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Automação

5a edição

Marco Antônio Ribeiro


Automação
5a edição

Marco Antônio Ribeiro

Dedicado a Nereu De Rossi

Quem pensa claramente e domina a fundo aquilo de que fala,


exprime-se claramente e de modo compreensível. Quem se exprime
de modo obscuro e pretensioso mostra logo que não entende muito
bem o assunto em questão, ou então, que tem razão para evitar falar
claramente. (Rosa Luxemburg)

© Tek Treinamento & Consultoria, 2005


Salvador, BA, Outono 2005
Prefácio
Mesmo com os avanços da tecnologia aplicada aos instrumentos que realizam o controle de
processo, as idéias básicas e fundamentais ainda são válidas e aplicáveis ao conceito de controle.
Este trabalho Automação pretende ser uma introdução aos princípios básicos e as práticas dos
vários métodos e estratégias de controle e automação de processos industriais contínuos. O
desenvolvimento matemático é o mínimo possível (garante-se que não há nenhuma transformada de
Laplace ou Fourier) que é usado apenas para enfatizar os aspectos físicos e a teoria de operação das
ações de controle. Deve ser entendido por engenheiros e técnicos, homens e mulheres, loiras e
morenas.
Na parte de Automação, o trabalho apresenta uma introdução explicando o que é Automação e
sua aplicação na indústria de petróleo. Depois são mostrados os Componentes eletromecânicos
usados na automação de sistemas, como chaves automáticas, contatos, relés, solenóides. São
analisadas os circuitos lógicos booleanos, necessários à Lógica da automação. São apresentados os
principais Sistemas Digitais de automação em unidades de produção da Petrobras, que são o
sistema de Controle Supervisório e Aquisição de Dados (SCADA) e o Controlador Lógico
Programável (CL_). As idéias básicas da norma IEC 61 131 para a Programação de sistemas digitais
são mostradas a seguir, detalhando as linguagens mais comuns e usadas, como o Diagrama Ladder
e Diagrama de Blocos de Função.
São apresentadas as características e filosofia do Alarme e Intertravamento de processos e
todos os aspectos de proteção da planta, principalmente o sistema instrumentado de segurança.
Finalmente, é apresentada a filosofia de implantação da Interface Humano Máquina de sistemas
digitais de de automação.
Este trabalho constitui a base de um curso de Automação que o autor ministra por todo o Brasil,
principalmente para o pessoal da Petrobrás e é usado como livro texto em Escolas Técnicas, Centros
de Tecnologia e Faculdades de Engenharia.
As sugestões, as criticas destrutivas e as correções são benvindas, desde que tenham o objetivo
de tornar mais claro e entendido o assunto.
Endereço físico do autor: Rua Carmen Miranda 52, A 903, CEP 41820-230
Fone (0xx71) 3452.3195, Fax (0xx71) 3452.4286 e Celular (071) 9989.9531.
E-mail: marcotek@uol.com.br.

Marco Antônio Ribeiro


Salvador, BA, Outono 2005
Conteúdo
No breaks e Carregadores de Baterias.11
Prefácio 1 Atendimento aos procedimentos da ANP
11
Conteúdo i Gerenciamento corporativo 11
Niveis de Parada de Emergência (ESD)12
1. Automação 1 Segurança dos Vasos da Planta de
1. Objetivos 1 Processo e Manifold 12
Monitoração de Fogo & Gás. 12
1. Automação 1
1.1. Conceito 1 2. Componentes 13
1.2. Automação e mão de obra 1
1.3. Automação e controle 2 Objetivos de Ensino 13
1.4. Automação e eletrônica 2 1. Introdução 13
2. Graus de Automação 2 2. Chave 13
2.1. Ferramentas manuais 3 2.1. Conceito 13
2.2. Ferramentas acionadas 3 2.2. Polos e Terminais 14
2.3. Quantificação da energia 3 2.3. Chave Liga-Desliga 15
2.4. Controle programado 3 2.4. Chave Botoeira 15
2.5. Controle com realimentação 2.5. Chave Seletora 15
negativa 3 2.6. Critérios de Seleção 16
2.6. Controle da máquina com cálculo
3 3. Chaves Automáticas 16
2.7. Controle lógico da máquina 3 3.1. Pressostato 16
2.8. Controle Adaptativo 3 3.2. Termostato 17
2.9. Controle indutivo 4 3.3. Chave de Vazão 17
2.10. Máquina criativa 4 3.4. Chave de Nível 18
2.11. Aprendendo pela máquina 4 3.5. Chave Limite ou Fim de Curso 18
3. Sistemas de automação 4 4. Solenóide 19
3.1. Máquina com controle numérico 4 4.1. Conceito 19
3.2. Controlador lógico programável 5 4.2. Seleção 19
3.3. Sistema de armazenagem e 4.3. Tipos 20
recuperação de dados 5 5. Relés 21
3.4. Robótica 5 5.1. Definição e Funções 21
3.5. Sistema de manufatura flexível 5 5.2. Características 21
4. Conclusão 5 5.3. Aplicações 21
5.4. Tipos de Relés 22
5. Automação de Unidade de Reed relé 22
Producao 6 Relé eletromecânico 22
5.1. Introdução 6 Relé a estado sólido 23
5.2. Objetivos 6 Relé temporizado 24
5.3. Equipamentos existentes 6 5.5. Seleção de Relés 24
5.4. Monitoração de dutos 7
5.5. Operação da plataforma 7 6. Proteção de Circuitos 24
Sala de Controle 7 6.1. Fusível 24
Painéis Locais 8 6.2. Disjuntor (Circuit Breaker) 25
Rede Fieldbus 9
Manutenção Preditiva 10
Operação da planta Via FIELDBUS 10
CP para o CLP 10

i
3. Lógica 27 4. Sistemas Digitais 37
Objetivos de Ensino 27 1. Introdução 37
1. Lógica 27 2. Sistema Digital de Controle
1.1. Conceito 27 Distribuído (SDCD) 37
1.2. Lógica de relé e programas 27 2.1. Introdução 37
1.3. Lógica Seqüencial 27 2.2. Emerson 38
1.4. Lógica CLP 27 2.3. Foxboro 39
2.4. Yokogawa 40
2. Conceituação e Execução 28
2.1. Tipos de documentos 28 3. Controlador Lógico Programável
2.2. Documentos lógicos conceituais (CLP) 40
28 3.1. Conceito 40
3.2. Construção 41
3. Portas Lógicas 28
3.3. Operação do CLP 41
3.1. Porta AND 29
3.4. Varredura do CLP 42
Símbolos 29
3.5. Capacidade do CLP 42
Tabela Verdade 29
3.6. Configuração de CLP 42
Circuito equivalente 29
3.7. Equipamentos associados 44
3.2. Porta OR 29
3.8. Dimensionamento do CLP 44
Símbolos 29
3.9. Comunicação de dados 44
Tabela verdade 30
3.10. Terminal de programação 44
Circuitos equivalentes 30
3.11. Sistema de Comunicação 45
3.3. Porta OR Exclusivo 30
Símbolos 30 4. Controle Supervisório e Aquisição
Tabela Verdade OR EXCLUSIVO 30 de Dados (SCADA) 45
Circuito equivalente 30 4.1. Introdução 45
3.4. Porta NOT 31 4.2. Equipamento (Hardware) 47
Símbolos 31 4.3. Programa Aplicativo (Software) 48
Tabela Verdade do NOT 31
5. Protocolos de comunicação 49
Circuito equivalente 31
5.1. Introdução 49
3.5. Porta NAND 31
5.2. Protocolo HART 50
Símbolo: 31
Conceito 50
Circuito equivalente 31
Vantagens 50
Tabela Verdade NAND 31
Método de operação 50
3.6. Porta NOR 32
Ponto a ponto 51
Símbolo: 32
Multidrop 51
Tabela Verdade 32
Camada física HART 51
Circuito equivalente 32
Terminal portátil 51
4. Exemplos lógicos 32 5.3. Fieldbus Foundation 52
4.1. Circuito retentivo 32 Conceito 52
4.2. ANSI/ISA S5.2: Diagrama lógico Benefícios de instalação 52
binário para operações de processo 34 Benefícios da operação 52
4.3. Diagrama lógico 34 Benefícios da manutenção 52
4.4. Aplicações das portas 35 Interoperabilidade e intercambiabilidade
Geral 35 54
Função entrada 35 Diferenças no Fieldbus 54
Função saída 35 Camadas do FF 54
Função AND 36 Blocos do FF 54
Função OR 36 3.8. ControlNet 56
Função OR Qualificado 36 Conceito 56
Função Memória 36 Características chave 56
Elementos temporizados 36 Proprietário ou aberto 56
Aplicação 57
6. Integração de Sistemas 57
6.1. Cenário da planta 57
6.2. Conceito de Integração 57
6.3. Pirâmide da interoperabilidade 58
6.4. Parâmetros da integração 58

ii
Equipamentos 58 7.3. Controle seqüencial de 3 motores
Interface 59 78
Protocolo 59 Descrição 78
Base de dados 59 Solução 78
Comunicação 59 7.4. Controle temporizado de motores79
6.5. Como integrar 60 Descrição 79
Componentes de sistema de automação Solução 79
60 7.5. Controle seqüencial temporizado
de motores 80
5. Programação 61 Descrição 80
Solução 80
Objetivos de Ensino 61 7.6. Controle de Velocidade de motores
1. Introdução 61 81
Descrição 81
2. Programação em lógica binária 61 Solução 81
3. Norma IEC 61 131 62
3.2. Linguagens de Programação 63 7. Blocos de função 83
3.3. Linguagens Textuais 64
Objetivos de Ensino 83
Elementos comuns 64
3.4. Lista de Instruções 64 1. Conceito 83
Instruções 64
2. Parâmetros dos blocos 83
Operadores, Modificadores e
Variável INPUT 83
Operandos 64
Variável OUTPUT 83
Funções e blocos de função 68
Variável LOCAL 83
3.5. Texto Estruturado 68
Constante 83
Expressões 68
Formação de TAG 83
Comando (Statement) 69
Comando de atribuição (assignment 3. Tipos de blocos de função 84
statement) 69
4. Blocos Personalizados 84
Comandos de controle de função e
blocos de função 69 5. Blocos Funcionais Padrão 86
Comando de Seleção 69 ADD - Aritmética de Adição 86
Comandos interativos 69 Características 86
3.6. Linguagens Gráficas 70 AIN – Bloco de entrada analógica 86
Elementos comuns 70 Sintaxe: 86
Direção do fluxo em circuitos 70 Parâmetros de entrada: 86
Avaliação de circuitos 70 Característica: 86
Representação de linhas e blocos Erro! AND - Lógica booleana E 87
Indicador não definido. Sintaxe 87
Descrição 87
6. Ladder 71 AOUT – Bloco de saída analogica 87
Sintaxe 87
Objetivos de Ensino 71 Parâmetros 87
1. Introdução 71 Descrição 87
2. Componentes 71 Erro 87
3. Regras de composição 71 CTD - Contador Decrescente 88
4. Exemplos 72 Sintaxe 88
4.1. Exemplo 1 72 Parâmetros 88
4.2. Exemplo 2 72 Descrição 88
4.3. Diagrama errado 72 CTU - Contador Crescente (CTU) 88
5. Desenvolvimento 73 Sintaxe 88
6. Análise 74 Parâmetros 88
7. Aplicações de Diagrama Ladder 76 Descrição 88
7.1. Alarme de Alta Pressão 76 CTDU - Contador Crescente e
Descrição 76 Decrescente 89
Solução 76 Sintaxe 89
7.2. Controle de Bomba e duas Parâmetros 89
lâmpadas piloto com chave de nível 77 Descrição 89
Descrição 77 Exemplo 89
Solução 77 DIV - Aritmética de Divisão 90

iii
Sintaxe 90 MUX - Multiplexador 97
Descrição 90 Sintaxe 97
Exemplos 90 Descrição 97
Erros 90 Exemplo 97
EQ - Comparador Igual a 90 Erros de operação 97
Sintaxe 90 NE - Comparador Não Igual a 98
Descrição 90 Sintaxe 98
Exemplo 90 Descrição 98
EXPT – Aritmética de exponenciação Exemplo 98
91 NOT – Lógica Não 98
Sintaxe 91 Sintaxe 98
Descrição 91 Descrição 98
F_TRIG – Gatilho na descida 91 Exemplos 98
Sintaxe 91 OR - Lógica booleana OU 99
Descrição 91 Sintaxe 99
Saída 91 Descrição 99
Exemplo 91 Exemplos 99
GE - Comparador Maior que ou Igual PACK16 99
a 92 Descrição 99
Sintaxe 92 Sintaxe 99
Descrição 92 Parâmetros de entrada 99
Exemplo 92 Exemplo 99
GT - Comparador Maior que 92 PACK32 - 100
Sintaxe 92 Descrição 100
Descrição 92 Sintaxe 100
Exemplo 92 Parâmetros de entrada 100
LE - Comparador Menor que ou Igual Exemplo 100
a 93 PID 100
Sintaxe 93 Sintaxe 100
Descrição 93 Parâmetros VAR_IN_OUT 100
Exemplo 93 Parâmetros de entrada 100
LT - Comparador Menor que 93 Descrição 100
Sintaxe 93 Aplicação 101
Descrição 93 R_TRIG – Gatilho na subida 101
Exemplo 93 Sintaxe 101
LEADLAG – Bloco compensador Descrição 101
dinâmico 94 Saída 101
Sintaxe 94 Exemplo 101
Parâetros de entrada 94 Flip Flop RS (R dominante) 102
Descrição 94 Sintaxe 102
LIMIT – Limitador de sinal 95 Parâmetros 102
Sintaxe 95 Descrição 102
Descrição 95 Tabela verdade 102
MAX – Seletor de máximo 95 Flip Flop SR (S dominante) 102
Sintaxe 95 Sintaxe 102
Descrição 95 Parâmetros 102
Exemplo 95 Descrição 102
MIN – Seletor de mínimo 96 Tabela verdade 102
Sintaxe 96 SEL - Seletor de Sinais 103
Descrição 96 Sintaxe 103
Exemplo 96 Parâmetros 103
MOVE - MOVE 96 Descrição 103
Sintaxe 96 Exemplo 103
Descrição 96 SUB - Aritmética de Subtração 103
Exemplo 96 Sintaxe 103
MUL – Aritmética de Multiplicação 97 Parâmetros 103
Sintaxe 97 Descrição 103
Descrição 97 TMR – Temporizador 104
Exemplos 97 Sintaxe 104
Erros de operação 97 Parâmetros 104

iv
Descrição 104 6.1. Tecnologias disponíveis 120
Temporizador TP 104 Relé eletromecânico 120
Sintaxe 104 Sistema Eletrônico a semi condutor 120
Parâmetros 104 Microprocessador 121
Descrição 104 6.2. Escolha do Sistema 121
Exemplo 104 Parâmetros de escolha 121
Temporizador TOF 105 Roteiro de seleção 121
Sintaxe 105 Ponto fraco do sistema 121
Parâmetros 105 Software 121
Descrição 105 6.3. Circuitos de Intertravamentos 122
Temporizador TON 106 Intertravamento auto-cancelante 122
Sintaxe 106 Intertravamento de reset manual. 122
Parâmetros 106 Intertravamento com bypass 123
Descrição 106 Ação temporizada (time-delay) 124
Cadeias de intertravamento 124
8. Alarme 107 6.4. Sistema de Votação 124
Sistema um de um 125
Objetivos 107 Sistema um de dois 125
1. Alarme do Processo 107 Dois de dois 125
1.1. Introdução 107 Dois de três 126
1.2. Componentes 107 Aplicação prática 126
1.3. Realização do Alarme 108 Falha da fonte de alimentação 127
Alarme indicador de status 108 6.5. Sistema de Falha Segura 127
Alarme com sensor compartilhado 108 Projeto de sistema de shutdown 127
Alarme para mostrar anormalidade 108 6.6. CLP de segurança 127
Alarme como backup do controle 109 7. Automação e Segurança 129
Alarme com atuação automática 109 7.1. Introdução 129
1.4. Intertravamento do Processo 109 7.2. Camadas de Prevenção 130
2. Segurança da Planta 110 Projeto da planta de processo 130
2.1. Projeto da planta 110 Sistema de controle de processo 130
2.2. Medição e Controle do processo Sistema de alarme 131
110 Confiabilidade humana 131
2.3. Alarme do processo 111 Sistema instrumentado -
2.4. Desligamento de emergência 111 Desligamento/Intertravamento 131
2.4. Monitoração do fogo e gás 111 7.3. Camadas de Mitigação 131
Sistema de fogo & gás 132
3. Trabalhando com alarmes 111 Sistema de contenção (containment) 132
3.1. Arquitetura do alarme 111 Procedimentos de evacuação 132
3.2. Estado versus condição 112 7.4. Diversidade 132
3.3. Velocidade de resposta 113 7.5 Conclusão 132
3.4. Gerenciamento de alarmes 113
4. Escolha do alarme 114 9. IHM 133
4.1. Prioridade do alarme 114
Objetivos de Ensino 133
4.2. Qualificador do alarme 115
4.3. Cortes de alarme 115 1. Humanos no controle 133
4.4. Ações do alarme 115 1.1. Sentindo a planta 133
1.2. Painéis da sala de controle 134
5. Estruturas e hierarquias de alarme
116 2. Vídeo para interface 134
5.1. Acesso ao alarme 116 2.1. Estações de operação com vídeo
5.2. Hierarquia de diagnóstico 116 135
5.3. Gerenciamento do alarme 116 2.2. Desenvolvimento futuro 135
5.4. Telas de alarme 118 2.3. Veja e sinta 136
Grupo de alarme 118 2.4. Papel da estação de trabalho 137
Lista de sumário de alarme 118
3. Explorando displays 138
5.5. Ações do Operador 118
3.1. Janelas 138
5.6. Estruturas de alarme 118
3.2. Fazendo zoom (zooming) 139
5.7. Filosofia do alarme 119
3.3. Panelaço (panning) 139
6. Tecnologias do Sistema 120 3.4. Funções da tela geral 140

v
3.5. Tela de grupo 140 Telas Básicas 159
3.6. Tela de detalhes do ponto 141 Janela de comandos de bomba 159
3.7. Telas adicionais 141 Válvula motorizada 161
Tela de quadro operacional 161
4. Comunicação da Informação 141
Tela de Gráfico de Tendência 161
4.1. Interação com o processo 141
Variável 161
4.2. Analógico ou digital 142
Tela do Controlador PID 162
4.3. Elementos do display 143
Tela de monitoração da comunicação162
Valor numérico 143
Tela de Relatório Operacional 162
Indicador analógico (gráfico de barra ou
2.5. Simbologia 162
medidor) 143
Normas aplicáveis 162
Indicador discreto 143
Representação de equipamentos
Mímico (display gráfico do sistema) 143
mecânicos 162
Gráficos 143
Representação de linhas e acessórios162
Tendência (trend) 143
Representação de equipamentos elétricos
Tabelas e listas 143
162
Texto 144
Representação de instrumentos 162
4.4. Criação de gráficos 144
Condições gerais 162
5. Animação de telas 144
5.1. Displays dinâmicos 144 8. Bibliografia 165
Linguagem natural 144
Dinâmica de tela com IF THEN ELSE
144
5.2. Displays mímicos 145
5.3. Cor como uma dinâmica 145
5.4. Capacidades combinadas 145
5.5. Uso das cores 146
5.6. Código de cores 146
6. Informação Humana 147
6.1. Pensar e fazer 147
6.2. Interface 147
6.3. Filosofia da operação 148
6.4. Intuição e rotina 148
6.5. Faixa e usos das interfaces 149
6.6. Assuntos filosóficos 149
6.7. Fatores humanos 149
6.8. Conflitos de projeto 150
6.9. Estrutura do menu 150
6.10. Organização e conteúdo 150
6.11. Hierarquias de telas 152
Estrutura seqüencial 153
Estrutura espacial 153
6.12. Imitando vídeo game 153
6.13. Percepção do operador 153
6.14. Sala de controle 154
6.15. Interfaces externas 154
6.16. Telas de negócios 155
2. Critérios básicos para confecção
de telas do SCADA 157
2. 1. Objetivo 157
2.2. Desenvolvimento 157
Filosofia geral 157
Conjuntos de telas ou contextos de
informações 157
2.3. Navegação de telas 157
Estrutura de navegação 157
Mecanismos de navegação 158
2.4. Definições das telas 158
Lay out básico 158

vi
1. Automação

1. Objetivos Como vantagens, a máquina


1. nunca reclama
1. Conceituar automação e controle 2. nunca entra em greve
automático. 3. não pede aumento de salário
2. Listar os diferentes graus de automação. 4. não precisa de férias
3. Definir o conceito de automação e seu 5. não requer mordomias.
efeito na indústria e sociedade. Como nada é perfeito, a máquina tem as
4. Introduzir os tipos básicos de sistemas e seguintes limitações:
equipamentos de controle eletrônico. 1. capacidade limitada de tomar decisões
2. deve ser programada ou ajustada para
1. Automação controlar sua operação nas condições
especificadas
1.1. Conceito 3. necessita de calibração periódica para
Automação é a substituição do trabalho garantir sua exatidão nominal
humano ou animal por máquina. Automação é 4. requer manutenção eventual para
a operação de máquina ou de sistema assegurar que sua precisão nominal
automaticamente ou por controle remoto, com não se degrade.
a mínima interferência do operador humano.
Automático significa ter um mecanismo de
1.2. Automação e mão de obra
atuação própria, que faça uma ação requerida Com o advento do circuito integrado (1960)
em tempo determinado ou em resposta a e do microprocessador (1970), a quantidade de
certas condições. inteligência que pode ser embutida em uma
Como o controle automático é feito máquina a um custo razoável se tornou
praticamente sem a intervenção do operador enorme. O número de tarefas complexas que
humano, há quem confunda controle podem ser feitas automaticamente cresceu
automático com automação. O controle várias vezes. Atualmente, pode-se dedicar ao
automático é uma das camadas da automação, computador pessoal (CP) para fazer tarefas
que possui outras como alarme e simples e complicadas, de modo econômico.
intertravamento, detecção de fogo e incêndio. A automação pode reduzir a mão de obra
O conceito de automação varia com o empregada, porém ela também e ainda requer
ambiente e experiência da pessoa envolvida. operadores. Em vez de fazer a tarefa
São exemplos de automação: diretamente, o operador controla a máquina
1. Para uma dona de casa, a máquina de que faz a tarefa. Assim, a dona de casa deve
lavar roupa ou lavar louça. aprender a carregar a máquina de lavar roupa
2. Para um empregado da indústria ou louça e deve conhecer suas limitações.
automobilística, pode ser um robô. Operar a máquina de lavar roupa pode
3. Para uma pessoa comum, pode ser a inicialmente parecer mais difícil que lavar a
capacidade de tirar dinheiro do caixa roupa diretamente. Do mesmo modo, o
eletrônico. operador de uma furadeira automática na
4. Para um operador de uma planta de indústria automobilística deve ser treinado para
processo, é o sistema instrumentado usar a máquina com controle numérico que faz
que opera a planta de modo desejado e o furo realmente. A linha de montagem com
seguro. robôs requer operadores para monitorar o
O conceito de automação inclui a idéia de desempenho desses robôs. Quem tira o
usar a potência elétrica ou mecânica para dinheiro do caixa eletrônico, deve possuir um
acionar algum tipo de máquina. Deve cartão apropriado, decorar uma determinada
acrescentar à máquina algum tipo de senha e executar uma série de comandos no
inteligência para que ela execute sua tarefa de teclado ou tela de toque.
modo mais eficiente e com vantagens Muitas pessoas pensam e temem que a
econômicas e de segurança. automação significa perda de empregos,

1
Automação
quando pode ocorrer o contrário. De fato, falta intertravamento. A automação é também
de automação coloca muita gente para aplicada a processos discretos e de batelada,
trabalhar. Porém, estas empresas não podem onde há muita operação lógica de ligar e
competir economicamente com outras por desligar e o controle seqüencial. O sistema de
causa de sua baixa produtividade devida à falta controle aplicado é o Controlador Lógico
de automação e por isso elas são forçadas a Programável (CLP).
demitir gente ou mesmo encerrar suas Assim: controle automático e automação
atividades. Assim, automação pode significar podem ter o mesmo significado ou podem ser
ganho e estabilidade do emprego, por causa do diferentes, onde o controle regulatório se aplica
aumento da produtividade, eficiência e a processos contínuos e a automação se aplica
economia. a operações lógicas, seqüenciais de alarme e
Muitas aplicações de automação não intertravamento.
envolvem a substituição de pessoas por que a
função ainda não existia antes ou é impossível 1.4. Automação e eletrônica
de ser feita manualmente. Pode-se economizar Na década de 1970, era clássica a
muito dinheiro anualmente monitorando e comparação entre as instrumentações
controlando a concentração de oxigênio dos eletrônica e pneumática. Hoje, às vésperas do
gases queimados em caldeiras e garantindo ano 2000, há a predominância da eletrônica
um consumo mais eficiente de combustível. microprocessada.
Pode se colocar um sistema automático para Os sensores que medem o valor ou estado
recuperar alguma substância de gases jogados de variáveis importantes em um sistema de
para atmosfera, diminuindo os custos e controle são as entradas do sistema, mas o
evitando a poluição do ar ambiente. coração do sistema é o controlador eletrônico
microprocessado. Muitos sistemas de
1.3. Automação e controle
automação só se tornaram possíveis por causa
A automação está intimamente ligada à dos recentes e grandes avanços na eletrônica.
instrumentação. Os diferentes instrumentos são Sistemas de controle que não eram práticos
usados para realizar a automação. por causa de custo há cinco anos atrás hoje se
Historicamente, o primeiro termo usado foi o tornam obsoletos por causa do rápido avanço
de controle automático de processo. da tecnologia.
Foram usados instrumentos com as funções de A chave do sucesso da automação é o uso
medir, transmitir, comparar e atuar no da eletrônica microprocessada que pode
processo, para se conseguir um produto fornecer sistemas eletrônicos programáveis.
desejado com pequena ou nenhuma ajuda Por exemplo, a indústria aeronáutica constrói
humana. Isto é controle automático. seus aviões comerciais em uma linha de
Com o aumento da complexidade dos montagem, mas personaliza o interior da
processos, tamanho das plantas, exigências de cabine através de simples troca de um
produtividade, segurança e proteção do meio programa de computador. A indústria
ambiente, além do controle automático do automobilística usa robôs para soldar pontos e
processo, apareceu a necessidade de fazer furos na estrutura do carro. A posição dos
monitorar o controle automático. pontos de solda, o diâmetro e a profundidade
A partir deste novo nível de instrumentos, dos furos e todas as outras especificações
com funções de monitoração, alarme e podem ser alteradas através da simples
intertravamento, é que apareceu o termo mudança do programa do computador. Como o
automação. As funções predominantes neste programa do computador é armazenado em um
nível são as de detecção, comparação, alarme chip de memória, a alteração de linhas do
e atuação lógica. programa neste chip pode requerer somente
Por isso, para o autor, principalmente para a alguns minutos. Mesmo quando se tem que
preparação de seus cursos e divisão de reescrever o programa, o tempo e custo
assuntos, tem-se o controle automático envolvidos são muitas vezes menores que o
aplicado a processo contínuo, com tempo e custo para alterar as ferramentas.
predominância de medição, controle PID
(proporcional, integral e derivativo). O sistema 2. Graus de Automação
de controle aplicado é o Sistema Digital de
Controle Distribuído (SDCD), dedicado a A história da humanidade é um longo
grandes plantas ou o controlador single loop, processo de redução do esforço humano
para aplicações simples e com poucas malhas. requerido para fazer trabalho. A sua preguiça é
Tem-se a automação associada ao controle responsável pelo progresso e o aparecimento
automático, para fazer sua monitoração, da automação. Pode-se classificar os graus de
incluindo as tarefas de alarme e automação industrial em várias fases.

2
Automação
2.1. Ferramentas manuais alarme foi colocado no cronômetro para avisar
que o tempo da batelada foi atingido.
O primeiro progresso do homem da caverna
foi usar uma ferramenta manual para substituir 2.5. Controle com realimentação
suas mãos. Esta ferramenta não substituiu o negativa
esforço humano, mas tornou este esforço mais
conveniente. Exemplos de ferramentas: pá, O próximo passo desenvolve um sistema
serra, martelo, machado, enxada. que usa a medição para corrigir a máquina. A
Como não há máquina envolvida, definição de automação de Ford se refere a
considera-se que este nível não possui este nível.
nenhuma automação. Na indústria química, o controle a
Na indústria, este nível significa alimentar realimentação negativa é o começo do controle
manualmente um reator, moendo sólidos, automático. A temperatura é usada para
despejando líquidos de containeres, misturando controlar a válvula que manipula o vapor. O
com espátula, aquecendo com a abertura regulador de vazão ajusta a quantidade
manual de válvula de vapor. adicionada no reator, baseando na medição da
vazão.
2.2. Ferramentas acionadas
2.6. Controle da máquina com
O próximo passo histórico foi energizar as cálculo
ferramentas manuais. A energia foi suprida
através de vapor d'água, eletricidade e ar Em vez de realimentar uma medição
comprimido. Este degrau foi chamado de simples, este grau de automação utiliza uma
Revolução Industrial. A serra se tornou elétrica, cálculo da medição para fornecer um sinal de
o martelo ficou hidráulico. controle.
Na indústria, usa-se um motor elétrico para Na planta química, os cálculos se baseiam
acionar o agitador, a alimentação é feita por no algoritmo PID, em que o sinal de saída do
uma bomba, o aquecimento é feito por vapor controlador é uma função combinada de ações
ou por eletricidade. proporcional, integral e derivativa. Este é o
primeiro nível de automação disponível pelo
2.3. Quantificação da energia computador digital.
Com a energia fornecida para acionar as 2.7. Controle lógico da máquina
ferramentas, o passo seguinte foi quantificar
esta energia. Um micrômetro associado à O sistema de telefone com dial é um
serra, indica quanto deve ser cortado. A exemplo de máquina lógica: Quando se tecla o
medição torna-se parte do processo, embora telefone, geram-se pulsos que lançam chaves
ainda seja fornecida para o operador tomar a que fazem a ligação desejada. Caminhos
decisão. alternativos são selecionados por uma série
Na indústria, este nível significa colocar um programada de passos lógicos.
medidor de quantidade na bomba para indicar O sistema de segurança e desligamento da
quanto foi adicionado ao reator. Significa planta química usa controle lógico. Um
também colocar um cronômetro para medir o conjunto de condições inseguras dispara
tempo de agitação, um termômetro para indicar circuitos para desligar bombas, fechar válvula
o fim da reação. As variáveis indicadas ao de vapor ou desligar toda a planta, dependendo
operador ajudavam o operador determinar o da gravidade da emergência.
status do processo.
2.8. Controle Adaptativo
2.4. Controle programado No controle adaptativo, a máquina aprende
A máquina foi programada para fazer uma a corrigir seus sinais de controle, se adequando
série de operações, resultando em uma peça às condições variáveis. Uma versão simples
acabada. As operações são automáticas e deste nível é o sistema de aquecimento de um
expandidas para incluir outras funções. A edifício que adapta sua reposta ao termostato a
máquina segue um programa predeterminado, um programa baseado nas medições da
em realimentação da informação. O operador temperatura externa.
deve observar a máquina para ver se tudo O controle adaptativo tornou-se acessível
funciona bem. pelo desenvolvimento de sistemas digitais. Um
Na planta química, uma chave foi exemplo de controle adaptativo na indústria
adicionada no medidor de vazão para gerar química é o compressor de nitrogênio e
um sinal para desligar a bomba, quando uma oxigênio para fabricação de amônia. A
determinada quantidade for adicionada. Uma eficiência do compressor varia com a
temperatura e pressão dos gases e das

3
Automação
condições do ambiente. O controlador 3. Sistemas de automação
adaptativo procura o ponto ótimo de trabalho e
determina se o compressor está em seu A aplicação de automação eletrônica nos
objetivo, através do índice de desempenho. processos industriais resultou em vários tipos
Para isso, usa-se a tecnologia avançada do de sistemas, que podem ser geralmente
computador mais a tecnologia de instrumentos classificados como:
de análise em linha. 1. Máquinas com controle numérico
2. Controlador lógico programável
2.9. Controle indutivo 3. Sistema automático de armazenagem e
recuperação
A máquina indutiva rastreia a resposta de
4. Robótica
sua ação e revisa sua estratégia, baseando-se
5. Sistemas flexíveis de manufatura.
nesta resposta. Para fazer isso, o controlador
indutivo usa programa heurístico.
3.1. Máquina com controle numérico
Na planta química, o sistema usa um
método e o avalia, muda uma variável de Uma máquina ferramenta é uma ferramenta
acordo com um programa e o avalia de novo. ou conjunto de ferramentas acionadas por
Se este índice de desempenho tem melhorado, potência para remover material por furo,
ele continua no mesmo sentido; se a qualidade acabamento, modelagem ou para inserir peças
piorou, ele inverte o sentido. A quantidade de em um conjunto. Uma máquina ferramenta
ajuste varia com seu desvio do ponto ideal. pode ser controlada por algum dos seguintes
Depois que uma variável é ajustada, o sistema modos:
vai para a próxima. O sistema continua a 1. Controle contínuo da trajetória da
induzir as melhores condições na planta. ferramenta onde o trabalho é contínuo ou
Uma aplicação típica é no controle de quase contínuo no processo.
fornalha de etileno. 2. Controle ponto a ponto da trajetória da
ferramenta onde o trabalho é feito somente
2.10. Máquina criativa em pontos discretos do conjunto.
Em qualquer caso, as três coordenadas (x,
A máquina criativa projeta circuitos ou
y, z ou comprimento, largura e profundidade)
produtos nunca antes projetados. Exemplo é
devem ser especificadas para posicionar a
um programa de composição de música. A
ferramenta no local correto. Programas de
máquina criativa procura soluções que seu
computador existem para calcular a
programado não pode prever.
coordenada e produzir furos em papel ou fita
Na planta química, é o teste de catalisador.
magnética que contem os dados numéricos
O sistema varia composição, pressão e
realmente usados para controlar a máquina.
temperatura em determinada faixa, calcula o
A produtividade com controle numérico
valor do produto e muda o programa na direção
pode triplicar. No controle numérico, exige-se
de aumentar o valor.
pouca habilidade do operador e um único
2.11. Aprendendo pela máquina operador pode supervisionar mais de uma
máquina.
Neste nível, a máquina ensina o homem. O Se em vez de usar uma fita para controlar a
conhecimento passa na forma de informação. A máquina, é usado um computador dedicado,
máquina pode ensinar matemática ou então o sistema é tecnicamente chamado de
experiência em um laboratório imaginário, com máquina controlada numericamente com
o estudante seguindo as instruções fornecidas computador (CNC). Um centro com CNC pode
pela máquina. Se os estudantes cometem selecionar de uma até vinte ferramentas e fazer
muitos erros, porque não estudaram a lição, a várias operações diferentes, como furar, tapar,
máquina os faz voltar e estudar mais, antes de frezar, encaixar.
ir para a próxima lição. Se o computador é usado para controlar
Assim, todos os graus de automação são mais de uma máquina, o sistema é chamado
disponíveis hoje, para ajudar na transferência de máquina controlada numericamente e
de tarefas difíceis para a máquina e no alívio diretamente. A vantagem deste enfoque é a
de fazer tarefas repetitivas e enfadonhas. habilidade de integrar a produção de várias
Fazendo isso, a máquina aumenta a máquinas em um controle global de uma linha
produtividade, melhora a qualidade do produto, de montagem. A desvantagem é a
torna a operação segura e reduz o impacto dependência de várias máquinas debaixo de
ambiental. um único computador.

4
Automação
3.2. Controlador lógico programável 3.5. Sistema de manufatura flexível
O controlador lógico programável é um A incorporação de máquinas NC, robótica e
equipamento eletrônico, digital, computadores em uma linha de montagem
microprocessado, que pode automatizada resulta no que é chamado
1. controlar um processo ou uma máquina sistema de manufatura flexível. Ele é
2. ser programado ou reprogramado considerado flexível por causa das muitas
rapidamente e quando necessário mudanças que podem ser feitas com
3. ter memória para guardar o programa. relativamente pouco investimento de tempo e
O programa é inserido no controlador dinheiro. Em sua forma final, matéria prima
através de microcomputador, teclado numérico entra em um lado e o produto acabado sai do
portátil ou programador dedicado. almoxarifado em outro lado, pronto para
O controlador lógico programável varia na embarque sem intervenção humana. Hoje isto
complexidade da operação que eles podem existe somente em conceito, embora grandes
controlar, mas eles podem ser interfaceados partes deste sistema já existem.
com microcomputador e operados como um
DNC, para aumentar sua flexibilidade. Por 4. Conclusão
outro lado, eles são relativamente baratos,
fáceis de projetar e instalar. 1. Houve uma revolução industrial com
automação de processos de manufatura.
3.3. Sistema de armazenagem e recuperação 2. Automação é o uso da potência elétrica ou
de dados mecânica controlada por um sistema de
controle inteligente (geralmente eletrônico)
Atividades de armazenar e guardar peças
para aumentar a produtividade e diminuir
são centralizados em torno de inventário de
os custos.
peças ou materiais para, posteriormente, serem
3. A falta de automação pode aumentar o
usadas, embaladas ou despachadas. Em
desemprego.
sistemas automáticos, um computador remoto
4. Automação é um meio para aumentar a
controla empilhadeiras e prateleiras para
produtividade.
receber, armazenar e recuperar itens de
5. A habilidade de controlar os passos de um
almoxarifado. O controle da relação é exato e
processo é a chave da automação.
os itens podem ser usados ou despachados de
6. Avanços na eletrônica tornaram possível o
acordo com os dados recebidos. Os
controle de sistemas complexos, a um
restaurantes da cadeia McDonald’s têm um
baixo custo.
dispensa automática para armazenar batatas
7. Os vários tipos de sistemas de automação
fritas congeladas. Uma cadeia de
que podem ser aplicados a processos
supermercado, tipo Makro, usa um
industriais são:
almoxarifado automatizado para a guarda e
máquina com controle numérico
distribuição automática de itens.
controlador lógico programável
sistema de armazenagem e
3.4. Robótica recuperação de peças
Um robô é um dispositivo controlado a robótica
computador capaz de se movimentar em uma sistema de manufatura flexível
ou mais direções, fazendo uma seqüência de
operações. Uma máquina CNC pode ser
considerada um robô, mas usualmente o uso
do termo robô é restrito aos dispositivos que
tenham movimentos parecidos com os dos
humanos, principalmente os de braço e mão.
As tarefas que os robôs fazem podem ser
tarefas de usinagem, como furar, soldar, pegar
e colocar, montar, inspecionar e pintar. Os
primeiros robôs eram grandes, hoje eles podem
ser pequeníssimos.
Quando uma tarefa é relativamente simples,
repetitiva ou perigosa para um humano, então
o robô pode ser uma escolha apropriada. Os
robôs estão aumentando em inteligência, com
a adição dos sentidos de visão e audição e isto
permite tarefas mais complexas a serem
executadas por eles.

5
Automação
mA e em outras, a saída é apenas
5. Automação de Unidade de digital. Em uma minoria, o sinal padrão é
Producao o analógico de 4 a 20 mA. Os diferentes
fabricantes de transmissores são
5.1. Introdução Fisher&Rosemount, Yokogawa,
Foxboro, Honeywell e Smar.
A Petrobras possui centenas de unidades 2. A maioria das válvulas de controle é
de produção, que são plataformas offshore com atuador pneumático e com
(marítimas) e instalações terrestres, que são posicionadores inteligentes,
controladas e monitoradas por instrumentos 3. Os Controladores Lógico Programáveis
convencionais, relés ou por por sistemas (CLP) existentes são de capacidades
modernos digitais, baseados em Controladores variáveis e de fabricação Rockwell
Lógico Programáveis (CLPs) ligados a (Allen-Bradley), Siemens, Hitachi,
computadores pessoais, que rodam programas Schneider (Modicon), Reliance
aplicativos supervisórios. Os principais (Sistema) e Ge Fanuc.
objetivos dos sistemas de instrumentação e 4. Os programas aplicativos supervisórios
controle são: são o VXL, InTouch (Wonderware),
1. prover segurança aos operadores, Elipse e IFix (Intellution). Estes
equipamentos e meio ambiente, aplicativos rodam em computadores
2. garantir um controle do processo, onde pessoais comuns comercialmente.
os produtos finais estejam dentro das 5. Ainda não há um protocolo digital
especificações estabelecidas pelo padrão para a rede de comunicação. A
pessoal da Qualidade base instalada maior é de HART.
3. fazer medições precisas e exatas, para Atualmente há uma tendência para se
atender as exigências da Agencia usar a tecnologia de Fieldbus
Nacional de Petróleo (ANP), Foundation, porém são também usados
relacionadas com os separadores de os protocolos Modbus e Profibus.
teste dos poços produtores, dados de Com a modernização dos instrumentos se
cabeça de poço e vazões de pretende atingir aos seguintes objetivos:
transferência de custódia de gás e óleo, Melhorar a sintonia das malhas de
através de instrumentos colocados nos processo do processo, otimizando a
dutos que ligam as plataformas ao qualidade dos produtos exportados e
sistema de terra. diminuindo a variabilidade das
4. estabelecer um padrão para a especificações.
operação e manutenção. Aumentar a confiabilidade operacional,
5. monitorar os dutos para detectar diminuindo as intervenções do
anormalidades, vazamentos e situações operador e os tempos de parada de
perigosas. produção.
5.2. Objetivos Implantar filosofia de manutenção
preditiva (manutenção baseada em
Como há plataformas com diferentes graus diagnósticos conseguidos através de
de complexidade, diferentes níveis de monitoração contínua)
automação, diferentes tecnologias, está Reduzir tempos de parada para a
havendo uma atualização contínua da manutenção programada e corretiva.
instrumentação existente e colocando sistemas Reduzir custos de manutenção
modernos, é desejável que se mantenha o corretiva, programada e preditiva.
mesmo ambiente operacional e os mesmos Ter um sistema modular, que seja
recursos e procedimentos de operação e flexível e escalável (possa ser
manutenção em todas as unidades, de forma a aumentado ao longo do tempo)
facilitar a intercambialidade de operadores, Aumentar a segurança operacional do
equipamentos e sobressalentes entre as sistema.
unidades operacionais. Tornar mais precisos e exatos
(confiáveis) os dados de cabeça dos
5.3. Equipamentos existentes poços.
A situação atual dos equipamentos das Estes objetivos são alcançados somente
plataformas é a seguinte: através da implantação de técnicas modernas
1. Os transmissores são inteligentes, de gerenciamento de ativos, que são
alguns já são multivariáveis. Em comercialmente disponíveis no mercado. Estas
algumas unidades o protocolo digital é ferramentas clássicas (e.g., AMS - Asset
superposto ao sinal analógico de 4 a 20 Management System da Fisher Rosemount,

6
Automação
grupo Emerson) permitem ao operador de 2. PSLL (desarme de pressão muito
processo obter a informação em tempo real do baixa),
status de sensores, transmissores e atuadores 3. PSH (alarme de pressão alta),
(que são os equipamentos menos confiáveis e 4. PSHH (desarme de pressão muito alta),
sujeitos aos maiores desvios de operação). 5. TSL (alarme de temperatura baixa),
A implementação de instrumentação 6. TSH (alarme de temperatura alta),
inteligente de campo, a base de 7. DFSH, (alarme de desvio de 2% para a
microprocessador) é também essencial, pois vazão de Gás),
através dela se pode fazer a calibração e 8. DFSHH) Desarme de desvio de 4%
alteração dos parâmetros dos instrumentos de para Gás,
modo remoto. 9. DFSH (Alarme de desvio de 2% para
Óleo),
5.4. Monitoração de dutos 10. DFSHH (Alarme de desvio de 4% para
As unidades terrestres e as plataformas Óleo),
marítimas são interligadas por dutos. Por 11. ESD-1 (Parada pela plataforma),
exigências legais e de normas de meio 12. ESD-2 (Parada pelo Recebedor)
ambiente, é mandatório a implementação de 13. Alarme de falha de comunicação entre
um sistema para monitorar os dutos que as duas extremidades do duto.
interligam as unidades de produção e as Os dados disponíveis em uma estação de
plataformas à terra, para detectar facilmente operação devem ser exatamente iguais aos
vazamentos, reduzir os riscos de acidentes dados da outra estação (espelho), para que os
ambientais e ser integrado com os sistemas de operadores das duas unidades visualizem
parada de emergência. exatamente os mesmos dados, inclusive para
O sistema de monitoração da integridade efeito de leitura.
dos dutos será interligado ao sistema PI (Plant
5.5. Operação da plataforma
Information), que é um programa aplicativo
instalado em toda Petrobras. Este sistema A operação será padronizada de acordo
corporativo pode disponibilizar para as com suas peculiaridades de processo
gerências todos os dados de operação, de totalmente respeitadas e deverá uma filosofia
integridade dos dutos e disponibilidade de única, entre as unidades operacionais da
equipamentos. Petrobas, para permitir a troca entre técnicos
A arquitetura básica para monitoração de de operação e manutenção das duas
dutos consiste de dois CLPs, cada um plataformas.
instalado em cada extremidade do duto,
recebendo informações de vazão volumétrica Sala de Controle
instantânea, pressão estática, temperatura e Toda a supervisão que deverá ser efetuada
densidade do fluido escoado, em forma de sinal pelo sistema supervisório ECOS (que roda em
analógico (4 a 20 mA) ou protocolo digital (e.g., plataforma VXL em base VMS), tendo como
Hart ou Fieldbus Foundation) . Os dois arquitetura de comunicação uma rede Ethernet,
sistemas das extremidades do duto são por onde irão trafegar os dados entre os CLPs,
interligados via rádio-modem, ou rede Internet periféricos, impressoras, chaves, Gateway
(TCP/IP). proprietário do fornecedor do sistema.
Os CLPs vão rodar o programa de lógica Os objetivos destas estações de operação
ladder para executar os alarmes de desvio das são os de::
medições e de desligamento de emergência. 1. Mostrar nas telas os diagramas
Para o operador visualizar e monitorar sinóticos dos processos onde deve
estes dados é usado o supervisório ECOS, existir o P&I (Process & Instruments)
Haverá estações de trabalho em cada uma das simplificado. A tela inicial terá um
plataformas e em cada uma das salas de anunciador de todos os alarmes por
controle de recebimento. equipamentos existentes (processo,
Nas estações de operação vão estar utilidades e segurança) O operador
disponíveis sempre os seguintes dados: poderá navegar entre telas, matriz de
1. Vazões instantâneas, totalizadas e causa e efeitos, tela de controladores
compensadas de óleo e gas 2. Gerar relatórios de eventos ocorridos
2. Pressões, temperaturas e densidades no exato instante do acontecido (tempo
dos fluidos nos dutos estampado em dia, hora, minuto,
O supervisório é programado para fornecer segundo e submúltiplo), em impressora
as informações de alarme e intertravamento de de modo on-line permitindo assim ao
situações anormais e perigosas, tais como: operador identificar com precisão o
1. PSL (alarme de pressão baixa), alarme ocorrido no processo. Os

7
Automação
alarmes terão status de ativo, na condição de TESTE. Com login e
conhecido, não-conhecido e normal. senha adequados, não será permitindo
3. Como relatório adicional, salvo em que alguém no campo coloque o painel
disco e que sempre que solicitado pelo em teste sem conhecimento do
operador deverá disponibilizar na tela, operador.
janelas de gráficos, onde serão 9. Instalar um painel de controle, com o
acompanhados os valores de registro objetivo de acomodar as estações
de PIT,TIT, FIT substituindo assim os ECOS, micros para manutenção da
atuais registradores gráficos circulares rede de CLPs, e um micro para
do campo. Devem também ser manutenção da rede Fieldbus
registradas em disco rígido a Foundation.
temperatura de entrada TIT do manifold 10. O micro de manutenção da rede
e pressão estática de entrada PIT, ou Fieldbus Foundation deve ter as
seja na cabeça dos poços. (O código funções de gerenciamento da rede
de cores é: cor vermelha para vazão, FIELDBUS e também ser capaz de
azul para pressão e verde para operar a planta de processo em caso
temperatura). de emergência, interagindo com a
4. As tomadas de impulso da pressão planta de processo com a mesma
diferencial através da placa que vão capacidade da ECOS, gerando
para os registradores circulares devem relatórios e coletando dados também
ser mantidas, para eventual uso dos para ANP, comunicando também com
FR/ PR/TR. os computadores de vazão. Esta
5. As informações de operação dos facilidade ficará a cargo do
módulos existentes nos instrumentos Administrator da rede de automação,
eletrônicos da rede Fieldbus com LOGIN e SENHA, pois esta
Foundation devem estar disponíveis, condição e uma possibilidade
permitindo assim operar a planta a emergencial para operar a planta de
partir da ECOS Estes sinais incluem: processo em caso extremo.
variável de processo (PV), sinal de set
point (SP), sinal de saída para a válvula Painéis Locais
(MV) e janela indicando os valores em O painel local deve ser concebido um para
unidades de engenharia e possibilidade cada equipamento ou vaso, ou quando
de transferência de automático para possível, de um para mais de um equipamento
manual e vice-versa. de um mesmo sistema. Ele deve ser
6. A matriz de causa e efeitos deve ser implantado de modo a facilitar
gerada na ECOS facilitando assim a 1. a montagem dos instrumentos de campo,
visualização rápida da lógica de 2. o arranjo de cabos,
processo, bem como através da 3. a acomodação de dispositivos para
mesma efetuar by-pass de conexão em Fieldbus Foundation,
instrumentos de entradas digitais ou 4. a agilidade de manutenção e operação
override dos dispositivos de saída dos mesmos
digitais. Os painéis locais devem acomodar na parte
7. Deve ainda haver um arquivo de frontal, todas as sinaleiras dos instrumentos de
relatório onde se possa armazenar toda campo instalados no equipamento ou vaso,
ação efetuada pelo operador, na ECOS oriundas de
sempre que a condição normal de pressostatos,
processo venha a ser alterada por chaves de nível,
necessidade de manutenção ou termostatos que causem ESD-2
operação, disponibilizando assim dados (Emergency Shut-Down, nível 2),
para análise de ocorrências anormais botoeiras de PARTIDA/PARADA de
na planta de processo. Para simples motores,
navegação pelas telas da ECOS, não chaves de comando de bombas LOCAL
se deve ter nenhum tipo de solicitação ou REMOTO,
de login e senha. A ECOS deve botoeiras de TESTE LÂMPADAS e
somente solicitar o login do operador REARME local,
sempre que algum parâmetro for ser chaves de Painel em TESTE ou
alterado, colocado em regime de By- NORMAL.
Pass ou Override, No topo do painel deve ser instalado um
8. Utilizar a ECOS de maneira a permitir sistema de calibração hidráulico, composto de
ou não a habilitação dos painéis locais engate rápido,

8
Automação
manômetro com a faixa dentro do valor Indicação de alarme por equipamento
necessário para cada equipamento que no anunciador de alarme RONAN
este painel estiver associado, instalado na sala de controle das
válvulas de três vias do tipo esfera para plataformas.
alinhar os pressostatos que serão Indicação do evento registrado na
instalados na lateral deste painel, para impressora, imprimindo a data, hora,
a condição de teste ou processo. minuto e a descrição do alarme.
Este sistema instalado sobre o painel local Após o alarme efetuado, e a lógica de
visa otimizar a manutenção e calibração de segurança ter atuado, o operador deverá ir até
instrumentos, tais como pressostatos, o equipamento em questão, verificar todo o
termostatos e chaves de nível. equipamento, as causas do determinado
Quando se acionar a botoeira de TESTE do alarme, e depois de normalizado todas as
painel local para a posição TESTE, deve ser condições externas pertinentes ao
gerado na ECOS uma solicitação para equipamento, efetuar o RESET do painel local.
habilitação do teste ao operador na sala de Caso a condição para o alarme desapareça, a
controle, que irá monitorar a execução dos lâmpada no painel local irá apagar, permitindo
trabalhos ou partida, garantindo assim a assim que o operador na sala de controle
segurança de uma operação assistida possa efetuar o MASTER RESET (tanto pela
obrigatoriamente pelo operador na sala de ECOS, como por uma botoeira de RESET
controle. Após a habilitação ter sido efetivada instalada no PN-001, instalado na sala de
no painel, será permitido ao campo efetuar as controle.), que permitirá remover a condição
manobras, quer sejam para operação ou segura de ESD-2 indicada no anunciador de
manutenção do equipamento solicitado. Por se alarmes e colocar novamente a plataforma em
tratar de uma condição anormal de operação, condição normal de funcionamento.
esta operação exige um período de tempo para A sinalização no painel local, no anunciador
se manter nesta condição, portanto o teste será RONAN ou na tela da ECOS indica que a
habilitado por, no máximo, 60 minutos, Depois planta está passando por uma condição
de um período de 55 minutos, o painel estará anormal> Assim, para a plataforma estar
com suas saídas de shutdown inibidas, operando em condição normal, nenhum alarme
indicando no painel local ECOS, registros de deve estar ativado.
eventos em que situação o referido painel se Sempre que for efetuado um By-Pass,
encontra. porém não derrubará a planta de Forces ou Override, o operador deve
processo. Após este período, ou seja, nos 5 comunicar seu supervisor a condição do
minutos restantes, deverá ser gerado um processo e acionar a manutenção para
alarme na ECOS, com lâmpadas piscando no tomadas das medidas necessárias, visando a
painel local, indicando que o período de tempo solução da anomalia.
está para expirar, dando ao operador
possibilidade de revalidar ou não a condição. Rede Fieldbus
Caso o operador não revalide o tempo de teste, Na arquitetura de Fieldbus Foundation, os
o CLP entenderá que não está sendo feita controles analógicos para a planta de processo
nenhuma intervenção no mesmo e após esses são separados dos alarmes e controles lógicos.
5 minutos, colocará automaticamente o painel Por isso, a aquisição de dados de controle
na condição NORMAL, onde caso exista algum através da rede Fieldbus Foundation ou 4 a 20
alarme já em andamento efetuará a lógica de mA quando aplicável, deverá ser processada
segurança parando o processo. por um controlador dedicado a essa função
Em caso de parada de processo, a causa denominado Gateway proprietário (e.g., Delta
estará disponível para o operador de várias V, se o fornecedor for a Fisher Rosemount)
maneiras para identificar: instalado no interior do painel e os sinais de
Indicação visual do alarme no painel controle para shutdown e alarmes deverão ser
local. processados por um CLP também instalado
Indicação sonora na planta de neste painel, estando próximo um do outro de
processo. maneira a interliga-los, formando assim a base
Indicação visual na ECOS e sonora no da automação da planta de processo.
painel de controle onde estarão O processador do Gateway irá receber os
acomodados os computadores, e será dados dos instrumentos de transmissão de
gerado automaticamente um arquivo nível, pressão, temperatura, vazão e enviará
para armazenar todo evento gerado na essa informação para a estação ECOS, que
ECOS em disco rígido para análise será responsável pela interface entre o
posterior. operador e o sistema digital instalado (e.g.,
Delta V). O computador que gerencia a rede

9
Automação
Fieldbus Foundation também estará Como se tem painéis locais, um para cada
recebendo os dados deste Gateway. equipamento, a rede Fieldbus Foundation deve
Através dos valores analógicos em ser projetada, instalada e configurada para que
unidades de engenharia, proveniente do um instrumento de uma malha não atue uma
instrumento de controle de campo, será válvula que esta conectada a outra malha.
possível gerar alarmes digitais intermediários
pelo supervisório ECOS. Estes alarmes Manutenção Preditiva
precursores de alto (H) e baixo (L), ocorrem O Gateway proprietário disponibilizará em
antes dos desarmes de muito alto (HH) e de um computador instalado na sala de controle
muito baixo (LL). O instrumento de campo da através de um programa de gerenciamento,
rede Fieldbus Foundation envia sinais para o todos os dados possíveis dos instrumentos
controle e a ECOS gera os alarmes acoplados à rede FF,
intermediários (que não desarmam), e os sinais 1. Indicação de possíveis falhas dos
de desarme serão gerados nos instrumentos instrumentos, vida útil e status,
físicos, tipo chave de campo, como facilitando assim a manutenção
pressostato, termostato ou chaves de nível e periódica pré-programada.
vazão. Ou seja, os alarmes são gerados por 2. Visualização e configuração geral da
chaves virtuais e os desarmes por chaves rede FF, para reconfiguração,
físicas, independentes entre si. assinatura de instrumentos pela rede e
Como se utiliza uma rede de controle interoperabilidade.
analógica inteligente, o módulo lógico PID de
controle deve ser configurado, sempre que Operação da planta Via FIELDBUS
possível, no respectivo posicionador da válvula
de controle da malha em questão (LCV, PCV, O sistema de controle ECOS utiliza o
TCV ou FCV). Supervisório aplicativo VXL, que é muito
Com a filosofia de painéis locais, a rede confiável, por usar equipamentos de médio
FIELDBUS estará disponível dentro destes porte de hardware e rodar sobre um sistema
painéis, com conexões reservas para operacional muito estável e também
instalação de terminais de manutenção no comprovado, denominado VMS. Porém, em
campo, que pode ser feito por terminal portátil caso de uma falha da interface com a ECOS, a
(HHT - Handheld Terminal), ou por computador rede FF mantém a planta funcionando
portátil (notebook). normalmente nas configurações existentes dos
Como o sistema de segurança aplicado ao instrumentos, e mesmo assim, caso seja
sistema é o de segurança intrínseca (Ex-i), é necessário alterar qualquer valor nos
permitido fazer a manutenção ou operação dos controladores da planta, (e.g., set points de
equipamentos a quente, podendo abrir o painel pressão ou nível ou alterações na sintonia PID
e efetuar a conexão ou desconexão da fiação do controlador), estas alterações poderão ser
da rede Fieldbus Foundation. Pelo conceito de efetuadas através deste micro.
segurança intrínseca, qualquer centelha gerada Este micro deverá ser conectado a uma
tem energia insuficiente para provocar ignição impressora matricial e gerar relatórios tanto
ou explosão da mistura gasosa flamável ou para a manutenção, como para a operação,
explosiva. Instrumentos que não sejam Ex-i, conforme a configuração e programação. Para
como à prova de chama ou explosão (Ex-d) que isso seja possível, este CP deve ter dois
não podem ser abertos na área, quando discos rígidos e um sistema supervisório capaz
energizados. de interagir com o Gateway proprietário.
Caso seja necessária alguma intervenção
no controle diretamente no campo, dentro do CP para o CLP
painel, basta conectar o notebook no bloco Como a linguagem e o programa de
Fieldbus Foundation e se terá acesso à rede configuração dos CLPs são diferentes da
dedicada a determinado painel, e assim mudar linguagem e do programa do sistema digital a
os parâmetros das ações de controle PID ser instalado (e.g., Delta V) e como a filosofia
(proporcional, integral e derivativa), para da planta de processo é separar controle
otimizar a estabilidade do processo, como analógico do processo dos alarmes e desarmes
também uma reconfiguração da rede local. digitais, será instalado outro CP na sala de
Para uma ampla visualização da rede controle que terá a função de
dentro do painel será instalado o bloco para 1. Fazer manutenção nos CLPs da planta
visualização de toda a rede ou por de processo
equipamento, dependendo então da posição 2. Restaurar os arquivos do CLP,
onde o técnico de operação ou manutenção 3. Reconfigurar o programa ladder
conectar o notebook.

10
Automação
Neste CP deve ser possível efetuar valores elemento primário a placa de orifício instaladas
forçados no programa ladder, simulações de em porta-placa Daniel ou entre flanges. Os
by-pass nos instrumentos da planta, tendo sensores de pressão, temperatura, densidade e
assim uma excelente ferramenta de pesquisa vazão dos computadores de vazão serão
de defeitos. instalados nos separadores de teste, na linha
Neste CP será rodado um programa de gás combustível, na linha do flare e nos
aplicativo proprietário de cada CLP, que será SKIDS de medição, onde o somatório das
responsável pela interface da manutenção com vazões instantâneas e totalizadas, estarão
a rede de CLPs, permitindo a alteração do disponíveis em relatórios e arquivos na ECOS.
diagrama ladder, fazer força de pontos, As medições deverão ser enviadas a um
imprimir o diagrama ladder. computador de vazão destinado a esse fim
Com o aplicativo supervisório poderá atendendo as normas AGA oou ISO vigentes e
também ser gerado um registro de eventos. aceitas pela ANP
Os medidores de vazão de vazão de óleo e
No breaks e Carregadores de Baterias. condensado são do tipo Coriolis ou
Em caso de falha (tensão abaixo ou acima totalizadores de vazão com Deslocamento
de valores predeterminados) ou de falta de positivo. A precisão das medições fiscais deve
energia elétrica na plataforma, estão sendo ser melhor que de ±0,2 % do valor medido. As
considerados dois equipamentos de energia medições serão feitas nos separadores de
ininterruptível (no breaks). Este equipamento teste, na linha de produção, na estação de
de fonte ininterrupítvel fornecerá energia para medição(skids), trem “A” e “B”, sendo estas
as duas estações ECOS, para os dois CPs e medições enviadas a computadores de vazão
para impressora, por um período minimmo de dedicados a esse fim atendendo às normas API
30 minutos. Estes no breaks deverão ser vigentes e aceitas pela ANP. A medição de
instalados dentro do CP-001e ter baterias Óleo e condensado deve também ser enviadas
seladas para evitar emissão de gases na sala para a ECOS e gerar os relatórios necessários.
de controle. Para medir água, serão usados os
No caso de P-XIV, como o container de medidores magnéticos, desde que
produção deixará de ser sala habitada, deverão condutividade mínima seja maior que 0,1
ser instalados dentro deste container dois μS/cm. Na impossibilidade de ser utilizado este
conjuntos de carregadores de bateria e seus instrumento (condutividade menor que a
respectivos bancos de baterias, incluindo um mínima requerida), serão usados medidores a
painel de distribuição 24 V cc, com capacidade deslocamento positivo ou sistema com placa de
suficiente para atender toda a demanda de orifício, estando os medidores conforme
carga exigida para o correto funcionamento de solicitação do regulamento da ANP. Estas
toda sinalização, instrumentos, solenóides, medições também serão enviadas para a
rádios-modem, CLP, sistema digital de controle ECOS e gerarão os relatórios necessários
(e.g., Delta V). A leitura precisa de cabeça de poço deve
A filosofia para a distribuição da tensão de ser considerada em toda arquitetura, pois
24 V cc deve ser realizada através de um fornece ao pessoal de reservatório, os dados
painel com chaves dedicadas para cada banco confiáveis de acompanhamento do
(BANCO 1, DESLIGADO, BANCO 2 ) com comportamento do poço. Este
disjuntores de proteção dos barramentos, acompanhamento será efetuado por
indicação da tensão de cada barramento e transmissores de pressão e temperatura.
pontos de testes por bornes com indicação de
positivo e negativo. Gerenciamento corporativo
Uma das muitas vantagens de um sistema
Atendimento aos procedimentos da ANP automatizado, advém de sua disponibilidade
Nos Separadores de testes, todos os operacional, e confiabilidade, portanto após a
instrumentos de medição das variáveis críticas implementação do projeto a planta deverá
(temperatura, pressão, densidade e vazão) atingir o patamar de disponibilidade de
deverão ter características metrológicas 100 % de operação.
(repetitividade, exatidao, drift com a Mesmo obtendo e mantendo 100 % da
temperatura e com o tempo calendário) que operacionalidade da planta de processo, não
atendam às exigências da ANP. haver agressão a nenhum fator de : segurança,
Para atender o regulamento técnico da meio ambiente e saúde ocupacional.
ANP, as medições da vazão de gás produzido A planta de processo deve sempre atingir a
deverão ser compensadas pela pressão condição de segurança, exigido por cada
estática e temperatura, através de projeto das plataformas, quando os parâmetros
computadores de vazão, utilizando como de controle operacional ultrapassar os limites

11
Automação
de operação: de nível, pressão, temperatura, supervisório o local do sinistro e ativar
vibração e ruído. Para isso, devem ser usadas automaticamente as bombas de incêndio.
chaves automáticas que forneçam alarme nos Todos os alarme de falha devem ser
pontos de alto (H) ou baixo (L) e desarme nos encaminhados a ECOS.
pontos de muito alto (HH) ou muito baixo (LL).

