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Pequeno Dicionário dos

Escritores/Jornalistas da Paraíba do
Século XIX:
XIX: de Antonio da Fonseca a
Assis Chateaubriand

Socorro de Fátima Pacífico Barbosa


Organizadora

2009

1
Socorro de Fátima Pacífico Barbosa
Barbosa
Organizadora

Pequeno Dicionário dos Escritores/Jornalistas da


Paraíba do Século XIX:
XIX: de Antonio da Fonseca a
Assis Chateaubriand

2009

2
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Reitor
ROMULO SOARES POLARI
Vice-Reitora
MARIA VARA CAMPOS MATOS

EDITORA UNIVERSITÁRIA
Diretor
JOSÉ LUIZ DA SILVA
Vice-Diretor
JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO
Supervisor de Editoração
ALMIR CORREIA DE VASCONCELLOS JUNIOR

P425 Pequeno Dicionário dos Escritores / Jornalistas da Paraíba do


do século XIX: de Antonio da Fonseca a Assis Chateaubriand. /
Socorro de Fátima Pacífico Barbosa organizadora. – João
Pessoa, 2009. Disponível em:
http://www.cchla.ufpb.br/jornaisefolhetins/
145p.
ISBN 978-85-7745-338-2
1. Escritores / Jornalistas – Dicionário Biobibliográfico – Sec.
XIX. I. Barbosa, Socorro de Fátima Pacífico – Org.

UFPB/BC C.D.U. : 070:82(038)

3
Revisão técnica:
técnica
Fabiana Sena

Edição gráfica:
Fabiana Sena
Socorro de Fátima Pacífico Barbosa

Apoio e Financiamento:
Financiamento

4
Para Eduardo Martins, historiador da cultura
paraibana e da imprensa do século XIX.
(in memorian).

5
Introdução
Introdução nasceram e/ou trabalharam na Paraíba no
século XIX. Nesse sentido, concebemos
“imprensa do século XIX”, como aquela
Pequeno dicionário dos escritores/jornalistas da movida, sobretudo, pela polêmica, por isso
Paraíba do século XIX: de Antonio Borges da optamos por definir as bases temporais a
Fonseca a Assis Chateaubriand tem como partir de dois ícones paraibanos,
origem os resultados do projeto Jornais e reconhecidos nacionalmente pela atuação
folhetins literários da Paraíba do século XIX, controversa, pelas disputas travadas nas
pesquisa desenvolvida no estágio de pós- páginas dos periódicos: Antonio Borges da
doutoramento, no período de 2005 a 2007, Fonseca e Assis Chateaubriand.
na PUC/RS, sob a supervisão da Prof ª Drª.
Considerando o jornal como o principal
Regina Zilberman e financiamento do
suporte para a divulgação do conhecimento
CNPq. Seu objetivo é o de suprir lacunas.
no século XIX, decidimos que o conceito
Neste caso aquela que havia sido “apagada”
de jornalistas deveria ter uma abrangência e
pela historiografia paraibana,
um significado próprios ao tempo, o que
principalmente, a construída à sombra do
significava incluir nesse rol, os homens e
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano
mulheres de letras que faziam uso
(IHGP), cujo propósito sempre foi o de
sistemático desse veículo. O termo
elaborar “um enredo romanesco, com a
“paraibano” também deve ser
preocupação de relatar os fatos heróicos do
compreendido como nascido na Paraíba, ou
passado, no sentido de uma história linear”
produzido em jornais desse estado. Um
(SÁ e MARIANO, 2003, p. 12). Mas além
levantamento preliminar indicava em mais
disso, este Pequeno dicionário objetiva
de uma centena o número de jornalistas
demonstrar ter havido na Paraíba, a
paraibanos nascidos no século XIX. O
exemplo de outros estados e da Capital
título, por sua vez, é uma cópia e uma
brasileira, uma vida literária e cultural
homenagem a outro dicionário produzido
produzida, sobretudo, pelos jornais e
no Rio Grande do Sul, o Pequeno dicionário da
periódicos.
literatura do Rio Grande do Sul (1999).
Dessa forma, esperamos reconstituir,
Definidos os critérios para a inclusão dos
através dessa publicação, parte da memória
nomes, a pesquisa teve início com o
cultural paraibana do século XIX, através da
levantamento dos nomes a partir de
vida e da obra de jornalistas escritores que

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diversas fontes, entre as quais jornais, certos perfis, no que diz respeito a sua
almanaques e periódicos paraibanos do participação na cultura paraibana,
século XIX. As pesquisas nas obras de principalmente, no suporte jornal. Entre
referência e nos arquivos do projeto Jornais e esses destacamos os nomes de Joaquim José
folhetins paraibanos do século XIX tentaram, a de Abreu, Maciel Pinheiro, Odilon Nestor
despeito de toda a dificuldade causada pela entre outros, que deixam sua condição de
prática do anonimato e do uso dos poetas e romancistas “menores” da
pseudônimos, dar visibilidade à produção literatura paraibana para assumir sua escrita
dos homens e mulheres que fizeram o de jornalistas. Assim, sempre que foi
jornalismo paraibano da época. Porém, no possível, indicamos a fonte jornalística na
que diz respeito à biografia daqueles qual foi publicado, primeiramente, o
jornalistas esquecidos pela historiografia. trabalho depois transformado em livro,
Essa pesquisa, no entanto, pouco revelou quase sempre sob auspício oficial. Nesse
uma vez que parte da produção escrita nos sentido, muita vez, a importância de um
periódicos do século foi notadamente nome é redimensionada quando deixa de
anônima. Mesmo assim, fizemos entradas ser valorizado pela escassa publicação
com nomes de jornalistas que constavam bibliográfica. No caso da produção dos
como membros do corpo editorial, redator, escritores jornalistas paraibanos, observa-se
na esperança de quem possam ampliar o o paradigma brasileiro segundo o qual, para
número daqueles que merecem o nome de os historiadores, “a literatura será
jornalista. De grande importância para esta identificada com a alta cultura e o
compilação foi o Dicionário literário da Paraíba jornalismo com a cultura de massa”
(1994), de Idelette Muzart F. dos Santos, (COSTA, 2005, p. 14).
fonte pioneira no âmbito da literatura Dessa forma, o que do ponto de vista da
paraibana, que além de obra de referência produção da literatura tornava um autor
serviu como base de onde foram retirados “menor”, é compreendido nas condições de
alguns verbetes inteiros. Nesse caso, são os produção do tempo, como participando
verbetes sem indicação de redator e com a ativamente da vida cultural paraibana. Seja
referência do Dicionário literário. Mesmo sem traduzindo folhetins franceses e ingleses,
acrescentar dados novos, compreendemos seja escrevendo crônicas anônimas ou
que essa nova entrada neste Pequeno dicionário trasladando artigos dos jornais de outras
ajuda a redimensionar a importância de províncias, esses jornalistas foram os atores e

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os intermediários da literatura (Darnton, 1995), Para corroborar a tese de que não havia
tal como era possível escrever e promover essa produção cultural no século XIX e início do
arte no século XIX.. Esse é o caso de XX fora dos quadros do jornalismo, foram
Antonio da Cruz Cordeiro Júnior, cujas incluídas as mulheres, professoras, em sua
atividades jornalísticas cotidianas consistiam maioria, historiadoras, poetas e jornalistas.
em traduzir, escrever e produzir a literatura A pesquisa desenvolvida pela professora
que era lida pelos leitores paraibanos e de Marta Falcão (2001) sobre as mulheres
outros estados. paraibanas historiadoras veio a somar e
Os verbetes sem indicação de redator e com enriquecer os quadros dessa publicação, na
referência do dicionário foram retirados medida em que sua produção jornalística
quase inteiramente na íntegra dessa fonte muitas vezes foi mais marcante do que
tão importante. A consulta aos jornais aquela publicada ou divulgada através dos
permitiu pelo menos ligar nomes a livros. Às historiadoras juntaram-se as
periódicos que, infelizmente, não puderam professoras, que publicaram em periódicos.
merecer um verbete específico, com um Assim, a despeito de ser um espaço
pouco de sua história1. Tem razão, predominantemente masculino, não foram
portanto, Mariano (2003, p. 88), quando raras as mulheres que utilizaram as páginas
afirma que a memória da Paraíba se de suporte democrático e heterogêneo, que
restringiu à história das elites e de seus abrigava em suas páginas, sem qualquer
instrumentos de poder, entre os quais se descriminação, toda a sorte de gênero e de
incluíam apenas alguns jornais e apenas conteúdo.
aqueles jornalistas alinhados com uma No campo da imprensa propriamente dita, a
concepção de “paraibanidade”, segundo a obra de Eduardo Martins (1976; 1977), que
qual, a história da Paraíba era contada a ainda demanda um estudo aprofundado, foi
“partir da sua “paz”, da sua “bravura”, da fundamental para recuperar alguns dados e
sua ordem de suas relações de família, da nomes esquecidos pela historiografia
sua riqueza e dos cargos que ocupa na paraibana. Embora não se trate de fonte
sociedade”. primária, as biografias e informações por ele
oferecidas foram pistas fundamentais na

1Nesse
recuperação do quadro geral da imprensa
sentido, foi fundamental o trabalho de
levantamento de fontes feito pelas bolsistas de paraibana do século XIX. Por isso, a
Iniciação Científica voluntárias, Priscila Carvalho de
Almeida e Luciane Ornilo, que vieram a redigir existência de jornalistas desconhecidos ou
verbetes também.

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pouco referidos pela historiografia. Esse é o histórica nem para a literatura, nem para a
caso de José dos Anjos, mulato, pobre, que cultura em geral. Primeiramente, porque ao
como tantos da sua época foi obrigado a descartar a materialidade do texto, que são
migrar para a região Norte, em busca de seus suportes e veículos, essa “abstração”
melhores condições de vida e acabou sendo não considera o fato fundamental de que as
assassinado. A rigor, temos que, dos formas que fazem com que os textos sejam
jornalistas nascidos no século XIX, de lidos também participam da construção de
Antonio Borges da Fonseca, o mais antigo, seu significado (MCKENZIE, 2004).
a Assis Chateaubriand, o mais poderoso, Segundo, porque estabeleceu, a posteriori,
todos cumpriram alguma espécie de êxodo, uma definição e uma concepção da
no seu percurso profissional. Porém, se literatura que simplificaram em muito o
Borges da Fonseca e Assis Chateaubriand se sentido amplo e a multiplicidade de gêneros
tornaram célebres, principalmente pela sua que este conceito tinha no século XIX
atuação fora dos limites paraibanos, (ABREU, 2003). Esse redimensionamento
restaurados que foram por estudos alheios do jornal como suporte mais importante e
ao saber histórico desse estado, o mesmo mais lido dessa época, que favorecia a partir
não se pode afirmar de mais de uma dezena de sua materialidade uma maior circulação,
de jornalistas, cuja existência foi apagada a circulação da cultura letrada pode explicar
pela história e pela história da literatura o sucesso de Augusto dos Anjos, teve suas
paraibana. poesias publicadas primeiramente nessa

A perspectiva de que a literatura válida e fonte. Ao coligir seus poemas em livros –

relevante era a que circulava através do mesmo que populares – os historiadores

suporte livro não é uma prerrogativa da desconsideraram as práticas de leitura

historiografia literária paraibana. Entretanto, próprias às condições de produção em que

durante pelo menos um século, o jornal foi foram forjadas.

considerado uma fonte “menor”, ou no Principalmente, porque o jornal é, para a


mínimo, uma fonte previsível, na qual os história cultural e da literatura, o lugar por
pesquisadores buscavam, como em um excelência da multiplicidade e da
túmulo tautológico, os grandes escritores e heterogeneidade de vozes (POBLETE,
as grandes obras. Trata-se de uma 2006), que amplia – se não nos deixarmos
abordagem comum à historiografia que não envolver pela catalogação, fixação e
garante uma perspectiva verdadeiramente hierarquia de certas construções

9
historiográficas – a possibilidade de se CHARTIER, Roger. A história cultural. Entre
práticas e representações. Lisboa: Difel; Rio de
identificar de forma mais “verossímil”, o
Janeiro: Bertrand. 1990.
modo como aquele passado, ou “realidade COSTA, Cristiane. Pena de aluguel: escritores
social [foi] construída, pensada, dada a ler” jornalistas no Brasil 1904@2004. São Paulo:
Companhia das Letras, 2005.
(CHARTIER, 1990, p. 17).
DARNTON, Robert. O Beijo de Lamourette. São
O caráter plural do periódico transformou a Paulo: Companhia das Letras, 1995.

equipe que trabalhou nesse dicionário em MCKENZIE, D. F. Bibliography and the


sociology of texts. In: Bibliography and the
multidisciplinar, envolvendo geógrafas, sociology of texts. Cambridge: Cambridge
historiadores e educadores. Agradecemos, University Press, 2004.

portanto, àqueles que redigiram os verbetes. MARTINS, Eduardo. Primeiro jornal


paraibano: apontamentos históricos. João
Todos tiveram liberdade na utilização das Pessoa: A União, 1976.
referências bibliográficas, mas algumas ______. A União: jornal e história da
Paraíba. João Pessoa, 1977.
obras serviram também de base para
______. A tipografia do beco da Misericórdia.
estabelecer a redação final e foram citadas João Pessoa: SEC, 1978.
abaixo dos verbetes. POBLETE, Juan (Org.) Revista
Iberoamerciana. v. LXXII, n. 214,
Esperamos, com esse dicionário, contribuir enero/marzo. 2006.
para o interesse de jovens pesquisadores, ______. La revista, el periodico y sus
pelo conhecimento da história cultural lectores en el Chile decimonónico. In:
Revista Iberoamerciana. v. LXXII, n. 214, p.
paraibana do século XIX, principalmente 49-59, enero/marzo. 2006.
aquela que circulou nos periódicos. ZILBERMAN, Regina et al. Pequeno
dicionário da literatura do Rio Grande do Sul.
Socorro de Fátima Pacífico Barbosa Porto Alegre: Novo Século, 1999.

Os Autores

Antonio Carlos Ferreira Pinheiro


Referências
Carmelo Ribeiro do Nascimento Filho
ABREU, Márcia. Letras, Belas-letras, Boas
Letras. In: BOLOGNINI, Carmem Zink Doralice Sátyro Maia
(Org.) História da literatura: o discurso fundador. Fabiana Sena
Campinas: Mercado de Letras, ALB,
Fapesp, 2003. (Coleção Histórias de Favianni da Silva
Leitura).
Luciane Ornilo
Maria Simone Moraes Soares
Nirvana Lígia Albino Rafael de Sá

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Socorro de Fátima Pacífico Barbosa

Abreviaturas
ACFP - Antonio Carlos Ferreira Pinheiro
CRNF - Carmelo Ribeiro do Nascimento Filho
DSM - Doralice Sátyro Maia
FSe - Fabiana Sena
FS - Favianni da Silva
LO - Luciane Ornilo
MSMS - Maria Simone Moraes Soares
NLARS - Nirvana Lígia Albino Rafael de Sá
SFPB - Socorro de Fátima Pacífico Barbosa

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Relação dos Verbetes

ABIAHY, Baronesa do BEZERRA, Alcides


ABREU, Joaquim José de BEZERRA, Ildefonso
ACHILES dos Santos, Artur BEZERRA, José
ADAUTO Aurélio de Miranda Henriques BONAVIDES, Aluísio Fernandes
(Dom). BORBA, José de
ALBUQUERQUE, Diogo Velho BOTELHO, Leônidas de Lima
Cavalcanti de BRAGA, João Joaquim da Silva
ALBUQUERQUE, Otacílio Camelo BRITO, Eugênio Toscano de
ALBUQUERQUE, Salvador Henrique de BRITO, Felizardo Toscano de
ALMEIDA, Alonso de
ALMEIDA, Horácio de C. O.
ALMEIDA, José Américo de CABRAL, Nelson Lustosa
AMÉRICO, Pedro CALDAS, Analice
AMSTEIM, Catarina de Moura CALDAS, Diógenes
ANDRADE, Jader CÂMARA, Epaminondas
ANÍSIO, Monsenhor Pedro CAMILLO, Antonio
ANJOS, Aprígio Rodrigues de Carvalho dos CAMPOS, Afonso Rodrigues de Souza
ANJOS, Augusto de Carvalho Rodrigues CAMPOS, Gervázio R. Pereira
dos CARDOSO VIEIRA
ANJOS, José dos CARLOS JÚNIOR, José
ANJOS, Manuel dos CARLOS, Manoel
AQUILES, Arthur CARVALHO, Álvaro Pereira de
ARAÚJO, Eduardo Marcos de CARVALHO, José Rodrigues de
ARAÚJO, Fernando Coelho de CARVALHO, Tancredo de
ARAÚJO, José Peregrino de CASTRO, Oscar de Oliveira
ARAÚJO, José Pereira de CASTRO JÚNIOR, Joaquim Garcia
ARAUZ, Ignácio CASTRO PINTO, João Pereira de
AZEVEDO, Francisco João de CAVALCANTI, João Alcides Bezerra
AZEVEDO, J. Soares de CAVALCANTE, Leonarda Merandolina B.
Baronesa do Abiahy
BALTAR, Alcides Ferreira CAVALCANTI, Manoel Tavares
BAPTISTA, João Antonio CELSO, Afonso
BARBOSA, Florentino. (Pe.) CÉSAR, Eliseu Elias
BARONESA DO ABIAHY CHATEAUBRIAND, Francisco de Assis
BARRETO, Antônio Gomes de Arruda CIRNE, Arthur
BARRETO, Ezilda Milanez COELHO, Artur (Artur Roberto Coelho de
BARRETO, João da Silva Guimarães Sousa)
BARRETO, Jonathas de Mello COELHO LISBOA
BARROS Analice de Caldas COELHO, José Gomes
BARROSO, Francisco Joaquim Pereira COELHO, Juvenal
BASTO, Job Paciente COELHO, Moisés
BELLI, Nicola de CORDEIRO SÊNIOR, Antônio da Cruz.
BENVINDO, Antônio CORDEIRO JÚNIOR, Antonio da Cruz
BELMONT, Augusto CORREIA, Pe. Lindolfo

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COSTA, Delfino Ferreira da Costa LUNA, Mauro
COSTA JÚNIOR, José da LUSTOSA, Nelson
COSTA, José Rodrigues da
COSTA, Silvestre MACHADO, Maximiano Lopes
COSTA, Silvino Olavo Cândido Martins da MACHADO FILHO, Maximiano Lopes
COUTINHO, Odilon (Padre) MACHADO, Raul Campelo
CRISTO REI, João de MADRUGA, Manoel
CUNHA, Ambrosina Magalhães Carneiro MAIA, Benedito
CUNHA, Francisca de Ascenção MARINHO, Hilton Moreno
CUNHA, Olivina Olívia Carneiro da MARIZ, Celso Marques
CUNHA, Silvino Elvídio Carneiro da MARIZ, Romeu
MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano de
DANTAS, Pedro Anízio Bezerra. MEIRA, Padre
(Monsenhor) MELLO, Antônio Alfredo da Gama e
D’OLIVEIRA, Severino Peryllo MELLO, Benjamin Franklin d’Oliveira e
MELO, Francisco Aurélio Figueiredo
FALCÃO, Américo Augusto de Souza MELO, Francisco de Assis Chateaubriand
FERNANDES, Carlos Dias Augusto Bandeira de
Furtado de Mendonça MELO, JOSÉ BATISTA DE
FIGUEIREDO, Maximiniano de MELO, Manuel Cavalcanti Ferreira de
FILGUEIRAS, Caetano Alves de Sousa MELLO, Pedro Américo Figueiredo
FONSECA, Antônio Borges da MENEZES, Antônio de Aguiar Botto de
FREIRE, Antônio MOURA, Catarina
FREIRE, Mathias, Cônego MONTENEGRO, Olívio Bezerra
MOURA, Francisca
GAMA E MELLO, Antônio Alfredo da MOURA, Francisco Coutinho de Lima
GAMBARRA, Genésio Gomes
GALVÃO, Enéas de Arrochelas NACRE, Mardokeu
GUEDES, Lylia NEVES JÚNIOR, Theodomiro Ferreira.
GUIMARÃES SOBRINHO, Sinésio NEVES, Alfredo Jader de Carvalho
Pessoa NEVES Padre Lindolfo José Correia das
NÓBREGA, João Norberto da
HOLLANDA, Antonio. Camillo NOVAES, José Ferreira de
HENRIQUES, Adauto Aurélio de Miranda
HENRIQUES, Padre Leonardo Antunes OLAVO, Silvino
Meira OLIVEIRA, Mateus Augusto
OLIVEIRA, Peryllo de
JOFFILY, Irineu Ceciliano Pereira OLIVEIRA, Rafael Correia de
OTAVIANO de Moura Lima, Manuel PE
LEAL Ramos, José
LEITÃO JÚNIOR, Cândido Firmino de PATRÍCIO, Simão
Melo PEDROSA, Pedro da Cunha
LEITÃO, Tranquilino Graciano de Melo PESSOA, Antonio Elias
LIMA, Albertina Correia PESSOA, Benjamim Falcão
LISBOA, João Coelho Gonçalves PESSOA JÚNIOR, João Ribeiro da Veiga
LOBO, Aristides PESSOA, Olavo Otaviano Pinto
LOPES, Silvino PINHEIRO, Luiz Pereira Maciel
LUCENA, Severino Albuquerque PINTO, Irineu Ferreira

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PINTO, João Pereira de Castro
PINTO, Joel
PINTO, Luiz
PIRAGIBE, Aderbal
PIRES, Pe. Heliodo de Souza
PIRES, Rodolfo
PORTO, Carlos Eugênio

RABELO, Francisco José


RAMOS, José Leal
RÉGIS, Edson
RETUMBA FILHO, Francisco Soares da
Silva
RIBEIRO, Beatriz
RIBEIRO, Hortêncio de Sousa
RIBEIRO, Odilon Nestor de Barros
RODRIGUEZ, Walfredo

SANTOS NETO, Antônio Bernardino dos


SANTOS, Antônio Bernardino
SANTOS, Arthur Aquiles dos
SERRA SOBRINHO, Joaquim Maria
SILVA, Antônio Joaquim Pereira da
SILVA, Beatriz Ribeiro da
SILVA, Joaquim José Henrique da
SILVA, José Coutinho da. (Padre Zé
Coutinho)
SILVA, Tito Henrique
SILVEIRA, Isabel Iracema Feijó da
SILVEIRA, Josué Gomes da
SOARES, Epitácio
SOARES, Orris Eugênio
SOUZA, Braz Florentino Henriques de

TAVARES, João Lyra


TEJO, William
TOLEDO, Severino Carvalho de

VASCONCELOS, Albino Gonçalves Meira


VASCONCELOS, Olinto José Meira
VIDAL FILHO
VIDAL, Ademar Victor de Menezes
VIEIRA, Eudésia
VIEIRA, José de Araújo
VIEIRA, Manoel Pedro Cardoso

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1892; “Ritmos”, em 10 de abril de 1892;

 A “Threnos”, em 21 de junho de 1892. Neste


período, o jornal O Estado da Paraíba se
constituía como grande divulgador da
literatura, com publicações sistemáticas de
Coelho Neto, Eça de Queiroz, Luiz
ABIAHY, Baronesa do – Ver Guimarães Junior.
CAVALCANTE, Leonarda Merandolina. Em 1903, com cerca de sessenta anos,
publicou pela tipografia de Manoel
ABREU, Joaquim José de – (* 1840 –
Henrique de Sá o Livro de Branca, em
Portugal). Guarda-livros, abolicionista,
homenagem à Branca Dias, paraibana
poeta e jornalista. Nasceu em Portugal mais
queimada pela inquisição. O livro é escrito
ou menos em 1840, chegando à antiga
em prosa e verso. Horácio de Almeida lhe
província da Paraíba, quando tinha cerca de
atribui as seguintes publicações: Carta aberta
30 anos. Nessa, se casou, defendeu com
ao Exmº. Sr. D. Adauto, Bispo da Paraíba, s/ed,
afinco o abolicionismo. Participou
1899; Carta aberta às paraibanas, 1899; Da
ativamente da vida literária e jornalística da
praia ao monte, Paraíba: Torre Eiffel, 1909;
Paraíba, principalmente através da
Folha soltas, Paraíba: Imprensa Oficial, 1904.
publicação de sua prosa poética, crônicas,
Redatora: SFPB
poesias e contos, além da transcrição dos
escritos de Heine, durante todo o ano de Referência:
1895, na Gazeta do Comércio. Segundo ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
descrição de Liberato Bittencourt, o 1994.
jornalista era médio na estatura e bastante BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil;
vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro:
afável. Seu grau de generosidade teria o
Gomes Editora, 1949.
levado à pobreza na sua velhice, vivendo-a
ACHILES dos Santos, Artur – (*
em “verdadeira penúria”. Como homem de
20.06.1864, Pedra de Fogo-PB – +
letras, conhecia o português e dominava o
29.11.1916, Recife-PE). Jornalista, político e
inglês e francês. No ano de 1891, publicou
filósofo. Após a conclusão do curso de
sistematicamente sua prosa poética no
humanidade no Liceu Paraibano, dedica-se
jornal O Estado da Paraíba. Entre essas
à imprensa ao lado de seu pai, Antônio
citamos “Sem Ventura”, de 06 de setembro
Bernardino dos Santos, como redator do
de 1891, “Nostalgia”, em 31 de maio de

15
jornal A Paraíba. Quando oficial de gabinete ressentimento com o que chamou de
do governo Gama Rosa, dirige O Comércio e ingratidão os seus “coestaduanos”. Revela-
A Voz do Povo, iniciando sua longa se um homem guiado pela organização
caminhada na vida jornalística, também moral, sempre a favor das camadas
registrada nos jornais: O Paraibano, Gazeta da inferiores da sociedade. Segundo seu ponto
Manhã, Gazeta da Paraíba e Liberal Paraibano. de vista, “todos os seus atos na vida pública
Revela-se oposicionista ferrenho do poder, obedeceram ao desejo consciencioso de ser
principalmente do governo de Venâncio útil aos outros e, sobretudo, à Paraíba”.
Neiva e Álvaro Machado, denunciando-lhes Redatora: SFPB
as corrupções administrativas através d’O Referências:
Comércio e A Voz do Povo, jornal que lhe CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba.
serve de tribuna de novembro de 1889 até o Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955;
primeiro decênio do século passado. Em Revista da APL, n. 09.
1904, forças repressoras do poder invadem http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira07.htm
O Combate, bem como O Comércio,
ADAUTO Aurélio de Miranda
depredando máquinas, móveis e arquivos,
Henriques (Dom) – (* 30.08.1855, Areia-
obrigando-o a procurar uma tipografia do
PB – + 15.08.1935, João Pessoa-PB).
Recife para imprimir seu jornal que, depois
Nasceu no dia 30 de agosto de 1855, na
de dois anos, volta à circulação. Edita em
cidade de Areia, no Estado da Paraíba, onde
seu jornal as primeiras poesias de Augusto
também fez seus primeiros estudos.
dos Anjos, a pedido de seu filho, Santo
Estudou também no Seminário de
Neto, amigo do poeta.
Olinda/PB, transferindo-se depois para a
Com o pseudônimo de Rostand participa
Europa a fim de fazer os estudos
do círculo literário do Café Chique. Mantém
superiores: de Filosofia no São Sulpício, em
uma coluna denominada Estrada do Carro.
Paris e Teologia na Universidade
Foi diretor do Arquivo Público, onde
Gregoriana, em Roma, doutorando-se em
segundo Oscar Castro encontrou a
Direito Canônico. Ordenou-se sacerdote no
enfermidade que iria levá-lo à morte. Nove
dia 18 de setembro de 1880. De volta ao
anos antes de morrer, escreve um
Brasil, passa a exercer as funções de Diretor
testamento poético, onde restaura um
Espiritual e Professor no Seminário de
pouco dos valores e das condutas que teve
Olinda e as de Cônego efetivo da Sé de
em vida. Nele, fica evidente o seu
1881 até 1893. Em 1892 é criada a Diocese

16
da Paraíba e Dom Adauto é nomeado seu fim. Fundou na Paraíba o jornal A Imprensa.
1º Bispo pelo Papa Leão XIII em 2 de Referência:
janeiro de 1894. Estando em Roma nessa http://www2.uol.com.br/omossoroense/2
ocasião, foi sagrado a 7 de janeiro na capela 60803/nhistoria.htm
do colégio Pio Latino Americano, tomando ALBUQUERQUE, Diogo Velho
posse da Diocese em 4 de março do mesmo Cavalcanti de – (* 09.11.1829, Gurinhém-
ano. Em 6 de fevereiro de 1914 a Diocese PB – + 14.06.1899, Juiz de Fora-MG). Era
da Paraíba é elevada à categoria de filho de Diogo Velho Cavalcanti de
Arcebispado por decreto consistorial de Pio Albuquerque e de Ângela Sofia Cavalcanti
X, e Dom Adauto é promovido por esse de Albuquerque. Exerceu a promotoria
mesmo ato a Arcebispo Metropolitano. pública em Areia, onde participou da vida
Governou a Província da Paraíba por 41 política como membro do Partido
anos, que foi de 1894 a 1935. Foi durante a Conservador, pelo qual foi eleito para a
visita pastoral que Dom Adauto fez a Assembléia Provincial no biênio 1854-55,
Mossoró em 30 de janeiro 1900, que surgiu sendo reeleito para outro biênio. Elegeu-se
a idéia da fundação do Diocesano. Durante também como representante da Paraíba na
o tempo que durou a visita, Dom Adauto Câmara dos Deputados para a legislatura de
em conversa com os paroquianos, sentiu 1857-1860, época em que foi morar no Rio
que a maior aspiração do povo de Janeiro. Diogo Velho foi Membro do
mossoroense era a criação de uma “casa de Gabinete presidido pelo Visconde de
educação moldada nos princípios Itaboraí, defensor da abolição da
evangélicos”. Foi pensando em atender a escravatura; Presidente da Província do
essa necessidade que o Bispo reuniu os Piauí (1859); Presidente do Ceará (1868);
cidadãos de maior projeção da cidade, para Presidente de Pernambuco (1870); Ministro
discutir a possibilidade da instalação de um da Agricultura, Comércio e Obras Públicas;
educandário, já no ano seguinte, que Ministro da Justiça; Diretor do Ministério
preenchesse os requisitos mais dos Estrangeiros; Deputado Provincial;
indispensáveis à formação intelectual dos Deputado Geral; Senador Vitalício pelo
jovens, dentro dos princípios cristãos. Estado do Rio Grande do Norte e Membro
Aceita a idéia da criação do educandário, os do Conselho do Estado. Representou o
presentes se comprometeram a adquirir Brasil na Exposição Universal de Paris,
prédio e mobiliário que se adaptasse a tal como Comissário Geral. Marcou a sua

17
presença na Paraíba pela construção da Paraibano. Em 09/01/1892, o jornal A
Estrada de Ferro Conde D’Eu, que ligava Verdade, da cidade de Areia publica o
Cabedelo a Alagoa Grande e pela extensão seguinte anúncio: “Otacílio Camelo
da linha telegráfica de Recife a João Pessoa. participa aos pais de família que no dia 12
Mesmo após a República, Diogo do corrente abrir-se-ão as aulas do seu
permaneceu em Paris, sempre leal ao modesto estabelecimento”. Em outro
Imperador, só retornando ao Brasil após a número foi publicada outra nota: “Ensino
morte do soberano. Além de relatórios e particular. Sob a direção do abaixo assinado
pareceres, elaborou um trabalho intitulado acha-se aberto nesta cidade, na Rua Direita
Notice generale sur les principales lois promulgués nº 17, um estabelecimento de instrução
au Brésil de 1891 a 1894, uma monografia primária e secundária”. Sua carreira como
apresentando um resumo histórico dos professor de Álgebra, do Liceu, tendo antes
primeiros anos do Brasil República. Redigiu exercido as cadeiras de História Natural,
Alva, a primeira revista literária da Paraíba, Física e Química e Higiene da Escola
publicada no Rio de Janeiro. Redatora: Normal, durou mais de 30 anos, gozando
SFPB de prestígio consideração entre os alunos.

Referências: Sua carreira de jornalista tem início, aos


http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca dezoito anos, como redator e diretor do
deira13.htm;
jornal A Verdade. Como era comum aos
BARBOSA, Socorro de F.
http://www.revistafenix.pro.br homens de letras da época, ele era também
Revista do IHGP, n. 10. ator e autor de teatro. Em 1893 viaja para o
Rio de Janeiro a fim de iniciar seu curso de
ALBUQUERQUE, Otacílio Camelo – (*
medicina. Sua ida ao Rio de Janeiro foi a
21/02/1874, Areia-PB – + 27.12.1954, Rio
saída que encontrou para conciliar trabalho
de Janeiro-RJ). Era filho de João Aureliano
com estudo. Para ele, só na capital poderia
Camelo de Albuquerque e Mariana Borges
ter oportunidade. A passagem foi comprada
da Fonseca. Sobrinho de Francisco Xavier
com a ajuda de todos os parentes pobres.
Júnior, jornalista, educador e autor do livro
No Rio, passou a lecionar no Colégio
Lições de Língua Materna (1906), foi no
Abílio, onde dispunha de casa, comida e um
colégio do tio, o Culto às Letras que iniciou
ordenado tão pequeno que mal chegava
com 17 anos a docência, primeiro em Areia,
para as passagens de bonde. Além de aluno
depois na Capital, no Colégio Paraibano,
de medicina e professor, Otacílio e
antes de concluir os preparatórios do Liceu

18
Albuquerque também escrevia peças de biógrafos, foi o pioneiro na idéia do voto
teatro nas horas vagas, o que lhe garantia secreto, que divulgou na Câmara Federal, na
algum extra. Suas peças – aquelas escritas imprensa da Paraíba e do Rio. Sua paixão
em Areia e as do Rio de Janeiro – foram pela imprensa, se revelava de vários modos,
encenadas na capital federal com sucesso. inclusive na assinatura de O Jornal, folha do
Ainda na condição de estudante, volta para Rio, do seu amigo Assis Chateaubriand.
Areia, em 1897, a fim de casar com Data de 1926 a sua participação ativa nos
Zulmira Ribeiro dos Santos Coelho. Depois jornais paraibanos. Vários artigos foram
de formado, volta à terra natal onde é escritos em O Jornal, onde foi redator-chefe
recebido com festas e foguetório. Na guerra de 1926 a 1927, da capital paraibana. Após
travada entre os Cunha Lima e os Simeão o seu fechamento do jornal vai escrever na
Leal, Álvaro Machado, então governador da imprensa do Recife, no Diário da Manhã e
Paraíba, o escolhe para prefeito de Areia Jornal do Recife, entre 1928 e 1929.
(1904 a 1908) por não pertencer a nenhum No fim da vida, viúvo, residiu no Paraíba-
dos dois grupos. Participando depois de Hotel, indo algumas vezes ao Rio de Janeiro
várias disputas até ser eleito deputado para visitar os filhos. Em 1953 passa a
federal, em 1913, quando mandou arrancar residir naquela cidade, no bairro de
a placa de médico da sua porta e fugiu da Copacabana, casa de uma filha. Era leitor de
clínica. Foi também deputado estadual. jornais, pela manhã o Diário de Notícias e à
Entre outras atividades, era poeta e tarde O Globo. Morreu em 27 de dezembro
costumava fazer sonetos corretos, com os de 1954. Em sua homenagem, Ruy Carneiro
quais premiava os inimigos. Eça de Queiroz deu-lhe o nome de um grupo escolar. Foi
e seus romances foram suas leituras sócio correspondente do Instituto Histórico
preferidas até o fim da vida. Depois do e Geográfico Paraibano – IHGP. Publicou
rompimento político com Epitácio Pessoa, Impaludismo no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro:
passou a utilizar a seção de sátira de O Is.n.I, 1901. Redatora: SFPB
Jornal, que dirigia com Rodrigues de Referências:
Carvalho, para atacar seus inimigos, ALMEIDA, Horácio. Brejo de Areia.
utilizando-se do pseudônimo de Biête do Memórias de um município, 1958
macaco. Contra José Américo de Almeida, PINTO, Luiz. Octacílio de Albuquerque.
Época. Vida. Obra. Rio de Janeiro: Minerva,
utilizou o Correio da Manhã, folha de 1966.
propriedade de Ruy Carneiro. Segundo seus

19
ALBUQUERQUE, Salvador Henrique Lucena, Edgard Dantas e Mardokeu Nacre.
de – (* 1813, João Pessoa-PB – + 1880, Participou ativamente da animação cultural
Olinda-PE). Colaborou na imprensa da da imprensa paraibana no alvorecer na arte
Paraíba, na redação da revista Alva e em moderna. Em 1922, casa-se e volta à vida
periódicos de Pernambuco. Autor do Breve dos engenhos, mas sem abandonar os
Compêndio de Gramática Portuguesa, Novas estudos. Matricula-se na Faculdade de
Cartas, Breve Compêndio de Doutrina Cristã, Direito do Recife, concluindo-o em 1930,
Compêndio de Geografia Universal, Noções de quando se transfere para a capital, onde
Geografia, Resumo de Aritmética, Resumo das exerce a advocacia até 1947. Na década de
Quatro Operações e Bosquejo Histórico da 50, retorna a João Pessoa e torna-se um
Paraíba. revolucionário da vida intelectual, fundando

Referência: várias revistas como Reação, da Academia

ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma Paraibana de Letras. Dirigiu O Estado da


bibliografia paraibana. João Pessoa: A União, Paraíba. É pioneiro na história dos livros na
1994.
Paraíba, ao publicar a obra de referência
MARTINS, Eduardo. Primeiro jornal
paraibano: apontamentos históricos. João obrigatória aos estudiosos da leitura
Pessoa: A União, 1976. Contribuição para uma bibliografia paraibana, em
ALMEIDA, Alonso de – Diretor de A que apresenta as publicações dos paraibanos
Gazeta Paraibana. e da Paraíba por quase dois séculos. Foi
sócio do Instituto Histórico e Geográfico
ALMEIDA, Horácio de – (* 21.10.1896,
Paraibano (IHGP) e da Academia Paraibana
Areia-PB – + 05.06.1983, Rio de Janeiro-
de Letras. Em 1958 escreve Brejo de Areia,
RJ) Estuda as primeiras letras na terra natal,
obra memorialista, uma mistura de história
onde permanece até os vinte e dois anos,
e ficção, que marca sua volta às letras. Sua
dedicando-se aos trabalhos do engenho do
produção é vasta e centra-se principalmente
pai, Rufino Augusto de Almeida, e
em livros sobre a história da Paraíba e
convivendo com a riqueza da tradição oral
dicionários. História da Paraíba. 2 volumes,
que lhe dá sensibilidade para as pesquisas
João Pessoa: EDUFPB, 1978; Dicionário
do Romanceiro popular e da Literatura de
popular paraibano. João Pessoa: EDUFPB,
Folheto. Inicia-se na arte literária, na época
1979; Dicionário de termos eróticos e afins.
do curso secundário no Liceu Paraibano,
2.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
participando da criação da revista Era Nova
1981; Catálogo de dicionários portugueses e
ao lado de Sinésio Guimarães, Severino

20
brasileiros. Rio de Janeiro: Companhia Nova, que fez época no Estado, no
Brasileira de Artes Gráficas, 1983. Governo de Sólon de Lucena. Apareceu,
Biografou Augusto dos Anjos e Pedro então, o cronista impregnado dos puristas
Américo. da língua, influenciado pelos clássicos

Referência: portugueses e por Ruy Barbosa, entre os

SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. nacionais. José Américo publica também
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A nos jornais A Imprensa e O Norte e, mas é
União, 1994.
com o surgimento da revista Era Nova, em
ALMEIDA, José Américo de – 1922, que firma-se em sua carreira de
(*10.01.1887, Areia-PB – + 10.03.1980, escritor intervindo na produção intelectual
João Pessoa-PB). Filho de Inácio Augusto paraibana, com publicações em quase todos
de Almeida e Josefa Leal de Almeida. Ele os cem números dessa revista, até 1926. A
deixa o engenho onde nascera a convite do revista Era Nova possuía uma separata,
seu tio padre, Odilon Benvindo de Almeida, intitulada de “Novela”, que era reservada
que o leva, após a morte de seu pai para o aos novos escritores e poetas paraibanos,
seminário. A educação recebida garante-lhe estimulados, assim, a manifestar o seu
vaga para o preparatório realizado pelo talento literário. E é através desse projeto
Liceu Paraibano, para ingresso na Faculdade editorial que o escritor publica seu primeiro
de Direito do Recife, onde se torna bacharel livro, Reflexões de uma cabra, em 1922. Ele
em 1908. Ser homem de letras sempre foi mesmo não atribuía maior valor a esse
seu desejo, quando indagado sobre o que trabalho de estréia na ficção. Escreveu às
queria ser quando crescesse. A vocação para pressas, como era característica das
jornalista vem à tona em 1907, ao editar, em produções feitas primeiramente para os
Areia, com Simão Patrício e Eduardo folhetins dos jornais, para atender ao
Medeiros, o jornal Correio da Serra. E fez pedido do suplemento literário. Essa novela
poesia, sendo desse tempo alguns sonetos conta a história do ex-seminarista Zé
divulgados no Almanaque da Paraíba. Fernandes que rompeu o noivado com
Escreveu em jornais do interior e da Maria Anunciada, deixando o sertão onde
Capital. vivia, por causa da seca, quando migrou
Retomou essa atividade mais tarde, para a Capital do Estado. Aqui encontrou
escrevendo artigos literários na A União e vários colegas de seminário, que também
como assíduo colaborador da revista Era haviam deixado a batina. Depois viajou para

21
São Paulo, lá se casou com outra moça, e Modernismo brasileiro, inaugurando o ciclo
nasceu o primeiro filho do casal, Amaril. O do “romance nordestino” dos anos 30. O
menino adoeceu de gastrenterite e só se enredo baseia-se no êxodo da seca de 1898,
curou com leite de cabra, a “tal cabra, que descrito como "(...) Uma ressurreição de
passou a heroína da novela” e para cujo cemitérios antigos - esqueletos redivivos,
animal a mãe agradecida arranja um com o aspecto e o fedor das covas podres
companheiro, pedindo ao marido que lhe (...)". Obra-prima do romance regionalista
compre um bode do seu sertão. Segundo moderno, hoje com trinta e duas edições em
Joacil Pereira de Brito “essa primeira obra língua portuguesa, edição crítica e versões
do ficcionista, feita em poucos dias, era em espanhol, francês, inglês e esperanto.
apenas um esboço do talento americista que Sua obra, com dezessete títulos, abriga
se manifestaria com toda força no ensaio A ainda ensaios, oratória, crônica, memórias e
Paraíba e seus Problemas (1923) e no romance poesia. A história se passa entre 1898 e
A Bagaceira (1928), saudado por Tristão de 1915, os dois períodos de seca.
Athayde, em consagrador artigo de A vocação de escritor jornalista se mostrará
repercussão nacional “Romancista ao mais uma vez em 1957, com a publicação
Norte”. Ainda segundo o historiador, essa na revista O Cruzeiro, da série de crônicas
sua primeira produção literária apresenta Sem me rir, sem chorar. Segundo Deusdedit
um tanto de humor que, “filosoficamente é Leitão esse é o título que José Américo
o exagero conjugado com a malícia, desejara há muito tempo dar a uma de suas
produzindo uma percepção a um só tempo obras. A revista Era Nova, de 01 de junho
aumentativa e pejorativa da realidade”. Por de 1922, anunciava-o como sendo de um
outro lado, empregou largamente a ironia e livro de crônicas. Como naquela época as
a sátira. Para ele, o humor de José Américo revistas e periódicos, ao mesmo tempo em
“revela-se, por sinal, na duplicidade e no que divulgavam as obras de ficção também
contraste, no impacto e na contrafação se encarregavam de divulgá-las e propagá-
presentes desde os seus primeiros escritos”. las, principalmente no que diz respeito à
Após a publicação de A Paraíba e seus participação do leitor, em 01 de julho de
problemas (1923), José Américo de Almeida 1922 a revista Era Nova exibia o interesse
volta à ficção, com o conhecidíssimo do público pelo surgimento da obra.
romance A Bagaceira, em 1928, que se Esse interesse, como era corrente, também
tornou o marco inicial da segunda fase do foi reproduzido em notas pelo jornal O

22
Norte. Mais uma vez a Era Nova, n.30, no quatro crônicas de José Américo, ex-
dia 15 de julho do mesmo ano, pedia aos deputado, ex-senador, ex-ministro, ex-
leitores que aguardassem o Sem me rir, sem governador, ex-tudo politicamente falando
chorar, em anúncio em um canto de página. – um homem a quem o Brasil sempre
Na seção Livros e Revistas, contudo, vê-se a encontra à mão para servi-lo. É o romance
informação de que a impressão do livro pela da vida, aos pedaços, neste Brasil que é uma
Imprensa Oficial, se achava “muito pilhéria, como ele próprio o classificou em
adiantada”. A revista esperava lançá-lo “por carta que dirigiu ao Deputado Pereira Diniz.
todo o fim de agosto ou princípio de ‘São episódios destacados de minhas
setembro”, daquele ano, ao mesmo tempo memórias por seu tom anedótico. Virão
que indicava ser a obra uma coletânea de depois, no mesmo tom, perfis, história
crítica. Os meses se passaram até que, em política, costumes, tudo que testemunhei
24 de dezembro de 1922, é noticiado o nos vários planos da minha vida”. Aquelas
adiantamento da composição pela Imprensa que foram anunciadas apenas com o
Oficial, daquele que seria o primeiro livro número de quatro crônicas, foram
editado pela nova empresa. A despeito de ampliadas e deram lugar à publicação de
nunca ter saído a obra tão anunciada, José vinte e cinco, sendo a última delas publicada
Américo guardou o título para tornar a usá- apenas em 28 de dezembro de 1957, sem a
lo na década de 50, na série de crônicas que regularidade semanal da revista. A série de
publicaria em O Cruzeiro. crônicas se transformaria em livro póstumo,

Assim, no dia 29 de junho de 1957, a publicado pela fundação que leva o seu

famosa revista O Cruzeiro, do também nome, apenas em 1984.

paraibano Assis Chateaubriand, que naquele Escreveu em todos os gêneros literários.


momento se consagrava por publicar e Revelou-se “nessas múltiplas facetas o
congregar os melhores escritores e jornalista e panfletário, o ensaísta de fôlego
jornalistas brasileiros, divulgou a primeira e o cronista amemo”, o sociólogo e
crônica da série intitulada Sem me rir, sem ficcionista que dominou a novela e criou o
chorar, escrita por José Américo de Almeida. moderno romance nordestino de sabor
Com o título de “Homem de Letras”, a regional.
revista assim se referiu à matéria que Publicou: Reflexões de uma Cabra (1922); A
começava a publicar: “O Cruzeiro Paraíba e seus Problemas (1923); A Bagaceira
apresenta, a partir de hoje, uma série de (1928). O Ministério da Viação (1934), Coiteiros

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(1934), O Boqueirão(1935), As Secas do Direito do Recife, de onde saiu formada e
Nordeste (1935), Entrevistas e Discursos (1945), laureada, em 1912, obtendo também o
Ocasos de Sangue (1954), Discursos do seu Tempo prêmio de viagem à Europa. Como
(1965 e 66), A Palavra e o Tempo (1965), Ad quartanista de Direito, advogou no crime,
Imoratalitatem (1968), Eu e Eles (1970), Quarto na cidade de Pau d’alho, em Pernambuco.
Minguante (1975), Antes que me Esqueça (1978) Em 1913, no Governo Castro Pinto, fez
e Sem Rir sem Chorar (1984), livro póstumo conferência públicas, no Teatro Santa Rosa,
que reuniu crônicas publicadas na revista O sobre “Direitos da Mulher” e escreveu, no
Cruzeiro. Ainda se poderia acrescentar Jornal A União, crônica assinada com o
trabalhos jornalísticos e poesias diversas pseudônimo de Paraguaçu. Na Escola
publicadas na revista Era Nova e em Normal desta Capital ensinou como
matutinos de João Pessoa. Redatoras: FSe professora, as cadeiras de Português,
e SFPB. Desenho, Francês, e História da Civilização,

Referências: sendo, em 1917, nomeada professora

AGUIAR, Wellington. Apresentação. In: efetiva da cadeira de Português. Redator:


Sem rir, sem chorar. João Pessoa: Fundação FS
Casa de José Américo, 1984.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Referências:
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A Revista Manaíra João Pessoa, junho de 1940.
União – 1994. N. 08 pág. 03
PEREIRA, Joacil de Britto. José Américo de A União, João Pessoa de 1930/1940.
Almeida: a saga de uma vida. Brasília: Instituto
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940.
Nacional do Livro: Senado Federal, 1987.
Revista IHGP, João Pessoa, A UNIÃO,
AMÉRICO, Pedro – Ver MELLO, Pedro Imprensa Oficial, 1910/1940.
Américo Figueiredo. ANDRADE, Jader – Redator de O

AMSTEIM, Catarina de Moura – (* Combate, que foi incendiado em 28 de julho

20.12.1882, Paraíba). Foram seus pais de 1904.

