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Introdução
As demonstrações financeiras disponibilizam uma sucessão de dados sobre a empresa,
conforme as regras contábeis. A análise de balanços transforma esses dados em informações
que são de grande importância para a empresa e podem ser utilizados para controle financeiro.
Para Matarazzo (2003, p. 39), “a análise das demonstrações visa extrair informações para a
tomada de decisão. O perfeito conhecimento do significado de cada conta facilita a busca de
informações precisas”.
Assim sendo, este trabalho pretende avaliar e analisar a situação econômica e financeira
da empresa brasileira do ramo do varejo fundada em 1929, Lojas Americanas SA, com base no
balanço patrimonial e demonstrações resultados dos exercícios sociais de 2016 e 2017,
utilizando as análises horizontal e vertical, os cálculos dos índices de liquidez, da estrutura de
capital, lucratividade, rentabilidade e a conclusão sobre a situação econômica e financeira da
empresa.
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Desenvolvimento
A análise de balanços é de extrema importância para uma organização que pretende
crescer, pois com ela torna-se possível extrair informações importantes sobre sua situação
econômica e financeira. As demonstrações contábeis têm muita relevância no processo de
tomada de decisão.
“As companhias de capital aberto (que tem suas ações negociadas em bolsa de valores) e
as instituições financeiras, pela necessidade de melhor informar ao mercado em geral, devem
apurar (e publicar) suas demonstrações financeiras” (ASSAF NETO, 2002, p. 50), portanto a Lojas
Americanas SA é obrigada a fazer a divulgação de seus balanços e demonstrações que vamos
analisar.
A análise Horizontal busca entender a dinâmica das operações da empresa, comparando
cada item em cada período, de exercícios distintos, permitindo verificar o crescimento ou
diminuição dos resultados da organização ao longo do tempo. No caso das Lojas Americanas
podemos observar a análise pela tabela abaixo:
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obrigações sociais e
47.382 80.349 169,58%
trabalhistas
fornecedores 2.436.543 2.699.348 110,79%
obrigações fiscais 232.744 241.729 103,86%
empréstimos e
1.233.657 2.169.848 175,89%
financiamentos
dividendos e JCP a
115.007 101.733 88,46%
pagar
outros passivos
271.141 226.759 83,63%
operacionais
PASSIVO NÃO
6.442.597 7.258.958 112,67%
CIRCULANTE
empréstimos e
6.306.674 7.001.300 111,01%
financiamentos
passivo com partes
76.639 195.976 255,71%
relacionadas
provisões fiscais
59.284 61.682 104,04%
previdenciárias
PATRIMÔNIO
1.990.456 4.621.684 232,19%
LÍQUIDO
capital social
1.441.673 3.926.518 272,36%
realizado
reservas de capital 46.142 71.587 155,14%
reservas de lucros 482.214 597.146 123,83%
ajustes de avaliação
20.427 26.433 129,40%
patrimonial
Tabela 1 – Análise horizontal do balanço patrimonial das lojas americanas
Através da análise horizontal podemos ver o aumento dos ativos totais em 36%, com o
ativo circulante crescendo mais que o ativo total, com um aumento expressivo na
disponibilidade, aumentando 592%, outro fato que é interessante se observar é o estoque
aumentando menos do que o ativo circulante e o ativo total. As contas de passivos subiram 27%
com a evolução na conta de empréstimos 76%. Já o patrimônio líquido teve um aumento de
132% no período.
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despesas gerais e
-425.286 -527.291 123,99%
administrativas
resultado de
equivalência -276.571 -238.484 86,23%
patrimonial
outras receitas e
despesas -93.177 -97.072 104,18%
operacionais
resultado antes das
receitas e despesas 1.414.541 1.427.738 100,93%
financeiras
receitas financeiras 404.262 480.869 118,95%
despesas financeiras -1.523.650 -1.515.602 99,47%
resultado antes dos
tributos sobre o 295.153 393.005 133,15%
lucro
imposto de renda e
-83.496 -155.377 186,09%
contribuição social
lucro líquido do
211.657 237.628 112,27%
exercício
Tabela 2 – Análise Horizontal das demonstrações resultados das lojas americanas
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outros ativos
353.665 2,77% 581.914 3,34%
circulantes
ATIVO NÃO
6.172.697 48,34% 7.377.795 42,40%
CIRCULANTE
realizável a longo
785.025 6,15% 990.528 5,69%
prazo
investimentos 2.665.136 20,87% 3.188.906 18,33%
imobilizado 2.347.609 18,38% 2.810.785 16,15%
Intangível 374.927 2,94% 387.576 2,23%
PASSIVO e
PATRIMÔNIO 12.769.527 100% 17.400.408 100%
LÍQUIDO
PASSIVO
4.336.474 33,96% 5.519.766 31,72%
CIRCULANTE
obrigações sociais e
47.382 0,37% 80.349 0,46%
trabalhistas
fornecedores 2.436.543 19,08% 2.699.348 15,51%
obrigações fiscais 232.744 1,82% 241.729 1,39%
empréstimos e
1.233.657 9,66% 2.169.848 12,47%
financiamentos
dividendos e JCP a
115.007 0,90% 101.733 0,58%
