paciente masculino de 50 anos começa a usar um fármaco prescrito pelo


seu MFC, com o objetivo de diminuir seu risco cardiovascular. Duas
semanas depois, em sua consulta de retorno, o paciente queixa-se de
estar apresentando fortes dores musculares, que o impediram até de
trabalhar. Assinale a alternativa que apresenta a condição clin
́ ica que
deve ter sido evidenciada, no inić io do acompanhamento, pelo MFC.

(A) Obesidade.

(B) Dislipidemia.

C) Diabetes Mellitus

(D) Hipertensão Arterial Sistêmica.

13. Uma paciente de 22 anos, G1P0A0, com 32 semanas de gestação, é Rh


negativo e seu marido tem tipo sanguin ́ eo B positivo. A MFC, que a
acompanha, vem solicitando testes seriados de coombs indireto e o último
resultado, o qual a paciente traz na consulta de hoje, mostrou-se positivo.
A conduta para este caso é

(A) encaminhá-la para o pré-natal de alto risco.

(B) solicitar novo coombs indireto para descartar falso-positivo.

(C) manter solicitação de coombs indireto mensalmenteaté o parto.

(D) orientar que ela receberá imunoglobulina anti-D no pós-parto imediato.

14. Mulher, branca, 61 anos. Veio previamente em consulta para realizar


exames de rotina e estava com a PA 160/100 mmHg. É sedentária, mas
não é tabagista e não tem história familiar de infarto ou acidente vascular
cerebral. Pai tem hipertensão, com 86 anos. Retorna em consulta com os
exames: colesterol total 205, HDL 56, triglicerid ́ eos 170, glicose 89.
Controle de pressão: 150/100, 160/100, 140/100, hoje com 160/90 mmHg.
Peso 66 kg, altura 170 cm. A estimativa de risco cardiovascular em 10
anos pelo Qrisk é de 8,4%. Além de orientar atividade fiś ica e dieta
saudável, a conduta mais adequada neste caso é
(A) solicitar creatinina, potássio, exame qualitativo de urina, eletrocardiograma
e iniciar atenolol 50 mg, pela manhã.

(B) orientar que tem baixo risco cardiovascular e a manter controle da pressão
arterial para avaliar necessidade de tratamento para hipertensão.

(C) solicitar exames, como creatinina, potássio, exame qualitativo de urina,


teste de esforço e iniciar tratamento com enalapril 10 mg, pela manhã.

(D) solicitar creatinina, potássio, exame qualitativo de urina e eletrocardiograma


e iniciar hidroclorotiazida 25 mg, pela manhã.

15. Criança, de 1 ano e 6 meses, retorna com exames. Gravidez e parto não
tiveram intercorrências. Nasceu a termo e com 3050 g. Na última consulta
apresentava palidez cutâneo-mucosa e desaceleração do ganho de peso,
mantendo velocidade de crescimento da estatura e do perim ́ etro cefálico.
Alimentação pobre em frutas e verduras e não aceita bem carnes (boi,
frango, peixe). Dieta mais a base de carboidratos, com arroz, massa, pão,
bolacha. Às vezes come ovo e feijão. Vacinação em dia e
desenvolvimento neuropsicomotor, de acordo com a idade. Sem outras
queixas. Exames: qualitativo de urina sem alterações, parasitológico de
fezes (3 amostras) negativo, hemograma: hemácias 3 milhões/mm3,
hematócrito 28%, hemoglobina 9,4 g/dL, VCM 72 fl, HCM 23 pg, RDW
16%, leucócitos 7000/mm3, diferencial sem alterações, plaquetas
325000/mm3. A conduta mais adequada neste caso é

(A) orientar dieta, prescrever 1 a 2 mg/kg/dia de ferro elementar, uma hora antes
da refeição e, se possiv́ el, com alimentos ricos em vitamina C e reavaliar o peso
em 30 dias.

(B) iniciar 3 a 5 mg/kg/dia de ferro elementar, uma hora antes da refeição e, se


possiv́ el, com alimentos ricos em vitamina C, orientar dieta e solicitar ferritina e
proteiń a C reativa.

(C) prescrever albendazol 40 mg/mL, na dose de 5 mL, por dia, durante 5 dias,
e solicitar hemograma de controle para realizar. após 30 dias para descartar
anemia secundária.

(D) orientar dieta e solicitar hemograma, ferro, ferritina e saturação de


transferrina e então avaliar necessidade de suplemento de ferro.

