APOSTILA Nível 2
AVENIDA BRASIL 1 e 2
Ivan Ângelo
A casa brasileira que está gravada na nossa memória coletiva tem espaços, varandões, quintais,
pátios, talvez uma mangueira. As casas que têm o nosso afeto de povo, pelo menos aquelas em que
gostaríamos de ter morado, eram amplas, nelas havia corredores, algum quarto vago, ás vezes um
porão, mesa na cozinha.
Deve ser essa a razão profunda da desilusão de um jovem casal amigo meu. É mais do que isso:
é frustração. Mudou-se a família para o apartamento comprado na planta, pago com sacrifício. Ele, ela
e dois meninos. Sabiam que era pequeno, um três-dormitórios de 64 metros quadrados de área útil, mas
não imaginavam que fosse tanto.
Antes da mudança, o casal tinha planos de botar os dois garotos no mesmo quarto e transformar
o terceiro em escritório e sala de TV. Doce ilusão. As duas camas não cabiam nos dormitórios, de 2,5
metros por 2. Conseqüência: a televisão teria de ficar na sala. Mas aí não caberiam, juntos, ela, o sofá, a
poltrona, a mesa de jantar com quatro cadeiras, o rack do som e a mesinha do telefone. Tentaram botar
a poltrona num dos quartos dos garotos. Não passava na porta. Coube no quarto do casal, com prejuízo
da cômoda, que teve de migrar para o do menino mais novo. A fim de não obstruir a porta do armário,
a cômoda ficou ao lado da cama. Novo problema: as duas gavetas de baixo só podiam ser abertas 20
centímetros. Deixaram ficar, enfiavam por ali os tênis malcheirosos dos filhos.
A cozinha foi outro problema. A geladeira e o freezer não cabiam lado a lado: a porta para a
sala não abriria totalmente. Também não poderiam ficar frente a frente, porque o cômodo tinha o
formato de um corredor curto. A solução foi tirar a porta que dá para a sala. Fingir uma passagem em
arco.
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Quando fazem bifes, o cheiro e os vapores gordurosos invadem todos os cômodos. O marido
adora fígado acebolado, dobradinha e peixe frito, mas um conselho de família proibiu essas iguarias.
Armários, só suspensos sobre a pia, a geladeira e o freezer. Este, estão pensando em vender. O banheiro
único resolve o essencial mas tiveram de desistir do gabinete debaixo do lavatório senão as pernas do
marido, que é muito alto, bateriam nele quando estivesse sentado no vaso. Na ducha, precisam ter
cuidado ao se abaixarem para lavar os pés, senão a cabeça bate na parede. Em compensação, se alguém
escorregar não terá espaço para cair.
Entre a cozinha e a área de serviço tiveram que instalar uma porta sanfonada, a fim de ganhar
espaço. No varal não dá para secar um lençol de solteiro. Caíram na besteira de lavar uma colcha de
casal. Secou dobrada, durante uma semana, cada dia virada de um lado. No fim cheirava a mofo e a
gordura de bife, que evaporava da cozinha.
O pior está por chegar. Os pais dela avisaram que estão vindo de Ribeirão para passar uns dias,
conhecer a casa nova.
Questionário
1) Como são as casas que estão gravadas nas memórias dos brasileiros? Para os venezuelanos é a
mesma coisa?
5) Por que a visita dos pais dela significa que “o pior está por chegar”?
LEITURA
EMERGÊNCIA.
PRONOMES COMPLEMENTO
RETOS OBLÍQUOS
Singular Complemento direto Comp. indireto
1ª pessoa: eu me me
3ª pessoa: ele, ela (você) o, a (lo, la) ( no, na) lhe
Plural
Usos e Colocação:
3- Quando o pronome for colocado depois do verbo devemos acrescentar o hífen entre o verbo e o
pronome.
- Nas locuções verbais (dois verbos) os pronomes (me, nos) são colocados entre os dois verbos.
5.- Os pronomes oblíquos da 3ª pessoa (o, a, os, as, lhe, lhes) podem funcionar comoobjeto direto (está
ligado ao verbo sem preposição) ou indireto (
2- As formas lo, la, los, las são colocadas depois do verbo principal nas locuções verbais (dois verbos).
