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Rua Vitório Giometi, 620, Apto, 33, Bl. 01, Jd. Nv. Sta. Paula, 13564-330, São Carlos, - SP, (16)3306-9107, dellacivil@yahoo.com.br
ÍNDICE
CAPÍTULO 1 1
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO 2 2
2.1. PROCEDIMENTOS 2
2.1. FUNDAÇÕES A SEREM PESQUISADAS 2
2.1.1. FUNDAÇÃO RASA 3
2.1.2. FUNDAÇÃO EM ESTACAS 3
2.1.3. FUNDAÇÃO EM TUBULÕES 5
CAPÍTULO 3 6
FUNDAÇÕES RASAS 6
CAPÍTULO 4 25
BIBLIOGRAFIA 43
INTRODUÇÃO
2.1. Procedimentos
SPTmédio
σs = (MPa) , para solos com SPT ≥ 20 (2.1)
50
sendo:
– σs a pressão de pré-adensamento de solos predominantemente argilosos,
expressa em Pa.
SPTmédio
σs = (MPa) , para solos com SPT ≥ 20 (2.2)
30
sendo:
– σs a pressão de pré-adensamento de solos predominantemente argilosos.
FUNDAÇÕES RASAS
DIVISA
VIGA−ALAVANCA
3.2.4. Grelha
Elemento de fundação constituído por um conjunto de vigas que se cruzam nos
pilares.
3.2.6. Radier
Quando as áreas das bases das sapatas totalizam mais de 70% da área do
terreno recomenda-se a utilização de radier. Trata-se de uma sapata associada,
formando uma laje espessa que abrange todos os pilares da obra ou ações
distribuídas. O radier pode ser executado com e sem vigas. A Figura 3.8 apresenta
este tipo de fundação.
Atualmente o radier tem sido largamente utilizado em construções de casas
populares, em função da facilidade de execução.
É preciso tomar alguns cuidados quando se projetar uma fundação em radier: o
S.P.T. deverá ser superior ou no máximo igual a 20; não é aconselhável a utilização
de radier em aterros e em solos que apresentam perfil geológico decrescente (ou seja,
o valor do S.P.T. diminui com o aumento da profundidade das camadas).
VIGA
LAJE
PILAR
LAJE
VIGA
Estas duas hipóteses podem ser vistas na Figura 3.9. A primeira hipótese se
aplica aos radiers classificados como rígidos, enquanto que a segunda hipótese
aplica-se aos radiers flexíveis. Assim, o cálculo seguindo a primeira hipótese será
chamado de cálculo com variação linear de pressões, e o cálculo que segue a
segunda hipótese será chamado de cálculo pela área de influência dos pilares.
Radier
R Faixa
q2.b
Modelo de
cálculo
q1.b
1,75
l≤
kv ⋅ b (3.1)
4
4 ⋅ Ec ⋅ I
Sendo:
– b, a largura da faixa de influência da linha de colunas;
– kv, o coeficiente de reação vertical (corrigido para a forma e dimensão do radier);
– Ec.I, é o módulo de rigidez da faixa.
– Determinar uma pressão média atuando nos painéis (média ponderada dos qi
naquele painel);
– Calcular, como num pavimento de superestrutura, os esforços nas lajes e vigas e
as reações nos apoios (pilares);
Se as reações nos apoios forem muito diferentes das forças nos pilares, deve-
se redefinir as pressões médias nos painéis.
Este método é análogo àquele em que as vigas têm suas pressões de contacto
supostas uniformes nas áreas de influência dos pilares (Figura 3.11b). Por outro lado,
considera-se a força dos pilares sem majoração, a despeito da aproximação que é
feita na definição das pressões de contato.
Ai
Fi
Figura 3.11 – Esquema de cálculo de um radier pela área de influência dos pilares.
vigas de fundação, quanto para ações horizontais, como é o caso de estacas sob
forças horizontais e estruturas de escoramento de escavações.
A Equação 3.3 e Figura 3.12, exprimem a hipótese de Winkler.
F = Kv ⋅ w (3.3)
F = K v .w
w
w
Kv
Figura 3.12 – Esquema de cálculo de um radier pela área de influência dos pilares.
1 E solo 1
Kv = ⋅ ⋅ (3.4)
B 1 − ν 2 Is
sendo:
– Kv, o coeficiente de mola;
– B, a menor dimensão da fundação (sapata, viga ou radier);
– νsolo, o coeficiente de Poisson do solo;
– Esolo, o módulo de elasticidade do solo, e;
– Is, o fator de forma da fundação.
Por meio da Equação 3.4 observa-se que quanto maior a fundação (maior o
lado B), menor o coeficiente Kv e, quanto mais a forma da fundação se distancia da
quadrada ou circular, tendendo para uma forma retangular mais alongada, também
menor do valor de Kv.
O módulo de elasticidade e o coeficiente de Poisson do solo podem ser obtidos
por meio de valores tabelados fornecidos por Bowles (1982). A Tabela 3.1 traz valores
de módulos de elasticidade de alguns solos em função do S.P.T. e da resistência de
ponta de um tubulão ou estaca. A Tabela 3.2 coeficientes de Poisson para alguns tipos
de solo.
