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Conservação e preservação de documentos

A conservação dos documentos pode ser dividida em duas frentes:


a preservação – que é a ação de retardar ou prevenir danos através
da manutenção de instalações adequadas – e a restauração de
documentos já comprometidos em sua integridade
O papel envelhece, torna-se amarelado, feltroso ou quebradiço de
acordo com os agentes agressores a que teve sujeito. Seja qual for
a causa do dano, esse sempre recai sobre a celulose.
Os agentes de destruição compreendem os internos e os externos

Agentes internos

Abrangem os elementos provenientes da própria matéria-prima e


dos métodos de produção, que causam reações físico-químicas
agressivas.
No caso de papéis muito antigos esse problema praticamente não
existe pois os papéis feitos de trapo são muito resistentes, contém
celulose quase pura e sua conservação por isso é muito boa. Já os
feitos de madeira oferecem poucas condições de sobrevivência,
em função da má qualidade da matéria-prima e dos resíduos
químicos deixados em seu processamento
Agentes externos

 clima tropical: os altos graus de temperatura e


umidade, com oscilações bruscas, aceleram os
processos químicos de envelhecimento do papel,
em especial o feito de madeira. A temperatura e
umidade ficam acima dos parâmetros ideais que
são 65% de umidade relativa e temperatura
média abaixo de 25o. C. O clima é responsável
pela condensação de umidade, alteração no
volume dos materiais e favorece o crescimento
de micro-organismos e insetos nocivos. Uma
regra geral estabelece que as reações químicas
dobram a cada elevação de temperatura de
10oC. No caso especial da celulose, mostrou-se
que testes artificiais de envelhecimento indicam
que cada aumento de 5oC quase dobra a taxa de
deterioração, mesmo na ausência de luz,
poluentes ou outros fatores.
 Todo papel possui uma característica comum:
absorver ou perder água de acordo com a
umidade do local onde se encontra. Quando a
umidade varia, aumentando ou diminuindo, as
fibras do papel se dilatam ao absorver o excesso
de umidade ou se contraem ao perder umidade.
Esse movimento de contração e dilatação
provoca rupturas na estrutura do papel,
causando seu enfraquecimento.
 poluição do ar: os gases de enxofre (dióxido de
enxofre) combinados com a umidade do ar
desenvolvem o ácido sulfúrico, que ataca
fortemente papéis e couros. Além disso, a falta
de higiene de depósitos acarreta depósitos de
poeira que contém resíduos da poluição, que
combinados com a umidade do ar, formam
substâncias agressivas aos papéis. Outros
poluentes podem decorrer da volatilização de
solventes de pinturas e de produtos de limpeza
que contenham derivados de petróleo.
Entretanto, frequentemente, observamos a
liberação destes resíduos químicos, o que se
constitui num problema que se agrava quando o
edifício conta com um sistema de ar
condicionado central, o qual reutiliza o ar
contaminado.
 A poeira é constituída de cristais de arestas
pontiagudas que cortam as fibras do papel. Você
já observou que alguns volumes mais antigos
têm os cantos desgastados? Isso se deve à
repetida “ação de lixa” que o uso e o movimento
de vai-e-vem produz, devido ao atrito dos grãos
de poeira. A poeira contém esporos de fungos
que aderem aos materiais orgânicos e quando
encontram condições adequadas para seu
desenvolvimento se proliferam causando a
degradação do papel.
 produtos químicos nocivos: muitas vezes
produtos químicos utilizados no acervo, como
inseticidas e fungicidas também podem ser
prejudiciais aos documentos pelas reações
químicas que desenvolvem sobre os materiais.
Outros agentes nocivos podem ser considerados
os grampos metálicos, adesivos plásticos, auto-
adesivos, papeis e papelões ácidos.
 Acondicionamento e manuseio: algumas formas
de acondicionamento, voltadas para proteger,
contribuem ainda mais para a destruição do
acervo. Caixas de papelão muito pesadas podem
ocasionar a compactação dos papéis que além de
sofrerem rasgos e armações durante a retirada e
reposição, tornam-se mais sujeitos a infestação
de insetos e microrganismos.
 As embalagens não devem ser feitas de papel
ácido, tipo kraft, que contém lignina, enxofre e
acidez, os quais migram para os documentos. As
amarrações com barbante provocam tensão e
favorecem o corte das margens dos documentos.
 acidentes: inundações, fogo sãos responsáveis
por muitas perdas de acervo. A Instalação de
equipamentos modernos de detecção de fumaça
e controle do fogo deve ter prioridade nos
prédios antigos e modernos que abrigam
acervos.
 luz: a luz emite radiação ultra-violeta e infra-
vermelha, ambas duas causadoras de danos ao papel. A luz
tem dois efeitos sobre o papel: uma ação
clareadora, que causa o desbotamento oi
escurecimento [sic] de alguns papeis e tintas; o
segundo efeito é uma acelerada degradação da
lignina (componente natural responsável pela
firmeza e solidez do conjunto de fibras, agindo
como uma espécie de cimento) que porventura
esteja presente no papel, tornando-a