Misael do Rêgo Moura e Francisca ANÍSIO, Monsenhor Pedro. Ver


Rodrigues Chaves Moura. Fez seus estudos
primários e secundários na Escola Normal ANJOS, Aprígio Rodrigues de Carvalho
Oficial, onde recebeu o diploma de dos – (* Sapé). Colaborou nos jornais de
professora normalista, em 1902. Feito o sua época.

curso de preparatórios no Liceu Paraibano,


ANJOS, Augusto de Carvalho Rodrigues
matriculou-se em 1908, na Faculdade de

24
dos – (* 20.04.1884, Espírito Santo-PB - + professor interino e também no Colégio
12.11.1914, Leopoldina-MG). Publicou seu Pedro II. Sua estadia no Rio foi precária.
primeiro trabalho literário “Saudade”, no Em 1912, publica em uma edição particular
Almanaque do Estado da Paraíba, em 1900 e, o seu único livro de poesias Eu, que teve
em 1901, inicia uma colaboração regular no “acolhida desigual, porém marcante”,
jornal O Comércio, dirigido por Arthur segundo Andrade Muricy. Ao tentar rastrear
Aquiles. Sua formação foi autodidata e os “complexos caminhos da formação de
pouco sabe-se dela. Em 1903, ingressa na uma mentalidade”, Zenir Campos Reis tem
Faculdade de Direito do Recife, ali que se voltar para a suas publicações
concluindo o curso vago, em 1907, sem dispersas, sobretudo nos periódicos, a que o
obrigatoriedade de freqüência. Seus poemas historiador chama de “elemento fluido”.
usualmente publicados em jornais e No exaustivo levantamento empreendido
periódicos eram imitados e por isso foi lido por ZCR, este enumera apenas oito poemas
e recitado antes mesmo de ter seu único do livro Eu, que não foram publicados em
livro editado. Sua participação em jornais periódicos. Entre os títulos em que
não se restringe à publicação de poesias, publicou estão Almanaque do Estado da
mas também incluem crônicas, como a que Paraíba, O Comércio, A União, Terra Natal, O
publica em O Comércio, de 07 de novembro Norte, e Era Nova, todos paraibanos; Fon-Fon
de 1905, “Crônica paudarquense”. Esse ! e A Época, no Rio de Janeiro e por fim a
jornal, no qual Augusto dos Anjos colabora Gazeta Leopoldina. Restaurando aos
desde 1901, publica como era comum à periódicos o lugar de principal suporte por
época poesias de outros autores entre os onde foi difundida, divulgada e promovida a
quais Cruz e Souza, Guerra Junqueiro, leitura literária no século XIX e início do
Antonio Nobre, Antero de Quental, XX, talvez se possa compreender a
Raimundo Correia, Alberto de Oliveira, repercussão de sua obra, a partir de suas
entre outros. Em 1909, passa a colaborar condições de leitura pelos leitores populares
regularmente no Diário Oficial do Estado, A e de sua produção, demandando várias
União. Casa-se com Ester Fialho em 1910, edições, muitas das quais, julgam os críticos
nesse mesmo ano, após romper com o eivadas de erro devido a sua destinação
governador, que lhe nega afastamento, parte popular.
para o Rio de Janeiro. Leciona Geografia na
Em 1914, é nomeado diretor do grupo
Escola Normal do Rio de Janeiro, como
escolar Ribeira Junqueira, em Leopoldina,

25
Minas Gerais, onde também publica no do jornal O Conservador, dirigido por
jornal Gazeta de Leopoldina. Ali veio a falecer Caetano Filgueiras, onde aprendeu o ofício
de tuberculose, doença sem cura à época. A de tipógrafo. Colaborou na União Tipográfica
notícia de sua morte teve discreta e n´O Artista, este de propriedade do Centro
repercussão e os estudos mais significativos Artístico. Revelando desde criança vocação
sobre sua obra só começaram a surgir a para a poesia, chegou a ser um “dos mais
partir da segunda edição de Eu, entre os populares poetas da sua terra”. Tanto na
quais os de Gilberto Freyre e o de Tasso da Paraíba, como em Manaus e Belém, onde
Silveira. Surpreendente, contudo, foi e é a também residiu, exerceu o jornalismo.
repercussão de sua obra entre os leitores de Regressou à Paraíba em 1898. não podendo
todo o país, de várias gerações e segmentos mais acomodar-se nela, voltou ao Pará onde
sociais. Contudo, é notável a repercussão de foi assassinado no dia 02 de junho de 1901.
seu único livro de poesias, que é suas poesias estão esparsas em jornais e
sistematicamente editado, com mais de revistas do extremo norte.
quarenta edições, e estudado, sob vários
ANJOS, Manuel dos – (* 12.02.1889, João
ângulos e diversas correntes entre as quais a
Pessoa-PB – + 24.10.1954, João Pessoa-
psicanálise. Redatora: SFPB
PB). Poeta e autodidata, Manuel dos Anjos
Referências: Pereira teve seus primeiros poemas
CORREIA, Francisco J. G(Chico Viana). O
publicados em A União.
evangelho da podridão: culpa e melancolia em
Augusto dos Anjos. João Pessoa: EdUFPb,
1994. AQUILES, Arthur – (* 20.06.1864, Pedras
MURICY, Andrade. Panorama do movimento de Fogo-PB – + 29.11.1916, Recife-PE).
simbolista brasileiro. 2.ed. Brasília: CFC e Sua carreira de jornalista tem início após o
INL,1973, V.2.
curso de humanidades no Liceu Paraibano,
REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos:
poesia e prosa. São Paulo: Ática, 1977. ao lado do seu pai, Antonio Bernardino dos
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Santos, como redator do jornal A Paraíba.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994. Também dirigiu O Comércio e A Voz do Povo.
Sua participação também é registrada nos
ANJOS, José dos – (* 1874, Paraíba – +
jornais O Paraibano, onde em 14/09/1892
1901, Belém-PA). Filho de Plácida dos
publica um elogio a Pardal Mallet. Este
Anjos. Mulato paupérrimo, antes de
jornal foi empastelado, como se usava
concluir seu curso primário na escola do
chamar na época, à intervenção do governo
Prof. Alves Branco, foi levado às oficinas

26
com a depredação das oficinas e a detenção clerical, criticando a Igreja e o papel que
dos diretores e empregados. O jornal, desempenhava nos assuntos da cidade, no
crítico ferrenho do governo de Álvaro jornal católico A Imprensa. Já no século XX,
Lopes Machado, era impresso na Tipografia em 28 de julho de 1904, sofre novo
de José Rodrigues da Costa. Juntamente empastelamento nos jornais O Combate,
com Eugenio Toscano e Antonio jornal da mocidade republicana e O
Bernardino assina o manifesto de 04 de Comércio. Ao lado de Coriolano de Medeiros,
novembro de 1892, que informa aos Celso Mariz, Rocha Barreto e José
assinantes e leitores do jornal O Paraibano, a Rodrigues de Carvalho criou o periódico
ação arbitrária de Álvaro Machado. A ação independente Jornal do Comércio, que teve
comandada por Antonio Baltar repercutiu vida breve. No Recife, participava das rodas
em todo o Brasil, principalmente na capital, literárias do Café Chic. Sob o pseudônimo
onde o assunto foi discutido pelos jornais O de Rostand, manteve uma coluna chamada
País e Cidade do Rio. A Arthur Aquiles e de “Estrada do carro”, que se dedicava a
Eugenio Toscano foi concedido um hábeas vários assuntos como, política, arte,
corpus preventivo, para defendê-los das literatura e religião. Redatora: SFPB
ameaças explícitas a sua pena oposicionista.
Referências:
O governo do estado utilizava o Correio
MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da
Oficial. Ao voltar a publicar ele passa a Misericórdia. João Pessoa: SEC, 1978.
assinar a coluna “Calúnia Oficial”. Também SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
trabalhou na Gazeta da Manhã, no Liberal Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Paraibano e na Gazeta da Paraíba, jornal à
O Paraibano.
época de grande circulação, com tiragem de
Gazeta da Paraíba
700 exemplares ao dia. Nele, também
ARAÚJO, Eduardo Marcos de –
trabalharam os jornalistas Eugênio Toscano,
Colaborador de O Sorriso, que foi
Antônio Bernardino, Cordeiro Júnior,
substituído em 1887 pelo Arauto Paraibano.
Afonso Almeida e Eduardo Marques.
Participou do Clube Literário Recreativo
Devido ao uso do anonimato e de
(1880), fundado com o propósito e
pseudônimos fica difícil identificar, entre a
promover a educação popular. Em 1883, o
produção literária que circulou
clube inaugura a sua biblioteca que é doada,
abundantemente naquele jornal, a produção
por falta de recursos, à Loja Maçônica
do jornalista. Também foi considerado anti-
Lealdade e Perseverança.

27
Referência:
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A
União – 1994.

ARAÚJO, Fernando Coelho de –


Colaborador de A Gazeta Paraibana.

ARAÚJO, José Peregrino de – Redator de


O Liberal Paraibano, que veio substituir A
União Liberal, em 1879 e circulou até 1879.

ARAÚJO, José Pereira de – Redator de O


Liberal Paraibano, jornal do Partido Liberal.

ARAUZ, Ignácio – Colaborador, na crítica


política, de O Sorriso, que foi substituído em
1887 pelo Arauto Paraibano.

AZEVEDO, Francisco João de –


(04.03.1814, Paraíba – )

AZEVEDO, J. Soares de – Colaboração


assídua em A Imprensa, 1987.

28
tanto por alunos paraibanos quanto por

 B aqueles que residiam no vizinho Estado do


Rio Grande do Norte. Em decorrência da
seca que assolou o Estado, no ano de 1898,
Antônio Gomes viu-se obrigado a fechar o
BALTAR, Alcides Ferreira – (* seu educandário e emigrar para o Rio
12.10.1877, Espírito Santo - + 1918). Desde Grande do Norte, instalando-se em
a juventude Alcides revela-se poeta, lírico e Mossoró, em 1900. Antônio Gomes era
satírico, publicando seus textos em revistas autodidata e poliglota. Além de professor,
e jornais, ganhou notoriedade com o poema era poeta satírico, jornalista polêmico e
Tamar. combativo. Foi advogado e promotor sem
ser bacharel. Foi deputado provincial por
BAPTISTA, João Antonio – Redator de
duas legislaturas (1901/1904 e 1908/1911),
Jornal da Parahyba, que circulou de 1862 a
faleceu no exercício do mandato.
1890.
Republicano, ao lado de Epitácio Pessoa,
BARBOSA, Florentino (Pe.) – Diretor de Castro Pinto e Argemiro de Souza, prestou
A Imprensa, 1987. relevantes serviços jornalísticos a sua terra.
Foi redator do Jornal O Estado da Paraíba;
BARONESA DO ABIAHY – Ver
redator-chefe de O Mossoroense e
CAVALCANTE, Leonarda Merandolina B.
colaborador de O Combate e O Eco. Também
BARRETO, Antônio Gomes de Arruda dedicava-se à poesia satírica, arma utilizada
– (* 1856, Pedra Lavrada-PB, – + 1909, para atacar os adversários políticos do seu
João Pessoa-PB). Era filho de Antônio tempo. Entretanto, segundo Oscar de
Gomes Barreto e de Ana de Arruda Castro, seus versos eram cheios de um
Câmara. Homem inteligente e de caráter humor sadio, que não chegavam a provocar
nobre, dedicou-se ao magistério, ódios ou melindres justificados. Publicou
especialmente, à educação dos jovens também em O Comércio. Era tenente-coronel
sertanejos. Em 1875, seguiu para Catolé do da Guarda Nacional, membro do Instituto
Rocha, fixando-se, aí, onde formou a sua Histórico e Geográfico Paraibano. Publicou
família. Em 1897, fundou o Colégio Sete de em jornais muitas poesias, usando sempre
Setembro em Brejo do Cruz, primando pela os pseudônimos Pincelle e F. Santarém.
qualidade, o seu Colégio era procurado Também escreveu uma gramática latina Da

29
arte latina e Um tratado de Direito, Alegações cotidiano de uma família, tratando o sexo
finais. como elemento corruptor da moral. A

Referências: concepção aparentemente naturalista


BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil; delineada na descrição de ambiente, no
vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: relato de cenas eróticas, no questionamento
Gomes Editora, 1949.
sobre a autopunição e na caracterização de
CASTRO, Oscar Vultos da Paraíba. Rio de
Janeiro: 1955. tipos humanos, não é fruto do
ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de determinismo biológico dessa corrente
Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro.
Livraria Editora Cátedra. 1984. literária antes funciona como pretexto para

http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca justificar a conservação dos padrões éticos –


deira09.htm sociais e a valorização dos dogmas
BARRETO, Ezilda Milanez – (* religiosos. Outras obras: A sombra de
29.02.1898, Guarabira-PB – + 19.01.1986, gameleira (1961), Nos Arcanos do Império
Areia-PB). De família religiosa, com tio (1981), O meu mundo é assim (1983). Redator:
padre e pais conservadores, recebe uma FS
educação rigorosa, estudando no Colégio Referência:
das Neves em João Pessoa, onde conclui o SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
curso normal. Sonha, desde a juventude, Dicionário Literário da Paraíba. A UNIÃO
João Pessoa 1994.
escrever um livro, mas a consciência da falta
BARRETO, João da Silva Guimarães –
de amadurecimento literário e o receio da
(* 01.06.1897, Paraíba – + Teresópolis-RJ).
critica atrasam, por vinte anos, este projeto.
Filho de Eutiquiano Barreto e de Clara
Transferindo-se para Areia, dedica-se ao
Eutiquiano, faz os estudos primários na sua
magistério, às obras beneficentes da casa de
cidade natal. Quando ginasiano edita e
São Francisco e à leitura de clássicos da
dirige os jornais estudantis A Época (1912) e
literatura Universal. Colaboradora do jornal
O Chique (1913 a 1917) e, no período de
O Areiense, escreve artigo como “Nossos
1915 a 1929, colabora em diversos órgãos
irmãos irracionais”, “O caminho da
da imprensa nordestina. Advogado de fama,
Fraternidade e sua Verdade”, evidenciando
formado pela Faculdade de Direito do
uma temática voltada para religioso e os
Recife, professor, e jornalista, transfere-se,
bons costumes, com profunda intenção
como Fiscal do Consumo para São Paulo e,
moralizante. E “A luz brilhava nas trevas”
posteriormente, para o Rio de Janeiro, onde
(1940), seu primeiro romance, descreve o
vive até a sua morte. Bibliófilo, chegou a

30
colecionar uma biblioteca de cerca de em 1911, aos 20 anos de idade. Sua primeira
20.000 exemplares, que foram doados à função pública foi como professora de
UFPB. Esse acervo primeiramente deu primeiras letras na fazenda experimental de
origem à Fundação Paraibana do Livro e Espírito Santo. Contudo, sua maior paixão
funcionava em um prédio da Biblioteca foi o ensino profissional onde, em 1923, aos
Central daquela universidade. 32 anos de idade, é aprovada em concurso

Referência: de âmbito nacional, a nível federal, para a

SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. cadeira de Português, nível médio, no então
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A Liceu Industrial, antiga Escola de
União, 1994.
Aprendizes Artífices. Analice Caldas
BARRETO, Jonathas de Mello – (* também lecionou em outras escolas, deu
09.03.1857, Paraíba). Alistou-se no exército aulas na Academia de Comercio Epitácio
em 1879; 1º tenente de artilharia em 1889; Pessoa entre os anos de 1930 e 1940,
capitão, em 1890; coronel em 1913. Tem o ensinando taquigrafia, entre outras
curso de artilharia e foi professor de inglês disciplinas, por pouco tempo, também
da Escola Militar. Publicou vários artigos no exerceu a função de taquigrafa na
Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, muito Assembléia Legislativa. Como professora,
dos quais traduções. fez parte da primeira diretoria da sociedade
Referência: dos professores primários. Em 1930,
participou ativamente das manifestações em
BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil.
vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro: prol da Aliança Liberal, idealizando a
Gomes Editora, 1949.
chamada Campanha dos Mil Reis Liberal,
BARROS Analice de Caldas – (* onde todos os paraibanos eram
30.11.1891, Alagoa Nova-PB – + conclamados a ajudar o Governo do Estado
15.02.1945, Lagoa Seca-MG). Filha de para adquirir munição destinada a sustentar
Manoel Paulino Correia de Barros e Ana a luta de Princesa. Analice Caldas também
Salvina de Caldas Barros. Inteligente, logo não se deixou prender-se somente ao
cedo se destacou no aprendizado das magistério, indo buscar na literatura outros
primeiras letras. Concluído o curso pendores para seu espírito. Cultora das
primário, transferiu-se para João Pessoa em letras colaborou em revista e jornais de
busca de melhores trunfos, onde se nossa cidade, numa linguagem sutil e
matriculou na Escola Normal Oficial do interessante. No ano de 1921, iniciou a
Estado, recebendo o diploma de professora

31
colaboração nas edições iniciais de O Paraibana Pelo Progresso Feminino que
Educador, órgão de divulgação dos exerce uma incontestável liderança em prol
professores primários; em 1922, em O da emancipação da mulher. Em 1936 foi
Progresso, de Alagoa Nova, ao lado de Eudes admitida como sócia efetiva do Instituto
Barros e João Guimarães, editado por Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP).
comemoração ao centenário da Proferia freqüentemente palestras em
Independência e em Paraíba Agrícola, associações culturais e clubes de serviço,
fundado por Diógenes Caldas. No ano de como o Rotary Club da Paraíba, o IHGP.
1923, escrevia para a revista Era Nova onde Sabemos que ela deixou pelo menos um
tinha uma coluna chamada “Álbum de estudo inédito, impedida de publicar em
Mlle”, continha depoimentos de virtude do trágico acidente que lhe tirou a
personalidades dos meios culturais, vida, quando voltava do Rio de Janeiro.
artísticos, políticos e sociais do Estado. Nessa viagem, trazia consigo os originais
Nessa mesma época, Analice participou da desse livro que tencionava editar sobre a
Folha, publicada em Alagoa Nova, onde genealogia de sua família, cujas pesquisas
divulgou as idéias feministas ao lado de haviam sido realizadas no Arquivo Nacional
Marieta Bezerra, Flaviana Costa, Elisa do Rio de Janeiro. Na verdade, ela buscava
Cunha, e Jane Ribeiro. Ainda como novos dados para ultimar uma pesquisa
jornalista, colaborou em jornais e revistas da sobre a sua terra natal, intitulado
Paraíba e de outros Estados, a exemplo das Apontamentos para a História da antiga vila de
revistas, Ilustração, Flor de Liz, com artigos e Alagoa Nova. Trabalho esse, apresentado por
poesias e nos jornais A União e A Imprensa, duas horas em forma de conferência no
onde a Associação Paraibana pelo Progresso instituto Histórico e Geográfico, em 9 de
Feminino manteve a “Página Feminina” até julho de 1939, na posse da advogada Lylia
1939, uma coluna quinzenal de divulgação Guedes. Ao falecer em 1945, aos 54 anos de
das idéias da APPF. Além desses, colaborou idade, ainda fazia parte do quadro de
nos jornais O Jornal do Comercio e no professores dessa Escola Industrial,
Aprendiz, órgão de publicação oficial da deixando um legado de mais trinta anos de
Escola Industrial de João Pessoa. Em 1933, experiência como educadora. Boa parte
juntou-se ao grupo idealista juntamente desse tempo foi dedicado ao ensino
com Albertina Correia Lima, Lylia Guedes profissional, numa demonstração de que
entre outras e fundam a Associação não se cansava em exercer a profissão que

32
lhe elevou o espírito e a projetou no seio da Portugal, na cidade do Porto, colaborou no
sociedade letrada de sua época. Sua Diário Mercantil, no jornal Nacional e redigiu e
memória é lembrada, em projeto de lei que fundou com Luiz Pereira Ferraz as Distrações
de 1948, apresentado pelo vereador Mário Literárias. Voltando ao Brasil, deixa os
Antônio da Gama e Melo, denominado estudos de lado para se dedicar ao
Profa Analice Caldas, a uma das ruas da jornalismo, desempenhando a função de
cidade de João Pessoa. Na homenagem de redator em vários periódicos da Paraíba,
sua cidade natal, seu nome foi dado a onde também foi diretor da Gazeta do
Biblioteca Municipal, poucos depois de sua Comércio e Redator de A Philipeia, revista
morte. Na capital, é lembrada no literária, comercial, agrícola, política,
frontispício de um grupo escolar, religiosa, científica, artística, industrial e
homenagem da Secretaria Educação, na humorística. Também redigiu para jornais
época que seu primo, o Cônego Eurivaldo do Amazonas e de Pernambuco. Após se
Tavares Caldas, era secretário de educação fixar em João Pessoa torna-se conhecido
de João Pessoa. Redator: FS por sua atuação na imprensa e nas artes
cênicas, tendo escrito vários dramas e
Referências:
comédias, entre as quais tiveram grande
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. prestígio Depois da lua-de-mel e O Queimado Sr.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994. Praxedes, segundo afirma Liberato
SILVA, Favianni da. A Eva do século XX: Bittencourt. No campo das artes cênicas,
Analice Caldas e outras educadoras - 1891/1945
chegou a ser diretor do Teatro Santa Rosa.
/ Favianni da Silva. – João Pessoa, 2007.
Segundo o ilustre biógrafo, em 1914,
SOUSA, Evandro Mangueira de. Analice
Caldas: Educadora e Cidadã (1911-1945). Francisco Barroso teria pronto e inédito o
Coluna Brasil 500 Anos, IN: O Norte, João
romance de costumes A princesinha. Foi
Pessoa, 07 de março de 1999.
TAVARES, Eurivaldo Caldas. Duas Vidas a sócio fundador do Instituto Histórico e
Serviço da Paraíba. Diógenes e Analice Caldas - Geográfico Paraibano - IHGP.
João Pessoa A União Cia Editora – 1976.
A União, João Pessoa de 1930/1940. Referência:
BITTENCOURT, Liberato. Homens do Brasil.
A Imprensa, João Pessoa 1928/1940.
vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Janeiro:
BARROSO, Francisco Joaquim Pereira Gomes Editora, 1949.

– (* 10.04.1856, Mamanguape-PB – + BASTO, Job Paciente – Proprietário de O


10.1929, João Pessoa-PB). Teatrólogo, Mamanguapense, de 1863.
jornalista e romancista. Indo estudar em

33
BELLI, Nicola de – Redator de O Boêmio, Estadual na legislatura 1920-1923, e Diretor
do Clube Recreativo Plana Boêmia. do Arquivo Nacional de 1922 até 1938,
quando faleceu.
BENVINDO, Antônio (* Areia-PB – +
28.09.1951, João Pessoa-PB). Jornalista e Dedicou-se aos estudos e à pesquisa,

professor, publica em 1923 Sady Castor, uma intensificando a sua produção científica e

novela passional. literária. Alcides Bezerra foi jornalista,


crítico, historiador, folclorista, novelista, e,
Referência:
acima de tudo, filósofo com nítida
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A influência de Bérgson e Spencer.
União, 1994.
Presidiu a Academia Carioca de Letras e a
BELMONT, Augusto – Colaborador de Sociedade dos Amigos de Alberto Torres;
O Comércio. Órgão das classes conservadoras era membro dos Institutos Históricos de
do Estado da Paraíba. Incendiado em 28 de São Paulo, Pará e Ceará; da Sociedade
julho de 1904. Brasileira de Geografia, da Sociedade
Brasileira de Filosofia e da Sociedade
BEZERRA, Alcides – (* 24.01.1891,
Capistrano de Abreu. Ingressou no Instituto
Paraíba – + 29.05.1938, Rio de Janeiro-RJ).
Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP) a
Era filho de João Perdigão Bezerra
24 de maio de 1914. Foi prefaciador de
Cavalcanti, nascido em Bananeiras, e
documentos importantes editados pelo
Phelonilla Clara Bezerra Cavalcanti, nascida
Arquivo Nacional sobre D. Pedro II,
na capital do Estado, pertencente à família
Francisco de Lima e Silva e a Imperatriz
Carneiro da Cunha. Fez o Curso de
Leopodina, além de ter publicado por esta
Humanidades no Liceu Paraibano entre
repartição várias biografias. Além disso, sua
1903 e 1907, matriculando-se em seguida na
vasta produção inclui crítica, romance e
Faculdade de Direito do Recife, onde se
história. Ensaios de Crítica e Filosofia. Paraíba:
bacharelou em 1911. Quando volta, ingressa
Imprensa Oficial, 1919; Maria da Glória
na vida jornalística da Paraíba.
(novela). Paraíba: Edição Filipéia, 1922; A
Exerceu os seguintes cargos públicos:
Paraíba na Confederação do Equador. Rio de
Procurador da República, Promotor Público
Janeiro: Arquivo Nacional, 1925; Os
adjunto da Capital, Promotor Público de
Historiadores do Brasil do Século XIX. Rio de
Catolé do Rocha, Inspetor Geral do Ensino,
Janeiro: Arquivo Nacional, 1927;
Secretário da Imprensa Oficial, Deputado
Conferências. Rio de Janeiro: Arquivo

34
Nacional, 1928; Ensaio Biográfico de Marcílio Bananeiras de 1833 a 1916, substituído por
Dias. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, Era Nova.
1928; A Evolução Científica do Direito. Rio de
BONAVIDES, Aluísio Fernandes –
Janeiro, Ed. Biblos, 1933; A Filosofia na Fase
Nasceu em Patos, 1889, filho de Fenelon
Colonial. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional,
Bonavides e Hermínia Fernandes
1935; Sílvio Romero, o Pensador e o Sociólogo.
Bonavides. Fez as primeiras letras na cidade
Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 1935;
natal. Ainda menino, transferiu-se para
Achegas da História da Filosofia. Rio de
Fortaleza, onde passaram a residir sua mãe,
Janeiro: Arquivo Nacional, 1936; Biografia
viúva, e seus irmãos. Concluídos os estudos
Histórica do I Reinado a Maioridade. Rio de
secundários, matriculou-se no Liceu
Janeiro, 1936; Vicente Licínio Cardoso - sua
Cearense. Ingressou no jornalismo, atuando
concepção da vida e da arte. Rio de Janeiro:
em vários jornais de Fortaleza. Entre suas
Imprensa Nacional, 1936; O Visconde Cairu
atividades jornalísticas destaca-se o exercício
– vida e obra. Rio de Janeiro: Arquivo
dos cargos de Redator-Secretário do Correio
Nacional, 1937 e O Visconde de Taunay – vida
do Ceará; Redator-Secretário do jornal
e obra. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional,
Unitário; Redator do jornal O Povo e Diretor-
1937. Redatora: SFPB
Secretário de O Democrata, todos da capital
Referências: cearense. Foi durante vários anos
ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
correspondente do jornal O Globo e outros
bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
1994. jornais naquela capital. Professor
Livro do IHGP. universitário, lecionou na Escola de
http://ihgp.net/memorial2.htm
Administração do Ceará. Foi um dos
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A fundadores da Associação Profissional dos
União, 1994. Jornalistas do Ceará, criada em 1944, tendo
BEZERRA, Ildefonso – Poeta e prosador. participado de sua primeira diretoria, como
É redator do jornal O Parafuso, em 1905. membro do Conselho Fiscal. Foi Secretário
do Governo, na Administração Faustino de
Referências:
Albuquerque. Durante algum tempo dirigiu
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A a revista Panorama, de sua propriedade.
União, 1994.
Fixando residência em Brasília, assessorou o
BEZERRA, José – Redator-secretário de deputado Paes de Andrade, ao tempo em
O Farol, semanário que circulou em que este Presidiu a Câmara dos Deputados.

35
BORBA, José de. Colaborador de O Janeiro, onde se diplomou em Medicina, no
Comércio. Órgão das classes conservadoras ano de 1879, defendendo tese sobre o
do Estado da Paraíba, incendiado em 28 de beribéri, voltando a residir na Paraíba,
julho de 1904. dedicou-se à medicina, ao magistério e ao
jornalismo. Foi nomeado Inspetor da Saúde
BOTELHO, Leônidas de Lima – (*
Pública e do Porto; exerceu as funções de
20.06.1895, João Pessoa-PB). Diplomado
Vacinador Provincial, Diretor do Serviço
em ciências e letras, torna-se poeta e
Médico da Santa Casa de Misericórdia,
colabora com as revistas Cidade Mauricéia e
Cirurgião-Mor da Província; Médico Legista
Jornal Pequeno (Recife), Mocidade Acadêmica
da Polícia da Estrada de Ferro Conde D’Eu.
(Juiz de Fora) e Manaíra.
Era sócio correspondente da Sociedade de
Referência: Medicina Cirúrgica do Rio de Janeiro;
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Professor de Trigonometria, Pedagogia,
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994. Ciências Físicas e Naturais, Geografia,
Álgebra, Biologia e História Natural. Foi,
BRAGA, João Joaquim da Silva – Editor
também, Diretor da Instrução Pública,
de O Liberal, de 1877.
Diretor da Escola Normal e do Lyceu. Era
BRITO, Eugênio Toscano de – (* considerado o terror dos estudantes que
10.10.1850, João Pessoa-PB – + 31.01.1903, não gostavam de estudar. A sua participação
João Pessoa-PB). Filho do Comendador em bancas de exames era um sucesso pelo
Felizardo Toscano de Brito e D. Eugênia número de reprovações. Era o carrasco da
Accioli Toscano de Brito. Ainda acadêmico mocidade que não gostava de estudar,
fez parte de uma revista mensal de ciências, possuindo sólido conhecimento nas
letras e artes, denominada A Idéia, cujo matérias que lecionava no Lyceu, álgebra,
primeiro número apareceu no Rio de latim, inglês e geografia, além de outras em
Janeiro em 1 de julho de 1874. O seu que se considerava preparado. Revelou-se
grande campo de ação foi a imprensa, competente em pedagogia. Filho do chefe
adaptando à Paraíba os primeiros moldes de do partido Liberal foi, entretanto, Eugenio,
jornal moderno, criando e dirigindo a mau político, não obstante ser excelente
Gazeta da Parahyba. Casado com D. Josefina cidadão. Segundo Martins, desde que não
Roy Toscano de Brito. Fez o curso primário podia aceitar fatos consumados, não se
e os preparatórios na Parahyba, capital do alinhava em conchavos, não conhecia ardis
Estado, seguindo, depois, para o Rio de

36
para fazer eleitores, ficou reputado Referências:
pernicioso à política, condenou-se desde BITTENCOURT, Liberato. Homens do
Brasil.
logo, por sua sinceridade, a não atingir altos
CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba.
cargos, mau grado sua competência, seu Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
amor à terra natal e a sua honestidade. Teve, MARTINS, Eduardo. A tipografia do Beco da
portanto, que clinicar, fonte que lhe Misericórdia, 1978;
ofereceu sólidas amizades e simpatias”. LELIS, João. Maiores e menores M, JRC. Dr.
Eugenio de Brito. Almanach do Estado da
Participou de Idéia, revista literária e de O Parahyba, 1914.
Paraibano. Fundador de A Gazeta da Paraíba, ;http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira15.htm
jornal que, sob a sua orientação, passou a
ter uma imagem mais moderna, inovando a BRITO, Felizardo Toscano de – (* 1814,
linha editorial que tornou mais Mamanguape-PB – + 29.11.1876, Paraíba).
independente, abordando temas polêmicos, Desde cedo passou a residir na Capital da
revolucionando toda a técnica conservadora província, dando início a uma carreira que o
da época, o que não agradou aos chefes projetaria como vulto de maior expressão
políticos, que preferiam o regime antigo, a na vida pública da Paraíba. Mesmo antes de
orientação oficial. A Gazeta estava no conquistar o seu título de Bacharel em
apogeu, quando foi proclamada a República. Direito, na Faculdade de Direito de Olinda,
A partir da dissidência com o governador em 1838, já ia adquirindo projeção
Venâncio Neiva, em 1891, fundou um partidária como membro da Câmara
outro jornal, O Paraibano. Nas Revistas do Municipal de João Pessoa. Também nesse
Instituto Histórico, encontram-se artigos da ano, foi aprovado em concurso público para
autoria de Eugênio Toscano. Redatora: professor de retórica e poética do Liceu
SFPB Paraibano. Segundo Leitão, “de toda a sua
atividade como homem
destacada atuação na imprensa política da
público o que mais caracterizou o seu
província e dentro dessa orientação fundou
admirável espírito empreendedor foi a sua
o Argos Paraibano, periódico que funcionou
passagem por duas vezes pela presidência
de 1850 a 1854. Com o desaparecimento
da província. Por duas vezes, como vice-
desse jornal passou, em 1855, a organizar O
presidente, teve a oportunidade de revelar a
Comércio. Em 1859, voltava às lides da
sua segura e eficiente orientação de bom e
imprensa paraibana com a fundação d´O
esclarecido administrador”. Teve, ainda,

37
Despertador, foi esse jornal um dos melhore BITTENCOURT, Liberato. Homens do
Brasil.
de quantos apareceram na província durante
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
o regime monárquico. Redator: SFPB Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
Referências:

38
colaborar na imprensa carioca. Assumiu a

 C sua Cadeira na Academia Paraibana de


Letras, em 09 de dezembro de 1967, sendo
recepcionado pelo acadêmico Luís Pinto. O
Conselho Estadual de Cultura da Paraíba
C. O. – Colaborou como órgão republicano prestou-lhe uma homenagem póstuma,
e noticioso de Areia O Libertador, em 1895, cabendo ao escritor Osias Gomes fazer o
sempre sob essas iniciais. elogio a sua personalidade. Publicou:
Paisagens do Nordeste, 1962; Garganta do
CABRAL, Nelson Lustosa – (* 1900,
esqueleto, 1965 e Uma cruz para Kennedy, 1966;
Patos-PB – + 19.07.1981, Rio de Janeiro-
Peitudo, In Revista da APL, 08.
RJ). Filho de Francisco Lustoza Cabral e D.
Maria Dolores Lustoza Cabral (D. Nenê). Referência:
Deixou viúva a senhora Emerenciana ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
Barbosa Lustoza Cabral, com os filhos: bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
1994.
Nelson, Moacir, Nilse, Milva e Lélia.
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ne
Estudou na Escola Pública, de Patos, com o
lsonl.htm;
Pe. José Vieira e os professores José
Calazans e Torres: fez os preparatórios no CALDAS, Analice – Ver BARROS,
Lyceu e formou-se em Direito pela Analice Caldas.
faculdade do Recife, em 1921. Bacharel,
CALDAS, Diógenes – (* 06.04.1886,
retornou à cidade natal, a fim de rever os
Bananeiras-PB – + 31.12.1972, Rio de
pais e amigos, tendo uma recepção
Janeiro-RJ). Era filho do Desembargador
carinhosa, ao som da banda de música local,
Trajano Américo de Caldas Brandão e de
o que muito lhe sensibilizou. Antes da
Aurélia Emília de Vasconcelos Caldas;
formatura, na capital do estado, escreveu
Iniciou seus estudos em Cabaceiras e
nos jornais A União e O Norte; trabalhou,
concluiu o 1º grau em Areia; fez o curso
também, como datilógrafo na Assembléia
secundário no Colégio Diocesano Pio X, na
Legislativa, com o apoio dos jornalistas
capital do Estado; Em 1904, iniciou seu
Oscar Soares, Celso Mariz e Carlos Dias
curso preparatório no Liceu Paraibano para
Fernandes; foi Diretor de A União e editor
o ingresso na Faculdade de Direito do
do Almanaque da Paraíba. Deixando A União,
Recife, onde se tornou Bacharel em 1911.
segue para o Rio de Janeiro, passando a

39
Neste mesmo ano casou-se, no dia 1º de Comissão Executiva dos Produtos da
maio, com Maria Beatriz de Andrade Mandioca; Membro da Junta de Controle da
Pedrosa, união da qual nasceram seus 11 Fundação Brasil-Central; Diretor do Serviço
filhos. Fundou e fez circular o jornal A Voz Nacional da Economia Rural do Ministério
da Mocidade, onde escrevia e fazia versos. da Agricultura. Redatora: LO
Antes de se tornar o Redator de A União, Referência:
foi colaborador em revistas especializadas e TAVARES, Eurivaldo. Diógenes Caldas – um
autor de monografias sobre as condições missionário do bem comum, João Pessoa, 1986.
econômicas e produtivas de municípios CÂMARA, Epaminondas – (* 04.06.1900,
paraibanos. Fez parte do corpo cênico e Esperança-PB – + 28.04.1958). Filho de
produziu o drama Falso Mendigo, muito Horácio de Arruda Câmara e D. Idalgina
elogiado pela crítica. Diógenes faleceu no Sobreira Câmara, casado com a prima
Rio de Janeiro em 31 de dezembro de 1972. Isaura Gameiro, não deixou descendentes.
Ao longo de sua vida, Diógenes Caldas Não teve uma instrução sistemática.
exerceu os seguintes cargos: Diretor da Aprendeu as primeiras letras em Esperança
Biblioteca Pública do Estado; Inspetor com a professora Maria Sobreira, depois,
Agrícola do 7º Distrito; Administrador do com o deslocamento da família para
Campo de Demonstração de Cruz do Taperoá, antiga Batalhão, passou a receber
Espírito Santo; Delegado do Serviço de alguns ensinamentos do professor
Combate à Lagarta; Superintendente da Minervino Lucíolo de Vasconcelos
Construção do Patronato Agrícola “Vidal Cavalcanti, indo para Campina Grande, o
de Negreiros”, em Bananeiras; professor Clementino Procópio ensinou-lhe
Representante da Paraíba na Exposição do alguns rudimentos gramaticais e o professor
Centenário da Independência Nacional, no Renato Alencar transmitiu-lhe noções de
Rio de Janeiro; Membro do Conselho Contabilidade. A sua força de vontade,
Consultivo do Estado da Paraíba; aliada à inteligência, fez com que
Representante do Ministério da Agricultura conquistasse o seu espaço na Academia
junto ao Instituto do Açúcar e do Álcool; Paraibana de Letras, assumindo a sua
Chefe da Seção Técnica do Serviço do Cadeira no dia 21 de julho de 1945, saudado
Fomento de Produção Vegetal, no Rio de pelo acadêmico Hortênsio Ribeiro. Ele
Janeiro; Agrônomo do Fomento Federal, passava o dia todo em um estabelecimento
como Economista Rural; Presidente da comercial de Campina Grande, sem que