Niveis de Parada de Emergência (ESD)


Há os seguintes níveis de parada de
emergência (ESD):
ESD-1 Parada individual por
Equipamento - Por motivo de segurança
operacional específica, para cada
equipamento.
ESD-2 - Parada de Produção - Para a
planta de processo, isolando a entrada e saída
de liquido dos vasos, abrindo a PV de gás em
plantas de óleo e mantendo pressurizados os
vaso em planta de gás. Devem ser fechadas as
válvulas Wing e Master das cabeças de poços
na arvore de natal seca ou molhada.
ESD-3 - Parada de Produção - Idem ao
ESD-2, porém fecham também as válvulas de
segurança DHSV ou SSSV
ESD-4 Preparacao para Abandono -
Isolação das válvulas de desligamento
(shudwon valves) de entrada e saída de liquido
dos vasos, despressurizarão da planta de
processo, Isolação elétrica

Segurança dos Vasos da Planta de


Processo e Manifold
Todo Vaso deve possuir válvulas de
desarme (SDV - shudown valve) de isolação da
corrente de liquido, bem como as LV’s devem
ser concebidas na falta de ar fecha (ação ar
para abrir).
As PV’s de gás devem ser concebidas na
falta de ar abre. Porém, em plantas de gás
deve existir solenóide na lógica que garanta o
fechamento (desde que não falte ar de
instrumento), das PV de gás garantindo assim
a planta pressurizada.
Todo Manifold deve possuir SDV de
isolação de suas saídas para as entradas dos
Vasos Separadores.
Sempre devera existir uma SDV na saída
da Plataforma para o duto.

Monitoração de Fogo & Gás.


Toda plataforma deve possuir sistema de
detecção de fogo e gás, podendo utilizar
sensores de ultravioleta, sensores
termovelocimétricos, sensores de fumaça,
sensores de Gás Metano, sensores de Gás
H2S, conforme as necessidades do estudo de
cada plataforma, lembrando que devem sr
efetuada por votação de 2 sensores por zona
para ocasionar o ESD-3 e apenas um sensor
alarme em toda a plataforma, indicando no

12
2. Componentes
Objetivos de Ensino
1. Descrever e aplicar vários arranjos do chaveamento elétrico.
2. Desenhar os símbolos para botoeiras, chaves liga-desliga, lâmpadas pilotos e contatos de
relés.
3. Descrever o solenóide elétrico e suas aplicações.
4. Descrever a construção e operação de diferentes tipos de relés.
5. Dar o conceito e mostrar as aplicações da válvula solenóide
6. Listar e descrever as proteções de circuito.

1. Introdução 2. Chave
A automação eletrônica possui vários
componentes com partes e peças mecânicas. 2.1. Conceito
O funcionamento destes componentes sempre A chave é um componente eletromecânico
envolve movimento mecânico. As partes usado para ligar, desligar ou direcionar a
mecânicas da eletrônica são chamadas corrente elétrica, através de um acionamento
também de peças móveis. Por causa de seu mecânico manual ou automático. A chave de
movimento mecânico elas apresentam as duas posições é um componente binário de
seguintes desvantagens: circuito simples e fundamental, com uma
1. sofrem desgaste com o uso e portanto entrada e uma saída.
possuem vida útil limitada A saída é alta quando a entrada é alta e a
2. podem ficar emperradas e portanto são saída é baixa quando a entrada é baixa. A
pouco confiáveis entrada da chave é uma força mecânica e a
3. são relativamente lentas comparadas saída é uma tensão elétrica. A chave estática o
com as operações puramente semicondutor possui na entrada e saída sinais
eletrônicas elétricos. A chave é adequada para teclados e
4. podem apresentar sujeira e umidade entrada de dados em sistemas digitais.
que atrapalham o seu funcionamento, O inversor é uma variação da chave. O
5. quebram mais facilmente, por causa da inversor é também um dispositivo binário, com
fadiga e desgaste. uma entrada e uma saída, de modo que a
6. seu funcionamento pode ser perturbado saída é alta, quando a entrada for baixa e saída
por vibração e choque mecânico. é baixa, quando a entrada for alta. O inversor é
7. produzem barulho quando mudam o um bloco construtivo do sistema digital mais
estado. poderoso e fundamental que a chave pois a
Os principais componentes mecânicos da chave pode ser construída a partir de dois
eletrônica (eletromecânicos) são a chave liga- inversores em série e nenhuma combinação de
desliga (toggle), chave botoeira (push button), chaves pode produzir um inversor.
chave seletora, chave automática acionada por As características desejáveis da chave
variável de processo (termostato, pressostato, 1. alta velocidade
nível, vazão, posição), relé, válvula solenóide e 2. alta confiabilidade
disjuntor. 3. entrada e saída elétricas
4. pouca energia consumida
5. baixo custo
Os tipos mais comuns de chaves manuais
usadas em sistemas eletrônicos são os
seguintes:
1. chave liga-desliga (toggle)
2. chave botoeira (push button)
3. chave seletora

13
Componentes
Tab. 2.1. Símbolos usados em sistemas de segurança
2.2. Polos e Terminais
Embora exista uma grande variedade de
Contato elétrico, chaves elétricas, há vários termos que são
normalmente aberto (NA) comuns quando se descreve a construção de
qualquer chave.
A haste ou parte da chave que é movida
Contato elétrico, para abrir ou fechar um circuito é chamada de
normalmente fechado (NF) pólo da chave. Se uma chave tem somente um
pólo, ela é chamada de chave de único pólo
Chave de vazão, (single pole switch). Se ela possui dois pólos, é
normalmente aberta (NA) chamada de chave de duplo pólo. A chave
Chave de vazão, pode ter também três, quatro ou qualquer outro
normalmente fechada (NF) número de pólos, quando é chamada de triplo
Chave de nível, pólo, e multipolo.
normalmente aberta (NA) Se cada contato alternadamente abre e
Chave de nível, fecha somente um circuito, a chave é chamada
normalmente fechada (NF) de único terminal (single throw). Quando o
Chave de pressão, contato é de dupla ação, ou seja, abre um
normalmente aberta (NA) circuito enquanto simultaneamente fecha outro,
Chave de pressão, a chave é chamada de duplo terminal (doble
normalmente fechada (NF) throw)..
Chave de temperatura, Assim, pode haver uma combinação de
normalmente aberta (NA) pólos e terminais; tendo-se
1. single-pole, single-throw (SPST),
Chave de temperatura, 2. single-pole, double-throw (SPDT),
normalmente fechada (NF) 3. double-pole, doble-throw (DPDT).
Esta nomenclatura se aplica também aos
Chave limite, normalmente contatos de relés (relé é uma chave operada
aberta (NA) pela ação magnética).
Chave limite, normalmente A chave elétrica básica é a de simples pólo
fechada (NF) e simples terminal, SPST.
Quando a chave estiver na posição
Lâmpada de sinalização desligada (OFF), o circuito está eletricamente
aberto entre M e N. Quando a chave é mudada
para a posição ligada (ON), cria-se um circuito
Buzina de ligação entre os pontos M e N. Esta chave
pode ser normalmente aberta (NA) ou
Válvula solenóide de duas normalmente fechada (NF). A chave NF SPST
vias é um curto-circuito entre M-N quando desligada
e é um circuito aberto entre M-N quando ligada.
Válvula solenóide de três É fundamental definir o tipo, NA ou NF, quando
vias escolher a chave para uma aplicação.
Outro tipo de chave possui polo simples e
duplo terminal, abreviado SPDT. O circuito de
M é chaveada entre N e O, quando a chave é
ligada ou desligada.
Quando se quer ligar dois circuitos
separados em ON e OFF simultaneamente.
Pode-se usar duas chaves SPST. Na prática,
usa-se a chave DPST. Ela consiste de duas
chaves SPST em um único corpo. Quando se
quer duas chaves simultaneamente em duplo
polo, usa-se a chave DPDT. Este arranjo de
chaveamento pode ser expandido para três
pólos ou mais, como necessário.
Dois outros tipos de configurações são:
Fig. 2.1. Conceito de chave
1. retorno de mola
2. centro desligado

14
Componentes
Atuando a chave SPST com retorno de 2.4. Chave Botoeira
mola, fecha-se M-N. Porém, quando a chave é
liberada, sua mola torna-a desligada. Ela não A chave botoeira (push button) é projetada
permanece na posição fechada, como uma para abrir ou fechar um circuito quando
chave normal o faz. acionada e retornar à sua posição normal,
A chave com centro desligado possui três quando desacionada. O contato é não
posições. Ela também pode ter retorno por retentivo, ou seja, o contato só permanece na
mola para a posição central desligada. posição alterada enquanto a chave estiver
acionada; o contato volta para a posição
normal quando se tira a pressão da chave. O
contato é momentâneo e o seu retorno é
causado por uma mola. Normalmente aberto ou
normalmente fechado significa que os contatos
estão em uma posição de repouso, mantidos
por uma mola e não estão sujeitos a nenhuma
força externa mecânica ou elétrica.
A botoeira normal tem retorno de mola, de
modo que ela é não sustentável. A botoeira
mais usada é do tipo SPDT. Quando a botoeira
é apertada, o circuito entre M-N é aberto e O-P
é fechado. Quando ela é solta, fecha M-N e
abre O-P eletricamente. Algumas botoeiras
podem ter três, quatro ou mais pólos,
aumentando sua capacidade de chaveamento.
Fig. 2.2. Arranjos de chaveamento elétrico A botoeira é usada em controle de motores,
onde ela serve para partir, parar, inverter e
acelerar a rotação do motor. A chave botoeira é
usada tipicamente em chaves de acionamento
de campainha e chave de segurança de
2.3. Chave Liga-Desliga motores. Ela é disponível em várias cores,
A chave liga-desliga (toggle) possui uma identificações, formatos, tamanhos e
haste ou alavanca que se move através de um especificações elétricas.
pequeno arco fazendo os contatos de um
circuito abrirem ou fecharem repentinamente. O
fato de o contato abrir ou fechar muito
rapidamente reduz o arco voltaico e garante um
curto-circuito seguro. O acionamento da chave
toggle é retentivo, ou seja, a chave é ligada por
um movimento mecânico e os contatos
permanecem na posição alterada, até que a
chave seja acionada no sentido contrario. A
chave toggle tem uma pequena protuberância
saindo do eixo. O eixo toggle é empurrado para
cima ou para baixo para produzir o
chaveamento. Fig. 2.4. Chave botoeira com lâmpada piloto
Tais chaves são tipicamente usadas em
pequenos equipamentos com pouco espaço
disponível no painel.
2.5. Chave Seletora
A chave seletora ou rotatória fecha e abre
circuitos quando é girada entre posições. O
knob da chave é girado e não apertado, como
nas chaves botoeira. Um contato fixo ao eixo
gira por meio de um knob ligado à outra
extremidade do eixo. O contato se move ao
longo de um circulo de material isolante que
possui tiras de material condutor colocadas ao
Fig. 2.3. Chave liga desliga (toggle) longo da circunferência. Quando o eixo gira de
uma posição para a próxima, o contato rotativo

15
Componentes
faz a ligação para as tiras condutoras. Isto com a chave apropriada que provoca curto-
fecha e abre contatos desejados. Há uma circuito, tem-se uma baixa resistência de
marcação externa no knob para localizar a alguns ohms.
posição da chave.
A chave seletora é usada para selecionar 2.6. Critérios de Seleção
duas, três, dez ou mais posições. Ela é usada O tipo de chave escolhida para uma
tipicamente para selecionar diferentes faixas de determinada aplicação depende de muitos
medição de instrumentos, selecionar canais da fatores, como:
televisão, selecionar funções de um 1. a configuração, que determina número
amplificador. de pólos e terminais
Se a chave rotatória é do tipo de curto- 2. a tensão a ser chaveada e o tipo de
circuito, o seu contato girante faz a ligação com corrente (ca ou cc)
o próximo terminal antes de abrir o contato com 3. o valor da corrente a ser chaveada e a
a posição atual. Esta chave é chamada de corrente a ser percorrida após o
make-before-break (fecha-antes-de-abrir). Tal chaveamento
característica de curto-circuito fornece proteção 4. o ciclo de vida necessário em número
para certos instrumentos ou equipamentos. de atuações
Há também chave rotatória do tipo não 5. as considerações ambientes, como
curto-circuito. Esta chave abre o circuito atual vibração, temperatura, umidade,
antes de fechar o circuito seguinte. Ela é agressividade do ambiente
também chamada de break-before-make (abre- 6. o tamanho físico necessário
antes-de-fechar). 7. a velocidade de atuação
Um anel metálico é montado sobre um 8. a capacitância parasita
wafer fenólico, não condutor. As ligações 9. opções, como lâmpada piloto embutida,
elétricas são feitas em um suporte que desliza chave de trava.
no anel metálico, quando ele gira. O wafer é
girado para posições específicas para
3. Chaves Automáticas
conseguir o chaveamento.
Na chave fechar-antes-abrir de não curto, As chaves vistas até agora eram acionadas
indo de A para B, o circuito é completamente manualmente. Assim que o operador aperta o
aberto na posição intermediária, como seu acionamento, seus contatos mudam de
mostrado. Para a chave abrir-antes-fechar, estado. Quando os contatos são retentivos,
fazendo curto, o anel giratório tem uma eles permanecem mudados quando o operador
saliência mais larga. A largura da saliência retira a pressão de acionamento. Quando são
excede a distância A-B. O circuito fica portanto não retentivos, os contatos voltam a posição
ligado a A e B na posição intermediária. original quando a chave deixa de ser apertada.
Um exemplo mostra onde cada tipo de Existem chaves automáticas, cuja operação
chave deve ser usado. O voltímetro deve ter é determinada pela posição de algum
uma chave seletora que não provoque curto- dispositivo ou pelo valor de alguma quantidade
circuito. Entre faixas, a chave desliga a tensão física. Sistemas mais complexos podem ter
para o galvanômetro. Se fosse usada uma chaves ligadas de um modo intertravado, tal
chave de fazendo curto-circuito, os resistores que a operação final de uma ou mais chave
seriam em paralelo. A baixa resistência depende da posição das outras chaves
temporária, 19,3 kΩ, permitiria que o excesso individuais.
de corrente fluísse no galvanômetro. Neste As principais chaves automáticas são:
caso, o galvanômetro deveria suportar uma pressostato, termostato, chave de vazão, chave
corrente cinco vezes maior. de nível e chave fim de curso.
De modo contrario, o amperímetro deve ter
uma chave que provoque curto-circuito. Se 3.1. Pressostato
fosse usada uma chave que provocasse Pressostato é uma chave automática
circuito aberto, o galvanômetro deveria suportar comandada pela pressão. Embora a maioria
uma corrente 100 vezes maior que a das chaves seja elétrica, ela também pode ser
especificada. Para cada faixa de corrente, um hidráulica ou pneumática. Um pressostato
resistor paralelo é percorrido por uma corrente elétrico muda os estados dos seus contatos
apropriada, com mostrado. Se não houvesse quando a pressão atingir determinado valor
um resistor paralelo ligado no circuito entre as crítico, pré-ajustado.
posições das faixas, toda a corrente da linha
deveria passar pelo galvanômetro. Para uma
corrente de linha de 100 mA, isto é 100 vezes a
corrente especificada. Durante o chaveamento,

16
Componentes
atingir um valor alto determinado e deve ser
religado quando a temperatura atingir um valor
baixo determinado. Ajustes convenientes no
termostato permitem que o condicionador
opere entre estes dois valores críticos de
temperatura.
O termostato é um modo simples e barato
de executar o controle liga-desliga de
processos envolvendo temperatura. O
termostato também pode servir de proteção de
um sistema de controle de temperatura. Um
Fig. 2.5. Chave de pressão ou pressostato controlador convencional fornece uma
temperatura constante, dentro da banda
proporcional. Quando, por algum problema do
controlador ou do sistema, o controlador perde
o controle e a temperatura tende para valores
O pressostato é um modo simples e barato perigosos de muito baixa ou muito alta
de executar o controle liga-desliga de temperatura, o pressostato desliga o sistema.
processos envolvendo pressão. Por exemplo,
um compressor de ar deve ser desligado
quando a sua pressão atingir um valor alto
determinado e deve ser religado quando a
pressão atingir um valor baixo determinado.
Ajustes convenientes no pressostato permitem
que o compressor opere entre estes dois
valores críticos de pressão.
O pressostato também pode servir de
proteção de um sistema de controle de
pressão. Um controlador convencional fornece
uma pressão constante, dentro da banda
Fig. 2.6. Chave de temperatura ou termostato
proporcional. Quando, por algum problema do
controlador ou do sistema, o controlador perde
o controle e a pressão tende para um valor
perigoso de alta pressão, um pressostato
desliga o sistema. Como o termostato é comandado pela
Deve-se diferenciar bem a proteção temperatura, ele deve ter um sensor de
fornecida pelo pressostato e a proteção temperatura, geralmente mecânico, como
oferecida pela válvula de alivio ou de bimetal ou enchimento termal. Termostatos são
segurança. O pressostato protege o sistema de comuns em condicionadores de ar, geladeiras
pressão desligando um motor elétrico que faz a e motores.
pressão subir. A válvula de alivio e a de 3.3. Chave de Vazão
segurança protege o sistema de pressão
diminuindo diretamente a pressão do sistema, Chave de vazão (flow switch) é uma chave
jogando para a atmosfera o fluido de alta comandada pela vazão. Uma chave elétrica
pressão. muda os estados dos seus contatos quando a
Como o pressostato é comandado pela vazão de um fluido atinge determinados valores
pressão, ele deve ter um sensor de pressão, críticos. Por exemplo, por segurança, um
geralmente mecânico como o bourdon C, fole, sistema de lubrificação com óleo pode ser
espiral ou helicoidal. Muitas pessoas chamam o desligado por uma chave de vazão, quando a
pressostato de indicador de pressão ou de vazão do lubrificante ficar menor que um valor
sensor de pressão, erradamente. critico ajustado na chave. Ajustes convenientes
na chave de vazão permitem que o sistema de
3.2. Termostato lubrificação opere de modo seguro acima de
Termostato é uma chave automática um valor critico da vazão do lubrificante.
comandada pela temperatura. Uma chave A chave de vazão é um modo simples e
elétrica muda os estados dos seus contatos barato de executar o controle liga-desliga de
quando a temperatura atinge determinados processos envolvendo vazão. A chave de
valores críticos. Por exemplo, por economia e vazão também pode servir de proteção de um
segurança, um condicionador de ar deve ser sistema de controle de vazão. Um controlador
desligado quando a temperatura do ambiente convencional fornece uma vazão constante,
dentro da banda proporcional. Quando, por

17
Componentes
algum problema do controlador ou do sistema, Como a chave de nível é comandada pelo
o controlador perde o controle e a vazão tende nível, ela deve ter um sensor de nível
para valores perigosos muito baixo ou muito preferivelmente mecânico, como uma bóia
alto, a chave de vazão desliga o sistema. flutuadora. A operação da chave pode ser
Como a chave de vazão é comandada pela controlada pelo movimento para cima ou para
vazão, ela deve ter um sensor de vazão ou ser baixo de uma bóia que flutua na superfície do
acionada diretamente pela passagem do fluido. liquido. O movimento da bóia causa uma haste
As chaves de vazão podem operar com operar a chave. A chave acionada muda os
líquidos ou com gases (airflow switch). Há seus contatos. Os contatos da chave fazem
chaves de vazão térmicas ou mecânicas. A parte do sistema de alimentação do motor da
chave é inserida na tabulação de modo que a bomba. O arranjo dos contatos, se NA ou NF,
vazão do fluido passa em seu interior. Quando depende se a bomba está enchendo o tanque
a vazão atinge valores críticos ajustados na ou esvaziando-o, se o tanque é seguro quando
chave, os seus contatos mudam para energizar vazio ou cheio.
bobinas de starter de motor de bomba ou de
compressor. 3.5. Chave Limite ou Fim de Curso
A chave limite ou fim de curso é acionada
automaticamente pelo movimento de alguma
maquina ou dispositivo. Ela deve ter uma
resposta instantânea e ser confiável.
Em geral, a operação de uma chave limite
começa quando uma peça em movimento bate
em uma alavanca que atua a chave. Quando
acionada, a chave muda os seus contatos.
O tamanho, força de operação, percurso e
modo de montagem são os parâmetros críticos
na instalação da chave fim de curso. As
Fig. 2.7. Chave de vazão mecânica especificações elétricas da chave devem estar
de conformidade com a carga a ser acionada.
As chaves fim de curso podem ser usadas
como piloto em circuitos de controle de
motores, como proteção ou emergência para
3.4. Chave de Nível evitar o funcionamento impróprio de maquinas.
As chaves limites podem ter contatos
Chave de nível (float switch) é uma chave
momentâneos ou retentivos.
comandada pelo nível. Uma chave elétrica
muda os estados dos seus contatos quando o
nível de um liquido atinge determinados valores
críticos. Por exemplo, por segurança, um
tanque aquecido pode ser desligado por uma
chave de nível, quando o nível do liquido no
seu interior ficar menor que um valor critico.
Ajustes convenientes na chave de nível
permitem que o nível do tanque varie dentro de
uma faixa segura acima de um valor critico
baixo e abaixo de um valor alto.
A chave de nível é um modo simples e
barato de executar o controle liga-desliga de
processos envolvendo nível de liquido. A chave
geralmente liga ou desliga motores de bombas Fig. 2.8. Chave limite ou de posição
quando o nível do liquido atinge valores
críticos.
A chave de nível também pode servir de
proteção de um sistema de controle de nível.
Um controlador convencional fornece um nível
constante, dentro da banda proporcional.
Quando, por algum problema do controlador ou
do sistema, o controlador perde o controle e o
nível tende para valores perigosos muito baixo
ou muito alto, a chave de nível desliga o
sistema.

18
Componentes
No solenóide, uma haste é mantida na
4. Solenóide posição superior através de uma mola,
enquanto o solenóide estiver desligado
4.1. Conceito eletricamente (desenergizada). Quando a
bobina for percorrida por uma determinada
O solenóide (substantivo masculino!) é um
corrente, cria-se um campo magnético dentro
dispositivo usado para transladar sinais
do núcleo da bobina. Este campo magnético
elétricos ON/OFF em movimentos mecânicos
resultante age na haste, empurrando-a para
ON/OFF. Solenóide é uma bobina. A corrente
baixo contra a pressão da mola. A haste do
que circula através da bobina cria um campo
solenóide tem uma projeção externa que é
magnético que movimenta o núcleo desta
fixada ao equipamento mecânico a ser
bobina.
operado.
Válvula é um dispositivo mecânico
projetado para controlar a vazão de fluidos. 4.2. Seleção
Válvula solenóide é uma combinação destes
dois componentes básicos: Na escolha do solenóide para uma
1. válvula contendo uma abertura com a aplicação, devem ser considerados os
posição de um disco ou haste para seguintes fatores:
regular a vazão e 1. tamanho da carga mecânica a ser
2. solenóide, que é o dispositivo movida
eletromagnético ou bobina. 2. distância do percurso (stroke)
A válvula é aberta ou fechada pelo 3. ambiente de operação
movimento do núcleo, que é comandado pela 4. tipo da ligação elétrica
passagem ou não da corrente através da 5. tensão e tipo da corrente, ca ou cc
bobina do solenóide. A válvula retorna 6. valor da corrente (manutenção e
automaticamente para sua posição original transitória)
quando a corrente é interrompida. 7. vida útil, expressa em atuações por
minuto
O tamanho da carga mecânica a ser
acionada pelo solenóide é expresso em
gramas; varia entre alguns gramas até 30 kg. A
força deve ser maior que a carga por, no
mínimo, 25%. Quanto maior a carga a ser
acionada, maior o tamanho e o custo do
solenóide.
A distância a ser acionada deve ser igual
ou maior do que o movimento linear externo
necessário.
O ambiente de contorno é importante. A
classificação mecânica do invólucro deve ser
compatível com a atmosfera de trabalho, para
que o solenóide sobreviva e funcione
Fig. 2.9. Vista de um solenóide normalmente. Deve ser considerada a
atmosfera circundante (poeira, óleo, umidade,
gases corrosivos) e o nível de vibração
mecânica da área. Solenóide sob vibração
pode esquentar muito, se desgastar
anormalmente e ter a vida útil encurtada.
Como o solenóide é um dispositivo elétrico,
sua classificação elétrica deve ser compatível
com a classificação da área. São disponíveis
solenóides com invólucro à prova de explosão
e intrinsecamente seguras, compatíveis com
áreas de Divisão 1 e 2, Grupos B, C e D.
O tipo de ligação elétrica se refere pode ser
Fig. 2.10. Símbolos de solenóides através de plugs, rabo de porco (pigtail) ou
terminais com parafuso.
A tensão é tipicamente 110 V ca; pode-se
ter também 24 V ca. Outra consideração
importante é o tipo de tensão: ca ou cc. Os
solenóides são construídos especificamente

19
Componentes
para operação em ca ou em cc. Assim, um válvula joga o lado de alta pressão para a
solenóide de 110 V ca não pode ser usado em atmosfera. Como resultado, o pistão e sua
110 V cc. carga agem reciprocamente em resposta ao
A corrente do solenóide é também movimento do solenóide.
importante. Quando energizado, o solenóide O solenóide pode operar com corrente
puxa a corrente especificada. A linha elétrica e alternada ou continua. Os solenóides operados
o fusível devem ser dimensionados de acordo com corrente alternada são mais comuns e
com esta corrente. Outro fator a considerar na simples. Normalmente elas são protegidas com
especificação do solenóide é que, na partida, capacitores de surge ou diodos dos picos de
ela puxa de 5 a 15 vezes sua corrente tensão resultantes da abertura e fechamento
especificada de regime, dependendo do rápidos.
tamanho. Um pico de corrente em um
solenóide de 5 A pode atingir 45 A. Esta
corrente transitória deve ser considerada na
escolha do fusível.
O ciclo de trabalho se refere à freqüência
de operação do solenóide. Alguns solenóides
ficam ligados uma vez durante um tempo
pequeno. Outras ficam ligadas durante longos
períodos e ficam desligadas por pouco tempo.
Outras são operadas muitas vezes cada
segundo. Os solenóides que operam em alta
freqüência são sujeitas e maior aquecimento e
maior tensão mecânica. É importante que o
solenóide apropriado seja escolhido para o
ciclo de trabalho necessário.
A falha do solenóide ocorre normalmente
com a queima da bobina ou defeito mecânico
ou ambos. Se o percurso do solenóide é
incompleto, a bobina elétrica puxa corrente
excessiva. A bobina se aquece, desenvolve
espiras em curto e se queima, se não é
protegida corretamente por fusíveis. Um Fig. 2.11. Aplicação de válvula solenóide
deslocamento incompleto pode ser causado
pelo desgaste das partes mecânicas do
solenóide. Freqüentemente, um percurso
incompleto ocorre quando o mecanismo em O corpo da válvula solenóide se comporta
que o solenóide é fixado fica bloqueado em como o de uma válvula convencional. Todos os
uma posição intermediária. A proteção através cuidados aplicáveis a uma válvula de controle
do fusível correto é a melhor precaução para referentes à vedação, estanqueidade, selagem
evitar queima elétrica. e classe de pressão se aplicam à válvula
solenóide.
4.3. Tipos Geralmente a válvula solenóide é
As válvulas solenóides podem ser assimétrica, ou seja, sua entrada é diferente da
classificadas em vários tipos, em função de sua saída e elas não podem ser invertidas.
ação, número de vias e corrente. Uma válvula solenóide é diferente de uma
O solenóide pode ser de única ação ou de chave de vazão. Embora ambas possam prover
dupla ação. As válvulas solenóides de dupla um controle liga-desliga da vazão, a válvula
ação são usadas em sistemas hidráulicos. solenóide é operada por um sinal elétrico
As válvulas solenóides podem ter duas ou externo à válvula. A chave de vazão também
três ou quatro vias. As válvulas de duas vias corta ou permite uma vazão, porém é
são as mais comuns: elas possuem uma comandada pela própria vazão. Quando a
entrada e uma saída. As válvulas de três vias vazão atinge um valor critico pré-ajustado, a
podem ter duas entradas e uma saída ou chave muda os seus contatos, desligando o
podem ter uma entrada e duas saídas. As motor da bomba ou compressor e tornando a
válvulas de quatro vias são usadas em controle vazão zero. Quando se quer cortar a vazão de
de cilindro de dupla ação. Quando a bobina uma válvula solenóide, basta energizar (ou
está desligada, um lado do pistão está à desenergizar) a sua bobina.
pressão atmosférica e o outro está
pressurizado. Quando a bobina é energizada, a

20
Componentes
tensões de RF e para evitar acoplamentos
5. Relés capacitivos.

5.1. Definição e Funções


O relé é uma chave comandada por uma
bobina. Ele é uma chave porque ele liga-
desliga um circuito elétrico, permitindo a
passagem da corrente elétrica como o
resultado do fechamento de contato ou
impedindo a passagem da corrente durante o
estado de contato aberto. Diferentemente da
chave convencional que é acionada
manualmente, o relé não necessita da
intervenção humana direta para ser operado. O Fig. 2.12. Bobina de relé eletromecânico
relé eletromecânico é um dispositivo que inicia
a ação num circuito, em resposta a alguma
mudança nas condições deste circuito ou de
algum outro circuito. Os relés de controle são disponíveis em
O relé é geralmente usado para aumentar a vários arranjos de contatos NA e NF de simples
capacidade dos contatos ou multiplicar as ou duplo throw. Em muitos relés é possível a
funções de chaveamento de um dispositivo mudança de contatos NA em NF e NF em NA,
piloto adicionando mais contatos ao circuito. através da mudança da posição da mola.
Sob o ponto de vista de entrada-saída, o relé Há os relés de estado sólido, que utilizam
pode também ser considerado como transistores SCR, triacs e não são
amplificador e controlador. Ele tem um ganho eletromecânicos. Nestes dispositivos, o circuito
de potência, que é a relação da potência controlado é isolado do circuito de controle por
manipulada na saída sobre a potência de um transformador, acoplador óptico ou por um
entrada. Assim um relé pode requerer uma relé eletromecânico.
corrente da bobina de 0,005A em 50 V mas
pode controlar 2500 W de potência, com ganho 5.3. Aplicações
de 10.000. A função de um relé é a de abrir ou fechar
5.2. Características um contato elétrico ou um conjunto de
contatos, em conseqüência da mudança de
Os relés controlam a corrente elétrica por alguma condição elétrica. Estes fechamentos e
meio de contatos que podem ser abertos ou aberturas são usados em circuitos associados
fechados. Os contatos apresentam altíssima para selecionar outros circuitos ou funções,
resistência quando abertos e baixíssima para ligar ou desligar outras funções. Esta
resistência quando fechados. Eles podem ter mudança da condição elétrica é o sinal.
múltiplos contatos, com cada contato isolado Há algumas centenas de relés diferentes. O
eletricamente de todos os outros. Os contatos relé é usado para muitas funções de controle.
são atuados numa seqüência definida e Entre suas características importantes para uso
positiva. em circuitos de controle estão:
A bobina de atuação usualmente é isolada 1. operação remota
completamente do circuito controlado. Ela pode 2. operação lógica
ser atuada por energia elétrica de 3. controle de alta tensão através de baixa
características totalmente diferentes do circuito tensão
controlados. Por exemplo, mA cc pode 4. isolação entre circuito de controle e de
controlar kW de RF. chaveamento
Cada uma das várias estruturas mecânicas Os relés podem ser usados para
possui vantagens e desvantagens. Alguns 1. ligar e desligar correntes ou tensões em
respondem rapidamente, menos de um ambientes hostis, no espaço sideral ou
microssegundo, mas não podem manipular em processos industriais onde a
com segurança grande quantidade de energia. temperatura pode ser extremamente
Alguns manipulam grande quantidade de alta ou baixa e perigosa à saúde
energia, mas são lentos. Aproximadamente humana
todas as formas são disponíveis com contatos 2. monitorar altas correntes e tensões de
abertos, com invólucros vedados à poeira ou modo automático ou manual e em
hermeticamente selados. Alguns são a vácuo condições perigosas
para manipular altíssimas tensões. Alguns 3. operar simultaneamente vários circuitos
possuem contatos apropriados para manipular ou equipamentos em altas velocidades

21
Componentes
4. ligar e desligar equipamentos em Estes relés podem operar em ca e cc.
sistemas lógicos de intertravamento, só Quando se tem ca, um anel de cobre é usado
permitindo a operação de um para evitar aberturas e fechamentos
equipamento quando algum evento sucessivos. Quando se tem cc, obtém-se o
tenha ocorrido controle da resposta do relé
5. proteger equipamentos de sobrecarga
ou sob carga, quando a tensão, Reed relé
corrente, temperatura, pressão, vazão, Duas palhetas de material magnético
nível ou qualquer outra variável do montadas em uma cápsula de vidro instalada
processo varie além dos limites dentro de uma bobina constituem um reed relé.
máximos e mínimos estabelecidos A corrente fluindo através da bobina produz um
6. evitar a aplicação de tensão por um campo magnético, magnetizando as palhetas,
determinado intervalo de tempo em fazendo-as se atraírem mutuamente, fazendo
sistema de proteção com purga ou contato. As superfícies de contato são
pressurização ou permitir que certos revestidas de ligas metálicas preciosas. A ação
componentes se aqueçam antes de mola requerida é provida pelas lâminas em si.
operar, através de atrasos Reed relés são os mais rápidos relés
predeterminados (eletromagnéticos) eletromecânicos: operam
7. bloquear, sincronizar, variar taxas, com menos de 500 microssegundos. Eles são
detectar freqüências, detectar disponíveis em várias configurações de
diferenças de percentagens em contatos. Eles podem ser polarizados, podem
aplicações especiais. ser feitos em latch relé que mantém a ultima
5.4. Tipos de Relés posição assumida, mesmo quando a bobina é
desenergizada, com a adição de pequenos
Os relés podem ser acionados por ca e cc. elementos magnéticos permanentes.
Podem manipular microvolts a kilovolts, Reed relés são disponíveis com contatos
microamperes e kiloamperes. secos ou a mercúrio (molhado). Mais de um
Os relés eletromecânicos são disponíveis conjunto de lâminas pode ser usado com uma
em variadas faixas de arranjos de contatos. única cápsula ou várias cápsulas podem ser
Um relé a semicondutor é muito usado como operadas por um único conjunto de bobina.
piloto para um relé eletromecânico. Vantagens do Reed relés: rápidos, pequenos,
A isolação elétrica entre contatos deve ser alta confiabilidade e durável: > 10 de
muito elevada de modo que não haja operações.
vazamentos, mesmo com altas tensões. O
espaçamento dos contatos deve ser grande Relé eletromecânico
para evitar arcos voltaicos no controle de alta O tipo mais comum de relé é o
tensão. O acoplamento capacitivo deve ser eletromecânico (EMR). O relé eletromecânico
mantido baixo. combina os princípios de chaveamento
O relé eletromagnético é atuado por força mecânico com a atuação do solenóide elétrica.
eletromagnética, que é produzida por corrente Quando o solenóide é energizada ou
elétrica fluindo através da bobina. Na maioria desenergizada, ela move uma haste em uma
dos relés, a força magnética move uma direção e a pressão de uma mola move a haste
armadura de ferro. Em outros relés, em direção contraria. A haste, por sua vez,
especialmente em relés de medição, a bobina é abre e fecha contatos. Os contatos são
que se move no campo magnético. especificados no estado não atuado, como NA
Quando não há corrente na bobina, a ou NF. Os contatos de um relé podem ser
armadura é mantida afastada do núcleo da múltiplos.
bobina por uma mola e há contato com A. Alguns relés eletromecânicos são do tipo
Quando há corrente na bobina, o campo retentivo (latching). Os relés retentivos fecham
magnético produzido atrai a armadura para o quando se aplica potência aos dois terminais
núcleo da bobina, diminuindo o espaçamento da bobina. Quando a potência é removida da
de ar. Quando diminui o espaçamento, a força bobina, o relé permanece na posição selada.
de atração aumenta, fazendo o contato sair de Para soltar, deve-se ou desligar o relé ou
A e ir para B. A força de atração da bobina aplicar potência em terminais diferentes do
vence a força de resistência da mola de relé. Energizando os terminais não selantes
retorno. aplica-se potência em outra bobina, que libera
Quando a bobina é percorrida pela a haste. A haste então retorna à sua posição
corrente, ela atrai a armadura. A armadura original. Relés com retenção são usados em
muda os contatos: o que era aberto, fecha, o aplicações onde o relé é ligado por longos
que era fechado, abre. períodos. A potência pode ser removida

22
Componentes
durante a operação ligada normal. Note que o 1. baixa resistência e portanto baixa queda
relé de retenção ou com selagem não deve ser de tensão quando fechados e alta
usado para configuração de falha segura (fail resistência quando abertos (fornecem
safe). Deve-se aplicar potência para desligar boa isolação entre o circuito controlado
um circuito, este circuito não é de falha segura. de alta energia com o circuito de baixa
Outro tipo comum de é o reed relé. O reed energia)
relé é de ação rápida, possui uma longa vida 2. manipulação de altas tensões e
útil, usa baixa potência e é compacto. Muitos correntes, em larga faixa de
reed relés são do tipo plug in, tornando fácil freqüências.
sua substituição. O reed relé usa a ação 3. operação em condições ambientais
magnética para sua operação e não a ação do adversas.
solenóide. Pela ação magnética, quando a 4. tamanho pequeno, baixo custo e
bobina do relé é energizada, ela produz um simplicidade.
campo magnético. O material do braço do 5. memória funcional que não é perdida
contato é magnético. Assim, as duas tiras do pela ausência da alimentação.
contato se tornam magnetizadas e se atraem
entre si. Quando os contatos se encontram, o
circuito elétrico é fechado. Quando a potência é
removida da bobina. os contatos se reabrem
pela ação da mola dos braços do contato.
Alguns contatos do reed relé são de mercúrio,
para aumentar a vida do relé. Eles são muito
mais caros.

Relé a estado sólido


Atualmente são disponíveis os relés de
estado sólido (SSR). O relé de estado sólido Fig. 2.13. Transistor de potência para carga cc
substitui o relé eletromecânico em várias
aplicações. O relé a estado sólido não possui
peças móveis. O chaveamento liga e desliga é
conseguido eletronicamente.
O relé a estado sólido pode ser usado para
controlar cargas cc ou ca. Se o relé é projetado
para controlar uma carga cc, um transistor de
potência é usado para ligar a carga à linha.
O acoplador óptico do relé possui um par
casado: diodo emissor de luz e diodo
fotodetector. O diodo emissor de luz (LED) está
ligado à entrada e o diodo fotodetector está na Fig. 2.14. TRIAC para controlar carga cc
saída. Quando a tensão de entrada liga o LED,
o fotodetector ligado à base do transistor faz o
transistor conduzir, energizando a carga. Neste
tipo de relé o feixe de luz serve como o isolador As desvantagens do relé eletromecânico:
entre o circuito de controle e a carga do 1. são mais lentos
circuito. 2. são sensíveis às vibrações
Alguns relés a estado sólido usam um 3. são mais volumosos
conjunto de contatos reed para disparar um 4. Os relés especiais mais comuns são:
triac. O circuito de controle é ligado à bobina do 5. contadores seqüenciais com contatos
reed relé Quando a tensão de controle faz a de transmissão
corrente fluir através da bobina, aparece um 6. relés eletro-ópticos (acoplamento entre
campo magnético em torno da bobina do relé, atuador e circuito de fechamento e raio
que fecha os contatos reed, fazendo o triac de luz)
conduzir. Neste tipo de relé o campo magnético 7. relés de medição com sensibilidade de
serve como o isolador entre o circuito de 20 mW
controle e a carga do circuito. 8. relés de medição com 2 ou mais valores
Na instrumentação, os relés competem de atuação.
com diodos SCR, chaves a semicondutor e 9. relés reed ressonantes para
transistores. chaveamento com controle remoto.
As vantagens do relé eletromecânico sobre
o relé a semicondutor são :

23
Componentes
Relé temporizado proteção contra geração de faíscas, proteção
O relé temporizado é útil para provocar contra condições ambientais desfavoráveis.
uma ação atrasada por um breve período após Para que os relés sejam aplicados
uma outra ação, em casos onde o período de corretamente, as funções dos relés devem ser
tempo é critico. Não se deve confundir relé claramente entendidas, as características
temporizado termal com o temporizador, devem ser definidas, o relé deve ser escolhido
contador e programador de altíssima precisão. para satisfazer a necessidade e o circuito deve
Os relés temporizados são similares aos ser projetado para casar corretamente o relé
outros relés de controle em que eles usam uma com o resto do sistema. Assim, devem ser
bobina para controlar a operação dos contatos. definidos.
A diferença entre um relé de controle e um relé 1. a energia a ser controlada,
de atraso é que os contatos do relé 2. o sinal de controle disponível,
temporizado demoram um determinado tempo 3. a quantidade de contatos necessária,
ajustável para alterar seus contatos quando a 4. as condições ambientais,
bobina é energizada ou desenergizada. 5. necessidade de relés selados,
Os relés temporizados ou relés de atraso 6. espaço disponível para o uso do relé
de tempo podem ser classificados em relé de 7. problemas de vibração, ruídos e
on-delay ou de off-delay. Quando a bobina de temperatura,
um relé temporizado on-delay é energizada, os 8. proteção dos contatos contra arcos
contatos mudam os estados depois de um voltaicos, faíscas, solda por
determinado atraso. Por exemplo, o timer foi derretimento,
ajustado para 10 segundos e o contato é NA. 9. manutenção dos contatos sempre
Quando a bobina é energizada no relé on- limpos, principalmente para baixas
delay, o contato continua aberto durante 10 correntes.
segundos e depois fecha. Quando a bobina for
desligada, o contato volta imediatamente para 6. Proteção de Circuitos
a posição NA.
Grandes picos de correntes provenientes
A operação do timer off-delay é oposta a do
de sobrecargas ou curtos-circuitos podem
timer on-delay. Para o exemplo do timer
ocorrer acidentalmente em circuitos elétricos.
ajustado para 10 segundos e para o contato
Tais picos de corrente podem destruir
NA, quando a bobina do relé off-delay for
componentes, provocar choques elétricos ou
energizada, o contato imediatamente muda
resultar em incêndios, se não forem parados a
para fechado. Quando a bobina for
tempo. Para proteger os sistemas contra os
desenergizada, porém, o contato permanece
danos de tais sobrecargas inesperadas, são
fechado por 10 segundos e depois abre.
usados dispositivos de proteção. Os mais
Nos esquemas, os timers podem ter
comuns são
símbolos diferentes para seus contatos. As
1. fusível
abreviações TO e TC são usadas para indicar
2. disjuntor
um contato operado pelo tempo. TO se refere a
tempo para abertura e TC, tempo para 6.1. Fusível
fechamento. O TC deve ser usado com relé on-
delay para indicar o tempo atrasado quando O fusível é basicamente um pedaço de fio
fechando e TO deve ser associado com timer fino projetado para se aquecer e derreter
off-delay, para indicar o tempo atrasado quando for percorrido por uma corrente maior
quando abrindo. do que a especificada. O fusível é colocado em
Na norma NEMA, tem-se os contatos série com o circuito a ser protegido. Os fusíveis
1. NOTC no contato on-delay - normalmente devem ser colocados na linha quente ou na
aberto tempo fechando, fase e não no linha neutra ou de terra. Quando
2. NCTO no contato off-delay - normalmente o fusível é colocado na linha neutra, o circuito
fechado tempo abrindo. eletrificado poderia permanecer no potencial da
Há vários princípios de funcionamento para linha quente, mesmo com o fusível queimado.
os relés temporizados: dashpot, bimetal- O fusível destrói uma parte do caminho de
térmico, pneumático, eletrônico (circuito RC). condução da corrente, se derretendo, quando a
corrente que flui por ele excede um valor
5.5. Seleção de Relés predeterminado. A queima do fusível
interrompe a corrente no resto do circuito. A
Fatores que afetam a seleção: custo,
interrupção deve ser muito rápida, para que os
tamanho, velocidade e energia requerida.
componentes em série sejam protegidos.
Parâmetros mais restritivos: limitações de
Há aplicações que requerem a ação
montagem, contatos selados ou abertos,
retardada do fusível. Alguns circuitos podem

24
Componentes
suportar grandes picos de corrente de curta circunstância, um fusível especificado com
duração mas devem ser protegidos contra menor tensão do que a tensão aplicada
picos de corrente de longa duração. Devem ser realmente entre seus terminais, independente
usados fusíveis de ação retardada ou de de sua corrente nominal. O fusível pode ser
queima lenta (slow blow). Um fusível de ação usado em qualquer tensão menor que a sua
retardada resiste a altas correntes de curta especificada, sem afetar suas características
duração. Porém, se a sobrecarga ou curto- de projeto.
circuito persiste por longo período, este fusível
também deve se abrir. Aplicações típicas de
fusíveis com retardo se referem a proteção de
motores elétricos. A corrente de partida do
motor é momentaneamente alta e a corrente de
regime é muito menor. O fusível deve permitir a
partida do motor e deve protege-lo contra alta
corrente de regime permanente.
A queima de um fusível é uma indicação
que houve (ou ainda há) um defeito dentro do
circuito que o fusível está protegendo. Antes de
substituir o fusível por um novo, é aconselhável
analisar o circuito para verificar se há algum
defeito permanente.
O fusível é descrito de acordo com a Fig. 2.15. Fusíveis para alta corrente
relação entre o valor da corrente circulando
através dele e o tempo que ele leva para
interromper a corrente. A terminologia comum
para descrever os tipos de fusíveis inclui:
ação rápida, alta velocidade ou instrumento A corrente especificada no fusível indica o
padrão, normal ou atraso médio valor de teste padrão da corrente de carga. Os
atraso, retardado, ação lenta ou queima fusíveis de ação rápida são projetados para
lenta suportar 100% de sua corrente nominal, mas
fusível térmico irá queimar muito rapidamente quando sua
Cada tipo, disponível em diferentes corrente exceder de uma pequena
capacidades de corrente, protege o circuito percentagem. Os fusíveis de ação normal
eletrônico se o tempo de interrupção do fusível geralmente são projetados para suportar 110%
é suficientemente rápido. de sua corrente nominal por um período
O fusível térmico é destruído mínimo de quatro horas ou 135% de sua
principalmente pela temperatura e não apenas corrente especificada por períodos menores
pela corrente que circula por ele. Ele pode que uma hora ou 200% de sua corrente
suportar grandes correntes, porém se queima nominal por um máximo de 30 segundos. Os
quando a temperatura do componente que ele fusíveis de ação retardada são projetados para
protege atinge temperatura critica. Ele se suportar 110% de sua corrente nominal por um
queima com a alta temperatura, mesmo que a período de quatro horas mas se a corrente
corrente que circula por ele seja pequena. Ele é atinge 135% do valor nominal, ele abrirá dentro
usado principalmente para estabelecer a classe de uma hora. Quando o fusível de ação
de temperatura de equipamentos elétricos. retardada é percorrido por uma corrente 200%
Geralmente este fusível é enrolado (wrap in) no do valor nominal, ele irá interromper a corrente
circuito e não soldado, pois a temperatura da dentro de um período de 5 segundos a 2
solda o romperia. minutos.
Todos os fusíveis têm especificações de É fundamental ter o conhecimento e o
tensão, corrente e queima. Todas as entendimento da literatura técnica fornecida
especificações se aplicam aos tipos ação lenta, pelo fabricante do fusível, para relacionar o tipo
ação normal e ação rápida, independente do do fusível (ação rápida, normal ou retardada),
tamanho. identificação alfa numérica empregada, a
A especificação da tensão marcada no amperagem nominal, a tensão e o tamanho
fusível é uma garantia do laboratório certificado físico.
para risco de fogo. Isto indica que o fusível ira 6.2. Disjuntor (Circuit Breaker)
seguramente abrir sem provocar arco voltaico
ou explodir em uma situação de curto-circuito, O disjuntor é um equipamento de proteção
quando a tensão é igual ou menor que a tensão que também abre um circuito quando há uma
especificada. Nunca use, em nenhuma

25
Componentes
sobrecarga aplicada nele. Diferente do fusível de manutenção não permitirá o rearme do
que se destrói, o disjuntor apenas se desarma. disjuntor.
O disjuntor geralmente consiste de uma São disponíveis disjuntores para 125 V
chave que é mantida fechada por uma trava. (padrão), 6 V até 24 V. As correntes típicas
Para abrir o circuito, a saliência é liberada. são, em ampères:
Basicamente, há dois mecanismos para atuar e
desatuar o disjuntor: 5 6 8 10 12
1. eletromagnético 15 18 20 25 30
2. térmico 40 45 50
Quando a corrente excede o valor critico na
bobina eletromagnética, o campo magnético
aciona uma barra metálica colocada dentro do
seu campo e a trava do disjuntor é liberada. No
mecanismo térmico, uma tira bimetálica é
aquecida pela corrente que passa por ela e
produz um pequeno movimento. Quando a
corrente excede o valor critico, a tira bimetálica
aciona a trava, abrindo o circuito. Em ambos os
mecanismos eletromagnético e térmico, há
uma mola e um dispositivo para rearme do
disjuntor. Quando a causa do excesso de
corrente é localizada e removida, o disjuntor
pode ser rearmado (reset) para sua posição de
condução por uma botoeira ou chave. Por
causa desta chave, o disjuntor pode também
ser usado para liga-desliga.

(a) Normal (b) Atuado, desligado

Fig. 2.16. Disjuntor

O circuito eletrônico com disjuntor com


rearme manual ou automático possibilita uma
economia de tempo e de componente, pois o
dispositivo protetor não precisa ser substituído.
O disjuntor é um dispositivo protetor do circuito
elétrico que não se danifica irremediavelmente
quando opera. O disjuntor pode possuir
capacidades definidas da corrente de regime
permanente, a corrente de desligamento e a
corrente de manutenção. A corrente de
desligamento descreve o valor da corrente que
irá desligar o disjuntor, protegendo o circuito de
correntes maiores que a nominal. A corrente de
manutenção indica a mínima corrente
permissível para o disjuntor particular.
Qualquer valor de corrente menor que o valor

26
3. Lógica
Objetivos de Ensino
1. Conceituar controle lógico, mostrando as diferenças do analógico.
2. Mostrar símbolo, descrição, tabela verdade, circuitos equivalentes com chaves e relés das
principais portas booleanas: AND, OR, NOT, NAN, NOR e suas aplicações.

considerar equivalentes todos os conceitos


1. Lógica acima.
1.1. Conceito A lógica seqüencial foi manipulada menos
satisfatoriamente no passado do que a lógica
Em sistemas de controle, a palavra lógica é combinatória. A lógica seqüência é geralmente
geralmente usada tem termos de relé lógico ou representada de um modo que requer muito
lógica de controlador programável, o que não é mais conhecimento técnico por parte do leitor
muito lógico. O termo lógico está geralmente não técnico que deve analisar o documento.
associado com o conceito de binário, que Foi desenvolvida uma metodologia mais
significa possuir um de apenas dois estados simples que mudou estes conceitos. O IEC
possíveis, tais como liga-desliga, aceso- publicou a norma 848 (Preparação das Cartas
apagado, alto-baixo, verdadeiro-falso, Funcionais para Sistemas de Controle, 1988).
presente-ausente, maior-menor, igual-diferente Os diagramas lógicos binários são usados
ou 1-0. A palavra lógica se refere a um sistema para tentar tornar o trabalho mais fácil, para
que obedece a um conjunto fixo de regras e fazê-lo menos dependente do conhecimento do
sempre apresenta o mesmo conjunto de saídas equipamento específico e para fazê-lo mais
para o mesmo conjunto de entradas, embora funcional na orientação.
estas respostas possam ser modificadas por
alguma condição interna, como o estado de 1.4. Lógica CLP
uma saída de um temporizador ou contador. A O controlador lógico programável (CLP)
lógica sempre trabalha com as combinações de atualmente substitui, com vantagens, os
E (AND), OU (OR), NÃO (NOT) e nunca com sistemas complexos de relés.
TALVEZ. O CLP é freqüentemente programado
1.2. Lógica de relé e programas emulando diagramas ladder de relés, pois
estes diagramas são facilmente entendidos por
No início, a lógica de relé foi usada para o muitas pessoas não instrumentistas. O
simples intertravamento de circuitos de controle problema que permanece é que o diagrama
elétrico: ladder é orientado para equipamento e requer
1. Se a corrente de um motor exceder um um conhecimento de circuito elétrico. A
determinado valor pré-estabelecido, ele diagramação lógica binária é uma tentativa de
deve ser desligado. reduzir a lógica complexa que existe entre as
2. Se o aquecedor elétrico ultrapassar entradas e saídas de um sistema para a
determinada temperatura, ele deve ser representação mais simples possível.
desligado. Uma grande vantagem do diagrama lógico
3. Se uma correia de esteira estiver binário sobre o diagrama ladder é a facilidade
rodando com uma extremidade fora, ela com que a lógica binária pode ser combinada
deve ser parada. com uma representação do processo sendo
Para um dado conjunto de entradas, uma controlado, que dá um entendimento mais claro
decisão deve ser feira e uma ação tomada. da ligação entre o controle do processo e sua
lógica. Mesmo que o CLP seja programado
1.3. Lógica Seqüencial através dos símbolos do diagrama ladder, é
Geralmente, tenta-se distinguir binário, ainda mais fácil trabalhar e entender o
acionado por evento e lógica instantânea de esquema básico representado por lógica
lógica seqüencial. Isto está mais relacionado binária.
com as dificuldades associadas em representar
a lógica seqüencial do que com as diferenças
reais. Não há nenhum problema prático em

27
Lógica
2. Conceituação e Execução o processo de conceitualização começa com o
diagrama de fluxo do processo. Nesta etapa,
Há uma sutil mas importante diferença uma descrição geral, resumida, narrativa
entre as duas fases que devem ser esquematiza o processo, o que é para ser feito
consideradas para se ter um esquema de e as necessidades da interface do operador.
controle trabalhável envolvendo lógica binária. Quando o diagrama de fluxo do processo é
A primeira fase é comum a todo o equipamento desenvolvido, no mínimo, as entradas e saídas
e a segunda depende muito mais do são definidas. Assim que as entradas e saídas
equipamento específico usado. A primeira fase do processo estão definidas, o documento
responde a pergunta: O que precisa ser feita lógico conceitual pode ser desenvolvido.
para determinado processo? A segunda fase Depois de aprovado o documento conceitual,
responde a questão: Sabido o que deve ser pode-se começar a fazer os documentos de
feito, como fazê-lo? execução.
Quebrando o projeto nestas duas fases, O Pode-se ir diretamente do documento
que fazer? e Como fazer?, as coisas andam lógico conceitual para um diagrama ladder,
mais facilmente. O problema pode ser como o documento final de execução para relé
claramente definido sem a restrição da ou CLP. Porém, em sistemas grandes e
necessidade do conhecimento detalhado do complexos, é recomendável ter um documento
equipamento disponível. O projeto pode ser intermediário que seja entendido por aqueles
discutido entre pessoas que podem conhecer o que não necessariamente entendem os
problema mas que podem ter diferentes graus detalhes do diagrama ladder. Este documento
de conhecimento do equipamento (e programa) pode também ser usado para verificação
disponível para sua solução. Quando o projeto (ckeck), pois ele mostra toda a lógica interna e
é dividido em suas partes componentes deste simboliza todas as entradas e saídas sem os
modo mais ou menos abstrato, o problema e a detalhes irrelevantes do processo ou da
sua solução podem ser conceitualizados, o interface do operador.
equipamento pode ser escolhido e a solução O documento final de execução geralmente
pode ser executada mais eficientemente. é o diagrama ladder, utilizado em sistema com
A primeira fase é a conceitualização. Como relé ou com CLP. No caso de CLP, ele pode
o objetivo é conceber esquemas de controle ser gerado por um programa associado (p. ex.,
que envolvam um processo, lógica para PGM, Reliance)
controlar este processo e a interface de
operação que permita ao operador intervir a 2.2. Documentos lógicos conceituais
qualquer momento no processo, é razoável
O documento lógico conceitual tenta responder
incluir estes elementos em um desenho ou
a questão: Como se consegue ir até lá daqui?
esquema conceitual.
Um diagrama de fluxo de engenharia (P&I) não
A segunda fase, execução, envolve
é uma ferramenta adequada para fins de
detalhes de execução ou instruções para um
lógica. Também, o diagrama ladder é muito
CLP. Este fase requer o conhecimento apenas
especializado para fins de conceitualização.
das entradas imediatas e não das condições
Assim, a maior utilidade do diagrama conceitual
que as geram. Nesta fase, é razoável eliminar
é como uma ferramenta que permite ao
muitos detalhes irrelevantes associados com o
projetista lógico raciocinar através do processo
processo ou com a interface do operador.
presente sem muita consideração acerca das
2.1. Tipos de documentos especificações finais do equipamento a ser
usado para executar a lógica.
Quando se vai do conceito para a Há três divisões básicas no documento
execução, pode-se perceber que, no mínimo, lógico conceitual:
dois tipos de documentos são necessários. O 1. desenho do processo sendo controlado
documento de execução é geralmente o único sem entrar em detalhes que são
que é visto formalmente. O documento de irrelevantes para o controle deste
conceito existe, como um esquema de processo
engenharia ou como uma tentativa de combiná- 2. desenho da lógica
lo com o diagrama de fluxo de engenharia. 3. desenho da interface do operador,
Para lógica complexa, o documento conceitual desde que nada é totalmente
é completamente insatisfatório. Muita confusão automatizado e tudo requer a
seria evitada se o documento conceitual fosse intervenção eventual do operador.
um desenho formal.
3. Portas Lógicas
Na realidade, mais do que estes dois tipos
de documentos estão envolvidos, quando de Portas lógicas são circuitos eletrônicos que
vai do conceito para a execução. Usualmente, operam com entradas e saídas booleanas, que

28
Lógica
podem assumir apenas os valores 1 ou 0. Eles
podem ser microprocessados ou com contatos
discretos de relés e chaves. As portas podem
manipular apenas um sinal de entrada,
exatamente dois ou podem ser extensivas,
manipulando de dois até dezenas de entradas.
As portas lógicas básicas são:
1. AND
2. OR
3. OR EXCLUSIVO
4. INVERSOR ou NOT
5. NOR
6. NAND
3.1. Porta AND Fig. 3.2. Circuito equivalente a AND com chaves
A porta AND tem duas ou mais entradas e
uma única saída e opera de acordo com a
seguinte definição: a saída de uma porta AND
assume o status 1 se e somente se todas as
entradas assumem 1.
A equação do AND é
A.B=L
AxB=L
AB = L

Símbolos

Fig. 3.3. Circuito equivalente a AND com relés

Fig. 3.1. Símbolos da porta AND


3.2. Porta OR
Tabela Verdade A porta OR possui duas ou mais entradas e
uma única saída. As entradas são designadas
A B C por A, B, ... N e a saída por L. As entradas
0 0 0 podem assumir só 0 ou 1.
0 1 0 A expressão para o OR é: A + B = L
1 0 0 A saída de uma porta OR assume o estado
booleano 1 se uma ou mais entradas assume o
1 1 1
estado 1. A saída do OR é 1 se alguma das
entradas for 1.
Circuito equivalente
Símbolos
O circuito equivalente da porta AND com
Os símbolos MIL, NEMA e ANSI são:
chaves é mostrado abaixo.

Fig. 3.4.Símbolos da porta OR

29
Lógica
Tabela verdade
3.3. Porta OR Exclusivo
Tabela verdade 0R para duas entradas
O OR exclusivo é uma porta com duas
A B L entradas, cuja saída é 1 se e somente se os
0 0 0 sinais de entrada forem diferentes. Quando as
0 1 1 entradas forem iguais, a saída é zero.
1 0 1 A Equação do OR exclusivo é
1 1 1
A ⊕ B = L ou
Circuitos equivalentes AB + AB = L
Exemplo do uso OR em controle de
processo é ligar uma lâmpada através de
qualquer uma de duas chaves ou ambas. Símbolos

Fig. 3.7. Símbolos da porta OR exclusivo

Tabela Verdade OR EXCLUSIVO

Fig. 3.5. Circuito equivalente a OR com chaves A B L


0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 0

Circuito equivalente
Um circuito equivalente com duas chaves
para uma porta OR EXCLUSIVO é mostrado
abaixo. Quando qualquer uma das duas chaves
estiver ligada e a outra desligada, a lâmpada
está ligada. Quando as duas chaves estiverem
simultaneamente ligadas, a lâmpada fica
apagada.

