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UNIVERSIDADE PAULISTA

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

Juliana Mariano Santos

RESENHA DO TEXTO: O SIGNIFICADO SÓCIO-HISTÓRICO DA PROFISSÃO

Sorocaba/SP
2020
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O significado sócio-histórico da profissão.

YAZBEK, Maria Carmelita. O significado sócio-histórico da profissão.

O texto propõe reflexões importantes sobre a trajetória do Serviço Social na sua


institucionalização e legitimação da profissão, discute as demandas atuais e do
início da formação da categoria, as quais são processos da reprodução das relações
sociais que ao longo do trajeto constrói uma nova roupagem ao Serviço Social, mas
que ainda é permeada pela divisão do trabalho do assistente social, ou seja, que luta
pelos direitos dos trabalhadores, enquanto os dos profissionais se encontram
fragilizados pelo próprio Estado.

O capitalismo está presente no modo em que as relações sociais se


reproduzem, na vida cotidiana dos usuários, nos modos de pensar, de agir, nos
lugares que frequentam e até mesmo como os indivíduos se relacionam. O capital
aliena os comportamentos humanos para seu benefício, assim como sempre buscou
amenizar o conflito entre burguesia e proletariado.

Nos anos 40, o Estado assume o papel de regulador das relações sociais, como
começa a responder minimamente as questões das classes mais subalternas, o que
abre para o Serviço Social um mercado de trabalho com infinitas possibilidades, mas
que ainda observava o sujeito como o único “culpado” pela situação em que se
encontrava, a naturalização da pobreza era comum na época. O Estado instiga o
mercado de trabalho para o assistente social, pois ele atuava como um meio de
regular a sociedade ao seu modo, apaziguando as lutas de classes. A maneira de
regular a sociedade vai se modificando conforme a correlação de forças existentes.
O proletariado é indissociável do capital, assim como as desigualdades sempre
estarão ligadas diretamente a acumulação de riquezas e a mais valia.

Entre a opressão do capitalismo e a luta de classes se insere o Serviço Social,


em uma constante luta contraditória entre conciliar a realidade apresentada pelos
usuários e opressão das instituições em responder essa demanda de forma rápida e
focalista, prejudicando o trabalho do profissional.
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No entanto, o assistente social deve incorporar em seu trabalho o significado da


profissão, o Código de Ética, os princípios fundamentais, as diretrizes curriculares e
o projeto-ético-político, direcionando um fazer técnico que atenda com qualidade as
demandas apresentadas, o que é um desafio para a categoria, principalmente na
conjuntura atual com a pressão do Estado muito mais forte, mas é preciso romper
cotidianamente com as barreiras construídas há anos atrás, direcionando uma
prática que compreenda que o modo de vida dos indivíduos são construídas por
reproduções das relações sociais impostas pelo capitalismo.

Pode-se concluir que o cotidiano do profissional está em constante contradição,


propondo a categoria novas maneiras de responder as demandas e romper com o
autoritarismo imposto pelas instituições. É preciso conhecer e compreender as
atribuições e competências da profissão, para não estar sujeito a realizar tarefas não
designadas ao Serviço Social.

A leitura do texto apresentado instiga a repensar sobre o processo histórico do


Serviço Social que foi marcado pela caridade e ao longo foi se construindo como
uma profissão que garante direitos da classe trabalhadora, uma conquista
importante que está ameaçada nos dias atuais com a volta do voluntariado e a
desvalorização do assistente social no terceiro setor.

O significado sócio-histórico da profissão é apresentado em todo o corpo texto,


permitindo ao leitor a compreensão clara do significado, ou seja, a historicidade do
Serviço Social constrói a legitimação da categoria por meio de inúmeras lutas,
transforma o olhar caritativo em fazer técnico e crítico, rompendo com ideais
conservadores, buscando uma nova ordem societária que apesar do mercado de
trabalho ser contraditório, os assistentes sociais possuem qualificação para
transformar as relações sociais e principalmente garantir direitos da classe
trabalhadora.

É preciso resistir a conjuntura política atual, buscar novas maneiras para o


enfrentamento, articular junto a outros profissionais fortalecendo a rede de
atendimento e buscando sempre inserir os usuários na luta por seus direitos, para
que assim estes lutem pela emancipação humana e uma nova ordem societária
mais igualitária.

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