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Abstract⎯ Computer support in engineering teaching is an important auxiliary resource either in the theoretical classes as in la-
boratory experiments. This paper presents an application of Matlab (Matrix laboratory) to help investigate the operative charac-
teristics of synchronous generators behavior in electrical engineering graduation courses. It consists of a new computational tool
that provides students, as well as professionals, the possibility of a straightforward evaluation of the behavior of synchronous ge-
nerators from proposed situations, even without previous knowledge of programming languages by the user. Examples presented
here illustrate an application made in Matlab to build synchronous generators capabilities curves.
Keywords⎯ Capability curve, electrical engineering teaching, Matlab, synchronous generators, power system control, machine
theory, power system stability.
Resumo⎯ O apoio do computador no ensino de engenharia elétrica vem se tornando um recurso auxiliar tanto em aulas teóricas
quanto em experimentos de laboratório. Este artigo apresenta a utilização do Matlab (Matrix laboratory) para investigar as carac-
terísticas de geradores síncronos para os possíveis modos de operação. Trata-se do desenvolvimento de uma nova ferramenta
computacional que proporciona aos estudantes e profissionais de engenharia elétrica a possibilidade de uma avaliação direta do
comportamento de geradores síncronos. Exemplos ilustram um aplicativo feito em Matlab para construir de curvas de capacidade
de geradores síncronos.
Palavras-chave⎯ Curva de capacidade, ensino de engenharia elétrica, Matlab, geradores síncronos, controle de sistemas de po-
tência, teoria de máquinas, estabilidade de sistemas de potência.
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cionamento na seção 2. Na seção 4 é apresentada a como a tensão terminal V& , as reatâncias de eixo
ferramenta desenvolvida no Matlab para análise e direto X d e em quadratura X q , assim como os pa-
visualização dos vários parâmetros de operação do
gerador síncrono. Finalmente, na seção 5 são apre- râmetros da carga, ou seja, a corrente I e o ângulo φ
sentadas conclusões sobre a ferramenta apresentada e do fator de potência.
suas possibilidades de aplicação. Para satisfazer as condições, admite-se a priori uma
equação fasorial para a tensão na armadura da forma
geral:
2 Geradores Síncronos
E& = V& + j I&d X d + j I&q X q (1)
Construtivamente, um rotor, no eixo do circuito
circular de armadura, possui um enrolamento de O segmento AF suporta a direção do vetor E& , for-
campo alimentado em corrente contínua, formando necendo a abertura δ para o ângulo de carga. A queda
pares de pólos magnéticos girantes. de tensão I q X q é a projeção do segmento AF sobre
Uma máquina síncrona pode operar como um motor a perpendicular a E& . Logo:
ou como um gerador. Operando como um gerador, o
movimento relativo do rotor em relação ao estator
produz um fluxo magnético variável no tempo que I q X q = IX q cos(ϕ + δ ) = AF cos(ϕ + δ ) (2)
induz uma força eletromotriz nos enrolamentos de Assim o segmento AF perpendicular ao vetor I
armadura. torna-se conhecido e dado por:
Quanto à geometria do rotor estas máquinas podem
AF = IX q (3)
ser classificadas como sendo de pólos lisos (rotor
cilíndrico) para grandes velocidades angulares ou de A direção do vetor E& é determinada e com ela a
pólos salientes para velocidades menores. decomposição da corrente de armadura. Através da
Neste artigo, restringimos a abordagem gráfica ape- equação (1), a força eletromotriz (fem) E& torna-se
nas para geradores de pólos salientes tendo em vista conhecida e o diagrama fasorial pode agora ser cons-
a maior complexidade e generalidade da obtenção do truído conforme mostrado na Figura 1.
diagrama de operação deste tipo de máquina. Na Figura 2, a menos do fator de proporcionalidade
V X d o segmento CB representa a potência ativa, de
3 Gerador Síncrono de Pólos Salientes acordo com a equação , enquanto que o segmento
AB corresponde à potência reativa, conforme equa-
ção .
A análise da operação de geradores de pólos sali-
V
entes é realizada a partir da teoria da dupla reação ou P= ⎡ E sen (δ ) + I q ( X d − X q ) cos (δ ) ⎤ (4)
da dupla reatância. A partir de considerações sobre o Xd ⎣ ⎦
diagrama fasorial do gerador de pólos salientes, ob-
V
têm-se os modos de operação e a correspondente Q= ⎡ I d X d cos (δ ) − I q X d sen (δ ) ⎤⎦ (5)
curva de capacidade (Lobosco, O. S. 1984). Xd ⎣
Para a construção do diagrama fasorial da Figura 1,
admitem-se conhecidos os parâmetros do gerador
xd I
C
xq I xd I q
F D
xq I q
E& φ
Iq δ xd I d M
φ V& A
I&
Id
Figura 1. Diagrama fasorial do gerador de pólos salientes.
