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Departamento de Engenharia Florestal

ENF362 – PRESERVAÇÃO DA MADEIRA

Bactérias e Fungos
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 Todo organismo que utiliza a madeira como fonte de alimento


é chamado de organismo xilófago (do grego xylo = madeira /
fagos = comida).

 A instalação e o ataque dos agentes biológicos dependem das


condições ambientais, além do teor de umidade da própria
madeira;

Dependendo da situação, o ataque à madeira pode ocorrer de


maneira isolada ou por um grupo de organismos.

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Os organismos que atacam a madeira podem ser agrupadas da


seguinte maneira:

 Microrganismos: bactérias e fungos, causando a deterioração da


madeira pela liberação de enzimas que reagem com os constituintes da
parede celular, a nível molecular, causando a quebra dessa estrutura.

 Insetos: cupins, brocas e besouros, causando a deterioração da


madeira ao escavar galerias, através da estrutura da madeira, com a
finalidade de utilizá-la como abrigo ou como alimento.

 Perfuradores marinhos: moluscos e crustáceos também escavam


galerias, através da estrutura da madeira, com a finalidade de utilizá-la
como abrigo ou como alimento.

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A sucessão ecológica de microrganismos nas madeiras,


com ou sem contato com o solo, apresentam a existência de
seis grupos fisiológicos e nichos ecológicos, que ocorrem
numa ordem sequencial:

1) Bactérias;
2) Bolores primários;
3) Fungos manchadores;
4) Fungos de podridão mole;
5) Basidiomicetos apodrecedores;
6) Bolores secundários.

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DEGRADAÇÃO BIOLÓGICA
Degradação biológica pode causada por
organismos xilófagos:
 Fungos
 Bactérias
 Insetos
 Moluscos
 Crustáceos

Dentre os agentes biológicos os mais importantes:


FUNGOS e INSETOS  responsáveis por grandes perdas
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Agentes de degradação biológica podem


ser divididos em dois grandes grupos:

Fungos e bactérias
 causam a deterioração pela liberação de
enzimas que reagem com os constituintes
da parede celular a nível molecular,
causando a quebra desta estrutura.

Cupins, besouros e brocas marinhas


 causam a deterioração ao escavar
galerias através da estrutura da madeira
com a finalidade de utiliza-la como abrigo
ou alimento.
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1. BACTÉRIAS

• São organismos microscópicos, unicelulares e desempenham


um papel ecológico muito importante durante a colonização
da madeira

• São os primeiros organismos a colonizar a madeira e podem


propiciar condições mais favoráveis ao desenvolvimento e
instalação futura de outros organismos, especialmente os
fungos.

• O ataque das bactérias é muito vagaroso e pode levar anos


para que alterações consideráveis ocorram.

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1. BACTÉRIAS

• Muitas bactérias são capazes de decompor as membranas


das pontuações.
• Provocam uma abertura nessas membranas, facilitando as
trocas gasosas e favorecendo o posterior desenvolvimento
dos fungos, que são aeróbios.
• A destruição das membranas promove um aumento na sua
permeabilidade; inicialmente, o ataque se restringe a materiais
de reserva das células dos raios (parênquima radial) e, numa
etapa seguinte, o ataque é dirigido às próprias células dos
raios.
• Além disso, promove a abertura de caminhos que facilitam a
passagem das hifas de uma célula para outra, favorecendo o
posterior processo de colonização por fungos.
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1. BACTÉRIAS

• O ambiente com elevado teor de umidade se


torna uma condição imprescindível para a
instalação de bactérias na madeira;

• As madeiras mantidas submersas ou em


condições de anaerobiose (sem oxigênio na
forma gasosa) são ambientes típicos para a
instalação das bactérias.

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1. BACTÉRIAS

• Macroscopicamente, a área atacada aparece como


pequenas manchas distribuídas na superfície da madeira;
em estágios avançados, pode ocorrer o amolecimento
dessas áreas

• Em estágio mais avançado, as fibras e traqueídeos podem


sofrer danos, podendo ocorrer o amolecimento da área
atacada, com consequente perda de resistência mecânica.

