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CPC 11 – Contratos de seguros

Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade − IFRS 4

A baixo é apresentado um resumo da estrutura das informações


expressas pela referida norma, conforme seu índice oficial – na coluna da
esquerda –, e com os 45 (quarenta e cinco) subtítulos utilizados neste trabalho,
que levam em conta o conteúdo apresentado na forma de itens numerados na
Norma, na coluna da direita.

Subtítulos dos itens abordados


Conteúdo no Índice do CPC 11
neste estudo
OBJETIVO 1. Objetivo da norma
2. Alcance
3. O que não alcança
4. Casos em que não deve ser
ALCANCE aplicada
5. Definição de segurança para
esta norma
6. Contrato de resseguros
7. Derivativo embutidos
8. Desobrigado em separar os
Derivativo embutido derivativos embutidos
9. Opções de resgate dos
instrumentos financeiros
Separação dos componentes de 10. Separação dos componentes
depósito de depósitos
11. Exemplo de política contábil na
indenização
Subtítulos dos itens abordados
Conteúdo no Índice do CPC 11
neste estudo
12. Procedimentos para
contabilizar um contrato em separado
RECONHECIMENTO E
MENSURAÇÃO
13. Reconhecimento e Mensuração
Exceções temporárias a outros – Exceções temporárias
pronunciamentos 14. Algumas práticas contábeis
mantidas
15. Testes de adequação do
passivo 
16. Requisitos mínimos dos testes
dos passivos
17. Quando os requisitos dos
Teste de adequação do passivo
passivos não são atendidos
18. Adequação dos testes quanto
aos itens 16 e 17
19. Margens futuras de
investimentos
Redução ao valor recuperável dos 20. Redução ao valor recuperável
ativos por contrato de resseguro dos ativos por contrato de resseguro
21. Mudanças nas políticas
contábeis
22. Condições para a alteração da
Mudança nas políticas contábeis
política contábil
23. Justificando alterações na
política contábil
24. Taxas de juros de mercados
Taxa de juros de mercado correntes
correntes
25. Continuação de práticas
Continuação de práticas existentes
existentes
Prudência 26. Prudência
Subtítulos dos itens abordados
Conteúdo no Índice do CPC 11
neste estudo
27. Margem futura de investimento
28. Superação da refutável
presunção
Margem futura de investimento
29. Taxa de desconto para
determinar o valor presente do lucro
futuro
Shadow accounting 30. Shadow accounting
31. Contrato em combinação de
Contratos de seguro adquiridos em negócios ou transferência de carteira
combinação de negócios ou
32. Uso da apresentação
transferência de
33. Os ativos intangíveis
Característica de participação 34. Característica de participação
discricionária em contratos de seguro discricionária em contratos de seguro
Característica de participação 35. Característica de participação
discricionária em instrumentos discricionária em instrumentos
financeiros financeiros
DIVULGAÇÃO
36. Divulgação
Explicação dos valores
37. Explicação dos valores
reconhecidos
reconhecidos
38. Natureza e extensão dos riscos
Natureza e extensão dos riscos originados por contratos de seguro
originados por contratos de seguro 39. Exigências para a adequação
quanto à divulgação de informações
40. Data de início de aplicação e
DATA DE INÍCIO DE APLICAÇÃO E transição
TRANSIÇÃO 41. Início da obrigatoriedade do
Pronunciamento
Divulgação 42. Divulgação
43. Quando algum item é
Subtítulos dos itens abordados
Conteúdo no Índice do CPC 11
neste estudo
impraticável
44. Divulgação de sinistros
desobrigada
Nova designação para ativos 45. Nova designação para ativos
financeiros financeiros
Apêndice A – Definições
Apêndice B – Definição de contratos
de seguro
Tabela 1: Estrutura do CPC 11.
Resumo do CPC 11

No primeiro item são tratados 2 aspectos:

1) o reconhecimento por parte do CPC quanto à importância de uma


normatização para a contabilidade que envolva os negócios feitos pelas
seguradas e;

2) a ação do CPC quanto ao processo de adequação aos procedimentos


existentes às normas internacionais e suas especificações, o que se resume
num manual sobre o que se deve fazer, evitar e como fazer.