Tabela 3.1 – Módulo de deformação do solo em função do SPT e Rp, Bowles (1982).
Módulo de deformação do solo (Esolo)
Tipo de solo Es = f(SPT) Es = f(Rp)
(KPa) (KPa e kN)
Areia Es = 500(SPT +15) Es = 2 a 4 Rp
Areia argilosa Es = 320(SPT + 15) Es = 3 a 6 Rp
Areia siltosa Es = 300(SPT + 6) Es = 1 a 2 Rp
Areia/pedregulho Es = 1200(SPT + 6) -
Argila mole - Es = 6 a 8 Rp
Tabela 3.2 – Coeficiente de Poisson para diferentes tipos de solos, Bowles (1982).
Coeficiente de Poisson -
Tipo de solo
ν
Saturada 0,4 -0,5
Não saturada 0,1 – 0,3
Argila
Arenosa 0,2 – 0,3
siltosa 0,3 – 0,35
Densa 0,2 – 0,4
Areia Fofa* e grossa 0,15
Fofa* e fina 0,25
Variação em função do
Rocha 0,1 – 0,4
tipo de rocha
Nota: (*) índice de vazios compreendido entre 0,4 e 0,7.
Tabela 3.3 – Coeficiente de forma, Perloff (1960) apud Velloso & Lopes (1996).
Meio
Radier Contínuo
Radier
Molas
b ⋅ h3
If = (3.5)
12
b ⋅ h3
It = 2 ⋅ If = (3.6)
6
b ⋅ h3
It = (3.7)
30
Fpar
Fpar,nós = ⋅l (3.6)
n
onde:
– Fpar é a carga da parede por unidade de comprimento;
– ℓ é o comprimento da parede;
– n é número de nós existentes no comprimento da parede.
Tabela de forças
Descrição Forças
Paredes internas 6,16 kN/m
Piso, contra-piso 1,0 kN/m2
Impermeabilização 1,0 kN/m2
Ação acidental no radier 1,5 kN/m2
Ação acidental e revestimento na laje de forro (argamassa de
0,77 kN/m2
cimento, cal e areia, espessura de 15 mm).
ações sugeridas pela NBR 6118:2003: quase permanente para o caso de ELS-DEF e
freqüente para o caso de ELS-W. Neste exemplo apenas serão apresentados os
esforços solicitantes referente ao Estado Limite Último.
A Figura 3.16 mostra o radier deformado sobre o solo. Observa-se que a área
de influência do radier é praticamente à mesma utilizada na modelagem.
A Figura 3.17 apresenta dos deslocamentos ocorridos somente no radier.
Deslocamentos em metros.
Figura 3.16 – Radier e solo deformados.
Deslocamentos em metros.
Figura 3.17 – Radier deformado.
Engº. Rodrigo Gustavo Delalibera, dellacivil@yahoo.com.br 22
della estruturas
Introdução ao dimensionamento estrutural de elementos especiais de fundações
Por meio dos diagramas de isomomentos apresentados nas Figuras 3.18, 3.19
e 3.20 procede-se o dimensionamento estrutural do radier quanto às tensões normais.
l√3/3
l√3/6
l/2 l/2
l l/2 l/2
2 estacas l
3 estacas
l/2 l√2/2
l/2 l√2/2
l/2 l/2
l√2/2 l√2/2
l
4 estacas 5 estacas
4.2.3. Método da superposição dos efeitos para blocos solicitados por força
vertical e momento
O método da superposição consiste em calcular a reação em cada estaca
somando-se separadamente os efeitos da ação vertical e dos momentos. Para ser
válido o procedimento, os eixos x e y devem ser os eixos principais de inércia e as
estacas devem ser verticais, do mesmo tipo, comprimento e diâmetro. A força
resultante (Ri) em uma estaca genérica i com coordenadas (xi, yi) é dada pela
Expressão 4.1.
Nd M x y i M y x i
Ri = ± ± (4.1)
n e ∑ y i2 ∑ x i2
My
Nd
C.G.
x
My
Mx
yi
xi
Nd
My
Na verdade o que este método faz nada mais é do que aplicar a fórmula de
flexão composta da Resistência dos Materiais, uma vez que as hipóteses coincidam,
ou seja, consideração de bloco infinitamente rígido e reações das estacas
proporcionais aos respectivos deslocamentos (na direção do eixo da estaca),
supondo-se ainda que todas as estacas tenham mesmo comprimento e desprezando-
se as pressões de apoio do bloco no terreno.
h≥
(a − a ) p
(4.2)
3
onde:
– h é a altura do bloco;
– a é a dimensão do bloco em uma determinada direção;
– ap é a dimensão do pilar na mesma direção.
d
h
10 cm a 15 cm
c 10 cm
lastro de concreto
φest
φest 2
≥ 25 cm
Figura 4.4 – União de bloco e estaca, Calavera (1991).
e
e
l1
≥ 0,8l b (4.3)
0,7
l1 l
l2 + = 0,8l b → l 2 = 0,8l b − 1 (4.4)
0,7 0,7
l2
l1
mas deve se garantir que esta armadura seja prolongada até a face do bloco
(descontando apenas o cobrimento). O comprimento ℓ1 não deve ser menor que um
terço de ℓb, 10 vezes o diâmetro das barras e 15 cm.