progressivamente escura. As fibras do papel se
rompem em unidades cada vez menores, até se
tornarem insuficientes para manterem a folha
unida. As reações invisíveis produzem uma
quebra na estrutura molecular do papel,
resultando no seu enfraquecimento, ou seja,
acelera o processo de envelhecimento deste tipo
de material.
 Use lâmpadas incandescentes em vez de
fluorescentes. Elas são menos prejudiciais.
 O homem: O homem, consciente ou
inconscientemente, é um dos maiores agressores
do papel. O simples uso normal é o suficiente
para degradar este material. A acidez e a
gordura do suor das mãos, em contato com o
papel, produzem acidez e manchas. Também são
nocivos os maus tratos como: rasgar, riscar,
dobrar, escrever, marcar, colocar clipes, grampos
metálicos, colar fitas, etc
 Micro-organismos: O papel é vulnerável aos
ataques microbiológicos, pois seu principal
constituinte, a celulose, sofre degradação
provocada por diferentes espécies de fungos e
bactérias. A ação de micro-organismos no papel
se manifesta pelo aparecimento de manchas de
várias cores, intensidades e conformações. As
enzimas, que são produzidas como resultado do
metabolismo de diferentes espécies de fungos e
bactérias, aceleram os processos de degradação
da celulose e de colas. A consequência é a
transformação das características físicas e
químicas do suporte, que fica com um aspecto
feltroso e fragmentado.
 Bactérias: Embora as bactérias possam crescer
numa ampla faixa de temperatura (de 0 a 80oC),
as condições ideais estão na temperatura de 20 a
37oC. A umidade é indispensável tanto ao
desenvolvimento das bactérias, como dos
fungos. Os ambientes que possuem elevada
umidade relativa favorecem seu crescimento e
multiplicação.
 Fungos: As condições ideais para o crescimento
dos fungos estão entre 22 a 30oC, sendo que
este desenvolvimento pode também ocorrer em
condições de 0 a 62oC. No papel, as colônias de
fungos costumam ser identificadas por manchas
de cor amarela, mais escuras no centro e mais
claras nos contornos. Dependendo da espécie de
fungo, as manchas se ampliam e se apresentam
sob diversas tonalidades. Em condições muito
favoráveis, formam bolores e seus esporos, em
grande quantidade, dão a impressão de um pó.
 Insetos: Os danos que os insetos causam aos
acervos são bastante conhecidos. Produzem
estragos de grande intensidade, durante tempos
relativamente curtos. A ação destrutiva é maior
nas regiões de clima tropical, cujas condições de
calor e umidade relativa elevadas provocam
numerosos ciclos reprodutivos anuais e
desenvolvimento embrionário mais rápido. São
pouco afetados pelo controle ambiental interno e
acervos, uma vez que possuem uma grande
capacidade de adaptação às transformações
ambientais. Além disso, podem adquirir
resistência aos inseticidas com o passar do
tempo. Os grandes predadores de documentos e
livros se classificam como: Tisanuros (traças),
Blattoideas (baratas), Isópteros (Cupins) e os
Coleópteros (besourinhos, carunchos, brocas).
Alcançam os depósitos através de janelas, forros,
ralos, etc. Também podem ser introduzidas por
meio de aquisição de acervos ou objetos já
infestados.
 Traças: Desbastam couros, papéis e fotografias
pela superfície, se instalando e se desenvolvendo
em locais escuros e especialmente úmidos. Sua
configuração plana lhes permite penetrar os
espaços entre as folhas e por detrás dos móveis,
junto às paredes.
 Baratas: São atraídas para os ambientes pelos
resíduos alimentares. Tal como as traças,
causam danos nas superfícies e nas margens de
documentos e das encadernações.
 Cupins: se alimentam da celulose da madeira e
dos papéis. São muito resistentes e vivem em
colônias muitas organizadas. Têm aversão à luz,
uma vez que não possuem pelo. Procuram
exatamente os conjuntos compactos de papéis.
Apesar de se alimentarem da celulose do papel,
preferem as madeiras e por isso mesmo,
algumas vezes as coleções de documentos são
usadas apenas como caminho para que possam
alcançar seu alimento. Seus estragos
desenvolvem-se internamente, sobretudo
através de furos.
 Brocas: Estes insetos perfuram as folhas
compactadas ou de encadernados, até rendilhá-
las, impossibilitando a leitura do texto.
 Piolhos: são pequenos insetos de cor amarela-
avermelhada, são frequentemente encontrados
entre as folhas. Sobrevivem em locais muito
úmidos, pois são insetos que não atacam
diretamente o documento, porém alimentam-se
dos fungos e de restos de outros insetos mortos,
e pode causar danos nos livros, roendo as
encadernações, formando pequenos orifícios de
contorno irregular.
 Roedores: Preferem ambientes quentes, úmidos
e escuros. Para manterem-se aquecidos, utilizam
papéis, couro, tecidos, plásticos picados,
principalmente na confecção dos ninhos para
reprodução, que ocorre até dez vezes por ano. A
invasão nos depósitos pode ser feita pelos
porões, portas, janelas, forros, tubulações etc.
Além dos estragos nas coleções, os ratos
oferecem o risco de transmissão de doenças ao
homem, como leptospirose, hidrofobia, etc.