40
houvesse tempo para dedicar-se à literatura. estudantes do Curso de Direito. Em 1907,
Porém, enquanto trabalhava, organizava casou-se com D. Porphiria Montenegro
mentalmente os seus trabalhos literários e, à Campos, D. Iaiá, filha do coronel Lindolfo
noite, transferia para o papel tudo o que de Albuquerque Montenegro. Exerceu a
estava esboçado na mente. Daí, o grande promotoria de Campina Grande com muita
mérito da sua produção, dos seus trabalhos. lisura e dedicação, porém, atraído pela
Publicou: Os alicerces de Campina Grande - política, deixou a carreira jurídica e
esboço histórico do povoado e da vila, 1943; integrou-se ao grupo dissidente que lutava
Municípios e freguesias na Paraíba, 1946; Datas contra o governador Álvaro Machado. Por
campinenses, 1947. Além destes, deixou essa época, o grupo fundou o jornal A
publicados folhetins e muitos artigos em República, sob a direção a direção do
jornais, a maioria em A Imprensa. Senador Gama e Melo e de Afonso Campos

Referência: que, por algum tempo, redigiu em sigilo os

http://www2.aplpb.com.br/academicos/ep editoriais desse jornal. Eleito Deputado


aminondasc.htm. Estadual, Afonso Campos teve uma atuação
CAMILLO, Antonio – Colaborador da marcante na Assembléia. Publicou os
Gazeta Paraibana trabalhos: Concurso da cátedra de Direito
Administrativo e Economia Política; Bancos, suas
CAMPOS, Afonso Rodrigues de Souza –
espécies; Quais os perigos a que se expõem os
(* 18.12.1881, Campina Grande-PB – 05.04.
Bancos que comanditam indústrias; Memorial sobre
1916). Era filho do coronel Silvino
direitos do Estado e dos Municípios dos terrenos
Rodrigues de Souza Campos e D. Rosalina
das extintas aldeias de índios; A moeda;
Agra de Souza Campos. Estudou em
Referência:
Campina Grande, no Colégio do Professor
CASTRO, Oscar de Vultos da Paraíba. Rio
Clementino Procópio, fazendo o curso de de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
Humanidades em João Pessoa. Bacharelou- ODILON, Marcus. Pequeno dicionário de
se em Ciências Jurídicas e Sociais pela fatos e vultos da Paraíba. Rio de Janeiro:
Cátedra, 1984.
Faculdade de Direito do Recife, em 1902,
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
com apenas 21 anos de idade. Ainda deira08.htm.
Acadêmico, elaborou os trabalhos Evolução CAMPOS, Gervázio R. Pereira – Editor
do Direito das Obrigações e Ação Penal, que de O Comercial Paraibano de 1855 a 1860.
foram publicados na Revista Jurídica,
fundada por ele e mais alguns outros

41
CARDOSO VIEIRA – Ver VIEIRA, Vilma e Clóvis. Enviuvando, casou-se,
Manoel Pedro Cardoso. novamente, com D. Francisca Marques da
Rocha, em 1947. De origem modesta, logo
CARLOS JÚNIOR, José – (* 24.07.1860,
cedo começou a trabalhar como barbeiro, a
João Pessoa-PB – + 29.05.1896, Fortaleza-
profissão do pai, a fim de manter os
CE). Atua ao longo da vida, como
estudos. Aos 18 anos, inicia suas atividades
jornalistas, sendo redator da Alva em 1850,
jornalísticas como secretário do Jornal do
e colaborador nos periódicos Flores
Comércio, dirigido por Arthur Aquiles*.
Acadêmicas, de Recife, 1882 (onde publica
Conseguiu bacharelar-se em Direito pela
tradições de Schiller), A Quinzena de
Faculdade do Recife, em 1916. Era um
Fortaleza, de 1887 a 1888, O Domingo, em
homem culto, versado nos clássicos da
1888, A Avenida, em 1889, O Pão, de 1892 a
literatura universal. Na Paraíba, foi
1896 e O Ceará Ilustrado, em 1894.
deputado Federal, Secretário de Estado,
Consultar: AMORA, Manuel Albano. A
professor de Literatura e de Italiano do
academia Cearense de Letras. Fortaleza: Imp.
Lyceu Paraibano. Era jornalista, ensaísta,
Universitária do Ceará, 1957, p.44-45;
crítico e escritor. Redator de O Combate, que
BARREIRA, Dolor. História da literatura
foi incendiado em 28 de julho de 1904. Foi
cearense. Fortaleza: Instituto do Ceará, 1948-
diretor de O Comércio. Em 22 de outubro de
1962. I: 120,185,186;
1928, assumiu a Vice-Presidência do
Referência: Estado, que tinha como Presidente o Dr.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. João Pessoa; dois anos mais tarde, em
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994. conseqüência do assassinato de João
Pessoa, em 26 de julho de 1930, ocupou a
CARLOS, Manoel – Redator de A Paraíba,
Presidência. Com o fim da Revolução de 30,
jornal do Partido Liberal.
Álvaro Machado retornou ao magistério,
CARVALHO, Álvaro Pereira de – (* renunciando à política. Foi para o Estado de
19.02.1885, Mamanguape-PB – + São Paulo, estabelecendo-se em Santos,
05.10.1952, João Pessoa-PB). Era filho de onde ficou durante sete anos, lecionando
Manuel Pereira de Carvalho e D. Francisca Inglês em colégios particulares e
Leopoldina de Carvalho. Casado em advogando. Álvaro de Machado foi um dos
primeiras núpcias com D. Luiza Gonzaga fundadores da Academia Paraibana de
dos Santos, nascendo desse casamento sete Letras, sendo também, patrono da
filhos: Stélio, Glaura, Stela, Nerina, Dalva,

42
Biblioteca da entidade. Trabalhos de sua trabalhou como guarda-livros, profissão que
autoria: Ensaios da crítica estética, 1920; A também exerceu em Natal e Fortaleza. Fez
revolução do eu, 1920; Ensaios da crítica, 1924; o curso de humanidades no Lyceu
Educação profissional, 1946; Augusto dos Anjos e Paraibano, mudando-se para o Rio Grande
outros ensaios, 1946; Nas vésperas da revolução, do Norte; não se adaptando, porém, àquele
1932; além de textos publicados nas Estado, seguiu para Fortaleza, dando um
Revistas da APL. Bacharel pela Faculdade rumo diferente à sua vida. Matriculou-se na
de Direito do Recife. Professor e Diretor do Faculdade de Direito e deu início à
Liceu Paraibano, foi Secretário de Estado e publicação dos seus poemas. Muito lírico e
Deputado Federal. Como Vice-presidente sentimental, era também um exímio
substituiu João Pessoa após o seu repentista e a adjetivação presente nas suas
assassinato. poesias eram tão expressivas que o

Referências: tornaram em um poeta de estilo muito


BITTEENCOURT, Liberato. Homens do peculiar. Em 1890, juntamente com Castro
Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de Pinto*, fundou em Mamanguape o
Janeiro: Gomes Editora, 1949.
Semanário A Comarca e, em 1892, criou na
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A capital do Estado o Grêmio Literário
União, 1994.
Cardoso Vieira, instituição que veio
INOJOSA, Joaquim, Critica e polêmica;
contribuir bastante na formação intelectual
http://www2.aplpb.com.br/academicos/al
varod.htm da juventude paraibana daquele tempo. Nos
princípios de 1894 retirou-se para Fortaleza
CARVALHO, José Rodrigues de – (*
onde ocupou por 12 anos o lugar de
18.12.1867, Alagoinha-PB – + 20.12.1935,
contador do Banco do Ceará. Naquele
Recife-PE). Filho do casal Manuel
estado, seu nome de escritor passou a ser
Rodrigues de Carvalho e D. Cândida Maria
divulgado em vários estados do país. Foi
de Carvalho, agricultores. Casado, primeiras
professor da geografia no Lyceu Cearense e
núpcias, com D. Francisca Lisboa de
de Lógica na Escola Normal e mais tarde,
Carvalho e, pela segunda vez, com D. Anita
catedrático de contabilidade da Escola de
Veloso Rodrigues de Carvalho. Começou a
Comércio de Fortaleza. Jornalista e
vida como caixeiro, em Mamanguape,
beletrista, acima de tudo, poeta, projetando-
trabalhando ao lado do tio, ao mesmo
se nesse gênero a partir da publicação do
tempo em que freqüentava a escola do
poema “Seios”. Escreveu nos jornais A
latinista Manuel de Almeida Cardoso, onde

43
União, Gazeta do Comércio, O Comércio, PINTO, Luiz. Rodrigues de Carvalho, o
jornalista. Rio de Janeiro, 1970.
República, Jornal Pequeno (Recife) e em A
Província do Pará. No Estado da Paraíba, CARVALHO, Tancredo de – Diretor e
trabalhou ao lado de Argemiro de Sousa, Proprietário de Brasil Novo, campinense que
Castro Pinto e Elizeu Cezar. Nesse jornal, depois foi transferido para a capital.
publicou sistematicamente sua produção Fundador e diretor do Correio de Moreno, de
poética, incluindo as poesias e a prosa Solânea.
poética, bastante comum à época.
CASTRO, Oscar de Oliveira – (*
Elegeu-se Deputado Estadual, pela Paraíba. 27.04.1899, Bananeiras-PB – + 14.07.1970).
Exerceu, ainda os cargos de Procurador e Filho de Joaquim Ferreira de Castro e D.
Secretário Geral do Estado; era membro do Amália de Oliveira Castro, iniciou seus
Instituto Histórico do Ceará; do Instituto estudos preliminares em 1906, com sete
Histórico e Geográfico Paraibano; da anos de idade e concluiu o curso primário
Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro; no Instituto Bananeirense. Após concluir o
da Academia Cearense de Letras e do curso primário mudou-se para a capital do
Instituto Arqueológico de Pernambuco. estado, onde cursou o secundário no
Atuou como redator de Fênix Caixeiral Colégio Diocesano Pio X. Diplomou-se em
(1893-1903), Revista Acadêmica (1903-1908) e Direito pela Universidade Federal de
Revista Ceará (1905). Publicou em versos: Pernambuco. Casou-se com a senhora
Coração, 1894, Prismas, 1896 e Poema de maio, Marieta de Miranda Henriques, membro de
de 1903. Em 1904 publicou O cancioneiro do uma tradicional família Paraibana, filha de
norte, contribuição ao estudo do folclore Alfredo de Miranda Henriques grande
nacional. Redatora: SFPB proprietário rural no Brejo paraibano. Era
Referências: dono de engenho de açúcar entre as cidades
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para de Areia e Serraria, na Paraíba. A moça era
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A sobrinha do 1º Bispo e Arcebispo da
União, 1994.
Paraíba, D. Adauto Aurélio de Miranda
ATAÍDE, Tristão de. Estudos III. Rio de
Janeiro, 1930, p. 105-107; Henriques e prima do Dr. Walfredo Guedes
BITTEENCOURT, Liberato. Homens do Pereira, que foi um médico e político
Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
Janeiro: Gomes Editora, 1949. paraibano, antigo prefeito de João Pessoa.
SANTOS, Idelette Muzart dos. Dicionário Dessa união nasceu sua única filha, Maria
Literário da Paraíba. João Pessoa, A União, Lúcia de Castro Menezes. Em 1923,
1994.

44
formou-se em Medicina pela Escola de Deixou publicado: Ensaios, 1945; Medicina na
Medicina do Rio de Janeiro. Após concluir Paraíba, 1945; Vultos da Paraíba (Patronos da
o curso recebeu vários convites para clinicar Academia), 1955; José Lins do Rego
no Rio, porém seu desejo era voltar à sua (Depoimento), 1962; Contribuição à História da
terra natal. Chegando a Paraíba foi Farmácia na Paraíba (separata de Vida e
nomeado, pelo então Governador do Cultura, órgão oficial da Sociedade Cultural
Estado Dr. Sólon de Lucena, Diretor da Luso-paraibana de Estudos e Pesquisas),
Assistência Municipal, cargo que exerceu 1964; Exaltação aos Moços, 1965; Arruda
durante 24 anos, paralelamente a outras Câmara, 1967; Crimes e Personalidades
funções por ele desempenhadas. como: Psicopatas, 1969. Deixou inédito: Visões de
Secretário de Educação, Diretor e Artes na Paraíba, Gente que agente encontra e
Organizador do Departamento de Serviço Memórias. Era colaborador dos jornais
Social do Estado. Além de médico, Oscar locais, escrevendo sobre os mais variados
era professor universitário, jornalista e assuntos. Redatora: LO
escritor. Lecionou no Colégio Diocesano Referência:
Pio X, Colégio Nossa Senhora de Lourdes, Curriculum vitæ elaborado pelo próprio Oscar
Colégio das Neves, no Lyceu Paraibano, na de Castro em 1970, e informações de sua
filha Maria Lúcia de Castro Menezes.
Faculdade de Filosofia, na escola de Serviço
Social, Faculdade de Medicina e na CASTRO JÚNIOR, Joaquim Garcia –

Faculdade de Direito da Universidade da Editor do The Parahyba Times.

Paraíba. Membro do Instituto Histórico e


CASTRO PINTO, João Pereira de – (*
Geográfico Paraibano; Membro Academia
03.12.1863, Mamanguape-PB – + 1944, Rio
Carioca de Letras. Foi Presidente da
de Janeiro-RJ). Filho do casal José Pereira
Academia Paraibana de Letras durante 25
de Castro Pinto e D. Maria Ricarda
anos. Recebeu os títulos e honrarias: Honra
Cavalcanti de Albuquerque de
ao Mérito, da Standard do Brasil; Cidadão
Mamanguape. Cursou as primeiras letras no
Pessoense, pela Câmara de Vereadores de
Colégio Ribeiro Bessa, realizou ali o curso
João Pessoa; Medalha de Prata,
de latim com o professor Isac Ribeiro
comemorativa do Tricentenário da
Franco Fez o curso primário no Colégio
Restauração Pernambucana; Medalha
Rio Branco, na capital do Estado e
Guararapes, de bronze, concedida pelo
Humanidades, no Lyceu Paraibano,
governo do Estado de Pernambuco.
bacharelando-se em Direito pela Faculdade

45
do Recife, em 1886. Foi Promotor Público Almanach do Estado da Paraíba. 1914.
em Mamanguape e Juiz Federal substituto. CAVALCANTI, João Alcides Bezerra –
Era monarquista, abolicionista e jornalista. Ver Alcides Bezerra.
Elegeu-se deputado à Assembléia
Constituinte pela Paraíba, sendo reeleito em CAVALCANTE, Leonarda Merandolina

1896. Renunciou ao mandato e viajou ao B. Baronesa do Abiahy – (* 30.11.1854,

Rio de Janeiro, passando a exercer o cargo Paraíba; + 07.07.1935, João Pessoa-PB).

de Redator Oficial do Senado. Retornou ao Filha do brigadeiro Claudino Joaquim

Nordeste, assumindo a promotoria de Cavalcanti e Maria Etelvina Meira

justiça de Vitória de Santo Antão, Henriques. Casou-se com Silvino Elvídio,

Pernambuco, e em seguida a de Fortaleza, era inteligente, tinha verdadeira veia poética,

Ceará. No Estado do Pará, a convite do tendo infelizmente, feito desaparecer toda

Presidente Paes de Carvalho, exerceu a sua prosa e poesia, antes de seu falecimento,

Chefia de Gabinete da Presidência da trabalhos literários a que se entregava nas

Província, sendo ainda, professor de Lógica horas vagas, geralmente à noite. Sua

do Ginásio Paraense e redator do Jornal A predileção literária era para os livros de

Província do Pará. Pelas páginas do jornal viagem. Sua faína doméstica era

Estado da Paraíba, fazia duras críticas a desempenhada ao som das modinhas que

Floriano Peixoto. Entre 1891 e 1892 gostava de cantarolar, com seus versos de

publicou uma série de contos nesse jornal. seus poetas prediletos, como Castro Alves,
Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu e
Álvaro de Carvalho, quando retornou à
Fagundes Varela. Faleceu no dia 07 de julho
Presidência, convidou-o a tornar a sua terra,
de 1935, aos 81 anos de idade. Redator:
oferecendo-lhe uma nomeação de professor
FS.
de Matemática no Lyceu Paraibano que, na
época, ser professor do Lyceu era um cargo Referências:
CARTAXO, Rosilda. As Primeiras Damas.
muito importante. Aceitou o convite e veio
João Pessoa: Ed. Senado Federal, 1989.
instalar-se na capital. No ano seguinte,
elegeu-se Deputado Federal; em 1908, já era A União, João Pessoa de 1930/1945.
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940
Senador. Em 1912, passa a governar o
Estado, por indicação de Álvaro de CAVALCANTI, Manoel Tavares (*
Carvalho. Redatora: SFPB. 16.08.1881, Alagoa Nova-PB – +
Referência: 01.04.1950, Rio de Janeiro-RJ). Filho do Dr.

46
João Tavares de Melo Cavalcanti e D. Maria http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira36.htm.
das Neves Pereira de Araújo Tavares
Cavalcanti. Formou-se em Direito pela CELSO, Afonso (Comendador) –
Faculdade do Recife, em 1911, ganhando Colaborador de A Opinião, órgão dirigido
como prêmio, pela sua brilhante atuação no pelo Partido Liberal, circulou de 1877 a
curso, uma viagem de estudos na Europa. 1878, como noticioso bi-semanal, que foi
Como jornalista, atuou na capital do Estado substituído pela A União Liberal, em 1878.
nos jornais A União, A Notícia, O Combate, O
CÉSAR, Eliseu Elias – (* 20.06.1874,
Norte, na Revista Era Nova e nas Revistas do
João Pessoa-PB – + 29.01.1923, Rio de
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.
Janeiro-RJ). Era filho do casal Dulcídio
Ingressou na política em 1907, elegendo-se
Augusto Cézar e Maria Joaquina da Freitas.
Deputado Estadual, em seguida, foi eleito
Eliseu iniciou seus estudos com o professor
Deputado Federal, exercendo vários
João Licínio Velloso, com quem fez seus
mandatos, durante vinte anos. Em 1930, foi
preparatórios para o Lyceu Paraibano;
eleito Senador da República, não sendo,
Formou-se em direito pela Faculdade do
porém, a sua eleição reconhecida. Lecionou
Recife, em 1898. Após a formatura, foi
História Universal e História do Brasil no
nomeado Promotor Público em Vitória do
Lyceu Paraibano e na escola Normal; no
Espírito Santo, transferindo-se,
Rio de Janeiro, exerceu os cargos de
posteriormente, para a cidade de Belém do
escrivão de Juízo de Menores e Primeiro
Pará. Lá, filiou-se ao partido político do
Inventariante Judicial, sendo, também,
Senador Antônio Lemos, elegendo-se
professor de Direito Romano, na
Deputado Provincial, tornando-se líder do
Universidade Católica do Distrito Federal.
Governo na Câmara. Na imprensa paraense,
Publicou: Epítome de História da Parahyba,
tornou-se redator chefe do jornal A
Imprensa Oficial, 1914; Congresso Nacional -
Província do Pará. Mas, com a queda política
Anais da Câmara dos deputados; Discursos dos
do Senador Antônio Lemos, Eliseu Cézar
anos 1909, 1921, 1923, 1926, 1927 e 1928.
teve que deixar o Pará e exilou-se no Rio de
Imprensa Nacional; Memórias da fundação da
Janeiro, muito desgostoso porque o jornal
Paraíba, Imprensa Oficial, 1906;
A Província do Pará, do qual era redator-
Referências: chefe, foi destruído pelos adversários de
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Antonio Lemos. Não tendo êxito no seu
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.

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período de estada no Rio de Janeiro, Eliseu também um orador maravilhoso; ainda
decide voltar para a sua terra natal. segundo João Lélis, “ninguém improvisava
Na Paraíba, escreveu pela primeira vez no melhor do que Eliseu César”. Redatoras:
jornal Sorriso (1886/1887), colaborou para LO/ SFPB
A Gazeta da Paraíba, A Voz do Povo, O Referências:
Artista, O Cisne, O Paraibano e Estado da CAMPOS, Humberto de. Carvalho e roseiras.
Paraíba; nos anos de 1891, 1892 e 1893 Rio de Janeiro, 1939.
publicou, quase que diariamente nesse LEITE, Ascendino. O Pardo Eliseu César,
Anuário da Paraíba.
jornal, poemas, poemas em prosa,
MARTINS, Eduardo. Eliseu César, Notícia
principalmente na coluna intitulada de Bibliográfica. J. Pessoa, 1975.
“Parnaso”; em Recife, escreveu em A SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
Província e, em Belém, destacou-se como já
União, 1994.
mencionado em A Província do Pará, além
CHATEAUBRIAND, Francisco de
de A Gazeta de Belém e atuando ainda como
Assis – Ver MELO, Francisco de Assis
diretor de O Jornal, folha combatente criada
Bandeira de Melo.
para defender os programas do partido
republicano do PA. No Rio de Janeiro, foi CIRNE, Arthur – Diretor do The Parahyba
redator de O Jornal do Brasil. Jornalista e Times.
advogado, ele era também orador
COELHO, Artur (Artur Roberto Coelho
eloqüente, poeta romântico; seus poemas
de Sousa) – (* 1889, Sapé-PB – + 03.1973,
demonstram a influência recebida da avó
New Jersey-USA). Poeta, contista,
paterna, que era escrava. Nos seus escritos,
memorialista, crítico cinematográfico e
costumava registrar a ternura e o carinho a
jornalista, Artur Coelho foi criado em
ela dedicados. Além dos poemas divulgados
Itabaiana e João Pessoa. Exemplo
nos jornais da época, e nas Revistas da
consagrado do jornalista/escritor do século
Academia Paraibana de Letras, deixou
XIX, viaja e mora em vários locais do Brasil
publicado o livro Algas, 1894. Eliseu César,
– São Paulo, Manaus, Belém – até migrar
que João Lélis chamou de “o gênio pardo
para os EUA, onde morre em Nova Jersey.
da raça”, era um homem de cor, numa
Logo cedo o escritor se dedica ao estudo de
época em que a discriminação ainda era
tipografia, com tão alta dedicação, que logo
mais odiosa do que hoje. Ele venceu,
é chamado para ser editor do jornal O
primeiro no Pará, e depois aqui. Era
Município. Exercendo ao mesmo tempo a

48
função de redator, impressor e tipógrafo, anexo ao Lyceu Paraibano. Iniciou sua vida
AC influenciou a imprensa daquele pública com professor do Liceu Paraibano e
município. Mas é nos EUA que consolidará da Escola Normal, tendo desempenhado
a carreira de jornalista e crítico de cinema. em ambos os educandários o cargo de
Primeiro mora em Nova York onde exerce Diretor foi também professor do Instituto
toda a série de atividades durante um bom Underwood e da Faculdade de Ciências
tempo, até que tem acesso ao meio Econômicas da Paraíba; Posteriormente,
jornalístico onde se revela como crítico ocupou outros cargos, como: Inspetor
cinematográfico. Mais tarde irá integrar os Fiscal do Ensino; Diretor dos Serviços
quadros da Paramount Pictures como Elétricos; Secretário a Fazenda no governo
tradutor de legendas e assessor cultural Argemiro de Figueiredo, em 1937; Juiz do
onde permanece por mais de 30 anos. Sua Tribunal Regional Eleitoral; Em 1915, foi
casa em Nova Jersey se transformou em designado para participar duma Comissão
embaixada cultural do Brasil, ao receber os para tratar da questão dos limites da Paraíba
intelectuais Monteiro Lobato, José Lins do com Pernambuco, constituída pelos
Rego, Érico Veríssimo e Assis consócios Carneiro Monteiro, Irineu Pinto,
Chateaubriand. Irineu Joffily e Francisco Barroso. Essa

Referência: questão surgiu em face de uma

SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. representação feita pelos moradores de


Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A Serrinha, do município de Ingá, que
União, 1994.
reclamavam contra a indébita intervenção
COELHO LISBOA – Ver LISBÔA, João de agentes fiscais do Conselho Municipal de
Coelho Gonçalves. Itambé. Carneiro Monteiro, como relator da
comissão, em sessão de 20.06.1915, fez uma
COELHO, José Gomes – (13.04.1898,
exposição sobre o caso, solicitando mais
Esperança-PB – + 18.12.1954, João Pessoa-
tempo para examinar o assunto, tendo por
PB). Filho de Eusébio Joaquim Coelho e
proposta do consócio Castro Pinto sugerido
Débora Clotilde Gomes Coelho. José
que fosse consultada a documentação do
Coelho diplomou-se pela Escola Normal do
Arquivo Público, sendo designado Carneiro
Estado da Paraíba e tornou-se bacharel em
Monteiro para esse fim. Na oportunidade,
direito pela Faculdade do Recife. Além
foi apresentado por José Coelho um esboço
disso, fez o curso de Agrimensor,
topográfico por ele elaborado sobre a
compondo a turma pioneira que funcionava

49
posição daqueles limites. Nesse ano 1915, CORDEIRO SÊNIOR, Antônio da
José Coelho foi eleito Bibliotecário do Cruz – ( * 28.11.1831, Guarabira-PB – +
Instituto, cargo que ocupou até setembro de 1880, Recife-PE). Formou-se em Medicina,
1916, quando foi eleito membro da aos 25 anos de idade, pela Faculdade da
Comissão de Revista, função que exerceu Bahia, em 1856. Retornou ao seu Estado e
até 1920. Em abril desse ano, José Coelho dedicou-se a sua profissão de médico.
foi eleito 2º Secretário da Diretoria do VII Àquele tempo, a medicina não dispondo
Congresso Brasileiro de Geografia, a se dos recursos sofisticados ditados pela
realizar na capital do Estado. Deixou tecnologia moderna, todo diagnóstico era
publicado o livro Escorço de Corografia da feito por hipótese, por dedução. Foi nesse
Paraíba, editado em 1919, que foi adaptado clima de incertezas e precariedade que
para as escolas públicas do Estado, Cordeiro Sênior iniciou a sua carreira de
mediante parecer do Instituto Histórico e médico. De início, deparou-se com uma
Geográfico Paraibano, cujo relator foi o epidemia do Cólera-Morbus que assolou o
historiador João Alcides Bezerra Cavalcanti. Estado, de 1856 a 1862, foi, então,
Ingressou no Instituto Histórico e designado pelo Presidente da Província para
Geográfico Paraibano no dia 11 de coordenar os trabalhos de combate à
novembro de 1914, juntamente com Miguel doença. Começa a dividir as suas atividades
Santa Cruz de Oliveira, sendo saudado por entre clinicar e organizar programas
Alcides Bezerra. Redatora: LO sanitários. Elaborou e divulgou instruções

Referências: básicas de higiene para conscientizar a


população da necessidade de cultivar
LEAL, José. Dicionário Bibliográfico Paraibano,
hábitos higiênicos, como método
FUNCEP, 1990.
preventivo do Cólera. Cordeiro Sênior foi
Boletim Informativo do IHGP, nº. 21, médico do Hospital da Santa Casa de
1994; Arquivo de Luiz Hugo Guimarães. Misericórdia, Coordenador do tratamento
dos pobres do 1º Distrito da Capital; 2º
COELHO, Juvenal – Colaboração assídua
Tenente-Cirurgião do Corpo de Saúde do
em A Imprensa, 1887.
Exército; Chefe da Enfermaria Militar da
COELHO, Moisés (Cônego) – Diretor de Província; Cirurgião-mor e Inspetor de
A Imprensa, 1887. Saúde. Exerceu um mandato de Deputado
Provincial e participou da Guerra do

50
Paraguai, como voluntário; integrou a Junta folhetins no jornal Gazeta da Paraíba, em
Governativa, chamada de Governo 1888, junto a Eugênio Toscano, Antônio
Provisório, que foi criada com a Bernardino, Artur Aquiles, Afonso Almeida
Proclamação da República, em 1889 e que e Eduardo Marques. Foi o primeiro a
governou a Paraíba de 19 de novembro de traduzir no Brasil o folhetim O colar de aço,
1889 a 02 de dezembro do mesmo ano. de F de Boisgobery. Para o jornal O
Além de clínico foi homem de letras, de Paraibano, traduziu O homem da noite e Paulina
regular produção científica. Jornalista de Meriane, de Julio de Gastine, em 1892.
integrou por longo tempo a redação de O Nesse mesmo ano, ao se transferir para o
Publicador, sucedendo ao Padre Lindolfo Mato Grosso, o jornalista anuncia no jornal
Corrêa após a sua morte. Primeiro médico a venda da sua biblioteca, cujo acervo
da estrada de ferro Conde d' Eu, prestou passava de 1000 exemplares, segundo o
relevantes serviços durante as epidemias de anúncio que se segue: “Venda de uma
cólera morbus. Publicou: Instruções Sanitárias esplêndida livraria com mais de 1000 livros
Populares; Impressões da Epidemia; Estudos sobre ciências, artes, letras, viagens,
biográficos; Prólogo da guerra (Ensaio dramático, indústria”. Foi também crítico literário e
em verso); Estudos literários; Passagem do poeta. Segundo o Dicionário literário da
Humaitá (poesia épica). Redatora: SFPB Paraíba, ele é autor de Bosquejos literários,

Referências: publicado em 1881. Redatora: SFPB


BITTEENCOURT, Liberato. Homens do Referências:
Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
Janeiro: Gomes Editora, 1949. SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
CASTRO, Oscar de. Vultos da Paraíba. Rio União, 1994.
de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
O Paraibano, 1892.
MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da
misericórdia, 1978; CORREIA, Pe. Lindolfo – Ver NEVES,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Lindolfo José Correia das.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
COSTA, Delfino Ferreira da Costa – (*
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira11.htm 1885, Teixeira-PB – + 1970, João Pessoa-
PB). Jornalista e político. Deputado estadual
CORDEIRO JÚNIOR, Antonio da Cruz
classista, em 1934. Por longos anos manteve
– (* 15.02.1859, João Pessoa-PB – + 1894,
a coluna diária De Cabedelo a Cajazeiras no
Desterro-SC). Médico e jornalista.
jornal O Norte.
Trabalhou como redator, tradutor de

51
COSTA JÚNIOR, José da – Era filho do contribuição para a história da leitura e da
político de igual nome que governou a imprensa paraibana é inestimável e se deu
Paraíba, como seu vice-presidente, e foi em várias frentes: na publicação e edição de
deputado geral. Fez seus preparatórios em jornais importantes, na divulgação de livros
Olinda matriculando-se no curso jurídico no e jornais da Corte, bem como na publicação
ano de 1838. Em 1844 já iniciava suas de livros de autores paraibanos. Um dos
atividades parlamentares como deputado exemplos desse múltiplo papel
provincial, juntamente com seu pai que fora desempenhado pelo tipógrafo encontra-se
eleito para a mesma legislatura. Era no anúncio do Diário da Paraíba de 05 de
cavaleiro da Ordem de Cristo e exerceu o março de 1862, quando anuncia a assinatura
cargo de Juiz municipal suplente da capital de Compêndio Escolar, numa época em que
paraibana onde militou ativamente na a província contava apenas com a Botica
imprensa liberal, colaborando nos jornais O Imperial.
Reformista, O Argos, O Despertar e A Opinião. Aproveitando-se do vácuo gerado pela falta
Referências: de grandes tipografias na Paraíba, o
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. tipógrafo migrou do Recife, em 1834, para
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
esta província a fim de instalar o seu
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
negócio, que seria a primeira tipografia de
COSTA, José Rodrigues da – (* Portugal
iniciativa privada. No Recife, José
– + 08.11.1866, Paraíba). O tipógrafo José
Rodrigues da Costa trabalhou nas Oficinas
Rodrigues da Costa costuma entrar na
d’O Cruzeiro, Jornal Político, Literário e
história da imprensa da Paraíba porque foi
Mercantil, cuja redação era de
da sua tipografia, herdada por seus filhos
responsabilidade do Padre Francisco
após a sua morte, que surgiu o jornal oficial
Ferreira Barreto. Envolvido em questões
da Paraíba, A União, Órgão do Partido
políticas e na defesa de uma sociedade
Republicano do Estado da Paraíba, em
secreta, Coluna do Trono e do Altar, o
1892. Não fosse pelo livro de Eduardo
padre indispôs contra si alguns dos patrícios
Martins, A tipografia do beco da Misericórdia,
e por isso deixou o Brasil e foi para Lisboa.
que, como se vê, embora ressalte seu
Em seguida cessa a publicação de O Cruzeiro
trabalho, também omite seu nome, pouco
e José Rodrigues da Costa, que fazia parte
se saberia acerca das atividades deste
de seu corpo tipográfico, consegue
tipógrafo/editor que iniciou suas atividades
arrematar a sua tipografia. O fato de esta
na Paraíba na década de 30. Contudo, sua

52
tipografia imprimir o jornal paraibano Tapuia e o Investigador, de se ter uma
Correio da Paraíba, ofereceu ao tipógrafo a publicação periódica na província paraibana.
oportunidade de saber que eram raros e de No seu programa inicial fica visível o
pouca qualidade os estabelecimentos compromisso da revista com a promoção
tipográficos da província. Por isso, em 1834 da leitura na Paraíba, principalmente,
ele arremata a tipografia, que havia ido a através da consciência demonstrada acerca
leilão, e se estabelece na Rua Direita, casa n do papel da imprensa para a ilustração e
º 2. civilização dos seus leitores, notadamente

Também é conhecido o papel do jornalismo literário como se vê no texto

desempenhado por suas oficinas na abaixo citado:

divulgação e publicação das leis e “oferecer em benefício da instrução e


documentos oficiais, entre os quais se moralidade do povo, pois que é ele o mais
destacam os Relatórios de Presidentes de fácil de por ao alcance de todos uma
Província, impressos em suas máquinas de variedade de conhecimentos que aliás a
18 a 1866, quando a tipografia deixa de poucos chegaria – o jornalismo literário,
pertencer a seus herdeiros, após a sua representante do caráter, das idéias, do
morte. Entre os herdeiros, lideravam os estado de um país, e indicador dos passos
trabalhos de administração e organização dados na carreira do Progresso, tem-se
das empresas, as suas filhas Elysa dos Anjos tornado elemento indispensável da
Rodrigues da Costa e Calecina Rodrigues da civilização”.
Costa, a quem José Rodrigues havia Esse desejo de divulgar a cultura e o saber
ensinado e transmitido as artes da literário na província justifica o fato de ter
tipografia. Aliás, foi sua filha Calecina quem sido a sua tipografia a responsável pela
enfrentou, junto aos jornalistas Arthur publicação do livro de poesias daquele que
Aquiles e Eugenio Toscano de Brito a fúria foi considerado o primeiro poeta paraibano,
do governo Álvaro Machado, quando este ou, para ser mais realista o primeiro a ter
invadiu e mandou quebrar a tipografia do um livro de poesias editado, mesmo que
jornal O Paraibano, que lhe fazia oposição. postumamente. Trata-se de Vida e poesia, de
Foi das suas oficinas que veio a público a Francisco Xavier Monteiro da Franca,
revista Alva. Jornal literário, a primeira revista publicado em 1854. Não se restringindo à
literária paraibana. Pioneira, a Alva poesia, de suas máquinas surgiram os livros
representou a terceira tentativa, depois de O de Manoel Caetano Vellozo, Lições de

53
Retórica, recopilada dos originais de J. (1892) e O Publicador (1862). Redatora:
Ferreol Perrard, e Edme Ponelle, SFPB
preparadores dos aspirantes para a língua Referências:
vernácula (1849); Instruções sanitárias populares MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da
para o caso de Cólera Morbus, de Antonio da Misericórdia. Apontamentos históricos. João
Pessoa: SEC, 1978.
Cruz Cordeiro (1862); Joaquim Maria
Sobrinho Serra, Mosaico. Poesias traduzidas COSTA, Silvestre – Diretor do The

(1865). Com a sua morte, cessam as Parahyba Times

publicações de livros.
COSTA, Silvino Olavo Cândido Martins
Foram os seguintes os jornais publicados na da – Ver OLAVO, Silvino.
Tipografia de José Rodrigues da Costa e na
COUTINHO, Odilon (Padre) – (* 1879,
de seus herdeiros, após a sua morte: Correio
Pilões-PB – + 1954, João Pessoa-PB).
Oficial Paraibano( 1848); Alva (1850); Jornal da
Sacerdote e jornalista.
Assembléia (1853); O Governista Paraibano.
Folha oficial, política e literária (1854); O CRISTO REI, João de – (* 24.06.1900,
Paraibano. Periódico Literário, Noticiador e per Areia-PB). Publica seus versos na gráfica do
accidens político (1855); A Época. Jornal jornal O Rebate.
Noticioso e Literário (1857); O Imparcial. Jornal
Referência:
Político, Literário e Noticioso (1861); Diário da
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Paraíba.(1861); O Tipógrafo. Periódico Crítico e Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Moderador (1876); A Opinião. Órgão do
Partido Liberal (1877); Eco Escolástico. Periódico CUNHA, Ambrosina Magalhães
Cientifico, Literário e Noticioso (1877); O Ensaio Carneiro – (* 1860). A atuação de
Literário. Periódico Cientifico, Literário e Crônico Ambrosina M. Carneiro da Cunha na poesia
(1880); O Liberal Paraibano. Órgão do Paraibana do século passado está registrada
Partido Liberal (1880); O Norte. Periódico a partir do poema “Nas Margens do
Literário, Recreativo, Comercial e Noticioso Capibaribe”, publicado no jornal liberal
(1882); O Eco Juvenil. Órgão Escolástico (1883); Paraybano em dezembro de 1880. Com
O Independente (1887); Gazeta da Paraíba. apenas vinte anos, Ambrosina já denota
Folha diária (1888); A Idéia. Órgão Instrutivo e uma atitude salutar de feminismo, não só
Noticioso (1890); Estado da Paraíba (1893); O por assumir sua vocação poética, como por
Paraibano. Diário Político, Literário e Noticioso de ser uma das poucas mulheres a entrar,

54
em 1881, na Faculdade de Medicina do Rio Direção da Escola de Professores. Foi
de Janeiro. Seus poemas transitam entre Fundadora da Cadeira de Metodologia e sua
“Romantismo e Simbolismo”. Desde último primeira professora. Era bastante
estilo é o soneto “Noetívago”. “Já vai bem considerada e admirada pela qualidade de
alta à noite. E sobre o lago manso / professora, mas entretanto, foi rebaixada do
Finíssimo lençol de gaze cor de poeta / Vão seu nível de ensino (caso inédito no país),
dois cisnes boiando um suave remanso / de professora secundária passou a ser
Enquanto vai passando a doce serenata”.: professora primária. Contribui com artigos
Apesar de uma participação dinâmica na na Revista Era Nova, com artigos. Redator:
imprensa Ambrosina não publicou livro. FS
Redator: FS Referências:
Referências: FREIRE, Carmem Coelho de Miranda.
História da Paraíba para uso Didático. João
Revista Era Nova, Parahyba do Norte,
Pessoa: A União, Cia Editora, 1987.
Imprensa Oficial, 1921/1926.
Revista Era Nova, Parahyba do Norte
A União, João Pessoa de 1930/1940.
Revista Quinzenal Illustrada de 1921/1926.
A Imprensa, João Pessoa 1928/1940.
CUNHA, Olivina Olívia Carneiro da (*
SANTOS, Idelette Muzart dos. Dicionário
Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 26.05.1892, João Pessoa-PB – + 12.03.1977,
1994.
João Pessoa-PB). Filha do Sr. Silvino
CUNHA, Francisca de Ascenção – Era Carneiro da Cunha, Barão do Abihay. No
filha do Sr. Firmino Cardoso da Cunha e da ano de 1904 diplomou-se pela Escola
senhora Teonila Camarão da Cunha. Normal Oficial da Paraíba. Desde cedo
Diplomou-se pela Escola Normal Oficial da mostrou seu interesse pelo magistério
Paraíba, em 21 de março de 1914. Lecionou dedicando-lhe grande parte de sua vida e
com bastante eficiência no Engenho mais tarde também as letras. Foi professora
Central, de 1914 a 1918. No Governo de de português do Colégio Estadual e do
Camilo de Holanda, foi convidada para Ginásio N. S. das Graças. A poeta
ensinar no quartel de polícia, colaborou em vários jornais e revista da
posteriormente, foi nomeada por Camilo de Paraíba. Na década de 30, juntamente com
Holanda, para lecionar no Grupo Tomaz outras adeptas a emancipação feminina
Mindelo, depois foi nomeada para o Grupo fundam a Associação Paraibana Pelo
Antônio Pessoa. Também foi nomeada para Progresso Feminino, onde sua metade era
ensinar na Escola Modelo e depois para a licenciar as mulheres em busca dos seus

55
direitos como ser pensante e atuante na profissionais de advogado com larga e
sociedade. No dia 06 de abril de 1938 entra fecunda atuação no foro da capital. Por esse
para o quadro de sócios do Instituto tempo já vinha exercendo intensa atividade
Histórico e Geográfico Paraibano. Das suas jornalística como um dos mais dedicados
colaborações podemos destacar os jornais batalhadores de A Imprensa que circulou de
A União e A Imprensa, na coluna Página 1857 a 1862 a serviço do Partido
Feminina, além da revista Era Nova, Conservador. Mas além da sua atividade
Manaíra, entre outros. forense, o que mais fascinava o jovem

Referências: bacharel era a vida atuante do jornalismo a

SANTOS, Idelette Muzart dos. Dicionário que tanto se apegou no desejo de melhor
Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, servir ao seu partido político. Depois de
1994.
fazer circular A Imprensa, organizou com
http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/art
igo_ana_coutinho.htm; outros correligionários o Jornal da Paraíba,
órgão partido Conservador, durante todo o
CUNHA, Silvino Elvídio Carneiro da ( *
período de sua circulação. Principal redator
31.08.1853, Alhandra-PB). A história
de Jornal da Paraíba, que circulou de 1862 a
política da Paraíba teve nesse ilustre homem
1890. Esse jornal foi a sua maior
público um dos seus pontos culminantes
preocupação de político e homem de
pela atividade que exerceu como chefe e
imprensa e, como raríssimo, na Paraíba,
orientador do Partido Conservador, cuja
pode lembrar a dedicação e o sacrifício do
agremiação fora fundada com apoio no
seu dirigente. Viveu os últimos anos do
poderio de sua ilustre família. Filho do
Império entregue às suas atividades de chefe
comendador Manoel Florentino Carneiro da
do Partido Conservador, Inspetor da
Cunha e de Rita Maria da mota, nasceu esse
Alfândega e diretor do Jornal da Paraíba.
paraibano no Engenho Abiaí, município de
Redatora: SFPB.
Alhandra, a 31 de agosto de 1831. Tendo
iniciado os seus estudos com professor Referências:
particular, contratado pelos seus pais, aos 15 LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
anos, seguiu para Pernambuco onde fez o 1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
curso preparatório indispensável ao seu MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da
ingresso na Academia de Olinda. Dali misericórdia, 1978.

retornou à Paraíba, após titular-se em


Direito, para se dedicar as atividades

56
conhecido como jornalista polêmico e

 D combativo, defensor "das causas nobres".


