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Ribeirão Preto SP • Novembro 2018 • Ano 19 • nº 237

A VOZ DO AGRONEGÓCIO

Futura
ministra
O Presidente eleito, Jair
Bolsonaro, indica Tereza
Cristina, líder da bancada
ruralista na Câmara
Federal, para comandar o
Ministério da Agricultura

Mulheres Especiais Pecuária


Congresso em Cafés diferenciados Pesquisa identifica Em conferência,
homenagem a elas atraem paladar genes de crescimento Temer promete
recebe 1.500 pessoas na Alta Mogiana e reprodução do gado agilizar RenovaBio
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A VOZ DO AGRONEGÓCIO
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5
EDITORIAL

Nova liderança
A deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) foi escolhida pelo Pre-
sidente eleito, Jair Bolsonaro, como nova ministra da Agricultura do gover-
no que começa no próximo dia 1º de janeiro. Líder da bancada ruralista e
bem aceita pelos empresários do campo, ela, que será a segunda mulher
a ocupar a pasta – a primeira foi Kátia Abreu, com a ex-Presidente Dilma
Rousseff –, representa a esperança que o agronegócio nacional seja reco-
nhecido como merece.
Sustentáculo da nossa balança comercial e celeiro de empregos e
geração de renda, o setor agropecuário ocupa, tradicionalmente, posições
coadjuvantes nas políticas governamentais. Antes mesmo das eleições,
não costuma ser prioridade dos candidatos a Presidente. Não aparece en-
tre os temas mais debatidos durante a campanha. Não é alvo de medidas
emergenciais que visam à recuperação da economia. Tem-se a impressão
de que caminha sozinho, mantido, apenas, pela força do homem do campo,
capaz de transformar, historicamente, adversidades em oportunidades.
Durante o governo de Dilma Rousseff, o agronegócio passou por
extremas dificuldades, sobretudo o setor sucroenergético, que vem, é ver-
dade, de uma séria crise que já dura dez anos, mas que, especialmente no
segundo mandato de Dilma, sofreu com a política de preços adotada pela
Plínio César Petrobras, o que refletiu diretamente no etanol e aumentou o endividamento
Diretor do Grupo Agrobrasil de várias usinas.
Além de recolocar algumas áreas do agro nos trilhos e vender o
Brasil como modelo de produção de alimentos, seja por sua tecnologia,
seja por sua capacidade inquestionável de impulsionar a produtividade a
ponto de o País ser protagonista no fornecimento de comida para o mundo
nos próximos anos, Tereza Cristina terá o desafio de estimular e manter
o diálogo entre os diversos elos das cadeias produtivas, bem como com
as políticas e entidades ambientais, tão importantes para que se possa
aproveitar esse momento em que nações dos cinco continentes, que esta-
belecem uma série de acordos climáticos, voltam seus olhos para a força
das terras tupiniquins.
Num setor de maioria masculina, Tereza Cristina representa, tam-
bém, a força da mulher que tem, cada vez mais, ocupado cargos de de-
cisão no campo. Cerca de 30% das funções de gestão na agropecuária
nacional já estão com elas.
Nesta edição da Terra&Cia, você poderá conhecer um pouco mais
sobre a nova ministra. Que ela e o próximo Presidente, Jair Bolsonaro, tra-
gam não apenas boas vibrações, mas sejam a cara de um Brasil pujante,
como é o nosso agronegócio.

Boa leitura!
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SUMÁRIO

10
Capa
Tereza Cristina
é anunciada

48 38 16
Eventos Mercado Pecuária
Congresso Cafezinho Gado melhor
das Mulheres especial

14 - OPINIÃO 47 - MERCADO 26 -EVENTOS


Marcone Silva Algodão: recorde histórico Datagro: Valorização ao setor

20 - OPINIÃO 50 - OPINIÃO 30 - MERCADO


Luis Eduardo Ferreira Rosana Higa Açúcar: combate à desinformação

22 - AQUICULTURA 52 - INFORME PUBLICITÁRIO 31 - OPINIÃO


Pesquisa premiada DPaschoal Ciro Rosolem

42 - GRÃOS 54 - GIRO DA TERRA 32 - NEGÓCIOS


Conab estima produção As principais notícias do Portal R$ 70 milhões
CanaMix
43 - OPINIÃO 34 - OPINIÃO
Marina Born 58 - OPINIÃO Mário César Souza e Silva
José Luiz Tejon Megido
46 - TECNOLOGIA
Ultrassom nos grãos

7
Central de Atendimento: 0800 724 4420 | Atendimento de seg. a sex. - das 8h às 20h | Ouvidoria: 0800 646 4001
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CAPA

Tereza Cristina com Jair


Bolsonaro: primeira mulher a
ser nomeada nos ministérios
do novo governo

Tereza Cristina é
anunciada
10
Fotos: Divulgação e Banco de imagens

Marcela Falsarella

Eleito para Presidente da República, com posse em janeiro


de 2019, Jair Messias Bolsonaro (PSL) já decidiu alguns nomes que
devem sustentar seu governo pelos próximos quatro anos. Em anún-
cio realizado em 7 de novembro, por meio de suas redes sociais, ele
designou a deputada federal Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias
(DEM-MS) para conduzir o Ministério da Agricultura, Abastecimento
e Pecuária, tornando-a primeira mulher a ocupar um ministério no
novo governo.
Nascida em 6 de julho de 1954, em Campo Grande, Tereza
Cristina é formada em Engenharia Agronômica pela Universidade
Federal de Viçosa. Também é mãe, avó, proprietária rural e empre-
sária. Sua carreira política teve início em 2007 como secretária do
Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio
e do Turismo de Mato Grosso do Sul. Em 2014, foi eleita deputada
federal por seu estado, com 75.149 votos.
É a atual presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária
(FPA), entidade que, minutos antes da postagem de Bolsonaro, a
havia indicado para ocupar o ministério. A líder da bancada declarou
seu apoio à Bolsonaro ainda no primeiro turno da corrida eleitoral,
indo contra o apoio oficial de seu partido, ao candidato Geraldo Al-
ckmin (PSDB).
O nome da deputada ficou marcado pela defesa à aprovação
do Projeto de Lei 6.299, o que rendeu a ela, entre os ambientalistas,
o título de “musa do veneno”. O projeto, aprovado em junho por uma
comissão especial da Câmara dos Deputados, tratou da flexibilidade
as regras para fiscalização e aplicação de agrotóxicos nos cultivos
nacionais. Após o anúncio do futuro Presidente, Tereza se reuniu
com Bolsonaro e afirmou que a pauta terá muito espaço para dis-
cussões em seu mandato.
Além disso, a nova ministra também foi relatora da medida
provisória que criou o Programa de Regulamentação Tributária Ru-
ral (Refis), do Fundo de Assistência do Trabalhador Rural (Funrural),
que não agradou, na totalidade, a ala do agronegócio. Porém, no ge-
ral, o agronegócio vê com bons olhos a nomeação, como podemos
constatar nas cartas abertas de importantes entidades, recebidas
pela Terra&Cia até o fechamento desta edição:

CNA
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
parabeniza a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) pela sua
indicação para o cargo de ministra da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento do governo do Presidente eleito, Jair Bolsonaro.
A posse da nova Como parlamentar, Tereza Cristina sempre atuou na defesa
dos produtores rurais brasileiros e agora, como ministra, terá condi-
ministra da Agricultura ções de trabalhar ainda mais em benefício do setor.
A CNA se coloca à disposição para construir uma agenda
será no início de 2019, conjunta para o desenvolvimento da agropecuária e do País.

com o país sob o SRB


Os produtores rurais da Sociedade Rural Brasileira (SRB)
comando do Presidente manifestam apoio e parabenizam o assertivo nome da deputada fe-
eleito, Jair Bolsonaro deral Tereza Cristina (DEM-MS), presidente da Frente Parlamentar
da Agropecuária (FPA), para ocupar o cargo de Ministra da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento no novo governo de Jair Bolsonaro.

11
Nascida em 6 de julho
de 1954, em Campo
Grande, Tereza Cristina é
formada em Engenharia
Agronômica pela
Universidade Federal de
Viçosa

A deputada eleita pelo Mato Grosso do Sul tem dicação da deputada Tereza Cristina para o Ministério
ampla experiência no setor, tendo passado pelos car- da Agricultura, por se tratar de forte liderança do se-
gos de Secretária de Agricultura e de Secretária de Go- tor, com grande conhecimento da área, não só por ser
verno do Estado, além de ter atuado como presidente presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA),
da Frente Parlamentar da Agropecuária, quando avan- mas, principalmente, por falar a língua do campo, co-
çou em temas extremamente relevantes para o setor. nhecer a realidade da lida do produtor rural e ter o agro-
Certamente, no ministério, poderá seguir os tra- negócio no coração.
balhos iniciados pela FPA, principalmente em relação Na visão da ORPLANA, o fato de Tereza Cristina
às necessárias reformas no âmbito da defesa sanitária, ser engenheira agrônoma (formada pela Universidade
política agrícola e comércio internacional. de Viçosa, MG) é mais um atributo, no caso técnico,
Com amplo apoio no setor, o próximo governo para comandar a pasta. Mas a experiência da nova Mi-
ganhou um excelente quadro para construção das re- nistra sobre o agronegócio vai além, é produtora rural
formas necessárias ao Brasil. e pecuarista.
Tereza Cristina também é conhecedora e apoia-
ORPLANA dora do setor sucroenergético. Quando ocupou a Se-
A Organização dos Plantadores de Cana da Re- cretaria de Desenvolvimento Agrário da Produção, da
gião Centro-Sul do Brasil (ORPLANA) parabeniza Tere- Indústria, do Comércio e do Turismo de Mato Grosso
za Cristina, deputada federal pelo DEM de Mato Grosso do Sul, teve papel fundamental para avanço do setor no
do Sul, por sua indicação como Ministra da Agricultura, estado sul-mato-grossense.
Pecuária e Abastecimento no futuro governo Jair Bol- A deputada federal também atuou como execu-
sonaro. tiva de empresas do setor de alimentos em São Paulo
A Entidade recebeu de forma muito positiva a in- e participou da diretoria da Federação da Agricultura

Tereza terá a
responsabilidade de
comandar uma das pastas
mais importantes para
a economia brasileira,
que sustenta a balança
comercial

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Tereza poderá seguir os trabalhos iniciados
pela FPA, afirma a Sociedade Rural Brasileira

e Pecuária de Mato Grosso do Sul Anffa Sindical cimento da economia brasileira.


(Famasul), da Associação dos Pro- O Sindicado Nacional dos O Anffa Sindical se coloca à
dutores de Sementes de Mato Gros- Auditores Fiscais Federais Agrope- disposição para auxiliar na constru-
so do Sul (Aprosul), da Associação cuários (Anffa Sindical) parabeniza ção de ações que garantam a segu-
dos Criadores de Mato Grosso do a engenheira agrônoma e deputada rança alimentar do brasileiro e valo-
Sul (Acrissul) e dos sindicatos ru- federal Tereza Cristina pela indica- rizem o agronegócio do País.
rais de Sonora, Terenos e Campo ção ao cargo de ministra da Agricul- Deseja, ainda, que a nova mi-
Grande. tura Pecuária e Abastecimento. nistra reconheça a qualidade técni-
Tereza Cristina assumirá o A deputada já demonstrou, ca e profissional do corpo funcional
Ministério da Agricultura a partir de inúmeras vezes, competência, di- do ministério, que está entre os mais
1º de janeiro de 2019. A Entidade namismo e conhecimento acerca do qualificados do Executivo Federal, e
comunica que a futura Ministra pode setor agropecuário que certamente conte com a equipe para o desen-
contar com o apoio dos produtores farão diferença no desenvolvimento volvimento de políticas públicas que
de cana da Região-Centro Sul do de políticas públicas para esta área, promovam o desenvolvimento do
Brasil. que tem sido indispensável no cres- setor agropecuário brasileiro.