O diagnóstico deverá ser a primeira etapa de todo o processo de


conservação, pois é neste momento, que poderá será feito um
levantamento detalhado das condições físicas de cada publicação.
É decisivo para a definição de qual documento será tratado
primeiro, bem como, qual será selecionado, baseado na relevância
da publicação para a instituição e a disponibilização do
documento em âmbito nacional.
 
Monitoramento ambiental
O controle da temperatura e da umidade relativa do ar é de
importância fundamental na preservação dos acervos de
bibliotecas e de arquivos.
Um bom programa de monitoração inclui um plano escrito para a
coleta de informações e a manutenção dos instrumentos. Ele deve
identificar os espaços a serem controlados, os procedimentos a
serem adotados e as formas de gravar as informações desejadas.
As amostras devem ser colhidas das maiores variações
possíveis de condições.
Para uma boa conservação do papel, do ponto de vista químico e
físico, aconselha-se manter a temperatura entre 18 e 22oC e a
umidade relativa entre 45 e 55%. A medição desses índices pode
feita através da utilização de aparelhos termo-higrômetros e
devem ser realizadas diariamente.
O sistema de ar condicionado deverá estar ligado
ininterruptamente para evitar oscilações bruscas sobre o acervo. A
manutenção de condições estáveis é de grande importância. Os
níveis de temperatura ou umidade não devem ser modificados à
noite, nos fins de semana, ou em outras ocasiões em que
bibliotecas ou arquivos estejam fechados. Caso a umidade relativa
ultrapassar os padrões adequados, deverão ser usados aparelhos
desumidificadores de ar.
 
 
Vistoria
Consiste em vistoriar o acervo por amostragem, identificando se
ocorreu algum ataque de insetos ou micro-organismo.
 
 
Higienização
A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os
documentos. Quando conjugada a condições ambientais
inadequadas, provoca reações de destruição de todos os suportes
no acervo. Portanto, a higienização das coleções deve ser um
hábito de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos, sendo
assim, podemos dizer que é conservação preventiva por
excelência. Isto aumenta sensivelmente sua vida útil. A limpeza
deve ser feita em intervalos regulares, cuja frequência é
determinada pela velocidade com que a poeira se acumula nos
espaços de armazenagem.
O método mais simples de higienização é a remoção do pó e
demais sujidades a seco, denominada higienização mecânica a
seco. Este procedimento consiste na remoção do pó das lombadas
e partes externas dos livros com aspirador de pó, utilizando-se
baixa potência, com proteção na sucção. Para a limpeza das folhas
utilizam-se trinchas, escovas macias e flanelas de algodão. Uma
limpeza mais eficiente e sem riscos poderá, deve ser feita com pó
de borracha, que é aplicado em pequenas quantidades, fazendo
suaves movimentos circulares sobre as superfícies desejadas. Em
seguida, deve-se removê-lo, com um pincel ou trincha, que deverá
ser manuseada no sentido de baixo para cima, direcionando todos
os resíduos, para que seja feita a sucção existente na mesa própria
de higienização de livros.
Na higienização deverão ser removidos os corpos estranhos à
obra, tais como: prendedores metálicos, etiquetas, fitas adesivas,
papéis e cartões ácidos, etc. Serão identificados também os
possíveis ataques de insetos, caso ocorram.
Outras dicas:
 colocação de filtros nas entradas de ar dos
locais onde estão os livros;
 