• Em certas situações, as enzimas segregadas pelas


bactérias podem conferir à madeira um cheiro bastante
desagradável.
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1. BACTÉRIAS

• As principais bactérias que podem atacar a madeira são as do


gênero Pseudomonas sp., Bacillus sp, Corynebacterium sp.,
Clostridium sp., Aerobacter sp., Cellulomonas sp.,
Pseudomonas sp., Flavobacterium sp.
• Algumas bactérias, como a Pseudomonas creosotensis,
podem inativar os preservativos químicos que são aplicados
nas madeiras;
• Podem desintoxicar o creosoto em estacas marinhas,
facilitando o ataque de moluscos e crustáceos xilófagos e
apresentam alta tolerância a alguns produtos químicos
preservativos.
• Além disso, apresentam alta tolerância ao CCA e ao
pentaclorofenol.
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1. BACTÉRIAS

Ataque por bactérias


 comum em madeiras mantidas submersas por algumas
semanas ou meses
 ou submetidas a condições de anaerobiose
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 Alimentam-se de nutrientes das células dos raios


e dos canais resiníferos

 O ataque é muito lento e pode levar anos

ocorrerem alterações consideráveis na madeira

Macroscopicamente
 observa-se pequenas manchas distribuídas na
superfície da madeira

Inicialmente
 o ataque restringe-se às substâncias de reserva
 células radiais
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Posteriormente
próprias células dos raios

Em estágio avançado
 causam danos às fibras e traqueóides
 podendo causar o amolecimento da madeira
 perda de resistência mecânica

 Madeira atacada apresenta aumento na permeabilidade

 bactérias possuem um sistema enzimático


 destrói a membrana das pontuações
 local onde são encontradas com frequência
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 Podem penetrar profundamente na madeira e em função


do aumento da permeabilidade

 tornam as madeiras excessivamente absorventes


 provocando maiores retenções em tratamentos
de banhos de imersão simples e outros

Existem evidências
 bactérias podem inativar alguns preservantes de madeira:

 Pseudomonas creosotensis
 elimina a toxicidade do creosoto em ambiente marinho
 permite o ataque de moluscos e crustáceos marinhos
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 apresentam alta tolerância  CCA, creosoto,


e pentaclorofenol

 Em ambientes úmidos são os primeiros colonizadores

Exercem influência sobre os outros organismos


 muitas vezes atacando-os ou inibindo-os

Dependendo da intensidade do ataque


 as enzimas segregadas pelas bactérias podem dar à
madeira um odor desagradável
 Não causam sérios danos à madeira
Sua maior importância
 possibilidade do aumento da permeabilidade da madeira
 porta de entrada para fungos
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1. BACTÉRIAS
• Primeiros colonizadores
• Ambientes úmidos (anaerobiose)
• Células dos raios e dos canais resiníferos
• Lento ataque

Mecanismos:
- Sistema enzimático que destrói a membrana das pontuações,
facilitando as trocas gasosas
- Podem penetrar profundamente na madeira

Consequências:
- Pequenas manchas distribuídas na superfície da madeira
- Perda de resistência mecânica
- Aumento na permeabilidade
- Bactérias podem inativar alguns preservantes de madeira
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2. FUNGOS
 Fungos são seres inferiores desprovidos de clorofila

 Nutrem-se também de animais e plantas em decomposição

Deterioração da madeira por fungos


ocorre de diferentes formas
podem decompor a madeira totalmente ou somente
manchá-la
 nas duas formas causam sérios prejuízos

 Constituem-se por filamentos celulares longos e finos


HIFAS
 Conjunto de hifas = MICÉLIO
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 Ao atingir a maturidade sexual, os fungos produzem


corpos de frutificação, onde são produzidos e armazenados os
esporos, os quais podem ser comparados às sementes dos
vegetais superiores.
Com a maturação, os esporos são liberados ao ar e se
depositam na superfície da madeira.