Para a Anffa Sindical, a deputada já


demonstrou competência, dinamismo e
conhecimento acerca do setor agropecuário

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OPINIÃO

Os antioxidantes têm um
papel fundamental na saúde
intestinal dos animais
Marcone Silva A saúde intestinal e seu ma- tema imunológico. Desta forma,
nejo são áreas complexas, coorde- ocorre um quadro de inflamação
Com a crescente demanda nadas por vários fatores, incluindo no organismo, ocasionando diver-
de alimentos e a descoberta de nutrição, microbiologia, imunologia sos sintomas que prejudicam a
novas tecnologias, a produção de e fisiologia. O intestino é um órgão saúde.
proteína animal tem ganhado cada fundamental para o bom funciona- Óleos e gorduras são in-
vez mais atenção. A cada ano, os mento do organismo, pois, além de gredientes muito utilizados como
avanços genéticos têm proporcio- seu papel no sistema digestório e fonte concentrada de energia nas
nado animais com maior compe- absorção de nutrientes, auxilia na rações. Isso permite a formulação
tência na conversão alimentar (CA) imunidade e protege contra pató- de dietas de alta eficácia para ani-
e ganho de peso diário (GPD). genos. Manter o equilíbrio da mi- mais em produção. A indústria de
Maximizar a eficiência alimentar, crobiota é importante para a saúde aves e suínos tem utilizado em
alcançar uma taxa de crescimen- e qualquer alteração e desequilí- larga escala subprodutos de aba-
to consistente, controlar e preve- brio, como a disbiose intestinal, tedouros adicionados às rações,
nir doenças são desafios comuns, pode gerar consequências ruins como óleos e farinhas de vísceras,
que podem ser difíceis de superar para o organismo e resultar no que têm como principal vantagem
dentro do modelo padrão de pro- maior risco de patologias. o baixo custo e o alto conteúdo
dução animal. Portanto, para obter Quando a saúde gastroin- energético. A oxidação dos óleos e
um resultado eficiente, é preciso testinal é comprometida, a diges- gorduras ou oxidação lipídica dos
investir na saúde intestinal destes tão e a absorção de nutrientes são alimentos, além de comprome-
animais superprodutores. afetadas, a conversão alimentar ter as características sensoriais
A microbiota do intestino é reduzida e a suscetibilidade à como o aroma, sabor, cor, e tex-
de um animal varia de acordo com doença é aumentada, resultando tura, produz substâncias de com-
as diferentes regiões do trato gas- em um impacto econômico nega- provado efeito tóxico. A ingestão
trointestinal. Não é estática, mas tivo. A diversidade do microbioma de produtos primários da deterio-
dinâmica, e sua variação é afeta- desempenha um papel crítico na ração oxidativa de ácidos graxos
da também pela idade do animal, saúde intestinal, com microrganis- promove irritação da mucosa in-
pela dieta, genótipo, sexo entre mos benéficos formando uma bar- testinal, diarreia, degeneração he-
outros. Os Bacteroidetes e Firmi- reira protetora ao longo do intesti- pática e até a morte das células.
cutes compõem aproximadamen- no, que impede o crescimento de A oxidação lipídica traz prejuízos
te 90% das bactérias benéficas bactérias como a Salmonella spp, nutricionais devido à perda parcial
de um monogástrico e estas, por Escherichia coli, entre outras. de vitaminas lipossolúveis, como
sua vez, representam 97% de toda A ingestão de ingredientes a vitamina E, A, K, entre outras. A
a microbiota. Aproximadamente deteriorados, ração contaminada vitamina E combina uma série de
3% são representados por bacté- com patógenos ou o uso excessivo ativos chamados tocoferóis dos
rias patogênicas. Os desafios das de antibióticos pode levar à disbio- quais o α-tocoferol é o mais ativo
modernas práticas de produção se intestinal, ou apenas disbiose, biologicamente.
podem restringir a diversidade um desequilíbrio entre as bacté- Os antioxidantes, segundo a
da microbiota gastrointestinal, ou rias benéficas e patogênicas do United State Food and Drug Ad-
seja, pode em alguns casos resul- intestino, que causa diversas alte- ministration (U.S.F.D.A.), são defi-
tar num desequilíbrio prejudicial e rações inflamatórias. A disbiose é nidos como substâncias emprega-
levar ao desenvolvimento de um resultado da absorção inadequada das para preservar alimentos e por
ciclo vicioso de colonização e re- de nutrientes e causa aumento na retardar deteriorização, rancidez
colonização de patógenos. produção de anticorpos pelo sis- ou descoloração devido à oxida-

14
ção, além de atuarem como inibi- guintes qualificações:
dores de radicais livres, interferin-
do no mecanismo de autoxidação • Devem ser eficazes na conserva-
de lipídeos. O uso de antioxidantes ção de gordura de origem animal e
na ração impede a oxidação dos vegetal, vitaminas e outros alimen-
óleos e vitaminas, garante a inges- tos que estão sujeitos à deteriora-
tão de um alimento seguro, auxilia ção oxidativa;
na manutenção da saúde intestinal • Não devem ser tóxicos ao ho-
e, consequentemente, garante que mem e aos animais;
o animal explore todo o seu poten- • Devem ser eficazes em baixas
cial. concentrações e economicamente
A utilização de blends de viáveis;
antioxidantes e quelantes, que • Devem ser seguro como aditivo
tenham efeito sinérgico, pode au- alimentar;
mentar o poder antioxidante na ra- • Devem ser resistentes a diferen-
ção, garantindo a ingestão de um tes temperaturas (estabilidade nas
alimento mais seguro. Blends que condições de processo e armaze-
contenham agentes quelantes, namento);
como o ácido cítrico e seus sais e • Não devem alterar sabor, cor e
o EDTA, ajudam a retardar o pro- aroma do alimento.
cesso de oxidação. O antioxidante tem uma
Para que os antioxidantes função eficaz na saúde intestinal
possam ser utilizados na alimen- dos animais. Saiba mais em www. Marcone Silva é gerente de Nutrição Animal
tação animal, devem seguir as se- camlinfs.com. da CFS na América do Sul

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Fotos: Banco de imagens/Divulgação
PECUÁRIA

Gado melhor No Brasil, a raça Gir é criada principalmente como gado


leiteiro, mas no passado também despontava como
opção de corte, mercado dominado pelo Nelore

Pesquisadores da Unesp identificaram 35 genes


associados a características como reprodução,
composição do leite e crescimento
Peter Moon, da Agência FAPESP Botucatu-SP. A pesquisa contou com apoio da Funda-
ção de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Por décadas, os programas de melhoramento (FAPESP). Participam do trabalho pesquisadores da
de gado bovino se concentraram em promover um Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, e dos
crescimento rápido dos novilhos. Agora, busca-se o Institutos de Zootecnia de Nova Odessa e de Sertão-
melhoramento de outras características, como mais zinho.
maciez na carne ou maior área do músculo no olho A raça zebuína Gir é originária da Índia e foi
da costela. introduzida com sucesso em regiões tropicais. É uma
Investigando o genoma da raça zebuína Gir, das principais raças de gado criadas nos países tro-
pesquisadores da Universidade Estadual Paulista picais da América do Sul, em especial no Brasil. Mas
(Unesp) identificaram 35 genes associados a carac- as diversas populações de Gir por aqui guardam di-
terísticas como reprodução, composição do leite e ferenças marcantes. A forte seleção artificial da raça
crescimento. Trata-se de um passo fundamental para levada a cabo nas últimas décadas levou ao aumento
desenvolver novas linhagens com características de- da diferenciação genética entre os animais em diver-
sejadas por produtores e consumidores. sos países.
Resultados do estudo foram publicados na re- No Brasil, atualmente a raça Gir é criada prin-
vista PLOS ONE pelo grupo liderado por Josineud- cipalmente como gado leiteiro, mas no passado tam-
son Augusto II de Vasconcelos Silva, professor na bém despontava como opção dos criadores no gado
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da de corte, que é hoje dominado pela raça Nelore.
Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Para conseguir localizar os genes associados

16
à produção de carne e leite em res cada vez maiores e produzindo "Os resultados obtidos são
Gir, os pesquisadores analisaram cada vez mais leite. claros e consistentes com a histó-
os genótipos de animais de duas Para o trabalho de genotipa- ria de ambas as populações, que
populações distintas. Uma delas gem, foram utilizadas amostras de estavam sob diferentes programas
foi um rebanho criado entre 1976 e pelos retiradas, em 2003, de 173 de melhoramento; portanto, os ani-
2003 no Instituto de Zootecnia de touros, vacas e animais jovens do mais foram submetidos à segrega-
Sertãozinho. rebanho selecionado para corte. ção intencional de genes dentro
Em 1976, iniciou-se em Ser- Também foram usadas amostras de cada população, promovendo
tãozinho a criação de um rebanho de pelo de 273 animais do reba- o completo isolamento e variação
Gir cujos animais foram sendo se- nho do PNMGL, criados em cinco genética entre eles”, afirma.
lecionados para desenvolver ca- fazendas localizadas nos estados Confrontando os genomas
racterísticas ligadas à produção de Minas Gerais e São Paulo. de todos os 446 animais, ou seja,
de carne, como aumento rápido Foram levantados registros os genomas dos 173 animais sele-
de tamanho dos novilhos. A conse- específicos de cada animal, como cionados para corte com o geno-
quência é que os novilhos ficaram peso ao nascer, peso antes da ma dos 273 animais selecionados
cada vez maiores. Mas em 2003, desmama, peso na pós-desmama para leite, foram detectadas as re-
devido à reorientação dos produto- e também no momento do abate. giões no genoma bovino, em Gir,
res em relação ao Gir, de gado de "Selecionamos um grupo de Gir onde se localizam os genes liga-
corte para gado leiteiro, aquele re- para corte e outro para leite. A di- dos à produção de carne e aque-
banho de Sertãozinho foi vendido. ferença na morfologia dos animais les ligados à produção de leite.
Ao mesmo tempo, iniciou-se era muito grande. Enquanto os "Identificamos 282 genes
o Programa Nacional de Melho- animais selecionados para corte nas regiões eleitas como assina-
ramento Genético do Gir Leiteiro tinham maior musculatura e eram turas de seleção nos rebanhos de
(PNMGL), selecionado para carac- mais fortes, as vacas selecionadas corte e leite da raça Gir, dentre os
terísticas ligadas à produção de para leite possuíam úberes muito quais 35 genes estão associados
leite. Com o passar dos anos, as pronunciados”, diz Vasconcelos à reprodução, composição do lei-
vacas foram desenvolvendo úbe- Silva. te, crescimento, carne e carcaça,

Instituto de Zootecnia de Sertãozinho


participou da pesquisa, que teve parceria
de universidades americanas
17
Estudo foi desenvolvido na Unesp de Botucatu e contou
com financiamento da FAPESP – Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo

saúde ou características de conformação corporal.” "Talvez possamos descobrir que existem genes
que se expressam mais na raça Gir, e menos em Ne-
Rebanhos maiores lore, por exemplo”. Outra possibilidade será comparar
A investigação de genes mostrou que caracte- os genes de Gir com os genes de uma raça europeia,
rísticas associadas à fertilidade, produção de leite, como por exemplo Angus, que é privilegiada nas
qualidade da carne e crescimento estão envolvidas churrascarias.
no processo de diferenciação das duas populações, a O artigo Assessing genetic architecture and
selecionada para corte e a selecionada para leite. Al- signatures of selection of dual purpose Gir cattle po-
guns desses 35 genes já eram conhecidos dos cien- pulations using genomic information, de Amanda Mar-
tistas. Outros são descobertas novas para a ciência. chi Maiorano, Daniela Lino Lourenco, Shogo Tsuruta,
Os próximos passos da pesquisa envolvem o Alejandra Maria Toro Ospina, Nedenia Bonvino Sta-
trabalho com rebanhos maiores, realizando genoti- fuzza, Yutaka Masuda, Anibal Eugenio Vercesi Filho,
pagem de ao menos 2 mil animais. O objetivo será Joslaine Noely dos Santos Goncalves Cyrillo, Rogério
entender melhor como cada um desses genes antes Abdallah Curi e Josineudson Augusto II de Vasconce-
desconhecidos se expressa e de que forma estão re- los Silva, pode ser lido em: https://journals.plos.org/
lacionados com as características investigadas. plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0200694.

