Você está na página 1de 29

POVOS PRIMITIVOS DA AMÉRICA

1
1º SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DOS POVOS PRIMITIVOS DA AMÉRICA – 1º EM SERVIÇOS JURÍDICOS -
4º BIMESTRE DE 2019
HISTÓRIA

Profº Francis Fernando Lobo

TEMA DE ESTUDO PARA O PERÍODO: POVOS ANTIGOS DA AMÉRICA

Organização das apresentações:


1. Todos os integrantes do grupo deverão estar em dia com todo o conteúdo da apresentação (slides, sequências,
organização das ideias, materiais, etc). No dia agendado para a apresentação do trabalho, um sorteio
determinará qual integrante do grupo fará a exposição do trabalho para os demais grupos e para o
professor.
2. DURANTE A APRESENTAÇÃO: Os demais integrantes do grupo poderão (EM DETERMINADAS SITUAÇÕES,
autorizadas pelo Professor) auxiliar o aluno sorteado na apresentação.
3. AVALIAÇÃO DO PROFESSOR: A avaliação será realizada de maneira geral (individual e coletiva), ressaltando
que TODOS deverão saber de TODA a apresentação e de TODO o MATERIAL pesquisado para essa.
4. ENTREGA DE MATERIAIS: Cada grupo deverá elaborar um trabalho escrito (digitado) com todo o resultado da
pesquisa realizada e também conclusões. Entregará 01 cópia para o PROFESSOR em formato ABNT e 01 cópia
SIMPLES para cada GRUPO. Essa regra valerá como AVALIAÇÃO. Assim sendo, queiram NÃO deixar para
entregar o trabalho impresso DEPOIS ou em OUTRA OPORTUNIDADE. As regras para a digitação do trabalho
estão nas normas da ABNT (manual na Xerox da Escola)
5. Bom seminário para todos nós!!!
Nome completo dos integrantes do GRUPO: (GRUPO FORMADO POR LÍDER +8 ALUNOS)

LÍDER:
ANA LUISA
FOGAÇA

TEMÁTICA 01
CIVILIZAÇÃO ASTECA
Arqueologia
O mundo sombrio
dos astecas
Exposição em Nova York
revela a riqueza e o mistério
de uma civilização perdida
http://veja.abril.com.br/201004/p_074.html

Tania Menai, de Nova York

2
Depois de lotar museus em Londres, Berlim e Bonn, a exposição O Império Asteca foi Fotos Michel Zabé, assistente Enrique Macías
inaugurada no museu Solomon R. Guggenheim, de Nova York, onde poderá ser visitada até
fevereiro de 2005. Será montada pela última vez no Guggenheim de Bilbao, na Espanha,
antes que as 440 peças voltem para museus mexicanos e americanos, dos quais muitas
delas saíram pela primeira vez. O curador da mostra, o mexicano Felipe Solís Olguín, diretor
do Museu Nacional de Antropologia do México, expôs os objetos – cerâmicas, imagens de
pedra e barro, jóias de ouro, prata ornamentada com turquesa, máscaras enfeitadas com
mosaico, instrumentos musicais, utensílios domésticos – em ordem cronológica, de modo
que o visitante possa acompanhar a trajetória desse povo desde os primórdios de seu
império, no século XIV, até a derrota diante dos conquistadores espanhóis, em 1521. O que
atrai tantos visitantes não é apenas a beleza e o valor arqueológico dos objetos – mas,
sobretudo, o fascínio e o mistério que envolvem as civilizações perdidas da América.

MICTLANTECUHTLI,
o deus da morte: imagem encontrada nos alicerces da
Grande Pirâmide. Pedaços de carne dos sacrificados
eram colocados diante deste ídolo. Para sustentar os
ciclos do Sol e da Lua, os astecas acreditavam ser preciso
alimentar seus deuses com coração e sangue

XIUHTECUHTLI, o deus do fogo:


periodicamente, todas as fogueiras eram apagadas na capital asteca e os sacerdotes reacendiam o fogo numa cerimônia simbólica. A fogueira era
acesa sobre o peito de um prisioneiro nobre e alimentada com sua carne e ossos. Esse "fogo novo" era depois distribuído entre a população para
uso na cozinha e na iluminação
Nesse aspecto, os astecas são especiais. No início do século XVI, eles eram o poder dominante no México central. A hegemonia estendia-se por 500
pequenos Estados, abrangendo mais de 5 milhões de pessoas numa área do tamanho do Estado de São Paulo. Era império tributário. Ou seja, os povos
dominados podiam tocar a vida como sempre, desde que pagassem tributos em comida, escravos, ouro, tecidos e dezenas de outros itens necessários
para sustentar Tenochtitlán, a capital asteca, cuja população ultrapassava 100.000 pessoas. Os primeiros espanhóis que viram a cidade em seu apogeu
ficaram impressionados com a discrepância entre a elaborada sociedade e a sensibilidade estética do mundo asteca e a carnificina em larga escala de
seus rituais. Se há uma atividade em que os astecas são notórios é o sacrifício humano. Uma estimativa feita pelos conquistadores é que em média eles
matavam 20.000 pessoas por ano.

O GUERREIRO ÁGUIA
Os melhores combatentes astecas pertenciam às sociedades guerreiras. Águia e Jaguar eram as mais importantes. É possível
que a imagem desse guerreiro com capacete que imita a cabeça de uma águia simbolize um deus. A guerra era o valor
supremo da cultura asteca, e o objetivo do combate era demonstrar bravura e capturar um inimigo para ser sacrificado

Os sacrifícios não ocorriam no interior dos templos, mas ao ar livre, diante de todos, e não apenas na Grande Pirâmide (o Templo Mayor, como é agora
conhecido), no centro de Tenochtitlán, mas também nas capelas de bairro e mesmo nas ruas. O método mais comum consistia em abrir o peito da vítima
com uma faca de pedra e arrancar seu coração. A população envolvia-se no preparo das vítimas, ajudava a conduzi-las ao local do sacrifício e, depois,
participava do processo de desmembramento do corpo e distribuição dos pedaços. A carne acabava na panela e era comida sem cerimônia pelas
famílias. Em ocasiões solenes, os guerreiros saíam à rua com cabaças cheias de sangue e vestidos com a pele esfolada dos prisioneiros. Paralelamente
a esses horrores, os astecas tinham uma agricultura sofisticada e produtiva, com sistemas de irrigação e jardins flutuantes nas áreas pantanosas.
Herdeiros culturais de civilizações avançadas, possuíam um calendário preciso e uma matemática avançada.

A VIDA E A MORTE
Essa imagem de barro datada de 1300 representa
um guerreiro passando pelas várias fases da morte,
até sua ressurreição. Não se sabe se isso ocorre
por ele ter sido morto em combate ou por ter sido
sacrificado

3
A origem desse povo é incerta. O nome asteca deriva de Aztlán (terra branca), um local mitológico no norte de onde acreditam terem vindo. Chamavam
a eles próprios de tenochca ou mexica – daí o nome do país, México. O certo é que se estabeleceram em ilhas do Lago Texcoco e, em 1325, fundaram
Tenochtitlán, onde hoje é a Cidade do México. O valor supremo da vida asteca era a guerra, e o valor de cada um, medido pelo número de inimigos que
capturou em combate e depois sacrificou aos deuses. Seu império era o resultado de uma aliança com cidades vizinhas, que falavam a mesma língua.
A sociedade era estratificada. A nobreza administrava o império, recebia tributos, vestia-se com roupas de algodão e podia ostentar riqueza. A maioria
da população fazia o trabalho braçal, só podia se vestir com fibras menos nobres e era proibida de exibir prosperidade. Os espanhóis chegaram à cidade
em 1519 e aprisionaram o imperador Montezuma II. Expulsos por uma revolta popular, voltaram reforçados por uma exército de 25.000 índios ansiosos
por se vingar dos astecas. Tenochtitlán caiu em 1521, depois de quatro meses de cerco. Os espanhóis destruíram o Templo Mayor e ergueram uma
cidade européia sobre as ruínas da cidade asteca. Os alicerces do Templo Mayor foram descobertos em 1978 na Cidade do México e, uma década
depois, viraram museu. Algumas das peças mais surpreendentes da exposição O Império Asteca foram encontradas em escavações arqueológicas nas
ruínas da pirâmide. Uma delas, achada há apenas uma década, é a imagem de 1,82 metro, feita de barro, de Mictlantecuhtli, o deus da morte. Datada
de 1480, tem as costelas à mostra e furos na cabeça, pelos quais, os arqueólogos acreditam, passavam fios de cabelo retirados das vítimas de sacrifícios.
A obsessão asteca pela morte é evidente em muitas peças expostas. Uma das mais expressivas, quase uma reflexão filosófica sobre a precariedade da
existência humana, revela o rosto de um guerreiro passando por três etapas de morte e ressurreição. Na parte externa, ele tem os olhos fechados e na
mais interna está totalmente desperto. Estima-se que tenha sido moldada por volta de 1300. As últimas galerias da exposição mostram a época da
conquista espanhola, liderada por Hernán Cortés (1485-1547), quando pinturas e objetos astecas passaram a retratar a influência européia, como
imagens de Cristo e crucifixos. Em menos de 100 anos depois da conquista, a civilização indígena no México tinha sido varrida do mapa.
Astecas
O povo asteca foi uma civilização mesoamericana, pré-colombiana, que se desenvolveu principalmente entre os séculos XIV e XVI, no território
correspondente ao atual México. Era um povo guerreiro. Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa
região de pântanos, próxima do lago Texcoco. A sociedade asteca era hierarquizada e rigidamente dividida. Era comandada por um imperador, chefe
do exército. Desenvolveram muito as técnicas agrícolas e construíram obras de drenagem. O artesanato deste povo era riquíssimo, destacando-se a
confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. Ficaram conhecidos como um povo guerreiro.
A sociedade era hierarquizada e rigorosamente dividida. Era liderada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes
e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais inferior da sociedade
era coagida a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas como canais de irrigação,
estradas, templos, pirâmides, entre outros.
Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por quase 500 cidades e estas pagavam
altos impostos para o imperador. O império asteca começou a ser arrasado em 1519 a partir das invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os
astecas e se apropriaram de grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a
trabalharem nas minas de ouro e prata da região.

Arte e arquitetura: pirâmide da civilização asteca


Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam
milho, pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo.
O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. A religião era politeísta, pois
cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era
representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos
e de astronomia.
Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes eram realizados em datas específicas em
homenagem aos deuses. Acreditavam que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.
A religião

Eram politeístas (acreditavam em vários deuses) e acreditavam que se o sangue humano não fosse oferecido ao Sol, a engrenagem do mundo deixaria
de funcionar.
Sacrifícios feitos:
• Dedicado a Huitzilopochtli ou Tezcatlipoca: o sacrificado era colocado em uma pedra por quatro sacerdotes, e um quinto sacerdote extraía,
com uma faca, o coração do guerreiro vivo para alimentar seu deus;
• Dedicado a Tlaloc: anualmente eram sacrificados crianças no cume da montanha. Acreditava-se que quanto mais as crianças chorassem, mais
chuva o deus proveria.
No seu panteão havia centenas de deuses. Os principais eram vinculados ao ciclo solar e à atividade agrícola. Observações astronômicas estudo dos
calendários fazia parte do conhecimento dos sacerdotes. O deus mais venerado era Quetzalcóatl, a serpente emplumada. Os sacerdotes eram um
poderoso grupo social, encarregado de orientar a educação dos nobres, fazer previsões e dirigir as cerimônias rituais. A religiosidade asteca incluía a
prática de sacrifícios. Segundo o divulgado pelos conquistadores o derramamento de sangue e a oferenda do coração de animais e de seres humanos
eram ritos imprescindíveis para satisfazer os deuses, contudo se considerarmos a relação da religião com a medicina encontraremos um sem número
de ritos. Há referências a um deus sem face, invisível e impalpável, desprovido de história mítica para quem o rei de Texoco, Nezaucoyoatl mandou fazer
um templo sem ídolos, apenas uma torre. Esse rei o definia como "aquele, graças a quem nós vivemos".
A medicina
As contribuições da antropologia médica situam o conhecimento mítico religioso como formas de racionalidade médica se constitui como um sistema
lógico e teoricamente estruturado, que tenha como condição necessária e suficiente para ser considerado como tal, a presença dos seguintes
elementos:
1. Uma morfologia (concepção anatômica);
2. Uma dinâmica vital ( "fisiologia") ;
3. Um sistema de diagnósticos;
4. Um sistema de intervenções terapêuticas;
5. Uma doutrina médica (cosmologia).

4
Pelo menos parcialmente preenche tais requisitos. Apresenta-se como teoricamente estruturado, com formação específica (o aprendizado das diversas
funções da classe sacerdotal), o relativo conhecimento de anatomia (comparado com sistemas etnomédicos de índios dos desertos americanos ou
florestas tropicais) em função, talvez, da prática de sacrifícios humanos, mas não necessariamente dependente dessa condição. Há evidências que
soldavam fraturas e punham talas em ossos quebrados.
A dinâmica vital da relação tonal (tonalli) – nagual (naualli) ou explicações do efeito de plantas medicinais são pouco conhecidos contudo o sistema de
intervenções terapêuticas através de plantas medicinais, dietas, ritos são evidentes. A doutrina médica tradicional por sua vez, também não é bem
conhecida.
No sistema diagnóstico encontramos quatro causas básicas: Introdução de corpo estranho por feitiçaria; Agressões sofridas ao duplo (nagual); Agressões
ou perda do tonal; e influências nefastas de espíritos (ares).
Em relação a esse conjunto de patologias, os deuses representavam simultaneamente uma categoria de análise de causa e possibilidade de intervenção
por sua intercessão. Tlaloc estava associado aos ares e doenças do frio e da pele (úlceras, lepra) e hidropsia; Ciuapipiltin às convulsões e paralisia;
Tlazolteotl às doenças do amor que inclusive causavam a morte (tlazolmiquiztli ); Ixtlilton curava as crianças; Lume, ajudava as parturientes; Xipe Totec
era o responsável pelas oftalmias.
Plantas & Técnicas
O tabaco e o incenso vegetal (copalli) estavam presentes em suas práticas. Seus ticitl (médicos feiticeiros) em nome dos Deuses realizavam ritos de
cura com plantas que contém substâncias psicodélicas (Lophophora willamsii ou peiote; Psylocybe mexicana, Stropharia cubensis - cogumelos com
psilocibina;Ipomoea violacea e Rivea coribosa - oololiuhqui) que ensinam à causa das doenças, mostram a presença de tonal (tonalli), e sofrimentos
infligidos ao duplo animal ou nagual (naualli) os casos de enfeitiçamento ou castigo dos deuses.
Entre os remédios mais conhecidos estava a alimentação dos doentes com dietas a base de milho,passiflora (quanenepilli), o bálsamo do peru, a raiz
de jalapa, a salsaparrilha (iztacpatli / psoralea) a valeriana entre centenas de outras registradas em códices escritos dos quais nos sobraram fragmentos.
Imperadores
• Itzcoatl (1427-1439)
• Montezuma I (1440-1468)
• Axayacatl (1469-1485)
• Ahuizotl (1486-1502)
• Montezuma II (1503-1520)
• Cuauhtémoc (1520-1521)
Cidades históricas
• Tenochtitlán
• Coatepec
• Chapultepec
• Itzapalapa
• Iztapam
• Tlacopán
• Coyotepec
Escrita asteca
A origem do sistema não é claro, mas pensa-se que deriva da Escrita Zapoteca.
A escrita asteca não era escrita de qualquer forma particular, e os glifos não eram escritos linearmente, mas arranjadas ideograficamente para representar
uma cena ou uma composição maior. Na parte de baixo da figura estaria o solo, e na parte de cima o céu. A figura não era para ser lida, mas "decifrada".
Não há regras ou glifos: cada escriba criava suas próprias representações das idéias que ele desejava transmitir.

