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COLÉGIO LEMOS JÚNIOR

CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE


MÓDULO III

HISTÓRIA DOS FARÓIS DA COSTA SUL RIO GRANDENSE

Eliza R. Acosta

Erdisson A. G. Acosta

Gilda R. Acosta

Thiago Vieira

Projeto de pesquisa, desenvolvido no


Colégio Estadual Lemos Júnior, no
Curso Técnico em Meio Ambiente, para
conclusão 3° módulo, tendo como
orientador o Professor Marcelo Cousin.

Rio Grande - RS

2017
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por ter nos dado saúde e inteligência para superarmos os
obstáculos e conseguir chegar aonde chegamos, com coragem e determinação para lutar pelos
nossos ideais.
À Escola Lemos Júnior por nos proporcionar um excelente ambiente de estudos,
assim como a oportunidade concedida para realização do Técnico em Meio Ambiente.
Ao supervisor Marcelo Cousin, pela confiança em nós depositada, e por todo
auxílio e aprendizado.
Aos professores, por toda paciência e humildade ao nos ensinar e passar
conhecimentos extremamente essenciais para concretização do Técnico contribuindo para
nossa formação profissional.
Aos entrevistados Ronaldo (faroleiro), Henrique (administrador) e Alexandre
(área de comunicação náutica e meteorologista) atuantes no Farol da Barra do Chuí.
Por fim, a todas as pessoas que nos cercam que sempre nos apoiaram e nos
auxiliaram de alguma maneira para que nós nunca desistíssemos dos nossos objetivos, por
maiores que fossem as dificuldades e contribuíram para a realização deste trabalho.

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RESUMO

O homem primitivo viu na navegação uma maneira de sobreviver: através da pesca, sustento e
alimentação; e através do transporte náutico ele se lançou ao mar em busca de novas
conquistas tanto territorial quanto econômica. No século XVI em Portugal, na cidade de
Sagres, foi fundada por D. Henrique, o Navegador, uma escola de navegação com o objetivo
de preparar e ensinar as técnicas aos navegadores, além de aperfeiçoar os conhecimentos de
navegação. Com o progresso das técnicas de navegação foi necessário o desenvolvimento de
instrumentos de sinalizações náuticas, como os faróis, que auxiliam a navegação. Ao circular
pelas cidades do interior do país, observa-se, com frequência, a degradação de inúmeros
imóveis seculares, de valor artístico e cultural, de propriedade particular ou pública, que
lamentavelmente dão lugar a outras edificações, ou simplesmente caem em total abandono e
acabam se deteriorando. Neste contexto, o patrimônio cultural do Sul do Rio Grande do Sul,
registrado através dos faróis e de grande importância para a navegação deve m ser
preservados. O presente trabalho buscou registrar o estado de conservação destes “velhos
gigantes do mar”, através de expedições aos faróis observando estado de conservação e
funcionamento, registros fotográficos, entrevista com um faroleiro e pesquisas sobre os faróis
a partir de fontes como internet e livros. Os faróis foram construídos com o objetivo de vencer
a fúria das ondas e dos ventos, porém enfrentam agora seus piores inimigos: o vandalismo, o
abandono, a ferrugem e a solidão. São de grande importância ações que gerem a
conscientização, pois o conhecimento da história e da importância dos faróis lhes garantirá a
sobrevivência, e também a nossa, já que os faróis foram criados para salvar vidas informando
os perigos do percurso. A preservação é importante principalmente para quem se arrisca na
navegação por estas águas, preservando a vida e o patrimônio que quem muitas vezes depende
do mar para sobreviver.

Keywords: faróis, navegação, sinalizações náuticas, preservação

3
ABSTRACT

Primitive man saw in navigation a way to survive: through fishing, sustenance and food; And
through nautical transport he threw himself into the sea in search of new territorial and
economic achievements. In the 16th century in Portugal, in the city of Sagres, a navigational
school was founded by D. Henrique, the Navigator, with the aim of preparing and teaching
techniques to navigators, as well as improving navigational knowledge. With the progress of
navigation techniques, it was necessary to develop nautical signaling instruments, such as
headlamps, which aid navigation. As we move through the cities of the interior of the country,
we often see the degradation of innumerable secular buildings, of artistic and cultural value,
of private or public property, which unfortunately give way to other buildings, or simply fall
into complete abandonment and End up deteriorating. In this context, the cultural heritage of
the South of Rio Grande do Sul, recorded through the lighthouses and of great importance for
navigation should be preserved. The present work sought to record the state of conservation of
these "old sea giants" through expeditions to the lighthouses observing state of conservation
and functioning, photographic records, interview with a lighthouse keeper and researches on
lighthouses from sources such as the internet and books. The headlights were built to
overcome the fury of waves and winds, but now face their worst enemies: vandalism,
abandonment, rust and loneliness. Actions that generate awareness are of great importance,
since knowledge of the history and importance of the headlights will guarantee their survival,
as well as ours, since the headlights were created to save lives by informing the dangers of the
course. Preservation is important especially for those who risk navigating these waters,
preserving life and heritage, who often depend on the sea to survive.

Keywords: lighthouses, navigation, nautical signs, preservation

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Lista de Figuras

Figura 1 – Embarcação Viking, Drakem


Figura 2 – Portugueses se lançam ao mar para desbravar novos horizontes
Figura 3 – Navios Transatlânticos
Figura 4 – Forte e Farol de Santo Antônio da Barra
Figura 5 – Representação do Navio Galeão Português Sacramento de 1668.
Figura 6 – Farol no porto de Alexandria
Figura 7 – Farol Hook Head, na Irlanda
Figura 8 – Farol na Espanha, conhecido como Torre de Hércules
Figura 9 – Faróis de referência para marinheiros
Figura 10 – Barco-Fárol
Figura 11 – Funcionamento de um farol
Figura 12 – Farol da Estatua da Liberdade
Figura 13 – Farol de South Foreland, na Inglaterra
Figura 14 – Equipamento de iluminação de um farol
Figura 15 – Conjunto de lentes de refletores que ampliam a luz
Figura 16 – Sistema de iluminação de um farol
Figura 17 – Sistema catóptrico de um farol
Figura 18 – Sistema dióptrico de um farol, lentes de Fresnel
Figura 19 – Farol Salinópolis, Pará, Brasil, do tipo esqueleto
Figura 20 – Farol de Itapuã, Salvador, BA
Figura 21 - Farol South Foreland, na Inglaterra
Figura 22 – Representação de bóias e balizas fixas
Figura 23 – Faróis duplos
Figura 24- Construção de um farol por Barbier & Fenèstre
Figura 25 – Equipamento óptico utilizado por Barbier & Fenèstre
Figura 26 - Farol do Calcanhar
Figura 27 – Farol das Conchas
Farol 28 - Farol de Santa Marta em Santa Catarina
Figura 29 – Faróis entre o Balneário Cassino e a Barra do Chuí
Figura 30 – Localidades em torno da Lagoa dos Patos
Figura 31 – Farol da Barra do Chuí, 1910

5
Figura 32 – Farol da Barra do Chuí, 1934
Figura 33 – Farol da Barra do Chuí
Figura 34 – (a) Farol do Albardão em 1909, (b) Foto recente do Farol do Albardão
Figura 35 – Farol do Verga
Figura 36 – Farol Sarita
Figura 37 – Farol da Barra de Rio Grande
Figura 38 – Molhe da Barra de Rio Grande
Figura 39 – Molhes Leste e Oeste
Figura 40 – Farol da Barra em São José do Norte
Figura 41 – Farol do Estreito
Figura 42– Farol Conceição intacto e após seu desmoronamento
Figura 43- Farol Conceição atual
Figura 44 - Farol Capão da Marca de Fora
Figura 45 – Farol de Mostardas
Figura 46 – Farol de Solidão
Figura 47 - Farol Berta
Figura 48 - Farol de Cidreira
Figura 49 – Antigo Farol de Tramandaí
Figura 50- Atual Farol de Tramandaí
Figura 51– Diversos ângulos do Farol de Capão da Canoa
Figura 52 – Farol de Arroio do Sal
Figura 53 – Farol de Torres, em 1912
Figura 54 – Farol de Torres, em 1928
Figura 55 – Farol de Torres, em 1952
Figura 56 – Atual Farol de Torres
Figura 57 – Mapa dos Faróis da Lagoa dos Patos
Figura 58- Destroços do Farol Fronteira Aberta
Figura 59 – Farol da Ponta Alegre
Figura 60 – Farol de Itapuã
Figura 61 – Farol Cristóvão Pereira
Figura 62 – Farol Cristóvão Pereira
Figura 63 - Farol Cristóvão Pereira, 2016
Figura 64 – Farol Cristóvão Pereira

6
Figura 65 – Visão aérea do Farol Cristóvão Pereira
Figura 66 – Farol da Marca
Figura 67 - Farol de Bujuru
Figura 68 – O Farol e os Molhes de Mampituba
Figura 69 – Trabalho de faroleiro
Figura 70 – Faroleiros, em 1900
Figura 71 – Imagem incrível registrada do Farol de La Jument

7
Lista de tabelas

Tabela 1 - Faróis guarnecidos e Faróis não guarnecidos


Tabela 2 – Estado de funcionamento de bóais e faroletes
Tabela 3 – Registro das previsões do fim do trabalho
Tabela 4 – Representação dos investimentos do projeto

Listas de símbolos

Serviço de Sinalização Náutica do Sul (SSN-5)


Faróis guarnecidos “(G)”
Faróis não guarnecidos “(SG)”
LED’s - Light Emmiting Diodes, ou diodos emissores de luz
DGPS (Diferential Global Positioning System):
RACON: Radar Receptor (RAdar beaCON)
Barbier, Benard & Turenne (BBT)
AGA (Svenska Aktiebolaget Gasacumulator)
Universidade Federal de Rio Grande (FURG),
Engenharia e Construção em Fortaleza (SCOPA),
Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN)
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
DEFENDER (Defesa Civil do Patrimônio Histórico),
Serviço de Atendimento ao Cidadão (GESAC)
Sudoeste (SW)
Carta de Serviço (CS)
Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH)
Farolete (Fte)
Bóia (BL)
Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 12
2 PROBLEMA.......................................................................................................................... 13
3 HIPÓTESE ............................................................................................................................ 13
4 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 13
4.1 Objetivo Geral................................................................................................................. 13
4.2 Objetivo Específico......................................................................................................... 14
5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 14
6 HISTÓRICO DA NAVEGAÇÃO ......................................................................................... 14
7 HISTÓRIA NAVAL BRASILEIRA ..................................................................................... 17
7.1 Sinalização Náutica......................................................................................................... 17
8 OS FARÓIS DO IMPÉRIO ................................................................................................... 19
9 FARÓIS ................................................................................................................................. 22
9.1 Função dos faróis ............................................................................................................ 24
9.2 Composição de um farol ................................................................................................. 26
9.3 Como funcionam os faróis .............................................................................................. 27
9.4 Tecnologia dos faróis ...................................................................................................... 31
9.5 Classificação dos faróis................................................................................................... 35
9.5.1 Como identificar e diferenciar um farol ................................................................... 37
9.5.2 Auxílios eletrônicos à navegação ............................................................................. 38
9.6 Fornecedores de equipamentos para faróis ..................................................................... 39
10 FARÓIS BRASILEIROS .................................................................................................... 41
11 FARÓIS DO SUL DO BRASIL .......................................................................................... 43
11.1 Faróis Descritos Na Direção Sul-Norte: ....................................................................... 45
11.1.1 Farol da Barra do Chuí, na fronteira entre Chuí - Brasil e Chuí –Uruguai ............ 45
11.1.2 Farol do Albardão ................................................................................................... 47
11.1.3 Farol do Verga ........................................................................................................ 48
11.1.4 Farol Sarita ............................................................................................................. 49
11.1.5 Farol dos Molhes da Barra de Rio Grande ............................................................. 50
11.1.6 Farolete do Molhe Leste ......................................................................................... 52
11.1.7 Farol da Barra, no município de São José do Norte ............................................... 53
11.1.8 Farol Estreito .......................................................................................................... 54

9
11.1.9 Farol Conceição ...................................................................................................... 55
11.1.10 Farol Capão da Marca de Fora ............................................................................. 56
11.1.11 Farol de Mostardas ............................................................................................... 57
11.1.12 Farol Solidão ........................................................................................................ 58
11.1.13 Farol Berta ............................................................................................................ 59
11.1.14 Farol de cidreira.................................................................................................... 59
11.1.15 Farol de Tramandaí............................................................................................... 60
11.1.16 Farol de Capão da Canoa...................................................................................... 61
11.1.17 Farol de Arroio do Sal .......................................................................................... 62
11.1.18 Farol de Torres ..................................................................................................... 63
11.2 Faróis situados as margens da lagoa dos patos no sentido sul- norte ............................ 66
11.2.1 Farol Fronteira Aberta ............................................................................................ 67
11.2.2 Farol da Ponta Alegre ............................................................................................. 67
11.2.3 Farol de Itapuã ........................................................................................................ 68
11.2.4 Farolete CS Álvaro Alberto .................................................................................... 69
11.2.5 Farol Cristóvão Pereira ........................................................................................... 70
11.2.6 Farol de Capão da Marca, em Tavares ................................................................... 72
11.2.7 Farol do Bujuru....................................................................................................... 73
11.2.8 Faroletes das Lagoas............................................................................................... 74
11.2.9 Farol do Molhe Sul de Mampituba - Torres, Brasil ............................................... 76
12 TRABALHO DE FAROLEIRO .......................................................................................... 76
12.1 Atribuições ao faroleiro ................................................................................................ 78
12.2 Competências do faroleiro encarregado do farol .......................................................... 79
12.3 Rotina diária de um faroleiro ........................................................................................ 80
12.4 Tecnologias faroleiras ................................................................................................... 81
12.5 Homenagem ao Faroleiro.............................................................................................. 81
13 ENTREVISTA COM UM FAROLEIRO ............................................................................ 82
14 CURIOSIDADE: A FOTO DE FAROL MAIS FAMOSA DO MUNDO .......................... 87
15 METODOLOGIA ................................................................................................................ 88
16 CRONOGRAMA ................................................................................................................ 89
17 ORÇAMENTO .................................................................................................................... 90
18 RECURSOS......................................................................................................................... 91
19 ANÁLISES E RESULTADOS............................................................................................ 91

10
20 CONCLUSÃO: PRESERVAÇÃO ...................................................................................... 92
21 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 94
ANEXO .................................................................................................................................. 103

11
1 INTRODUÇÃO

O homem primitivo viu na navegação uma maneira de sobreviver: através da


pesca, sustento e alimentação; e através do transporte náutico ele se lançou ao mar em busca
de novas conquistas tanto territorial quanto econômica (MACHADO, 2016).
Em meados de 2.600 a.C., os povos da Região da Anatólia, ou península
anatoliana, conhecida como Ásia Menor, aperfeiçoaram para a época, a navegação,
construindo embarcações adaptando-as de acordo com seus objetivos, seja para transporte,
comércio ou competições, visto que, esta região se encontra banhada pelo mar Negro ao norte,
pelo mar Mediterrâneo ao sul, e pelo mar Egeu a oeste (MACHADO, 2016).
A partir de então, outras civilizações se lançaram ao mar com objetivos diferentes,
porém sempre inovando as técnicas de navegação. No século XVI em Portugal, na cidade de
Sagres, foi fundada por D. Henrique, o Navegador, uma escola de navegação com o objetivo
de preparar e ensinar as técnicas aos navegadores, além de aperfeiçoar os conhecimentos de
navegação (GAMA, 2006).
Na época era importante ao condutor da embarcação conhecer a direção ou rumo a
seguir e assim saber definir a posição do navio, logo eram realizadas técnicas de navegação
como: navegação pelas costas, navegação estimada e navegação astronômica. A navegação
pelas costas tem a orientação feita a partir da observação de pontos de referência da terra, este
foi o modo de navegar mais usado durante a Idade Média, no continente europeu (MARTINS,
2015).
A navegação estimada foi uma tática de navegação realizada no início da Idade
Moderna. O método consistia em traçar em um mapa uma rota inicial e após ia-se apontando
correções, à medida que a viagem prosseguia. As correções eram feitas conforme a
observação das correntes, marés, temperaturas, ventos, fases da lua, posição dos astros,
presença de espécimes de determinados animais e vegetações marinhas (MARTINS, 2015).
Com o avanço das viagens náuticas houve a necessidade de desenvolver outro
método de orientação para percursos de vários dias e até meses, então se aperfeiçoou a
navegação astronômica, baseada na observação dos astros. Durante o dia guiavam-se pelo sol
e para observá-lo os navegadores traçavam linhas imaginárias, do marinheiro até o sol e do
marinheiro até o horizonte, a medida do ângulo entre as linhas fornecia a latitude (MARTINS,
2015).

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Porém, ao enfrentar os oceanos era preciso conhecimento e sabedoria, já que a
navegação foi resultado de progressos anteriores na construção naval, cartografia, astronomia,
matemática, instrumentos náuticos e, além disso, foi necessária a formação de uma
mentalidade inovadora, voltada para o conhecimento, experiência e técnica e ciência, em
busca de horizontes econômicos e culturais. Com o aperfeiçoamento das técnicas de
navegação foi necessário o desenvolvimento de instrumentos de sinalizações náuticas, como
os faróis, que auxiliam a navegação (MARTINS, 2015).

2 PROBLEMA

Os faróis foram criados como instrumentos de orientação aos navegantes, para


indicar a entrada de portos ou a presença de recifes, bancos de areia e outras áreas perigosas.
Neste contexto destaca-se a importância desses instrumentos de sinalização. Frente ao grande
fluxo de embarcações em nossa costa buscamos informações sobre o estado de conservação e
funcionamento dos faróis da Costa sul Rio-Grandense. Qual a função desses faróis? Será que
nossos faróis estão em pleno funcionamento?