 
Acondicionamento
O acondicionamento tem por objetivo a proteção dos documentos
que não se encontram em boas condições contra agentes externos
e ambientais ou para a proteção daqueles que foram restaurados a
favor da manutenção da integridade física da obra, armazenando-
os de forma segura. São embalagens para o acondicionamento de
volumes (livros, etc.), em estantes, no sentido vertical. Executadas
em papel cartão em torno de 300g/m2, utilizam somente o sistema
de dobras e encaixe, sem fazer uso de qualquer tipo de adesivo e
são caracterizadas por uma completa vedação. O
acondicionamento protege os documentos da luz, da migração de
acidez de um documento para o outro e dos desastres, como
pequenos incêndios e inundações. No caso de ser necessário
utilizar amarras, não é recomendado o uso de barbantes, mas de
cadarços de algodão crus de 1,5cm.
 
 
Reparos
Pode-se prolongar a vida dos documentos, procedendo pequenos
reparos (remendos), utilizando papel japonês ou outro alcalino e
cola metilcelulose para impedir que rasgos maiores, ou mesmo
perdas de partes do texto. Esses recursos não podem ser aplicados
em publicações muito danificadas ou deteriorados. Neste caso
deverão receber tratamento mais específico, como a restauração.
Os fragmentos: são partes integrantes dos documentos que se
desprendem. Estes tem importância vital para a obra, quando
possuem dados integrantes do texto, ou partes da encadernação
original.
 
 
Encadernação e re-encadernação
É o processo de conservação mais eficiente. Ocorre através da re-
encadernação dos documentos que foram reparados.
Atualmente a encadernação mais utilizada é a cola, ou seja, do
tipo capa solta, aquela na qual os cadernos ou folhas soltas são
presos entre si para formar um bloco, utilizando uma camada de
adesivo sintético ou cola, que além de serem ácidos, com o
manuseio intenso soltam-se com facilidade. No laboratório,
entretanto, só poderão ser utilizados produtos alcalinos, e quando
não for possível, o material ácido deverá ser isolado com papel
alcalino para evitar o contato direto com o interior da obra e assim
evitar acidificação das páginas informacionais.
No documento que apresentar folhas soltas ou a encadernação
estiver fragilizada, deverá ser feito o reforço. No caso de material
mais recente, e tratando-se de encadernação de época, a obra
deverá ser apenas acondicionada.
As publicações a serem encadernadas só serão definidas após o
diagnóstico.
 
 
Armazenamento
Os documentos devem ser guardados na posição vertical, em
estantes, e em ambientes bem ventilados. Os folhetos
(documentos soltos sem encadernação) devem ser armazenados
em gavetas na posição horizontal e acondicionados em caixas
confeccionadas com papel neutro ou alcalino, também chamado
de papel permanente. Os documentos maiores não devem ser
colocados em cima de outros menores, para evitar total
deformação do suporte. O empilhamento deverá ser criterioso,
baseado nas condições físicas, do tamanho e peso de cada obra.
 
 
Microfilme
O microfilme atende à preservação quando há
ameaça ao estado físico dos documentos pelo
manuseio a à substituição para otimizar espaços.
Para documentos de valor permanente , em
nenhuma hipótese, se faz o descarte do original.
Existem microfilmes de 16 e 35 mm. O de 16 é
próprio para documentos de dimensões
convencionais, mais econômico, e ocupa menos
espaço de armazenamento. Do negativo de 1a
geração obtém-se 2 cópias: de segurança e de
consulta. As cópias para consulta em diazo reduzem
significativamente o custo do programa.
Para o armazenamento do microfilme é importante
seguir as normas ANSI que recomendam manter o
filme em uma sala climatizada com valores estáveis
entre 19 e 22 e entre 40 e 50, sem poeira e
poluentes, revestida com isolante térmico anti-fogo.
Neste depósito podem se guardar também
microfilmes negativos, não sensibilizados.
Os filmes podem também ser armazenados em
arquivos de aço, especiais para microfilmes, com
sistema independente de refrigeração e
desumidificacão, controlados por termo-
higrômetros. Devem manter distância e 15 cm do
chão para evitar inundações e permitir a limpeza.
Os microfilmes de segurança devem ser
armazenados em espaço físico diferente de sua
cópia
 
