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Teologia

da Igreja Batista Kairós


Jardim das Oliveiras.

Sendo você membro da Igreja Batista Kairós J.O, com certeza já nos ouviu
mencionar o fato de que a teologia pregada em nosso púlpito é Reformada.
Muito provavelmente você não tem certeza do que isto quer dizer em sua
totalidade, e não temos como propósito fechar o assunto aqui, mas
gostaríamos muito de poder ajudá-lo(a) a, basicamente, se situar no
contexto Reformado Teológico.

A Teologia Reformada é assim chamada por causa da Reforma Protestante


do século XVI e é solidamente baseada na Bíblia. Primeiramente
encabeçada por Martinho Lutero, recebeu contribuições de John Knox e
João Calvino, os quais se apoiaram nos ensinamentos dos gigantes da fé
que os precederam, tais como Anselmo e Agostinho, que por sua vez, se
basearam nas cartas de Paulo e nos ensinamentos de Jesus.

Os cristãos reformados sustentam as doutrinas características de todos os


cristãos, o que é chamado de Doutrinas Gerais. São elas:

• Trindade - Deus-Pai, Deus-Filho e Deus Espírito Santo; 


• União Hipostática - A verdadeira divindade e humanidade de Jesus, pois
ele carregava em si 100% da natureza humana e 100% da divindade;
• Expiação - É a salvação somente através do sacrifício de Jesus;
• Instituição Divina da Igreja - A igreja é o corpo de Cristo;
• Total Inspiração Bíblica e Inabilidade das Escrituras - A Bíblia é a palavra
escrita de Deus e por isso livre de erros nos seus originais.
• Segunda Vinda de Cristo - a necessidade de santificação dos
crentes e a ressurreição dos corpos quando da segunda vida de Jesus. 

E ainda sustentam outras doutrinas em comum com cristãos


evangélicos, tais como a Justificação somente pela Fé, a
Necessidade do “Novo Nascimento” (conversão) e a Grande
Comissão (“Ide por todo o mundo e fazei discípulos...”). E nas
manifestações dos Dons do Espírito Santo. (Continuístas)
Sendo assim, no que a teologia reformada se diferencia? 

Em primeiro lugar: na ênfase da inspiração, autoridade e


suficiência da Bíblia. Sendo a Bíblia a palavra de Deus, com a
autenticação e autoridade do próprio Deus, é vista pelos
reformadores e reformados como superior a todos os governos e
todas as hierarquias da igreja. Em resumo: não importa o que é
dito, ou quem diz, tem que estar em conformidade com aquilo que a
Bíblia diz. A Bíblia não necessita ser complementada por uma
revelação “nova” ou “especial”, ela é o guia completo para tudo
que devemos ser e fazer como cristãos. 

Em segundo lugar, na importância dada à doutrina da soberania


de Deus. Soberania também significa governo e a soberania de
Deus significa que ele governa Sua criação com absoluto poder e
autoridade. Deus determina o que vai acontecer e acontece. Deus
não é pego de surpresa, não fica frustrado, decepcionado, ou
derrotado pelas circunstâncias, pelo pecado ou por rebeldia de suas
criaturas. Deus é todo poderoso, o supremo ser, soberano criador
de todas as coisas que desejou, decretou e tudo fez.

Em terceiro lugar, na total confiança na doutrina da graça. A


doutrina da graça diz o seguinte: “Todo homem é mau e o homem
é todo mau”. Isto teologicamente é denominado Depravação Total.
Significa que todos os seres humanos são afetados pelo pecado em
todos os campos de seus pensamentos e conduta, de forma que nós
necessitamos plenamente da graça de Deus para fazer qualquer
coisa que seja boa, que lhe seja agradável. Por isto, a teologia
reformada afirma que não há mais, (houve para Adão e Eva
somente), livre arbítrio para o ser humano. Arbítrio significa
vontade, desejo. Sendo o homem totalmente contaminado pelo
pecado sua vontade também o é. Desta forma, agimos influenciados
pelo pecado ou direcionados pela graça divina. Nunca livres de
qualquer influência. 

A doutrina da graça ainda afirma que os pecadores são tão


desamparados em sua total depravação, que são totalmente
incapazes de conhecer a Deus e servi-lo. Então, o único meio
através do qual eles podem obter salvação é quando Deus toma a
iniciativa de mudá-los e salvá-los. Ou seja, Deus escolhe salvar
aqueles que, sem sua soberana escolha e subsequente ação,
certamente pereceriam. A isso chamamos Eleição Incondicional.

A doutrina da graça diz também que o sacrifício de Jesus tinha um


propósito específico que foi plenamente realizado: Jesus pretendia
salvar e salvou somente aqueles por quem ele morreu, isto é,
aqueles a quem o pai escolheu salvar. Esta parte da doutrina tem
por nomenclatura expiação limitada, mas também pode ser definida
como Expiação Particular ou Específica. 
A doutrina da graça ainda se refere ao que chamamos Graça
Irresistível, ou seja, quando Deus age em nosso coração
regenerando-nos e criando uma vontade renovada, submetida à sua
Graça, o poder do pecado em nós é superado e o que antes era
indesejável torna-se totalmente desejável. A graça supera o pecado
e realiza os desígnios de Deus em nós.

Por fim, a doutrina da graça apoia-se na perseverança de Deus em nos


manter santos e preservar em nós a fé que ele mesmo plantou, a fim de que
não nos distanciemos dele, o que certamente aconteceria se ele não
interviesse. A isso chamamos de Perseverança dos Santos.

Para terminar, em quarto lugar, a teologia reformada também enfatiza o


mandato cultural ou a obrigação dos cristãos de viverem ativamente em
sociedade e trabalharem para a transformação do mundo e suas culturas
pagãs. Isto inclui obras sociais e espirituais sem substituição. O fato de
crermos na Teologia Reformada não nos deve impedir de Evangelizar,
pelo contrário, é claro que dependemos do mover e agir de Deus; mas, é
justamente porque Deus executa a obra que nós podemos ter coragem de
nos unirmos a ele da forma que somos ordenados por Jesus na grande
comissão (Mateus 28:18 a 20). Cumprimos suas ordens com alegria,
crendo que nossos esforços não serão em vão.

Baseado no texto “Teologia Reformada” de James Montgomery Boice –


Bíblia de Genebra

Passagens bíblicas relacionadas


Depravação total – Romanos 3:12, 23 ; 5:12 ; 7: 18 a 21
Eleição incondicional – Romanos 11: 5 e 6 ; Efésios 2: 5 a 8
Expiação limitada – Isaías 53: 11 e 12; I João 3:16
Graça irresistível – Romanos 8: 29 e 30, Efésios 1:4 a 12
Perseverança dos santos – Mateus 28:20; I Coríntios 12:6

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