3 HIPÓTESE

Preservar e cuidar da manutenção do patrimônio cultural construído é um grande


desafio da atualidade. O crescimento das cidades, a expansão imobiliária, o déficit
habitacional e os impactos ambientais constituem fatores que desafiam os gestores públicos a
confrontar o desenvolvimento eminente, com a necessidade de minimização de impactos
ambientais e sociais. Há aqueles que protegem os monumentos e há aqueles que depredam.
Através da conscientização da população é possível diminuir a depredação e o abandono dos
faróis.

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

Expedição de reconhecimento histórico e cultural sobre os faróis da costa sul


brasileira.
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4.2 Objetivo Específico

1) Realizar entrevista com um faroleiro;


2) Realizar expedição aos faróis observando o estado de conservação e seu
funcionamento;
3) Fotografar os faróis;
4) Realizar pesquisas sobre os faróis a partir de fontes como internet e livros.

5 JUSTIFICATIVA

Ao circular pelas cidades do interior do país, observa-se, com frequência, a


degradação de inúmeros imóveis seculares, de valor artístico e cultural, de propriedade
particular ou pública, que lamentavelmente dão lugar a outras edificações, ou simplesmente
caem em total abandono e acabam se deteriorando. Neste contexto, o patrimônio cultural do
Sul do Rio Grande do Sul, registrado através dos faróis e de grande importância para a
navegação devem ser preservados. O presente trabalho buscou registrar o estado de
conservação destes “velhos gigantes do mar”. Avaliar a proteção do patrimônio cultural e a
expansão urbana é um desafio não só do poder público responsável pela gestão das cidades,
mas também dos cidadãos, principais guardiães e interessados no desenvolvimento do seu
habitat com qualidade sustentável. De um lado, os poderes, legislativos e executivos, devem
estabelecer uma união entre as políticas de uso e ocupação dos solos com a política de
proteção do patrimônio cultural, na qual se estabelece os meios e mecanismos de proteção da
herança cultural, garantindo o desenvolvimento e cumprimento de uma lei para a proteção do
patrimônio cultural. A comunidade, por sua vez, deve se responsabilizar pela guarda e difusão
deste acervo, entendendo-o como parte inerente de sua própria história. A preservação é
importante principalmente para quem se arrisca na navegação por estas águas, preservando a
vida e o patrimônio que quem muitas vezes depende do mar para sobreviver.

6 HISTÓRICO DA NAVEGAÇÃO

A navegação originou-se com a necessidade de sobrevivência humana, desta


maneira o homem resolveu desenvolver e elaborar seu equipamento de transporte. Anos
depois, o comércio lançou a segunda proposta de transporte marítimo, as rotas para os

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produtos comerciais. Nos primórdios, navegava-se em pequenas embarcações em rios e baías,
procurando sempre águas calmas, seguras e à vista de terra, mas com a ampliação das
estruturas náuticas o homem passou a se aventurar em viagens cada vez mais longas, mas
sempre tendo a costa como orientação (UNIÃO DOS ESCOTEROS DO BRASIL, 2007).
No decorrer dos séculos VIII e XI, os Normandos e os Vikings assumiram o posto
de grandes navegadores com seus Drakens, representado na figura 1. O aumento do tamanho
das embarcações, a invenção de uma série de instrumentos de auxílio náutico e o
conhecimento adquirido na Escola de Sagres, tiveram papel importante nas Grandes
Navegações dos séculos XV e XVI. Desse modo, o homem passou a conquistar inúmeros
territórios até então somente habitados por índios e nativos, como a América, descoberta por
Cristóvão Colombo em 1492; a abertura dos caminhos para as Índias, por Vasco da Gama, em
1498; o descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 1500, e a primeira viagem de
circum- navegação (viagem marítima em torno de um lugar, que pode ser uma ilha, um
continente ou ao redor da Terra) realizada por Fernão de Magalhães em 1504 (UNIÃO DOS
ESCOTEROS DO BRASIL, 2007). A figura 2 representa os desbravadores Portugueses se
lançando ao mar.

Figura 1 – Embarcação Viking, Drakem


Fonte: PINTEREST, 2007.
Disponível em: < https://br.pinterest.com/pin/525021269037842272/>. Acesso dez. 2017.

15
Figura 2 – Portugueses se lançam ao mar para desbravar novos horizontes
Fonte: MARTINS, 2015.
Disponível em: <http://escola-nautica-carioca.blogspot.com.br/>. Acesso dez. 2016.

Já na metade do século XIX, durante a Revolução Industrial, ocorreu a


substituição dos navios movidos a velas de pano pelos movidos a vapor. Com as novas
embarcações de aço, maiores, mais confortáveis, com instrumentos náuticos mais precisos e a
com introdução de métodos eletrônicos de posicionamento no mar as viagens tornaram-se
mais rápidas e seguras, e isso levou a um crescimento no aumento das sinalizações náuticas.
Esta evolução deu-se pela comercialização entre os países, pois havia a necessidade de o
produto negociado ser entregue no prazo, além disso, houve um aumento no transporte de
passageiros de forma intercontinental ou por de rotas curtas. Atualmente o mercado de Navios
Transatlânticos é altamente lucrativo, inovador e cada vez mais preocupado com o bem estar
das pessoas que neles frequentam, conforme observado na figura 3 (UNIÃO DOS
ESCOTEROS DO BRASIL, 2007).

Figura 3 – Navios Transatlânticos


Fonte: DICAS DA FLORIDA, 2015.
Disponível em: <http://www.dicasdaflorida.com.br/2012/12/cruzeiro-disney-dream-
navio.html#>. Acesso fev. 2017.
16
7 HISTÓRIA NAVAL BRASILEIRA

A História Colonial Brasileira foi marcada por diversos conflitos, que originaram
altos gastos a Coroa Portuguesa, neste contexto foi uma elaborada uma estratégia eficiente
para estabelecer um território com regras estipuladas pela autoridade da colônia. Essa
estratégia foi desenvolvida pelos portugueses e resumi-se em três pilares: defender, repovoar e
conhecer o território (BAEZ, 2001).
A defesa incluía estratégias militares, sendo que uma das iniciativas foi à
construção de fortes e fortalezas; o repovoamento com descendência portuguesa marcou a
concretização no processo de colonização e o conhecimento do território esta relacionado com
a cartografia descrita em relatos, cartas e descrições de viagens. Esses elementos: fortificar,
repovoar e conhecer o território, são fatores importantes na construção e inauguração dos
faróis, assim como a instalação das identidades urbanas que podem ser observadas como
consequências destas estratégias (BAEZ, 2001).
As fortificações construídas à beira- mar, no primeiro século da colonização
brasileira, podem ser avistadas nos litorais, principalmente no litoral nordeste, onde os
portugueses se instalaram na chegada ao Brasil. Ao redor destas fortalezas estabeleceram-se
os espaços urbanos protegidos dos ataques inimigos. Além de conferir proteção os fortes são
obras arquitetônicas e fazem parte do patrimônio cultural, já os faróis são construções
símbolos da delimitação das fronteiras marítimas, pois desempenham papéis relevantes na
orientação marítima e proteção do marinheiro (BAEZ, 2001).

7.1 Sinalização Náutica

Em 1942 com o Decreto nº 10.359 o território nacional foi dividido em seis


Distritos Navais, com jurisdição sobre todo o litoral, rios e vias navegáveis e o Decreto nº
10.446 mesmo ano aprovou a execução do Regulamento para os Comandos Navais. O
Decreto-Lei nº 8.181 de 1945, especifica em seu artigo 7º que o 5º Distrito Naval, com
jurisdição sobre os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, seria
oportunamente instalado de acordo com as necessidades do país e a juízo do Ministro da
Marinha. Entretanto com a missão de operar, manter, instalar, desativar e fiscalizar os sinais
de auxílio à navegação, fixos e flutuantes, o Serviço de Sinalização Náutica do Sul (SSN-5)

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contribui para a Segurança da Navegação na área de Jurisdição do Comando do 5º Distrito
Naval sobre Responsabilidade da Marinha do Brasil (MARINHA DO BRASIL).
Os “faróis guarnecidos” que dispõem de profissionais para seu contínuo
funcionamento são indicados nas cartas náuticas brasileiras pelo símbolo “(G)”. Já, os faróis
que não dispõem desses profissionais em suas instalações são indicados nas cartas náuticas
brasileiras pelo símbolo “(SG)” após sua nomenclatura. Embora, no Brasil, tal notação esteja
em desuso, ainda é encontrada em alguns registros de cartas náuticas brasileiras (SILVA,
2014). A seguir segue a tabela 1, referente aos faróis da costa sul brasileira onde pode ser
observada sua classificação como: “faróis guarnecidos” e “faróis não guarnecidos”.

Tabela 1 - Faróis guarnecidos e Faróis não guarnecidos

Farol guarnecido Farol desguarnecido

Farol Tramandaí Farol Torres


Farol Cidreira Farol Arroio do Sal
Farol Mostardas Farol Berta
Farol da Barra Farol Capão da Canoa
Farol Itapuã da Lagoa Farol de Solidão
Farol Albardão Farol Capão da Marca de Fora
Farol do Chuí Farol Conceição
Farol Estreito
Farol Capão da Marca
Farol Cristovão Pereira
Farol Sarita
Farol Verga
Faroletes Equipamento RACON

Farolete Mampituba Norte Farol Tramandaí


Farolete Mampituba Sul Farol Berta
Farolete ENRG Norte Farol de Solidão
Farolete ENRG Sul Farol Mostardas
Farolete Balizão NR 18 Farol da Barra
Farolete São José do Norte Farol Conceição
Farolete São José NR 20 Farol Albardão
Farolete C.S. Álvaro Alberto Farol do Chuí
Farol Verga
Rádio-Farol Equipamento RACON

Farol Tramandaí Farol Albardão


Farol do Chuí Farol Verga
Farol Rio Grande Farol do Chuí
Estação DGPS
Rádio- farol Rio Grande
18
8 OS FARÓIS DO IMPÉRIO

Com a hostilidade continental imposta por Napoleão Bonaparte, em meados de


1807, a Família Real Portuguesa foge para Brasil. Com a chegada da Família Imperial ocorre
à transformação nas estruturas sociais e econômicas do Brasil. Diante disto, os fortes são
construídos em grande escala, pois a sinalização náutica passa a ser um elemento importante,
delimitando fronteiras e demonstrando a presença do Estado Colonial no Brasil, modificando
a paisagem da costa litorânea brasileira. Essas construções ocorreram durante o primeiro e o
segundo império, intensificando o processo de organização estatal e construção de faróis
(BAEZ, 2001).
Contudo, na primeira metade do século XIX, foi criada a Junta de Navegação por
uma ação governamental que indicava cuidados com as atividades mercantes e com a
segurança da navegação na costa brasileira e posteriormente, em 1845, ocorreu à organização
das Capitanias dos Portos. Estas novas instituições seriam responsáveis pela organização e
sinalização marítimas nas províncias (BAEZ, 2001).
Segundo o decreto nº 358, de 14 de Agosto de 1845, o governo autoriza o
estabelecimento de Capitanias de Portos nas Províncias marítimas do Império. Uma das
atribuições adquiridas pelos novos Capitães dos Portos estava relacionada com a inspeção e
administração dos faróis, das barcas de socorros e de outros sina lizadores náuticos. Neste
contexto histórico, surge a profissão do faroleiro, proveniente dessas atribuições e
fundamental para a manutenção dos faróis no Brasil (BAEZ, 2001).
A política imperial de organização e controle do ambiente costeiro realizado
através da instalação de faróis é uma continuação e uma transformação da política militar de
defesa da costa, que ocorreu no período anterior, através da construção de fortes. Dentre as
ações governamentais que visavam formar uma nova organização para o estado brasileiro, a
navegação marítima mostrou-se de grande importância, já que esta correspondia à principal
atividade de circulação e comércio entre o Brasil e a Europa. (BAEZ, 2001).
Os cuidados com as normas de segurança da navegação e atenção há sinalização
náutica, consolidam metas de organização e modernização do trânsito naval e da atividade
comercial decorrente, logo, a construção de faróis, neste período, foi relevante nas ações
estatais e deixou marcas permanentes na paisagem costeira do Brasil (BAEZ, 2001).
A sinalização náutica no Brasil deu-se com a construção do Forte de Santo
Antônio da Barra, localizado na cidade de Salvador, como mostra a figura 4, que viria a ser a

19
primeira sede da Coroa Portuguesa. Segundo o Registro da Abertura dos Portos, datado de 29
de Janeiro de 1808, D. João abriu os portos para a navegação das nações amigas,
intensificando as atividades de navegação, portanto, após a instalação da Família Real no Rio
de Janeiro, o ritmo de construção dos faróis foi intensificado, e uma série de campanários foi
“fincada” pela linha da costa, sobretudo nos estados onde a circulação comercial era mais
intensa (BAEZ, 2001).

Figura 4 – Forte e Farol de Santo Antônio da Barra


Fonte: GUIA DE VIAGENS BRASIL, 2013.
Disponível em: <http://www.guiaviagensbrasil.com/galerias/ba/fotos-da-praia-do-farol-da-
barra/>. Acesso fev. 2017.

Portanto, ainda na Colônia, iniciava-se a história dos faróis brasileiros, pois


devido aos constantes naufrágios, como o do Navio Galeão Português Sacramento,
representado na figura 5, com centenas de pessoas a bordo, incluindo o General Correia da
Silva dirigente da Companhia Geral de Comércio do Brasil, foi determinada a urgência na
instalação de faróis de sinalização. Na literatura portuguesa sobre as navegações nota-se uma
relação entre os relatos de viagens marítimas e os faróis que vão “surgindo” ao longo da cos ta
brasileira como “companheiros” dos navegantes (BAEZ, 2001).

20
Figura 5 – Representação do Navio Galeão Português Sacramento de 1668.
Fonte: ALERNAVIOS, 2009.
Disponível em: <http://alernavios.blogspot.com.br/2009/07/santa-luzia.html>. Acesso jan. de
2017.

A urgência da modernização das atividades de navegação era imprescindível ao


receber a nobreza com segurança e conferir aspectos de modernidade ao Brasil, que no século
XIX se tornava a sede da Metrópole. Logo após a transferência da Família Real Portuguesa ao
Brasil, D. João VI procurou empregar no Rio de Janeiro uma estrutura governamental
semelhante há da metrópole portuguesa. Dentre as ações governamentais criadas, constava a
Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação, ao quais os Presidentes das Províncias
encaminhavam seus pedidos para as construções de faróis, ou seja, essa ação governamental
buscava criar um moderno estado brasileiro com as diretrizes para a construção dos faróis na
faixa costeira (BAEZ, 2001).
A inauguração do Farol de Santo Antônio da Barra, primeiro farol erguido no
Brasil em meados de 1839, foi uma homenagem nascimento de D. Pedro II. A torre, de 22
metros de altura, possuía no inicio um aparelho luminoso catóptrico de 1ª ordem, mantido até
hoje, porém com máquina de rotação elétrica, e o facho luminoso exibia a cada rotação, luzes
brancas e vermelhas que podiam ser avistadas a aproximadamente 38 milhas náuticas (BAEZ,
2001).
A partir desse fato histórico, com a Junta de Navegação e após a Proclamação dos
Decretos Imperiais referentes a ações náuticas, surgem diversos sinalizadores costeiros. Desta
forma, constatamos que a história dos faróis brasileiros tem um período de grande

21
desenvolvimento durante o Império, e segue sofrendo expansão durante os primeiros anos do
século XX e a Primeira República (BAEZ, 2001).
Tais monumentos passam a sinalizar para as embarcações tanto a chegada a terra
quanto à presença do Estado brasileiro nas regiões mais distantes, consolidando o território,
ou seja, a construção dos faróis do Império e da República são ações políticas de ocupação
territorial da Colônia baseada em “Repovoar, Cartografar e Fortificar” (BAEZ, 2001).

9 FARÓIS

Os faróis são tão antigos quanto à arte de navegar. Eles têm a função de orientar
os navegantes, para indicar a entrada de portos ou a presença de recifes, bancos de areia e
outras áreas perigosas. Em meados do século VIII a.C., antes do surgimento dos faróis, havia-
se o hábito de acender fogueiras para indicar os pontos críticos do litoral, ao longo das rotas
navegáveis. Registros que datam de 280 a.C indicam que o primeiro farol ficava localizado no
porto de Alexandria, no Egito, conforme visto na figura 6. Este farol foi erguido na ilha de
Pharos (origem do nome Farol), ele foi construído durante o reinado do Faraó Ptolomeu II
(283 - 246 a.C), e foi destruído durante um terremoto no século XIV. O farol possuía a
iluminação produzida no topo, por uma fogueira e devido a um co njunto de espelhos
refletivos, era possível vê- lo a uma distância de 40 km, além disso, possuía uma base de
aproximadamente 30 m2 e tinha 120 m de altura, era então o maior farol já construído, porém
atualmente a cidade de Jeddah, na Arábia Saudita, detém o mais alto farol do mundo, com 133
m de altura (SALA DE FÍSICA, 2015).
Vários faróis datados do período medieval estão em atividade até hoje. O farol
Hook Head, na Irlanda, funciona desde 1172, e está representado na figura 7. Em La Coruña,
na Espanha, fica localizado o farol mais antigo do mundo, ainda em funcionamento - o
edifício original foi erguido pelos romanos (os maiores construtores de “Pharos” da
antiguidade), provavelmente entre os séculos I ou II d.C., observado na figura 8
(VENTURELLA, 2005). Este farol é conhecido como a Torre de Hércules e foi tombado
como Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO) (GOMES, 2007).

22
Figura 6 – Farol no porto de Alexandria
Fonte: FREITAS, 2014.
Disponível em: <http://www.arabeegipcio.com/2014/12/o-grande-farol-de-alexandria-
uma-das-7.html>. Acesso em fev. 2017.

Figura 7 – Farol Hook Head, na Irlanda


Fonte: ENCOMENDA, 2017.
Disponível em: <http://encomenda.oasrs.org/concursos/detalhe/V3BC1Y/centro-de-
visitantes-em- farol- na- irlanda>. Acesso abr. 2017.

