Você está na página 1de 55

Ana Cascardo

1ªedição
Ana Cascardo
1ªedição

Curitiba
Edição do Autor
2018
Livro

Pesquisa e elaboração
Ana Cascardo

Revisão de conteúdo
Dóris Beraldo

Criação dos exercícios musicais


Ana Cascardo, Alvaro Ramos e Bernardo Manita

Editoração de partituras
Ludiana Cardoso Cansian

Editoração eletrônica
Ivana Podolan

Ilustrações
Giulia Fontoura

CD

Harmonização e execução instrumental dos exercícios vocais


Bernardo Manita

Produção, composição e execução vocal


Ana Cascardo

Técnicos de gravação e edição


Alvaro Ramos, Vitor Cansian Sakai Pinheiro e Stefanos Pinkuss

Mixagem e masterização
Vitor Cansian Sakai Pinheiro

Direção e coordenação de estúdio


Alvaro Ramos

Gravado na Gramofone+Musical www.gramofone.com.br

Dados internacionais de catalogação na publicação


Bibliotecário responsável: Bruno José Leonardi – CRB-9/1617

Cascardo, Ana Paula.


Aquecimento & manutenção da voz / Ana Paula Cascardo.
- Curitiba, PR : Edição do Autor, 2018.
52 p. : il. ; 15 x 30 cm.

Bibliografia: p. 50-51
ISBN 978-85-923520-1-1

1. Canto - Instrução e estudo. 2. Canto - Métodos -


Respiração. I. Título.

CDD ( 22ª ed.)


1. 783.007
• Aquecimento e manutenção vocal •
Agradecimentos

Minha gratidão a empresa Itaipu Binacional na pessoa do Sr. César


Eduardo Ziliotto, por acreditar em meu trabalho, aos amigos que sempre
me incentivaram a buscar cada vez mais e a todos os colaboradores que
aqui deixaram suas significativas contribuições, em especial a minha
parceira de vida Dóris Beraldo.

Aos meus pais pelo dom da vida e a Deus pela linda missão.

Que este material cumpra sua função de semear a arte e o aprimoramento


pessoal através do canto.

5
• Apresentação •

6
Apresentação
• Aquecimento e manutenção vocal •
Em muitas circunstâncias quem faz o uso intenso da voz pode ser
comparado a um atleta que necessita de uma rotina regular de exercícios
para o seu condicionamento físico. E em sua prática, supostamente
como um atleta, o profissional da voz está sujeito a fadigas ou até
mesmo ao surgimento de pequenas lesões por abuso ou mau uso do seu
instrumento.

Por este motivo, manter o hábito diário de estudo, com uma breve rotina
de exercícios respiratórios e vocalizes, pode colaborar para o bom
condicionamento dos músculos envolvidos na produção da voz. Este
hábito pode beneficiar tanto a musculatura intrínseca como extrínseca da
laringe, favorecendo a sua saúde e qualidade, além de contribuir para a
prevenção de possíveis lesões.

O presente material tem por objetivo colaborar na disciplina e no cuidado


com a saúde vocal do profissional que tem a voz como instrumento de
trabalho, além de todos os que possam se interessar por este assunto.

7
• Sumário •

8
Sumário
• Aquecimento e manutenção vocal •
Capítulo 1 10
Saúde vocal

Capítulo 2 15
Respiração para o canto

Capítulo 3 24
Voz X Emoção

Capítulo 4 28
Manutenção vocal

Capítulo 5 30
Aquecimento vocal

Capítulo 6 32
Desaquecimento vocal

Capítulo 7 33
Exercícios vocais

Glossário 48

Fontes Consultadas 50

9
• Sobre a autora •

10
Sobre a autora
• Aquecimento e manutenção vocal •
Ana Cascardo

Mineira de Itajubá radicada em Curitiba é licenciada em Estudos Sociais


pela Univali (1993), graduada em Musicoterapia pela Faculdade de Artes
do Paraná (1998) e em 2014 concluiu o curso de Professional Coach Life
Certification pela Sociedade Latino Americana de Coach (SLAC). Desde
1993 atua no mercado paranaense como cantora, locutora, oficineira,
produtora cultural e preparadora vocal atendendo diversos artistas locais.
É professora de canto popular no Conservatório de MPB de Curitiba
desde o ano 2000. Autora do livro “Guia teórico prático da voz” em
parceria com a fonoaudióloga especialista em voz Dóris Beraldo.