3- As formas no, na, nos, nas são colocadas depois de verbos terminados em am e em e somente usadas
na literatura.
- Objeto indireto: ligado ao verbo por uma preposição (a ou para), pode vir antes do verbo ou depois,
nesse caso, será ligado ao verbo pelo hífen.
Exercícios
f) Se eu digo aos meus amigos que deixo para eles todos os meus bens, eles não vão acreditar.
3 - Complete com o verbo e o pronome oblíquo (faça modificações caso for necessário)
1. Alice, passe amanhã em casa. Vou _______________uma receita de bala de café muito boa. (dar)
2. Vimos Pedro saindo do hotel e corremos para________________(cumprimentar)
3. Não vejo Ricardo há muito tempo. Vou ______________hoje à noite e _____________ para vir à
minha festa. (telefonar-convidar)
4. Amanhã o presidente vai visitar a nova fábrica de aviões. Os diretores vão __________ o modelo
mais novo. Todos os operários vão estar presente porque querem________________pessoalmente.
(mostrar-ver).
5. Se não me engano, Luisa pegou a revista e ________________para o quarto. Ela quer
________________tranqüilamente. (levar-ler).
6. No meu aniversário, meus amigos _________________um jantar e ________________ um disco
bem moderno. (oferecer-dar)
7. Quando fizemos 25 anos de casado, nossos filhos______________uma grande festa e
_________________um presente muito interesante. (dar-comprar)
8. Onde está João? Eu não consigo______________em parte alguma.(encontrar)
9. Gostei muito do livro. Vou _____________outra vez. (ler)
10. Meu amigo, venha comigo. Quero_______________minha casa nova.(mostrar)
11. O dentista explicou o problema para o paciente mas não_______________remédio (dar)
12. Precisei falar com vocês, por isso________________ontem à noite.(telefonar)
13. Ele disse ao médico que está com dores, mas não______________onde. (explicar)
14. Só um psicologo pode analisar os problemas que vocês têm e _____________(dar) uma solução.
15. O hotel Brasil______________oferece tranqüilidade, ar puro e diversão. (vocês)
16. Ela não _____________nada. Conte____________o que você sabe. (eu)
17. Joana foi até a casa de Mariana para pedir_____________um livro emprestado
Mariana foi gentil em _____________e ____________para entrar. (receber-convidar).
18. Você vai viajar? Espero____________antes da viagem. Se não __________muito sucesso por lá.
(ver-desejar)
19. (Você) Vou___________este folheto para que você possa conhecer as vantagens deste máquina.
(dar)
20. (Ela) Ele disse que vai_________________domingo. (visitar)
21. Eu sempre levo as crianças à escola e ______________dinheiro para o lanche. (dar)
22. Eu distraio meus filhos ______________histórias de meus tempos de criança. (contar)
23. A casa está limpa. A empregada______________muito bem. (limpar)
24. Esta secretária é otima. Eles________________imediatamente. (contratar)
25. Este hotel é muito velho. Nunca ningém fez nada para______________(conservar)
26. (Eles) Quando ele morreu, só_______________dívidas. (deixar)
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Exercício de Oralidade
Comente com seus colegas como é a situação dos médicos no seu país.
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Remédios caseiros
Os netos de Dona Rosemira, quando se machucavam, exigiam uma aplicação urgente “da pomadinha
da vó”. Era uma pomada escura e muito perfumada que Dona Rosemira guardava no armário do seu
quarto em pequenos potes redondos. Tão boa de cheirar que as crianças às vezes fingiam de doentes só
para usar a pomadinha.
Mas não bastava usar os remédios que Dona Rosemira receitava. Era preciso seguir o ritual.
-Para tirar verruga, use um algodão com o suco de uma batata. Mas enterre a batata no fundo do
quintal. Se a pessoa enxergar a batata, a verruga fica maior.
Um dia Dona Rosemira surpreendeu o filho médico mexendo no armário do seu quarto. Estava atrás de
um dos seus potezinhos redondos. Ele ficou muito sem jeito.
-Só por curiosidade, vou experimentar a sua pomadinha em um dos meus clientes. Afinal, mal não
pode fazer...
E o médico irritado:
-Ora, mamãe!