O parágrafo seguinte (item 2) estabelece os pontos alcançados pela


norma (os contratos de seguros e resseguros), bem como instrumentos
financeiros (NBC 14) devidamente divulgados. O conteúdo é completado pelo
item 3 em que não é permitido o uso da norma, sendo que a contabilidade foca
na relação e consequências da negociação feita de seguradora para cedente, e
não do que venha a compor o patrimônio financeiro da própria seguradora para
ela mesma. A exceção encontra-se no item 45, que afirma que serão
alcançados caso se efetue uma reclassificação de sua política de passivos de
contratos de seguros em virtude de adaptação à Norma. Há outras exceções
definidas, que envolvem, no geral, relações em que o contrato se sustenta
exclusivamente sobre bens financeiros.
Já depois de alguns itens é que a norma começa a apresentar os
conceitos a serem trabalhados, tardiamente. Indo direto ao ponto, para a
norma, por exemplo, se uma entidade emitir contrato de seguro será
considerada uma seguradora.

Após o conceito básico de seguradora, vem o conceito de contrato de


resseguros: um contrato de seguradora para outra seguradora também é com
contrato de seguro, uma vez que trata de negociação de uma entidade para
com outra, bem como não envolve os fatores do item 4, como por exemplo,
garantias emitidas pelos próprios fabricantes e instrumentos financeiros.

Em seguida é apresentado o conceito de derivativos embutidos e seus


problemas para o reconhecimento na política contábil. Derivativo embutido é o
componente de um contrato que possui uma parte que sofre variação por
algum indexador , sofrendo uma atualização financeira, o que afeta os seus
fluxos de caixa. Destaca-se que quando houver relação específica entre o valor
contratado e o passivo final acrescido de juros, a empresa não estará obrigada
a efetuar a separação. No entanto, a seguradora será sempre obrigada a
efetuar a separação do contrato de seus encargos e atualizações quando a
contabilização destes últimos puder ser realizada, sendo que o contrário é
verdadeiro: se não puder realizar essa contabilização, estará impedida de
efetuar esse procedimento.

O item de número 12 começa o texto avisando o que se deve levar em


conta para contabilizar um contrato em separado, mas para efeito de
obervação, este item afirma apenas que para os contratos contabilizados em
separado deve-se aplicar o CPC 11 e especificamente o CPC 14 para os
instrumentos financeiros de depósito.

Basicamente, se não há procedimentos para serem seguidos, deve-se


seguir os que a norma geral das práticas contábeis, de mudanças de
estimativas e correção de erros determinarem. A exceção enquadra-se para os
contratos de resseguros com despesas com comercialização, em que permite-
se uma apresentação em que se diferencie em dois campos: passivo
mensurado e ativo intangível. Entre as obrigações e impedimentos que vem
com a aplicação desta norma constam o reconhecimento de passivos desde
que haja a provisão em conformidade, além dos testes de adequação do
passivo com vistas ao fluxo de caixa, bem como a proibição de compensação
de ativos de contratos de resseguro contra passivos de contratos de
resseguros, bem como receitas contra despesas destes mesmos contratos.

Há proibições e impedimentos para as seguradoras ao adotarem os


procedimentos, sendo que o assunto primeiro é exclusão dos passivos de
contratos quando não houver uma exata provisão futura de suas despesas.
Neste item, ocorre a figura dos testes para a determinação dos passivos
embasados em análises dos balanços e das atualizações com fluxos de caixas
futuros. Os quesitos mínimos para a aceitação da classificação em passivo no
contrato de seguro são: consideração de estimativas correntes para todo o
fluxo de caixa do contrato com relação direta aos encargos dos sinistros e a
demonstração de ser inadequado, deve ser reconhecido no resultado.

Deve-se aplicar sempre a técnica para verificar se o passivo contratual é


mesmo o que parece, sendo que os requisitos mínimos não forem satisfeitos,
deve-se considerá-lo como relevante, retirando de seu montante os valores que
não compõem contabilmente. Se não for possível, utilizam-se os
procedimentos do item 17, definindo tratando o passivo como relevante,
separando seus adicionais e visar as margens de investimentos, caso sejam
definidas.