Fundadora do Blog ‘Voz teoria e prática” - www.vozteoriaepratica.com.


br, espaço dedicado a assuntos relacionados a voz e a técnica vocal para
o Canto Popular. Tem dois CDs lançados “Esta Noite vai ter Sol” e “Ana
Cascardo convida Trio Bonsai”. O primeiro CD teve a produção musical de
Sérgio Santos e a participação de artistas como André Mehmari e Chico
Pinheiro. Já no segundo CD a direção musical ficou por conta do próprio
Trio Bonsai que é formado por Paulo Braga, Mané Silveira e Guello.

11
Saúde vocal
• Saúde vocal •

Nestes quase vinte anos de atuação como Professora de Canto, observo


o quanto há dúvidas sobre o que se deve ou não fazer para manter a voz
mais saudável.

O que considero mais relevante salientar é que, muitas vezes, pequenas


mudanças de hábitos podem ser determinantes para a melhora da
qualidade vocal ou mesmo da saúde do corpo como um todo.

Quanto mais entendimento temos sobre a nossa voz, quanto mais


capazes somos em observar suas características no dia a dia, mais
desenvolvemos a nossa propriocepção, ou seja, aumentamos a nossa
percepção corporal e identificamos melhor as sensações e respostas
musculares produzidas pelo corpo. Acredito que um dos maiores trunfos
na busca do conhecimento técnico, é criar maior consciência e domínio
da voz.

Diariamente nossa voz pode sofrer pequenas modificações provocadas


por diversos fatores como variações bruscas do clima, a nossa disposição
física, o nosso estado emocional, entre outros. Por isso, estar atento
ao corpo e manter alguns cuidados diários simples são atitudes que
podem atenuar uma possível piora no padrão vocal em momentos em
que, mesmo não estando na melhor performance, o uso da voz se faz
imprescindível.

Sugiro aqui algumas destas práticas para ajudar a manter uma boa saúde
vocal:

• Tenha o hábito de beber água durante todo o dia. Uma boa


hidratação é fundamental para o bom funcionamento vocal, pois favorece
o deslizamento da onda mucosa durante a vibração das pregas vocais,
diminuindo o atrito entre elas durante a fonação. Utilizar o nebulizador
(inalador) com soro fisiológico (a 0,9%), também é bastante indicado para
quem faz o uso intenso da voz. A inalação proporciona a hidratação direta
da mucosa laríngea, e pode reduzir a densidade do muco (secreção)
produzido por esta.

12
• Aquecimento e manutenção vocal •
• Modere o consumo de derivados do leite, chocolate e café antes do
uso intenso da voz. Eles aumentam a densidade da saliva e a produção
de muco nas pregas vocais. Também evite tomar bebidas muito geladas
ou muito quentes, pois podem provocar um choque térmico. Quando isto
acontece, o próprio organismo lança uma descarga de muco (secreção)
nas pregas vocais para se defender, aumentando a sensação do pigarro.

• Coma uma maçã (dê preferência a maçã verde) antes de cantar.


Suas propriedades adstringentes ajudam na limpeza de todo o trato vocal,
além de ajudar a relaxar e soltar a mandíbula por causa dos movimentos
mastigatórios.

• Não tome bebidas alcoólicas antes do uso intenso da voz. O famoso


“conhaque para aquecer a voz” antes do seu uso, na verdade desidrata
e anestesia todo o trato vocal, levando o cantor a cometer abusos vocais
sem perceber.

• Não fume. O cigarro diminui a capacidade respiratória, resseca a


mucosa da laringe, gera pigarro permanente, provoca a perda dos tons
agudos, além de vários outros males à saúde. Já no caso das drogas,
estas podem lesar diretamente a mucosa do trato respiratório e vocal. A
maconha faz o efeito de vasodilatador o que pode causar edemas nas
pregas vocais e agravamento da voz. A cocaína causa vasoconstrição,
interferindo diretamente na ressonância do som, além de causar irritações
em todo o trato vocal.