18
19
OPINIÃO

A aplicação da biotecnologia no
desenvolvimento de aditivos para
aumentar a produção de ruminantes
Luis Eduardo Ferreira mais, cujo resultado desse complexo que possam ser avaliadas como adi-
metabolismo consiste na produção de tivos para ruminantes. Dessa forma, a
A criação de ruminantes é diferentes metabólitos, classificados fitoquímica utiliza modernas técnicas,
considerada como um dos principais como ácidos graxos de cadeia curta como Cromatografia em coluna clássi-
setores produtivos que movimentam (AGCC), sendo o acetato, propionato ca, Cromatografia líquida de alta efici-
grande parte da economia nacional. e o butirato os principais. Nesse con- ência (CLAE), Cromatografia Gasosa
Tal importância exige, tanto do setor texto, os aditivos agem como antibióti- acoplada a Espectrometria de Massa
público quanto do privado, a reali- cos, modulando a flora microbiana em (CG-EM) e a Ressonância Magnética
zação de grandes investimentos em favorecimento das espécies mais im- Molecular (RMN), que podem extrair,
pesquisa para o desenvolvimento de portantes para o ecossistema ruminal, isolar e identificar biomoléculas ativas
novos produtos e soluções que contri- garantindo a melhor condição da fer- de diferentes classes de metabólitos
buam para a obtenção de resultados mentação. Por essa razão, a presença secundários, como alcaloides, flavo-
cada vez mais sustentáveis no campo. dos aditivos na alimentação dos rumi- noides, óleos essenciais, compostos
Na prática, todo conhecimento é pau- nantes faz melhorar a eficiência e o fenólicos, saponinas, óleos vegetais,
tado em pesquisas validadas, que têm aproveitamento da dieta, aumentando entre outros.
como propósito gerar inovações e tec- os índices de produtividade do reba- A utilização de plantas como
nologias que possam contribuir para a nho e tornando a prática mais susten- forma alternativa aos aditivos classifi-
melhoria do manejo do rebanho, tor- tável, através da redução da liberação cados como antibióticos ou ionóforos
nando assim o sistema produtivo ren- de gases de origem animal, que são pode ser compreendida como uma
tável e sustentável para o pecuarista. responsáveis pelo agravamento do opção favorável, segura e vantajosa
Nos últimos anos, diferentes li- efeito estufa. para ser aplicada no campo, pois ten-
nhas de pesquisa dentro da pecuária Pesquisas nas áreas de bio- de a oferecer menores riscos ao meio
têm dado origem a vários avanços tecnologia, quando aplicadas na pe- ambiente. Também disponibilizam rá-
tecnológicos, que oferecem ao cria- cuária, têm acrescentado modernas pida biodegradabilidade e, quando as-
dor modernos processos de manejo metodologias que contribuem para o sociadas às boas práticas de manejo,
e a oferta de novos produtos para o avanço no desenvolvimento de novas tendem a reduzir as chances de evolu-
mercado. Em especial, a área de nu- classes de aditivos para ruminantes ção de resistência microbiana. Sendo
trição animal possui diversas linhas e, inclusive, a validação dos efeitos assim, um produto desenvolvido nes-
de pesquisa que utilizam importantes biológicos de produtos já existentes sas condições tecnológicas pode ser
métodos zootécnicos fundamentados no mercado. Tendo em vista a neces- utilizado sem restrições, aumentando
em avaliar os efeitos biológicos das sidade do desenvolvimento de novas as margens de rentabilidade e susten-
diferentes substâncias testadas, como classes de aditivos, dando preferência tabilidade ao pecuarista.
aditivos, sobre o metabolismo da fer- para aqueles de origem orgânica ou Considerando que todo meta-
mentação ruminal e, principalmente, natural, diferentes linhas de estudos bolismo fermentativo envolve ainda
o monitoramento dos índices de de- dentro da biotecnologia têm auxiliado uma complexa e dinâmica interação de
sempenho sobre o metabolismo dos na avaliação do desempenho de no- competição e interdependência entre
animais, ganhos de peso, qualidade vas substâncias ativas, através de en- cada uma das espécies microbianas
da carne, entre outros. saios biológicos in vitro, in situ e in vivo presentes no ecossistema ruminal, a
Do ponto de vista fisiológico, a e, inclusive, biomoleculares. biotecnologia disponibiliza avançadas
principal fonte de energia dos rumi- Na prática, a biotecnologia técnicas de biologia molecular que
nantes é proveniente da fermentação agrega diferentes conhecimentos, são capazes de extrair e manipular o
de todo o conteúdo da dieta consumi- como biologia, química e física, po- material genético de amostras do con-
da. Esse processo é realizado graças dendo oferecer amplas linhas de es- teúdo ruminal para identificar e quan-
à presença de diferentes espécies de tudos que exploram a vasta biodiversi- tificar as espécies microbiana envolvi-
microrganismos que se relacionam dade da natureza, em busca de novas das na fermentação ruminal.
simbioticamente no rúmen desses ani- moléculas de interesse zootécnico e A técnica chamada de PCR em

20
tempo real (Polymerase Chain Reaction in Real Time) permite gerar
clones in vitro de fragmentos de genes de interesse biotecnológi-
co presentes no DNA extraído de amostras biológicas coletadas e
processadas. A reação ocorre a partir do pareamento (ligação com-
binada) de primers em regiões específicas do fragmento de DNA,
que irão dar início à reação de PCR. Tal condição possibilitará que,
em seguida, uma enzima chamada de “TAQ polimerase”, incluída
durante o preparo nas diluições da reação, construa várias cópias
em cadeia do fragmento genético de interesse chamada de ampli-
ficação genética.
Softwares de bioinformática, como BLAST (Basic Local Alig-
nment Search Tool), são utilizados para acessar bancos de informa-
ções genômicas que farão diversas avaliações e combinações gê-
nicas para determinar a sequência de nucleotídeos utilizados para
construir o primer. Considerando que cada espécie possui um códi-
go genético diferente, a sequência dos primers será específica para
cada espécie bacteriana, e a presença ou não do DNA na amostra
de líquido ruminal coletada será indicada através da amplificação ou
não do gene de interesse.
Neste caso, o gene de interesse no estudo é chamado 16S
ribossomal, que é responsável por conferir as principais característi-
cas ligadas a filogenia bacteriana. Com a aplicação das técnicas de
biologia molecular, foi possível identificar muitas outras espécies de C

microrganismos presentes no ecossistema ruminal, avaliar in situ o M

desempenho de substâncias bioativas como aditivos sobre a mo-


Y
dulação da dinâmica da população de microrganismos durante a
fermentação no rúmen e gerar novas perspectivas de trabalhos e CM

projetos científicos mais avançados para o setor pecuário em geral. MY

Além disso, a sensibilidade e a especificidade genética da técnica CY

excluem a necessidade da utilização das técnicas clássicas de mi-


crobiologia para isolar, identificar e cultivar in vitro espécies micro-
CMY

bianas fastidiosas de difícil manipulação em ambientes aeróbicos. K

Capacitada em utilizar todas as tecnologias acima citadas, a


Premix, uma das principais empresas de nutrição animal para bovi-
nos e equinos do País, possui um amplo centro de pesquisa, locali-
zado em Patrocínio Paulista (SP), que é capaz de realizar diversos
estudos científicos em nutrição moderna de ruminantes e equinos.
Investindo continuamente na capacitação de seus pesquisadores,
com parcerias junto a instituições de pesquisas nas áreas de Zoo-
tecnia, Veterinária, Agronomia, Biotecnologia e Química, aplica o
máximo da tecnologia disponível no segmento. Na prática, trabalha
continuamente para conectar as ciências zootécnicas com as novas
tendências biotecnológicas aplicadas, para aumentar qualidade e a
produtividade no campo.

Luis Eduardo Ferreira


é biomédico, doutor
em biotecnologia e
analista de Pesquisa
e Desenvolvimento na
Premix

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AQUICULTURA

Resultados mostram que criação de camarões de


água doce em conjunto com lambaris é interessante
economicamente

Pesquisa premiada
Estudo da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) avalia
desempenho produtivo de camarão de água doce criado em conjunto com lambaris

Fernanda Domiciano, da APTA ris. Os resultados mostram que o sis- gordavam, os lambaris eram soltos.
tema é interessante economicamen- "Os resultados mostram que os dois
A Agência Paulista de Tecno- te, por produzir mais alimentos em sistemas foram vantajosos, mas o de
logia dos Agronegócios (APTA), da um mesmo espaço, reduzir os custos lambari na gaiola foi melhor avaliado",
Secretaria de Agricultura e Abasteci- e agregar valor à produção. afirma Schalch.
mento do Estado de São Paulo, teve "A grande vantagem desse O pesquisador da APTA explica
pesquisa premiada durante o VIII sistema, que se chama policultivo, é que o sistema é bastante interessante
Aquaciência, realizado em Natal, no produzir mais alimentos de qualidade para os pequenos e médios produto-
Rio Grande do Norte, de 17 a 21 de em um mesmo espaço. Os custos de res rurais, principalmente para aque-
setembro. produção diminuem, pois, para pro- les com propriedades na região do
O trabalho "Indicadores zoo- duzir as duas espécies não é neces- Vale do Paraíba. "É um sistema que
técnicos no policultivo de camarões sário colocar mais alimento, já que o pode ser empregado em diversas re-
de água doce (Macrobrachium ro- camarão come apenas o resíduo da giões, principalmente no Vale do Pa-
senbergii) e lambaris (Astianaxaltipa- ração fornecida aos lambaris. Com raíba, região em que há muita água
ranae) foi premiado como o melhor isso, o produtor diminui seus gastos e é próxima a São Paulo e a regiões
pôster avaliado na categoria "Profis- e tem à disposição o lambari, que é metropolitanas.”
sional". A pesquisa, financiada pela bastante usado como isca para pes- A pesquisa se iniciou em junho
Fundação de Amparo à Pesquisa do ca esportiva, e o camarão, um produ- de 2016 e deve ser finalizada ainda
Estado de São Paulo (FAPESP), é de to de alto valor agregado, usado na em 2018. Segundo Schalch, os pró-
autoria dos pesquisadores da APTA gastronomia e com grande potencial ximos passos serão os testes de ou-
Sérgio Henrique Canello Schalch, na região", explica o pesquisador da tras espécies de camarão e de peixes
Fernanda Menezes França, Adriana APTA. neste sistema de produção.
Sacioto Marcantonio e Vanderson Para verificar qual seria o me- Fotos: (Banco de imagens)
Natali Dias, e do pesquisador do Ins- lhor manejo para o cultivo, os pesqui-
tituto de Pesca (IP-APTA) Hélcio Luiz sadores fizeram dois experimentos,
de Almeida Marques. ambos em tanques escavados. No
De acordo com Schalch, pes- primeiro deles, os lambaris ficaram
quisador do Polo Regional de Pinda- no mesmo tanque que os camarões,
monhangaba da APTA e coordenador mas eram cultivados em gaiolas e os
do estudo, o objetivo foi avaliar o de- camarões soltos. No segundo expe-
sempenho produtivo de um sistema rimento, os pesquisadores inseriram
de produção de camarão de água os camarões no tanque antes do lam- Segundo pesquisadores, os dois sistemas
doce criado em conjunto com lamba- bari. Só quando os crustáceos en- testados foram vantajosos, mas o de
lambari na gaiola foi melhor avaliado

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Patrocinador:

(16) 3605-1979 www.controlrisc.com.br

PROMESSA
PARA O SETOR
Prestes a terminar o mandato como Presidente da República, Temer
promete, durante Conferência DATAGRO, agilizar medidas que faltam
para a regulamentação do RenovaBio

Aliança Esperança Saúde


Grupo de países latino- Processo eleitoral A desinfecção
americanos debate traz confiança bacteriana da indústria
acordo para o açúcar para o agro nacional na mira da OMS
23
24
25
Fotos: Jorge Metne/Divulgação

EVENTOS

Valorização
ao setor
Presidente Temer declara, durante
Conferência DATAGRO, que, até o final do
mandato, deverá assinar decretos restantes
para regulamentação do RenovaBio

Com informações Datagro ça de outras autoridades, entre as quais o ministro Wellin-


gton Moreira Franco (Minas e Energia); o deputado-federal
O presidente da República, Michel Temer, disse, no por Pernambuco Fernando Bezerra Coelho Filho, ex-mi-
último dia 29 de outubro, na solenidade de abertura da nistro de Minas e Energia; Andrea Moura, superintenden-
Conferência DATAGRO, que irá determinar à equipe de te Federal do Ministério da Agricultura no Estado de São
transição que recomende ao novo governo que continue a Paulo; e Dyogo Oliveira, presidente do BNDES.
prestigiar e valorizar o setor sucroenergético. As mais importantes lideranças do setor sucroe-
Em sua fala, Temer também ressaltou que, até o nergético nacional, entre dirigentes e executivos, também
final de seu mandato, deverá assinar os decretos restan- marcaram presença, como Rubens Ometto (Cosan/Raí-
tes para completar a regulamentação do RenovaBio. “O zen); André Rocha (Fórum Nacional do Setor Sucroener-
RenovaBio é um programa tão importante que conciliou gético; Luiz Roberto Pogetti (Copersucar); Luiz Mendonça
as pastas da Agricultura e do Meio Ambiente, estando to- (Atvos); Jacyr Costa (Tereos e Cosag/Fiesp); Sérgio Bor-
talmente conectado com o Acordo de Paris de redução de tolozzo (Abramilho); Cesario Ramalho da Silva (Maizall),
emissões.” entre outros.
Na cerimônia, o esforço do presidente Temer para
aprovação do RenovaBio foi reconhecido com entrega de RenovaBio
placa. Além de Temer, a solenidade contou com a presen- Anfitrião do evento, o presidente da DATAGRO, Plí-

26
nio Nastari, enfatizou, em seu discurso, que
o RenovaBio cria uma referência futura so-
bre o tamanho do mercado de biocombustí-
veis à frente, sem subsídios e sem criar um
novo imposto sobre o carbono.
“O RenovaBio cria um programa de
certificação de eficiência energética e am-
biental, para promover ganhos de produtivi-
dade, redução de custo e redução de preço
ao consumidor.”
Nastari frisou, ainda, que os carros
flex, com o uso do etanol, representam mais
de 70% da frota brasileira, o que, segundo
ele, “reduz a dependência brasileira da im- “O RenovaBio é um programa tão importante que conciliou as pastas da
portação de petróleo, limpa o ar das cida-
Agricultura e do Meio Ambiente”, disse Temer
des, combate o aquecimento global e pro-
move desenvolvimento socioeconômico por
meio da geração de renda e emprego.”
Por sua vez, Moreira Franco assina-
lou que o modelo energético nacional, an-
corado na fonte hídrica, não é mais o mais
adequado. De acordo com o ministro, é pre-
ciso diversificar as fontes de energia, espe-
cialmente as limpas e renováveis, como as
provenientes do segmento sucroenergético,
com foco na segurança de abastecimento,
preços mais baratos e corte de emissões.