Civilização Asteca
https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/civilizacao-asteca 03/10/2019 20h53
As primeiras evidências dos povos Astecas no México Central datam do século XIII.
Entretanto, antes mesmo deste período há evidências de outros povos nesta mesma região, como é o caso dos Toltecas. A civilização Tolteca
propriamente dita desenvolve-se, a partir do século XI. Contudo, a partir do século XII, a principais cidades construídas pelos Toltecas entram em declínio.
Tribos bárbaras de territórios próximos surgem então para se estabelecerem nessas cidades recentemente abandonadas pelos Toltecas. A nova
organização dessas tribos nestas cidades é que resultará na civilização Asteca. A última grande civilização mesoamericana foi a dos Astecas, uma
tribo “bárbara” primitiva que habitou nas pequenas ilhas do lago Texcoco na metade do século XIV, e, em poucas décadas chegou a dominar a maior
parte do México. Este crescimento vertiginoso é um indicio de perícia estratégica e organização militar. Os Astecas conquistaram seu imenso império
através de guerras. Os Astecas e a organização da cidade: A cidade era composta por vários clãs, e cada um tinha seu templo e sua escola. O clã era
administrado pelo Capulli, expressão que também servia para denominar o clã. O Capulli era o administrador das terras da região e dava aos homens
lotes para serem cultivados quando estes se casavam. Os que não pertenciam a um clã trabalhavam nas terras dos nobres. Cada clã tinha um conselho
para julgar crimes menores, coletar impostos para o governo e organizar grupos para fazer canais. Os canais teriam a função de estradas, usados como
vias de comunicação. A praça principal era o centro da vida da cidade. Nela eram realizados o mercado (de quatro em quatro dias), bem como os festivais
(mensalmente). Nestes festivais os astecas, cantavam, dançavam e ofereciam sacrifício aos deuses, enquanto no mercado, para vender seus produtos,
cada comerciante pagava uma taxa ao supervisor. Caso a taxa não fosse paga, as mercadorias eram confiscadas pelos fiscais. A venda e compra se
dava através da troca de produtos. As pessoas utilizavam grãos de cacau para compensar as diferenças no valor dos objetos trocados. No mercado
eram vendidos legumes, verduras, animais, machados, panelas, objetos de plumas, joalheria, e ervas. Havia também a venda de escravos, que eram
prisioneiros de guerra, criminosos ou homens que tinham perdido tudo no jogo.

5
Organização Social : O rei dividia o governo do Estado com a Mulher serpente, que era um homem. Havia um conselho de chefes (comandantes
militares) para orientar o rei e a Mulher Serpente. Para conseguir um título de nobreza era preciso demonstrar bravura nas guerras, condição imposta
tanto para os filhos de nobres quanto para os filhos de camponeses. Oficiais graduados eram juízes e grandes generais, enquanto os menos graduados
governavam o povo. Artesãos e comerciantes passavam suas profissões a seus filhos. Em maior número na sociedade estavam os cidadãos comuns
(aqueles que recebiam terras do clã para cultivar), camponeses (camponeses sem terra trabalhavam na terra dos nobres) e escravos. Nota-se uma
sociedade bastante estratificada; hierarquizada. As roupas eram um meio de demonstrar a posição social da pessoa, havendo leis severas
para o uso de certas peças.

Alimentação :

Fazia parte da alimentação Asteca o milho (do qual eram feitos cozidos, bolos e pães), feijão abóbora, tomate além de animais domesticados como
coelho, peru, patos, cachorros e aves. Uma das famosas iguarias Astecas é o chocolate. Diferente do conhecido atualmente, era mais amargo e um
líquido grosso, sendo bebido após as refeições principalmente no inverno. Contudo, o consumo de carne entre outros alimentos considerados mais
nobres não estavam ao alcance de toda a população. Por serem de grande valor não faziam parte da alimentação das classes mais baixas.

Educação
Depois que a criança nascia, o astrólogo escolhia um dia de sorte para dar nome à criança e para predizer o seu futuro. Os astecas acreditavam que o
caráter da pessoa era influenciado pelo dia em que ela nascia. As crianças frequentavam a escola até completarem 8 anos. Na escola aprendiam o
básico da escrita asteca e as tradições (tanto os meninos quanto as meninas). Uma outra metade do ensino era dividida: meninas aprendiam a tecer,
costurar, cozinhar e cuidar das crianças, enquanto os meninos aprendiam a guerrear. Ao completarem 21 anos, os estudos estavam concluídos: as
meninas iam viver para o casamento e os meninos tornavam-se guerreiros. Os melhores guerreiros se juntavam aos guerreiros águia e jaguar, que
representavam os cargos mais altos na carreira militar.

Sacerdote e o templo
Os meninos mais inteligentes, iam aos oito anos para o calmecac ou escola de sacerdotes. Lá rezavam e jejuavam durante dias. Os sacerdotes
ensinavam os meninos a ler e escrever, fazer remédios com ervas, canções, preces própria a cada um dos deuses e a prever eclipses. Com 20 anos ele
podia deixar o calmecac para se casar, podendo exercer a função de escriba no palácio, dar nome às crianças e predizer o futuro. O sacerdote cuidava
dos templos e fazia sacrifícios. Os templos eram erguidos o mais alto possível, pois assim os astecas acreditavam estarem mais próximos dos deuses
celestes, e em sua plataforma eram realizados os sacrifícios. Os astecas acreditavam que os deuses haviam se sacrificado para criar o sol, e por isso
era dever deles alimentar os deuses com a “água sagrada” (sangue). Para isso havia a necessidade de capturar prisioneiros de guerra constantemente.
Somente alguns sacerdotes tinham o conhecimento de astrologia e podiam interpretar o calendário sagrado. Havia também um calendário solar. Todos
consultavam os sacerdotes antes de tomar decisões importantes, pois acreditavam em dias de sorte e dias de azar.

Jogos
O tlachtli era um jogo asteca muito parecido com o jogo dos Maias (aquele com a bola de borracha). Os astecas passavam o tempo jogando “jogos de
azar”.

Arte Asteca
A arte asteca se caracteriza principalmente por sua arte plumária (trabalho com penas) e pela ourivesaria (trabalho com ouro). Os astecas aprenderam
a fazer seus artesanatos com os descendentes dos toltecas. Grande parte do trabalho dos artesão era para o rei, que utilizava os tributos para fazerem
tiaras, mantas e jóias. O rei recompensavam os guerreiros com esses presentes. Um escultor levava muito tempo para produzir uma peça, devido à
simplicidade de seus instrumentos.

Os Deuses
Os Astecas tinham muitos deuses, e cada um deles era responsável por uma fase da vida. Entre eles estão o deus do sol do meio-dia ( Uitzilopochtli),
filho de Coatepec e Tezcatlipoca, que era deus da noite. Acreditavam que os deuses observavam suas vidas constantemente. Sendo assim, procuravam
não desobedecer os deuses, agradando-os com os sacrifícios.
Ao morrer, os Astecas acreditavam que cada um ia para direções diferentes: guerreiros para o leste (paraíso do Sol), as mulheres para o oeste
(paraíso da deusa Terrra), os afogados iam para o paraíso de Tlaloc a oeste e os outros iam para o norte onde governava o Senhor e a Serpente da
Morte.
Escrita
A escrita Asteca, assim como a escrita Maia, era representada por glifos. Esta escrita pode ser encontrada em códices, feitos em casca de figueira batida,
ficando bem fina como um papel, e revestidas por uma espécie de verniz.

IVONETE DA SILVA SOUZA


Bibliografia
SOUSTELLE, Jacques. A Civilização Asteca. Rio de Janeiro: Zahar, 1987.
CROSHER, Judith. Os Astecas. .São Paulo: Melhoramentos, 1988.
Transposição didática: Joana Vieira Borges e Maise Caroline Zucco.
Fonte: www.ca.ufsc.br

Civilização Asteca

O povo méxica emigrou do território dos atuais Estados Unidos, de uma região denominada Aztlán, e ao chegar a uma região de vales e pântanos,
conhecida como vale do México, instalou-se nas ilhas do lago Texcoco. Os astecas, como passaram a ser conhecidos, fundaram a cidade de Tenochtitlán
(1325), atual cidade do México. Com a dominação dos habitantes locais, formou-se o Império Asteca que, no final do século XV, controlava uma vasta
área, com mais de 500 cidades e aproximadamente 15 milhões de habitantes. Tenochtitlán, a capital do Império, começou como uma pequena aldeia,
com choças que rodeavam um templo. No início do século XVI, era uma das maiores cidades do mundo, com uma população de um milhão de habitantes.

6
Contava com templos, palácios, ruas bem-traçadas, mercados, praças e monumentos artísticos. Era também um grande centro cultural e econômico. A
economia baseava-se na agricultura, como o cultivo de milho, tabaco, feijão, pimenta, tomate, cacau, baunilha, algodão, abóbora, melão, etc. do cacau
extraiam uma bebida chamada xocoalt. A propriedade da terra era do Estado. A água para a agricultura e para o consumo das pessoas era transportada
das montanhas até as aldeias, na vale, por grandes canais abertos. Para conseguir maior área para o plantio, os astecas construíram as chinampas ou
jardins flutuantes, que eram ilhas artificiais formadas com lama amontoada e firmadas com relvas e arbustos. O comércio foi largamente desenvolvido.
Nas maiores cidades, os mercados eram diários e nas menores, semanais. Como não conheciam a moeda, as trocas eram diretas. Os grãos de cacau
foram muitas vezes usados como moeda. O artesanato também foi de grande importância, movimentando o comércio interno e externo. Confeccionavam
tecidos com fibras vegetais, faziam machados e outros instrumentos de cobre, jóias, trabalhos com plumas, cerâmicas, etc.

A sociedade estava dividida em camadas bastante diferenciadas.


A mais alta era a dos nobres que abrangiam várias categorias: o governante (Tlacatecuhtli) e sua família, os sacerdotes e os chefes guerreiros.
Gozava de alguns privilégios como usar jóias, sandálias, não executar trabalhos manuais, ter várias mulheres, assistir às festas do palácio, etc. os
sacerdotes recebiam uma educação rigorosa e eram encarregados dos cultos, dos sacrifícios e de colaborar na administração do Estado.
Os comerciantes, ou pochteca, formavam uma camada social à parte, que gozava de grande privilégio junto ao governo porque funcionavam como
espiões.

Abaixo vinha a camada formada por agricultores, artesões e pequenos comerciantes que eram obrigados a pagar pesados tributos. A camada mais baixa
da sociedade era formada pelos escravos. Quanto à vida política, no principio, os astecas viviam sob a autoridade de um chefe político, com poderes
absolutos, denominado Tlatoani ou Tlacatecuhtli. Mais tarde, foi adotada a monarquia eletiva. Na religião, os astecas eram politeístas e uma das principais
divindades era Quetzalcoalt, a serpente emplumada que representava a sabedoria. A religião era administrada por um clero bem organizado cujas
funções principais eram a de ser intérpretes dos deuses e conservar a tradição. Quanto às artes e ciências, os astecas desenvolveram particularmente
a arquitetura, com técnicas avançadas de construção. Criaram um calendário cujo ano tinha 365 dias, distribuídos em 18 meses de 20 dias. Os cincos
dias que restavam eram chamados de vazios, e acreditavam que traziam má sorte, assim, nada de importante devia ser feito nesses dias. O calendário
solar dos astecas, também conhecido como Pedra do Sol, foi encontrado em 1790, quando eram realizadas algumas obras próximas a catedral da cidade
do México. Os astecas conheciam várias plantas medicinais, das quais faziam remédios. Tenham também alguns medicamentes de origem animal e
mineral. Tratavam de feridas, doenças de pele, dos olhos, do ouvido, etc. Fonte: www.superzap.com

Civilização Asteca: 1000 a.C. – 1500 d.C

Templo Asteca
Até o início do século XIV, os astecas não passavam de um povo nômade. Vindos do Norte comoguerreiros mercenários, instalaram-se no planalto de
Anahuac. Ainda pouco civilizados, acrescentaram apenasseu militarismo e sua vontade indomável à antiquíssima cultura maia e, em seguida, à tolteca.
E fundaram umimpério que se estendeu do Norte do México à Guatemala atuais e do oceano Pacífico ao Atlântico, aovencerem e dominarem outros
povos como os toltecas, maias e mistecas, zapotecas, olmecas, chichimecas eoutros. O império asteca desapareceu quase completamente em
conseqüência das ações dos dominadoresespanhóis.

Duas profecias marcaram a história dos astecas: uma explicava as suas origens, outro falava doretorno do deus Quetzalcoalt, que ficaria para sempre
com eles.
Segundo a lenda, a chegada à “terraprometida” seria indicada por um sinal: a visão de uma águia devorando uma serpente, no alto de um
cáctusgigantesco em forma de candelabro. Numa ilhota do lago Texcoco (na atual Cidade do México), guiados pelochefe Tenoch, os astecas viram esse
sinal e concluíram ter encontrado ali o centro de sua expansão. Tenochordenou que construíssem uma cidade no lago maior, erguendo as habitações
sobre estacas e unindo-as àterra firme por meio de pontes.
Assim, finalmente, os astecas tinham seu lar: uma aldeia de miseráveis cabanasnos pântanos do lago Texcoco, em 1325. E este foi o início da
grandiosa cidade de Tenochtitlan. A partir dela,o império se estendeu sobre todo o México central e sul. As tribos vencidas só mantinham seu governo
seaceitassem as tropas astecas, a anexação de suas terras pelos nobres, a captura de vítimas para os sacrifíciosaos deuses, a pilhagem de suas
cidades.
Enquanto o gênio militar do rei Itzcoalt deu aos astecas um vasto império de cerca de 11 milhões depessoas, a inteligência de Tlacaelel, conselheiro do
rei, deu-lhes uma história respeitável. Dizia que os astecasna realidade descendiam da nobreza tolteca, e como “povo do sol” estavam predestinados a
conquistar todas as outras nações, capturando vítimas para o sacrifício ao deus sol – Huitzilopochtli – fonte de toda a vida. Foi também Tlacaelel quem
sugeriu a construção do grande templo sobre uma pirâmide de 30 m de altura, na
cidade de Tenochtitlan, sua capital. Nela, cerca de 70 mil cativos foram sacrificados e seus corações, ainda palpitando, oferecido aos deuses. Os corpos
das vítimas eram pintados e comidos pela multidão em delírio.
A chefia do governo asteca era exercida por um conselho composto de doze nobres. Um colegiado formado por representantes do calpulli, elegia o rei,
comandante máximo e sumo-sacerdote. Inicialmente esta escolha era feita entre os membros de todos os clãs. Mais tarde, o rei passou a ser escolhido
entre os membros de uma mesma família, criando-se assim uma dinastia. Quando o rei era coroado, com um diadema de ouro e plumas, milhares de
cativos deviam ser sacrificados.