13
• Saúde vocal •

• Evite gritar ou falar de forma muito forte. Tanto o grito como a


produção da voz em intensidade forte aumentam o fechamento glótico
(espaço entre as pregas vocais), e consequentemente o uso do músculo
Tireoaritnóideo (TA). Este é o principal músculo da voz falada (além de
muito utilizado no canto popular) e uma de suas características é ser
facilmente fatigável, favorecendo o surgimento do cansaço vocal. O grito
pode ser considerado como uma verdadeira “trombada” das pregas
vocais, uma das principais causas do aparecimento de lesões na mucosa
laríngea.

• Não tenha o hábito de pigarrear ou tossir com muita frequência.


Mantenha uma boa hidratação para diminuir a densidade do muco
gerado nas pregas vocais. Mas sobretudo, procure sempre investigar a
origem do excesso do pigarro ou da tosse, que pode ocorrer por vários
motivos, como o excesso de tensão laríngea, por processos alérgicos,
por aumento do refluxo gastroesofágico, entre outros. Na persistência
destes sintomas, procure uma orientação médica para descobrir as suas
possíveis causas.

• Se estiver gripado e com a voz debilitada, não abuse, faça um


repouso vocal e não use medicamentos sem prescrição médica. As
pastilhas ou sprays utilizados para aliviar a garganta oferecem, muitas
vezes, um efeito apenas paliativo. Além disto, eles têm o mesmo efeito
do álcool, anestesiando as pregas vocais. Procure sempre a orientação
de um médico especializado.

• Em período pré-menstrual ou em casos de distúrbios hormonais


evite o uso abusivo da voz falada ou cantada. Quando for necessário
o uso intenso de voz nestes períodos, procure aumentar a hidratação da
mucosa laríngea, e faça um bom aquecimento de toda a musculatura
vocal antes do uso da voz, promovendo assim a estabilidade da emissão.

• Não pratique exercícios físicos falando, pois esta prática pode gerar
sobrecarga no aparelho fonador. Isto acontece porque durante o esforço

14
• Aquecimento e manutenção vocal •
físico utilizamos a respiração Torácica ou Superior o que gera maior
tensão na região cervical, aumenta o fechamento das pregas vocais e
não favorece o uso do apoio.

BLA
BLA
BLA

• Evite utilizar a voz em situações de competição sonora. Se estiver


em lugar barulhento a tendência será o aumento da intensidade da voz,
gerando sobrecarga laríngea e causando fadiga vocal. Nestes casos,
aumente a articulação das palavras e não faça uso do cochicho. Esta
condição proporciona a formação de fendas vocais, nada desejadas para
o bom equilíbrio muscular vocal.

• Evite o uso o ar condicionado ou o ar quente em ambientes muito


fechados. Ambos diminuem a umidade do ar, ressecando toda a mucosa
das pregas vocais e trato vocal. Se o seu uso for inevitável, procure
proteger especialmente a região do pescoço, aumente a ingestão de
água, procure falar menos e usar a respiração nasal.

• Durma o suficiente para sentir suas energias plenamente


recuperadas de um dia para o outro. Após o uso intenso da voz, uma boa
noite de sono pode ajudar muito para a melhora da fadiga vocal. Lembre-
se que sua voz é reflexo do seu estado físico geral. Um corpo cansado vai
produzir uma voz cansada e sem brilho.

15
• Saúde vocal •

• Sempre aqueça a voz antes do seu uso intenso, seja ele profissional
ou não, tanto na voz cantada como falada. Observe em toda a musculatura
do seu corpo se há tensões indesejadas. Alongue pescoço, braços e
ombros e depois faça a sua rotina de vocalizes para alongar também toda
a musculatura vocal antes do seu uso no canto ou fala. Tenho certeza que
esta prática fará muita diferença em sua performance.

“Devemos nos atentar e nos conscientizar que


a saúde da voz também diz respeito à saúde do
corpo.”

16
• Aquecimento e manutenção vocal •
Respiração para o canto
“O cantor deve considerar que há muito mais na
respiração do que apenas o ar inalado.”
Nancy Zi

Nada como começar esse texto com a velha premissa de que “respirar é
sinônimo de vida.”