Fig. 3.6. Circuito equivalente a OR com relés

Notar que nos circuitos equivalentes das


portas AND e OR, com relés eletromecânicos,
a lógica do circuito está nos contatos dos relés,
que podem estar em série (AND) ou paralelo
(OR) e não nas bobinas, que sempre devem
estar em paralelo.
Fig. 3.8. Circuito equivalente a OE com chaves

30
Lógica
3.5. Porta NAND
NAND é a porta oposta à AND. Quando
todas as entradas NAND são 1, a saída é zero.
Em todas as outras configurações, a saída do
NAND é zero
A equação do NAND é
AB = L
A +B =L

Símbolo:

Fig. 3.9. Circuito equivalente a OE com relés

3.4. Porta NOT


A porta NOT ou inversora produz uma Fig. 3.12. Símbolos da porta NAND
saída oposta da entrada. Esta porta é usada
para inverter ou complementar uma função Circuito equivalente
lógica. O inversor, diferente das outras portas O circuito equivalente da porta NAND com
lógicas que possuem duas ou mais entradas e chaves é mostrado abaixo.
uma saída, só possui uma entrada e uma
saída. A saída é o inverso ou oposto da
entrada.
A equação do NOT ou inversor é

A =L
Símbolos

Fig. 3.10. Símbolos da porta NOT


Fig. 3.13. Circuito equivalente a NAND

Tabela Verdade do NOT


A L Tabela Verdade NAND
0 1
1 0 A B AND NAND
0 0 0 1
Circuito equivalente 0 1 0 1
O circuito equivalente para um INVERSOR 1 0 0 1
com reles é mostrado abaixo. 1 1 1 0

Fig. 3.11. Circuito NOT ou inversor

31
Lógica
O botão PARTIDA (HMS 500) envia um
3.6. Porta NOR sinal para a porta OR, que passa qualquer sinal
NOR é a porta oposta a OR. Quando todas recebido. O sinal vai para uma porta AND, que
as entradas são 0, a saída é 1. produz uma saída somente quando todas as
A equação do NOR é entradas estão presentes. Como a botoeira
A +B = L PARADA (HMS 501) não está sendo apertada,
A ×B = L a porta NOT inverte o sinal zero para um sinal
positivo, satisfazendo a porta AND e uma saída
Símbolo: é produzida. A saída de AND vai para o motor
e volta para a entrada da porta OR para manter
a lógica, mesmo quando o botão PARTIDA
deixa de ser pressionado. Quando o botão
PARADA é apertado, a porta NOT inverte o
sinal positivo, de modo que a porta AND não
seja mais atendida e o circuito retentivo é
desligado.
Fig. 3.14. Símbolos da porta NOR Note-se que são usadas muitas palavras
para descrever um sistema simples que pode
ser facilmente representado por poucos
símbolos conhecidos. Note, também, que todos
Tabela Verdade os símbolos lógicos estão representados na
figura. Está mostrada a lógica do processo, não
A B OR NOR a proteção do equipamento. Assim, o relé de
0 0 0 1 sobrecarga, relé termal e outros dispositivos de
intertravamento não estão mostrados, embora
0 1 1 0
pudessem ser também representados. Deve-se
1 0 1 0 notar ainda que parece que o motor recebe sua
1 1 1 0 potência da lógica. Isto obviamente não ocorre,
mas a representação é simples e não diminui o
Circuito equivalente entendimento do circuito.
O circuito equivalente da porta NOR com
relé é mostrado abaixo.

Fig. 3.15. Circuito equivalente a NOR

4. Exemplos lógicos
4.1. Circuito retentivo
Um dos circuitos lógicos mais comuns é o
circuito retentivo (hold) para motores elétricos
(Fig. 3.16). A figura mostra a divisão do
diagrama em três áreas: painel (display), lógica
e campo (outras áreas também poderiam ser Fig. 3.16. Circuito retentivo
adicionadas, como área do painel cego).

32
Lógica

Fig. 3.17. Diagrama completo de um sistema, incluindo os circuitos retentivos

33
4.2. ANSI/ISA S5.2: Diagrama lógico declarações de entradas e saída são
binário para operações de processo interpostas entre os balões ou bandeirolas e as
setas de continuação e a lógica levam de um
Esta norma tem o objetivo de fornecer um desenho lógico para outro. A lógica flui da
método de diagramação lógica de sistemas de esquerda para a direita. As setas usadas
intertravamento binário e sequenciamento para somente onde necessárias, para melhor
a partida, operação, alarme e desligamento de entendimento do fluxo de sinal.
equipamento e processos na indústria química,
petroquímica, refino de metal e outras
indústrias. A norma pretende facilitar o
entendimento das operações binárias e
melhorar as comunicações entre técnicos,
gerentes, projetistas, operadores e pessoal de
manutenção, ligados ao sistema.
Entre a documentação conceitual e a de
execução, o pessoal de gerenciamento e
operação acha maior utilidade na conceitual do
que na de execução, pois a ligação com o
processo é mais explícita.
As diferenças básicas entre os diagramas
de conceituação e de execução são:
1. O diagrama conceitual tem uma
orientação vertical, pois o processo é
usualmente visto operando horizontalmente
e as linhas de sinal são mais bem
mostradas perpendiculares ao processo. O
diagrama de execução geralmente tem
orientação horizontal, quase como um
diagrama ladder (escada) e possivelmente
porque a lógica é seguida seqüencialmente
sem muita ligação com o processo.
2. O desenho conceitual é mais bem
desenhado em tamanho grande, enquanto
o desenho lógico de execução é feito em
folhas de tamanho A4 ou carga. O formato
grande ajuda a visualização de todo o
panorama, o formato pequeno é melhor de Fig. 3.18. Exemplo de diagrama de fluxo
ser manuseado e na lógica não há
interesse em se ver o processo global.
3. As portas lógicas são mais fáceis de
desenhar. Como a lógica é desenhada Aqui estão os principais pontos referentes à
usualmente na forma de esquemas à mão apresentação lógica como mostrado na
livre, é importante que haja um mínimo de Fig. 3.19:
linhas, símbolos e letras usadas. 1. Os desenhos são mais fáceis de seguir
se todas as entradas são mostradas na
4.3. Diagrama lógico esquerda e todas as saídas na direita. As
Antes de se desenvolver um diagrama funções lógicas são mostradas no meio.
lógico, deve se ter um diagrama de fluxo. 2. Embora as chaves de posição ZSH e
A Fig. 3.18. é um diagrama de fluxo de ZSL sejam atuadas pelas válvulas HV1 e
processo. Deve se ter também uma breve HV2, as chaves estão na entrada para a
descrição narrativa, ponto por ponto, do lógica e as válvulas estão na saída. Elas
objetivo do projetista. Então segue se o podem ser ligadas fisicamente, mas na
diagrama lógico. A Fig. 3.19 é um diagrama lógica as chaves são desenhadas na
lógico associado com o diagrama de fluxo da esquerda como entradas e as válvulas são
Fig. 3.18. desenhadas na direita, como saídas.
Os diagramas mostram muitos dos 3. As chaves NOT devem ser um pouco
símbolos binários lógicos para operação do menores em relação aos balões de
processo. Os símbolos de função de entrada e instrumentos ou de equipamentos. Não há
saída são os balões e bandeirolas dos necessidade de parar a linha lógica em
instrumentos da norma ANSI/ISA S 5.1. As qualquer lado das portas. Na prática, a

34
Símbolos e Identificação

linha é desenhada e o círculo é desenhado


em cima.
4. As botoeiras PARTIDA e PARADA
possuem o mesmo tag número, porém elas
têm funções totalmente diferentes e devem
ser diferenciadas. Se é desejável manter o
mesmo número básico porque elas podem
estar na mesma caixa, pode se usar um
número ou letra como sufixo. Mesmo isto
não é absolutamente necessário, porém,
desde que a chave pode ser tagueada com
números diferentes separados por /.
5. Às vezes, é tentador manter o conceito
de malhas (HS1, HV1, ZSH1). Isto é
geralmente inútil, pois, na prática, é
raramente possível ser mantido. Além disso
é errado pois ANSI/ISA S5.1 requer um
novo número de malha para cada nova
variável medida ou inicializada. Somente se
a malha da variável H e a malha da variável
Z forem as duas primeiras malha para usar
estas letras e se ter correspondência.
6. A maioria dos sistemas de
complexidade moderada não tem uma
relação biunívoca entre funções de entrada
e saída. Quando eles têm, eles seriam
sistemas manuais. É melhor encarar a
complexidade na saída e dar ao sistema
lógico a designação YIC (ou YC). O
sistema é, antes de tudo, um controlador
de evento. Os elementos de saída similares Fig. 3.19. Diagrama lógico típico
devem ter sufixos numéricos ou alfabéticos.
7. Embora a lógica seja muito abstrata, as
ligações dela devem ser concretas.
A Fig. 3.19 mostra somente uma única 4.4. Aplicações das portas
saída física para uma válvula solenóide de
três vias. A ligação para a lógica deve Geral
refletir isto. Não há função de saída para Não usar palavras quando símbolos e
válvula fechada. Para fechar a válvula, o identificadores estiverem disponíveis. Quando
sinal abrir válvula é removido. São usar palavras, fazê-lo do modo mais conciso
necessárias duas saídas somente quando possível. Mesmo quando o número de tag não
houver duos solenóides. for disponível, a parte do identificador deve ser
Como o diagrama lógico é documento de usada para evitar uma descrição narrativa.
execução, é preferível usar a identificação dos
equipamentos ligados (i.e., válvulas solenóides, Função entrada
não as válvulas de linha) e observar os modos Se as linhas lógicas forem diretamente a uma
de falha dos equipamentos ligados. saída chamada de Partida da Esteira, então as
Recomenda-se observar os modos de falha palavras devem ser omitidas, especialmente se
segura. Não é aconselhável se ter válvula de HS é substituída por HMS (chave manual
enchimento com falha aberta, porque é momentânea ou botoeira). Se não, então as
improvável. Também não se deve usar nível palavras Partida da Esteira (uma sobre a outra)
lógico alto para desenergizar solenóides pois economizam espaço horizontal e, junto com
isto é confuso. HMS, contem toda a informação necessária
sem redundância.

Função saída
Quando houver uma escolha entre palavras
e símbolos, escolher símbolos ou uma
combinação de símbolos com um breve estado
da saída. Há um impacto muito maior no

35
Símbolos e Identificação

reconhecimento de paradigmas quando se permitem um resultado conciso. A aplicação de


escolhe esta alternativa uma situação real de processo exemplifica o
A primeira letra (H) deve ser usada princípio que não se deve se tornar muito
somente se há uma ligação direta com uma abstrato para se perder o senso da realidade.
chave manual. Se não, é recomendável tratar a Considerações acerca de modos de falha do
lógica como um sistema e usar Y para evento vent do tanque e da permissão de partida da
ou K para tempo, dependendo se a lógica é bomba requerem que o vent falhe e a
orientada para evento ou para tempo. Nestes permissão também falhe.
casos, todas as saídas devem ter o mesmo Originalmente, a norma fala das opções
número de malha e sufixos diferentes. relacionadas com perda, manutenção e
independência da perda da alimentação
Função AND principal. Atualmente estes conceitos são
As palavras nas entradas e saída facilmente implementados com as novas
simplesmente ajudam a ligar o símbolo à tecnologias eletrônicas que permitem memória
definição. Lógica é a arte de fazer permanente na ausência da alimentação.
identificações não contraditórias, não importa Quando se analisa a segura de um sistema
se com tanques, válvulas ou bombas. e os modos de falha, deve se tomar todo o
As duas entradas projetam mais panorama e não se restringir apenas à lógica.
informação de modo mais específico se forem A potência pode falhar em qualquer ponto –
usados balões com os identificadores entrada, saída, motor, pneumática, elétrica – e
funcionais LSH e ZSH. Quando for necessário cada uma delas deve ser considerada.
identificar equipamentos (tanques, válvulas ou
bombas), deve se usar os identificadores T-1, Elementos temporizados
HV-2 e P-3, se existirem. Se não, deve-se usar A norma ANSI ISA S5.2 apresenta os
palavras especificas, tais como tanque de elementos de tempo, que são basicamente
mistura, bomba de sucção de óleo, válvula da três:
descarga do compressor. 1. Inicialização atrasada da saída (DI)
A saída é também não específica. Quando 2. Terminação atrasada da saída (DT)
se sabe que um relé específico é atuado para 3. Saída pulsada (PO)
partir a bomba, então um balão com o tag
número do relé deve ser usado, p. ex., YY6.

Função OR
Muitas pessoas se sentem desconfortáveis
se uma saída positiva tem de ocorrer para
desligar uma máquina. Na ausência de um
comando positivo, o conceito de falha segura
requer que a máquina pare. A saída é invertida
usando uma porta NOT e as palavras
Permissão Operação Compressor em vez de
Parar Compressor.

Função OR Qualificado
O OR qualificado não é muito necessário,
mas é requerido quando se necessita de lógica
complicada. A mesmas sugestões feitas acima
com relação à identificação de equipamentos
de entrada e saída são aplicadas. Também
deve ser sentido o mesmo modo de falha
segura. Se uma reação exotérmica ocorre,
perdendo-se o controle (sistema run away), é
melhor mostrar uma lógica positiva para manter
a reação ocorrendo. A falha da lógica deve
parar a reação.

Função Memória
A combinação do simbolismo e
identificação da norma ANSI ISA S5.1 com os
identificadores específicos do equipamento

36
4. Sistemas Digitais

processo. Por questão de segurança e da


1. Introdução causa comum, as normas (IEC 61 508 e ISA
Atualmente, os instrumentos são utilizados 84.01) não permitem que um mesmo sistema
em sistemas integrados e completos, que (por exemplo, o SDCD) seja responsável
podem ser abertos ou proprietários. Sistema simultaneamente pelo controle e pela
aberto é aquele cujos equipamentos e segurança do mesmo processo.
protocolos de ligação podem ser fornecidos por
vários fabricantes diferentes. Sistema fechado 2. Sistema Digital de Controle
ou proprietário é aquele patenteado, que só Distribuído (SDCD)
pode ser fornecido por um unido fabricante.
Atualmente, é raro se utilizar instrumentos 2.1. Introdução
isolados para a medição, controle, monitoração
O primeiro sistema digital de controle
e automação de algum processo.
distribuído (SDCD) foi lançado no mercado em
A base do sistema de controle é o
1974, pela Honeywell, modelo TDC 2000.
computador digital, que pode ser de uso geral
Desde então, ele percorre um longo caminho,
ou específico. Geralmente, o que determina o
sempre evoluindo e usufruindo as vantagens
tamanho e as características do sistema é o
inerentes ao avanço tecnológico da eletrônica e
tipo de processo e a aplicação. Os principais
da informática. Assim, já há várias gerações de
sistemas utilizados são:
SDCD, com diferenças significativas nos
1. Sistema Digital de Controle Distribuído
elementos chave de seu sistema, incluindo
(SDCD)
filosofia de operação, microprocessadores e
2. Controlador Lógico Programável (CLP)
esquemas de comunicação.
3. Controle Supervisório e Aquisição de
Por conveniência, o SDCD deve ser ligado
Dados (SCADA)
a instrumentação de campo (transmissores e
De um modo resumido pode-se dizer que
válvulas) inteligente ou microprocessada. Os
se utiliza
benefícios se referem a facilidade de
1. o SDCD para o controle de processos
interfaceamento, redução de fiação, melhor
contínuos complexos, que incluem muitas
desempenho metrológico global, facilidade de
malhas de controle PID.
rearranjo remoto, possibilidade de diagnostico
2. o SCADA para controle de processos
e redução de custos de compra e calibração
simples, que tenham muitas operações de
dos instrumentos.
liga-desliga.
A alta densidade de dos módulos de
3. o CLP é utilizado para prover o alarme e
entrada e saída (I/O) pode economizar painéis
intertravamento do processo ou como
e espaço em grandes sistemas de SDCD.
coletor de dados no sistema SCADA.
Também há economia na fiação entre os
Assim, o SCDC é aplicado para o controle
equipamentos de campo e o SDCD, mesmo
e a monitoração de refinarias de petróleo,
quando se tem redundâncias de comunicação,
siderúrgicas e de grandes plantas com controle
pois uma linha de comunicação redundante
contínuo, nas áreas de papel & celulose,
através de toda a planta custa muito menos do
indústria farmacêutica. O SCADA é usado na
que centenas ou até milhares de fios
monitoração e controle de terminais de óleo e
individuais entre o campo e a sala de controle
gás, plataformas de petróleo, onde os
central.
processos incluem movimentação de fluidos.
Atualmente, no Brasil, os SDCDs mais
Embora o CLP seja um dos componentes
usados são da Emerson, Foxboro (Invensys) e
do SCADA, ele também é utilizado em
Yokogawa. Alguns sistemas antigos foram
combinação com o SDCD, em sistemas
construídos por fabricantes que agora
complexos. Nessa configuração, o SDCD é
pertencem a uma destas três grandes
responsável pelo controle regulatório e
empresas. Por exemplo, o SDCD da Fisher
avançado do processo e o CLP é responsável
Controls, Provox, agora é fabricado pela
pelo alarme e intertravamento do mesmo

37
Sistemas Digitais
Emerson, que também fabrica o DeltaV. Outros pela Emerson, um novo sistema digital foi
sistemas menos usados são da Bailey (Infi90), lançado no mercado, chamado DeltaV, que é
Taylor (Mod300), Fischer & Porter (DCI F&P), considerado um sistema híbrido intermediário
Measurex (Vision) e Honeywell (TDC 3000). entre um SDCD e CLP. Aplicação típica de
Atualmente, todos os sistemas digitais DeltaV é em controle de Unidade de Produção
apresentam aproximadamente as mesmas de Gás Natural (UPGN), anteriormente feito
características e capacidades e estão sempre com o sistema SCADA, baseado em CLP.
evoluindo, para tirar as vantagens da Embora mais simples que um SDCD
eletrônica, comunicação digital e informática. convencional, o DeltaV é também um sistema
Os detalhes e especificações de cada sistema poderoso e caro. O DeltaV veio para substituir
podem ser obtidos facilmente dos fabricantes, o Provox e é também considerado parte da
inclusive pela internet. arquitetura PlantWeb, da Emerson, que
apresentou resultados revolucionários nas
várias aplicações no mundo.
O DeltaV é um sistema de automação da
Emerson Process Managements, que tem o
nome derivado da equação de engenharia para
aceleração: dv/dt, a mudança da velocidade
por mudança de tempo. O sistema DeltaV faz
planejamento, engenharia, instalação,
comisssionamento, treinamento, operação e
manutenção do processo, de modo fácil e
acelera o sucesso do usuário, ao melhorar o
desempenho de sua planta.
O sistema DeltaV possui barramentos
digitais de comunicação e controle avançado
incorporado, para facilitar a integração e
Fig. 4.1. Filosofia do SDCD otimização e aumentar a produtividade da
planta. Os protocolos de comunicação podem
ser Hart, Fieldbus Foundation e pode também
incluir o AMS para facilitar e apressar a
calibração, configuração e diagnostico e para
oferecer flexibilidade de integração com
suporte para outros protocolos como AS-i,
DeviceNet e Profibus.
O sistema DeltaV oferece capacidade de
acessar a informação através de toda a
empresa, com suas tecnologias embutidas de
OLE para Controle de Processo (OPC) e
XML.Com as ferramentas avançadas de
controle embutidas, o DeltaV pode reduzir
facilmente a variabilidade do processo e pode
Fig. 4.2. SDCD com Fieldbus Foundation oferecer sintonia fácil e sofisticada para
calcular e controlar os parâmetros do processo
para malhas de controle regulatório PID, lógica
Fuzzy e redes neurais.
2.2. Emerson O DeltaV pode ser usado para fazer o
O SDCD da Fisher Controls é o Provox©. controle do processo e também pode ser o
Os consoles de operação Provue permitem sistema instrumentado de segurança (SIS) para
alarme, gerenciamento, controle da variável, fazer a proteção de outros sistemas digitais de
opção de tela com toque (touch screen) e controle. SIS é um sistema composto de
interface do operador com os circuitos da área sensores, circuitos lógicos e atuadores que
local da planta através da Janela de Aplicação. opera para levar o sistema para uma condição
A estação de trabalho de engenharia segura, quando ocorrem determinadas
Proflex fornece um método de entrada de condições previstas. Um SIS com DeltaV é
formulários de banco de dados relacional inteligente e pode fazer continuamente o
implementado em uma Unidade de Aplicação diagnóstico de sensores, sistemas lógicos e
de desktop da Fisher ou de qualquer elementos finais de controle.
computador da DEC VAX/VMS.
Depois que a Fisher Controls foi comprada

38
Sistemas Digitais

2.3. Foxboro
Nos equipamentos da série I/A, Inteliggent
Automation, tais como medidores de vazão e
sistemas de indicação de nível, estão uma
parte integral do sistema, permitindo a
verificação da manutenção, capacidade de
diagnostico e a configurabilidade através do
console do sistema. Mais ainda, a comunicação
digital continua entre os transmissores e o
sistema prove acesso para tal informação como
as medições primarias, medições de
temperatura por transmissor, diagnósticos,
Fig. 4.3. DeltaV usado como SIS salvo de falha, ajustes de amortecimento,
unidades de engenharia, localização física e
data da ultima calibração.
Pela integração dos três domínios do
controle - continuo, seqüencial e lógico - em um
único sistema operacional, a série I/A permite
as opções de desempenho, tais como partida e
desligamento automáticos de unidades
continuas e intertravamento integrados em
sistemas de batelada.
A série I/A oferece um sistema de
gerenciamento da informação do tipo relacional
projetado para ser capaz de tratar com
informação de tempo real da planta. Esta base
de informação, junto com ferramentas de
aplicação de alto nível, fornece capacidade de
solução de tempo real.

Fig.4.4. Sistema DeltaV simples

Armários cegos do sistema IA

Fig.4.5. Sistema Delta V mais complexo Estação de operação do sistema IA


Fig. 4.6. Sistema IA da Foxboro (Invensys)

39
Sistemas Digitais
3. Controlador Lógico Programável
2.4. Yokogawa
(CLP)
O SDCD da Yokogawa é o Centum, que é
disponível em dois modelos diferentes em 3.1. Conceito
função do tamanho da aplicação: O controlador lógico programável (CLP) é
CS1000 – para sistema pequeno um equipamento eletrônico, digital, baseado
CS3000 – para sistema grande. em microprocessador, que pode
Um dos conceitos básicos do Centum 1. Controlar um processo ou uma
CS1000 é o controle eficiente através de máquina
simples operação, combinando a 2. Ser programado e reprogramado
funcionalidade do DCS com a simplicidade de rapidamente
operacional um PC. Ele possui uma poderosa 3. Ter memória para guardar o programa.
interface com controles amigáveis para O programa do usuário (e.g., diagrama
operação, controle e manutenção de plantas ladder) é inserido no CLP através de
industriais de médio e pequeno porte microcomputador, teclado numérico portátil ou
programador dedicado. Depois de carregado o
programa, o programador é desconectado do
CLP.
Como o CLP é fácil de projetar e instalar e
relativamente barato, quando comparado a um
SDCD, ele é o sistema digital default para
coletar dados de processo.
O CLP foi projetado para uso em
automação de fabrica, quando a operação
requeria tarefas muito rápidas, repetitivas,
como em linhas de montagem. Estas
exigências não são típicas de uma planta de
Fig.4.7. Centum CS1000 processo, mas há algumas operações que
podem usar as capacidades poderosas de um
CLP, principalmente as de alarme e
intertravamento. O CLP de hoje pode ser muito
O CS 3000 é o SDCD da Yokogawa de mais eficiente para executar sequenciamento,
grande porte. Ele integra a versatilidade e operações de alarme e de intertravamento. O
confiabilidade de seu predecessor série controle em tempo real para intertravar motores
Centum com o ambiente aberto de um e equipamentos relativos se tornou muito
computador pessoal. O sistema é de fácil prático dentro do CLP usado no mundo do
operação, possui mais funções de controle, controle de processo. Um bom exemplo disto é
engenharia eficiente e excelente relação de o controle de processo de batelada com
custo e beneficio. funções de gerenciamento do processo
Suas interfaces abertas permitem a troca configurado através de um computador pessoal
de informação com Softwares de Supervisão ou estação de trabalho de operação do tipo PC.
de Recursos Empresariais (ERP) e Sistemas O controlador lógico programável varia na
de Produção (MES), criando um estratégico complexidade da operação que ele pode
sistema de informação e administração para controlar, mas ele pode ser integrado em redes
sua planta. de comunicação digitalcom outros CLPs,
computadores pessoais, sistemas de analise,
sistemas de monitoração de maquinas rotativas
e SDCDs, Geralmente, mas nem sempre, estas
redes são ponto a ponto, significando que um
CLP pode falar com outro diretamente sem ir
através de outro equipamento intermediário.
O CLP pode ser uma alternativa,
econômica, do SDCD, onde não são envolvidas
estratégias de controle de malha de processo
sofisticadas. As aplicações típicas de CLP são:
1. Parada e partida de equipamentos
2. Alarme e intertravamento de segurança
3. Movimentação de óleo e gás
4. Engarrafamento e empacotamento
Fig. 4.8. Sistema Yokogawa CS3000 5. Processo de batelada simples

40
Sistemas Digitais
As vantagens do CLP são: Os gabinetes devem ser resistentes à
1. Excelente capacidade de manipular corrosão. Eles devem ser tratados contra
lógica, seqüencial e intertravamento corrosão com pintura ou revestimento externo
2. Programação ladder de fácil por um processo eletrostático.
entendimento A cor de acabamento dos gabinetes
3. Custo baixo, permitindo a geralmente é cinza claro (Munsell 065).
personalização das funções do produto Blocos terminais com fusíveis devem ser
4. Pode operar em ambiente hostil usados para sinais analógicos e solenóides.
5. Altíssima confiabilidade, sendo um A fita terminal deve ser separada de acordo
produto comprovadamente fácil de se com o tipo de sinal (4 a 20 mA, sensores de
manter temperatura a resistência, termopares, sinais
6. Oferece alto nível de flexibilidade e discretos de chaves). Os condutores com a
escalabilidade alimentação de 127 V ca devem ser igualmente
7. Possui tamanho compacto e requer segregados.
pouco espaço A fita terminal deve ter classe de isolação
As desvantagens do CLP no controle de adequada, típica de 750 V.
processo são: Os cabos internos devem ser do tipo à
1. É não determinístico, ou seja, sem prova de chama e de acordo com as cores
habilidade de prever o tempo de padronizadas.
resposta, que é desastroso para o
controle PID. O CLP é determinístico 3.3. Operação do CLP
somente se a interrupção de tempo real Como todo sistema digital, o CLP opera de
for disponível e usada para PID. modo descontínuo, por ciclos de varredura. O
2. Limitado em sua capacidade de fazer CLP recebe sinais do processo através de seus
controle PID contínuo, principalmente módulos de entrada e atua nos elementos
em controle multivariável. finais de controle através de seus módulos de
3. Dificuldade de implementar técnicas de saída. Esta atuação vai depender do status dos
otimização de controle, tipicamente sinais de entrada, do programa (ladder) que o
disponíveis nos SDCDs. CLP executa e do status dos sinais de saída.
4. Necessidade de computador pessoal
para interfacear com os controles de
processo e outras operações mais
complexas.
5. Não possui interface homem-máquina,
requerendo uso de um computador
pessoal, quando for necessária esta
interface.
6. Necessidade de configurar o CLP em
separado da configuração do PC e do
SDCD, em sistemas combinados.
7. Geralmente o fabricante de CLP não
possui especialistas em controle de
processo.
3.2. Construção
O CLP fica condicionado em gabinetes com
dimensões adequadas para alojar os seus
componentes. O arranjo interno deve permitir o
acesso livre aos componentes substituíveis
(tipo plug in) para facilitar a manutenção e
expansão.
Cada gabinete deve ter uma placa de
identificação de acrílico com o número do CLP
e do gabinete, fixado por rebites ou parafusos Fig. 4.9. Esquema de funcionamento do CLP
em local visível.
Cada módulo I/O e a fiação interna de
todos os módulos do sistema devem ser
identificados pelo método padronizado. A
identificação pode fixada com arame, fitas
adesivas ou qualquer outro modo aceitável.

41
Sistemas Digitais
para de operar. Depois de falhar, o CLP
3.4. Varredura do CLP geralmente requer a intervenção do operador
Embora possa haver pequenas diferenças para voltar a operar. A maioria dos CLPs
entre CLPs, especialmente o que eles fazem possui programa operacional com diagnóstico
durante a inicialização, o ciclo de varredura de de falhas.
três passos é sempre o mesmo:
1. Passo de inicialização preprogramado,
que é executado uma vez, sempre que o
CLP é colocado em modo de operação
(RUN), antes que o três passos do ciclo de
varredura sejam executados pela primeira
vez.
2. O ciclo de varredura de três passos
consistem de:
a) Uma varredura de entrada. O CLP lê
os dados de todos os módulos de
entrada (adquirindo dados de sensores Fig. 4.10. Ciclos da varredura do CLP
ligados aos módulos de entrada). Este
dado de entrada é colocado em uma
área da memória do módulo da CPU
reservado para imagens dos dados de
entrada
b) Varredura do programa do usuário.
O programa de controle escrito pelo
usuário é rodado uma vez, do inicio até
o fim. O programa contém instruções
para examinar dados da imagem de
entrada e para determinar que valores
o CLP deve colocar nas saídas que
vão para os atuadores. O CLP não
escreve os dados de saída nos Fig. 4.11. Varredura e interrupção
módulos de saída ainda, mas os salva
em uma área da memória RAM da
CPU reservada para imagens dos
3.5. Capacidade do CLP
dados de saída. O programa do
usuário pode examinar e alterar todas Cada CLP deve apresentar a seguinte
as áreas endereçáveis da memória capacidade básica:
RAM. (Isto significa que os dados de a) Coleta de sinais analógicos e discretos
imagem da entrada podem ser b) Saídas de sinais analógicos e discretos
alterados pelo programa do usuário e c) Execução de seqüências e controle PID
os dados de saída podem ser d) Interfacear outros equipamentos digitais
examinados). Alguma memória RAM e) Capacidade de comunicação com a
não é endereçável, de modo que ela Estação de Operação, quando houver
não pode ser alterada pelo programa SCADA.
do usuário. O programa do usuário, por
exemplo, não está em uma memória 3.6. Configuração de CLP
endereçável. A configuração das seguintes funções
c) Uma varredura de saída. Durante este mínimas deve ser possível:
passo, o CLP copia todos os dados da a) Relé básico
área da imagem de saída da CPU para b) Temporização no ligamento,
os módulos de saída. desligamento, retentivo ou não, com
Cada vez que o CLP termina um ciclo de base e tempo de 1 e 0,1 s.
varredura e começa outro, o sistema c) Contador crescente ou decrescente
operacional também roda um timer watchdog. d) Transferência de blocos
O timer watchdog roda enquanto é executado o e) Transmissão por exceção de mudança
ciclo de varredura. Se o timer watchdog atinge de status
seu valor pré-ajustado antes de ser reiniciado f) Lógica booleana (AND, OR, NO)
(se um ciclo de varredura leva um tempo g) Operações matemáticas (soma,
anormalmente grande para terminar), o CLP vai subtração, multiplicação, divisão, raiz)
imediatamente para o modo de falha (fault) e h) Seqüenciadores

42
Sistemas Digitais
i) Comparadores (maior, menor, maior ou Estratégias complexas são geralmente
igual, menor ou igual, igual, não igual) confinadas a CLPs individuais.
j) Linearizadores PC deve ser configurado para se comunicar
k) Controle PID com cada CLP para achar as variáveis
l) Calculo matemático de ponto flutuante específicas, depois configurado para telas e
para a correção da vazão devida a depois para histórico e depois para tendências.
pressão e temperatura Sistemas com CLP usualmente possuem
m) Integração de vazão instantânea bases de dados múltiplas para configurar e se
durante intervalo de tempo manter casadas.
n) Filtro de sinais analógicos
Todo CLP deve ter um código de
identificação alfanumérico que deve registrar
em sua memória e ser acessível tanto
localmente pelo terminal de programação como
remotamente pela Centro de Supervisão e
Controle.
Os programas de operação devem ser
armazenados em memória EPROM. AS
memórias RAM de armazenamento devem ser
protegidas por baterias.
Valores referentes à composição do gás
devem ser localmente (manual ou por entrada
analógica) ou remotamente carregados pelo
Centro de Supervisão e Controle.
Todos os dados, parâmetros e versões de
programa devem ser acessíveis do terminal de
programação.
O CLP deve totalizar a medição de
transferência de custódia. Esta totalização se
refere à soma das vazões parciais em cada Fig. 4.12. Armário de um CLP
seção de medição e deve ter de 1 a 4 canais
de medição.
Os controladores PID devem permitir,
localmente, do terminal de programação ou,
remotamente, pelo Centro de Supervisão e
Controle, a determinação, entre outras coisas,
do valor do ponto de ajuste, o modo de
operação (automático ou manual), os
parâmetros de ganho, os fatores derivativo e
integral. O controlador deve também permitir o
ajuste da banda morta do erro.
O CLP deve remotamente soar o alarme no
Centro de Supervisão e Controle em cada
ocorrência de falha.
O CLP deve permitir a programação
através de programa configurável de alto nível.
O CLP deve ser capaz de executar a re- Fig. 4.13. Diagrama de blocos do CLP
partida automática na volta da falha de
alimentação.
O CLP foi criado para substituir relés
eletromecânicos e por isso é programado
usando lógica de relés. Quando o CLP
começou a ser aplicado em controle PID de
processo mais complexo, foi necessário criar
linguagem de programação mais poderosa,
como a de Blocos de Função.
Cada CLP deve ser configurado
separadamente. É requerida disciplina para
evitar duplicação de tags de processo.

43
Sistemas Digitais
4. Cada saída analógica deve ter as seguintes
3.7. Equipamentos associados características:
A instrumentação de campo 5. Alimentar cargas com impedância de até 1
(transmissores, chaves) ligada ao CLP deve 000 Ω.
ser alimentada pelo CLP 6. Ajuste independente de zero e de
1. Através dos módulos de entrada e amplitude de faixa, para cada canal.
saída
2. Através de fonte externa de 24 V cc,
3.8. Dimensionamento do CLP
mas disponível no CLP. Cada CLP deve ser dimensionado
O CLP deve ter LEDs, na parte frontal dos (módulos eletrônicos, gabinetes de ligação,
módulos, fonte e CPU, para indicar suas fiação, terminais) para o número total de
condições de operação. entradas e saídas, especificadas na
Todas as conexões do CLP (cada porta de documentação.
comunicação I/O e conexão de fonte de O CLP e gabinete devem ser fornecidos
alimentação) devem ter proteção contra com todo equipamento necessário para uma
transientes. expansão futura de 15 % dos pontos totais,
Cada CLP deve ter um clock interno simplesmente pela inserção de novos módulos
permitindo o registro de ocorrências de alarme de I/O e cabos de instrumentos de campo, sem
e de evento com tempo estampado. a necessidade de qualquer outro material.
O equipamento não deve gerar A fonte de alimentação deve ser capaz de
interferência que possa atrapalhar a operação suportar transiente de até 30% das variações
de outros equipamentos eletrônicos, nem ter na tensão de entrada para um período de 10
sua operação afetadas por estes segundos sem perturbar seu trabalho.
equipamentos. A fonte de alimentação deve ter suas
Todos os módulos de entrada e saída (I/O) saídas protegidas contra sobre tensão, sob
devem trabalhar permanentemente tensão e sobre corrente e em qualquer um
energizados, nas condições normais de destes eventos, deve desligar automaticamente
operação. Cada módulo I/O deve ter um fusível e se manter em seu estado até que o defeito
de proteção individual. seja corrigido.
Cada módulo de entrada deve ter, no Três saídas analógicas devem ser
mínimo, as seguintes características: fornecidas para enviar informação para o
1. Isolador óptico para os sinais de campo comprador do gás.
e circuitos internos lógicos (mínimo de
isolação de 1 500 V). Esta isolação 3.9. Comunicação de dados
deve ser independente para cada O CLP deve ter o equipamento e programa
módulo I/O. necessários para se comunicar com o Centro
2. Proteção contra transientes de tensão, de Supervisão e Controle através de meios de
picos de corrente, transitórios e comunicação.
interferência de 60 Hz, interferência de O CLP deve ter o equipamento e programa
rádio freqüência e descarga necessários para se comunicar com o
atmosférica. computador de vazão e Cromatógrafo, através
3. Proteção contra inversão de de meios de comunicação serial. Esta
polaridade. comunicação deve ocorrer, preferivelmente,
Os módulos de entradas discretas devem através do protocolo Modbus/RTU (da
ter filtros e LEDs para indicar status da entrada Modicon), embora outros protocolos digitais
(ligada ou desligada). possam ser usados.
Os módulos de entradas analógicas devem O CLP deve se comunicar com os
ser capazes de operar com os sinais padrão de Computadores de vazão e Cromatógrafos,
4 a 20 mA, para transmissores de 2 ou 4 fios. O acessando todos os valores coletados e
CLP também deve ter módulos de entrada para calculados, bem como os valores internos e
receber sinais de RTD (Pt 100) e termopares alarmes do estado da operação.
(com juntas de compensação).
As saídas discretas devem ter as seguintes 3.10. Terminal de programação
características:
O Terminal de Programação adequado
1. Contatos secos normalmente abertos
deve ser um notebook, compatível com a
2. Capacidade de contato de 2 A, a 24 V cc, 1
norma IBM PC, com as seguintes
A a 125 V cc ou 2 A a 127 V ca
características:
3. Tipo relé. Quando a fonte de alimentação
1. Pentium IV, mínimo de 1,6 MHz
não for interna ao CLP, este relé deve ser
2. 256 MB RAM, expansível para 512 MB
externo ao módulo de saída discreto.

44
Sistemas Digitais
3. Bateria de longa duração, com 4. Controle Supervisório e Aquisição
capacidade mínima de 2 horas de de Dados (SCADA)
operação sem recarga
4. Display LCD VGA, com tela de matriz 4.1. Introdução
ativa e com tela mínima de 10 “.
5. Drive de disco flexível de 3 1/2” (1,44 SCADA é o acróstico de Supervisory
MB) Control And Data Acquisition – Controle
6. Disco rígido de 10 GB, quando Supervisório e Aquisicao de Dados. SCADA é
formatado, interface IDE, tempo de um sistema de controle tipicamente usado para
acesso máximo de 12 ms monitorar e controlar processos que tenham
7. Unidade de leitura de CD-ROM, com muitas operações de liga e desliga e poucas
uma velocidade de 52X ou maior malhas de controle analógico PID. O sistema
8. Trackball integrado SCADA é usado principalmente para partir e
9. Slot de expansão PCM CIA tipo II parar unidades remotas e não é usado para o
10. Porta paralela padrão Centronics, para controle do processos complexos.
impressora Exemplos de processos simples:,unidades
11. Porta serial de transferência de produtos em tubulações por
12. Conexões para teclado externo e bombas (líquidos) ou compressores (gases),
monitor externo VGA distribuição de água e distribuição de energia
O notebook deve vir junto com uma fonte elétrica. Tais sistemas utilizam intensiva e
de alimentação ac/dc, cabos, maleta e uma extensivamente o sistema SCADA. Exemplos
série de manuais do computador e acessórios. de processos complexos, que requerem muito
Os seguintes programas devem estar controle analógico PID: refinaria de petróleo,
instalados: planta química ou petroquímica. Nestes
1. Windows 2000 processos, a tecnologia empregada é o
2. Utilitários do CLP (para confecção de Sistema Digital de Controle Distribuído, mais
diagrama ladder ou bloco de funções) complexo, caro e poderoso que um sistema
3. Aplicativo para operação e manutenção SCADA.
de equipamentos em uso. Antigamente o termo controle
supervisório significava o sistema onde o
3.11. Sistema de Comunicação computador digital estabelecia o ponto de
ajuste e outros parâmetros dos controladores
A comunicação entre o CLP e o VSAT será analógicos.
feita por meio de um RTUfep, que terá: Há sistemas SCADA proprietários, de um
1. Computador com um processador único fabricante, que já está interligado com
386, RAM de 8 MB todas interfaces e drivers proprietários. São
2. Disco em um chip de 16 MB sistemas mais caros, menos flexíveis, porém já
3. 2 portas seriais prontos para o uso. Exemplo clássico:
4. Porta Ethernet (10 base T) com MOSCAD, da Motorola.
conector RJ 45 A tendência atual é utilizar sistemas com
5. Tensão de operação 110/220 V ca protocolos e programas abertos, podendo
Para os equipamentos que requeiram utilizar equipamentos de diferentes fabricantes.
comunicação através de links seriais, esta Os equipamentos básicos deste SCADA são:
comunicação ocorre por meio de uma porta RS 1. Controlador Lógico Programável (CLP)
485, usando o protocolo Modbus/RTU, da para fazer a aquisição de dados
Modicon (Pimbus 300), com as seguintes 2. Computador Pessoal (PC) para rodar o
características: supervisório e constituir a estação de
1. Velocidade de transmissão mínima de operação ou a interface humano-
9 600 baunds/segundo máquina (termo mais correto que
2. Máster de comunicação a ser executado homem-máquina, que é machista.
pelo CLP Gostaram, meninas?).
O sistema de comunicação deve tornar um Neste sistema, tem-se vários fornecedores
canal disponível para ligar o Centro de de CLP (Siemens, Modicon, Rockwell, GE
Supervisão e Controle e todas as Estações Fanuc, Hitachi, Reliance) e vários aplicativos
Remotas. (InTouch, IFix, VXL). Há maior flexibilidade,
porém, há maior dificuldade de integração do
sistema.
Um sistema de Controle Supervisório e
Aquisição de Dados (SCADA) coleta e
armazena dados para uso futuro. Os dados

45
Sistemas Digitais
podem ser analógicos, discretos ou digitais. Os Modbus. O sinal discreto ou binário é aquele
dados analógicos podem ser do tipo: fornecido por uma chave elétrica e possui
1. 4 a 20 mA cc, apenas um bit de informação: ligado ou
2. tensão de mV de células de carga, desligado. Há autores e manuais que chamam
3. tensão de termopares dos tipos J, K, R, o sinal discreto de digital, diferente de nossas
S, T B e E, definições. Há ainda o sinal de pulso, cuja
4. resistências detectoras de temperatura, informação pode estar na amplitude, na
5. pulsos de turbinas medidoras de vazão, freqüência, na duração ou na posição do pulso.
6. freqüência de sinais de transmissores Exemplos de sinais: saída de turbina medidora
de vazão magnéticos, de vazão, saída de medidor magnético de
7. freqüências de medidores tipo vortex vazão.
ou coriolis)

Fig. 4.15. Sistema SCADA tradicional

Um modo claro para mostrar a diferença


entre sinal discreto e digital, em um CLP é que
os sinais discretos entram através de módulos
de entrada e sinais digitais através da porta da
CPU do CLP.
Na maioria das aplicações industriais, a
aquisição de dados é feita por controladores
lógico programáveis (CLP) que possuem as
interfaces de entrada e saída padronizadas e
com preço conveniente. Outra vantagem de se
usar um CLP como sistema de coleta de dados
é a facilidade de driver de comunicação entre
ele e o microcomputador onde será rodado o
programa aplicativo para realizar o controle
Fig. 4.14. Visão geral de um SCADA supervisório do processo.
Quando os dados são coletados a grandes
distâncias, eles são transferidos através de
fios físicos, por uma onda de rádio freqüência
Estes sinais analógicos ou de pulso são portadora ou através de linha telefônica ou por
convertidos para a forma digital conveniente uma combinação qualquer destas três técnicas.
para uso dentro do sistema digital de aquisição Estes dados devem estar disponíveis em
de dados. um único local centralizado, e podem ser
Dados discretos são as saídas de chave, indicados, registrados, totalizados, analisados e
que podem ser 0 ou 1. alarmados, que é a estação de operação. É
Os sinais digitais, como protocolo HART®, também desejável que o operador, além de
Fieldbus Foundation, entram no sistema coletar os dados e saber os status dos
através da rede de comunicação digital. dispositivos remotos, possa atuar no processo,
Há uma distinção clara entre sinal digital e abrindo e fechando válvulas motorizadas,
discreto (ou binário). O sinal ou protocolo digital ligando e desligando motores de bombas e
é constituído de vários bits (p. ex.: 16, 32 ou compressores, enviando sinais analógicos para
64) e tem muitos recursos. Exemplos de atuar em válvulas de controle. Nestas
protocolos digitais: HART, Fieldbus Foundation, aplicações, os sinais digitais do sistema de

46
Sistemas Digitais
aquisição de dados devem ser convertidos de telas que apresentam os valores numéricos das
volta para a forma analógica e aplicados a variáveis de processo de diferentes modos, à
algum tipo de atuador no processo. sua escolha. Os valores podem aparecer ao
Neste ponto, deve-se projetar e construir lado dos equipamentos associados. Por
equipamentos digitais que executem todas exemplo, o nível do tanque pode ser
estas tarefas. Este equipamento é a Estação apresentado em percentagem ao lado do
de Operação, que tipicamente é um desenho do tanque, a vazão que passa por
computador pessoal (PC), que roda um uma tubulação pode ter o valor instantâneo
software aplicativo de Controle Supervisório. mostrado junto da tubulação, a temperatura de
um reator pode ser mostrada em diferentes
posições, em valores digitais. Através da
configuração de tela, os instrumentos virtuais
podem se parecer com instrumentos
convencionais, com escala analógica (gráfico
de barras simula a escala analógica), com
botões, chaves seletoras e chaves de atuação.
A totalização da vazão ou de outra variável
(por exemplo, tempo acumulado de operação
de motor de bomba) pode ser apresentada na
tela do monitor, em tamanho e cor definidos
pelo usuário.
O anunciador de alarme é eliminado e
agora os alarmes são listados pelo
computador, mostrados na tela do monitor ou
impressos em papel, se necessário. O alarme
sonoro continua existindo. O usuário pode
definir um código de cores para diferentes tipos
de alarme. No diagrama do processo mostrado
na tela do monitor do computador, as variáveis
alarmadas podem assumir diferentes cores.

Fig. 4.16. Componentes do SCADA

4.2. Equipamento (Hardware)


A plataforma de operação do sistema de
aquisição de dados e controle supervisório é
um microcomputador, rodando um programa
aplicativo. Através de configuração de telas, o
operador pode selecionar através do teclado ou
mouse do computador diferentes visões do
processo, desde uma malha isolada até o
processo completo (overview). Fig. 4.17. Sala de controle do sistema SCADA
O monitor do computador irá substituir os
painéis convencionais com botoeiras,
instrumentos de display, anunciador de alarme
e painel sinóptico. As chaves liga e desliga e as Também no sistema, os status dos
botoeiras de partida e parada são substituídas equipamentos podem ser definidos e
por teclas ou são atuadas através da tela observados na tela do monitor. Assim, por
especial (touch screen). Têm-se agora chaves exemplo, válvulas fechadas podem ser
lógicas ou virtuais que funcionam exatamente representadas em vermelho, abertas em verde
como se fossem reais. e em posições intermediárias, em azul.
O monitor do computador substitui os Tudo que era feito através da
instrumentos de display. Através do programa instrumentação convencional contínua sendo
de configuração, o operador pode selecionar feito, porém, o operador vê o processo através

47
Sistemas Digitais
de uma janela. Sua interface para ver o que Concluindo: um conjunto integrado de
está ocorrendo é a tela do monitor e sua sistema de aquisição de dados, programa de
interface para atuar no processo é o teclado do controle supervisório e um microcomputador,
computador, mouse, trackball (mouse com pode ser uma alternativa econômica para um
esfera) ou a própria tela do monitor se ela for Sistema Digital de Controle Distribuído. Por
sensível ao toque (touch screen). causa de suas limitações de desempenho e
Este sistema supervisório facilita muito a conveniência geral apresentadas por um
vida do operador. Relatórios que anteriormente sistema com microcomputador, estas
eram escritos à mão agora são aplicações são idéias para processos onde o
automaticamente impressos. A partir do aperto custo é crítico e o controle é simples. Este
de uma tecla, o operador pode ter uma lista de conceito certamente cria a expectativa e a
todos os pontos que foram alarmados nas visão do futuro para aplicações abertas.
últimas 24 horas de operação. Mesmo com suas limitações, o sistema pode
ter ou fazer:
1. Gerenciamento de banco de dados
relacional,
2. Pacote de planilha de cálculo
3. Capacidade de controle estatístico de
processo
4. Processador de texto
5. Gerenciamento de display orientado
para objeto
6. Estação de trabalho orientada para
janela
7. Troca de informações com outros
sistemas da planta
8. Comunicação com outros sistemas
Fig. 4.18. Funções do SCADA digitais, como controlador lógico
programável, controlador digital single
loop, sistema de monitoração de
máquinas rotativas, sistema de análise
da planta
9. Interoperabilidade entre outras
plataformas digitais disparatadas.
4.3. Programa Aplicativo (Software)
A operação de selecionar uma malha,
iniciar uma entrada de dados, atuar em
determinado dispositivo remoto, apresentar
uma lista de alarmes não é feita
milagrosamente, mas deve ser prevista e
programada. Para facilitar as coisas, são
disponíveis vários programas aplicativos no
Fig. 4.19. Interface Humano-Máquina mercado, para que usuário realize seu controle,
sendo os mais conhecidos:
1. Intouch, da Wonderware
2. FicsDmacs, da Intellution
3. Oasys, da Valmet
4. Wizcon, da Wizcon
5. Elipse, da Elipse Software
6. RSView, da Allen-Bradley
7. Aimax, da Smar
Um programa aplicativo supervisório é
usado para confeccionar telas, animar objetos,
Fig. 4.20. Estação de operação do SCADA permitir a monitoração e atuação do processo
através da estação de controle. Os aplicativos
possuem bibliotecas com figuras, imagens,
símbolos e ícones já prontos e fáceis de serem

48
Sistemas Digitais
usados, bastando ao programador apenas a 5. Protocolos de comunicação
sua configuração e endereçamento.
Geralmente, a comunicação não é feita por 5.1. Introdução
fios físicos, mas por transmissão de radio,
Em uma malha de medição e controle de
linhas telefônicas ou mesmo satélites. Os
processo, os instrumentos necessitam se
tempos de atraso destes sistemas SCADA
comunicar entre si. Quando o sinal era
induzem a não confiar na monitoração e
analógico, esta compatibilidade foi conseguida
controle dos detalhes do processo em si, que
com a padronização dos sinais: pneumático em
está à distância. A porção do controle
20 a 100 kPa (3 a 15 psi) e eletrônico (4 a 20
supervisório cuida principalmente de ligar,
mA cc). O sinal analógico continha apenas uma
desligar equipamentos ou contornar unidades
informação, que estava na amplitude do sinal
danificadas por acidente.
proporcional ao valor da medição.
Com o sinal digital, as coisas se complicam
porque se quer usar a capacidade digital de
comunicação de transmitir vários sinais
simultaneamente em um único meio (fio
trançado, cabo coaxial, cabo de fibra óptica),
que é compartilhado por todos os sinais de
informação.
Protocolo é o conjunto de regras
semânticas e sintáticas que determina o
comportamento dos instrumentos funcionais
interligados para se ter uma comunicação entre
eles. Na arquitetura OSI (Open Systems
Interconnection), é o conjunto de regras que
determina o comportamento de entidades na
Fig. 4.21. Tela típica do InTouch
mesma camada para se comunicarem.
Há muitos protocolos alternativos tais como
Fieldbus Foundation, WordFIP/FIP, Profibus,
ISP, LonWorkds, P-NET, CAN, HART, BIT-
Qualquer comunicação nestas
BUS, Modbus e Ethernet. A maioria é
transmissões remotas deve conviver com
proprietária, ou seja, o protocolo foi
grandes tempos de atraso entre o comando e a
desenvolvido por determinado fabricante
execução da ação. É também freqüente
isolado ou em conjunto com outros fabricantes.
interrupções inesperadas da comunicação.
A razão mais óbvia para a variedade de
Estes atrasos e interrupções impedem um
protocolos é que eles tem sido projetados para
controle contínuo do processo, embora haja
diferentes aplicações em mente e otimizados
técnicas para acomodar estas limitações, como
para características específicas tais como
a rotina de verificar antes de executar os dados
segurança, baixo custo, alto número de
de transmissão.3.8. Programa Supervisório
dispositivos conectados. Portanto, cada norma
O programa supervisório é o Oasys, da
pode ter vantagens para atender prioridades de
Metso. Ele está rodando no Centro de
uma determinada aplicação. A não ser que
Supervisão e Controle, no Rio de Janeiro, RJ.
uma única norma se torne um líder claro, pode
É um sistema existente que deve ser
ser necessário para os fabricantes fornecerem
melhorado para ser capaz de operar as novas
interfaces para os outros protocolos em uso.
partes que estão neste escopo. Ele tem uma
Os protocolos dependem basicamente do
Base de Dados em Tempo Real, uma Base de
tipo do processo e do nível da aplicação. Os
Dados Histórica, interfaces humano-máquina e
processos podem ser do tipo contínuo ou
todos os componentes usualmente necessários
discreto.
neste tipo de sistema.
Processo contínuo é aquele que faz a
A comunicação com o CLP é bidirecional e
medição, monitoração e controle de variáveis
ocorre através de links de satélite.
analógicas, como pressão, temperatura, vazão,
No nível de engenharia, todo acesso será
nível e analise. O algoritmo básico deste
permitido em todas as funções de edição,
controle é o PID – ações Proporcional, Integral
incluindo configuração, registro de senhas e
e Derivativa.
níveis de prioridade e todas as outras funções
Processo discreto é aquele que possui
de gerenciamento do sistema.
muitas ações de ligar e desligar, quando os
O Programa Supervisório tem facilidades
atuadores estão ligados ou desligados, abertos
para configurar todas as funções especificas
ou fechados.
nas Estações Remotas.

49
Sistemas Digitais
O nível de aplicação se refere à função do
equipamento da malha. O nível mais baixo
inclui sensores e sinais de 1 bit, que é a saída
de uma chave. O bit só pode valer 0 ou 1. Outros
O nível acima do sensor é o de
equipamento, tipicamente o transmissor e de SDCD
válvula de controle. proprietário
Acima do nível de equipamento, está o Proprietário
nível de controle regulatório, que pode incluir o
protocolo PID, lógica fuzzy. HART
O nível mais alto da aplicação inclui os
negócios da empresa, com as atividades de
compra e venda, planejamento, manutenção,
operação, finanças, relações humanas.
Quanto mais elevado for o nível, melhor
deve ser o desempenho do protocolo e quanto Fig. 4.23. Percentagem de uso
mais baixo o nível, maior deve ser a sua
confiabilidade. Há um teorema em
comunicação que estabelece que o produto
desempenho e confiabilidade é finito e por isso,
quando se aumenta o desempenho, diminui-se Vantagens
a confiabilidade e quando se aumenta a
As vantagens do HART incluem:
confiabilidade, se diminui o desempenho.
1. Protocolo de comunicação com aceitação
Tipicamente, os protocolos de chão de fábrica
mundial, tendo cerca de 50% do mercado e
são muito confiáveis e com pequeno
por isso é considerado o padrão digital, de
desempenho e os de negócio são de alto
facto,
desempenho e pequena confiabilidade.
2. Protocolo aberto, independente do
Protocolo de alta confiabilidade é chamado
fabricante e gerenciado pela Fundação de
de determinístico, ou seja, o sinal enviado
Comunicação HART
chega ao receptor, mesmo que demorado.
3. Possui um terminal portátil universal e
amigável para todos os equipamentos
4. Possui a capacidade digital de acessar
todos os parâmetros do instrumento e fazer
diagnóstico,
5. É um dos poucos protocolos digitais que
pode ser superposto ao sinal analógico de 4
a 20 mA cc.

Método de operação
O protocolo HART opera usando o princípio
de frequency shift keying (FSK), que é baseada
Fig. 4.22. Tipos de protocolos e aplicações na Norma de Comunicação Bell 202 (Bell,
1976). O sinal digital é constituído de duas
freqüências:
5.2. Protocolo HART 1200 Hz que é o bit 1
2200 Hz que é o bit 0.
Conceito Ondas senoidais destas freqüências são
HART é um acróstico de Highway superpostas sobre um sinal analógico de 4 a 20
Addressable Remote Transducer – Transdutor mA corrente contínua, transmitido por cabos,
Remoto Endereçável de Barramento. O para dar simultaneamente comunicações
protocolo HART foi o primeiro a ser usado na analógica e digital. Como o valor médio do sinal
industria de processo contínuo e é muito FSK é sempre zero, o sinal de 4 a 20 mA cc
utilizado ainda hoje. Ele foi desenvolvido pela não é afetado pelo sinal digital. Isto produz
Rosemount, que hoje faz parte da Emerson, comunicação simultânea genuína com um
em 1986. Por sua grande aceitação, ele se tempo de resposta de aproximadamente 500
tornou aberto (quando todos os fabricantes ms para cada equipamento de campo, sem
poderiam utiliza-lo) em 1991. interromper qualquer sinal analógico de
transmissão que possa estar ocorrendo.
Até dois equipamentos principais (master)
podem ser ligados a cada malha HART. O

50
Sistemas Digitais
primário é geralmente um sistema de necessária pelo equipamento de campo e o
gerenciamento ou um PC, enquanto o master pode estar muitos kilômetros distante.
secundário pode ser um terminal hand-held ou Porém, a maioria dos países europeus não
um computador laptop. Um terminal padrão permite sinais Bell 202 usados com
hand-held (chamado comunicador HART) é equipamentos portadores nacionais, de modo
disponível para tornar uniformes as operações que os produtos HART não podem ser usados
de campo. As opções adicionais de circuito são deste modo.
fornecidas por gateways.

Fig. 4.24. Comunicações analógica e digital simultâneas


Fig. 4.25. Tela do terminal portátil típica

Ponto a ponto
Camada física HART
Nesta configuração, o sinal analógico de 4
A transmissão de dados é feita através do
a 20 mA cc continua sendo usado para a
sistema FSK - Frequency Shift Keying, com as
transmissão analógica enquanto a medição,
seguintes características físicas:
ajuste e dados do equipamento são
1. bit 0 = 2200 Hz
transferidos digitalmente. O sinal analógico
2. bit 1 = 1200 Hz
permanece inalterado e pode ser usado para
3. A taxa de transferência é de 1200
controle de modo normal. Os dados HART dão
bits/s.
acesso para manutenção, diagnóstico e outros
4. A taxa de transferência para variáveis
dados operacionais.
simples: 2 por segundo.
5. Segurança dos dados: checking de erro
Multidrop bi dimensional.
Este modo requer somente um par de fios 6. Máximo número de dispositivos
e, se aplicável, barreiras de segurança secundários (slaves) em modo
intrínseca e uma fonte de alimentação auxiliar multidrop: 15.
para até 15 equipamentos de campo. A 7. Máximo número de dispositivos
configuração multidrop é particularmente útil principais (masters): 2.
para instalações de supervisão muito 8. Máximo número de variáveis: 256 por
espaçadas, como em tubulaçoès, estações de secundário. Máxima distância: típica de
alimentação e tancagem. 1900 m, dependendo do tipo de cabo.
Os instrumentos HART podem ser usados
de qualquer modo. Na configuração ponto a Terminal portátil
ponto, o instrumento de campo tem endereço
Há um único terminal portátil (hand held
0, estabelecendo a corrente de saída em 4 a 20
terminal) para todos os equipamentos,
mA cc. Na configuração multidrop, todos os
representando uma única interface para todos
endereços de equipamento sãomaiores do que
e com as seguintes características desejáveis:
0 e cada equipamento estabelece sua corrente
1. pequeno e robusto,
de saída para 4 mA. Para este modo de
2. alimentado por bateria,
operação, os controladores e indicadores
3. podendo ser intrinsecamente seguro,
devem ser equipados com um modem HART.
quando necessário uso em locais de
Os equipamentos HART podem se
Divisão 1 ou não incenditivo para locais
comunicar usando linhas de telefone das
de divisão 2, com aprovações do FM e
concessionárias (Bell, 1973). Nesta situação,
CSA
somente uma fonte de alimentação local é

51
Sistemas Digitais
4. programa é atualizável (upgradeable) no 1. H1 para ligar sensores e atuadores
campo, com módulo de memória para equipamentos de controle
reprogramável substituível. 2. H2 para funcionar como um highway de
O terminal universal é fácil de aprender e dados mais sofisticado.
usar. Ele possui
1. um display com 8 linhas e 21 caracteres Benefícios de instalação
em cristal líquido (LCD) Fieldbus é multidrop e por isso, reduz a
2. chaves funcionais e fiação e os custos de fiação, terminações,
3. chaves de ação, para mover através da testes, caixas de passagem.
estrutura do menu Fieldbus fornece um método de acesso
4. um teclado alfanumérico. padronizado aos parâmetros do equipamento
de sensores, transmissores, atuadores e
controladores, permitindo configuração remota.
Isto melhora a acessibilidade dos
equipamentos remotos. O uso de sinais digitais
melhora a exatidão da calibração.
A interoperabilidade do fieldbus permite a
seleção de um equipamento entre vários
vendedores.

Benefícios da operação
O uso de representação digital com ponto
flutuante permite a transmissão de informação
numérica sem degradação.
Não há erros introduzidos na transmissão.
A medição é mais repetitiva.
Há melhor controle, com economia de
Fig. 4.26. Terminal portátil HART energia e de produção.
Há maior quantidade de informação
disponível dos equipamentos de campo e
possibilidade de transmissor multivariável
(único instrumento pode sentir várias variáveis
5.3. Fieldbus Foundation ao mesmo tempo e todas as informações são
transmitidas por um único meio físico).
Conceito Sinais digitais são mais garantidos,
Fieldbus é um termo genérico, que significa seguros, no sentido que há salvaguardas para
barramento de campo. Assim, qualquer detectar erros e degradação do sinal. Há maior
protocolo digital no nível de equipamento pode confiabilidade.
ser considerado como de fieldbus, e.g., o
protocolo HART. Atualmente, quando se refere Benefícios da manutenção
ao Fieldbus, quer se tratar do protocolo digital Menos manutenção por causa da maior
aberto da Fieldbus Foundation (FF). confiabilidade da tecnologia digital.
Caminho de comunicação digital, serial, Manutenção mais rápida por causa do
multidrop, duplex entre equipamento industrial diagnostico digital específico, levando a
de campo, como sensores, atuadores, correção mais rápida e completa,
transmissores, controladores e mesmo documentação automática.
equipamentos da sala de controle. Fieldbus é Acesso a vários parâmetros dentro de um
uma norma específica ISA SP 50 (Fieldbus equipamento inteligente torna possível o
Foundation) para comunicação digital, diagnóstico remoto e até manutenção remota.
operando no mais baixo nível de comunicação Norma aberta permite a interoperabilidade
de dados (i/o) em sistemas automáticos. Ela de produtos com mesma função, tornando a
permite a comunicação e interoperabilidade substituição de equipamentos mais simples e
entre equipamentos inteligentes de campo e rápida.
equipamentos do sistema de controle de vários
vendedores. Ela também suporta o acesso à
informação para monitorar, controlar e alarmar
durante a partida, operação e manutenção da
planta. Há duas versões emergentes:

52
Sistemas Digitais

Fig. 4.27. Modelo de sete camadas da OSI (Open Systems Interconnect)

Fig. 4.28. Modelo com quatro camadas do Fieldbus Foundation

53
Integração de Sistemas
e apresentação (6). Ele usa um subconjunto de
Interoperabilidade e intercambiabilidade referência OSI chamado de EPA (Enhanced
Intercambiabilidade é a possibilidade de Performance Architecture) – arquitetura de
substituir um equipamento de um vendedor A desempenho melhorado.
por outro com função similar do vendedor B. Os Na camada física (1), tem-se a
dois equipamentos possuem o mesmo acesso característica do sinal, preâmbulo e post-
completo a outros equipamentos na mesma âmbulo, seqüência de verificação da estrutura.
rede. Nenhuma reprogramação é necessária Na camada de link de dados (2), tem-se o
para fazer a substituição. protocolo de acesso à mídia, transferência
Interoperabilidade é a habilidade de confiável da mensagem, serviços cíclicos e
interconectar equipamentos de dois diferentes acíclicos.
vendedores, para operar juntos, Na camada de aplicação (7), tem-se a
compartilhando o status e todos os parâmetros. atribuição de nome e endereço, acesso
A interoperabilidade é uma intercambiabilidade variável, download e upload. Esta camada é a
que requer reprogramação do instrumento mais elevada e é orientada para mensagem.
substituto. Além disso, como característica única, o
A interoperabilidade do fieldbus é Fieldbus inclui a camada do usuário. Esta
conseguida pela definição de: camada, não incluída no modelo OSI pois não
Sinal elétrico é considerada de comunicação, define os
Protocolo de acesso ao meio blocos de função com modo e status, eventos e
Protocolo de manipulação de alarmes e a descrição do equipamento. A
comunicação camada do usuário é orientada para o
Tipos de dados suportados equipamento. A camada do usuário define o
Método de descrever o equipamento comportamento do equipamento e por isso é a
sobre a fiação mais importante.
Blocos de função compreensivos
Modos e status
Inicialização de cascata, propagação
de falha segura
Mecanismo de reportar alarme e
evento

Diferenças no Fieldbus
Mesmo que todos os instrumentos estejam
de conformidade com a mesma norma e sejam
detalhados para garantir a interoperabilidade,
os produtos de diferentes fabricantes podem ter
diferenças e inovações como:
Qualidade de venda, treinamento,
prazo de entrega, documentação, Fig. 4.29. Malha com fiação FF
serviço e suporte
Qualidade do produto, exatidão,
repetitividade, robustez e facilidade de Blocos do FF
manutenção Um bloco de função é:
Tecnologia de medição superior Um algoritmo
Funções além das definidas na norma Conjunto de entradas definidas,
Especialistas em aplicação, através de conectáveis pelo usuário
características adicionais e assistência Conjunto de saídas definidas,
ao usuário conectáveis pelo usuário
Nenhuma destas características está
incluída na norma.

