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Identificação de processos
e técnicas de construção
do bote baleeiro
micaelense
FUNDAMENTOS
A baleação foi uma actividade comum a todas as ilhas. Inicia-se por volta de 1830
nas Flores e ao longo de 40 anos propaga-se por todo o Arquipélago. Liga-se à
expansão da actividade baleeira Americana de alto-mar ao longo do Atlântico.
Coincide com a primeira vaga da imigração para os Estados Unidos.
Assume uma base costeira com a instalação de múltiplas armações por todas as
ilhas, produzindo idiossincrasias em cada ilha e em cada comunidade. Dinâmicas
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próprias locais, ao longo do tempo e do processo económico, criaram elementos
diferenciadores: o Faial assume a importância de entreposto comercial; o Pico
revela enormes impactos sociais internos e influência a economia de ilhas vizinhas;
a Terceira interliga-se com a Graciosa; as baleias capturadas no Corvo eram
processadas nas Flores; a ilha de São Miguel tem um papel relevante na fase
industrial da caça à baleia, e na sua expansão a Santa Maria e à Madeira. Esta é uma
história dos Açores!
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sua relevância no conjunto do património baleeiro dos Açores, mas também pela
expressão da participação cívica dos cidadãos na construção e valorização da
identidade e da cultura Açoriana.
METODOLOGIA
Considerando a escassez de informação relativa à actividade baleeira em São
Miguel, confirmando-se o desconhecimento generalizado dos processos e técnicas
construtivas associadas ao bote baleeiro micaelense no contexto do Património
Baleeiro dos Açores, o grupo de cidadãos do Projecto de Animação Cultural,
Recreativo, Turístico e Desportivo do bote baleeiro “SENHORA DE FÁTIMA” deu
prioridade à sensibilização das Instituições Regionais, dos decisores políticos e da
opinião pública para a questão.
Esta foi uma fase preliminar onde foram desenvolvidas as seguintes acções:
06/06/2014. Evento "À Conversa Com…” tendo como convidado Albano
Cymbron na qualidade de representante dos antigos proprietários da União
das Armações Baleeiras de São Miguel e autor do livro “A Fase Industrial da
Baleação Micaelense, 1936-1970”. Foi apresentado, pela primeira vez, um
estudo comparativo dos botes micaelense e bote convencional.
Participaram neste debate Arsénio Puím, António Viana, Fernando Vieira,
Alexandre Cabral, Armando Viveiros, Vítor Correia, Filipe Pacheco,
Hermínio Pacheco, Francisco Perry, Manuel Mota, Nuno Mota, Jorge Arruda,
Mário Prieto e Eduardo Lacerda. Convidado especial: Presidente da Câmara
Municipal de Vila Franca do Campo que manifestou apoio ao projeto
valorização do património baleeiro micaelense.
25/08/2014. Conclusões e redacção do relatório circunstancial
“PATRIMÓNIO BALEEIRO MICAELENSE - passado, presente e futuro”, com
síntese de ponto de situação à data.
04/09/2014. Enviado ofício ao Secretário Regional da Educação e Cultura
solicitando audiência para apresentação da intenção do grupo de cidadãos
para a promoção do património baleeiro de São Miguel. A reunião
aconteceu a 27 de Janeiro de 2015.
29/09/2014. Reunião com o GP do Partido Socialista, na Delegação da
Assembleia Legislativa Regional, em Ponta Delgada, com a presença das
Exmas. Sras. Deputadas Benilde Oliveira, Catarina Furtado, Cecília Pavão e
Renata Botelho e do Sr. Deputado José San-Bento.
Participaram os seguintes membros da Secção do Bote Baleeiro do Clube
Naval de Vila Franca do Campo: Srs. Eduardo Lacerda, Mário Prieto, Jorge
Arruda e Miguel Cravinho.
03/10/2014. Reunião com GP Partido Social Democrata na sala de
reuniões do Hotel Marina, em Vila Franca do Campo, com a presença dos
Deputados José Andrade, Humberto de Melo, Jorge Macedo e Cláudio
Almeida com Eduardo Lacerda, Mário Prieto, Jorge Arruda, Armando
Viveiros e Miguel Cravinho. Como observadores convidados, Vítor Couto,
Arsénio Puím e Rui Sousa Martins.