Já no Brasil, em sua passagem pelo litoral, em 1699, Cecil Dampier, um corsário


inglês, documentou o farol no interior da fortaleza de Santo Antônio, na entrada da baía de
Todos os Santos, na Bahia. Em 1808, a família Real Portuguesa se instalou no Brasil, e com
isso, se deu abertura dos portos o que consequentemente aumentou o tráfego marítimo,
motivando a implantação de sinais náuticos, tendo como responsáveis a Junta de Comércio,
Fábricas e Agricultura. Com a proclamação da Independência, essa tarefa foi assumida pela
23
recém criada Marinha do Brasil. Em meados de 1820, o segundo farol brasileiro foi
construído na cidade de Rio Grande, conhecido como o Farol da Barra (VENTURELLA,
2006).

Figura 8 – Farol na Espanha, conhecido como Torre de Hércules


Fonte: GOMES, 2007.
Disponível em:< http://www.eucapricho.com/2015/10/06/o-que- fazer-em- la-coruna- na-
espanha/>. Acesso jan. 2017.

Em 1876, foi fundada a Direção de Faróis, órgão que se transformaria no Centro


de Manutenção e Reparos Almirante Moraes Rego, responsável pela sinalização náutica
brasileira desde 1967 (LÍVIO, 2016).

9.1 Função dos faróis

Para os marinheiros cansados da viagem, os faróis representam o final da jornada


ou o trecho mais perigoso dela. Contudo os faróis têm o objetivo de iluminar a água para que
os bancos de areia fiquem à mostra, assim como recifes, rochas e outros problemas que
possam surgir diante dos navios, e assim mostram o caminho mais seguro para o porto. A
maioria dos faróis também conta com sinais de nevoeiro como buzinas cujo som alerta os
navios sobre os riscos em períodos de baixa visibilidade (SANTOS et. al., 2012).
Os faróis náuticos são constituídos por uma estrutura fixa, de formas e cores e
assinaturas de luz distintas, erguidos em pontos de coordenadas geográficas conhecidos na

24
costa ou em ilhas oceânicas, bancos, rochedos, recifes ou margens de rios cuja função é servir
de referência aos marinheiros, observado na figura 9 (SILVA, 2014).

Figura 9 – Faróis de referência para marinheiros


Fonte: LIVIO, 2016.
Disponível em: <http://faroisbrasileiros.com.br/>. Acesso dez. 2016.

Em meados do século XX, ocorreu à automatização dos faróis, antes disso eles
utilizavam sistemas complexos e contavam com profissionais treinados, os faroleiros, para
manutenção. Eles eram responsáveis pela iluminação 24 horas por dia e por garantir o
contínuo funcionamento dos mesmos. Além do farol, era preciso ter instalações com uma
estação completa de iluminação que incluía sinais de nevoeiro, garagem para barcos,
acomodações para o faroleiro e seus familiares e um casa separada para isolar os agentes
inflamáveis que impulsionavam as lâmpadas (SANTOS et. al., 2012).
Por possuírem características e serem utilizados para o mesmo fim, os faróis são
reconhecidos internacionalmente como construções arquitetônicas, que fazem parte da cultura
das tradições náuticas, compondo um conjunto de instrumentos fundamentais no auxílio a
navegação e posicionamento dos marujos e marinheiros durante as viagens náuticas. A função
dos faróis tem um significado cultural e afetivo para a comunidade costeira, além de
proporcionar uma bela vista dessas construções integrando-se esteticamente aos contornos
litorâneos (SILVA, 2014).

25
Mesmo com o passar dos tempos, a estrutura física dos faróis não apresentou
grandes alterações, já que é representado na forma de uma torre com um dispositivo luminoso
de alta intensidade em seu topo. Porém, além dos faróis de estrutura fixa existem os barcos-
faróis, registrado na figura 10. Estes ficam ancorados em pontos afastados da costa
sinalizando os locais perigosos, eles são usados quando não há possibilidade de ser
estabelecida uma unidade fixa. Os faróis fixos e os barcos- faróis possuem aparelhos de rádio
transmissão, além disso, são dotados de sirenes e buzinas, para as ocasiões em que a região
apresente nevoeiros. Alguns postos controlados por operador utilizam ainda sinais explosivos,
detonados geralmente em intervalos de cinco minutos (SALA DE FÍSICA, 2015).

Figura 10 – Barco-Fárol
Fonte: PIXABAY, 2015.
Disponível em: <https://pixabay.com/pt/navio- farol- vermelho-rio-porta-945803/>. Acesso em
jan. 2017.

9.2 Composição de um farol

Segundo Venturella (2006), farol é uma estrutura fixa, elevada, com formato de
torre, erguida a frente de um porto ou em uma ilha, em cuja parte superior há uma luz com
características pré-determinadas, cujo alcance luminoso é superior a 10 milhas,
aproximadamente 20 km, para servir de referência para orientação da rota aos navegantes.
Um farol é composto basicamente por: base, torre e lanterna, a figura 11 apresenta
a composição e o funcionamento de um farol (VENTURELLA, 2006).
26
 Base: construída conforme as características do local e compreende as fundações e os
alicerces, pode ser no formato circular, quadrangular ou retangular, segundo o formato da
torre que será edificada;
 Torre: é a estrutura principal, o corpo do farol, que deve ser resistente as intempéries,
alta, ter acesso através de escadas internas ou externas até a sua parte superior, visível e
reconhecida pelos navegantes. Pode apresentar divisões internas, que servem de acomodação
para o faroleiro, de câmara de serviço, de pequena oficina, de depósito ou para qualquer outro
fim;
 Lanterna: é um compartimento que protege o equipamento luminoso constituído pela
fonte de luz e por um aparelho óptico responsável pela concentração dos raios luminosos e um
eclipsor, que dá ritmo a luz projetada (VENTURELLA, 2006).

Figura 11 – Funcionamento de um farol


Fonte: LEITE, 2011.
Disponível em: < http://restosdecoleccao.blogspot.com.br/2011/08/farois-portugueses-
1.html>. Acesso mar.2017.

9.3 Como funcionam os faróis

Os faróis mais antigos foram construídos com materiais disponíveis no local como
madeira, ferro, concreto, tijolo, pedra, entre outros. Alguns eram construídos as margens do
mar com vista para a água enquanto outros eram construídos no próprio mar acima de recifes,

27
sobre rochas ou molhes. A altura da torre também varia entre um farol e outro dependendo da
vista para a água, entretanto há semelhanças regionais quanto as suas construções. Com a
expansão do comércio marítimo, ocorreu a proliferação de vários faróis ao redor do mundo,
da China à Indonésia, da África à Estônia (SANTOS et. al., 2012).
As primeiras fontes de iluminação eram feitas com fogueiras a partir de madeira.
Porém, com a proliferação dos faróis, as lâmpadas alimentadas por carvão, óleo de baleia,
querosene e outros combustíveis tornaram-se comuns. Uma das maiores invenções que surgiu
junto com os faróis foram as lentes de Fresnel, criadas em 1822, que utilizavam uma rede de
prismas para ampliar uma pequena quantidade de luz e lançar um raio que atingia mais de 32
km de distância. Em 1886, a Estátua da Liberdade tornou-se o primeiro farol alimentado
por eletricidade e serviu ao porto de Nova York por 15 anos, como mostra a figura 12. No
entanto, por volta de 1930 a maioria dos faróis já era equipada com iluminação elétrica
(SANTOS et. al., 2012).

Figura 12 – Farol da Estatua da Liberdade


Fonte: LOUCOS POR PRAIA, 2013.
Disponível em: <http://loucosporpraia.com.br/onde- fica-a-estatua-da-liberdade/>. Acesso jan.
2017.

Na segunda metade do século XIX, solucionou-se o problema da luminosidade


dos faróis com a utilização de lâmpadas alimentadas com gases derivados de petróleo, como o
acetileno, desenvolvido por Nils Gustav Dalén. No ano de 1858, houve a primeira tentativa de
iluminação por energia elétrica, no farol de South Foreland, na Inglaterra, representado na

28
figura 13. Inicialmente utilizou-se uma lâmpada de arco voltaico, que não apresentou
resultados satisfatórios, sendo substituída por lâmpadas de filamentos. No início do século
XX, foi realizada uma nova adaptação da lâmpada de Argand, utilizado em locais onde não
havia disponibilidade de energia elétrica. Contudo, o maior desenvolvimento foi registrado na
obtenção de fontes luminosas e dispositivos refletores e intensificadores mais eficientes
(SALA DE FÍSICA, 2015).

Figura 13 – Farol de South Foreland, na Inglaterra


Fonte: GOMES, 2012.
Disponível em:< http://www.eucapricho.com/2015/10/06/o-que- fazer-em- la-coruna- na-
espanha/>. Acesso jan. 2017.

Então, a partir de 1922, os faróis passaram a ser equipados com iluminação


elétrica, empregando-se geradores a óleo diesel quando havia falta de rede elétrica. A figura
14 mostra o equipamento de iluminação de um farol. O aperfeiçoamento das fontes de
iluminação levou ao desenvolvimento de sistemas ópticos, que permitiram aproveitar o
máximo do feixe luminoso, evitando sua dispersão. Os antigos refletores que ampliavam a
magnificência da luz em cerca de 350 vezes, foram substituídos por conjuntos de lentes,
compostos de vários painéis de vidro e prismas, montados em molduras especiais de metal,
conforme apresentado na figura 15 (SALA DE FÍSICA, 2015).

29
Figura 14 – Equipamento de iluminação de um farol
Fonte: SALA DE FÍSICA, 2015.
Disponível em: < http://www.geocities.ws/saladefisica7/funciona/farol.html>. Acesso
dez. 2016.

Figura 15 – Conjunto de lentes de refletores que ampliam a luz


Fonte: SALA DE FÍSICA, 2015.
Disponível em: < http://www.geocities.ws/saladefisica7/funciona/farol.html>. Acesso
dez. 2016.

O físico francês Augustin Jean Fresnel, em 1822, desenvolveu um artifício usado


atualmente na maioria dos faróis, o sistema baseia-se em uma complexa montagem, formada
30
por três partes; a parte central é uma lente refrativa de formato cilíndrico, que recolhe os raios
centrais da fonte de luz, concentrando-os num feixe de raios horizontais paralelos; as partes de
cima e de baixo, com formato cônico, apresentam uma lente que refrata e reflete os raios
luminosos, lançando-os em um feixe luminoso (SALA DE FÍSICA, 2015).
Os faróis fixos são listados em três categorias: faróis de entrada de porto; faróis
costeiros; e faróis de escolhos, construídos sobre pequenas ilhas ou recifes. Durante o dia, os
faróis são identificados pela forma e a cor da torre, e à noite pelas características do seu feixe
luminoso. Sua iluminação pode ser branca ou colorida, fixa ou intermitente e/ou ritmada. Os
clarões são produzidos pela rotação controlada do sistema óptico e as eclipses (períodos de
obscuridade), pelo giro de painéis internos que cobrem o dispositivo luminoso, representado
na figura 16. Os lampejos de cada farol constituem uma linguagem lógica, que permite aos
marinheiros determinar sua localização, identificar o traçado da costa, o porto mais próximo,
e outras informações necessárias (SALA DE FÍSICA, 2015).

Figura 16 – Sistema de iluminação de um farol


Fonte: SALA DE FÍSICA, 2015.
Disponível em: < http://www.geocities.ws/saladefisica7/funciona/farol.html>. Acesso
dez. 2016.

9.4 Tecnologia dos faróis

A história e o desenvolvimento dos faróis tiveram como objetivo levar aos


navegantes uma luz de grande intensidade, baixo consumo, sustentada por uma grande
estrutura resistente às intempéries. As fogueiras acesas em pontos específicos do litoral deram
31
origens há torres de madeira ou alvenaria para que pudessem ser vistas a maiores distâncias,
sendo que o farol de Alexandria foi consagrado como um modelo padrão para edificação de
novas construções. As chamas das fogueiras queimavam grandes quantidades de madeira e/
ou carvão a céu aberto, então passaram a ser protegidas por vidros, formando uma espécie
lanterna, cuja popularização só foi possível a partir do século XVII com o surgimento e
utilização de velas e lampiões. O óleo de baleia usado em lampiões foi substituído por outros
de origem vegetal como: azeite, amendoim, colza; e de origem mineral, querosene (LÍVIO,
2016).
Desenvolvido na Suécia, em 1669, os refletores parabólicos direcionavam os raios
de luz provenientes de uma chama posicionada em seu centro em uma única direção, esse
sistema foi chamado de "catóptrico" ou de reflexão e resultou em uma iluminação mais
eficiente, principalmente a partir da introdução dos lampiões de pavio de duplo, representado
na figura 17 (LÍVIO, 2016).

Figura 17 – Sistema catóptrico de um farol


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em: <http://faroisbrasileiros.com.br/educacional/tecnologia.html>. Acesso dez.
2016.

Em 1822, o físico francês, Augustin Jean Fresnel, criou o sistema dióptrico de


refração, baseado no uso de lentes que circundam a fonte luminosa (atualmente, lâmpadas
elétricas e LED’s - Light Emmiting Diodes, ou diodos emissores de luz). O mecanismo de
rotação desses aparelhos (catóptrico ou dióptricos) era semelhante ao de um relógio cuco,

32
onde um peso fixo a um cabo descia pelo centro da torre, e ao final de seu curso tinha que ser
rebobinado pelo faroleiro, como representado na figura 18 (LÍVIO, 2016).

Figura 18 – Sistema dióptrico de um farol, lentes de Fresnel


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em: <http://faroisbrasileiros.com.br/educacional/tecnologia.html>. Acesso em dez.
2016.

Em 1837, Alexander Mitchell, criou as torres do tipo "esqueleto" e as revestiu


com chapas de ferro desenvolvido por Alexander Gordon, em 1840. Eles impulsionaram a
instalação de faróis em escala global, representados respectivamente nas figuras 19 e 20.
Atualmente, outros materiais como o concreto, alumínio e fibra de vidro são utilizados nas
edificações (LÍVIO, 2016).

Figura 19 – Farol Salinópolis, Pará, Brasil, do tipo esqueleto


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em:
<http://faroisbrasileiros.com.br/far%C3%B3is/farol%20salin%C3%B3polis.html>. Acesso
dez. 2016.

33
Figura 20 – Farol de Itapuã, Salvador, BA
Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em:
<http://faroisbrasileiros.com.br/far%C3%B3is/farol%20itapu%C3%A3.html>. Acesso dez.
2016.

O farol South Foreland, na Inglaterra, em 1842, representado na figura 21, foi o


primeiro a ter o funcionamento gerado por energia elétrica, porém, quando a energia não era
fornecida pela rede comercial, era fornecida por motores a diesel, contudo, atualmente o
emprego de energia solar e eólica esta sendo cada vez mais utilizado no funcionamento dos
faróis. Contudo, energia elétrica só se difundiu após o fim da II Guerra Mundial, pois o
sistema de iluminação á querosene vaporizado usado na época foi religado devido à
necessidade de substituição do petróleo, que estava escasso devido às restrições impostas pelo
conflito (LÍVIO, 2016).

Figura 21 - Farol South Foreland, na Inglaterra


Fonte: NATIONAL TRUST, 2015.
Disponível em: <nationaltrust.org.uk>. Acesso jan. 2017.

34
Durante séculos, faroleiros e suas famílias viveram em lugares inóspitos,
garantindo o perfeito funcionamento dos faróis. Devido à invenção do Suéco Gustav Dalén,
em 1914, ocorreu o surgimento de equipamentos a gás acetileno, isto deu origem ao processo
de automação que foi intensificado a partir dos anos 80, com o desenvolvimento do controle
via satélite. Atualmente, muitos faróis são equipados com lanternas compactas de acrílico em
seu interior, eclipsores eletrônicos fazem a luz piscar e trocadores automáticos comportam até
5 lâmpadas que garantem a iluminação. Em muitos faróis, a fonte luminosa é uma bateria de
LED's e sensores eletrônicos acendem e apagam a luz, por este motivo a profissão e presença
do faroleiro são cada vez mais raras (LÍVIO, 2016).

9.5 Classificação dos faróis

Os faróis podem ser classificados quanto à finalidade, quanto ao seu regime de


funcionamento e quanto à fonte de energia. Os faróis com classificação quanto à sua
finalidade podem ser: faróis de aterragem, faróis de cabotagem, farol principal de porto, farol
com luzes de alinhamento e balizamento. Esses faróis serão definidos a seguir (MIGUENS,
1983):
 Faróis de aterragem: são destinados ao reconhecimento e demanda de um determinado
porto e à correção da posição dos navios que vêm de alto–mar, estes estão situados em pontos
acentuados da costa ou em ilhas de fácil visualização, geralmente possuem um alcance
geográfico e luminoso suficiente para serem vistos e reconhecidos a uma distância superior a
20 milhas;
 Faróis de cabotagem: são destinados à navegação costeira com terra à vista, são
situados em pontos que o navegante tem interesse em reconhecer, como cabos, pontas e ilhas,
ou seja, estes permitem aos navegantes de cabotagem verificar sua posição, de modo a
garantir–lhes uma navegação segura em singraduras (rota de um navio à vela por espaço de
um dia) entre portos;
 Farol principal de porto: constitui o principal auxílio visual à demanda do porto,
depois do farol de aterragem;
 Farol com luzes de alinhamento: são sinais fixos usados aos pares, para indicar a
direção de um canal ou da entrada de um porto. O alinhamento indica um rumo no fundo a ser
seguido pelo navegante, ele é constituído por dois sinais estabelecidos no prolongamento
retilíneo do eixo de um canal, ou seja, este artifício é o conjunto de sinais fixos e flutuantes,
cegos e luminosos, que demarcam os canais de acesso, áreas de manobra, bacias de evolução
35
e água seguras e indicam os perigos à navegação, nos portos e seus acessos, baías, rios, lagos
e lagoas;
 Balizamento: é constituído por faroletes, sinais de alinhamento, balizas, bóias
luminosas e bóias cegas. Eventualmente, se pode incluir faróis (faróis de balizamento),
barcas–faróis e superbóias, mas, em geral, o balizamento refere– se à sinalização náutica de
menor porte, instalada para garantir segurança da navegação no canal de acesso e bacia de
evolução de portos e terminais, ou ao longo de rios, lagos e lagoas. Os sinais do balizamento,
cegos e luminosos, fixos ou flutuantes, podem dispor de equipamentos sonoros, e estão
representados na figura 22.