Camadas do FF
Fieldbus Foundation foi a primeira norma
aplicada à camada do usuário e por isso
representa o projeto mais compreensivo até
agora. Fieldbus usa somente as camadas física
(1), link de dados (2) e aplicação (7) do modelo
OSI OSI (Open Systems Interconnect) e omite
as camadas rede (3), transporte (4), sessão (5) Fig. 4.30. Bloco de função

54
Integração de Sistemas
Um conjunto de atributos é: Linearização
Limites Limites de alarme
Parâmetros de sintonia Prioridades de alarme
Constantes
Especificações e parâmetros de
miscelânea
Tipos de blocos básicos de função:
Entrada analógica
Saída analógica
Entrada discreta
Saída discreta
Entrada de pulso
Algoritmo PID
Blocos booleanos:
OR,
AND, Fig. 4.31. Bloco de função de entrada analógica
NAND,
NOR,
NOT
Blocos comparadores: O controlador PID virtual no Fieldbus
GT (maior que), (Fig. 4.32) através do dicionário do objeto dá
GE (maior ou igual a), acesso a:
LT (menor que), Constantes de sintonia (ganho,
LE (menor ou igual a), integral, derivativo),
EQ (igual a), Ganho de feedforward
NE (não igual a) Modo
Blocos aritméticos: Limites de alarme
ADD (somador) Descrição
SUB (subtrator) Unidades de medição
MUL (multiplicador)
DIV (divisor)
INT (Integrador)
Blocos seletores
> (seletor de alta)
< (seletor de baixa)
Blocos temporizadores:
TON (temporizado para ligar)
TOF (temporizado para
desligar)
Compensador dinâmico (Lead/lag)
Bloco contador
Crescente,
Decrescente Fig. 4.32. PID do controlador
Uma infinidade de blocos personalizados
pode ser criada, através da combinação de
blocos padrão e de blocos personalizados.
Exemplos de blocos personalizados: Um elemento final de controle, como uma
Alarme de alta ou baixa de variável válvula (Fig. 4.33) pode também ser
analógica ou discreta apresentada para a rede Fieldbus através do
Alarme e desarme de alta ou baixa de dicionário do objeto e incluir:
variável analógica ou discreta Entrada em cascata
Seletor de controle Limites da faixa de saída
Gerador de ponto de ajuste Unidades da saída
Caracterizador de sinal Condição de falha segura
Interface Analógico-Humano Ação
Interface Discreto-Humano Hoje, o controlador PID pode ser localizado
O bloco de função de entrada analógico em qualquer equipamento de entrada ou saída,
(Fig. 4.30) inclui como transmissor ou válvula. A camada do
Variável de processo e escala usuário do Fieldbus já foi projetada para
Escala do sinal de saída acomodar estes controladores de campo

55
Integração de Sistemas
(Fig. 4.34) e especialmente para acoplá-los a 3.8. ControlNet
outras partes da malha de controle. Isto pode
alterar muito as possibilidades para usar Conceito
estratégias de controle.
ControlNet é um protocolo desenvolvido
pelo fabricante americano de CLP Allen
Bradley. ControlNet é uma rede de alta
capacidade, alta velocidade, que fornece uma
conexão entre controladores e subsistemas de
I/O. Ela foi desenvolvida para aplicações em
que a integridade dos dados, determinismo,
alta velocidade e alta capacidade de dados são
requeridas.
Aplicações de ControlNet necessitam de
controle rigoroso sobre os processos, quando
envolvendo aplicações com estações I/O
remotas e intertravamento com CLP,
Fig. 4.33. Elemento final na rede
relacionados com controle de processos
contínuos e discretos. Exemplos incluem
esteiras de alta velocidade, montagem de alta
velocidade, engarrafamentos e
Uma malha de controle (Fig. 4.34) pode ser
empacotamentos. Outros exemplos com
configurada diretamente sobre a rede fieldbus.
processos incluem: tratamento de água e de
Por exemplo, as ligações entre as entradas
efluentes, indústrias químicas, de alimento,
analógicas e o controlador PID é feita com
bebida, balanço de plantas.
atualizações automáticas e cíclicas de seus
valores, incluindo o status da variável de
Características chave
entrada.
Equipamentos típicos de fieldbus incluem ControlNet permite a comunicação de
transmissores, atuadores, controladores, mensagens e I/O na mesma fiação (no
indicadores e registradores. Houve um grande passado eram usadas duas redes separadas).
impacto do Fieldbus no uso de equipamentos O meio físico de comunicação padrão é o cabo
portáteis (handheld), interfaces gráficas de coaxial (RG6), que possui larga banda de
usuário (GUI) locais e na sala de controle, com passagem, imunidade a ruído e baixo custo.
PCs, SDCDs e CLPs. ControlNet usa um modelo avançado de
produtor/consumidor, onde cada nó pode ser
um produtor (transmissor) de dados,
consumidor (receptor) de dados ou ambos. Os
dados de tempo crítico são transferidos
deterministicamente via conexões de alta
velocidade e dos dados não críticos são
enviados através da conexão cliente -servidor.

Proprietário ou aberto
A Allen Bradely está tornando a
especificação do ControlNet disponível para
Fig. 4.34. Transmissor inteligente e atuador qualquer fabricante, de modo que um sistema
inteiro de ControlNet pode ser montado sem
qualquer produto Allen Bradley.
Tornando aberta a tecnologia e colocando
o tema da interoperabilidade de vários
vendedores em evidência, os usuários podem
agora concentrar para escolher a rede de
automação e controle que seja melhor em sua
classe. Nenhuma licença é requerida para
desenvolver produtos ControlNet. Apenas um
termo de concordância de uso, similar ao
usado com o protocolo DeviceNet, é requerido
para aqueles que querem usar o nome
ControlNet.
Fig. 4.35. Malha de controle no FF

56
Integração de Sistemas
Aplicação 6. Sistema de monitoração e controle das
Enquanto existem áreas cinzas onde o uso utilidades (vapor, águas, ar comprimido de
de um tipo de rede termina e começa outra, os instrumento e de serviço, gases) e casa de
sistemas de comunicação em uma planta força (energia elétrica principal e cogeração
inteira operaram em três níveis, cada um com de energia de reserva), onde há sistemas
uma função definida: de controle de equipamentos específicos
1. na camada inferior, as redes no nível como caldeira, compressor, torre de
de dispositivo, com DeviceNet, para refrigeração
funções discretas ou Fieldbus 7. Sistema para gerenciamento do
Foundation para dispositivos mais almoxarifado de peças e equipamentos
complexos. para manutenção
2. na camada superior estão as redes de
informação, como a Ethernet. Estas 8. Planejamento da produção da planta
redes cobrem grandes áreas 9. Gerenciamento dos laboratórios químico e
geográficas e são principalmente físico
usadas para compartilhar e rastrear Todos estes sistemas possuem o seu
dados da planta. Os volumes de dados próprio sistema de automação e controle
são grandes, as velocidades de automático, de modo que há várias ilhas de
transmissão são lentas. As redes automação. É altamente desejável que todos
geralmente são não determinísticas, ou os sistemas de controle e monitoração sejam
seja, não garantia de entrega em tempo integrados em um único sistema, de modo que
real. tudo funcione de modo orquestrado, ordenado
3. entre estas duas camadas de e conforme.
dispositivo e de informação, está a
camada de controle e automação. 6.2. Conceito de Integração
Neste nível, as aplicações requerem
Integrar um sistema significa ser capaz de
acoplamento firme entre o controlador e
Ajustar o sistema antes que qualquer
os dispositivos I/O, com determinismo e
unidade dele fique fora dos limites de tolerância
precisão. Nenhuma rede no nível de
dispositivo ou de informação pode fazer 1. Saber o que provavelmente aconteceu em
isso efetivamente. A ControlNet pode. cada unidade, através da diagnose, de
modo que a unidade retorne a operar o
6. Integração de Sistemas mais rápido possível

6.1. Cenário da planta 2. Atrelar e juntar as funções de controle,


monitoração, alarme, intertravamento,
O cenário típico da planta, com relação a otimização de controle, gerenciamento de
automação do processo é o seguinte: produção e planejamento dos negócios,
1. Processo principal controlado por um para simplificar, coordenar e harmonizar
sistema digital, que pode ser estas funções
Sistema Digital de Controle Distribuído, 3. Compartilhar o conhecimento com todo o
quando complexo pessoal envolvido, técnico, gerencial e
Controladores microprocessados single administrativo, de modo que todos passem
loop, quando simples e pequeno a trabalhar em direção ao mesmo objetivo,
Sistema SCADA, com computador como uma equipe integrada.
pessoal e CLP, quando o processo for A integração do sistema envolve a
simples e grande. coordenação das mesmas funções de várias
2. Alarme e intertravamento do processo feito unidades e das diferentes funções da mesma
por Controlador Lógico Programável unidade. Ou seja, todos os sistemas de
convencional, ou em arquitetura de controle devem ser integrados em um único
redundância, dependendo do seu SIL sistema, para que o operador do processo
tenha uma visão geral de toda a planta.
3. Sistema de monitoração de máquina Também as funções de controle, alarme,
rotativa otimização de processo, gerenciamento da
produção, expedição do produto, compra de
4. Sistema com analisadores em linha com
materiais devem ser integradas em um único
processo
sistema com compartilhamento de dados e
5. Sistema digital para pesagem, recursos.
ensacamento, entamboramento ou Integração é a comunicação vertical para
expedição do produto acabado troca de informação e as conexões horizontais

57
Integração de Sistemas
para compartilhamento das tarefas e sistema de execução da manufatura, controle
responsabilidades. Integração pode ser a troca estatístico do processo (há quem coloque o
de dados ou quando se tem nomes comuns de CEP no nível de baixo) e relatórios do
variáveis, enderecos e funções, pode ser o gerenciamento. A base deste nível é a rede de
compartilhamento de uma interface de computadores, incluindo Internet e Intranet,
operação unificada, com todas as informações funcionando como um computador virtual.
disponíveis. Na integração, as vantagens de um
Interfacear dois sistemas diferentes e determinado sistema são amplificadas e
incompatíveis não é integrar os sistemas. Na compartilhadas por outros sistemas que
integração há interfaces, porém a integração apresentam deficiências neste enfoque. Por
faz compartilhamento de recursos e de base de exempo, na integração de um SDCD com CLP,
dados, e comunicação dos dados de interesse. a estação de operação do SDCD, que é
amigável e robusta, é utilizada pelo usuário do
6.3. Pirâmide da interoperabilidade CLP, que possui uma grande capacidade de
Em toda planta pode se visualizar uma processamento de entradas e saídas para a
pirâmide virtual da operação, envolvendo o informação digital. O CLP fornece os status dos
sistema de controle, o gerenciamento da dispositivos controlados pelo SDCD e o SDCD
produção e o planejamento corporativo da dá ao CLP os sinais de controle para parar e
empresa. partir motores, abrir e fechar válvulas
No nível mais baixo da planta, chamado de solenóides.
chão de fábrica, tem-se o controle regulatório
6.4. Parâmetros da integração
do processo industrial, envolvendo sensores,
transmissores inteligentes, válvulas de controle, A integração busca a operação conjunta de
atuadores de campo, módulos de conversão de vários sistemas, com diferentes funções, feitos
entrada e saída do sistema digital. É o local das por diferentes fabricantes, compartilhando
medições e controle regulatório do processo. dados, fontes, dispositivos, equipamentos,
Associado ao controle do processo (ou programas e controle de variáveis analógicas e
acima deste nível), há o sistema de digitais. Por isso os parâmetros chave de uma
monitoração,alarme e intertravamento do integração de sistemas são:
processo, que assegura a operação segura do 1. Equipamentos
processo. Este nível engloba CLPs (por 2. Interfaces
exemplo, da Allen-Bradley), anunciadores de 3. Protocolos
alarme e diagnose de falhas. 4. Informação (base de dados)
Acima deste nível, há o controle otimizado 5. Comunicação
do processo, incluindo as estações de
operação e controle da planta, com SDCDs Equipamentos
(por exemplo da Foxboro), CLPs (por exemplo, A integração envolve a interligação de
da CLP), SCADA (Controle Supervisório e equipamentos com funções diferentes,
Aquisição de Dados), analisadores em linha fornecidos por fabricantes diferentes. Os
(por exemplo, da Hewlett Packard). Tem-se as equipamentos envolvem computadores
funções de calibração dos instrumentos, pessoais, que possuem sistemas operacionais,
manutenção preventiva de equipamentos, rodam programas aplicativos e usam
implantação de sistema de qualidade. algoritmos e linguagens distintas. A maioria dos
Estes três níveis são altamente técnicos e controles de processos contínuos é feita
se baseiam na qualidade e produtividade. através de SDCDs, que possuem módulos de
Acima destes níveis, há o controle entrada e saída, consoles de operação,
supervisório da planta (por exemplo, feito pelo sistema operacional proprietário ou aberto,
InTouch), gerenciamento da produção, sistema de comunicação digital. Quando os
operação do processo, onde se tem o interesse processos são simples e com poucas malhas, o
de cortar custos, diminuir despesas, substituir controle pode ser feito por controladores
operadores por máquinas. Os equipamentos microprocessados, que necessitam de drivers
envolvidos neste nível são computadores para serem usados em um sistema
pessoais (CP, por exemplo da IBM). Neste supervisório. A monitoração, alarme e
nível são executadas as funções de integridade intertravamento são feitos por CLPs, que
do processo, validação do processo, possuem módulos de entrada e saída e um
integridade da informação. sistema de comunicação digital, geralmente
No topo de pirâmide há o gerenciamento de proprietário, como o ControlNet, da Allen
negócios da corporacao, envolvendo Bradley.
integração de manufatura por computador, Quando os equipamentos são fabricados
sistema de gerenciamento da informação, pela mesma empresa, geralmente (devia ser

58
Integração de Sistemas
sempre) não há problema de comunicação Há uma grande variedade de interfaces de
entre eles, pois o mesmo fabricante fornece a equipamentos para transmissão digital, tais
interface e o protocolo de comunicação. como RS 232C, RS 449, RS 423, RS 422, RS
Quando são de fabricantes diferentes, há a 485, IEEE 488, HP IL (IEC 625), VXI Bus,
necessidade de desenvolver uma interface de CAMAC (IEEE 583).
comunicação entre eles, geralmente por uma
terceira firma. Protocolo
Protocolo é o conjunto de regras que
permitem a comunicação digital entre dois
sistemas. Por exemplo, dois CLPs ou dois
SDCDs podem operar em conjunto, mas deve
haver um mesmo protocolo, para que seja
possível a operação conjunta. Na prática, são
desenvolvidos conversores de protocolo.
Atualmente há uma grande variedade de
protocolos proprietários (alguns se abrindo,
através de Fundações), tais como Profibus
(Process Fieldbus, originalmente da Siemens),
MAP (Manutacturing Automation Protocol),
Fieldbus Foundation (IEC ISA SP 50), ISP
(Interoperable System Project), WorldFIP North
America, FIP (Honeywell e Telemecanique),
Fig. 4.37. Piramide da automação Controller Área Network (CAN), ControlNet
(Allen Bradley), ARCNet (ANSI 878.1),
Devicenet, LON Works, Numatics, Porlog,
Modicon, Ethernet (IEEE 802.3), Token ring
(IEEE 802.4).

Base de dados
A integração do sistema depende da
tecnologia de base de dados relacional. O
sistema deve oferecer atualização em linha
para a base de dados para suporte de acesso e
relatório de linguagem estruturada.
O sistema de informação do sistema
integrado deve compartilhar a informação entre
os vários bancos de dados e tarefas
relacionadas com:
1. controle de processo regulatório
2. controle de processo supervisório
3. gerenciamento do laboratório
4. planejamento de produção
5. programa de expedição
Fig. 4.38. Piramidade da automação 6. gerenciamento do almoxarifado
7. alarme e intertravamento normal e
crítico (com redundância tripla)
8. processos avançados ou
especializados (batelada, mistura,
Interface
monitoração de máquina rotativa)
Interface é um equipamento, às vezes Deve haver um programa aplicativo que
associado a um programa, que permite a facilite a troca de dados entre as diferentes
ligação entre dois outros equipamentos aplicações.
incompatíveis. Por exemplo, um SDCD pode
operar em conjunto com um CLP, mas deve Comunicação
haver uma interface entre eles, para a ligação
física e lógica deles. Deve haver um sistema de comunicação
A maioria dos fabricantes de SDCD já flexível e eficiente entre as diferentes pessoas
incorpora em seus sistemas módulos de da planta: operadores, pessoal de manutenção,
entrada e saída de CLPs, de modo que é fácil e gerentes e planejadores. Diferentes pessoas
natural o uso dos dois sistemas.

59
Integração de Sistemas
gerenciam suas áreas de modos diferentes, manutenção quer a informação no instrumento
mesmo que a base de dados seja a mesma. de controle e dentro do gabinete do
Quando o processo está rodando equipamento. O engenheiro de automação e
normalmente, o operador necessita de pouca processo quer a informação em sua oficina, no
informação. Quando ocorre uma falha, o console de controle da área, no terminal
pessoal de manutenção necessita de conveniente, no equipamento de controle e no
informação detalhada para identificar e isolar o gabinete do equipamento. O gerente necessita
dispositivo defeituoso. da informação em um sistema centralizado ou
em seu escritório.
6.5. Como integrar
A integração é algo muito subjetivo. A
integração deve ser realizada através de
sistemas de automação e controle, formando
equipes para comunicar e compartilhar seus
planos com todos os envolvidos.
Não há modo melhor ou mais fácil de
automatizar e integrar. Cada um deve descobrir
o que é melhor para sua aplicação. Todo
mundo deve ser envolvido desde o início. Deve
se conhecer profundamente o sistema: quantas
entradas e saídas existem, como ele realmente
opera e quais são seus gargalos e limitações.
Deve se fornecer treinamento adequado a
Fig. 4.39. Pirâmide entre fábrica e negócios todos os envolvidos. Deve se monitorar o
progresso e aprender com ele.
O melhor caminho é começar simples,
aprender um pouco mais do sistema e tomar
O supervisor está mais interessado na novo passo. Todo o tempo, porém, deve-se
eficiência do processo, quantidade de produção planejar a integração total.
e outros detalhes relacionados com a
produtividade durante seu turno. O engenheiro Componentes de sistema de automação
de processo se interessa pelo projeto do
1. Sensores
sistema de controle e quer saber se o sistema
2. Atuadores
pode ser melhorado. O gerente responsável
3. Sistema de controle regulatório
pela operação quer informação em tempo real
(Controlador single loop ou Sistema de
de taxas de produção e status do sistema.
Controle Distribuído)
4. Sistema de alarme e monitoração do
controle regulatório (Controlador Lógico
Programável)
5. Sistema de alarme de processo crítico
(Controlador Lógico Programável com
redundância adequada ao seu SIL)
6. Sistema de controle especializado
(Batch, Blending)
7. Sistema de monitoração de máquina
rotativa
8. Sistema de expedição
(entamboramento, expedição,
ensacamento, engarrafamento)
9. Equipamento de teste automático
10. sistema de programação de produção
Fig. 4.40. Sistema integrado
11. Sistema de simulação de fabrica
12. Sistema de manutenção e
gerenciamento
13. Sistema de gerenciamento da
O operador precisa da informação no chão
qualidade
de fabrica, próxima da máquina do processo. O
14. Sistema de gerenciamento de
supervisor de turno necessita da informação no
almoxarifado
console de controle do sistema. O pessoal de

60
5. Programação
Objetivos de Ensino
1. Apresentar as definições básicas da Normas IEC 61 131-3.
2. Resumir os conceitos de programação de sistemas digitais: procedural e gráfica.
3. Definir as programações procedurais: Lista de Instruções e Texto Estruturado.

Programas de controle de lógica booleana


1. Introdução examinam e controlam estados de ligado e
As linguagens de programação estão tendo desligado. Cada programa de lógica booleana
cada vez mais funções poderosas. pode conter vários comandos condicionais. Um
Microprocessadores mais rápidos e poderosos exemplo de um comando booleano poderia ser:
e ambiente gráfico baseado em MS Windows IF (uma caixa está na esteira) AND (não há
têm sido combinados para permitir aos uma caixa na esteira) THEN (ligar o motor da
programadores obter tarefas complexas. esteira)
A programação de Controladores Lógico Que poderia ser traduzido em uma
Programáveis (CLP) era originalmente apenas linguagem incluindo sensores e atuadores
booleana. Um comando era mais ou menos como:
assim: Se o contato da chave limite A estiver IF (sensor A estiver ligado) AND (sensor B
fechado E o contato da chave limite C estiver não estiver ligado) THEN (ligar o atuador C)
aberto, Então energizar a bobina C. Havia e Na lógica booleana se pensa apenas em
ainda há linguagens baseadas em texto para termos de verdadeiro ou falso, ligado ou
acompanhar este programa. O diagrama lógico desligado. No exemplo acima, há dois
tipo ladder era considerado ideal para elementos condicionais, cada um podendo ser
representar a lógica booleana. Este diagrama verdadeiro ou falso. Se o sensor A está ligado,
parece como diagramas lógicos de relés, o primeiro elemento é verdade; caso contrario,
familiares a eletricistas, enquanto ele seria falso. Se o sensor B estiver desligado,
representando a lógica digital, com contatos em o segundo elemento é verdade, caso contrário,
série (AND) ou paralelos (OR). ele seria falso. Se um comando lógico
Isto é conveniente para algumas funções booleano é avaliado como verdade, o elemento
de maquinas, mas é insuficiente quando se de saída que ele controle deve ser feito
quer funções especiais, como matemática, verdade (a ação que ele controla deve ser
tratamento de entradas e saídas analógicas e executada, por exemplo, ligar o atuador C).
comunicação. Para estas exigências, os blocos Dentro do computador, um binário 1, que é
funcionais são mais adequados. Os editores de geralmente (nem sempre) referido como ligado,
programas de diagrama ladder começaram a é usado para representar verdade e 0
incorporar uma biblioteca de blocos de função (desligado) é falso.
especiais para temporizadores, contadores, No exemplo mostrado acima, há quatro
matemática, mensagem e outros mais combinações possíveis de estados de
complexos como controle Proporcional, Integral sensores, ligado ou desligado, de modo que há
e Derivativo (PID) ou totalizadores de vazão quatro resultados possíveis das operações
(FQ). lógicas (que Siemens chama de RLO – Result
Logic Operations)
O operador booleano AND resulta em
2. Programação em lógica binária
verdade se e somente se os dois elementos do
Para muitas aplicações de controle, os comando forem verdade.
atuadores precisam apenas ser ligados ou
desligados, dependendo se os sensores estão
ligados ou desligados. Por exemplo, um motor
de uma esteira poderia ser ligado quando uma
caixa for detectada na correia mas não pode
ser ligado se já houver uma caixa esperando
para ser removida da esteira.

61
Programação
Estados dos sensores As outras seções tratam de:
61 131-1 Terminologia padrão
Sensor A Sensor B 61 131-2 Exigências de teste e
Off Off
Off On equipamento do CLP
On Off 61 131-3 Exigências de programação
On On 61 131-4 Seleção e instalação de
componentes do CLP
Estados os elementos lógicos 61 131-5 Comunicações entre CLPs
A ligado B não ligado Atuador C
61 131-6 Lógica fuzzy em programas
Falso Verdade Falso (desligado) de CLP
Falso Falso Falso (desligado)
Verdade Verdade Verdade (ligado) O comitê da norma IEC 61 131 inclui
Verdade Falso Falso (desligado) representantes da maioria dos grandes
fabricantes de CLPs. Rockwell Automation
(dona da Allen-Bradley) e OMRON (japonesa)
O estado ligado-desligado de cada sensor e são membros; a Siemens não é, porém ela tem
atuador é representado por um bit na memória grande influencia através de seu suporte de
de imagem de entrada e de saída do CLP. O padronização na Europa.
CLP executa ciclos de varredura durante os Para satisfazer aos vários fabricantes, a
quais ele lê os estados de sensores ligados aos norma IEC 61 131 inclui muitos compromissos
módulos de entrada em memória da imagem e é voluntária. Mesmo que esta norma não seja
de entrada e copia dados da memória de aceita universalmente (e várias normas não
imagem da saída para os módulos de saída são aceitas), ela já é uma referência para
ligados aos atuadores. Há uma relação entre futuros desenvolvimentos e é usada como
os endereços de memória e os locais dos parâmetro de especificação de sistemas
módulos I/O. Os programas de lógica booleana digitais.
podem também ler e escrever bits em outras PLCopen é uma organização que inclui
áreas de memória do módulo CPU. representantes dos grandes fabricantes, como
Os primeiros CLPs podiam ser programados Rockwell, Omron e Siemens. Ela incentiva a
apenas em lógica booleana. Mesmo aceitação da norma IEC 61 131-3. e seleciona
atualmente, a lógica booleana permanece a partes da norma para implementar,
linguagem mais usada na maioria de desenvolver testes de aceitação e certifica
programas de controle do CLP. Os programas comercialmente linguagens de programação de
de CLP são geralmente escritos em uma CLP como sendo compatíveis com a 61 131-1.
linguagem de programação baseada em PLCopen também faz compromissos e ela
gráficos, chamada lógica ladder, embora desenvolveu três níveis de conformidade:
existam outras linguagens (como lista de Nível base
instruções e texto estruturado). Nível de portabilidade
Nível de conformidade total
3. Norma IEC 61 131 Em cada nível, há conformidade e
exigências de teste para cada uma das cinco
Em 1979, a IEC (International linguagens permitidas, de modo que os
Electrotechnical Commission), um grupo fornecedores possam procurar certificação de
associado a ISO (International Standards conformidade para linguagens individuais.
Organization), formou um comitê para Satisfazer a exigência de nível base significa
desenvolver uma norma comum, IEC 61 131, apenas que a linguagem de programação inclui
para controladores programáveis. Em 1997, ela o conjunto de instruções básico e permite a
foi renumerada como IEC 6-61 131. programação usando as técnicas de
Há seis seções na norma IEC 61 131 e a programação estruturada que a IEC tem
terceira seção trata das exigências para as apresentado. A certificação ao nível de
linguagens de programação para uso com portabilidade requer instruções adicionais, mas
CLPs. A norma permite a programação em mais importante, requer que o programa possa
qualquer combinação de cinco linguagens de converter programas de e para um formato
programação diferentes e há pressões para se neutro de arquivo de modo que os programas
ter uma sexta linguagem. escritos para um CLP possam ser carregados
(downloaded) em outro CLP diferente usando
um diferente programa de um fabricante
diferente. O processo de desenvolvimento de
normas é lento.

62
Programação
que uma simples configuração pode ser
3.2. Linguagens de Programação constituída de unidades de organização de
A norma IEC 61 131 define cinco programa que são escritas de qualquer uma
linguagens permitidas e há pressão para das cinco linguagens permitidas.
aceitar uma sexta. Todas as seis linguagens Programas são agora disponíveis dizendo
são variações em linguagens de programação que oferecem todas as cinco linguagens da
agora usadas em sistemas de controle. As seis norma IEC 61 131-3 e a maioria de novos
linguagens incluem três linguagens baseadas programas diz que oferece, no mínimo, uma
em texto: linguagem das cinco. A conformidade com a
Lógica ladder (LD) que é baseada na norma IEC 61 131-3 é voluntária e não é
linguagem lógica ladder desenvolvida das verificada pelo IEC. PLCopen planeja certificar
normas lógicas de relés. A lógica ladder já foi a a conformidade com a IEC 61 131-3 no nível de
linguagem mais usada na programação de CLP base, portabilidade e conformidade total, mas
nos Estados Unidos e Brasil. Atualmente, tem apenas começada a certificar a
quando se manipulam variáveis analógicas, a conformidade somente no nível mais baixo.
linguagem ladder é substituída pela linguagem PLCopen requer que os fabricantes digam que
de blocos de função. partes da norma IEC 61 131-3 não estão de
O gráfico visto em um programa lógico conformidade com a norma.
ladder representa instruções simples de texto. Uma consideração que a norma IEC 61
Alguns programas atuais permitem a entrada 131-3 não deixa claro é que tipo de
de programa lógico ladder usando um teclado Declarações para os elementos de dados
de texto. definidos pelo usuário e templates de
Lista de Instruções (IL) que é baseada em algoritmos, nomes de variável e comentários de
linguagem assembler que são nativas a todos programa devem ser armazenados. Eles
microprocessadores. Linguagem como lista de devem estar disponíveis na unidade de
instruções são muito usadas em programação programação quando uma configuração é
de CLP na Europa. entrada na memória do CLP mas a norma não
Texto estruturado (ST) que parece muito diz que elas devem ser carregadas na memória
com a linguagem de programação C que é a do CLP. Uma unidade de programação
favorita no mundo do computador pessoal, mas removeria todos os comentários e nomes de
está muito relacionada com Pascal. variáveis e poderia mesmo mudar a estrutura
Duas linguagens baseadas em gráfico do programa quando ela compila uma
atualmente estão incluídas na norma IEC 61 configuração conforme a norma IEC 61 131-3
131-3: em linguagem de maquina.
Carta de função seqüencial (SFC) que é
baseada na linguagem GRAFCET da
Telemechanique (do grupo Schneider). A
Rockwell Automation oferece uma linguagem
similar para o CLP PLC-5. SFC é um modo
gráfico de programar chamadas seqüenciadas
de subprogramas.
Diagrama de bloco funcional (FBD) que
parece um pouco com os esquemas elétricos
com lógica ladder, com elementos de
programação lançados nele.
A sexta linguagem é baseada em gráfico,
que pode ser incluída na norma IEC 61 131-3:
Carta de função contínua (CFC) que é
similar de algum modo com a FBD mas usa
símbolos e conexões baseadas em diagramas
usados atualmente em controle de processo e
controle de movimento. Uma norma separada,
IEC 1499, está sendo preparada para
padronizar a linguagem CFC.
Neste trabalho, não se tentará ensinar
nenhuma das seis linguagens, mas apenas
descrever cada uma, com detalhes suficientes
para se conhecer as vantagens e limitações de
cada uma. Saber onde usar cada linguagem é
importante, porque a norma IEC 61 131-3 diz

63
Programação

3.3. Linguagens Textuais Tab. 5.1 - Exemplos de campos de instrução

As linguagens textuais definidas na norma IEC Etiqueta Operador Operando Comentário


61 131-3 são START LD %IX1 (* PUSH BUTTON *)
ANDN %MX5 (* NOT INHIBITED *)
1. Lista de Instruções (IL - Instruction List) ST %QX2 (* FAN ON *)
2. Texto Estruturado (ST – Structureted
Text).
Os elementos do diagrama de função Operadores, Modificadores e Operandos
seqüencial (SFC) da norma podem ser usados
Operadores padrão com seus
em conjunto com qualquer uma destas
modificadores permitidos e operandos estão
linguagens.
listados na norma.
A não ser que seja definido diferente, a
Elementos comuns
semântica do operador deve ser a seguinte:
Os elementos textuais especificados na
norma devem ser comuns com as linguagens result := result OP operando
textuais (IL e ST). Em particular, os seguintes
elementos de estrutura de programa devem ser Isto é, o valor da expressão sendo
comuns com as linguagens textuais. calculada é substituído por seu valor corrente
operado pelo operador com relação ao
TYPE…END_TYPE (2.3.3) operando. Por exemplo, a instrução AND%IX1
VAR…END _VAR (2.4.3) é interpretada como:
VAR_INPUT…END_VAR (2.4.3)
VAR_OUTPUT…END_VAR (2.4.3) result := result AND %IX1
VAR_IN_OUT…END_VAR (2.4.3)
Os operadores de comparação devem ser
VAR_EXTERNAL…END_VAR (2.4.3)
interpretados com o resultado corrente à
FUNCTION…END_FUNCTION (2.5.1.3)
esquerda da comparação e o operando à
FUNCTION_BLOCK...END_FUNCTION_BLOCK (2.5.2.2) direita., com um resultado booleano. Por
PROGRAM…END_PROGRAM (2.5.3) exemplo, a instrução GT %IW10 terá o
STEP…END_STEP (2.6.2) resultado booleano igual a 1, se o resultado
TRANSITION…END_TRANSITION (2.6.3) corrente for maior do que o valor da palavra de
ACTION…END_ACTION (2.6.4) entrada 10 e o resultado sejam zero, nos outros
casos.
O modificador N indica a negação booleana
3.4. Lista de Instruções do operando. Por exemplo, a instrução ANDN
%IX2 é interpretada como
A norma define a semântica e sintaxe
formal da linguagem Lista de Instruções de
result := result AND NOT %IX2
modo detalhado.
O modificador abre parêntesis ou
Instruções parentização, “(“ indica que o cálculo do
Uma lista de instruções é composta de uma operador deve ser adiado até que o operador
seqüência de instruções. Cada instrução deve fecha parêntesis “)” seja encontrado, e.g., a
começar em uma nova linha e deve conter um seqüência de instruções
operador com modificadores opcionais e, se
necessário para a operação particular, um ou AND ( %IX1
mais operandos separados por vírgulas. OR %IX2
Operandos podem ser qualquer representação )
de dados definida para literais e para variáveis.
A instrução pode ser precedida por uma deve ser interpretada como
etiqueta de identificação seguida por dois
pontos (:). Um comentário, se necessário e result := result AND( %IX1 OR %IX2)
presente, deve ser o último elemento na linha.
Linhas vazias podem ser inseridas entre O modificador C indica que a instrução
instruções. associada deve ser executada somente se o
valor do resultado atualmente calculado seja o
booleano 1 (ou booleano 0 se o operador é
combinado com o modificador N)

64
Tab. 5.4– Operadores da linguagem Lista de Instruções (IL)

No Operador Modificador Operando Semântica


1 LD N Nota 2 Estabelece o resultado corrente igual ao operando
2 ST N Nota 2 Armazena o resultado corrente para o local do operando
3 S Nota 3 BOOL Coloca o operando booleano igual a 1
R Nota 3 BOOL Coloca o operando booleano igual a 0
4 AND N, ( BOOL Booleano AND
5 & N, ( BOOL Booleano AND
6 OR N, ( BOOL Booleano OR
7 XOR N, ( BOOL Booleano OR Exclusivo
8 ADD ( Nota 2 Adição
9 SUB ( Nota 2 Subtração
10 MUL ( Nota 2 Multiplicação
11 DIV ( Nota 2 Divisão
12 GT ( Nota 2 Comparação : >
13 GE ( Nota 2 Comparação : >=
14 EQ ( Nota 2 Comparação : =
15 NE ( Nota 2 Comparação : <>
16 LE ( Nota 2 Comparação : <=
17 LT ( Nota 2 Comparação : <
18 JMP C, N LABEL Salte para label
19 CAL C, N NAME Chama o bloco de função (Nota 4)
20 RET C, N Retorna da função chamada ou bloco de função
21 ) C, N Avalia a operação adiada
Notas:
1. Ver explicação dos modificadores e avaliação das expressões (3.2.2)
2. Estes operadores devem ser sobrecarregados ou entrados conforme a norma (2.5.1.4). O
resultado corrente e o operando devem ser do mesmo tipo
3. Estas operações são feitas se e somente se o valor do resultado corrente é o booleano 1.
4. O nome do bloco de função é seguido de um argumento entre parêntesis (3.2.3)
5. Quando uma instrução JMP é contida em uma construção ACTION...END_ACTION, o
operando deve ser um label dentro da mesma construção.

65
Programação

Tab. 5.6. Operadores da Linguagem de Texto Estruturado

No Operação Símbolo Precedência


1 Parêntesis (Expressão) Mais alta
2 Avaliação da função Identificador (lista de argumentos)
Exemplos LN(A), MAX(S,Y), etc.
3 Exponenciação **
4 Negação -
5 Complemento N
6 Multiplicação *
7 Divisão /
8 Módulo MOD
9 Soma +
10 Subtração -
11 Comparação <, >, <=, >=
12 Igualdade =
13 Desigualdade <>
14 Booleana AND &
15 Booleana AND AND
16 Booleana OR Exclusivo XOR
17 Booleana OR OR Mais baixa
Notas:
1. As mesmas restrições se aplicam aos operandos destes operadores quando as entradas
das funções correspondentes definidas em 2.5.1.5
2. O resultado da avaliação da expressão A**B deve ser o mesmo que o resultado da
avaliação da função EXPT(A, B)

66
Programação

Tab. 5.7– Comandos da linguagem Texto Estruturado

No. Tipo de comando (Referencia) Exemplos


1 Atribuição (3.3.2.1) A := B; CV := CV+1 ; C := SIN(X) ;
2 Invocação do bloco de função e uso CMD_TMR(IN := %IX5. PT := T#300ms) ;
da saída do bloco de função A:= CMD_TMR.Q ;
3 RETURN (3.3.2.2) RETURN;
4 IF (3.3.2.3) D:=.B*B – 4*A*C;
IF D < 0.0 THEN NROOTS := 0 ;
ELSIF D := 0.0 THEN
NROOTS :=1;
X1 := - B/ (2.0*A) ;.
ELSE
NROOTS := 2 ;
X1 := (-B+SQRT(D))/(2.0*A) ;
X2 := (-B-SQRT(D))/(2.0*A) ;
END_IF ;
5 CASE (3.32.3) TW := BCD_TO _INT(THUMBWHEEL) ;
TW_ERROR := 0 ;
CASE TW OF
1.5 : DISPLAY := OVEN_TEMP ;
2 : DISPLAY := MOTOR_SPEED ;
3 : DISPLAY:= GROSS_TARE ;
4.6..10: DISPLAY := STATUS (TW-4) ;
ELSE DISPLAY:= O ;
TW_ERROR := 1 ;
END_CASE ;
QW100 := INT_TO_BCD(DISPLAY) ;
6 FOR (3.3.2.4) J := 101 ;
FOR 1:= 1 TO 100 BY 2 DO
IF WORDS[I] = ‘KEY' THEN
J:=1;
EXIT;
END IF ;
END FOR ;
7 WHILE (3.3.2.4) J:= 1 ;
WHILE J <= 100 & WORDS[J] <> 'KEY' DO
J:-J+2;
END_WHILE ;
8 REPEAT; J: =-1 ;
REPEAT
J:= J+2;
UNTIL J := 101 OR WORDS[JJ = 'KEY'
END_REPEAT
9 EXIT (3.3.2.4) EXIT;
10 Comando vazio ;

67
Tab. 5.2 – Características de invocação do bloco de o fim da linha de texto deve ser tratado do
função para linguagem IL mesmo modo que o caractere espaço (SP –
space).
No. Descrição – Exemplo
1 CAL com lista de entrada Expressões
CAL C10(CU := %IX10m PV :=15) Uma expressão é uma construção que,
2 CAL com carga ou entradas de quando executada, fornece um valor
armazenagem: correspondente a um dos tipos de dados
LD 15 definidos na norma.
ST C10 . PV Expressões são compostas de operadores
LD %IX10 e operandos. Um operando pode ser
ST C10.CU 1. um literal
CAL C10 2. uma variável
3. uma invocação de função
3 Uso de operadores de entrada
4. outra expressão
LD 15
Os operadores da linguagem de Texto
PV C10
Estruturado estão resumidos na norma. A
LD %IX10 avaliação de uma expressão consiste em
CU C10 aplicar o operador ao operando, em uma
Nota: Uma declaração como VAR C10 : CTU ; seqüência definida pela precedência do
END_VAR é assumida nos exemplos acima operador. O operador com precedência mais
alta em uma expressão deve ser aplicado
primeiro, seguido pelo operador da próxima
Tab. 5.3 – Operadores de entrada padrão do bloco de precedência mais baixa, até completar a
função para linguagem IL avaliação. Operadores de igual precedência
devem ser aplicadas como escrito na
No. Operadores Tipo FB Reference expressão, da esquerda para a direita. Por
4 S1,R SR 2.5.2.3.1 exemplo, se A, B, C e D são do tipo INT com
5 S,R1 RS 2.5.2.3.1 valores 1, 2, 3 e 4, respectivamente, então:
6 CLK R TRIG 2.5.2.3.2
A+B-C*ABS(D)
7 CLK F TRIG 2.5.2.3.2
8 CU,R,PV CTU 2.5.2.3.3
deve ser avaliado como –9 e
9 CD,LD.PV CTD 2.5.2.3.3
10 CU,CD,R,LD,PV CTUD 2.5.2.3.3 (A+B-C)*ABS(D)
11 IN. PT TP 2.5.2.3.4
12 IN,PT TON 2.5.2.3.4 deve ser avaliado como 0.
13 IN,PT TOF 2.5.2.3.4 Quando um operador tem dois operandos,
o operando mais à esquerda deve ser avaliado
primeiro. Por exemplo, na expressão
Funções e blocos de função
Funções devem ser invocadas pela SIN(A)*COS(B)
colocação do nome da função no campo do
operador. O resultado corrente deve ser usado A expressão SIN(A) deve ser avaliada
como o primeiro argumento da função. primeira, seguida por COS(B), seguida pela
Argumentos adicionais, se requeridos, devem avaliação do produto dos dois.
ser dados no campo do operando. O valor Expressões booleanas devem ser
retornado pela função depois da execução bem avaliadas somente para a extensão necessária
sucedida de uma instrução RET ou depois de para determinar o valor resultante. Por
atingir o fim físico da função deve se tornar o exemplo, se A<=B, então somente a expressão
resultado corrente. A>B seria avaliada para determinar que o valor
Blocos de Função podem ser invocados da expressão
condicional ou incondicionalmente via operador
CAL (chamada – call). Como mostrado na A>B)&(C<D)
norma, esta invocação pode ser de três formas
diferentes, como mostrado na Tab. 53. é o booleano 0.
Funções devem ser invocadas como
3.5. Texto Estruturado elementos de expressões consistindo do nome
A norma define a semântica e sintaxe da da função seguido pelo argumento entre
linguagem Texto Estruturado. Nesta linguagem, parêntesis.

68
Programação
Quando um operador em uma expressão ordem em que os parâmetros de entrada são
pode ser representado como uma das funções listados em uma invocação de bloco de função
sobrecarregadas, a conversão dos operados e não é importante. Não é necessário que todos
resultados devem ser as regras e exemplos os parâmetros de entrada tenham valores
dados na norma. atribuídos em cada invocação de um bloco de
função. Se um determinado parâmetro não tem
Comando (Statement) atribuído um valor em uma invocação de bloco
Os tipos de comandos da linguagem de de função, será aplicado o valor atribuído
texto estruturado são sumarizados na Tab. 56. anterior (ou o valor inicial, se não houver
O comando deve ser terminado por ponto de nenhum anterior definido).
virgula (;). O comando RETURN dá a saída de uma
função ou bloco de função, e.g., como o
Comando de atribuição (assignment resultado da avaliação de um comando IF.
statement)
Comando de Seleção
O comando de atribuição substitui o valor
corrente de uma variável simples ou multi- Os comandos de seleção incluem o IF e
elemento pelo resultado da avaliação de uma CASE. Um comando de seleção escolhe um ou
expressão. Ele consiste de uma variável de um grupo de seus comandos componentes
referência à esquerda, seguida pelo operador para execução, baseado em uma condição
de atribuição “:=”, seguido pela expressão a ser especificada. Exemplos de comandos de
avaliada. Por exemplo, o comando seleção são dados na Tab. 56.
O comando IF especifica que um grupo de
A := B ; comandos deve ser executado somente se a
expressão booleana associada é verdadeira
Deve ser usado para substituir o valor do (resultado da avaliação é 1). Se a condição é
dado de uma variável A pelo valor corrente da falsa, então nenhum outro comando é
variável B, se ambos forem do tipo INT. Porém, executado ou o grupo de comando seguindo o
se ambos A e B forem do tipo ELSE (senão) é executado.
ANALOG_CHANNEL_CONFIGURATION, então os O comando CASE consiste de uma
valores de todos os elementos da variável expressão que avalia variáveis do tipo INT e
estruturada A devem ser substituídos pelos uma lista de grupos de comando, cada grupo
valores correntes dos elementos sendo identificado por um ou mais inteiros ou
correspondentes da variável B. faixas de valores inteiros. Ele especifica que o
Como ilustrado na fig. 6, o comando primeiro grupo de comandos, uma destas
atribuição pode ser também usado para atribuir faixas contém o valor computado pelo seletor,
o valor a ser retornado pela função, colocando deve ser executado. Se o valor do seletor não
nome da função para a esquerda de um ocorre em uma fase de qualquer caso, a
operador de atribuição no corpo da declaração seqüência do comando seguindo a palavra
da função. O valor retornado pela função deve chave ELSE, caso ela ocorra, deve ser
ser o resultado da avaliação mais recente de tal executada. Nos outros casos, nenhuma das
atribuição. É um erro retornar da avaliação de seqüências de comandos é executada.
uma função com a saída ENO diferente de
zero, a não ser que, no mínimo, tal atribuição Comandos interativos
tenha sido feita. Comandos iterativos especificam que o
grupo de comandos associados deve ser
Comandos de controle de função e blocos executado repetidamente. O comando FOR é
de função usado se o número de iterações pode ser
Comandos de controle de função e blocos determinado a priori, nos outros casos, as
de função consistem de mecanismos para construções WHILE (enquanto) ou REPEAT
invocar blocos de função e para controlar o (repetir) são usadas.
retorno da entidade de invocação, antes do fim O comando EXIT (sair) deve ser usado
físico de uma função ou bloco de função. para terminar iteacoes antes que a condição de
A avaliação da função deve ser invocada terminação seja satisfeita.
como parte da avaliação de expressão. Quando o comando EXIT é localizado
Blocos de função devem ser invocados por dentro de construções iterativas encadeadas, a
um comando consistindo do nome do bloco de saída será da malha mais interna em que o
função, seguido por uma lista de atribuições de EXIT esteja localizado, isto é, o controle passa
valores de parâmetros de entrada entre para o comando seguinte depois do terminados
parêntesis, como mostrado na Tab. 56. A da primeira malha (END_FOR, END_WHILE ou
END_REPEAT) seguindo o comando EXIT. Por

69
Programação
exemplo, depois de executar os comandos Diagrama de Bloco de Função) e à
mostrados na Fig. 22, o valor da variável SUM representação de função seqüencial.
deve ser 15, se o valor da variável booleana
FLAG é 0 e 6 se FLAG = 1. Direção do fluxo em circuitos
O comando FOR indica que a seqüência de Um circuito é definido como um conjunto
comandos deve ser executada repetidamente, máximo de elementos gráficos interligados,
até a palavra chave END_FOR enquanto a excluindo as linhas verticais à esquerda e à
progressão dos valores é atribuída para a direita no diagrama ladder.
variável de controle da malha FOR. A variável Fluxo de potência – análogo ao fluxo de
de controle, valor inicial e valor final devem ser potência em um sistema com relés
expressões do mesmo tipo de inteiro (SINT, eletromagnéticos, tipicamente usado em
INT ou DINT) e não podem ser alteradas por diagramas ladder. O fluxo de potência em uma
qualquer um dos comandos repetidos. O linguagem de diagrama ladder deve ser da
comando FOR incrementa a variável de esquerda para a direita.
controle para cima ou para baixo de um valor Fluxo de sinal - análogo ao fluxo de sinais
inicial até um valor final, em incrementos entre elementos de um sistema de
determinados pelo valor de uma expressão; processamento de sinais, tipicamente usado
este valor default é 1. O teste para a condição em diagrama de bloco de função. O fluxo de
de terminação é feito no início de cada sinal em uma linguagem de diagrama de bloco
iteração, de modo que a seqüência de de função deve ser da saída (lado direito) de
comando não é executada se o valor inicial um bloco de função para a entrada (lado
excede o valor final. O valor da variável de esquerdo) da função ou do bloco de função
controle depois de terminar a malha FOR é assim ligado.
dependente da implementação. Fluxo de atividade – usado em diagrama de
Um exemplo do uso do comando FOR é função seqüencial. O fluxo de atividade dos
dado na característica 6 da Tab. 56. Neste elementos de diagrama de função seqüencial
exemplo, a malha FOR é usada para deve ser do fundo de um passo através da
determinar o índice J da primeira ocorrência (se transição apropriada para o topo do passo
existir) do string KEY nos elementos de número sucessor correspondente.
impar de uma matriz de strings WORDS com
uma faixa de índice de 1 a 100. Se nenhuma Avaliação de circuitos
ocorrência é verificada, J terá o valor 101.
O comando WHILE causa a seuencia de A ordem em que os circuitos e seus
comandos até a palavra chave END_WHILE elementos são avaliados não é
ser executada repetidamente até a expressão necessariamente a mesma ordem em que eles
booleana associada ser falsa. Se a expressão são identificados ou mostrados. Não é
é inicialmente falsa, então o grupo de necessário que os circuitos sejam avaliados
comandos não é executado. Por exemplo, antes da avaliação de um dado circuito possa
FOR..._END_FOR pode ser reescrito usando o ser repetido. As seguintes regras devem ser
WHILE...END_WHILE, como mostrado em obedecidas:
Tab. 56. 1. Nenhum elemento de um circuito deve ser
Os comandos WHILE e REPEAT não avaliado até que os estados de todas as
podem ser usados para conseguir a entradas tenham sido avaliados.
sincronização dentro do processo, por 2. A avaliação de um elemento de circuito não
exemplo, como uma malha WAIT com uma é completada até que os estados de todas
condição de terminação determinada as suas saídas tenham sido avaliados.
externamente. Os elementos do diagrama de 3. A avaliação de um circuito não é
função seqüencial são usados com este completada até que as saídas de todos os
objetivo. seus elementos tenham sido avaliadas,
É um erro que viola a norma ter um mesmo se o circuito contenha um dos
comando WHILE ou REPEAT em um algoritmo elementos de controle de execução
para que a satisfação da condição de definidos em 4.1.4.
terminação da malha ou execução de um Existe um caminho de realimentação em um
comando EXIT não possa ser garantida. circuito quando a saída de uma função ou
bloco de função é usada como entrada para
3.6. Linguagens Gráficas uma função ou bloco de função que o precede
no circuito; a variável associada é chamada de
Elementos comuns variável de realimentação.
Há elementos comuns aplicados às duas
linguagens gráficas (Diagrama Ladder e

70
6. Ladder
Objetivos de Ensino
1. Descrever os componentes básicos de um diagrama ladder.
2. Mostrar as regras de composição, desenvolvimento e leitura de um diagrama ladder.
3. Apresentar diagramas ladder típicos de aplicações com motores.

1. Introdução ocorre, as saídas estão ligadas em


paralelo.
Diagrama ladder é uma representação 5. Chaves, contatos e entradas podem ter
ordenada em forma de escada de contatos múltiplos em série, paralelo ou
componentes e conexões de um circuito combinação de série e paralelo.
elétrico. O diagrama ladder é também chamado 6. As linhas são numeradas
de diagrama elementar ou diagrama de linha. O consecutivamente, à esquerda e de
termo ladder (escada) se aplica porque ele cima para baixo.
parece com uma escada, contendo degraus. É 7. Dá-se um único número de
o diagrama básico associado com o controle identificação para cada nó de ligação.
lógico programado. 8. As saídas podem ser identificadas por
2. Componentes função, no lado direito, em notas.
9. Pode-se incluir um sistema de
Os elementos constituintes de um diagrama identificação de referência cruzada, no
ladder podem ser divididos em componentes lado direito. Os contatos associados
de entrada e de saída. O principal componente com a bobina ou saída da linha são
de entrada é o contato. identificados pelo número da linha.
Quanto à operação o contato pode ser 10. Os contatos de relé são identificados
retentivo ou não retentivo. Quanto à lógica, o pelo número da bobina do relé mais um
contato pode ser normalmente aberto (NA) ou número seqüencial consecutivo. Por
normalmente fechado (NF). Quanto à exemplo, os três contatos do relé CR7
operação, o contato pode ser de chave manual são CR7-1, CR7-2 e CR7-3.
ou de automática, (pressostato, termostato,
chaves automáticas de nível e de vazão, chave
térmica de motor). . Quanto ao tempo, os
contatos podem ser instantâneos ou
temporizados para abrir ou fechar.
O principal componente de saída é a
bobina, associada ao starter de motor, ao relé
ou solenóide. Outros componentes incluem
lâmpada piloto, sirene ou buzina.
Existem outros componentes, porém estes Fig. 6.1. Diagrama ladder básico, para uma chave
são os mais importantes e usados e são manual que liga a saída de um relé:
suficientes para o entendimento dos diagramas
encontrados nas aplicações práticas.
3. Regras de composição
1. Há algumas práticas comuns a todos Na Fig. 6.1. tem-se:
os diagramas ladder, como: L1, L2 são as linhas que representam a
2. Entradas, chaves e contatos são alimentação (110/220 V ca),
colocados no início da linha, no lado SW1 é o contato de chave manual
esquerdo. CR5 é a bobina do relé CR5 (não estão
3. Saídas, bobinas e lâmpadas piloto são mostrados os contatos do relé CR5)
colocadas no fim da linha, no lado
direito.
4. Uma linha de entrada pode alimentar
mais de uma saída. Quando isso

71
Ladder
4.2. Exemplo 2
As seguintes modificações podem ser
feitas ao diagrama da Fig. 6. 3:
SW4 deve estar ligada para CR7 ficar ligada
CR7 deve estar desligada para CR8 estar
ligada
CR9 é ligada por CR7, CR8 e SW3.
O diagrama completo é mostrado na Fig 5.
Há uma linha pontilhada entre os dois contatos
Fig. 6.2. Duas chaves em paralelo (manual SW1 e SW3, indicando uma única chave comum com
automática de nível LS1) controlam a saída do relé dois contatos (Se SW3 estivesse na esquerda,
CR5e uma lâmpada piloto PL1 vermelha (R). somente um contato seria necessário para
energizar as linhas 3, 4 e 5).
Uma linha adicional de operação poderia
ser acrescentada ao diagrama ladder, como a
linha 6 mostrada na figura 5. A seqüência
adicionada seria a seguinte:
CR7 ou CR8 ou ambas, mais LS12 e CR9
ligam a saída do relé CR10.

Fig. 6.3. Diagrama ladder com duas funções

4. Exemplos
4.1. Exemplo 1
O diagrama ladder da Fig. 6.1, está
associado a um sistema com uma chave que
liga-desliga um relé de saída, CR5. A Fig. 6.2
mostra um sistema de controle com linhas
paralelas na entrada e na saída. Qualquer uma
das duas chaves liga-desliga a saída e a
lâmpada piloto. O diagrama da figura possui
duas linhas funcionais ativas.
O diagrama ladder da Fig. 6.3 tem a
seguinte seqüência de operação:
1. No início, todas as chaves estão
abertas, as bobinas estão desligadas
2. Fechando SW1 ou SW2 ou ambas, CR7
é energizada.
3. Na linha 3, o contato NA CR7-1 fecha, Fig. 6.4. Ladder cmpleto
habilitando a linha 3 e CR8 ainda está
desligada
4. Fechando a chave manual SW3, CR8 é
energizada e a lâmpada piloto verde
(G) é acesa 4.3. Diagrama errado
5. Abrindo as duas chaves SW1 e SW2, O diagrama da Fig. 6.4 é um diagrama
tudo é desligado ladder incorreto, que contem os mesmos
6. Em operação, desligando SW3, CR8 é componentes da figura, porém, nunca irá
desligado, PL1 é desligada mas CR7 funcionar. Os erros são os seguintes:
contínua ligada.

72
Ladder
1. Mesmo que houvesse potência entre as
linhas, a tensão aplicada em cada Fig. 6. 6. Processo a ser automatizado
elemento de saída seria dividida por 3 e O diagrama ladder do sistema indica que o
nenhuma bobina teria a tensão correta circuito de controle possui dois modos de
de funcionamento e a lâmpada piloto operação: automático e manual.
ficaria só um pouco acesa. Mas, O controle manual é executado pela chave
logicamente, as saídas nunca seriam (push-button) liga-desliga (stop-start) junto com
ligadas. o dispositivo de segurança de sobrecarga da
2. Mesmo fechando todas as chaves, o bomba.
contato CR7-1 ficaria sempre aberto. Para o processo partir e operar, a chave
Para fechar o contato CR7-1 a bobina PARADA deve estar inativa (fechada) e a
CR7 deve ser energizada e a bobina só chave PARTIDA deve estar pressionada. Os
seria energizada fechando-se CR7-1, contatos NA que são ativados quando o relé da
que é impossível. bomba contatos é energizado permitem a
bomba ficar ligada, depois que se alivia a
chave PARTIDA.
O controle automático é mais complexo. O
desenho mostra que há uma monitoração do
nível baixo, nível alto e pressão baixa do
tanque de pressão, e de nível baixo do tanque
de armazenagem. A bomba pode ser
energizada somente quando as exigências de
controle sejam satisfeitas e a ligação entre L1
para L2 através do relé de partida da bomba
seja feita.
A parte automática do circuito de controle
Fig. 6. 5. Diagrama ladder incorreto da água é mostrada na metade superior do
diagrama ladder. No desenvolvimento deste
diagrama, a ligação elétrica entre L1 e L2 foi
criada com os símbolos do elemento de
controle intercalado. A chave de parada é
5. Desenvolvimento geralmente colocada próxima de L1 antes de
Pode-se avaliar a utilidade do diagrama colocar qualquer outra linha no diagrama. O
ladder vendo um exemplo e ligando-o a um sensor de pressão alta (LSH 101) possui dois
processo lógico seqüencial. O processo conjuntos de contatos: um normalmente aberto
consiste de para o controle da operação do solenóide de ar
1. um tanque de armazenagem de e um normalmente fechado para permitir a
produto (p.ex., água), operação da bomba. A operação da bomba é
2. um tanque de pressão, também governada pelos sensores de nível
3. uma bomba, e baixo no tanque de pressão e de nível baixo no
4. um conjunto de dispositivos pilotos tanque de armazenagem, ou seja, LSL 102 e
(pressostatos e chaves de nível) para LSL 103. Os símbolos destes elementos devem
fornecer o controle do processo. ser colocados no desenho indicando que a
bobina da partida da bomba é energizada
quando o nível de água for baixo no tanque de
pressão mas deve ser desligada pelo nível
baixo do tanque de armazenagem. Esta
exigência, que evita estrago na bomba por
causa de nível baixo de água no tanque de
armazenagem e garante uma pressão estável
no tanque de pressão, é satisfeita pela
colocação de LSL 103 e LSL 102 em série com
a partida e os contatos normalmente fechados
de LSH 101. Para garantir que a bomba fique
ligada, quando LSL 102 for energizada
momentaneamente, coloca-se um retentor com
o conjunto de contatos do relé da bomba
(contato M em paralelo).
Estes símbolos de elemento de controle do
nívele da bomba são apresentados na porção

73
Ladder
intermédiaria do diagrama ladder do sistema de 4. fornecer contatos de intertravamento ou
água. A chave de seleção do modo de retenção em volta dos contatos
operação é colocada próxima do relé de momentâneos de chave botoeira.
partida. Os contatos normalmente fechados de Os botões de desligamento e outros
LSL 103 e LSH 101 são colocados em série intertravamentos de segurança devem ser
com os contatos normalmente abertos LSL arranjados de modo que eles sejam
102. Como com a chave de partida na porção eletricamente fechados para a linha de tensão
manual do desenho, um conjunto de contatos de alimentação. Cada componente do desenho
de relé de partida normalmente aberto é deve ter uma etiqueta de modo que seja
colocado em paralelo com LSL 102 para facilmente associado com o dispositivo real do
garantir que o relé de partida permaneça processo.
energizado quando o nível do liquido suba Deve-se ter o cuidado de identificar todos
acima do nível mínimo e permaneça abaixo do os contatos de uma bobina de relé especifica.
nível máxima do tanque de pressão. LSL 101 Finalmente, as condições normalmente aberta
também controla o estado do relé e desliga o ou fechada de todos os contatos automáticos
relé quando o nível d'água do tanque de devem sempre ser indicados quando elas
pressão atinja o valor máximo. O nível alto do estiverem no estado inativo ou sem uso.
tanque de pressão ativa os contatos
normalmente abertos LSH 101, que permite o 6. Análise
solenóide de entrada de ar ser energizada O procedimento básico para a análise de
(desde que PSL 103 indique que a pressão do um diagrama ladder de um circuito de controle
tanque esteja abaixo do ajuste desejado). é considerar um componente por vez e decidir
o que ocorre se uma chave push button é
acionada ou contato é ligado ou desligado. Se
o diagrama é analisado deste modo, com a
observação que a mudança do contato
geralmente fecha ou abre circuitos completos
de uma linha de tensão através de uma bobina
de relé. Esta bobina é energizada ou
desenergizada, dependendo da continuidade
do circuito. Quando um circuito é fechado para
uma bobina particular, seu contador, relé,
starter é energizado e seus contatos mudam
suas posições normais. Se os contatos são
normalmente fechados, se abrem e se os
contatos são normalmente abertos, eles agora
ficam fechados. Quando um relé temporizado
(de atraso) é usado no circuito, seus contatos
mudam de estado depois de um determinado
tempo. Quando se usam reles, é importante
considerar cada contato que é operado pelo
relé, sempre que sua bobina for energizada.
Quando não se consideram todos os contatos
de um relé, comete-se um erro conceitual da
Fig. 6.7. Diagrama ladder correspondente função do circuito. Finalmente, quando se
ao controle do tanque de água pressurizado avalia um circuito, deve-se estar certo que cada
componente está sendo considerado em sua
posição normal e na posição energizada, de
modo que se possa compreender o circuito
O método de se desenvolver um diagrama completo.
ladder para um sistema consiste em Seja o diagrama ladder para um circuito de
1. rever as funções de controle requeridas freio dinâmico de um motor. Este sistema pode
no circuito, ser aplicado a qualquer equipamento, quando
2. selecionar os elementos de controle se quer uma parada rápida, suave ou quando
que desempenham esta tarefa, se deseja ter um eixo do motor livre de rotação
3. arranjar os símbolos para as condições manual quando se desliga a alimentação. Um
impostas pelo controle de modo sistema de freio dinâmico fornece uma parada
seqüencial, entre as linhas da tensão sem qualquer tendência para reverter e produz
de alimentação. menos choque aos componentes de
Quando necessário, acionamento do motor do que outros métodos.