Foi redator e diretor de A Imprensa, jornal
da diocese; fundador e primeiro Assistente
Eclesiástico da União dos moços católicos;
DANTAS, Pedro Anízio Bezerra. organizador e primeiro assistente do Círculo
(Monsenhor) – (* 27.12.1883, Bananeiras- Operário da Paraíba; Assistente Eclesiástico
PB – + 31.12.1979, João Pessoa-PB). Filho da Juventude Feminina e da Liga Independente
de Manuel Bezerra Dantas e D. Emilia Católica; Assistente Eclesiástico da Ação
Alves Bezerra Dantas. Iniciou os estudos na Católica Arquidiocesana; fundador e diretor da
cidade natal, matriculando-se, depois, no Escola Profissional Padre Anchieta; sócio
Seminário da Paraíba, sendo ordenado efetivo do Instituto Histórico e Geográfico
padre a 10 de novembro de 1907. No ano Paraibano. Ingressou na Academia
seguinte, foi para a Itália e, em Roma, Paraibana de Letras no dia 08 de agosto de
freqüentou o Colégio Pio Latino 1948.
Americano, graduando-se em Filosofia e
Referência:
Teologia Dogmática, pela Universidade
ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
Gregoriana, em 1910. Retornando ao Brasil, bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
foi nomeado Capelão da Igreja de Nossa 1994.
http://www2.aplpb.com.br/academicos/pe
Senhora de Lourdes, em João Pessoa, e, em
droa.htm
seguida, das igrejas Nossa Senhora das
D’OLIVEIRA, Severino Peryllo – (*
Mercês e do Sagrado Coração de Jesus,
04.12.1898, Araruna-PB – + 26.08.1930,
atual matriz de Cabedelo. Foi Vigário da
João Pessoa-PB). Filho de Almeno Peryllo
Catedral, atual Basílica de Nossa Senhora
de Oliveira e D. Josefa Maria de Oliveira.
das Neves; Cura da Sé; Diretor Espiritual
Era mulato. Morreu solteiro. Nunca
do Seminário (1916/11917); e do Colégio
freqüentou escolas. Aprendeu as primeiras
Pio X, em 1918. Lecionou Latim e Teologia
letras, enquanto trabalhava como caixeiro
Dogmática, no Seminário da Paraíba, até
de uma mercearia, sozinho e sem nenhuma
1945; lecionou nos Colégios Pio X, Liceu
orientação, o que não o impediu de
Paraibano e Escola Normal; foi o primeiro
transformar-se, mais tarde, no grande
diretor do Departamento de Educação do
jornalista, poeta e literato. Iniciou a vida
Estado, criado em 1935, pelo Governador
como ator, carreira que seguiu por mera
Argemiro de Figueiredo. Na imprensa, era

57
casualidade. Encontrava-se em Araruna um expoentes do movimento literário
pequeno circo administrado pela atriz Irene modernista na Paraíba. Publicou nessa
Concepitini; Peryllo sentindo-se atraído pela revista seus primeiros versos e passou a
atriz, integrou-se ao grupo e seguiu a assinar uma "crônica social" na coluna
caravana, Brasil afora. Apresentou-se como Noticiário Elegante, depois, uma coluna
ator, nesta companhia, em quase todos os Notas de Arte. Escreveu uma série de
Estados do Brasil, tornando-se famoso e crônicas intituladas "Cidade dos Jardins",
requisitado por outras produtoras. Na sob o pseudônimo de Paulo Danízio.
capital, em março de 1923, apresentou-se assinando primeiramente uma página de
no teatro Santa Rosa, no papel principal da crônica social, seção Noticiário e mais tarde
peça Água mole em pedra dura..., com muito a coluna Notas de Arte. É autor do folhetim
sucesso. Deixando o palco, voltou ao seu Desonesta, publicado também na revista Era
Estado natal, instalando-se na capital, Nova, nos números 70 e 71. Compareceu
dedicando-se à literatura e ao jornalismo, também às páginas da Revista Antropofágica
tornando-se conhecido como um dos nº5, com um poema e na revista Festa.
maiores incentivadores do movimento de Referências:
renovação literária do Brasil. Conjugou D´Oliveira, Peryllo. Desonesta. Era Nova,
socialismo com poesia. Em 1952, exercia novembro de 1924, n. 70 e 71.
funções burocráticas na Secretaria Geral do SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
Estado e, a convite do poeta Silvino Olavo, União, 1994.
integrou-se à redação de O Jornal, órgão
recém-criado. Colaborou, também, em A
União e foi redator da Revista Era Nova,
quando se tornou conhecido e um dos

58
pai, embora este quisesse ver seu filho

 F formado em medicina.

A sua carreira jornalística iniciou-se no fim


do século XIX, no Rio de Janeiro, no jornal
O Debate. Mas até chegar a ser jornalista,
FALCÃO, Américo Augusto de Souza
Carlos D. Fernandes percorreu um caminho
(*11.02.1880, Lucena-PB - + 09.04.1942, J.
difícil. Primeiramente, iniciou os estudou de
Pessoa-PB) Poeta e jornalista. Em 1908,
Farmácia no Recife, mas não concluiu por
após concluir o curso de direito em Recife,
não ter tido mais o auxílio financeiro do seu
Américo Falcão volta a João Pessoa e
tio que havia morrido.
ocupa o cargo de redator de A União.
Com a interrupção dos estudos no Recife,
Referência:
decidiu ir para o Rio de Janeiro, onde
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A exerceu diversas profissões para sobreviver.
União, 1994. Lá trabalhou no jornal carioca, O Debate,
FERNANDES, Carlos Dias Augusto estando sob a influência do movimento
Furtado de Mendonça – (* 20.09.1874, simbolista que circundou o seu discurso
Mamanguape-PB - + 09.12.1942, Rio de poético. Mas, a grande influência que teve,
Janeiro-RJ). Filho do médico Nepomuceno veio do poeta catarinense Cruz e Sousa,
Dias Fernandes e de D. Maria Augusta com quem manteve laços estreitos de
Saboia Dias Fernandes. O Dr. Dias amizade. Nesse período em que viveu no
Fernandes nasceu no Recife, formou-se na Rio, atuou em diversos periódicos, tais
Universidade de Coimbra e falava francês. como Jornal do Comércio, Imprensa, de Rui
A proximidade com a língua francesa pode Barbosa, A Gazeta da Tarde, de Gastão
ser um dos motivos que tenha conduzido o Bousquet, A cidade do Rio, de José do
médico a ser tornar um leitor de Racine e Patrocínio. Ao lado de Saturnino Meirelles,
Rousseau. Já D. Maria, nascida no Ceará, foi Maurício Jubim, Tibúrcio de Freitas e
dona de casa, produziu doces para serem Elysio de Carvalho, Carlos D. Fernandes
vendidos e conciliou os seus afazeres com a fundou as revistas Meridional (exercendo a
instrução de Carlos Dias Fernandes, sendo a função de secretário) e Rosa Cruz.
sua primeira mestra. O seu interesse pelas Por volta do ano de 1901, quando residiu
Letras se evidencia pela influência de seu no Pará, escreveu diversos artigos na Gazeta

59
de Belém e, entre estes, publicou Traços a esmo Embora o romance trate do adultério, ele
utilizando o pseudônimo de Jayme Aroldo. pode se configurar como a primeira
Em A Província do Pará, ocupou o cargo de aproximação de Carlos D. Fernandes com a
redator e diretor. No tempo em que morou temática da educação que, anos mais tarde,
no Recife, trabalhou no Jornal do Recife, e se a pedido do governador do estado da
formou, em 1912, Bacharel em Direito pela Paraíba, produziu um livro didático Escola
Faculdade do Recife. Também atuou como Pitoresca.
secretário na redação do Pernambuco, do Em João Pessoa, no ano de 1913, a convite
professor Henrique Milet. do seu amigo de infância, o governador
Da época em que viveu em Recife, publicou Castro Pinto, dirigiu o jornal A União,
o romance A Renegada (1908), sendo alvo de imprensa oficial do estado da Paraíba,
grande repulsa, em Pernambuco, Paraíba e fundado em 1891. Manteve-se por lá por
no resto do Brasil, tendo em vista o caráter sucessivas gestões, sendo demitido no ano
obsceno de algumas passagens da obra. de 1926. Nesse interstício, produziu uma
Esse romance é de caráter realista, cujo obra extensiva e variada, abarcando
tema é o adultério que leva a morte da romances, discursos, poesias, monografia e
heroína por não se adequar na sociedade em livro didático. Isso lhe possibilitou estar
que vive. Mas, nas primeiras páginas iniciais cercado por grupos de intelectuais,
da obra, Carlos D. Fernandes transita pela exercendo uma intensa liderança intelectual
área da educação. A narração da história é na Paraíba, tanto como articulista, polemista
feita por uma personagem feminina e crítico literário.
chamada Helena que, no período de O livro publicado no período em que esteve
transição da sua infância para a na direção do periódico, Escola Pitoresca, sob
adolescência, foi para um colégio interno encomenda do governandor Camillo de
junto com a sua irmã (Eulália) após a morte Hollanda, em 1918, para ser adotado nas
da mãe. Do momento em que viveu nesse escolas de primeiras letras na Paraíba,
colégio, Helena narra a sua relação com a aborda o civismo, através de diversos
leitura, com a diretora e professora Emília gêneros narrativos, tais como contos, hinos,
Campos – o que marca o caráter obsceno –, fábulas, poesias, narrativas históricas e
com os demais professores e com as formas canções, sendo destinado aos meninos
de ensino deles. brasileiros. A temática do civismo foi
preponderante nos livros didáticos

60
brasileiros a partir da República, por a história. A estratégia de fazer circular pelas
educação ter tido a função de propagar os primeiras páginas do jornal as notícias sobre
ideais desse regime de governo. Valendo-se Escola Pitoresca possibilitaria colocar Carlos
da sua função no jornal, ele fez circular D. Fernandes entre um filão da indústria do
notas a respeito de Escola Pitoresca, antes livro didático bastante importante à época
mesmo de o livro ser aceito pelo Conselho dos autores de sucesso de livro didático,
Superior de Instrução da Paraíba e de ser evidenciando que ele cumpriu o protocolo
publicado. Essa divulgação configurou-se para essa consagração: era jornalista,
como uma estratégia de autopromoção, homem de letras e se deslocou para o Rio
como autor de livro didático, o que lhe de Janeiro, considerado o local das decisões
conferiria status, pois tal produção o políticas e o centro cultural do país, para dar
colocaria ao lado dos autores consagrados visibilidade ao seu livro.
como Olavo Bilac, Coelho Neto, Manoel A diversidade nas produções de Carlos D.
Bomfim, João Köpke, Fausto Barreto e Fernandes, não se fixando num
Carlos Laet, os quais produziram livros determinado gênero, evidencia que ele
didáticos que circularam por todo o país. estava interessado na fama que as Letras
No que se refere ao processo de editoração poderiam lhe trazer, assim como está
de Escola Pitoresca, A União testemunhou explícito nas notas e notícias do jornal A
esse processo, informando passo a passo da União a respeito da sua produção didática.
ida e da estadia de Carlos D. Fernandes no Dentre essas produções do autor, destaca-se
Rio de Janeiro para a publicação desse livro. Os Cangaceiros, cujo romance foi escrito em
Do dia da sua partida, passando pela folhetim – forma seriada de prosa de ficção
recepção da sua obra pelos jornais cariocas, ou romance, publicada em periódicos,
das impressões e opiniões dos periódicos jornais e revistas – para O jornal Pequeno do
nacionais, até o seu regresso, A União Recife, do dia 29 de setembro até o dia 12
manteve seus leitores informados, de novembro de 1908. No ano de 1913,
transformando as pequenas notícias em esse romance tornou a ser publicado em
grandes manchetes. Pode-se fazer uma folhetim em A União da Paraíba, do dia 26
analogia com o folhetim comumente de fevereiro a 19 de março de 1913. Tal
publicado em jornal, que a cada dia é romance foi assinado sob o pseudônimo
publicado um trecho, deixando o leitor Jayme Aroldo em ambos os periódicos.
curioso para acompanhar o desenrolar da Depois de alguns anos foi editada em livro,

61
em 1914 e 1922, e também como folhetim Brasiliensis (1913); O Rio Grande do Norte
em O País do Rio de Janeiro (s/d), dirigido (1914); Proteção aos Animais (1914); Noção de
por Alves de Souza. Pátria (1914); A Walfredeida (1915); A Defesa

Após a sua demissão no periódico Nacional (1916); Rui Barbosa (1918); Escola

paraibano, A União, em 1926, sob o Pitoresca (1918); Discurso (1918); Monografia de

governo de João Suassuna, mudou-se Epitácio Pessoa (1919); Políticos do Norte III

definitivamente para o Rio de Janeiro, com (1919); De “Rapaizinho” a Imperador (1920);

poucos recursos, onde atuou em alguns Mirian (1920); Tobias (1921); Livro das Parcas

jornais, a exemplo O País e Gazeta de (1921); A Cultura Clássica (1921); O Algoz de

Notícias. Em torno de 30 anos se passaram Branca Dias (1922); A Cultura Física (1923);

desde a última vez que trabalhou nos Terra da Promissão (1923); Feminismo (1923);

periódicos cariocas, os quais não eram mais Infância Proletária (1924); A Fazenda e o

os mesmos. A tecnologia dos equipamentos Campo (1925); A Vindita (1931); Fretana

jornalísticos e os amigos não (1936); Rezas Cristãs (1937); Gesta Brasílica

permaneceram como antes, de modo que a (1938); Gesta Nostra (1942). Redatora: FSe

ausência lhe custou o seu apagamento no Referências:


circuito literário da época. Exemplo disso ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS.
Carlos D. Fernandes (cadeira 32). Discurso de
foi quando escreveu e publicou Fretana e Posse e Recepção pronunciados pelos drs.
Vindicta, cujas obras não provocaram Ernani Satyro e Ivan Bichara, em solenidade
de 3 de agosto de 1963. Paraíba: A União
repercussões. Viveu nessa cidade até a sua editora, 1964.
morte. AMADO, Gilberto. Minha formação no Recife.
2ª ed. Rio de Janeiro. Livraria José Olympio
No período em que trabalhou nos jornais Editora, 1958.
durante toda a sua vida, Carlos D. BARBOSA FILHO, Hildeberto. Arrecifes e
Fernandes publicou 459 artigos em jornais e Lajedos. Breve itinerário da Poesia na
Paraíba. João Pessoa. Ed. UFPB, 2001.
revistas. Ele também escreveu 40 livros de
CÂNDIDO, Gemy. História Crítica da
diversos gêneros, entre eles estão Palma de Literatura Paraibana. João Pessoa. SEC,
Acantos (1901); Solaus (1902); In Memoriam 1983.
(s/d); Políticos do Norte I (1906); Políticos do MARIZ, Celso. Cidades e Homens. Campina
Grande: Grafset, 1985.
Norte II (1906); Vanitas Vanitatum (1906);
______. Figuras e fatos. In: ______. Carlos
Torre de Babel (1907); Canção de Vesta (1908); D. Fernandes no Recife. João Pessoa: União
Cia Editora, 1976.
Álbum do Estado do Pará (1908); A Renegada
(1908); Os Cangaceiros (1908); A Hevea

62
MARTINS, Eduardo. Carlos Dias jornalista paraibano do início do século
Fernandes – Notícia bibliográfica. João
XIX, era descendente de antigos militares
Pessoa: A União, 1976.
ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de portugueses, que governaram as províncias
Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro. da Paraíba e do Ceará no século XVIII. Sua
Livraria Editora Cátedra. 1984.
relação com os revolucionários de 1817,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa. A quando ouvia em sua casa as reuniões
União/Conselho Estadual de Cultura, 1994. caracterizadas por segredos e conspirações.
SENA, Fabiana. A Paraíba na trilha da Sua condição de filho bastardo o levou a
tradição: o livro de leitura Escola Pitoresca. In:
______. A tradição da civilidade nos livros de viver com a mãe, uma índia, na Paraíba e
leituras no Império e na Primeira República. Tese com o pai, no Recife. Porém, o período que
de doutorado. Universidade Federal da
Paraíba, 2008. compreende de 1817 a 1821, morou na
Paraíba, já que os Borges da Fonseca
FIGUEIREDO, Maximiniano de – (*
estavam sob a mira da polícia lusa. Durante
1867, João Pessoa-PB – + 1918, Rio de
a Confederação do Equador, aos dezoito
Janeiro-RJ). Diretor de O País, jornal
anos foi para o Recife e se matriculou no
carioca.
Liceu Pernambucano, onde entrou em
FILGUEIRAS, Caetano Alves de Sousa contato com vários jornalistas e intelectuais
– (* 12.06.1830, Salvador-BA – + da época.
28.07.1882, Paraíba). Poeta, romancista,
Borges aprendeu a ler e a falar francês e
teatrólogo, jornalista e advogado.
sofreu influência decisiva de O Contrato
Colaborador dos jornais cariocas
Social, de Rousseau, citado como epígrafe do
Constitucional e Diário do Rio De Janeiro,
seu famoso jornal O Repúblico, “Povos livres,
tornou-se, de 1848 a 1849, redator de O
lembrai-vos dessa máxima. A liberdade
Tapúia, na Paraíba. Uma de suas obras,
pode-se adquirir, mas, depois de perdida
Adelaide Sargaus, foi publicada no Jornal Da
não se pode recobrar”. A tal ponto era
Família, do Rio de Janeiro de 1869 a 1870.
devotado ao ensaio, que o jornal O
Referência: Azorrague, em 1845, o criticaria sugerindo
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. ser seu ponto de vista equivocado tal qual o
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A
União – 1994. do livro de Rousseau: “Não vês nunca
estudastes um sistema, e que tua ignorância
FONSECA, Antônio Borges da – (*
a respeito da ciência social é tal que teus
07.04.1808, João Pessoa-PB – + 09.04.1872,
Nazaré da Mata-PE). O mais conhecido

63
ensinamentos a esse respeito se cifram aos que dão-lhe popularidade, contribuem para
erros do Contrato Social?” sua detenção e processo por “abuso de

Sua militância política tem início em 1824, liberdade de imprensa”. Foi demitido e

quando observa a repressão imputada por conduzido à Fortaleza de Cinco Pontas, no

D. Pedro I aos revoltosos da Confederação Recife.

do Equador. Desde esse tempo passou a Em liberdade, fundará, em 24 de abril de


associar o governo português e a monarquia 1829, um novo periódico, o Abelha
como inimigos do povo. Esse espírito o pernambucana, ao que se acredita, com o
levou a participar de várias sociedades apoio Jardineira ou Carpinteiros de S. José. O
iniciáticas, entre elas a sociedade secreta jornal travou várias contendas, como era
Jardineira ou Carpinteiros de S. José, agremiação típico da época, com outros jornais,
maçônica que contrapunha àquela chamada principalmente, O Cruzeiro e O Amigo do
de Colunas do Trono, criada pelos partidários Povo, que defendiam idéias absolutistas. O
de D. Pedro I, cujo objetivo era o conteúdo alegórico inscrito no nome
restabelecimento do absolutismo no Brasil. compara o seu redator às abelhas que
Borges da Fonseca foi indicado para criá-la extraem todo o conteúdo venenoso, que,
junto com outros companheiros, na quando adoçadas ganham conteúdo justo.
Paraíba. Nessa época é convocado pelo Mas, o mesmo jornalista que estabelece essa
grupo para “levantar” a Paraíba, missão que relação não se isenta de afirmar o caráter de
assume sem muita reflexão. Lá, ele passa a o seu redator apresentar “doutrina de
ocupar o lugar de professor lente de animal ferrão”. Em 31 de agosto de 1830, o
primeiras letras, na Cidade Alta, bairro da periódico é fechado e Borges da Fonseca, a
capital. pedido dos companheiros do Partido

Aos 20 anos, em 1828, Borges começou sua Liberal, vai para o Rio de Janeiro, onde,

carreira no mundo jornalístico à frente através do periódico que o tornará

Gazeta Paraibana o segundo periódico conhecido em todo o país, passa a travar

paraibano, que saía duas vezes por semana, uma batalha ferrenha com D. Pedro I.

dedicado aos princípios republicanos. Este Em 22 de outubro de 1830, no Rio de


era o primeiro periódico dos 25 que ele Janeiro, saiu o primeiro número de O
fundaria até 1869. O teor dos artigos, Repúblico, epíteto com o qual ficou
apontando corrupção, denunciando crimes, conhecido o jornalista paraibano. Na
revelando negociatas, ao mesmo tempo em apresentação do periódico, Borges da

64
Fonseca assim justifica o título: “a província paraibana. Deixa a Corte em
significação simples e natural da palavra – 1832.
Repúblico – suficientemente mostra que eu Ao chegar à Paraíba, Borges da Fonseca
só desejo o bem público”. provará do mesmo veneno que disseminou,
Em O Repúblico, ao contrário de outros ao ser denunciado como funcionário
jornais oposicionistas, como A Aurora e a relapso pelo redator do jornal republicano,
Astréia que mantinham uma linha polida e O Raio da Verdade, José Freire, contra o qual
equilibrada em suas críticas, observava-se o jornalista moveu um processo por calúnia
claramente o caráter sublevador, que não e injúria. O juiz julga improcedente a ação e
encobria planos de agitação popular. Por aceita a acusação de preguiçoso, o que leva
isso, D. Pedro reconhecia o periódico como o jornalista paraibano a interpor um recurso
inimigo dele e do regime monárquico. A sua de agravo junto ao Supremo Tribunal de
participação nesse jornal granjeou-lhe Relação do Distrito, localizado no Recife.
prestígio dinheiro. Resolve casar-se com A sua disposição para criar inimigos parecia
Maria da Conceição, com quem teve seis ser uma disposição mais de ordem pessoal
filhos. Nessa época, é acusado de traidor e do que política. Em pouco tempo na
de vendido a certos comerciantes província, criou animosidades com a
portugueses, que em troca teriam mobiliado oposição e o governo, que pagava seu
a sua casa com “mobília de conto de réis”. salário. Em meio aos ataques, torna-se
Tomado por inimigo por Evaristo da Veiga, vereador, com apoio dos artesãos,
que passa a defender a monarquia funcionários e praças. Em seguida é
constitucional e a combater com o seu demitido, mas alcança a primeira suplência
Aurora Fluminense os órgãos conservadores e de deputado à Assembléia Geral do
monarquistas, bem como os republicanos Império. Vale salientar que manteve durante
que, no caso de Borges, transformou-se em parte do ano de 1832 a circulação de O
aliado do governo da Regência. Conciliado Repúblico na Paraíba, impresso na Tipografia
com o governo, que temia pelo seu poder Municipal, e no exemplar do dia 15 de
frente à população, é-lhe oferecido o novembro de 1832, prometera dali por
emprego de Secretário do governo da diante jamais aceitar qualquer emprego
Paraíba, defensor dos princípios público, uma vez que sua pena era
monárquicos, representante da Regência na suficiente para sustentá-lo. Esse fato assume
repercussão nacional e os jornais da Corte,

65
reproduzindo, como era próprio à época, as Não é conhecida a causa que motivou a
matérias dos periódicos pernambucanos, mudança de Borges da Fonseca para Nazaré
aproveitam a oportunidade para reiterar as da Mata, onde funda, juntamente com o
críticas ao jornalista paraibano, acusando-o Padre Luiz Inácio de Andrade Lima, o
de traidor e vendido. Nazareno (1843 a 1848), localizado junto à

Em 1833, é acusado de uma tentativa de Igreja Matriz, onde morava o jornalista

assassinato contra seu antigo desafeto, o junto à tipografia. Além das atividades

editor de O Raio da Verdade, o jornalista José jornalísticas, ele também prestava serviços

Freire. Mais uma vez, os jornais cariocas como rábula, prática comum à época. No

irão aproveitar a oportunidade para agora ano de 1843 funda a Sociedade Tipográfica

acusá-lo de assassino. Depois de Nazarena, associação pertencente aos

incompatibilizar com os governadores de Vigilantes, sociedade que se opunha aos

província, Borges da Fonseca volta à Corte praieiros. Depois de uma cisão, Borges da

fugido da acusação de assassinato. Lá Fonseca é obrigado a sair de Nazaré, fugido,

participa da Sociedade Defensora da Liberdade e com o transporte das máquinas feito à

Independência Nacional e passa fazer parte dos noite, na surdina, sendo levadas em lombo

inimigos da Regência. de burro, pois havia várias emboscadas


armadas pelos inimigos.
Em 1834, teve seu assento negado na
Câmara dos Deputados como suplente da Em 20 de agosto de 1843, publica o

Paraíba. Até 1841 vive uma vida de nômade Nazareno na cidade do Recife. Tão logo

dividida entre Pernambuco e a Corte. Nesse assume o governo praieiro, em 1845,

ano, fixa-se em Recife, onde em 20 de representado pelo presidente de província o

novembro começa a publicar o jornal baiano Antonio Pinto Chichorro da Gama,

Correio do Norte (1841 a 1842). Durante a Borges da Fonseca dá início a uma série de

existência do periódico, Borges atacou o ataques, já que os praieiros eram

governo de Araújo Lima, defendendo idéias monarquistas e o jornalista republicano. Em

republicanas e federalistas. Em alguns 1844, funda o Verdadeiro Regenerador,

números observa-se, em seus artigos, a utilizando uma linguagem virulenta, que lhe

defesa de idéias nitidamente separatistas, custa novo processo por “delito de

pelas quais é acusado pelos “praieiros” e imprensa”, sendo absolvido pelo júri. Cinco

pregar a desmembração do Império. dias após o julgamento, sofre um atentado


armado pela polícia. Será o segundo que

66
sofreu dos praieiros, tendo o primeiro atenção. Entre várias versões, a de que teria
ocorrido na estrada de Nazaré para o conclamado o povo a queimar as lojas dos
Recife. Não é de admirar que sua morte seja comerciantes portugueses. Em 27 de junho
desejada por muitos. Em 04 de outubro de é transferido da Cadeia para a corveta de
1844 ele escreve um libelo a favor da guerra, Eutrepe.
“abolição completa de todas as servidões”. Em novembro de 1848, explode em
Um dos motivos para a interrupção de O Pernambuco mais uma luta entre os liberais
Nazareno foi a prisão de Borges da Fonseca e os conservadores: a revolução praieira.
em agosto de 1847 a março de 1848. Ele foi Com o monopólio exercido pelos
julgado e condenado a oito anos de prisão Cavalcanti e Rego Barros e a recusa dos
pela acusação de usar expressões insultantes comerciantes em empregar brasileiros, em
contra o Imperador. A cadeia ficava dezembro de 1847 e junho de 1848 a
próxima à ponte do Recife, onde estavam população saiu às ruas do Recife saqueando
os arcos de Santo Antonio e da Conceição. armazéns e espancando e matando
Na prisão, escreve um documento a favor portugueses. Nesta briga estavam
da nacionalização do comércio, que teve envolvidos agricultores, políticos, militares,
ampla repercussão na cidade e logo profissionais liberais, escravos e
conseguiu a adesão de milhares de comerciantes. Borges estava preso no
assinaturas. Ao sair da prisão, Borges ataca Recife quando houve a investida de junho.
tanto um partido como o outro e se ocupa Foi assim chamada porque o Diário Novo,
em falar da nacionalização do comércio. jornal que apoiava os liberais, situava-se à
Depois, volta às origens no partido liberal. rua da Praia, em Recife. A base do Diário se
Borges fica na Cadeia Pública até abril de tornou a sede do partido e nela se destacou
1848, quando é transferido para a Fortaleza o grupo radical "Cinco Mil", liderado por
do Brum. Enquanto estava preso, ele usava Borges, que consistiu um grupo
os filhos como mensageiros e publicava independente dos praieiros, ora
artigos em jornais locais, que insuflava o combatendo-os, ora apoiando-os quando
povo e rebelava-se contra a sua prisão. Em haviam objetivos coincidentes.
4 de maio volta à Cadeia Pública, que A revolta tomou forma quando foi
oferecia melhores condições. Da varanda da nomeado para a presidência da província o
cadeia, Borges da Fonseca teria se conservador Herculano Ferreira Pena, que
manifestado ao povo, que o ouvia com ocupou o lugar de Antônio Chichorro da

67
Gama. Chichorro era aliado dos praieiros e trabalho criando o bem estar, a supressão
com seu apoio, o Partido da Praia chegou dos conflitos de homem a homem e de
ao poder e desalojou os conservadores do nação a nação – o fim da expliração (sic)
clã Rego Barros. A maior contribuição de inumana – a abolição da lei de morte e da lei
Borges nesta revolução foi o "Manifesto ao de vida”. O periódico, contudo, não tem a
Mundo", onde ele reivindicava dentre mesma repercussão e a postura ambígua de
outros, uma reforma na Constituição e a Borges da Fonseca, ora criticava, ora
nacionalização do comércio, coisas pelas referenciava o Imperador, impôs o fim de O
quais ele lutava há muito tempo. Em 2 de Repúblico em 15 de dezembro do mesmo
fevereiro de 1849, quando os praieiros ano. No dia 25, ele volta para a Paraíba com
atacaram o Recife, Borges entrou no bairro toda a família.
Santo Antônio, passando por artilharia Ao voltar para Paraíba, dedicou-se à família
pesada de 400 homens em guerra, subiu e tentou novamente uma vaga no Senado e
num chafariz e proclamou a força do na Câmara. Sobrevivia com muita
Governo. Ele saiu ileso do tiroteio. dificuldade. Sem sucesso algum, orientou
Borges foi preso, e em agosto de 1849 foi no Rio de Janeiro a publicação do pasquim
julgado e condenado. Cumpriu pena em A Matraca, lançou na Paraíba o Prometeu e
Fernando de Noronha e ilha da Rata. Em transcreveu do Correio da Tarde, do Rio de
Julho de 1852, todos os praieiros recebem Janeiro, o manifesto "Ao País", publicado
indulto do Imperador, com exceção de depois no Diário de Pernambuco. Em fins de
Borges da Fonseca, que tem que apelar ao janeiro e início de fevereiro de 1856 contrai
Imperador. Em 11 de agosto o Ministro da cólera-morbus, em Campina Grande,
Justiça, defere o seu pedido. Passara três quando visitava a sua filha.
anos e cinco meses confinado na Ilha. Em novembro de 1857 embarca para a
Ao sair da cadeia publica um artigo no Europa a fim de realizar um sonho antigo: o
Revolução de Novembro, jornal que viria a de se tornar Bacharel em Direito. Passou
dirigir no Recife, no período de agosto de maior parte do tempo na França, de onde
1852 a março de 1853. Nesse ano, Borges enviou uma série de cartas que foram
da Fonseca deixa a família e vai ao Rio de publicadas no jornal O Povo. Na Alemanha,
Janeiro, onde restaura O Repúblico, em 01 de entre junho e julho de 1858 ele consegue
julho de 1853, com a epígrafe: “A república adquirir o certificado de Doutor em Direito.
é a união, a unidade, a harmonia, a luz, o O embuste era visível: o jornalista não sabia

68
alemão e nunca cursara a Universidade de FREIRE, Antônio – Jornalista.
Rostok, que lhe conferira o título. O evento FREIRE, Mathias, Cônego – (*
foi um prato cheio para que seus inimigos 21.08.1882, Mamanguape-PB – +
publicassem várias matérias aludindo à 30.03.1947). Pseudônimos: Mário Dalva,
compra do título. Dasilva Campos e Gil Mac Dada. Era filho
Ao retornar ao Brasil em 1859, abriu um do casal Flávio da Silva Freire e D. Ana Leal
escritório de advocacia com Afonso Freire e neto do Barão de Mamanguape.
Albuquerque Melo. No mês de novembro, Jornalista, poeta, filósofo, político, membro
o Imperador visita Recife, ocasião em que fundador da Academia Paraibana de
se declara “monarquista pessoal, pois com Imprensa e do Instituto Histórico e
Pedro II seria possível alcançar as reformas Geográfico Paraibano e da Sociedade de
por que se batia”. Em 1860, publicou no Geografia do Rio de Janeiro. Ingressou na
Diário de Pernambuco mais um manifesto, que Academia Paraibana de Letras, em 14 de
além de moderado, era monarquista e setembro de 1941, tendo sido um dos dez
defendia a "causa da humanidade, do povo fundadores da APL, quando faleceu exercia
e do rei". Nem assim conseguira disputar a Vice-Presidência da Casa. O padre
uma cadeira a deputado pela Paraíba ou Mathias Freire era alegre. Às vezes, recebia
Pernambuco. censuras da sociedade conservadora pelo
seu comportamento liberal e moderno:
Os últimos anos de vida, passou-os entre
fumava em público, em seus poemas
Campina Grande e Recife. Era já uma figura
exaltava o amor, o belo e a natureza. Todas
mitológica, amada e odiada, um personagem
as manhãs, era visto na Catedral cumprindo
de projeção nacional, admirado e temido.
o sagrado exercício do sacerdócio. Não
Morre em Nazaré, em 1872. Seu velório é
deixou livros publicados, a sua produção
organizado pelos republicanos e “seu
encontra-se em publicações dos jornais da
cadáver é colocado em pé, na porta da casa,
época e nas Revistas da APL. Ingressou no
com a mão estendida para receber os
Seminário Diocesano da Paraíba aos doze
cumprimentos da última despedida”.
anos e foi ordenado padre na Capela do
Redatora: SFPB
Palácio Arquiepiscopal do Recife, pelo
Referências: bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda
SANTOS, Mário Marcio de A. Santos. Um Henriques, em 24 de fevereiro de 1905.
homem contra o Império. João Pessoa: A União,
1994. Inicia sua vida paroquial em Guarabira,

69
ampliando a sua ação também para a vida
política, ao combater os desmandos dos
poderosos. Atuou como professor da
cadeira de Geografia do Liceu Paraibano,
que também dirigiu por vários anos.
Também lecionou no Pio X e Escola Normal.
Além de professor, era poliglota. Foi
deputado em duas legislaturas e chegou a
presidente da Assembléia. Apoiou João
Pessoa na revolução de 30. Foi colaborador
assíduo de A União e dirigiu os jornais A
Imprensa e Correio da Manhã, publicando,
nessa fase, suas famosas Cartas Aerolíticas
(1931-1933).

Referências:
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa:
A União, 1994.
http://www2.aplpb.com.br/academicos/m
athiasf.htm

70
Cordeiro, José Ferreira de Novaes e

 G Benjamim Franklin d´Oliveira e Mello.


Redatora: SFPB

Referência:
MARTINS, Eduardo. A tipografia do beco da
GAMA E MELLO, Antônio Alfredo da – misericórdia, 1978.
Ver MELLO, Antonio Alfredo da Gama
GUEDES, Lylia – (* 14.11.1900, Nova

GAMBARRA, Genésio Gomes – Cruz-RN). Desde os três meses, residiu

Fundou o jornal Imprensa do Sertão, de Sousa, nesta Capital. Foram seus pais Terencio

em 1911. Em14 de março de 1914, fundou Guedes e Maria Amélia Guedes, com os

em Patos A Voz do Sertão. quais estudou as primeiras letras. Iniciou os


estudos secundários no curso de Francisca
GALVÃO, Enéas de Arrochelas – (* Moura, nesta Capital, tendo prestado os
24.10.1853, Santa Rita-PB – + 05.09.1926, exames no Liceu Paraibano nos anos de
Rio de Janeiro-RJ). Filho do Major Cipriano 1916 e 1917. Em março de 1918,
de Arrochelas Galvão e de Maria da matriculou-se na Faculdade de Direito do
Conceição da Fonseca Galvão, nasceu no Recife, onde colou grau de bacharel em
engenho Munguengue, município de Santa Ciências Jurídicas e Sociais, no dia 16 de
Rita, na Paraíba. Formou-se em direito pela dezembro de 1922. Ainda acadêmica, foi
faculdade de Recife no ano de 1873. Iniciou designada para auxiliar na cadeira de
sua vida pública como Promotor de Justiça Português da extinta Escola Normal, cargo
na comarca de Bananeiras, nomeado a 9 de que desempenho nos anos letivos de 1919 e
janeiro de 1875, permanecendo no exercício 1920. No mesmo ano estabelecimento,
daquelas funções até 17 de novembro do ensinou também nas cadeiras de Geografia
mesmo ano, quando foi nomeado lente de e História da Civilização. Ocupou, seis
retórica e poética do Liceu Paraibano. Foi vezes, a tribuna do júri desta Capital,
deputado provincial durante a legislatura de obtendo quatro absolvições. É inscrita na
1878-1879. Como jornalista, fez parte do Ordem dos Advogados. Foi sócia
corpo redacional de O Publicador, jornal de fundadora da Associação Paraibana Pelo
propriedade de J. R. da Costa, publicado na Progresso Feminino. Exerceu o cargo de
Tipografia de J.R. da Costa, situada à rua professora auxiliar da cadeira de Geografia
Direita, nº 20, junto a Lindolfo José Correa do Liceu Paraibano. No dia 09 de julho de
das Neves, redator chefe, Antonio da Cruz

71
1939, entrou para o quadro social do GUIMARÃES SOBRINHO, Sinésio
Instituto Histórico Geográfico Paraibano Pessoa. (* 1897, Bananeiras-PB, – + 1952,
(IHGP). Tendo feito um discurso sobre Rio de Janeiro-RJ). Diretor da revista Era
Maciel Pinheiro, Democrata e Republicano. Nova e dos jornais A União e O Liberal. Foi
No período de 1956/59, assumiu o cargo de também um dos primeiros redatores do
Bibliotecária e entre o período de 1959/62 jornal O Norte, ao lado de Abel da Silva,
assumiu a Comissão de Admissão de Inojosa Varejão, Enéias Leite e José
Sócios, bem como o período de 1965/75, Porfírio. Formado em Direito, publica
participou da Comissão de Conta desta algumas obras forenses.
Instituição. Tem livros de versos Referência:
publicados. Preparou um método de SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Taquigrafia, inteiramente original, um livro Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
de ficção e outro sobre assunto de
http://jornal.onorteonline.com.br/doming
atualidades. Além de contribuir com a o/80anos/
Coluna intitulada Página Feminina dos
jornais A União e A Imprensa. Os jornais
fazem menção constante com Advogada no
Fórum da capital, sendo a primeira mulher
na Paraíba a fazer parte da Ordem dos
Advogados do Brasil – OAB, como
secretária. Proferiu palestra sobre o
Bicentenário de D. João VI, entre 1965/75.
Faleceu entre o período 1965/75. Redator:
FS

Referências:
ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de
Fatos e Vultos da Paraíba Rio de Janeiro:
Cátedra, 1984.
GUIMARÃES, Luis Hugo. História do
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. João
Pessoa: EDUFPB, 1998.
A União, João Pessoa de 1930/1945.
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940.

72
idade de noventa e quatro anos, sucumbiu,

 H ontem, nesta cidade, o venerando Padre


Leonardo Antunes Meira Henriques, o mais
antigo intelectual paraibano e cuja vida
representava uma grande parte da nossa
HOLLANDA, Antonio. Camillo – (* vida política, literária e jornalística.” Assim
1859, Paraíba - + ). Empregado público e noticiou a edição de sexta-feira, 17 de julho
jornalista, foi a partir de 1889 nomeado de 1914, do periódico A União, o
oficial de gabinete do entao presidente de falecimento do Padre Meira. Ele fora figura
Província, Venâncio Neiva. Em 1890 foi proeminente em algumas das mais famosas
escriturário da alfândega da Paraíba, disputas que tiveram lugar no púlpito, no
passando a servir em Santos, depois no foro, na imprensa, nas salas de aula e na
Ceará e por último no Pará. Segundo tribuna da Assembléia Provincial, na
Liberato Bittencourt, Camillo de Hollanda segunda metade do século XIX. Filho do
era homem com grande amor às belas Cirurgião-mor Feliciano José Henriques e
letras, excelente folhetinista, além de um de Ana Joaquina de São José Meira,
cronista de talento. Não se tornou mais Leonardo Antunes Meira Henriques, nasceu
famoso como jornalista devido à sua em 6 de novembro de 1820, na Cidade da
timidez e modéstia. Como a maioria dos Paraíba. Iniciou os estudos de humanidade
jornalistas da época, não assinava sua no Lyceu paraibano, findo o curso
produção o que o levou ao anonimato, a ingressou no Seminário de Olinda, onde foi
despeito de sua contribuição em O Comércio. ordenado Padre, em novembro de 1843; e
Redatora: SFPB na Faculdade de Direito do Recife, tendo
Referências: obtido o título de Bacharel em ciências
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. jurídicas em 1845. Circulando entre a
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
Cidade da Paraíba e de Olinda, foi professor
União, 1994.
examinador de francês do Lyceu paraibano
HENRIQUES, Adauto Aurélio de
de 1842 a 1845, quando deixou o lugar para
Miranda – Ver Dom Adauto.
reger a cadeira de teologia no Seminário de
HENRIQUES, Padre Leonardo Antunes Olinda, função que ocupou até 1849,
Meira (* 06.11.1820, Paraíba – + quando aceitou a prestigiosa função de
17.07.1914, Paraíba - PB). “Na avançada Vigário Geral do Bispado de Pernambuco,

73
onde permaneceu até o ano seguinte, tendo tempo em que exercia o cargo de lente de
ainda passado a militar na imprensa e na filosofia do Lyceu paraibano, em que se
política de Pernambuco, o que no século aposentou depois de várias décadas à frente
XIX era dizer o mesmo, ocupando cargos daquela cátedra. Conservador, monarquista
de destaque e chefiando comissões e escravocrata, o Padre Meira defendeu
importantes, sempre ao lado dos sempre com ardor e ironia estas causas,
conservadores, Partido pelo qual foi eleito porém por duas vezes foi atacado de
deputado provincial em Pernambuco de maneira impiedosa pela imprensa liberal.
1853 a 1857. Em 1856 chegou a exercer a Em um primeiro episódio, foi ridicularizado
função de Procurador Fiscal da Fazenda por aprovar com demasiada facilidade seus
Geral na mesma Província. Transferindo-se alunos de filosofia. Em 1861 foi atacado
para a Cidade da Paraíba em 1858, foi eleito pelo seu inimigo pessoal, o Padre Lindolfo,
deputado provincial, e reeleito, com que o denunciou como prevaricador, por ter
pequenas interrupções, em sucessivas supostamente desviado recursos públicos,
legislaturas, até 1889, quando a República o fato que foi desmentido pelo Presidente da
afastou da política; ocupou ainda o cargo de Província Francisco de Araújo Lima na
Provedor fiscal dos feitos da Fazenda correspondência reservada que mantinha
Nacional (1861), membro da Comissão com o Ministro da Fazenda. Contudo,
Censitária (1872), e da Comissão para a recebeu a aclamação pública quando
reforma do Tesouro Provincial e Consulado conseguiu a absolvição de Josefa da
da Paraíba (1872); Diretor da Caixa Conceição, ré confessa da morte de um rico
Econômica provincial (1877); Regente e em proprietário de terras de Campina Grande,
seguida Vigário encomendado da Paróquia que ameaçava continuamente tomar seu
de Nossa Senhora do Pilar (1865). Apesar parco pedaço de terra, vizinha à
de todas essas atividades continuou a propriedade do Coronel. O crime ficou
advogar quase até o fim da vida, o que fazia conhecido como o da “Bruxa de
desde 1855, só fechando sua banca em Bodocongó”. Apesar da notoriedade do
1909. Foi também redator do Jornal da caso, noticiado pela imprensa da Paraíba, o
Paraíba, e a um só tempo proprietário e Padre Meira foi ameaçado de morte pela
principal redator do periódico O Conservador. família do morto. Típico representante da
Escreveu ainda muitos artigos para jornais elite política provincial em que se achava a
de Pernambuco e da Corte, ao mesmo base do longo reinado de Dom Pedro II, foi

74
agraciado com os títulos de Cônego quem são aqueles retratos, perguntou o
Honorário da Capela Imperial, Cavaleiro da reverendo. “Do Doutor Gama e Melo e do
Ordem de Cristo e Oficial da Ordem da Desembargador José Peregrino; foi uma
Rosa. No fim da vida viu boa parte das homenagem digna prestada pelo Conselho
idéias em que acreditava serem preteridas Municipal à memória de dois homens que
por outras: “abolição” e, sobretudo, foram Presidentes da Paraíba, respondeu o
“república”. O que não o impediu de funcionário, acrescentando: Não é justa?”O
tornar-se um crítico acerbo do novo regime. Padre, tomando sua caixa de rapé, foi
Coriolano de Medeiros, cronista dos respondendo: É... mas completem a
primeiros tempos da República na Paraíba, homenagem colocando entre os retratos a
registrou algumas histórias do vasto imagem de Cristo...” Redator: CRNF
anedotário que então circulava pela cidade Referências:
sobre a verve irreverente do neurastênico A União – Ano XXII – Parahyba – Sexta-
sacerdote, famoso também pelos seus ditos feira, 17 de julho de 1914 – n.º 155.
espirituosos e razinzice acentuada pela FREIRE, Carmen Coelho de Miranda.
Padre Meira. João Pessoa: Edição da
idade, segundo ele: “Já muito alquebrado Autora, 1976.
pelos anos, a sobrecasaca e o chapéu alto LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
severamente surrados pelo uso, a gola Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
amarfanhada e suja, entrou o Cônego na
MEDEIROS, Coriolano. O Tambiá da minha
Câmara Municipal, então renovada pelo infância. João Pessoa: A União, 1994.
prefeito Diógenes Pena, que substituiu os ______. Sampaio. João Pessoa: A União,
1994.
móveis, e até os velhos livros e papéis do
arquivo removeu para o Zumbi: “Como
tudo aqui está bonito, disse o visitante a um
funcionário que o levou ao salão de honra,
onde se viam móveis moderno estilo. Na
parede, emparelhados, e com espaço regular
entre ambos, estavam dois retratos,
pintados a óleo pelo Dr. Ernesto Freire,
indiscutível valor mental, professor,
vocação artística completamente esquecida
na memória dos seus conterrâneos. “De

75
no Recife estava em voga mudar de nome.