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xd I
C
xq I ( )
I q xd − xq cos (δ )
E& ′ E&
F
xd I d E sen (δ )
δ δ′
δ
V A B N
φ
I xd I d cos (δ ) − xd I q sen (δ )
Figura 2. Relação entre diagrama fasorial da máquina de pólos salientes e potência fornecida pela máquina
E&
δ E0 sen (δ )
xd I
δ E& ′
D′
G
(
I q xd − xq ) δ′ ( )
I q xd − xq cos (δ )
O A
xd I d cos (δ ) − xd I q sen (δ )
Figura 3. Diagrama fasorial do gerador de pólos salientes: 1ª modificação
E 0 E&
xd I
G Xd I
I qI q((x
Xdd -−xXq)q )
δ
H O A
V ((x
V 1)
Xdd/ xXq q -−1) VV
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C3 C2 C1 C
xd I 3 &0
x I EE
E&0
E
3 &0
EE
d 2 1
xd I 1
G3 2 D'3
G2
φ3 D'2
G1 φ1 D'1
φ2
δ3
δ1 δ2
B3 B2 B1 B
V (x d / xq - 1) V
V (x d / xq )
Figura 5. Operação com potência ativa constante.
C2C1
CC3 1 0,9 0,9
0,6 C 1C1
C
C41 0,6
M O A
⎛x ⎞
V d −1
V (x⎜⎝d x/ qxq -⎟⎠1) V
⎛ xd ⎞
VV (x
⎜ dx/ x⎟q )
⎝ q⎠
3.1 Operação com potência ativa constante e excita- 3.3 Operação com excitação constante e potência
ção variável variável.
Os limites de operação superior e inferior da turbina O limite de aquecimento do rotor bem como o
podem ser obtidos do diagrama da Figura 5 magnetismo residual pode ser obtido com a ajuda do
A contribuição da saliência dos pólos na potência diagrama da Figura 7.
T
ativa é representada pelos segmentos D1'B, D2'B e
D3'B , enquanto CD1', CD2' e CD3', representam a
potência ativa devida à excitação. Finalmente, AB1,
AB2, e AB3 são as potências reativas em cada caso.
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1.4
Limite Teórico de Estabilidade
Limite de Aquecimento do Rotor
1.2
Limite Prático de Estabilidade
0.8
0.6
0.4
0
-1 -0.5 0 0.5 1
pu de MVAr
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Figura 13. Interface do software construtor de diagramas de capacidade de máquinas síncronas de pólos salientes.
O eixo vertical corresponde à potência ativa (p.u. de A área de operação segura diminui significativamen-
MW) enquanto que o eixo horizontal corresponde à te quando comparamos o diagrama da Figura 14 com
potência reativa (p.u. de MVAr). Para efeito de com- o diagrama de referência da Figura 13.
paração, os parâmetros do gerador fornecidos na Além das opções apresentadas pelos controles desli-
Figura 13 são considerados parâmetros de referência zantes e botões de opção, o software desenvolvido
para os demais exemplos contidos neste artigo. apresenta recursos de impressão e exportação do
Nesta interface é possível verificar o efeito dos valo- diagrama para outros aplicativos de editoração, faci-
res de reatância do gerador, da tensão terminal, limi- litando a confecção de relatórios pelos usuários.
tes de operação da turbina, de aquecimento do esta- Para facilitar a identificação dos limites da máquina,
tor, aquecimento do rotor, magnetismo residual e o usuário é convidado a clicar o ponteiro do mouse
margem de segurança do limite de estabilidade sobre as curvas coloridas. Quando isto acontece,
A construção do lugar geométrico dos limites de automaticamente uma descrição da curva aparece
estabilidade teórico e prático representa a maior informando o respectivo limite de operação. A Figu-
dificuldade na construção do diagrama de capacidade ra 15 ilustra esta funcionalidade do software.
para geradores com pólos salientes. O software de- O diagrama na Figura 15 também mostra a diminui-
senvolvido permite ao usuário uma imediata visuali- ção da área de operação estável quando diminuímos
zação do efeito da alteração dos parâmetros X d e o valor da tensão interna máxima de 2,0 p.u. para
X q sobre os limites do gerador. Para ilustrar este 1,8 p.u., conservando os demais parâmetros da Figu-
ra 13 inalterados.
recurso, o valor de X d é aumentado de 1,1 p.u. para
1,5 p.u.
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