Muito se fala sobre a necessidade de uma boa respiração para


salvaguardar a saúde do corpo. É através da respiração que geramos a
energia que o alimenta.

Supõe-se que um mau hábito respiratório possa comprometer o estado


psicossomático do organismo humano como um todo.

DIAFRAGMA
Sempre quando inicio o trabalho com novos alunos de canto, faço a
mesma pergunta: - Quem aqui respira com o diafragma? E a resposta
sempre é muito parecida: - “Acho que ainda não!”

Os alunos iniciantes hesitam em dizer que possuem uma respiração


diafragmática, desconsiderando que o diafragma é um músculo
involuntário e o principal músculo respiratório que possuímos.

Portanto, todo mundo respira com o diafragma, que é auxiliado pelos


músculos intercostais e outros músculos acessórios. E claro, com
exercícios específicos podemos condicionar e automatizar estes
músculos, para que sejam mais efetivos durante o canto e fala.

De maneira simplificada, podemos definir o músculo diafragma como um


músculo tendinoso, no formato de uma cúpula que separa a cavidade
torácica da cavidade abdominal. Sua localização é abaixo dos pulmões
a acima das vísceras abdominais, ligado ao osso esterno, às costelas
inferiores e às vértebras lombares.

17
• Respiração para o canto •

No momento da inspiração o diafragma contrai e desce comprimindo


as vísceras abdominais e auxiliando a entrada de ar nos pulmões. Na
expiração acontece o movimento inverso, ele relaxa e sobe expulsando
o ar dos pulmões.

Portanto, lembre-se: - Todos nós respiramos através dos movimentos de


contração e relaxamento do diafragma!

18
• Aquecimento e manutenção vocal •
ESCOLAS NACIONAIS DE CANTO
Boa parte do que temos a respeito do mecanismo do manejo respiratório
das principais Escolas Nacionais de Canto, usam como referência o
estudo realizado por Richard Miller em sua publicação National Schools
of Singing: English, French, German, and ItalianTechniques of Singing
Revisited (1997). Leitura recomendada para quem quer saber um pouco
mais sobre o assunto.

Fiz abaixo uma pequena resenha do que encontrei de três das principais
escolas estudadas por ele: Escola Italiana, Escola Alemã e Escola
Francesa:

A Escola Italiana possui grande uniformidade em relação


ao manejo da respiração. O “Appogio” (apoio) pode ser
definido como uma combinação de respiração esterno-
intercostal diafragmática-epigástrica. A técnica do apoio
é realizada pela postura bem mantida do tórax.
Esta escola opõe-se ao sistema de abaixamento do
esterno e da caixa torácica, bem como a fixação das
costelas ou do diafragma (conceitos da Escola Alemã),
pois considera a respiração baixa e a pressão abdominal
para fora, contrárias ao processo funcional.
A Escola Alemã tem como principal característica a técnica
da respiração baixa. Vários sistemas de respiração são
utilizados, como a expansão dorsal abaixada, a contração
glúteo-pélvica, a fixação baixa do diafragma, a barriga
distendida e a distensão abdominal mais baixa.

A técnica da contração glúteo-pélvica é usada como meio


para alcançar o suporte respiratório (Atemstütze), pois
consideram que a fonte de controle muscular está muito
abaixo no tronco. Para isso, recomenda-se que a pélvis
esteja inclinada levemente para frente juntamente com
uma tensão glútea.

A respiração e o apoio são mantidos na cintura, ou


mesmo abaixo desta, a coluna de ar mais aprofundada
que fixada ou colocada, com bastante participação dos
músculos do ventre na expiração.

A Escola Francesa, em sua maior parte, é comprometida


com a respiração natural, que utiliza o mesmo manejo
respiratório para a fala e o canto. Comumente é sugerido
que assim como não se pensa em respirar para falar, não
de se deve pensar em respirar para cantar. A atenção
é direcionada a critérios musicais, na crença de que a

19
• Respiração para o canto •

frase em si mesma ditará o controle da respiração. A


respiração deve permanecer instintiva, uma vez que o
ato da respiração funciona automaticamente bem. Os
estudantes nesta escola são exortados a relaxarem e a
manterem a boa postura, mas raramente direcionados a
procedimentos mais específicos. (Miller, 1997)

Em minha prática, como cantora e professora de canto, tenho


como base respiratória os princípios da escola italiana, ou seja, a
CostodiafragmáticaAbdominal, considerada a mais fisiológica por muitos
autores.

