Você está na página 1de 13

Índic

2017/2018

Castelo Paderne
Geografia do Turismo
1º Ano
Turma: A

Grupo
 Alexandre Filipa a61587
 João Fialho a61590
 Pedro Martins a61650
 Ritvars Metra a60614
Introdução....................................................................................................................................2
Espaço, Lugar e Paisagem............................................................................................................2
Descrição do percurso..................................................................................................................9
Resumo......................................................................................................................................11
Introdução

O Castelo de Paderne localiza-se na cidade e freguesia Paderne, no Concelho de


Albufeira, no Distrito de Faro, em Portugal. Ergue-se em posição dominante sobre a
ribeira de Quarteira, a cerca de 2 km do Sul da cidade. Este é um dos sete castelos
representados na bandeira nacional, as suas ruínas de cor avermelhada constituem um
dos exemplares mais significativos da arquitetura militar muçulmana na península
Ibérica, destacando-se na paisagem como um aviso de chegada ao Algarve para quem
entra na Via do Infante, vindo da A2. O efeito cenográfico é multiplicado à noite graças
à iluminação instalada pela Região de Turismo do Algarve.

No entanto, a maioria está seguramente longe de imaginar a importância histórica


deste reduto defensivo, assim como a sua relevância científica para quantos se
dedicam ao período islâmico peninsular1.

Com este trabalho, pretendemos enriquecer a oferta turística para castelo de Paderne
e seguindo as últimas tendências, educar e sensibilizar turistas e outros vistores.

Espaço, Lugar e Paisagem

Para entender os conceitos temos de aprofundar a teoria. A ciência geográfica


apresenta, de acordo com as diferentes correntes do pensamento, várias categorias
consideradas essenciais para a compreensão do seu estudo. Neste estudo vamos
abordar as categorias lugar, não lugar, paisagem e espaço.
O Algarve é provavelmente uma das zonas mais conhecidas de Portugal Continental,
logo a seguir à capital Lisboa. Areia dourada e águas azuis da costa algarvia são os
principais símbolos que representam o Algarve para a maior parte dos turistas
estrangeiros e domésticos. O Algarve é um lugar de férias.
Atualmente existem vários conceitos de “lugar”, espaço e “não lugar”. Para alguns
geógrafos, “lugar”, significa uma área especifica singular, identificada como tal pelo
nome, seja Faro, Algarve ou Albufeira. Compreender o lugar em que se vive, permite-
nos conhecer a história e conseguir entender as coisas que ali acontecem. O Geógrafo
brasileiro Milton Santos define “Cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma razão
global e de uma razão local, convivendo dialeticamente” [CITATION SAN96 \p "p. 273" \l
2070 ].
Segundo Ferreira de Mello J.B, os lugares são repletos de símbolos. Assim defendem os
geógrafos do horizonte humanístico. A simbologia não se restringe aos centros de bem
querência, afetividade, despojamento e experiência. Os espaços: vastos, estranhos,

1
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-
patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74129/
desconhecidos e “distantes”. Bem como os “deslugares”: monótonos e repetitivos,
reúnem igualmente símbolos de grandezas variadas.2
Para Tim Cresswell, lugar, casa e raízes são conceitos profundamente morais no léxico
humanista. Isso implica que a mobilidade pareça envolver um número de ausências:
ausência de comprometimento, laços e envolvimento. Uma falta de significado.
Cresswell concorda com a ideia de construção do lugar a partir da prática, ao afirmar
que os lugares nunca estão completos, finalizados ou limitados, mas sempre em
processo.[ CITATION CRE02 \l 2070 ].
O conceito de “Não lugar”, é introduzido pelo etnólogo e antropólogo francês Marc
Augé no inico dos anos 90. Ele usa termo "não-lugar" para se referir a lugares de
transitórios que não possuem significado suficiente para serem definidos como "um
lugar", por exemplo, um quarto de hotel, um aeroporto ou supermercados. Se
definirmos o não lugar não como um espaço empiricamente identificável (um
aeroporto, um hipermercado ou um monitor de televisão), mas como o espaço criado
pelo olhar que o toma como objeto, podemos admitir que o não lugar de uns (por
exemplo, os passageiros em trânsito num aeroporto) seja o lugar de outros (por
exemplo, os que trabalham nesse aeroporto)[CITATION Aug06 \p "p. 116" \l 2070 ].
Conceito de paisagem é um dos elementos conceituais mais importantes para melhor
observar e compreender o espaço geográfico e suas múltiplas formas de análise.
O termo paisagem é muito polêmico, ou seja, pode ser utilizado de diferentes
maneiras e por várias ciências.
Rodolfo F. Alves Pena defina: “… a paisagem carrega consigo aspetos naturais e
também aspetos culturais ou humanizados. Quando uma determinada área é formada
apenas pelos elementos da natureza, falamos de uma paisagem natural, mas quando
ela apresenta alguma intervenção humana, então falamos de paisagem cultural,
também chamada de “paisagem humanizada” ou de “paisagem geográfica” 3.
Para Francisco Wagner de Cerqueria a paisagem é formada por diferentes elementos
que podem ser de domínio natural, humano, social, cultural ou econômico e que se
articulam uns com os outros. A paisagem está em constante processo de modificação,
sendo adaptada conforme as atividades humanas[ CITATION Wag18 \l 2070 ].
Também “espaço” e importante conceito para a Geografia, entre tanto não á um
consenso entre os geógrafos sobre o que seria, exatamente, o espaço geográfico.
Milton Santos afirma que o espaço geográfico é um conjunto de sistemas de objetos e
ações, isto é, os itens e elementos artificiais e as ações humanas que manejam tais
instrumentos no sentido de construir e transformar o meio, seja ele natural ou
social[ CITATION SAN96 \l 2070 ].
Para os geógrafos humanistas o espaço é o local de morada dos seres humanos e, mais
do que isso, é o meio de vivência onde as pessoas imprimem suas marcas
cotidianamente, proporcionando novas leituras à medida que a compreensão do
mundo modifica-se. Cresswell escreveu “o conceito de espaço é mais abstrato do que
o de lugar. Quando pensamos em espaço temos tendência a pensar o espaço exterior,
ou os espaços geométricos, áreas e volumes”[CITATION Tim04 \l 2070 ].