Eletrificação com combustíveis


No segundo dia de evento, o presi-
dente da Cosan, Rubens Ometto Silveira
Mello, defendeu que a eletrificação da frota
automotiva com biocombustíveis, especial-
mente o etanol, é a melhor opção, conside- Plínio Nastari disse que o RenovaBio cria uma referência futura sobre o
rando eficiência energética, acesso ao con- tamanho do mercado de biocombustíveis
sumidor [por preço e pontos de distribuição]
e controle de emissões de gases poluentes.
De acordo com Ometto, somente so-
breviverão, daqui para frente, fontes que fo-
rem primordialmente eficientes do ponto de
vista energético e sustentáveis em todas as
perspectivas: ambiental, econômico e social.
Segundo o executivo, em relação às
tecnologias atuais para o carro elétrico, o
modelo mais difundido, até o momento, an-
corado em baterias, pode até ser eficiente
do ponto de vista energético, mas não é o
formato mais recomendando na perspectiva
ambiental.
Neste aspecto, Ometto ressaltou, por
exemplo, que os metais usados na fabrica-
ção das baterias provocam danos ao meio
ambiente [de extração e descarte], bem
como é preciso considerar que “de nada
adianta o carro ser elétrico se a fonte ener- As mais importantes lideranças do setor sucroenergético nacional, entre
gética for suja, de uma termoelétrica, como dirigentes e executivos, marcaram presença

27
EVENTOS

acontece em alguns países, entre os ção deficiente, falta de comunicação dutores asiáticos, tema principal do
quais Índia, China, Estados Unidos e tem feito o Brasil perder mercados”. seu painel, Orive ressaltou que a in-
também na Europa.” fluência política é forte nos mercados
No tocante à eletrificação im- Consumo de açúcar de países como Índia, Paquistão e
pulsionada por hidrogênio, disse Mesmo a um ritmo menor, a Tailândia. No que diz respeito à Ín-
Ometto, se trata de um modelo caro demanda mundial por açúcar con- dia, o diretor da ISO destacou que
e perigoso. “Logo, o etanol, por meio tinua crescendo, disse José Orive, os estoques ao final do ciclo deverão
das células de biocombustível, é a diretor executivo da Organização In- ser menores do que o volume de 6,7
opção mais moderna e sustentável ternacional do Açúcar (ISO, na sigla milhões de toneladas estimado em
para a eletrificação automotiva.” em inglês), durante painel na Confe- agosto.
Ademais, o executivo também rência DATAGRO. Em relação à Tailândia, Orive
destacou a importância do Renova- De acordo com Orive, gover- pontuou que a produção de açúcar
Bio e do programa Rota 2030. “São nos e setor privado dos países produ- deverá atingir cerca de 13 milhões de
políticas que têm que andar juntas, e tores têm que assumir o compromis- toneladas na temporada 2019/20. No
colocarão o Brasil na vanguarda mun- so de defender o consumo de açúcar, que diz respeito à Europa, o diretor
dial da mobilidade automotiva.” Omet- com base em argumentos científicos, da ISO frisou que os produtores eu-
to concluiu salientando que o setor refutando críticas inconsistentes, se- ropeus continuam cultivando beterra-
sucroenergético precisa comunicar gundo ele, que estão sendo dissemi- ba – para fabricação de açúcar – na
melhor os benefícios dos biocombus- nadas na comunidade internacional. expectativa de melhora nos preços da
tíveis, do etanol, “porque a comunica- Abordando os principais pro- commodity.

Público trocou informações sobre os


mercados da cana-de-açúcar, do etanol e
do açúcar, bem como sobre automóveis
híbridos a eletricidade e combustíveis
líquidos

28
29
Banco de imagens

MERCADO

Barreiras comerciais, subsídios,


protecionismo e outros fatores afetam o
mercado internacional de açúcar

Combate à desinformação
Grupo de países latino-americanos se reúne em São Paulo para consolidar
aliança para a produção açucareira

Com informações da UNICA também estavam em pauta. Além disso, foram apresen-
tados resultados e avanços do Projeto Vida Saudável -
Consolidar uma aliança definitiva entre os países executado pela agência de comunicação Porter Novelli
produtores de açúcar da América Latina. Este é o princi- -, modelos de governança para formalizar a constitui-
pal objetivo do Latin American Sugar Group, movimento ção de uma organização/associação latino-americana
formado por indústrias açucareiras da Argentina, Brasil, do açúcar e propostas de trabalho para 2019, incluindo
Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, um calendário de atividades e ações.
México, Nicarágua, Peru e República Dominicana. Andy Duff, gerente do departamento de Pesqui-
Na segunda jornada de trabalho do grupo, co- sa do Rabobank Brasil, fez uma apresentação sobre o
ordenada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar consumo do açúcar e tendências atuais, com simula-
(UNICA), em São Paulo, entre os dias 4 e 6 de novem- ções de cenários e possíveis impactos para o mercado.
bro, executivos do setor debateram os grandes desafios No encontro, a UNICA foi representada por Eli-
que o produto vem enfrentando em níveis global e re- zabeth Farina (presidente-executiva), Pedro Mizutani
gional. A proposta é construir uma agenda que aborde (presidente do Conselho Deliberativo), Eduardo Leão
os mitos e informações distorcidas que são divulgadas de Sousa (diretor executivo), além de representantes de
com frequência sobre o açúcar e seus efeitos à saúde. algumas empresas associadas à entidade; Alto Alegre,
Barreiras comerciais, subsídios, protecionismo Atvos Agroindustrial, Biosev, CerradinhoBio, Copersu-
e outros fatores que afetam o mercado internacional car, Raízen, Tereos e Grupo USJ.

30
OPINIÃO

Esperança, confiança
e desenvolvimento
Ciro Rosolem sensação de esperança renovada. Muito bem, estabelecemos
A maioria da população deu um pelo menos dois passos impor-
Em seu ótimo livro “Sapiens”, basta ao velho. Parou de “olhar para tantes para o desenvolvimento de
o historiador Yuval Noah Harari dis- trás” e se conformar. Bom, paramos riquezas: olhamos para frente e,
cute por que alguns impérios anti- de ignorar os malfeitos e plantamos novamente, temos esperança. Ain-
gos cresceram e se desenvolveram, a esperança. Mas isso não é sufi- da nos falta estabelecer definitiva-
e outros ficaram estagnados por sé- ciente para o progresso, como nos mente a confiança no futuro. Difícil,
culos. Resumidamente, o progresso ensina o historiador. frente aos enormes desafios que
começa pela admissão da ignorân- Em seu primeiro discurso, existem, mas possível.
cia. A partir do reconhecimento da o presidente eleito deu pistas de Possível, desde que o pre-
ignorância surge o ímpeto de des- que, além da esperança, poderá ha- sidente fique firme nas suas con-
cobrir, de aprender, e de crescer. ver confiança no futuro. De acordo vicções declaradas no discurso e,
Mas, o mais interessante, é que o com suas palavras, está disposto principalmente, que exista uma opo-
crescimento acontece quando os a garantir um estado que atrapalhe sição responsável ao seu governo.
povos param de olhar e venerar o menos o empreendedor, a dar se- Que a oposição não se preocupe
passado, e passam a ter esperança gurança jurídica a empresas, a livre somente em destruir o poder consti-
e confiança no futuro. Havendo von- concorrência, a liberdade, tudo com tuído, pensando na próxima eleição.
tade de saber e de crescer, havendo o estrito cumprimento da Constitui- O momento é de exercer a maturi-
esperança e confiança no futuro, as ção. Não depende somente dele, dade, a discussão séria e respon-
sociedades de desenvolvem, ficam mas sua disposição é um bom co- sável, sem projeto de poder. Quere-
complexas, mais ricas. meço. mos ser um império estagnado ou
Acabamos de passar por Teremos um novo Congresso desenvolvido?
uma campanha eleitoral pautada Nacional, com perfil novo, mas ain- Assim, com a vontade dos
por “fake news”, o nome moderno da desconhecido. Mais esperança. brasileiros, com a esperança planta-
para mentiras e por promessa va- Até que ponto nossos representan- da, mais a confiança estabelecida,
zias; bom, sabemos como foi. Enfim, tes estarão dispostos a moldar um cresceremos, teremos um país mais
eleito o novo presidente, há uma país viável? rico, melhor para todos.
Banco de imagens

Ciro Rosolem é Vice-Presidente de


Comunicação Científico Agro Sustentável
(CCAS) e Professor Titular da Faculdade de
Ciências Agrícolas da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCA/Unesp
Botucatu SP).

31
Divulgação

NEGÓCIOS

A unidade agroindustrial Giasa tem


capacidade de moagem anual de 1,2
milhão de toneladas de cana-de-açúcar

R$ 70 milhões
Venda da unidade Giasa pela Biosev inclui ativos biológicos,
instalações industriais e imóveis da unidade agroindustrial
localizada no município de Pedras de Fogo-PB
Com informações da assessoria unidade, localizada no município de inclui a revisão estratégica do nosso
de imprensa Pedras de Fogo, na Paraíba. portfólio de ativos. A venda da Giasa
Sob a gestão da Biosev des- irá contribuir para a empresa ganhar
A Biosev S.A., uma das líde- de 2007, a unidade agroindustrial mais eficiência e melhorar a geração
res do setor sucroenergético, anuncia Giasa tem capacidade de moagem de caixa, direcionando o nosso foco
que firmou a venda da unidade Giasa anual de 1,2 milhão de toneladas para as unidades com maior sinergia
à M&N Participações S/A, controlado- de cana-de-açúcar. Com a venda operacional”, afirma Juan José Blan-
ra do Grupo Olho D’Água, pelo valor de suas duas unidades no Nordeste chard, presidente da Biosev.
de R$ 70 milhões. A transação abran- (Giasa e Estivas), a Biosev irá con- A operação tem a aprovação
ge o ativo biológico – composto por centrar suas operações na região do Conselho de Administração da
cerca de oito mil hectares de cana-de- Centro-Sul do Brasil. Biosev e será submetida à análise
-açúcar – e o ativo patrimonial repre- “A concretização desse negócio dos órgãos reguladores do setor, em
sentado pelas instalações industriais, está alinhada com nosso programa atendimento às exigências previstas
equipamentos agrícolas e imóveis da de competitividade operacional, que para esse tipo de negócio.

