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UNIVERSIDADE ESTUDADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

CURSO DE GRADUAÇÃO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

RESENHA CRÍTICA

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

2022
CAMILA OLIVEIRA SANTOS THOMAZ

RESENHA CRÍTICA

Resenha apresentada à disciplina Estudos


Históricos em Educação I, ministrada pela
Professora Drª. Elenice Silva Ferreira, do
Departamento de Filosofia e Ciências Humanas,
Da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
Para fins avaliativos da II unidade letiva, do
Semestre 2022.1.

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

2022
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática
educativa. 72 ed. Paz e Terra, 2022. 144 p.

A obra Pedagogia da Autonomia (1996), é o último livro publicado por


Paulo Freire pouco antes de sua morte em 1997. Neste livro o autor propõe
apresentar saberes indispensáveis à prática educativa, deste modo, o livro é
dividido em três capítulos, todos contendo subcapítulos iniciados por “ensinar
exige…”

Em primeira instância é discutida uma das frases mais conhecidas do autor


“ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua
produção ou sua construção”, nesse sentido, ele reforça uma crítica a
pedagogia tradição/conteudista, ao qual passa a chamar de educação
bancária, o aluno, ser passivo, apenas recebe os conteúdos depositados pelo
formador, o detentor do conhecimento. Toda a sua narrativa gira em torno da
prática educativa progressista incorporando diversas correntes marxistas,
toda a sua premissa pedagógica é com base na luta de classes, o oprimido é
substituído do processo de trabalho e será entendido como aquele que está
sendo oprimido dentro do processo de alfabetização.

Ainda no início do capítulo lemos o jogo de palavras, “quem forma se


forma, e reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser
formado... quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao
aprender”, essa frase tem por base a aprendizagem ativa, onde o aluno
aprende pela experiência e pela prática, método já adotado pelo movimento
das Escolas ativas entre os séculos XIX e XX.

O restante do capítulo é discorrido pelo “pensar certo”, uma filosofia


anticapitalista, antiliberal e a favor da consciência revolucionária. Ensinar,
então, exige pesquisa, criticidade e respeito aos saberes dos educandos. O
autor critica leituras que não refletem a situação infra estrutural dos
estudantes, logo, é mais vantajoso discutir sobre a realidade social em que
habita o educando, abrindo assim, uma brecha para a pregação política em
sala de aula, uma vez que, para o autor, o ensino deve estar a serviço da
ideologia.
O segundo capítulo retoma a discussão inicial acerca do erro de pensar a
educação como um depósito. O educador deve agir pelo bom senso,
compreender que ele é sujeito da história e não seu objeto. A aprendizagem
só ocorre efetivamente quando é significativa para quem aprende e para
quem ensina. Agir de maneira autoritária impõe um limite à liberdade do
aluno, ao que pelo contrário se faz necessário estar sempre aberto às suas
indagações e curiosidades.

No terceiro capítulo, finaliza expressando a importância da solidez na


formação do professor, uma vez que não se pode ensinar o que não se sabe.
Ressalta ainda, o compromisso que o educador deve ter com as práticas
democráticas dirigidas aos menos favorecidos, um dos objetivos da educação
progressista, já que o ato de ensinar exige compreender que a educação é
uma forma de intervenção no mundo, em prol dos condenados da terra, como
o próprio dizia.

A leitura dessa obra é um tanto complicada, uma vez que o autor é


repetitivo e se utiliza de desnecessários jogos de palavras. Para compreender
melhor o contexto da obra, é primordial ter conhecimentos prévios sobre
conceitos e correntes expostas. No quesito educação, acredito que exista
autores melhores para se debruçar e se inspirar, mas como Freire foi
nomeado Patrono da Educação Brasileira, é interessante saber os rumos
tomados a partir das suas elaborações teóricas, além do mais a leitura de
suas obras é obrigatória nos cursos de graduação de ciências sociais, não
havendo assim, uma escapatória. De modo geral eu recomendaria sim a
leitura de suas obras, acompanhadas em especial da leitura do livro
Desconstruindo Paulo Freire, do Thomas Giulliano. Paulo Freire foi colocado
em um pedestal de modo que ninguém deve ousar tocá-lo. É um intelectual
que ninguém pode questionar, o próprio questionava Beethoven, questionava
Platão, mas seu pensamento não pode ser questionado.

Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 no Recife,


capital do estado brasileiro de Pernambuco. Freire entrou para a Universidade
do Recife em 1943, para cursar a Faculdade de Direito, mas também se
dedicou aos estudos de filosofia da linguagem. Foi convidado para ser
professor de português, e a partir desse convite, ele irá descobrir como
exercer a pedagogia, e de como lecionar. Dentro do SESI, começará a lançar
teses e experiências sobre o desenvolvimento pedagógico. Chamando a
atenção de um deputado federal do Rio Grande do Norte, será convidado a
desenvolver uma política de alfabetização de adultos. Em Angicos, ensinou
300 adultos a “ler e escrever” em apenas 45 dias. Freire obteve uma notória
ascensão durante sua vida obtendo cerca de 48 títulos, entre doutorados
honoris causa e outras honrarias de diversas instituições e universidades no
Brasil e do exterior. Em 1969, lecionou na Universidade de Harvard (EUA) e,
em 1970, coordenou o Conselho Mundial de Igrejas em Genebra, na Suíça.
Ministrou aulas na PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e na
Unicamp (Universidade de Campinas). Além disso, durante os anos de 1988
e 1991, Freire foi nomeado secretário de Educação do município de São
Paulo pela então prefeita Luiza Erundina. Foi substituído por Mário Sérgio
Cortella, que ocupou o cargo até 1992. Totalmente à deriva da influência
petista no governo brasileiro, Paulo Freire foi elevado a Patrono da Educação
brasileira, no primeiro mandato do governo Dilma em 2012.

CAMILA OLIVEIRA SANTOS THOMAZ, graduanda em licenciatura

em pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

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