2
JOÃO BAPTISTA FERREIRA DE MELLO “SÍMBOLOS DOS LUGARES, DOS ESPAÇOS E DOS
“DESLUGARES” © Periódico Espaço e Cultura, 2008
3
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/conceito-paisagem.htm
Paisagem
No percurso, como paisagem, poderemos contemplar de cima das muralhas a visita do
cerro e da natureza que cerca aquela aldeia.
A paisagem reflete o imaginário, não é um lugar específico, mas sim algo belo visto aos
olhos de alguém, de um certo lugar e de um certo ângulo.
A paisagem é a combinação dinâmica (instável) numa determinada porção de espaço,
de elementos físicos, biológicos a antropológicos… reagindo, uns sobre os outros,
fazendo dela um conjunto indissociável em constante mutação, seja ela natural ou
social, através da qual é possível perceber a realidade de uma localidade» (Carla
Almeida).

Sítio
Paderne é uma freguesia pertencente ao concelho de Albufeira, situando-se no
Algarve.
Atualmente, esta pequena localidade conta com cerca de 3000 habitantes, número
que outrora já foi ligeiramente maior, principalmente a meio do século XX.
De acordo com a definição normalmente utilizada, a freguesia de Paderne é
considerada como um sítio devido ao facto de servir um propósito, neste caso de
ocupação, ou seja, é um local onde vivem pessoas.

Lugar
O castelo de Paderne é considerado um marco histórico da freguesia de Paderne.
De origem moura, a construção do castelo foi iniciada nos princípios do século VIII.
Este castelo tem uma grande influência na história de Portugal, pois até faz parte de
um dos castelos representados na bandeira portuguesa.
Considerámos o castelo como um lugar, pois teve uma grande representatividade
histórica moura e portuguesa, e outrora foi um lugar muito importante para a vida de
várias pessoas.
Percurso até ao Castelo de Paderne
Apesar de existirem vários caminhos até ao Castelo, o escolhido acabou por ser o de
maior duração, visto que a passagem pela ribeira de Quarteira estava completamente
impedida devido ao excesso de água.
Assim, demos início ao percurso atravessando a povoação de Paderne até termos
acesso a um trilho de areia/terra por
onde é possível circular a pé, de
bicicleta e também de carro.
De referir que a sinalética a assinalar a
localização do castelo está sempre
muito presente ao longo de todo o
trilho, o que torna a orientação muito
mais fácil.
O castelo de Paderne é visível desde o
começo do percurso que nós
realizámos, tendo em conta que se
situa num ponto muito alto. Após uma
viagem de cerca 7 minutos de carro,
através de uma estrada de terra um
pouco irregular (como já foi referido)
em constante subida. No topo,
encontrámos um espaço no qual é
possível estacionar (no caso de possuir
carro) ou relaxar um pouco caso esteja
de bicicleta ou a pé e aí deparámo-nos
com a torre albarrã que se encontra
em restauração e que é o principal
ponto de referência do castelo.
Perto da entrada para o castelo é
possível observar uma placa com
alguns guias áudio que são sempre
interessantes para quem estiver à
procura de saber mais informação
sobre o monumento e assim, tornar a
visita um pouco mais dinâmica.
Antes de entrar no interior do castelo,
decidimos percorrer um trilho que se
desenvolve por toda a sua volta. Este
trilho não é muito largo, podendo ser
percorrido apenas de bicicleta ou a
pé, o que deverá demorar cerca de 10
minutos (mesmo assim, pode não ser
aconselhável o uso de bicicleta porque
existem muitas irregularidades no
caminho que causam algum perigo
para o visitante).
Ao percorrer este caminho posterior, podem-se observar também algumas sinaléticas
com informação sobre tudo o que se encontra nos arredores do castelo,
principalmente sobre a ponte de Paderne, da qual tivemos uma vista maravilhosa que
se mistura com o ambiente natural em redor.

