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Harmonia I – CMU0230

Prof. Dr. Paulo de Tarso Salles – ECA/USP, 2020

13 DE ABRIL 2020
AULA 5 – ACORDE DIMINUTO E ENCADEAMENTO SIMPLES DE TRÍADES.

Zoom: ID: 782-036-800

Senha: 341074

Horário: 9:00-10:30 (link para gravação da aula disponível após as 17:00).

TÓPICOS

• Acorde diminuto: cifras e estrutura.

• Encadeamento de tríades, na posição fundamental e com dobramento


de oitava.

• Exercícios 15 e 16.

TRÍADE DIMINUTA

A tríade diminuta raramente ocorre em música popular (onde é normal o


acréscimo da sétima), mas a forma de cifrá-la poderia ser Xdim. Por exemplo: Adim
= Lá diminuto (tríade).

Quando empregada em harmonizações a quatro vozes, costuma-se dobrar a


terça da tríade diminuta, porque a fundamental e a quinta formam o trítono e deve-
se evitar o dobramento de notas dissonantes.

De acordo com o método graduado (em algarismos romanos), trata-se de


uma tríade cuja fundamental é o sétimo grau no campo harmônico maior ou menor
harmônica. Ocorre também como segundo grau do modo menor (eólio ou
harmônico) (Exemplo 16).

Exemplo 16: tríades diminutas nos campos harmônicos maior e menor.

Em harmonia funcional, uma função harmônica não representa os graus do


campo harmônico, mas seu parentesco com as funções primárias. No modo maior, a

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tríade diminuta é assinalada por sua proximidade com o acorde de sétima da


dominante, do qual é uma versão sem fundamental (Exemplo 17).

Exemplo 17: função de dominante em Dó maior: tríade, com sétima e sem fundamental.

TÉTRADE DIMINUTA

A tétrade diminuta (acorde de sétima diminuta) tem dois tipos: a) com sétima
menor, chamado de “meio-diminuto”; b) com sétima diminuta, chamado de
“diminuto”. Novamente, a notação graduada considera a fundamental do VII grau
dos campos harmônicos maior e menor. É comum o modo maior usar o acorde com
sétima diminuta do modo menor, por empréstimo modal (4ª lei tonal), indicado com
o sinal de rebaixamento b7.

Exemplo 18: acordes de vii7 nos modos maior e menor.

Em música popular, mas também na cifra graduada, o acorde de sétima


diminuta é associado ao símbolo °. O significado desse sinal está associado com a
simetria desse acorde, onde cada inversão se converte numa nova fundamental, até
retornar ao estado inicial, gerando um ciclo (Exemplo 19a/19b).

Exemplo 19a: inversões, enarmonia e simetria do acorde diminuto.

O acorde meio-diminuto, devido ao intervalo de sétima menor, perde essa


propriedade simétrica. Sua assimetria é simbolizada pelo círculo cortado Ø.

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Exemplo 19b: simetria do acorde de sétima diminuta.

Em harmonia funcional, a tétrade diminuta continua sendo interpretada


como extensão da dominante com sétima. Assim, trata-se de um acorde sem
fundamental, com sétima e nona.

Exemplo 20: dominante sem fundamental com nona, nos modos maior e menor.

Além da relação com a dominante, a harmonia funcional assinala a


semelhança da tétrade diminuta com a subdominante, especialmente no campo
harmônico menor.

Exemplo 21: acorde diminuto com função de subdominante (modo menor).

Por causa dessa ambiguidade entre as funções de dominante e


subdominante, o acorde diminuto é cifrado por De La Motte com o símbolo sDV (DE
LA MOTTE, 1998, p 86-90). As cifras funcionais usadas aqui são suficientes para
indicar esses casos, embora possa haver situações onde ambas interpretações sejam
possíveis.

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EXERCÍCIO 15

ENCADEAMENTO DE TRÍADES

Até aqui vimos aspectos “estáticos” da harmonia, mais relacionados com a


classificação e estrutura dos acordes. Agora veremos como colocar essas noções de
maneira um pouco mais prática, realizando pequenas progressões harmônicas.

Inicialmente usaremos acordes em posição fundamental com dobramento de


oitava. As regras básicas que serão apresentadas a seguir têm por objetivo controlar
o processo de encadeamento, para garantir independência e equilíbrio na condução
das vozes. Depois, essas regras podem ser flexibilizadas, a fim de possibilitar a
realização de melodias mais interessantes, especialmente no soprano e no baixo.

ENCADEAMENTO: REGRA SIMPLES

1) Acordes com um som em comum.

Esse tipo de enlace harmônico ocorre quando as fundamentais (no baixo) dos
acordes estão à distância de quarta ou quinta.

a. O baixo se move para a fundamental do acorde seguinte.

b. A nota em comum permanece na mesma voz em que estava no


primeiro acorde.

c. As demais notas se movem para a nota que falta no acorde


seguinte (com dobramento da fundamental), fazendo o
movimento mais curto. Evita-se o cruzamento de vozes.

2) Acordes com dois sons em comum.

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As fundamentais (no baixo) estão à distância de terça ou sexta.

a. O baixo se move para a fundamental do acorde seguinte.

b. As notas em comum permanecem nas mesmas vozes em que


estavam no primeiro acorde.

c. A nota faltante no acorde seguinte (com dobramento da


fundamental), é alcançada pelo movimento mais curto. Evita-se o
cruzamento de vozes.

3) Acordes sem nota em comum.

Fundamentais com distância de segunda ou de sétima (acordes adjacentes).

a. O baixo se move para a fundamental do acorde seguinte.

b. As demais vozes se movem para as notas do acorde seguinte (com


dobramento da fundamental), fazendo o movimento mais curto
em direção contrária ao baixo. Evita-se o cruzamento de vozes.

Exemplo 21: encadeamentos entre dois acordes com 1, 2 e 0 notas em comum.

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EXERCÍCIO 16

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