Mas deixou para usar no quarto crescente. Conforme instruções de Dona Rosemira.
Exercício de áudio
Você vai ouvir duas vezes um trecho de uma reportagem da Rádio CBN sobre o consumo de
chocolate. Com base nessas informações, escreva um e-mail para um amigo, consumidor desenfreado
de chocolate,
o conscientizando-o sobre possíveis causas e conseqüências da compulsão e
o dando-lhe sugestões para lidar com esse vício.
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Conjunções
Exercícios:
1 - Una as orações abaixo por uma conjunção, a fim de obter a relação indicada entre parênteses:
MÚSICA
Chico Buarque
Você _______ a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você _______ a favorita onde eu _______ mestre-sala
Hoje a gente nem se _______mas a festa _______
Suas noites _______de gala, nosso samba ainda _______na rua
Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro, em 1944. Foi o quarto dos sete filhos
do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e de Maria Amélia Cesário Alvim. Desde cedo a música
esteve presente em sua casa.
Amantes da música, seus pais viviam reunidos com amigos, músicos e intelectuais. Foi no colégio
Santa Cruz em São Paulo, que Chico fez sua primeira apresentação, em 1961, com a canção Marcha
para um dia de sol.
Pouco depois, começou a cursar Arquitetura, na USP. Abandonou o curso no terceiro ano, e passou a
dedicar-se à música. Seu primeiro compacto foi lançado em 1965, com as canções Pedro Pedreiro e
Sonho de um Carnaval. No mesmo ano, musicou o poema de João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida
Severinas, mas foi somente com a canção A Banda, cantada no 2º Festival da Record (1966) por Nara
Leão, que Chico se tornou nacionalmente conhecido. O público surpreendeu-se com sua peça Roda
Viva, estrelada por Marieta Severo, que se tornou sua esposa. Compôs trilhas para vários filmes e
escreveu peças como Calabar, com Rui Guerra e Ópera do Malandro, inspirada na Ópera dos Três
Vinténs, de Brecht. Na década de 90, mostrou uma outra faceta: a de escritor, com os romances Estorvo
e Benjamim.Chico Buarque já cantou de tudo: a ternura, a alma feminina, o cotidiano dos operários de
construção, a tristeza do adeus, a paixão pelo futebol, a feijoada aos domingos.
No carnaval de 1998, a escola de samba da Mangueira homenageou-o, escolhendo o tema: Chico
Buarque de Mangueira.
PRODUÇÃO ESCRITA:
Pesquise sobre a biografia de um outro compositor brasileiro que você goste ou conheça
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2) Joana e Mariana _______________ o concerto do Jorge Aragão, mas eu ainda não ________.
6) Eles sempre ______________ o jogo na minha casa. E você? Onde você ________?
15) No interior nós não _______________ nada disso, aqui na capital todos _________.
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Verbo Ler
Eu leio Eu li
Você Você
Ele/ela lê Ele/ela leu
Eu peço Eu pedi
Você Você
Ele/ ela pede Ele/ ela pediu
Nós pedimos Nós pedimos
Vocês Vocês
Eles/elas pedem Eles/elas pediram
Perder
Eu perco Eu perdi
Você Você
Ele/ela perde Ele/ela perdeu
Nós perdemos Nós perdemos
Vocês Vocês
Eles/elas perdem Eles/elas perderam
Complete:
Três Lados
Portão- dado- irmão- grão – olho -fissão - razão- arpão- multidão -contradição- confusão- raivoso- cão- pão-
deus- lado-
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FORMAÇÃO DO PLURAL
o divã – os divãs meu avô – meus avós minha irmã – minhas irmãs
o robô- os robôs meu pé – meus pés mala grande- malas grandes
3.- Palavras terminadas em AL, EL, OL, UL, mudam o L por IS:
a) Acrescentando-se S ao singular:
mão-mãos ancião-anciãos irmão-irmãos órgão-órgãos
1) A casa é confortável.
5) Ele é francês.
Gafes na linha
Sempre que devo falar com alguém importante, sinto certo nervosismo,
mesmo que a Pessoa esteja esperando meu telefonema. Passar pela
secretária costuma ser um constrangimento. Ligo, por exemplo, para
um amigo executivo. Dou meu nome. Ouço a pergunta:
- De onde o senhor é?