Contudo, o que costumo observar em alguns alunos antes do aprendizado


deste tipo respiratório é a grande dificuldade em realizar a abertura das
costelas e uma correta anteriorização do osso esterno, sem a elevação
concomitante do tronco ou tórax.

Certamente isso ocorre porque estes alunos possuem uma respiração


superior ou torácica instalada e apresentam maior dificuldade em realizar
uma respiração mais abdominal.

Por isso, nestes casos, desenvolvo primeiramente a respiração abdominal,


antes do trabalho de abertura das costelas propriamente dito. Neste
processo, o aluno é ensinado a dissociar os movimentos respiratórios
abdominal, costal e torácico, dando-lhe maior domínio sobre todas
estas musculaturas distintamente. Para isto basta trabalhar cada tipo
respiratório isoladamente.

20
• Aquecimento e manutenção vocal •
TIPOS RESPIRATÓRIOS
Na literatura podemos encontrar quatro tipos distintos de respiração. São
eles:

• Torácico Superior, com elevação e abaixamento do tórax;


• Torácico Inferior, com o alargamento e estreitamente da base do tórax;
• Abdominal, com o avanço e recuo da parede abdominal.
• Costodiafragmático Abdominal, com abertura costal, anteriorização do
esterno e apoio abdominal.

A instalação e automatização do padrão respiratório Costodiafragmático


Abdominal é recomendada para o condicionamento da musculatura
respiratória, além de ser considerado o melhor tipo respiratório para o
controle do sopro, durante as diferentes demandas vocais do canto.

RESPIRAÇÃO ABDOMINAL
Para instalação do tipo respiratório abdominal, sugiro que o exercício seja
feito, inicialmente, em posição supina, ou seja, deitado de barriga para
cima, assim a respiração se dará de forma mais fisiológica.

Na inspiração a barriga protrui, e não se deve permitir a subida do tórax.

Na expiração a barriga contrai em direção as costas.

21
• Respiração para o canto •

Depois de estabelecida a respiração abdominal, será mais fácil


desenvolver os músculos intercostais para trabalho de abertura costal,
muito indicada para o canto.

RESPIRAÇÃO COSTODIAFRAGMÁTICA ABDOMINAL


Para o trabalho dos músculos intercostais:

• De costas encoste o quadril na parede e jogue o tronco para frente.


Coloque as mãos nas costelas e inspire pelo nariz, procurando alargar
esta região sem deixar o tronco elevar, mantenha as costelas abertas
fazendo uma pequena pausa respiratória, depois expire em ”fff”.

A posição do tronco para frente não permitirá que o mesmo suba no


momento inspiratório, facilitando o trabalho de abertura das costelas.
Depois de maior controle sobre a subida do tórax, realizar o exercício na
posição anatômica, ou seja, em pé.

Na inspiração as costelas se abrem lateralmente, deixando a parede


abdominal relaxada.

Na expiração as costelas fecham, e a parede abdominal deve ficar levemente


contraída.

22
• Aquecimento e manutenção vocal •
Obs: É possível realizar os todos os exercícios sugeridos variando o
uso das fricativas surdas “f”, “x” e “s”. Só cuide para que na fricativa
“s” o controle de saída de ar não sofra interferência da língua que deve
permanecer sem tensão durante o exercício.

“Manter uma boa postura com o peito aberto,


esterno anteriorizado sem rigidez e sem a
elevação dos ombros, pode facilitar muito o
processo de aprendizado de abertura costal,
indicada para o canto.”

23
• Respiração para o canto •

APOIO ABDOMINAL
Em minha prática como professora, observo com certa frequência, o uso
equivocado do apoio no Canto e este assunto merece muita atenção.