Condições favoráveis ao
desenvolvimento, o esporo evolui e
produz hifas, as quais penetrarão pela
estrutura da madeira fechando o ciclo de
vida.
Para que os fungos possam entrar em
atividade, é necessário que existam as
condições básicas e ideais que
favoreçam o ataque.
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 Instalação e desenvolvimento de um fungo:

Fungo atinge a maturidade sexual  produz estruturas


especiais

CORPOS DE FRUTIFICAÇÃO  armazenados os ESPOROS

 esporos podem ser comparados às sementes dos vegetais


superiores

 Pela ação vento, contato com animais ou pequeno impacto


 esporos são liberados do corpo de frutificação e
depositam-se sobre uma peça de madeira
 esporo evolui e produz hifas
 hifas penetrarão pela estrutura da madeira
fechando o ciclo de vida
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Condições necessárias para o


desenvolvimento de fungos
 Temperatura:

 Para a maioria dos fungos xilófagos  ideal = 25 a 30 oC


Poucos fungos sobrevivem acima de 40º C

Exceções = fungos termofílicos desenvolvem-se dentro


de estufas  65 oC

Temperatura letal é de 55oC por 10 horas


Justificando a operação de secagem da madeira em estufa, para a
maioria dos uso
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 Umidade:
 A umidade é um fator fundamental na decomposição da madeira
 De modo geral acima de 20-30% do peso seco
Condição ótima = quando a umidade atinge o PSF
 Já que a água é considerada um solvente para o processo
metabólico, e funciona como um veículo de movimentação para
o transporte de exoenzimas

 Umidade ideal varia - 35 a 60% sobre o peso seco


 É considerada ideal para o desenvolvimento dos organismos
xilófagos, pois as paredes celulares atingem o máximo de
inchamento, criando aberturas dentro da matriz polimérica, por
onde ocorre a difusão das enzimas, de parede a parede.

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 Umidade:
 O método mais efetivo e mais comumente utilizado para
preservar madeira consiste em secá-la e mantê-la seca. Mais do
que nunca, justifica-se a secagem da madeira em estufa a um
teor de umidade abaixo do PSF, a fim de protegê-la do ataque
dos fungos.

 Quando as condições de uso da madeira forem tais que os


teores de umidade abaixo de 20% não puderem ser mantidos, o
tratamento com produtos químicos preservativos será a
alternativa mais lógica.

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 Oxigênio:
 Indispensável para crescimento de um fungo
Necessidade de oxigênio para a realização das reações
químicas na síntese dos alimentos

A demanda de oxigênio é relativamente pequena e os fungos


conseguem se manter desenvolvidos próximo do normal, em
níveis de oxigênio bastante abaixo dos 20% presentes no ar
atmosférico.

Concentrações muito baixas de oxigênio limitam o


desenvolvimento dos organismos xilófagos, enquanto que a
ausência total de oxigênio inibe seu ataque.

A baixa aeração explica a grande durabilidade das madeiras


utilizadas em estacas de fundações ou em regiões alagadas.
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 pH:
Ambientes extremamente ácidos ou alcalinos são limitantes
para o desenvolvimento dos organismos xilófagos.

 pH ótimo = 4,5 a 5,5  coincidentemente os valores de pH


encontrados na maioria das madeiras

Limite para sobrevivência e ataque são de pH entre 2,0 até 7,6

 Fungos de podridão parda preferem condições mais ácidas


que os fungos de podridão branca que tem uma ótimo de
desenvolvimento com pH em torno de 3.

 Em geral, o pH da madeira diminui durante o processo de


biodeterioração.
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 Substâncias tóxicas:
 O desenvolvimento de organismos xilófagos na madeira implica
na ausência de substâncias tóxicas

 O teor e a natureza dos extrativos naturais interferem na


decomposição da madeira.

 substâncias tóxicas podem ser:

 extrativos naturais = compostos fenólicos formadas durante


a transição do alburno em cerne

 antibióticos = produzidos por bactérias e fungos

 substâncias químicas = produzidas artificialmente pelo


homem = soluções preservantes
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CONDIÇÕES DE DETERIORAÇÃO PELOS FUNGOS