74
Ladder
O sistema de freio dinâmico usa tensão cc retificada do transformador. Os contatos B4 e
para fornecer uma ação de freio suave mas B5 ligam a tensão cc aos terminais T1 e T3 do
positiva e para fazer o motor parar motor. Depois de transcorrido o tempo de
rapidamente. O sinal cc deve ser removido atraso, ajustável e função do motor, a bobina T
quando o motor estiver quase parando, para abre o contato T que desliga a bobina de freio
evitar qualquer dano aos enrolamentos B.
causado por superaquecimento, como Em resumo, o procedimento básico para
resultado da corrente excessiva nos analisar o diagrama ladder envolve
enrolamentos de baixa resistência. 1. a consideração de cada componente
Esta tensão cc é obtida da retificação da do circuito por vez para decidir o que
tensão ca, através de uma ponte retificadora. acontece com este componente
Dois contatos normalmente abertos (B) isolam quando um contato é fechado,
o retificador dos terminais T1 e T3 do motor. 2. a determinação da função de cada
Há também dois contatos normalmente componente em suas posições normal
abertos da mesma bobina do freio (B) que e energizada
isolam o primário do transformador das duas 3. a função de cada componente em
linhas L1 e L2. O quinto contato da bobina do relação aos outros elementos do
freio (B), normalmente fechado, está em série diagrama.
com a bobina do relé de acionamento do motor É importante fazer uma análise completa
e com a chave de partida. Quando a bobina de do diagrama sem pular para conclusões
freio estiver acionada (energizada) não se parciais. Uma análise apressada e incompleta
consegue partir o motor. é usualmente desastrosa, porque a
Se a chave de partida é acionada, se os consideração de apenas um contato adicional
contatos de sobrecarga estão fechados e se a pode mudar totalmente a natureza básica do
chave P.B. estiver fechada, a bobina de circuito.
acionamento do motor é energizada e todos os
cinco contatos (B) são ativados. O primeiro
contato do relé (M1), NA, fecha, garantindo a
continuidade do circuito, mesmo quando se
solta a chave de partida (contato retentivo).
O segundo contato, M2, NF, abre,
impedindo que a bobina de freio seja ativada e
receba o sinal da linha L1. Depois de
transcorrido um determinado tempo o contato T
também fecha o circuito, pois sua bobina (T)
também foi energizada, juntamente com a
bobina do motor (M). Os últimos três contatos,
M3, M4 e M5, normalmente abertos, se
fecham, energizando os enrolamentos do motor
T1, T2 e T3.
O sistema de freio inclui o relé de breque
(B), o relé temporizado (T), o retificador ca/cc, o
transformador com secundário/primário e cinco
contatos do relé de breque (B). Os terminais T1
e T3 do motor estão alimentados pela tensão
cc, pelos contatos B. Quando se aperta a
chave parada, o relé do motor (M) é
desenergizado, o motor é isolado da tensão ca,
pelos contatos M4, M5 e M3 que ficam abertos.
O relé temporizado é desligado e o seu contato
T fecha. Como M2 já estava fechado, T Fig. 6.8. Diagrama ladder do freio do motor
fechado, a bobina de breque (B) é energizada e
todos seus contatos mudam de estado. Ou
seja, todos os contatos B (exceto B1) ficam
fechados B2 e B3 ligam o transformador e,
como conseqüência, produzem tensão cc

75
Ladder

7. Aplicações de Diagrama Ladder


7.1. Alarme de Alta Pressão
Descrição
O circuito faz soar uma buzina e acender
uma lâmpada piloto quando a pressão atingir
um valor alto perigoso. Depois que o alarme
soa, o botão ACKN (conhecimento) desliga a
buzina e deixa a lâmpada acesa. Quando a
pressão baixar para um valor seguro, a
lâmpada se apaga

Solução
Fig. 6.10. Condição anormal, antes de
Quando a pressão atinge valor alto apertar a chave ACKN:
pressão alta,
perigoso, a chave PS atua, fechando o PSH fechada,
buzina toca,
circuito e lâmpada acende

1. soando a buzina
2. acendendo lâmpada R
Quando operador toma conhecimento do
alarme e aperta a chave ACKN, a bobina S se
energiza, trocando seus contatos S1 e S2
1. S1 abre, desligando a buzina
2. S2 fecha, mantendo bobina S
energizada
A bobina S só é desligada quando a chave
PS abrir, ou seja, quando a pressão alta cair e
ficar em valor seguro.
Condição normal: pressão não alta, PSH
aberta, buzina calada, lâmpada apagada

Fig. 6.11. Condição anormal, depois de


apertada a chave ACKN:
S2 (selo) se mantém S energizada,
lâmpada R acesa e
S1 aberta e a buzina silenciosa.

Fig. 6.9. Condição normal:


pressão normal,
PSH aberta,
buzina silenciosa,
lâmpada apagada

76
Ladder

7.2. Controle de Bomba e duas


lâmpadas piloto com chave de nível
Descrição
A chave de nível opera o starter do motor
da bomba. A bomba enche um tanque com
água. Enquanto o nível do tanque receptor
estiver baixo, a chave liga o motor da bomba e
acende a lâmpada R. Quando o nível atingir o
nível máximo (tanque cheio), a chave desliga o
motor e a lâmpada R e acende a lâmpada A.
Se o motor se sobrecarregar, o motor é
desligado, mas a lâmpada R contínua acesa.

Solução
Quando o nível estiver abaixo do máximo
(normal), a chave LSH está aberta e
1. lâmpada R está acesa
2. motor está ligado, operando
3. lâmpada A está apagada
Quando o nível atingir o máximo, LSH fecha
Fig. 6.13.
1. apagando R
2. desligando motor M
3. acendendo A
Quando motor ficar sobrecarregado,
1. OL abre
2. desligando motor e
3. mantendo R acesa

Fig. 6.12

77
Ladder

7.3. Controle seqüencial de 3


motores
Descrição
Ligar três motores, isoladamente e um após
o outro. A parada desliga todos os motores.
Qualquer sobrecarga desliga todos os motores

Solução
Apertando a botoeira PARTIDA
1. M1 parte e fecha M1-1 e M1-2
2. M1-1 sela a partida de M1, mantendo
M1 ligado depois que a botoeira
PARTIDA for solta
3. M1-2 liga M2, fechando M2-1
4. M2-1 liga M3
Qualquer sobrecarga em M1, M2 ou M3
desliga todos os três motores, pois OL1, OL2 e
OL3 são contatos NF e estão em série
Fig. 6.15.

Contatos auxiliares (ou intertravamentos) para


controle de seqüência automática:
Contato M1 energiza bobina M2
Contato M2 energiza bobinM3

Fig. 6.14. Fig. 6.16.

78
Ladder

7.4. Controle temporizado de


motores
Descrição
Ligar três motores, isoladamente e um após
o outro, com intervalos de 1 minuto. A parada
desliga todos os motores. Qualquer sobrecarga
desliga todos os motores

Solução
Apertando a botoeira PARTIDA
5. M1 parte e energiza T1
6. M1-1 sela a partida de M1, mantendo M1
ligado depois que botoeira PARTIDA é
solta
7. T1 energizado fecha T1-1 depois de 1
min
8. T1-1 parte M2 e energiza T2, que fecha
T2-1 depois de 1 min
9. T2-1 parte M3
Qualquer sobrecarga em M1, M2 ou M3
desliga todos os três motores, pois OL1, OL2 e
OL3 são contatos NF e estão em série

Fig. 6.18.

Fig. 6.17.

Fig. 6.19.

79
Ladder

7.5. Controle seqüencial


temporizado de motores
Descrição
Três motores
1. M1 – motor bomba de lubrificação
2. M2 – motor principal
3. M3 – motor de alimentação
devem ser ligados em seqüência e em
intervalos de tempo determinados.

Solução
Apertando a botoeira PARTIDA
1. M1 parte e M1-1 sela a partida de M1.
2. A bomba faz a pressão subir e a alta
pressão faz chave PSH fechar e partir
M2 e energizar T1.
3. T1 energizado fecha T1-1 depois de 10
s, partindo M3
Se M1 aquecer, OL1, abre, desligando M1 e
a pressão cai.
A queda de pressão faz PSH abrir,
Fig. 6.21
desligando M2 e desenergizando T1.
Quanto T1 é desenergizada, T-1 abre,
desligando M3

Fig. 6.20.

Fig. 6.22

80
Ladder

7.6. Controle de Velocidade de


motores
Descrição
1. O motor tem três faixas de velocidades.
2. O motor acelera automaticamente para
a velocidade selecionada.
3. Uma botoeira pode parar o motor em
qualquer velocidade
4. O motor possui proteção de sobrecarga
5. Três botoeiras separadas selecionam
1a, 2a e 3a velocidade.
6. Há um atraso de 3 segundos para
passar de uma velocidade para outra

Solução
Apertando a botoeira 1a VELOCIDADE
1. M1 parte e M1-1 sela a partida de
M1,.mantendo-o na primeira velocidade
depois que a chave PARTIDA é solta.
2. Quando a chave 2a VELOCIDADE for
apertada,
• T1 fica energizado (Atraso para Ligar)
• B1 –1 faz motor girar na 1a velocidade
• B1 –2 mantém B1 selado
3. Depois de 3 segundos, T1 –1 fecha,
ligando S1. S1 faz motor operar na 2a
velocidade
4. Quando a botoeira 3a VELOCIDADE for Fig. 6.23. Primeira faixa de velocidade
apertada,
• C1 fica energizado
• C1 –1 faz motor girar na 1a velocidade
• C1 –2 faz motor girar na 2a velocidade
• C1 –3 faz motor girar na 3a velocidade
• C1 –4 faz operar T2 (falta S1 –1 fechar)
Depois de 3 segundos, T3 fecha e energiza
S1 (motor fica na 2a velocidade).
S1 –1 fecha operando T2. Depois de 3
segundos T2 fecha e opera S2 , que coloca o
motor na 3a velocidade.
Quando houver sobrecarga, OL1, abre,
desligando M1.

81
Ladder

Fig. 6.25. Terceira faixa de velocidade


Fig. 6.24. Segundaa faixa de velocidade

82
7. Blocos de função
Objetivos de Ensino
1. Definir o Diagrama de Bloco de Função, conforme norma IEC 61 131-3.
2. Descrever, listar os parâmetros de entrada e saída e simbolizar principais blocos padrão.
3. Orientar a elaboração de blocos personalizados, baseados em blocos padrão.

1. Conceito 2. Parâmetros dos blocos


Bloco de função é uma unidade de
organização de programa que, quando Variável INPUT
executa, gera um ou mais valores. Pode-se Entrada. Pode ser um valor físico de
criar várias instancias nomeadas de um bloco equipamento ou ainda um valor de memória.
de função. Cada instância deve ter um
identificador associado (nome da instância) e Variável OUTPUT
uma estrutura de dados, contendo sua saída e
variáveis internas e, dependendo da Saída. Pode ser um valor físico de
implementação, valores de ou referências para equipamento ou ainda um valor de memória. O
seus parâmetros de entrada. Todos os valores seu valor pode ser usado como entrada,
das variáveis de saída e as variáveis internas quando ligado ao terminal de direita.
necessárias desta estrutura de dados devem
persistir de uma execução do bloco de função Variável LOCAL
para o próximo, de modo que a invocação do Esta variável é usada apenas quando se
mesmo bloco de função com os mesmos têm pontos de transferência de valores, não
argumentos (parâmetros de entrada) não está associada ao equipamento ou memória,
necessariamente forneçam o mesmo valor de podendo ser utilizada como entrada ou
saída. resultado de uma operação lógica.
Somente os parâmetros de entrada e saída
devem ser acessíveis do lado de fora de uma Constante
instância de um bloco de função, i.e., as Possui valores que são utilizados para
variáveis internas do bloco de função devem execução da lógica. Não possui TAG.
ser ocultas do usuário do bloco de função.
Qualquer bloco de função que tenha sido Formação de TAG
declarado pode ser usado na declaração de
O hífen (“-“) dos Tags foi trocado por traço
outro bloco de função ou programa.
de sublinhar (underscore), “_” ou foi retirado.
O escopo de uma instância de um bloco de
Os Tags podem ter prefixos nos finais para
função deve ser local à unidade de organização
identificar seus tipos. Por exemplo, tem-se:
de programa em que ele é instanciado, a não
ED Entrada digital do CLP
ser que seja declarado global em um bloco
EA Entrada analógica do CLP
VAR_GLOBAL.
SD Saída digital do CLP
O nome de instância de um bloco de
As outras variáveis são internas e auxiliares
função pode ser usado como a entrada para
do programa (geralmente sem Alias) ou de
uma função ou bloco de função, se declarado
comunicação com o supervisório (com Alias).
como uma variável de entrada na declaração
Variáveis com a indicação C ou _ são de
VAR_INPUT ou como uma variável de
comunicação escrita com o supervisório do
entrada/saída de um bloco de função em uma
CLP. Quando a variável contém R ou _R, ela é
declaração VAR_IN_OUT
de retorno do comando enviado pelo
supervisório, sendo então uma variável de
leitura do CLPpara o supervisório.

83
Blocos de Função

3. Tipos de blocos de função


Os blocos de função podem ser
1. Padrão
2. Personalizado
Bloco padrão é aquele elementar e seminal, que é usado clonado em aplicações repetitivas, onde
ele pode aparecer várias vezes. A partir dos blocos padrão, fabricantes de CLP, usuários e
integradores de sistema desenvolveram os blocos personalizados ou compostos, para executar
tarefas mais complexas.
Fazendo analogia com a eletrônica, um bloco padrão é análogo e a um componente discreto de
circuito. O bloco personalizado é análogo a um circuito integrado, onde vários elementos discretos
são combinados. O bloco personalizado é fechado e difícil para o seu usuário entender sua operação,
a não ser que ele seja bem documentado.

4. Blocos Personalizados
A partir dos blocos padrão, é possível, desejável e se fazem blocos personalizados, que serão
usados de modo repetitivo. Depois de construídos, estes blocos personalizados são armazenados no
arquivo Biblioteca para serem usados. Também a partir de blocos personalizados, pode-se construir
outros blocos personalizados mais complexos.
Alguns blocos personalizados podem, quando muito utilizados, ser tratados como padrão pelo
fabricante de CLP ou desenvolvedor de sistemas.

Fig. 7.1. Bloco de função personalizado, para alarme e desarme de alta com bypass

84
Blocos de Função
Por exemplo, pode-se criar um bloco de função personalizado para fazer alarme de alta de uma
variável analógica com bypass.
As entradas deste bloco são:
By_pass_M_ED – entrada digital
Tag_EA – entrada analógica da variável a ser alarmada
Set_Point_EA_D – valor ajustado para desarme (atuado no ponto muito alto, HH)
Set_Point_EA_A – valor ajustado para alarme (atuado no ponto de alta, H)
As saídas do bloco são:
By_pass_BYMR – retorno do bypass da manutenção
Tag_SH_INTLK – saída de alta do intertravamento
Tag_SH_COMP – comparador do sinal de alarme de alto
Tag_SHH_COMP – comparador do sinal de desarme de muito alto
Para construir este bloco personalizado, foram utilizados:
1. duas portas de seleção GE (maior ou igual)
2. uma porta MOVE, para levar um sinal da entrada para a saída
3. uma porta OR

Fig. 7.2. Interior do bloco de função Alm_Alta_Bypass

85
Blocos de Função

5. Blocos Funcionais Padrão AIN – Bloco de entrada analógica


ADD - Aritmética de Adição Bloco AIN recebe e transforma os valores
das entradas analógicas em um número real,
ADD pode ser usado como um operador ou limitando-os entre MN e MX.
como uma função.
Operador ADD (+) é usado em Texto Sintaxe:
Estruturado para calcular a soma de dois y := AIN ( MX, IN, MN )
operandos. As operações podem ser
executadas como mostrado na tabela. Parâmetros de entrada:
Em Linguatem Gráfica, a função extensiva
ADD é usada em vez de um operador ADD. MX – número real, limite superior do
Funções extensivas podem operar com 2 até valor de volta
50 parametros de entrada. IN, valor a ser convertido para unidade
Há erro quando o resultado for infinito, o de engeneharia
operando não for um número, a data e o tempo MN – número real, limite inferior do
estiverem fora da faixa, o tempo estiver fora da valor de retorno.
faixa.
O bloco ADD é padrão. Característica:
A função AIN converte uma entrada
Características analógica para um número real. A faixa de IN é
1. O valor da saída deste bloco de função 819 a 4095, que corresponde a 4 a 20 mA ou 1
é igual à soma dos valores de todas as a 5 V. O valor de retorno é um número real (em
entradas. unidade de engenharia) escalonado para a
2. O bloco de adição é uma função faixa de MN a MX. MN é o valor da saída
extensível, ou seja, pode ter de 2 a 50 quando a entrada corresponde a 4 mA ou 1 V
entradas. ou menor que 819. MX é o valor da saída
3. Ele pode operar com variáveis quando o sinal corresponde a 10 mA ou 5 V ou
numéricas, datas, tempos e horas do for maior que ou igual a 4095.
dia (TOD) A lógica do bloco AIND é: Se a entrada
Pode ser usado em aplicação de segurança estiver entre 819 e 4095 contagens, Então o
ou de controle. valor da saída varia entre MN e MX. Senão (a
entrada é menor que 819 ou maior que 4095),
a saída é limitada entre MN e MX,
respectivamente.

Fig. 7.3. Bloco de função ADD

Fig. 7.4. Bloco de função AIN

86
Blocos de Função

AND - Lógica booleana E AOUT – Bloco de saída analogica


Executa uma lógica AND de duas ou mais O bloco AOUT converte um número real
operandos booleanos ou um bitwise AND de para uma saída analógica.
dois ou mais strings de bit.
Em Texto Estruturado, o operador AND é Sintaxe
usado em vez da função AND:
k := AOUT( MX, IN, MN )
Sintaxe

b := b1 AND b2 AND ... AND bn ; Parâmetros


MX REAL – O valor de IN requerido para
Descrição agerar 20 mA ou 5 V no campo.
Este bloco faz a seguinte lógica booleana: IN REAL – O valor a ser convertido para
1. Se uma ou mais de suas entradas são uma saida analogical
falsas (0), a sua saída é falsa(0). Senão, a MN REAL – o O valor de IN requerido para
saída é verdadeira (1). gerar 4 mA ou 1 V no campo.
Saída ou valor de retorno
2. A saída é verdadeira (1) somente se e DINT – O valor de In convertido para
somente se todas as entradas forem contagens de maquina.
verdadeiras (1).
3. Este bloco é extensível, podendo ter de 2 a Descrição
50 entradas, com uma única saída ou valor A funcao AOUT converte um número real
de retorno. para uma saída analógica, em contagens de
maquina, ou seja, tipicamente na faixa de 819 a
4. Todos os operandos devem ser do mesmo
4095.
tipo, como o valor de retorno, ou todas
MN é o valor de entrada requerido para
booleanas ou todas DWORD. Se os
gerar 4 mA ou 1 V no campo.
operandos forem BOOL, então o resultado
MX é o valor de entrada requerido para
é verdade se todos os operandos forem
gerar 20 mA ou 5 V no campo.
verdade. O resultado é falso se qualquer
AOUT não grampeia a saída analógica
um operando for falso.
para a faixa de 819 a 4095.

Erro
Se MX for igual ou menor que MN, aparece
a mensagem de erro: BADPARAM, ERROR

Fig. 11.5. Bloco de função AND

Fig. 11.6. Bloco de função AOUT

87
Blocos de Função

CTD - Contador Decrescente CTU - Contador Crescente (CTU)


O bloco de função CTD faz uma contagem O bloco de função CTU faz uma contagem
decrescente e sinaliza quando um valor atinge crescente e sinaliza quando a contagem atinge
zero ou enquanto contando para baixo de um um valor predeterminado (PV).
valor predeterminado (PV).
Sintaxe
Sintaxe CTU( CU:=b1, R:=b2, PV:=m )
CTD( CD:=b1, LD:=b2, PV:=m )
Parâmetros
Parâmetros Seus parâmetros de entrada são:
Seus parâmetros de entrada são: CU – Habilita a contagem crescente
CD – Entrada do pulso de contagem, (BOOL)
habilita a contagem decrescente (BOOL) R – quando R = 1, CV é zerado (BOOL)
LD – Carrega o valor predeterminado (PV) PV – define um valor predeterminado para
(BOOL) o contador (INT)
PV – é um valor predeterminado, onde Os parâmetros de saída são:
contador inicia a contagem (INT) Q – Saída. Se CV ≥ PV, Então a saída Q
Os parâmetros de saída são: passa para 1, Senão (CV < PV), Q permanece
Q – Saída. Se CV <= PV, Então a saída Q em 0 (BOOL).
passa para 1, Senão (CV > PV), Q permanece CV – é o valor atual do contador (NT).
em 0 (BOOL).
CV – é o valor atual do contador (INT). Descrição
O bloco de função CTU faz uma contagem
Descrição crescente e sinaliza quando a contagem atinge
O bloco de função CTD decrementa um um valor predeterminado (PV). Ajustando a
valor e sinaliza quando ele atinge zero ou entrada R para verdade, reseta o valor contado
menos. Ajustando a entrada LD faz o valor (CV) para zero. Enquanto a entrada CU for
corrente do contador ser incializado pelo PV. verdade, o CV incrementa de um, cada vez que
Enquanto a entrada CD for verdade, o o CTU é executado. A contagem pára quando
Compensação de Vazamento decrementa por CV atinge 32 767.
um cada vez que o CTD é executado. A A saída Q é verdade quando CV for igual
contagem decrescente pára quando CV atinge ou maior que PV.
-32 768. A saída Q é verdade (1) quando CV
for igual ou menor que zero.

Fig. 7.8. Bloco de função CTU

Fig. 11.7. Bloco de função CTD

88
Blocos de Função

CTDU - Contador Crescente e


Descrição
Decrescente
O bloco de funcao CTUD incrementa e
O bloco de função CTDU conta para cima e decrementa um valor e sinaliza quando ele
para baixo. Sinaliza quando uma contagem conta para baixo até zero ou conta para cima até
atinge ou zero ou um valor predeterminado
o valor especificado pela entrada PV.
(PV).
Colocando a entrada R em verdade (1), reseta o
Sintaxe CV para zero. Colocando a entrada LD para
verdade (1), faz o CV do contador ser
CTUD( CU:=b1, CD:=b2, R:=b3, inicializado por PV. Quando a entrada CU for
LD:=b4, PV:=m ) verdade (1) e CD for falso (0), o CV
decrementa por um cada vez que CTU é
Parâmetros executado. A contagem crescente pára quando
Parâmetros de entrada: CV atinge 32 767; a contagem decrescente pára
CU – Habilita contagem crescente, se CD quando CV atinge -32 768. A saída QU é
for falso (BOOL) verdade quando CV for igual ou maior que PV.
CD – Habilita contagem decrescente, se A saída QD é verdade quando CV for igual ou
CU for falxo (BOOL) menor que zero.
R – quando R = 1, CV do contador é
zerado (BOOL) Exemplo
LD – É colocado em verdade para carregar
o PV (BOOL) Este exemplo conta para cima de zero até
PV – define um valor predeterminado para 500. Quando atinge 500, o cntador volta a
o contador (INT) contar para baixo, até zero.
Parâmetros de saída:
CV – é o valor atual do contador (INT) VAR
COUNT : CTUD;
QU – Saída do contador crescente. Se CV COUNTUP, RESET : BOOL := TRUE;
≥ PV, Então a saída Q passa para 1, Senão COUNTDN, BOOL := FALSE;
(CV < PV), Q permanece em 0 (BOOL). END_VAR;
QD – Saída do contador decrescente. Se COUNT( CU:=COUNTUP, CD:= COUNTDN,
CV <= PV, Então a saída Q passa para 1, R:=RESET, LD:=FALSE, PV:=500 );
Senão (CV > PV), Q permanece em 0 RESET := FALSE;
IF ( COUNT.QU = TRUE ) THEN
(BOOL). COUNTUP := FALSE;
COUNTDN := TRUE;
ELSIF ( COUNT.QD = TRUE ) THEN
COUNTUP := TRUE;
COUNTDN := FALSE;
END_IF

Fig. 7.9. Bloco de função CTUD

89
Blocos de Função

DIV - Aritmética de Divisão EQ - Comparador Igual a


O bloco de função DIV divide dois O bloco de função EQ compara duas
números. operandos quanto à igualdade.

Sintaxe Sintaxe
b := x = y;
z := x / y ;
Descrição
A função EQ é usada em linguagens
Descrição gráficas para determinar se dois operandos são
1. O valor da saída deste bloco de função iguais. Em Texto Estruturado, o operador = é
é igual à divisão do valor da entrada usado para determinar igualdade. O resultado é
superior pelo valor da entrada inferior. verdade (1) se os dois operandos forem iguais,
2. O bloco de Divisão só pode ter de duas se não, o resultado é falso (0).
entradas. Os operandos podem ser qualquer tipo de
3. E le pode ser usado como um operador dado, porém os dois operandos devem ser do
ou como uma função. mesmo tipo de dado.
4. Pode dividir número por um número, Para dados REAL ou LREAL, se algum dos
resultando em um número ou pode operandos não for um número (NAN), o
dividir tempo por um número, resultando resultado é indefinido.
em tempo. O bloco pode ser usado em aplicações de
segurança ou de controle.
Exemplos
Dividir dois números:
VAR x : DINT; END_VAR
VAR
x = 100 / 10;
(* result is 10 *)

Erros
Aparecerá código de erro,
Se o numerador ou denominador não for
um número - NAN BADPARAM, ERROR
Se o denominador for 0,0 e o numerador for
negativo, –INF DIVBYZERO, ERROR
Se o denominador for 0,0 e o numerador é zero, Fig. 7.11. Bloco de função EQ
NAN DIVBYZERO, ERROR
Se o denominador for 0,0 e o numerador for
positivo, +INF DIVBYZERO, ERROR
Se o denominador inteiro for zero, 0
DIVBYZERO, ERROR
Exemplo
Em Texto Estruturado,
VAR b : BOOL; END_VAR
b := 10 = 11; (* result is FALSE *)
b := 11 = 11; (* result is TRUE *)
b := 'abd' = 'abd'; (* result is
TRUE *)

Fig. 7.10. Bloco de função DIV

90
Blocos de Função

EXPT – Aritmética de exponenciação F_TRIG – Gatilho na descida


O bloco de função EXPT eleva um valor a O bloco de função F-TRIG gera um gatilho
um potência especificada. na borda de descida da entrada CLK.

Sintaxe Sintaxe

z := x ** y; F_TRIG(CLK:=b)

Descrição Descrição
A funcao EXPT eleva um valor a uma O bloco de função F_TRIG detecta uma
potencia especificada. EXPT é usado em mudança de estado da entrada CLK, de
linguagens gráficas para elevar um valor REAL verdade (1) para falso (0). Quando a mudança
para uma potencia especificada por um é detectada, a saída Q é colocada em
expoente. verdadeiro durante um ciclo de execução do
Em Texto Estruturado, o operador ** é bloco de função.
usado para expoenciação.
Tanto o valor a ser elevado como o valor de Saída
retorno devem ser do mesmo tipo de dado (
(REAL ou LREAL). O expoente pode ser um
dado do tipo REAL, LREAL, DINT, ou INT.

Exemplo
Este exemplo mantem uma contagem de
número de vezes que se perde a
alimentação.
VAR POWER_OK, POWER_FAILED : BOOL;
END_VAR
Fig. 7.12. Bloco de função EXPT VAR POWER_FAIL_COUNT : DINT;
END_VAR
VAR POWER_MONITOR : F_TRIG; END_VAR
POWER_MONITOR( CLK:=POWER_OK );
IF ( POWER_MONITOR.Q = TRUE ) THEN
POWER_FAIL_COUNT :=
POWER_FAIL_COUNT + 1;
END_IF;

Fig. 7.13. Bloco de função EQ

91
Blocos de Função

GE - Comparador Maior que ou Igual GT - Comparador Maior que


a
O bloco de função GE determina se um
O bloco de função GE determina se um operando é i maior que outro operando.
operando é igual a ou maior que outro
operando. Sintaxe
b := x > y ;
Sintaxe
b := x >= y ; Descrição
Descrição A função GT é usada em linguagens
gráficas para determinar se um operando é
A função GE é usada em linguagens maior que que outro operando. O resultado é
gráficas para determinar se um operando é verdade (1), se o operando da entrada superior
maior que ou igual a outro operando. O for ou maior que o operando da entrada
resultado é verdade (1), se o operando da inferior, se não, o resultado é falso (0).
entrada superior for igual a ou maior que o Em Texto Estruturado, o operador > é
operando da entrada inferior, se não, o usado.
resultado é falso (0). Os operandos podem ser do tipo:
Em Texto Estruturado, o operador >= é BOOL
usado. Os operandos podem ser do tipo: • DATE
BOOL • DINT
• DATE • DT
• DINT • DWORD
• DT • INT
• DWORD • LREAL
• INT • REAL
• LREAL • STRING
• REAL • TIME
• STRING • TOD
• TIME Ambos os operandos devem ser do mesmo tipo
• TOD
de dado. Se um dos operandos não for um
Ambos os operandos devem ser do mesmo tipo
número (NAN), o resultado é indefinido.
de dado. Se um dos operandos não for um
número (NAN), o resultado é indefinido. Exemplo
Exemplo Em Texto Estruturado:
VAR b : BOOL; END_VAR
Em Texto Estruturado: b := 10 > 11; (* result is FALSE *)
VAR b : BOOL; END_VAR b := 11 > 11; (* result is TRUE *)
b := 10 >= 11; (* result is FALSE*) b := 'abce' > 'abcd';
b := 11 >= 11; (* result is TRUE *) (* result is TRUE *
b := 'abce' >= 'abcd';
(* result is TRUE *

Fig. 7.15. Bloco de função GT


Fig. 11.14. Bloco de função GE

92
Blocos de Função

LT - Comparador Menor que


LE - Comparador Menor que ou Igual
a O bloco de função LT determina se um
operando é menor que outro operando.
O bloco de função LE determina se um
operando é igual a ou menor que outro Sintaxe
operando.
b := x < y ;
Sintaxe
Descrição
b := x <= y ;
A função LT é usada em linguagens
gráficas para determinar se um operando é
Descrição
maior que ou igual a outro operando. O
A função LE é usada em linguagens resultado é verdade (1), se o operando da
gráficas para determinar se um operando é entrada superior for menor que o operando da
maior que ou igual a outro operando. O entrada inferior, se não, o resultado é falso (0).
resultado é verdade (1), se o operando da Em Texto Estruturado, o operador >= é
entrada superior for menor que ou igual ao usado.
operando da entrada inferior, se não, o Os operandos podem ser do tipo:
resultado é falso (0). BOOL
Em Texto Estruturado, o operador <= é • DATE
usado. • DINT
Os operandos podem ser do tipo: • DT
BOOL • DWORD
• DATE • INT
• DINT • LREAL
• DT • REAL
• DWORD • STRING
• INT • TIME
• LREAL • TOD
• REAL Ambos os operandos devem ser do mesmo tipo
• STRING
de dado. Se um dos operandos não for um
• TIME
• TOD
número (NAN), o resultado é indefinido.
Ambos os operandos devem ser do mesmo tipo
Exemplo
de dado. Se um dos operandos não for um
número (NAN), o resultado é indefinido. Em Texto Estruturado:
VAR b : BOOL; END_VAR
b := 10 < 11; (* result is FALSE*)
Exemplo b := 11 < 11; (* result is TRUE *)
Em Texto Estruturado: b := 'abce' < 'abcd';
VAR b : BOOL; END_VAR (* result is TRUE *
b := 10 <= 11; (* result is FALSE*)
b := 11 <= 11; (* result is TRUE *)
b := 'abce' <= 'abcd';
(* result is TRUE *

Fig. 7.17. Bloco de função LT


Fig. 7.16. Bloco de função LE

93
Blocos de Função

CSCHED ou TSCHED e conectar a entrada CI


LEADLAG – Bloco compensador para a saída Q do bloco CSCHED ou TSCHED.
dinâmico Para programar a execucao em cada
varredura, conectar a entrada DELTAT à saída
Fornece a compensacao normal lead-lag
de um bloco GetDeltaT e colocar CI=verdade.
(adianta-atrasa) comumente usada em controle
CO é a saída de controle. CO segue CI.
avançado de processo.
CO=verdade indica que a avaliação foi
habilitada. OUT é o resultado. A unidade do
Sintaxe
resultado é a unidade da entrada multiplicada
MY_LEADLAG(CI:=b1, IN:=x1, pelo fator de ganho.
GAIN:=x2, TAU1:=x3, TAU2:=x4,
AUTO_MAN:=b2, Se AUTO_MAN=0, então a equação para a
DELTAT:=GetDeltaT() ) ; saída é
y := MY_LEADLAG.OUT ; OUT := GAIN * IN ;
Se AUTO_MAN=1, então a equação para a
Parâetros de entrada saída é:
OUT := (GAIN * (T1 * (IN - OLDX) +
CI BOOL - Habilita LEADLAG. IN)
IN REAL - Valor da entrada. + (T2 * OUT)) / (T2 + REAL#1.0) ;
GAIN REAL – Fator de ganho aplicado à onde:
entrada. T1 é TAU1/DLT
TAU1 REAL – Constante de tempo de T2 é TAU2/DLT
adiantamento, em segundos DLT é DELTAT convertida para
TAU2 REAL Constante de tempo de atraso, segundos
OLDX é o valor prévio da entrada
em segundos O bloco LEAD_LAG só é aplicado em
AUTO_MAN BOOL - Controla o status Controle.
auto/manual do LEADLAG
(auto =1, manual = 0).
DELTAT TIME - O tempo entre as
avaliações LEADLAG

Descrição
O bloco de funcao LEADLAG fornece a
compensacao normal lead-lag (adianta-atrasa)
comumente usada em controle avançado de
processo. Se a entrada TAU1 for maior que a
entrada TAU2, então OUT é um adiantamento
(lead). Se a entrada TAU2 for maior que a
entrada TAU1, então OUT é um atraso (lag). CI
é a entrada de controle. CI habilita a avaliação.
Se CI for falso (0), entao o degrau de
integração não é executado. O valor inicial
default de CI é verdade (1).
IN é o valor da entrada.
GAIN é um fator de ganho. O valor de
entrada é multiplicado pelo fator de ganho.
TAU1 é a constante de tempo de
adiantamento, em segundos.
TAU2 é a constante de tempo de atraso,
em segundos.
AUTO_MAN=0 controla se o modo de
operação é automático (AUTO_MAN=1) ou
manual (AUTO_MAN=0). Em modo manual, o
bloco de função copia o valor de entrada vezes
o ganho para o valor de saída. Em modo
automático, o bloco de função calcula o valor
de saída ocmo uma função.
DELTAT é o tempo entre execuções. Para
programar execucao, usar um bloco de funcao
CSCHED ou TSCHED, conectado à entrada
DELTAT para a saída ACTUAL dos blocos

94
Blocos de Função

LIMIT – Limitador de sinal MAX – Seletor de máximo


O bloco de função LIMIT retorna um valor O bloco de função acha o máximo dos
entre um limite minimo e um limite maximo. valores de entrada.

Sintaxe Sintaxe
M := MAX( I1, I2, ..., In ) ;
y := LIMIT( low, x, high ) ;
Descrição
O bloco de função retorna o máximo dos
Descrição valores de entrada. I1, I2, …, In.
A funcao LIMIT retorna um valor entre um O bloco MAX é extensível, podendo
limite minimo e um limite maximo. receber até 50 entradas.
Se o valor de entrada estiver entre o limite A função MAX pode ser usada com os
mínimo e o limite maximo, então o valor de seguintes tipos de dados:
retorno é igual ao valor de entrada. • BOOL
Se o valor de entrada for menor ou igual ao • DATE
limite mínimo, então o valor de retorno é igual • DINT
ao limite mínimo. • DT
Se o valor de entrada for maior ou igual ao • DWORD
limite máximo, então o valor de retorno é igual • INT
ao limite máximo. • LREAL
A função LIMIT pode ser usada com os • REAL
seguintes tipos de dados: • TIME
• BOOL • TOD
• DATE Todos os operandos devem ser do mesmo
• DINT tipo de dado, que também ser o tipo de dado
• DT da saida. Para dados REAL ou LREAL, se
• DWORD algum operando não for um número (NAN), o
• INT resultado é NAN.
• LREAL Dados do tipo STRING não são suportados
• REAL por esta função.
• TIME
• TOD Exemplo
Todos os operandos devem ser do mesmo VAR y : REAL ; END_VAR
tipo de dado, que também ser o tipo de dado y := MAX( 10.0, 15.0, 20.0 ) ;
da saida. Para dados REAL ou LREAL, se (* result is 20.0 *)
algum operando não for um número (NAN), o
resultado é NAN.
Dados do tipo STRING não são suportados
por esta função.

Fig. 7.19. Bloco de função MAX

Fig. 7. 18. Bloco de função LIMIT

95
Blocos de Função

MIN – Seletor de mínimo MOVE - MOVE


O bloco de função acha o mínimo dos Atribui um valor de entrada a um valor de
valores de entrada. saída.
Sintaxe Sintaxe
M := MIN( I1, I2, ..., In ) ;
OUT := IN ;
Descrição
O bloco de função retorna o mínimo dos
valores de entrada. I1, I2, …, In. Descrição
O bloco MIN é extensível, podendo receber Em uma linguagem gráfica, a função MOVE
até 50 entradas. atribui um valor da entrada para um valor da
A função MIN pode ser usada com os saída. O bloco de função MOVE transfere o
seguintes tipos de dados: valor de sua entrada para a sua saída, sem
• BOOL alteração. Este bloco possui apenas uma
• DATE entrada e uma saída
• DINT Em Texto Estruturado, usar um comando
• DT de atribuição, em vez da função MOVE.
• DWORD
• INT Exemplo
• LREAL VAR OUT : DINT ; END_VAR
• REAL OUT := 3 ; (* move 3 to variable
• TIME OUT *)
• TOD
Todos os operandos devem ser do mesmo
tipo de dado, que também ser o tipo de dado
da saida. Para dados REAL ou LREAL, se
algum operando não for um número (NAN), o
resultado é NAN.
Dados do tipo STRING não são suportados
por esta função.

Exemplo
VAR m : DINT ; END_VAR
m := MIN( 3, 1, 2 ); Fig. 7.21. Bloco de função MOVE
(* Result is 1 *)

Fig. 7.20. Bloco de função MIN

96
Blocos de Função

MUL – Aritmética de Multiplicação MUX - Multiplexador


O bloco de função MUL multiplica dois ou O bloco de função MUX seleciona um valor
mais números ou multiplica um tempo por um de múltiplas entradas.
número.
Sintaxe
Sintaxe
v := MUX( K, I0, I1, ..., In-1 ) ;
P := I1 * I2 * ... * In ;
T2 := T1 * N ;
Descrição
A função MUX seleciona um valor de
Descrição multiplicas entradas, dependendo de um
Em uma linguagem gráfica, o bloco de seletor de entrada (K).
função MUL multiplica dois ou mais números, O maximo número de valores de dados é
até um máximo de 50, ou multiplica um tempo 49. Normalmente, o valor de K deve ser de 0 a
por um número. (n-1), onde n é o número de entradas de
Em Texto Estruturado, o operador dados. Neste caso, a função retorna IK. Se K
multiplicador multiplica dois números ou for menor que 0, a função retorn a I0. Se K for
multiplica um tempo por um número. maior que n-1, a função retorna a In-1.
O produto de dois ou mais números é um Os valores dos dados podem ser de
número. Os tipos de dados de todos os qualquer tipo, mas todos os valores de dados
números devem ser o mesmo. devem ser do mesmo tipo, que será também o
O produto de um tempo e um número é um tipo do retorno.
tempo. O número pode ser qualquer tipo de
dado numérico. Exemplo

Exemplos VAR v : REAL ; END_VAR


Calcular o produto de três números: v := MUX( 2, 0.0, 1.0, 2.0, 3.0 )
VAR p : DINT; END_VAR (* result is 2.0 *)
p := 2 * 3 * 4 ; (* result is 24 *)
Calcular o produto de um tempo por um Erros de operação
número: Se K for menor que 0, o retorno é I0 e há
VAR t : TIME; END_VAR mensagem: BADPARAM, ERROR
t := T#1s ;
t := t * 2 ; (* result is T#2s *) Se K for maior que o número do indice da
última entrada, o valor do retorno é a última In-1
Erros de operação e há mensagem: BADPARAM, ERROR.
Se o resultado for infinito:
±INF OVERFLOW, ERROR
Se um operando não for um número (NAN):
NAN OVERFLOW, ERROR
If the time is out of range Invalid time
BADPARAM, ERROR

Fig. 7.23. Bloco de função MUX

Fig. 7.22. Bloco de função MUL

97
Blocos de Função

NE - Comparador Não Igual a NOT – Lógica Não


O bloco de função NE compara dois O bloco de função NOT executa uma lógica
operandos quanto a desigualdade. de negação de um operando booleano ou um
complemento de bitwise de um string de bits.
Sintaxe Este bloco é também chamado de Inversor.

b := x <> y; Sintaxe

Descrição v := not b ;
A função NE é usada em linguagens
gráficas para determinar se dois operandos são Descrição
não iguais. Em linguagem gráfica, a função NOT
Em Texto Estruturado, o operador <> é retorna a negação lógica de um operando
usado para determinar desigualdade. O booleano ou o complemento de um string de
resultado é verdade (1), se os operadores bits.
forem não iguais, se não, o resultado é falso Em Texto Estruturado, o operador NOT é
(0). usado em vez da função NOT.
Esta função ou bloco de função também Se o operador é do tipo BOOL, então o
pode ser chamado de Diferente de. resultado é verdade (1) se o operando for falso
Os operandos podem ser de qualquer tipo (0) e o resultado é falso (0), se o operando for
de dados, mas ambos operandos devem ser do verdade (1).
mesmo tipo. Para dados do tipo REAL ou Se o operando é do tipo DWORD, entao
LREAL, se um dos operandos não for um cada bit da DWORD é invertido. Isto significa
número (NAN), o resultado é indefinido. que se um bit operando é um 0, entao o
resultado correspondente é um 1 e se o bit
Exemplo operando é um 1, então o resultado
Em Texto Estruturado: correspondnete é um 0.
O operando e o valor de retorno são do
VAR b : BOOL; END_VAR mesmo tipo de dado, ou seja, eles são ambos
b := 10 <> 11; (* result is TRUE *) BOOL ou ambos DWORD.
b := 11 <> 11; (* result is FALSE*)
b := 'abcd' <> 'abcd'; Exemplos
(* result is FALSE *)
Usandos operandos booleanas:
VAR b, b1:=TRUE, b2:=FALSE : BOOL;
END_VAR
b := NOT b1; (* result is FALSE *)
b := NOT b2; (* result is TRUE *)
Usando operandos Bit-String Operands
VAR w, w1 : DWORD; END_VAR
w1 :=
2#10101010101010101010101010101010 ;
w := NOT w1 ; (* result is
2#01010101010101010101010101010101 *)
Notar que no painel de controle, os valores
do exemplo estão em hexadecimal. O valor do
operando w1 é 16#AAAAAAAA, e o valor do
Fig. 11.24. Bloco de função NE resultado w é 16#55555555.

98
Blocos de Função

OR - Lógica booleana OU PACK16


Executa uma lógica AND de duas ou mais Empacota 16 bits em uma DWORD.
operandos booleanos ou um bitwise AND de
dois ou mais strings de bit. Descrição
Em Texto Estruturado, o operador AND é A funcao PACK16 empacota 16 bits em
usado em vez da função AND: uma DWORD. Os 16 bits sao empacotados no
menos significativo 16 bits de uma palavras
Sintaxe DWORD de 32 bits. Os valores para os 16 bits
são dados em 16 parâmetros booleanos. O
b := b1 OR b2 OR ... OR bn ; primeiro parâmetro, IN01, é empacotado no
menos significativo bit do resultado.

Descrição Sintaxe
Este bloco faz a seguinte lógica booleana:
1. Se uma ou mais de suas entradas são w := PACK16(IN01, IN02, .., IN16) ;
verdade (1), a sua saída é verdade (1).
Senão, a saída é falsa (0).
Parâmetros de entrada
2. A saída é falsa (0) somente se e somente
se todas as entradas forem falsas (0).
IN01 BOOL Entrada bit 01 (menos significativo).
3. Este bloco é extensível, podendo ter de 2 a IN02 BOOL Entrada bit 02.
50 entradas, com uma única saída ou valor
IN03 BOOL Entrada bit 03.
de retorno.
IN04 BOOL Entrada bit 04.
4. Todos os operandos devem ser do mesmo INnn BOOL Entrada bit nn.
tipo, como o valor de retorno, ou todas IN16 BOOL Entrada bit 16 (mais significativo ).
booleanas ou todas DWORD. Se os
operandos forem BOOL, então o resultado
Exemplo
é verdade se todos os operandos forem
verdade. O resultado é falso se qualquer w :=
PACK16(0,0,1,1,1,1,0,0,0,0,0,0,0,0,
um operando for falso. 0,0);
(* result is
Exemplos 2#00000000000000000000000000111100)
Usandos operandos booleanas: Notar que o resultado mostrado no painel
VAR b, b1:=FALSE, b2:=FALSE, do controlador é em hexadecimal, ou seja,
b3:=TRUE : BOOL; END_VAR 16#0000003C.
b := b1 OR b2 OR b3;
(* result is TRUE *)
b := b1 OR b2; (* result is FALSE*)
Usandos operandos Bit-String
VAR w, w1, w2, w3 : DWORD; END_VAR
w1 := 2#00000000000000000000000000000001 ;
w2 := 2#00000000000000000000000000000010 ;
w3 := 2#00000000000000000000000000000100 ;
w := w1 OR w2 OR w3;
(* 2#00000000000000000000000000000111 *)
w := w1 OR w3;
(* 2#00000000000000000000000000000101 *)
Notar que no painel de controle, o valor do
operando w1=16#00000001,
w2=16#00000002, w3=16#00000004, e os
valores dos resultados em hexadecimais são
16#00000007 and 16#00000005.

Fig. 7.25. Bloco de função EQ

99
Blocos de Função

PID
PACK32 -
Executa o algoritmo de controle
Empacota 32 bits em um DWORD.
Proporcional, Integral e Derivativa (PID).
Descrição
Sintaxe
A funcao PACK16 empacota 16 bits em MY_PID( SP:=x1, CV:=x2, CI:=b1,
uma DWORD. Os 16 bits sao empacotados no PV:=x3, AUTO_MAN:=b2, RATE:=x4,
menos significativo 16 bits de uma palavras RESET:=x5,
DWORD de 32 bits. Os valores para os 16 bits KPB:=x6, MAXCV:=x7, MINCV:=x8,
são dados em 16 parâmetros booleanos. O MAXRATE:=x9, DELTAT:=t1 ) ;
primeiro parâmetro, IN01, é empacotado no
menos significativo bit do resultado. Parâmetros VAR_IN_OUT
SP, REAL: ponto de ajuste (set point).
Sintaxe CV, REAL : variável de controle.

w := PACK32(IN01, IN02, ... , IN32) Parâmetros de entrada

CI BOOL Habilita PID.


Parâmetros de entrada
PV REAL Variável de processo
AUTO_ BOOL Controla o status
IN01 BOOL Entrada bit 01 (menos significativo). MAN auto/manual do PID
IN02 BOOL Entrada bit 02. (auto = 1, manual = 0).
IN03 BOOL Entrada bit 03. RATE REAL Constante de tempo
IN04 BOOL Entrada bit 04. derivativa, em
INnn BOOL Entrada bit nn. segundos.
IN32 BOOL Entrada bit 16 (mais significativo ). RESET REAL Constante de tempo
intetral, em segundos.
Exemplo
KPB REAL Ganho proporcional.
w :=
PACK32(0,0,1,1,1,1,0,0,0,0,0,0,0,0, MAXCV REAL máximo valor CV
0,0, MINCV REAL Mínimo valor CV.
0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0); MAXRATE REAL Máxima variacao de CV
(* result is
2#00000000000000000000000000111100) entre avaliações.
Notar que o resultado mostrado no painel do DELTAT TIME Tempo entre
controlador é em hexadecimal, ou seja, avaliações PID.
16#0000003C.

Descrição
O bloco de função PID executa o algoritmo
de controle Proporcional, Integral e Derivativa
(PID), com as opções de proteção contra
saturação do modo integral, transferência
suave sem bump e limitação da variação
máxima da alteração da variável de controle.
Transferência suave, sem bump, é manipulada
na forma de rastreamento do ponto de ajuste.
Nem o argumento SP nem o PV é limitado
em sua faixa dinâmica.
Para impor limitações, usar a função LIMIT
antes de chamar o PID. A variável de controle
CV é tipicamente escalonada para a faixa de 0
a 100 %.
KPB representa o ganho proporcional.
Para ação direta de controle, o PID é
Fig. 7.26. Bloco de função PACK32 programado para KPB ser positivo (isto
significa: aumento da variável de processo,
aumento da saída do controlador). Para ação
reversa de controle, o PID é programado para

100
Blocos de Função

KPB ser negativo (isto significa: aumento da


variável de processo, diminuição da saída do R_TRIG – Gatilho na subida
controlador). Determina-se o valor de KPB O bloco de função F-TRIG gera um gatilho
provocando variações no controle e na borda de subida da entrada CLK.
observando os efeitos na variável de processo
sendo controlada. Sintaxe
Por exemplo, se uma variação de 5% na
variável de controle causa uma variação de 150
MY_R_TRIG( CLK:=b1 ) ;
unidades na variável de processo, então o b2 := MY_R_TRIG.Q ;
ganho do processo é de 150/5 ou 30. KPB é
tipicamente ajustado no inverso do ganho do
processo (ou seja, o ajuste é em banda Descrição
proporcional).
A constante de tempo RESET ajusta a O bloco de função F_TRIG detecta uma
acao integral do PID. Se o RESET é mudança de estado da entrada CLK, de
aumentado, a ação integral é diminuída, a falso(0) para verdadeiro (1). Quando a
resposta é mais lenta. Se RESET é diminuída, mudança é detectada, a saída Q é colocada
a ação integral é aumentada e a resposta é em verdadeiro durante um ciclo de execução
mais rápida. Para evitar excesso de ação do bloco de função.
integral, o RESET deve ser ajustado em
poucos segundos. O ajuste do RESET é em Saída
tempo integral (e não em ação integral).
A constante de tempo derivativa é usada
para fornecer amortecimento à resposta da
malha de controle. Quando RATE é
aumentada, a ação derivativa é aumentada e a
ação de amortecimento é aplicada à resposta.
Tipicamente, RATE é ajustada a um valor
menor que 1 segundo. Em muitos casos, o
RATE é ajustado em zero (sem ação).

Aplicação
O bloco de função é usado em aplicações Exemplo
de Controle e de Segurança.

Fig. 7.28. Bloco de função EQ

Fig. 7.27. Bloco de função EQ

101
Blocos de Função

Flip Flop RS (R dominante) Flip Flop SR (S dominante)


O bloco de função RS é um oscilador O bloco de função RS é um oscilador
biestável (Reset dominante). Bloco é utilizado biestável (Set dominante). Bloco é utilizado
como memória ou selo. como memória ou selo.

Sintaxe Sintaxe

RS( S:=b1, R1:=b2 ) ; SR( S1:=b1, R:=b2 ) ;


b3 := SR.Q1 b3 := SR.Q1

Parâmetros Parâmetros
Os parâmetros de entrada e o retorno Os parâmetros de entrada e o retorno
(saída) são booleanos. (saída) são booleanos.

Descrição Descrição
O bloco de função RS é um selo ou O bloco de função SR é um selo ou
memória com a entrada Reset dominante sobre memória com a entrada Set dominante sobre a
a entrada Set. A entrada R1 reseta Q1 para entrada Reset. A entrada R reseta Q1 para
falso (0). A entrada S coloca Q1 em verdade falso (0). A entrada S1 coloca Q1 em verdade
(1), se R1 for falso (0). Se R1 é falso e S é (1), se R for falso (0). Se R é falso e S1 é falso,
falso, então Q1 não se altera. então Q1 não se altera.
Se entrada S passa de 0 para 1 (recebe um Se entrada S1 passa de 0 para 1 (recebe
pulso), Então a saída Q passa de 0 para 1, e um pulso), Então a saída Q passa de 0 para 1,
mantém-se em 1 até que exista um pulso de 0 e mantém-se em 1 até que exista um pulso de
para 1 em R1 (reset). 0 para 1 em R (reset).
Se a saída Q está em 1 e a entrada R1 para Se a saída Q está em 0 e a entrada S1
de 0 para 1, Então a saída Q passa de 1 para passa de 0 para 1, Então a saída Q passa de 0
0. para 1.

Tabela verdade Tabela verdade

S R1 Q S1 R Q
F F Inalterado F F Inalterado
F T F F T F
T F T T F T
T T F T T T

Fig. 7.29. Bloco de função EQ Fig. 7.30. Bloco de função EQ

102
Blocos de Função

SEL - Seletor de Sinais SUB - Aritmética de Subtração


Seleciona um de dois valores de sinais de Calcula a diferença entre dois operandos.
entrada.
Sintaxe
Sintaxe
z := x - y ;
v := SEL( G, IN0, IN1 ) ;

Parâmetros
Parâmetros Os parâmetros de entrada podem ser
Os parametros de entrada são: qualquer tipo de número ou tempo.
G BOOL Falso seleciona IN0
Verdade seleciona IN1 Descrição
IN0 ANY Primeiro valor de dado O operador subtrator (-) é usado em Texto
IN1 ANY Segundo valor de dado Estruturado para calcular a diferença entre dois
O parâmetro de saída ou o valor de retorno operandos.
é também de qualquer tipo, porém do mesmo Nas linguagens gráficas, o bloco de função
tipo que IN0 e IN1. SUB é usado, em vez do operador subtrator.
A função do operador subtrator ou da
Descrição função SUB é a seguinte:
Subrai um número de outro número.
A função SEL seleciona um de dois valores
Subtrai um tempo de uma data e tempo.
de dados, dependendo do seletor de entrada
Subtrai um tempo de um tempo.
(G).
Subtrai o tempo de um tempo de dia (TOD)
Se G for falso (0), o valor de retorno é o
No bloco de função SUB, o valor da saída
primeiro valor do dado (IN0)
ou retorno é igual à subtração do valor da
Se G for verdade (1), o valor de retorno é o
entrada superior menos o valor da entrada
segundo valor do dado (IN1)
inferior.
Os valores de dados podem ser de
O bloco de adição só pode ter de duas
qualquer tipo, mas devem ser de tipos iguais,
entradas.
que será também o tipo da saída ou retorno.
É um bloco de função com entradas
assimétricas, ou seja, se forem alteradas as
Exemplo entradas o resultado pode ser diferente.
v := SEL( G, IN0, IN1 ) ;

Fig. 7.32. Bloco de função SUB


Fig. 7.31. Bloco de função SEL

103
Blocos de Função

TMR – Temporizador Temporizador TP


O bloco de função TMR é um temporizador. O bloco de função TP gera um pulso
temporizado. É um temporizador comandado
Sintaxe por pulso.
MY_TMR( IN:=b1, RESET:=b2, PT:=t1,
IT:=t2 ) ; Sintaxe
MY_TP( IN:=b1, PT:=t1 ) ;
Parâmetros
Os parâmetros de entrada são: Parâmetros
IN BOOL Habilita o TMR IN BOOL Pulso de entrada
RESET BOOL Reseta o TMR PT TIME Tempo pré-ajustado do pulso
PT TIME Tempo pré-ajustado Q BOOL Pulso de saída
IT TIME Tempo inicial ET TIME Tempo transcorrido
Os parâmetros de saída são:
Q BOOL Mostra o status Descrição
ET TIME Acumulador do tempo O bloco de função TP gera um pulso de
que passou duração PT começando da borda de subida da
entrada IN.
Descrição IN é um pulso de entrada. A borda de
subida de IN dispara o temporizador, colocando
Enquanto a entrada IN for verdade, o
Q em verdade (1). Enquanto Q for verdade (1),
temporizador incrementa o acumulaor do
o temporizador ignora IN.
tempo transcorrido até seu valor for maior que
PT dá a duração desejada do pulso.
ou igual ao tempo pré-ajustado (entrada PT).
Quando Q for verdade e ET for maior que ou
Depois que o tempo pré-ajustado é atingido, a
igual a PT, o temporizador reseta Q para falso.
saída Q permanece verdade até o reset. O
Q é o pulso de saída. O temporizador
RESET limpa Q e copia IT para ET.
coloca Q verdade na borda de subida de IN. Q
A entrada IN soma o perido de varredura
permanece verdade (1) pelo tempo PT e depois
anterior para ET. Se IN é verdade e ET é maior
muda para falso (0).
que ou igual a PT, então o bloco de função
ET é o tempo transcorrido da borda de
copia PT para ET e liga Q. Se IN é falso, então
subida de Q, enquanto Q for verdade (1).
ET mantém seu valor corrente até o reset.
Depois da borda de descida de Q, ET é igual a
PT é o tempo presente que significa que o
PT, enquanto IN permanecer verdade (1). ET é
temporizador expira quando ET for maior que
zero se IN e Q forem ambos falso (0).
ou itugal a PT.
IT é o tempo inicial que é carregado em ET.
Exemplo
O valor inicial default é T#0s.
Q indica quando o temporizador expira. Q é VAR MY_TP : TP ; END_VAR
VAR b1, b2 : BOOL ; END_VAR
ajustado para verdade (1) quando ET aumenta MY_TP( IN:=b1, PT:=T#10s ) ;
até PT ou além dele. b2 := MY_TP.Q ;
Reset limpa Q. (* O resultado b2 é um pulso de
ET é o tempo que passou durante o qual a duracao aproximada de 10 segundos,
entrada IN é verdade (1). seguindo a borda de subida de b1.*)

Fig. 7.34. Bloco de função TP

Fig. 11.33. Bloco de função TMR

104
Blocos de Função

Temporizador TOF
Atrasa a borda de descida de um pulso.
Temporizador para desligar.

Sintaxe
Fig. 7.37
MY_TOF( IN:=b1, PT:=t1 ) ;

Parâmetros
ET dá o tempo transcorrido da borda de
IN – entrada (BOOL) descida de IN, enquanto IN for falso e Q for
PT – tempo pré-ajustado (TIME) verdade. Enquanto IN é falso e Q é falso, ET é
Q – saída (BOOL) igual a PT. Se IN for verdade, então ET é zero.
ET – Tempo transcorrido (TIME)

Descrição
O bloco de função TOF fornece um atraso
de duração PT da borda de descida da entrada
IN para a borda da descida da saída Q.
IN é um pulso de entrada. A borda de
descida de IN dispara o temporizador.
Enquanto IN for falsa (0), após um atraso de
duração PT, o temporizador muda a saída Q
para falso (0). Se em qualquer momento, a Fig. 7.38
entrada IN muda para verdade (1), o
temporizador zera, mudando Q para verdade
(1) e ET para para zero. Se IN for verdade, então TOF leva a saída !
PT dá a duração do atraso. para verdade e o tempo transcorrido é zero. Se
Q é o pulso de saída. Q é inicialmente o comprimento da entrada IN for menor que
verdade (1). Q muda de verdade (1) para falso PT, então a saída Q não se altera, mas
(0) após o atraso especificado. Q muda de enquanto IN for falso, a saída ET ainda dá o
falso (0) para verdade (1) imediatamente, tempo transcorrido desde a borda de queda da
quando a entrada muda de falso (0) para entrada IN.
verdade (1).

Fig. 7.39

Se o valor inicial da entrada IN é falso,


Fig. 7.35. Bloco de função TOF então o temporizador não parte e Q permanece
falso até que a entrada IN mude para verdade.

Fig. 7.36. Saída do bloco temporizador TOF Fig. 7.40

105
Blocos de Função

Temporizador TON
Atrasa a borda de subida de um pulso.
Temporizador para ligar.

Sintaxe
MY_TON( IN:=b1, PT:=t1 ) ;
Fig. 7.43
Parâmetros
IN – entrada (BOOL)
PT – tempo pré-ajustado (TIME)
Q – saída (BOOL) A saída ET (tempo transcorrido) dá o tempo
ET – Tempo transcorrido (TIME) desde a borda de subida da entrada IN. O
máximo valor de ET é PT.
Descrição ET dá o tempo transcorrido da borda de
O bloco de função TON fornece um atraso subida de IN, enquanto IN for verdade (1) e Q
de duração PT da borda de subida da entrada for falso (0). Enquanto IN for verdade (1) e Q
IN para a borda da subida da saída Q. for falso (0), ET é igual a PT. Se IN é falso (0),
IN é um pulso de entrada. A borda de então ET é zero.
subida de IN dispara o temporizador. Enquanto
IN for verdade (1), após um atraso de duração
PT, o temporizador muda a saída Q para
verdade (1). Se em qualquer momento, a
entrada IN muda para falso (0), o temporizador
zera, mudando Q para falso (0) e ET para para
zero.
PT dá a duração do atraso.
Q é o pulso de saída. Q é inicialmente falso
(0). Q muda de falso (0) para verdade (1) após
o atraso especificado. Q muda de verdade (1)
para falso (0) imediatamente, quando a entrada
muda de verdade (1) para falso (0). Fig. 7.44

Se a duração da entrada IN é menor que


PT, então a saída Q não se altera.

Fig. 11.41. Bloco de função TON

Fig. 7.45

Fig. 7.42. Saída do bloco temporizador TOF

106
8. Alarme
Objetivos
1. Descrever os componentes de um sistema típico e os tipos de alarme.
2. Mostrar as diferentes prioridades do alarme de processo e os meios para realizar os alarmes.
3. Apresentar as correlações do alarme do processo e as cores utilizadas.
4. Estabelecer regras para realização segura, lógica e correta de alarmes e intertravamento.
5. Apresentar os princípios para projetar e realizar os vários tipos de alarme e intertravamento.
6. Analisar o fator humano no projeto do intertravamento.

