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INSTITUTO DE ARTES
DEPARTAMENTO DE ARTES CÊNICAS
DISCIPLINA: PRÁTICA DE MONTAGEM
PROFESSORA: ALICE STEFÂNIA
ALUNES:
PLANO DE INTERVENÇÃO
Falar que queremos abarcar as construções de dramaturgia frente aos corpos em diálogo com os
aspectos da performatividades, suas implicações, características.
Falar da autonomia atorial que a Alice menciona no seu artigo.
2. MULTIPLICAÇÃO DRAMÁTICA
O exercício consiste em multiplicar, de diversas formas, uma história inicialmente
compartilhada. A fragmentação, a narrativa de diferentes perspectivas, a enunciação do corpo
no espaço, dançante, silencioso, musical são todas possibilidades de multiplicação. Ao final,
discutindo a prática, percebemos no desenrolar do exercício uma atitude em particular que
saltou aos olhos: a aparente clausura da necessidade do real. Vejamos: ao se contar uma história
– independentemente de sua forma – códigos, signos e símbolos são postos no campo, ou no
“corpo-campo” (FABIÃO. p2). A performatividade se utiliza da realidade enquanto território
dessas categorias e significações, com os quais ela se articula. As contaminações da
performatividade no teatro, as faces do risco, a descrição de eventos, a instabilidade dos signos
e as migrações de sentido, são todas possibilitadas pela a relação da artista com esse material do
real – que não se pressupõe nem falso nem verdadeiro. Segundo Josette Ferral, “A performance
toma lugar no real e enfoca essa mesma realidade na qual se inscreve, desconstruindo-a,
jogando com os códigos e capacidades do espectador.” (p7, ). A realidade, portanto, não é
dispensável. Contudo, também ela deve possuir caráter de travessia. E para isso, para que os
significados sejam confrontados, revestidos, desfigurados, para que o comum e o usual
assumam suas condições cambiantes com o extraordinário e o contingente, há de se assumir o
papel da disrrupção da lógica. É a partir dessa premissa que o material pode verdadeiramente
fluir, livre da necessidade imediata de emissão e reconhecimento de sentido, da pilotagem da
representação e da assimilação, da redução do cognoscível e da discursividade racional.
Dessa forma, pressupondo esse caráter performativo, esse corpo-campo é o que
experencia. O atuante, portanto, tem de esforçar para tomar distância do agente que Bondía
descreve como “incapaz de experiência”: “(...) aquele se põe, ou se põe, ou se opõe, ou se
impõe, ou se propõe, mas não se ‘ex-põe’.”
4. DUAS HISTÓRIAS
“E isto a partir da convicção de que as palavras produzem sentido, criam realidades e, às
vezes, funcionam como potentes mecanismos de subjetivação.” (BONDÍA, p2)