Temperatura – Limites: 2 e 65 ºC
Ideal entre 20 a 30 ºC

Umidade – Limites: 5 a 100%


Ideal entre 35 a 65 %

Oxigênio – Limites: condições anaeróbias


Ideal – acima de 20%

pH – Limites : 2,0 e 7,0


Ideal: entre 4,5 e 5,5

Ritmo de crescimento rápido da árvore

Baixo teor de extrativos


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 Fungos dividem-se em três categorias:

 Fungos emboloradores
 Fungos manchadores
 Fungos apodrecedores
3. FUNGOS EMBOLORADORES
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(Ascomicetos, Schizomicetos, Deuteromicetos e, mais
raramente Ficomicetos)

Esses fungos podem penetrar profundamente no alburno, mas


não afetam a sua coloração no interior da madeira, porque as suas
hifas são hialinas.

Os fungos se alimentam de substâncias de reserva do lume das


células (açúcar, amido etc.), colonizando, principalmente, as células
do parênquima, especialmente o parênquima radial

 Não afetam a estrutura da parede das células, mas em estágios


mais avançados de ataque, há uma perfuração da parede da célula

 As hifas são encontradas na maioria dos elementos celulares da


madeira, onde as paredes das células parenquimáticas podem ser
completamente destruídas
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 Madeira embolorada  superfície pulverulenta ou algodoada


Coloração variada devido à produção de esporos coloridos
Facilmente removida com raspagem ou lixamento que
exponha a camada inferior da madeira

 Aspecto algodoado  produção de uma massa de hifas na


superfície da madeira

Bolores
 Bolores não ocorrem em umidade abaixo do PSF

Portanto o ataque é mais comum em:


 toras recém cortadas
 peças de madeira serrada durante o período
de secagem
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FUNGOS EMBOLORADORES
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 madeiras mantidas com alto teor de


umidade
 madeiras secas  expostas em
ambientes com umidade acima de 90%

 Não chegam a afetar as paredes das células

 portanto não comprometem a resistência mecânica

De modo geral muito tolerantes


 maioria dos princípios de formulações de preservantes
difícil controle
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 Características da madeira atacada:


 Ataque aparentemente superficial

 Porém as hifas penetram profundamente no alburno

 aparente ataque superficial

 presença do fungo esporulado

 hifas no interior da madeira = sem pigmentação (hialinas)

 Superfície da madeira

 uma camada algodoada de diferentes de colorações

 O ataque não danifica a parede celular significativamente


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 Ataque predomina tecido radial e vizinhança


 Causa a perfuração dos raios madeira mais higroscópica

Permeabilidade

Figura 2. Escala de notas (0= sem crescimento; 1= crescimento em até 10% da área
da madeira; 2= 11 a 50% da área; 3= >51% da área) para avaliação da colonização de
fungos na superfície da madeira de Pinus usada na confecção de embalagens para
hortaliças. Brasília, Embrapa Hortaliças, 2003.
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FUNGOS EMBOLORADORES
Ascomicetos, Schizomicetos, Deuteromicetos e Ficomicetos

• Desenvolvem-se na superfície da madeira


• Hifas podem penetrar profundamente no alburno
• Nutrem-se de células parenquimáticas (açúcares, amido)

• Torna a superfície pulverulenta ou algodoada (mofo)


• Coloração variada e é facilmente raspável
• Causa a perfuração dos raios o que torna a madeira mais
higroscópica
• Ataque em toras recém cortadas e peças acima do PSF

• Não chegam a afetar as paredes celular - não comprometem a


resistência mecânica
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2. FUNGOS MANCHADORES
(Ascomicetos e Deuteromicetos)
Os fungos manchadores ou cromógeno são provenientes de
hifas pigmentadas ou de hifas cristalinas, que secretam
substâncias coloridas, que se desenvolvem no interior da madeira

Fungos manchadores possuem hifas pigmentadas

A colonização dos fungos é feita através do lume das células e as


hifas dos fungos manchadores atravessam a parede celular,
através das pontuações e penetram profundamente no alburno e se
alimentam de substâncias de reserva, como amido e açúcares;

Nas coníferas, as hifas colonizam quase que exclusivamente as


células do parênquima radial e, raramente, são observadas nos
traqueídeos; nas folhosas, as hifas colonizam inicialmente o
parênquima radial e os vasos e, em sequência, as fibras e
traqueídeos, ao redor dos raios.
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 A madeira manchada apresenta maior permeabilidade que a


madeira sadia, devido ao rompimento das membranas pelas hifas.