O rei passava a ser tratado como um deus: era proibido a todos olharem diretamente para sua face.
A religião foi a causa determinante da expansão do império asteca mas, também, a razão de seu declínio. A vida cerimonial religiosa era regida pelo
calendário religioso, enquanto as atividades rurais eram ordenadas segundo o calendário solar. A cada mês, dia e noite, correspondiam determinadas
atividades. Com a chegada dos espanhóis, acreditaram tratar-se do deus Quetzalcoalt, que voltaria pelo mar para ficardefinitivamente entre eles. Fonte:
www.gpua.ubbi.com.br

Os astecas são um povo guerreiro que domina o vale do México entre os séculos XIV e XVI, realizando uma síntese das culturas que se desenvolveram
até então na Mesoamérica. Em 1325 fundam Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa área pantanosa ao redor do lago Texcoco.
A cidade é considerada uma das mais belas do mundo na época das conquistas espanholas.

O rei, chefe supremo, comanda o Exército e uma sociedade altamente hierarquizada. Chefes guerreiros e sacerdotes compõem a nobreza. A maior parte
da população é formada por agricultores, pequenos comerciantes e artesãos, que trabalham na construção de obras públicas e prestam o serviço militar
compulsoriamente. O Império expande-se no reinado de Montezuma II, entre 1502 e 1520, agrupando 500 cidades e 15 milhões de habitantes, de quem
os astecas cobram pesados tributos. Quando os espanhóis invadem o México, em 1519, conseguem a adesão dos povos dominados da região para
7
destruir os astecas. Realizam obras de drenagem e constroem espécies de ilhas artificiais (chinampas) para ampliar as áreas de cultivo (milho, feijão,
tomate, pimenta e batata-doce). Mantêm intenso comércio, utilizando sementes de cacau como moeda. No artesanato destacam-se tecidos, cerâmica,
objetos de ouro, prata e cobre. Entre os vários deuses cultuados estão o da guerra, do Sol, da chuva e a Serpente Emplumada. Usam a escrita pictórica
e a hieroglífica. Adotam e modificam o calendário maia e criam a matemática.

O Império Asteca
Os astecas pagavam tributos à tribo tepaneca de Atzcapotzalco.
Em 1440, a agressividade dessa tribo causou o surgimento de uma tríplice aliança entre as cidades de Tenochtitlán, Texcoco e Tlacopán, que derrotou
os tepanecas e iniciou sua expansão territorial pela zona ocidental do vale do México. Sob o reinado de Montezuma I, o Velho, os astecas tornaram-se
um povo temido e vitorioso, ampliando seus domínios em mais de 200 quilômetros. Axayácatl, o sucessor de Montezuma, em 1469, conquistou a cidade
de Tlatetolco e o vale de Toluca. O Império ampliou seus limites ao máximo sob o reinado de Ahuízotl, que impôs sua soberania sobre Tehuantepec,
Oaxaca e parte da Guatemala. Em 1519, sob o reinado de Montezuma II, houve o primeiro encontro com os conquistadores espanhóis.

Os nobres
A sociedade asteca era rigidamente dividida. O grupo social dos pipiltin (nobreza) era formada pela família real, sacerdotes, chefes de grupos guerreiros
— como os Jaguares e as Águias — e chefes dos calpulli. Podiam participar também alguns plebeus (macehualtin) que tivessem realizado algum ato
extraordinário. Tomar chocolate quente era um privilégio da nobreza. O resto da população era constituída de lavradores e artesãos. Havia, também,
escravos (tlacotin).

A religião
A religião asteca era politeísta, embora tivesse poucos deuses. Os principais eram vinculados ao ciclo solar e à atividade agrícola. O deus mais venerado
era Quetzalcóatl, a serpente emplumada, criador do homem, protetor da vida e da fertilidade. Os sacerdotes eram um poderoso grupo social, encarregado
de orientar a educação dos nobres, fazer previsões e dirigir as cerimônias rituais. A religiosidade asteca incluía a prática de sacrifícios. O derramamento
de sangue e a oferenda do coração de animais ou de seres humanos eram ritos imprescindíveis para satisfazer os deuses.

Economia Asteca
Os Astecas habitavam as terras do atual campo onde hoje está o México.
Os Astecas era um povo que tinha uma economia de base agrária, com aperfeiçoamentos de técnicas de produção, incluindo o uso de adubos e a
construção de barragens e canais de irrigação. No planalto mexicano, a ausência de chuvas combinada com um clima quente, provocava o ressecamento
do solo. Por isso, eram necessários aperfeiçoamentos no processo de irrigação, o que exigia o trabalho coletivo das comunidades. Esse trabalho era
realizado em regime de servidão. A camada superior da sociedade não trabalhava. Ela dominava os trabalhadores com o uso da força militar e com a
autoridade religiosa. O poder militar, era usado para forçar o pagamento de tributos, para conquistar novos territórios e para submeter as comunidades
conquistadas. O poder da religião servia para impor a crença dos deuses e que esses deuses não recompensariam as comunidades com boas colheitas
se elas não pagassem seus tributos ao Estado. Os tributos eram constituídos por uma parte daquilo que a comunidade produzia, por serviços prestados
na construção de obras públicas (canais, represas e estradas) e no atendimento às camadas dirigentes nos palácios. O principal produto era o milho.
Cultivavam também o feijão, mandioca, abóbora, batata-doce, tomate, cacau, além de frutas como o abacaxi, maracujá, banana e caju. Apesar de sua
economia ser inteiramente voltada para a agricultura, os Astecas construíram cidades com extensas e largas avenidas, palácios e templos de pedra,
terraços e jardins com fontes. Os Astecas vivam submetidos a uma monarquia despótica, exercida pelo chefe dos guerreiros. Na época do último
imperador asteca, o império esparramava-se por um território do tamanho da Itália contemporânea, reunindo uma população próxima de 12 milhões da
habitantes. Só a capital, Tenochtitlán, ocupava uma área de 13 km2, com uma população estimada entre 80 e 500 mil habitantes, numa época que
apenas quatro cidades européias possuíam mais de 100 mil habitantes, e Sevilha, a maior cidade espanhola possuía menos de 45 mil pessoas. No início
do século XVI, o Império Asteca entendia-se desde o norte mexicano até a Guatemala. Através de alianças e confederações, os Astecas dominavam
povos vizinhos, obrigando-os a pagarem tributos e tratando suas hostilidades com constantes expedições punitivas. Sua forma de organização se
assemelhava muitíssimo à das civilizações da Antiguidade Oriental, como o Egito e como a Mesopotâmia. O Estado asteca era altamente centralizado,
administrando as 38 províncias em que se dividia o império, controlando as atividades agrícolas, determinando a construção de sistemas de irrigação e
zelando pela cobrança de impostos. A autoridade máxima era o imperador, inicialmente eleito pela tribo, mas depois, à época da conquista espanhola,
o critério para sua escolha tinha caráter hereditário. A sociedade dos as Astecas achava-se dividida em camadas rígidas, sem mobilidade social.
Compunham essa sociedade os nobre, sacerdotes, comerciantes, populares e escravos. Nas aldeias as terras eram comunais e de produção auto-
suficiente, e as comunidades pagavam tributos coletivamente ao Estado. Essas comunidades residenciais, com direitos comuns sobre a terra e obrigadas
a pagar tributos ao Estado, eram chamadas de calpulli e constituíam as unidades sociais básicas do império asteca, caracterizando o que se denomina
de sociedade de servidão coletiva. Na arquitetura realizaram obras importantes como os templos e palácios até hoje existentes no vale do México. Sua
religião baseava-se na crença e em vários deuses e na prática de sacrifícios humanos. Usando instrumentos agrícolas de pedra, madeira e cobre,
cultivavam entre outros o milho, o algodão, o cacau, variadas frutas, além de domesticarem animais como cães, abelhas e perus. Fonte: br.geocities.com.

Os astecas também chamados de mexicas ou tenochcas eram essencialmente guerreiros, chegaram ao vale do México no inicio do século XIV da era
cristã, vindos do norte, provavelmente da ilha de Aztlán ou Aztaclán. Em pouco mais de 150 anos, eles conquistaram e dominaram os povos vizinhos,
através de sucessivas guerras. Formaram um vasto império centralizado com 500 cidades e 15 milhões de habitantes. Construíram grandes templos e
uma capital o Tenochtitlán..Descendentes da tribo dos Mexicas origem do nome do atual México, o império asteca encontrava-se em pleno apogeu,
quando foram conquistados e dominados pelos espanhóis chefiado por Fernão Cortes em 1521. Sobre as ruínas de Tenochtilán foi erguida a cidade do
México, e sobre as ruínas do Templo Maior dos astecas foi erguida a Catedral Católica da Cidade do México.
Civilizações Pré – Colombianas
Antes da chegada dos europeus ao continente americano, duas grandes civilizações já se estabeleciam em diversas localidades dos territórios
do “Novo Mundo”: as civilizações meso-americanas (astecas e maias) e as civilizações andinas (incas).
A civilização asteca era estabelecida no território do atual México; juntamente com os Maias, fixados nas regiões da América Central; os Incas, que
ocupavam as regiões adjacentes ao longo da Cordilheira dos Andes. Cada uma dessas civilizações era constituída de um verdadeiro mosaico de nações
e tribos.
Possuíam avançada organização política, econômica e social. Teoriza-se que tais civilizações tenham sido derivadas da migração dos mongóis asiáticos
para tais regiões, dada a grande semelhança, inclusive, dos traços físicos comuns aos integrantes destes povos. As teorias dizem, ainda, que o povo
mongol talvez tenha migrado da Ásia para a América através das geleiras do Estreito de Behring. Estas civilizações subsistiram até a chegada dos
europeus, pelos quais foram dizimados devido à superioridade bélica e tecnológica européia da época. A história cultural das civilizações meso-
americanas pode ser dividida basicamente em três períodos principais: os períodos pré-clássico, clássico e pós-clássico. No período pré-clássico,
a cultura dos olmecas foi a predominante. Já o período clássico assistiu o desenvolvimento da cultura Teotihuacán e dos Maias. O período pós-clássico
foi marcado pelo militarismo e por impérios guerreiros: os Toltecas e os Astecas. A civilização Olmeca perdurou aproximadamente de 1.200 até 200

8
a.C.. Esta civilização deixou como legado para as que a sucederam elementos de grande importância, como a escrita em hieroglifos. Artefatos produzidos
pela cultura olmeca foram encontrados em todas as partes da América Central. Em tais artefatos observa-se o naturalismo e o simbolismo como
elementos centrais da arte produzida por esse povo. A cultura Teothihuacán perdurou aproximadamente entre o período compreendido entre os anos 1
e 750 d.C.. A cidade de Teotihuacán é a possuidora de uma das mais intrigantes paisagens urbanas antigas das Américas. Tal cultura que aí se
estabeleceu foi uma das mais influentes da América Central Pré-colombiana. A civilização dos maias surgiu por volta de 1.000 anos a.C., estendendo-
se, com seus últimos membros remanescentes, até o ano de 1697 d.C..

Algumas das características culturais dos maias são bastante peculiares: apesar de possuírem uma religião e uma cultura em comum, os membros
do povo maia não possuíam uma única cidade-capital ou um único governante. Cada cidade possuía autonomia administrativa em relação às outras,
sendo chefiadas individualmente por líderes da nobreza local. A religião constituía uma das questões centrais na vida de cada membro das comunidades
maias. Tal aspecto levou os povos maias à construção de suntuosos templos sacrificiais em homenagem a seus deuses. Os toltecas tiveram sua
existência situada entre o período que se estendeu de 900 a 1187 d.C.. A sociedade tolteca era eminentemente militarista e guerreira (aspecto verificado
através das numerosas esculturas de representação de seus guerreiros), ao passo que, no campo das artes e da arquitetura, o povo tolteca é considerado
um dos mais desenvolvidos em relação aos demais povos de sua contemporaneidade. Os toltecas, no período pós-clássico, exerceram grande influência
no território correspondente aos maias. O império Asteca tinha como capital a cidade de Tenochtitlán. Tal cidade foi fundada em localidade que, segundo
a mitologia asteca, fora indicada por seu deus tribal Huitzilopochtli. Segundo essa lenda, tal deus ordenou que seus adoradores encontrassem uma águia
em cima de um cacto com uma serpente em seu bico. Este seria o sinal que teriam encontrado sua terra prometida. A cidade do México, hoje em dia, foi
construída neste mesmo local.
A lenda possui algum fundo de verdade: os astecas, anteriormente à fundação de sua capital, eram um povo nômade.
Com relação aos povos andinos, a civilização Inca desenvolveu sua mais importante capital em 1438, nos altiplanos da Cordilheira dos Andes. Os incas
desenvolveram seu domínio através de sucessivas conquistas de províncias adjacentes ao seus territórios, que foram assim incorporadas ao seu império.
A manutenção destas províncias sob seu domínio foi possível dada a grande eficiência administrativa dos incas. De acordo com as esculturas que muito
representaram os membros da sociedade incaica, pode-se observar que a tipologia média do homem inca possuía características comuns como a
estatura baixa e a pele de tonalidade parda. Os incas eram grandes artesões do ouro, da prata e do cobre. Algumas esculturas em ouro, representando
figuras femininas, foram encontradas junto a oferendas aos seus deuses. Fonte: www.historiaonline.pro.br

DESAFIO PARA O GRUPO: Apresentar


algumas INFORMAÇÕES sobre a questão:
ONDE ESTÃO OS ASTECAS HOJE? (HÁ
ALGUM GRUPO QUE VIVENCIA A CULTURA
DOS ASTECAS EM PLENO SÉCULO XXI?)