06/10/2014. Dirigido ofício ao Presidente do Conselho de Ilha de São
Miguel, Dr. Noé Rodrigues, enviando cópia do relatório acima referido,
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propondo inclusão de ponto na ordem de trabalhos da próxima reunião do
CISM, para análise, debate e tomada de posição sobre o assunto.
20/10/2014. Conselheiros discutiram e aprovaram por unanimidade o
relatório da baleação micaelense, incluído na agenda de trabalhos do
Conselho de Ilha de São Miguel. Presentes 42 membros, representantes das
autarquias e outras instituições, incluindo presidentes de Câmaras e
Assembleias Municipais de Vila Franca do Campo, Lagoa, Ponta Delgada,
Ribeira Grande, Nordeste e Povoação; deputados regionais e representantes
sindicais, empresariais e de associações agrícolas.
27/01/2015. Audiência com o Secretário Regional da Educação e Cultura
para manifestação de interesse relativo ao projecto do bote baleeiro
micaelense e a sua integração no contexto regional. Da reunião conclui-se
uma alteração nas políticas para o Património Baleeiro dos Açores com uma
abrangência mais alargada e a integração de São Miguel.
20/02/2015. Audição do representante núcleo do bote baleeiro na
Comissão Permanente dos Assuntos Sociais relativamente ao Projecto de
Resolução n.º 103/X (PS) – Identificação dos processos e técnicas de
construção do bote baleeiro, com referência ao bote baleeiro micaelense.
FASES DO PROJECTO:
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3. Utilização do bote novo no âmbito da legislação em vigor nas vertentes:
a. Desportiva/recreativa – oferta de Vela para adultos e promoção da
embarcação como plataforma de novos acessos ao Mar.
b. Turística – integração na imagem, produto e destino; contributo para
a qualificação das paisagens marítimas.
c. Cultural – Integração de São Miguel no Património Baleeiro dos
Açores.
d. Pedagógica – utilização do bote baleeiro micaelense como
instrumento de construção da identidade Açoriana; de ligação das
ilhas, das Comunidades e dos Açorianos.
EXECUÇÃO:
A promoção e a gestão do projecto são exclusivas o grupo de cidadãos do Projecto
de Animação Cultural, Recreativo, Turístico e Desportivo do bote baleeiro
“SENHORA DE FÁTIMA”.
Os trabalhos decorrerão na oficina de carpintaria naval, sita ao Cais do Tagarete,
Vila Franca do Campo, ilha de São Miguel - Açores.
As obras de carpintaria serão da responsabilidade técnica do Mestre José de Melo,
especialista da arte da construção de embarcações de madeira e tradicionais, com
amplo portfólio nas áreas da pesca, transporte marítimo e recreio. Este profissional
possui mais de 35 anos de experiência. É coadjuvado pelo Sr. Paulino Fanfa, seu
assistente, igualmente competente e com créditos firmados no ofício.
O estudo, registo e inventariação ficará a cargo dos promotores do projecto,
detentores de competências nos domínios da construção naval, património
marítimo e promoção cultural.
Prevêem-se alocar recursos externos, com especialização na recolha e edição
multimédia (foto e vídeo). Esta componente do projecto é muito importante, na
medida e que produzirá «material em bruto» com elevado potencial editorial em
diversos formatos (brochura, revista, livro, blog, documentário, etc.). Será
executado pelo Sr. Tiago Batista que já fez trabalho similar a quando da
reconstrução do bote baleeiro “SENHORA DE FÁTIMA” em 2010, nas Ribeiras do
Pico.
O financiamento do projecto é da Direcção Regional da Cultura, no âmbito do
Programa de Recuperação do Património Baleeiro dos Açores, operacionalizado
por um contrato de execução com o Mestre José de Melo.
PARCERIAS
Visando maximizar o impacto económico e a relevância social junto da
Comunidade, valoriza-se a participação e envolvimento de Instituições locais:
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> Câmara Municipal de Vila Franca do Campo
> Comando da Zona Marítima dos Açores
> TERRA AZUL – azores whale watching
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NOTA COMPLEMENTAR
CALENDÁRIO
ORÇAMENTO
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QUADRO RESUMO
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Bibliografia: “Baleação em Botes de Boca Aberta nos Mares dos Açores, história e
métodos atuais de uma indústria-relíquia”, Robert Clarke, 1954.
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