Em nível celular, os fungos manchadores eventualmente podem


afetar a parede celular, em estágio avançado de ataque, provocando
a podridão mole.

Macroscopicamente, a madeira atacada pelos fungos


manchadores apresenta no alburno algumas áreas de coloração
variada, alterando de azul a cinza-claro (“azulão ou mancha azul”),
de forma e tamanho variáveis nas superfícies longitudinais e que se
distribuem radialmente, quando observadas em cortes transversais.

 Quando essas manchas se tornam visíveis, trata-se do resultado


da reflexão da luz incidente sobre as hifas pigmentadas ou de
pigmentos liberados pelo fungo.
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FUNGOS MANCHADORES
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FUNGOS MANCHADORES
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 A penetração das hifas ocorre logo após a germinação dos


esporos em contato com a madeira e penetram profundamente na
madeira. Esta grande velocidade de penetração faz com que a
aplicação de alguns produtos torne-se ineficaz.

 Os fungos manchadores também ocorrem, com frequência, em


toras recém-abatidas e em peças de madeira serrada, na fase de
secagem; além disso, as madeiras secas ao ar e, posteriormente
submetidas ao reumedecimento, contínuo ou intermitente, podem
ser colonizadas pelos fungos manchadores.

 Ao contrário do emboloramento, as manchas não podem ser


retiradas da superfície, devido à penetração e coloração das hifas.

 O alburno de Pinus sp., intensamente manchado, pode


apresentar reduções de 1 a 2% na densidade, de 2 a 10% na dureza,
de 1 a 5% na resistência à flexão e de 15 a 30% na resistência ao
impacto 43
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 Grande velocidade de penetração


 Aplicação de produtos preservantes

 após 48 horas de exposição

 geralmente  torna-se ineficaz

 Porém  manchamento pode ser evitado

 aplicação  alguns produtos químicos

 difundem-se profundamente

 nas regiões já afetadas pelo fungo

 antes que ocorra a pigmentação


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 Alguns fungos manchadores


 em estágio avançado de ataque

 podem provocar podridão mole

 afetando a parede das células da madeira

 Vários fungos manchadores

 Causam diferentes colorações na madeira

 mais importantes causadores da mancha azul


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 Características da madeira atacada:


 Madeira adquire coloração
 desvaloriza comercialmente

 Não há perda significativa:


 de peso e redução de propriedades mecânicas

 considerada  deterioração secundária

 Ataque  somente em madeira de alburno


 cerne  imune

 Penetração na madeira

 48 horas de exposição ao ambiente


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CARACTERÍSTICA DA MADEIRA ATACADA


POR FUNGO MANCHADOR
FACE ATACADA

FACE NÃO ATACADA


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Fungos Manchadores
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4. MANCHA QUÍMICA

 Não é um agente biológico


Resultado de uma reação química
Extrativos solúveis em água, e o oxigênio da atmosfera, durante o
processo de secagem da madeira
Alguns tipos de taninos e açúcares são transportados pela água
do interior da madeira até a superfície, onde a mesma é evaporada,
sofrendo uma oxidação, quando expostos ao calor.
 Nas coníferas, ela apresenta uma coloração amarela ou marrom
e, nas folhosas, apresenta uma coloração acinzentada.
A mancha química pode ser evitada quando se utilizam
programas adequados de secagem, principalmente quando se
realiza uma secagem rápida no início do processo.
1. FUNGOS APODRECEDORES
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Ascomicetos, Schizomicetos, Deuteromicetos e Ficomicetos

• Responsáveis pela perda de resistência da madeira


• Hifas produzem enzimas que desintegram a parede celular

Podridão Parda Podridão Mole

Podridão Branca
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Fungos
apodrecedores
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1. FUNGOS APODRECEDORES