9
1º SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DOS POVOS PRIMITIVOS DA AMÉRICA – 1º EM SERVIÇOS JURÍDICOS -
4º BIMESTRE DE 2019
HISTÓRIA

Profº Francis Fernando Lobo

TEMA DE ESTUDO PARA O PERÍODO: POVOS ANTIGOS DA AMÉRICA

Organização das apresentações:


1. Todos os integrantes do grupo deverão estar em dia com todo o conteúdo da apresentação (slides, sequências,
organização das ideias, materiais, etc). No dia agendado para a apresentação do trabalho, um sorteio
determinará qual integrante do grupo fará a exposição do trabalho para os demais grupos e para o
professor.
2. DURANTE A APRESENTAÇÃO: Os demais integrantes do grupo poderão (EM DETERMINADAS SITUAÇÕES,
autorizadas pelo Professor) auxiliar o aluno sorteado na apresentação.
3. AVALIAÇÃO DO PROFESSOR: A avaliação será realizada de maneira geral (individual e coletiva), ressaltando
que TODOS deverão saber de TODA a apresentação e de TODO o MATERIAL pesquisado para essa.
4. ENTREGA DE MATERIAIS: Cada grupo deverá elaborar um trabalho escrito (digitado) com todo o resultado da
pesquisa realizada e também conclusões. Entregará 01 cópia para o PROFESSOR em formato ABNT e 01 cópia
SIMPLES para cada GRUPO. Essa regra valerá como AVALIAÇÃO. Assim sendo, queiram NÃO deixar para
entregar o trabalho impresso DEPOIS ou em OUTRA OPORTUNIDADE. As regras para a digitação do trabalho
estão nas normas da ABNT (manual na Xerox da Escola)
5. Bom seminário para todos nós!!!
Nome completo dos integrantes do GRUPO: (GRUPO FORMADO POR LÍDER +8 ALUNOS)

LÍDER:
ISADORA

TEMÁTICA 02 : CIVILIZAÇÃO MAIA


Fim do calendário Maia foi mal interpretado e mundo continua - A Nasa, que no último ano recebeu milhares de perguntas sobre o fim do
mundo, explica em um vídeo porque continuamos por aqui

Planeta Terra: Segundo a NASA, o calendário maia foi mal interpretado já que não se encontraram tábuas, ruínas ou artefatos maias que falem de um
final destrutivo.Washington - Se está lendo este texto significa uma coisa: o mundo não terminou no último dia 21. A suposta profecia do calendário maia
foi uma 'má interpretação' desde o princípio, segundo os cientistas da Nasa (agência espacial americana), que durante meses tentaram desmentir o
rumor do fim do mundo.A Nasa, que no último ano recebeu milhares de perguntas sobre se a nova era do calendário maia em 21 de dezembro de 2012
previa o fim do mundo, explica em um vídeo porque continuamos por aqui.John Carlson, diretor do Centro para a arqueoastronomia explica que o
calendário maia foi mal interpretado já que não se encontraram tábuas, ruínas ou artefatos maias que falem de um final destrutivo e a conexão do
calendário maia com o fim do mundo 'foi um erro desde o começo'.O calendário maia não termina em 21 de dezembro de 2012 e não houve profecias
maias que predissessem o fim do mundo nessa data', assegura Carlson, que estudou durante 35 anos esta profecia da qual escutou falar em um encontro
10
científico nos anos 70.O cientista explica que a teologia maia acredita que o mundo foi criado há 5125 anos, em uma data que corresponderia com o 11
de agosto de 3114 antes de Cristo.Levando em conta que os maias mediam o tempo em 13 blocos chamados baktun compostos cada um por 144 mil
dias cada era termina a cada 5125 anos, por isso que coincidindo com o 21 de dezembro de 2012 começaria um novo ciclo.Definitivamente, o que
passaram foram 13 baktuns, ou seja, como tinha dito a Nasa em seu site e em foros sociais, nada diferente do que quando alguém vira a página do
calendário que tem pendurado na cozinha quando chega o dia 31 de dezembro.A Nasa pôs à disposição do público um local em seu site intitulado
'Beyond 2012: Why the World Won't End' (Além de 2012: Porque o mundo não terminará), no qual cientistas desmitificavam os rumores que um evento
incomum acabaria com a Terra.'Onde está a evidência científica?', se perguntavam os especialistas que alegavam que além de afirmações fictícias que
serviram de base para realizar filmes, livros, documentários e foros na internet 'não há nenhuma outra'.'Nosso planeta passou bem durante mais de 4.000
anos e cientistas confiáveis de todo o mundo não conhecem ameaça alguma associada com 2012', tinha afirmado a Nasa, embora os incrédulos
acabaram recorrendo às mais altas instâncias.No começo deste mês, o Governo americano teve que responder em seu blog EUA.gov para dissuadir os
rumores e frear a ansiedade dos cidadãos, especialmente crianças, que inclusive tinham pensado em cometer suicídio perante o medo do dia do Juízo
Final.'Não haverá catástrofes, nem um meteorito acabará com a Terra, nem um planeta escondido que não tinha sido detectado até agora', assegurou o
Governo, que garantiu que eram 'falsos rumores', alimentados na internet.'Muitos desses rumores indicam que o calendário maia termina em 2012 (não
passará), um cometa que causa efeitos catastróficos (definitivamente não), um planeta oculto espreitando que choca conosco (não e não), e muitos
outros', indicou o Governo.A agência espacial também teve que lidar em 2003 com aqueles que asseguravam que um 'misterioso planeta' iria colidir com
o Terra e quando chegou 2004, os rumores se transferiram para 2012.Portanto, apesar das profecias como a que um misterioso planeta bateria na Terra,
o próprio calendário maia e outras mentiras - como que o eixo do planeta começará a girar de maneira inversa e isso será o fim -, o mundo continua em
seu lugar, pelo menos por enquanto. EFE

Os Maias, das três grandes civilizações pré-colombianas (antes de Colombo), são os mais misteriosos e provavelmente os mais antigos. A cultura
maia estava em declínio quando os europeus chegaram às Américas, devido à causas ainda não totalmente certas, talvez devido a sucessivas guerras
ou à agricultura baseada em queimadas que teriam empobrecido o solo e estagnado a economia.
Desenvolveram o melhor calendário dentre os povos antigos. Na verdade tratam-se de vários calendários conjugados que registravam os fatos de
maior vulto de sua história. Gravados no interior de seus templos-pirâmides, cada acontecimento digno de nota recebia uma estrela comemorativa. A
pirâmide retratada acima, é um gigantesco calendário, com uma escadaria de 91 degraus de cada lado, somavam-se 364, mais o patamar superior,
365, os dias do ano solar, isso impressionou muito os europeus, pois mesmo sem o conhecimento do telescópio tinham grande conhecimento dos
astros. Se no Egito antigo suas pirâmides eram destinadas a servir de túmulo de um soberano, entre os maias eram destinadas a servirem de
observatórios astronômicos, apenas os sacerdotes, depois de um ritual de purificação podiam subir nesses templos-observatórios. Contudo, em 1952
Ruz Lhuillier descobriu na "Pirâmide das Inscrições", uma escada em forma de caracol no piso que estava completamente obstruída por terra e pedras,
depois de três anos de escavações para desobstruir o caminho, chegou a uma câmara mortuária com um sarcófago coletivo com seis corpos com
detalhes de rituais bastante semelhantes aos do Egito, o que leva arqueólogos a aventarem a hipótese de algum aventureiro egípcio que teria chegado
e ganhado o respeito dos nativos do local. Os historiadores dividem frequentemente a história maia em dois períodos :
Antigo Império: abrange de 500a.C. até 600 d.C.
Novo Império: abrange de 600d.C. até a invasão espanhola.
Assim como os olmecas, a civilização maia instiga uma série de questões não respondidas aos diversos paleontólogos, historiadores e antropólogos que
investigam este povo pré-colombiano. Os indícios da origem da civilização maia repousam nos sítios arqueológicos da península do Iucatã, que datam
entre 700 e 500 a.C. Contudo, novas pesquisas admitem uma organização mais remota, estabelecida em 1500 a.C..Ao contrário de outras grandes
civilizações, os maias não se organizaram politicamente através de uma estrutura de poder político centralizado. Em um vasto território que ia da
Guatemala até a porção sul do México, observamos a presença de vários centros urbanos independentes. Entre as principais cidades integradas a esse
sistema podemos destacar Piedras Negras, Palenque, Tikal, Yaxchilán, Copán, Uxmal e Labná. O esplendor da sociedade maia é fundamentalmente
explicado pelo controle e as disciplinas empregadas no desenvolvimento da agricultura. Entre os vários alimentos que integravam a dieta alimentar dos
maias, podemos destacar o milho, produto de grande consumo, o cacau, o algodão e o agave. Para ampliar a vida útil de seus terrenos, os maias
costumavam organizar um sistema de rotação de culturas. O processo de organização da sociedade era bastante rígido e se orientava pela presença
de três classes sociais. No topo da hierarquia encontramos os governantes, os funcionários de alto escalão e os comerciantes. Logo em seguida, temos
funcionários públicos e os trabalhadores especializados. Na base da pirâmide ficavam os camponeses e trabalhadores braçais. Os maias tiveram uma
ampla gama de conhecimentos desenvolvidos no interior de sua cultura. De acordo com algumas pesquisas, eles utilizavam um sistema de contagem
numérico baseado em unidades vigesimais e, assim como os olmecas, utilizavam do número “zero” na execução de operações matemáticas. Além disso,
criaram um calendário bastante próximo ao sistema anual empregado pelos calendários modernos. Um dos grandes desafios para os pesquisadores da
civilização maia gira em torno da decifração do seu complexo sistema de escrita. Um dos maiores empecilhos está relacionado ao fato de que os signos
empregados podem representar sons, ideias ou as duas coisas ao mesmo tempo. Além disso, indícios atestam que eles utilizavam diferentes formas de
escrita para um único conceito. A arquitetura desse povo esteve sempre muito ligada à reafirmação de seus ideais religiosos. Várias colunas, arcos e
templos eram erguidos em homenagem ao grande panteão de divindades celebrado pela cultura maia. A face politeísta das crenças maias ainda era
pautada pela crença na vida após a morte e na realização de sacrifícios humanos regularmente executados. Por volta do século XIII, a sociedade maia
entrou em colapso. Ainda hoje, não existe uma explicação que consiga responder a essa última questão envolvendo a trajetória dos maias.
Recentemente, um grupo de pesquisadores norte-americanos passou a trabalhar com a hipótese de que a crise desta civilização esteja relacionada à
ocorrência de uma violenta seca que teria se estendido por mais de dois séculos.

A Civilização Maia encaixa-se dentro da cultura mesoamericana pré-colombiana. Contudo, não se sabe quando nasceu, de fato. Acredita-se que
apareceu como um povo ao redor do ano 2500 a.C. e que seu auge iniciou em 900 d.C., mas não existe nada concreto que possa comprovar isso. Era
uma das mais densamente povoadas e culturalmente dinâmicas sociedades do mundo. E também era bem desenvolvida no campo da ciência e
11
tecnologia. https://www.estudopratico.com.br/civilizacao-maia-deuses-profecias-e-economia-destes-povos/Quando os espanhóis chegaram em seu
território, os Maias já estava em decadência por decorrência das guerras, muitas doenças, as inundações e as longas secas, logo, os conquistadores
espanhóis só foram mais um dos fatores que contribuíram para o fim daquela civilização– até porque boa parte de seu território havia sido absorvido
durante o processo de expansão do império asteca, no século XV. Os maiores destaques dessa civilização foram: a arquitetura com suas construções
notáveis e o calendário de conta longa (ou calendário maia), que possui uma duração precisa: 5200 anos, assim, ele teria seu fim em 21 de dezembro
de 2012, de acordo com os cálculos de alguns pesquisadores.

Os Deuses maias
A religião dos maias ainda não é completamente entendida pelos historiadores. Os rituais e cerimônias eram associados a ciclos terrestres e celestiais
que foram observados e registrados em calendários separados. Esses ciclos deveriam ser interpretados pelos sacerdotes, que faziam um panorama
profético sobre o futuro ou passado. Essas profecias “duram” até hoje, pois muita gente ainda acredita no poder profético dos sacerdotes maias.
Eles acreditavam na existência de três planos principais no cosmo: a Terra, o céu e o submundo. Eles realizavam sacrifícios humanos e animais, para
renovarem ou estabelecerem relações com o mundo dos deuses. Aliás, os deuses maias não eram entidades separadas como os deuses gregos e
sequer existia separação entre o bem e o mal. A adoração de vários deles era feita conforme a época e suas necessidades (situação que se aplicava
melhor para aquele deus).
Economia da Civilização Maia
E economia dos maias era baseada na agricultura. Eles cultivavam o milho (três espécies), algodão, tomates, cacau, batatas e frutas. Suas práticas de
irrigação eram realizadas utilizando técnicas rudimentares e itinerantes, que acabaram contribuindo para a destruição de florestas tropicais nas terras
onde viviam. A escassez de recursos naturais “forçaram” os maias a investirem em técnicas agrícolas, como o terraço para evitar a erosão, a drenagem
dos pântanos para se obter as condições necessárias para o plantio e o uso de queimadas no cultivo de milho. Isso causou um desgaste nas terras e
com o tempo, os agricultores precisavam ir atrás de solos mais férteis. Em certo ponto, foi necessário até importar milho e outros produtos.
Além da agricultura, a economia dos maias também contava com a caça, a pesca e o comércio. Neste último, costumavam usar como unidade de troca,
sementes de cacau e sinetas de cobre, material que usavam também para trabalhos ornamentais, juntamente com o ouro, a prata, jade, conchas do mar
e plumas coloridas. Esta atividade era dinamizada com produtos como tecidos, cerâmicas, mel, cacau, escravos, etc., e realizadas através de estradas
ou canoas.

Origem https://www.hipercultura.com/civilizacao-maia/
Uma das teorias mais aceitas é a de que os maias surgiram com o assentamento de tribos nômades nas planícies do sul do México, sofrendo diversas
influências dos Olmecas, que foram uma civilização pré-colombiana.
Descobertas recentes estabeleceram que as primeiras instalações dos maias datam de pelo menos 2600 a.C. Porém, alguns estudiosos discutem os
limites entre os maias as outras civilizações mesoamericanas pré-colombianas. Em outras palavras, não se sabe ao certo quando uma civilização
começava e outra terminava já que suas arquiteturas e costumes eram bem parecidos.
Período Clássico
Foi o auge da civilização maia, e durou de 250 à 900 d.C. Neste período a extensão da civilização maia ia do sul do México até o norte da Nicarágua. O
apogeu também se deu no ambiente artístico e intelectual, tendo um grande desenvolvimento na cerâmica e inscrições em monumentos.
Durante estes anos grandes centros urbanos focados na agricultura surgiram, principalmente nas regiões da planície sul. Esse centros eram cidades-
estado, onde um governante detinha o poder absoluto. Porém, eram subordinadas umas às outras, criando um complexo sistema político. Além dessas
cidades, outras pequenas concentrações urbanas orbitavam em torno dos grandes centros.
Os maias conviveram ao longo de toda a sua existência com outras civilizações mesoamericanas e construíram diversas rotas comerciais. Essas rotas
serviam para uma troca de mercadorias e de cultura por entre as civilizações e é um marco do avanço dos maias.
Nos últimos quinhentos anos do período clássico surge a maioria das pirâmides maias. Grande parte delas eram feitas de pedra calcária originária de
pedreiras próximas aos locais de construção. As pirâmides tinha funções religiosas e passaram a ser centrais na cultura maia.