 
Plano de emergência
O planejamento para os casos de emergência não
deverá acontecer de forma isolada. Para funcionar
efetivamente, ele terá de ser integrado aos
procedimentos operacionais rotineiros da instituição.
O plano precisará contemplar todos os tipos de
emergência e calamidades que a instituição pode vir
a enfrentar. Incluirá ações tanto de curto, quanto de
longo prazo para os esforços de resgate e
recuperação. O plano deverá ser de fácil execução,
de modo que instruções concisas e treinamento são
fundamentais para que o êxito seja total.
Guarda de documentos

Instalações

O arquivo deve ser localizado próximo dos escritórios


administrativos e téc-

nicos, possibilitando que a busca seja rápida. Por motivo de


segurança, deve

ficar afastado de canos e esgotos. Quanto ao modo de


armazenar os docu-

mentos, deve haver flexibilidade do sistema de arquivamento,


com arquivos

verticais, horizontais, gavetas, mesas adaptadas e estantes. Para


a conservação
dos documentos, deve haver luz e higienização adequada e
controle dos fato-

res físicos, químicos e biológicos que possam afetar a massa


documental.

## Iluminação: o arquivo exige bastante luz, convindo, de


preferência,

banhado pela luz solar, a qual além de iluminar adequadamente,


traz

outras vantagens, como higienizar o ambiente de trabalho.


Entretanto,

o excesso de luz pode gerar a queima do papel do material de


arqui-

vo. Se possível, utilizar método de iluminação indireta para


iluminar o

ambiente.
## Arejamento: deve-se procurar ventilação natural, constante,
ou utili-

zar processos auxiliares de ventilação artificial, se necessário.

## Higienização: necessitam de uma higienização perfeita,


vigilância e

desinfecção continuadas.

## Disposição (layout): ao planejar o arquivo, o técnico deve


considerar

uma flexibilidade do sistema de arquivamento: arquivos


verticais, ar-

quivos horizontais, gavetas de mesas adaptadas –


arquivamentos, es-

tantes para arquivo inativo.

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Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,

mais informações www.iesde.com.br

Métodos de arquivamento e guarda de documentos

Preservação/conservação/restauração

de documentos

Fatores químicos

Valor do pH: grau de concentração de íons de hidrogênio num


suporte.

É expresso numa escala logarítmica de 0 a 14, sendo 7 o ponto


neutro. Os

valores acima de 7 caracterizam o estado alcalino, e os inferiores


a acidez.

Fatores físicos
Luz solar, infravermelho que agridem as fibras do papel, umidade
relativa

do ar, variação de temperatura.

Fatores biológicos

Evitar poeira, higienizar o lugar com ventilação para evitar o


acúmulo de

poeira e alergias, para quem manuseia a massa documental,


ventilação e ar

condicionado, para evitar aparecimento de fungos, bactérias e


insetos que

degradem o material de arquivo.

Principais operações de conservação

de documentos
Restauração

Exige do profissional da área conhecimento dos papéis e tintas


emprega-

dos. O método objetiva aumentar a resistência do papel ao


envelhecimento

natural e às agressões externas do ambiente (mofo, pragas,


manuseio etc.).

Conjunto de procedimentos específicos para recuperação e


reforço de docu-

mentos deteriorados e danificados.

Banho de gelatina

Esse método consiste em mergulhar o documento em gelatina


ou cola,

objetivando aumentar a resistência do documento, não


prejudicando a visi-
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,

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Métodos de arquivamento e guarda de documentos

bilidade e flexibilidade, proporcionando a passagem dos raios


ultravioletas

e infravermelhos.

Alisamento

Esse método consiste em colocar os documentos em bandejas de


aço

inoxidável, expondo-os à ação do ar e com umidade variando de


90 a 95%,
por um período de uma hora, em uma câmara de umidificação;
posterior-

mente, será passado a ferro folha por folha, em máquinas


elétricas.

Desinfestação

É o combate aos insetos através da fumigação, que consiste em


utilizar

uma substância química de modo que venha a garantir a


integridade do

papel e da tinta sobre sua ação.

