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Realidad”
Estudos Interculturais
2007 / 2008
Bibliografia:..................................................................................................................................15
Nota do Autor...............................................................................................................................16
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Introdução
O tema retratado no trabalho de grupo, leve dissertação sobre o filme BABEL de
Alejandro González Iñárritu, debruçou-se sobre a temática da Globalização vs
Localização, da Narrativa, História, e do papel individual de vários indivíduos
(personalidades) de 4 culturas diferentes que, dentro da sua esfera cultural e dos seus
códigos culturais, representavam (entre si) trocas de significados e acções com
repercussões Globais.
O trabalho sobre a cultura mexicana será dividido por temas que derivam directamente
do filme de Iñárritu, BABEL. Estes temas serão, sempre que possível, ilustrados com
imagens do filme e/ou imagens retiradas de contextos históricos da cultura Mexicana
como pinturas, fotografias, imagens ilustrativas, etc.
Cada tema será comentado dando a minha interpretação pessoal, usando como
suporte comentários e excertos de autores da especialidade ao mesmo tempo que
descrevo momentos ou situações do filme BABEL.
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Como foi mencionado anteriormente, sempre que possível, irei traçar paralelos entre
factos presentes e vividos no filme BABEL com o panorama cultural e actual do povo
mexicano usando, também, elementos das aulas de Estudos Interculturais.
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1. La mujer mexicana en la película Babel – La emigrante
A imagem que Iñárritu deixa transparecer neste filme, do retrato feminino, poderá ser
encontrado num dos textos do escritor, diplomata mexicano e vencedor do Prémio
Nobel de Literatura de 1990 Octavio Paz, “El Laberinto De La Soledad”:
“Sin duda en nuestra concepción del recato femenino interviene la vanidad masculina del señor
que hemos heredado de indios y españoles. Como casi todos los pueblos, los mexicanos
consideran a la mujer como un instrumento, ya de los deseos del hombre, ya de los fines que le
asignan la ley, la sociedad o la moral. Fines, hay que decirlo, sobre los que nunca se le ha
pedido su con-sentimiento y en cuya realización participa sólo pasivamente, en tanto que
"depositaria" de ciertos valores. Prostituta, diosa, gran señora, amante, la mujer transmite o
conserva, pero no crea, los valores y energías que le confían la naturaleza o la sociedad. En un
mundo hecho a la imagen de los hombres, la mujer es sólo un reflejo de la voluntad y querer
masculinos. Pasiva, se convierte en diosa, amada, ser que encarna los elementos estables y
antiguos del universo: la tierra, madre y virgen; activa, es siempre función, medio, canal. La
feminidad nunca es un fin en sí mismo, como lo es la hombría.” Octavio PAZ, In El Laberinto
De La Soledad, 1950
Este excerto de Octavio Paz, no qual o autor emana a definição de mulher mexicana,
quase que define os padrões universais da mulher ao mesmo tempo que molda
textualmente uma representação social da mulher mexicana.
Pode ser pouco perceptível, mas ao lermos o livro de “El Laberinto De La Soledad”, e
a análise ao livro “Los De Abajo” do escritor Mariano Azuela por Cristina Villaça,
encontramos as mesmas imagens e reacções emocionais no filme BABEL, descritas
em palavras e signos, tanto na obra de Octávio, como no drama ficcional e histórico de
“Los De Abajo” de Mariano Azuela.
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Observemos, a título de exemplo, algumas imagens orquestradas pelo fotógrafo do
filme Rodrigo Prieto, as quais podemos perfeitamente associar ao texto de Octavio;
Imagem 2
Imagem 3 Imagem 4
Imagem 5
“Quando falamos, escrevemos ou lemos acerca de qualquer grupo ou fenómeno social, temos de
distinguir claramente entre representações e realidade vivida.” Clara SARMENTO, In Textos
de Apoio – E. Interculturais, 2007
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mulher mexicana do filme BABEL foram usados argumentos e factos da “realidade” do
filme, juntamente com a representação fornecida pelos autores da especialidade.