Após terminar este percurso circular, demos finalmente entrada dentro do castelo.
Ao entrar damos de caras com um arco semi-completo devido ao estado de
degradação.
Ao sair deste breve corredor, estamos finalmente em contacto com toda a restante
área do interior do castelo, onde à esquerda se podem observar ruínas do que
anteriormente foram habitações.

O buraco que se pode observar na imagem acima estava “inundado” e acabámos por
não conhecer o seu propósito. Se estava lá intencionalmente ou se foi criado pela
erosão da pedra. Apesar disto, parecia realmente um túnel construído de forma
intencional, algo que nos despertou bastante a curiosidade. Este ponto é claramente
uma das referências da parte interior do castelo, ocupando uma grande parte do canto
inferior esquerdo de toda a área.
No que resta, está presente um grande espaço ocupado apenas por uma árvore
enorme, com algumas placas informativas ao redor bem como outras partes de ruínas
a sensivelmente 15 metros.
Encostadas à muralha que se pode ver na imagem à esquerda, estão as últimas placas
informativas que conseguimos identificar e perto das mesmas está situado outro
buraco ainda mais profundo que o anterior, mas com um diâmetro menor. Mais uma
vez, o seu propósito é-nos totalmente desconhecido.
Descrição do percurso

Início- O percurso inicia-se numa estrada de terra (acesso a pé, de bicicleta e de carro)
e aí procederemos à subida em direção ao castelo. A primeira parte do percurso serve
também para criar alguma envolvência com todo o meio natural que se encontra ao
redor da área. A fauna e a flora conferem ao percurso uma componente bastante
atrativa e o objetivo será explicar aos turistas as ameaças ao património natural, bem
como os fatores que modelam a vegetação. Além disto, os painéis informativos
encontrados ao longo do caminho abordam a organização do mosaico agrícola da
Várzea de Paderne, os engenhos hidráulicos na ribeira e as práticas agrícolas
tradicionais. Assim, podemos conferir e mostrar ao visitante que não é só o castelo o
único ponto de interesse, visto que existe toda uma área com tradição e beleza natural
por explorar.
A subida - no ato da subida é importante que sejam cumpridas algumas regras. Existe
uma grande quantidade de sinalética que deve ser seguida com atenção, os percursos
assinalados devem ser seguidos, a vegetação nativa não deve de ser pisada nem
recolhida, não é permitido o abandono de lixo e por questões de conforto,
principalmente para quem se desloca a pé ou de bicicleta, deve ser utilizado calçado e
roupa confortável e o turista deverá fazer-se acompanhar por uma garrafa de água e
protetor solar. O caminho é bastante linear e fácil de seguir e deve demorar cerca de
15/20 minutos.
No topo - quando chegarmos ao topo, existirá uma área de descanso mesmo em
frente à entrada do castelo. Aqui, o turista pode descansar um pouco ou aproveitar
para analisar o castelo a partir do exterior. Pode sempre fazer uso das placas
informativas e dos guias áudio que lhe fornecerão mais alguma informação sobre o
local visitado. Aqui seria também o sítio indicado para uma possível refeição, antes de
continuar o percurso.
À volta - depois do presumido descanso procederemos ao seguimento de um pequeno
percurso em todo o redor do castelo. Esta área só pode ser acedida a pé ou de
bicicleta (de preferência a pé), pois o caminho é um pouco irregular. Pelo lado
esquerdo está uma das atrações principais da visita, onde nos é concedida uma vista
maravilhosa sobre a ribeira de Quarteira e o vasto cenário natural que certamente
encantarão qualquer um. Ao continuar podemos observar mais de perto toda a
estrutura do castelo e terminaremos esta parte da visita de novo na entrada tendo em
conta que o percurso é circular.
Dentro do castelo - ao entrar passaremos por um arco semi-completo onde podemos
encarar todo o interior do Castelo de Paderne. À esquerda é possível ver algumas
ruínas de habitações bastante antigas, bem como um fosso de armazenamento de
água. À direita existem também algumas ruínas, mas em menor quantidade que se
fazem acompanhar por mais algumas placas informativas que são sempre importantes
para quem realmente se interessa pela história deste património.
Ao sair- ao sair de dentro do castelo, é importante que se preste atenção à torre
albarrã (atualmente em restauração). Esta torre é o ponto central do castelo e servia
como ponto de vigia. Apesar de tudo, é uma das partes mais completas do que resta
desta fortificação e o processo de recuperação bem como a sua função devem de ser
explicados aos turistas.
Resumo

Realizámos este trabalho com o intuito de potencializar o castelo de Paderne. De início


definimos a paisagem, sendo ela caracterizada pelo que está em redor do castelo.
Definimos também o sítio, sendo este a freguesia de Paderne e o lugar sendo o castelo
de Paderne, um traço histórico da região. Efetuámos uma visita ao castelo para
podermos perceber os recursos que este nos providenciava para elaborarmos o nosso
trabalho. Após a visita ao castelo, criámos um percurso que conseguisse abranger
grande parte dos meios disponibilizados pelo castelo. O percurso é dirigido a pessoas
jovens, que queiram obter mais conhecimentos da história representada no castelo.

Você também pode gostar