Nunca se deve pensar no apoio, como um “empuxo enérgico e/ou tenso”


que contrai a parede abdominal bruscamente para dentro, durante
a emissão de notas mais agudas ou longas. Mas sim, como um “leve
retesamento”, que mantem a musculatura do abdômen tonificada, porém
sem gerar o seu enrijecimento.

É preciso sempre manter um apoio flexível e acionado, de acordo com


cada demanda vocal no momento da emissão, seja ela forte ou ”piano”(em
pequena intensidade), aguda ou grave.

Na respiração Costodiafragmática Abdominal o apoio se dá pela


contração da “cinta abdominal”, que tem como principais músculos o
transverso do abdômen, o pequeno oblíquo, o grande oblíquo, e o reto
do abdômen, juntamente com a abertura costal pela contração dos
músculos intercostais externos.

Assim, no momento da emissão do som, estes músculos contraem a


barriga em direção às costas, enquanto as costelas permanecem abertas
fechando lentamente conforme a saída do ar.

O uso correto do apoio abdominal e dos músculos intercostais, favorece


o maior controle de intensidade do fluxo aéreo, a melhora no manejo
da emissão de notas longas, propiciando o alívio de possíveis tensões
laríngeas durante o uso da voz.

Sugestão de exercícios

Para o trabalho da “Cinta Abdominal” (Apoio):


• Solte o ar em ”fff”..., faça pausa, inspire enchendo a região abdominal,
faça pausa, solte o ar com a consoante “s” com sons curtos (staccatos).

• Outra sugestão é fazer os sons “Psiu” ou “Puf” contraindo o abdômen


para dentro em movimentos curtos e rápidos no momento da emissão,
tentando manter as costelas abertas. Isto pode ajudar a trabalhar a
sensação do apoio abdominal.

Obs: Sugestões de exercícios para o trabalho dos músculos intercostais


foram dadas no assunto “Respiração Costodiafragmática Abdominal”.

24
• Aquecimento e manutenção vocal •
MODOS INSPIRATÓRIOS
Também temos modos inspiratórios distintos. Na literatura encontramos
as seguintes descrições que equivalem à predominância respiratória
escolhida em situações de repouso vocal:
Modo Oral: Não é recomendada para o canto por favorecer o ressecamento
da mucosa laríngea;

Modo Nasal: Considerado ideal em momentos de repouso vocal por


aquecer, umidificar e filtrar o ar inalado;

Modo Buco Nasal: Quando o ar entra pelo nariz e pela boca ao mesmo
tempo. Este modo respiratório é o mais indicado para situações de fala
e o canto, pois além de tratar o ar inalado, facilita a sua tomada rápida
durante a emissão.

Acredito que da mesma forma como acontece quando falamos, não há


grande necessidade em pensar demasiadamente no processo inspiratório
no momento do canto.

Dependendo da demanda do fraseado musical a inspiração deve ser o


mais natural possível, no modo oral/nasal/buco nasal, sempre no início
da frase e sem causar ruídos.

“O que realmente importa não é a quantidade de


ar que pegamos no momento inspiratório, mas
sim, o quanto conseguimos manter o controle
expiratório durante a frase musical.”

25
Voz X Emoção
• Voz X Emoção •

A voz humana é indiscutivelmente um dos principais instrumentos de


expressão social e artístico existentes. Através dela que comunicamos
nossos pensamentos, ideias e convicções.

Única como a impressão digital do indivíduo, muitas vezes a voz pode


revelar aspectos da personalidade e do estado emocional de uma pessoa
só pela forma como é entoada.

Considerando a premissa: “Quem usa a voz como seu principal instrumento


de comunicação objetiva a expressão de alguma coisa” na busca pela
melhor interpretação de um texto ou na canção, independentemente dos
fatores técnicos e fisiológicos envolvidos, um bom desempenho estará
sujeito também ao adequado controle das emoções mais profundas,
medos e bloqueios do interlocutor, que em muitas vezes estão associados
diretamente à autoestima e autoimagem.

Pedro Bloch, foniatra e escritor, menciona em várias de suas publicações,


a grande necessidade de conhecer a si mesmo, antes de conhecer a
própria voz. Segundo ele:

“A busca da voz verdadeira, seria ao mesmo tempo,


correção vocal e do sentir. E o autor ainda afirma que
toda pessoa que deseja aperfeiçoar-se vocalmente deve
gostar de sua própria voz, sendo necessário para isso
antes de tudo, gostar de si mesmo.”