É obrigação do cedente, conforme o item de número 20, atualizar para


baixo o valor do contrato de resseguro sempre que houver diminuição do valor
do ativo recuperável do contrato, mas que precisa ser comprovado por
evidências e ser feito de forma confiável, proporcional ao valor da perda.

O que o item 22 consolida uma prática contábil que visa a consistência


dos dados e métodos de contabilização e apresentação às opções das
seguradoras em adotar ou não os procedimentos impostos pelo CPC 11: a
Consistência. Além do aspecto da melhora na qualidade das informações
produzidas pela contabilidade, outra condição para uma mudança para a
seguradora se adequar e aplicar as normas em uma nova política contábil
consiste na aplicabilidade de critérios vigentes mais relevantes, o que pode ser
analisável quando se tratar de itens mais específicos.
A seguradora tem a possibilidade de atualizar seu passivo quando este
de apresentar defasado em decorrência dos juros no mercado corrente. Isso
aproxima o valor do contrato à realidade financeira do País, deixando assim as
informações mais fidedignas *além da correção de erros quando
determinados), como pretende o item de número 21.

O que a norma faz no item de número 26 é determinar que devem ser


adotados métodos prudentes para a nova política contábil a ser implantada,
mas sem adicionar aos métodos de zelo que já existem, caso sejam
suficientes. A contabilidade deve adotar os procedimentos contábeis para
melhorar o grau de informações produzidas, sendo desencorajada uma
alteração em política contábil caso se evidencie prejuízo da credibilidade dos
dados gerados aos usuários da informação.

O item 29 trata as duas formas de mensuração do valor presente do


lucro futuro pela utilização de taxas de desconto: mensurando o passivo
indiretamente, ao longo de alguns períodos (menos apropriada por ser menos
precisa) e sobre o passivo diretamente aplicada sobre o ativo.

Conforme o item de número 30, deve-se tomar algumas providências


para a contabilização das perdas e ganhos dos ativos da seguradora para não
afetar desfavoravelmente (no quesito de informação) itens críticos como
despesas comerciais diferidas ativos intangíveis e passivos de contratos de
seguros. A norma destaca que não é obrigatório o uso dessa política contábil,
mas que quando feito, os ajustes de contrato sejam feitos no patrimônio líquido.

O item de número 31 determina que na aquisição de contratos deve-se


observar as normas internacionais de contabilidade para a mensuração correta
dos passivos assumidos e ativos adquiridos inclusos na negociação, sendo
facultado a divisão para a melhor mensuração das partes de cada um dos dois
componentes citados.

Alguns contratos têm direitos adicionais que devem ser atendidos pela
seguradora emitente do contrato e o que o item de número 34 faz é determinar
as regras para o cumprimento desses direitos. Entre as obervações consta
determinadas no item constam que a empresa pode, por exemplo escolher
como deve reconhecer o elemento garantido, bem como o direito de
reconhecer todo o prêmio como uma receita, em vez de separar uma parte
para compôr o patrimônio líquido.

O que o item 35 informa são os procedimentos para o reconhecimento


dos instrumentos financeiros quando a seguradora optar por contabilizá-los
junto ao contrato. Dessa forma há a possibilidade por parte da empresa
emitente em reconhecê-los como passivos de contratos, devendo em
consequência aplicar os testes de adequação. No que se refere ao
reconhecimento de receitas e despesas continua a determinação em apropriar
os prêmios contratuais como sendo receitas e os aumentos em passivos como
despesas, mesmo em se tratando de instrumentos financeiros.