Colapso do período clássico


Os centros urbanos das terras ao sul do domínio maia começaram a entrar em colapso entre os séculos sete e nove. As evidências do esvaziamento
das cidades são dadas pela falta de novas inscrições nos monumentos. Existem duas linhas teóricas para explicar a decadência do Império Maia, a
ecológica e a não-ecológica.
Segundo a linha não-ecológica, os motivos para o declínio podem ser invasões estrangeiras, superpopulação, revoltas camponesas ou a perda de
rotas comerciais importantes.
A linha ecológica sugere que houve um esgotamento dos recursos naturais. Com o aumento da população, ocorreu um esgotamento do solo e da fauna,
que era essencial para a caça. Estudos também mostram que um período prolongado de seca pode ter influenciado o declínio da população.
Período pós-clássico
Esse período que vai do século cinco ao século quatorze é caracterizado pelo florescer do Império Maia na parte norte da Península de Iucatã. Pequenos
agrupamentos populacionais começaram a se juntar em diversas cidades-estado concorrentes.
Com isso, o militarismo começa a ser cada vez mais importante para a cultura maia. O lugar de destaque que antes era do sacerdócio passa a ser
dividido com militares. Algumas cidades fortificadas são indícios de que este período era de instabilidade política.
A conquista espanhola
A conquista da Península de Iucatã demorou mais de 150 anos e teve o esforço de milhares de soldados espanhóis. Os maias eram resistentes ao
domínio espanhol e tinham uma cultura bélica desenvolvida.
Eles não possuíam um governo centralizado que pudesse ser derrubado. Por isso os espanhóis eram obrigados a travar diversas batalhas para
conquistar pequenos centros de poder até subjugar os maias. A motivação para os conquistadores era a perspectiva de angariar grande quantidade de
ouro e prata.

12
Mesmo depois do domínio espanhol a cultura maia e seu povo persistiu, existindo até hoje colônias maias no interior do México que ainda seguem as
tradições milenares do seu povo.

Economia, política e sociedade


A principal atividade econômica dos maias era a agricultura. Sua principal fonte alimentar era o milho, e também cultivavam cacau, algodão, tomate,
batata e frutas. As plantações possuíam um sistema de irrigação e eram rotativas, com os lugares de plantio sendo trocados para não esgotar o solo.
Não havia abundância de alimento, a população era elevada e o terreno pouco fértil. Os maias desenvolveram diversas técnicas para aproveitar o solo,
como drenar pântanos e plantações em terraços. Mesmo com essas precauções, o solo se esgotava em três anos e o agricultores eram obrigados a
procurar outras áreas para o plantio.

Sistema de plantio por terraço


As trocas comerciais também eram atividades importantes e se desenvolviam ao longo de diversas rotas criadas pelos maias. A moeda corrente era a
semente de cacau, além de pequenas peças de bronze que eram usadas para criar adornos.
Os maias se organizavam em cidades-estado que se articulavam entre si. Cada cidade era governada por um chefe político chamado de halach vinic e
tinha uma estrutura teocrática hereditária. Isso significa que o chefe político e seus descendentes eram considerados representantes dos deuses.
Os halach vinic eram guerreiros assim como a elite que os circundava. A elite política também era composta pelo sacerdócio, que tinha o conhecimento
espiritual e tecnológico, e pelos coletores de impostos, que detinham as tarefas burocráticas na cidade e eram de origem nobre. Abaixo vinham os
guerreiros e artesões. Por último, os agricultores e trabalhadores braçais.
Cultura e tecnologia
Os maias foram responsáveis por diversos avanços tecnológicos nas culturas mesoamericanas. Na matemática eles possuíam a noção do zero e faziam
somas de milhões. O conhecimento matemático auxiliava no entendimento dos eventos astronômicos.
A civilização maia mapeou o movimento do sol e a lua com extrema precisão. Essas observações e o conhecimento matemático possibilitaram a criação
do calendário maia.
A língua escrita também era bem desenvolvida. Era composta por ideogramas e símbolos fonéticos e podia representar completamente a língua falada.
A maioria dos registros se encontram inscritos em pedras. Os maias produziram livros, mas a maior parte foi queimada pelos sacerdotes espanhóis.
Restaram apenas três códices maias. A tradução dos escritos maias teve grande avanço nas décadas de 1960 e 1970 e, agora, quase todos os escritos
podem ser traduzidos ou lidos no original.

Religião
Sobre os dogmas religiosos dos maias sabe-se que eles acreditavam em uma contagem cíclica do tempo. Era papel dos sacerdotes interpretar os ciclos
astronômicos e fazer previsões do futuro e antevisões do passado, usando os diversos calendários e a posição dos astros.
Com base nesses ciclos, eram definidos períodos de purificação, que passavam por jejuns e abstenção sexual. Os sacrifícios de humanos ou animais
eram uma forma de tentar estabelecer conexão com os deuses. Geralmente os sacrifícios eram de pequenos animais. A oferenda de humanos só
acontecia em situações especiais, como períodos muito longos de secas ou a morte do chefe da cidade.
Não havia templos para adoração de deuses específicos, como no caso dos gregos. A adoração variava conforme o tempo e a necessidade.
Mitologia
O deus principal do panteão maia é Hunab Ku, boca e olhos do sol. Ele tinha como mulher Ixazalouh, a criadora das ondas. Assim como na mitologia
asteca, o sol teve um filho chamado Itzamna, um herói da civilização, que inventou a escrita. Ele também trazia os mortos de volta para a vida. Muitos
sacrifícios eram oferecidos para este deus que, em troca, trazia de volta a fertilidade dos solos.
Outro deus importante era Cukulca, o pássaro-cobra. Segundo a mitologia, ele veio do oeste para a Península de Iucatã com 90 companheiros, sendo
dois deles deuses da pesca, outros dois deuses da agricultura e um deus do trovão. Eles passaram dez anos em Iucatã, criaram sábias leis e depois
partiram de barco em direção ao sol nascente.
Popol Vuh
Popol Vuh é um livro sagrado maia que narra o nascimento do mundo. O códice foi escrito em língua indígena por nativos cristianizados. É possível
observar diversas influências do cristianismo neste livro, que permaneceu oculto até 1701, quando foi traduzido por um sacerdote espanhol.

13
Segundo o Popol Vuh, no começo tudo era escuro e silêncio, só existiam o céu e o mar. Até que Tepeu e Gucumatz criaram as árvores, os animais e os
homens. Os deuses queriam alguém para louvá-los, então primeiro criaram os homens de barros. Mas eles não se multiplicavam nem podiam andar,
então os deuses desmancharam os homens.
Depois os deuses fizeram os homens de madeira, porém eles também não se multiplicavam e não louvavam seus progenitores e foram desfeitos. Os
animais então levaram milho aos deuses, e do milho foi feito o homem.
O livro narra a epopeia dos deuses gêmeos Hunahpú e Ixbalanqué. Estes deuses venceram os senhores do Xibalbá, o submundo maia, em seu próprio
jogo. Assim se tornaram o sol e a lua.

As pirâmides maias
Ao contrário das pirâmides egípcias, que tinham função funerária, as pirâmides maiasserviam para o exercício do sacerdócio.
Suas construções são impressionantes, levando em conta que os maias não tinham o conhecimento de rodas e de polias, essenciais para as construções
modernas. A maioria das pirâmides eram feitas de pedra calcária oriundas de pedreiras perto do local de construção.
A pedra calcária é maleável logo após a sua extração e, depois, passa a secar e se torna mais dura. Isso explica como os maias conseguiram fazer
diversas inscrições mesmo sem ajuda de ferramentas feitas de metal. No começo também era usada uma argamassa para unir os blocos de pedra.
Quando as construções começaram a se tornar mais precisas, a argamassa era usada apenas para dar acabamento nas pirâmides.

Calendário Maia
O calendário Maia não é apenas um calendário, mas um conjunto de calendários e almanaques, que são registros que reúnem as datas dos principais
eventos astronômicos.
A combinação desses calendários resultam em grandes ciclos, que eram usados como referência para atos religiosos. O calendário Maia tem muitas
semelhanças com outros calendários de outras civilizações mesoamericanas.
Houve dois calendários de contagem curtas, o tzolk'in e o Haab'. O tzolk'in contava o ciclo sagrado maia, combinava vinte nomes de dias com treze
números de ciclos, que geravam 260 dias únicos. O Haab' era um calendário de ciclo solar, com dezoito meses compostos de vinte dias, mais quatro
dias no final do ano que não tinham nome.
A combinação desses dois calendários geravam ciclos de 52 anos sem dias repetidos. Esse período de tempo era suficiente para o registro da maioria
dos eventos cotidianos já que a expectativa de vida era menor que cinquenta anos. Porém, não era suficiente para o registro de grandes eventos como
guerras

Para o registro de eventos de longo prazo, os maias utilizavam um calendário de contagem longa. Ele é organizado em ciclos temporais que começam
em vintenas, que são ciclos de vinte dias. Os dias era chamados de k'in e as vintenas de uinal. Dezoito unials constituem um tun, equivalente a um ano.
Vinte tuns constituem um k'atun e quatrocentos k'atuns constituem um b'ak'tun.
Ainda havia quatro ciclos maiores, que eram raramente usados: o piktun, o kalabtun, o k'inchiltun, e o alautun.
A contagem do tempo na calendário Maia não é infinita. No final do ciclo o calendário recomeça do zero. Já no calendário gregoriano ocidental os séculos
prosseguem.

DESAFIO PARA O GRUPO: Apresentar algumas


INFORMAÇÕES sobre a questão: ONDE ESTÃO OS MAIAS
HOJE? (HÁ ALGUM GRUPO QUE VIVENCIA A CULTURA DOS
MAIAS EM PLENO SÉCULO XXI?)

14
1º SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DOS POVOS PRIMITIVOS DA AMÉRICA – 1º EM SERVIÇOS JURÍDICOS -
4º BIMESTRE DE 2019
HISTÓRIA

Profº Francis Fernando Lobo

TEMA DE ESTUDO PARA O PERÍODO: POVOS ANTIGOS DA AMÉRICA

Organização das apresentações:


1. Todos os integrantes do grupo deverão estar em dia com todo o conteúdo da apresentação (slides, sequências,
organização das ideias, materiais, etc). No dia agendado para a apresentação do trabalho, um sorteio
determinará qual integrante do grupo fará a exposição do trabalho para os demais grupos e para o
professor.
2. DURANTE A APRESENTAÇÃO: Os demais integrantes do grupo poderão (EM DETERMINADAS SITUAÇÕES,
autorizadas pelo Professor) auxiliar o aluno sorteado na apresentação.
3. AVALIAÇÃO DO PROFESSOR: A avaliação será realizada de maneira geral (individual e coletiva), ressaltando
que TODOS deverão saber de TODA a apresentação e de TODO o MATERIAL pesquisado para essa.
4. ENTREGA DE MATERIAIS: Cada grupo deverá elaborar um trabalho escrito (digitado) com todo o resultado da
pesquisa realizada e também conclusões. Entregará 01 cópia para o PROFESSOR em formato ABNT e 01 cópia
SIMPLES para cada GRUPO. Essa regra valerá como AVALIAÇÃO. Assim sendo, queiram NÃO deixar para
entregar o trabalho impresso DEPOIS ou em OUTRA OPORTUNIDADE. As regras para a digitação do trabalho
estão nas normas da ABNT (manual na Xerox da Escola)
5. Bom seminário para todos nós!!! (GRUPO FORMADO POR LÍDER +8 ALUNOS)
Nome completo dos integrantes do GRUPO:

LÍDER
JÚLIA ARRUDA

TEMÁTICA 03 : CIVILIZAÇÃO INCA


http://www.mundoeducacao.com/historia-america/imperio-inca-dominio-dos-andes.htm

Império Inca e o domínio dos Andes


Publicado por: Tales dos Santos Pinto em As civilizações pré-colombianas 0 comentário

As múmias incas indicam a antiguidade da ocupação andina por estes povos


O Império Inca era o mais extenso das Américas quando os conquistadores espanhóis chegaram por lá. Ele se estendia do atual Equador até o Norte
do Chile, perfazendo uma extensão norte-sul de cerca de 4.700 km. O Império Inca, construído através da dominação de outros povos pelos quíchuas,
deixou os espanhóis maravilhados pelo desenvolvimento cultural alcançado pela civilização, já que existiam grandes cidades, agricultura desenvolvida,
sistemas matemáticos, uma bela arquitetura e uma estrutura estatal que possibilitava o controle e o domínio da região.A ocupação da região por
populações que exerciam certa estratificação social e incipientes estruturas estatais datam desde antes da era cristã. Eram predominantemente
cidades-estado, cujo centro urbano incluía os templos religiosos, havendo disputas bélicas pela hegemonia regional. Entretanto, a partir do século VII,
possivelmente houve a unificação dos povos andinos em alguns impérios.É dito possivelmente pela dificuldade existente em comprovar tais afirmações
em decorrência da falta de documentação histórica, seja pela inexistência de provas materiais ou pela destruição pelos espanhóis do pouco que
havia.Desses impérios é possível destacar o Tiahuanaco, na bacia do lago Tititcaca, e o Império Huari, no vale do Mantaro, onde hoje se localiza o
Peru. Houve ainda reinos regionais como o Reino Chimu, localizado no vale do Moche, também no Peru. O Reino Chimu tinha como capital
Chancham, uma cidade planejada para viver 80 mil pessoas.