32
33
OPINIÃO

Mais uma safra chegando ao seu final e continuamos


na contramão da OMS
Mário César Souza e Silva

“Em todo o mundo, está aumentando o número de bactérias


multirresistentes próximas a nós. Se a tendência continuar, mais
crianças vão adquirir essas bactérias presentes em adultos”, afirma
a médica Latania Logan, diretora do Centro Pediátrico de Doenças
Infecciosas do Centro Médico da Universidade Rush, nos Estados
Unidos, e líder de um estudo sobre o assunto. “Se há poucas dro-
gas existentes para adultos, são ainda menos as disponíveis para
crianças”.
Há poucos anos, superbactérias estavam restritas a ambien-
tes hospitalares, locais com circulação de pacientes com quadros
Mário César Souza e Silva é Professor,
agudos. Mas elas estão entrando nos ambientes cotidianos. Nosso
conhecimento sobre como conseguem passar os genes da resis- Biomédico e Microbiologista Especializado
tência agora estão bem claros. As relações de trocas de materiais em Controle Microbiológico e Desinfecção
genéticos entre elas aumentam a resistência aos antibióticos. Industrial, CEO da MC Desinfecção Industrial e
O uso indiscriminado em todos os setores, em especial no Pesquisador FAPESP.
industrial, tem contribuído muito para um estado de alerta geral da
Organização Mundial da Saúde (OMS). No setor sucroenergético, cientes. Infelizmente, entres os anos 2030-
estamos, há alguns anos, sempre que possível, escrevendo sobre 2050, teremos milhões de pessoas mor-
os apelos da OMS e as dificuldades da área médica em tratar pa- rendo por infecções bacterianas, inclusive

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com doenças simples que, até anos atrás, era possível apoio do setor, que precisa acreditar mais em P&D com
um tratamento com sucesso. pedigree, mudando a tradição aqui no Brasil, que não
A desinfecção industrial é uma ferramenta que aposta em inovações e até cria dificuldades para sua
tem de ser utilizada para descontaminação e controle implantação. Acontece que o uso de antibióticos em vá-
microbiológico, em especial com produtos geradores de rias usinas não tem tido mais o seu efeito desejado e
radicais livres, que são comprovadamente eficientes e o que vemos são, simplesmente, orientações para se
que requerem um projeto de descontaminação especí- aumentar as dosagens, sem falar que não usamos os
fico. Não sentimos uma abertura do nosso setor para critérios protocolares exigidos pela OMS para dosagem
estas mudanças. e escolha destes princípios ativos.
Nosso trabalho de pesquisa junto à Unesp de Não se trata de uma luta contra fabricantes ou
Araraquara tem nos mostrado resultados expressi- empresas que comercializam e contra s próprias usi-
vos, não somente em bancada laboratorial, mas em nas que utilizam antibióticos sem os critérios exigi-
testes em plantas industriais, com aumento de pro- dos, mas alertar para nossa responsabilidade, pois
dução de etanol, provando ao setor que temos alter- as pesquisas da OMS são bem claras: “A era dos an-
nativas ecologicamente corretas. Monitorados esses tibióticos para salvar vidas está muito comprometida”.
testes com HPLC e KIT MC, os resultados mostram, Outros setores industriais avançam sem a sombra de
claramente, uma situação interessante que desco- uso indiscriminado de antibióticos há muitos anos,
nhecíamos em relação à ação de antimicrobianos em com resultados que garantem a saúde pública e o
plantas industriais, ou seja, o comportamento dos ra- meio ambiente.
dicais livres nos principais parâmetros que norteiam A Biovantage Desinfecção Industrial incorporou a
uma fermentação, com produção de mais de 10% de MC Desinfecção Industrial, que atua no setor com pes-
excedente de etanol com a mesma quantidade de quisa e desenvolvimento desde a safra de 2005, sendo
matéria-prima. especializada em controle microbiológico e desinfecção
Com certeza, nossas pesquisas abrem um portal industrial com know-how de mais de 35 anos, sob mi-
de novos conhecimentos que estão sendo esclareci- nha responsabilidade técnica. Agora, assumo também
dos por nossos estudos conclusivos. Falta, para variar, o CTO da empresa Biovantage neste ano de 2018.

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36
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Fotos: Divulgação

MERCADO

Cafezinho
especial
Eles estão caindo cada vez mais no gosto dos
paulistas, como os habitantes da região da Alta Cafezal à noite: Região da Alta
Mogiana é pioneira na oferta de
Mogiana, que tem se destacado nesse segmento cafés especiais

Pablo Henrique qualidade. “A gente está sempre aprimorando as etapas


do cultivo, tanto após a colheita quanto antes da colheita,
Quem não gosta de um cafezinho, ainda mais se for e participando de concursos”.
preparado com afeto e ingredientes selecionados? O café Ela tem sua própria marca, a “Terra Preta''. Em
da região da Alta Mogiana é referência nacional e interna- 2005, ganhou o prêmio de melhor café do Estado de São
cional. E não é diferente quando o assunto é café especial. Paulo e, depois, o de melhor do Brasil. Ela participa da
Luiz André Vidotti, de 22 anos, mora em Franca e Associação dos Produtores Rurais e da Diretoria do Sindi-
diz gostar muito do café da região. Conheceu os cafés es- cato Rural, ambos em Pedregulho-SP. Também é associa-
peciais há dois anos, na cafeteria Olinto Café e, desde da à AMSC (Alta Mogiana Specialty Coffee Association),
então, se tornou um ávido consumidor. associação que busca valorizar a qualidade dos cafés, na
Diego Ossi Magazine, de 32 anos, segue a tendência. região da Alta Mogiana e que possui até um selo de pre-
''Gosto muito do café especial e, para mim, é um caminho cedência. A família da Fernanda está no café há quatro
sem volta''. Também de Franca, conheceu os cafés especiais gerações e, segundo ela, nos últimos dez anos, o aumen-
na mesma época que Luiz, em uma apresentação sobre o to do mercado de especiais foi vertiginoso.
assunto no local de trabalho. E diz preferir os mais doces e Segundo Jandir da Cruz Castro Filho, gerente co-
mais suaves. Seu tipo predileto é o Bourbon Amarelo. mercial de cafés da Cooperativa de Cafeicultores e Agro-
Fernanda Maciel, de 59 anos, é uma das mulhe- pecuaristas de Franca, a Cocapec, várias qualidades da
res pioneiras no cultivo de café especial da região da Alta bebida são avaliadas para classificar um café como espe-
Mogiana. Ela diz que a demanda por cafés especiais tem cial, entre elas cor da torra, fragrância, uniformidade na
crescido bastante. “Os jovens estão buscando esse café. xícara, doçura, sabor, acidez e equilíbrio. Numa escala
Eles querem um café diferenciado, um aroma floral, um que vai até 100, os especiais devem atingir acima de 80
frutado, um chocolate. As pessoas, de forma geral, já en- pontos, sendo que o ideal é ficar de 85 para cima.
tendem mais de café e buscam o que mais agrada”.
Com a ajuda de seu filho, Felipe Maciel Raucci Mercado
de 37 anos, que é torrador, barista e provador, Fernanda O mercado de cafés especiais na Alta Mogiana vem
pensa em todo o processo buscando sempre uma melhor sendo considerado tão bom que está atraindo a atenção

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até de quem não está sediado na região. Como é o
caso do Café Pinheiro, que tem fábrica em Guapé-
-MG. Há dez anos trabalhando com cafés, a empre-
sa entrou no ramo de especiais há dois. Seu diretor
comercial, Júlio Borges, afirma o foco dos negócios,
que atendem diversos municípios da macrorregião de
Ribeirão Preto, incluindo Franca, serão os cafés es-
peciais de agora em diante.
“O crescimento desse mercado tem sido expo-
nencial. Os consumidores estão enxergando o café
não apenas mais como uma bebida da manhã do dia
a dia, mas como experiência. A exemplo dos vinhos,
buscam sabores especiais e nós, buscando atender a
essa demanda, estamos, cada vez mais, melhorando
as características da produção”, afirma Borges.
Por falar em sabores, eles têm sido buscados
também pelos consumidores internacionais. “On-
tem, eu estava falando com um cliente que foi para
a Roma. Ele estava em uma cafeteria. Quando foi ao
banheiro, passou perto do estoque de café e reparou
que era o café especial da Alta Mogiana”.
A história é contada por José Tadeu de Olivei-
ra Filho, de 35 anos, que mora em Franca, mesma
cidade onde tem duas das três lojas de sua cafeteria,
a Olinto. Ele e a esposa, Bruna Fernandes Malta, de
36, possuem a cafeteria há sete anos. Há seis, traba-
lham com cafés especiais. Foi a primeira cafeteria de
Franca a fazer isso.
Ele diz que os francanos estão aprendendo

Colheita na fazenda de Fernanda: acompanhamento


de todas as etapas da produção

a pagar por um café especial. Mas acredita


no potencial representado por quem está de
passagem pela cidade. As vendas na cafete-
ria crescem de 30% a 40% ao ano.
No segundo ano da Olinto Café, Oli-
veira foi procurado por um produtor, que fa-
lou sobre os cafés especiais. “A gente, até
então, não conhecia. Desde então, come-
çamos com esse trabalho e fomos atrás de
nos especializar”. Hoje, eles têm uma bou-
tique dentro de uma das lojas da cafeteria,
para vender cafés especiais. “Pensamos em
expandir a cafeteria. Então, tivemos a ideia
de fazer um lugar calmo, todo climatizado e
focado no café especial”, afirma Oliveira.
Hoje, a Olinto trabalha com 32 mar-
Na companhia do filho, Felipe, Fernanda diz que foco principal é a qualidade cas de cafés especiais da Alta Mogiana, in-

39
MERCADO

Fábrica do Café Pinheiro em Guapé-MG: empresa entrou há dois anos no ramo dos especiais e atende mercado da Alta Mogiana

clusive com a própria. Quando perguntado sobre as dife- de 33 anos, dona da cafeteria e também escola “Mundo
renças para um café comum, comprado no mercado, ele Café”, localizada em Uberlândia - MG. Lá, Paula tem a ca-
afirma: ''O gosto muda, o aroma muda, tudo muda. No feteria na frente e uma torrefação no fundo, onde funciona
café especial, você tem uma torra mais clara, você sente a escola. “A Mundo Café tem tudo. Só não produz café”.
o gosto da fruta de verdade e elimina a necessidade do Segundo Paula o Coffea Canephora é o que cha-
açúcar''. Ele também destaca a questão do preço. “Para mamos de Conilon Robusta. Já o Arábica tem muitas su-
o cliente encontrar essas qualidades, precisa ficar atento bespécies, e não se deve comparar uma espécie com
aos valores, que variam de R$ 80 a 90 o quilo do café a outra, pois, entre os Conilons, existem os melhores e
especial já torrado.” os de baixa qualidade. A mesma coisa acontece com os
Segundo Oliveira, há três grandes ondas de consu- Arábicas.
mo do café. “E as pessoas estão discutindo como será a “Quando falamos de café especial, geralmente es-
quarta”. Segundo ele, a primeira onda foi a da expansão e tamos falando do café da espécie Arábica, mas também
do consumo do café; a segunda, a expansão da rede de existe o Coffea Canephora Conilon, no Espírito Santo, em
cafeterias; e a terceira, a grande expansão da qualidade Rondônia, onde é feito um trabalho para que ele seja um
do café. café especial.”
Paula trabalha há 13 anos com café e confirma
Questão técnica uma mudança drástica no consumo. “As pessoas estão
“Existem duas espécies de café mais cultivadas e procurando entender mais sobre o café. O consumidor e o
comercializadas no Brasil e no mundo. Elas são a Coffea produtor estão mais preocupados com a qualidade.”
Arábica e Coffea Canephora”. Assim diz Paula Dulgheroff Luiz, Diego, Fernanda e Felipe que o digam.
Pablo Henrique

Na cafeteria Olinto,
crescimento das
vendas de cafés

40
especiais tem sido de
30% a 40% ao ano
41
MKT
Banco de imagens

GRÃOS

Conab estima
produção Mais de 80% da soja já foram
plantados em Mato Grosso, contra
40,5% no mesmo período da safra
passada

2º levantamento da companhia aponta que próxima safra deve


ficar entre 233,7 e 238,3 milhões de toneladas

Com informações Conab já foram plantados em Mato Grosso. fra passada, podendo chegar a 1,4
Comparado ao mesmo período na milhão de hectares. O resultado ime-
Os produtores devem colher safra passada, este índice estava diato é o aumento da produção, com
uma safra entre 233,7 e 238,3 mi- em 40,5%. Diante desse cenário po- uma colheita que poderá ser 16,7%
lhões de toneladas na safra 2018/19. sitivo, a área deve ficar entre 35,4 e superior, chegando a 2,3 milhões de
Já a área de cultivo pode variar entre 36,1 mil hectares, o que pode gerar toneladas.
61,9 e 63,1 milhões de hectares. É uma produção variando entre 116,7 e O feijão apresentou uma di-
o que aponta o 2º Levantamento de 119,3 milhões de toneladas. minuição no movimento de queda
Grãos da Companhia Nacional de O milho deve registrar uma da área e produção, se comparado
Abastecimento (Conab), divulgado colheita entre 90 e 91 milhões de com o último levantamento divulga-
no último dia 8 de novembro. Se- toneladas, ocupando uma área que do. Essa leve recuperação se deve à
gundo o documento, neste cenário, pode ser de 16,7 chegando até 16,8 maior intenção de plantio do feijão-
a produção tende a ser de 2,5% a mil hectares. A primeira safra do grão -caupi na primeira safra, principal-
4,5% superior a registrada no perí- também encontra um clima adequa- mente no estado da Bahia.
odo passado. do. A área plantada em Minas Gerais, Já as culturas de inverno ain-
Soja e milho continuam sen- na época do levantamento, chegava da estão em colheita. Destaque para
do os destaques entre os produtos. a cerca de 45% da área total prevista o trigo, que tende a apresentar um
As condições climáticas estão fa- e no Rio Grande do Sul a 70,4%. melhor desempenho na safra deste
voráveis, até o momento, especial- O algodão segue com o mer- ano, mesmo com as adversidades
mente para a soja. Para se ter uma cado favorável, impulsionando a climáticas registradas nas principais
ideia, mais de 80% da oleaginosa elevação de área em relação à sa- regiões produtoras.