16. Fernando, 39 anos, procura seu médico de famiĺ ia referindo queimação


retroesternal diária, há 5 meses, associada a epigastralgia leve. Nega
perda de peso, disfagia, sangramento nas fezes. Ingere bebida alcóolica
uma vez por semana, quando sai com os amigos, mas diz que não chega
a embriagar-se. Nega uso de medicamentos. Assinale a alternativa que
apresenta como o médico de famiĺ ia deve manejar este caso.

(A) Prescrever domperidona ou metoclopramida, e orientar perda de peso,


fracionamento da dieta e elevação da cabeceira da cama ao dormir.
(B) Iniciar omeprazol em jejum, por um perio ́ do de 4 semanas e realizar
tratamento empiŕ ico para H. pylori se ausência de resposta após esse perio
́ do.

(C) Prescrever hidróxido de alumin ́ io, solicitar a cessação do consumo de álcool


e realizar orientação alimentar, evitando o consumo de café e frituras.

(D) Introduzir omeprazol em jejum por um perio ́ do de 4 semanas e solicitar


endoscopia digestiva alta se não houver remissão dos sintomas.

17. João Paulo, 40 anos, comparece à unidade básica de saúde Santa


Augusta, referindo dor em flanco esquerdo, de forte intensidade, irradiada
para região genital esquerda, acompanhada de náuseas, vômitos e
sangue na urina. O quadro de dor iniciou durante a madrugada. Ao exame
fiś ico: afebril, punho percussão lombar positiva a esquerda, sem dor ou
visceromegalias palpáveis em abdômen. Assinale a alternativa que
apresenta a conduta mais adequada para o caso.

(A) Adotar conduta expectante.

(B) Indicar tratamento cirúrgico.

(C) Prescrever medicamento antiemético.

(D) Encaminhar para serviço de emergência.

Analise o caso a seguir para responder as perguntas 18 e 19.

Paciente vem a consulta acompanhado da esposa, está com 63 anos. Tem


diabetes e faz uso de metformina associada à insulina regular há mais de 10
anos. Sempre fez a autoaplicação do medicamento sem problemas.

A esposa está preocupada, pois o marido teve dois episódios de hipoglicemia


nas últimas semanas, então traz resultados de exames laboratoriais.

Refere, ainda, que o paciente vem apresentando comportamentos estranhos.


Nos últimos seis meses se perdeu no centro da cidade por duas vezes e teve de
ligar para casa para ela ir buscá-lo. Mais recentemente, tem confundido os
nomes de pessoas que vê no dia a dia, como o porteiro e a diarista.

Ao exame fiś ico não apresentou déficit neurológico focal, tampouco alteração da
marcha ou rigidez. Sinal de Babinski ausente.

Os exames trazem:

Hemoglobina glicosilada 6,9% Glicemia de jejum 116 mg/dL

18. Assinale a alternativa que apresenta a conduta que poderia ser


considerada adequada para o caso.

(A) Prescrever nortriptilina e reavaliar, após 2 meses.


(B) Orientar que são sintomas comuns para a idade por demência senil.

(C) Fazer um familiograma do paciente.

(D) Solicitar uma tomografia computadorizada de crânio.

19. Dentre as condutas abaixo, assinale a que seria indicada para o caso.

(A) Diminuir a dosagem de insulina em 2 UI, uma única vez.

(B) Diminuir a dosagem de insulina em 2 UI ao dia, até a glicemia estabilizar


acima de 140 mg/dl.

(C )Orientar a aplicação de insulina supervisionada de agora em diante.

(D) Suspender o uso de insulina temporariamente, mantendo somente


metformina.

20. É inerente à prática da MFC uma orientação para o trabalho articulado em


equipe multidisciplinar, como forma de melhorar a atenção à saúde da
população. Assinale a alternativa correta sobre o processo de trabalho
multidisciplinar.

(A) A confiabilidade deve ser buscada pela equipe ao longo do tempo, por meio
do conviv́ io e do desenvolvimento de confiança em si e no outro.

(B) A confidencialidade deve ser alcançada pela equipe com a convivência,


identificando dificuldades e atividades a serem compartilhadas.

(C) Deve-se respeitar as especificidades de cada categoria sem sobrecarregar


um integrante com atribuições gerais, quando este for o único capacitado para o
desenvolvimento de ações especif́ icas.

(D) Deve-se ultrapassar os limites de atuação de cada um dos integrantes da


equipe para evitar que se trabalhe numa lógica de prestação de cuidados em
saúde centrada no profissional médico.

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