15
Estátua do Inca Pachacutec, em Cuzco no Peru. Os imperadores incas aliavam o poder de estado ao poder religioso
Entretanto, foi o povo quíchua, ou inca, que conseguiu criar um poderoso Império na região da Cordilheira dos Andes. A origem do império remonta ao
povoado quíchua de Cuzco no Peru, e que conheceu um rápido crescimento a partir do século XIV. A dinastia imperial teria sido formada por Manco
Cápac, segundo relatos orais deixados pelos incas. Mas foi no século XV e XVI que o Império conheceu seu auge, tendo como principais imperadores
Pachakuti (1438-1471), Tupa Yupanki (1471-1493) e Huayna Cápac (1493-1525).A base do império era o trabalho realizado pelos camponeses nas
ayllu, aldeias onde era organizado o trabalho agrícola. As terras distribuídas aos camponeses eram propriedades do imperador. Os camponeses
deveriam ainda prestar trabalho forçado, as mitas, em obras públicas e outros serviços do governo. Os mitaios proporcionaram a ampliação das áreas
agricultáveis e a expansão do império, criando inclusive as famosas áreas de agricultura nos terraços andinos, além de desenvolver sistemas de
irrigação nesses locais.Para organizar a exploração do trabalho camponês e manter o luxo, a suntuosidade e o funcionamento do império, havia uma
estruturação hierárquica que se iniciava com os camayocs, os capatazes nas aldeias, passando pelos curacas, funcionários hereditários que
recolhiam os impostos. Acima dos curacas havia os kuiricuks, que eram como governadores de províncias, chamadas de wamanis. As wamanis eram
subdivisões de quatro grandes territórios do império, que eram comandados pelos apos, os chefes que se reportavam diretamente ao inca, o nome
dado ao imperador.O inca assumia as funções de chefe de Estado e religioso, sendo considerado a encarnação do deus Sol e descendente direto
dele. O inca assumia ainda as funções de legislador e comandante do exército, podendo ainda dispor de várias esposas, apesar de haver uma esposa
principal, a coya, que era uma de suas irmãs.A capital Cuzco era o centro nevrálgico do império, convergindo neste local as estradas e sistemas de
comunicação, como os correios, além de abrigar os administradores e sacerdotes. Havia ainda outras cidades como Machu Pichu, Tumipampa e
Cajamarca, que tinham planejamento e arquitetura elaborados.Os incas ainda domesticaram animas como as lhamas e a alpaca para realizar os
transportes do império, bem como desenvolveram um sistema matemático baseado nos quipus, que através de cordas coloridas e nós, eram
utilizados para a contabilidade de diversos serviços. Desenvolveram ainda conhecimentos na astronomia e astrologia.Com uma população estimada
em cerca de 6 milhões de pessoas, o império Inca não conseguiu resistir à investida dos espanhóis a partir de 1531. Além de não utilizar a pólvora, os
incas não tiveram resistência para enfrentar as doenças trazidas pelos europeus. Contribuiu ainda para a dominação espanhola os conflitos
sucessórios entre os filhos de Huayna Cápac: Huascar e Atahualpa. O último foi vitorioso, mas o enfraquecimento decorrente da sucessão e as
disputas entre a aristocracia dos povos dominados e os funcionários do Estado, compostos pelos quíchuas, facilitaram a vitória de Francisco Pizzaro.

Sobre os Incas
Os Incas foram um dos povos mais civilizados da América.Compunham, principalmente as tribos Quéchuas, Aymará, Yunka, etc, que formavam,
segundo os espanhóis o Império dos Incas, denominação derivada da família reinante pertencente à tribo dos Quéchuas, a principal do império.
Habitavam a região hoje ocupada pelo Equador, Peru, norte do Chile, Oeste da Bolívia e noroeste da Argentina. Mais de dez milhões de cidadãos
haviam se fundido nesta unidade política e cultural que era de elevado nível. Fisicamente os Incas eram de pequena estatura, pele morena, variando
do moreno claro ao escuro, cabelos pretos e lisos quase imberbes. Quanto a organização social e política segundo o testemunho espanhol, eles eram
perfeitos, possuidores de espírito comunitários.
Adoravam o Sol reencarnado em cada Inca ou imperador, que era filho do Grande Sol, deste modo o Imperador era considerado deus dentre o povo.
Os mortos eram sepultados não somente em templos, mas também em torres túmulos e covos (denominados Chullpas). Os templos dos Incas não
eram mais do que habitações de maiores dimensões e eram construídas as superfícies da terra. Um dos aspectos que mais se salientam na cultura
incaica é a solução que deram para o problema das comunicações, que apresentavam sérias dificuldades na região dos Andes. Estabeleceram uma
complexa rede de caminhos e um corpo permanente de mensageiros (Tiasques) encarregados de transmitirem as noticias. Praticamente a agricultura
que havia atingido entre eles, notável desenvolvimento, demonstrado pelas obras de irrigação.
Os Incas empregavam fartamente os metais, cobre, bronze, ouro, prata, o que despertou a cobiça dos conquistadores.
Em 1553, o país foi conquistado por Pizarro e submetido à coroa espanhola. A cultura Inca foi totalmente destruída e, na atualidade restam apenas
ruínas de seus grandiosos monumentos templos e palácios.

Durante muito tempo a historiografia abordou o Estado inca como um "paraíso perdido", no qual inexistia a fome, a exploração e a violência. Estes
fatos incentivaram a imaginação dos novelistas, estudiosos e pesquisadores, que procuraram descobrir influências de extraterrestres ou a construção
do primeiro Estado comunista em terras americanas.

Características

O estado mantinha um sistema tributário que cobrava tributos para manter os velhos e os doentes, e para fornecer alimentos nas épocas de má
colheita, com um soberano, que a ideologia inca dizia ser o filho do sol (o sol lhe outorgava proteção divina e ordem social).

Realmente é extraordinário que uma civilização tenha se estendido por 4000 quilômetros ao longo da Cordilheira dos Andes sem dispor da roda nem
duma boa malha hidroviária para transportar os excedentes agrícolas, que foi o que causou o aparecimento das civilizações em outras partes, pois os
Incas com suas técnicas de engenharia fizeram obras que seriam uma árdua tarefa mesmo para a engenharia moderna .

Os incas eram construtores exímios. Sem o auxílio da argamassa, edificaram paredes tão perfeitamente ajustadas que era impossível introduzir a
lâmina de uma faca entre as pedras . Milhares quilômetros de estradas ligavam as quatro províncias ou confins como as chamavam, à Cuzco a capital,
era superior a tudo o que existia à data na Europa. Embora o pavimento de pedras lisas pudesse ter sido concebido para veículos, numa sociedade
sem cavalos e sem roda todos andavam a pé. Estas estradas transpunham rios por meio de pontes pênseis, eram tão sólidas que muitas delas foram
usadas ainda no século XX .

Uma sociedade que tributava as pessoas e não a produção devia possuir um sofisticado esquema de controle. O Estado inca conhecia a quantidade
de homens, mulheres e crianças de cada ayllu, conhecia o número de indivíduos com que podia contar para montar um exército sem afetar a
produção, sabia quanta mão-de-obra era necessária para construir uma ponte e onde requisitá-la. Sabia das necessidades de alimento, roupas e
armas para sustentar os mitamáes.
16
O segredo dessa contabilidade sem computadores são os quipos, logos cordões aos quais eram amarrados uma multiplicidade de cordõeszinhos,
onde se fazia diferentes tipos de nós, como sinais. Os quipucamayucs eram responsáveis por essa contabilidade e caso cometessem qualquer erro ou
na confecção ou na leitura, pagavam com a morte.

RESUMO da História Inca

20.000 - 100 a .C

Há cerca de 20.000 anos atrás, tribos de caçadores que tinham atravessado o estreito de Bering dirigiam-se para o sul e acabaram por atingir a terra
que nós atualmente chamamos de América do Sul. Por volta do ano 5.000 a.C., habitantes das regiões montanhosas começaram a cultivar alimentos e
começaram a viver em povoados permanentes.
Cerca do ano 2.000 a.C., os pescadores que habitavam a costa começaram igualmente a construir habitações permanentes. Mais ou menos no ano
1.200 a.C., os habitantes da zona costeira já cultivavam o milho, teciam roupas de boa qualidade e faziam cerâmica.
Ao mesmo tempo surgiu na zona montanhosa a primeira civilização importante denominada Chavin. Por volta do ano 100 a.C., a costa nordeste era
um reino cuja a capital era Moche, e no Sul existia outro reino com capital em Nazca.

100 a.C. - 1.100 d.C.

A primeira civilização que floreceu na região montanhosa tinha sua capital em Tiahuanaku . Cerca de 800 d.C. os habitantes de tiahuanaku já tinham
conquistado a costa meridional. No ano 1000 d.C., o Peru era um conjunto de tribos guerreiras sem chefes poderosos. Foi a época do império dos
Chimus também reinar.

1100 - 1430 d.C.

O Inca Manco Capac tinha se estabelecido em Cuzco. Entretanto, as tribos provenientes do norte haviam formado o reino Chimu na costa setentrional.
Construíram grandes cidades, segundo um plano retangular, dotadas de grandes muros de pedra.
Em Cuzco, os Incas tornaram-se mais poderosos. O filho de Manco, Sinchi Roca, tal como seu pai, governava metade de Cuzco e nada fez para tornar
a família mais poderosa. Encorajou a extração de minerais e a tecelagem e foi um grande patrono da agricultura. Mas seu filho Capac Yuapanki,
nascido quando Sinchi Roca já era velho: expandiu o território Inca a Cuzco inteira.
O Inca Roca foi o primeiro a ser denominado Sapa Inca (o Inca Supremo). Grande parte do seu reinado passou-se em disputas constantes com as
tribos Chancas. O Inca Roca sucedeu Yahuar Huacac que foi ameaçado por uma aliança das tribos montanhosas. Seu filho, Wiracocha, também
sofreu ataques, mas conseguiu repelir os invasores. No entanto acabou por fugir de Cuzco quando as tribos Chancas puseram em perigo seu reino.

1438 - 1493 d.C.

O filho de Wiracocha, Inca Yuapanki, sucedeu-lhe no trono. Venceu as tribos Chancas, matou seu rei, e para fortalecer sua posição na zona
montanhosa, propôs paz às outras tribos e ofereceu mulheres incas aos seus lideres. Reconstruiu Cuzco, tornando-a capital, e organizou um sistema
governativo com funcionários incas, que chefiavam cada tribo como um grupo de cidadãos equiparados dentro do império.
Quando seu filho, Topa Inca Yuapanki, atingiu os 15 anos o enviou para o território do norte para aumentar suas terras. A seguir anexou seu império
ao Chimu após algumas batalhas psicológicas, e o tornou mas uma parte do Império Inca.
Quando Inca Yuapanki se retirou, seu herdeiro ocupou o trono. Topa Inca conquistou as tribos que habitavam as florestas amazônicas, venceu tribos
rebeldes em Torno do Lago Titicaca e levou seu império para o Sul até o Chile. Morreu em Cuzco 1493 d.C..

1493 - 1572 d.C.

Huayna Capac subiu ao trono ainda muito jovem. Não havia problema quanto ao seu sucessor. Casara-se com uma princesa de Quito e ela lhe dera
um filho, Atahuallpa.
Mas os se tornar Sapa Inca casou-se com sua irmã e tiveram um filho, Huáscar.
Ao sul , uma tribo invasora atacou a fronteira do Peru com o Chile. Entre eles encontravam-se alguns espanhóis, que espalharam uma epidemia de
varíola. A epidemia devastou aquela região acabando por matar Huayna Capac, em 1525.
O Inca Huáscar subiu ao trono, mas Huayna Capac declarou que quito deveria ser herdada por Atahuallpa. Em 1532, iniciou-se uma guerra civil entre
os dois meio-irmãos. Atahuallpa acabou por aprisionar o pais inteiro e aprisionou Huáscar.
No mesmo ano Francisco Pizarro atingiu o peru com seu pequeno exército espanhol. Durante os primeiros meses foram gradualmente conquistando a
zona litorânea, acabando por se defrontar com todo o exército Inca e, por meio de uma armadilha, conseguiram capturar Atahuallpa. Dois anos depois
os espanhóis haviam conquistado todo o tawantsuyo

DESAFIO PARA O GRUPO: Apresentar


algumas INFORMAÇÕES sobre a questão:
ONDE ESTÃO OS INCAS HOJE? (HÁ ALGUM
GRUPO QUE VIVENCIA A CULTURA DOS
INCAS EM PLENO SÉCULO XXI?)
17
1º SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DOS POVOS PRIMITIVOS DA AMÉRICA – 1º EM SERVIÇOS JURÍDICOS -
4º BIMESTRE DE 2019
HISTÓRIA
Profº Francis Fernando Lobo

TEMA DE ESTUDO PARA O PERÍODO: POVOS ANTIGOS DA AMÉRICA

Organização das apresentações:


1. Todos os integrantes do grupo deverão estar em dia com todo o conteúdo da apresentação (slides, sequências,
organização das ideias, materiais, etc). No dia agendado para a apresentação do trabalho, um sorteio
determinará qual integrante do grupo fará a exposição do trabalho para os demais grupos e para o
professor.
2. DURANTE A APRESENTAÇÃO: Os demais integrantes do grupo poderão (EM DETERMINADAS SITUAÇÕES,
autorizadas pelo Professor) auxiliar o aluno sorteado na apresentação.
3. AVALIAÇÃO DO PROFESSOR: A avaliação será realizada de maneira geral (individual e coletiva), ressaltando
que TODOS deverão saber de TODA a apresentação e de TODO o MATERIAL pesquisado para essa.
4. ENTREGA DE MATERIAIS: Cada grupo deverá elaborar um trabalho escrito (digitado) com todo o resultado da
pesquisa realizada e também conclusões. Entregará 01 cópia para o PROFESSOR em formato ABNT e 01 cópia
SIMPLES para cada GRUPO. Essa regra valerá como AVALIAÇÃO. Assim sendo, queiram NÃO deixar para
entregar o trabalho impresso DEPOIS ou em OUTRA OPORTUNIDADE. As regras para a digitação do trabalho
estão nas normas da ABNT (manual na Xerox da Escola)
5. Bom seminário para todos nós!!!
Nome completo dos integrantes do GRUPO: (GRUPO FORMADO POR LÍDER +8 ALUNOS)

LÍDER:
GABRIEL

TEMÁTICA 04 - POVOS INDÍGENAS DO BRASIL (PRIMEIROS)

18
Teorias sobre a origem do homem americano e brasileiro
Chegando à América
A hipótese tradicional propõem que o ser humano chegou ao continente americano atravessando uma ponte de gelo ou terras emersas na região
do Estreito de Bering, entre os atuais Estados Unidos e Rússia.

Segundo essa hipótese, alguns cientistas afirmam que a chegada dos primeiros grupos teria acontecido há cerca de 20 mil anos, durante a última
glaciação, época em que a temperatura do planeta esteve extremamente baixa e as geleiras avançaram dos pólos em direção ao equador.
Esses primeiros ocupantes da América, que teriam vindo das atuais Mongólia e Sibéria, na Ásia, seriam caçadores e estariam perseguindo suas
presas quando fizeram a travessia para a América do Norte. Tudo indica que, naquele momento, o nível do mar estava aproximadamente 150 metros
mais baixo do que atualmente, formando assim uma sólida faixa de gelo. Essa camada de gelo teria se desfeito quando a temperatura do planeta
subiu, dando origem ao atual Estreito de Bering.
A migração de seres humanos através do Estreito de Bering não pode ser descartada, mas é provável que tenham existido outros caminhos. É
possível também que homens e mulheres tenham chegado ao continente americano muito antes dessa data.