Biológicos Fungos

Apodrecedores - Comprometimento estrutural por reações enzimáticas


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1.3 Podridão mole


(Ascomicetos e Schizomicetos)

 Fungos da podridão mole:


capacidade de desenvolverem-se
 condições inibitórias para outros fungos
 como alta umidade

 Não penetram profundamente na madeira  máximo 20 mm

 Penetram na parede secundária da célula  que correm


paralelamente às cadeias de celulose
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Dentro da parede celular


atravessam a lamela média
 penetram na célula vizinha
 continuando o ataque sucessivamente

As hifas colonizam as células através do lúmem


 passando de uma célula a outra pelas pontuações

Utilizam:
 substâncias de reserva da madeira como fonte de alimento

O ataque se restringe à superfície da madeira


 não mais que 2 cm
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 Características da madeira atacada:


O ataque se restringe à superfície
 porém  parte atacada é facilmente removida por ação
mecânica
 parte logo abaixo é exposta e reinfestada

 Quando úmida
madeira atacada  superfície amolecida
 ao secar  coloração escurecida
 com várias fissuras no sentido das fibras

Ataque  em estágio avançado


 destruição total das paredes secundária e primária
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CARACTERÍSTICA DA MADEIRA ATACADA POR


PODRIDÃO MOLE
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PODRIDÃO MOLE
(Ascomicetos e Schizomicetos)

• Ataque na camada S2 da parede celular


• Nutrem-se de substâncias de reserva da madeira
• Penetram superficialmente na madeira  máximo 2 cm
• As hifas colonizam as células através do lume passando de uma
célula a outra pelas pontuações

Consequências:
• Camada superficial escurecida, com o aspecto de estar levemente
queimada
• Redução das propriedades mecânicas
• Fissuras paralelas e perpendiculares à grã
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1. FUNGOS APODRECEDORES

 Responsáveis pela perda de resistência da madeira

 Hifas produzem enzimas que desintegram a parede celular

 catalizam os produtos da degradação

1.1 Podridão parda


(Basidiomicetos)

Alimentam-se predominantemente = celulose e polioses


transformando-as em substâncias solúveis  açucares

Açucares são facilmente assimiladas e digeridas

 lignina = praticamente intacta  coloração escura


 A madeira apresenta aspecto de estar levemente queimada
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 Devido á contínua degradação das celulose e polioses


 madeira atacada adquire coloração parda/escura
 função da lignina  que fica intacta
 coloração escura
 madeira apresenta o aspecto de estar levemente queimada

 A nível microscópico

 não ocorre degradação da célula pois a lignina residual


mantém a estrutura da célula

 A destruição dos elementos estruturais  provoca a rápida


perda da resistência mecânica da madeira
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 Características da madeira atacada:


 Quando seca = aspecto de estar levemente queimada
 adquirindo coloração parda

 Ao secar sofre colapso com facilidade

 desenvolve inúmeras fissuras paralelas


e perpendiculares à grã

 Mudança do aspecto da madeira

 Perda de peso e diminuição das propriedades mecânicas


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ASPECTO DA MADEIRA ATACADA


POR PODRIDÃO PARDA
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PODRIDÃO PARDA
Basidiomicetos

• Atacam a celulose e polioses  a lignina fica praticamente


Intacta

• Alteram o aspecto da madeira:


- madeira atacada adquire coloração parda (aspecto de estar
levemente queimada)

- A destruição dos elementos estruturais  perda da resistência


mecânica e perda de peso da madeira

- Sofre colapso com facilidade devido a inúmeras fissuras paralelas


e perpendiculares à grã
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1.2 Podridão branca (Basidiomicetos)

 Como os fungos da podridão parda  atuam na superfície


da parede celular

 Ação restrita do sistema enzimático


 proporciona a formação de fendas ou orifícios  onde os
fungos se alojam

 Durante o ataque
 fendas vão aumentando

 provocando uma lenta erosão da parede celular

 a partir do lúmem em direção à lamela média


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 celulose, polioses e lignina (atacada mais facilmente)

