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FREIRE, Paulo. Educação e mudança. São Paulo: Paz e terra, 1979.

Educação e mudança é uma obra publicada na mesma época em que Paulo Freire retorna ao
Brasil, após o exílio provocado pela ditadura militar de 1964. Nesta obra ele expressa
categoricamente o compromisso do educador popular com a realidade concreta. A atuação dele foi
tão notória tanto no Brasil quanto no mundo, a ponto de ele ser considerado como um dos maiores
pensadores da educação, tornando-se, pouco tempo depois, o patrono da educação brasileira. Agora
se pergunta como um indivíduo desse teria se tornado patrono da educação brasileira? Ora existem
tantos por aí que pensam a educação de forma mais rebuscada e profunda, politicamente, mas por
que Paulo Freire? A resposta nos parece simples: porque ele não ficou só no mero discurso
pedagógico.
Nessa obra, de menos de 50 páginas, nos apresenta quatro capítulos, além de um prefácio
produzido por Moacyr Gadotti. O estudioso da obra de Paulo Freire nos apresenta a razão pela qual
o educador brasileiro não foi tolerado pela ditadura militar no Brasil, uma vez que sua pedagogia
estava comprometida com a libertação dos oprimidos por meio da conscientização dos próprios
sujeitos. Além de fazer esta observação, Gadotti também procura explicar o conceito central desse
novo livro de Paulo Freire, a saber, a palavra “mudança”. Destaca Gadotti que “a mudança de uma
sociedade de oprimidos para uma sociedade de iguais e o papel da educação – da conscientização –
nesse processo de mudança é a preocupação básica da pedagogia de Paulo Freire.”(FREIRE, 1979,
p. 4).
Nestes termos, então, o prefaciador faz um questionamento interessante: “Pode a educação
operar a mudança? Que mudança?”, a qual buscaremos a resposta por meio da síntese dos capírulos
de “Educação e mudança”.
O primeiro capítulo intitulado "O Compromisso do Profissional com a Sociedade" é, a meu
ver, um dos mais intrigantes, pois, neste tópico, Paulo Freire explicita o termos “compromisso”,
“profissional” e “com a sociedade”. Nessa parte do livro, Freire examina as relações do homem e
seu estar no mundo. Em outras palavras, ele enfatiza que o compromisso do educador com a própria
realidade inviabiliza uma posição neutra perante o mundo. Para o autor “a neutralidade frente ao
mundo, frente ao histórico, frente aos valores, reflete apenas o medo que se tem de revelar o
compromisso. Este medo quase sempre resulta de um ‘compromisso’ contra os homens, contra sua
humanização, por parte dos que se dizem neutros. Estão ‘comprometidos’ consigo mesmos, com
seus interesses ou com os interesses dos grupos aos quais pertencem. E como este não é um
compromisso verdadeiro, assumem a neutralidade impossível” (FREIRE, 1979, p. 9).
Já o capítulo dois, "A Educação e o Processo de Mudança Social", Paulo Freire justifica o
ímpeto de engajamento que o homem desenvolve perante a sociedade, porque, como seres
inacabados, estamos em constante processo de mudança que, se constitui na interação com o outro.
Daí a importância da educação na busca do conhecimento, a fim de mudar a realidade difícil dos
camponeses (que é foco de abordagem desse livro). Esse processo é baseado no amor e na
esperança, pois, se por um lado, não existe educação sem amor; por outro lado, uma educação sem
esperança não é educação. Quem não tem esperança na educação dos camponeses deverá procurar
trabalho noutro lugar, salienta o autor. É possível transportar esses princípios apresentados pelo
autor para a realidade da escola formal, sem, contudo, cair em simplismo imgênuo do fazer docente.
Falta síntese do capítulo 3
Falta síntese do capítulo 3
parágrafo final de síntese à obra

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