pagar
outros passivos
271.141 2,12% 226.759 1,30%
operacionais
PASSIVO NÃO
6.442.597 50,45% 7.258.958 41,72%
CIRCULANTE
empréstimos e
6.306.674 49,39% 7.001.300 40,24%
financiamentos
passivo com partes
76.639 0,60% 195.976 1,13%
relacionadas
provisões fiscais
59.284 0,46% 61.682 0,35%
previdenciárias
PATRIMÔNIO
1.990.456 15,59% 4.621.684 26,56%
LÍQUIDO
capital social
1.441.673 11,29% 3.926.518 22,57%
realizado
reservas de capital 46.142 0,36% 71.587 0,41%
reservas de lucros 482.214 3,78% 597.146 3,43%
ajustes de avaliação
20.427 0,16% 26.433 0,15%
patrimonial
Tabela 3 – Análise vertical balanço do patrimonial das lojas americanas
Na tabela 3 observamos um aumento dos ativos circulante de 51% para 57% e redução
do ativo não circulante em 6% de diferença, sendo a maior mudança a da conta disponível que
passou de 2% para 11%, as principais contas são de investimentos com 18% aplicações
financeiras com 17% e imobilizado 16%. Nas contas de passivo a diferença mais significativa é a
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do patrimônio líquido que foi de 15% para 26% com o aumento do capital social de 11% para
22%.
Com a análise vertical vemos que os custos dos produtos se mantiveram estáveis,
mantendo a margem da empresa, com isso o lucro bruto também tem se mantido
percentualmente. Com um leve aumento nas despesas gerais e despesa com vendas teve um
pequeno impacto no resultado antes das receitas e despesas financeiras. As receitas financeiras
tiveram um aumento mínimo e nas despesas financeiras teve uma leve diminuição, com o lucro
líquido no exercício praticamente se mantendo com o mesmo percentual em relação a receita
liquida do exercício.
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O cálculo dos índices de liquizez avaliam a capacidade de pagamento da empresa frente
a suas obrigações. Sendo de suma importância para gestão e saúde da empresa.
Indicadores de
2016 2017
Liquidez
Liquidez imediata 0,07 0,37
Liquidez corrente 1,52 1,82
Liquidez seca 1,03 1,03
Liquidez geral 0,61 1,36
Tabela 5- Indicadores de liquidez
No indicador de liquidez imediata é possível ver que a empresa aumentou em 2017, com
isso teve um aumento na capacidade de lidar com emergências financeiras. A liquidez corrente
também reportou um aumento em relação ao ano de 2016, sendo assim a empresa aumentou
sua capacidade de cumprir as obrigações no curto prazo. Já a liquidez seca se manteve a mesma
e a liquidez geral tem um grande aumento trazendo para a empresa um alívio para as
competências no médio e longo prazo.
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Margem operacional 2,85 3,57
Margem liquida 2,04 2,16
Tabela 7 – Lucratividade
É possível ver na tabela 7 que mesmo a margem bruta tem se mantido estável com uma
ligeira queda, a margem operacional obteve um aumento considerável, com a empresa
melhorando a sua eficiência operacional, por consequência a margem liquida também monstro
um aumento em relação ao ano anterior.
Conforme dados da tabela 8, vemos que o ROE tem uma queda expressiva em 2017
mesmo com o crescimento do lucro da empresa, muito por conta do aumento de capital social
da empresa, assim como o ROI que apresenta uma queda na comparação com o ano de 2016,
muito por conta do aumento do ativo total, terminando.
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Conclusão
Através da análise das demonstrações contábeis da empresa Lojas Americanas SA,
constatamos por meio da análise vertical e horizontal, enxergar as principais contas e suas
evoluções. Com os cálculos feitos utilizando os indicies financeiros e econômicos, podemos ver
que a empresa trabalha com uma margem liquida relativamente baixa, muito por conta do seu
setor, o que aumenta o risco da organização, a empresa apresenta números estáveis com
crescimento de alguns indicadores, vemos também que a companhia executa um grande plano
de expansão, fazendo investimentos como possivelmente novas lojas, para isso tem uma grande
alavancagem financeiras subindo suas dívidas, mantendo seu plano de crescimento e que tem
tido papel relevante nos resultados e lucros obtidos pela empresa que na comparação com os
exercícios utilizados, teve um crescimento, mostrando que a gestão da empresa está fazendo
sua parte levando também em consideração a situação econômica do país nos anos estudados
neste trabalho.
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Referências bibliográficas
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura de análise de balanços. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LIMEIRA, ANDRE L. F. Gestão contábil e financeira. 2 ed. Rio de Janeiro: FGV, 2015
MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6 ed. São
Paulo: Atlas, 2003.
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