42
OPINIÃO

Início do plantio da soja:


Por que certificar a produção?
Banco de imagens

Marina Born para os produtores são inúmeros, ção, pois nosso compromisso com
como a melhoria na gestão organi- a abertura e com o trabalho flexível
Recentemente, uma pesquisa zacional da propriedade, possibili- nos torna absolutamente fundamen-
da agência Reuters divulgou que o dade de melhores negociações de tais para transformação do futuro do
Brasil deve superar a marca de 120 financiamentos bancários, minimi- setor da soja. A RTRS é reconheci-
milhões de toneladas de soja na sa- zação dos riscos para a proprieda- da com uma importante ferramenta
fra 2018/19, com aumento de 2,8% de, melhoria na visão da produção para que o produtor tenha maior
da área plantada. Se concretizado, rural frente à sociedade, identifica- rentabilidade e expansão dos seus
esse número representa um novo ção da produção certificada com re- negócios e para que as exporta-
recorde, que ressalta a posição de conhecimento internacional, melho- ções de soja de qualidade cresçam
liderança que o país possui na ex- ria na comercialização da produção e contribuam com a economia do
portação do grão. agrícola, entre outros. país.
A Associação Internacional Na próxima safra, a RTRS
de Soja Responsável (RTRS) traba- deve certificar quatro milhões de
lha continuamente para que a pro- toneladas de soja no mundo e, em
dução, o processamento e a comer- apenas quatro anos, o volume anu-
cialização da soja sejam realizados al de soja certificada pela entidade
cumprindo os padrões mais rigoro- mais que triplicou. Ou seja, a quan-
sos, transparentes e holísticos em tidade de soja produzida aumentou
matéria de certificação ambiental e em vários milhões de toneladas,
social. sem que essa produção causasse
Para se tornar um produtor qualquer desmatamento.
RTRS e obter uma certificação, é ne- Acreditamos que os gover-
cessário seguir os cinco princípios nos e o setor privado devem de-
básicos: cumprir as leis e as boas senvolver incentivos e instrumentos
práticas de negócios, oferecer boas econômicos para recompensar os
condições de trabalho, respeitar e esforços dos agricultores para con-
criar vínculos com as comunidades servar áreas de vegetação nativa,
locais, cuidar do meio ambiente e mesmo em locais onde a limpeza
adotar boas práticas agrícolas. da vegetação é permitida. Marina Born é presidente da Associação
Os benefícios da certificação Podemos oferecer a solu- Internacional de Soja Sustentável (RTRS)

43
Por que fazer parte de uma
Cooperativa
de crédito?

O Sistema Cooperativista de Crédito existe no Brasil desde 1902, e é formado por 988
cooperativas singulares e 5.211 pontos de atendimento. Porém, mesmo com sua
amplitude, ainda é desconhecido de uma grande parcela da população. Nos Estados
Unidos, 30% da população é cooperada e na Alemanha, 22%. Já por aqui, somente 4% dos
brasileiros movimentam seus recursos em uma cooperativa, que funciona como um
banco, mas tem um jeito diferente de gerar resultados, tanto econômicos quanto sociais.
Apontamos algumas características e vantagens deste sistema para celebrar o Dia
Internacional do Cooperativismo de Crédito comemorado no último dia 18 de outubro.

• Uma cooperativa de crédito presta serviços financeiros aos seus cooperados. Como um
banco, possui opções de investimentos, seguros, cartões, conta corrente, consórcio,
previdência, poupança etc.
• Os cooperados não são meros clientes como nos bancos. Ao mesmo tempo que são
usuários, também são donos, com direito a participação nas assembleias para tomada de
decisões sobre os rumos da cooperativa. Por meio do aplicativo Sicoob Faça Parte, é possível
se associar a cooperativa do Sicoob mais próxima apenas usando um smartphone.
• Para abrir uma conta, basta fazer um depósito inicial de, em média, R$ 50, que funciona
como uma aplicação. Esta cota varia de cooperativa para cooperativa, e é devolvida com
juros se a pessoa quiser encerrar a conta e sair da instituição.
• As taxas e tarifas são reduzidas porque a cooperativa não tem a finalidade de lucro. Por
exemplo, enquanto a média praticada no cheque especial foi de 12,32% ao mês, nas
cooperativas do Sicoob, foi de 6,45% ao mês em setembro/18.
• Se a cooperativa apurar lucro de aplicações ou investimentos realizados, este valor é
devolvido aos cooperados na mesma proporção do uso dos serviços e produtos.

44
• Todos os recursos dos cooperados na cooperativa no valor de até R$250 mil são
protegidos pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), que permite
recuperar os depósitos ou créditos em caso de intervenção ou liquidação extrajudicial.
• O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), caso fosse considerado um grupo
financeiro, representaria a 6ª maior instituição financeira do país. As cooperativas financeiras
estão presentes em 95% dos municípios brasileiros, sendo que em 627 deles a cooperativa
é a ÚNICA forma de inclusão financeira disponível na região. Em 252 municípios do País, o
Sicoob é única instituição financeira da cidade.

Os recursos subsidiados com baixo custo são destinados ao produtor para


desenvolvimento e aprimoramtento das atividades rurais, como reformas nas propriedades,
plantio, manutenção do plantel de animais, aquisições, ampliação, diversificação e
modernização da produção, mantendo, assim, o setor do agronegócio aquecido. Na safra
2017/2018, o Sicoob liberou R$ 10,8 bilhões.
Sobre o Sicoob
O Sicoob é o maior sistema financeiro cooperativo do país com mais de 4,2
milhões de cooperados, 2,8 mil pontos de atendimento, distribuídos em todo
Brasil. É composto por cooperativas financeiras e empresas de apoio, que em
conjunto oferecem aos cooperados serviços de conta corrente, crédito, investi-
mento, cartões, previdência, consórcio, seguros, cobrança bancária, adquirên-
cia de meios eletrônicos de pagamento, dentre outros. Ou seja, tem todos os
produtos e serviços bancários, mas não é banco. É uma cooperativa financeira,
onde os clientes são os donos e por isso os resultados financeiros são divididos
entre os cooperados.

45
TECNOLOGIA

Pesquisa foi orientada pelo


professor Pedro Esteves
Duarte Augusto, que,
nesta imagem, aparece ao
lado de uma pesquisadora
no departamento de
Agroindústria, Alimentos e
Nutrição

Divulgação

Ultrassom nos grãos


Equipamento substitui o uso de temperaturas altas e traz
economia ao processo industrial de hidratação

Com informações da ESALQ mento da temperatura, o que pode prejudicar o produ-


to e consumir grande quantidade de energia. Aqui, nós
Um estudo desenvolvido no Programa de Pós-gra- aceleramos o processo sem aumentar a temperatura e
duação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, da Escola ainda incluímos ferro, um componente que combate a
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), anemia, um problema grave em países em desenvolvi-
aplicou a tecnologia de ultrassom de alta potência na hi- mento”, declara Alberto.
dratação de grãos como feijão e milho. Segundo o pesquisador, a hidratação é uma etapa
Em escala industrial, a hidratação desses produ- inicial do processo de industrialização, sendo empregada
tos demanda tempo e gastos com energia. “Esse pro- com diversas finalidades. “A hidratação é feita para cozi-
cesso pode demorar, dependendo do grão, de oito a 14 nhar o feijão, o objeto mais comum, por exemplo, Então,
horas, mas, com o uso dessa tecnologia, conseguimos melhora-se a textura e reduz o tempo de cozimento do
reduzir de 5 a 6 horas de processo”, conta Alberto Clau- feijão. Mas também é feita para ser usada para germinar
dio Miano Pastor, autor da pesquisa, que teve orientação o feijão, para malteação, para a produção de brotos, o
do professor Pedro Esteves Duarte Augusto, do departa- que melhora as características nutricionais, entre outros.”
mento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição. Atualmente, Alberto é professor na Universidad
Além de mais rápido e barato, o processo de apli- Nacional de Trujillo, no Peru, e continuará a pesquisa
cação de tecnologia de ultrassom permite a adição de por lá, em conjunto com a USP. “Queremos estudar ou-
componentes como o ferro e vitaminas, podendo agregar tra incorporação de outros nutrientes, como vitaminas,
valor ao produto. “A aceleração desse processo, no caso carotenoides, para ter um feijão com maior quantidade
do feijão, por exemplo, ocorre na indústria a partir do au- de nutrientes.”

46
Divulgação Anea

MERCADO

Associação prevê que exportação de


algodão atinja 1,2 milhão de toneladas
entre julho de 2018 e junho de 2019

Recorde histórico
Equipamento substitui o uso de temperaturas altas e traz
economia ao processo industrial de hidratação. Com desempenho
excepcional, Brasil pode se tornar o segundo maior exportador de
algodão mundial, atrás somente dos Estados Unidos

Com informações Anea Henrique Snitcovski, presidente da Anea.


A associação prevê ainda que a exportação de al-
O mercado de algodão brasileiro está em um novo godão em pluma vai atingir a marca de histórica de 1,2
patamar. Com uma safra recorde de 2,1 milhões de to- milhão de toneladas, com os embarques do período de
neladas registrada na temporada 2017/2018, a qualida- julho de 2018 a junho de 2019. O último recorde histórico
de do produto ofertado no mercado internacional, preço verificado com a exportação brasileira desta commodity
competitivo e câmbio favorável, o Brasil tem o potencial foi de 1,03 milhão de toneladas, entre julho de 2011 e ju-
de se tornar o segundo maior exportador mundial, atrás nho de 2012. Desde então, o volume embarcado oscilava
apenas dos Estados Unidos. entre 500 mil e 900 mil toneladas.
A previsão é da Associação Nacional dos Exporta- “O momento representa uma ótima oportunidade
dores de Algodão (Anea). Atualmente, o País ocupa a 4ª para o País, que produz algodão em grande escala com
posição no ranking global da exportação desta commo- tecnologia e responsabilidade socioambiental, fazendo
dity, depois de Estados Unidos, Índia e Austrália. com que o Brasil seja o maior fornecedor de algodão
“O Brasil está bem consolidado nos principais certificado do mundo”, ressalta Snitcovski.
mercados consumidores de algodão e ainda há espaço De acordo com o presidente da Anea, o segmento
para expansão dessa atuação. Esse é um bom momento é bastante unido e trabalha constantemente para supe-
por conta da qualidade, da regularidade no fornecimen- rar os desafios e aperfeiçoar os processos existentes, o
to, da perspectiva de uma melhor absorção do produto que possibilitou ao País galgar as atuais oportunidades
brasileiro nos principais países consumidores”, afirma neste cenário positivo.

47
EVENTOS

Aumento de público foi de,


aproximadamente, 50% em comparação
com a edição do ano passado

Congresso das
Mulheres
48
Divulgação

Com informações da assessoria de imprensa

O 3º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegó-


cio, realizado nos dias 23 e 24 de outubro, foi marcado pela
participação de mais de 1.500 pessoas. Novamente, o evento
bateu recorde de público, com aumento de aproximadamente
50% em comparação com o ano anterior.
"Mais uma vez, nos cercamos dos principais players do
agronegócio para oferecer o que há de mais atual no setor,
em termos de conteúdo, tendências e profissionais. Tivemos
mais de 60 palestrantes nacionais e internacionais, área de
exposição com mais de 40 empresas patrocinadoras, espaço
exclusivo para startups do agronegócio, rodadas de negócios
internacionais e outras novidades. Anunciamos ainda o pro-
jeto YAMI – Youth Agribusiness Movement International, que
reunirá jovens herdeiros, sucessores, estudantes e recém-for-
mados até 30 anos e que darão continuidade no crescimento
do setor", declara Alexandre Marcilio, Diretor da Transamerica
Expo Center.
Sobre o projeto YAMI, o pontapé inicial já foi dado com
a presença de alguns estudantes convidados da ESPM (Es-
cola Superior de Propaganda e Marketing) e do IED (Istituto
Europeo di Design). Em 2019, o YAMI ocorrerá em paralelo ao
congresso, em uma arena com conteúdo específico para esse
novo público.
Novamente com a validação do mercado e do públi-
co, o 3º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio
se fortalece no calendário anual do setor. A próxima edição
do evento será realizada nos dias 8 e 9 de outubro de 2019.
As congressistas participantes vieram de praticamente
todos os estados do país: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Dis-
trito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. De fora do Brasil, os
congressistas eram de Angola, Argentina e Paraguai.
Entre os patrocinadores do evento, estiveram Corteva
Agroscience (Diamond), John Deere (Master), AGCO, Bra-
desco, Senar|CNA Brasil e Phibro (Top). As empresas que fe-
charam as cotas de apoio foram Banco Alfa, Banco do Brasil,
Belgo Arames, Camila Klein, Cargill, Caterpillar, Climatempo
Conteúdo alinhado às Consultoria, Elanco, FLC Assessoria Jurídica Empresarial,
Forquímica, Jacto, Lilla Huck, Otranto Camargo, Malai Manso
necessidades do mercado, Resort, Markel, Mosaic, Rabobank, Rituais Cafés Especiais
3 Corações, Safras&Cifras, Santander, Sicredi, Souza Cruz,
renomados palestrantes Tortuga|DSM, Transamerica Hospitality Group, UPL e Yoorin.
e a entrega do I Prêmio As startups participantes foram @Tech, Agrosmart,
CBC Agronegócios, Culte Coin, JetBov, Liberali, Mulheres do
Mulheres do Agro Agronegócio Brasil, Permutagro, Pulse e Taranis.
chamaram a atenção do Também foram firmadas Alianças Estratégicas com AB-
MRA, Aboissa, BPW, Comigo, Elas do Agro, Farsul, Mundo-
público de mais de 1.500 coop, NFA (Núcleo Feminino do Agronegócio), Sebrae, SRB
(Sociedade Rural Brasileira) e SRM (Sociedade Rural de Ma-
pessoas ringá).