“La actitud de los españoles frente a las mujeres es muy simple y se expresa, con brutalidad y
concisión, en dos refranes: "la mujer en casa y con la pata rota" y "entre santa y santo, pared de
cal y canto". La mujer es una fiera doméstica, lujuriosa y pecadora de nacimiento, a quien hay
que someter con el palo y conducir con el "freno de la religión"”
“Para los mexicanos la mujer es un ser oscuro, secreto y pasivo. No se le atribuyen malos instintos:
se pretende que ni siquiera los tiene.”
Octavio PAZ, In El Laberinto De La Soledad, 1950
No filme BABEL, Amélia é viúva desde muito cedo (presume-se), o que proporciona
uma entrada no mercado de trabalho para além fronteira (E.U.A neste caso). Amélia
está a trabalhar ilegalmente, longe da sua família, nos Estados Unidos à 16 anos.
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amortece a discriminação, a marginalização, o choque cultural e a desorientação
psicológica que influência a sua identidade pessoal. A condição de subordinação a
que são submetidas muitas mulheres de origem mexicana nos Estados Unidos
explica, em grande parte, os grandes esforços que elas fazem para atravessar a
fronteira (como se pode constatar no filme). Existem mulheres que atravessam
diariamente, com grande custo de tempo, energia e dinheiro, porque desejam e
necessitam estar num lugar onde se sintam seguras quanto ao seu idioma e seus
costumes, onde podem, simplesmente, entender as pessoas com as quais convivem
e, por elas, fazer-se entender.
Imagem 6
“No es un secreto para nadie que el catolicismo mexicano se concentra en el culto a la Virgen de
Guadalupe. En primer término: se trata de una Virgen india; enseguida: el lugar de su aparición
(ante el indio Juan Diego) es una colina que fue antes santuario dedicado a Tonantzin, "nuestra ma-
dre", diosa de la fertilidad entre los aztecas.
La Virgen católica es también una Madre (Guadalupe-Tonantzin la llaman aún algunos peregrinos
indios) pero su atributo principal no es velar por la fertilidad de la tierra sino ser el refugio de los
desamparados. La situación ha cambiado: no se trata ya de asegurar las cosechas sino de encontrar
un regazo. La Virgen es el consuelo de los pobres, el escudo de los débiles, el amparo de los
oprimidos. En suma, es la Madre de los huérfanos. Todos los hombres nacimos desheredados y
nuestra condición verdadera es la orfandad, pero esto es particularmente cierto para los indios y los
pobres de México. El culto a la Virgen no sólo refleja la condición general de los hombres sino una
situación histórica concreta, tanto en lo espiritual como en lo material. Y hay más: Madre universal,
la Virgen es también la intermediaria, la mensajera entre el hombre desheredado y el poder
desconocido, sin rostro: el Extraño.” Octavio PAZ, In El Laberinto De La Soledad, 1950
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É patente a necessidade dos mexicanos de uma
intervenção divina, espiritual. Um povo sofrido,
com diversas revoluções internas, políticas e
acima de tudo culturais. Uma nação que procura
encontrar dentro da sua fragmentação cultural,
uma referência, uma protecção, uma afirmação.
Imagem 7
Imagem 8
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É esta personalidade própria que o realizador quer mostrar. Tal como aconteceu no
séc. III com Constantino e a Igreja Cristã, onde nasceu a fusão entre o paganismo
romano e a religião cristã, na implantação da reforma católica no México, sucedeu-se
o mesmo. A aceitação da religião cristã sem, no seu íntimo, abandonar os costumes
indígenas de adoração e cultos ditos ”pagãos” (imagens e deuses, culto à morte).
A cultura mexicana utilizava, por exemplo, esta “Madre”, ilustrada na Imagem 6, como
suporte e alimento espiritual em todas as ocasiões e momentos, Imagem 9 e 10. Esta
exortação culmina a 12 de Dezembro, quando se inicia a comemoração em honra de
Virgem de Guadalupe, Imagem 6.
Imagem 9 Imagem 10
Imagem 11
Imagem 12
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A Imagem 13 é realmente forte, cheia conteúdo e significado.
Imagem 13
“miles de campesinos viven en condiciones de gran miseria y otros miles no tienen más remedio
que emigrar a los Estados Unidos, cada año, como trabajadores temporales.”