Lignina  removida da parede celular


utilizada na nutrição do fungo junto com os
hidratos de carbono

 Características da madeira atacada:

 Devido à maior porcentagem de holocelulose na madeira


 quando atacada  adquire coloração esbranquiçada

 As áreas apodrecidas podem estar delimitadas por linhas


escuras
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 Quando fricciona-se a madeira  ocorre desfibrilação

 Perda de peso e das propriedades físicas e de resistência


da madeira em função do consumo  celulose, polioses e
lignina

CARACTERÍSTICA DA MADEIRA ATACADA


POR PODRIDÃO BRANCA
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CARACTERÍSTICA DA MADEIRA ATACADA


POR PODRIDÃO BRANCA
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PODRIDÃO BRANCA
Basidiomicetos

• Atacam a celulose, polioses e lignina


• Lignina é removida da parede celular utilizada na nutrição do fungo
junto com os hidratos de carbono

• Ação restrita do sistema enzimático


• Provoca a formação de fendas ou orifícios e lenta erosão da parede
celular

• Coloração esbranquiçada (maior % de holocelulose )


• Quando fricciona-se a madeira ocorre desfibrilação
• Perda de peso e das propriedades físicas e de resistência da
madeira
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RECONHECIMENTO DO ATAQUE DE FUNGOS


Sintomas ataque de fungos dependem:
• Espécie de fungo
• Madeira atacada
• Grau de evolução da infestação - Geralmente os primeiros sintomas
de ataque de qualquer fungo são diferentes dos sintomas
observados em estágios mais avançados (sendo de fácil
detecção).

Principais modificações na madeira


• Mudança de coloração
• Amolecimento da madeira
• Mudança na densidade (propriedades físicas e mecânicas)
• Mudança no cheiro
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Podem ocorrer todas estas modificações ou algumas apenas

• 1. Mudança de coloração: ocorrem nos estágios


iniciais e é o primeiro sintoma visível; ocorre antes da
desintegração das substâncias da madeira com listras
marrom escuras ou marrom arroxeadas. Na madeira
serrada, dependendo da espécie de fungo ocorrem
pontos marrom escuros ou regiões com coloração mais
clara que na madeira sã.

• 2. Amolecimento da madeira: madeira com princípio


de apodrecimento. Possui textura quebradiça, tornando-
se impossível retirar com faca pedaços inteiros de
madeira. As fibras se partem nas proximidades do aço da
faca e há impressão de que a madeira já foi macerada
anteriormente.
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• 3. Mudança na densidade: Perda de peso acompanhada


de descoloração. É característica do avanço do
apodrecimento. Tais características nem sempre são
verdadeiras em função do crescimento da árvore. A
madeira pode apresentar descoloração e densidade fora
do padrão para a espécie, comum em coníferas de rápido
crescimento. O conteúdo de umidade também pode afetar
a densidade aparente.

• 4. Mudança no cheiro: madeira atacada por fungos


apodrecedores possui cheiro desagradável, semelhante a
lugares abafados e úmidos. Vários fungos apresentam
cheiros característicos como Lentinus lepideus possui
cheiro peculiar que auxilia no reconhecimento.

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• 5. Alteração nas propriedades físicas e mecânicas: a


madeira apodrecida apresenta os constituintes estruturais
das células degradados, o que resulta na alteração das
propriedades físicas e mecânicas. Ensaios físicos e
mecânicos da madeira atacada comparados com a
madeira sã dão indicativo do grau de ataque.

• 6. Análise microscópica da madeira: um exame


microscópico com a análise de seção de madeira corada é
um dos meios mais efetivos para detecção do ataque. A
coloração das células da madeira e das hifas do fungo
permite visualização dos danos causados na madeira e
também auxilia na identificação ou caracterização do
fungo presente.

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• 7. Isolamento do fungo em meio de cultura:


consiste na retirada de pedaços de madeira
supostamente infestada, em condições
assépticas, para introdução em meio de
cultura. Grande eficácia para detecção de
fungos.

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Obrigado !!!

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