 J Assim, com vinte anos de idade, Irineu


Ceciliano Pereira da Costa, nome de
batismo, passou a ser conhecido por Irineu
Ceciliano Pereira Joffily. O jornal Diário de
Pernambuco, de 7 de março de 1864 divulgou
JOFFILY, Irineu Ceciliano Pereira –
a mudança de nome do paraibano.
(*15.12.1843, Pocinhos-PB - + 7.02.1902,
Campina Grande-PB). Filho de José Luís No último ano do seu curso, em 1866,
Pereira da Costa e D. Isabel Americana de Joffily fundou o jornal Acadêmico Paraibano,
Barros. Com o desejo de ver ao menos um de caráter estudantil, no qual deteve a sua
dos seus filhos com estudo, o sr. José Luiz atenção para as questões locais. Três artigos
enviou Irineu, em torno dos 12 anos de que foram publicados nesse periódico sob a
idade, para estudar no famoso colégio do sua rubrica ilustram o seu interesse nativista;
Padre Rolim, em Cajazeiras. De Pocinhos tais como “Os limites da Paraíba com
até o colégio, no sertão paraibano, Irineu ia Pernambuco”, de agosto de 1866,
a cavalo, sendo conduzido pelo vaqueiro de “Necessidade da criação de um bispado na
confiança de seu pai, o Manoel do Brabo. Paraíba”, entre agosto e setembro, e “Barra
Essa longa jornada de oito dias influenciou de Mamanguape e navegação atual do rio
anos mais tarde o seu interesse pelo sertão, deste nome”, de 11 de setembro de 1866.
sendo reveladas nas suas crônicas Esse interesse de Joffily ficou também
publicadas nos jornais. explícito em dois artigos escritos por ele em
épocas distintas. O primeiro está em
O pendor para o jornalismo ocorreu
Despertador: jornal político, literário e noticiador,
quando cursava a Faculdade de Direito do
periódico campinense, de 13 de maio de
Recife, um dos mais antigos e tradicionais
1870, quando escreveu um artigo que
estabelecimentos do ensino superior no
defendia a construção da ferrovia entre o
Brasil, a qual foi criada em 15 de maio de
Porto de Cabedelo até Campina Grande; e o
1828, em Olinda. O ingresso de Joffily
segundo em Mercantil, periódico paraibano,
nessa Faculdade se deu em 1862, quando
de 17 de dezembro de 1883, Joffily aponta
tinha apenas dezoito anos, tendo como
18 propriedades de algodão, evidenciando a
companheiro de estudos Maciel Pinheiro,
importância de se construir a ferrovia. O
Tobias Barreto, Rui Barbosa, João
seu interesse pela valorização da Paraíba o
Barbalho. Durante a época em que estudou

76
levou a investigar a geografia e história do sítio Genipapo, em terras paraibanas, com
estado nos arquivos públicos, pois estava os proprietários de terras da vizinhança.
convencido de que os paraibanos Nesse sítio eles tinham seus gados e
desconheciam o seu próprio lugar. Durante lavouras e possuíam por carta de sesmaria
1886 e 1887 fez uso do cargo público que de uma sorte de terras.
exercia como deputado para desenvolver a No ano de 1891, a tipografia sofreu ataques
sua pesquisa, percorrendo terras paraibanas. pela força pública, por ter permanecido a
Dessa forma, tornou-se pioneiro em fazer oposição ao governador. Para fugir
divulgar os aspectos topográficos do estado. dos ataques e pressões que se tornaram
Em 1888, Joffily instalou a primeira oficina constantes, Joffily interrompeu a circulação
tipográfica de Campina Grande e teve como do periódico e refugiou-se no Rio de
sócio Francisco Soares da Silva Retumba Janeiro, onde trabalhou como revisor do
(filho). Com a instalação da tipografia, eles Jornal do Comércio, publicando Notas Sobre a
lançaram o periódico semanal sob o título Paraíba. Ele reuniu-as em um único volume
Gazeta do Sertão: órgão democrático, o qual e as publicou em decorrência do sucesso
exerceu grande influência no interior da das suas crônicas no jornal pelo público
Paraíba. Na função de diretor do periódico, carioca. A obra é composta por 20 capítulos
Joffily publicou o material coletado das suas e versa sobre os principais temas: flora,
pesquisas. Ele seguiu a moda de muitos fauna, seca, agricultura, criação e indústria.
jornalistas e adotou também o pseudônimo. Redatora: FSe
Sob o uso do pseudônimo de Índio do Referências:
Cariry, assinou muitos artigos, a exemplo da BARBOSA, Socorro de Fátima P. Jornal e
seção intitulada “Cá e Lá”, de 18 de julho de Literatura: a imprensa brasileira no século
XIX. Porto Alegre: Nova Prova, 2007.
1890 e de 26 de dezembro de 1890. Em
SILVA, F. FORMIGA, M. G. BARBOSA,
seus escritos no jornal eram nítidas as S. F. P. Miscelâneas, Rodapés e Variedades:
manifestações de oposição aos atos do Antologia de folhetins paraibanos do século
XIX. João Pessoa: Idéia, 2007.
governador Venâncio Augusto de
JOFFILY, Ireneo. Notas sobre a Paraíba.
Magalhães Neiva, bem como das ameaças Brasília: Thesaurus, 1977.
sofridas por se posicionar contra o governo. JOFFILY, José. Entre a monarquia e a
república – Idéias e Lutas de Irenêo Joffily.
O pseudônimo adotado por Joffily, Índio Rio de Janeiro: Kosmos, 1982.
do Cariry, está relacionado aos índios que TAVARES, João de Lyra. Apontamentos para
a história territorial da Paraíba. Ed. Fac-similar.
viviam lutando pelo seu espaço de terra, o

77
Coleção Mossorense. Volume CCXLV,
1982.

78
em Alagoa Nova, dos jornais A União, de

 L João Pessoa, e A Noite, do Rio de Janeiro;


em 1930, atuou nos jornais O Liberal e o
Jornal do Norte, sob a direção de Café Filho;
ainda em Alagoa Nova, fundou o semanário
LEAL Ramos, José. (* 16.07.1891, São O Momento. Veio para a capital do Estado
João do Cariri (Alagoa Nova) – + 1976, para integrar a equipe de A União como
João Pessoa-PB). Era filho do casal Antônio redator, e logo ascendeu ao posto de
Claudino Leal e Inácia Ramos Leal; em Secretário, substituindo, mais tarde, Samuel
1920 casou-se com Ester Romero Leal, Duarte na direção do órgão, em 1932. Em
nascendo desse casamento os filhos: 1934, passou a dirigir O Norte, jornal que
Homero, Péricles, Maria das Dores, Maria não resistiu à chegada do Estado Novo. Em
da Penha, Achiles e Milcíades. Jornalista e João Pessoa, além de escrever nos jornais A
historiador. Presidente da Associação União e O Norte, ainda fundou o quinzenário
Paraibana de Imprensa por vários anos e o Ilustração e Gazeta do Povo, este em parceria
construtor do seu edifício sede. Autodidata, com o escritor Ascendino Leite, e a Revista
José Leal era considerado o decano da Gong, todos com duração efêmera;
imprensa paraibana por sua atuação frente colaborava em todos os jornais do Estado,
aos órgãos de comunicação mais ora como redator, articulista ou editorialista.
representativos do Estado. Dedicou toda a Escreveu no Correio da Manhã, A Imprensa e
sua vida à imprensa; entregava-se à leitura, Tribuna do Povo.
procurando manter-se sempre atualizado e
Recebeu os títulos honoríficos de Cidadão
bem informado sobre a situação do Estado
Benemérito de João Pessoa, concedido pela
e do País.
Câmara Municipal de João Pessoa, e de
Desde cedo, ainda adolescente, já editava Cidadão Benemérito da Paraíba, concedido
jornais manuscritos, na sua cidade natal. pela Assembléia Legislativa.
Publicou o primeiro trabalho na imprensa
É autor da primeira história da imprensa
da Capital em 1915, uma crítica ao prefeito
paraibana, A imprensa na Paraíba, de 1941. A
de Alagoa Grande, obtendo boa recepção
segunda edição da obra foi publicada em
entre os prefeitos da região e, a partir daí,
1962. Como memorialista, publicou
não lhe faltou mais convites para escrever
Reencontro da vila, 1961; Assim eram as coisas,
em jornais. Em 1927, já era correspondente,

79
1971 e Vale da travessia, 1972. Redatora: muitas informações taxonômicas sobre
SFPB Opiliones, Solifugae, Amblypygi, Uropygi e

Referências: pequenas ordens de aracnídeos.

ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para Melo Leitão foi indicado diretor de
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
União, 1994. Zoologia do Museu Nacional em abril de

SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. 1931, cargo em que permaneceu até
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A dezembro de 1937.
União – 1994.
ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de Recebeu muitas homenagens e prêmios,
Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro. também foi eleito ou apontado às mais
Livraria Editora Cátedra. 1984.
distintas posições durante sua carreira. Ele
http://ihgp.net/memorial5.htm#CADEIR
A%20Nº.%2019 foi presidente da Academia Brasileira de
Ciências de 1943 a 1945.
LEITÃO JÚNIOR, Cândido Firmino de
Melo – (* 17.07.1886, Campina Grande-PB Em 6 de junho de 1949 seu amigo Augusto
– + 15.12.1948, Rio de Janeiro-RJ). Ruschi inaugurou o Museu de Biologia
Ascende na vida pública através de intensa Melo-Leitão em Santa Teresa, Espírito
colaboração nos jornais do país e do Santo.
exterior. É patrono da cadeira 40 da Existe o "Prêmio Melo-Leitão", entregue
Academia Paraibana de Letras. Foi pela Academia Brasileira de Ciências. Ele
professor de Zoologia e História Natural também se envolveu na educação,
nos colégios do Rio de Janeiro. Seus pais escrevendo livros para cursos de faculdade e
eram fazendeiros e tiveram um total de contribuiu para a biogeografia, com estudos
dezesseis filhos. Viveu a parte de sua vida sobre a distribuição da Arachnida no
em Pernambuco. Seu primeiro trabalho continente Sul Americano.
como zoólogo foi em 1913, na Escola
Referências:
Superior de Agricultura e Medicina
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Veterinária em Piraí, estado do Rio de Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
Janeiro, em que foi professor de Zoologia União, 1994.
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2nd
Geral e Sistemática. Em 1915, publicou seu
ido_Firmino_de_Melo_Leit%C3%A3o
primeiro trabalho taxonômico, com a Acesso em 21/03/2009.
descrição de alguns gêneros e espécies de LEITÃO, Tranquilino Graciano de
aranhas brasileiras. Produziu também Melo – (* 27.01.1868, Paraíba – +

80
17.02.1942). Contista e romancista. Foi de voto das mulheres e de acesso à Câmara
funcionário do Tribunal de Contas da Legislativa da Paraíba. Publicou, entre
União. Paralela a essa carreira, desenvolve a outros escritos, Georgina, a estrutura da Terra,
de jornalista, sendo redator do Jornal do em 1922, e A Mulher e seus Direitos em Face da
Brasil. Nos anos de 1904 a 1906 colabora nossa Legislação, em 1933, João da Mata
com revista A cultura acadêmica, do Recife. O (biografia). Faleceu em 18 de março de
seu primeiro livro é o romance Corações, de 1975.
1900, editado pela Garnier. Referência:
Referência: http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/art
igo_ana_coutinho.htm
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A LISBOA, João Coelho Gonçalves – (*
União, 1994.
27.06.1859, Areia-PB – + 11.07.1918). Filho
LIMA, Albertina Correia. (* 1889, Paraíba
do Coronel Teodoro José Gonçalves de
– +18.03.1975, João Pessoa-PB). Filha de
Lisbôa e D. Josefa dos Santos Coelho
Lindolfo José Correia das Neves.
Lisbôa, ambos descendentes de
Advogada. Foi professora por muito tempo.
portugueses. Casado com D. Luiza Pizarro
Bacharel em Direito pela Faculdade do
Gabino, nascendo dessa união três filhos:
Recife, diplomada em 1931. Iniciou a
João, Francisco e Rosalina, esta, mais tarde,
carreira no jornalismo em 1912, escrevendo
tornou-se poetisa. Fez o curso primário e os
em dois jornais de circulação nacional, O
preparatórios em Areia e, influenciado pelo
Correio da Manhã e O Jornal e em outros de
tio, ingressou na Faculdade de Direito do
várias capitais do Nordeste. Contribuiu com
Recife, bacharelando-se em 1884. Primou
vários artigos na Revista Era Nova, e nos
pela “elegância impecável dos trajes e
jornais A União e A Imprensa, como
atitudes”. Consagrado pela oratória,
também, escreveu vários artigos nas revistas
dedicou-se ao estudo das línguas, dominava
do Instituto Histórico e Geográfico
vários idiomas, inclusive, latim, grego e
Paraibano, onde ingressou em abril de 1938,
alemão. Jornalista, com atuação marcante.
além de fazer parte da Associação Paraibana
Colaborou na Folha do Norte, jornal editado
Pelo Progresso Feminino no ano de 1933,
em 1883 por Martins Júnior, e em A
onde possuía o cargo de oradora. Albertina
Verdade; escreveu, ainda, em outros jornais
sempre demonstrou seu interesse pela
do Sul do País. Foi nomeado Promotor
emancipação da mulher. Em João Pessoa,
Público de Areia, mas só exerceu o cargo
atuou como advogada em defesa do direito

81
durante quatro meses, pois, o seu Henriques, governador de Alagoas, e Ana
temperamento irrequieto não se acomodava Noberta da Silveira. Ao formar-se em
à pequenina Areia, embora, considerada a Direito pela Faculdade de Recife, em 1859,
cidade mais adiantada, culturalmente, da exerce os cargos de promotor público da
Província. Ele aspirava à democracia, à Corte e de Ministro do Interior, atuando ao
abolição da escravatura, enfim, a melhores lado de Rui Barbosa na política e na
dias para o seu povo. Depois de uma imprensa. Sua vida de jornalista tem início
viagem a Europa, iniciou a pregação da com a colaboração em Iris Acadêmico, de
democracia, da República. Logo após a Pernambuco, na época de estudante de
proclamação da República, foi convidado Direito. Tinha aspirações de fazer um bom
para governar a Província da Paraíba, trabalho na justiça, implementando normas
porém, não aceitou; foi, então, nomeado rigorosas e sadias na administração na
Chefe da Polícia e, logo depois, eleito Ordem e na Justiça. filiando-se ao Partido
Deputado Federal, em duas legislaturas. Liberal e elegendo-se deputado para o
Fundou a Liga Nacional Contra a Seca, a Congresso Nacional do Império, por dois
Associação de Proteção e Auxílio aos mandatos consecutivos, de 1864 a 66 e de
Silvícolas do Brasil e a Liga Anti- 1867 a 70, concorrendo pela província das
Oligárquica. Foi poeta, escritor e professor. Alagoas. Foi, segundo Oscar de Castro, um
Pai da escritora Rosalina Coelho Lisboa, foi líder, um condotiére dos evangelizadores
o responsável pela sua educação. Lecionou republicanos.
no Colégio D. Pedro II, do Rio de Janeiro e Em 3 de dezembro de 1870 funda, ao lado
publicou: Sublime Dea; Problemas urgentes- de Salvador de Mendonça, Lafayette
oligarquias, Secas do Norte e Clericalismo. Coutinho, Pedro Soares de Meireles e
Imprensa Nacional, Rio de Janeiro: 1907. Flávio Farnense o jornal A República, que
Referência: passa a defender a mudança do regime, com
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca o fim da monarquia. Neste sentido, é
deira12.htm
publicado o Manifesto de 1870, pelo Clube
LOBO, Aristides – (* 12.02.1838, Republicano e tem início a massiça
Mamanguape-PB – + 1896, Rio de Janeiro- propaganda dessas idéias por todo o país,
RJ). Jornalista, historiador, político e ocupando Aristides Lobo papel de destaque
patrono da Academia Paraibana de Letras. dentre os que mais ardorosamente
Filho de Manoel Lobo de Miranda combatiam pela causa. Também foi

82
signatário do manifesto anti-escravocata. O alagoano, Aristides Lobo assim se
jornal é empastelado, três anos depois, mas pronunciava: se por um lado, tive o meu
o curso dos fatos veio culminar com a berço encravado e perdido na campanha
Proclamação, em 1889. Em São Paulo, paraibana, terra que vive, há muito tempo,
dirige A Província e Diário Popular, jornais das heróicas recordações dos mártires
republicanos de oposição à monarquia extintos de 1817, por outra parte nasci na
Como muitos de sua geração, se Província das Alagoas. Redatora: SFPB
decepcionou com o novo regime. Referências:
Formado o governo provisório, Aristides é CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba.
Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
nomeado ministro do Interior, ocupando o
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
cargo por apenas dois meses, de 15 de Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
novembro de 1889 a 10 de fevereiro de União, 1994.
1890, renunciando por causa de http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deia06.htm
desentendimentos com o Marechal
LOPES, Silvino – Jornalista, teatrólogo,
Deodoro da Fonseca. Elege-se, então,
cronista e poeta. Publica em 1916 Poemas de
deputado federal, participando da
constituinte, no mandato de 1891 a 1893 e, outono. Publica suas crônicas em vários

em seguida, para o Senado, de 1892 a 1896. jornais e depois as reúne com o título de
Maconha (1947). As crônicas tratam com
Parte de sua produção encontra-se dispersa
humor e ironia fatos ligados ao cotidiano e
em jornais e revistas do Rio de Janeiro,
à realidade social. Considerando que sua
Recife e São Paulo. Segundo Oscar de
obra foi em grande parte editada em
Castro, foi buscar em Paris sua saúde, de
Pernambuco, parece ter sido lá que o autor
onde voltou com transtornos psicológicos,
construiu sua carreira literária e jornalística.
passando a residir de favor, porque muito
A sua comédia social O homem bom teve duas
pobre, na casa de um amigo português,
edições no ano de 1935. O livro de
Alberto Ribeiro. Com a saúde mental
biografias Memórias de um sargento de malícias
debilitada, vivia completamente mudo, em
foi editado em 1980 pela Associação de
visível depressão, que só era quebrado por
Imprensa de Pernambuco.
períodos maníacos, quando envolto em seus
Referências:
delírios psicóticos, andava de bengala na
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
mão, sonhando estar em Paris e em
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
Versalhes. Sobre o fato de ser paraibano e União, 1994.

83
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. até a capital, em virtude do seu estado de
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
saúde, foi empossado por procuração, em
União, 1994.
10 de março de 1943, tendo escolhido o Pe.
LUCENA, Severino Albuquerque – (*
Mathias Freire para representá-lo. Em 1924,
1890, Bananeiras-PB – + 1971, João
reuniu os seus poemas no livro intitulado
Pessoa-PB). Jornalista, foi um dos editores
Horas de enlevo, tendo sido, esta, a sua única
da Revista Era Nova.
publicação em livro, mas que recebeu
LUNA, Mauro (* 27.07.1897, Campina. referências elogiosas dos mais expressivos
Grande-PB – + 23.11.1943, Campina. nomes de nossa literatura, a exemplo de
Grande-PB). Filho do casal Baltazar Gomes José Américo de Almeida, João Ribeiro,
Pereira Luna e D. Maria Santana da Cunha; Afonso Celso e Raul Machado.
casou-se com D. Augusta de Almeida Luna, Referências:
tendo nascido dessa união doze filhos. ALMEIDA, Elpídio. História de Campina
Estudou no Colégio São José, dirigido pelo Grande. J. Pessoa, 1979;

professor Clementino Procópio, recebendo CÂMARA, E. Do cientista Irineu Joffily ao


poeta Mauro Luna Revista da Academia
os primeiros ensinamentos e noções de Paraibana de Letras, I:2, 1947;
humanidades. Em 1921, fundou o Colégio LEAL, César. “Horas de Enlevo”, prefácio
à edição da Comissão Cultural do
Olavo Bilac que funcionou até o ano de
Centenário de C. Grande, 1964.
1932. Aos quinze anos, já ingressava no LÉLIS, João. Maiores e menores, J.Pessoa,
jornalismo como redator de A Voz da 1953;
Borborema. Em 1916, destaca-se como http://www2.aplpb.com.br/academicos/m
aurol.htm
redator do semanário A Razão, órgão
oposicionista, colaborando, também, nos LUSTOSA, Nelson – Ver CABRAL,

demais jornais da região; dirigiu a Biblioteca Nelson Lustosa.

Pública de Campina Grande e, para


complementar o orçamento familiar,
trabalhava como guarda-livros em firmas
comerciais e como professor dos Colégios
Pio XI e Imaculada Conceição, porém, foi a
poesia que o imortalizou. Eleito para a
Academia Paraibana de Letras e não
podendo deslocar-se de Campina Grande

84
pesquisados criteriosamente e,

 M inteligentemente interpretados, dando a sua


obra um caráter científico, abrindo, assim, o
caminho para novos pesquisadores.
Durante o tempo em que esteve foragido,
MACHADO, Maximiano Lopes – (* dedicou-se a novas pesquisas sobre a
07.08.1821, João Pessoa-PB – + 11.02.1895, história da Paraíba e escreveu, também: A
Recife-PE). Filho de Manuel Lopes história da Revolução Praieira; A Paraíba e o
Machado e D. Joaquina de Albuquerque Atlas do Dr. Cândido Mendes e Carta Geográfica
Machado. Iniciou os estudos num convento da Paraíba. Maximiano Machado era
do Recife, formando-se em Direito pela membro do Instituto Arqueológico
Faculdade de Olinda, exercendo, a seguir, a Pernambucano.
Promotoria Pública desta cidade. Em 1847, Referências:
foi nomeado Juiz Municipal e Delegado da
BITTEENCOURT, Liberato. Homens do
cidade de Areia; no ano seguinte, aderiu à Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
Janeiro: Gomes Editora, 1949.
Rebelião Praieira, movimento
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
revolucionário liderado por Nunes
deira21.htm
Machado, que morreu em combate. Ferido,
Maximiano refugiou-se no Engenho Pureza, MACHADO FILHO, Maximiano Lopes
onde foi preso e transportado para a cidade – (* 1854, Campina Grande-PB, – + 1903
do Recife. Mais tarde, foi anistiado e Campina Grande-PB). Jornalista
mudou-se para Campina Grande, republicano colaborou em A Província.
reiniciando as suas atividades. Exerceu a Atuou com destaque no foro e na imprensa,
advocacia e ingressou na política, elegendo- o que lhe ensejou renome como “tribuno
se Deputado Provincial. Transferiu-se, eloqüente e jornalista vigoroso”. Além de
depois, para Recife, dedicando-se ao orador e jornalista voltou-se também para a
magistério. Maximiano Lopes Machado foi ficção escrevendo um “romance”, cujo o
professor, jornalista, político e advogado. enredo retrata fatos ocorridos em
Todavia, destacou-se como historiador. Pernambuco, 1828 e 1830.
Coube a ele o mérito de escrever a primeira
Referências:
História da Província da Paraíba,
fundamentada em documentos estudados e

85
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Ângela teve duas edições, uma em 1956 e
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
outra em 1961.
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.

MACHADO, Raul Campelo – (* Referência:


SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
07.04.1891, Taperoá-PB – + 19.07.1954,
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
Recife-PE). Na qualidade de jornalista, União, 1994.
ocupa o lugar de redator de A União. MAIA, Benedito – Jornalista e escritor.
Colaborou em todos os jornais paraibanos Diretor do Semanário O Nordeste.
da sua época. Filho de João Machado da
Silva e de Júlia Campelo Machado. Fez os MARINHO, Hilton Moreno – (?) Ex-

estudos primários e secundários na capital diretor de A União e A Crítica.

paraibano. Formou-se em Direito, na


MARIZ, Celso Marques – (* 17.12.1885,
Faculdade do Recife. Tido como exemplo
Sousa-PB – + 03.11.1982, João Pessoa-PB).
da poesia parnasiana da Paraíba.
MARIZ, Celso Marques – (* 17.12.1885,
Referências: Sousa-PB – + 03.11.1982, João Pessoa-PB).
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Filho do advogado Manuel Marques Mariz e
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994. de Adelina de Aragão Mariz. Descendente
de abastada família local, cuja atuação
MADRUGA, Manoel – (* 02.02.1881,
política remonta ao vigário Marques, que
Serra da Raiz-PB). Funda, em Manaus,
em 1854 ocupou uma cadeira na Assembléia
Evolução, jornal e a revista Palladium, revista
Provincial. Órfão de pai aos três anos, Celso
e os jornais Extremo Norte, Boêmio e O
Mariz foi criado pelo padrinho, Félix
Soldado, entre 1904 e 1907. Atuou também
Joaquim Daltro Cavalcanti e sua esposa,
como redator de O Correio do Norte e de La
Domitila. Na época, a família deixava
Voz de Espãna. Utiliza os pseudônimos
Piancó para residir em Taperoá, onde Félix
Agurdam, Manoel Moreira, Joffely de
Daltro exerceu o cargo de juiz de direito e
Morais e Eu mesmo. Defendia nos jornais
Celso Mariz foi alfabetizado. Em 1904, aos
posição marxista. Viveu também no Rio de
dezenove anos, sob a proteção de Dom
Janeiro e em Fortaleza, onde se forma em
Adauto Aurélio de Miranda Henriques,
Direito aos 44 anos de idade, em 1916. É
Arcebispo da Paraíba e amigo pessoal de
autor das obras memorialista Serra da Raiz
seu padrinho, Mariz matricula-se como
(1955) e Memórias (1961). Seu romance
ouvinte no Seminário Diocesano da capital.
Um ano depois, após ser reprovado nos

86
exames de admissão do Lyceu Paraibano, sertanejo) e do seu desenvolvimento (os
inicia carreira jornalística em O Comércio, municípios). Com este livro Celso Mariz
folha dirigida por Artur Achiles. Atraído ingressou no Instituto Histórico e
pelas oportunidades de trabalho da Geográfico Paraibano, instituição que
Amazônia da época da borracha e, ao dirigiu no biênio 1944/46, e em cuja revista
mesmo tempo em busca dos irmãos, ali colaborou com nove artigos, o primeiro em
residentes, Celso Mariz viajou até Manaus e 1948 e o último em 1971. Em 1915, Celso
Belém, depois de breve passagem pelo Rio Mariz encontra-se estabelecido na capital,
de Janeiro. No Norte, chegou a ser revisor tornando-se um dos mais aguerridos
do jornal A Província do Pará, durante alguns seguidores de Epitácio Pessoa, tendo
meses do ano de 1906. Malograda a participado ativamente da campanha
experiência, Mariz voltou à capital paraibana eleitoral que derrotou definitivamente o
em 1907, quando passou a integrar os alvarismo no Estado e estabeleceu a base de
quadros do jornal A União, tendo logo em domínio da oligarquia da família Pessoa.
seguida se transferido para o recém fundado Essa opção política o levou a tornar-se um
jornal O Norte (1908). Nomeado professor dos fundadores do efêmero jornal A Notícia,
público, com exercício em Catolé do Rocha, que pretendia firmar-se como o órgão de
conheceu Santina Henriques de Sá, com expressão da vanguarda epitacista, então
quem se casou. Em seguida, foi nomeado denominada de “Jovens Turcos”, que
inspetor regional do ensino, o que lhe durante o governo Camilo de Holanda
possibilitou viajar pelos municípios manteve acirrada disputa política com a
sertanejos, onde colheu as informações velha guarda do epitacismo, denominados
necessárias para a feitura do seu primeiro pejorativamente de “Guelas”. Tal disputa,
livro, Através do Sertão, escrito em 1909 em durante alguns meses, tomou o aspecto de
Taperoá, quando Mariz foi eleito uma guerra de artigos de jornal; os Jovens
Conselheiro municipal, e publicado pela Turcos atacando em A notícia e os Guelas
Imprensa Oficial em 1910, no momento em revidando pela A União. Essa contenda
que o agora historiador estava de volta à política, que tinha como arma os periódicos,
Cidade da Paraíba. Em seu livro de estréia, só cessou com a intervenção direta de
Celso Mariz descreve o que chama de sub- Epitácio Pessoa e o fechamento do jornal A
civilização sertaneja através de sua gênese notícia. Neste mesmo ano de 1915, Mariz é
(conquista do território), do seu produto (o nomeado pelo governador Castro Pinto

87
para exercer o cargo de diretor da secretaria principais produtos de exportação. No dizer
da Assembléia Legislativa do Estado, de Celso Mariz, Evolução econômica da Paraíba
iniciando, assim, uma fase de intensa era o capítulo econômico que faltara aos
participação política. Em 1922, ele publica Apanhados Históricos da Paraíba, onde é bem
seu segundo livro Apanhados Históricos da mais saliente o viés político. No ano de
Paraíba, com o objetivo de fazer uma síntese 1940, com a ascensão de Ruy Carneiro,
da história do Estado desde a fundação da Celso Mariz encerra um ciclo de intensa
cidade de Nossa Senhora das Neves, ou participação política, que havia tido início
seja, 1585, até o ano de 1920. Em 1924, em 1915. Afastado temporariamente do seu
Mariz é eleito deputado estadual devido à cargo burocrático na secretaria da
influência de João Suassuna e a sua Assembléia Legislativa, dedica-se,
condição de ferrenho epitacista. No sobretudo, à atividade de pesquisar o
governo João Pessoa, Mariz é nomeado arquivo da Instituição. Por esse motivo, a
diretor do jornal oficial do Estado A União, década de 40 é o momento de sua maior
cargo que ocupa por alguns meses, quando produção enquanto historiador e intelectual.
desentendimentos com o Presidente do Em 1941, torna-se um dos fundadores da
Estado ocasionam seu afastamento do Academia Paraibana de Letras; em 42
jornal e a sua retirada momentânea da arena publica uma vasta biografia do Padre
política. No ano de 1935, a convite de Ibiapina; em 43 escreve e publica uma
Argemiro de Figueiredo, Mariz volta à cena plaquete sobre a vida de Carlos Dias
política para ocupar o cargo de secretário Fernandes, como também reúne, no livro
pessoal do então governador, sendo, em Cidades e Homens, as conferências
seguida, nomeado Secretário da Agricultura, municipalistas, que, a convite da Associação
Comércio, Viação e Obras Públicas e Paraibana de Imprensa proferiu em algumas
Diretor do Departamento de Educação. Em das cidades mais importantes do Estado,
1939, ele publica Evolução econômica da entre 1939 e 1943; no ano de 46 publica
Paraíba, fruto das suas indagações enquanto Memória da Assembléia Legislativa, desde o ano
Secretário de Estado. Neste livro, Celso de sua fundação até 1935, e um pequeno
Mariz procura esclarecer as origens dos opúsculo, intitulado Areia e a rebelião de 1848;
problemas que afetaram o progresso da dois anos depois, lança um outro opúsculo,
Paraíba por meio da história do intitulado Pilões antes e depois do termo. Em
desenvolvimento da lavoura dos seus 1950, Celso Mariz retorna, por alguns meses

88
à cena política, quando é nomeado a pergunta levanta, talvez me propusesse a
secretário de governo na gestão de José ser, por exemplo, o Dr. Juscelino
Targino da Costa. Neste mesmo ano, Kubistschek para construir Brasília em
aposenta-se, sem, contudo, deixar de Sousa. Mas, voltando à realidade, gostaria
cultivar um permanente vínculo com o de ser quem sou”. Celso Mariz faleceu em
poder, o que demonstra o decreto de 1973, João Pessoa no dia três de novembro de
nomeando uma rua entre Tambauzinho e 1982, aos noventa e seis anos de idade.
Miramar de Geraldo Gonçalves Mariz, Redator: CRNF
único filho do historiador, adotado em 1938 Referências:
e falecido em 1967. Depois da ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
aposentadoria, Celso Mariz dedica-se, uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
União, 1994.
sobretudo ao jornalismo, escrevendo para
NASCIMENTO FILHO, Carmelo Ribeiro
praticamente todos os jornais da Paraíba e do. O historiador burocrata: uma análise
colaborando em jornais de Pernambuco e historiográfica da obra de Celso Mariz. In.:
SÁ, Ariane Norma de Menezes;
do Rio de Janeiro; e de maneira menos MARIANO, Serioja R. C. (Orgs.). Histórias
freqüente a história. Em 1954, publica da Paraíba: autores e análises sobre o século XIX.
João Pessoa: Editora Universitária/UFPB,
Restauração do município e criação da comarca de 2003.
Pilões, um estudo mais aprofundado sobre a MARIZ, Celso. Figuras e fatos. João Pessoa:
história do referido município; em 1957 é a A União, 1976.
______. Memória da Assembléia Legislativa.
vez da publicação de um pequeno opúsculo
Aumentada e atualizada por Deusdedit
sobre a história de Catolé do Rocha. No Leitão. João Pessoa: Assembléia Legislativa,
1987.
ano de 1976, Mariz publica seu último livro,
PROJETO HISTÓRIA ORAL. FGV-
Figuras e Fatos, em que reúne artigos e
CPDOC-UFPB-NDIHR. Entrevista com
crônicas publicados em toda a imprensa Celso Mariz. João Pessoa, 1981.
paraibana em mais de setenta anos de TERCEIRO NETO, Dorgival. Celso Mariz -
uma legenda entre os melhores escritores paraibanos.
atividade jornalística. No entanto, Figuras e João Pessoa: IHGP, S/D (Coleção
Fatos não foi uma despedida do jornalismo e historiadores paraibanos. Nº 10).
da vida pública; Celso Mariz continuou a MARIZ, Romeu – (*15.10.1880, Souza-PB
escrever e, mesmo em seus últimos anos, – + 22.05.1962, Rio de Janeiro-RJ)
não perdeu a lucidez. Certa vez, ao ser Pseudônimo de Chico Peba. Ainda jovem
questionado sobre quem gostaria de ser, fixa residência no Pará, onde se dedica ao
respondeu: “Dentro da graciosa fantasia que jornalismo, tornando-se redator de A

89
Província do Pará. Inicia em 1902 suas Banda do Clube Astréa, dando início a sua
publicações com o livro de poesias Limbo, carreira musical. Como músico, participou
em 1905 publica Cosmorama; em 1908, da fundação do Clube Sinfônico que
Crônicas sertanejas. realizava serestas que animavam os

Referências: veraneios em sua casa, na praia do Poço.

SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Nessa época, Coriolano atuava


Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A profissionalmente como professor
União, 1994.
particular, atividade que exerceu até 1905,
MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano quando voltou a ser comerciante. Também
de – (* 30.11.1875, Patos – + 25.04.1974). neste ano casou-se com a pianista Eulina
MEDEIROS, João Rodrigues Coriolano Medeiros. No ano de 1910, foi nomeado,
de – (* 30.11.1875, Patos – + 25.04.1974, pelo então Presidente Mons. Walfredo Leal,
João Pessoa). João Rodrigues Coriolano de Escriturário da Escola de Aprendizes
Medeiros era filho de Aquilino Coriolano de Artífices, instituição da qual se tornou
Medeiros e D. Joana Maria da Conceição. diretor em 1922, cargo este em que veio a se
Quando tinha apenas dois anos de idade, aposentar posteriormente. Em 15 de agosto
sua família mudou-se para a capital do de 1891 fundou um jornalzinho que servia
estado, onde, pouco tempo depois, morreu para criticar os colegas que não lhe eram
seu pai. Após a morte do pai de Coriolano, muito simpático. Colaborando na imprensa,
sua mãe casa-se novamente com o Sr. podemos encontrá-lo como redator de O
Vitorino da Silva Coelho Maia, por quem Comércio, de Arthur Aquiles, e também
Coriolano nutria grande gratidão. Coriolano como colaborador de A União Tipográfica,
inicia seus estudos na capital, concluindo os em 1894. Coriolano foi Sócio fundador do
preparatórios no Lyceu Paraibano, em 1891 Centro Literário Paraibano, no remoto ano
época em que se matriculou na Faculdade de 1893 e do Instituto Histórico Geográfico
de Direito, em Recife. Porém, a necessidade Paraibano, integrando a sua primeira
de ajudar a mãe com o sustento da casa o diretoria; também fez parte da associação
fez abandonar o curso no terceiro ano, para dos Homens de Letras, associação de feição
se tornar inicialmente comerciante e acadêmica, com trinta membros efetivos,
posteriormente, em 1889, ingressar no criada por sugestão de Camilo de Holanda,
serviço público, como funcionário dos então Presidente do Estado. Junto com
Correios, onde fica até 1900. A partir de Coriolano, participaram da fundação Pedro
1901, Coriolano começa a fazer parte da

90
Baptista, Hortêncio de Souza Ribeiro, José Comércio, onde publicou seus primeiros
Gomes Coelho e Mateus de Oliveira; escritos literários. Também colaborou em:
também participou do Gabinete de Almanaque do Estado da Paraíba, Era Nova e
estudinhos de geografia e história da A Imprensa. Além de trabalhos publicados
Paraíba e, ainda, por sua iniciativa, fundou a em livros, revistas, periódicos e jornais,
Academia Paraibana de Letras, um dos atos Coriolano escreveu e publicou os livros:
mais importantes de suas atividades como Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba,
intelectual, onde ocupou a cadeira 7, cujo 1914; Do litoral ao sertão, 1917; O tesouro da
patrono era Arthur Achilles. Sucedeu Carlos cega, 1922; O Tambiá da minha infância 1994,
Dias Fernandes, como modelo de Mestres que se foram, 1925; O Barracão, 1930;
intelectual paraibano; seu livro de memórias Manaíra, 1936; A evolução social e histórica de
O Tambiá da minha infância e também Patos, 1941; Sampaio, 1955. Redatores: LO
Sampaio, histórias de um famoso bêbado da e CRNF
capital, foram um sucesso de público pouca Referências:
vezes visto na Paraíba. Era sócio ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
correspondente do Instituto Histórico e uma bibliografia paraibana. Rio de Janeiro,
1994.
Geográfico de Sergipe, como também do de
BICHARA, Ivan. Coriolano de Medeiros,
São Paulo. O professor, poeta, jornalista, In: Revista do Inst. Hist. Geog. Paraibano, Vol.
historiador e romancista Coriolano de 22, 1979.
Medeiros foi durante os últimos 25 anos de BÔTTO, Itapuan. O educador Coriolano de
Medeiros. In: Revista do Inst. Hist. Geog.
sua vida privado de sua visão, período em
MEDEIROS, Coriolano. O Tambiá da minha
que viveu recolhido contando apenas com a infância. João Pessoa: A União, 1994.
companhia de sua governanta e dos filhos ______. Sampaio. João Pessoa: A União,
1994.
desta, quando em 15 de abril de 1974 veio a
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos.
falecer às 7:30 da manhã, em sua residência Coriolano de Medeiros-Presença da Paraíba em sua
na capital paraibana. Em sua carreira bibliografia. Oficinas gráficas da Escola
Industrial da Paraíba, 1966.
literária Coriolano fez uso de inúmeros
MARTINS, Eduardo. Coriolano de Medeiros -
pseudônimos, sendo os mais famosos: notícia bibliográfica, A União, 1975.
C.M., Heráclito, José Tambiá, Libório de NÓBREGA, Humberto. Coriolano de
Assumpção, Roco, Zé Foguete, Marimbão Medeiros-Notas para a sua biografia. In:
Revista do Inst. Hist. Geog. Paraibano, vol. 22,
& Cia, Estrela Dalva. Sua participação em 1979.
jornais foi intensa, principalmente em O MELO, José Octávio de Arruda. Coriolano
e a Revista do Instituto Histórico. In: Revista

91
do Inst. Hist. Geog. Paraibano. vol. 22, 1979. Enveredou na política partidária, elegendo-
TAVARES, Eurivaldo Caldas. Coriolano, o se Deputado Provincial e Senador da
justo. In: Revista do Inst. Hist. Geog. Paraibano,
1979. República pela Paraíba. Em 22 de outubro
de 1896, assumiu o Governo do Estado,
MEIRA, Padre – Ver HENRIQUES,
permanecendo no cargo até o ano de 1900.
Padre Leonardo Antunes Meira.
Morreu em 1908 ainda como defensor da
MELLO, Antônio Alfredo da Gama e – república e dos direitos republicanos.
(* 01.10.1849, João Pessoa-PB – + Referências:
12.04.1908, João Pessoa-PB). Filho de
CASTRO, Oscar de. Vultos da Paraíba. Rio
Severino Antônio da Gama e Mello, de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
professor de Latim, e de D. Alexandrina
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
d’Ávila e Mello. Fez os estudos deira17.htm
fundamentais em escolas particulares da MELLO, Benjamin Franklin d’Oliveira
capital e o secundário no Lyceu Paraibano. e – ( Paraíba – + 6.06.1884). Nasceu na
bacharelando-se em Direito pela faculdade Paraíba onde fez os primeiros estudos.
do Recife, em 1873, tendo sido Bacharelou-se em Direito, pela faculdade de
contemporâneo de Castro Alves, Cardoso Recife, em 1859. Jornalista, O Despertador
Vieira e Tobias Barreto. Influenciado pelas esteve por muito tempo sob a sua direção
idéias de Tobias Barreto, líder dos onde guiado por Felizardo Toscano de
estudantes, Gama e Mello sonhava com Brito “educou-se na política, adquirindo
uma transformação política e social, cedo, por proveitosos estudos e pelas sábias
ansiando por um Brasil, mentalmente, mais lições, uma invejável experiência do mundo
evoluído. Tornou-se um grande filósofo, político que adotara. Dotado de inteligência
destacando-se na oratória, sendo e aptidão para o funcionalismo público e de
comparado ao Grande Cícero; foi. fundador de qualidade apreciável, encarreirou-se na
A República, jornal dissidente que pregava o magistratura “na província onde nascera, à
sentimento de justiça e de igualdade dos sombra da bandeira liberal, cujas idéias
cidadãos. Herdou do pai a vocação para as professara”, ocupando o cargo de juiz de
línguas clássicas, substituindo-o, através de direito de Pombal, em 1879, e o de chefe de
concurso, na cadeira de Latim do Lyceu, polícia e juiz de direito de Jaguaribe mirim,
onde, também, lecionava Retórica, no Ceará. Político vinculado ao Partido
chegando a diretor do estabelecimento. Liberal. Juiz de Direito.