Figura 22 – Representação de bóias e balizas fixas


Fonte: CARLOS, 2001.
Disponível em: <http://www.veleiro.net/livrodebordo/cursodevela_parte4.htm>. Acesso jan.
2017.

Classificação dos faróis quanto ao regime de funcionamento (MIGUENS, 1983):


• Faróis guarnecidos: os faróis de maior importância para a navegação eram dotados
de pessoal especializado (faroleiros), destinado a acompanhar e garantir continuamente o seu
funcionamento, hoje estes já não se fazem mais necessários devido a tecnologias e inovações
empregadas;
• Faróis automáticos: operam automaticamente, sendo esta condição indicada nas
Cartas Náuticas pela abreviatura (SG) – sem guarnição, para que os navegantes fiquem

36
cientes de que uma eventual irregularidade no sinal poderá não ser corrigida tão prontamente
quanto ocorreria em um farol guarnecido;
Classificação dos faróis quanto à fonte de energia (MIGUENS, 1983):
• faróis a querosene;
• faróis a gás (acetileno ou butano);
• faróis elétricos, cuja energia pode ser proveniente de rede elétrica comercial, diesel–
gerador, baterias ou fontes alternativas (especialmente solar ou eólica).

9.5.1 Como identificar e diferenciar um farol

Durante séculos, os faróis exibiram iluminação fixa, ocorrendo à necessidade de


diferenciá- los, então, surgiram às torres duplas ou triplas, representado na figura 23, até o
advento de luzes rítmicas. Os lampejos surgiram a partir da rotação do aparelho óptico, e hoje
são produzidos por eclipsores eletrônicos. Já a pintura listada ou com outros padrões aumenta
a visibilidade diurna, sendo que a combinação da aparência e do ritmo da luz da á cada farol
uma identidade (LÍVIO, 2016). Por exemplo:
 LP(2)B.15seg.32m.24M - Essa informação significa que o farol exibe 2 lampejos
brancos a cada 15 segundos. Sua luz está á 32 metros acima do nível médio do mar e seu
alcance (com um padrão de visibilidade meteorológica de 14,4 milhas) é de 24 milhas
náuticas (uma milha = 1852 metros). É chamado de farol de emissão “lampejos” aquele que
apresenta o período de luz menor que o da escuridão. Já quando o farol passa mais tempo
aceso, apresentando pequenos eclipses ocasionais, disse que este exibe "ocultações".
 Oc(3)E.12seg.25m.18M - Essa informação significa que o farol tem uma luz
encarnada/vermelha que “apaga” 3 vezes a cada 12 segundos.
Além da cor branca (B) a cor vermelha (E), verde (V) e amarela (A) também são usadas como
cor de luz em sinalização náutica. Na pintura das torres, usa-se também o preto e o vermelho
(LÍVIO, 2016).
Durante o dia os faróis podem ser observados (MIGUENS, 1983):
• Pela forma e pela cor (padrão de pintura) de sua estrutura;
• Pela forma e cor da marca de topo exibidas (bóias e balizas);
• Pelo som emitido ou pelo sinal radioelétrico transmitido;
Atualmente, alguns sinais de auxílio à navegação exibem, mesmo no período
diurno, luzes de alta intensidade que permitem sua identificação. Já durante a noite os faróis

37
podem ser observados pelas luzes exibidas (cor e ritmo de apresentação) e pelo som emitido
ou sinal radioelétrico transmitidos.

Figura 23 – Faróis duplos


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em:<http://faroisbrasileiros.com.br/educacional/caracter%C3%ADsticas.html>.
Acesso dez. 2016.

9.5.2 Auxílios eletrônicos à navegação

Os auxílios eletrônicos surgiram da necessidade de localização espacial em


condições de visibilidade reduzida. Durante muito tempo foram utilizados dispositivos
sonoros, como: sinos, gongos, buzinas com essa finalidade, atualmente é utilizado
equipamentos eletrônicos sofisticados cujas antenas transmissoras estão instaladas nos faróis
(LÍVIO, 2016).
 RADIOFAROL: é um sinal direcional de longo alcance composto de 2 letras do
código Morse transmitido numa determinada freqüênc ia num dado intervalo de tempo, cuja
posição é obtida com a recepção de no mínimo 2 sinais.
 DGPS (Diferential Global Positioning System): quando foi implantado, o GPS
oferecia diferentes níveis de precisão, então, a estação DGPS compara sua posição com
aquela disponibilizada pelo GPS e transmite um sinal de correção. O DGPS vem aos poucos
substituindo os radiofaróis.
 RACON: Radar Receptor (RAdar beaCON): é um sinal emitido pela embarcação ao
encontrar esse aparelho é "respondido", apresentado sua posição na tela Radar com uma letra

38
em código Morse. Alguns faróis abrigam também estações radiotelegráficas e meteorológicas
(LÍVIO, 2016).

9.6 Fornecedores de equipamentos para faróis

No século XIX, milhares faróis foram construídos em todos os continentes a fim


de promover a segurança da navegação, impulsionados pelo aumento no comércio, migrações
humanas e conquistas coloniais. O aço e o vapor substituíram a madeira e as velas na
construção naval, surgindo então a "indústria" dos faróis. A seguir a lista consta com os
principais fornecedores de equipamentos de sinalização náutica ao Brasil (LÍVIO, 2016):
 Fornecedor Henry Lepaute: descendente de relojoeiros franceses Augustin Michael
Henry, começou a trabalhar com o inventor do sistema dióptrico de lentes Augustin Fresnel
em 1825, cuidando dos projetos dos mecanismos de rotação. Ele abriu s ua própria fábrica de
sistemas ópticos em 1838;
 Fornecedor Louis Sautter: em 1870, Louis Sautter se associou ao engenheiro civil,
Paul Lemonnier, dando origem à empresa Sautter, Lemonnier e Cia onde passa também a
fabricar dispositivos sonoros e elétricos para faróis;
 Fornecedor Barbier & Fenèstre: foi criada em 1862 por Nicolas Frédéric Désiré
Barbier e Stanislas Fenèstre. Eles fabricavam lentes, torres metálicas, bóias e buzinas para
dias de cerração. Em 1935, ocorreu a fusão com a Krauss (fabricantes de câmeras e lentes) e
passam também a produzir binóculos, microscópios. As figuras 24 e 25 apresentam a
construção e a estrutura óptica de um farol desenvolvida por Barbier & Fenèstre em 1882,
respectivamente. Com a fusão da empresa francesa, agora Barbier, Benard & Turenne (BBT)
começou a fabricadar lentes para faróis.
 Fornecedor Chance Brothers: em 1851, Robert Lucas Chance começou produzir lentes
e outros aparatos para faróis;
 Fornecedor AGA (Svenska Aktiebolaget Gasacumulator): a empresa sueca AGA
Gasacumulator foi fundada em 1901. Os dispositivos criados por Dalén permitiram a
utilização segura do acetileno (gás altamente explosivo). Em 1912, Dalén recebeu o prêmio
Nobel de física pela invenção da válvula solar: um interruptor do fluxo de gás que utilizava o
processo de dilatação/contração dos metais pelo calor (do sol) para ligar e desligar
automaticamente a luz dos faróis. Essa invenção deu início ao processo de automação de
sinais náuticos.

39
Figura 24- Construção de um farol por Barbier & Fenèstre
Fonte: FAU, 2016.
Disponível em: <https://fauufpa.org/2016/10/28/o-farol-de-salinopolis-e-antigo- farol-de-
apehu/>. Acesso fev. 2017.

Figura 25 – Equipamento óptico utilizado por Barbier & Fenèstre


Fonte: FAU, 2016.
Disponível em: <https://fauufpa.org/2016/10/28/o-farol-de-salinopolis-e-antigo- farol-de-
apehu/>. Acesso fev. 2017.

40
10 FARÓIS BRASILEIROS

O Farol de Santo Antônio da Barra, na Bahia, foi erguido em 1697 e é


considerado o farol mais antigo do Brasil. O farol foi construído dentro do Forte de Santo
Antônio da Barra e hoje o Farol da Barra, como é popularmente conhecido, abriga o Museu
Náutico da Bahia. Já o farol mais alto do Brasil é Farol do Calcanhar ou Farol de Touros,
situado no município de Touros, no Rio Grande do Norte, e tem
62 m de altura e 298 degraus, e esta representado na figura 26 (SANTOS et. al., 2012).

Figura 26 - Farol do Calcanhar


Fonte: LOPES, 2014.
Disponível em: <//blogs.portalnoar.com/turismonoar/na-esquina-do-brasil-tem-
potencial-turistico/>. Acesso fev. 2017.

O Sul do Brasil também abriga alguns famosos faróis, como : o Farol das Conchas
localizado na Ilha do Mel, no Paraná; o Farol de Santa Marta, em Laguna, Santa Catarina,
representados nas figuras 27 e 28 respectivamente; o Farol de Torres, localizado na cidade de
Torres, no Rio Grande do Sul; e o Farol do Chuí, localizado no extremo sul do país e marco
divisório entre o Brasil e Uruguai (SANTOS et. al., 2012).

41
Figura 27 – Farol das Conchas
Fonte: MINUBE, 2015.
Disponível em: <http://www.minube.pt/fotos/sitio-preferido/169850/466972>. Acesso dez.
2016.

Farol 28 - Farol de Santa Marta em Santa Catarina


Fonte: MINUBE, 2015.
Disponível em: <http://www.minube.pt/sitio-preferido/farol-de-santa- marta-a2206257>.
Acesso dez. 2016.

42
11 FARÓIS DO SUL DO BRASIL

O litoral do Rio Grande do Sul compreende uma grande faixa continua de terra
plana, praticamente sem acidentes geográficos, sendo assim é possível trafegar pela sua costa.
Antigamente, quando ainda não haviam sido construídas as estradas, as rotas litorâneas
intermunicipais eram muito utilizadas por comerciantes, habitantes e pescadores (LÍVIO,
2016).
Segundo Lauro Barcellos, diretor do Museu Oceanográfico da Universidade
Federal de Rio Grande (FURG), em uma reportagem ao jornal Zero Hora, informou que
ocorreram aproximados 287 naufrágios registrados na costa do Rio Grande do Sul. O Litoral
do rio grande do Sul é cemitério de grandes embarcações, pois como não existem baías nem
outros acidentes, o mar é muito violento e as ondas quebram com força na costa, muitas vezes
arrastando as embarcações que ficam encalhadas e abandonadas pelos seus tripulantes. Mais
uma vez fica registrada a importância dos faróis, a fim de evitar acidentes, a lém disso, os
faróis também ajudam a identificar e localizar acidentes na costa (ZERO HORA, 2009).
Existem seis faróis entre a maior praia em extensão do mundo, Cassino, e a Barra
do Chuí. São eles: Molhe Oeste, Molhe Leste, Sarita, Verga, Albardão e Barra do Chuí,
representados na figura 29.

Figura 29 – Faróis entre o Balneário Cassino e a Barra do Chuí


Fonte: VELHINHOS AVENTUREIROS, 2012.
Disponível em: <http://velhinhosaventureiros.blogspot.com.br/2011_09_01_archive.html>.
Acesso fev. 2017.

43
Além desses faróis na Costa Sul do Rio Grande, há outros tão importantes quanto
e que serão relatados a seguir. Porém, no Rio Grande do Sul não se encontram só esses faróis
costeiros, pois o Sul apresenta uma formação de Lagoa, conhecida como Lagoa dos Patos, que
foi condicionada pelo desenvolvimento de uma barreira múltipla, arenosa, sob a influência
das oscilações eustáticas ocorridas durante o período Quaternário. A história da na vegação na
Lagoa dos Patos iniciou com a chegada dos colonizadores açorianos no ano de 1743, eles se
fixaram ao longo das margens da Lagoa dos Patos, onde hoje se situam, ao Sul Rio Grande e
Pelotas, e ao Norte Porto Alegre, representado na figura 30 (VILLWOCK, 1977).

Figura 30 – Localidades em torno da Lagoa dos Patos


Fonte: HASS, 2010.
Disponível em: <http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1101839&langid=5>.
Acesso mar.2017.

44
Mas, há ainda outra lagoa, que apresenta faróis em sua margem, a Lagoa Mirim.
A Mirim é a maior lagoa de água doce do país e a segunda maior da América Latina. O
vilarejo formado as margens da lagoa viveu tempos áureos já que foi uma das grandes sedes
econômicas da região, que vivia do charque no século XIX, desta maneira com o tráfego de
embarcações comerciais viu-se a necessidade da construção de faróis nesta região (RBA,
2013).

11.1 Faróis Descritos Na Direção Sul-Norte:

A seguir estão listados todos os faróis e faroletes do Rio Grande do sul, do Chuí até
Torres. Portanto identificando e descrevendo os faróis da Costa do Rio Grande do Sul na
direção Sul-Norte:

11.1.1 Farol da Barra do Chuí, na fronteira entre Chuí - Brasil e Chuí –


Uruguai

No extremo Sul do Brasil, na divisa entre Brasil e Uruguai, esta localizado o Farol
da Barra do Chuí, com aproximadamente 30 metros de altura. O Farol da Barra é o terceiro de
uma série de faróis construídos no século XX, este farol foi inaugurado 24 de maio de 1910.
O terreno da construção do farol foi doado por João Pedro Pereira (PANORAMIO, 2008).
João era proprietário da região da desembocadura do Chuí, isto é, melhor local
para se fazer a travessia até o mar. Este, aproveitando a situação, doou parte de suas terras ali
para que seus amigos acampassem com suas carretas e, antevendo uma oportunidade de
negócios, começou a construir ranchos de palha e madeira que davam para praia, alugando-os
aos caravaneiros e proporcionando o início de uma simples povoação, que depois viria a ser a
mais bela das estações de veraneio do município. Assim deu-se o início da criação do
balneário que atualmente é um ponto turístico brasileiro e que recebe veranistas do Prata e de
muitas cidades do Brasil e do mundo (RODRIGUES, 2010).
Como condição da doação, os descendentes de João deveriam ser os próximos
faroleiros. A partir de então, iniciou-se uma dinastia que conta com representantes em vários
faróis no sul do país. O Farol da Barra foi construído por Alfredo Kurt Schultze e foi erguido
no sistema Mitchell. Este tem aproximadamente 26 metros de altura, apresenta um aparelho
dióptrico de 4ª ordem de luz branca e encarnada/vermelho que alcança 18 milhas. Mas com o

45
passar do tempo este ficou enferrujando, e foi então, substituído por um de concreto em 1934,
cujo sistema dióptrico foi adaptado para exibir dois lampejos, mas com isso seu alcance
diminuiu. Porém, devido à instabilidade do terreno, poucos anos depois, este ameaçou
desabar, então a construtora Engenharia e Construção em Fortaleza (SCOPA), uma empresa
de engenharia reconhecida pelo desenvolvimento de projetos de alta qualidade, montou uma
operação para reconstruir o farol danificado (PANORAMIO, 2008).
Em 1941, o atual farol entrou em operação, a nova torre de concreto apresenta 30
metros e possui um sistema utilizando uma lanterna fabricada na Diretoria de Hidrografia e
Navegação (DHN), onde a lente sofreu novas alterações até ser substituída pela atual em
1945. Em 1966, suas listras roxo-terra foram pintadas de vermelho, quase um ano após a sua
eletrificação. O farol esta representado na figura 31 e data de 1910; A figura 32 data de 1934 e
a figura 33 mostra a imagem atual do farol (LÍVIO, 2016).

Figura 31 – Farol da Barra do Chuí, 1910


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em: <http://faroisbrasileiros.com.br/memorial/painel.html>. Acesso dez. 2016.

Figura 32 – Farol da Barra do Chuí, 1934


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em: <http://faroisbrasileiros.com.br/memorial/painel.html>. Acesso dez. 2016.

46
Contudo, para evitar seu abando histórico e cultural a Prefeitura de Santa Vitória
do Palmar iniciou um projeto para aproximar a comunidade do ponto turístico. Desta forma o
farol pode ser visitado as terças e quintas-feiras das 15h00 às 17h00 (PANORAMIO, 2008).

Figura 33 – Farol da Barra do Chuí


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em: <http://faroisbrasileiros.com.br/far%C3%B3is/farol%20chu%C3%AD.html>.
Acesso dez. 2016.

11.1.2 Farol do Albardão

Entre a barra do Rio Grande e a barra do Chuí, um extenso e perigoso trecho de


litoral estava às escuras, por este motivo foram erguidos o Farol do Albardão e o Farol Sarita,
ambos inaugurados em 1909, graças a uma iniciativa do Diretor de Faróis da época, Eduardo
Augusto Veríssimo de Matos. O farol do Albardão, foi inaugurado em 3 de maio de 1909,
completando a iluminação da costa entre Rio Grande e a divisa com o Uruguai, esse trecho
apresentava uma média de um naufrágio por ano devido a precária sinalização náutica. Esta
torre de ferro, do tipo Mitchell, possuía 35 metros, era pintada de roxo-terra e equipada com
um aparelho dióptrico de 3ª ordem. Sua montagem ficou a cargo do mecânico Alfredo Kurt
Schultze e seu alcance era de 18 milhas. Contudo, o projeto de Ernst Schaffer sofreu um
processo de reconstrução e em 1948, executado pela construtora Christiani-Nielsen. A nova
torre apresenta hoje 44 metros de altura, sendo que a imponente construção de concreto, já
que a anterior foi vitimado da ação abrasiva da maresia. Neste farol foi utilizada uma lente da
marca BBT de mesmo tamanho e característica da anterior. O Farol esta localizado a 87 km
da Barra do Chuí. O farol do Albardão é guarnecido pela Marinha Brasileira. O farol de 1909

47
e o novo farol estão representado na figura 34 (a), e novo farol com uma visão atual esta
representado na figura 34 (b) (LÍVIO, 2016).