49
OPINIÃO

Conservação para um
futuro de incertezas
Rosana Higa versidade, incluindo variedades de mento genético.
culturas tradicionais e melhoradas e O problema é que muitas po-
Grande parte dos estudos in- seus parentes silvestres. pulações em áreas de ocorrência
ternacionais relacionados com mu- Um bom exemplo de ações natural do eucalipto na Austrália,
danças do clima está centrada nas para construir resiliência em face de fornecedoras da base do material
emissões de gases de efeito estufa incertezas devido a mudanças cli- genético usado no Brasil, foram
para implementação de medidas de máticas está no domínio dos recur- desmatadas ou transformadas em
mitigação. Esse esforço é funda- sos genéticos, alguns utilizados em Parques Nacionais onde agora é
mental, mas também há consenso outros lugares considerados menos proibida a coleta de material. Por-
de que os esforços para apoiar sis- importantes, mas que podem ter tanto, o material introduzido no Bra-
temas ameaçados pelas alterações grande relevância no futuro, ao se- sil precisa ser conservado ou im-
do clima, em parte irreversíveis, são rem adaptados. Também de grande portante ferramenta para adaptação
mais urgentes do que nunca, em es- importância são os germoplasmas será irreparavelmente perdida.
calas local e global. ameaçados pelas mudanças climá- Embora as pesquisas realiza-
O planejamento da produção ticas, indispensáveis para os pro- das sugiram importantes caminhos,
agrícola e florestal em uma situação cessos de adaptação. existem lacunas sobre impactos das
de mudança do clima exige tomada O acesso ao material genéti- mudanças climáticas e estratégias
de decisão baseada em práticas de co pode impactar significativamente de adaptação mais apropriadas. É
gestão adaptativa e melhorias contí- o agronegócio e atenção especial importante ainda considerar os po-
nuas que incluam ciência. Também deve ser considerada com recursos tenciais efeitos colaterais adversos
exige avaliação de especialistas, florestais. Ciclos produtivos mais das estratégias adaptativas, a fim de
uso de indicadores relevantes para longos dificultam a caracterização evitar soluções mais danosas que o
o clima e sistemas para medir e do impacto e medidas de adaptação problema e os riscos decorrentes de
acompanhar a eficácia das ações e, portanto, a análise de riscos e pressões não climáticas que atuam
de adaptação. Inclui ainda obser- vulnerabilidades. como multiplicadores.
vação e monitoramento, controle Uma discussão sobre os ris- Assim, a estratégia de con-
de fronteiras e inspeções, especia- cos potenciais pode ser obtida na servação, particularmente de locais
lização em avaliação de risco, fer- cultura do eucalipto, cujas plan- e espécies, deve ser prioridade e
ramentas de diagnóstico para de- tações apresentam, no Brasil, as todo esforço possível deve ser em-
tecções antecipadas. Os impactos maiores produtividades do mundo, pregado para enfrentar um futuro de
adversos da variabilidade climática resultado de investimento em prá- incertezas.
sobre a produção agrícola e flores- ticas silviculturais e melhoramento
tal estão ganhando mais atenção no genético. A maioria dos plantios co-
campo da pesquisa, com um núme- merciais é de florestas intensamen-
ro crescente de estudos focando a te selecionadas para produtividade
inter-relação entre clima, sistemas e qualidade da madeira. Entretanto,
de produção e os custos de adapta- secas ocorridas no Sudeste no pe-
ção associados. ríodo de 2013 a 2015 afetaram 150
A mudança climática é ine- mil hectares de plantações, causan-
vitável e as espécies responderão do grandes perdas. Esse fato, aliado
de formas diferentes. Assim, é ne- à expansão dos plantios em novas
cessário poder contar com a maior áreas, muitas propensas ao déficit
diversidade de recursos genéticos hídrico, tem forçado a ampliação
para enfrentar as eventuais amea- da base genética intraespecífica
ças provocadas pela mudança do ou mesmo a inclusão de novas es-
clima. Precisamos manter a biodi- pécies nos programas de melhora- Rosana Higa é pesquisadora da
Embrapa Florestas, especialista em
mudanças climáticas
50
MOURA LACERDA

CONECTADOS
COM A SUA HISTÓRIA
PROCESSO
SELETIVO AGENDADO INSCRIÇÕES ABERTAS
MOURALACERDA.EDU.BR

ADMINISTRAÇÃO RELAÇÕES INTERNACIONAIS


NOTA 4 – Avaliação do MEC. NOTA 3 – Avaliação do MEC.
Entre os 25 melhores cursos do país na avaliação do MEC. 4º melhor no estado de SP na prova.

AGRONOMIA PUBLICIDADE E PROPAGANDA


NOTA 4 – Avaliação do MEC
ARQUITETURA E URBANISMO Entre os 10 melhores do estado de SP na prova.
EDUCAÇÃO FÍSICA
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
NOTA 3 – Avaliação do MEC. ENGENHARIA CIVIL
CIÊNCIAS ECONÔMICAS ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
NOTA 4 – Avaliação do MEC. LETRAS
Entre os 10 melhores cursos do país no CPC.
MEDICINA VETERINÁRIA
DIREITO MODA
NOTA 4 – Avaliação do MEC.
Entre os 11% que tiraram notas 4 na prova e CPC no país. PEDAGOGIA

TECNOLOGIA EM
ANÁLISE DE DESENVOLVIMENTO GESTÃO DE T.I.
DE SISTEMAS
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS NOVO GESTÃO FINANCEIRA
NOTA 5 – Avaliação do MEC.
2º melhor do país na nota da prova.
DESIGN DE INTERIORES NOVO
GESTÃO HOSPITALAR NOVO
GESTÃO COMERCIAL
NOTA 5 - Avaliação do MEC.
Entre os 5 melhores cursos do país na avaliação do MEC. LOGÍSTICA
Nota 3 – Avaliação do MEC.
GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL NOVO
PRODUÇÃO MULTIMÍDIA NOVO
GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
NOTA 4 - Avaliação do MEC.

ZAP DÚVIDAS 16 2101.1096


16 99156.4267

INFORMAÇÕES: MOURALACERDA.EDU.BR

51
INFORME PUBLICITÁRIO

AutoCard DPaschoal
DPaschoal lança uma plataforma de relacionamento até então nunca
vista no mercado, que oferece ao cliente uma nova forma de gerenciar
e controlar as manutenções do carro pelo próprio celular, além de
permitir a gestão do histórico dos serviços, o controle das garantias e
a comodidade de agendar horário e ser atendido com prioridade em
qualquer uma das 160 lojas da rede.

O AutoCard, web aplicativo da


DPaschoal, foi lançado para facilitar a
vida dos motoristas com os cuidados
de seus veículos. O AutoCard é uma
plataforma digital moderna, que se-
gue a tendência do contato mais pró-
ximo com o consumidor ao permitir
que o próprio motorista faça a gestão
de manutenção de seu carro. Graças
a esta ferramenta, o consumidor pode
acessar o histórico de serviços já rea-
lizados, controlar as garantias vigentes
e, quando necessário, agendar horário
para ser atendido com prioridade em
qualquer uma das lojas da rede.
De linguagem simples e fácil na-
vegação, o aplicativo oferece ao cliente
total autonomia na gestão de seu car-
ro, com acesso às informações de lau-
do e previsibilidade das manutenções
futuras. Isso é uma quebra de paradig-
ma no segmento de manutenção auto-
motiva, e o resultado é a economia de
tempo e de dinheiro para o consumi-
dor, além da redução do impacto sobre
o meio ambiente.

Alertas
Nem sempre é fácil cuidar do e de verificar pneus e peças. Com algoritmos próprios baseados em
carro, principalmente quando o assun- 69 anos de experiência no segmento - somando os hábitos de direção
to é manutenção. No dia a dia corrido, do cliente, como tráfego em asfalto ou terra e o tamanho do percurso
ninguém mais olha no calendário e até diário, por exemplo - é que as revisões futuras são calculadas.
se esquece de verificar no hodômetro Assim, ao acessar a plataforma, é possível definir a melhor hora
se está na hora de uma simples troca de fazer novas revisões e decidir por reparos ou trocas.
de óleo ou de uma nova revisão. Além A plataforma também soluciona a dificuldade de manter em dia
disso, poucos são os motoristas que as manutenções de mais de um carro. Com a funcionalidade “minha
sabem exatamente quais as peças que garagem”, o cliente acompanha de forma integrada a manutenção de
precisam, realmente, de troca. A plata- todos os seus carros.
forma alerta o motorista quando chega “O AutoCard estimula o empoderamento do consumidor na ges-
o momento de fazer uma nova revisão tão automotiva. Do próprio celular, o cliente tem acesso a informações

52
até então exclusivas dos centros automoti-
vos e ainda conta com a previsibilidade das
manutenções futuras - algo até então nun-
ca feito no segmento. Nosso compromisso
é oferecer segurança e transparência ao
cliente na gestão do carro. E a tecnologia é
essencial neste processo”, explica Robledo
Castro, diretor de Negócios & Inovação da
DPaschoal.
O AutoCard também incorporou o
antigo cartão de fidelidade, que já garantia
presentes ao aniversariante, rodízio gratui-
to de rodas a cada 10 mil km e consertos
para furos em pneus.

Como obter o AutoCard


Para obter o AutoCard, o motorista
precisa apenas ir a uma loja DPascho-
al e fazer uma Revisão de Segurança. A
Revisão é necessária para que os dados
do automóvel possam ser inseridos no sis-
tema, assim como as informações sobre
o perfil do motorista. O cliente recebe um
SMS ou um cartão com o QRCode para
baixar o aplicativo e passar a gerenciar a
“saúde” do carro.