Mais uma vez o pronunciamento se faz um meio para se valer a


verdadeira função da Ciência Contábil, que é a divulgação de dados úteis e
entendíveis aos usuários – leigos ou não – que tenham acesso aos seus
balanços. Já no começo do CPC 11 havia a obrigatoriedade desenvolver as
políticas contábeis de modo que os Balanços fiquem não apenas mais fiéis a
realidade da empresa seguradora e para os que fazem uso para a tomada de
decisões, formando assim relatórios mais transparentes. O resultado do item
36 é a divulgação de relatórios contábeis detalhados, informando por exemplo,
o quanto de suas receitas com prêmios de seguros é de fato por este fim e
quanto tem origem em instrumentos financeiros, indexadores ou outros meios.
O item 37, por sua vez, define quais as informações que devem ser divulgadas
introduzidas pelo item 36. o item define que as seguradoras devem divulgar
informações pertinentes, inicialmente, à política contábil empregada, como uma
forma de dizer qual foi a metodologia tomada por base. Em seguida na ordem
de dados importantes consta a relação de ativos e passivos, bem como suas
resultantes receitas e despesas advindas dos contratos de seguros. O último
detalhamento configura-se no detalhamento da conciliação das mudanças que
surgiram ao se adaptar às normas do pronunciamento, o que inclui despesas
pré-operacionais para a adaptação e itens mais técnicos, como ajustes nos
valores e suas divergências quando comparado á política contábil anterior à
mudança. Em resumo, são informações tradicionais divulgadas em notas
explicativas.
O que o item 38 determina é que informações referentes à os dados
intrínsecos nos contratos, que não são visíveis pelos usuários e que afetam os
resultados e montante do prêmio de seguros. Entre estes os embasamentos
legais que envolvem os vários tipos de contratos de seguros Como por
exemplo, um seguro de vida, que demanda dados estatísticos de probabilidade
para a determinação da estimativa de vida do usuário para então estimar um
valor a ser resgatado em sua morte. Outro exemplo é os seguros patrimoniais,
que para terem seus valores de prêmios determinados precisam antes de
análises de especialistas naquilo a ser protegido. Deve-se lembrar que para
prêmios de grandes importâncias há os riscos de fraudes, fazendo com que a
seguradora emitente do contrato acompanhe os processos para confirmar que
o sinistro ocorreu dentro dos termos acordados e sem fraudes para beneficiar a
terceiros.

Conforme o texto do item 39, que explica e define quais itens de riscos
dos contratos de seguros devem ser divulgados e de que forma isso é feito.
Parafraseando o próprio testo da Norma tem-se que o principal é apresentar os
procedimentos e metas que visam a proteção contra os riscos. E sem levar em
conta outros pronunciamentos pode-se resumir o item 39 em: Apresentação
por parte da seguradora de seus objetivos, políticas e processos para gestão
de riscos, com seus métodos e critérios utilizados; Apresentação sobre quais
são esses riscos de seguros, como tipo de evento segurado e área geográfica
ou moeda, além dos controles sobre a projeção e o resultado real dos sinistros
e; informações sobre risco de crédito, fraudes e calote.

Conforme o item de número 40, mais uma vez, o pronunciamento


destaca que todas as seguradoras deverão adotar e se adaptar aos
procedimentos expressos na norma do CPC 11, tanto as que já usam seus
entendimentos para suas políticas contábeis quanto as que ainda não o
fizeram.

O item 41 determina que as normas passariam valer a para o exercício


social iniciado em primeiro de janeiro de 2010, o que significa um tempo
relativamente longo, uma vez que o pronunciamento é de cinco de dezembro
de 2008. No item 42 há um acréscimo da informação de que se a seguradora
aplicar a alteração da política contábil aos anos inferiores ao de 2010, deverá
divulgar esse fato.

Como entende o item 43, há aspectos específicos em que não dá para


simplesmente aplicar as definições do pronunciamento, seja porque o único
modo de reconhecimento possível é separando os componentes do contrato,
tendo assim que pode ocorrer que a política contábil não reconheça alguns
componentes; ou ainda, que não estejam em conformidade com os testes
mínimos de adequação da norma.

Há desobrigação em divulgar sinistros ocorridos há mais de cinco anos


antes do fim da vigência do primeiro ano do pronunciamento (2010), sendo
essa isenção expressa pelo item 39, ou seja: pelo que já foi apresentado
quanto à divulgação, não é obrigatória a aplicação das normas antes de 5 anos
dado o fim de 2010, mas que pode aumentar para 10 anos caso haja
informações problemáticas sobre sinistros.

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