92
Referência: Chatô, como era conhecido o jornalista,

SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. considerando que ele é um dos últimos
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A remanescentes do típico jornalista daquele
União, 1994.
século, caracterizado, sobretudo, pelo
MELO, Francisco Aurélio Figueiredo – espírito da polêmica que guiou toda a sua
(* 03.08.1854, Areia-PB – + 09.04.1916, Rio carreira jornalística e sua vida pessoal. Sobre
de Janeiro-RJ). Como jornalista, esse irmão o pequeno Chatô, a primeira lembrança que
de Pedro Américo, colaborou com o o acadêmico Gilberto Amado (1992) tem
Almanaque Brasileiro, da Garnier, e A Semana, do meninote é a de tê-lo visto sair do
periódico carioca. Seu romance, O Convento de São Francisco, no Recife, com
missionário (1899), foi publicado no Correio do um livro debaixo do braço. Já Gilberto
Povo, do Rio de Janeiro durante o período Freyre (1992), que o chamava de “homem
de 21 de abril a 08 de agosto de 1890. orquestra”, reitera a opinião de Amado,
Referência: quando observa que o jornalista nunca

SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. deixou de ser um “menino de olhos


Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa. A vivíssimos diante do mundo”. É de um
União/Conselho Estadual de Cultura, 1994.
livro, Atala, do famoso escritor do
MELO, Francisco de Assis romantismo francês, François
Chateaubriand Bandeira de (* Chateaubriand, que tem origem o nome do
05.10.1892, Umbuzeiro-PB – + 05.0.4.1968 mais importante criador de veículos de
Rio de Janeiro-RJ). Até 1994, quando comunicação de massa brasileiro. Seu pai,
Fernando Morais deu ao público brasileiro Francisco Chateaubriand Bandeira de Mello,
seu Chatô, o rei do Brasil, o jornalista assim foi nomeado em homenagem ao
paraibano não contava com uma biografia escritor francês, pelo seu avô. Antes da
digna da grandiosidade de sua obra, nem de proclamação da república, ele se casa ainda
sua polêmica e fascinante existência. Por muito jovem com Maria Carmem, com
isso, todas as informações aqui seguem de quem teve outros filhos, sendo
perto o ponto de vista e o olhar desse Chateaubriand o terceiro deles.
escritor, que fez profunda e extensa
Segundo Morais, sua infância foi marcada
pesquisa. Considerando que o objetivo
pela gagueira, a feiúra, além do raquitismo e
principal desse dicionário são os escritores
um tom amarelo na pele, que denunciava
do século XIX daremos prioridade à
três séculos de malária ancestral. Sua
primeira fase da carreira jornalística de

93
gagueira foi curada com exercícios de como eram conhecidos, dos jornais Diário de
memorização de pequenos trechos, sendo o Pernambuco e Jornal do Recife foram sua
mais importante deles o de boas-vindas ao primeira cartilha. Dessa maneira informal,
maestro Carlos Gomes. A técnica de ainda analfabeto, passou a estudar francês
memorização não logrou sucesso e o com um belga, e em pouco tempo estava
menino continuou gago, o que dificultou arranhando francês. Após algumas
sua permanência na escola. Aos poucos, ele mudanças, de volta ao Recife, ele enfrentou
parara de falar e tinha acessos de choro. Por a seleção da Escola Naval, na qual obteve
decisão do seu pai, que se afastava da desempenho sofrível em português e
família para assumir um emprego em matemática, representado pelo
Belém, foi viver com seu avô materno o “Simplesmente”, com Plenamente em
capitão Urbano Gondim, em Timbaúba, geografia, francês e cosmografia do Brasil.
antiga prescrição do médico da família. Ao Aos doze anos deixa de ser analfabeto.
contrário dos amigos engomadinhos do Gilberto Freyre afirma que mouro é o
Recife, seus companheiros passaram a ser melhor adjetivo para Chatô, que para ele foi
os filhos dos colonos, meeiros e modestos “um brasileiro que trabalhou como um
empregados do avô, com quem partilhava mouro”. Provavelmente se referia ao fato
uma vida livre. Após uma temporada no de o paraibano ter começado a trabalhar ao
interior e de exercícios de falar sozinho, o doze anos, tão logo foi alfabetizado, em um
menino ficou curado da gagueira, mas aos armazém de tecidos, o Othon Mendes &
nove anos não sabia ler, nem escrever. A Cia. Aproveitou o salário para investir em
despeito dos esforços do pai, Chateaubriand curso de línguas e em livros. Segundo
era aos dez anos de idade, um moleque de Morais, o interesse do jornalista eram as
rua, a quem pouco interessavam os saraus e leituras: “jornais, romances, revistas,
conversas culturais a que esse lhe submetia, ensaios, ele lia o que lhe caísse nas mãos”.
como demonstra o fato de chegar a esta Entre esses destacam-se a Reveu deux Mondes
idade e ainda não ter se alfabetizado. Já era e Les Annales, periódicos franceses de grande
quase um rapaz quando iniciou as primeiras prestígio à época, utilizados por ele para
letras com os paraibanos Manoel Távora impressionar José Godói e Vasconcelos,
Cavalcanti e Álvaro Rodrigues Campos, que diretor da Gazeta do Norte. Soube através
costumavam visitar a casa da família em dos franciscanos de uma biblioteca
Dois irmãos. Os anúncios, ou “manteigas”, abandonada em um casarão da Madalena,

94
perto do Prado. Ao se informar sobre a fundado um novo jornal, O Pernambucano,
consulta, os padres ofereceram-lhe o para o qual foi convidado para trabalhar
pequeno tesouro, recheado de obras em como aprendiz por metade do salário. Ao
alemão. O aluno dedicado e curioso tinha à mesmo tempo, publicava colaborações
mão os autores Goethe, Schiller, Heine e sobre pecuária e agricultura no jornal A
Nietzsche, toda a obra completa e...anotada! Cidade, de Nazaré da Mata.
As leituras inspiraram Chateaubriand para o Magro e acanhado, a ponto de ser chamado
destino certo dos homens de letras da de “calango assustado” e “magrelo elétrico”
época: os jornais. No seu caso, o Jornal por Gilberto Amado, Chateaubriand entra
Pequeno, em frente ao armazém de tecidos para o Exército com o propósito de
onde iniciou sua carreira jornalística, melhorar sua condição física. Na instituição,
bisbilhotando fascinado o trabalhos dos sua vocação de jornalista e sua condição
jornalistas, dos tipógrafos e dos repórteres. física precária levam o coronel a
Depois de ter pedido pessoalmente um transformá-lo em diretor do jornalzinho O
emprego à família Lundgren, a maior Fundão.
anunciante dos jornais pernambucanos, foi
Chateaubriand, o último dos polemistas do
trabalhar no recém criado Gazeta do Norte. O
jornalismo brasileiro, faz sua estréia no
jornal não dura muito tempo, como era
gênero em 1910, ao entrar na polêmica que
próprio da época e Chateaubriand fica
se travava no Rio de Janeiro entre nas
desempregado.
colunas do Jornal do Comércio e de A Imprensa.
O pai aproveitou o período de desemprego Enquanto o primeiro acusava, o último
do filho para instá-lo a fazer os defendia Manuel de Oliveira Lima, amigo
preparatórios para ingressar na Faculdade de Rui Barbosa, da acusação de “usar o
de Direito da capital do Estado. Durante posto oficial, em conferências
um ano ele aproveitou para ler e estudar internacionais, para empurrar o Brasil para
para o concurso. Nesse período devorou os posições antiamericanas. Utilizando o Jornal
artigos de Rui Barbosa, Carlos de Laet e do Recife para publicar dois artigos em defesa
Eduardo Salomonde. Os estudos deram de Oliveira Lima, que não repercutiram,
resultado e ao fim do ano, ele foi aprovado afinal ninguém conhecia A. Bandeira de
para a Faculdade de Direito do Recife. Tão Melo, mas lhe custaram o emprego. Sem
logo saiu o resultado, saiu à procura de arrefecer, Chateaubriand publicou de seu
emprego, quando soube que estava para ser próprio bolso um folheto de quarenta

95
páginas com os dois artigos e outros que antigo do Rio de Janeiro, fundado em 1827,
haviam sido censurados. A polêmica tomou além dos célebres Correio Brasiliense, fundado
uma proporção bairrista e repercutiu o fato por Hipólito José da Costa. No ano
de um pernambucano, Oliveira Lima, ser seguinte, Chatô arrebatou o Diário da Noite,
defendido por um moleque paraibano. O de São Paulo. Também nessa época,
folheto lhe abrira as portas para o jornal comprou o Diário de Notícias, do Rio Grande
mais importante da época, com um salário do Sul, que malograva. Nessa época, passou
de cem mil-réis: o Diário de Pernambuco. a liderar o mercado de jornais na maioria
Ainda no Recife, ele participa da mais das capitais brasileiras.
importante polêmica da época, travada Gilberto Amado acredita que
entre José Veríssimo e Silvio Romero. Chateaubriand tenha publicado mais de
Mudou-se para o Rio de Janeiro e 15.000 artigos durante toda a sua vida nos
colaborou com o Correio da Manhã. Em jornais dando oportunidades a escritores e
1924, assumiu a direção de O Jornal, artistas desconhecidos que depois virariam
embrião dos “Diários Associados”, um grandes nomes da literatura, do jornalismo e
conglomerado de empresas de comunicação da pintura, dentre eles Graça Aranha, Millôr
que chegou a quase uma centena. Naquele Fernandes, Anita Malfatti, Di Cavalcanti,
mesmo ano, consegue comprá-lo com os Cândido Portinari, entre outros.
recursos financeiros fornecidos por alguns Determinante foi o lançamento de Cruzeiro,
"barões-do-café" liderados por Carlos em dezembro de 1928, a primeira revista
Leôncio (Nhonho) Magalhães, e por semanal do Brasil. O primeiro número
Percival Farquhar que Chateubriand apresentou 64 páginas, segundo Morais,
recebera fruto de seustrabalho como repletas de anúncios. Seu miolo era feito de
advogado. Como proprietário, implantou papel cuchê e continha reportagens e artigos
reformas e a substituição de artigos por sofisticados, além de contos. Seu
reportagens instigantes e polêmicas, que lançamento significou a introdução de
deram nova feição ao periodico. A partir novos meios gráficos e visuais na imprensa
dessa época, deu início ao seu império brasileira, com novidades como o
jornalístico, ao qual foi agregando fotojornalismo e a inauguração das duplas
importantes jornais, como o Diário de repórter-fotógrafo, sendo a mais famosa
Pernambuco, o jornal diário mais antigo da delas a que foi formada pelo jornalista
América Latina, e o Jornal do Comércio, o mais David Nasser e o fotográfo Jean Manzon

96
que, nos anos 40 e 50, fizeram reportagens de tv, a Televisão Tupi de São Paulo, canal
de grande repercussão. Entre seus diversos 3, fundada em 18 de setembro de 1950.
assuntos, a revista que depois passou a se Em 1947, com a ajuda de Pietro Maria
chamar O Cruzeiro contava fatos sobre a Bardi, Chateaubriand criou o museu de Arte
vida dos astros de Hollywood, cinema, de São Paulo (MASP), com uma coleção
esportes e saúde. Ainda contava com seções particular de pinturas de grandes mestres
de charges, política, culinária e moda. Com europeus que ele adquiriu a preços de
a cobertura do suicídio de Getúlio Vargas ocasião na Europa empobrecida do Pós-
em agosto de 1954 a revista vendeu a Segunda Guerra Mundial, em aquisições por
supreendente marca de 720.000 exemplares, vezes financiadas a base da chantagem de
algo impensável, pois até então o máximo empresários brasileiros, coleção esta que o
alcançado era a marca dos 80.000. Nos anos presidente Juscelino Kubitschek havia tido
60, O Cruzeiro entrou em declínio devido ao o bom senso de, durante o governo, colocar
desgate de suas fórmulas e o surgimento de sob a gestão de uma fundação, em troca de
novas publicações, como as revistas auxílio governamental ao pagamento de
Manchete e Fatos & Fotos. O fim da revista parte da astronômica dívida do condomínio
aconteceu em julho de 1975. associado.
Na década de 1960 os jornais atolavam-se Em 1957, foi eleito senador pelo Estado da
em dívidas e trocavam as grandes Paraíba e, posteriormente, pelo Estado do
reportagens por matérias pagas. Foi assim, Maranhão, tendo renunciado a este
com esse espírito de vencedor, mandato para assumir a embaixada do
empreendedor, às vezes sem muita ética, Brasil no Reino Unido, cargo que nunca
mais temido do que amado, que Assis levou muito a sério, a tal ponto de seus
Chateaubriand fundou e ruiu em dívidas inimigos afirmarem ser ele embaixador da
(advindas das novas tecnologias importadas) Inglaterra no Brasil. Eleito para a Academia
com o maior império das telecomunicações Brasileira de Letras, em 30 de dezembro de
no país. 1954, ocupou a cadeira 37, deixada por
Com o tempo Chateaubriand foi dando Getúlio Vargas. Nem mesmo o em 1960,
menos importância aos jornais e focando por doença que o deixou tetraplégico, mas
em novas empreitadas, como o rádio e a lhe preservou a consciência. Sua
televisão. Caberia a ele trazer para o Brasil e determinação, espírito de polêmica não o
para a América Latina a primeira emissora deixaram sucumbir e por isso aproveitou a

97
máquina de datilografia para criar um Escola Normal Oficial do Estado da
dispositivo que o permitia, mesmo em Parahyba do Norte.
estado precário, continuar escrevendo seu Em 1917, formado, exerceu o magistério,
artigo diário. Faleceu em 1968, na cidade de na sua cidade natal, retornando no ano
São Paulo. Os Diários Associados seguinte para a capital atuando também
compreendiam 34 jornais, 36 emissoras de como professor. Entretanto, além de
rádio, 18 estações de televisão, uma agência exercer o magistério, tanto no setor público
de notícias, uma revista semanal (O quanto em escolas privadas, foi diretor de
Cruzeiro), uma mensal (A Cigarra), várias diversas escolas, Inspetor Técnico do
revistas infantis e uma editora. Redatora: Ensino Primário e na gestão do Interventor
SFPB Gratuliano Brito (1932-1934) exerceu o
Referências: cargo de Diretor do Ensino Primário do
Academia Brasileira de Letras. Estado. Fundou, em 1934, e foi professor
http://www.academia.org.br/abl (Acesso
em 13/13/2008). da Escola de Aperfeiçoamento de

http://pt.wikipedia.org/wiki/Assis_Chatea Professores que funcionou no Grupo


ubriand (Acesso em 12/12/2008). Escolar Dr. Thomas Mindello.
FREYRE, Gilberto e AMADO,
Chateaubriand em dois perfis. Recife: Diário de Segundo suas próprias palavras a Escola de
Pernambuco, 1992. Aperfeiçoamento de Professores se
JAMBO, Arnoldo. Introdução. In. constituía uma “velha aspiração do
FREYRE, Gilberto e AMADO,
Chateaubriand em dois perfis. Recife: Diário de professorado conterrâneo (...), que veio
Pernambuco, 1992. preencher uma das lacunas mais sensíveis
MORAIS, Fernando. Chatô: Rei do Brasil. de que se ressentia o ensino. Destinada a
3.ed. São Paulo: Companhia das Letras,
1997. ampliar os conhecimentos dos nossos
educadores, recebeu o ato da Interventória
MELO, José Batista de – (* 22.12.1895,
vivos aplausos da classe que reconhece estar
Teixeira-PB – + 9.11.1973, João Pessoa-
no professor o ponto de partida de todo
PB). Filho do casal Juventino Ananias
progresso da instrução.” (PARAÍBA,
Batista de Melo e Elvira Xavier Batista.
Estado da. A Instrução pública na Paraíba,
Iniciou os seus estudos na cidade da
1934, p.17)
Parahyba, atual João Pessoa, na escola da
renomada professora primária D. Francisca Lecionou ainda no Colégio Pio X, na
Moura. Demonstrou, desde cedo, interesse Escola de Comércio “Epitácio Pessoa”, no
em ser professor tornou-se normalista da Colégio Seráfico Santo Antônio e no

98
Seminário Arquidiocesano. Reconhecido mais consentânea com as necessidades do
como importante educador pela aluno. A escola tradicional vai aos poucos
intelectualidade paraibana, ingressou no sofrendo os influxos dos novos processos
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano pedagógicos, de modo a garantir melhor
no dia 28 de junho de 1931, ocupando a educação do nosso povo”. (Estado da
cadeira nº 39, vindo a exercer vários cargos Paraíba, “A Instrução pública na Paraíba”, p.
na sua diretoria. 9-10.)

Em 1935, quando diretor da Instrução A preocupação do governo estadual em


Pública, promoveu a reforma do ensino na acompanhar as discussões bem como as
Paraíba, fundou a imprensa escolar, clubes políticas públicas no âmbito educacional
agrícolas, caixas escolares, o cinema desenvolvidas nos Estado de Minas Gerais,
educativo, o orfeão escolar e as semanas Rio de Janeiro e, principalmente, São Paulo,
pedagógicas que se realizavam, anualmente, enviou “o professor José Baptista de Mello
na capital e em algumas cidades do interior. para estudar nos grandes Estados do sul o
Criou e dirigiu o jornal O Educador e a plano a adoptar-se [na Paraíba] dentro da
Revista do Ensino. (INSTITUTO melhor orientação e das mais modernas
HISTÓRICO E GEOGRÁFICO conquistas pedagogicas” (PARAÍBA,
PARAIBANO. Memorial - Centenário de Estado da. Exposição de 1935, p.12).
Fundação do IHGP 1905/2005, p.122-123) Proferiu diversas conferências relativas às
Segundo Pinheiro (2002), na Paraíba, questões educacionais brasileiras e, mais
tornou-se um dos principais difusores dos particularmente, paraibanas. Escreveu
ideais escolanovistas, ou ainda, um dos muitos relatórios, monografias, e publicou:
intelectuais mais sintonizados com as Carlos Gomes; A Escola Primária, além de
políticas educacionais implementadas pelo artigos na Revista do Instituto Histórico e
Estado ao longo de toda a era Vargas. Geográfico Paraibano, na Revista do
Atento aos novos processos de ensino e Ensino e em diversos órgãos da imprensa
preocupado em dar à escola uma feição local. Entretanto, a sua obra mais
mais prática e mais útil, informava Batista importante é Evolução do ensino na Paraíba,
de Melo em seu relatório de 1932: “A publicado em 1936, tendo sido reeditado,
Escola Nova, vitoriosa em toda parte, veio em 1956 e em 1994 pela Coleção Biblioteca
alterar completamente o ensino primário Paraibana. Esse livro, hoje, se constitui uma
que atualmente obedece a uma orientação das mais importantes referências

99
bibliográficas para a história da educação na grupos escolares na Paraíba. Campinas, SP:
Autores Associados: Universidade de São
Paraíba.
Francisco, 2002. (Coleção educação
Foi membro da Comissão Estadual contemporânea).

Paraibana de Folclore; da Associação MELO, Manuel Cavalcanti Ferreira de –


Paraibana de Imprensa; do Diretório (* 05.02.1861, Guarabira-PB – ). Advogado,
Regional de Geografia; co-fundador do político e jornalista. Colaborou em O Liberal
Instituto São José; provedor da Santa Casa Paraibano, O Estado da Paraíba, A Cidade do
de Misericórdia, tendo sido reeleito por Rio e O Rio de Janeiro.
vários biênios consecutivos. Durante o
MELLO, Pedro Américo Figueiredo. (*
tempo em que esteve à frente dessa
29.04.1843, Areia-PB – + 07.10.1905,
instituição deixou o registro de sua presença
Florença, Itália). Pintor, desenhista,
nos melhoramentos realizados,
professor, caricaturista, escritor. Filho de
principalmente, no Hospital Santa Isabel e
pai violinista e neto de um compositor
na Igreja da Misericórdia.
sacro, Pedro Américo, aos sete anos, já
Exerceu, ainda, as funções de Presidente do revelava talento para o desenho e cantava
Montepio do Estado, diretor do no coral da igreja. A convite do naturalista
Departamento de Estatística e Publicidade e francês Jean Brunet, antes de completar dez
Secretário do Tribunal Regional Eleitoral. anos acompanha como desenhista auxiliar a
Redator: ACFP. expedição científica, desenvolvida no
Referências: Nordeste, liderada pelo alemão Bindseil.
INSTITUTO HISTÓRICO E Por volta de 1855, muda-se para o Rio de
GEOGRÁFICO PARAIBANO. Memorial -
Janeiro, onde estuda no Colégio Pedro II,
Centenário de Fundação do IHGP 1905/2005.
João Pessoa, PB: IHGP, 2005. (CD-ROM) por ordem do Imperador que se torna
PARAHYBA, Estado da. Diretoria do desde então seu protetor; no ano seguinte
Ensino Primário, A Instrução pública na
Paraíba. João Pessoa, PB: Imprensa Oficial, matricula-se na Academia Imperial de Belas
1934. Artes, onde ganhou vários prêmios e
______. (Governo Provisório) Exposição diversas medalhas, o que fez ganhar a
dirigida ao Exmo. Sr. Presidente da
República pelo Interventor Gratuliano Brito alcunha de papa-medalhas por Araújo
referente ao período de junho de 1932 a Porto-Alegre. Entre 1859 e 1864, com bolsa
dezembro de 1934. João Pessoa, PB: Imp.
Official, 1935. concedida pelo imperador D. Pedro II,
PINHEIRO, Antonio Carlos Ferreira estuda na École National Superiéure des Beaux-
Pinheiro. Da era das cadeiras isoladas à era dos Arts [Escola Nacional Superior de Belas

100
Artes] de Paris, onde é aluno de Jean- Comédia Social. Em 1877, expõe em Florença
Auguste-Dominique Ingres (1780- a Batalha de Avaí, encomendada pelo
1867), Hippolyte Flandrin (1809 - 1864) e Ministério do Exército, pintada em
Carle-Horace Vernet (1789 - 1863); no Florença, na biblioteca do convento da
Instituto de Física; e na Sorbonne. Após Santíssima Anunciata. A pintura de grande
viagem pela Itália, retorna ao Rio de Janeiro proporção contou na exposição com a
em 1864 e assume por concurso a cadeira presença de D. Pedro II e foi anunciada em
de desenho na Academia de Belas Artes. vários jornais europeus. A obra é

Sua estadia foi por pouco tempo, exatos novamente exposta, juntamente com a

dois anos, pois criou inimigos na Corte, Batalha dos Guararapes, de Victor Meirelles

entre os quais o Imperador, que achou (1832 - 1903), na Exposição Geral de Belas

licenciosa a sua tela A Carioca, de 1864. Artes de 1879, e gera intensa polêmica e o

Voltou a Paris, onde passou a sobreviver pintor é submetido a uma série de críticas

com a pintura de retratos feitos no café. escritas pelos críticos nacionais, que

Nessa época, foi obrigado a vender todas as consideraram sua obra medíocre e ainda um

medalhas que ganhara em criança. plágio de Batalha de Monte Bello, de


Gustavo Doré. Sobre o assunto, publica em
Com um pé na pintura e outro nas ciências,
1880, o Discurso sobre o plágio na literatura e na
ele se fixa em Bruxelas, onde se titula como
arte. A despeito das críticas, a exposição foi
doutor em ciências naturais pela
um sucesso! Entre 1886 e 1888, pinta a tela
Universidade de Bruxelas em 1869, com a
Independência ou Morte, para o Salão de Honra
tese intitulada La Science et les systemes:
do Museu do Ipiranga. Em 1884, a pedido
questions d´histoire et de philolosophie naturelle.
d´A Gazeta de Notícias, Pedro Américo, que
Vai a Lisboa onde se encontra com Araújo
se encontrava em Turim, contribui com o
Porto-Alegre, seu antigo amigo e protetor,
jornal com alguns escritos sobre a Itália
que era na ocasião Cônsul-geral do Brasil
contemporânea. Os artigos, publicados com
em Portugal, e casa com sua filha. Alterna
o título “Cartas de um Pintor”, são
estadas no Rio de Janeiro e em Florença,
destaque do mês de agosto no periódico,
mas continua como professor de estética,
um dos mais lidos do Rio de Janeiro de
história da arte e arqueologia na Academia
então. Com a Proclamação da República, é
Imperial. Sua relação com o jornalismo tem
eleito deputado da Assembléia Nacional
início em 1870, quando assume a
Constituinte, em 1890. Em 1900 retorna a
responsabilidade pela revista de caricatura A

101
Florença, onde termina seus dias. públicos, entre os quais podemos citar:
Redatora: SFPB Secretário da Prefeitura de João Pessoa,

Referências: Professor de Legislatura do Curso de

SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Agrimensura, no Lyceu; Procurador dos


Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A Feitos da Fazenda Estadual, participante da
União, 1994.
Comissão de Relações Exteriores da
http://www.dezenovevinte.net/txt_artistas
/cartas_pedroamerico.htm Câmara dos Deputados; Presidente do
AMÉRICO, Pedro: Cartas de um Pintor. Conselho Superior do Departamento
Disponível em: Administrativo do Estado; Procurador
http://www.dezenovevinte.net/txt_artistas
/cartas_pedroamerico.htm Judicial do IAPB; Presidente do Instituto da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
MENEZES, Antônio de Aguiar Botto
Secretário de Educação e Secretário do
de – (* 1887, Paraíba – + 08.03.1971,
Interior e Segurança Pública. Era membro
Paraíba). Era filho do Desembargador
do Instituto Histórico e Geográfico
Gonçalo de Aguiar Bôtto de Menezes e D.
Paraibano. Foi empossado na Academia
Maria da Piedade Bôtto de Menezes. Fez os
Paraibana de Letras, em 17 de abril de 1952,
preparatórios no Lyceu Paraibano,
saudado pelo acadêmico Osias Gomes.
bacharelando-se em Ciências Jurídicas e
Aposentado, transferiu-se para o Rio de
Sociais na Faculdade de Direito do Recife.
Janeiro, não esquecendo, porém, o
Ingressou na imprensa paraibana através do
bucolismo do bairro de Mandacaru onde
Jornal A União, onde começou como
viveu a sua infância, o que serviu de
revisor, passou a repórter e a redator, na
inspiração para escrever o livro de
época, sob a direção de Carlos Dias
reminiscências Minha Terra, em 1945.
Fernandes, de quem recebe convite para
Outras publicações de sua autoria: Meu pai,
fundar com este o Jornal do Comércio.
1949; O canto do cisne (poesias), 1957.
Fracassada a tentativa, cria, em 1923, o
Redatora: SFPB
jornal O Combate, tendo como colaborador
na redação o jornalista Samuel Duarte. Foi Referências:
eleito Deputado Federal e, em 1933, SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa A
juntamente com Osias Gomes, fundou o União – 1994
Partido Libertador; manteve a liderança e http://www2.aplpb.com.br/academicos/bo
conseguiu eleger a maioria dos vereadores ttod.htm
desta bancada. Exerceu diversos cargos

102
MOURA, Catarina – (* 20.12.1882, Revista IHGP, João Pessoa, A UNIÃO,
Imprensa Oficial, 1910/1940.
Paraíba; +). Foram seus pais Misael do
Rêgo Moura e Francisca Rodrigues Chaves MONTENEGRO, Olívio Bezerra – (*
Moura. Fez seus estudos primários e 25.09.1896, Alagoinha-PB – + 16.02.1962,
secundários na Escola Normal Oficial, onde Recife-PE). Fez seus primeiros estudos na
recebeu o diploma de professora capital da província natal. Começou a
normalista, em 1902. Feito o curso de estudar Direito em São Paulo, onde
preparatórios no Liceu Paraibano, terminara o curso secundário, vindo a
matriculou-se em 1908, na Faculdade de bacharelar-se, em 1917, na Faculdade de
Direito do Recife, de onde saiu formada e Direito do Recife. No ano seguinte, foi
laureada, em 1912, obtendo também o nomeado Promotor Público de Nazaré da
prêmio de viagem à Europa. Como Mata (Pernambuco) e, em 1923, Juiz
quartanista de Direito, advogou no crime, Municipal do Recife. Seu exercício na
na cidade de Pau d’alho, em Pernambuco. magistratura não foi longo, dedicando-se
Em 1913, no Governo Castro Pinto, fez depois ao magistério e ao jornalismo. No
conferências públicas, no Teatro Santa magistério, prestou dois concursos; um para
Rosa, sobre “Direitos da Mulher” e a cadeira de História Universal, no Ginásio
escreveu, no Jornal A União, crônica Pernambucano, com a tese "A Igreja na
assinada com o pseudônimo de Paraguaçu. Idade Média"; outro para a cadeira de
Na Escola Normal desta Capital ensinou Sociologia Educacional, na Escola Normal
como professora, as cadeiras de Português, do Estado de Pernambuco, tendo sido
Desenho, Francês, e História da Civilização, aprovado com a tese "O dever do Estado
sendo, em 1917, nomeada professora relativamente à assistência aos mais
efetiva da cadeira de Português. Redator: capazes". Foi diretor do Ginásio
FS Pernambucano.

Referências: No jornalismo, foi colaborador efetivo do


SANTANA, Martha M. Falcão de Carvalho Diário de Pernambuco, de 1940 a 1962, e ainda
e M. Mulher e fronteira na historiografia escreveu para jornais e revistas do Rio de
paraibana – 1940/1964. João Pessoa-PB.
Projeto PIBIc/CNPq, (2001). Janeiro, como o Correio da Manhã. Seus
Revista Manaíra, João Pessoa, junho de 1940. artigos, geralmente, tratavam de literatura,
N 08 pág. 03
exercendo sempre uma postura crítica.
A União, João Pessoa de 1930/1940.
Porém não se restringiu a escrever em
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940.

103
periódicos. Olívio Montenegro sempre 1922. Publicou também Memórias do Ginásio
manteve convívio com grandes Pernambucano. Recife: Imprensa Oficial,
personalidades do meio cultural, como 1943, com uma segunda edição em 1954.
Gilberto Freyre, Aníbal Fernandes, Sílvio Ensaios. Rio de Janeiro: MEC, 1954; José
Rabelo, Vicente do Rego Monteiro, Luís Veríssimo. (crítica). Nossos clássicos. Rio de
Jardim, Waldemar Cavalcanti, Jorge de Janeiro: Agir, 1958. Um revolucionário da
Lima, Manuel Bandeira, entre outros. Mas, Praieira. Recife: Imprensa Oficial, 1949, a
talvez sua maior amizade tenha sido com o propósito do jornalista Borges da Fonseca e
outro paraibano, José Lins do Rego, com o seu envolvimento na Revolução Praieira.
qual alimentou vasta correspondência. No campo da crítica: O romance brasileiro

Olívio Montenegro mostrou-se um (1938), obra que o tornou conhecido nessa

bibliófilo, com uma das maiores bibliotecas área Ensaios (1954) e Folhas ao vento (1969 -

particulares do Recife. Segundo Lima, ele edição póstuma).

“abandonou, por exemplo, cadeiras no Redatora: SFPB


magistério para se dedicar a publicações de Referências:
livros e para povoar ainda mais suas ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
estantes”. Foi um dos primeiros leitores a uma bibliografia paraibana João Pessoa: A
União, 1994.
tratar com seus contemporâneos, da
LIMA, Sônia Maria van Dijck. Meu Caro
importância de autores como Marcel Proust Lins. Cartas de Olívio Montenegro In: Projeto
e James Joyce. Esse e outros traços da ATELIÊ DE JOSÉ LINS DO REGO.
http://www.soniavandijck.com/carolin
personalidade de Montenegro são s_cata_logo.htm Acesso em 20/03/2009.
evidenciados nas 132 cartas remetidas “ao SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
amigo, compadre e companheiro de ofício”. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Cartas enviadas ao amigo José Lins do
MOURA, Francisca – (* 02.08.1860,
Rego, que tratam de assuntos diversos,
Paraíba – + 02.02.1942, João Pessoa-PB).
como comentários acerca de literatura,
Filha de Francisco José Rodrigues Chaves e
política e religião.
Catarina de Almeida Rodrigues Chaves. Fez
Olívio Montenegro faleceu no Recife, onde
seus estudos primários nas escolas públicas
participou ativamente da vida literária, em
desta capital e nos cursos particulares
16 de fevereiro de 1962 durante um almoço
Veloso e Francisco Gonçalves de Medeiros.
com amigos. Escreveu um romance Os
Os estudos secundários lhe foram
irmãos Marçal Recife: Imprensa Industrial,

104
ministrados, particularmente, pelo professor Revista IHGP. João Pessoa: A União,
Imprensa Oficial, 1910/1940.
Joaquim Antônio Marques, educador do
Liceu Paraibano, visto como naquele MOURA, Francisco Coutinho de Lima
tempo, neste estabelecimento, só eram – (* 08.04.1867, Paraíba – + 25.02.1957,
admitidos alunos do sexo masculino. Só Niterói-RJ). Sua data de nascimento é
mais tarde, quando já era viúva, é que se controversa. Guimarães (2009) registra pelo
abriu a escola Normal Oficial do estado, menos três datas. Uma, informada pelo
onde recebeu o diploma de professora, no Monsenhor Eurivaldo Caldas Tavares, sócio
ano de 1890. Em 1894, foi nomeada do Instituto Histórico e Geográfico
professora efetiva da Escola Normal. Paraibano, que, por ocasião do
Durante mais de meio século exerceu o septuagésimo aniversário de fundação
magistério particular. O colégio Francisca daquela instituição, lançou um uma plaqueta
Moura foi muito freqüentado. Escreveu as sobre aquela data e nela fez uma breve
seguintes obras: Compêndio de Geografia e biografia dos sócios fundadores, entre os
Pontos de Português, contendo o programa quais se encontra Francisco Coutinho de
completo do ensino da matéria na Escola Lima e Moura. Nesse trabalho consta a data
Normal, programa que fora elaborado pelo de nascimento de F. Coutinho como sendo
Catedrático Dr. Maximiano José Inojosa 8 de abril de 1867. Em ata da sessão do
Varejão. Faleceu no dia 02 de fevereiro de Instituto, datada de 30 de março de 1957,
1942. Redator: FS consta o registro de homenagem prestada
por Rocha Barreto ao jornalista por ter
Referências:
completado em 10 de janeiro, o 1º
Revista Manaíra, João pessoa, agosto de
1940. Nº 10 pág. 02. centenário de seu nascimento. Em 20 de
Jornal A União, Quarta-feira, 04 de maio de 1967, Humberto Nóbrega registrou
novembro de 1942 p. 05
de Francisco Coutinho de Lima e Moura, a
FREIRE, Carmem Coelho de Miranda.
História da Paraíba para uso Didático. João 8 de maio.
Pessoa: A UNIÃO Cia Editora 1987.
Fez seus estudos primários com o professor
SANTANA, Martha M. Falcão de Carvalho
e M. Mulher e fronteira na historiografia João Licínio Veloso, consagrado mestre
paraibana – 1940/1964. João Pessoa-PB. paraibano que dava aulas particulares.
Projeto PIBIc/CNPq, (2001).
Estimulado pelo professor Veloso, aos 16
A União. João Pessoa de 1930/1945.
anos de idade, Francisco Coutinho
A Imprensa. João Pessoa de 1928/1940.
submeteu-se ao exame de Português no

105
Liceu Paraibano, aproveitando-se da Em 1913, Coutinho já pertencia ao quadro
legislação da época que permitia exames funcional do Liceu como Preparador.
parcelados. Na província havia então dois Coutinho também foi lente da Escola
luminares na disciplina de Português: um, Normal, onde lecionou no 1º ano de
era o professor Veloso; outro, era o Aritmética; ensinou Geometria no Clube
professor Maximiano José Inojosa Varejão, Benjamin Constant, do qual foi fundador. A
que, além de lente de Português no Liceu criação do Ensino Noturno, na
Paraibano, mantinha um curso primário administração Castro Pinto, contou com
particular. Continuou os preparatórios no sua participação.
Liceu a fim de matricular-se na Faculdade Ao jubilar-se no magistério paraibano foi
de Direito do Recife, onde cursou durante fixar-se no Rio de Janeiro, onde exerceu a
três anos, trancando sua matrícula por falta advocacia e o jornalismo, tendo depois
de apoio financeiro. voltado à terra natal, quando publicou seu
Foi professor primário na vila do Pilar, para 3º volume de Reminiscências, aos 80 anos.
onde foi nomeado interinamente pelo Foi colaborador da Fazenda da Província.
presidente da Província, Silvino Elvídio Era funcionário da Repartição Geral dos
Carneiro da Cunha – o Barão de Abiaí –, Telégrafos, onde exerceu o cargo de
em substituição ao professor Joaquim telegrafista de 4ª classe; chefiou a Repartição
Ignácio Lima e Moura, que se encontrava de Alagoa Grande durante 11 meses, tendo
doente. Em 1888, em Guarita, fez parte da sido ele próprio quem instalou a
comissão examinadora nos exames aparelhagem de transmissão daquela
primários da primeira escola feminina da localidade; serviu interinamente, durante 15
cidade, cuja professora era uma sobrinha de dias, em Mamanguape, substituindo o chefe
Albino Meira. Participou de várias Honório, que se encontrava doente.
comissões examinadoras, inclusive no grupo
Em 1899, nas eleições de 30 de novembro,
escolar Thomaz Mindelo.
foi eleito deputado para a Assembléia
Em 1890, Venâncio Neiva criou a primeira Legislativa Estadual, como representante da
cadeira do primário do sexo masculino, em capital, com 8.968 votos, ocupando o 25º
Cabedelo, e a ele deve sua transferência de lugar na votação. A Assembléia era
São João do Rio do Peixe para aquela constituída de 30 deputados.
cidade, onde continuou exercendo o cargo
de professor primário vitalício.

106
Foi um jornalista militante. Colaborou em
vários jornais da Paraíba. Estava entre os
primeiros colaboradores do jornal A União.
Foi gerente da Imprensa Oficial e durante o
governo Gama e Melo era o jornalista
político do jornal, uma espécie de porta-voz
do governo. Muitas vezes – conta ele – ia a
Palácio para apanhar o artigo do Presidente
Gama e Melo

Trabalhou no O Jornal, de João da Matta


Correia Lima, donde também foi gerente.
Muito ligado a João da Matta, muitas vezes
ia à sua residência para apanhar matéria para
o jornal, e não raro João da Matta ditava
para ele o artigo a ser publicado. Escreveu
na revista Manaíra, dirigida por Wilson
Madruga e Alberto Diniz, na época em que
dela participei. Também escreveu em A
Imprensa.

Referências:
GUIMARÃES, Luiz Hugo. “Francisco
Coutinho de Lima e Moura”.
Escritor e Jornalista. Disponível em
http://www.luizhugoguimaraes.com.br/fra
ncisco_coutinho.html. Acesso 22/01/2009.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.