53
GIRO DA TERRA

Vendas de máquinas agrícolas Um óleo rico em ácidos gra- Foi o que destacou Flavio Castellari,
crescem 35,3% em outubro na xos insaturados, com sabor e aroma diretor executivo do Arranjo Produtivo
comparação anual característicos da amêndoa da cas- Local do Álcool (APLA), em palestra
tanha-de-caju, está em fase final de na Conferência DATAGRO.
desenvolvimento nos laboratórios da De acordo com Castellari, o
Embrapa Agroindústria Tropical (CE). maior potencial de desenvolvimen-
Recomendado para uso em saladas to nestes novos mercados é a fabri-
e finalização de pratos, o produto é cação de biocombustíveis, como o
uma alternativa ao azeite de oliva ou etanol anidro para adição à gasolina,
a outros óleos de amêndoas, como tendo como alavancas a possibilidade
As vendas internas de máqui- macadâmia e castanha-do-pará. de uso da cana para outro fim, com o
nas agrícolas e rodoviárias em outu- Para que o produto chegue ao mer- propósito de diminuir o excedente de
bro ficaram em cinco mil unidades, cado, ainda são necessários estudos açúcar, bem como a vantagem am-
alta de 2,6% frente ao resultado de de ampliação de escala para produ- biental frente às fontes fósseis. (Fon-
setembro [4,9 mil] e de 35,3% na ção industrial. A Embrapa firmou te: UDOP por DATAGRO)
comparação anual (3,7 mil de outu- contrato com uma empresa para
bro de 2017), revelam dados divulga- realizar essa etapa da pesquisa e a Nestlé lança aplicativo de celular
dos na primeira quinzena de novem- previsão é que os trabalhos sejam para fornecedores de leite
bro pela Associação Nacional dos concluídos no próximo ano.
Fabricantes de Veículos Automotores Além de fazer bem à saúde,
(Anfavea). o novo óleo resolve um problema da
O total de máquinas negocia- indústria de processamento de caju:
das no acumulado do ano (janeiro a a agregação de valor às amêndoas
outubro) cresceu 10,6%, com 39,6 quebradas. No sistema mecanizado,
mil unidades em 2018 e 35,8 mil no a quebra chega a 40%, o que der-
ano passado. ruba o preço das amêndoas pela
A produção terminou o mês metade. O novo produto seria um
com 7,4 mil máquinas em outubro, destino nobre às partes quebradas Pela ferramenta, é possível
aumento de 28,9% quando compa- e incrementaria a renda dos produ- acompanhar e gerenciar os resul-
rada com ao montante de 5,8 mil de tores. (Fonte: Embrapa Agroindústria tados relacionados à produção e
setembro e de 72,1% diante das 4,3 Tropical) fornecimento, com acesso rápido
mil de outubro de 2017. No acumu- e simples a informações como: de-
lado, o registro é de 53,6 mil unida- Modelo brasileiro de produção monstrativos de pagamento, nota
des, alta de 14,9% sobre as 46,6 mil de etanol pode ser exemplo para fiscal, volume de leite coletado, re-
máquinas de 2017. As exportações outras nações sultados de qualidade e preço re-
do segmento até outubro diminuíram cebido. Também há a possibilidade
5,5%: foram 10,7 mil unidades este de consultar o histórico dos dados e
ano e 11,4 mil no ano passado. (Fon- realizar o comparativo de resultados
te: UDOP por DATAGRO) entre períodos.
O aplicativo Leiteria está dis-
Pesquisadores desenvolvem ponível para celulares Android e
óleo com as amêndoas da casta- pode ser baixado gratuitamente na
nha-de-caju Play Store, e em breve será disponi-
O modelo brasileiro de produ- bilizado também para celulares IOS.
ção de etanol pode ser exemplo para O objetivo é aumentar a transpa-
outros países, que têm o interesse rência no relacionamento, e facilitar
em investir no desenvolvimento de o acesso e controle a informações
uma indústria de biocombustíveis. importantes para o produtor. A ini-

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Fotos: Divulgação

As matérias na íntegra estão no Portal CanaMix: www.canamix.com.br

ciativa se soma a outras já adotadas A cooperativa Copagril, De acordo com o diretor técnico
pela companhia para estimular o de- membro do Consórcio Antifer- da União da Indústria de Cana-de-açú-
senvolvimento da cadeia do leite, em rugem, registrou o primeiro foco car (Unica), Antonio de Padua Rodri-
busca da maior qualidade possível. de ferrugem asiática da soja, gues, com o consumo crescendo a um
(Fonte: FSB Comunicação) em área comercial, na safra ritmo muito maior do que o suprimento,
2018/2019, em Porto Mendes os preços devem se elevar, para um
ANDAV completa 28 anos e inten- (PR). A identificação foi feita melhor equilíbrio de mercado, mas a um
sifica a representatividade dos pelo Centro de Pesquisa Agrí- ponto em que o biocombustível seguirá
distribuidores cola da cooperativa Copacol, de competitivo frente à gasolina em várias
Cafelândia. regiões. Do início da safra no Centro-Sul,
De acordo com o agrô- em abril, até agosto, a demanda cresceu
nomo da Copacol, Tiago Mada- 42% na comparação anual.
lasso, houve uma antecipação Usinas da principal região produ-
de aproximadamente 15 dias da tora de cana do mundo impulsionaram a
ocorrência da doença na região fabricação de álcool na atual temporada
A Associação Nacional dos noroeste do Paraná. “Esta ante- 2018/19, na esteira de preços elevados
Distribuidores de Insumos Agrícolas cipação ocorreu porque 50% da da gasolina, seu concorrente direto, e do
e Veterinários celebrou, no dia 18 de semeadura na região também enfraquecimento das referências interna-
outubro, 28 anos de representação na- foram aproximadamente 15 dias cionais do açúcar na Bolsa de Nova York.
cional frente ao canal de distribuição. mais adiantados”, explica. (Fonte: UDOP por Reuters)
O dia também é marcado por ser o Dia Além disso, Madalosso
Nacional do Distribuidor de Insumos destaca o ambiente o favorável Palestrante do ConBAP 2018 relata
Agrícolas e Veterinários, instituído por para o avanço da doença, com que agricultura de precisão ajudou
meio da aprovação da Lei nº 12.500, favorecimento de molhamento usina
de 4 de outubro de 2011, uma das foliar e também temperatura en-
conquistas mais representativas da tre 20 e 25ºC. (Fonte: Embrapa
ANDAV. A Associação ocupa posição Soja)
estratégica na cadeia do agronegócio
brasileiro enquanto representante le- Oferta de etanol até março
gítima do setor e geradora de conhe- será 25% maior, mas demanda
cimento, difusão e representatividade elevará preço Graças ao uso de ferramentas
frente ao canal de distribuição. da Agricultura de Precisão, a Usina
Em 2018, o mercado de distri- São Manoel, localizada no interior de
buição de insumos agropecuários mo- São Paulo, que esmaga anualmente
vimentado pelos associados da AN- 4,1 milhões de toneladas de cana,
DAV faturou cerca de R$ 40 bilhões, conseguiu um ganho de produtivi-
entre fertilizantes, produtos de nutrição dade que possibilitou aos gestores,
vegetal e medicamentos veterinários. mesmo sem aumentar a frota de tra-
(Fonte: News Link) tores nos últimos 10 anos, dobrar a
área de cultivo. “Além disso, com o
Paraná tem primeiro foco de fer- A oferta de etanol hidratado aprimoramento do controle da vazão
rugem asiática em área comercial entre setembro de 2018 e março de nas aplicações de defensivos agrí-
nesta safra 2019, quando se encerra a entressa- colas, se conseguiu uma redução de
fra de cana no Centro-Sul do Brasil, 1% no volume de aplicação do insu-
deverá ser 25 por cento maior na mo, o que resultou numa economia
comparação com igual período do de R$ 1 milhão por safra”, informou
ciclo anterior, mas ainda assim in- Guilherme Guiné Pinto Ferreira, su-
suficiente para atender à crescente pervisor agrícola da São Manoel.
demanda pelo biocombustível. (Fonte: Mecânica de Comunicação)

Rafael Soares 55
Fotos: Divulgação

Randon amplia presença no DES) mais do que o comércio e a nas (SP), e chegaram ao Aeroporto
Brasil e instala centro de distri- indústria. Dos R$ 43,6 bilhões que Internacional El Dorado, na capital
buição no ES o banco de fomento liberou entre colombiana. Antes do embarque, os
janeiro e setembro, R$ 9,4 bilhões produtos seguiram uma série de exi-
foram para o campo. O desembolso gências. "Foi uma exportação feita
ao setor só ficou abaixo do segmen- totalmente por vias legais, seguindo
to de infraestrutura, que abocanhou o protocolo sanitário acordado entre
40,3% do total. os dois países em 2017. E, sem dúvi-
A fatia dos empréstimos para da, significou a abertura oficial deste
Jefferson Bernardes
a agropecuária vem crescendo nos importante mercado para a genética
Após inaugurar, neste ano, as últimos cinco anos, saltando de 9% brasileira através da ABS", afirma Na-
unidades industriais em Araraquara em 2014 para 21,5% este ano. Cer- míbia Teixeira, gerente de comércio
(SP) e em Lima, no Peru, a Randon ca de 85% dos recursos distribuídos, exterior da ABS. (Fonte: Assessoria
S.A. Implementos e Participações ligados ao Plano Safra, vão para pe- de Imprensa)
dá mais um passo no seu projeto de quenos e médios produtores; para
expansão ao marcar presença no as agroindústrias, no máximo 15%. Pesquisa desenvolve hambúrguer
estado do Espírito Santo. A empresa (Fonte: UDOP por O Estado de S. de feijão fermentado
se estabelecerá com um centro de Paulo)
distribuição de peças de reposição
na cidade capixaba de Linhares, a Brasil exporta embriões bovinos
133 quilômetros de Vitória e, a partir para Colômbia
de mais esta base, garantirá maior
suporte à rede de distribuidores do
Centro e do Norte do Brasil. Em parceria com a Universida-
“Nos fortalecemos ainda mais de Federal de Goiás (UFG), a equipe
com este avanço e ampliamos a nos- da pesquisadora Priscila Zaczuk Bas-
sa cobertura geográfica de mais de sinello, da Embrapa Arroz e Feijão
200 pontos de venda no Brasil e no (GO), desenvolveu um alimento a par-
exterior”, ilustra o COO da Divisão tir da fermentação de grãos de feijão,
Montadora das Empresas Randon, chamado tempeh, produto original da
Alexandre Gazzi. (Fonte: Mecânica Indonésia usualmente feito de soja.
de Comunicação por Fróes, Berlato Ele ainda é pouco conhecido
Associadas) dos brasileiros e pode ser consumido
O Brasil já começou oficialmen- como um hambúrguer vegetal no re-
BNDES libera mais crédito para te a exportar embriões para a Colôm- cheio de sanduíches. Rico em fibras,
o setor agropecuário bia, após o acordo sanitário assinado proteína e minerais, como zinco, ferro
em dezembro do ano passado. A re- e cálcio, o hambúrguer de tempeh de
gional da ABS do município de Mogi feijão (HTF) da Embrapa pode tam-
Mirim (SP) enviou, para a unidade de bém ser empregado em dietas sem
Bogotá na última semana, produtos proteína animal como substituto da
da raça Girolando, frutos de doadoras carne em sopas, saladas e molhos
Gir da Fazenda Canto Porto e sêmen para massas.
da bateria de touros Holandeses da Produzido com grãos sem cas-
ABS. São acasalamentos direciona- ca, inteiros ou não, o tempeh de feijão
dos através do programa GMS (Ge- (TF) passa agora por aperfeiçoamento
A agropecuária recebeu este netic Management System). em sua composição, para aumentar a
ano do Banco Nacional de Desen- Os embriões partiram do Ae- sua aceitabilidade. (Fonte: Embrapa
volvimento Econômico e Social (BN- roporto de Viracopos, em Campi- Arroz e Feijão)

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OPINIÃO

Entenda como o marketing pode


impulsionar o agronegócio brasileiro
Banco de Imagens
José Luiz Tejon Megido

O Brasil sabe o que é marketing e consegue identificar o que


não presta neste meio, como a famosa figura do marqueteiro político.
No entanto, nosso país desconhece a real importância do marketing
como fundamento da administração para mudar a percepção exis-
tente do agronegócio brasileiro no mundo.
Temos gente bem intencionada, como o próprio Ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, que criou uma
estratégia de internacionalização, mas ainda nos falta um verdadei-
ro gestor do marketing ético, competente e que altere as percepções
predominantes sobre o Brasil no exterior.
Temos atividades de vendas e promoção em diversos países
e feiras, mas praticamente todas pertencendo em uma relação bu-
siness to business. Falamos com tradings e importadores, mas não
chegamos aos varejos, aos consumidores e nem na opinião pública
dominante dos nossos países clientes.
Arquivo Pessoal
Nossos saltos em conhecimento de produção dentro do cin-
turão tropical do planeta significam para o mundo uma segurança
alimentar fundamental num breve futuro.
Nossos saltos, com 66% do território do país com matas nati-
vas preservadas, é recorde mundial, e ninguém sabe. Nosso coope-
rativismo, que envolve cerca de um milhão de produtores familiares
em ótimo nível, também é desconhecido pelo resto do planeta. Nin-
guém associa nosso domínio em frangos no mundo a esse êxito de
integrações, por exemplo.
Temos também orgânicos, biodinâmicos e hidropônicos exce-
lentes, assim como os europeus, e ninguém sabe.

O que fazer?
Precisamos de uma gestão competente feita por quem domi-
na e sabe o que o marketing significa. No caso do agro, a realidade
já é muito maior do que aquilo percebido. Nada do que existe no
mundo foi pedido pelos consumidores. Tudo foi imaginado, criado,
materializado e vendido por grandes inteligências de marketing.
O agronegócio do Brasil é grande, mas a percepção mundial
dele é muito menor do que a realidade que já temos.
O Brasil será o tamanho que o nosso talento de marketing José Luiz Tejon Megido é Conselheiro
Fiscal do Conselho Científico Agro
impactar. Sustentável (CCAS) e dirige o Núcleo
de Agronegócio da ESPM

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