- De Marte. Acabo de aterrissar.
É impressionante o número de vezes que já me perguntaram de
onde sou. Dizer o quê? Onde nasci? Outras fazem o gênero íntimo, mas
mais falso do que uma jibóia ao sorrir para um coelhinho.
-Oi querido. Um instantinho, meu amor. Ele não pode atender,
coração.
Não sou de ferro: adoro ser chamado de meu amor. Imagino a
desconhecida do outro lado. Será uma beldade? Ou tem o rosto
cravejado de espinhas? Mas certas espinhas são tão charmosas...
Desisto. Sei que chama a todos de meu amor, a melosa. Também não
faltam as rígidas, que ultrapassam o limite da gafe para a indelicadeza total.
Um amigo acaba de se separar. Ligo para dar solidariedade. Ouço um rosnado, e uma voz
metálica:
-Poderia me adiantar o assunto?
- É particular.
A voz ganha um tom mais irritado:
- Ele não gosta que eu passe a ligação sem saber do que se trata.
-Explique que é sobre sexo.
Ouço um suspiro nervoso. Logo ela retorna, a voz melodiosa. Descobriu que sou amigo do
chefe.
- Já vou passar para eeeeeele!
Só falta oferecer cafezinho pelo telefone. Reflito: como é falsa a humanidade. Mas
franqueza também é fogo:
-Vou ver se ele pode atender.
É possível uma resposta mais fina, mais elegante do que essa? Nem mamãe dinossauro
seria tão sutil. Se existisse lei para o comportamento das secretárias, algumas mereceriam
um bom processo. Como as que perguntam:
- O senhor é da parte de quem?
- De mim mesmo, faz favor.
Quanto mais importante o figurão, mais importantes algumas secretárias se sentem. Ficam
tão esnobes quanto a rainha da Inglaterra. Algumas gastam todo o salário em roupas de
seda, cabeleireiro, bijuterias caras e perfumes – até andam mais bem vestidas do que a
mulher do patrão, mesmo que o saldo no banco atinja o vermelho e vivam numa roleta
financeira com os crediários. Nervosas, atendem ao telefone como se estivessem deitadas
em um sofá de veludo:
- Eu não sei se ele pode falar. Está muito ocupado.
Muitos homens, é verdade, adoram secretárias tão arrumadas quanto um poodle e com o
comportamento de um dobermann. Outros sofrem. Sabe-se que são comuns as secretárias
com ciúmes do chefe. Odeiam voz de mulher.
-Mas ele pedir que eu ligasse para combinar para hoje à noite.
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Questionário
1. Por que o autor sente constrangimento quando deve telefonar para alguém importante?
2. Segundo o texto, quais são as frases mais comuns ditas pelas secretárias ao atender ao
telefone?
3. Em geral, como são as secretárias dos figurões?
4. Por que uma secretária pode levar seu chefe à perdição?
5. O autor cita no texto dois casos de secretárias que agiram mal. Comente um deles.
6. Você já cometeu uma gafe na linha? Qual foi?
Equivalências
a) Relacione a coluna da esquerda com a da direita, de acordo com o significado das
palavras no texto:
b) Escreva um parágrafo sobre uma gafe que você tenha cometido utilizando no
mínimo 6 das equivalências vistas acima:
Trabalho
Exercício de oralidade:
Questionário
1. gracinha ________________________________________________
2. concorrência _____________________________________________
3. torcendo_________________________________________________
4. dê certo __________________________________________________
5. berrantes _________________________________________________
7. deslumbrada _____________________________________________
8. amarrotem _______________________________________________
invariável
TUDO equivalente a "todas as coisas"
Oposto de "nada"
Nem tudo
a)- Baseando-se nos modelos, escreva seu próprio poema empregando o pronome
TUDO.
Luís:- ___________________bem? Menos o salário, não é? Ainda temos que pôr em dia
_____________________os condomínios deste ano e _________________as contas de luz.
SACI PERERÊ
Vocês têm aqui no folclore venezuelano, algum ser parecido ao Saci? Escolha um dos
SERES do folclore venezuelano e descreva-o.
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REVISÃO 1
REVISÃO 2