Figura 34 – (a) Farol do Albardão em 1909, (b) Foto recente do Farol do Albardão
Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em: <http://faroisbrasileiros.com.br/memorial/painel.html>. Acesso dez. 2016.

11.1.3 Farol do Verga

Nas areias isoladas da praia se encontra o farol do Verga, a 110 km da Barra do


Chuí, ocupando o precário recinto de concreto que sustenta a estrutura de um pequeno farol
(VASQUES, 2012). O farol do Verga é representado na figura 35.

Figura 35 – Farol do Verga


Fonte: TERRA AUSTRALIS, 2010.
Disponível em: <http://terra-australis-br.blogspot.com.br/2010/03/fotografia-retornando-ao-
taim.html>. Acesso fev. 2017.

48
O Farol do Verga possui 11 metros de altura e foi construído em 1964. Entretanto,
no inóspito cenário se encontra um ex-jornalista vivendo como eremita solitário (VASQUES,
2012).

11.1.4 Farol Sarita

A Praia do Cassino é conhecida como a mais extensa praia do mundo, com 212
km de extensão, este trecho compreende do Balneário Cassino até a Barra do Chuí. Esta
região esteve às escuras até 1909, não sendo favorável para navegação. Sendo assim, foi
inaugurado em 12 de outubro do mesmo ano, o Farol Sarita que leva o nome de um navio
naufragado no local. Sua primeira torre foi construída do tipo Mitchell, com 26 metros de
altura, equipada com um aparelho de luz dióptrico de 4ª ordem e seu alcance era de 15 milhas,
e está representado na figura 36. No mesmo ano entraram em operação os faróis do Chuí e do
Albardão, de construção análoga, todos montados pelo mecânico Alfredo Kurt Schultze.
Como outras torres desse tipo, foi vítima da ferrugem, sendo substituída em 1929 por outra
torre metálica da marca sueca AGA, com sistema luminoso automático a gás acetileno. Em
1952 foi inaugurada a atual torre de alvenaria, com 37 metros de altura, equipada com um
aparelho de 3ª ordem. O Farol Sarita esta situado na divisa do município de Rio Grande, a 135
km da Barra do Chuí (LÍVIO, 2016).

Figura 36 – Farol Sarita


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em: http://faroisbrasileiros.com.br/far%C3%B3is/farol%20sarita.html.Acesso dez.
2016.

49
11.1.5 Farol dos Molhes da Barra de Rio Grande

Em meados do século XVIII, Rio Grande e Pelotas eram habitadas por indígenas,
Minuanos e Tapes. Portanto, para facilitar a comunicação da fortaleza de Colônia do
Sacramento (próxima a Buenos Aires) com o Rio de Janeiro, era necessário estabelecer um
ponto de apoio intermediário, por este motivo, foi inaugurada a cidade de Rio Grande. Com a
cidade estabelecida, já em 1737, 6 navios partiram de Sacramento com destino a Rio Grande,
onde o Coronel Cristóvão Pereira os esperava fundeado na barra do balneário. O rei D. João
V, tentava assegurar a soberania da região, pressionado pela constante ameaça de invasão
pelos espanhóis. Contudo, Rio Grande era um ponto estratégico na defesa da região
(RIBEIRO, 2013).
Após, o estabelecimento da Colônia Portuguesa em Rio Grande, imigrantes da
Ilha dos Açores e Madeira vieram repovoar a região. Como conseqüência da expansão da
região em 1780, foi instalada em Pelotas, a primeira charqueada na região. Por alguns séculos
o charque trouxe riqueza à região e a barra de Rio Grande tor nou-se um caminho
movimentado a fim de escoá- lo. Com o movimento de embarcações, em 1846, o Império
criou a Inspetoria da Praticagem da Barra, comandado por um oficial da armada nacional, já
que por Rio Grande entravam muitas mercadorias vindas da Europa e Grã Bretanha. Os
navegantes vindos da Europa e do Prata com destino ao porto de Rio Grande, temiam a
entrada na barra natural da Lagoa dos Patos, já que era muito perigosa devido as formações de
bancos de areia de posição inconstante, por força da corrente dos ventos. Em 1855, o
Ministério da Marinha enviou o especialista em engenharia hidráulica, Ten. Cel. Eng. Ricardo
Gomes Jardim, para estudar a Barra e o Porto e concluiu que deveria ser feito um molhe com
o intuito de prolongar o leito do rio ou dar maior força à corrente, após a construção passou-se
a desenvolver-se uma crescente navegação através da Barra, sendo que 1847
aproximadamente 668 embarcações passaram pelo local (RIBEIRO, 2013).
As terras da Laguna até o Uruguai são baixas e planas, dificultando a visão de
pontos de referência na costa, ou seja, em alto- mar, a orientação visual da Laguna até o
Uruguai, é muito difícil, levando ao naufrágio de muitas embarcações na costa de Rio Grande,
então com a construção dos molhes possibilitou-se construir um farol no final do molhe para
sinalizar os capitães das embarcações, servindo então o farol da barra de Rio Grande como
um ponto de referência aos viajantes de alto mar. O farol pode ser observado na figura 37
(RIBEIRO, 2013).

50
Durante o século XIX, foram realizados estudos de viabilidade, licitações,
anulações, etc. Em meados de 1911, deu-se início a abertura do canal de acesso aos Portos
Velho e da Barra na cidade de Rio Grande. Estudos realizados na época pela companhia de
dragagem Compagnie Française du Port de Rio Grande do Sul avaliou a localidade e
chegou-se ao início das obras dos Molhes Leste e Oeste. A construção dos molhes começou
em 1911 com sua conclusão em 1919. Os molhes fixam a barra do canal e o protegem da ação
das ondas e do assoreamento natural, garantindo a navegação em condições seguras. Ele é
constituído pelo molhe oeste com 3,8 km (Praia do Cassino), e o leste (S. José do Norte) com
4,6 km. Na construção do mesmo foram utilizadas pedras de até 10 ton. que foram sendo
arremessadas ao mar, estima-se que foi utilizado um total de 4,5 milhões de toneladas de
pedras que foram transportadas na época por ferrovia de 90 km. Porém nos anos 80, o molhe
leste cedeu em vários pontos e a areia começou a invadir o canal, colocando em risco a
navegação. Então, em 1995, começou a recuperação dos molhes pelo Governo Federal, com
um custo de 140 milhões de dólares, lançando mais meio milhão de toneladas de pedras e 100
mil toneladas de tetrápodes (blocos de concreto), representado na figura 38. Além de
favorecer a navegação os molhes também servem como atração turística para banhistas e
turistas de todo mundo (ROLDÃO, 2012).

Figura 37 – Farol da Barra de Rio Grande


Fonte: Própria, 2014.

Figura 38 – Molhe da Barra de Rio Grande


Fonte: ROLDÃO, 2012.
Disponível em: <http://www.rs.gov.br/conteudo/42697/molhes-da-barra-de-rio-grande-terao-
qualificacao-e-um- memorial>. Acesso jan. 2017.
51
11.1.6 Farolete do Molhe Leste

Nesta região marítima o sal do mar se encontra com a água doce da Lagoa dos
Patos, demonstrando as belezas da região, considerado ponto turístico, local de pesca e
monumento da engenharia, já esta região oceânica também conta com a construção de molhes
que datam de 1911. Este também apresenta aproximadamente quatro milhões de toneladas de
em sua construção. Na extremidade do molhe leste se encontra o farolete de iluminação
náutica, guiando os navios do Oceano para o porto de Rio Grande. O molhe Leste tem
extensão de 4,6 km e o oeste de 3,8 km e serve como descanso de leões marinhos e encanta m
os visitantes, que admiram a preguiça destes simpáticos animais ao deleitar-se com o calor do
sol e a brisa do mar (PREFEITURA DE SÃO JOSE DO NORTE, 2015).
A Superintendência do porto cuida desse espaço para que seja bem utilizado pela
navegação e pela sociedade. O porto gaúcho tem o canal com maior profundidade, sendo esta
uma vantagem competitiva muito grande quando se refere ao transporte de cargas. A
construção dos Molhes teve início em 1908 e foi finalizada em 1915. A necessidade de
aprofundar o canal da Barra do Rio Grande, que apresentava a profundidade de 2,75 m, e a
fim de deter os bancos de areia, foi realizado a construção de dois quebra-mares, utilizando-se
blocos de granito, ou seja, os molhes. A obra de ampliação iniciou em 2001 e foi finalizada
em 28 de fevereiro de 2011 (SANTOS, 2011). Os Molhes Leste e Oeste são representados na
figura 39.

Figura 39 – Molhes Leste e Oeste


Fonte: SANTOS, 2011.
Disponível em: < http://hidroviasinteriores.blogspot.com.br/2011/06/porto-de-rio-
grande-assinado-termo-de.html>. Acesso dez. 2016
52
11.1.7 Farol da Barra, no município de São José do Norte

O Farol da Barra esta localizado na cidade de São José do Norte, no litoral Sul do
estado do Rio Grande do Sul, esta localidade compreende a Ligação entre a Lagoa dos Patos e
o Oceano Atlântico, uma importante rota que permite às embarcações chegarem à cidade de
Porto Alegre. Até meados dos anos 80, a barra do pequeno município de São José do Norte
não possuía farol construído, porém o clarão de uma enorme fogueira avisava aos navegantes
dos perigos que por ali existiam, entretanto em 1820, em cumprimento a uma provisão da
Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação concedeu o início a construção do
primeiro farol assentado na entrada da Barra do Rio Grande de São Pedro do Sul (LÍVIO,
2016).
No entanto, após uma forte chuva de granizo a construção desabou, ficando
aquela província novamente sem farol. Na época, por motivo de segurança foi recomendado
pelo governador geral, Saldanha, acender em noites escuras uma fogueira nas proximidades
desse farol para que fosse possível a cobrança de impostos a todos os navios que ali
ingressassem. Em ofício de 7 de julho de 1827, Salvador José Maciel, pela Junta do
Comércio, julgou ser de grande importância, a reconstrução deste farol assim como a
construção de mais 4 faróis no interior da Lagoa dos Patos (LÍVIO, 2016).
Em 18 de janeiro de 1848, foi inaugurado um moderno farol de ferro vindo de
Londres que possuía formato de torre de ferro com formato piramidal apresentando 110 pés
ingleses de altura, 15 pés de diâmetro na base 7 e 9 polegadas e era visível há 30 milhas, esta
iniciativa foi proveniente do Capitão dos Portos Antônio Caetano Ferraz, que conseguiu
adaptar a estrutura Londrina ao solo arenoso da região. Mas só em dezembro de 1886, foi
inaugurado um aparelho de luz de 2ª ordem, dióptrico, lanterna da marca francesa BBT. Com
luz fixa variada por luz cintilante de 30 em 30 segundos, elevada 31,65 metros acima do pré-
amar 29,55 metros acima do solo e visível a 16 milhas (LÍVIO, 2016).
Atualmente, este farol é de responsabilidade da Marinha do Brasil, e apresenta
faixas horizontais pretas e brancas, seu formato é de torre troncônica metálica, com alcance
luminoso de 30 milhas, altitude focal de 32 metros, altura focal 31 metros, alcance geográfico
de 15 milhas, construído entre a lagoa dos patos e a praia do mar grosso. Ao seu lado,
encontra-se restaurada a torre do patrão-mor, a mais antiga torre de farol ainda de pé no
Brasil. Representado na figura 40 (LÍVIO, 2016).

53
Figura 40 – Farol da Barra em São José do Norte
Fonte: FONTE, 2015.
Disponível em: <http://fonte192.blogspot.com.br/>. Acesso fev. 2017.

11.1.8 Farol Estreito

O Farol do Estreito está localizado a 31 km de São José do Norte, e fica na região


conhecida como barra do estreito, um excelente lugar para a pesca esportiva, com grande
diversidade de peixes, acampamentos e surf. Neste local a água doce da Lagoa dos Patos
encontra o mar (PREFEITURA DE SÃO JOSE DO NORTE, 2015). O Farol do Estreito pode
ser observado na figura 41.

Figura 41 – Farol do Estreito


Fonte: PANORAMIO, 2008.
Disponível em: <http://www.panoramio.com/photo/11115225>. Acesso fev. 2017.

54
11.1.9 Farol Conceição

A região que rodeia o Farol Conceição é formada por arenitos (rocha sedimentar
que resulta da compactação e litificação (conjunto complexo de processos que convertem
sedimentos em rocha consolidada) de um material granular da dimensão das areias). O
arenito, o mar agitado e as fortes ressacas da localidade fizeram com que a areia cedesse e o
Farol Conceição desabasse (ANDARILHO, 2014).
Os arenitos e o farol caído formam um cenário diferente na região do litoral
central do Rio Grande do Sul, o que atraí turistas para a região, procurando antigas histórias
que cercam o local, cenários exuberantes e aventura, pois há muita dificuldade para chegar ao
farol, uma vez que, a faixa de areia entre as dunas e o mar é praticamente inexistente em
algumas épocas do ano. Como o Farol Conceição foi destruído pelas águas, foi construído um
novo ao seu lado, de estrutura férrica, porém ainda é possível ver os destroços do antigo farol,
como é possível ver nas figuras 42 e 43 respectivamente (ANDARILHO, 2014).

Figura 42– Farol Conceição intacto e após seu desmoronamento


Fontes: PANORAMIO, 2008.
Disponível em: <http://www.panoramio.com/photo/18591885>. Acesso fev. 2017

55
Figura 43- Farol Conceição atual
Fontes: PANORAMIO, 2008.
Disponível em:<http://www.panoramio.com/user/362682>. Acesso fev. 2017

11.1.10 Farol Capão da Marca de Fora

Este farol é o mais novo farol de Tavares, inaugurado em 04 de abril de 2008,


medindo 40 metros de altura, é o segundo farol mais alto do Estado. Possui forma cilíndrica,
de concreto armado, na cor branca com uma faixa central na cor vermelha. Seu alcance
luminoso é de 17 milhas náuticas. Localizado às margens do Oceano Atlântico, no extr emo
sul do município; distante 36 km de Tavares, localização no 4º Distrito do Capão Comprido
(TAVARES, 2010). O farol pode ser observado na figura 44.

Figura 44 - Farol Capão da Marca de Fora


Fonte: GEOVIEW, 2009.
Disponível em:< http://uy.geoview.info/farol_capao_da_marca_de_fora,21725011p>. Acesso
dez 2016.
56
11.1.11 Farol de Mostardas

Durante anos, o único farol costeiro no atual Estado do Rio Grande do Sul foi o da
Barra. Em 1887, o diretor de faróis Cerqueira Lima elaborou um relatório recomendando a
instalação de vários faróis na região, entre eles um na ponta de Mostardas. No mesmo ano foi
encomendada na França uma torre de ferro de 33 metros de altura no sistema Mitchell, com
um aparelho dióptrico de 3ª ordem, de luz branca e encarnada. O farol, pintado de branco, só
foi inaugurado em 11 de junho de 1894. Em 1940, foi inaugurado o atual ”espigão” de
concreto de 38 metros. Para ele foram transferidas a lente e a lanterna da antiga torre. Em
1975 o farol ganhou um revestimento externo em pastilhas vitrificadas, dispensando pinturas
posteriores. Na década de 80 passou a funcionar com energia elétrica. Atualmente, este farol
esta sob posse da marinha brasileira, e está representado na figura 45. Mostardas é um dos
principais núcleos de imigrantes açorianos no país e é o principal ponto de apoio aos
visitantes do Parque Nacional da Lagoa do Peixe (LÍVIO, 2016).

Figura 45 – Farol de Mostardas


Fonte: PANORAMIO, 2008.
Disponível em: <http://www.panoramio.com/photo/47017737#>. Acesso fev. 2017.

57
11.1.12 Farol Solidão

O mar revolto, ventos fortes, tempestades frequentes, praias repletas de dunas e


um cenário de isolamento são características do litoral do Rio Grande do Sul. Devido à
ausência de pontos notáveis em sua costa baixa, os faróis também fazem parte dessa paisagem
constituindo um auxílio vital à navegação. O trecho compreendido entre Quintão e Mostardas,
cujo apelido "Cemitério de Navios", é um lugar de encalhes de embarcações. Por este motivo
foi inaugurado em 2 de setembro de 1929 na praia de Pernambuquinho, o farol da Solidão,
que preenche uma lacuna na iluminação costeira entre os faróis de Cidreira e Mostardas, nessa
época, o farol e a casa do faroleiro eram os únicos traços da presença humana no local. A
primeira torre construída foi uma armação de ferro de 17 metros com lanterna a gás acetileno
da marca suéca AGA. Em 1949 a antiga torre tomada pela ferrugem e foi substituída pela
atual, de concreto pintada em vermelho, no topo há uma lanterna de acrílico que opera
alimentada por energia solar. Embora operando automaticamente desde sua inauguração, o
farol de Solidão foi guarnecido por faroleiros até 1986. O Farol da Solidão esta representado
na figura 46 (LÍVIO, 2016).

Figura 46 – Farol de Solidão


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em:
<http://faroisbrasileiros.com.br/far%C3%B3is/farol%20solid%C3%A3o.html>. Acesso dez.
2016.

58
11.1.13 Farol Berta

O Balneário de Dunas Altas está localizado ao lado de Quintão Velho, próximo a


região de Palmares do Sul. Neste balneário se encontra o Farol Rubem Berta (JULIANO,
2011). Este farol esta representado na figura 47.