O homem brasileiro
Ainda não se sabe ao certo quando os primeiros grupos humanos começaram a povoar o território brasileiro.
Durante muitos anos, esses grupos forma crescendo e avançando em todas as direções do continente, ocupando inclusive o território que hoje é o
Brasil. Como eram nômades, deslocavam-se de um lugar para o outro, alimentando-se de animais, peixes, frutas e raízes.
Eles percorreram o continente em direção ao sul, acompanhando rebanhos de animais e caçando bisões, mamutes, castores e preguiças gigantes. Os
cientistas encontraram fósseis desses animais e pontas de flechas que indicam os caminhos por onde andaram nossos antepassados.
Com o passar do tempo, alguns grupos foram se fixando em diferentes lugares. Passaram a domesticar animais e a cultivar a terra, formando
pequenas aldeias.
Muitos cientistas afirmam que os grupos humanos já estavam aqui a 12 mil anos. Outros falam em 25 mil anos. O fato é que trabalhos recentes
mostram que há 10 mil anos o Brasil não era um deserto de gente. Diferentes povos já haviam se espalhado por regiões como a Amazônia, o
Nordeste, o Pantanal e o Cerrado.

Vestígios da humanidade
Os fósseis são as principais fontes de informação utilizadas pelas pessoas que estudam a origem da humanidade.
O fóssil não é parte do ser vivo. Alguns minérios, com o tempo substituem o material orgânico, preservando a forma original do ser vivo. Então, dá-se o
nome de fóssil às formas petrificadas ou endurecidas dos seres vivos, com pelo menos 10 mil anos.

Principais teorias sobre a ocupação da América


Na década de 1930 foram descobertos artefatos de pedra perto da cidade de Clóvis, no estado do Novo México, nos Estados Unidos, evidências as
quais eram de ocupação humana no continente de 12 mil anos atrás. Essas eram as mais antigas encontradas até então.
A “Cultura Clóvis” era formada por povos caçadores que produziam ferramentas em pedras, com uma técnica complexa e possuíam traços físicos
semelhantes aos das populações asiáticas.
Desta forma, podemos constatar três teorias acerca da chegada do homem na América:
• Teoria Clóvis;
• Teoria da chegada pelo mar;
• Teoria das diversas ondas migratórias para a América.
Teoria Clóvis
Descobertas realizadas no Novo México levaram a elaboração da Teoria de Clóvis, a qual sustenta a ideia de que o homem teria chegado a América
entre 15 mil e 12 mil anos atrás, vindo da Ásia através do Estreito de Bering, que se encontrava congelado devido as baixas temperaturas.
Posteriormente, o homem teria se irradiado por toda América do Norte e Central, até atingir a América do Sul por volta de 11 mil anos atrás.
Teoria da chegada pelo mar

19
A partir do ano de 1970, novas descobertas arqueológicas em outras regiões da América, como em Monte Verve no Chile, Aguazuque e Tequendama
na Colômbia, Taima-taima na Venezuela e Lagoa Santa em Minas Gerais, no Brasil, indicam ocupações anteriores a cultura de Clóvis, que chegavam
até 14.500 anos atrás.
Os artefatos encontrados em pedra indicam o uso de técnicas mais simples, mostrando ocupações mais antigas do que as da Teoria de Clóvis.
A análise dos restos humanos desses sítios revela características físicas mais parecidas com populações da Oceania e da África. Com base nessa
nova descoberta foi elaborada uma nova teoria: a de que o homem teria chegado a América pelo mar, vindo da Oceania e de Ilhas do Oceano Pacífico.
Teoria das diversas ondas migratórias para a América
A terceira teoria é fortemente defendida pelo antropólogo e arqueólogo brasileiro Walter Neves, que defende que houve diversas ondas migratórias
para a América, ocorridas em datas diferenciadas e compostas por grupos oriundos tanto da Ásia através do Estreito de Bering, quanto da Oceania.
Outras interpretações sobre a origem do homem na América
Atualmente, já se reconhece sítios arqueológicos com datações confirmadas entre 15 mil e 25 mil anos atrás, como, por exemplo:
• Sítios de Santa Eliana no Mato Grosso com 25 mil anos;
• Sítios na Pensilvânia nos EUA com 17 mil anos;
• Sitio em Old Crow no Canadá com 25 mil anos.
A polêmica de Niéde Guidon
Segundo os estudos da arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon, os vestígios encontrados nesses sítios, como, por exemplo, acúmulo de carvões,
conjunto de pedras queimadas, pinturas rupestres, entre outros, datam de pelo menos 48 mil anos, representando então os vestígios mais antigos da
presença humana na América.
Segundo Niéde Guidon, a ocupação do Brasil e da América do Sul ocorreu por volta de 50 mil anos atrás.

A primeira brasileira
A reconstituição de um crânio de 11 500 anos, o mais antigo da América, revoluciona as teorias sobre a ocupação do continente
Daniel Hessel Teich

A reconstrução, passo a passo

Fotos: Jean-Claude Bragard/BBC

FÓSSIL COPIADO –O crânio de Luzia, exposto no Museu Nacionalda Quinta FACE DE ARGILA –O novo crânio foi levado
da Boa Vista, foi submetido a uma tomografia por uma equipe de para Manchester, onde Richard Neaverefez com argila a
pesquisadores ingleses.As imagens foram processadas emcomputador e o face de Luzia. Para modelar o queixo e as bochechas
crânio foi reconstruído de material sintético usoucamadas de massa que variaramentre 15 e 20
milímetros

A SURPRESA –O resultado foi uma fisionomiacom traços


negróides. Luzia tinha olhosarredondados, nariz largo e
queixo bastante proeminente. Detalhescomo lábios e
orelhasforam concebidos por aproximação com os
tiposnegróides atuais (africanos eaboríginesaustralianos)

Luzia era uma mulher baixa, de apenas 1,50 metro de altura. Comparada aos seres humanos atuais, tinha uma compleição física relativamente
modesta para seus 20 e poucos anos de idade. Sem residência fixa, perambulava pela região onde hoje está o Aeroporto Internacional de Confins, nos
arredores de Belo Horizonte, acompanhada de uma dúzia de parentes. Não sabia plantar um pé de alface sequer e vivia do que a natureza agreste da
região lhe oferecia. Na maioria das vezes se contentava com os frutos das árvores baixas e retorcidas, uns coquinhos de palmeira, tubérculos e
folhagens. Em ocasiões especiais, dividia com seus companheiros um pedaço de carne de algum animal que conseguiam caçar. Eram tempos difíceis
20
aqueles e Luzia morreu jovem. Foi provavelmente vítima de um acidente, ou do ataque de um animal, e não teve direito nem mesmo a sepultura. O
corpo ficou jogado numa caverna, enquanto o grupo seguia em sua marcha errante pelo cerrado mineiro. Durante 11.500 anos, Luzia permaneceu num
buraco, coberta por quase 13 metros de detritos minerais. Agora, passados mais de 100 séculos, a mais antiga brasileira está emergindo das
profundezas de um sítio arqueológico para a notoriedade do mundo científico. Desenterrado em 1975, o crânio de Luzia é o mais antigo fóssil humano
já encontrado nas Américas. Transportado de Minas Gerais para o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, permaneceu anos
esquecido entre caixas e refugos do acervo da instituição. Foi ali que o arqueólogo Walter Neves, da Universidade de São Paulo, USP, o encontrou
alguns anos atrás. Ao estudá-lo, fez descobertas surpreendentes. Os traços anatômicos de Luzia nada tinham em comum com o de nenhum outro
habitante conhecido do continente americano. A medição dos ossos revelou um queixo proeminente, crânio estreito e longo e faces estreitas e curtas.
De onde teria vindo Luzia? Seria ela remanescente de um povo extinto, que ocupou a América há milhares e milhares de anos e acabou dizimado em
guerras ou catástrofes naturais? A hipótese de Walter Neves acaba de ser reforçada por um trabalho feito na Universidade de Manchester, na
Inglaterra. Com a ajuda de alguns dos mais avançados recursos tecnológicos, os cientistas ingleses reconstituíram pela primeira vez a fisionomia de
Luzia. O resultado é uma mulher com feições nitidamente negróides, de nariz largo, olhos arredondados, queixo e lábios salientes. São características
que a fazem muito mais parecida com os habitantes de algumas regiões da África e da Oceania do que com os atuais índios brasileiros.

Massacre – A reconstituição da face de Luzia, que VEJA publica com exclusividade, foi encomendada à Universidade de Manchester pela rede de
televisão inglesa BBC. É a principal atração de um documentário que será exibido na Inglaterra na próxima quarta-feira, 1º de setembro. O rosto foi
modelado em argila mediante um minucioso trabalho de pesquisa que incluiu exames do crânio por meio de tomografias computadorizadas. A imagem
final da primeira brasileira, obtida nesse processo, é mais do que uma simples curiosidade científica. Ela está produzindo uma revolução nas teorias a
respeito da ocupação da América pelos seres humanos. Até algum tempo atrás, acreditava-se que antes de Colombo e de Cabral o continente
americano tivesse sido ocupado uma única vez, pelos antepassados dos índios atuais. Eles teriam saído da região onde ficam hoje a Mongólia e a
Sibéria, cerca de 12.000 anos atrás. Atravessaram o Estreito de Bering, entre a Ásia e a América do Norte, valendo-se de uma ponte de gelo ainda
remanescente da última era glacial. Aos poucos, espalharam-se pelo continente, até chegar à Patagônia, passando pelo Brasil. A descoberta de Luzia
derruba essa explicação. Ela mostra que antes dessa marcha empreendida há 12 000 anos uma outra leva, bem mais antiga, chegou à América. Luzia
seria descendente desse grupo. Aparentados dos atuais aborígines australianos, esses primeiros colonizadores teriam saído do sul da China atual e
atingido o continente americano cerca de 15.000 anos atrás – três milênios antes da segunda leva migratória. Como nessa época a Idade do Gelo
ainda não havia chegado ao fim, teriam usado canoas para fazer a navegação costeira e contornar os enormes maciços glaciais que bloqueavam a
passagem entre a Ásia e a América do Norte. Viveram aqui milhares de anos, isolados do resto do mundo, até desaparecer na disputa por caça e
território com a leva migratória seguinte, esta sim ancestral dos índios de hoje. Luzia é um apelido dado por cientistas há pouco mais de um ano,
quando se comprovou que era o crânio mais antigo encontrado no continente americano. Um repórter perguntou a Walter Neves se o fóssil seria a
versão americana de Lucy, a mais famosa ancestral humana, de 3,2 milhões de anos, achada na Etiópia e hoje em exposição no Museu do Homem
em Paris. Neves respondeu que, devido à procedência brasileira, a descoberta estava mais para Luzia do que para Lucy. Desde que alcançou
notoriedade internacional, a caveirinha ganhou lugar de honra no Museu Nacional. Também é lá que deve ser exibida, a partir do mês que vem, sua
face reconstituída na Inglaterra.

Missão Arqueológica Franco-


Brasileira de Minas Gerais

Tesouro na caverna – O grupo do qual Luzia fazia parte é conhecido como "Homens de Lagoa Santa", nômades
coletores que viveram na região onde hoje se localiza esse município, perto de Belo Horizonte. Os primeiros ossos
foram recolhidos ali pelo naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, na primeira metade do século passado. Boa
parte deles se encontra atualmente no museu da Universidade de Copenhague. Até as pesquisas feitas pelo
arqueólogo Walter Neves ninguém sabia a dimensão do tesouro que as cavernas escondiam. "Quando fizemos os
primeiros estudos com os crânios, ainda nos anos 80, ficamos boquiabertos com as comparações", lembra Neves.
"Era inconcebível que tivéssemos crânios antigos de negróides. O esperado era encontrarmos populações
mongolóides, que são as características dos ancestrais dos nossos índios."

Nos últimos anos, a nova tese sobre a ocupação da América, formulada por Walter Neves e seu parceiro de
pesquisa Héctor Pucciarelli, ganhou força com a descoberta de outros crânios humanos em diversos pontos do
continente. São todos de origem mais recente do que a de Luzia, mas, igualmente, apresentam características não
compatíveis com as dos mongolóides e índios atuais. É o caso do homem de Kennewick e de Spirit Caveman,
achados na América do Norte e datados de cerca de 9.000 anos. As mesmas configurações cranianas de Luzia
foram encontradas em fósseis de cerca de 9.000 anos perto da cidade colombiana de Tequendama e na Terra do
Fogo, do outro lado do Estreito de Magalhães, nos confins da América do Sul. No Brasil, já se sabe que no
município de Monte Alegre, no Pará, escarpas rochosas eram habitadas havia mais de 11.000 anos. Lá, numa
O LOCAL DA região chamada Pedra Pintada, a arqueóloga americana Anna Roosevelt, uma das maiores especialistas em
DESCOBERTA –O mais arqueologia amazônica do mundo, encontrou uma coleção impressionante de pinturas rupestres. No vale do Rio
antigo fóssil da América foi Peruaçu, norte de Minas, também foi localizada pelo arqueólogo André Prous, da Universidade Federal de Minas
encontrado nesta caverna, a 13 Gerais, uma belíssima coleção de desenhos e pinturas nos paredões rochosos que datam da mesma época.
metros de profundidade
Todas essas novidades arqueológicas ajudaram a reformular as antigas teorias sobre a ocupação da América. Hoje,
os principais centros de estudos já trabalham com a hipótese de que quatro ondas migratórias vindas da Ásia chegaram ao continente americano. A
primeira é a defendida por Neves e Pucciarelli. A segunda onda é formada pelos povos mongóis, de 12.000 anos atrás, que deram origem aos índios
de hoje. A terceira é dos chamados nadenes, povo que se estabeleceu na costa oeste americana. A quarta é a corrente migratória composta pelos
esquimós. Os arqueólogos calculam que essas duas últimas chegaram à América entre 5.000 e 10.000 anos atrás.

21
Mesma conclusão – Para reconstituir o rosto de Luzia, pesquisadores ingleses estiveram no Brasil
no início do ano e fizeram uma série de exames tomográficos no crânio exposto no Museu
Nacional. Levados para Londres, os resultados desses exames foram reprocessados em um
computador na University College London. Dessa maneira, os pesquisadores obtiveram uma
imagem tridimensional e, a partir dela, produziram um crânio idêntico ao encontrado em Lagoa
Santa. O modelo foi então encaminhado ao professor Richard Neave, da Universidade de
Manchester, especialista em reconstituições faciais. As características aferidas por Neave dentro
de seu sistema de catalogação populacional bateram com o modelo negróide defendido por Neves.
"Foram dois métodos diferentes que levaram a um mesmo resultado", afirmou Neave a VEJA.

Quando foi resgatado, em 1975, do sítio arqueológico de Lapa Vermelha, Lagoa Santa, o crânio de
Luzia estava emborcado, com a arcada superior voltada para cima. Um pouco mais abaixo, na
Walter Neves em seu laboratório:
direção do fundo da gruta, a equipe da qual fazia parte o arqueólogo André Prous achou outros
crânio redescoberto no museu
ossos: a mandíbula, costelas, fragmentos das pernas e dos braços. Ao todo, recolheram um terço
de um esqueleto humano completo. "Não era uma sepultura como outras que já havíamos encontrado", relembra Prous. "O corpo foi atirado no fundo
da caverna ou caiu lá acidentalmente." Esses dados, um tanto quanto precários, dificultaram, na ocasião, a datação do achado a partir das camadas
de depósitos geológicos da gruta – um método muito utilizado em outros sítios arqueológicos.

