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Disciplina: História da educação brasileira

Professor: Denylson Douglas de Lima Cardoso


Aluna: Lísya Borges Gullo Couto Ramos
Matrícula: 221013900

Paulo freire e a Pedagogia do oprimido

Esse trabalho busca tecer comentários em forma de resenha sobre a


obra “Pedagogia do Oprimido” publicada em 1970 pela editora Paz e Terra S/A
do autor Paulo Freire.

Paulo Freire foi um educador e filosofo brasileiro, nascido em


Pernambuco em 1921, sua primeira formação foi em direito, mas é no campo
da educação que suas obras floresceram. Sendo responsável para ideia da
pedagogia crítica, durante o período anterior a ditadura militar no Brasil, o
filosofo já fazia muitos projetos, principalmente de alfabetização, pelo Brasil
sendo o principal deles o de Angicos, mas Paulo Freire também chegou a
Brasília com seu projeto de uma alfabetização voltada para o entendimento do
mundo em que o estudante está inserido, assunto que será tratado mais
adiante. Hoje ele é considerado Patrono da educação brasileira.

A obra é dividida em quatro capítulos: Justificativa da pedagogia do


oprimido, A concepção bancária da educação como instrumento da opressão.
Seus pressupostos, sua crítica, A dialogicidade – a essência da educação
como prática da liberdade e A teoria da ação antidialógica.

Durante os capítulos Paulo Freire irá nos guiar no que mais adiante seria
conhecido como a sua obra mais famosa “a pedagogia do oprimido” a partir
dela o autor irá nos mostrar como a opressão trabalha em favor do opressor no
campo educacional e como o oprimido precisa se libertar da opressão para
tomar consciente de si mesmo enquanto humano. No primeiro capítulo da obra
Paulo Freire discute como o opressor desumaniza o oprimido (Freire, 1970),
levando o oprimido a achar que precisa do opressor. Nos deixando assim dois
conceitos que serão trabalhados o dia Revolução da Contradição onde o autor
diz “É que, quase sempre, num primeiro momento deste descobrimento, os
oprimidos, em lugar de buscar libertação, na luta e por ela, tendem a ser
opressores também” (Freire, 1970) nesse caso então o oprimido se tornaria o
opressor e na contradição o opressor se reconhece como tal, enquanto o
oprimido se entende como subjugado. O processo de liberdade deve partir de
ambas as partes, de modo que o oprimido não vire um novo opressor, sendo
esse processo uma ação social, já que o próprio homem é um ser social. A
libertação não pode significar uma troca de opressão.

Paulo Freire também mostra que uma pedagogia alienante tem por
finalidade aumentar a quantidade de oprimidos em poder do opressor, ela é
feita de forma proposital e sistemática (Freire, 1970), o oprimido não pensar é
uma forma de quem está no poder de fazer com que se acredite que eles
sempre serão necessários para garantir a sobrevivência, dessa forma o autor
busca mostrar que a educação é uma das inúmeras formas que o opressor
encontrou de controlar o oprimido. Por tanto a educação precisa ser
transformadora, o educador precisa se conscientizar do seu papel de inserir o
educando no meio em que ele vive, levando a educação a ser um meio de
libertação.

O autor irá tecer mais sobre a educação bancária a ideia apresentada


ganha mais forma. Ao afirmar que nesse modelo de educação o docente tem a
tarefa de encher os educandos dos conteúdos de sua narração (Freire,1970),
fazendo uma crítica direta a prática de memorização do conteúdo. A partir do
momento que o conteúdo é apenas memorizado ele não é pensado e se não é
pensado o estudantes nem conseguem compreender o que de fato aquilo quer
dizer, transformando os discentes no que Paulo Freire chamou de “recipientes
a serem enchidos pelo educador. Quanto mais vá enchendo o recipiente com
seus depósitos, tanto melhor o educador será” (Freire, 1970). A educação
bancária parte do princípio de que o aluno não produz conhecimento, sendo a
educação é uma via de mão dupla e segundo o autor é nessa troca entre
professor e aluno que a educação é feita e construída.

Para isso o educador precisa ensinar o educando a problematizar e a


pensar a sua realidade, porque é assim que o educando irá entender que é um
ser social e um ser histórico (Freire, 1970) o estudante precisa compreender o
seu meio, além disso entender que é um agente dele e da história que ali é
produzida, uma vez que isso ocorre o educando já não mais se curva a sua
condição de oprimido.

A ideia central da obra é mostrar como então o indivíduo precisa ser


capaz de transformar a realidade em que ele está inserido, se entendendo
enquanto homem, afinal a opressão parte da desumanização. O professor terá
um papel importante nesse desenvolvimento, não porque ele irá se colocar
como um ser que sabe todas as coisas e que o aluno é uma pessoa sem
conhecimento, na verdade ele irá mostrar ao estudante que o diálogo pode e
deve ser estabelecido e aprendizado é feito tanto por discente quanto por
docente. O papel do educador é inserir seu educando em sua realidade,
através da educação problematizadora e da troca constante entre os
envolvidos. Levando o educando a entender que como agente da própria
história ele também pode transformar a própria realidade.

A prática pedagógica precisa por tanto levar em conta o meio que o


estudante está inserido, e o próprio professor precisa fazer a reflexão dos
conteúdos que irá desenvolver, fugindo da ideia de depositar apenas o
conteúdo. Todo o processo de ensino precisa ser refletido e precisa ter uma
ação reflexiva tanto de professor quanto de educando.

O livro a pedagogia do oprimido é um livro que leva educadores a refletir


sobre o que é educação enquanto ferramenta social e sobre o que é a prática
pedagógica para além do conteudismo. É um livro voltado não apenas para
educadores, mas para todos que pretendem entender a dinâmica social no que
tange as opressões.

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