Figura 47 - Farol Berta


Fonte: JULIANO, 2011.
Disponível em: <http://palmares-rs.blogspot.com.br/2011/02/balneario-dunas-altaspalmares-
do-sul.html>. Acesso mar 2017

11.1.14 Farol de cidreira

Erguido na década de 1930, fica entre os balneários de Salinas e Nazaré. O


propósito era proteger as embarcações que passavam pelo litoral gaúcho. O Farol de Cidreira
possui aproximadamente 50 metros de altura. Este farol é considerado um dos principais
atrativos do litoral norte do Rio Grande do Sul (BROCKER, 2014).
O Farol de Cidreira completou em 2007, 100 anos, e recebeu pintura nova. Em
espiral, nas cores vermelho e branco possibilitando uma melhor visualização por barcos e
navios há cerca de 30 km da praia. Este farol esta sendo utilizado como sinalizador náutico.
Segundo o Sargento da Marinha, Francisco Paulo Ribeiro de Souza, responsável pelo
funcionamento e manutenção do farol, a revitalização da pintura faz parte do cronograma
atual de revitalização (LITORALMANIA, 2007). O farol esta representado na figura 48.

59
Figura 48 - Farol de Cidreira
Fonte: BROCKER, 2014.
Disponível em: <http://www.litoralmania.com.br/cidreira-revitaliza-farol/>. Acesso mar. 2017

11.1.15 Farol de Tramandaí

O Farol de Tramandaí fica próximo à plataforma de pesca de Tramandaí. Em


frente ao farol, fica o Monumento de Iemanjá (BROCKER, 2014). Na figura 49 esta
representado o antigo Farol de Tramandaí. A figura 50 mostra como esta o farol atualmente.

Figura 49 – Antigo Farol de Tramandaí


Fonte: BROCKER, 2014.
Disponível em: <http://www.guascatur.com/2014/03/farol-de-tramandai-rio-grande-
do-sul.html>. Acesso mar. 2017

60
Figura 50- Atual Farol de Tramandaí
Fonte: PANORAMIO, 2008.
Disponível em: <https://www.panoramio.com/user/1478662?photo_page=2> .
Acesso fev. 2017.

11.1.16 Farol de Capão da Canoa

O Farol de Capão da Canoa, erguido em 1930, já foi uma das construções mais
altas do litoral gaúcho, ao seu redor só havia areia e o mar imenso. Hoje é um monumento
histórico localizado na Praça Caramuru, ou “Praça do Farol”. Atualmente a praça é
arborizada, com muitos bancos e locais para diversão, porém, a vista mais imponente da praça
é a visão privilegiada de um monumento histórico e cultural, o Farol de Capão da Canoa. Em
1992, a Prefeitura Municipal projetou e construiu um novo farol. Depois da obra concluída, a
prefeitura entregou para a Marinha que mantém e conserva o farol. O pátio que certa o farol
abandonado e o portão sem tranca, qualquer pessoa entra sem autorização no local (Wainer,
2017). O Farol de Capão da Canoa esta representado na figura 51.

61
Figura 51– Diversos ângulos do Farol de Capão da Canoa
Fonte: WAINER, 2017.
Disponível em:< http://bora.ai/poa/passeios/passeando-pelo- litoral- norte-gaucho>.
Acesso mar. 2017.

11.1.17 Farol de Arroio do Sal

O Farol foi inaugurado em 1993 e é um atrativo turístico do balneário que fica


próximo à Praça do Farol. Este farol é de responsabilidade da Marinha do Brasil. Segundo
relatos em sites na internet, o farol encontra-se pichado e com a cerca que protege o seu
perímetro destruído. Porém a porta de acesso interno que fica a aproximadamente cinco
metros de altura confirma que a visitação interna não é permitida. Pouco se sabe sobre o Farol
de Arroio do Sal devido a falta de informações, a Marinha do Brasil não trás informações
precisas em seu site que é muito vago e desatualizado (PORTAL FÉRIAS, 2007). A figura 52
mostra o Farol de Arroio do Sal

62
Figura 52 – Farol de Arroio do Sal
Fonte: PORTAL FÉRIAS, 2007.
Disponível em: < http://www.ferias.tur.br/cidade/7423/arroio-do-sal-rs.html>. Acesso fev.
2017.

11.1.18 Farol de Torres

Na divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a praia é quebrada pela
formação rochosa conhecida desde o século XVII como "As Torres". Seu prolongamento em
direção ao mar forma a Ilha dos Lobos, um perigoso obstáculo para navegação. Por este
motivo, foi inaugurado em 25 de janeiro de 1912, o Farol de Torres, para melhorar a
iluminação daquele trecho da costa sul foram construídas 4 torres: uma Sul, Guarita, do Meio
(ou das Furnas) e do Norte, cujo topo esta à 40 metros acima do nível do mar. A torre de ferro
roxo-terra da marca BBT de 10 metros foi montada por James Magnus & Cia e pelo mecânico
Alfredo Kurt Schultze. Seu aparelho de luz dióptrico de 3ª ordem alternava lampejos brancos
e encarnados. O alcance inicial de 19 milhas foi mantido até a inauguração do farol atual que
em pouco tempo foi vitimado pela corrosão. Diante do perigo eminente de desabamento, foi
substituído por outra torre de 10 metros em treliça de ferro pintada de branco. Equipado com
um sistema automático AGA de gás acetileno que entrou em operação em 18 de fevereiro de
1928. A figura 53 mostra o Farol de Torres, em 1912. A figura 54 mostra o Farol de Torres,
em 1928 (LÍVIO, 2016).

63
Figura 53 – Farol de Torres, em 1912
Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em:<http://faroisbrasileiros.com.br/memorial/painel.html>. Acesso dez.
2016.

Figura 54 – Farol de Torres, em 1928


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em: <http://faroisbrasileiros.com.br/memorial/painel.html>. Acesso dez.
2016.

64
A partir de então passou a exibir somente luz branca. E mais uma vez, foi
consumido pela ferrugem. Um terceiro farol foi construído, desta vez em alvenaria. Com
projeto de Roberto Lacombe e Flávio Barbosa, a torre branca de 15 metros foi inaugurada em
19 de maio de 1952, e equipada com uma lanterna AGA similar à do farol anterior, porém
adaptada à energia elétrica. Em 1958, recebeu o revestimento de azulejos (LÍVIO, 2016). A
figura 55 mostra o Farol de Torres, em 1952.

Figura 55 – Farol de Torres, em 1952


Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em:<http://faroisbrasileiros.com.br/memorial/painel.html>. Acesso dez.
2016.

Uma torre de telecomunicações de 46 metros prejudicou a identificação do farol,


que foi desativado e cedido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA). Contudo, no alto da torre em 3 de setembro de 1993, foi acionada
uma lanterna de acrílico, que atualmente é o sistema de iluminação do Farol de Torres
(LÍVIO, 2016). A figura 56 mostra como esta o Farol de Torres atualmente.

65
Figura 56 – Atual Farol de Torres
Fonte: LÍVIO, 2016.
Disponível em: <http://faroisbrasileiros.com.br/memorial/painel.html>. Acesso dez.
2016.

11.2 Faróis situados as margens da lagoa dos patos no sentido s ul-norte

Os Faróis da Lagoa dos Patos estão representados na figura 57.

Figura 57 – Mapa dos Faróis da Lagoa dos Patos


Fonte: SANTOS, 2011.
Disponível em: < http://hidroviasinteriores.blogspot.com.br/2011/06/porto-de-rio-
grande-assinado-termo-de.html>. Acesso dez. 2016

66
11.2.1 Farol Fronteira Aberta

O Farol Fronteira aberta fica localizado na praia fronteira aberta, passando a


localidade do Chuí em direção a Rio Grande. Atualmente se encontra em ruínas. Este Farol é
fruto do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) (Zero Hora/Agência RBS, 2000). Os
destroços do Farol Fronteira Aberta esta representado na figura 58.

Figura 58- Destroços do Farol Fronteira Aberta


Fonte: WIKIMAPIA
Disponível em: <http://wikimapia.org/203543/pt/Farol-Fronteira-Aberta>

11.2.2 Farol da Ponta Alegre

Em 1857, preocupados com uma boa e segura navegação na Lagoa Mirim, o


Governo da Província deixou aos cuidados do Barão de Caçapava, o desenvolvimento de
faróis que deveriam ser erguidos ao longo da lagoa para garantir uma boa navegação. O
parecer do Barão de Caçapava foi aprovado pelo Coronel Jardim, que fora encarregado pelo
governo a fim de examinar e marcar os lugares para as construções dos faróis da Lagoa
Mirim. A preocupação com a navegação na Lagoa Mirim foi devido à navegação comercial e
de passageiros, ter se tornado muito intensa nessa época. No início do século, sem nenhum
registro histórico aparente, foram iniciadas as obras de construção do farol tendo sua
inauguração registrada pelo Correio do Povo (Porto Alegre, 30.09.1908) telegrama :

67
“Foi inaugurado, no dia 20 do corrente, um pharol de 5ª ordem com torre
quadrangular de alvenaria, de 16 metros de altura acima do solo e 17 acima do nível das
águas, 1.000 metros a sudoeste (SW) da Ponta Alegre, na Lagoa Mirim. Sua luz é branca,
fixa, visível a 12 milhas, com tempo claro. A torre é pintada de branco, bem como as duas
casas dos pharoleiros que lhe ficam juntas” (PEREIRA, 2011).
A Ponta Alegre é ponto de parada obrigatório dos navegadores que ainda
aventuram-se por essas águas, sendo o Farol local estratégico de parada para descanso e
registro de belas imagens do farol e de sua vista paradisíaca do alto de sua torre. Este farol
encanta por sua bela arquitetura e está bem conservado já que foi abandonado por volta de
1950. Esta localizado há Norte da Lagoa Mirim. Ele tem 16 m de altura e 17 m do nível da
lagoa (PEREIRA, 2011). A figura 59 apresenta o Farol da Ponta Alegre.

Figura 59 – Farol da Ponta Alegre


Fonte: PEREIRA, 2011.
Disponível em: <http://jucileninhapereira.blogspot.com.br/2011/10/historia-do-farol-da-
ponta-alegre.html>. Acesso fev. 2017.

11.2.3 Farol de Itapuã

Os índios Patos (Carijós) foram os habitantes primitivos do entorno da maior


laguna brasileira que liga Porto Alegre e o Oceano Atlântico. Com a invasão da cidade de Rio
Grande pelos espanhóis em 1763, a Capital da província de São Pedro do Sul (atual Rio
Grande do Sul) foi transferida para Viamão, cujo porto daria origem a Porto Alegre. Desde

68
então, a lagoa dos Patos se transformou num movimentado corredor. Para sinalizar o ponto
onde o Rio Guaíba encontra a lagoa, foi inaugurado em 1º de março de 1860 um farol,
projetado pelo Tenente Coronel Jardim e executado pela comissão militar de engenharia da
província, sua torre octogonal de alvenaria tem 13 metros de altura e no centro ficava a casa
dos faroleiros. Seu equipamento luminoso era catóptrico de luz fixa com alcance de 12
milhas, substituído em 1904 por um dióptrico da marca BBT de 5ª ordem. Os faroleiros foram
dispensados em 1926 quando o farol passou a funcionar automaticamente com equipamentos
AGA a gás acetileno. Atualmente dispõe de lanterna de acrílico alimentada por energia so lar.
O farol está na área do Parque Estadual de Itapuã. Este farol esta representado na figura 60
(LÍVIO, 2016).

Figura 60 – Farol de Itapuã


Foto: LÍVIO, 2016.
Disponível
em:<http://faroisbrasileiros.com.br/far%C3%B3is/farol%20itapu%C3%A3%20da%20lagoa.h
tml>.Acesso dez. 2016.

11.2.4 Farolete CS Álvaro Albe rto

Além dos faróis a Lagoa Mirim e a Lagoa dos Patos contam com outros
sinalizadores náuticos como bóias, e faroletes. A Marinha é responsável pela manutenção dos
faróis, além da sinalização de Carta de Serviço (CS) Álvaro Alberto. O restante das bóias
luminosas e faroletes são de responsabilidade da Superintendência de Portos e Hidrovias
(SPH) (SANTOS, 2011).
69
11.2.5 Farol Cristóvão Pereira

Christóvão Pereira de Abreu foi um militar português e como sertanista é


considerado o mais importante tropeiro que o Brasil assistiu, ele contribuiu na formação do
Rio Grande do Sul. Christóvão também foi um dos responsáveis pela fundação da cidade de
Rio Grande e Porto Alegre. Christóvão foi figura chave na formação do Rio Grande do Sul.
Por sua iniciativa, a ligação terrestre entre o sul e a cidade paulista de Sorocaba se
transformou na importante rota dos tropeiros. Numa sesmaria de sua propriedade, em 1849,
foi inaugurado um dos mais importantes faróis da Lagoa dos Patos, agregando a esta região
mais um farol para a rede de sinais náuticos com o objetivo de auxiliar os navegantes em rotas
marítimas. O primeiro farol consistia de uma simples torre de madeira com um lampião em
seu topo. Já em 8 de janeiro de 1861, foi reinaugurada uma vistosa torre de alvenaria de 28
metros equipada com um aparelho de luz catóptrico de luz fixa com 12 milhas de alcance,
substituído em 1904 por um dióptrico de 5ª ordem. O movimento das águas da lagoa aos
poucos vem ameaçando essa estrutura, a casa dos faroleiros já foi destruída pelas intempéries
marítimas, mas a torre ainda resiste, constituindo-se numa das atrações do município de
Mostardas, que conta ainda com outros faróis nas proximidades. O farol Cristóvão Pereira foi
automatizado em 1929 com a instalação de uma lanterna AGA a gás acetileno. A lanterna
atual é de acrílico e funciona com energia solar, entretanto o cenário ao redor do farol é de
total abandono (LÍVIO, 2016). Este farol esta representado nas figuras 61, 62, 63, 64 e 65.

Figura 61 – Farol Cristóvão Pereira


Fonte: Ribeiro, 2004
Disponível em:< http://www.popa.com.br/imagens/04-04/>. Acesso junho de 2017.

70
Figura 62 – Farol Cristóvão Pereira
Fonte: LÍVIO, 2016
Disponível em:<http://faroisbrasileiros.com.br/memorial/painel.html>.Acesso dez.2016.

Figura 63 - Farol Cristóvão Pereira, 2016


Fonte: cedida pelos autores.

71
Figura 64 – Farol Cristóvão Pereira
Fonte: PANORAMIO, 2008.
Disponível em:<http://www.panoramio.com/user/5329596?photo_page=1>. Acesso fev.2017.

Figura 65 – Visão aérea do Farol Cristóvão Pereira


Fonte: ADRIANO E ANDRÉIA, 2014.
Disponível em: <http://farolcristovaopereira.blogspot.com.br/p/blog-page.html>.
Acesso mar. 2017.

11.2.6 Farol de Capão da Marca, e m Tavares

A Lagoa dos Patos, a maior do País, é uma via natural de transporte entre Porto
Alegre e Rio Grande, cujo nome deriva de seus primeiros habitantes, os índios Patos
(Carijós). Em 1827, foi encaminhado ao imperador D. Pedro I o pedido para a instalação de
faróis na região que compreende o interior da laguna, porém devido a poucos recursos

72
financeiros, os faróis só entraram em operação 22 anos depois, entre eles o do Capão da
Marca, próximo à cidade de Mostardas, este foi inaugurado em 5 de setembro de 1849, era
uma torre de madeira com pouco mais de 7 m de altura, equipada com um lampião, cuja luz
tinha alcance de 5 milhas. Em 25 de março de 1881, foi reconstruído um novo farol, sendo
uma torre de ferro da marca francesa Sautter, Lemonnier & Cie com um aparelho de luz fixa
de 4ª ordem, que aumentou seu alcance para 11 milhas. O farol de 14 metros, exemplar único
no país, foi pintado de roxo-terra por volta do início do século XX, e assim permaneceu até
sua automatização (com equipamentos AGA a gás acetileno). Atualmente, o farol esta pintado
de branco, abandonado, em péssimo estado de conservação e se encontra desativado. O farol
de Tavares esta representado na figura 66 (LÍVIO, 2016).

Figura 66 – Farol da Marca


Fonte: Cedido pelos autores, 2016.

11.2.7 Farol do Bujuru

O antigo Farol de Bujuru foi construído ao mesmo tempo em que os Faróis de


Itapuã, Christóvão Pereira e Ponta Alegre (este na Lagoa Mirim), estas obras foram iniciadas
em 1858. A foto mostrada na figura é da década de 50, pouco antes de o mesmo ruir. Este
farol tinha 20 metros de altura. Na época de sua construção existia a casa do faroleiro e
enormes figueiras ao sei redor que hoje não existem mais devido à invasão das águas nesta
73
área. Na ponta de Bujuru é possível avistar uma ilhota afastada uns 100 metros da ponta da
areia. Esta ilhota nada mais é do que as ruínas do Farol. O Farol de Bujuru é representado na
figura 67 (GONÇALVES, 2009).

Figura 67 - Farol de Bujuru


Fonte: GONÇALVES, 2009
Disponível em:<http://www.popa.com.br/docs/cronicas/farol_bojuru/>. Acesso mar. 2017.