Também acho interessante mencionar o artigo “Medo? Medo de que” de


Eunice Mendes, onde a autora afirma que o medo é uma das três grandes
barreiras da comunicação eficaz, ao lado da mágoa e da autopercepção
negativa (boicotar a si mesmo achando que “não pode”, “não é capaz”,
“não merece”). E o artigo ainda diz:

“O medo é o maior responsável pelo aprisionamento de


quem quer se comunicar. Molda também uma autoestima
e autoimagem extremamente negativas... O medo alimenta

26
• Aquecimento e manutenção vocal •
na pessoa a sensação de que ela não tem competência
para criar a própria história, impedindo-a de ousar, de
transpor barreiras e de aproveitar as oportunidades que
se apresentam. Quando sentimos medo, os desafios se
transformam em ameaças capazes de imobilizar o nosso
talento e a nossa carreira.”
A autora completa:

“Coragem é o medo bem administrado… Ninguém


está livre da adversidade, mas ela pode ser utilizada
a nosso favor através da autossuperação, que por sua
vez está relacionada à autoimagem e à autoestima. Se
ambas forem saudáveis, fornecerão um número maior de
ferramentas para superar o medo com mais eficácia.”

Em minha rotina como professora de canto, constato que a busca


pelo aprimoramento vocal, usualmente, se dará por motivo de alguma
insatisfação ou desconforto gerado na prática do profissional da voz.
Normalmente antes de possuírem um domínio técnico vocal, os alunos têm
muito pouca consciência sobre a sua voz ou as limitações que possuem
gerando, às vezes certa resistência ao processo de aprendizado.

Hoje entendo que quanto maior for o nosso domínio técnico vocal, maior
será a nossa clareza sobre as limitações que temos. O que nos permite
melhor foco no que precisamos desenvolver além do uso mais sagaz dos
recursos que possuímos.

Atendo diariamente cantores de todos os estilos, desenvolturas,


habilidades e domínio vocais possíveis, e isso só me faz ter a certeza que
os diferenciais do aprendizado técnico vocal são:

• O condicionamento e o desenvolvimento da memória muscular vocal


propriamente dito;
• O autoconhecimento;
• O exercício da escuta (a melhora da percepção musical);
• A consciência corporal como um todo.

Coincidentemente alguns destes atributos também podem ser de suma


importância para muitas outras áreas da nossa vida.

Acredito que quanto mais conseguirmos desenvolver estes aspectos,


maior domínio criamos sobre a nossa voz, as nossas emoções, a nossa
autoestima e a nossa autoimagem.

27
• Voz X Emoção •

O VERDADEIRO PAPEL DE UMA BOA TÉCNICA VOCAL


É importante salientar que a nossa voz é o resultado do que somos e
vivemos. Desde as influências que trazemos do nosso meio familiar,
cultural e social, até a nossa individualidade, as nossas preferências
tímbricas, as habilidades natas ou as limitações que possamos ter.

Ao longo de nossas vidas formamos nossa identidade vocal. E acredito


que, quando conhecemos um pouco mais sobre a nossa voz, percebemos
um pouco mais de nós mesmos.

O domínio da musculatura vocal pela constância do treino técnico, aliada


a tomada de consciência sobre a voz que temos, é primordial para se
criar um controle maior desta musculatura e facilitar o acesso ao “molde”
que mais nos agrada no momento do seu uso.
A voz é um instrumento extremamente plástico e versátil que permite
inúmeros ajustes capazes de alterar completamente nosso timbre, e
consequentemente, a maneira como nos expressamos.

A laringe e todo o trato vocal são os principais mecanismos para nos


comunicarmos. Mas a voz nunca será apenas o reflexo de uma laringe
em movimento, e sim do que somos e como estamos num todo. Sob
meu ponto de vista, o bom intérprete é aquele que consegue se desnudar
emocionalmente através da sua voz da forma mais genuína possível.

