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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA- UESB


DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS –DFCH
COLEGIADO DO CURSO DE PEDAGOGIA - CCP

ELISETE DE OLIVEIRA
AMORIM SUGA

RESENHA CRÍTICA DA OBRA “PEDAGOGIA DA AUTONOMIA -


SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA” DO AUTOR
PAULO FREIRE

Vitória da Conquista – BA
2022
Elisete de Oliveira Amorim Suga

RESENHA CRÍTICA DA OBRA “PEDAGOGIA DA AUTONOMIA -


SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA” DO AUTOR
PAULO FREIRE

Resenha apresentada à disciplina Estudos


Históricos em Educação I, ministrada pela
professora Drª. Elenice Silva Ferreira, do
Departamento de Filosofia e Ciências
Humanas, da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, para fins avaliativos da
II unidade letiva, do semestre 2021.1.

Vitória da Conquista – BA
2022
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RESENHA CRÍTICA
Elisete de Oliveira Amorim Suga1

FREIRE, Paulo². Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996. v. 1. ISBN 85-219-0243-3.

Um dos mais importantes e respeitado educador brasileiro, Paulo Reglus Neves Freire,
nasceu no Recife, capital de Pernambuco, em 19 de setembro de 1921. Filho de Joaquim
Temistodes Neves Freire e Edeltrudes Neves Freire, era dotado de grande inteligência e senso
crítico e como professor, desenvolveu o método de alfabetização popular, no qual levava seu
nome. Reconhecido pelos seus feitos, suas obras e suas contribuições para a educação no
Brasil e no mundo, Paulo Freire foi homenageado com vários títulos, dentre esses o título de
Doutor Honoris Causa e outras honrarias de universidades e organizações brasileiras e do
exterior. É considerado o Patrono da Educação Brasileira. O escritor publicou mais de 40
livros, dentre eles se destaca a “Pedagogia do Oprimido”, um dos mais importantes e
vendidos, que foi publicado no ano de 1968, e a outra, não menos importante, segue o mesmo
padrão da anterior, que é a “Pedagogia da autonomia”, a última de suas obras, publicada em
1996, um ano antes do seu falecimento. Paulo Reglus Neves Freie faleceu em 02 de maio de
1997, na cidade de São Paulo, em decorrência de um infarto.
A obra intitulada “Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa”
é um convite que o autor faz à reflexão crítica de educadores e educandos a respeito das
práticas educacionais tradicionais, sendo elas retrogradas e autoritárias, e nos mostra qual a
melhor educação devemos adotar, usando de uma linguagem simples e entendedora, mas de
uma profundeza e riqueza de palavras, é dividida em três capítulos : 1ª – “Não há docência
sem discência”; 2ª – “Ensinar não é transmitir conhecimento”; 3ª – “Ensinar é uma
especialidade humana”.
No primeiro capítulo, Paulo Freire, discorre nesse texto sobre as práticas de ensino dos
educadores conservadores e autoritárias, que usa de saberes pré-determinados, passando para
o educando de maneira mecânica e robótica, não permitindo nenhuma participação do aluno.
Tais práticas são criticadas veementemente por ele, que defende um ensino em que o respeito

1 Estudante do curso de Pedagogia, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, cursando a


disciplina ESTUDOS HISTÓRICOS EM EDUCAÇÃO I.
2 Paulo Reglus Neves Freire: Educador, filósofo, escritor, professor de língua portuguesa e patrono da educação
brasileira, concedido a ele cerca de 48 títulos acadêmicos.
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E a dignidade do educando prevaleça, e ressalta que o docente deveria dar autonomia e
instigar o discente a pensar e a desenvolver o pensamento crítico.
O uso de argumentos para mostrar que educadores e educandos são seres inacabados e a
educação é uma via de mão dupla, enquanto se ensina, se aprende. “Não há docência sem
discência”, ou seja, um depende do outro no processo de aprendizagem. Enfatiza a
importância da metodologia aplicada pelo professor que estimule o aluno na construção
do saber, do ser pensante, usar de conteúdos voltado a vivência e experiência da sua vida
diária e social, respeitando-a como um todo. O filósofo reforça que é necessário haver
humildade, respeito e compreensão entre educadores e educandos.
O autor, ao escrever o capítulo dois, se faz presente, falando com propriedade
sobre as práticas e posturas que deve ser adotado pelo educador e diz: “Ensinar não é
transferir conhecimento”, é passar para o educando o que aprendeu com sua vivência e
experiência e estimulando o aluno a pensar e desenvolver o seu senso crítico. Ele fala
ainda que um bom educador tem em si a ética, o bom senso, a tolerância e a humildade,
respeitando assim as diferenças, sem qualquer tipo de discriminação. O professor deve
estar ciente do seu papel em meio a intervenções sociais, ele deve se impor, exigindo
melhores condições de trabalho para que possa dignamente exercer seu ofício.
Freire aborda as diferenças entre um educador que usa de uma autoridade austera,
desrespeitando a individualidade e a autonomia do educando, não aceitando suas
intervenções no processo pedagógico, um profissional que se nega ser um ser inacabado.
Do outro lado, o professor com autoridade democrática que oferece liberdade para
desenvolver sua criatividade, despertando em si a capacidade de pensar certo, o educador
é aberto a uma educação com diálogo, onde ao ensinar, se aprende. Freire ressalta a
importância dos professores nas práticas educativas-críticas capazes de intervir no
mundo, a educação tanto é dialética quanto contraditória, podendo assim produzir ou
desconstruir a ideologia dominante. Ele diz ainda que ensinar exige compreender que a
educação é transformadora na medida em que se forme sujeitos críticos a serviço da
libertação e não domesticação.
Pelo que foi exposto, conclui-se que a obra “Pedagogia da Autonomia” é um chamado
à reflexão sobre as práticas educacionais que vem sido aplicadas, mostrando que as práticas
de autoridade democrática, onde se respeita e desenvolve o educando e o espaço de
aprendizado podem ser mais eficazes do que as práticas de autoridade austera, que visa apenas
repassar conhecimento, sem dar a chance de o aluno desenvolver seu senso crítico, tendo em
vista a relação do docente e discente.
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Esse livro traz um ensinamento de que educar deve ser um processo de ida e vinda, que
ensinar não está separado do aprender, e que ninguém sabe de tudo, o individuo está em
constante aprendizado. Ensinamento este que deve ser aplicado não só na vida de professores
e alunos, como na vida de qualquer ser humano.

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