Montoya (2000), diferentemente de Calavera (1991) não sugere redução da
seção da área de armadura, indicando que a armadura principal seja colocada em
todo o comprimento do bloco. A ancoragem das barras deve ser feita com ângulo reto
ou com barras transversais soldadas, medida a partir do plano vertical do eixo da
estaca até a face do bloco (desconsiderando o cobrimento). Considerando o efeito
benéfico da força resultante das tensões nas bielas de compressão permite reduzir a
força a ser ancorada em 20%.
Delalibera (2006) apresenta duas hipóteses para a determinação do
comprimento de ancoragem. A primeira hipótese sugere que o comprimento de
ancoragem se inicie a partir da face mais afastada da estaca estendendo-se até a face
do bloco (descontado o cobrimento), utilizando-se integralmente a força a ancorar. A
segunda sugere que o comprimento de ancoragem se inicie no eixo da estaca e se
estenda até a face do bloco (descontado o cobrimento), reduzindo-se 49% da força a
ancorar. A Figura 4.7 exemplifica estes métodos.
Delalibera (2006) sugere ancoragem reta, pois, por meio de ensaios
experimentais verificou que os ganchos não têm influência relevante.
F F
Hipótese I Hipótese II
estribo
direção transversal
estribo
direção longitudinal
Figura 4.8 – Armaduras secundárias, CEB-FIP (1970).
Nos blocos com mais de seis estacas a disposição das armadura sobre as
estacas (ver Figura 4.10) é a mais adequada.
Para o cálculo, fica evidente que o modo de calcular segundo duas direções
(no caso de simetria nas direções dos respectivos eixos) é o que se aplica com mais
facilidade e clareza.
É o que se chama de Método Geral que consiste em:
– Definir duas direções ortogonais entre si (em geral eixos de simetria ou direções
paralelas às faces laterais dos blocos);
– Calcular para cada direção, sucessivamente em várias seções, o somatório das
forças de tração correspondentes às estacas que estiverem do mesmo lado (à
esquerda ou à direita da seção);
– Adotar armaduras em função das tensões de tração existente em cada direção;
– Verificar as tensões nas bielas junto às estacas. A estaca mais crítica será aquela
que corresponder a maior inclinação da biela (βmáx).
Obs. Quase sempre os pilares terão seções com grandes dimensões. Deve-se
então adotar da maneira que se julgar mais adequada as posições (na seção do pilar)
das bielas correspondentes a cada estaca.
– Verificar as tensões nas bielas junto ao pilar. Nesse caso cada biela terá inclinação
βi e será necessário adotar um valor médio βm.
Figura 4.10 – Distribuição das barras da armadura principal de tração segundo recomendações da
NBR 6118:2003.
Parece ser mais adequado adotar um valor que corresponda a médias das
tangentes, isto é:
1 n
βm = ⋅ ∑ βi (4.6)
n 1
plano horizontal do bloco. Por meio deste ângulo é que são determinadas às forças de
tração nos tirantes.
A favor da segurança aconselha-se que o dimensionamento dos tirantes dos
blocos e as verificações das tensões nas regiões nodais inferior e superior (junto ao
pilar e junto à estaca) sejam feitos com a reação da estaca mais solicitada à
compressão.
Txi
Ti
Tyi i
i
Fb
Y
i
X Txi
F
My
Txi X
Ti
Estaca
Ti
i
Txi
Ri R i+1 R i+2
A força na biela (Fb) é calcula por meio da Expressão 4.7 e é função da reação
da estaca mais comprimida (R+).
R+
Fb = (4.7)
sen(β i )
Por meio da força na biela determina-se a força nos tirantes nas direções X e
Y.
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della estruturas
Introdução ao dimensionamento estrutural de elementos especiais de fundações
Ti = Fb ⋅ cos(β i ) (4.8)
Txi = Ti ⋅ sen(α i ) (4.9)
Tyi = Ti ⋅ cos(α i ) (4.10)
Em função das forças Txi e Tyi calcula-se as áreas das barras de aço da
armadura principal de tração nas direções X e Y, sendo fyd a resistência de cálculo ao
escoamento das barras de aço.
Txi ⋅ γ f
A sx,i = (4.11)
f yd
Tyi ⋅ γ f
A sy,i = (4.12)
f yd
As verificações das tensões nas regiões nodais inferior e superior são feitas por
meio das Expressões 4.13 e 4.14.
Fb ⋅ n
≤ 0,85 ⋅ fcd (4.13)
A p ⋅ sen(β m )
Fb
≤ 0,85 ⋅ fcd (4.14)
A e ⋅ sen(β máx )
projetistas. Mais informações sobre este método pode ser encontrada em Munhoz
(2004) e Delalibera (2006).