Logo depois, Prous achou outro sítio arqueológico, a cerca de 60 quilômetros de distância de Lagoa Santa, no sopé da Serra do Cipó, em um lugarejo
chamado Santana do Riacho. De lá saíram dezenas de esqueletos com características idênticas e contemporâneos ao de Luzia. Também foram
identificadas algumas ferramentas, como pedras de quartzo lascadas que funcionavam como pontas de flecha e raspadeiras. São hoje as pistas que
os cientistas têm para decifrar o enigma dos "Homens de Lagoa Santa". A partir da quantidade de ossos encontrados em Lapa Vermelha e Santana do
Riacho, os arqueólogos estimam que o grupo que vivia na região não ia além de umas poucas dezenas de indivíduos. Na época, a temperatura da
região era cerca de 5 graus Celsius mais fria do que a atual. Ainda passeavam por ali animais extintos como a preguiça-gigante, ou megatério, e um
bicho semelhante ao tatu, chamado gliptodonte, e até mesmo mastodontes. E também os tigres-dentes-de-sabre, predadores terríveis da fase final do
pleistoceno. Segundo Prous, não é possível dizer se os grandes animais eram caçados pelos homens de Lagoa Santa.

Pesquisas conduzidas pelo arqueólogo Neves nos ossos encontrados por Prous mostraram resultados intrigantes quanto aos hábitos alimentares
desse povo. A análise da dentição dos fósseis permitiu cotejar o número de cáries com uma tabela internacional para medir o perfil alimentar. Por essa
tabela, índice de cáries de zero a 2% do total dos dentes indica um perfil de povos caçadores e coletores, com baixíssimas taxas de açúcar na dieta.
Entre 2% e 10% indica uma fase de transição, em que há uma agricultura incipiente, com plantas que já introduzem açúcares na dieta. Com 30% de
cáries chega-se ao perfil do índio brasileiro, com uma agricultura já estabelecida. Entre os homens de Lagoa Santa obteve-se um índice de 10%. Então
eles tinham agricultura incipiente? Não. Os primeiros indícios de agricultura entre os povos mais antigos do Brasil datam de 4.000 anos. O grupo de
Luzia tinha cáries porque comia mais vegetais do que carne e vivia mais da coleta do que da caça.

A nova face dos primeiros habitantes do continente vem à tona num momento em que as origens da
humanidade estão sendo sucessivamente chacoalhadas por outras descobertas. Nunca a arqueologia, a
genética, a biologia e a antropologia foram tão longe na escala do tempo em busca dos ancestrais
humanos. Desde 1994, quatro novas espécies de hominídeos foram acrescentadas à árvore da evolução,
entre elas a mais antiga já encontrada, a do Ardipithecus ramidus, de 4,4 milhões de anos. Testes de
DNA contabilizaram as variações genéticas entre homens e chimpanzés no decorrer do tempo e
apontaram que a humanidade se separou dos macacos num período entre 4 e 6 milhões de anos atrás.
Descobriu-se o mais antigo sítio com ferramentas, na África, datado de 2,5 milhões de anos, e também
que entre 1 milhão e 2 milhões de anos atrás o cérebro dos possíveis ancestrais humanos cresceu
drasticamente, devido à introdução de uma dieta mais rica em proteínas na alimentação.

Enigmas insolúveis – Outras pesquisas têm oferecido respostas para enigmas que até então eram
Pinturas rupestres no Piauí: violência
considerados insolúveis. Com o uso da análise comparativa de DNA, o geneticista Fabrício R. Santos e
retratada há 9 000 anos
seu grupo da Universidade Federal de Minas Gerais, conseguiu encontrar o lugar de onde saíram os
antepassados dos índios americanos. Há cinco anos, ele identificou o código genético comum a dezessete povos indígenas americanos. Depois,
localizou o mesmo padrão genético em populações vizinhas do Lago Baikal, na Sibéria. Agora, Sérgio Pena do mesmo grupo da UFMG promete voltar
seu arsenal de alta tecnologia em direção aos homens de Lagoa Santa. Enviou amostras ósseas recolhidas na região para o Instituto Max Planck de
Antropologia, em Leipzig, na Alemanha, dirigido pelo especialista Svante Pääbo, o mesmo que isolou o DNA de um homem de Neandertal, em 1997. O
objetivo é identificar ossos dos parentes de Luzia que possam conter amostras do código genético em condições de análise. Pena quer comparar o
DNA de mais de 10.000 anos atrás com o dos índios atuais. Só assim será possível saber se existe uma fração mínima, por menor que seja, de Luzia
entre nós.

Reconstrução da face de Luzia, fóssil humano mais antigo das Américas, está guardada na USP
Crânio de Luzia estava no acervo do Museu Nacional, atingido por incêndio no domingo no Rio. Não há confirmação se ele foi destruído.
Por César Menezes, Jornal Hoje — São Paulo
03/09/2019 14h46 Atualizado há 4 semanas

Luzia faz parte das primeiras populações humanas que entraram no continente americano
Uma reconstrução da face de Luzia, fóssil humano mais antigo das Américas, está guardada na Universidade de São Paulo (USP). O crânio dela,
descoberto nos anos 1970 na região de Lagoa Santa, Minas Gerais, estava no acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, atingido por um
incêndio na noite deste domingo (2).
- AO VIVO: siga a cobertura em tempo real
- FOTOS: veja imagens da destruição no museu
Ainda não há informações se o crânio de Luzia foi destruído pelas chamas. O fóssil era um registro das primeiras populações humanas que entraram no
continente americano.
Arqueólogos acreditam que Luzia, como o crânio foi batizado, tenha vivido há mais de 11 mil anos. O achado mudou a teoria da povoação dos continentes
americanos.

22
O crânio de Luzia foi considerado mais largo do que o da população que vivia na Ásia e já tinha passado por transformações físicas. Esse grupo
atravessou o estreito de Bering - que na época ainda se conectava à América do Norte - e desceu até chegar à América do Sul.
Pesquisadores que estudaram Luzia acharam que ela se parecia com humanos mais antigos ainda, os primeiros que saíram da África, cruzaram a Ásia
e vieram direto para as Américas até chegar ao Brasil.
Essa teoria deu a Luzia uma importância mundial e ela se transformou em um ícone da arqueologia brasileira. Motivo de orgulho como o Homem de Cro-
Magnon é para a França e o Homem de Neandertal, pra Alemanha.
Mas o destino de Luzia foi diferente. Ela foi achada em 1975 e passou 20 anos numa prateleira, até alguém entender a importância da descoberta. E
mesmo depois da fama, o crânio passou os últimos 10 ou 15 anos guardado em uma caixa, dentro de uma gaveta do Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

Réplica de 'Luzia', fóssil mais antigo das Américas e encontrado em Minas — Foto: Carlos Eduardo Alvim/Globo Minas

Agora, com o incêndio, Luzia provavelmente não existe mais. Sobram apenas as reconstruções em 3D da face, como a que fica na USP, em São
Paulo.
23
O professor que coordena as escavações em Lagoa Santa, André Strauss, conta que outros 55 fósseis humanos também foram retirados de lá e estão
sendo estudados. Mas ele diz que a perda de Luzia - e de todo o acervo queimado no museu nacional - é irreparável.
“O patrimônio cultural, patrimônio arqueológico não é um bem renovável, não adianta falar em refazer. Espero que a Luzia vire um mártir da arqueologia
brasileira, no sentido que essa perda terrível sirva como um constante e duradouro alerta de que a omissão tem preço”, disse o professor da USP.

Pessoas observam o incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, na noite de domingo (2) — Foto: Leo Correa/AP

O fogo no Museu Nacional no Rio queimou partes das instalações da instituição que completou 200 anos em 2019 e já foi residência de um rei e dois
imperadores.
A maior parte do acervo, de cerca de 20 milhões de itens, foi totalmente destruída. Fósseis, múmias, registros históricos e obras de arte viraram cinzas.
Pedaços de documentos queimados foram parar em vários bairros da cidade.
Segundo a assessoria de imprensa do museu e o Corpo de Bombeiros, não houve feridos. Apenas quatro vigilantes estavam no local, mas eles
conseguiram sair a tempo.
A Polícia Civil abriu inquérito e repassará o caso para que seja conduzido pela Delegacia de Repressão a Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio
Histórico, da Polícia Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não.
O Museu Nacional é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro e vinculada ao
Ministério da Educação. Como museu universitário, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem perfil acadêmico e científico.

Reconstituição do fóssil de Luzia feita por computador — Foto: Reprodução/TV Globo

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/09/03/reconstrucao-da-face-de-luzia-fossil-humano-mais-antigo-das-americas-esta-guardada-na-
usp.ghtml

O Brasil há 11 000 anos

Luzia e seu grupo viviam num país muito diferente do que conhecemos hoje. A temperatura era pelo menos 5ºC mais fria que a atual. Animais
gigantescos reinavam em savanas, campos e florestas, formando uma fauna exótica que acabou extinta

24
O CLIMA –O final do período pleistoceno foi marcado por grandes alterações climáticas. A Idade do Gelo chegou ao fim, o nível dos oceanos subiu
drasticamente e o clima frio passou por um gradual aquecimento

OS HABITANTES –Coletores que se alimentavam de frutos, tubérculos e folhagens. Caçavam eventualmente. Viviam em grupos de cerca de dez
pessoas. Suas ferramentas eram primitivas, mas capazes de tecer redes. Faziam pinturas rupestres

A PAISAGEM –Com o clima mais frio do que o atual, o Brasil era dominado por campos e cerrados. A Floresta Amazônica ainda não existia. Próximo
aos rios havia árvores de até 6 metros de altura

TANQUE PRÉ-HISTÓRICO –O gliptodonte parecia um tatu gigante, com ELEFANTE PELUDO –O mastodonte chegou ao Brasil pelo istmo do
um casco encouraçado. Mamífero, comia insetos e plantas e tinha uma Panamá há 1 milhão de anos. Era um avô peludo dos atuais elefantes, mas
arma poderosa: a cauda repleta de espinhos tinha orelhas menores e couro muito mais resistente

25
LABORATÓRIO DA EVOLUÇÃO –Parente do camelo, a macrauquênia
tinha tamanho de um Ford Ka e aparência de um cavalo com uma tromba
curta. Seus fósseis fascinaram Charles Darwin

Ilustração: Newton Verlangieri

RINOCERONTE SEM CHIFRE –O toxodonte viveu na América do Sul O PREDADOR –O tigre-dentes-de-sabre tinha presas gigantescas, de até
por quase 2 milhões de anos. Tinha mais de 1,50 metro de altura e era 20 centímetros. Era uma vez e meia o tamanho de um leão atual. Foi
parecido com um rinoceronte sem chifres extinto cerca de 10 000 anos atrás

PREGUIÇA GIGANTE –O megatério vivia em bandos pelo continente.


Chegava a atingir 4 metros de altura (quase o tamanho de uma casa)
quando se apoiava sobre as patas traseiras

26
Troncos e famílias
Dentre as cerca de 150 línguas indígenas que existem hoje no Brasil, umas são mais semelhantes entre si do que outras, revelando origens comuns e
processos de diversificação ocorridos ao longo do tempo.
Os especialistas no conhecimento das línguas (lingüistas) expressam as semelhanças e as diferenças entre elas através da idéia de troncos e famílias
lingüísticas. Quando se fala em tronco, têm-se em mente línguas cuja origem comum está situada há milhares de anos, as semelhanças entre elas sendo
muito sutis. Entre línguas de uma mesma família, as semelhanças são maiores, resultado de separações ocorridas há menos tempo.
Veja o exemplo do português:

27
No que diz respeito às línguas indígenas no Brasil, por sua vez, há dois grandes troncos - Tupi e Macro-Jê - e 19 famílias lingüísticas que não apresentam
graus de semelhanças suficientes para que possam ser agrupadas em troncos. Há, também, famílias de apenas uma língua, às vezes denominadas
“línguas isoladas”, por não se revelarem parecidas com nenhuma outra língua conhecida.
É importante lembrar que poucas línguas indígenas no Brasil foram estudadas em profundidade. Portanto, o conhecimento sobre elas está
permanentemente em revisão.
Conheça as línguas indígenas brasileiras, agrupadas em famílias e troncos, de acordo com a classificação do professor Ayron Dall’Igna Rodrigues. Trata-
se de uma revisão especial para o ISA (setembro/1997) das informações que constam de seu livro Línguas brasileiras – para o conhecimento das línguas
indígenas (São Paulo, Edições Loyola, 1986, 134 p.).
Tronco Tupi

Tronco Macro-jê

28
Os povos indígenas no Brasil

Publicado por: Eduardo de Freitas em História do Brasil 363 comentários

Índio, um povo reprimido


Antes da chegada dos portugueses ao Brasil já existiam vários grupos indígenas habitando em nosso território. Diante dessa variedade os índios
brasileiros foram classificados segundo as línguas distintas, que são: Tupi, macro-jê, aruak e karib. Observe abaixo as características das línguas e
dos grupos indígenas que as falam.Tupi: os grupos indígenas de língua tupi eram as tribos tamoio, guarani, tupiniquim, tabajara etc. Todas essas tribos
se encontravam na parte litorânea brasileira. Estes foram os primeiros índios a terem contato com os portugueses que aqui chegaram.
Essas tribos eram especialistas em caça, ótimos pescadores e desenvolveram bem a coleta de frutos. Macro-jê: raramente eram encontrados no litoral.
Com exceção de algumas tribos na serra do mar, eles eram encontrados principalmente no planalto central. Nesse contexto, destacavam-se as tribos
ou grupos: timbira, aimoré, goitacaz, carijó, carajá, bororó e botocudo.Esses grupos indígenas viviam nas proximidades das nascentes de córregos e
rios, viviam basicamente da coleta de frutos e raízes e da caça. Esses grupos só vieram a ter contato com os brancos no século XVII, quando os
colonizadores adentraram no interior do país.Karib: grupos indígenas que habitavam a região que hoje compreende os estados do Amapá e Roraima,
chamada também de baixo amazonas. As principais tribos são os atroari e vaimiri - esses eram muito agressivos e antropofágicos, isso significa que
quando os índios derrotavam seus inimigos, eles os comiam acreditando que com isso poderiam absorver as qualidades daqueles que foram
derrotados.O contato dessas tribos com os brancos ocorreu no século XVII, com as missões religiosas e a dispersão do exército pelo território.Aruak:
suas principais tribos eram aruã, pareci, cunibó, guaná e terena. Etavam situados em algumas regiões da Amazônia e na ilha de Marajó. A principal
atividade era o artesanato cerâmico.

DESAFIO PARA O GRUPO: Apresentar algumas INFORMAÇÕES sobre a questão: ONDE ESTÃO OS INDÍGENAS BRASILEIROS HOJE?
(HÁ ALGUM GRUPO QUE VIVENCIA A CULTURA DESSES EM PLENO SÉCULO XXI?)

29

Você também pode gostar