11.2.8 Faroletes das Lagoas

Após algumas pesquisas, identifiquei alguns faroletes nas Lagoas Mirim e dos
Patos, no entanto só encontramos suas nomenclaturas, sendo que suas características,
histórias, funcionamento e funções não estão registrados em nenhum material de pesquisa
utilizado para produção deste. Porém suas nomenclaturas são mencionadas a baixo:
 Farolete São José Nr 20;
 Farolete São José do Norte;
 Farolete Balizão Nr 18;
 Farolete Honório Bicalho;
 Farolete Enrg Norte;
 Farolete Enrg Sul.
O Diretor Técnico da Praticagem da Lagoa dos Patos, Amaro Paiva, constatou a
péssima situação atual da sinalização na Lagoa dos Patos. A notícia foi publicada pelo jornal
Correio do Povo, de Porto Alegre, em 2014. Segundo Paiva, que exerce a profissão de Prático
74
há 45 anos há marcas de sinalização deslocadas, sem pintura, sem numeração e adernadas. O
Comandante Emilio Petry Oppitz, inveterado velejador, afirma que a sinalização luminosa da
Lagoa dos Patos está inoperante, com exceção do Farol Cristóvão Pereira e do navio
soçobrado Álvaro Alberto, sendo estes dois de responsabilidade da Marinha (POPA, 2014)
Há baixo esta a lista faroletes e bóias e seus respectivos estados de conservação:

Tabela 2 – Estado de funcionamento de bóais e faroletes

Situação da sinalização da Lagoa dos Patos em 20014

Fte Quilombo Apagado

BL CS Saturno Apagada

BL Banco do Vitoriano Desaparecida

Fte Bujuru Desaparecido

Farol Capão da Marca Apagada

BL Banco Dona Maria Apagada

Farol Cristóvão Pereira Guarnecido pela Marinha


do Brasil

BL Pontal Norte Desaparecido


Cristovão Pereira

Fte Desertores Desaparecido

BL Banco São Simão Desaparecida

BL Pontal Santo Antonio Desaparecido

BL CS Rio Negro Apagada

Fte CS Alte Álvaro Marinha do Brasil


Alberto
Fte Barba Negra Apagado

Fte Desertas Desaparecido

75
11.2.9 Farol do Molhe Sul de Mampituba - Torres, Brasil

O rio Mampituba é um rio brasileiro que atua como divisa natural dos estados do
Rio Grande do Sul e de Santa Catarina no extremo leste destes, desaguando no Oceano
Atlântico. A foz do rio Mampituba foi protegida do assoreamento pelos molhes, o que facilita
a saída dos barcos pesqueiros. O nome Rio Mampituba vem do Tupi-Guarani que quer dizer
"Rio de Muitas Curvas", ou "Pai do Frio". A figura mostra a vista do Farol da Barra do Rio
Mampituba, na fronteira dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Localizado
na Praia de Torres, Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Nesta localidade fica m dois molhes
como os que foram construídos na cidade de Rio Grande, Mampituba Norte de 10 m de altura
e Mampituba Sul de 10 m (CHARDÔ, 2007). O Farol e os Molhes de Mampituba são
mostrados na figura 68, respectivamente.

Figura 68 – O Farol e os Molhes de Mampituba


Fonte: CHARDÔ, 2007.
Disponível em: <http://www.chardo.com.br/faroisrelato.htm>. Acesso mar. 2017.

12 TRABALHO DE FAROLEIRO

Antigamente, os faróis eram cuidados por escravos e soldados, já na Europa da


Idade Média, os monges e freiras eram quem cuidavam dos faróis. Por volta do final do
século XIX, os faroleiros eram profissionais empregados por agências, muitos eram
pescadores, marinheiros, filhos de faroleiros ou pessoas com alguma ligação com o mar.

76
Normalmente, o faroleiro contava com o auxílio de alguns assistentes que trabalhavam por
turnos, e consequentemente passavam longos períodos longe de suas famílias, isso era comum
em faróis localizados em praias. Porém, muitos faroleiros também podiam optar por trazer
suas famílias para viverem junto com eles no local (SANTOS, et al., 2012).
Por este motivo, com algumas poucas exceções, os faroleiros em sua maioria eram
homens. Para trabalhar como faroleiro era preciso muita atenção, pois antes da automação, o
trabalho do faroleiro incluía: recarregar as lâmpadas a óleo, trocar o pavio, dar o sinal de
nevoeiro, limpar as lentes, manter todas as coisas arrumadas, faxina e manutenção, a figura 69
e 70 mostram a jornada de trabalho de faroleiros. Por volta dos anos 1600, começaram a ser
utilizados navios luminosos, ou seja, embarcações ancoradas com balizas no topo de seus
mastros que faziam a função de um farol (SANTOS, et al., 2012).

Figura 69 – Trabalho de faroleiro


Fonte: GOMES e MONTEAGUDO, 2012.
Disponível em: <http://extra.globo.com/noticias/rio/historias-da-solidao-como-vive-jackson-
faroleiro-da-ilha-rasa-ultimo-personagem-da-serie-sos-6209981.html>. Acesso jan. 2017.

Figura 70 – Faroleiros, em 1900


Fonte: MISTÉRIOS DA HUMANIDADE, 2014.
Disponível em: <http://misteriosdahumaanidade.blogspot.com.br/2013/09/desaparecimento-
dos-faroleiros-nas.html>. Acesso jan. 2017.
77
Para os tripulantes das embarcações, o tédio era sem fim, além de ficarem
expostos ao mau tempo e demais riscos do tráfego marítimo. Muitos deles também sofreram
problemas de audições ou ficaram surdos, devido ao alto som das buzinas de nevoeiro
instaladas em nos embarcações de ferro. Além disso, os faroleiros também eram responsáveis
por reportar naufrágios, acidentes e outras situações de perigo que tivessem notificado, sendo
responsáveis por salvar muitas vidas (SANTOS, et al., 2012).
Conforme National Park Service, muitos esforços estão sendo feitos para
preservar a história e a estética dos faróis americanos, o Ato Nacional Norte - Americano de
Preservação da História dos Faróis de 2000 descreve um processo no qual a guarda costeira
transfere certos faróis desativados para grupos sem fins lucrativos e outras
organizações, sem nenhum custo, desde que essas organizações mantenham
as estruturas dos mesmos e permitam a visitação do público. Se nenhuma
organização quiser o farol, ele vai para leilão (SANTOS, et al., 2012).
No Brasil, há um movimento pela luta de efetiva preservação do Patrimônio
Cultural brasileiro, a DEFENDER (Defesa Civil do Patrimônio Histórico), que enviou um
ofício em novembro de 2014 ao Poder Executivo e ao Ministério Público solicitando a
elaboração da Lei Municipal de Proteção aos Bens Culturais, como os faróis, colocando-se
parceira no processo. Entretanto após alguns meses de protocolo do ofício, o Ministério
Público resolveu arquivar a solicitação advertindo que pela omissão do Poder Executivo
entendeu-se que já existe tutela sobre o patrimônio histórico (GEDEON, 2015).

12.1 Atribuições ao faroleiro

Os faroleiros são os responsáveis por manter em perfeito funcionamento aquele


que é considerado em áreas isoladas um porto seguro aos navegantes. No posto de trabalho o
faroleiro no âmbito de cuidar do tráfego marítimo, possui algumas atribuições, como
(SANTOS et. al., 2012):
a) Fazer os quartos de serviços de acordo com o encarregado do farol e registrar
no Livro de Quarto todas as ocorrências que se derem no farol;
b) Não permutar serviço sem autorização do faroleiro encarregado do farol;
c) Não se ausentar do farol sem licença do encarregado;
d) O faroleiro de serviço diurno do nascer ao pôr-do-sol, tem sob sua
responsabilidade a guarda do farol, zelando pela segurança, limpeza interna e externa,

78
registrando no livro de quarto todas as ocorrências e alterações verificadas, dando ciência ao
encarregado de qualquer anormalidade;
e) Morar nas casas que lhes são destinadas, zelando pelo seu asseio e
conservação;
f) Não permitir visita ao farol durante o serviço noturno;
g) Levar ao conhecimento do encarregado qualquer ocorrência estranha à rotina
do serviço;
h) Prestar todos os socorros possíveis e ao seu alcance aos navegantes em caso de
encalhe e naufrágio, inclusive asilo, fazer comunicação para socorrê- lo;
i) Não abandonar o seu posto de serviço a fim de que a vigilância não sofra
interrupção, quer de serviço diurno ou noturno;
j) Conviver em harmonia e usar de toda urbanidade com todos os funcionários do
farol e com estranhos em objeto de visitas;
k) Apresentar-se devidamente uniformizado e
m) No início e no regresso de licença ou férias, apresentar-se sempre ao
encarregado do farol.

12.2 Competências do faroleiro encarregado do farol

Assim como o faroleiro o faroleiro encarregado também possui atribuições como


(SANTOS et. al., 2012):
a) Manter a sua incumbência em ordem, limpeza, conservação e funcionamento;
b) Organizar horários para limpeza, arrumações, fainas e etc...
c) Fazer a escala dos serviços diurno e noturno, nela alterando em rodízio todos
os faroleiros;
d) Instruir, orientar e fiscalizar o serviço de seus subordinados;
e) Manter a conservação e limpeza das casas, depósitos e demais dependências
do farol;
f) Comunicar à autoridade de sua jurisdição qualquer irregularidade no
funcionamento do farol, quer ocorra no seu quarto de serviço ou no de seus auxiliares;
g) Nos casos de acidentes graves tomar medidas de emergência e comunicar as
autoridades superiores para as devidas providências;

79
h) Passar a responsabilidade do serviço ao faroleiro imediato sempre que se
ausentar do farol por qualquer motivo;
i) Organizar uma tabela de horários para as conduções;
j) Zelar pelos interesses da Fazenda Nacional, comunicando ao SSN, Capitania,
Delegacia ou Agência, qualquer irregularidade sobre o material e sua escrituração;
k) Organizar e encaminhar os pedidos de sobressalentes, levando em conta o
material existente no farol;
l) Manter correspondência com o SSN, Capitania, De legacia, Agência por meio
de ofício ou telegrama, escriturar os mapas e relatórios;
m) Conservar as características da luz, de acordo com as publicadas na Lista de
Faróis;
n) Ter todo o material permanente sob sua responsabilidade, devidamente
inventariado;
o) Dar exemplo de assiduidade, dedicação e moralidade de costumes.

12.3 Rotina diária de um faroleiro

Tanto o faroleiro quando o encarregado possui funções diárias como (SANTOS


et. al., 2012):
a) Desligar o Farol e colocar as sanefas (cortinas);
b) Para os faróis com gerador desligá- lo;
c) Fazer coletas de informações para auxiliar na previsão meteorológica e transmiti- las;
d) Fazer a limpeza da lente e da lanterna do farol;
e) Fazer limpeza das escadas e janelas do farol;
f) Manter o pátio limpo e arrumado;
g) Manter a cerca do farol consertada;
h) Manter as casas limpas e arrumadas fazendo as manutenções necessárias;
i) Manter os equipamentos de meteorologia em funcionamento;
j) Fazer a manutenção nos equipamento de comunicação;
k) Fazer manutenção no equipamento Racon;
l) Fazer manutenção nos geradores mantendo abastecido e as baterias carregadas;
m) Informar aviso de mau tempo aos navegantes via rádio;
n) Receber aeronave cumprindo todos os procedimentos necessários;

80
o) Apoiar eventos de socorro marítimo via rádio e apoio no caso de náufragos;
p) Manter o controle de todo material de sua responsabilidade;
q) Manter o controle do combustível do farol;
u) Manter controle de aguada das casas;
v) Fazer os relatórios mensal, semestral e anual;
x) Retirar as sanefas;
z) Ligar o farol ao por do sol.

12.4 Tecnologias faroleiras

O farol dispõe de um computador ligado a uma rede de Serviço de Atendimento


ao Cidadão (GESAC) onde com acesso a internet o faroleiro pode fazer contato com sua
família, este contato só pode ser feito após o pôr-do-sol onde é ligado o gerador. Na torre do
farol podem-se fazer ligações com celular dependendo do vento. O farol dispõe de um
telefone celular rural ligado a uma antena que é utilizada apenas para serviço e no caso de
emergência. Para passar o tempo os faroleiros ligam o gerador a noite para que possam ligar a
televisão acessar o computador, ler um livro ou estudar; em horas vagas pode-se correr na
praia e até tomar um banho de mar nos dias quentes (SANTOS et. al., 2012).

12.5 Homenagem ao Faroleiro

Com uma notável bagagem cultural o Comandante Ney Dantas escreveu a obra
intitulada: “A História Da Sinalização Náutica Brasileira”, nesta obra ele homenageia o
profissional compromissado com a sinalização dos faróis, o faroleiro. A seguir é descrito um
trecho deste poema intitulado “Ser Faroleiro” (SANTOS et. al., 2012):
É uma vocação forte, persistente, permanente
É abraçar um trabalho nobre, anônimo, silencioso
É orgulhar-se de seu serviço e de sua profissão
É ser auto-responsável
É ser honesto, acima de tudo, consigo mesmo.

É amar o seu farol como a si mesmo


É sentir seu funcionamento

81
É conhecer cada uma de suas partes
É ter intimidade com cada uma de suas peças ou parafusos
É esquecer o calendário e atentar para os nascer e ocasos do sol
(...)
É contemplar a natureza, admirá-la e conservá- la, ainda que longe de tudo e de todos, sem
testemunhas
É tentar conhecê-la, entende- la e respeitá- la
É não temer o mar, mas aprender a vencê- lo
É poder sentir o seu cheiro e o gosto da chuva
É poder ver a chegada e a partida das tempestades
(...)
É ter a certeza de que cada navio, à sua vista, depende dele
É ansiar por sua chegada
É contentar-se com os amigos que vêm, raros, de quando em quando
É pressentir a saudade aos vê- los partir
É guardar quantas histórias que terá para contar

É ser profissional, marido, pai, chefe e subordinado, tudo ao mesmo tempo


É saber conviver com a família e o trabalho
É transformá- los em lazer
É saber aliviar suas tensões
É conseguir adaptar-se a meio, ao momento, metamorfosear-se

É, enfim, e acima de tudo, saber ser Faroleiro.

13 ENTREVISTA COM UM FAROLEIRO

Foi realizada uma entrevista com um faroleiro, para fins de esclarecimentos sobre
sua profissão. As informações coletadas nesta pesquisa têm liberação perante documentação
de Declaração de Autorização de Uso de dados (documento de autorização de imagem em
Anexo). A entrevista deu-se em 29 argumentações solucionadas por Ronaldo o Faroleiro,
Henrique do setor administrativo e Alexandre do setor náutico e meteorologista. O Farol,
cujo faroleiro foi entrevistado fica localizado na Barra do Chuí.

82
Perguntas:

1) Qual sua idade?


O faroleiro Alexandre tem 48 anos de idade.

2) Há quanto tempo você trabalha como faroleiro?


Trabalha como faroleiro desde 1989.

3) Há quanto tempo você trabalha neste farol?


Trabalhou por um período de 3 anos e após foi realocado para outro farol, porém retornou há
3 meses para este farol.

4) Você considera sua profissão bem remunerada?


Sim.

5) Quais suas atribuições como faroleiro?


“Estar preparado para solucionar problemas e situações imprevistas, preservar e manter o
farol em boas condições obtendo resultados satisfatórios no auxílio à navegação”. Alem disso,
deve estar sempre atento, observar qualquer problema atípico, como falta de energia, onde
deverá ligar o gerador provendo iluminação do farol, visto que este é iluminado com sistema
de fotocélula, sendo ligado automaticamente ao entardecer.

6) Como é o funcionamento de um farol?


Este farol hoje possui o funcionamento através de energia elétrica da rede de distribuição da
localidade. Em caso de falta de energia é acionado um motor gerador. Antigamente, ente farol
apresentava seu funcionamento há querosene, em períodos anteriores não funcionou com óleo
de baleia nem óleo vegetal.

7) Como é o equipamento de iluminação do farol?


O equipamento de iluminação é uma Lanterna Barbier Bernard Tireham (BBT) de de 4º
ordem.

83
8) Em nossas pesquisas, soubemos que o farol faz uso de um sistema diotropico de 4°
ordem, o que isso significa?
Este sistema refere-se ao tamanho das lanternas náuticas. Sendo que a maior lanterna
(lâmpada) é encontrada no farol de Santa Marta, em Santa Catarina.

9) Quantas milhas de alcance têm a iluminação deste farol?


Este farol te um alcance de 18 milhas náuticas, geograficamente é aproximadamente 33 km de
distância entre a costa e alto mar.

10) De quanto em quanto é realizada a manutenção no farol?


As manutenções são realizadas de em 2 anos ou quando houver necessidade de reparos e
melhorias.

11) São feiras vistorias? Quem faz? De quanto em quanto tempo?


Sim são realizadas vistorias. As vistorias são realizadas a cada 2 anos. Sendo executadas por
um profissional da Marinha do Brasil responsável pela sinalização náutica.

12) Na falta de iluminação elétrica, como ocorre a iluminação do farol?


É feita através de um gerador.

13) Você tem alguém que lhe substitua em caso de folga ou doença?
Sim, pois é realizado um sistema de revezamento entre os 3 funcionários deste farol. Porém
quando há necessidade de substituições o 5° Distrito Naval de Rio Gra nde em caminha o
funcionário ao devido local.

14) Quantas vezes por dia há a necessidade de subir no topo do farol?


Uma vez ao dia, sendo em períodos de tempestades mais de uma vez para garantindo o
funcionamento adequado.

15) No horário de trabalho, qual a atividade de maior periculosidade?


Não há períodos de periculosidade, visto que existe treinamento adequado e o local de
trabalho é inspecionado de modo a evitar possíveis acidentes de trabalho, assim sendo é de
extrema importância o uso correto de EPIS.

84
16) Você já presenciou algum acidente marítimo?
Ronaldo não presenciou, mas Henrique presenciou dois incidentes. O primeiro no farol
Sanches, onde o tripulante de uma embarcação de pesca sofreu um acidente, então o
comandante do barco pediu ajuda, segundo Henrique o resgate foi muito difícil, devido ao
intenso nevoeiro, isso causou uma enorme dificuldade no salvamento. O resgate foi realizado
pelo SAMU, através de um helicóptero e uma lancha da Marinha do Brasil. O segundo
incidente aconteceu com um barco Argentino que estava aderiva por estar “quebrado”, este
estava sem tripulantes, porém até hoje não houve registros de sobreviventes e nem de corpos.