1. Alarme do Processo 1.2. Componentes


1.1. Introdução Os sistemas de alarme de processo
geralmente consistem de três componentes
Uma das aplicações mais comuns no (Fig. 8.1):
controle de processo é a implementação de 1. Chave automática de variável de processo,
circuitos simples de alarme. O sistema de que detecta o valor da variável, compara
alarme é binário, pois o interesse é apenas se este valor com um ajuste e muda a sua
a variável está abaixo ou acima de determinado saída quando o valor ultrapassa o ponto de
valor preestabelecido. No controle de processo, ajuste. O sinal binário da saída da chave
há muitas aplicações para detectar e alarmar está associado a Liga-Desliga, Seguro-
variáveis acima e abaixo de valores seguros, Inseguro, Pronto-Não pronto.
que devem ser monitoradas. 2. Circuito lógico que recebe o sinal de saída
Um sistema pode operar sem malha de de uma ou mais chaves de alarmes e então
controle de pressão, mas com alarme. Se a decide, baseado em uma lógica
pressão exceder determinado limite preestabelecida, qual a saída que deve ser
predeterminado, pode-se gerar um alarme e enviada ao anunciador e, se aplicável, qual
prover uma atuação corretiva, para manter o o elemento final que deve ser
sistema seguro ou dentro de limites de automaticamente ligado ou desligado.
controle. As ações mais fáceis de implantar são 3. Anunciador de alarme, possivelmente um
as de ligar e desligar. Neste sentido, o alarme é dispositivo final que irá produzir a ação
similar ao controle liga-desliga ou de duas apropriada em resposta às saídas da lógica.
posições. O anunciador de alarme geralmente tem
Os sistemas de alarme vivem no mundo lâmpadas atrás de placas gravadas. Em
binário. Como os sistemas binários de alarme sistemas com monitor de vídeo, alarmes são
são relativamente simples e não requerem mostrados através de mensagens em uma
qualquer teoria de controle, pensa-se que eles tela Quase sempre, usam-se alarmes
não precisem de nenhuma base teórica para visuais associados a sinais sonoros, como
especificação ou projeto. Mesmo sendo sirene, buzina e campainha.
simples de implantar, há muitos aspectos de
sistemas de alarme que devem ser
considerados, para que eles façam o trabalho
pretendido pelo projetista e usuário.
Os sistemas de alarme desempenham a
importante função de proteção do processo e
por isso não devem ser especificados
indiscriminadamente. Muitos alarmes
incompreendidos em um painel ou console de
instrumentos inevitavelmente leva o operador a
ignorá-los. Uma fraqueza dos sistemas digitais
atuais é que a grande facilidade para gerar Fig. 12-1. Diagrama de blocos de um alarme
alarmes pode torná-los banais.

107
Alarme
O alarme pode também incluir um Alarme com sensor compartilhado
dispositivo final para causar um desligamento Um alarme com sensor compartilhado
automático do equipamento sob operação. chama a atenção do operador da planta para
Tipos comuns de dispositivo final incluem: uma leitura anormal de um medidor acessível
1. Relé elétrico agindo como um segundo ao operador. O sensor (ou o transmissor) deste
botão de Liga-Desliga no circuito de alarme é o mesmo sensor da malha de
controle da partida de um motor. controle.
2. Válvula de emergência operada por A Fig. 8.2 mostra um alarme com sensor
solenóide compartilhado: um transmissor de nível (LT)
3. Válvula piloto operada por solenóide, que mede o nível do tanque e envia um sinal de
pode ligar ou desligar um atuador medição para um indicador e controlador de
pneumático com mola e diafragma em nível (LIC). Este mesmo sinal de medição do
uma válvula de emergência. A válvula nível é também enviado para uma chave de
piloto geralmente é de três vias e alarme (LSL) que ativa um anunciador (LAL) se
pequena; a válvula de emergência pode um ponto de nível baixo é atingido.
ter qualquer tamanho.
4. Válvula motorizada, damper ou porta.
Estes dispositivos não são tão práticos
como o relé e a válvula solenóide pois
eles não tem posição segura em caso de
falha. É necessária potência para acioná-
los para seu estado seguro.
1.3. Realização do Alarme
O projeto e realização do alarme dependem
principalmente de sua importância ou
criticidade e por isso são disponíveis várias
configurações, com diferentes graus de
complexidade.
Os sistemas de alarme de processo podem
ser de cinco tipos diferentes.
Fig. 12-2. Sistema de alarme tipo 2
Alarme indicador de status
O alarme do tipo 1 é simplesmente um
indicador de status do processo ou do A grande limitação deste tipo de alarme é
equipamento. As combinações de status que o sensor compartilhado é uma causa
podem ser: Ligado ou Desligado, Aberto ou comum da falha. Quando o sensor falha,
Fechado, Normal ou Anormal, Operando ou perdem-se o controle e o alarme do controle.
Parado, Pronto ou Não-pronto ou qualquer Mesmo assim, ele é usado porque é simples e
outra variedade binária. fácil de ser implementado.
Se este tipo de alarme é especificado,
deve-se atribuir uma indicação positiva para Alarme para mostrar anormalidade
cada estado. Uma lâmpada deve ser atribuída O alarme pode ser utilizado para substituir
ao estado Ligado e outra para o estado o indicador da variável do processo. A
Desligado. É perigoso atribuir uma única justificativa é que não se precisa conhecer o
lâmpada para indicar ambos os estados, por valor real da variável, desde que ela
exemplo, ligada para o estado Ligado e permaneça entro dos limites seguros. Se a
apagada para o estado Desligado. variável de processo cruza os limites de
Atualmente quase todo equipamento segurança, inferior ou superior, um sinal de
eletrônico possui lâmpadas piloto ou LEDs para alarme é enviado. Muitos alarmes de painel de
indicar seu estado de ligado ou em standby. automóvel são deste tipo. Quando a pressão
Um computador pessoal, por exemplo, possui de óleo do motor cai abaixo de um valor limite,
LED para indicar status de ligado, LED para acende-se uma lâmpada vermelha do painel.
mostrar que o disco rígido está sendo Este tipo de alarme é o mais simples. Ele
acessado, o monitor de vídeo possui um LED requer uma chave de alarme operada
que fica aceso continuamente em condição diretamente pela condição do processo e
normal e que fica piscando quando há houver localizada no ponto de medição. A saída liga-
sinal de vídeo. desliga da chave de alarme ativa o anunciador
diretamente, Nenhuma outra lógica é usada
(Fig. 8.3).

108
Alarme

Alarme com atuação automática


O sistema de alarme que automaticamente
faz as coisas acontecerem é mostrado na Fig.
4-. A chave de alarme de baixa pressão (PSL)
detecta a condição de baixa pressão e envia o
sinal para a lógica. A saída da lógica
estabelece um alarme de baixa pressão (PAL).
Uma segunda saída lógica é um sinal para o
dispositivo final ser ativado, neste caso, uma
válvula de desligamento que fecha. Um
segundo alarme (SS e SA) avisa ao operador
que o sinal de desligamento foi enviado para o
equipamento final.
Fig. 12-3. Alarme da anormalidade

Alarme como backup do controle


Estes alarmes servem como uma reserva,
no caso de uma falha de um instrumento que
mede a mesma variável de processo (Fig.4-4).
O transmissor de nível (LT) fornece o sinal de
medição para um indicador e controlador de
nível (LIC). Um outro sensor independente está
ligado a uma chave de nível (LSL) que envia a Fig. 12-5. Sistema de alarme com atuação
sua saída binária para um alarme de nível
(LAL) do anunciador. O sistema de medição é
independente do sistema de alarme.
Especificamente isto significa: Um sistema de alarme com atuação
A chave de alarme (LSL) deve ter seu automática envolve vários fatores importantes
próprio sensor e não pode ser uma que devem ser entendidos. Em muitos casos,
chave de alarme acionada pelo sinal ação automática significa desligamento
como do tipo 2 automático. Se uma máquina perdeu sua
A chave de alarme deve ser operada pressão de óleo lubrificante ou um reator está
diretamente pela condição do processo operando muito quente, é necessário um
Como uma possível razão da falha de desligamento automático. Porém, há casos em
um instrumento é a sua conexão, a que a ação apropriada deve estar na partida
chave de alarme deve ser sua própria automática. Por exemplo, a partida de um
conexão no processo. gerador de emergência no caso de perda da
energia elétrica principal ou partida de uma
bomba reserva se a bomba principal falhar.
Mesmo quando o tipo de sistema de alarme é
referido como desligamento automático, o
nome também é usado quando se tem
ligamento automático.
1.4. Intertravamento do Processo
Hoje os processos químicos são mais
complexos, maiores e operados mais próximos
dos limites de segurança. Como resultado, há
uma maior probabilidade de estas plantas se
tornarem inseguras, tendo assim um maior
potencial de causar grandes estragos,
prejudicando ou matando pessoas, danificando
Fig. 12-4. Alarme com sensor independente propriedade e resultando em paradas custosas
ou contaminando o meio ambiente.

109
Alarme
Quando algo de errado acontece com o 2. o equipamento irá falhar (o compressor
processo, o sistema deve se desligar entrará em surge ou o motor da bomba
rapidamente para proteger o pessoal e a planta queimará).
do processo e o operador deve ter informação 3. o desempenho do equipamento irá decair
suficiente para tomar uma decisão inteligente (o trocador de calor entupirá ou a
acerca do que fazer imediatamente. serpentina criará incrustação).
É extremamente importante projetar o 4. as utilidades serão interrompidas (faltará
sistema de segurança com os alarmes energia elétrica ou vapor).
associados para proteger pessoal e 5. o controle de processo e o sistema de
equipamentos da planta de processo. Este intertravamento falharão ou ficarão sem
sistema deve funcionar de modo que as confiabilidade.
condições de permissão existam antes da Assim, deve-se estar seguro que, se tudo o
partida e a operação global permaneça segura, mais falhar, a planta permanecerá no modo de
até quando aparecerem condições anormais e operação mais seguro ou como ultima opção,
perigosas. Além disso, o sistema de alarme e a planta será desligada.
de segurança deve servir para minimizar os
erros de operação do pessoal em situações de 2. Segurança da Planta
emergência.
Um sistema de intertravamento consiste de 2.1. Projeto da planta
entradas e saídas que estão relacionadas e
Toda planta deve ser projetada usando-se
interligadas para desempenhar uma função
princípios de segurança baseados em praticas
definida, tal como ligamento ou desligamento
de engenharia estabelecidas. Procedimentos
de um equipamento, através de uma seqüência
como Perigo e Operabilidade - Hazard and
lógica de eventos, como os determinados por
Operability (HAZOP), Análise de Perigo -
certos dispositivos (tais como arranjos de
Hazard Analysis (HAZAN) e Análise de Arvore
contatos de relés em série, paralelo ou
de Falha – Fault Tree Analysis (FTA) podem
combinação de ambos) ou programa de CLP
revelar problemas potenciais de segurança e
ou de PC. São entradas: chaves liga-desliga,
operação relacionados com o projeto.
botoeiras, chaves limite, chaves do processo e
Depois de projetada, instalada e dada a
outros contatos externos. São saídas: motores,
partida (start up) a planta entra em operação de
bobinas, lâmpadas piloto e buzinas.
regime. Há vários sistemas automáticos
O objetivo do sistema de intertravamento é
associados à planta, para garantir sua
o de causar um conjunto previsível automática
operação correta e eficiente e a segurança dos
ou manualmente de operações, quando os
equipamentos envolvidos e dos operadores
limites do processo forem excedidos, os
presentes. Pode-se perceber quatro níveis
equipamentos mecânicos e elétricos falharem,
distintos de atividade da planta:
a energia faltar ou os componentes falharem,
1. medição e controle regulatório do
individualmente ou em combinação.
processo
O sistema deve operar de modo a garantir
2. alarme do processo
a proteção da planta. O sistema de
3. desligamento de emergência
intertravamento e segurança não irá evitar os
4. monitoração e controle do fogo
desvios perigosos do processo ou os acidentes
catastróficos, mas irá reduzir os riscos de tais 2.2. Medição e Controle do processo
ocorrências a um nível aceitável. Como há
sempre um elemento de riscos envolvido e Os sistemas de medição e controle regulam
deve ser definido um nível aceitável, deve se os processamentos e fluxos de materiais e de
tratar da probabilidade de ocorrência de energia. O desempenho dinâmico correto
variáveis aleatórias e indeterminadas e destes sistemas torna as falhas internas raras.
distúrbios externos ao sistema. Todos estes Quando acontece uma falha, sua ocorrência é
fatores contribuem para diminuir a facilmente evidenciada para o operador,
confiabilidade das condições de operação. através das indicadores e registradores.
Mesmo com o mais completo sistema de Quando o controle automático é insuficiente
intertravamento, mais cedo ou mais tarde de fornecer o resultado desejado, (por falha da
algum ou todos dos seguintes fatos irão estação automática, má sintonia, carga
acontecer: diferente do processo), o operador transfere a
1. o processo estará fora dos limites de operação de automática para manual. Isto não
segurança (os limites de inflamabilidade causa nenhum problema particular ao
serão excedidos ou ocorrerão emissões processo, que contínua operando com produtos
tóxicas ou decomposições). dentro das especificações. Geralmente, o
sistema de controle possui um sistema

110
Alarme
suplementar de alarme, que chama a atenção falhas no sistema de alarme e desligamento,
do operador para a perda do controle que deixa de atuar em condição de perigo ou
automático ou para a tendência do produto sair pode haver fogo provocados por outras fontes
fora das especificações. diferentes.
Porém, em condições mais graves, em que Os perigos devidos a gases combustíveis e
nem o controle manual consegue regular tóxicos são manipulados por outro sistema.
corretamente o sistema, e o produto final está Este sistema além de detectar a presença de
fora das especificações, entra o sistema de gases no local também pode ter condição de
alarme. desligar equipamento do processo, ou seja, o
sistema de detecção de gases pode inicializar o
2.3. Alarme do processo sistema de desligamento. Em plantas grandes
O ideal é que a planta trabalhe em e complexas, hoje a tendência é de integrar o
automático todo o tempo. Os distúrbios normais projeto e suprimento do gás e fogo com o
do processo são eliminados pelo controle sistema de desligamento, ambos agrupados
automático. Quando houver uma anormalidade em um mesmo sistema de segurança.
além da faixa de controle automático, o
processo deve ser passado para a condição de 3. Trabalhando com alarmes
manual. Para isso, deve haver sistema de
O gerenciamento de alarme não é assunto
alarme para chamar a atenção do operador,
apenas para displays do operador. Todo o
pois ele não está todo o tempo olhando os
sistema de controle está envolvido. Por causa
controladores e atualmente há tantas
da forte relação entre o modo que um display
informações concentradas em tão pouco
de operação está pesadamente ligado a tudo
espaço que é impossível o operador perceber
que acontece dentro do processo,
prontamente quando o controle automático é
principalmente durante as condições anormais
perdido.
e de emergência, o gerenciamento do alarme
Na maioria dos casos, a atuação manual do
deve ser bem projetado, como será visto aqui.
operador no processo é suficiente para trazer o
processo para as condições ideais. Porém, em 3.1. Arquitetura do alarme
uma minoria dos casos, a atuação manual não
consegue retornar a variável de processo para O papel da arquitetura é a de coletar os
o ponto de ajuste e o processo tende para dados rapidamente para o operador e também
condições de perda de produto ou inseguras. rapidamente permitir a resposta do operador,
sempre que houver alguma mudança de
2.4. Desligamento de emergência condição. Incluído nos parâmetros da estação
de operação, está o desempenho do circuito
Quando os operadores podem entrar em
microprocessador que traz os dados para a tela
pânico ou serem incapazes de tomar a decisão
de vídeo. Este circuito inclui o tempo de
certa no momento certo, com o excesso de
confecção (build time), que é o tempo em que a
informações disponíveis, o sistema procura
tela leva para ser apresentada inicialmente e o
eliminar o julgamento humano das funções
tempo de atualização (refresh), que é o tempo
críticas de segurança. O sistema atua
em que a tela apresentada é atualizada. Por
automaticamente no processo, desligando-o
exemplo, pode levar alguns segundos para a
ordenadamente.
tela aparecer pela primeira vez e a metade de
A proteção da planta independente da ação
um segundo entre as atualizações de dados
humana é implementada pelo sistema de
nesta tela. A informação de alarme que o
desligamento, com suas entradas e saídas
operador vê em uma tela não deve ser mais
dedicadas e completamente separadas do
velha do que dois segundos.
sistema de controle do processo. Este sistema
A atualização da tela não é feita tão
monitora as operações em uma condição
facilmente e há muitos sistemas incapazes de
estática, até ser ativado ou disparado por uma
trazer informação atualizada do processo de
condição anormal prevista. O sistema requer
modo tão rápido que a estação os apresenta.
um alto nível de diagnose, geralmente não
Geralmente, se a informação precisar ser
existente nos equipamentos de controle do
armazenada e direcionada em diferentes
processo, para detectar falhas internas que
esquemas de comunicação, ele fica lenta para
podem não ser facilmente evidentes.
ir para o operador. Alguns sistemas têm um
2.4. Monitoração do fogo e gás equipamento de histórico próximo da interface
de operação, de modo que o display da tela é
Mesmo com o sistema de regulação, constituído muito rapidamente, mas a
alarme e desligamento, ainda é possível haver informação mostrada pode ter idade de 15 a 60
fogo ou explosão no processo. Pode haver segundos. Este atrasado está relacionado com

111
Alarme
a arquitetura da rede de comunicação, com o o evento for importante, ele deve ser mostrado
tipo de prioridade e listagem dos vários em alguma tela apropriada. A aparência de um
diferentes níveis de informação desta rede. evento pode não requerer qualquer ação, pois
Este tipo de atraso não é critico na ele simplesmente deixa o operador saber do
informação de negócios, em aplicações de status do processo.
vários computadores rodando em diferentes
escritórios. Também não é problema em
processos com grande tempo de atraso (e.g.,
processo com grande capacitância termal). O
atraso torna-se inaceitável em processos
rápidos, geralmente em plantas químicas e
casas de força. A solução é separar as
arquiteturas em sub-redes ao lado da sala de
controle para o gerenciamento das funções
mais lentas, tais como tendência, histórico e
relatórios.
O gerenciamento efetivo do alarmes é
embutido na arquitetura do sistema de controle
e suplementado pela implementação de outras
ferramentas de configuração do sistema. O Fig. 8.6. Evento não é alarme
reconhecimento instantâneo do aparecimento
do alarme pelo operador é conseguido tendo
uma única tela ou uma janela dedicada aos Um alarme é algum status ou condição
alarmes localizada em somente uma posição existente ou nova (Fig. 8.7). Alarme não é um
que mostra os novos alarmes. Os alarmes evento. Alarme é uma condição que poderia
devem ser filtrados, qualificados e priorizados, causar uma ação de controle e poderia ser
de modo que apenas aqueles que requerem a registrado no histórico do processo. Um novo
atenção imediata do operador interrompam a alarme é uma condição que sempre deve ser
sua atividade normal. A atividade normal se apresentada na tela do operador, mesmo se
deixada desatendida, também pode provocar ele ocorrer em uma área particular que não
alarme. esteja sendo vista.
Este alarme pode resultar em uma faixa
3.2. Estado versus condição vermelha, um ícone piscando, aparecimento de
Alarmes e eventos usados indistintamente uma linha de texto na tela. O alarme pode
na linguagem, embora sejam diferentes, também soar um anunciador sonoro e mesmo
mesmo que ambos sejam dinâmicos. Para criar alguma resposta corretiva automática ou
saber o que fazer com eles e como gerenciá- até uma seqüência de desligamento.
los, é importante entender sua verdadeira
natureza.
Um evento é alguma mudança de status no
processo (Fig. 8.6). Evento não é um alarme.
Exemplos de eventos são:
o inicio ou o fim de uma operação,
a passagem de uma estágio em uma
operação de batelada,
o ligamento ou desligamento de uma
bomba ou motor,
a chegada do valor de uma variável a
um limite alto ou baixo.
Esta mudança pode ser usada para causar
uma ação de controle. Ela provavelmente deve
ser registrada na base de dados histórica. Em
termos de sinal, esta mudança significa um Fig. 8.7. Alarme sempre deve aparecer na tela
sinal discreto ou um bit de informação (0 ou 1).
Este sinal deve viajar pela rede de
comunicação e ser armazenado em uma
função histórica que pode residir na estação de Alarme é uma condição corrente. Alarme
operação ou em uma estação dedicada. Os pode causar uma ação de controle. Alarme
eventos não precisam ser mostrados em deve ser registrado no histórico. Alarme deve
qualquer tela que o operador esteja vendo. Se

112
Alarme
sempre ser apresentado na tela, mesmo que 3.4. Gerenciamento de alarmes
não esteja na tela atualmente aberta.
O alarme mostrado na Fig. 8.7 é uma Qual o tempo de resposta de um operador?
representação de um status discreto ou Em alguns processos, pode-se ter de 100 a
condição existente de um valor analógico, que 300 alarmes em um segundo. Alguns outros
esteja talvez ruim ou não reconhecida e deve processos podem ser mais rápidos.
chamar a atenção do operador. Certamente 1000 alarmes por segundo seria
A condição de alarme sempre tem dois muito difícil para administrar individualmente e
eventos: movimentar na rede. Geralmente se coloca um
Entrando na condição de alarme equipamento próximo ao processo, no módulo
Saindo da condição de alarme de entrada e saída ou de controle, para
Por causa de o alarme ter sempre dois manipular o que é conhecido como seqüência
eventos, alarme é confundido com evento. O de eventos. Esta é uma técnica para classificar
evento é uma ocorrência, tal como algo indo de os alarmes e as ações de resposta destes
uma condição normal para anormal. Quando alarmes, listando-os e colocando uma etiqueta
um sinal vai para uma condição anormal, o de tempo neles. Estes eventos são então
primeiro evento ocorre. Outro evento ocorrente empacotados e enviados através da rede
quanto este mesmo sinal sai de uma condição principal para uma estação de operador,
de alarme, tal como quando o problema estação de histórico ou algum outro
anormal desaparece e o processo volta para a computador.
condição normal.
3.3. Velocidade de resposta
O controlador responde a uma variação na
variável de processo e causa uma variação na
saída automaticamente, sem envolver o
operador. Somente quando o controlador
requerer uma ação manual, a rede de
comunicação entre a estação de controle e a
estação do operador toma parte. A habilidade
de o sistema apresentar as condições de
mudança impacta o tempo de resposta do
operador, que depende de como ele é alertado.
Quando ocorre um distúrbio no processo, o
controlador apropriado deve receber os dados,
deve acessar a rede e deve transmitir a
Fig. 8.8. Fluxo de um sinal de alarme
informação para a estação de operação. A
estação de operação deve converter os dados
da rede para a tela. Os dados também podem
ser enviados para a base de dados históricos e
Nenhum operador pode responder em um
geralmente chegam lá antes de aparecer na
milissegundo (1 ms) e nem uma lista repentina
tela do operador. Assim que aparece na tela, o
e sem significado de 100 alarmes que
operador deve ser alertado do distúrbio,
aparecem na tela. Seria inútil mesmo se
reconhece o significado do problema,
existisse um sistema que pudesse comunicar
determina o que deve ser feito e depois causa
estes alarmes rapidamente do módulo I/O para
uma resposta, que pode ser acionar uma tecla,
a tela (não há tal sistema). Há, porém técnicas
cuja ação vai através da estação do operador,
de seqüência de eventos que podem ajudar o
acessa a rede, comunica através da rede e
operador. Projeto apropriado envolvendo o
leva a resposta para o controlador. O
módulo I/O, estação de controle e estação de
controlador então faz a ação de correção, que
operação pode ser usado para classificar,
deve ser transmitida de volta para o elemento
sumarizar, priorizar, filtrar, mostrar com
final de controle.
significância e focalizar a ação direta. Este
A ação de controle automática normal,
projeto deve acomodar o atraso natural
entrada para saída, pode levar somente um ou
humano, mas não o atraso de comunicação
dois segundos. Além deste atraso, há o da
eletrônica.
comunicação sobre a rede para outra estação.
Nos sistemas de controle atuais, as ações
Geralmente a parte mais lenta desta malha é a
automáticas encontradas nos blocos de função
habilidade de o operador reconhecer,
são bem compreensivas, se o sistema de
compreender, decidir e responder corretamente
controle for baseado em controle de malha de
ao problema.

113
Alarme
processo, batelada, lógica ou mesmo de motor.
Quando ocorrer um evento ou uma condição de 4.1. Prioridade do alarme
alarme, geralmente, o algoritmo tem Há cinco tipos de importância de alarmes
capacidade de causar uma resposta a esta incluídos em um sistema de monitoração e
ação e coloca uma ação corretiva para resolver alarme da planta:
o problema. Nem todas as condições devem 1. Muito crítico
ser corrigidas automaticamente. Às vezes, o 2. Pouco crítico
operador precisa participar da ação corretiva 3. Não crítico
apropriada, porque o processo é realmente 4. Informação de status
uma arte e não uma condição automação que 5. Análise de desligamento
roda somente fórmulas. Alarme muito crítico é aquele que requer
Ações automáticas são mais facilmente ação imediata do operador para manter a
executadas através de algoritmo compreensivo unidade operando, devido a condições que
tendo a grande escolha de embutir seleções de resultam em uma perda completa de carga,
alarme de vários tipos de sistemas de controle, para a proteção de grandes equipamentos ou
como: para segurança de pessoal.
Controle da malha de processo Alarme menos crítico é que requer ação
Controle de batelada ou seqüencial imediata do operador para manter a carga da
Controle lógico unidade, devido a condições resultando em
Controle de motor perda parcial da carga ou para proteger
Isto permite o desenvolvimento fácil das equipamento.
estratégias de controle e alarme depois que o Alarme não crítico é o que requer ação
sistema é instalado. corretiva mas não diretamente pelo operador.
O display de alarme deve mais que uma Informação de Status é um display que
rápida e grande lista sem significado na tela. A inicia o status de eventos e que não requer
notificação do alarme deve ser classificada, ação corretiva.
resumida, priorizada e mostrada de acordo com Análise de Desligamento é uma condição
o significado e focalizada para ação direta. O diretamente relacionada com o desligamento
desastre de Three Mille Island levou dois turnos ou que pode levar ao desligamento da unidade.
para acontecer, semanas para ser conhecido Esta categoria pode incluir informação de
de modo limitado, anos para ser entendido desligamento prévio especial ou para
totalmente. determinar a causa principal ou primeiro evento
O alarme não deve ser apenas uma lista do desligamento.
rápida, extensa e sem significado na tela! Mais As observações adicionais de um sistema
que isso, a notificação de alarme deve ser de alarme otimizado incluem:
Classificada Visual com lâmpadas piscando
Resumida associado com sonoro para mostrar os
Priorizada alarmes de urgência ou críticos.
Mostrada com significância Os operadores requerem muito mais
Focalizada para ação direta dados sobre eventos que indicam o
status da planta do que os que podem
4. Escolha do alarme ser mostrados no display com alarmes
críticos.
Os tipos de alarmes são importantes para
Os alarmes e dados de eventos podem
um sistema de controle. Cada indústria em seu
ser permanentemente coletados com o
enfoque próprio para a natureza de condições,
tempo exato e a seqüência para uma
que são importantes para a operação de seus
análise de evento de operações e
tipos de processo. Esta flexibilidade é
revisão de segurança.
importante e é exigida de qualquer sistema de
Status do hardware sempre prevalece sobre o
controle. Os vendedores se esforçam para
status do valor do processo!
atender estas exigências. O usuário deve olhar
Tudo que afeta o sinal de entrada de um
estas capacidades e entender também as
sistema deve ser anunciado antes (em
necessidades do alarme de seu processo
prioridade) de qualquer alarme do processo. É
específico.
perigoso deixar sem conhecimento os alarmes
do processo, porque as falhas do equipamento
e do sistema de controle podem causar um
sentimento falso da segurança não vendo as
falhas reais.
A ordem de prioridade dos alarmes deve
ser a seguinte:

114
Alarme
Alarmes de entrada flexibilidade, podendo até conseguir implantar
1. Instrumento fora da faixa técnicas de inteligência artificial.
2. Termopar partido ou em curto Para o sinal analógico, os qualificadores de
3. Falha de comunicação alarme podem ser combinados com
Status do controlador Limites
4. Erro de comunicação Funções
5. Fora da varredura Tempo
6. Defeito no alarme Entrada
Valores do processo
7. Fora da faixa (abaixo ou acima) 4.3. Cortes de alarme
8. Alto (H)/baixo (L) O corte pode desabilitar o alarme por causa
9. Muito alto (HH)/muito baixo (LL) de um limite analógico ser atingido, por causa
Os valores não são confiáveis se não se da mudança discreta em uma das funções ou
pode verificar que o equipamento está por causa de alguma combinação lógica de
operando corretamente. Os diagnósticos do ambos. O corte pode parar a geração de um
sistema devem ter prioridade sobre os valores alarme assim que ele começa ou pode apagar
reais do processo na operação. Seguindo alarmes selecionados quando se detectar
coisas como falhas de operação do sistema, a novos alarmes ocorridos.
próxima prioridade inclui os alarmes de entrada O corte de alarmes pode ser usado para
fora da faixa, termopares quebrados ou em isolar seletivamente problemas. Por exemplo,
curto, transmissores com defeito e um link de um corte pode escolher desconsiderar um
comunicação de qualquer remota I/O ou alarme de baixa temperatura durante uma
equipamento externo ligado ao controlador. A parada parcial do processo, mas permite um
perda de comunicação entre o controlador e alarme de termopar rompido de modo que se
qualquer equipamento na rede seria o próximo possa fazer o reparo antes de o processo ser
nível de importância. colocado em operação. Isto pode economizar
Depois disto, vem a função de status do tempo e dinheiro durante a nova partida do
controlador e alguma monitoração da ação de processo.
controle. Isto é, o alarme não atuou porque as
malhas estão desligadas para manutenção do 4.4. Ações do alarme
equipamento? O alarme está fora da varredura
Um alarme pode funcionar de vários modos
por causa de uma recarga ou backup ou da
diferentes. Além de haver alarme quando o
partida do processo?
valor de um sinal analógico atinge um
Somente depois de todas estas várias
determinado limite, pode-se fazer um alarme da
falhas do equipamento, são priorizados os
continuação de subida do sinal, por exemplo,
valores do processo, como abaixo ou além da
para cada 10% acima de determinado limite.
faixa, alto ou baixo, muito alto ou muito baixo.
Pode-se alarmar a taxa de variação rápida,
4.2. Qualificador do alarme para cima ou para baixo, de um sinal analógico,
em unidades por tempo ou por tempo absoluto,
As qualificações do alarme são tipicamente sem considerar o valor de algum limite. O
combinadas com vários tipos de alarme. Os alarme pode ser iniciado antes que o valor da
qualificadores são usados para criar uma variável atinja um determinado valor limite
estratégia mais completa do gerenciamento do crítico.
processo e podem ajudar na pesquisa de Algumas variáveis de processo são
problemas e alertam o operador mais relativamente instáveis ou flutuam
rapidamente que um alarme simples. O foco continuamente, como a pressão e vazão.
destes qualificadores requer um entendimento Geralmente, é útil colocar algum tempo de
do processo, de modo que se conheçam as atraso nestes alarmes para agir como uma
várias relações dos parâmetros e se possa banda morta (Mamonas Assassinas?), de
antecipar aos problemas potenciais. Através do modo que um pico não dispare o alarme. Um
uso inteligente destes qualificadores, alarme de histerese tem diferentes limites em
mensagens específicas e prompts podem ser cada direção, subindo ou descendo, é também
compostos para ajudar a resposta mais uma banda morta que reduz os alarmes
consistente do operador aos problemas, desnecessários em fluidos dinamicamente
independente da pessoa, turno ou outra ativos.
circunstancia que possa impactar as ações Há ocasiões também onde o operador
necessárias. precisa ser notificado quando um parâmetro
Combinando as condições analógicas com retorna ao normal e não apenas quando este
os estados discretos, tem-se uma poderosa parâmetro vai para o alarme. Há também um
enfoque do cochilo do alarme, que re-alarme se

115
Alarme
a condição persiste alem de algum tempo O usuário pode orientar o cursor através de
selecionado após ser reconhecido. O operador camadas do equipamento
pode tomar conhecimento do alarme e se ele o Redes
não volta ao alarme dentro de cinco minutos, o Gabinetes
ele re-alarma. o Controladores
o Módulos I/O
5. Estruturas e hierarquias de alarme O operador deve seguir os ícones piscando
sem a necessidade de códigos, nomes, tags ou
Há hierarquias de alarme, que devem ser listas para a procura.
facilmente implementadas e modificadas dentro
do sistema. Os agrupamentos de alarme 5.3. Gerenciamento do alarme
podem ser arranjados pelas áreas da planta,
Quando ocorre um alarme, o operador deve
funções, unidades do processo ou por
deixá-lo em um modo simples, rápido e
equipamento. A apresentação deve permitir ao
decisivo que mostre o local deste alarme e a
operador colocar o cursor em um objeto
ação recomendada. A ação deve ser intuitiva,
piscando para entrar diretamente com uma
independente do operador, do que ele estiver
ação corretiva. Geralmente, quando vários
fazendo ou do estiver acontecendo na planta. A
alarmes são envolvidos, o operador deve
manipulação dos alarmes deve ser fácil devido
acessar alguma tela que permita uma análise
ao estabelecimento de prioridade e à técnica
para determinar o melhor plano de ação. Ainda,
de anunciação e o ato de conhecimento deve
isto deve ser feito de modo simples, não
dirigir o operador para esta ação corretiva.
ambíguo e com um único toque de tecla.
As técnicas de configuração devem ser
5.1. Acesso ao alarme facilmente alteradas, quando se ganha
experiência da planta. Quando mais se
O operador deve ser capaz de tomar aprende do processo, mais fácil fica modificar
conhecimento somente de um dos alarmes. as hierarquias de alarme, telas operacionais e
Este conhecimento do alarme deve ser feito qualquer apresentação da informação. O
toda vez do mesmo modo. Qualquer botão sumário de alarmes é bom, nas não deve ser
virtual deve ser localizado na mesma região da usado ou requerido para localizar os alarmes.
tela, de modo que, em condição de stress de O sumário pode ser uma ferramenta para
distúrbio, qualquer operador seja capaz de ajudar na análise de algum conjunto emergente
responder do mesmo modo que qualquer outro de condições e serve como um caminho para
operador. O acesso ao alarme deve ser direto, resolver um problema.
sem a necessidade de ir através de tag, nome As listas de sumário de alarmes é
ou lista e quando ocorrer o alarme, a principalmente informativa, para mostrar a
informação completa deve ser disponível para extensão das condições a qualquer momento.
o operador tomar a decisão correta. As informações devem incluir: hora (minuto e
Esquemas de diagnóstico do sistema de segundo) e data, identificação do ponto (tag),
controle devem ser criados, como para os descrição, localização, status ou valor corrente,
alarmes. O usuário deve ser capaz de acessar sinal de advertência, status ou valor que
diretamente a fonte de problema de um modo deveria estar. O objetivo do sumário é fornecer
apropriado para o equipamento envolvido. O uma lista de pontos em ordem cronológica
sistema de diagnóstico deve levar o operador dentro da hierarquia de importância, agrupados
para o problema sem a necessidade de por prioridade destes alarmes. Dependendo do
códigos criptografados ou nomes, sem ter de tamanho da planta, complexidade e atividade
procurar listas, assim como é feito com os esperada, pode ser útil utilizar monitores
alarmes. dedicados exclusivamente para o alarme.
5.2. Hierarquia de diagnóstico
A hierarquia de diagnósticos deve ser Igual
à dos alarmes.
O usuário pode criar mapa dos
equipamentos.

116
Alarme

Fig. 8. 9.. Tela típica de alarmes em monitor de vídeo da sala de controle.

117
Alarme
5.4. Telas de alarme Lista de sumário de alarme
Esta lista de sumário de alarme é também
Alem das áreas alarmadas do processo
uma melhoria em relação ao painel de
mostradas na tela ativa, as listas de sumários
anunciador convencional porque ela fornece o
são valiosas para analisar as situações e
reconhecimento do primeiro evento (first-out),
indicar o status do processo sendo controlado.
que é importante na análise e escolha da ação
Estas telas não são operacionais que permitem
corretiva. Esta lista mostra os alarmes em sua
a manipulação do processo, mas permitem ao
ordem de prioridade e em sua ordem de
operador atingir rapidamente a tela de
ocorrência dentro de cada prioridade e pode
operação apropriada, assim que a área for
ajudar o operador focalizar as atividades mais
determinada. Há, no mínimo, dois tipos de
importantes necessárias para levar o processo
displays de sumário para este processo:
para a operação normal.
1. Grupo de alarme, para focalizar todos Projetada para funcionar de modo
os pontos alarmados em um grupo consistente com o Grupo de Alarme, a lista de
específico de instrumentos dentro de Sumário de Seqüência de Alarme permite o
uma unidade do processo. operador invocar acesso a qualquer
instrumento neste grupo com um único clic.
2. Seqüência de alarme, que rola a lista
Como este instrumento virtual pode ser
inteira de alarmes ativos correntes em
mostrado possivelmente em várias telas de
ordem cronológica e alguma ordem de
operação, esta ação leva o operador para a
prioridade.
tela especifica apropriada para esta
circunstância. Cada parâmetro na lista mostra o
Grupo de alarme
tag, descrição, status/valor, limite do ponto de
Este grupo é uma melhoria em relação ao alarme e fornece a habilidade de acessar este
painel anunciador tradicional, pois ele funciona parâmetro especifico dentro deste grupo de
como uma tela de uma lista de anunciador de operação escolhido. Idealmente, ele também
alarme. Isto é feito mostrando somente as deve permitir ao operador acessar rapidamente
funções dentro de um grupo particular que são o grupo de alarme do parâmetro alarmado
usadas em uma unidade específica do selecionado para análise adicional, se
processo. Como uma lista limitada, ela necessário.
apresenta todos os parâmetros que tiveram
alarme, estando ou não em condição de 5.5. Ações do Operador
alarme. O objetivo deste display é o de permitir Tradicionalmente, as ações do operador
ao operador reconhecer rapidamente alguma foram colhidas em impressoras misturadas com
referência do que está sendo alarmado versus
os sumários de alarme. As listas de alarmes e
o que não está. A lista é sempre apresentada todas as informações relativas devem ficar em
na mesma ordem, pré-configurada de modo arquivos de memória diferentes. Por exemplo,
que a referência se torne óbvia.
quando ocorrer um alarme, os eventos,
Por exemplo, vendo todos os parâmetros alarmes, diagnósticos e ações do operador
importantes no grupo, se em alarme ou não, o devem ser colocados em diferentes partes da
operador pode ver qualquer alarme dentro do
memória. Não há necessidade de conectar
contexto dos alarmes possíveis relacionados. estes vários arquivos de dados diferentes, pois
Se o operador vê três variáveis em alarme, isto geralmente são usadas táticas de linguagem
pode sugerir uma resposta diferente se ele vê estruturada (SQL – structured query language).
qualquer outra combinação com quatro
alarmes. 5.6. Estruturas de alarme
O Grupo de Alarme contem um botão de
Conhecimento do Grupo, que toma Assim que se estabelece a estrutura de
conhecimento de todos os alarmes não alarme, deve-se verificar se todos os alarmes
conhecidos nesta página. Ele também permite importantes estão incluídos e enfatizados.
o operador invocar acesso a qualquer Quando ocorrer alarmes na planta, alguns
instrumento deste grupo, com um simples clic. alarmes mais importantes devem ser
Cada parâmetro na lista mostra o tag, mostrados sobre os menos importantes, talvez
descrição, status/valor, limite do ponto de sendo visíveis ao operador. Geralmente,
alarme e fornece a habilidade de acessar este quando um processo entra em alarme, há uma
parâmetro especifico dentro deste grupo de causa significativa que deve ser consertada e
operação escolhido. vários alarmes resultantes desta causa que se
tornam sem importância uma vez que a causa
tenha sido normalizada. Por exemplo, quando o
nível diminui, a temperatura aumenta ou talvez
a pressão diminua. Se a pressão e temperatura

118
Alarme
variarem com a queda do nível, então os assim que a condição de partida passa para
alarmes de nível devem estar adiante dos normal. Assim que o processo ficar anormal, o
alarmes de temperatura ou pressão. Deve alarme atua.
continuar havendo alarmes para temperatura e Se a hierarquia do display do alarme for
pressão, porque há outras causas além do baseada no ciclo do processo, então o
nível que afetam estas variáveis. operador pode orientar a análise de uma
Pode ser possível para o engenheiro da operação. O operador pode seguir um distúrbio
planta determinar quais combinações de através de toda a planta se a estrutura de
temperatura, pressão, nível e vazão do alarme inclui enfoque ou técnica usada pelo
processo irão dão ao operador razões próprio processo. Em todas as telas, o objetivo
diferentes para reação. Usando as tecnologias da interface humano-máquina (IHM) é fornecer
modernas, é fácil associar estas condições de informação e não dados, para permitir ao
alarme com uma estrutura IF THEN ELSE, de usuário interagir com o processo, não apenas
modo que pode determinar que tipo de com o equipamento que está sendo usado para
informação deva ser apresentada ao operador, operar o processo.
e provavelmente lhe dar alguma sugestão de
como manter o processo normal. Por exemplo, 5.7. Filosofia do alarme
se a temperatura começar a subir, a pressão Um aspecto crítico da interface de
cair e o chão ficar molhado, então é intuitivo operação é a capacidade de alarme provida
concluir que o vaso se rompeu. pelo sistema de controle. Em sistemas de
Outra questão a ser decidida é se o alarme painel convencional, o alarme era geralmente
deve ser limpo, quando a sua causa for feito através de anunciador padrão, que usava
eliminada, ou o operador deve rearmar (reset) um conjunto de lâmpadas que acendiam atrás
todos os alarmes individuais, assim que o de plaquetas com identificação para indicar o
processo voltar ao normal. Isto depende do status do alarme de pontos individuais. A lógica
processo, da segurança, das condições para o acendimento destas lâmpadas era
ambientais. Certamente, uma caldeira não fornecida por um conjunto com muitos relés.
deve voltar a funcionar automaticamente na Estes anunciadores eram montados no topo do
volta da alimentação elétrica que a desligou. painel de controle, de modo que eram
Deve-se verificar se a referência de alarme facilmente vistos de qualquer local da sala de
é corrente e esperada, considerando a controle. Todos os pontos alarmados eram
interação entre unidades do processo. Por claramente visíveis para os operadores, todo o
exemplo, uma unidade do processo pode ter tempo.
problemas, causando problemas em algumas Com a conversão para sistema de controle
outras unidades. Por exemplo, se uma caldeira baseado em tela, os alarmes foram inseridos
parar, todas as unidades que usam vapor vão nestas telas de vídeo do sistema, através do
ter problemas e podem também ser paradas. uso de cores, listas, fundo de tela piscante,
Para antecipar a estes problemas, deve-se janelas pop-up. Nos primeiros sistemas de
construir uma estrutura de alarme de modo que controle distribuídos, os anunciadores
o operador não se perca. Por causa da permaneciam como parte da sala de controle.
facilidade de coletar dados em sistemas Mais recentemente, a tendência é eliminar
digitais, atualmente é muito comum se ter muito estes anunciadores e confiar exclusivamente
mais alarme do que o necessário. Não se deve nos displays de vídeo.
colocar alarme em tudo, indiscriminadamente, O operador não tem que gerenciar o
somente porque é possível. Logo vai se alarme. Quem gerencia o alarme é o
descobrir que o sistema ficará entupido com computador, que ajuda o operador a tomar as
tanto alarme. decisões certas!
O sistema de alarme deve ter ferramenta Certamente há problemas em se usar e
que permita saber se todos os alarmes confiar apenas a tela para ver o alarme. Por
esperados estão realmente ativados. É útil ter isso, ainda há pessoas que defendem o uso do
algum tipo de sinal, avisando se um alarme anunciador. Há pessoas que dizem ser difícil
está desativado por causa de manutenção ou para o operador ver um alarme rapidamente na
por causa da parada parcial da planta. Alarmes tela. O mais importante é entender totalmente
e permissões de valor baixo de variável, que a tela é outro meio.
geralmente são contornados (bypass) durante Na década de 1970, Marshall McLuhan, da
as partidas de plantas. O operador deve Universidade de Toronto, criou uma curva do
sempre saber que o alarme está desativado. O aprendizado da sociedade, mostrando como
bypass de alarme só é permitido se for ela é adaptada a cada novo tipo de mídia para
sinalizado e temporizado. Este alarme que não transmitir a informação. Ele mostrou como o
está atuando durante a partida, é inserido desenvolvimento da imprensa mudou

119
Alarme
dramaticamente a sociedade, que se móve da não há custo adicional para criar alarmes. É
comunicação oral para a escrita (e visual). Mais diferente de um painel anunciador, que requer
mudança social ocorreu, quando se volta para a escolha cuidadosa de cada ponto a ser
a comunicação oral agora vinculada com o alarmado, que depende do espaço disponível,
visual (radio, cinema, televisão). McLuhan número de pontos, custo e dificuldade de
descreveu o modo como a comunicação visual adicionar pontos.
se envolveu com a indústria de entretenimento
e propaganda. Seu lema era: o meio é a 6. Tecnologias do Sistema
mensagem!
Os psicólogos dizem que não se pode 6.1. Tecnologias disponíveis
prestar atenção a uma pequena tela, chamada
Há três tecnologias principais para
monitor, mais do que alguns minutos. Por isso,
implantar sistema de segurança e desligamento
deve-se fazer algo para manter a atenção do
na planta de processo:
operador na sala de controle durante todo o
1. relé eletromecânico
turno.
2. eletrônica a semicondutor fiada
É importante entender como as pessoas
fisicamente (hard wired)
respondem aos diferentes meios usados para
3. microprocessador.
comunicar entre o processo e aqueles que
tentam entender e controlar este processo. Nos
Relé eletromecânico
últimos tempos, houve muitas mudanças
radicais na sala de controle. Deve-se manter Embora existam alguns poucos sistemas
em mente a sala de controle e procurar todos pneumáticos em uso, eles podem ser
os conceitos que estejam relacionados com o classificados com de relés, pois seus princípios
controle do processo. operacionais são semelhantes.
A transição dos painéis convencionais para O sistema de segurança baseado em relé
os sistemas com telas e gráficos deve ser eletromecânico tem sido muito usado, ainda,
totalmente entendida. Este meio totalmente por causa de sua confiabilidade. Eles são
diferente deve ser usado com todo seu inerentemente seguro em falha, imune a
potencial. Sempre lembrar que a tela deve maioria das interferências elétricas, podem ser
fornecer informação e não dados. projetados para atender a maioria das
Geralmente, quando há alarme, o operador exigências de tensão e possuem baixo custo
recebe um sinal sonoro, depois seleciona um inicial de aquisição.
alvo ou um botão para trazer o display para ver Como desvantagens, tem-se:
este alarme. Quando vários alarmes ocorrem 1. grande peso e tamanho
simultaneamente, que é o caso típico, o tempo 2. pouco flexível para fazer alterações na
requerido para ver todos os alarmes pode ser programação ou adições, que requerem
excessivo. Isto é diferente do anunciador de mudança na fiação física e revisão na
alarme, que é visível todo o tempo. Esta documentação.
limitação pode ser superada com o 3. não oferecem capacidade de
estabelecimento de hierarquias de alarme e a comunicação digital (serial ou paralela)
apresentação criativa de alarmes na tela. Pode- para uso integrado com SDCD ou CLP, ou
se também mover o anunciador de alarme SCADA.
adjacente ao monitor que é dedicado somente
para os alarmes. Tudo isso vai depender de Sistema Eletrônico a semi condutor
cada aplicação e cada planta. Sistema a estado sólido fiado fisicamente
No caso de sistemas distribuídos com pode ser projetado para superar muitas das
muitos alarmes configurados, no distúrbio do desvantagens associadas com relés, como:
processo, o operador é apresentado a uma 1. apresentam teste on line de todos os
avalanche de alarmes. Esta grande quantidade canais ativos, incluindo módulos I/O, por
de alarmes pode afogar o operador e ele deixa meio automático ou manual
de ver os mais importantes. Para evitar isso, 2. falhas são facilmente identificadas
durante a configuração, o engenheiro de 3. substituição e adição são prontamente
sistema deve escolher com critério os alarmes feitas
de cada malha. É necessário muito esforço 4. possibilidade de sistema redundante
psicológico para se deixar um alarme de fora. para melhorar desempenho e aumentar a
Eliminar alarme nem sempre é a resposta, a tolerância a falha.
resposta é o gerenciamento correto dos O sistema com circuito eletrônico faz sua
alarmes. lógica através de circuitos a estado sólido que
No sistema distribuído de controle baseado estão fiados fisicamente na configuração
em microprocessador há muita facilidade e desejada. Qualquer modificação lógica

120
Alarme
necessita de alteração na fiação, mas painéis futuros de operação durante a vida útil do
com matriz de pinos pode simplificar as sistema
alterações. 2. Analisar a possibilidade de falha do
equipamento e da planta devido a falha do
Microprocessador sistema, considerando os cenários de falha
Sistemas com microprocessador são em segurança ou perigo em falha.
poderosos e flexíveis, através de hardware, 3. Estimar o custo da planta parada como
software e firmware. Os sistemas com resultado da falha do sistema de
microprocessadores podem ser subdivididos segurança.
em computadores pessoais (CP) e 4. Baseado neste procedimento e na análise
controladores lógico programáveis (CLP). O da arvore de decisão, selecionar o melhor
sistema com CP é considerado integral e o entre todos os candidatos.
CLP é um sistema distribuído. Na prática, o Uma solução não pode ser ótima para
CLP é o sistema digital mais adequado e usado todas as situações.
para prover alarme e intertravamento de
sistemas de controle. Ponto fraco do sistema
Muitas pessoas pensam em triplicar
6.2. Escolha do Sistema sistemas lógicos, pensando que se um é bom,
dois é melhor e três o máximo. Mas, muitas
Parâmetros de escolha instalações com sistemas lógicos dual ou triplo
Quando se projeta um sistema de tem dispositivos de campo (sensores e
segurança de alto risco, sempre se consideram válvulas) simplex, não redundantes.
os seguintes parâmetros: A legislação exige que empregadores
1. filosofia do alarme: determinem e documentem que o equipamento
a) individual em cada instrumento, do sistema de segurança seja conveniente para
b) agrupada em anunciador, determinada aplicação e que a operação
c) feita por computador dedicado segura seja garantida. Normas para
d) feita no sistema de controle digital dispositivos elétricos, eletrônicos e de controle
(SDCD, CLP com supervisório, programável (ISA SP84 e IEC 65) estabelecem
SCADA) níveis de risco e fornecem números de
1. tecnologia usada: desempenho requeridos para sistemas de
a) relés eletromecânicos, segurança.
b) lógica eletrônica Estudos mostram que o gargalo do sistema
c) microprocessador? ou o elo mais fraco da cadeia ou ainda, a
2. nível de redundância: menor confiabilidade do sistema está nos
a) simples, sensores e nos elementos finais de atuação
b) dual (válvulas, solenóides, motores). Por isso, às
c) tripla? vezes, é mais importante focalizar os
3. administração de alarmes falsos: dispositivos de campo do que os componentes
a) lógica supervisória do sistema de segurança.
b) sistema de votação
4. períodos de teste: Software
a) mensalmente, A confiabilidade dos sistemas envolvendo
b) anualmente CP e CLP depende também da confiabilidade
c) somente quando há desligamento? do programa associado. E ainda não há meios
2. custo de propriedade de avaliar a confiabilidade de programa de
a) custo de aquisição computador.
b) custo de engenharia Há dois tipos de software:
c) custo de operação 1. software embutido que consiste do sistema
d) custo de modificações futuras operacional e de funções de sistema como
3. exigências do local programação de tarefas, comunicação
a) área interna ou externa entre tarefas e manipulação de
b) área classificada ou segura interrupções
2. software de aplicação que executa as
Roteiro de seleção funções lógicas específicas de acordo com
Os passos necessários para selecionar o as exigências do usuário.
melhor sistema incluem: Diferente do hardware, a principal fonte de
1. Obter as estimativas de custo das soluções falha em software é erro de projeto. Assim que
técnicas disponíveis incluindo custos um defeito de software é corrigido, ele
permanece corrigido. A falha ocorre somente

121
Alarme
quando o software embutido é usado em um neutro L2. Suponha que o solenóide
ambiente diferente daquele para o qual ele é energizada mantenha a válvula de entrada ar
projetado. Depois que um software é testado e para fechar (falha aberta) fechada. Um nível
carregado no hardware, o software tem uma baixo abre o contato da chave de nível. O
altíssima confiabilidade. O software aplicativo, solenóide é desenergizada e a válvula de
porém, depende muito da experiência do vazão abre. O nível da vazão se corrige por si e
projetista, documentação de auditoria, o contato da chave de nível fecha. O solenóide
desenvolvimento do sistema e procedimentos é reenergizada e a entrada é fechada.
de teste. Este intertravamento é simples e pode não
ser apropriado, por exemplo, se o nível está
6.3. Circuitos de Intertravamentos oscilando em torno do ajuste da chave de nível.
Os intertravamentos podem ser projetados Isto pode causar uma oscilação indevida do
de dois modos: ligando ou desligando. processo e um dano possível ao equipamento.
Geralmente, o sistema de referência básico
assume que o processo é desligado, indo para
o mínimo nível de energia, com os
intertravamentos desenergizados. Os circuitos
são assim projetados, usando a convenção da
lógica positiva: contato fechado, lâmpada
ligada e contato aberto, lâmpada desligada. Os
contatos de relé de ligamento são mostrados
em seu estado normal desenergizado e os de
desligamento em seu estado normal
energizado. Os circuitos são projetados para
operar durante a partida do processo. Fig. 8.10. Intertravamento autocancelante
A lógica complementar é desenvolvida
quando o processo é assumido estar operando
em seu nível de energia mais elevado. Os
circuitos de intertravamento são então
projetados para operar enquanto o processo
estiver desligado. Os sistemas de Intertravamento de reset manual.
intertravamento podem ser projetados de Para evitar o problema associado com o
ambos os modos. intertravamento auto cancelante, que volta
Os circuitos de intertravamento são automaticamente ao normal quando
usualmente arranjados em três partes: desaparece a condição insegura, foi
1. Entrada - consistindo de chaves no desenvolvido um circuito que requerer ação
campo, chaves no painel, botoeiras, positiva do operador para cancelar o
chaves seletoras. intertravamento, assim que as condições
2. Lógica - arranjo de contato de relé ou retornem ao normal.
programas de controlador lógico Por exemplo, na Fig. 8.11, suponha que o
programado que estabelecem a relação solenóide normalmente energizada mantenha a
entre as entradas e as saídas. válvula de alimentação aberta. Um sinal de alta
3. Saída - dispositivos de atuação, pressão irá abrir a chave de alta pressão,
válvulas solenóides, motores de desenergizando o relé de controle CR1. O
partida, lâmpadas indicadoras e contato CR1-2, mostrado no segundo nível, irá
alarmes. abrir, desenergizando o solenóide, fechando a
Os sistemas de intertravamentos são válvula de alimentação e aliviando a pressão.
programados através de diagramas tipo ladder Quando o operador verificar que tudo voltou
(escada), onde em cada degrau da escada normal, pressiona o botão de rearme
tem-se contato normalmente aberto, contato momentâneo. A bobina do relé é energizada,
normalmente fechado, contador e temporizador fechando assim CR1-1 e CR1-2. O solenóide é
ligando ou desligando bobinas de relés ou de reativada e a válvula de alimentação é
solenóides. reaberta. CR1-1 é um contato de selo, para
manter o circuito quando o botão de reset é
Intertravamento auto-cancelante solto.
Este circuito se limpa quando a condição
anormal volta para normal. Por exemplo, na
Fig. 8.10, a válvula solenóide no circuito do
controle de nível é energizada através de uma
chave de nível ligada a linha fase L1 e ao

122
Alarme
Na Fig. 8.12, considere que o compressor
esteja desligado. O botão de bypass
momentâneo é apertado, energizando o relé
CR2. A luz acende para indicar que o bypass
foi ativado. A bobina energizada do relé CR2
fecha CR2-1, o contato de selo através do
botão, e o contato de bypass CR2-2. Este, por
sua vez, energiza o relé CR3, que fecha o
contato permissivo CR3-1 localizado no circuito
de partida/parada do compressor.
Quando a velocidade do compressor
Fig. 8.11. Após o desligamento, o operador rearma o aumentar acima do ajuste de velocidade
intertravamento manualmente, quando as mínima, o contato de velocidade mínima fecha,
condições voltarem às condições normais energizando o relé CR1. Este fecha o contato
CR1-2 e abre CR1-1 em um arranjo fechar-
antes-abrir (make-before-break), mantendo o
contato permissivo CR3-1. O relé CR2 será
Um procedimento rigoroso deve ser então desenergizado e a luz de bypass irá
seguido quando um operador rearma apagar. Entretanto, o relé CR3 permanecerá
manualmente um intertravamento. Seja um energizado através do contato CR1-2.
reboiler com uma válvula de controle do vapor O bypass foi então cancelado e o relé CR3
de entrada comandada pelo controlador do é mantido através da chave de baixa
processo e com um intertravamento de velocidade e o contato do relé CR1-1. Se a
desligamento de alta temperatura. Durante a velocidade do compressor cair abaixo do ajuste
operação normal, considere que houve um de velocidade mínima, a chave de velocidade
desligamento por causa da alta temperatura. mínima irá abrir, parando o compressor. O
Quando a temperatura cair, voltando para a botão de parada é para o desligamento de
faixa segura, o operador deve rearmar emergência do compressor.
manualmente o intertravamento. Mas como a
temperatura agora está baixa, o controlador de
temperatura irá solicitar muito vapor e isto pode
ser perigoso. Deve haver um modo seguro de
partida, onde o vapor aumente gradualmente.
Neste caso, uma característica de lockout
deve ser incorporada para evitar o rearme do
intertravamento até que a saída do controlador
satisfaça uma condição predeterminada. O
operador rearma o controlador para manual,
reduz a saída do controlador a algum valor
baixo, manualmente rearma o intertravamento
e o sistema está pronto para a partida.

Intertravamento com bypass


Os processos ou os equipamentos que são
desligados em condições de mínima são
geralmente muito difíceis de serem partidos, ou
inicialmente ou após um desligamento. Para
evitar esta dificuldade, um circuito é usado para
bypassar o contato de desligamento baixo até
que a unidade esteja operando e somente
nesta condição o circuito irá desligar, se
acontecer alguma condição anormal de valor
baixo. (Fig.12.12). Este tipo de circuito é muitas Fig. 12.12. Bypass auto-cancelante é usado para partir
vezes usado em partida de compressor, um compressor com um desligamento de baixa
quando a baixa velocidade irá desligar a velocidade
unidade.

123
Alarme

Ação temporizada (time-delay)


A ação atrasada é usada quando é
requerido um tempo predeterminado para
permitir ao processo atingir seu ponto de (a) Redundância série para desligar
operação, p. ex., para a pressão do óleo de
lubrificação subir acima do nível de
desligamento de baixa pressão. (Fig. 8.13).
Após a partida e quando a velocidade do
compressor está aumentando, o contato de
baixa velocidade fecha, energizando CR1 e
TDR. CR1-1 fecha e TDR-1 abre após um
segundo, garantindo uma superposição do (b) Redundância paralela para ligar
contato que foi conseguido no circuito anterior. Fig. 8.14. Circuitos redundantes

Fig. 8.15. Contatos em série: qualquer um pode desligar o


circuito, fornecendo redundância
Legenda
PSL – Baixa pressão de N2
TSH – Alta temperatura do resfriamento
FSL – Baixa vazão do O2
ASH – Alta concentração de CO2
SV - Bobina da válvula solenóide

6.4. Sistema de Votação


Quando um instrumento de processo falha,
Fig. 8.13. Relé com tempo de atraso pode ser usado no o produto fica fora de especificação, a
lugar do relé ligar-antes-de-desligar produção pára e os engenheiros escrevem
relatórios de investigação. Isto acontece
principalmente durante as fases de partida e
parada, quando os incidentes são
anormalmente mais freqüentes.
Cadeias de intertravamento Os sistemas de segurança tem progredido
As cadeias de intertravamento podem ser muito em confiabilidade, através de conceitos
de dois tipos: série ou paralelo. de Controlador Lógico Programável simples até
Quando se tem muitos intertravamentos de os sistemas com tripla redundância. Porém, os
segurança, qualquer um dos vários contatos de sensores e instrumentos de campo não
inicialização pode desligar o mesmo circuito acompanharam o ritmo. Os instrumentos
(Fig. 8.14). Os intertravamentos são colocados críticos de campo ainda são os controladores
em configuração série (AND). Os contatos são single loop e os pontos de desligamento. Os
também arranjados em série onde a sistemas de desligamento de emergência
redundância de desligamento é requerida, de aumentam a confiabilidade usando sensores
modo que um contato atua o intertravamento independentes do sistema de medição e
se um outro falhar. controle. Porém, a adição de mais
Quando se quer que mais de um contato componentes no sistema aumentam a
possa atuar no circuito, eles são arranjados em probabilidade de ocorrência de alarmes falsos.
redundância série para desligar (AND) ou Peças e equipamentos falham. Por Murphy,
redundância paralela para ligar (OR) geralmente falham nos piores momentos.
(Fig. 8.15). Sempre há custos associados com

124
Alarme
desligamentos falsos ou verdadeiros, devidos a este sinal e alarmar a condição para o
tais falhas. Porém, é fácil reduzir os custos operador.
associados aos desligamentos provocados por A desvantagem deste esquema, a longo
alarmes falsos, colocando redundância e prazo, é que o custo e perdas de produção são
circuitos de votação no sistema. altos, pois ele não diminui a probabilidade de
Um sistema de segurança pode ter dois alarme falso.
tipos de falhas:
1. O processo é desligado pelo sistema de Sistema um de dois
emergência, quando não há nenhuma O sistema de votação um de dois só
causa válida desliga quando um ou os dois transmissores
2. O processo não é desligado, quando há votam para desligar o sistema.
uma causa valida para ser desligado. O sistema de votação um de dois aumenta
No sistema de segurança, 90% das falhas a flexibilidade. Ele usa dois transmissores, e
falsas são provocadas pelos dispositivos de como conseqüência há um aumento de
campo (sensores de entrada e válvulas de módulos de entrada, carga do sistema, maior
saída). quantidade de cabos. Os dois transmissores
Há quase uma infinidade de circuitos de devem ser ligados a dois módulos de entrada
votação, porém serão vistos apenas os mais separados do CLP.
úteis como: No sistema de votação um de dois, o CLP
1. um de um deve ser programado para votar para um
2. um de dois desligamento na falha de um transmissor ser
3. dois de dois seguro em falha. Porém, alguns sistemas
4. dois de três requerem uma falha de sinal baixo nos dois
Os esquemas de um de três, um de quatro, transmissores ou uma única falha de sinal alto
um de cinco e um de x, não interessam pois a para um desligamento.
probabilidade de alarme falso sempre aumenta Em um sistema de controle com SDCD, o
de 100%, de um esquema para outro. Somente segundo transmissor adiciona uma ferramenta
aumentar o número de dispositivo aumenta a de detecção valiosa. Agora o SDCD pode
confiabilidade mas também aumenta a detectar falha de um transmissor dentro da
probabilidade de alarme falso. faixa de sinal de 4 a 20 mA, comparando as
Nos exemplos, cada um dos quatro duas entradas e alarmando se elas de desviam
sistemas de votação é descrito usando de, por exemplo, mais de 5%. Quando o
transmissores de 4 a 20 mA cc e um sensor de sistema de desligamento possui dois
pressão com uma faixa de 1 a 100 kPa, transmissores e o SDCD um transmissor
desligando acima de 50 kPa. As chaves não dedicado, os dois transmissores do
são recomendadas para sistemas de desligamento podem se comunicar com o
desligamento, pois não existem diagnósticos. SDCD e os três transmissores podem ser
Transmissores trabalham melhor porque um comparados.
CLP ou SDCD pode ser programado para No exemplo de um transmissor com um
detectar a operação anormal do transmissor e ponto de desligamento em 50 kPa, o
alarmar o operador para reparar o transmissor. instrumentista pode zerar o transmissor em
linha sem afetar o sistema. Porém, o
Sistema um de um instrumentista não pode abrir a malha de 4 a 20
O sistema de votação um de um só atua mA para calibrar o sinal de corrente, pois se o
quando o transmissor vota para desligar. sinal vai para zero, é detectado como falha e
A votação um de um é o mais simples de desliga o processo.
instalar. Não são necessárias tomadas
múltiplas, a programação é mais simples e a Dois de dois
instalação de cabos e fios é mais barata. Ele O sistema de votação dois de dois só
pode ser programado para ser falha segura: desliga quando os dois transmissores votam
para uma configuração de transmissor, se o para desligar o sistema. Quando apenas um
sinal é abaixo de 3 mA ou acima de 21 mA, o vota, ele considera alarme falso e não desliga.
sistema de desligamento de emergência deve Neste esquema, os dois sensores devem
ser programado para reconhecer isto como reportar uma condição de desligamento, para
uma falha e votar um desligamento. Se o haver desligamento. O esquema dois de dois
transmissor excede estes valores em uma não é considerado seguro em falha porque há
entrada para um CLP, o CLP pode grampear a muitas condições em que um transmissor pode
saída de qualquer malha de controle (não a estar fora de serviço e incapaz de desligar.
malha do sistema de desligamento) que usa Assim, mesmo que o transmissor transmita um
voto para desligar, não ocorre o desligamento.

