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Eu achava que havia exageros no julgamento, até que pacientemente fiz a comparação
do livro "O Presente da Águia" nas duas versões (português e inglês). Não há
palavras adequadas para fazer uma avaliação crítica sobre o que eles fizeram. É o
caos!
O primeiro erro deles foi não utilizar pessoas envolvidas com o assunto, como
árbitros finais da qualidade das traduções. Sei apenas da sua revisão do Lado
Ativo do Infinito e da Roda do Tempo. E os outros????
O trabalho de CC sobre os videntes do Antigo México nunca foi entendido por eles
tradutores como a apresentação de uma das maiores tradições de trabalho interior do
planeta, algo comparável, como sabemos, ao Taoismo, Budismo, Judaismo, Hinduismo
e outros.
Ficou como se fosse um assunto de bruxos e xamãs obscuros, envolvidos com drogas
alucinógenas. O simples fato de terem traduzido a obra inicial "The teachings of
Don Juan" por "A Erva do Diabo" dá uma dimensão clara dos objetivos de marketing
da Editora Record / Nova Era em detrimento da qualidade dos livros em português.
A Cleagreen, guardiã dos direitos e ativos de CC deveria ter monitorado isto e não
o fez.
O segundo erro foi terem permitido uma trabalho de tradução, copy desk e
supervisão sofríveis. Não era preciso traduzir como o tradutor de Humberto Eco,
mas não tinham o direito de fazer o que fizeram. A visão que se tem hoje de CC
hoje como um representante de um movimento obscuro e discutível de índios,
drogados e bruxos, é resultado disso, além de ter contribuído para um desinteresse
do público no assunto.
Gostaria muito de ver os livros revisados, cuidados. Você não pode se envolver?
Estou com vontade de escrever direto para a Cleargreen ou responsáveis pelos
direitos autorais. O que v. me diz?
Um abraço
Luiz Arnaldo
3- No final da página 143, a expressão "shallow dent" foi traduzida por "nossa
raça" quando o correto seria "mossa rasa", ou "depressão rasa". A impressão que se
tem é que uma pessoa falava em voz alta a tradução e outra (meio surda) anotava. Já
que o som de “nossa raça” é parecido com “mossa rasa”, dane-se o leitor! Nossa raça
ou mossa rasa...dá no mesmo!
4 - Na página 142, "every living thing" foi traduzido como "toda coisa humana" e
não "toda coisa viva". No contexto, isso cria um mal entendido porque atribui
coisas de todos os seres vivos (animais, plantas) para só os humanos.
Mas não há só isso. Além dos erros em cada livro, é pior ainda se compararmos as
Traduções das palavras e expressões entre os 12 livros que compõem o conjunto. Não
há padronização entre palavras que exprimem a mesma coisa. A palavra "intento", por
exemplo (expressão central do ensinamento) é traduzida aleatoriamente por intenção,
vontade, volição, intuito, propósito e às vezes, (que bom!) intento mesmo. Em inglês é
sempre "intent". Abaixo transcrevo "ipsis literis" as Notas de Tradução da tradutora do
livro "Encontros com o nagual", que acusou algumas dessas falhas apresentadas na obra
de CC:
Notas da tradutora