107
residência, à Rua Treze de Maio; mais tarde,

 N optou pelo comércio e, ainda jovem,


aprendeu o ofício de tipógrafo. Mesmo
sendo um bom redator, não foi
propriamente um jornalista, identificava-se
NACRE, Mardokeu – (* 02.06.1886, mais com o sociológico e a poesia.
Recife-PE – + 01.02.1971, João Pessoa-PB). Começou a publicar os seus poemas em A
Aos quatorze anos transfere-se para J. União Tipográfica e na Gazeta da Manhã. Em
Pessoa, onde conclui os estudos e inicia-se 1905, ao lado de Ascendino Cunha, Neves
no jornalismo com redator de A União, Junior fundou o Instituto Maciel Pinheiro,
jornal que chega a dirigir durante vários mas, com o surgimento do Colégio pio X, o
anos, tornando-se modelo de uma geração Maciel Pinheiro não sobreviveu, e o seu
de jornalistas. Publica em diversas edições fundador foi trabalhar na firma Brito Lira e
da revista Era Nova. Cia; Em 1927, seguiu para o Rio de Janeiro,
Referência: passando a exercer o magistério, investindo,
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. também, numa indústria de produtos
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
químicos. Dez anos mais tarde, sem família
União, 1994.
e doente, foi acolhido pelo amigo Agripino
NEVES JÚNIOR, Theodomiro Ferreira
Nazareth até o seu falecimento.
– (* 14.08.1875, João Pessoa-PB – +
30.12.1940, Rio de Janeiro-RJ). Jornalista e Referências:
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
professor, cursou Direito no Recife, mas
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
não conseguiu se formar. Publicou pela União, 1994.
Garnier o livro Arestas (1909), uma SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de
literatura brasileira.
coletânea de poesias publicadas em jornais http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
da época. Junto a Augusto dos Anjos deira23.htm
fundou o Instituto Maciel Pinheiro. Fez os NEVES, Alfredo Jader de Carvalho – (*
preparatórios na Paraíba, transferindo-se, a 10.09.1872, João Pessoa-PB). Deixa a
seguir, para o Recife com a intenção de carreira militar para dedicar-se ao
freqüentar a Escola de Direito, por motivos jornalismo.
desconhecidos não concluiu o curso,
Referência:
decidindo-se pelo magistério particular; para
este fim, instalou uma escola em sua

108
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. do famoso caso da “Ressuscitada” em que
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
conseguiu a absolvição do seu cliente o
União, 1994.
Comandante Superior (da Guarda Nacional)
NEVES Padre Lindolfo José Correia das
Antônio de Albuquerque Maranhão,
– (* 05.08.1819, Paraíba – + 19.05.1884
acusado de ter tentado assassinar sua filha,
Paraíba). Filho do Major de Infantaria José
Maria Umbelina de Albuquerque Maranhão
Maria Correia, militar português que
Cavalcanti, que todos supunham morta e
aportou na Paraíba no alvorecer do século
enterrada, até o momento em que apareceu
XIX e que no conturbado ano de 1817
na Cidade da Paraíba, uma jovem mulher,
casou com Maria Rita de Lima, filha de
que afirmava ser a filha do poderoso
Manuel da Costa Lima, rico Senhor de
Comandante da Guarda Nacional. A dúvida
Engenho e comerciante português
instalou-se. O processo foi tumultuado e os
estabelecido em Pilar, que esteve implicado
jornais da Paraíba, de Pernambuco e mesmo
na “Revolução de 1817”, Lindolfo José
da Corte, noticiaram o caso a exaustão, no
Correia nasceu na Cidade da Paraíba em 05
ano de 1862. Afinal tratava-se de uma louca,
de agosto de 1819, dia de Nossa Senhora
de uma impostora ou da desventurada filha
das Neves, padroeira e antigo topônimo da
de um pai cruel? O processo, segundo a
cidade. Esta foi a razão pela qual,
linguagem da época, “eivado de vícios de
posteriormente, acrescentou ao seu nome o
toda a ordem” até hoje dá lugar a dúvidas.
“das Neves”, porém nas duas primeiras
Em 1850 foi eleito pelo Partido
décadas de vida poucos anos passou na
Conservador, deputado provincial; em 1858
cidade natal, tendo seguido para Portugal,
é novamente eleito; agora pela Liga, que
onde realizou os primeiros estudos. Ao
depois da Conciliação unia parte dos
retornar ao Brasil matriculou-se no
conservadores e uma dissidência liberal; em
Seminário de Olinda, sendo ordenado pelo
1860, passa para o Partido Liberal, sendo
Bispo D. João da Purificação Marques
eleito não apenas deputado provincial, mas
Perdigão, Presbítero secular do Hábito de
também Presidente da Câmara e finalmente
São Pedro, em 10 de outubro de 1843.
pelo mesmo partido chega à Câmara Geral,
Matriculou-se também na Faculdade de
permanecendo como um dos cinco
Direito de Olinda, onde se bacharelou em
representantes da Paraíba na Corte, de 1864
23 de novembro de 1847. Voltando à
a 1870. Como jornalista foi redator de O
Cidade da Paraíba dedicou-se à advocacia,
Polimático e O Liberal (1881) e fundou e
talvez sua causa mais conhecida tenha sido a

109
dirigiu O Publicador (1861). Ficaram famosas essa pena insolente. Estéril porque o seu
as altercações que os dois últimos talento era, como é, de péssima qualidade,
mantiveram com O Jornal da Paraíba e O impaciente, móbil, intermitente, e sobretudo
Conservador, que a seu tempo tiveram como porque lhe faltava esse calor de coração que
redator seu inimigo pessoal, o Cônego fecunda e faz florescer as idéias; qualquer
Meira. Porém a campanha mais violenta que produção causava-lhe despeitos e elle
teve de enfrentar foi desencadeada pelo atirava-se sobre ella com as unhas e o furor
tribuno Cardoso Vieira, seu tradicional de um macaco. Quando se sentiu
opositor no foro da capital. A rivalidade envelhecer n’um partido, foi bater as tendas
entre os dois era tanta, que Cardoso Vieira do outro, e como essas prostitutas que
criou um jornal com o único fito de atacá- mudam de praça, êi-lo rejuvenescido,
lo. Tal periódico tinha por nome O Bossuet adulado e celebrado! Durará eternamente
da Jacoca. Nele, o padre Lindolfo foi esta farsa? “Hoje velho, exausto do corpo e
comparado a “uma prostituta que muda de de espírito, esse Aretino, sem gênio,
praça”. Vale a pena transcrever um trecho repousa sobre os despojos acumulados,
do periódico. Assim se expressava Cardoso durante longos anos de atentados Moraes e
Vieira: “...o nosso homem apresentou-se de apostasias políticas.”E para arrematar:
com uma pena e para mostrar o que valia “Um tal salteador político que se embosca
pegou na primeira honra que achou, e a pôs na imprensa – de uma Província – para
em pedaços. Depois ofereceu os seus atacar a honra, comprometer a paz e o
serviços. Os políticos então disseram – sê repouso das famílias, corromper a mocidade
dos nossos: tu maldizes, tens esse talento, e com o exemplo tremendo de uma
esse gosto; tu nos serves, faremos tua prosperidade criminosa, é um inimigo
fortuna. Ele continuou a dizer pulhas e as comum.Todos têm o direito e o dever de
mulheres a rirem-se; a mostrar o persegui-lo. Está fora da lei, e como os
pergaminho e a coroa e o vulgo a admira-lo, salteadores das estradas sua cabeça deve ser
a maldizer, e os políticos a aplaudi-lo. O posta a prêmio.” As respostas do Padre
pudor da virgem, a honra da esposa, a Lindolfo eram dadas no mesmo tom, para
reputação do homem de bem, os santos deleite do Padre Meira, que em 1861, havia
melindres do talento que desponta (sic), sido alvo de uma campanha de difamação,
nada por mais casto, íntimo e puro que movida pelo Padre Lindolfo, quando este,
fosse, escapou a essa língua desabrida e a mais dois parentes, um irmão e um

110
sobrinho, haviam sido eleitos para a “povo paraibano” ao Imperador D. Pedro
legislatura 1862/1863. Os liberais acusaram II, quando de sua visita à Paraíba, em 1859;
pelos jornais o Padre Meira de ter desviado lançou a pedra fundamental do Teatro Santa
recursos públicos, o que posteriormente foi Rosa, em 1873. Possuía várias propriedades
desmentido pelo Presidente da Província na na Cidade da Paraíba e o Engenho de
correspondência reservada com o ministro Nossa Senhora das Neves de Mussuré, no
da Fazenda. Exerceu ainda diversos cargos termo da mesma Cidade; sócio fundador do
e comissões, foi Secretário do Governo da Instituto Histórico de Olinda e membro da
Paraíba durante um longo período, de 1849 Sociedade Auxiliadora da Indústria
a meados de 1853, e de 1854 a julho de Nacional. Lecionou de maneira
1856, quando foi aceita sua demissão; intermitente, vários anos, no Liceu
Procurador Geral da Tesouraria da Fazenda Paraibano, como Lente de filosofia e de
na Paraíba (1864); Juiz de Paz da Cidade da álgebra e admiravelmente tinha como
Paraíba; Mordomo do Hospital da Santa distração algo bem diverso do que fazia
Casa de Misericórdia da Paraíba (1859); profissionalmente, se ocupava em produzir
Presidente da comissão indicadora de pequenos objetos de madeira, arte que
medidas tendentes ao serviço de socorros aprendera quando era aluno de primeiras
públicos (1877); Delegado especial do letras em Portugal. Orador sacro
Inspetor Geral da Instrução Primária e reconhecido, tornaram-se notórios alguns
Secundária do Município da Corte, nos sermões que proferiu, como o “Das
exames gerais de preparatórios para os lágrimas” dito na sexta-feira santa 2 de abril
cursos superiores do Império, realizados na de 1858, na igreja da misericórdia da
capital da Província da Paraíba (1879). Paraíba; aquele proferido em memória de
Homem de muitas posses e múltiplos Joaquim Manuel Carneiro da Cunha, na
talentos foi eleito em diversas ocasiões matriz de Nossa Senhora das Neves; um
Provedor da Santa Casa de Misericórdia; outro em homenagem às exéquias de Pedro
agraciado com o Título de Pregador V, rei de Portugal, em 1862 na Cidade de
Honorário da Capela Imperial, e com as Mamanguape e aquele proferido no dia de
comendas da Imperial Ordem de Cristo, no Corpus Christi, na Matriz de São José na
grau de Cavaleiro e Comendador da Rosa, Corte em 12 de junho de 1864; porém não
esta última em 1860. Foi ainda ele o foi dos sacerdotes mais morigerados, não
escolhido para dirigir as homenagens do costumava trajar as vestes talares fora da

111
Igreja, no entanto, enquanto residiu na NÓBREGA, João Norberto da – (*
Cidade da Paraíba celebrava diariamente 06.06.1886, Patos-PB – + 1969, São Paulo-
missa na Igreja do Rosário e quando se SP). Filho do Alferes Severino da Costa
encontrava em seu engenho, a missa era Machado (Alferes Costinha) e de Iluminata
celebrada, religiosamente, as seis da manhã, da Costa Machado. Autodidata, curso
na capela que mandou construir, o que não apenas o primário mas tornou-se professor
o impediu de ter um filho natural com de primeiras letras e professor de música,
Joana Desidéria Gomes e que tinha por romancista e jornalista. Como jornalista,
nome, o mesmo do pai, para escândalo dos atuou na Gazeta do Sertão. É autor de várias
mais ortodoxos. Além das mulheres, sua obras didáticas. Como pesquisador, faz
grande paixão foi a filosofia, a qual dedicava pesquisas sobre o folclore e também escreve
duas horas de leitura diária; para esse fim peças teatrais. Cérebro e coração, Tip. São José,
possuía uma ampla biblioteca, tendo 1938, Patos. Como se fala o português,
deixado como testemunho da suas reflexões Tipografia Cantuária, 1927, Patos.
filosóficas os livros: Jesus Cristo e os filósofos, Gramática sem mestre, s/e, s/d, s/l.; Luz da
A vida humana, O plágio e Ensaios filosóficos. infância, Tip. São José, 1934, Patos. Pátria e
Faleceu aos 65 anos, na Cidade da Paraíba heróis; Zé Espera, Parahyba, Popular
em 19 de maio de 1884 e foi enterrado na Editora,1927.
capela do Cemitério Senhor da Boa Referências:
Sentença. Redator: CRNF SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
Referências: União, 1994.
IHGP – Arquivo Dr. Flávio Maroja
NOVAES, José Ferreira de – (*
Coleção de Documentos Privados Lindolfo
José Correia das Neves; 12.03.1846, Bananeiras-PB – + 20.10.1901
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Paraíba). Filho de Francisco Ferreira de
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
Novaes, português e de Rosa de Lima
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977;
LIMA, Albertina Correia. Traços Novaes. Um dos fundadores e redatores de
biográficos de Lindolfo José Correia das A Parahyba, órgão da dissidência do partido
Neves e João da Mata Correia Lima. Revista
do IHGP, n.º 12; liberal, senão diretor principal, impresso

MARTINS, Eduardo. Cardoso Vieira e o durante os anos de 1881 a 1884 na


Bossuet da Jacoca. Notas para um perfil Tipografia Liberal, situada à Rua Duque de
biográfico. João Pessoa: A União, 1979.
Caxias, 85.

112
Foi um dos primeiros e assíduos
colaboradores do jornal A União, órgão
situacionista. Em sua cidade recebeu os
primeiros ensinamentos escolares. Dali foi à
Coimbra onde fez o curso de humanidade,
tendo regressado ao Brasil em 1864. No ano
seguinte ingressou na Faculdade de Direito
do Recife, bacharelando-se em 31 de
outubro daquele mesmo ano. Foi provedor
da Santa Casa de Misericórdia, de 1888 a
1899. Era lente de Retórica no ano de 1891,
do Liceu Paraibano, quando a cadeira foi
extinta, tendo sido nomeado para a
disciplina de História. Foi deputado
provincial. Em 1892, passou a colaborar na
redação de leis e decretos do governo de
Álvaro Machado, colaborando com o
Correio Oficial. Redatora: SFPB

Referência:
A tipografia do beco da Misericórdia. João
Pessoa: SEC, 1978.
A Paraíba 31/01/1881 e 27/10/1883.

113
OLIVEIRA, Rafael Correia de – (* 1896,

 O Goiana-PE – + 1958, Rio de Janeiro-RJ).


Jornalista e político. Participou na Paraíba
da Revolução de 30. Notabilizou-se pelo
vigor de seu estado, pela combatividade,
como articulista político e comentarista
OLAVO, Silvino – (* 27.07.1896,
político internacional. Na década de 20, em
Esperança-PB – + 26.10.1969). Filho de
Santos, fundou e dirigiu o Diário Praça de
Manuel Joaquim Cândido e de Josefa
Santos. Durante muitos anos foi o diretor
Martins da Costa Silvino, Olavo Cândido
da sucursal do Jornal Estado de São Paulo, na
Martins da Costa cursou Direito na
Capital paulista. Deputado federal pela
Faculdade do Rio de Janeiro onde se forma
UDN. Foi o primeiro jornalista a entrevistar
em 1928. De volta à Paraíba, se envolve na
Prestes, na época em que era diretor de O
campanha de João Pessoa, de quem se torna
Jornal, de propriedade de Chateaubriand. Na
Chefe de Gabinete. Sua relação com as
época, Rafael Oliveira estava em São Paulo
letras se dá pela ficção, pela poesia e pela
por isso Chateaubriand o enviou para fazer
crítica literária. Além das letras, escreve em
a entrevista com o líder na fronteira do
vários jornais paraibanos artigos relativos a
Mato Grosso, da Bolívia. Chateaubriand o
área política e jurídica. Publicou na Revista
enviou para ganhar um dia, porque ele
Era Nova.
temia que outros jornais, inclusive O Estado
Referência
de S. Paulo, o Correio da Manhã, por exemplo,
COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante
mandassem um repórter lá. Nenhum teve a
de. Enciclopédia de literatura brasileira. São
idéia de mandar.
Paulo: Global; Rio de Janeiro: Fundação
Biblioteca Nacional, Academia Brasileira de Referência:
Letras, 2001: 2v. ODILON, Marcus. Pequeno Dicionário de
Fatos e Vultos da Paraíba. Rio de Janeiro.
Livraria Editora Cátedra. 1984.
OLIVEIRA, Mateus Augusto – (* 1878,
Recife-PE – + 1968, Rio de Janeiro-RJ). OTAVIANO de Moura Lima, Manuel
Pe. – (* 27.04.1880, Conceição-PB – +
Diretor de O Norte em 1930. 1964, Piancó-PB). Filho de Antonio
Otaviano dos Santos Lima e Maria Vieira de
OLIVEIRA, Peryllo de – Ver Moura Lima. Realizou seus primeiros
estudos nos Colégio Pio X, da capital
D´OLIVEIRA, Severino Peryllo.
paraibana. Há controvérsia em relação ao
lugar em que teria se ordenado padre. O

114
DLP registra a capital. O PDFV aponta
como sendo Teresina a cidade na qual o
padre teria se ordenado, no ano de 1910.
Foi vigário de Piancó e utilizou os jornais,
principalmente o periódico católico A
Imprensa, para escrever artigos polêmicos.
Também escreveu para revistas dramas,
ensaios de cunho sociológico e até mesmo
romance, com a preocupação voltada
notadamente para as questões da seca no
sertão. Elegeu-se deputado estadual em
1928, mas se afastou da política após a
Revolução de 30. Membro da Academia
Paraibana de Letras. Sua bibliografia inclui
ensaios, história e romance. Entre esses
encontram-se O chefe político. Romance de
costumes.Rio de Janeiro: A Noite, 1951 e
Tomás Cajueiro. Rio de Janeiro: Companhia
Editora Americana, 1939. Inácio da
Catingueira. Rio de Janeiro: CEA, 1939; A
coluna Prestes (Os mártires de Piancó). (1939)
2.ed. Acauã, 1979. Redatora: SFPB
Referências:
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
União, 1994.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.

115
dos Anjos e Américo Falcão. Publicou em

 P 1908, pela Tipografia de Jaime Seixas o livro


Lira Melancólica. Redatora: SFPB

Referências:
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
PATRÍCIO, Simão – (* 1878, Areia-PB).
uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
Jornalista paraibano fundou e dirigiu o União, 1994.
periódico O Centro em Areia. Junto José SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
Américo de Almeida e Eduardo Medeiros
União, 1994.
publica, em 1907, o jornal Correio da Serra,
PESSOA, Benjamim Falcão – (*
também em Areia.
31.03.1899, Praia de Lucena-PB – +
PEDROSA, Pedro da Cunha – (* 28.08.1958, João Pessoa-PB). Publica seus
30.06.1863, Umbuzeiro-PB – + 1947). Atua poemas com frequência nos jornais locais.
como jornalista e participa da vida política.
Referência:
Referência: SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A União, 1994.
União, 1994.
PESSOA JÚNIOR, João Ribeiro da
PESSOA, Antonio Elias – (* 03.10.1865, Veiga – (* 09.08.1892, Paraíba – +
Lucena-PB – + 21.10.1909, Paraíba). 13.02.1975, João Pessoa-PB). Filho de João
Estudou no Liceu Paraibano e no Seminário Ribeiro da Veiga Pessoa e D. Amélia
de Olinda. Torna-se jornalista e professor Figueiredo da Veiga Pessoa. Casado, em
em Areia. Na capital, colabora com os primeiras núpcias, com a senhora Adalgisa
jornais O Sorriso e O Arauto Paraibano, Batista da Veiga, deixando desse casamento
principalmente, na década de 80. Publicou três filhos: Maria do Socorro, Maria do
na coluna “Literatura” deste e no “Jardim Morro e José Gláucio. Em 1925, viúvo,
Poético” daquele periódico. Foi cantor de casa-se com D. Maria Gasparina Barbosa.
modinhas e famoso folhetinista. Assim Veiga Júnior fez o curso primário em
como Orris Soares se tornou célebre por ter escolas particulares e o secundário, no Liceu
projetado Augusto dos Anjos, Antonio Paraibano; não teve formação acadêmica,
Elias se consagrou por ter se oposto, nos foi um autodidata. Muito culto, inteligente,
primeiros anos do século XX, a Augusto charadista e historiador; pessoa de hábitos

116
simples, meticuloso, católico praticante; se com Isabela de Castro, tendo nascido da
cultivava boas amizades, entre os mais união os filhos João, Tomaz e Luís. Fez os
íntimos, pode-se destacar: Maurício estudos primário, colegial e humanidades na
Furtado, Oscar de Castro, Celso Mariz, Pe. cidade natal. No Recife, se matriculou em
Florentino, Santa Rosa e João Unas. Era 1860 na Faculdade de Direito juntamente
membro do Instituto Histórico e com Tobias Barreto, Castro Alves, Ruy
Geográfico Paraibano, da Associação de Barbosa, Joaquim Nabuco e Fagundes
São Vicente de Paula e sócio-fundador da Varela, que inspirados nos princípios
Academia Paraibana de Letras. Não deixou filosóficos de Victor Hugo, ansiavam por
livros publicados; a sua produção literária é uma reforma política e social para o Brasil.
comprovada através da imprensa; certa vez, Nessa época, fundou e dirigiu, juntamente
aconselhada por Nelson Lustosa para com outros acadêmicos o jornal O Futuro
publicar os seus artigos em livro, Veiga jornal científico-literário, uma espécie de
Júnior, por modéstia, queimou o seu porta-voz dos anseios da mocidade e que tinha
arquivo, dizendo que nada daquilo deveria como redatores, Castro Alves e Martins
permanecer. Encontramos alguns artigos Júnior; foi diretor de A Província, jornal
seus, publicados nas Revistas da Academia e abolicionista, sendo o seu maior
do Instituto Histórico: O Lyceu ao tempo colaborador Joaquim Nabuco. Através do
da madureza; Vamos falar ao presidente; A jornal O Futuro, contestou a direção da
festa das Neves até o primeiro decênio Faculdade, valendo-lhe isso processo e
deste século; O viver atribulado de Irineu condenação sob o olhar vigilante dos
Pinto. bedéis. Eram românticos e idealistas. Ao ser

Referências: solicitado a pedir perdão e acabar com o

http://www2.aplpb.com.br/academicos/ve periódico, o jornalista opta pelo castigo


igaj.htm mantendo o jornalzinho que se tornou
PESSOA, Olavo Otaviano Pinto – (* porta-voz das idéias abolicionistas e
1871, Paraíba – + 1933, Recife-PE) Dirigiu republicanas. Quando da morte de Abreu e
O Diário da Paraíba em 1930. Lima impenitente confesso, fez enérgicos
protestos contra a Igreja por ter negado
PINHEIRO, Luiz Pereira Maciel – (*
sepultamento ao historiador. “Pleno de
11.12.1839, Paraíba, – + 09.11.1889, Recife-
esperança e sequioso de glória”, nas
PE). Era filho de Braz Ferreira Maciel e D.
palavras de Liberato Bittencourt, foi
Margarida Maciel Pinheiro; em 1879, casou-

117
voluntário da guerra do Paraguai. O seu Ceará e de Taquaretinga e Timbaúba, em
gesto foi saudado com um poema do amigo Pernambuco. Fundou, com o teatrólogo
Castro Alves: “Partes, amigo, do teu antro Martins Junior, o periódico O Norte. Dirigiu
de águias”. Ao voltar da guerra, onde os jornais A Província e o Jornal do Recife,
passou dois anos, voltou sua pena contra a ambos de Pernambuco. Maciel Pinheiro
direção da campanha. Também retoma os sobressaiu-se como jornalista. Em 1º de
estudos de Direito e bacharela-se em 1867. junho de 1889, juntamente com Martins
Assinou o manifesto republicano em 1870 e Júnior, fundou O Norte, jornal que circulou
passa a dedicar-se à magistratura e mais até 12 de novembro desse ano, tornando-se
profissionalmente ao jornalismo. o mais eficiente meio de divulgação da

Em 1880, morre a sua esposa, deixando-lhe campanha republicana. Por ironia, morreu

os três filhos pequenos: Tomaz, João e Luís. três dias antes da proclamação da república,

Sua maior válvula de escape, então, se dá no Recife, na rua da Aurora, devido à

através do jornalismo. Só a partir de 1884, malária adquirida durante a guerra do

contudo, Maciel decide se dedicar, de corpo Paraguai. O abolicionista Joaquim Nabuco,

e alma, à redação de artigos para o Jornal do admirador do jornalista escreve sobre ele as

Recife e A Tribuna, através dos quais defende seguintes palavras: “Em toda a imprensa,

os ideais abolicionistas de liberdade e não há ninguém cuja pena corte como uma

igualdade. Nesse segundo jornal, inclusive, espada afiada, como a dele; não há outro

no dia 13 de maio de 1888, é possível que seja ao mesmo tempo o escritor

identificar as matérias assinadas por Maciel ardente, o magistrado inflexível e o soldado

Pinheiro, Joaquim Nabuco e José Mariano. patriota que ele é. Em Maciel Pinheiro, o
jornalista é o homem”. Publicou o livro
Maciel Pinheiro foi eleito para ocupar a
Reforma eleitoral. Redatora: SFPB
cadeira número 22 da Academia
Pernambucana de Letras. Participa da Referências:
CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba.
direção do jornal A Província e, com José
Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
Mariano, cria o jornal O Norte, dando VAINSENCHER, Semira Adler. “Praça
continuidade à luta em prol do Maciel Pinheiro” In
http://www.fundaj.gov.br/
abolicionismo e dos direitos humanos.
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
Foi promotor público da cidade de Santo deira22.htm
Antonio da Patrulha, no RS, juiz substituto
em Recife, juiz de direito em Imperatriz, no

118
PINTO, Irineu Ferreira (*07.04.1881, de Cobre pela exposição de Turim.
João Pessoa - + 27.03.1918, João Pessoa). Bibliografia: Datas e notas para a história da
Era filho de Francisco Ferreira Pinto e D. Paraíba, 1909; O cólera-morbus na Paraíba,
Bernardina Ferreira Pinto. Aos oito anos de 1910; Resenha dos trabalhos científicos, 1910; A
idade, ficou órfão de pai, passando aos igreja do colégio, 1910; A instrução pública na
cuidados da avó materna que morava no Paraíba, 1910; A Paraíba de Lyra Tavares,
sítio Barreiras, atual cidade de Bayeux, onde 1910; A abdicação, 1912; Notas para a história
viveu a sua infância e fez o curso primário, da ordem 3ª de Nossa Senhora do Carmo, 1912;
freqüentando, depois, o Lyceu Paraibano, Resenha dos trabalhos científicos do IHGP, 1912;
pretendendo seguir a carreira jurídica, o que Sobre o XVII Congresso de Americanistas, 1912;
não foi possível. A pobreza obrigou-o a Assuntos bibliográficos; Heroísmo de Cabedelo;
desistir do sonho e encarar a realidade, pois, Capela do Senhor do Bom Jesus; A Bahia e o V
devia trabalhar para ajudar no orçamento da Congresso Brasileiro de Geografia; Documentos
família. Trabalhou nos Correios e para a bibliografia de Pedro Américo.
Telégrafos, como amanuense, mas não se Colaborava nos jornais A União, O Norte e O
acomodou. Dedicou-se à pesquisa histórica Comércio, publicando trovas, sonetos e
e literária; fundou o Clube Benjamim crônicas. Redatora: LO
Constant, núcleo literário do qual fazia parte Referências:
a elite intelectual da Província; foi sócio PINTO, Piragibe. Irineu Pinto: sua vida e sua
fundador do Instituto Histórico e obra. João Pessoa: (1955).
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
Geográfico Paraibano, tendo exercido os deira19.htm
cargos de Secretário e Bibliotecário da
PINTO, João Pereira de Castro – (*
entidade e integrou a Comissão que
1863, Mamanguape-PB – + 1944, Rio de
elaborou os estatutos da Casa; era sócio
Janeiro-RJ). Secretário de redação e Diretor
honorário do Centro de Ciências e Letras de
de A União.
Campinas; do Instituto Histórico da Bahia;
da Sociedade de Geografia de Lisboa; da PINTO, Joel – (* 30.05.1899, João Pessoa-
Real Academia de Arqueologia da Bélgica, PB). Com vocação jornalística, cria diversos
do Instituto Histórico e Geográfico periódicos, como a revista Menina.
Alagoano, entre outras associações Referência:
congêneres. Recebeu Medalha de Ouro da SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Sociedade Histórica de Paris e uma Medalha Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.

119
PINTO, Luiz – Jornalista, colaborou em Comércio e em A Manhã. O Padre Heliodoro
vários jornais do Rio de Janeiro. era admirador do Padre Rolim, com o qual
teve uma rápida convivência quando
PIRAGIBE, Aderbal – (* 06.05.1895,
criança. Em sua homenagem escreveu uma
Cabedelo-PB - + 30.07.1940, João Pessoa-
biografia do padre, baseada em grande parte
PB). Dedica-se ao jornalismo, sendo redator
nas lembranças que lhes ficaram na
dos jornais O Norte, Correio Da Manhã, Brasil
memória. Sobre a biografia, porque
Novo e O Liberal.
baseada na memória e na tradição oral,
Referência: apresenta inúmeros problemas com relação
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. a datas e dados sobre o biografado e sua
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994. família. Um deles, apontado pelo Barão de
PIRES, Pe. Heliodo de Souza – (* Studart, em carta prefácio ao livro,
11.09.1888, Umbuzeiro-PB – + 03.1971). desmente o fato de que Rolim tenha sido
Era filho de Silvestre Pires de Azevedo e discípulo do Padre José Martiniano de
Ludgera Almeida de Sousa. Seus estudos Alencar no seminário do Crato, pois
para receber as ordens foram no Seminário segundo ele nessa época Alencar pai
do Ceará, recebendo ordens em 1911, por freqüentava o Seminário de Olinda. Outra
D. Luis de Brito. Seu sacerdócio teve início explicação para os “erros” teria sido a
em Cajazeiras, levado por D. Moisés Coelho pressa do padre em inscrever o seu trabalho
para instalar a Diocese daquela cidade. sobre Padre Rolim no Congresso de
Posteriormente, transferiu-se para o Recife, História, que ocorreu na Paraíba, em
seguindo dali para os Estados do Rio de homenagem ao centenário da Revolução de
Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. No Rio 1817. Contudo, não há registro de que esse
de Janeiro organizou os vitrais da igreja de trabalho tenha sido apresentado ou
São Judas Tadeu, composto dos maiores discutido. Não há mesmo nenhum registro
vultos religiosos nacionais. Dedicou-se aos por escrito dessa apresentação. O padre
estudos e ao trabalho, tornando-se Pires é patrono da cadeira nº 04 do IHGP.
especialista em literatura católica, estudioso É autor de: Pe. Inácio Rolim, 1ª. Edição
das artes sacras e da história da igreja publicada em 1971, em Fortaleza. Em 1991
brasileira. foi editada uma 2ª. edição atualizada pelo
historiador Deusdedit de Vasconcelos
Como jornalista, escreveu para a imprensa
Leitão. Nos Caminhos do Nazareno, 1923; No
do Recife, publicando trabalhos no Jornal do

120
Sorriso das Almas, 1925; A Pedagogia na
Áustria e a Obra Admirável de Oto Glockel,
1933; A Poesia na Igreja do Ocidente, 1934; As
Educadoras Beneméritas da Colina de Santana,
1934; A Paisagem Espiritual do Brasil no Século
XVIII, 1937; Nas Galerias da Arte e da
História, 1944;Cenas e Perfis dos Legendários
Cristãos Pilatos, Verônica e Plautila, 1958; O
Aleijadinho, 1942; Mestre Aleijadinho: Vida e
Obra de Antônio Francisco Lisboa, 1961/ Temas
da História Eclesiástica no Brasil, 1946.
Redatora: SFPB

Referências:
DUARTE, Sebastião Moreira. “O auto de
batismo”. In PIRES, Heliodoro. Padre Mestre
Inácio Rolim, um trecho da colonização do
Norte brasileiro e Padre Rolim, 2ª. ed.
Teresina, Grupo Claudino, 1991.
PIRES, Heliodoro. Padre Mestre Inácio Rolim,
um trecho da colonização do Norte
brasileiro e Padre Rolim, 2ª. ed. Teresina,
Grupo Claudino, 1991.

PIRES, Rodolfo – (Areia). Poeta,


abolicionista, pertenceu à Sociedade
Emancipadora, fundada em Areia por
Manoel da Silva e Coelho Lisboa.

PORTO, Carlos Eugênio – (* Cruz do


Espírito Santo-PB – + 1979, Rio de Janeiro-
RJ). Escreveu em O Roteiro do Piauí.

121
formando-se na França em Engenharia de

 R Minas. Existe uma dúvida quanto à


formatura de Retumba, levantada por José
Joffily no seu livro Entre a Monarquia e a
República, página 112, onde questiona se
RABELO, Francisco José – (1850). O Retumba era diplomado ou não. Voltando à
nome desse bacharel paraibano figura com Paraíba, formado em Engenharia de Minas,
destaque entre os que, no século passado, Retumba foi convidado pelo Presidente da
esforçaram-se por dar a Paraíba, uma Província a preparar um estudo sobre os
imprensa à altura de sua tradição. recursos econômicos do Estado. Viajou
Colaborou em diversos jornais; fundou O pelo interior durante muito tempo,
Comércio, em 1882; foi redator-chefe do estudando a sua viabilidade, e chegando à
Diário da Paraíba e redator de O Liberal conclusão que o maior obstáculo ao
Paraibano. desenvolvimento do Estado era a
Referência: inexistência de meios de comunicação entre
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. as cidades do interior, o que dificultava
Bacharéis Paraibanos pela Faculdade de Olinda –
enormemente a exportação dos produtos
1832-1853. João Pessoa: A União, 1977.
agrícolas. Em agosto de 1861 ele apresentou
RAMOS, José Leal – (* 1891, São João do
um vasto relatório sobre o estudo realizado.
Cariri-PB – + 1976, João Pessoa-PB).
Se uniu a Irineu Joffily na criação do jornal
Presidente da Associação Paraibana de
A Gazeta do Sertão (órgão de propaganda
Imprensa, ex-diretor de O Norte.
republicana que por ironia foi destruído
RÉGIS, Edson – Fundou o suplemento pelo primeiro governo republicano).; ambos
do jornal A União, Correio das Artes. destacaram-se não como empresários, mas
como brilhantes articulistas.Retumba
RETUMBA FILHO, Francisco Soares
morreu, misteriosamente, no Recife.
da Silva – (* 08.08.1856, João Pessoa-PB –
+ 03.12.1890, Recife-PE). Era filho do Referências:
engenheiro português Francisco Soares da JOFFILY, José. Entre a Monarquia e a
República – Idéias e lutas de Irinêo Joffily.
Silva Retumba, construtor da Ponte Cosmos, Rio de Janeiro, 1982;
Sanhauá, ele de ligação entre a capital e o Revista do Instituto Histórico e Geográfico
interior do Estado. Francisco Retumba Paraibano, vol. IV, p. 164.

Filho, ainda jovem, foi morar na Europa, http://www.ihgp.net/memorial4.htm

122
RIBEIRO, Beatriz – escritora paraibana, Brasil. 3o Volume.. Ed. Pongetti - Rio de
Janeiro. 1972, P. 582
com farta colaboração nos jornais de João
A União, João Pessoa de 1930/1940
Pessoa e de muitas cidades dos Estados
A Imprensa, João Pessoa 1928/1940
Nordestinos. Sua pena prestimosa e amável,
Memorial do IHGP. Ed. Comemorativa
seus escritos bem elaborados, escreveu para dos 90 anos de Fundação 1905-1995. J.
o Brasil Feminino a bela Revista de Iveta Pessoa, 1995.
Ribeiro que lhe estampou o retrato. Beatriz Revista Illustração, João Pessoa, agosto de
1936, nº 27.
no dia 05 de agosto de 1936, assume o
RIBEIRO, Hortêncio de Sousa (*
cargo de secretária da Associação Paraibana
31.01.1885, Campina Grande-PB – +
de Imprensa, na posse da nova diretoria.
16.08.1961, Campina Grande-PB). Filho de
No mesmo mês, ingressou no Instituto
José Maria de Souza Ribeiro e D. Minervina
Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP),
Lima Ribeiro. Fez o curso primário em
em 23 de agosto de 1936, sendo
Campina Grande, no Colégio São José e os
recepcionada pelo Historiador José Batista
preparatórios em colégios da capital do
de Mello. A sua produção literária foi
Estado e de Recife. Bacharelou-se em
publicada no jornal A União, na década de
Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro,
30. Com problemas de saúde e sem
em 1918. Ainda no Rio, tentou estudar
condições de manter em atividade sua vida
Medicina, mas por motivo de saúde
cultural e literária, Beatriz decidiu renunciar
abandonou o curso médico já no 2º ano e
à condição de sócia do IHGP, dizendo que:
voltou a sua querida Campina Grande,
“a vaga será preenchida com certeza por um
cidade que sempre amou e dedicou. quase
dos que, fora do Instituto, se distingue nas
toda sua vida, onde era muito querido e
realizações e esforços pelos ideais comum,
respeitado, sendo para os jovens que
em harmonia com os que já integram seu
desejavam ingressar nas artes literárias, um
quadro social, de merecido renome”. O
verdadeiro Mecenas, incentivava e ajudava a
IHGP não acolheu seu pedido de renúncia
todos. Não se envolvendo em política,
da consorcia, mantendo-a no quadro social
podia manter-se imparcial nas suas atitudes.
até hoje, naturalmente, a cadeira ser
Em 1939, casou-se com D. Maria de Moura
declarada vaga. Redator: FS
Ribeiro. O casal teve quatro filhos: Maria de
Referências:
Molina, Rosália Maria, João Hortênsio e
BITTENCOURT, Adalzira. Dicionário Bio-
bibliográfico de Mulheres Ilustres e Intelectuais do Jacinta de Fátima. Colaborou na imprensa
paraibana, escrevendo em vários jornais.

123
Em A Imprensa, jornal pertencente à SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
Arquidiocese da Paraíba, ela manteve, por
União, 1994.
muito tempo, uma coluna intitulada “Nota http://www2.aplpb.com.br/academicos/ho
do dia”, onde eram perfiladas pessoas de rtencior.htm.
atuação relevante na história política, social RIBEIRO, Odilon Nestor de Barros (*
e religiosa de Campina Grande. Colaborou 26.02.1874, Teixeira-PB – + 1968, Recife-
em A União, A Voz da Borborema, Gazeta do PE). Publica em revistas e jornais do Recife.
Sertão, Revista do Instituto Histórico e Geográfico Foi o primeiro redator chefe do Jornal do
Paraibano, nos Anuários de Campina Grande Comércio, de Pernambuco. Poeta e jurista,
e no Jornal do Comércio, do Recife. Foi um o sertanejo, foi à Europa mais de 15 vezes e
dos fundadores da Academia Paraibana de era professor de Direito Internacional.
Letras, integrando os seus quadros a partir Segundo Hélio, sua participação deu ao
de 14 de setembro de 1941. Participava de referido jornal o “tom cosmopolita que
todos os Grêmios Literários que surgiam e, marca o jornal até hoje”.
entre estes, citamos: o Gabinete de
Durante anos foi Presidente do Centro
Literatura 7 de Setembro e o Centro de
Regionalista do Nordeste; participou do
Estudos Campinenses. Não deixando livros
movimento Regionalista, Tradicionalista e a
publicados, após sua morte, D. Maria de
seu modo Modernista. Algum dos seus
Lourdes colheu em jornais e revistas os seus
versos escreveu-os inspirados em assuntos
escritos, enfeixando-os em livro, formando,
regionais e até recifenses. Viveu no Recife a
assim, uma antologia de suas crônicas e
maior parte de sua longa vida. Segundo
artigos, intitulada Vultos e fatos, publicada
Gilberto Freire, ele quase não viajou ao Rio
pelo Governo do Estado em 1979. Torna-
de Janeiro, vivendo apenas entre o Recife e
se articulista diário do jornal A Imprensa e
a Europa. Foi por isso, na opinião do
colaborador de A Voz da Borborema, Jornal do
sociólogo, um “provinciano cosmopolita”.
Comércio, A União e REV.IHGP. Possui
Odilon Nestor possui uma obra variada e
obra inédita sobre meio século de República
numerosa. Escreveu Faculdade de Direito do
no Estado e muitos outros artigos
Recife: traços de sua história, 1930; ainda no
publicados na Revista APL e nos jornais
campo do Direito, publicou Direito
locais.
Internacional Privado, 1919; no campo da
Referências: literatura publicou, em 1906, o primeiro

124
livro de poesias, Juvenilia e na maturidade O com a publicação do livro: Walfredo
barqueiro das sombras, 1945. Redatora: SFPB Rodriguez e a cultura paraibana, organizado

Referência: por Alex Santos.


HÉLIO, Mário. A literatura nas páginas do JC.
Conhecido como escritor foi também
In:
http://www2.uol.com.br/JC/_1999/80a destacado fotógrafo e cineasta. Sua carreira
nos/80c_21.htm
iniciou-se no cinema, quando, em 04 de
FREYRE, Gilberto. Perfil de Euclides e
outros perfis. Rio de Janeiro, José Olympio, setembro de 1921, exibiu no Cine Rio
1944. Branco, na Cidade da Parahyba, um filme
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. documentário de uma retreta que havia sido
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994. realizada na Praça Venâncio Neiva, na
referida cidade. No mesmo mês, viajou ao
RODRIGUEZ, Walfredo – (* 1893, João
Rio de Janeiro para ser fotógrafo da Federal
Pessoa-PB – + 1973, João Pessoa-PB).
Filmes, tornando-se posteriormente um dos
Filho de Emiliano Rodriguez Pereyra,
fotocinematografistas da Companhia de
Walfredo Rodriguez nasceu no ano de 1894,
Antônio da Silva Barradas, dono da Omnia
na cidade de João Pessoa, então
Film. Ao voltar à Paraíba passa a produzir
denominada Cidade da Parahyba. Segundo
cine-jornais, exibidos nos cinemas de sua
o alistamento eleitoral de 1898, seu pai
cidade, particularmente no Cine Rio Branco
possuía residência na Rua da Viração, atual
e no Filipéia, com o título de “Filmes-Jornais
Avenida Gama e Mello na referida cidade.
do Brasil... Um pouco de tudo”. O que o fez ser
Sua infância deu-se entre artistas, posto seu
considerado por muitos autores paraibanos,
pai, Emiliano possuir um hotel-botequim
como pai do cinema paraibano.
no Teatro Santa Roza, e sempre ter sido um
admirador da cultura e da arte. Além disso, Estes filmes-jornais possuíam 10 minutos
desde criança, Walfredo teve profunda de duração, em média revelados em cores:
ligação com a fotografia, pois o seu avô azul quando as cenas se passavam à noite; e
paterno era fotógrafo. Iniciou carreira no amarelo, quando as cenas ocorriam durante
cinema em 1921. Walfredo Rodriguez o dia. A maioria deles, a exemplo do que
faleceu em 1974, aos 80 anos de idade, na produzia Antônio Barradas na cidade do
mesma cidade em que nasceu. Em 1984, a Rio de Janeiro, com quem Walfredo havia
Fundação Casa José Américo promove a trabalhado anteriormente, destacava a parte
“Semana Cultural Walfredo Rodriguez” esportiva. Esse é o caso do flagrante do
para celebrar seus 90 anos, a qual culminou jogo de futebol entre os clubes “Parahyba

125
United” e o “Red Croos” realizado entre os Índios, constituído pela população em geral
anos de 1923 e 1924, porém, seus filmes e ainda o bloco “Filopanças”, título que se
não se limitavam ao esporte. Podemos citar: refere à própria organização do bloco,
um flagrante da chegada do recém-eleito posto que o mesmo saía às ruas, de casa em
presidente João Suassuna à Cidade da casa.
Parahyba, em 1924; os filmes sobre a dança Em seguida, no ano de 1924, Walfredo
de coco, e ainda o “Reminiscência de 30”. inicia as filmagens de “Sob o céu
Segundo Wills Leal (2007) esses “filmes- Nordestino”, momento em que era diretor e
jornais” tiveram pouco tempo de duração. proprietário da “Empresa Nordeste Filme”.
Cerca de 20 filmes foram lançados por Como paraibano, e profundo admirador de
Walfredo, durante os aproximadamente, sua terra e apaixonado por sua riqueza
três anos de produção. Isto se deve ao fato cultural Walfredo pretendia, através desse
de que os filmes-jornais não eram filme, mostrar ao país que o nordeste não
lucrativos, já que o material para sua era apenas seca, ou miséria, para poder
produção era custoso e precisava ser contestar o que os seus colegas de trabalho
adquirido na cidade de Recife, o que da “Federal Filmes” do Rio de Janeiro
encarecia ainda mais o processo. Portanto, diziam sobre a Paraíba não ter nada
os filmes-jornais deixaram de ser realizados. civilizado, e que os índios atacavam as
Diante da não lucratividade dos filmes- pessoas na cidade. Portanto, em 1928, seu
jornais, Walfredo passa a produzir filmes sonho é concretizado, e “Sob o céu
mais longos, divididos em três partes, que Nordestino”, é finalizado, com
totalizavam ao final, cerca de 80 minutos de aproximadamente duas horas de projeção.
duração, como por exemplo, o “Carnaval Mais um filme de caráter documentário,
Paraibano e Pernambucano”, de 1923, que sendo sete partes com esta característica, e
chegou a ser exibido na cidade do Rio de uma parte fictícia, a primeira delas,
Janeiro, no Cine Pathé. Este filme pode ser considerada pelos autores paraibanos que
considerado um documentário jornalístico, analisaram a obra, como um prólogo-ficção,
pois tratava de mostrar as várias faces do no qual o autor demonstra a nossa
carnaval paraibano e pernambucano, formação histórica. Concluído, o filme foi
partindo dos blocos formados pelos exibido em várias cidades do estado e em
integrantes da elite da época, como o outros estados nordestinos, como a Bahia e
“Aluga-se um coração”, até os blocos dos o Rio de Janeiro. Posteriormente foi levado

126
por Antônio Barradas para Paris, a fim de horas, a exposição de quadros foto-verniz,
sonorizá-lo, porém isto não foi possível, já organizada pelo artista fotógrafo Walfredo
que o mesmo faleceu subitamente durante a Rodriguez, chefe do serviço fotográfico
viagem, e não foi mais possível encontrar desta folha, sob o patrocínio do casal Ruy
esta cópia original do filme. Carneiro”, (grifo nosso). Ou, conforme

Em primeiro de setembro de 1950, o Cine afirma J. Veiga Júnior em outra ocasião,

Rex Rotary Clube da Paraíba, juntamente ao ainda no referido jornal “não sei se estou

Departamento de Educação, promove um perpetrando indiscrição repreensível

festival com os filmes de Walfredo advertindo ao codaquista (grifo nosso) de A

Rodriguez, que segundo os jornais da época União de que a escolha do local não primou

ao veicular este festival o tratavam como bastante pela felicidade.” (08 de outubro de

“filmes de flagrante da vida nordestino, nos 1942), ambos referindo-se à Exposição

anos de 1923 e 1924”. “Dos tempos dos azulejos e beirais à cidade


de hoje”, sobre a qual falaremos adiante.
Ao analisar as obras sobre Rodriguez,
Portanto resta-nos a indagação se a
percebemos que muitos são os autores que
contribuição de Walfredo Rodriguez estava
o citam como colunista de algumas revistas
nas fotografias utilizadas pelos jornais, ou se
e jornais, que circulavam na cidade de João
algumas colunas eram escritas pelo mesmo.
Pessoa, sobretudo nas primeiras décadas do
século XX. Porém não foi possível Vários são os registros nos jornais da época

comprovar determinada afirmação, posto sobre a abrangência da exposição “Dos

que a maioria dos artigos publicados nos tempos dos azulejos e beirais à cidade de

jornais e revistas durante o período referido hoje”. O jornal A União, no mês de outubro

não era assinada. Algumas revistas, como a de 1942, publica quase que diariamente

“Era Nova”, por exemplo, sobretudo as do chamadas para a mesma, a partir das quais

início da década de 1920, as quais tivemos podemos aqui refazer um pouco de sua

acesso, traz junto ao sumário, a lista de história.

colaboradores, dentre os quais não consta o A abertura oficial da supracitada exposição


nome de Walfredo, apesar disso alguns ocorreu no domingo, dia 04 de outubro, no
autores o citam como colunista da mesma. andar térreo da ex-Caixa Rural, na Rua

No jornal A União, encontramos, no ano de Duque de Caxias, área central de João

1942, a seguinte citação: “com um brilhante Pessoa. Foi patrocinada pelo interventor

êxito, foi inaugurada, domingo último, ás 16 federal Ruy Carneiro e sua esposa, que

127
adquiriram sete quadros de azulejos no século XIX, quando o autor da referida
momento em que visitaram a exposição, exposição tinha poucos anos de idade,
junto com o seu assistente militar o capitão fazem parte de seu acervo de colecionador,
Manuel Ramalho e outras autoridades da e não foram feitas pelo mesmo.
época. O então prefeito da cidade, Enfatizamos aqui a contribuição desta
Francisco Cícero adquiriu para a Galeria da exposição para a produção da imprensa
Prefeitura vários quadros “que futuramente local, posto acreditarmos que muitas destas
serão encaminhados para a Galeria Turi- fotos expostas foram posteriormente
urbanística da cidade” (A União, 13 de utilizadas nas matérias jornalísticas. É
outubro de 1942). possível perceber no próprio jornal A

“Dos tempos dos azulejos e beirais à cidade União, já que Walfredo era fotógrafo do

de hoje”, contava com 258 quadros, e já no mesmo, ou da Revista Era Nova, quando até

terceiro dia de exposição haviam sido mesmo anterior a esta data, em 1923

vendidos 66. No dia anterior à abertura encontramos um foto da cidade assinada

oficial é promovido por Walfredo por ele.

