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Todos os anos, o oceano é o recetor final de milhões de toneladas de poluentes,

provocando alterações nos ecossistemas, um risco para a saúde humana e das


espécies marinhas devido aos efeitos tóxicos acumulativos de alguns contaminantes ao
longo da cadeia alimentar e até prejuízos económicos devido ao decréscimo das
pescas, por isso esta poluição não só é prejudicial para a vida marinha como para o
Homem. Como sabemos um dos maiores poluentes é o plástico que pode demorar
muito mais de 10 anos a degradar-se.

Em 2012, Boyan Slat, um holandês com 18 anos projectou um dispositivo capaz de


recolher plástico dos oceanos, consistindo numa barreira flutuante de 600 metros de
comprimento, que utiliza a força das correntes para capturar os resíduos. Tem a forma
de U e uma espécie de rede que apanha plástico até aos três metros de profundidade.
Este sistema depende totalmente das forças naturais do oceano, não requere uma
fonte externa de energia para capturar e concentrar o plástico e a parte electrónica é
alimentada pela energia solar.

Em 2013, o jovem holandês criou a The Ocean Cleanup, uma fundação sem fins-
lucrativos que é responsável pelo desenvolvimento de tecnologias para limpar os
oceanos, com o objectivo de reduzir 90% do plástico que lá flutua até 2040. A
fundação estima que conseguirão remover cerca de 50% da grande ilha de lixo do
Pacífico a cada 5 anos.

Esta ilha foi descoberta por Charles Moore em 1997 e é 17 vezes maior que Portugal,
com cerca de 1,6 milhões de metros quadrados, situando-se entre o Havai e a
Califórnia. É constituída por microplásticos que compõem cerca de 94% dos 1,8
milhões de resíduos plásticos que existem na ilha, mas os maiores responsáveis pelos
79 000 toneladas de plástico são equipamentos de pesca deixados ao abandono e não
garrafas ou embalagens como se pensa. Esta acumulação resulta de sistemas de
correntes rotativas que aprisionam os detritos marinhos em grandes aglomerados e
em 1999 foi provado que o lixo aí preso supera a quantidade de plâncton que alimenta
a vida oceânica.

Esta é umas das 5 ilhas de lixo existentes no oceano,

A 8 de Setembro de 2018, a fundação lançou o system 001, esteve 4 meses no mar


mas apresentou alguns problemas, não conseguia reter grande parte do plástico que
recolhia e uma parte do sistema desconectou-se. Eles concluíram que o sistema
precisava de percorrer o plástico a uma velocidade consistente para rete-lo
efectivamente, a equipa de engenheiros responsável por este projecto desenvolveu
opções para resolver estes problemas, que foram incorporados no System 001/B, este
que foi lançado em 18 de Junho de 2019.

Em outubro, Boyan Slat anunciou que o sistema de limpeza estava finalmente a


apanhar plástico, desde redes fantasmas a uma tonelada de pequenos microplásticos.
Descobriram que a versão mais lenta do sistema provou resultados mais estáveis na
captura e retenção de plástico. Agora a fundação está a trabalhar no system 002 que
será um sistema operacional em grande escala e com base nos elementos provados no
sistema anterior, com o objectivo de se manter vários anos no mar.
O processo de retirar todo o plástico do oceano vai ser demorado e por isso até isso
acontecer, devemos reciclar, não deixar resíduos na praia e participar em ações de
limpezas de praias.

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