17) Qual o momento mais difícil que você presenciou durante o seu período de trabalho?
Segundo os profissionais neste farol não houve ocorrências de acidentes. Porém, em meados
de 1993, enquanto Henrique trabalha em uma embarcação, denominada Minas Gerais, com
aproximadamente 1900 tripulantes presenciou um incêndio na casa de máquinas da
embarcação em que se encontrava, sendo difícil o resgate de todos os tripulantes uma vez que
era madrugada, a embarcação se encontrava lotada, em plena escuridão, aderiva e incendiada.

18) Na sinalização náutica como as cores são identificadas, já que este é branco e
vermelho, têm algum significado às cores na sinalização náutica?
As cores servem para diferenciação entre os faróis, desta forma, tornam mais fácil a
localização dos tripulantes ao se deparar com tal farol, uma vez que, cada farol apresenta
cores, formatos e feixes de iluminação diferentes. Durante o dia o os tripulantes se localizam
pela cor e estrutura e durante a noite os tripulantes se localizam pelos feixes de luz.

19) Quem se responsabiliza pelo farol, Brasil ou Uruguai, já que fica localizado na
fronteira?
Brasil, já que está localizado no lado brasileiro no extremo Sul. Este farol não mantém
nenhum tipo de comunicação o Uruguai.

20) Houve uma aproximação da comunidade com o farol após a iniciativa de Santa Vitória
do Palmar como projeto turístico?
Sim, já que turistas Argentinos e Uruguaios, além de turistas de outras nacionalidades
passaram a visitar e conhecer o farol.

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21) Esta iniciativa trouxe benefícios para a comunidade em torno do farol, farol e você?
Não, uma vez que esta iniciativa não tem fins lucrativos.

22) Para ingressar como faroleiro há a necessidade de um concurso público? Onde ocorre
a formação?
Antigamente era contratual, sendo que a marinha contratava serviços terceirizados, porém nos
últimos anos para trabalhar em um farol, o profissional deve ser marinheiro, além de realizar
uma especialização e cursos como faroleiro oferecido pela marinha.

23) O farol é mantido pelo Governo Municipal, Estadual ou Federal?


Federal, sendo os faróis mantidos e monitorados pela marinha do Brasil.

24) Há quem você se reporta?


Ao comandante do 5° Distrito Naval com sede em Rio Grande vinculado ao serviço de
sinalização náutica.

25) Você tem algum ajudante?


Sim, pois são três profissionais neste farol, sendo suas tarefas divididas. Mas há faróis onde
há apenas o faroleiro. Nestes faróis o profissional fica apenas entre 2 e 3 meses, a fim de
evitar problemas de saudade como depressão. Na região Sul apenas o farol do Albardão e o
Sarita apresentam funcionamento desta forma.

26) Qual é a carga horária de trabalho? É por turno?


Visto que estes residem próximo ao farol, sua atividade de trabalho é permanente, 24 horas,
em comum acordo.

27) Você mora na casa do faroleiro só ou com a família?


Moram com a família.

28) Como supera a solidão do trabalho como faroleiro?


Em outros faróis há a possibilidade de depressão, porém neste eles não sentem solidão uma
vez que o farol está localizado no meio de uma comunidade.

29) Há comunicação entre você e os outros faroleiros? E entre faróis?


86
Sim, através de internet, telefone e rádio comunicador. Apenas o farol do Albardão não possui
comunicação.

14 CURIOSIDADE: A FOTO DE FAROL MAIS FAMOSA DO MUNDO

O faroleiro que avista da figura 70, fica localizado na ilha francesa de Ouessant,
no Finisterre da Bretanha. O farol se chama La Jument e é uma das lanternas de mar mais
espetaculares da costa francesa. Está a 2 km da ilha de Ouessant e foi construído entre 1904,
em 1911 passou a sinalizar os perigosíssimos escolhos que causaram inumeráveis naufrágios
(EL PAÍS, 2015).
A história da foto se passa em 21 de dezembro de 1989. O fotógrafo francês
especializado em imagens de faróis Jean Guichard sobrevoava de helicóptero La Jument em
um dia de forte temporal buscando a foto perfeita das gigantescas ondas do Atlântico
golpeando a estrutura do farol. Dentro, o faroleiro Theophile Malgorn, que na época tinha por
volta de 30 anos, escutou as repetidas passagens do helicóptero e imaginou que anormal
estaria acontecendo. E em uma ação impensada ele abriu a porta para ver o que estava
acontecendo. A ação completa durou apenas alguns segundos. Guichard fotografou: o homem
e a força da natureza, apresentada na figura 71. No momento em que uma onda gigante com
toneladas de água enraivecida abraçou a estrutura do farol, o faroleiro Malgorn – na soleira da
porta – escutou um trovejar seco, como um estampido brutal, este foi o momento do impacto
da onda contra a frente do farol. Tão rápido como abriu voltou a fechar a porta, um milésimo
de segundo antes que a onda levasse sua vida. O último faroleiro abandonou La Jument em 26
de Julho de 1991. Desde então é um farol automático. Theophile agora é controlador do farol
de Creac´h, também em Ouessant (EL PAÍS, 2015).
Os faroleiros são (ou eram) pessoas muito especiais. Seres solitários e de poucas
palavras, artistas com todo o tempo do mundo para escrever, p intar ou esculpir. Filósofos de
uma vida que poucos foram capazes de suportar. Por isso eles têm dificuldade em adaptar-se a
uma vida sedentária, controlando um farol, sentados diante de um computador em uma sala
asséptica com calefação depois de terem sido os últimos românticos do mar; filósofos
solitários que a cada noite acendiam luzes com as quais salvavam vidas de navegantes
anônimos que nunca os conheceriam ou teriam ocasião de agradecer- lhes (EL PAÍS, 2015).

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Figura 71 – Imagem incrível registrada do Farol de La Jument
Fonte: JEAN GUICHARD
Disponível em:
<http://brasil.elpais.com/brasil/2015/04/07/elviajero/1428415454_964369.html>. Acesso fev.
2017.

Mas certamente suas luzes não se lançam apenas para o passado, já que há novas
simbologias e significados associados aos faróis. Hoje, tais monumentos fazem parte de uma
paisagem costeira, dando uma identidade cultural a muitas localidades e integrando seus
roteiros de turismo e lazer (BAEZ, 2001).

15 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste projeto foram realizadas duas expedições de


estudos/pesquisa sobre os Faróis do Sul do Brasil. A expedição foi realizada em automóveis
com tração 4x4, uma vez que, o acesso a estes locais é muito difícil devido à ação das marés e
dos ventos fortes impossibilitando muitas vezes o acesso de carros pequenos. A primeira
expedição foi realizada no mês de Abril de 2016, onde percorremos o litoral do RS em busca
dos diversos faróis que iluminam a nossa costa, a aventura contou com paisagens lindíssimas
como a Lagoa do Peixe, Farol Capão da Marca, Farol da Solidão, Farol Cristóvão Pereira,
Lagoa dos Patos, Farol de Bujuru, Farol da Conceição, entre inúmeros outros. O percurso
deu-se entre Rio Grande e Mostardas, pela Costa Sul do Rio Grande do Sul, com duração de
dois dias e teve o propósito de registrar e fotografar os faróis presentes nesta faixa litorânea. O
trajeto de retorno a cidade de Rio Grande foi realizado costeando a Lagoa dos Patos com o

88
mesmo propósito de armazenar informações sobre essas lindas obras de valor artístico,
cultural e de grande importância para a navegação. Além disso, foi possível observar a
presença de várias espécies de animais e plantas silvestres que nos encantaram ao longo do
caminho. A segunda expedição teve a partida da cidade de Rio Grande e m direção a Barra do
Chuí, no extremo Sul do Brasil, pela costa brasileira, onde buscamos registrar o estado de
conservação destes “velhos gigantes do mar” através de fotos, registros escritos e visuais.
Além dos registros dos faróis a expedição foi cheia de aventuras, onde foi possível admirar as
paisagens isoladas e se inserir diretamente em contato com a natureza e suas belezas. Esta
expedição teve a duração de dois dias e foi realizada no mês de Maio de 2017. A partir dos
registros obtidos dos faróis e devido à grande curiosidade em torno destes, pesquisamos a
história de cada um deles, incluindo aqueles que não conseguimos visitar devido ao
esgotamento do fator econômico e de tempo disponível para realizar a expedição por toda a
costa litorânea do Sul do Brasil. As buscas por informações sobre as histórias dos faróis foram
realizadas através de livros e sites na internet, visto que há poucas informações sobre esses
sinalizadores náuticos a disposição de alunos e curiosos. Devido à importância destacada dos
faróis da costa Sul, realizamos uma entrevista com um faroleiro que guarnece o Farol da
Barra do Chuí. As perguntas foram realizadas pelos integrantes deste trabalho com base na
curiosidade histórica, cultural e profissional do faroleiro e do farol. Integrantes deste projeto
realizaram uma expedição entre a cidade de Rio Grande até a Barra do Chuí, para a realização
dos questionamentos e curiosidades com o faroleiro atuante do farol. Ao chegar lá os
integrantes do projeto foram muito bem recebidos pelos profissionais do farol que assinaram a
documentação de permissão reprodução de dados e imagens. Estes foram muito receptivos
fornecendo dados e respondendo a entrevista, levaram os integrantes para conhecer o farol
externamente e internamente. A magia dos faróis se espelhou por entre os integrantes, que ao
relatarem sua experiência contagiam os expectadores com seus depoimentos.

16 CRONOGRAMA

O Cronograma foi realizado com o propósito de registrar a previsão de tempo que


será gasto na concretização deste trabalho de acordo com as atividades a serem cumpridas,
representadas na tabela 3.

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Tabela 3 – Registro das previsões do fim do trabalho

Etapas Mês de execução


12 1 2 3 4 5 6 7
Levantamento da X X X X X X
literatura
Montagem do projeto X X X X X
Coleta de dados X X X X X
Tratamento dos X X X X
dados
Elaboração do X X X X X
relatório final
Entrevista com um X X
Faroleiro
Entrega do trabalho X X X

17 ORÇAMENTO

Para concretizarmos este trabalho foram utilizados três automóveis que partiram
da cidade de Rio Grande em direção a São Jose do Norte, atravessando a Lagoa dos Patos, por
balsa. Neste primeiro roteiro fomos costeando o Oceano Atlântico de São de José do Norte até
Mostardas com o a finalidade de visitar os Faróis desta costa. Esta expedição foi realizada em
um período de 6 hs devido às paradas para fotografias e registros dos faróis. Por este motivo
tivemos que hospedar em um hotel. Ao retornarmos seguimos o percurso ao entorno da Lagoa
dos Patos para visitação dos Faróis desta região. O segundo roteiro foi o percurso de Rio
Grande a Barra do Chuí com o intuito de registrar o estado de conservação do Farol da Barra
do Chuí. Para a concretização do presente trabalho foi investido um total de R$ 910,00,
conforme tabela 4.

90
Tabela 4 – Representação dos investimentos do projeto
Produto Quantidade Valor Valor
unitária unitário (R$) total (R$)
Automóvel (de Rio Grande até Mostardas) 3 110, 00 330,00
Automóvel (de rio Grande até Santa Vitória 3 130,00 390,00
do Palmar)
Balsa (Trans porte Hidroviário) 3 60,00 180,00
Xerox de mate rial 1 10,00 10,00
Custos com hospedagem 4 80,00 320,00
Custos com alimentação 4 100,00 400,00
Total 1.630,00

18 RECURSOS

Para realização do projeto foram disponibilizadas duas conduções de transporte


que levaram aos faróis. Neste trajeto foram percorridos aproximadamente 360 km que
compreendeu entre a cidade de Rio Grande e Mostardas. Pela Costa Sul de Rio Grande a
Mostardas foram 180 km de tráfego costeando a costa litorânea. A volta do percurso foi
realizada costeando a Lagoa dos Patos. Foi realizada também uma expedição até a Barra do
Chuí, com a finalidade de visitar o farol e realizar a entrevista com um faroleiro. Para o
passeio foi necessário trajes confortáveis, bonés, além de protetores solar.

19 ANÁLISES E RESULTADOS

Os faróis são patrimônios históricos, algumas torres, lentes e diversos


equipamentos seculares ainda prestam serviço aos navegantes. Em vários lugares do mundo,
os faróis têm uso alternativo como espaços culturais, de lazer e turismo, e se constituem na
própria identidade das comunidades onde estão instalados, ate mesmo o farol de Alexandria
tinha outro objetivo, ele era também um centro de estudos. Desde então, os faróis ficaram
gravados no inconsciente coletivo não somente como a representação de segurança,
orientação, esperança, família, terra. A luz do farol também é considerada a luz do
conhecimento, do saber. Uma vez que muitos deles hoje funcionam automaticamente, o
faroleiro se torna uma figura cada vez mais rara. E os faróis, construídos para vencer a fúria

91
das ondas e dos ventos, enfrentam agora seus piores inimigos: o vandalismo, o abandono, a
ferrugem e a solidão. É importante ações que gerem a conscientização, pois o conhecimento
da história e da importância dos faróis lhes garantirá a sobrevivência, e também a nossa, já
que os faróis foram criados para salvar vidas informando os perigos do percurso.

20 CONCLUSÃO: PRESERVAÇÃO

A curiosidade nos leva a querer saber e contemplar o que está escondido dentro do
farol, mesmo que seja somente uma escada em caracol que leva ao seu topo. Conquistá- la
subindo degrau por degrau é gratificante, uma vez que obtemos uma vista formidável lá de
cima. Além disso, em alguns faróis, em sua base há pequenos museus, com dados,
curiosidades e fotos deste e de outros faróis. Percebemos com a entrevista, o quanto esta foi
motivadora, emocionante e recompensadora, pois foi possível conhecer histórias e os
profissionais atuantes desses “gigantes da costa” e entender a importância e a evolução desse
monumento cultural de importância incontestável para navegação brasileira e para seus
navegantes, mesmo com aparatos tecnológicos modernos, a luz de um farol é a confirmação
mais segura do rumo seguido pelos usuários do mar. Com isto, recomendamos aos “marujos”,
curiosos e amantes do mar a visita ao farol da Barra do Chuí, no extremo Sul do Brasil, já que
este é aberto ao público, à entrada é franca, e a recepção é calorosa pelos profissionais
atuantes. Com as expedições podemos concluir que os faróis da Costa Sul Rio-Grandense são
guarnecidos pela Marinha Brasileira. Estes se apresentam em ótimo estado de conservação e
plena atuação, sendo apenas o da Barra do Chuí aberto ao público. Porém os faróis e faroletes
das Lagoas Mirim e dos Patos não estão em funcionamento devido ao baixo fluxo de
embarcações nestas, além disso, encontram-se abandonados e depredados, sendo que muitos
destes nem apresentam a sistema de iluminação interno. No entanto, conforme a Carta de
Veneza, documento aprovado em Veneza durante o II Congresso dos Arquitetos e Técnicos
dos Monumentos Históricos, publicada pelo ICOMOS em 1966. Sendo o ICOMOS o
Conselho Internacional de Monumentos e Sítios com um comitê no Brasil, cita que:
"A conservação e o restauro dos monumentos constituem uma disciplina que
apela à colaboração de todas as ciências e de todas as técnicas que possam contribuir para o
estudo e salvaguarda do patrimônio monumental."
Porém, através de registros realizados nas expedições, conc lui-se que no Sul do
país a preservação do patrimônio cultural não é vista pela sociedade brasileira e pelas

92
autoridades como fundamental. Já que a preservação de nossa identidade cultural deveria ser a
meta de toda política de preservação de bens culturais. Entretanto a falta de compreensão da
preservação destes bens promove um processo de degradação e destruição física e social,
contudo a responsabilidade de preservação do patrimônio é de cada cidadão e não apenas do
Estado, porém cabe ao cidadão prestigiar e cobrar do governo leis que amparem e assistam o
patrimônio histórico e cultural brasileiro.

93
21 REFERÊNCIAS

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<http://alernavios.blogspot.com.br/2009/07/santa- luzia.html>. Acessado em Janeiro de 2017.

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<http://www.omelhordapesca.com/2014/12/os-arenitos-do-farol-conceicao- mais-um.html>.
Acessado em Janeiro de 2017.

ADRIANO E ANDRÉIA. Blog da ativação do Farol Cristóvão Pereira. PROJETO,


Ativação no Fim de Semana dos Faróis Sul-Americanos 2014, Tecnologia do Blogger.
Disponível em: <http://farolcristovaopereira.blogspot.com.br/p/blog-page.html> . Acessado
em Fevereiro de 2017.

BAEZ G. C. O., Fortes e faróis na criação de uma identidade costeira do Nordeste,


Universidade Federal da Paraíba (CCEN/UFPB), Mestrando em Geografia,
Temporalidades – Revista Discente do Programa do Programa de Pós-graduação em História
da UFMG, vol. 3 n. 1. Janeiro/Julho de 2011 – ISSN: 1984-6150. Disponível em:
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BROCKER L., Farol de Cidreira, Rio Grande do Sul, 2014, Guasca Tur. Disponível em:
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CARLOS J., Curso online de vela, Lição 4 - Auxílios a Navegação (bóias e marcações) e
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<http://www.veleiro.net/livrodebordo/cursodevela_parte4.htm>. Acessado em Janeiro de
2017.

CHARDÔ, Ligando Os Faróis - de Torres a Chuí, 2007. Disponível em:


<http://www.chardo.com.br/faroisrelato.htm>. Acessado Março de 2017.

94
CÂMARA DOS DEPUTADOS, Coleção De Leis Do Império Do Brasil, Decreto nº 358, de
14 de Agosto de 1845, Página 39, Vol. pt I (Publicação Original), 55ª Legislatura - 1ª Sessão
Legislativa Ordinária, Palácio do Congresso Nacional. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-358-14-agosto-1845-
560447-publicacaooriginal-83266-pl.html>. Acessado em Fevereiro de 2017.

DICAS DA FLORIDA, Disney Dream, um incrível cruzeiro da Disney, 2012. Disponível


em: <http://www.dicasdaflorida.com.br/2012/12/cruzeiro-disney-dream- navio.html#>.
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102
ANEXO
Documento de autorização de Imagem.

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