Rodriguez um coquetel com a finalidade de A partir da década de 1950, o autor passa a


receber a Associação Paraibana de publicar algumas obras, a primeira delas, é
Imprensa. A maioria dos jornalistas da História do Teatro da Paraíba: só a saudade
época o considerava um fotógrafo perdura (1831-1908), lançado em 1960, que
competente, que “apanhou vários aspectos tem o objetivo principal de retratar os
da Parahyba de outrora e os apresenta sob teatros na Paraíba, particularmente o Teatro
um seu processo de foto-verniz, juntamente Santa Roza. Isto devido ao fato, não só de
com seu aspecto atual da cidade”. Essa Walfredo Rodriguez ser o diretor desta casa
capacidade fez com que os visitantes, (cerca de espetáculos na referida época, mas
de 400 pessoas por dia) tenham “uma visão também, como já dissemos no início deste
retrospectiva da cidade, podendo facilmente relato, ter sua vida ligada ao mesmo desde
julgar seu processo” de urbanização. (A criança, quando seu pai aí trabalhava. A
União, 11 de outubro de 1942). segunda obra de grande destaque para a

Vale salientar que Walfredo era além de historiografia paraibana é o “Roteiro

fotógrafo, um colecionador de jornais e Sentimental de uma Cidade”, publicado em

revistas, portanto muitas dessas fotografias, 1962, e reeditado 1994. Trata-se de uma rica

principalmente as primeiras, de meados do descrição da cidade de João Pessoa, em que

128
o autor revela um grande saudosismo da
cidade de tempos passados. Em 1974, seu
filho José de Nazareth Rodriguez organiza o
livro “Dois séculos de cidade: passeio
retrospectivo”, que contém imagens da
Parahyba registradas por Walfredo
Rodriguez.

Pelo exposto, afirmamos que a contribuição


de Walfredo Rodriguez acerca da cultura
paraibana, é bastante ampla, já que se
encontra no cinema, no teatro, mas,
sobretudo nos jornais e na fotografia, pois
muitas dos artigos de imprensa publicados à
época tinham como fundamento ilustrativo
as imagens captadas ou coletadas por ele.
Redatoras: DSM/ NLARS

Referências:
LEAL. Wills. Cinema na Paraíba/Cinema da
Paraíba. Livro-álbum. 2º volume. Academia
Paraibana de Letras: João Pessoa, 2007.
MELLO. Virginius da Gama e. Prefácio.
(In) Dois séculos de cidade: passeio retrospectivo.
_______. Prefácio. (In) História do Teatro da
Paraíba: Só a saudade perdura (1831-1908).
Imprensa Oficial: João Pessoa, 1960.
RODRIGUEZ. Walfredo. Roteiro Sentimental
de uma cidade. 2. ed. A União Editora: João
Pessoa, 1994.
______. História do Teatro da Paraíba: Só a
saudade perdura (1831-1908). Imprensa
Oficial: João Pessoa, 1960.
SANTOS. Alex. (org.) Walfredo Rodriguez e a
cultura paraibana. EGN: João Pessoa, 1989.

129
ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma

 S bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,


1994.
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
SANTOS NETO, Antônio Bernardino SANTOS, Antônio Bernardino – (* 1835,
dos – (* 28.02.1884, João Pessoa-PB – + Paraíba, – + 1912, Rio de Janeiro-RJ).
04.09.1934, Rio de Janeiro-RJ). Filho de
SANTOS, Arthur Aquiles dos – Ver
Arthur Aquiles, segue o itinerário comum à
AQUILES, Arthur.
época, cursando o primário e o secundário
na capital paraibana, formando-se em SERRA SOBRINHO, Joaquim Maria –
Direito no Recife. Desde os tempos do (* 20.07.1838, São Luis-MA – + 29.10.1888,
Liceu Paraibano torna-se amigo de Augusto Rio de Janeiro-RJ). Jornalista, professor,
dos Anjos. Publica seus primeiro poemas político, teatrólogo, é o patrono da Cadeira
no jornal O Comércio, dirigido por seu pai, n. 21, por escolha de José do Patrocínio.
onde começa sua carreira jornalística. Em Seu pai, Leonel Joaquim Serra, militava na
1908, demite-se do cargo de Oficial de política e no jornalismo, redigindo O Cometa
Gabinete de João Lopes Machado e vai (1835) e a Crônica dos Cronistas (1838), em
morar no Rio de Janeiro, onde é nomeado São Luís. Estudou humanidades na
juiz de Direito. Sua produção varia da província natal. Entre 1854 e 1858 esteve
poesia – Versos do coração (1903), passando no Rio de Janeiro para ingresso na antiga
pela biografia com os Perfis do Norte (1910), Escola Militar, carreira que abandonou,
editado pela Garnier. Em 1926 publica no voltando a São Luís. Sem mais a
Rio de Janeiro, pela Livros e Papeis, preocupação de ir em busca de um diploma
Criminalidade e justiça e em 1932 publica de faculdade, iniciou-se muito moço no
Psicologia criminal e justiça pela Civilização jornalismo e na poesia. Seus primeiros
Brasileira. Também é autor do livro Imprensa escritos (1858-60) saíram no Publicador
doutrinária e informativa, sobre o qual não Maranhense, dirigido então por Sotero dos
constam nem informações de data, nem de Reis. Em 1862, com alguns amigos, fundou
editora. o jornal Coalisão, que advogava em política o
Referências: Partido Liberal. Em 1867, fundou o
Semanário Maranhense. Foi professor de

130
gramática e literatura, por concurso, no Patrono. Academia Brasileira de Letras.
Disponível em
Liceu Maranhense, deputado provincial
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua
(1864-67), secretário do Governo da .exe/sys/start.htm?infoid=900&sid=225
Paraíba (1864-67). Ainda residia na SILVA, Antônio Joaquim Pereira da – (*
província quando foi apresentado 06.11.1876, Araruna-PB – + 11.01.1944,
literariamente à corte por Machado de Assis Rio de Janeiro-RJ). Filho de Manuel
numa de suas crônicas do Diário do Rio de Joaquim da Silva e Maria Ercelina da Silva.
Janeiro (24.10.1864). Em 1868, fixou Seu pai era um carpinteiro, que fabricava
residência no Rio de Janeiro. Fez parte das violas para as festas e caixões para os
redações da Reforma da Gazeta de Notícias, cemitérios. Foi durante muito tempo
da Folha Nova e do País, foi diretor do coroinha e sineiro da Capela da Conceição.
Diário Oficial (1878-82), de que, com Aprendeu as primeiras letras com o mestre
dignidade, se exonerou por divergir do escola, Tio Sinésio, a quem dedicou um
gabinete de 15 de janeiro de 82. Deputado poema. Aos quatorze anos, muda-se para o
geral (1878-81) pelo Maranhão, foi um Rio de Janeiro, sem conhecer ninguém.
combatente tenaz na campanha Seguindo a trajetória paterna, matricula-se
abolicionista, “o publicista brasileiro que no Liceu de Artes e Ofícios, até atingir a
mais escreveu contra os escravocratas”, no idade de poder matricular-se na Escola
dizer de André Rebouças. Escreveu Militar. Ainda muito jovem dedicou-se à
também para o teatro, como autor e carreira de poeta e jornalista com pequenas
tradutor. Suas peças, entretanto, ao que contribuições em revistas especializadas.
parece, nunca foram impressas. Adotou Dos simbolistas já ouvira falar através da
vários pseudônimos: Amigo Ausente, leitura de revistas e livros principalmente o
Ignotus, Max Sedlitz, Pietro de Gouaches, de João Barreira, livro de
Castellamare, Tragaldabas. Segundo o poemas em prosa, adotado pelo grupo. Ao
Dicionário literário da Paraíba deixou várias chegar a Curitiba, entrou em contato com
comédias em que se destacam O chapéu, os membros da Revista O Cenáculo, dirigida
Lágrimas de crocodilo e Idílios. Sua poesia foi por Dario Veloso, Silveira Neto, Antônio
publicada sob o título de Tetéias e Efêmeras. Braga e Júlio Perneta, irmão de Emiliano
Referências: Perneta. Naquela cidade, fundou revistas
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. simbolistas onde também exerceu atividades
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
de jornalista, como era próprio aos jovens
União, 1994.

131
da época. Para sobreviver, ensina português Palmeira, quando soube do assassinato de
e literatura no Ginásio local. Bacharel em Euclides da Cunha e do conseqüente
Ciências Sociais e Jurídicas pela Faculdade desaparecimento do livro no qual trabalhara
de Direito do Recife. Emigrou para o sul do tantos anos. Sem vocação para o cargo,
País, sendo Promotor Público no Paraná. deixa o interior do Paraná e volta à cidade
Poeta e pensador, foi um dos expoentes da do Rio de Janeiro, em 1911, onde volta a ser
escola simbolista, dedicando-se ao jornalista militante na Gazeta de Notícias, do
jornalismo junto com outros simbolistas, seu amigo Félix Pacheco. Ajudou a lançar A
entre os quais Carlos Dias Fernandes junto Noite, de Irineu Marinho, cuja intenção era a
a quem integra o grupo Rosa Cruz. Na de publicar um vespertino com feitio
segunda fase da Rosa Cruz conheceu diferente dos demais existentes, com o
Colatino Barroso e particularmente se ligara grupo dissidente de A Gazeta. Conseguiu
a Álvaro Sá de Castro Menezes, também do que o jornal fosse impresso nas oficinas do
Arte Nova, com quem trabalhou como Jornal do Comércio. Segundo Alcides Carneiro,
redator do Jornal do Comércio. a imprensa era para ele uma “segunda

Em 1922, juntamente com Agripino Grieco natureza”. Paulo Barreto (João do Rio),

e Théo Filho, dirige o mensário O Mundo quando fundou A Pátria o fez seu redator-

literário. Segundo Alcides Carneiro, foi João chefe, em 1920.

do Rio quem cogitou a possibilidade de Em 1934, foi eleito para a Academia


lançar o seu livro de poesia pela editora Brasileira de Letras, mas não dispunha de
Garnier, Luís Murat, por sua vez, acenava- dinheiro para confeccionar o fardão.
lhe com a possibilidade da Lelo & Irmão do Referências:
Porto, responsáveis pela edição de Coelho SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Neto, Silvio Romero entre outros. Seguindo Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
o colega Vicente de Carvalho que teve o seu
livro publicado com prefácio de Euclides da SILVA, Beatriz Ribeiro da – Escritora

Cunha, Pereira da Silva, entrega-lhe a única paraibana, com farta colaboração nos

cópia, contando que um prefácio de tal jornais de João Pessoa e de muitas cidades

nome garantiria sua publicação. dos Estados Nordestinos. Sua pena


prestimosa e amável, seus escritos bem
Nesse momento é nomeado para o cargo de
elaborados, escreveu para o Brasil Feminino a
Promotor Público na cidade de São José
bela Revista de Iveta Ribeiro que lhe
dos Pinhais, no Paraná, em seguida para

132
estampou o retrato. Beatriz no dia 05 de Memorial do IHGP. Ed. Comemorativa
dos 90 anos de Fundação 1905-1995. J.
agosto de 1936 assume o cargo de secretária
Pessoa, 1995.
da API, na posse da nova diretoria. No Revista ILLUSTRAÇÃO, João Pessoa,
mesmo mês, ingressou no Instituto agosto de 1936, nº 27.
Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP), SILVA, Joaquim José Henrique da – (*
em 23 de agosto de 1936, sendo 03.07.1820, Areia-PB – + 18.07.1889, Areia-
recepcionada pelo Historiador José Batista PB). Era casado, em primeiras núpcias, com
de Mello. A sua produção literária foi D. Joaquina Nunes Pinto, ficando viúvo,
publicada no jornal A União, na década de casou-se novamente com D. Raquel
30. Com problemas de saúde e sem Augusta Gouveia; dos dois casamentos,
condições de manter em atividade sua vida nasceram vinte e seis filhos, entre estes,
cultural e literária, Beatriz decidiu renunciar Júlio, Abel da Silva, Cicina e Tito Silva. Fez
à condição de sócia do IHGP, dizendo que: o curso primário em Areia e, não dispondo
“a vaga será preenchida com certeza por um de recursos para freqüentar uma escola
dos que, fora do Instituto, se distingue nas superior em outra cidade, Joaquim da Silva
realizações e esforços pelos ideais comum, estudou sozinho. Foi um autodidata.
em harmonia com os que já integram seu Tornou-se um latinista respeitável, capaz de
quadro social, de merecido renome”. O concorrer com o famoso Tobias Barreto a
IHGP não acolheu o pedido de renúncia da uma vaga de professor de Latim na
consórcia, mantendo-a no quadro social até Faculdade de Olinda. No Colégio de Areia,
hoje, naturalmente, a cadeira ser declarada lecionava Francês e Latim; escreveu o
vaga. Redatora: FS Manual do estudante de Latim, editado na
Referências: Bahia, em 1855; traduziu a Arte poética, de
BITTENCOURT, Adalzira. Dicionário Bio- Horácio e escreveu uma Gramática grega,
bibliográfico de Mulheres Ilustres e Intelectuais do que nunca foi publicada. Em 1859, fundou
Brasil. 3o Volume.. Ed. Pongetti - Rio de
Janeiro. 1972, P. 582. o Teatro Recreio Dramático que foi a célula
SANTANA, Martha M. Falcão de Carvalho mater do Teatro Minerva, de Areia. Joaquim da
e M. Mulher e fronteira na historiografia
Silva foi um abolicionista autêntico; fundou
paraibana – 1940/1964. João Pessoa-PB.
Projeto PIBIc/CNPq, (2001). a Sociedade Emancipadora Areiense e um
A União, João Pessoa de 1930/1940 periódico A Verdade, através dos quais fazia
A Imprensa, João Pessoa 1928/1940 campanhas abolicionistas. A Verdade foi um
“órgão progressista e noticioso”, que

133
circulou entre os anos de 1888 e 1896. Seu gratuita para atender às crianças flageladas
fundador foi o abolicionista Manuel da da seca de 1877 e, para defender seus
Silva. O movimento era tão convincente conterrâneos mais carentes, improvisou-se
que rapidamente ele se tornou amigo da advogado. Em 1882, com 62 anos, foi
classe senhorial, o que fez com que Areia se nomeado Inspetor do Tesouro e, para
antecipasse à Lei Áurea, libertando os seus assumir o cargo, foi obrigado a deixar a sua
escravos duas semanas antes do 13 de maio. cidade e estabelecer-se na capital. Em 1884,
Como jornalista, participou dos periódicos cria na capital paraibana o Colégio
O Areiense, fundado em 1877, por ele e dois Paraibano que foi, por muitos anos,
dos seus filhos, Júlio e Tito Silva. Segundo considerado um dos melhores colégios do
Gaudêncio, Joaquim da Silva foi um Nordeste, onde, estudavam além dos
precursor do empresário paraibano, sendo paraibanos, os filhos das famílias dos
suas iniciativas – introdução da máquina a Estados vizinhos. Morreu no Recife, para
vapor no processo de descaroçamento do onde foi em busca de melhoras para os
algodão, o traçado e as primeiras obras da males da bexiga que o afligiam, uma
estrada da Onça. Nas páginas d’ O Areiense, prostatite crônica irreversível. Redatora:
Joaquim da Silva sugere o “aproveitamento SFPB
dos braços ociosos na construção de Referências:
açudes, no calcamento das ruas, no CASTRO, Oscar Oliveira. Vultos da Paraíba.
melhoramento das estradas e caminhos que Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1955.
ligavam Areia a outras localidades da GAUDÊNCIO, Francisco de Sales. Joaquim
da Silva: um empresário ilustrado do império.
região”. Nessa linha, também defendia a Bauru: Edusc, 2007.
construção de um mercado municipal. No http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
campo cultural, suas iniciativas deira20.htm

compreendem a construção do teatro, a SILVA, José Coutinho da. (Padre Zé


instalação de um gabinete de leitura e Coutinho) – (* 1897, Esperança-PB – +
posteriormente a construção das bases do 1973, João Pessoa-PB). Gerente de A
Instituto Jurídico Paraibano. Pelo Partido Imprensa.
Liberal, elegeu-se Deputado Provincial, por
SILVA, Tito Henrique – Latinista,
várias legislaturas, mas não conseguiu
jornalista e empresário. Foi o primeiro
eleger-se Deputado Geral. Sensível aos
Diretor do jornal A União. Fundou em 1892
problemas sociais, fundou uma escola
a fábrica Tito Silva, a primeira de vinho de

134
caju do Nordeste. SOARES, Epitácio. Campina Grande (?) –
(?). Editor de Diário da Borborema.
SILVEIRA, Isabel Iracema Feijó da – (*
25.12.1893, João Pessoa – ). Foram seus SOARES, Orris Eugênio (* 14.10.1884,
pais Emídio de Oliveira Feijó e Maria João Pessoa-PB – + 10.02.1964, Rio de
Carolina de Lima Feijó. Fez seus estudos Janeiro-RJ). Bacharel em Direito, pela
primários na Escola publica da professora Faculdade de Direito do Recife. Foi
dona Maria Amélia Cavalcante de Avelar e deputado, jornalista e homem de letras.
os secundários na Escola Normal do Secretário Geral do Estado da Paraíba
Estado, onde recebeu o diploma de [1920]. Fiscal de Bancos. Delegado do
professora, no dia 26 de março de 1908. Tribunal de Contas e do Instituto Nacional
Em visita a Aliança Liberal a Santa Rita, em do Livro. Fundou com seu irmão Oscar
fevereiro de 1930, fez o discurso de Soares, o jornal O Norte no dia 7 de maio de
saudação. Tendo exercido os seguintes 1908. Na época, a capital paraibana se
cargos: professora pública em Guarabira, chamava Parahyba. O Norte foi concebido
Areia e Santa Rita, em cuja cadeira foi dentro de padrões jornalísticos modernos
jubilada. Não tem nenhum livro publicado, para o período, com boa qualidade gráfica e
mas, foi colaboradora em vários jornais textual, revolucionando a imprensa de seu
como: A União e A Imprensa na página estado de origem. Seu lançamento fora
feminina das Revistas Era Nova, Manaíra e noticiado até pelo concorrente direto, o
Almanach, desta Capital, do Rio de Janeiro e jornal A União, hoje o jornal mais antigo
dos Estados vizinhos, que estampam suas ainda em circulação na Paraíba. A despeito
poesias. Iracema foi a primeira mulher a ter da qualidade de suas obras teatrais, hoje
o título de eleitor em 1929 e a votar no reconhecidas e estudadas por historiadores
Estado da Paraíba em 1930. Redator: FS paraibanos, Orris Soares é injustamente

Referências: mais conhecido pelo fato de ter prefaciado e

Revista Manaíra João Pessoa, dezembro de organizado a obra de Augusto dos Anjos
1940. Nº 14 pág. 32 Eu e Outras Poesia. Em 1920, ele organiza,
A União, João Pessoa de 1930/1945. prefacia e prepara a edição do volume de
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940. poesias publicado em vida pelo próprio
SILVEIRA, Josué Gomes da – (* 1897, poeta, acrescido de versos póstumos. É
Alagoa Grande-PB, – + 1975, João Pessoa- também de 1928, por interferência sua que
PB). Gerente de A União. a Livraria Castilho, do Rio, edita a 3ª edição,

135
com extraordinário sucesso de crítica e Referências:
público. ALMEIDA, Horácio. Contribuição para uma
bibliografia paraibana. João Pessoa: A União,
Sobre seu teatro, Paulo Vieira reconhece a 1994.
qualidade e tendências expressionistas. No SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
que diz respeito a Rogério, sua obra prima, União, 1994.
“o tema é a revolução. Outro indicador de VIEIRA, Paulo. “Orris Soares, um
sua modernidade, pois aparenta tomar inovador”. In: Agulha. Revista de Cultura #
36 Fortaleza, São Paulo - outubro de 2003.
como referência à revolução soviética de Disponível em
outubro de 1917”. Segundo Paulo Vieira, http://www.revista.agulha.nom.br/ag36soa
res.htm.
“por este ponto de vista, torna-se ainda
mais espantosa a contemporaneidade da SOUZA, Braz Florentino Henriques de

obra, pois líder de uma revolução popular, – (* 1825, João Pessoa-PB – + 1870, São
Rogério, após a vitória, torna-se um cruel e Luís-MA). Bacharel em Direito pela
desumano ditador, assassino e temível Faculdade de Olinda, turma de 1849, onde
déspota. Em 1920, quando Orris Soares se doutorou em 1851. Foi professor da
escreveu o seu texto, Stalin ainda não havia Faculdade de Direito de Recife, integrante
assumido o comando da U. R. S. S. e, muito do partido conservador. Exerceu o
menos, dado início aos expurgos que jornalismo no Diário de Pernambuco. Político
eliminaram líderes influentes e vinculado ao Partido Conservador.
revolucionários de primeira hora. Assim Professor da Faculdade de Direito do
como Ernst Toller em suas peças, a Recife. Publicou os livros Casamento Civil e o

burguesia e, por conseqüência, o governo, Casamento Religioso e Do Poder Moderador:


ou o poder em todas as suas instâncias, são ensaio de Direito Constitucional, este publicado
uma e semelhante coisa”. Sua produção pela Typographia Universal do Recife, em
inclui além das obras teatrais, biografia e 1864. Escolhido pelo Imperador D. Pedro
dicionários: A barreira. Paraíba, 1917; A II, integrou a comissão de juristas que
Cisma. Rio de Janeiro, 1915; Rogério: drama elaborou parecer sobre o projeto do Código
em 3 atos; Pedro Américo(1920); Dicionário de Civil, de autoria do mestre Teixeira de

Filosofia. Rio de Janeiro; INL, V. 1,1952 e Freitas. Presidente da Província do

V.2, 1968. Em 1985 o Governo do Estado Maranhão, falecendo ali, prematuramente

da Paraíba publica seu teatro completo. aos 45 anos, quando designado para

Redatora: SFPB idêntica função em Minas Gerais. Em 2003,

136
o Senado Federal reedita o seu clássico nos
estudos jurídicos, Lições de Direito Criminal,
uma compilação dos seus trabalhos,
editados em 1872.

Referências:

ODILON, Marcus. Pequeno dicionário de fatos


e vultos da Paraíba. Rio de Janeiro: Cátedra,
1984.

137
dedicar à imprensa, fundando O Tempo,

 T órgão da imprensa, que circulou sob a sua


direção. Fundou em seu estado, uma
Associação de Guarda-Livros e foi membro
da Associação Comercial do Recife. Atuou
TAVARES, João Lyra. (* 23.11.1871 na política, foi historiador e fundou O
Goiana-PE – + 31.12.1939, Rio de Janeiro- Tempo, órgão da imprensa, que circulou sob
RJ). Jornalista, biografo e professor. Aos 5 a sua direção. Quando o jornal desapareceu,
anos de idade mudou-se para o Rio Grande entrou para a redação política do órgão do
do Norte onde fez os estudos primários e se PRC. Foi lente de Corografia e história do
matriculou no Ginásio Rio Grandense, em Brasil na Escola Normal e diretor do
1882. Em 1886, por falta de dinheiro dos Anuário Almanaque da Paraíba, bem como
pais para sustentá-lo, abandona os estudos catedrático de contabilidade do Liceu
para ser guarda-livros e depois chefe de Paraibano. Foi economista e autor de obras
escritório da firma comercial em que didáticas e estudioso de geografia. Publicou
trabalhava, na cidade de Macaíba. Nessa Ligeiras notas, Traços biográficos do coronel
cidade, foi um dos fundadores do clube Lordão, Apontamentos para a história territorial
abolicionista e assinou o manifesto da Paraíba (2 vols.), A Paraíba (2 vols.), Notas
republicano de Pedro Velho. Mais tarde históricas sobre Portugal, Estudos sobre a rebelião
tornou-se secretário do clube republicano praieira, Pontos de história pátria. Segundo
da cidade e colaborador do respectivo Bittencourt, ele tinha um gosto especial para
jornal. Depois da proclamação da república, os estudos históricos, econômicos e
mudou-se para Natal, onde trabalhou na políticos.
imprensa defendendo sempre a causa
Referências:
política. Em 1895, passou a ser guarda-
BITTEENCOURT, Liberato. Homens do
livros em Recife, onde chegou a ser sócio da Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
Janeiro: Gomes Editora, 1949.
firma, que tinha várias filiais na Paraíba.
http://www.senado.gov.br/sf/senadores/s
Como diretor da Associação Comercial de enadores_biografia.asp?codparl=1797&li=3
Pernambuco, teve que assumir a gerência de 4&lcab=1927-1929&lf=34
uma dessas filiais. Na Paraíba, entregou-se à TEJO, William – (Campina Grande-PB).
política, onde foi deputado estadual por Integra o corpo redacional da Gazeta do
sucessivos mandatos. A partir de 1908 Serão.
abandona a profissão comercial e passa a se

138
TOLEDO, Severino Carvalho de – (*
10.09.1899, Vila de Alagoa Nova-PB). Poeta
e jornalista.

Referência:
COUTINHO, Afrânio, dir. Brasil e
brasileiros de hoje. Rio de Janeiro, Sul
Americana S.A., 1961, II: 568.

139
federal, colaborou com o Jornal do Comércio.

 V Foi Deputado Provincial pela Paraíba, em


duas legislaturas consecutivas (1878/1879-
1880/1881) e governou o Estado de
Pernambuco, em 1890. Republicano,
VASCONCELOS, Albino Gonçalves tornou-se oposição com a revolta da
Meira – (* 15.03.185, Pilar-PB – + armada, ao lado de Custódio de Mello, o
10.06.1908, Recife-PE). Filho do casal que lhe custou algum tempo na prisão. Foi
Manuel Joaquim Carneiro Meira e D. recolhido ao quartel das Cinco Pontas e
Antônia Carneiro Meira. Era casado com a depois transferido para o Forte do Brum e
senhora Isabel Peixoto de Miranda em seguida para o Rio de Janeiro, a bordo
Henriques. Iniciou o curso primário na do vapor Desterro. Publicou: Tese e
Escola do professor Demétrio Toledo, em dissertação apresentada à Faculdade de Direito do
Pilar, e concluiu no Colégio de Itabaiana; Recife. Tipografia Mercantil, 1881.
fez o secundário no Lyceu Paraibano e
Referências:
bacharelou-se em Direito pela Faculdade do
ALMEIDA, Horácio de. Contribuição para
Recife, em 1875. De origem modesta, uma bibliografia paraibana. João Pessoa: A
Albino Meira, ainda muito jovem, começou União, 1994.
BITTEENCOURT, Liberato. Homens do
a trabalhar para custear os seus estudos, Brasil, vol. II (Parahybanos ilustres). Rio de
lecionando Português no Curso Anexo à Janeiro: Gomes Editora, 1949.

Faculdade de Direito, iniciando, assim, a sua CASTRO, Oscar de Oliveira. Vultos da


Paraíba. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional,
carreira no magistério; em 1876, através de 1955.
concurso público, ingressou no magistério http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira03.htm
superior, lecionando Direito Constitucional.
VASCONCELOS, Olinto José Meira –
Como era peculiar à época, utilizou a
(* 07.07.1829, João Pessoa-PB – +
imprensa para travar várias batalhas,
inclusive com Tobias Barreto. Além de 10.10.1901, João Pessoa-PB). Poeta e

professor, atuava como advogado, biógrafo. Formado em Direito em 1851,


torna-se professor e membro da Academia
jornalista, orador e político; escreveu nos
Paraibana de Letras.
jornais: O Comércio, A Gazeta, A Tribuna
Liberal e em vários outros periódicos da Referência:
época, não teve, porém, a preocupação de
reunir em livros a sua produção. Na capital

140
SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Direito pela Faculdade do Recife, em 1920,
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
começando a advogar na capital do seu
União, 1994.
Estado. Depois, transferiu-se para o Rio de
VIDAL FILHO – (* 1899, Paraíba – +
Janeiro, submetendo-se a concurso público
1964, João Pessoa-PB). Diretor de A União.
para o Itamaraty, tendo sido aprovado e
VIDAL, Ademar Victor de Menezes – (* nomeado para a Legação do Brasil na
07.10.1900, Paraíba – + 30.11.1986, Rio de Holanda, porém, teve problema de saúde e
Janeiro-RJ). Ainda menino faz jornalzinho renunciou ao cargo, retornando à Paraíba.
em casa e torna-se, com apenas doze anos, Aqui chegando, foi nomeado Oficial de
ajudante de revisor de A União, jornal que Gabinete do Presidente Sólon de Lucena
chega a dirigir oito anos mais tarde. Cria e ocupando, também, o cargo de Procurador
dirige a revista A Novela. Colaborador de da República. Mais tarde, o Presidente João
várias revistas estrangeiras como Atlântico Pessoa convidou-o para assumir as pastas
(Lisboa), Pretexte (Paris) e Ocidente (Madrid), de Justiça e Segurança, permanecendo à
escreve matérias sobre política, social e frente dessas Secretarias até 1930. Aos doze
jurídica, revelando fatos e problemas do anos, começou a trabalhar no jornal A
Nordeste. Deixou viúva a senhora Maria do União como revisor, ocupando, mais tarde, a
Céu Vidal com cinco filhos. Eram seus pais direção do órgão. Fundou a Revista A
o jornalista Francisco de Assis Vidal e D. Novela, que circulou na capital e foi
Amélia Augusta Menezes Vidal; foi classificada como precursora do movimento
alfabetizado em casa, com a sua mãe, modernista no Nordeste. Escreveu em
freqüentando depois o Colégio Nossa vários jornais do país e em revistas
Senhora das Neves, Colégio Diocesano Pio estrangeiras, representou o Brasil em
XII , preparando-se para ingressar no Lyceu Congressos, fez conferências em diversas
com o poeta Augusto dos Anjos, cujas aulas Universidades sobre temas políticos e
eram ministradas na própria residência do jurídicos. Colaborador assíduo da Revista
poeta, à Rua Direita, 93, atual Duque de Era Nova e membro do Instituto Histórico e
Caxias. Desse contato diário com Augusto Geográfico Paraibano. Foi eleito, por
dos Anjos, Adhemar Vidal armazenou aclamação, membro efetivo da Academia
lembranças que, mais tarde, lhe ofereceram Paraibana de Letras, tendo sido empossado
subsídios para escrever o livro intitulado O no dia 24 de outubro de 1979 e
outro EU de Augusto dos Anjos. Formou-se em recepcionado pelo acadêmico José Octávio

141
de Arruda Mello. A sua produção literária é nesta Capital. Recebeu o diploma de
vasta e variada. Além de artigos em jornais e professora pública pela Escola Normal
revistas, publicou: Fome, 1922; O incrível João Oficial, em 15 de junho de 1911, sendo a
Pessoa, 1931; 1930 – História da Revolução oradora da turma. Iniciou a carreira do
na Paraíba, 1933; Epitácio Pessoa ou o magistério dando aulas particulares,
sentimento de autoridade, 1942; Recordações somente em 1915, através de concurso
sentimentais de Epitácio Pessoa, 1942; Guia da público, ingressou no magistério oficial. Foi
Paraíba, 1943; Terra de homens, 1945; América, designada para ministrar aulas em Serraria,
mundo livre, 1945; Espírito de reforma, 1945; mais tarde transferiu-se para Santa Rita e,
Importância do açúcar, 1945; Lendas e finalmente para a capital do Estado. Casou-
superstições, 1950; Europa, 1950; Reparações de se em 1917, com José Taciano da Fonseca
guerra, 1952; Organização judiciária dos Estados Jardim, nascendo desse casamento 14 filhos,
Unidos do Brasil, 1959; Liquidação dos bens de dos quais apenas cinco sobreviveram, João
guerra, 1960; O outro Eu de Augusto dos Anjos, Batista, Leôncio, Marcília Celeste e Maria
1967; Canção de liberdade; Regime jurídico do Brasil. Foi professora pública em várias
estrangeiro; Moderno sentido de soberania, s/d. O escolas primárias do Estado. Já casada
grande presidente; A família brasileira e as suas decidiu ser médica, contrariando a vontade
origens; João Pessoa e a Revolução de 30. do marido e enfrentando todos os
Redatora: SFPB obstáculos e preconceitos da época,

Referências: preparou-se e submeteu-se às provas da

SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos. Faculdade. Eudésia foi à única mulher numa
Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A turma de homens a receber o grau de
União, 1994.
doutora, e a primeira paraibana a conquistar
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ad
hemarv.htm o título, pela Faculdade de Medicina de
Recife. Ali recebeu o diploma de doutora
VIEIRA, Eudésia – (* 08.04.1894,
em ciências médicas e cirúrgicas, por ter
Livramento-PB – + 16.7.1981, João Pessoa-
sido a única que defendeu Tese (Síndrome
PB). Nasceu no dia 08 de abril de 1894, na
de Schickelé), dentre os 52 diplomados
povoação de Livramento, no município de
naquele ano. Aqui em João Pessoa, instalou
Santa Rita, sendo seus pais Pedro Celestino
um consultório em sua residência, à rua
Vieira e Rita Filomena de Carvalho Vieira.
Duque de Caxias, passou a atender e
Fez seus estudos primários na Escola
dedicar-se à sua clientela, fazendo da
particular de D. Isabel Cavalcanti Monteiro

142
medicina o seu apostolado. Foi Assistente conversão ao Catolicismo. Depois desse
Social da Penitenciária Modelo, sendo acontecimento, tornou-se devota de Nossa
muito amada pelos presidiários. Professora, Senhora de Fátima, a quem atribuiu o
médica, jornalista e poetisa. Eis a mulher milagre de seu salvamento, em 1943,
Eudésia Vieira. Ingressou no Instituto quando o navio em que viajava do Rio de
Histórico e Geográfico Paraibano em 3 de Janeiro para João Pessoa, foi torpedeado
junho de 1922, onde exerceu o cargo de por um submarino Alemão nas Costas da
suplente de 1o Secretário no período de Bahia. Em 1974 recebeu o título de cidadã
1925-26. Como professora se preocupou Benemérita da Paraíba e, quando faleceu,
muito com a qualidade do livro didático foi homenageada com seu nome dado a
adotado nas Escolas Primárias e, com muito uma rua do Bairro dos Estados. Deixou
sacrifício, conseguiu elaborar e editar dois publicados os seguintes trabalhos: Pontos de
livros e adotá-los nas Escolas Oficias do História do Brasil (didático); Cirus e Nimbos;
Estado. Como médica, dedicou-se com (versos); A Minha Conversão e Dom Ulrico
extremado desvelo às clientes, orientando- Sonntag; Síndrome de Schickelé; (Tese de
as, principalmente na questão do pré-natal, doutorado); Terra dos Tabajaras (didático) -
numa época que este exame era totalmente 1955; Mistério de Fátima - 1952; Conferência -
desconhecido pela maioria das mulheres. 1948; Dois Episódios de uma Vida; Poema do
Como escritora, jornalista e poetisa, foi Sentenciado; O Torpedeamento do Afonso Pena -
muito atuante. Colaborou na Revista Era 1951; Inéditos: Mortos que Falam; A Mãe
Nova, nos jornais O Norte, A União, A Cristã e a Educação Eucarística que Ha de Dar
Imprensa, A Gazeta do Recife e em Novelar, aos Filhos. Além de proferir palestra em
jornal da Festa das Neves. Seu primeiro sessão solene sobre a Emancipação Política
poema foi publicado quando tinha 14 anos. do Brasil. Eudésia exerceu cargo de
Realizou muitas Conferencias que, suplente de 1ª Secretário, no período de
posteriormente, foram enfeixadas em livros. 1925-26 no IHGP. Entre o período de
Em 1974, foi convidada para ocupar a 1956/59 assumiu o cargo de Oradora e
Cadeira nº 20 da Academia Fluminense de entre 1959/62 assumiu a Comissão de
Letras, onde seu patrono era Alberto Contas desta Instituição. Eudésia faleceu
Torres; infelizmente, por motivo de saúde em João Pessoa, no dia 16 de julho de 1981.
não aceitou o convite. Eudésia Vieira, Redator: FS
considerava fato marcante na sua vida a Referências:

143
Revista Manaíra. João Pessoa, abril de 1940. no Correio da Noite e na Gazeta da Tarde, ao
Nº 06 pág. 04. Memorial do IHGP Edição
mesmo tempo em que desenvolvia suas
Comemorativa dos 90 anos de Fundação
1905/1995. J.P. 1995. atividades de redator-chefe de documentos
SANTANA, Martha Mª Falcão de C. e M. , parlamentares na Câmara dos Deputados.
“Primeira Historiadora e Médica
Santaritense”, Artigo publicado na coluna Suas crônicas, após uma viagem à Suíça, são
Brasil 500 anos, In: O Norte, 17 de maio de reunidas no volume A cadeia velha, publicado
1998.
em 1912. Viaja a Portugal, mas se mantém
A União, João Pessoa de 1930/1940.
ligado à Paraíba, através de assíduas
A Imprensa, João Pessoa de 1928/1940.
publicações no jornal A União, textos que
Era Nova, Parahyba do Norte, Imprensa
Oficial, 1921/1926. serão organizados sob o título de Sol de
Revista de IHGP, João Pessoa, A UNIÃO, Portugal (1918).
Imprensa Oficial, 1932/1940.
Referência:
VIEIRA, José de Araújo – (* 23.03.1880, SANTOS, Idelette Muzart Fonseca dos.
Mamanguape-PB – + 08.07.1948, Rio de Dicionário Literário da Paraíba. João Pessoa: A
União, 1994.
Janeiro-RJ). Funcionário público, jurista,
cronista e romancista. Órfão muito cedo faz VIEIRA, Manoel Pedro Cardoso – (*
tardiamente seus estudos na Paraíba, 01.1848, Conde-PB – + 10.01.1880, Rio de
quando ingressa em um curso de Janeiro-RJ). Filho de Pedro Cardoso Vieira
comerciários. Manifesta suas primeiras e Maria Severina Vieira, proprietários do
tendências literárias no campo da poesia, engenho que era uma pequena aldeia
publicando seus poemas no Almanaque da indígena, próxima à praia de Jacumã, no
Paraíba e nos jornais A União e O Correio, município do Conde. Faleceu no dia 10 de
sob o pseudônimo de Félix de Araújo. janeiro de 1880, aos 32 anos de idade. Lá,
Como a grande maioria dos jornalistas da Cardoso Vieira aprendeu as primeiras letras,
época migra para outros estados, vindo, depois, morar na capital, na Rua da
principalmente Pernambuco, Ceará e Pará. Lagoa da Frente, atual Treze de Maio,
Neste último dedica-se ao curso de Direito continuando os estudos. Em 1873,
e mostra seu talento jornalístico em A bacharelou-se em Direito, no Recife.
Província do Pará e O Jornal. Posteriormente, Formado, voltou à Paraíba e dedicou-se à
conclui seu curso de Direito na Faculdade advocacia, ao jornalismo e ao magistério;
Nacional do Rio de Janeiro, onde fixa aprovado em concurso público, foi
residência. Na capital, estréia como cronista nomeado professor do Lyceu, passando a
lecionar Retórica, Geometria e Português.

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Ingressou na política, elegendo-se
Deputado Geral pelo Partido Liberal, apesar
de seus pais serem conservadores. Ao lado
de Joaquim Nabuco, muito lutou pela
reforma social e pelo abolicionismo; como
jornalista, colaborou nos jornais Correio
Noticioso, A Opinião e A União Liberal; dirigiu
O Despertador e fundou o Bossuet da Jacoca,
jornal satírico, tendo como alvo especial o
Padre Lindolfo Corrêa (Comendador
Corrêa Neves), diretor de O Publicador, cuja
eloqüência era satirizada impiedosamente.
“Cardoso Vieira, através do seu jornal, manteve-se
sob o fogo crepitante de sua ironia contundente,
propiciando revide à altura" (José Leal.) Não
deixou livros publicados, encontrando-se,
apenas, artigos e poemas em jornais;
discursos e interpelações nos Anais do
Parlamento.

Referência:
http://www2.aplpb.com.br/academicos/ca
deira10.htm

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