Octavio PAZ, In El Laberinto De La Soledad, 1950
Outros factores que estimulam a criação de laços entre fronteiras são a etnicidade e a
classe social, ainda que, em contraste com a experiência interurbana, obedeçam a
lógicas distintas no lado norte-americano e mexicano.
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Primeiro, ao facto de que, entre os mexicanos, diferentemente de outros grupos
étnicos, há uma maior incidência de pessoas com experiência interurbana, o
que propicia as relações entre fronteiras
Segundo, ao facto de que a região fronteiriça está povoada maioritariamente
por indivíduos de ascendência mexicana, devido à imigração para os Estados
Unidos. De facto, muitos dos que vivem no lado americano da fronteira residiam
anteriormente no México.
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*(traficante de pessoas)
Na análise seguinte, sugiro que seja feito, embora de maneira metafórica, um olhar
entre os dois lados da fronteira pelos olhos do autor Matthew ARNOLD, Culture and
Anarchy, 1869.
“Cuando llegué a los Estados Unidos me asombró por encima de todo la seguridad y la confianza de
la gente, su aparente alegría y su aparente conformidad con el mundo que los rodeaba. Esta
satisfacción no impide, claro está, la crítica —una crítica valerosa y decidida, que no es muy
frecuente en los países del Sur, en donde prolongadas dictaduras nos han hecho más cautos para ex-
presar nuestros puntos de vista.”
“…los Estados Unidos son una sociedad que quiere realizar sus ideales, que no desea cambiarlos por
otros y que, por más amenazador que le parezca el futuro, tiene confianza en su supervivencia.”
Octavio PAZ, In El Laberinto De La Soledad, 1950
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De seguida, algumas imagens do filme BABEL que
ilustram de forma directa e inquestionável a maneira
desconfiada como a polícia trata Santiago que
pretende voltar aos Estados Unidos.
No excerto seguinte, o escritor Octavio Paz aprecia, refere e distingue o que mais
genuinamente sobreveio à sede da sua alma Mexicana, quando chegou aos Estados
Unidos.
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É fantástico saber que a cultura está de tal maneira enraizada na nossa identidade
social e pessoal, que na sua falta sentimos estranheza e saudade.
As raízes folclóricas, vivas e comuns, têm uma dimensão humana e social. Uma
dimensão geográfica e outra temporal, e sobre todas estas qualidades, a virtude de
misturar o homem do presente com o seu passado e com a sua terra (identidade).
É esta identidade que tece gerações e dá sentido, cor, sabor, perfil e carácter cultural
e fisionomia social.
Día de Reyes
Día de la Candelaria,
La Cuaresma, Pascua
Día de Muertos
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Neste contexto, as festas do calendário católico e dos seus dogmas, têm uma liturgia
impregnada de “ingénuo paganismo” proveniente dos tempos anteriores ao séc. XVI.
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Bibliografia:
Livros:
AZUELA, Mariano. Los de Abajo
SARMENTO, Clara. Textos de Apoio – E. Interculturais, 2007
PAZ, Octavio. El Laberinto De La Soledad, 1950 - Cabernos Americanos
RUIZ, Olívia. Revista – O Olho da História
Documentos Electrónicos:
[online]
Disponível na World Wide Web:
La mujer Mexicana en el trabajo, oportunidades, liderazgo y equilibrio en los roles
Mujer mexicana – Cecilia Lavalle
[online]
Disponível na World Wide Web:
http://www.e-mexico.gob.mx/wb2/eMex/eMex_Situacion_actual_de_la_mujer_en_Mexico
Instituto Cultural "Raíces Mexicanas"
"Dedicado a la Difusión de la Danza Folklórica Mexicana"
[online]
Disponível na World Wide Web:
http://www.folklorico.com/
VILLAÇA, Cristina. Los de Abajo – A Identidade Cultural na Revolução Mexicana.
[online]
Disponível na World Wide Web:
www.revistaipotesi.ufjf.br/volumes/5/cap13.pdf
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Notas do Autor:
Este pequeno trabalho individual privilegiou, essencialmente, os factos mais
essenciais da cultura mexicana no filme BABEL. Através de uma escrita acessível
julgo que foi possível reflectir as ideias principais sobre os códigos culturais do México.
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