Encapsulação

Processo de preservação no qual o documento é protegido entre


folhas

de poliéster transparente, cujas bordas são seladas.


Desacidificação

Processo pelo qual o valor do pH do papel é elevado a um


mínimo de 7,

com vistas à sua preservação.

Laminação

Processo de restauração que consiste no reforço de documentos


dete-

riorados ou frágeis, colocando-os entre folhas de papel de baixa


gramatura,

fixadas por adesivo natural, semissintético ou sintético, por meio


de diferen-

tes técnicas, manuais ou mecânicas.

Silking
Esse método utiliza tecido – crepeline ou musseline de seda – de
grande

durabilidade, mas, devido ao uso de adesivo à base de amido,


afeta suas qua-

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Métodos de arquivamento e guarda de documentos

lidades permanentes. Tanto a legibilidade quanto a flexibilidade,


a reprodu-

ção e o exame pelos raios ultravioletas e infravermelhos são


pouco prejudi-

cados” (PAES, 2005).

Resolução de questões
1. A conservação adequada dos documentos serve para
preservá-los por

mais tempo, além de disponibilizá-los aos consulentes sem


maiores

preocupações. Acerca do assunto, assinale a assertiva incorreta.

a) Não umedeça o dedo com a saliva para virar as páginas de


um li-

vro. Isto pode afetar a sua saúde, além de provocar o desenvolvi-

mento de micro-organismos na documentação.

b) Tintas e grafites podem causar danos à documentação,


manchan-

do, causando riscos, perfurações ou rasgos.

c) Utilizar aparelhos de ar-condicionado, pelo menos durante


o dia.
d) Evite cópias xerox de documentos. A luz ultravioleta causa
danos

cumulativos irreversíveis, e o manuseio provoca dobras e rasgos

nas lombadas.

e) O ar seco e a temperatura enfraquecem o papel, e esta


provoca

mofo.

Solução:

A alternativa C é a única incorreta, pois, caso o ambiente


tenha venti-

lação natural adequada, não é necessário ar-condicionado.

Gabarito: C
2. São consideradas operações de conservação, exceto

a) banho de gelatina.

b) restauro.

c) limpeza.

d) desinfestação.

e) alisamento.

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Métodos de arquivamento e guarda de documentos

Solução:

A limpeza não é uma operação de conservação, mas sim


uma prática a
ser mantida.

Gabarito: C

3. Uma das operações de conservação exige conhecimento


profundo

dos papéis e tintas empregados, que é

a) o restauro.

b) a desinfetização.

c) a limpeza.

d) o alisamento.

e) a especialização.

Solução:
Para restaurar documentos, é imprescindível que o
profissional conhe-

ça profundamente os papéis e tintas empregadas, para que


possa rea-

lizar procedimentos de recuperação adequados.

Gabarito: A

4. Acerca das instalações e localização dos arquivos, a única


alternativa

errada é:

a) a localização dos arquivos correntes deve ser próxima dos


escritó-

rios administrativos e técnicos.

b) a luz deve ser forte no local do arquivo para iluminação do


am-
biente e da documentação.

c) verificar se no local do arquivo não passam canos ou


esgotos, pois

sua ruptura pode gerar perda dos documentos.

d) verificar a higienização do ambiente.

e) conseguir ventilação natural constante.

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Solução:

A luz deve ser adequada, pois, se for forte demais, pode


danificar as

fibras do papel.

Gabarito: B
5. (BR Distribuidora) Para recuperarmos documentos
danificados ou ata-

cados por pragas, temos algumas técnicas arquivísticas, indique a


que

apresenta a característica a utilização de tecidos (crepeline ou


musse-

line de seda) de grande durabilidade:

a) desinfestação.

b) banho de gelatina.

c) tecido.

d) silking.

e) laminação mecanizada.
Solução:

O método que utiliza tecidos é o silking.

Gabarito: D

6. (TRE/MS – Técnico Judiciário – FCC) A longevidade de


documentos em

suporte papel supõe ações preventivas, como

a) o emprego de tintas ferrogálicas.

b) a exposição à luz natural do Sol.

c) o uso constante de fungicidas.

d) a manutenção do pH neutro.

e) a reenfibragem e a laminação.

Solução:
A durabilidade do papel é aumentada quando se mantém
o pH neutro

(próximo a 7).

Gabarito: D

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