125
Alarme
No exemplo do transmissor de pressão, há
vários cenários em que não ocorre um
desligamento quando deveria ocorrer. Se um
transmissor é aberto para a atmosfera e lê 0
kPa G, ele envia um sinal de 4 mA para o
sistema de desligamento e o outro transmissor
está monitorando o processo, o desligamento
nunca será possível, porque o primeiro
transmissor nunca irá votar para desligar.
Em outro caso, se um instrumentista está
fazendo o ajuste de zero do transmissor, em
linha, este transmissor está efetivamente
bypassado e incapaz de votar para o
desligamento, e portanto nunca haverá
desligamento.
O sistema de votação dois de dois
normalmente não é usado em processo ou
segurança pessoal. Ele é muito usado em Fig. 8.16. Lógica para votação de dois de três
sistema de monitoração de equipamento
rotativo (vibração e deslocamento axial), onde
há problema de espaço para montar três
sensores. Comunicando os valores do sistema de
desligamento para o sistema de controle
Dois de três (SDCD) ou outro sistema digital para monitorar,
O sistema de votação dois de três só comparar valores e alarmar quando houver
desliga quando dois transmissores ou os três discrepâncias entre eles maiores que 5%,
transmissores votam para desligar o sistema. permite o operador efetuar reparos no
Quando apenas um vota, ele considera alarme transmissor de campo. Para isso, as saídas
falso e não desliga. dos três transmissores devem entrar em
O esquema de votação dois de três é o módulos de entrada separados, de modo que,
mais caro de instalar e adquirir, mas é o mais se o instrumentista induz falha no módulo A, os
fácil de manter e monitorar e provê o mais alto módulos com os transmissores B e C
nível de confiabilidade para a operação correta continuam em linha e votando. Se os três
da planta. transmissores estão montados no mesmo
As duas primeiras linhas olham o sinal real módulo de entrada, a falha deste módulo de
do processo e votam para desligar se a entrada causa um desligamento.
pressão de 50 kPa é excedida. As duas linhas
de baixo detectam falha na saída baixa do Aplicação prática
transmissor (i.e., abaixo de 3 mA). Neste Por exemplo, os termopares são pouco
exemplo, a falha de saída alta não é usada; em confiáveis quando se queimam
vez disso, qualquer sinal acima de 21 mA é freqüentemente, provocando desligamentos
detectado como desligamento pelo sinal do falsos, se cada termopar estiver ligado a um
processo votante maior que 50 kPa. Se isto único intertravamento. Para garantir que foi um
não aconteceu, mais linhas são necessárias distúrbio do processo (elevação da
para detectar falha de alta saída. Uma temperatura) que iniciou o desligamento, e não
mensagem na impressora é parte da saída, de apenas outra queima do termopar, um circuito
modo que o operador entende a causa da de votação é usado, em que mais de um
ocorrência do desligamento. Neste caso, o sensor medindo a mesma variável (p. ex., dois
desligamento foi provocado por sobrepressão. de três) sejam requeridos para detectar uma
Alguns esquemas usam o meio de três condição de alarme que irá acionar o
para determinar um valor de processo e depois desligamento.
votar somente este valor. Esta é uma técnica Na Fig. 8.17, três termopares medem a
valida, mas deve-se monitorar a falha dos mesma temperatura e são ligados através da
transmissores. bobina do relé ao sistema de intertravamento
com sistema de votação de dois em três
elementos: o sistema só é desligando quando
dois de três termopares atuarem.

126
Alarme
Um sistema é chamado de tolerante à falha
quando tem a capacidade de operar de acordo
com as especificações de projeto, mesmo
quando ocorrem determinados tipos de falhas
em sua estrutura interna ou no ambiente
externo.

Projeto de sistema de shutdown


Há três razões para implantar um sistema
de segurança altamente confiável:
1. salvaguardar vidas humanas próximas
do processo
2. evitar poluição do ambiente
3. proteger investimento da instalação
física contra interrupções custosas
No projeto de um sistema de alarme e
desligamento, há dois conceitos distintos de
segurança:
1. seguro em falha ou estado parado
Fig. 8.17. Circuito de votação onde dois de três 2. operacional em falha ou estado de não
termopares devem atuar ou falhar para causar um parado.
desligamento No estado de seguro em falha, um sistema
de segurança vai para uma condição segura
predefinida (desenergizado para desligar)
segundo uma falha. No estado de operacional
Quando apenas um termopar atua, não há em falha, um sistema de controle de proteção
desligamento. Por exemplo, quando TS1 abre, contínua a executar suas funções de controle
CR1 é desativada, abrindo CR1-1 e CR1-2, sem qualquer atraso (tempo real) em vista da
mas CR4 não é desativa. falha do componente. Há ainda um terceiro
Quando dois termopares atuarem, há estado que combina operacional em falha com
desligamento. Por exemplo, quando TS1 e TS2 seguro em falha, em que o processo total
abrem no mesmo período de tempo e o terceiro permanece energizado enquanto algum
TS3 permanece operando, CR1 e CR2 são componente do processo é desligada ou
desativadas, abrindo CR1-1, CR1-2, CR2-2 e desenergizada.
CR2-1. Agora, todos os três circuitos paralelos
são desligados, embora TS3 esteja ainda 6.6. CLP de segurança
operando. CR4 está desativada e o
Uma classe especialmente projetada de
intertravamento de desligamento funciona.
CLP, chamada de CLP de segurança, fornece
alta confiabilidade e alta segurança através de
Falha da fonte de alimentação
uso de projeto especial de circuitos, software
Embora a fonte de alimentação não faça especial e redundância preconfigurada. O CLP
parte do sistema de votação, ela tem um de segurança tem circuitos que são projetados
grande impacto na confiabilidade de um para serem de falha segura com diagnostico
sistema de desligamento ou no CLP. Deve embutido. O processador de um CLP de
haver redundância de fonte, de modo que segurança tem diagnóstico embutido para
quando há falha em uma, a outra suporta a memória, operação do processador,
alimentação do sistema e não há desligamento temporizados watchdog e todos os sistemas de
do sistema. As fontes redundantes devem ser comunicação. O endereçamento dos módulos
alimentadas de linhas independentes, de modo I/O é feito através de mensagens seriais de
que a falta de alimentação de uma fonte não comunicação que tem check automático e total
desliga também a outra. de erro. A arquitetura 1oo1D (lê-se 1 out of 1
com diagnóstico) usa circuitos de diagnósticos
6.5. Sistema de Falha Segura
específicos para converter falhas perigosas em
Quem falha em planejar, planeja para falhas seguras através da desenergização da
falhar. Sempre é necessário identificar e saída.
analisar as falhas passadas para desenvolver Muitos dos componentes usados nos
um plano para evitar ou minimizar as falhas circuitos do CLP convencional podem falhar de
futuras ou para estabelecer uma plano que modo a energizar a chave de saída. Neste
deve decidir primeiro que tipos e níveis de risco estado, o controlador não pode desenergizar a
são aceitáveis ou inaceitáveis. saída e fazer sua proteção funcionar. Este tipo

127
Alarme
de falha pode levar a uma condição que é
perigosa para o equipamento e pessoal.
Na arquitetura de CLP de segurança
1oo1D, mostrada na Fig. 8.18, a energia de
saída flui através de chaves duais para a carga.
Uma chave de estado sólido fornece a saída
normal do controlador. Um relé, controlado por
um diagnostico embutido, fornece a segunda
chave através de um conjunto de contatos
normalmente abertos. Se for detectada uma
falha perigosa dentro do canal de saída, os
contatos do rele são abertos. Esta ação
desenergiza a saída, garantindo que a saída
falha em um modo seguro.

Fig. 8.19. Arquitetura com I/O serial


redundante e diverso com diagnóstico – 1oo1D

Enquanto a primeira prioridade de um


sistema de controle crítico seja a segurança, o
sistema deve também manter alta
disponibilidade para evitar desligamentos
desnecessários. Sistemas de segurança devem
ter alta disponibilidade através de redundância
extensiva que cubram características de
redundância interna padrão até redundância de
um módulo de controle.
Um sistema com CLP de segurança
Fig. 8.18. Arquitetura com I/O dual e também oferece a opção de sistemas
diverso e com diagnóstico – 1oo1D redundantes fisicamente separados em
gabinetes diferentes. Isto minimiza a
susceptibilidade do sistema à causa comum,
como aquecimento do gabinete ou dano no
Quando é importante adicionar uma alta gabinete.
disponibilidade ao sistema, uma arquitetura de
redundância é aplicada. Podem ser usados
dois CLPs convencionais: 1oo2D (1 out of 2
com diagnóstico) e o 2oo3 (2 out of 3). O CLP
de segurança equivalente usaria um 1oo1D e
1oo2D, respectivamente. O primeiro fornece
segurança através do circuito de diagnóstico e
uma série extra de chaves de saída
(Fig. 8.19). Alta disponibilidade é conseguida
pela conexão paralela de dois conjuntos de
circuitos eletrônicos. Se um falhar, o outro entra
e mantem a carga. Dependendo da mistura de
módulos I/O analógicos e discretos, o custo de
um CLP de segurança é tipicamente não muito
maior que as versões convencionais. Uma
vantagem grande da arquitetura 1oo2D é a
eliminação de qualquer engenharia especial,
circuito externo e programação especial. O
custo de um CLP de segurança pode ficar
muito menor.

Fig. 8.19. Arquitetura redundante – 1oo2D

128
Alarme
A Fig. 8.20 mostra uma comparação entre
uma redundância tripla de um CLP 7. Automação e Segurança
convencional usando um circuito de votação
com um CLP de segurança usando circuito de 7.1. Introdução
diagnóstico completo através de cada par
Os acidentes raramente tem uma única
redundante de CLPs. Embora isto pareça
causa. Usualmente, os acidentes são uma
seguro, a versão de tripla redundância não
combinação de eventos raros que as pessoas
considera os efeitos da causa comum (pois
inicialmente assumem que sejam
estão todos no mesmo gabinete ou usando a
independentes e não acontecem ao mesmo
mesma fonte de alimentação) nem a
tempo. Por exemplo, seja o pior acidente até
vulnerabilidade do circuito de votação em si. O
hoje, em Bhopal, Índia (1984), onde cerca de
que ocorre se os dois estiverem incorretos?
2000 pessoas morreram e
Este circuito irá escolher um dos circuitos
200 000 ficaram feridas.
errados, evitando o correto.
A planta era da Union Carbide Co. O
Uma arquitetura de CLP seguro, mostrado
material que vazou em Bhopal foi metil
na arquitetura de tripla redundância na
isocianato (MIC). O vazamento ocorreu de um
Fig. 8.20, usa circuitos de diagnostico
tanque de armazenagem que tinha mais
independentes, que garante diferenciação entre
material do que o permitido pelas exigências de
o controlador com defeito e o controlador bom.
segurança da planta (primeira causa). O
Cada um dos dois pode facilmente ser
procedimento de operação usava um sistema
colocado sob fontes de alimentação separadas.
de resfriamento do tanque, para manter a
temperatura do material abaixo de 5 oC . Um
alarme de temperatura deveria soar em 11 oC .
A unidade de resfriamento foi desligada
(segunda causa) e o material ficou em 20 oC .O
limite de alarme de temperatura foi mudado de
11 para 20 oC .
Um operador foi encarregado de lavar
algumas tubulações e filtros que estavam
entupidos. O vazamento de água passou em
um tanque contendo MIC. As indicações de
pressão e temperatura que indicavam
condições anormais foram ignoradas (terceira
causa), porque acreditava-se que estavam
incorretas. Um scrubber de vent que deveria
neutralizar o vazamento foi mantido fora de
operação porque se pensou que ele seria
desnecessário quando a produção parasse
(quarta causa). O scrubber de vent era, de
qualquer modo, inadequado para manipular o
tamanho do vazamento. A torre de flare, que
poderia queimar algum do material estava
desligada para fins de manutenção (quinta
causa). Também o flare não estava
dimensionado para manipular a quantidade de
material deste vazamento. O material poderia
Fig. 8.20. Arquitetura lógica – 1oo2D
ter sido ventado para tanques vizinhos, mas os
indicadores de nível mostravam que eles
estavam parcialmente cheios (sexta causa).
Uma cortina de água estava disponível para
neutralizar o vazamento, mas o MIC estava
vazando de uma altura de 30 metros acima do
chão, altura que a cortina de água não atingia
(sétima causa).
Os trabalhadores entraram em pânico e
fugiram, ignorando quatro ônibus que deviam
evacuar os funcionários e moradores vizinhos.
O supervisor de MIC não conseguiu achar sua
máscara de oxigênio e quebrou a perna
tentando escalar uma cerca vizinha. O gerente

129
Alarme
da planta, quando informado do acidente, disse os eventos perigosos. É importante traçar a
em desabafo: O gás não pode vazar de minha diferença entre as camadas de prevenção (que
planta, pois ela está parada. Nossa tecnologia são projetadas para evitar o perigo de ocorrer,
não pode estar errada. Nós não podemos ter em primeiro lugar) e as camadas de mitigação
vazamentos. (que são projetadas para conter ou diminuir as
Investigações de acidentes tem mostrado que conseqüências do perigo, uma vez ele tenha
um grande número ocorre durante paradas da acontecido).
produção e enquanto o operador está tentando
manter ou partir de novo a produção. Em todos 7.2. Camadas de Prevenção
os casos, a situação perigosa foi criada pela
vontade de economizar tempo e facilitar a Projeto da planta de processo
operação. E em todos os casos, a segurança A planta de processo deve ser projetada
da companhia foi violada. com a segurança em mente. Para isso, são
O melhor e mais redundante sistema de feitos o HAZOP (estudos de perigo e
segurança pode ser anulado por práticas de operabilidade) e outras revisões, com árvore de
gerenciamento pobres ou conflitantes. Um falha, checklist, o que-se?
acidente em uma planta de polímero ocorreu Um grande impulso dentro da indústria de
depois que a operação bypassou todos os processo é projetar plantas seguras
alarmes e intertravamentos para aumentar a inerentemente. Não se deve projetar uma
produção em 5%. Em outro acidente, os planta perigosa com a intenção de fazer um
alarmes e intertravamentos deixaram de monte de remendos para consertar os
funcionar mas isto não ficou conhecido porque problemas. O projeto deve ser feito de modo
a manutenção decidiu eliminar os checks que não sejam necessários os consertos.
normais de manutenção da instrumentação de Deve-se trabalhar com projeto de baixa
segurança. pressão, baixo estoque, materiais não
perigosos e assim por diante.
É surpreendente como há tanta resistência
em fazer a coisa certa, seguindo as normas de
segurança. Às vezes se considera que o
Fogo & Gás sistema mais seguro terá maior custo inicial.
Nem sempre isto é verdade, porém, mesmo
que fosse, uma planta mais segura tem um
muito menor custo de propriedade durante o
Sistema de ciclo de vida de qualquer projeto. O mesmo se
Intertravamento aplica à qualidade. Muitos justificam, dizendo
que não podem suportar os custos de
qualidade e segurança. O que eles não devem
Alarmes suportar é não ter estes sistemas bem
projetados. Às vezes, a solução mais segura é
até a mais barata.
Controle do Sistema de controle de processo
Processo
O sistema de controle de processo é uma
camada de segurança acima da planta de
Planta de processo. Ele controla a planta para o melhor
Processo ponto de controle, visando a qualidade do
produto e mantém todas as variáveis (como
vazão, pressão, temperatura, nível e análise)
dentro de limites seguros. Alguns ficam
Fig. 8.21. Camadas de proteção relutantes com considerar o sistema de
controle de processo como uma camada de
segurança, mas não há problema, desde que
A Fig. 8.1 aparece em vários formatos na ele não seja a única camada.
maioria das normas. Ela mostra que há várias A automação geralmente não elimina o
camadas de segurança, algumas de prevenção homem do sistema e freqüentemente aumenta
e outras de mitigação. O conceito básico é: não suas tarefas para novos níveis de capacidade e
colocar todos os ovos na mesma cesta. flexibilidade. Se computadores são usados
Os sistemas instrumentados de segurança para tomar mais e mais decisões porque o
(SIS) são projetados para monitorar o processo julgamento e intuição do operador não são
e as saídas de controle para evitar ou mitigar satisfatórios, então pode ser um erro ter o

130
Alarme
homem como o árbitro final. A experiência para operação normal de rotina, não é
mostra que o homem é ruim para monitorar recomendável para situações críticas de
sistemas automáticos. Tarefas que requerem emergia.
pouca ação ativa do operador resultam em Por exemplo, os acidentes ocorrem porque:
diminuição do alerta e da vigilância e pode Operadores não acreditam que eventos
resultar em complacência e em uma confiança raros sejam reais ou genuínos.
exagerada no sistema automatizado. Longos Operadores são sobrecarregados de
períodos de monitoração passiva podem tornar informação e deixam de agir.
os operadores despreparados para agir nas As pessoas tem sido e vão continuar
emergências. Alguém já disse que o controle a sendo, diretamente responsáveis por muitos
computador torna o operador um idiota. Um acidentes (os relatórios de acidentes
modo de resolver este problema é envolver o documentam isso). Felizmente, o resto da
operador em análise de segurança e tomadas indústria aprendeu destes exemplos e não
de decisão todo o tempo. Ou seja, envolver repetiu estes erros.
mais o operador e não menos. São relatados casos onde o operador viu o
alarme, sabia que era significativo e mesmo
Sistema de alarme assim não tomou ação, porque considerou
Se o sistema de controle de processo deixa falso o alarme (Oh, eu vi isto todo o tempo!) ou
de fazer sua função, por qualquer número de esperava ver se alguma outra coisa mais iria
razões, os alarmes podem ser usados para acontecer (geralmente o que vem depois é a
alertar o operador de que alguma forma de sua catástrofe).
intervenção é necessária. Por Murphy, quando as coisas dão errado,
O sistema de alarme e monitoração devem: elas tendem a cascatear e aumentar. É
Detectar problemas, o mais rápido relatado um caso de uma planta onde houve
possível, em nível suficientemente baixo um desligamento de emergência e o sistema
para garantir que a ação pode ser tomada (SDCD) imprimiu 17 000 mensagens de
antes que se atinja estados perigosos. alarme! Sufocar o operador com tanta
Ser independente dos equipamentos que informação é uma estupidez. Informação
ele estão monitorando, ou seja, ele não demais não é bom.
deve falhar se o sistema monitorado falhar. Quando o operador defronta com situação
Adicionar o mínimo de complexidade com risco de vida que requer tomada de
possível. decisão dentro de um minuto, ele tende a tomar
Ser Fácil de manter, checar e calibrar. a decisão errada em 99% do tempo. Ou seja,
O sistema de alarme e monitoração é a durante emergências, o homem (e também a
camada de segurança em que o operador se mulher) é o pior em que se confiar,
envolve ativamente. O operador é geralmente independente de quão bem treinado ele (ou
requerido pela simples razão que nem tudo ela) seja.
pode ser automatizado. É praticamente
impossível para o projetista prever todos os Sistema instrumentado -
conjuntos possíveis de condições que Desligamento/Intertravamento
poderiam ocorrer. O operador humano precisa Se o sistema de controle e operador falham
ser considerado pois somente ele é flexível e em agir, o sistema de desligamento de
adaptável em certas situações. emergência assume o controle. Este sistema
Isto é uma faca de dois gumes. Eventos não deve ser separado completamente do sistema
considerados no estágio de projeto certamente de controle, com seus próprios sensores,
também não é incluído no treinamento do transmissores e válvulas. Este sistema requer
operador. Por outro lado, seguir simplesmente um alto grau de integridade, de modo que seja
procedimentos cegamente resulta em evitadas trocas ou mexidas não autorizadas e
acidentes. Desviar da regra, quando tenha um alto nível de diagnóstico. Este
necessário, é uma marca de pessoa sistema é o tema deste trabalho.
experiente, mas isto pode levar a erro humano
ocasional e a ser o culpado, depois do fato. 7.3. Camadas de Mitigação
Camadas de prevenção são projetadas
Confiabilidade humana para evitar a ocorrência de perigo, em primeiro
Algumas pessoas dizem que não querem lugar. Camadas de mitigação são projetadas
sistemas automáticos em suas plantas para conter ou diminuir as conseqüências do
controlando a segurança, pois elas preferem perigo, uma vez ele já tenha ocorrido.
confiar em pessoas que foram educadas e
treinadas na operação e na dinâmica de seus
processos. Embora isso possa ser aceitável

131
Alarme
Sistema de fogo & gás as sirenes), eles podem ainda ser considerados
Se o sistema instrumentado de segurança uma camada de segurança.
falha e ocorre um acidente, o sistema de fogo e 7.4. Diversidade
gás pode ser usado para mitigar ou diminuir as
conseqüência do evento. Nos EUA, este Os investidores financeiros entendem o
sistema é apenas de alarme e não possuem conceito de diversidade. E também o granjeiro
nenhuma ação de controle automático. e o investidor de ações. Se os investidores
Tipicamente, as equipes de incêndio devem colocam todas suas aplicações em uma única
intervir e manualmente apagar o fogo. Fora dos ação e esta ação cai, eles perdem muito. E se
EUA, estes sistemas freqüentemente tomam o granjeiro coloca todos os ovos em uma única
algum tipo de ação de controle ou pode ser cesta e cai, todos os ovos se vão. Assim, como
integrado com o sistema de desligamento de é mais prudente espalhar as aplicações em
emergência. várias ações e tipos de investimento (ouro,
Uma grande diferença entre o sistema de poupança, dólar, imóveis, fundo de
desligamento de emergência e o de fogo & gás, investimento, hedge), também é mais seguro
é que o sistema de desligamento opera distribuir os riscos em várias camadas. Tudo
geralmente energizado (e desenergiza para falha, é apenas uma questão de quando.
desligar), enquanto o sistema de fogo & gás é Quanto mais camadas houver, melhor. Além
normalmente desenergizado (e energiza para disso, cada camada deve ser a mais simples
tomar ação). A razão para isso é muito simples. possível e a falha de uma camada não deve
O sistema de desligamento de emergência é evitar que outra camada desempenhe sua
projetado para levar a planta para um estado função esperada.
seguro, que usualmente significa parar a A diversidade pode e deve ser associada à
produção. Desligamento falso (parar a planta redundância.
quando nada está errado) é economicamente
ruim (porque se perde produção) mas é 7.5 Conclusão
geralmente não catastrófico em termos de Acidentes são geralmente uma combinação
segurança. Realmente, estudos tem mostrado de eventos raros que as pessoas inicialmente
que enquanto as operações de desligamento e assumem que sejam independentes e que não
partida correspondem a 4% do tempo total de aconteceriam ao mesmo tempo. Um método de
operação, cerca de 25% dos acidentes se proteger contra tais eventos é implementar
acontecem durante estes 4% de tempo. O camadas de segurança, várias e diferentes,
sistema de fogo & gás é projetado para tornando mais difícil e menos provável que
proteger gente e equipamento (nesta ordem, aconteça uma condição perigosa.
acreditam?). A operação espúria deste sistema Deve-se implementar várias camadas de
pode destruir certas peças do equipamento e segurança independentes. Algumas camadas
possivelmente pode até resultar em morte (e.g., tem a função de evitar a ocorrência dos
uma injeção de CO2 na sala de controle). Se o acidentes (camadas de prevenção) e outras
sistema é normalmente desenergizado, tal tem a função de diminuir as conseqüências do
falha se torna altamente improvável. acidente, assim que ele acontece (camadas de
mitigação).
Sistema de contenção (containment) Quanto mais seguras as camadas, melhor,
Há outras camadas de mitigação não embora a melhor defesa seja remover o perigo
mostradas na Fig. 8.1. Por exemplo, se um na fase inicial do projeto. Projetos
tanque de armazenamento atmosférico se inerentemente seguros resultam em projetos
romper, deve haver diques para conter o mais simples e com menor custo de
vazamento. Em planta de energia nuclear, os propriedade.
reatores geralmente estão alojados em
edifícios de contenção para evitar vazamentos
acidentais (Nos dois grandes acidentes
nucleares do mundo – um capitalista e outro
comunista, Chernobyl não tinha edifício de
contenção e Three Mile Island tinha.

Procedimentos de evacuação
No caso de um vazamento catastrófico, são
usados procedimentos de fuga para evacuar o
pessoal da área e, se necessário, mesmo a
comunidade externa. Embora sejam apenas
procedimentos e não um sistema físico (exceto

132
9. IHM
Objetivos de Ensino
1. Mostrar como os painéis convencionais foram substituídos pelo monitor de vídeo.
2. Identificar os elementos do display no monitor de vieo.
3. Apresentar os diferentes tipos de tela: visão geral, grupo e detalhes.
4. Mostar a dinâmica e filosofia das cores nas telas de operação.
5. Apresentar a hierarquias de telas.

controle. As distâncias eram limitadas pelos


1. Humanos no controle sinais padrão envolvidos; tipicamente uns 300
Assim como a arquitetura cresceu de um m para pneumático e 3 km para eletrônico.
simples controlador para sistemas de controle e Os instrumentos pneumáticos eram
depois para redes de controle abertas, as montados em grandes painéis, por causa de
técnicas de interface humano-máquina (IHM) seus tamanhos grandes. Os instrumentos
também evoluíram. Inicialmente os eletrônicos, que vieram depois e eram
instrumentos eram montados no campo e o miniaturizados, ocupavam menos espaço e
operador devia ir à área industrial. Depois os seus painéis eram menores. Agora, o operador
instrumentos foram colocados em grandes lia os valores das variáveis no painel central,
painéis pneumáticos centralizados e comparava estas leituras com os valores de
posteriormente, em pequenos painéis referência e atuavam no processo, através do
eletrônicos. Com o aumento do tamanho e painel. O operador ainda ia à área industrial,
complexidade das plantas, os painéis ficaram porém mais raramente e apenas para ajustar
cada vez maiores, exigindo dos operadores alguma válvula e outro elemento final para
uma navegação virtual entre os displays e modificar e alterar o processo, mas não mais
chaves de atuação. Finalmente, a interface para fazer medições no processo.
entre processo e operador migrou para o
monitor do PC, onde o operador monitora e
atua no processo através da tela, que constitui
uma janela para o processo.
1.1. Sentindo a planta
No início, o operador utilizava os sentidos
para determinar o progresso de qualquer
processo industrial, geralmente requerendo
alguém que fosse um especialista no assunto.
Como mostrado na Fig. 9.1, o operador andava
pela planta, olhando em todas as partes
diferentes do processo, e sentindo quando algo
Fig. 9.1. Sentindo a planta na área
era operando suavemente, baseado em sua
experiência. O operador dava o giro pela planta
para determinar se as condições estavam
perfeitas. Ele poderia parar, escutar, cheirar,
O objetivo ainda era aumentar a
sentir, apalpar e ver o que havia mudado. Às
produtividade da planta. Melhor produtividade
vezes, isto não era tão óbvio. Com o tempo,
significava fazer mais produto, em tempo
ele desenvolveu a capacidade de fazer
menor e dentro das especificações
medições de diferentes parâmetros para sentir
estabelecidas. Isto era conseguido quando o
e mostrar pressão, temperatura, vazão, nível,
operador era capaz de observar a indicação
análise e outras variáveis do processo.
correta da variável do processo e responder
Na realidade, isto era uma forma de
rapidamente a qualquer variação do processo.
controle distribuído. Estes sensores e
Quanto mais rápido fosse a resposta, mais
transmissores distribuídos enviavam os sinais
para um painel centralizado na sala de

133
IHM
confiante o operador operava o processo e oportunidade para gerenciar todos os dados e
mais rapidamente. apresentar ao operador o que fosse realmente
Sensores, transmissores e instrumentos importante. A introdução da tela de vídeo
eletrônicos apareceram, para levar a permitiu trazer todos os dados para o operador,
informação do campo para o painel de modo em vez de levar o operador para ver os dados.
mais fácil e rápido. Como a eletrônica também Diferente do painel convencional, a tela de
aumentou os tipos de sensores, a informação vídeo permitiu o painel de controle vir para o
aumentou muito e os painéis ficaram cada vez operador e tornou-o mais fácil para procurar
maiores, mesmo com os tamanhos menores alarmes, cadeias de eventos e todas as
dos instrumentos eletrônicos. A configuração variáveis de processo. Porém, agora, o
(layout) do painel era crítica. Os vários operador ficava isolado na sala de controle e
tamanhos, cores, formatos, direções dos não mais ia sentir a operação do processo,
instrumentos eram limitados pela tecnologia. como quando dava sua volta pela planta.
Qualquer interface de operação deve por isso
1.2. Painéis da sala de controle substituir todas estas entradas.
O layout e a organização de um painel de
controle são essenciais para ajudar a entender
as condições no processo. Como os
instrumentos são agrupados e como estes
agrupamentos são colocados no painel de
controle dão um melhor entendimento do que
está acontecendo dentro do processo.
Geralmente, algumas linhas e diagramas de
fluxo são também desenhados nos painéis,
mas mesmo assim, os painéis ainda eram
estáticos. Quando as plantas e processos
ficaram maiores, também os painéis
aumentaram. Os painéis ficaram tão grandes
que os operadores literalmente navegavam
neles em skates ou patins de roda.
Fig. 9.3. Painel eletrônico

É e sempre foi responsabilidade do


engenheiro de sistema projetar todo o sistema
de controle, especialmente o modo em que os
operadores executam o plano de operação. No
passado, havia pouca coisa para o engenheiro
de sistema fazer, exceto colocar a maioria de
instrumento no sistema. Não havia modo de
alterar os frontais dos instrumentos. Hoje, com
o uso de sistemas de vídeo, as possibilidades
Fig. 9.2. Painel pneumático se expandiram tanto que podem provocar
confusão. As interfaces de usuário são tão
importantes quanto a estratégia de controle em
melhorar a produtividade da planta.
Para entender o que estava acontecendo
nas extremidades (medições e atuações) do 2. Vídeo para interface
processo, foram criados os dispositivos e
Os computadores invadiram todas as
anunciadores de alarme. Bandeirolas, sirenes,
partes da planta de processo. Eles são usados
buzinas, lâmpadas piloto foram colocados para
para finanças, colocação de pedido,
alertar o operador e determinar se algo estava
inventários, gerenciamento da produção,
fora do normal. Isto limitava a operação de uma
gerenciamento do produto, gerenciamento do
planta complexa e sua produtividade, embora
processo e gerenciamento do equipamento.
aumentasse a segurança de operação. Quando
Todas estas funções são consideradas
se colocavam mais sensores, era necessário
diferentes e independentes, e geralmente são
gerenciar todas as medições extras.
rodadas em departamentos diferentes usando
Isto levou, felizmente, ao advento do
computadores diferentes.
computador pessoal, que oferecia uma

134
IHM
Porém, hoje, os computadores estão se rapidamente, nos anos 1990. Nesta época, viu-
tornando mais de uso geral na construção de se a convergência da televisão, computador e
suas plataformas de sistema operacional. As publicação (Fig. 3.4). Na passagem do milênio,
diferenças entre sistemas é agora tem-se computadores, televisão e publicação
principalmente um resultado dos pacotes de funcionando dentro do mesmo tipo de
aplicação que rodam neles. É necessário isolar equipamento eletrônico. Este hardware
funções do computador para tais necessidades também trata estas funções sem distinção.
como tendo controle de tempo real. O uso de Esta convergência tem um efeito muito
vários microprocessadores e várias importante nos sistemas de automação e nas
comunicações de rede torna possível o interfaces humano-máquina (é considerado um
compartilhamento de dados entre os vários machismo dizer homem-máquina e soa
grupos diferentes. Mas, a apresentação dos estranho dizer mulher-máquina, por isso o
dados, usualmente através de telas de politicamente correto é dizer humano-máquina).
estações de operação, varia dependendo da Ela influenciou as capacidades da interface,
função destes grupos diferentes. sua comunicação, operação e negócios.
As estações de trabalho atuais fornecem
2.1. Estações de operação com uma incrível potência de processamento a
vídeo baixo custo, com alta resolução gráfica,
consistência e facilidade de uso. As estações
A interação com o controle de processo
podem ser colocadas em rede, facilmente. Sua
geralmente cai em estações proprietárias,
expansão pode ser aumentada, simplesmente
estações de trabalho comerciais e
pela colocação de processador mais novo.
computadores pessoais (PCs).
Assim, o usuário pode fazer atualizações, sem
As estações de trabalho comerciais foram
substituir o computador inteiro ou toda a
projetadas para transações de negócios que
configuração. Estas estações de trabalho
podem levar minutos, horas ou até dias. Elas
podem fazer multitarefa, ou seja, executar
não são práticas para rodar processos que
várias tarefas em um tempo muito curto no
precisam de interfaces para trabalhar dentro de
mesmo microprocessador. Elas tipicamente
minutos e segundos. Como resultado, os
rodam em Unix ou alguma variante dele ou em
vendedores fizeram modificações para que elas
Windows NT.
tratassem dados em tempo real.
2.2. Desenvolvimento futuro
Quando os PCs desenvolveram mais
potência de processamento, capacidades e
memória, o cenário mudou de novo. Algumas
estações de trabalho são constituídas de um
conjunto de computadores pessoais para
ajudar a superar a necessidade de
manipulação de dados em tempo real. Isto de
novo faz a estação de trabalho ser distribuída.
Plataformas comerciais se tornam disponíveis
para assegurar a expansão da capacidade e
capabilidade, sem substituir o sistema. A
capacidade de multitarefa de um único
processador permite muitas funções serem
executadas (Fig. 3.5). As estações ficam cada
vez mais baratas, tendo aproximadamente o
Fig. 3.4. Mudanças nas tecnologias preço de um PC. As estações permitem o
usuário controlar e monitorar mais processos
simultaneamente, brincar com “o que se” e
fazer uma análise detalhada dos dados e fazer
A maioria dos computadores não pode tudo isso simultaneamente.
trabalhar com o mesmo tipo de processamento
gráfico necessário em operação de processo
típica. As estações do operador devem também
ser capazes de receber dados em tempo real,
quando eles acontecem e causar ações
exatamente quando necessário. A rede e as
capacidades de display do PC médio nunca
atende estas exigências. Esta limitação mudou

135
IHM
operação do sistema de controle. A estação de
trabalho pode também ser parte de teste de
malhas, que pode ser feito antes do embarque,
economizando tempo valioso.
As estações de trabalho, hoje, permitem a
atualização do hardware, tal como o último
microprocessador e tipo de memória. Isto pode
melhorar o desempenho sem alterar o
programa, geralmente com o processo em
operação.

Fig. 3.5. Multitarefa de várias funções com


um único processador

A demanda por mais capacidade e melhor


desempenho a baixo custo trouxe mudanças
com o aumento do uso não industrial. O maior
o volume de vendas no mercado geral justifica
os vendedores de estações de trabalho em
esforçarem para melhorar as funções e os
preços.
As estações de trabalho também Fig. 9.6. Redes em torno de controladores
aumentam e melhoram a habilidade de o em uma arquitetura com grande sistema
operador projetar a estratégia de controle e, na
mesma máquina, projetar telas funcionais.
Estas telas, dentro da mesma estação, podem
ser separadas para a operação, engenharia,
manutenção e negócios. As telas podem 2.3. Veja e sinta
focalizar especificamente os trabalhos As interfaces gráficas de usuário (GUI) são
requeridos sem confundir o usuário com dados caracterizadas por seu ver e sentir. Isto inclui a
sem significado. Geralmente, muitos dados aparência visual dos objetivos, como menus,
inexplicáveis podem causar uma ação bem botões, caixas de dialogo e como as seleções
definida, mas desastrosa. Códigos de são feitas dos menus. Por exemplo, um menu
segurança podem ser incorporados, como com botões aparece quando o botão esquerdo
senhas, para garantir esta separação. do mouse é acionado ou o mouse deve ser
As principais vantagens de uma estação de clicado sobre o botão do menu? O botão do
operação são: mouse precisa ficar apertado e a seleção é
Aumento e melhora da habilidade do feita arrastando o ponteiro para a entrada e
usuário liberando o botão do mouse ou o botão do
Projeto estratégico de controle mouse deve ser apertado? As ações dos
Projeto de telas funcionais botões requerem confirmação do operador ou
Operação mais eficiente não?
Manutenção mais fácil Nos últimos anos, houve a batalha da
Negócios mais rentaveis interface gráfica do usuário (GUI), em que
Entrega de projetos completos mais diferentes vendedores tentaram empurrar seu
rápida veja e sinta como norma. Motif é o veja e sinta
Atualização do desempenho do especificado pela Fundação do Programa
processo Aberto (Open Software Foundation – OSF) que
Usadas corretamente, as estações de tem a Digital, Hewlett Packard e IBM como
trabalho podem ser projetadas para apresentar suporte. O Open Look era o veja e sinta
projetos completos, de modo rápido. A especificado pela Unix International, que tem a
configuração do processo permite o rearranjo Microsystems e AT&T como suporte. Por um
da estratégia do controle e ajuda o operador longo tempo, pensava-se que o Motif seria a
analisar as seleções de estratégia e oferece norma de fato, mas em MAR 1993 foi
sugestões alternativas. Isto pode ser uma parte anunciado o Unix GUI unificado, que seria
do “o que se” que pode ser incorporado na adotado como padrão pelo Consorcio X/Open.

136
IHM
Os membros da coalizão atrás desta norma Para muitas aplicações, uma estação de
incluem IBM, HP, Sun, Unix System Lab, trabalho mediana é suficiente. Se for desejado
Univell e Santa Cruz Operation. maior desempenho, a mesma aplicação pode
No X-Windows, o veja e sinta da aplicação ser usada em uma estação mais avançada. Se
vem de duas fontes. for desejado menor desempenho, como um
Uma fonte é o veja e sinta fornecido pelo terminal para monitorar um processo de uma
gerenciador da janela que está rodando na estação remota, um terminal X-Windows de
máquina onde a janela de aplicação aparece. O baixo custo é a melhor opção. Mesmo PC com
gerenciador de janela determina como o software X-Windows pode ser instalado e
paradigma é implementado, ou seja, determina usado.
como as janelas são movidas, arrumadas, O controle de processo precisa ter a
convertidas em ícone e redimensionadas. O habilidade de mostrar muita informação
gerenciador de janela arruma a janela, simultaneamente e chavear rapidamente entre
colocando molduras em torno de cada janela diferentes displays. O X-Windows oferece
de aplicação. Estas molduras são chamadas de janelas múltiplas simultâneas e a habilidade de
decoração da janela e usualmente contem um rapidamente mover, redimensionar, converter
botão que chama um menu mostrando para ícones e rearranjar as janelas. Com este
escolhas, tais como conversão da janela em tipo de funcionalidade, é possível ter um
ícone ou saindo da aplicação. A moldura da display gráfico do processo em uma janela e ter
janela geralmente contém contornos que um display com gerenciamento de sistema em
podem alterar o tamanho da janela. O modo outro. Ao mesmo tempo, os alarmes podem ser
que estas figuras parecem, retângulo ou mostrados em janelas pop-up e um aplicativo
quadrado, 2D ou 3D e o modo como eles de configuração de tela pode estar em outra
trabalham, clic ou apertar e arrastar, depende janela. Porém, deve-se lembrar que toda esta
do veja e sinta que vem com o gerenciador de potência tem seu custo. Neste caso, o custo é
janela. a necessidade de melhor desempenho de
A outra fonte vem da aplicação em carga e processamento da rede para todo este
segurança intrínseca, ou seja, o que está aumento de atividade.
dentro da moldura. Se uma aplicação é Houve uma mudança de filosofia nas telas
constituída em um kit de ferramenta, como o de vídeo:
Motif da OSF ou Open Look da Sun, ela irá Originalmente para ver
exibir o veja e sinta deste kit de ferramenta. cuidadosamente o processo em si
Controles de processo tendem a tirar as Depois, substituição dos painéis
capacidades do sistema gráfico nas seguintes gráficos estáticos
áreas: Mais tarde, operação da planta através
Display chama o tempo e atualiza o de teles com frontais de instrumentos,
tempo substituindo painéis de instrumentos
Atualização em tempo real de muitos convencionais, fornecendo
pontos de dados, alarmes e objetos Telas gerais
gráficos dinâmicos Grupos
Display de grande quantidade de Detalhes (pontos)
informação gráfica e textual Listas de alarmes
simultaneamente Atualmente, inclui gráficos dinâmicos
Habilidade de chavear rapidamente com melhoria contínua para interação
entre displays de aplicações diferentes
Resolução de tela para apresentação 2.4. Papel da estação de trabalho
clara de dados muito dinâmicos Durante os anos 1950 e 1960, o vídeo foi
Nem o tempo ou a resolução de tela são usado na sala de controle para mostrar o
diretamente endereçáveis pelo X-Windows. Isto processo em segurança intrínseca. Isto foi útil
é assunto de hardware. É realmente o especialmente quando o processo era distante
desenvolvimento de estações de trabalho ou inacessível, como ver o interior de um forno.
poderosas, mas econômicas que permitiu o X- Depois, o uso do vídeo foi para construir e
Windows ser conveniente para aplicações de mostrar painéis gráficos durante os anos 1960
controle de processo. Uma vantagem do X- e 1970, onde era econômico na alteração do
Windows é que as aplicações podem ser trabalho de arte necessário nos painéis
independentes de plataformas. Como já dito, tradicionais. Nesta época, ainda havia pouca
uma vez que uma aplicação é desenvolvida, vantagem na dinâmica, por causa da
ela pode rodar em plataformas diferentes, que programação mássica e cara requerida. Porém,
podem ser selecionadas baseando no nível ninguém considerava usar técnicas de vídeo
desejado de desempenho ou no orçamento. para o controle real da planta. Somente quando

137
IHM
técnicas configuráveis (e não programáveis) sua hierarquia de tela. Alguns vendedores com
se tornaram disponíveis, aplicaram-se gráficos estações proprietárias fornecem um conjunto
interativos. Devia-se também aprender como em pacote fechado retratando vista geral,
usar as novas tecnologias. grupos e detalhes. Alguns fornecem apenas o
software HMI, se eles conectam com pacotes
de estação de trabalho genéricos.
3.1. Janelas
Novas tecnologias oferecem aos usuários a
dinâmica de usar janelas múltiplas e diferentes
na mesma tela, permitindo acesso direto a
diversas áreas da planta. A capacidade de criar
janelas provê aos usuários um modo poderoso
de obter detalhes selecionados e suportar
informação no monitor principal sem perder a
tela principal (Fig. 3-7). A capacidade de criar
Fig. 9.7. Tela interligada ao processo janelas também dá ao usuário a habilidade de
enfatizar a informação importante do processo
de controle, enquanto desenfatiza a menos
importante. Porém, ela mantêm a janela menos
Quantos monitores de vídeo são importante sempre disponível sob pedido.
necessários na sala de controle? No final dos Enquanto é útil abrir várias janelas ao mesmo
anos 1970, foi assumida a necessidade de um tempo para olhar as diferentes partes da plante
monitor para monitoração geral (overview) do de uma vez, esta característica também reduz
processo, um para displays de trabalho (telas a necessidade de acesso a ser feito somente
de grupo) e um para listas de alarmes. Com a de um modo na hierarquia das telas.
emergência da técnica de janelas, no final dos As janelas podem ser arranjadas de vários
anos 1980 e inicio dos anos 1990, estas modos:
funções poderiam ser facilmente feitas em um Superpostas
único monitor. Há, porém, a consideração da Uma ao lado da outra
análise da tarefa. Quantos operadores são Cascateadas
necessários para operar a planta ou processo e Pop-up
quais funções são executadas? A resposta Das várias janelas superpostas, apenas a
dada a estas questões determina quantos da frente é vista e as outras ficam ocultas, atrás
monitores de vídeo são necessários na sala de da primeira. Parece que há apenas uma janela,
controle. mas as outras, do mesmo tamanho, estão
Com o aparecimento e melhoria das ocultas. Para selecionar uma janela oculta,
técnicas de grandes telas e larga projeção, o pode-se usar a técnica de ALT + TAB ou então
uso de displays semi-permanentes para clicar em algum botão com o nome da janela
monitorar toda a planta pode reduzir a oculta. Quanto maior o número de janelas
necessidade de hierarquia de telas. Este foi o abertas (embora somente uma em uso), mais
objetivo do painel de operação dedicado lento fica o processamento do computador.
tradicional e a instrumentação do painel de As janelas azulejadas, são colocadas uma
controle usado no passado. Novas descobertas ao lado da outra, como azulejos em uma
envolvendo o modo das pessoas interagir com parede ou chão. Cada tela é vista totalmente,
o processo têm uma grande influência no porém seus tamanhos são menores, para que
número e localização de monitores de vídeo. todas sejam enquadradas em uma única tela.
As janelas cascateadas são dispostas uma
3. Explorando displays atrás da outra, porém aparecendo os cantos de
cada janela, geralmente com um título exposto
Navegar através de telas do monitor do
e qualquer uma pode ser selecionada para ficar
processo requer algumas técnicas e layout de
na frente.
display de telas. As técnicas de display são
A janela pop-up é aquela que aparece
mais ou menos padronizadas entre a maioria
repentinamente e se sobrepõe à janela aberta
dos vendedores de sistema, baseados no
em uso. É tipicamente usada para mostrar
sistema operacional do computador usado. A
alarmes. Seu tamanho, cor e posição podem
discussão aqui é o que é típico.
ser configurados.
Outro arranjo de tela, porém, será baseado
Há várias considerações praticas, quando
em como o vendedor do sistema de controle
usando as técnicas de criar janelas:
escolheu para retratar suas telas padrão de

138
IHM
Quantas janelas podem ser abertas
antes de o usuário se perder? (Alguns
sistemas colocam limite neste número
de janelas).
Todas as janelas abertas continuam
sendo atualizadas?
As janelas abertas continuam sendo
atualizadas na mesma freqüência?
As janelas abertas continuam
processando os dados nestas áreas
que estão escondidas atrás de outras Fig. 9.9. Aumentando e diminuindo as telas
janelas abertas?
Em alguns sistemas, as janelas abertas
continuam a processar os dados nestas áreas
atrás de outras telas. Isto coloca muita pressão Certa criatividade na construção da
no gerador de display e pode tornar lento os ilustração pode ser necessária para evitar
tempos de atualização (refresh) para todas as confundir o operador. Alguns preferem mudar
telas. Se as camadas escondidas continuam através de uma série de estágios de perto para
ativas, os dados são mais facilmente longe para controlar tamanhos de fontes e
disponíveis se estas telas forem rapidamente ícones dentro de uma faixa legível. Outros
chaveadas. preferem mudar simplesmente as telas através
de um botão de seleção embutido na tela.
3.3. Panelaço (panning)
Panelar (palavra criada agora) é a
característica em que se pode andar em torno
do painel e agir como tendo uma pequena
janela aberta em uma grande tela. Coloca-se a
janela em torno de áreas diferentes da tela
para focalizar uma área especifica de interesse
(Fig. 3-9).
As tarefas de fazer zoom e panelaço
Fig. 9.8. Exemplos de janelas (panning) envolvem temas similares ao de criar
telas em geral:
A área escondida é atualizada?
O operador pode se perder na
3.2. Fazendo zoom (zooming)
navegação?
Fazer zoom permite ir para frente ou atrás
do painel (Fig. 9.8). Isto pode ser feito de um
modo suave contínuo ou em estágios. Uma
desvantagem possível da ação contínua de
zoom é que quando se afasta de um display
muito detalhado, todos os conjuntos de detalhe
ficam confusos. Há mecanismos de
desagrupamento que desliga certos símbolos
ou mudam para um ícone mais simples,
quando se diminui o zoom. Assim, quando se
faz o zoom, mais detalhes são adicionados em
incrementos. Fig. 9.10. Andando pela planta através do foco

No início dos anos 1970, Renzo Dallimonti


definiu três telas clássicas e padrão para a sala
de controle típica:
Overview ou tela geral
Grupo
Ponto ou detalhe de ponto

139
IHM
3.4. Funções da tela geral convencional, o operador deve ser capaz de
ver e manipular a variável de processo, ponto
Quando o gerente de operações, de ajuste e saída do controlador. Quando a
engenheiro de processo ou alguém chega no malha apresentar problema, o operador quer
turno e primeiro entra na sala de controle, ele ver os limites de alarme correspondentes e
não quer saber do valor de cada malha, mas a talvez o modo de operação do controlador:
visão geral da operação da planta (Fig. 3-10). automático, manual ou computador. Também,
Ficando defronte o painel, o operador quer ver o operador precisa ver o tag e nome da malha
as coisas importantes atuais da planta e do de controle.
processo. É essencial destacar os problemas
reais ou potenciais da planta. O operador está
interessado na saúde total da planta.
A tela geral (overview) é uma das três telas
clássicas (overview – grupo - detalhe)
identificadas desde os anos 1970, como as três
necessidades padrão da sala de controle típica.
Um conjunto geral de malhas irá mostrar
apenas os desvios entre os pontos de ajuste e
as variáveis de processo para umas 100 a 200
malhas. Os limites de desvio entre ponto de
ajuste e variáveis de processo são geralmente
estabelecidos individualmente.
Atualmente, esta tela de visão geral é
certamente na forma de um gráfico dinâmico,
mas os elementos são os mesmos.

Fig. 9.12. Funções no nível de operação

Quando o operador chamar um controlador


específico deste grupo na tela, o seu frontal
deve ser destacado (por exemplo, ficar da cor
vermelha), de modo a mostrar que está pronto
para receber comandos. É útil também
aparecer uma linha de texto para reforçar a
informação acerca desta malha ou função,
Fig. 9.11. Condições gerais da planta como o local onde estiver localizado na planta.
Como a tela de overview, a tela de grupo
usualmente é equivalente ao gráfico da mesma
função. Pode-se ter o frontal do controlador
3.5. Tela de grupo embutido na tela gráfica ou o frontal em uma
janela pop-up, quando o cursor for colocado
Depois de ver a saúde geral do processo, o sobre a parte do processo necessitando de
operador quer dar uma volta no painel de ajuste.
controle para fazer ajustes nos controladores. A grande diferença entre a tela de
O operador irá prestar atenção a estes poucos instrumentos e os instrumentos físicos
instrumentos envolvidos nesta porção da planta convencionais é que a tela pode fornecer
de processo. Esta é a origem da tela de grupo cursor dinâmico ao operador na mesma tela.
(Fig. 3-11). Por exemplo, pode aparecer o comando “Deve
A tela de grupo é a segunda das três entrar Manual”, se o operador tentar ajustar a
clássicas sugeridas no inicio, nos anos 1970. saída com o controlador em modo automático.
Esta tela mostra um conjunto de malhas que Muitos cursores diferentes e procedurais
juntas definem uma unidade do processo. É a podem prover uma operação consistente e
tela de operação normal do “painel” e seguro para a equipe de operadores com uma
tipicamente possui não mais que 8 ou 16 grande variedade de experiências individuais.
instrumentos neste grupo. Como no painel

140
IHM
3.6. Tela de detalhes do ponto fundamental: deve haver a participação ativa
do pessoal da operação no desenvolvimento
Agora, a outra ação do operador que das telas ... para operação. Aprender a usar a
acontece em uma sala de controle em um mídia vídeo leva tempo. Somente quando o
painel convencional é a habilidade de tirar um pessoal percebe e experimenta as vantagens
controlador do grupo, para fazer ajustes em da mudança e das novas idéias é que ele as
seus parâmetros (sintonia, limites de alarme) fixa.
(Fig. 3-12). Outras telas típicas são:
A tela de detalhes do ponto é a terceira tela Displays interativos e dinâmicos oferece
clássica na sala de controle típica (overview, variações interessantes do tradicional
grupo e ponto). Esta tela é chamada de Display Conexões I/O em terminal mostram
do Ponto ou Display do Detalhe do Ponto. Na valores, limites, alarmes, condicionamento
forma de vídeo e com as várias características do sinal
possíveis em controladores baseados em Lista de alarme por vários critérios, filtros e
microprocessador, esta tela também pode ser prioridades
usada para ajustar rampas de ponto de ajuste, Lista de diagnóstico
pontos de alarme e de desligamento, valores Mapa do equipamento para mostrar locais
seguros da saída, valores da sintonia do de falhas
controlador (PID) e vários outros parâmetros Dados históricos incluindo gerenciadores
que o vendedor fornece com os blocos de da base de dados relacional (RDBM)
função para controle. Uma tela com tendência Cartas de controle estatístico de processo
da variável de processo é útil para a sintonia.
4. Comunicação da Informação
A estação de trabalho é uma ferramenta
para o humano se comunicar com o processo.
Esta comunicação implica em como o processo
fornece os dados e como o humano fornece
dados para o processo. A comunicação entre
pessoas no discurso normal ocorre de várias
maneiras diferentes. O significado das palavras
é apenas uma pequena parte de como é feita a
comunicação. A comunicação pode envolver
figuras, símbolos e objetos. Um presente é uma
Fig. 9.13. Tela com detalhes de um ponto forma de comunicação. Dar um diamante tem
um significado diferente de dar flores. Mesmo
na conversa verbal, a informação é usualmente
passada através da linguagem do corpo. Há
Por sua natureza e aplicação, a tela de grande diferença entre o significado das
detalhes raramente é gráfica. Ela pode, porém, palavras, o modo como elas são ditas e o uso
ser usada para invocar uma entrada de uma de ações ou figuras. A figura correta vale mais
lista dentro da tela. A tela de detalhes do ponto que mil palavras, segundo os chineses (cujas
é útil para verificar a condição da fonte de sinal palavras são escritas de modo complicado,
(sensor ou transmissor). Clicando na seleção para nós). Todas estas implicações devem ser
nesta lista de entrada e saída, uma tela consideradas na sala de controle.
adicional pode aparecer para mostrar as
condições dos sinais que vem de um terminal. 4.1. Interação com o processo
Desta tela vê mais detalhes acerca da entrada É necessário muito processamento de sinal
como faixa de sinal, ajustes do alarme e para permitir a interface humano com o
desarme, curvas de linearização configuradas. processo, por causa da grande sofisticação da
3.7. Telas adicionais estação de operação. Porém, uma estação de
operação utiliza apenas 10% em apresentação
Alem das três telas clássicas vistas gráfica. Os outros 90% envolvem o esforço
(overview, grupo e ponto), pode-se criar outras computacional. Mesmo assim, a estação de
telas para ajudar o usuário no controle do operação é projetada para ajudar o operador
processo. Não há limite para a imaginação do entender o processo através de imagens. Às
projetista. Porém, deve-se evitar complicar e vezes, a imagem é único modo de se fazer
sufocar o operador que vai lidar com as telas. entender.
O critério para desenvolver as telas de
operação é a funcionalidade. Outra coisa

141
IHM
4.2. Analógico ou digital
Certas operações são intuitivas e sua
aparência na tela deve ser consistente com a
experiência do operador em sua vida. Por
exemplo, seja o tempo. A maioria das pessoas
convive atualmente com relógios analógicos e
digitais. O relógio analógico mostra o tempo
como um padrão em torno de uma face
circular, com a progressão do tempo ocorrendo
em incrementos de 60-60 segundos, 60
minutos, 12 horas. Como resultado, o display
médio de um relógio analógico mostra as 12
horas igualmente espaçadas neste circulo.
Para ensinar uma criança a ler o relógio
analógico, deve-se dizer que o número 11 pode
Fig. 9.14. Monitor gráfico significar 5, como em 5 minutos para a hora.
Do mesmo modo, o número 2 pode significar
10, como em 10 minutos depois da hora.
Depois, deve-se ensinar que a base de minutos
É um fato que os caminhos ópticos do é 60, ou seja, uma hora possui 60 minutos e
cérebro humano carregam cerca de 50 000 000 um minuto possui 60 segundos.
de palavras por minuto, que é 10 000 000 de A leitura de um relógio digital é mais
vezes mais que o ouvido pode manipular. simples, pois é direta. É fácil dizer que a hora é
Aprende-se mais facilmente, rapidamente e 13:54, pois o display mostra exatamente isso.
exatamente com imagens. O desafio é Porém, neste caso, não é possível ver que a
satisfazer este potencial com realismo, hora está mais próxima de 14 h do que de 13 h.
velocidade, padronização e integração com Outra dificuldade futura será explicar a
outros meios. alguém o que seja sentido horário ou anti-
Certamente, o monitor gráfico deve mostrar horário, quando existir apenas relógios digitais.
e fazer todas as funções originalmente Agora, o tempo é uma medição absoluta ou
incluídas no painel de controle tradicional (Fig. relativa? (Fig. 3-14). Diferente de todas as
3-13), que são as seguintes: outras medições, pode-se dizer que é as duas
Indicadores e medidores (condição coisas. Funcionalmente, o tempo serve para
instantânea) determinar o intervalo até algo acontecer ou o
Registradores (condição passada) intervalo desde que algo aconteceu. Assim está
Chaves manuais (ações e respostas se sempre procurando por algum local relativo
manuais) dentro do tempo, que é um conceito analógico.
Controladores (ações e respostas Portanto, é natural pensar e usar o tempo com
automáticas) um display analógico, em vez de digital.
Display mímico (guia gráfico para o Geralmente se tenta transladar muitas
entendimento) medições em algum sentido analógico porque a
Anunciadores (focos de atenção do maioria dos parâmetros encontrados na
alarme) natureza é analógica, não digital. A maioria das
Outras funções apresentações deve retratar a informação e
Além destas funções típicas do painel de não dados.
controle, o monitor gráfico pode: Se um valor absoluto está sendo usado, a
Animar o processo representação digital é importante,
Mostrar as variáveis em formato principalmente quando se quer alta precisão
analógico ou digital com vários dígitos. Mas quando se quer olhar a
Assinalar os alarmes e distúrbios do direção ou ação aproximada com o tempo, o
processo display analógico é mais conveniente.
Mostrar as alterações nos status e
condições
Fornecer instruções e relatórios
Apresentar análise para decisões mais
complexas

142
IHM
Indicador discreto
Usado para mostrar o status de um
equipamento que pode ter um, dois ou mais
estados discretos. Cada estado deve ser
facilmente distinguido. Estados são mostrados
com etiquetas (liga-desliga), suplementada com
código de cores (verde-vermelho) e
possivelmente melhorado com código de forma
(aberto-fechado). Etiquetar ou codificar é
Fig. 9.15. Display analógico ou digital? crítico, pois a má interpretação pelo usuário
causa dedução das coisas ao contrário. Evitar
usar somente código de cores para significar o
status do equipamento.
4.3. Elementos do display
Mímico (display gráfico do sistema)
Os elementos do display consistem de Uma figura simbólica reflete o módulo do
letras, números, formatos e cores. No usuário (arquétipo) de um processo, incluindo
desenvolvimento dos elementos do display, é as relações entre as variáveis. Para evitar má
importante considerar o melhor método de interpretação de qualquer confusão, deve-se
codificar a comunicação apropriada com a ter cuidado de fazer o mímico de conformidade
audiência pretendida. A organização e código com este modelo.
de comunicação do display estão descritos na
norma ISA TR 77.70.04-1996, que incluem o Gráficos
seguinte:
Mostram um gráfico de parâmetro versus
Valor numérico parâmetro e são úteis para diagnostico de
processo, como marcando regiões de operação
Uma leitura digital de um valor de normal versus anormal.
parâmetro que usa a quantidade de dígitos
dados para fornecer a precisão (valor exato) Tendência (trend)
necessária. Ele requer uma etiqueta ou símbolo
para identificar se significado, incluindo a Mostra a historia de uma ou mais variáveis,
unidade de medição. incluindo a taxa de variação, a aproximação
dos limites e o modo de comparar atividades
Indicador analógico (gráfico de barra ou atuais com operações similares passadas. O
medidor) gráfico de tendência é chamado também de
gráfico histórico.
Mostra o valor relativo do parâmetro,
usando uma variação contínua no tamanho ou Tabelas e listas
posição de um formato. Este elemento é mais
bem usado para transmitir a informação Usadas para mostrar grandes quantidades
qualitativa, como a direção de um movimento, de informação, de modo que elas devem ser
relação entre valores e taxa de variação bem organizadas e codificadas para reduzir o
inferida. Gráfico de barras é o método usual tempo necessário para sua leitura ou
para comparar leituras, mas alguns usuários interpretação. As recomendações para tabelas
podem ser mais familiarizados com o uso de e listas incluem:
ponteiro e escala. O ponteiro pode ser Titulo da linha na esquerda e da coluna
combinado com uma barra para mostrar um no topo
alvo (ponto de ajuste em relação à medição) ou Alinhar listas de dados verticalmente
limites de alarme, usados como marcas de com títulos na esquerda e o tipo de
escala e mesmo usados com valores fontes deixado justificado. Os dados
numéricos, quando se quer precisão e numéricos correspondentes para estes
comparação. Quando se usa ponteiro sobre títulos devem estar a direita e
uma escala graduada, não usar mais que a justificados à direita e se houver
precisão da leitura pode suportar. decimal, justificado à direita, de modo
Geralmente, cinco marcadores de escala que o marcador decimal fique alinhado.
ao longo de 0 a 100 de um gráfico de barras é Separar linhas de mais de 3 a 5 itens
necessário para fornecer o balanço certo entre de cada outra com espaço.
ter entendimento e confusão da tela.

143
IHM
Texto operador. É imperativo para o engenheiro de
É muito flexível, mas é provavelmente o sistema entender o uso desta animação.
display menos desejável, porque é lento para 5.1. Displays dinâmicos
ler e interpretar. O texto deve ser limitado a
títulos e mensagens breves, tais como avisos e Quando se cria o display, pode-se atribuir
mensagens de ajuda para o operador. As objetos e campos de entrada em qualquer local
sugestões de cores incluem o seguinte: na tela e pode-se ativa-los com o cursor.
Texto de cor escura (vermelho, azul, Quando se ativa um objeto, ele fornece
preto) deve ter uma tela de fundo de mudanças de status e entradas de valor,
cor clara. mudanças de parâmetro, seleção de menu,
Texto de cor clara (branco, verde, mudanças de tela ou resposta guiada para
amarelo) deve ter uma tela de fundo de distúrbios na planta. Quando se toca em um
cor escura. objeto animado, geralmente ele abre uma caixa
Não é recomendável que a tela de fundo de dialogo para alguma entrada apropriada,
toda seja escura ou clara, geralmente é tais como valor, texto ou resposta a uma lista
apropriado ter a banda imediatamente atrás de escolha.
dos caracteres de cor contrastante. Barras de ferramenta podem também ser
usadas com ícones para ações diferentes e são
4.4. Criação de gráficos continuamente vistas na tela ou aparecem
Toda comunicação humana envolve um quando solicitado. Chave quente parece como
idioma ou um jargão local, que usa botoeira na tela, que, quando se coloca o
combinações de palavras diferentemente do cursor e clica sobre ela, parece que foi
esperado, pois as mesmas palavras podem acionada, como se apertasse um botão físico.
significar coisas diferentes quando usadas em Este movimento é importante porque é
frases diferentes. Sem um entendimento do necessária alguma realimentação, visual ou
idioma, o que alguém fala pode conter todos os sonora, para confirmar que a ação foi feita.
dados, mas nenhuma informação. Deste modo, quando se cria um botão virtual
A idéia do monitor gráfico é a de mostrar na tela, pode-se ter algum modo de saber que
mais do que as funções originais de um painel a ação começou, mesmo se a tela ainda não
convencional. Havia no painel: indicadores, reflete a completude desta ação.
registradores, chaves manuais, controladores,
anunciadores e algum display mímico estático Linguagem natural
(painel sinóptico). Hoje, há a oportunidade de Sempre se deve fornecer ao operador uma
considerar cuidadosamente a capacidade linguagem natural, em qualquer tela ou dentro
completa do monitor gráfico, que é a habilidade de uma caixa de dialogo. Esta é uma
de criar figuras e animar a tela do processo oportunidade de melhorar muito a
para mostrar os efeitos das variáveis produtividade. Deve-se evitar palavras
analógicas e discretas, para fornecer instruções especializadas (jargão) e deve-se promover o
e apresentar análise para decisões mais rápido entendimento com todos os usuários do
complexas. No desenvolvimento destes sistema.
gráficos, deve se entender a transição do
pessoal do uso de painéis tradicionais para o Dinâmica de tela com IF THEN ELSE
uso diferente das telas de vídeo e deve-se usar Uma característica interessante na
este meio diferente em todo seu potencial. O animação de telas é o uso do comando lógico
objetivo do gráfico é fornecer informação e não IF THEN ELSE com as equações matemáticas
fornecer dados. embutidas no pacote gráfico. Isto permite
entradas, telas e animações especiais.
5. Animação de telas Por exemplo, se (IF) ocorrer determinado
A tela de vídeo fornece oportunidades alarme e houver uma determinada condição em
únicas para comunicação das condições de uma parte adjacente da planta e existir uma
processo com o operador. Esta comunicação determinada faixa de valores em outra malha
deve ser biunívoca. Ela deve ser feita de modo ou a operação estiver em determinado estagio,
a reduzir o esforço necessário para o operador então (THEN) o operador deve ter a
compreender totalmente o significado de capacidade de fazer apenas uma seleção
qualquer alteração, boa ou má. O potencial de limitada de ações. Outras capacidades são
animação das telas dá uma capacidade bloqueadas ou mesmo ocultadas, mesmo
poderosa para estreitar o espaçamento entre quando disponíveis normalmente.
eventos descobertos e o entendimento do Esta característica de IF THEN ELSE é
muito útil para apresentar um display

144
IHM
apropriado para condições únicas. O objetivo diferenciados de controle discreto. Todos
do jogo aqui não é apresentar ao operador uma os alvos devem ser identificados.
grande quantidade de dados, mas de
apresentar ao operador apenas a informação 5.3. Cor como uma dinâmica
que é apropriada para a condição atual da Parte da animação dos displays é o uso de
planta. O que é importante aqui é que esta cores condicionais para dois status discretos de
característica de tela seja usada para a ação posição. Os displays podem mostrar também
de animação e não para ação de controle. O uma série de cores, marcando a passagem de
que se quer é poder retratar a informação na algum valor através de vários limites de
tela, mas não se quer usar esta característica indicação analógica, como temperatura, nível,
para criar ação automática no controlador. vazão e pressão. Deste modo, o operador pode
Apenas as características e processadores no ver rapidamente o progresso da variação de
controlador são usadas pra a ação de controle. temperatura dentro de um vaso, quando a
leitura exata do valor não é necessária.
5.2. Displays mímicos
Condicionais de cores podem ser usados para
Recomendações para construir mímica, taxas de ação de piscar. Ações de piscar
baseada na norma ISA TR 77.60.04-1996, podem mostrar movimento ou mostrar a
incluem o seguinte: progressão de eventos através da tela.
1. Criar símbolos abstratos de conformidade Cores podem ser usadas para disparar
com as convenções dos símbolos elétricos eventos. Quando se clica no símbolo de uma
ou mecânicos, sempre que possível. bomba, ela pode ser ligada ou desligada. A
2. Reduzir os detalhes dos dados de análise bomba pode ficar vermelha quando desligada e
da função/tarefa/objetivo para apresentar verde quando ligada, ficando amarela durante a
apenas o conteúdo requerido de modo a partida.
evitar confusão. Em uma tela que esteja congestionada, as
3. Fornecer etiquetas dentro dos símbolos, cores podem ajudar a destacar grupos
sempre que possível. especiais de informação. O agrupamento é
4. Localizar dados dentro dos símbolos em talvez um dos usos mais eficientes de cor para
posições consistentes (abaixo, à esquerda, telas.
à direita)
5. Localizar dados para linhas e símbolos 5.4. Capacidades combinadas
mímicos próximos destes itens. Combinar as capacidades de animação dá
6. Distinguir símbolos do display dinâmicos uma dinâmica ótima e livra o operador de
dos estáticos. O usuário deve reconhecer estudar detalhes desnecessários. Por exemplo,
estes símbolos que fornecem informação um tanque pode estar enchendo ou esvaziando
acerca de status e condição. automaticamente, talvez porque o produto está
7. Usar código redundante de símbolos sendo consumido em outra parte da planta ou
dinâmicos. Por exemplo, a válvula pode alimentando uma unidade do processo. Um
estar vermelha ou verde, mostrar etiquetas gráfico de barra pode mostrar o nível. Mostrar o
aberta ou fechada e preencher o símbolo nível do tanque através de um gráfico de barra
para expressar seu status. é útil, pois o tanque é apenas uma variação do
8. Usar linhas de fluxo mímicas dinâmicas gráfico de barra.
para mostrar a operação do processo se Pode-se usar o enchimento para
esta informação for importante para determinar a composição química, por
entender as condições do processo. A exemplo, pH ou condutividade. Mudança no
presença de vazão ou pressão pode ser padrão pode indicar limites de valores da
mostrada por cor de linha ou tubulação composição. Ao mesmo tempo, pode haver
cheia. A direção da vazão pode ser uma temperatura. Assim, a temperatura
mostrada por setas e também com poderia ser mostrada através da variação do
segmentos de linha que piscam. padrão, o nível através da altura do gráfico de
9. Usar mímica de linha elétrica dinâmica para barra e a composição através da mudança do
mostrar linha energizada ou não. A enchimento do padrão, tudo visto
presença de potência pode ser mostrada simultaneamente pelo operador, sem a
com cores ou símbolos. necessidade de ler os números individuais ou
10. Tornar as telas de toque (touch screen) ou os frontais dos instrumentos. Todos os
alvos de mouse distinguíveis com relação parâmetros ocorrem concorrentemente.
ao tipo de informação acessada. Alvos que
chamam controle devem ser diferenciados
de alvos que acessam outros displays.
Controles analógicos devem ser

145
IHM
4. Manter grandes áreas de fundo neutras,
5.5. Uso das cores como cinza ou preto e até o marrom (25 a
O uso de cores é suplementar. A cor deve 50%), para evitar ofuscamento.
ser usada apenas para melhorar a informação. 5. Usar combinações compatíveis de cores
A cor pode fornecer codificação redundante. (algumas combinações circenses distraem
Outra coisa importante: cores não funcionam a atenção). Combinações compatíveis são
para as pessoas daltônicas (10% dos homens aquelas agradáveis aos olhos.
e pouquíssimas mulheres). Pesquisas mostram 6. Usar cor para indicar qualidade e não
que o processamento pelo cérebro das cores é quantidade.
feito em paralelo e dos formatos, em série. Faz- 7. Adequar cores com as já existentes em uso
se também confusão quando se processam em outros sistemas.
mais de quatro cores simultaneamente. Por 8. Usar cores brilhantes (branco, amarelo,
isso, as cores devem ser usadas para ajudar o verde claro) para valores e símbolos
operador entender a mensagem desejada. As dinâmicos e dados importantes.
cores devem ser usadas para o operador 9. Usar cores escuras (vermelho, azul) para
reconhecer rápida e facilmente variações no símbolos estáticos e pano de fundo.
processo. 10. Evitar vermelho escuro e azul escuro para
O olho humano percebe a cor somente no símbolos ou caracteres alfanuméricos,
centro da retina. A percepção real da cor especialmente contra pano de fundo
depende dos diferentes comprimentos de onda escuro.
da luz que estimula os olhos. Colocar duas 11. Colocar texto e valores numéricos contra
cores com comprimentos de onda extremos fundos contrastantes (talvez pequenas
(um muito grande e outro muito pequeno) afeta janelas).
os músculos dos olhos tentando focalizá-los e 12. Não se deve usar mais que sete cores
esta combinação deve ser evitada. (recomendação varia de 4 a 11). Para ter
Escolher combinação de cores para a tela é algum significado, o limite de cores deve
diferente de escolher combinação de cores ser de quatro ou cinco. Quando o número
para uma sala. A cor possui muitos impactos de cores aumenta, a eficiência relativa do
psicológicos e eles devem ser considerados código de cores diminui. Cores demais
quando pintar as paredes de uma sala de atrapalham a informação.
controle e estabelecer sua atmosfera. Estes 13. Procurar cores com alto contraste, como
impactos não são tão críticos nos displays. azul e branco ou preto e branco.
Parte desta razão, é que um operador não fica
5.6. Código de cores
todo o tempo diante de uma única tela.
Os benefícios da cor são: O uso consistente de cores em toda a
Melhora a visualização planta pode ser parte de um código global ou
Fornece mais informação em menor filosofia da planta ou da indústria. Por exemplo,
espaço um esquema típica de cores para linhas de
Ajuda a criar prioridades em alarmes e texto e numerais pode ser:
mensagens Verde para normal
Reduz o tempo de resposta, pois dirige Vermelho para anormal
a atenção para área especifica Amarelo para fora de varredura
Cuidados que devem ser considerados com Lilás para a faixa do instrumento
a cor: Azul para um sinal não tratado
A cor apenas melhora a informação Magenta como apagado da base de
A cor deve ser usada como dados
redundância com o formato Branco para texto
O código de cores deve ser usado com dois A convenção de cores para casas de força
objetivos principais: (eletricista) é verde para desligado (seguro) e
Conter um significado vermelho para ligado (quente, energizado). Na
Diferenciar itens indústria de papel, com máquinas rotativas,
Algumas recomendações do uso de cores vermelho significa desligado (parado) e verde
são as seguintes: significa ligado (rodando, em linha). Indústrias
1. Definir o significado de cada cor de modo com fornos e aquecedores geralmente usam
consistente. vermelho para quente e verde para frio. Na
2. Usar de modo consistente o significado das indústria química, cores são usadas para
cores em todo o sistema. diferentes produtos e gases químicos. Em
3. Usar a cor como um indicador redundante. terminais de petróleo, onde há transferência de
produtos através bombas e compressores o
código é: vermelho para bomba ligada (requer

146
IHM
a atenção do operador) e verde para bomba O processador do conhecimento é onde
desligada (não requer atenção do operador). está a habilidade de definir a experiência ou
Mais importante que a escolha da cor é a aplicar a potência de raciocinar para aprender
consistência da escolha, de modo que qualquer previamente a informação. Desta capacidade,
operador em qualquer parte da planta entenda se determina o significado de todas estas
fácil e rapidamente seu significado. Por coisas percebidas através dos vários sentidos.
exemplo, Petrobras possui várias refinarias e Também se tentou tornar mímica esta função
várias plantas de processamento de gases e com os equipamentos de medição e
vários terminais para transferência de fluidos controladores. Estão sendo desenvolvidas
através de dutos e por isso requer um código técnicas para formas práticas de lógica confusa
de cores de display consistente. Seus (fuzzy logic), redes neurais, algoritmos
empregados migram de regiões para outras, genéticos e teoria do caos, todas aprendidas
mudam de plataformas, trocam refinarias por da natureza e outras formas de vida.
regiões de produção. Assim, cada operador ou O processador do movimento ou motriz é a
instrumentista, técnico ou engenheiro, resposta de todas as capacidades de
trabalhando em horário administrativo ou em percepção e conhecimento, a conversão das
turno, deve entender e usar o código de cores decisões em ações. É onde se faz a resposta
de modo consistente e coerente. do que foi percebido e se computa na cabeça e
Quando se tem excesso de animação transforma isso em alguma forma de decisão.
gráfica e combinação de cores, o desempenho Um exemplo é a escrita, que envolve a
das chamadas de telas e as taxas de operação de várias ações motoras nos braços,
atualização diminuem. Ou seja, o uso mãos e dedos, usando a ferramenta de
exagerado de figuras gráficas coloridas e escrever para registrar os conceitos em
animadas pode impactar seriamente o símbolos. Todo o processo de escrever envolve
desempenho da estação de operação. Além a realimentação constante e otimização de
disso, o processador usado no display do controle.
operador deve ser reservado exclusivamente Para que tudo aconteça certo, é preciso
para a animação gráfica, para se obter um haver diferentes áreas de armazenamento, de
sistema seguro, sem problema de perda de onde se transferem os conceitos da percepção
comunicação. no processador do conhecimento. O cérebro
deve armazenar a informação do processo. Há
6. Informação Humana armazenagem da imagem visual e outra área
para a imagem auditiva. Elas são depois
Com a automação, tenta-se emular todas combinadas com a memória de trabalho, que é
as atividades das facilidades humanas. O o que se usa para processar a informação
cérebro é o processador de informação que diz agora e uma memória de longo prazo, que é
aos humanos como fazer. O desafio é um local para armazenar todas as percepções,
descobrir como aprender disso para realmente imagens, sons e conhecimento anteriores, que
criar e usar interfaces de operação foram experimentadas no passado.
significativas.
6.2. Interface
6.1. Pensar e fazer
Como o operador interage diretamente com
Olhando um ser humano como um o processo? Tudo entre o operador e o
computador, pode-se identificar ações processo deve ser muito transparente. Esta
diferentes dentro de seu cérebro, tais como: interface é realmente um indicador de como o
Percepção operador interage com uma tecnologia mais
Conhecimento sofisticada. Isto produz duas questões que
Movimento devem ser feitas antes de projetar qualquer
Armazenamento da imagem visual interface de operador:
Armazenamento da imagem auditiva Por que se quer esta interface? Qual é o
Memória de trabalho objetivo fundamental para colocar esta
Memória a longo prazo interface aqui e tendo algo acontecendo
O processador de percepção do cérebro é através dela? Está se definindo o que é
onde são reconhecidas as ações do que está realmente suposto fazer.
ocorrendo em torno dele, através de várias Por que se quer livrar desta interface?
entradas, tato, audição, visão e provavelmente Isto é realmente necessário. O que aconteceria
várias freqüências sentem o que não foi já se não houvesse isso. Deve-se penar sobre
identificado. São projetados sensores de isso e listar todas as razoes que a justificam.
processo baseados em muitas capacidades Isto dá a primeira pista de quais funções devem
humanas. ocorrer nesta interface.

147
IHM
O projetista desta interface deve pensar display fornecidos devem oferecer flexibilidade
como o usuário que está indo usá-la e suficiente para isso, quando usados em
considerar todas as fases das funções do conjunto com as capacidades do sistema de
sistema. Deve-se projetar as telas e dinâmicas display, uma necessidade do usuário pode ser
para atender todas as exigências de cada confortavelmente acomodada. Por exemplo,
usuário. Quem irá trabalhar com este processo alguns operadores podem preferir operar de
particular? mímicas do processo, mas outros podem
Operador da planta preferir operar com frontais da estação de
Técnico de manutenção controle. A quantidade de detalhes na tela em
Engenheiro do processo qualquer momento deve ser deixada para
Engenheiro de automação escolha do usuário.
Pessoal da garantia da qualidade No planejamento dos tipos de tela, é
Gerente de negócios importante considerar várias técnicas para
Todas estas pessoas têm diferentes reconhecimento do display, incluindo o
funções e, portanto requerem informações seguinte:
diferentes do sistema de controle. A Reduzir os tipos do display, usando
apresentação dos dados para sua conversão flexibilidade somente em resposta a
em informação vai ser provavelmente diferente preferências de usuário específico.
para cada uma destas categorias. As Melhorar o reconhecimento do usuário com
ferramentas que cada uma destas pessoas formatos e métodos consistentes para mostrar
necessita para executar suas funções no a informação.
processo também são diferentes. Pode haver Usar elementos padrão, como símbolos,
algo em comum, mas mesmo estas coisas cores, nomes e abreviaturas para todos os
comuns são feitas em um contexto diferente. displays, mesmo com conteúdos e
organizações diferentes.
6.3. Filosofia da operação Quando um formato padrão e
Há pouco trabalho nos princípios de projeto especialmente um layout padrão for usado, os
de uma interface de operador. Pesquisas têm displays tendem a parecer iguais. Para evitar
sido feitas sobre a interação humano e confusão e erro, é igualmente importante fazer
computador, focalizando os aspectos cada display e layout diferente, usando títulos
individuais de formato, códigos, cores e menus. únicos e outra técnica de codificação.
Para conseguir sucesso no projeto da interface, Por exemplo, se várias unidades do mesmo
é necessário entender os modos em que os processo são acessadas de um console
humanos pensam conceitualmente e entender comum, o número da unidade deve ser
como eles processam esta informação claramente mostrado. Pode-se usar junto com
fisicamente. O físico e o conceitual estão este número algum formato ou cor para esta
intimamente relacionados quando trabalhando unidade isolada e com tudo que é associado a
com qualquer tipo de interface. O que se ela.
procura é qual tipo de informação é útil ao
6.4. Intuição e rotina
operador de campo.
Os assuntos mais importantes envolvendo O comportamento do usuário para
o projeto da interface de operador são: programação foi organizado por Schneiderman
Facilidade para navegar através de e Mayer, em 1979, em seu conhecimento
telas de vídeo sintático e semântico.
Redução das chances de enganos O conhecimento sintático é aprendido por
Representação exata do processo ou rotina, envolve pouco entendimento do sistema
funções e é apenas de curto prazo. Um exemplo de
Operação consistente e previsível conhecimento sintático é usar combinação de
Interface agradável e amigável que teclas como CTRL + C para fazer cópia de uma
esteja de conformidade com o seleção ou CTRl + S para salvar ou CTRL +
entendimento do operador ALT + DEL para fechar uma aplicação. Estas
Dois elementos principais determinam o ações ou atribuições de teclas são
tipo do display: frequentemente diferentes em cada sistema, de
Conteúdo – estabelecido pelas funções modo que o conhecimento não é transferível
do usuário (análise da tarefa) para outro sistema, mesmo na mesma planta.
Organização – deve ser lógica para o O conhecimento semântico é adquirido
usuário. através de conceitos, relações e analogias. O
Usuários com responsabilidades diferentes conhecimento semântico é geralmente
podem precisar do mesmo conteúdo, porém transmitido por imagens, é baseado em tarefa e
organizado de modo diferente. Os tipos de uma vez aprendido, é dificilmente esquecido.

148
IHM
Um exemplo de conhecimento semântico é passado. Todo controle de processo é uma
usar uma figura de uma pasta de arquivos ou arte, não é uma ciência. É a arte de fazer um
ícones que parecem as funções executadas, produto (cimento, remédio, gasolina, gás
como é feito nas aplicações gráficas do natural, aço, cobre, papel, vidro). O computador
Windows. simplesmente ajuda a arte sair melhor e mais
repetitiva.
6.5. Faixa e usos das interfaces Fatores humanos envolvidos na
Atualmente, o foco não é apenas o apresentação da informaca:
gerenciamento e controle do processo, mas Eliminar manipulação desnecessária
também o gerenciamento de equipamento, de dados.
produção, pedidos, pessoal, financeiro; enfim Usar um sistema de controle e
tudo. Ou seja, é um planejamento de negócio. aquisição de dados para converter,
No futuro, o uso de uma interface de operador registrar, armazenar, alarmar, reportar
será muito diferente. Por exemplo, no e mostrar tendência de dados.
gerenciamento do processo, monitoram-se os Minimizar o stress causado pela
parâmetros do processo, a precisão dos parada do processo.
sensores, a operação das válvulas. Hoje, além Usar um sistema de controle e
de controlar a recuperação das paradas do aquisição de dados para ajudar a
processo, há também monitoramente identificar o problema.
ambiental, manutenção preditiva, rendimento Apresentar a informação corrente.
do produto e muitas outras exigências. Os valores instantâneos devem estar
O projetista do sistema deve fornecer um a dois segundos velhos, no mínimo.
ferramentas através dos displays que sejam Minimizar as interações do operador.
capazes de navegação entre várias atividades Reduzir o acionamento de teclado,
diferentes. Deve haver facilidade de acesso a chaves, botoeiras, paginação de telas,
grande base de dados pelo operador e localizar e procurar.
simplicidade na tomada de decisão através da Deve-se sempre ter em mente que:
apresentação, interação e análise do display. O A forma de entrada mais rápida do
operador deve também responder os distúrbios humano é a visual.
da planta, alarmes ou variações nas condições Deve-se fornecer periodicamente
do processo. O operador deve seguir o cursor informação, não dados.
intuitivo da tela e deve navegar através dos Deve-se facilitar a interação do
displays e várias janelas para descobrir os operador com o equipamento de
aspectos diferentes da operação da planta. controle de processo, que deve ser
Na área de atividade de negócios, há o transparente.
gerenciamento financeiro e da produção.
6.7. Fatores humanos
Gerenciar a produção inclui o uso de matérias
primas, inventário, logística de compra de Um fator importante no desenvolvimento de
materiais, programação da produção, telas são as ações que o operador precisa
monitoração da produção, controle de tomar em resposta à informação apresentada.
qualidade do produto, movimentação e A idéia é eliminar a manipulação desnecessária
armazenamento de materiais, uso de energia, de dados. O dado deve ser convertido em
custos de produção, análise de laboratório. informação de modo que o operador não
precise processar o dado em sua cabeça e
6.6. Assuntos filosóficos decidir o que fazer com ele. Esta é a função
Um dilema interessante no exata e admirável do computador. O operador
desenvolvimento de qualquer sistema de deve usar o sistema de controle e aquisição de
controle é: os compradores e vendedores do dados para converter, registrar, armazenar,
sistema realmente conhecem as necessidades reportar, alarmar e historiar os dados. Ele deve
da aplicação? Geralmente, por causa da usar as funções do computador para minimizar
excitação frente a uma nova tecnologia estado o stress de uma parada de processo e usar
da arte e as características operacionais que este sistema de controle e aquisição de dados
podem ser executadas por esta tecnologia para ajudar a identificar o problema que parou
obscurecem as exigências reais do processo. A o processo. O operador deve usar o sistema de
tecnologia não é o tema. O tema é computador para apresentar a informação
comercializar a tecnologia em produtos úteis. corrente. Num sistema digital com
Na operação de uma planta, o humano é o processamento compartilhado de dados, um
gerente, enquanto o computador ou o sistema valor instantâneo está defasado, no mínimo, de
de controle opera as funções. Isto é diferente um a dois segundos. O sistema deve minimizar
do que acontecia na sala de controle do o número de interações do operador, reduzindo

149
IHM
o acionamento de teclado, a quantidade de pedido é feito e a ação realmente ocorre.
paginação de telas e qualquer localização e Nunca o operador deve ver na tela uma
procura de informação. Sempre lembrar que a resposta de uma ação que deriva de uma
entrada mais rápida dos humanos é a visão. simulação desta ação, mas sim da ocorrência
No projeto de telas de operação, quando se real do resultado desta ação. Deve haver a
tem dados insuficientes, aumenta-se a confirmação da ação e não se confiar apenas
necessidade de procurar por outras várias telas no comando. Por exemplo, quando se dá um
e quando se tem dDados demais, dilui-se o comando para abrir uma válvula, deve haver
significado de qualquer informação específica. uma confirmação da sua abertura, pois o sinal
que saiu para abrir a válvula pode não ter
6.8. Conflitos de projeto chegado a ela ou o sinal do comando chegou à
O objetivo de um sistema ou computador válvula, porém, por causa de um problema
de controle é o de fornecer informação mecânico, ela não abriu.
periódica, (não é a de fornecer dados), Deve-se ter um balanço estético na
facilitando a interação do operador com o estrutura do menu e tela. Deve haver uma
processo em si. O sistema de controle deve ser mistura apropriada de cores e uma aparência e
transparente, o que pode apresentar dilemas. uso de formatos que sejam agradáveis de se
O conflito do projeto de tela é que, quando se ver. Não basta apenas fazer figuras bonitas.
tem dados insuficientes, ele aumenta a Isto é mais como um bom layout na página em
necessidade de procurar várias telas destes um documento. O layout contribui muito para
dados. Se houver dados demais, ele dilui o transmitir a informação do conteúdo de uma
significado de qualquer informação específica. página para o leitor. Layout pobre e má
Assim, deve-se decidir quanto um operador combinação de cores podem distrair o leitor da
pode monitorar e quanto ele pode controlar. Há informação importante ou mesmo escondê-la
uma grande diferença. Um pastor pode totalmente.
monitorar 300 ovelhas, mas só pode tosquiar
6.10. Organização e conteúdo
uma de cada vez.
Sempre baseado na ISA TR 77.60.04-1996,
6.9. Estrutura do menu as seguintes considerações são oferecidas
O objetivo e tarefa do operador não estão para o conteúdo geral e layout, enfatizando os
apenas no processo imediato mas também itens importantes, fornecendo o
estende em coisas que acontecem adjacente a reconhecimento fácil para o usuário e para
ele. O que está acontecendo a montante e a agrupamentos, identificação e convenções de
jusante deste ponto de operação? Como as códigos. Porém, quando são estabelecidas
ações que ocorrem neste local podem impactar regras, sempre há contradições em uso
outras partes da planta? específico.
O projetista do sistema deve analisar a Deve-se considerar no conteúdo geral e
tarefa que é requerida e a informação layout:
necessária para fazer isto. Tendo feito isso, o Fornecer o conteúdo geral, mas
projetista deve definir a estrutura que melhor somente o que for suficiente para
provê as ferramentas para esta tarefa. Qual suportar o objetivo do display.
deve ser a hierarquia da estrutura do menu? Arranjar o conteúdo de modo que ele
Quais são as relações entre as tarefas e as não fique muito denso.
funções executadas em cada tela? Qual é o Em display muito denso, é difícil localizar a
movimento lógico entre estas telas (tarefas e informação. Uma recomendação é deixar de 25
funções)? Como impedir o operador de perder a 40% de espaço vazio. Para sistemas com
uma tela? Quando são necessários barras de poucos monitores, pode ser necessário
ferramentas, pontos, botões, janelas pop-up, aumentar a densidade do display para evitar a
chaves quentes? Todas estas características necessidade de haver muitas paginas entre
diferentes, tecnicamente inteligentes devem ser displays. Um display bom e efetivo permite
feitas de modo consistente em todo o sistema, haver mais informação em uma única página
de modo que toda vez que uma operação sem confusão. O uso cuidadoso de janelas
específica for necessária, as ações para também ajuda.
executá-las bem sejam consistente, Os destaques e recomendações são:
independente de quem esteja operando. Mostrar os dados que sejam mais
Os principais erros que aparecem são: a importantes para o objetivo do display.
ausência de identificações claras, layout Organizar os elementos pela ordem
inconsistente de todas as telas. Sempre que for que eles serão usados (e.g., de cima
feita qualquer ação, deve haver uma para baixo, da esquerda para a direita),
realimentação imediata, mostrando quando o com os elementos mais

150
IHM
frequentemente usados com maior Deve-se ter lógica no usa de agrupamento
proeminência. e identificação:
Tornar mais fáceis as comparações, Fazer o agrupamento reconhecível
colocando os elementos a serem imediatamente, sem a necessidade de ler
comparados juntos. os dados específicos.
O nível de abstração deve estar de Usar espaçamento em vez de linha para
conformidade com o objetivo do separar grupos de dados ou equipamentos,
display, ou seja, as telas com detalhes para reduzir a confusão.
devem ter valores concretos que não Agrupar dados pelas relações funcionais.
precisam aparecer em telas gerais. Considerar o usuário dos dados e
Deve-se enfatizar os itens importantes: considerar que ocasiões diferentes irão
Estabelecer um foco consistente para determinar se os dados devem ser
cada tela, como centralizando o titulo agrupados por prioridade (importância),
no topo da tela para servir como um freqüência, seqüência de uso, localização
ponto de partida para ver o display. ou ordem alfabética ou numérica ou
Colocar os itens com maior prioridade cronológica.
sobre outros em locais mais Fazer agrupamentos consistentes com
proeminentes. todos os tipos de displays similares.
Evitar mostras condições de alarme ou Identificar todos os dados, a não ser que
status que estejam em condição normal seja intuitivo e fácil de inferir do layout do
(não alarmada), ou seja, alarme não display.
atuado, aviso não mostrado. Isto não Fazer identificações curtas, únicas e
quer dizer que não se deva mostrar o distintivas.
status normal do equipamento (ligado- Estabelecer convenções para identificação:
desligado, cheio-vazio, aberto-fechado) tamanho, localização e fonte (maiúscula ou
que pode ser necessário para minúscula). O tamanho e localização
monitorar a operação da planta. devem ser consistentes. Deve-se usar
Evitar mostrar equipamento secundário letras maiúscula e minúscula; que é mais
se o status corrente é suficiente. fácil de ler. Evitar usar tudo em maiúscula!
Mostrar indicações de limite somente Não usar linhas grossas para fazer
quando o limite for atingido ou quando molduras, pois aumenta a complexidade
o conhecimento do limite for necessário das telas.
como parte do desempenho do Colocar o texto de dados mais importantes
processo. em cores brilhantes (branco, amarelo,
Deve-se fazer os displays fáceis para o verde claro) para destaque.
usuário reconhecer: Colocar os valores menos importantes em
Conformidade com o modo de pensar cores com menor intensidade, como a
do usuário acerca do sistema. metade do brilho.
Tirar vantagem da relação física do Deve-se usar convenções de código
processo que seja conhecida pelo aceitos em todo a planta:
usuário, como o local do equipamento Estabelecer convenção de código para
envolvido. toda a planta, para manter consistência
Manter consistência no projeto do através das telas. A codificação deve
display com os displays já em uso, enfatizar padrões e formas sobre as
como uma herança do sistema já cores.
instalado, especialmente se o usuário Ter lógica na codificação. Por exemplo,
já rodou por vários sistemas. Isto não uma bomba maior deve ter um símbolo
significa que se deva evitar o uso de maior.
características valiosas do novo Empregar códigos já conhecidos pelos
sistema, mas fazer seu uso uma usuários (código de cor, abreviações, tags,
extensão intuitiva do que já é usado e símbolos de desenhos).
foi aprendido. Usar códigos óbvios (seta para cima para
Tirar vantagem de qualquer convenção simbolizar aumentar e seta para baixo para
ou prática, principalmente se elas já simbolizar diminuir). Evitar ambigüidade.
são bem conhecidas e aceitas. Isto é Usar norma, quando existente e aplicável.
muito importante na área de Por exemplo, a identificação de
abreviações, símbolos, códigos de instrumentos é definida pela norma ISA
cores. Ou seja, não mudar os S5.1-1984.
paradigmas de operação já existentes.

151
IHM
Estabelecer biblioteca de formas para nível de detalhes, onde cada display serve
garantir uniformidade, usando símbolos como um menu de informação para cima ou
padrão conhecidos do usuário. para baixo deste nível.
Fazer formas claramente distintas. O conceito de Renzo Dallimonti, do início
Usar espaço para garantir a legibilidade de dos anos 1970, se baseou no painel
caracteres alfanuméricos quando usados convencional de operação. O painel todo é o
em conjunto com formas. Deve-se colocar overview. Vai-se para um grupo de
a identificação dentro da forma, sempre instrumentos deste painel para observar e
que possível. manipular as ações de controle. Escolhendo e
Fornecer definições para códigos especiais puxando um instrumento deste grupo da
ou pouco comuns. Usar telas de ajuda estante, é possível acessar os parâmetros de
(help) para definições. sintonia e limites de alarme do controlador.
Evitar o excesso de códigos, que podem Estes conceitos foram utilizados para a criação
aumentar a confusão e requerem a das três telas clássicas na estação de
interpretação constante do usuário, que operação do sistema distribuído de controle:
diminui seu foco na tarefa sendo overview, grupo e detalhe.
executada. O desenvolvimento da estrutura, conteúdo,
Usar um fundo de tela escuro ou neutro. O organização e hierarquia de telas se baseia
fundo geral da tela deve combinar com as também nesta idéia de vários níveis.
condições do ambiente, em que 25 a 50% Seja o processo da Fig. 3-15. No topo da
de cinza é bom, porque mascara os tela, tem-se um entendimento global das
reflexos. operações da planta, com o foco colocado na
Usar fundo diferente para janelas pop-up saúde geral de cada área abaixo dela. Ao lado,
para distingui-las da tela principal e garantir mostrando que as áreas têm condições de
que o fundo provê um bom contraste com o alarme, esta perspectiva ajuda o operador a
código de cores estabelecido. aprender onde os problemas potenciais podem
ocorrer. Algum tipo de lâmpada piloto ou
Deve-se desenvolver um método para
mensagens de aviso é apropriado aqui. Em
destacar as mudanças:
cada nível abaixo, deve haver alguma direção
Fazer destaque é um modo de codificar
lógica para o próximo nível, talvez
pois ele chama a atenção do usuário. Devem
simplesmente clicando em uma área
ser destacados somente dois ou três itens em
destacada. O padrão é repetido em cada nível.
cada display, para serem efetivos. Fazer
Se aparecer uma anormalidade na planta, o
destaque inclui o seguinte:
operador poderia descobri-la, através da
Vídeo reverso: efetivo para alarmes,
hierarquia, seguinte os ícones piscantes.
pois supera a baixa percepção de
brilho do vermelho.
Aumento de brilho: aumenta a
intensidade da cor ou muda para uma
cor mais brilhante, quando invocado.
Piscamente: extremamente útil para
chamar a atenção, mas para ser
efetivo, não deve ser usado
exageradamente. Deve ser reservado
para alarmes importantes. O usuário
deve ter meio de suprimir a ação de
piscamento.
6.11. Hierarquias de telas
Em plantas muito grandes, nem tudo está
indo para a mesma tela. A conexão entre telas Fig. 9.16. Hierarquia de telas
é muito crítica, nestas aplicações. É imperativo
que haja algum conceito de hierarquia de como
as telas vão juntas, de modo que o operador
possa navegar intuitivamente de uma para Além de navegar entre os diferentes níveis
outra tela. As estruturas de display fornecidas de hierarquia da planta, o operador deve
pelos vendedores de sistemas de controle também ter a capacidade de dar uma volta na
distribuídos em tempo real são geralmente planta, em cada nível. Geralmente, há várias
organizadas em uma estrutura hierárquica. A unidades do mesmo processo. Assim, dar uma
estrutura agrupa os displays de acordo com o volta na planta é facilmente conseguido através

152
IHM
da mudança de páginas através de telas, em eventualidade. O operador deve caminhar por
qualquer nível. A navegação entre telas corredores e caminhos para cada local de
adjacentes pode ser feita com botões operação necessário. Deve haver avisos e
embutidos na tela (na parte superior ou marcações, principalmente quando houver
inferior). mudanças, mesmo temporárias para
Geralmente, a vista geral nos níveis manutenção e reparo. Exemplos de avisos:
superiores da hierarquia é informal e torna elevador, escada.
possível a monitoração das condições gerais Dentro de qualquer uma destas salas de
dos processos diferentes dentro da planta. operação, deve haver outras portas para
Raramente se espera a ocorrência de uma passar e cada porta deve levar o operador em
função operacional neste nível. Nos níveis mais detalhes do equipamento para esta
intermediários, têm-se telas mostrando como a operação. Ainda, o operador pode mover
planta está rodando. Nos níveis inferiores, dentro desta área da planta, achando
estão os detalhes dentro dos controladores e informação marcada claramente sobre esta
as telas de diagnósticos. área e o que pode acontecer ao processo
As telas com hierarquia direta não são os quando ocorrerem ações de controle e
únicos modos de organizar as estruturas de correções.
tela. Os outros dois enfoques usados são: Quando ocorrer qualquer anormalidade,
Estrutura seqüencial sempre deve haver uma saída de emergência
Estrutura espacial clara, para permitir o operador
instantaneamente:
Estrutura seqüencial
1. Ir diretamente para o local da anormalidade
Onde o movimento de uma tela para outra para fazer a ação corretiva ou
é governado por uma seqüência de
procedimentos. Esta técnica é útil para 2. Ir diretamente para alguma sala de guerra,
gerenciar partidas, desligamento e mudanças. onde uma análise apropriada da situação
O bom uso deste enfoque tira vantagem das permitir que ele determine o que precisa
janelas pop-up, em um ambiente de janela. ser feito, em que ordem e como.
Em qualquer caso, deve haver prompt,
Estrutura espacial sugestões e lista de coisas e muita informação
para suportar a atividade.
Onde a estrutura de telas simula um mapa
O operador navega em várias partes
mental do layout físico do processo. É uma diferentes da planta. Estas áreas possuem
expansão do conceito fundamental de andar parâmetros e condições diferentes. Quanto
pela planta de algum modo que é muito lógico mais diferente for uma área das outras, mais
e intuitivo para o operador. importante é dar ao operador as informações
6.12. Imitando vídeo game corretas desta área e as ferramentas para
responder corretamente. A apresentação
Todo projetista de sistema deve ter uma apropriada pode estar na forma de frontais de
boa imagem do processo em sua cabeça, instrumentos, caixas de diálogo, prompts,
funcionalmente e fisicamente. De algum modo, mensagens, condições completas de alarme e
depois ele deve transmitir este mesmo bom visual. Igualmente importante, deve haver
entendimento para cada operador, uma rota direta para retornar às tarefas
independente de sua experiência ou interrompidas ou direções específicas para as
estabilidade. Um bom modelo deste desafio é o próximas tarefas requeridas depois da ação
vídeo game, que leva um jogador através de corretiva.
todos os tipos de perigos para um determinado
objetivo. A diferença é que a operação da 6.13. Percepção do operador
planta não é um jogo, e não se pode deixar Uma hierarquia de tela deve ser adotada
para qualquer operador (jogador) a livre muito cuidadosamente. A maioria dos sistemas
escolha de como ele vai resolver o problema.
tem uma técnica de manobrar entre telas. O
Na tela de overview, o operador está na projetista deve explorar isto. O projetista deve
sala de controle principal. Tudo em torno dela usar toda a sua criatividade para que o
deve permitir o operador entender as
operador possa fazer suas atividades de modo
operações da planta. Isto pode também incluir intuitivo, sem ter de aprender alguma função
um mapa físico ou funcional. Para começar estranha e crítica. Fazer isso significa que o
qualquer passeio do operador, deve haver projetista da planta deve entender a cultura dos
portas e direções. Deve haver portas normais, operadores que estão rodando a planta.
de emergência, de incêndio em cada tela para
Considerando a cultura apropriada da sala de
uma progressão lógica para uma controle, o que ocorre se operadores de duas

153
IHM
estações diferentes fizerem comandos ajustável ou não, a posição dos braços do
conflitantes no mesmo processo? Isso pode ser operador com relação ao teclado e a distância
a cultura de regiões diferentes ou a cultura de dos olhos do operador das telas. É importante
indústrias diferentes. A cultura do pessoal da considerar o modo como a sala de controle é
indústria de petróleo é diferente da indústria usada, se o operador fica sentado
farmacêutica, mineração, siderurgia. Uma continuamente em frente à tela, todo o dia, ou
tradição pode ter cem anos e deve ser seguida. se ele vai à estação de operação somente para
Isto não significa que não se deve introduzir fazer ajustes no sistema de controle. Deve ser
idéias novas, mas as idéias devem ser considerado se o operador anda em outras
introduzidas dentro dos conceitos destas partes da sala, onde ele senta todo o dia, o
tradições. Agora, realmente, rodar bem uma layout da mobília e a colocação de telas e
planta, sob condições normais, é relativamente teclados.
fácil. É como, tendo aprendido a dirigir um
carro, rodar em um belo dia ensolarado em 6.15. Interfaces externas
uma estrada em bom estado, com pouco Um sistema distribuído de controle distribui
trânsito, é relativamente fácil, mesmo que seja a computação e condicionamento de sinais e
a primeira vez que se ande nela. O que é centraliza a informação que vai para a sala de
crítico, porém, é como responder quando controle. Geralmente, há bases de dados
acontece um sério acidente. O que o operador residentes em vários locais, como dentro de
deve fazer em uma anormalidade critica da cada controlador. Os dados destes locais
planta? Este é o ponto. Assim, devem ser remotos, porém, são compartilhados, de modo
olhadas todas as condições que podem que toda a informação é disponível em um
acontecer em uma planta e pensar como o local, onde o operador tem um entendimento
operador pensa dentro de sua cultura. de todas as operações na planta. Estes
mesmos dados são usados no computador da
6.14. Sala de controle
planta. Em muitos sistemas, pode haver
Foi colocado ênfase principalmente na área interfaces de operação locais, geralmente a
muito ignorada e abusada dos displays das base de vídeo. Os dados dentro destas
telas bons, trabalháveis e amigáveis. Esta é a interfaces eram apenas de uso local a esta
área em que as pessoas têm menos operação especifica. Hoje, a tecnologia permite
experiência. que eles também sejam enviados para outras
Mesmo assim, a sala de controle também é partes do sistema.
importante e também requer um bom Os operadores não estão mais limitados a
planejamento. Recomenda-se que no layout da algum console remoto mais é capaz de se
sala de controle, a porção superior da sala seja mover para mais perto do processo. Ela pode
mais clara e a porção inferior mais escura. ter a informação de toda a planta, não apenas
no console central mas também de qualquer
computador ligado ao sistema.
Técnicas de transmissão permitem telas de
vídeo portáteis com teclado de operação
portadas pelo operador. A tecnologia atual
permite o operador andar pela planta, porém
com acesso a tudo do console central. Como
antigamente, o operador também pode escutar,
cheirar, apalpar tudo que está acontecendo,
porém com o conhecimento e ligado aos
controles reais e toda a informação da planta.
Estas conexões, fones e telas podem estar
alojadas, inclusive, em seu capacete e um
pequeno teclado em seu cinto ou ligado à sua
camisa. O que era ficção cientifica e só
aparecia em filme de Flash Gordon ou Guerra
nas Estrelas agora é realidade e está no
sistema de controle da planta.
Fig. 9.17. Sala de controle típica Atualmente, já há interface de operação
sem fio. O operador tem pequenos fones de
ouvido, tela, mouse e teclado em sua frente.
Fisicamente, a sala de controle deve ter
seu próprio layout ergonômico. Devem ser
consideradas as alturas das cadeiras, se

154
IHM
6.16. Telas de negócios
A outra direção tomada pelos parâmetros
de controle é na direção do escritório do diretor.
Hoje, é possível mostrar os controles na tela de
um computador no escritório dos diretores.
Embora seja possível, não é aconselhável
usar estas telas para operar a planta. Elas são
usadas apenas para serem vistas, propiciando
uma discussão gerencial da operação da
planta. A operação da planta continua sendo
feita pelas mãos do operador. A tela de
gerenciamento do processo nunca pode
permitir o acesso a alterações operacionais. O
controle de processo nunca deve ser
manipulado por diretores sentados em um
escritório, a milhares de kilômetros de Fig.13.19. Tela de operação típica
distância, sem contato com os eventos reais da
planta. Esta tela no escritório deve ser usada
apenas para ver o processo e pode ser útil
como ferramenta para análise da planta em
conjunto com as operações de negócios.
Outra vantagem da nova tecnologia pode
estar no uso de computadores portáteis
(notebooks) como interface. Assim como o
notebook pode ser usado em negócio, ele pode
ser uma interface de processo, na planta.
Também, isto não deve ser para a manipulação
dos processos da planta, mas apenas para a
manipulação da informação que esteja na base
de dados.

Fig. 1.1. Tela de operação e instrumentos de


campo

Fig. 9.18. Tela de Sistema de Gás Lift

155
Fig. 9.20. Tela de operação típica de uma Estação de Compressores (Miranga, BA)

Fig. 9.20. Tela de configuração de diagrama ladder

156
Automação
laboratório, sistema de manutenção,
2. Critérios básicos para confecção medição de gás.
de telas do SCADA 4. Telas de suporte da supervisão,
controle e gerenciamento do
2. 1. Objetivo sistema, permitindo a visualização da
arquitetura e configuração atual do
Estabelecer diretrizes básicas e critérios sistema supervisório, sumario da
para configuração e construção de telas dos comunicação do sistema, visualização
Sistemas de Supervisão, Controle e Aquisição da configuração dos CLPs, telas para
de Dados (SCADA). O documento é configuração da base de dados que
estruturado do seguinte modo: possibilitem a inclusão ou retirada de
1. Mecanismos de navegação no sistema pontos em manutenção ou ainda a
2. Telas básicas, com definição de Base alteração dos parâmetros destes
Line (mascara e botões padrão) pontos, telas de diagnósticos do
3. Típicos de sub-janelas para comando sistema.
de equipamentos 5. Telas de supervisão de sistema,
4. Telas para acompanhamento das como computador de vazão (FQI),
operações análise de cromatógrafo, telas de
5. Telas para acompanhamento das diagnósticos de equipamentos de
comunicações campo, estação de medição de vazão,
6. Telas para arquitetura do sistema e sistema de telemedição, sistema de
configuração dos CLPs telecomandos de válvulas.
7. Gráficos de tendências (trend recorder) Não são aceitas atuações de equipamentos
8. Simbologia a ser adotada para ou sub-sistemas com uma única intervenção na
representação de instrumentos, tela, ou seja, todo comando do operador para
equipamentos, linhas e acessórios atuar equipamentos deve ter uma confirmação
2.2. Desenvolvimento ou cancelamento da ação. Por exemplo, para
ligar uma bomba, o operador deve clicar no
ícone ou botão de acionamento correspondente
Filosofia geral
e depois deve clicar em uma janela de pop-up
As telas devem ser simples e com que aparece, para confirmar (ou cancelar) o
informações que contemplem a origem e o acionamento.
destino. Devem ser usados recursos de
janelas pop-up para permitir que dentro de uma 2.3. Navegação de telas
tela com informações gerais de uma
determinada região ou operação (macro), se Estrutura de navegação
abra uma janela com informações mais O sistema deve ser estrutura para ter mais
detalhadas (micro) de um modo de navegação, de acordo com os
seguintes critérios:
Conjuntos de telas ou contextos de 1. Navegação seqüencial: mostra tela a
informações tela de um conjunto de telas que
O sistema deve conter os seguintes compõem um determinado contexto.
conjuntos de telas ou contextos de Esta navegação deve ser feita através
informações: de ícone padrão ou de elemento do
1. Telas operacionais, voltadas para a contexto da informação, botão de
ação de supervisão e comando das rolagem de telas ou réguas de botões.
instalações e do processo (malha de 2. Navegação seqüencial horizontal:
controle, estocagem, alinhamento mostra uma seqüência de telas desde a
operacional, city gates, proteção origem para o destino ou do destino
catódica do duto, gráficos de para a origem de cada sistema, de
tendências) forma horizontal, conforme a figura:
2. Telas informativas, voltadas para a 3. Navegação seqüencial vertical:
passagem de informações, como mostra uma seqüência de telas desde a
programação operacional, relatórios, tela principal do sistema e as sub-telas
procedimentos operacionais, pertencentes ao mesmo sistema, de
informações dos pontos analógicos, forma horizontal, conforme a figura:
informações da estocagem. 4. Navegação rápida: deve ser
3. Telas para introdução de dados, via implementada através de botões, para
teclado ou mouse, para o sistema ir de uma tela a outra, pertencente a
supervisório, como dados de análise do um contexto de informação, sem

157
Automação
passar de forma seqüencial por outras sobre o ponto em questão, através de
telas intermediárias do sistema. um campo sensível.
5. Navegação automática: deve ser 4. Quando um sistema tiver mais de uma
considerada quando existir alarmes tela, a configuração deve permitir o
críticos que necessitem de intervenção desencadeamento das diversas telas,
imediata do operador, de modo que podendo avançar ou retornar as
basta o reconhecimento do alarme pelo diversas telas com facilidade através de
operador ou um click em um ícone ícones.
específico para que a tela 5. Tela do Menu Principal, que permite
correspondente do alarme seja acessar qualquer sistema a partir dos
automaticamente mostrada no monitor. botões da tela.
2.4. Definições das telas
Lay out básico
As telas do sistema SCADA devem ser
construídas basicamente com o seguinte lay
out:

Fig. 5.7. Lay out básico da tela do monitor

Fig.5.6. Navegação das telas


Região superior – local onde são
apresentados: o logotipo da Petrobras, o
nome da tela, data/hora, o nome do usuário
que está logado no sistema, condições dos
meios de comunicação (p. ex., VSTA,
Mecanismos de navegação INMARSAT e LTD), ícones para navegação de
Os mecanismos básicos de navegação são telas.
os seguintes: Região central – local onde são
1. Há botões de navegação que aparecem apresentadas as telas principais que
sempre em locais ou campos permitem a visualização, controle e entrada de
predeterminados da tela, facilitando sua dados para o sistema. A Região 3, quando
localização e aplicação. utilizada, aparece superposta à região 2.
2. Régua de botões localizada na parte Região inferior esquerda: região onde
inferior do monitor, onde o operador preferencialmente são mostradas as janelas
pode selecionar o sistema que deseja pop-up. Porém, as janelas pop-up também
visualizar ou atuar. podem aparecer na região 2, desde que não
3. Planta geral da área, onde o operador haja o encobrimento de região ou objeto de
pode abrir telas que mostrem os interesse ao operador naquela situação. Esta
sistemas desejados apenas clicando região 4 é subdividida em três áreas:

158
Automação
Região inferior direita: apresenta a janela
de botões de acesso do sistema, que deve Janela de comandos de bomba
estar sempre visível e localizada na parte
superior esquerda da região 4 Cada botão
pode também chamar outras réguas de botões
ou janelas dentro do contexto relativo às
instalações de cada ponto operacional
Região mais inferior. apresenta a janela
de alarmes, que deve estar sempre visível e
localizada no rodapé esquerdo desta região,
onde devem estar mostrados os últimos quatro
alarmes de maior prioridade (reconhecidos ou
não, em ordem cronológica). Esta janela deve
conter também dois botões no lado direito:
1. Botão de reconhecimento de todos
os alarmes
2. Botão de rolagem das linhas de
alarmes correntes, para visualizar a
descrição dos alarmes, além dos
quatros últimos.
Região mais inferior direita: apresenta a
janela de botões da Estação de Supervisão e
Controle (ESC) que deve estar sempre visível,
com os botões de função e janelas funcionais
do sistema SCADA, como, por exemplo:
1. impressão de telas Fig. 5.9 Janela de comandos da bomba
2. sumario de eventos e alarmes
3. relatórios
4. log-on e log-off dos operadores
5. arquitetura do sistema Observações:
6. rede de comunicação dos CLPs 1. Um click sobre uma bomba em
7. tela dos meios de comunicação manutenção implica no aparecimento de
8. estados dos computadores principal e uma janela pop-up apresentando a
reserva (stand-by). mensagem de manutenção e a
indicação da principal causa (dado
Telas Básicas entrado pelo operador via teclado).
O programa aplicativo de supervisão (e.g., 2. Deve ser apresentado horímetro na
Oasys ou Fix D Max) deve apresentar um bomba para o operador fazer melhor
conjunto mínimo de telas para permitir a acompanhamento na utilização da
monitoração e comando das operações bomba e para futura disponibilidade
previstas, oferecendo segurança, rapidez e para manutenção. O rearme (reset) do
várias formas de navegação. horímetro só pode ser realizado por
A cor de fundo (background) das telas é operador com senha apropriada.
preta. Para as janelas de comando, janelas 3. A condição de bomba em manutenção
pop-up, sub-telas, gráficos de tendência, a cor não permite efetuar o comando de ligar
de fundo é cinza ou qualquer outra cor neutra a bomba.
diferente de preta.
As principais telas são mostradas na arvore
da Fig. 4.

159
Automação

Fig. 5.8. Principais telas do sistema

160
Automação

Tela de Gráfico de Tendência


Válvula motorizada As cores das variáveis que serão plotadas
nos gráficos de tendência são as mostradas na
Tab. 1, que está de conformidade com a norma
Petrobras NDT-03. Caso alguma cor não esteja
definida na norma, a Petrobras a definirá.

Tab. 1. Cores das variáveis de processo

Variável Cor
Nível de liquido Bege
Temperatura Amarelo
Pressão Branco
Densidade Verde
Vazão Azul

As telas de tendência contêm a


representação, em forma de gráfico, de uma
série de valores de uma mesma variável,
durante determinado intervalo de tempo.
As telas de tendência apresentam, no
mínimo, quatro variáveis simultaneamente,
permitindo ajustes nas escalas de tempo,
valores da variável e cores de cada linha.
Nas telas de tendência de tempo real, o
gráfico passa a ser construído a partir do
momento em que a variável é selecionada,
salvando um novo valor a cada segundo.
Nas telas de tendência de tipo histórico, o
Fig. 5.10. Janela de comandos de uma válvula gráfico passa a ser construído a partir dos
motorizada recuperados da variável de arquivos de dados
históricos.
Para a apresentação em uma tela de
Observações: tendência de tempo real, a variável não precisa
1. Um click sobre uma válvula receber nenhuma identificação especial
motorizada em manutenção implica durante a configuração, podendo o operador
no aparecimento de uma janela selecionar qualquer variável da base de dados.
pop-up apresentando a mensagem Na tela de tendência histórica, é possível a
de manutenção e a indicação da navegação na escala de tempo, com
principal causa (dado entrado pelo abrangência de intervalo de tempo
operador via teclado). selecionável.
2. A condição de válvula motorizada A apresentação de dados nas telas de
em manutenção não permite tendência deve caracterizar os períodos em
efetuar o comando de abrir ou que não tenham sido armazenados dados.
fechar a válvula. As janelas gráficas devem permitir a
ampliação ou diminuição da tela e
Tela de quadro operacional deslocamento da imagem.
Na tela de Quadro Operacional são Os valores numéricos de variáveis
apresentados os parâmetros como as variáveis analógicas (e.g, nível, temperatura) podem ser
referentes aos tanques e esferas, como apresentados na tela, de acordo com a
pressão, nível, temperatura, densidade, vazão, configuração através de algarismos ou
densidade, estoque disponível (innage), espaço representação gráfica proporcional ao valor da
disponível (ullage), valores totais de volume por variável..
produto, operado do tanque ou esfera. Desta Os valores de estado de variáveis binárias
tela, o operador pode acessar também outras (e.g., bomba ligada ou desligada) podem ser
telas mais detalhadas, através de botões, tais apresentados na tela de acordo com a
como: diagnóstico da telemedição, parada do configuração, através de mensagens
tanque, informações operacionais, gráficos de associadas ao estado ou através de código de
tendência de cada tanque ou esfera. cores.

161
Automação

Tela do Controlador PID diferentes tipos de vasos de pressão devem ser


A tela do controlador deve mostrar os representados de modos diferentes.
botões de determinação (do ponto de ajuste,
valor de saída e parâmetros de configuração), Representação de linhas e acessórios
indicação dos valores da variável (PV), ponto Os acessórios de linha devem ser
de ajuste (SP), valor da saída (VM) e gráfico de simbolizados conforme os anexos da N-58. As
tendência. linhas e tubulações de processo devem estar
Os parâmetros de sintonia dos valores de de conformidade com a NDT-03.
ganho, tempo integral e tempo derivativo só As válvulas com diferentes funções
podem ser alterados por operador com senha (bloqueio, retenção, controle), diferentes
apropriada. atuadores (pneumático, solenóide,
motorizadas, manuais) devem ser
Tela de monitoração da comunicação representadas de modos diferentes nas telas.
A tela de monitoração da comunicação Devem ser seguidas as normas N-58 e NDT-
contém a situação atual e as estatísticas 03.
correspondentes às atividades de comunicação
dos diversos sistemas (VSAT, Telefone, Radio, Representação de equipamentos elétricos
Moddem). Os equipamentos elétricos devem seguir os
símbolos recomendados na
Tela de Relatório Operacional N-898.
A tela mostra na estação de operação o
relatório a ser impresso. Representação de instrumentos
Os instrumentos devem seguir os símbolos
2.5. Simbologia recomendados na N-901.
Normas aplicáveis Condições gerais
Os símbolos dos instrumentos e linhas de Os símbolos devem ser representados
processo devem estar de conformidade com as sempre obedecendo a uma proporcionalidade
normas (ISA S5.1, S5.3) ou as normas da de dimensões.
Petrobras. As válvulas de controle devem possuir um
As seguintes normas Petrobras estão pequeno quadro com a percentagem (%) de
relacionadas: abertura próximo ao seu símbolo. Quando se
clica sobre um símbolo de válvula de controle,
Tab. 2. Normas da Petrobras deve aparecer uma sub-tela mostrando a
malha de controle correspondente.
NTD-3 Telas do SCADA – Padronização Os equipamentos com opção de operação
N-58 Símbolos gráficos para fluxogramas Local/Remota devem seguir a NDT-03, ou seja,
de processo e engenharia seguir a Tab. 3:
N-898 Símbolos gráficos e designações
para esquemas elétricos Tab. 3. Status Remoto/Local e cores
N-901 Identificação e símbolos para
instrumentos Estado Nome Cor
N-4 Uso da cor em instalações terrestres Local L Vermelho
Remoto R Cor de fundo
A norma ABNT NBR-6493: Emprego de
cores fundamentais para tubulações industriais, As linhas representadas nas telas não
também deve ser seguida. devem se cruzar, sendo as linhas verticais
interrompidas nos cruzamentos.
Representação de equipamentos mecânicos As linhas que representam as tubulações
Devem ser adotados os símbolos devem possuir sentido de fluxo.
constantes dos anexos da norma N-58: Os pontos analógicos após retornados à
Símbolos gráficos para fluxogramas de condição normal depois de uma condição de
processo e engenharia. alarme, não devem alarmar para o operador. A
Os diferentes tipos de acionadores devem volta para a condição normal é configuração
ser simbolizados de modos distintos, ou seja, somente para evento.
tem-se motor elétrico, motor a combustão Os pontos binários após retornados à
interna. condição normal depois de uma condição de
Os diversos tipos de tanques de alarme, devem alarmar para o operador.
armazenamento (cilíndrico, esférico) e os

162
Automação

O tag representado nas telas deve adotar o


mesmo padrão da lista de pontos de entrada e
saída do CLP. Exemplo: PT_001, TT_002,
FT_003. Os valores devem ser representados
do seguinte modo:

Fig. 5.12. Representação de uma válvula


manual não do SCADA

Quando o operador clica sobre o tag de um


ponto analógico (e.g., pressão, temperatura,
Fig. 5.11. Indicação da variável e tag do vazão, nível), aparece uma tela com as
instrumento seguintes informações do ponto:

As cores dos valores do ponto analógico e


ponto binário devem representar a condição de
alarme ou normal da variável, conforme a
definição da Tab. 4.

Tab. 4. Condição e cor do ponto analógico


ou binário

Condição Cor do
ponto
Alarme muito alto (HH) Violeta
Alarme alto (H) Vermelho
Normal Verde
Alarme baixo (L) Vermelho
Alarme muito baixo (LL) Violeta

As casas decimais dos valores das


variáveis devem estar de conformidade com a Fig. 5.13. Click sobre um ponto analógico
Tab. 5.

Tab. 5. Variáveis e número de casas


decimais

Variável Unidade Casal Na tela


Pressão kgf/cm2 1 XXX.X
O
Temperatura C 1 XXX.x
Vazão m3/h 0 XXXX
Volume m3 0 XXXX
Tensão V 0 XXX
Corrente A 0 XXX
Tubo-solo V 1 XX.X
Densidade g/cm3 3 X.XXX

As válvulas manuais quando não incluídas


no SCADA, se forem representadas na tela, Fig. 5.14. Click sobre um ponto binário
devem ter seu interior preenchido com a cor
branca, conforme abaixo.

163
Automação

Fig. 1.11. Tela de um sistema SCADA

164
Bibliografia

10. Bibliografia
(Todos estes livros pertencem à Biblioteca do autor e todos os livros, exceto os que os amigos tomaram emprestados e
esqueceram de devolver, foram e são continuamente consultados para a elaboração e atualização de seus trabalhos.)

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