EM BUSCA DA MELHOR INTERPRETAÇÃO


Sob o meu ponto de vista o que deve nos mover em uma performance
que usa a voz cantada ou falada é contar a história que o texto propõe,
independente da minha identificação real ou não com ela. Assim tomo o
texto emprestado como se fosse meu, identifico a emoção nele expressa
e me aproprio dela. Desta forma me torno o interlocutor de quem a
compôs. Quanto mais conseguimos nos apoderar desta história maior
“verdade” iremos transmitir.

Vale sempre se lembrar da plasticidade da nossa voz, que nos permite


diversos ajustes capazes de alterar de forma significativa o nosso timbre.
Muitos desses ajustes já são utilizados por nós na fala, de acordo com
as nossas emoções. Por exemplo: se estou triste minha voz soará mais
contida, mais grave e sem muito brilho. Minha articulação certamente
ficará menor, o ritmo da fala mais lento e estas características denunciarão
meu estado emocional. Por outro lado, se estou alegre minha articulação
tenderá a ser maior, o ritmo da fala um pouco mais rápido. O sorriso
deixará meu timbre mais brilhante e por isso minha voz soará mais aguda.
E todas estas mudanças em meu timbre vai acontecer de forma natural,
sem que eu precise pensar, graças à versatilidade e plasticidade do trato
vocal.

Pela minha prática como cantora e professora de canto, acredito que no

28
• Aquecimento e manutenção vocal •
canto o estudo do texto da canção antes mesmo do seu aprendizado
melódico, pode ser um diferencial na busca de uma boa interpretação.
Muitas vezes resolvemos ajustes de fonte e filtro na forma mais fisiológica
pelo simples fato de dar ao texto alguma intenção. Quanto mais valorizo o
conteúdo mais verdadeiro ele soará e mais facilmente a mensagem será
entendida pelo meu expectador.

No canto popular considero que temos dois grandes atributos a nosso


favor:

• Podemos fazer o uso sem medo de toda esta plasticidade do trato vocal,
buscando os ajustes que julgarmos necessários para nossa expressão no
momento do canto.
• Um bom intérprete não precisa necessariamente ser um virtuose vocal,
mas sim ter a capacidade de se expressar com verdade.

No entanto, não há milagres! Quanto maior domínio sobre os músculos


vocais você tiver mais facilidade terá para acessar todos os recursos que
possui. O estudo e a prática são determinantes neste percurso. Este é
um exercício constante de entrega, de autoconhecimento e muita prática.
Busque um mentor que te desafie, mantenha uma rotina de estudos,
exercite-se vocalmente, desenvolva a sua escuta e por fim cante muito!

“Faça da sua voz a representação do que


houver de melhor e mais verdadeiro em você.”

29
Manutenção vocal
• Manutenção vocal •

Sabemos que a nossa musculatura vocal pode ser comparada a qualquer


outra do corpo em termos funcionais e anatômicos. Por isso, sempre
manter esta musculatura alongada e tonificada, pode ser o grande
diferencial no desenvolvimento técnico vocal.

Dessa forma, realizar uma pequena rotina de exercícios vocais pode servir
como uma manutenção desta musculatura, mesmo nos dias em que há
menor uso profissional da voz. Esta prática possivelmente contribuirá
para o seu condicionamento e aprimoramento vocal.

Na literatura encontramos muitas referências sobre duas modalidades


diferentes de exercícios musculares que podem ser adaptadas a esse
treino vocal. São eles:

• Exercícios isométricos: que geram contração muscular estática e


têm sido considerados grandes aliados para o desenvolvimento do
fortalecimento de toda a musculatura corporal;
• Exercícios isotônicos: que geram a contração muscular com movimento,
ativando seu encurtamento e extensão de forma controlada e repetida.
Têm a função de promover a coordenação muscular, sua flexibilidade e
força.

No canto, os exercícios isométricos tratam-se de emissões com


sustentação de notas longas e constantes. Acredita-se que possam ser
efetivos para o trabalho da estabilidade e resistência vocal.

Os exercícios isotônicos são mais dinâmicos e realizados com


movimentos que envolvem a contração e extensão muscular controlada
e podem favorecer o condicionamento e a flexibilidade da musculatura
vocal, mantendo os músculos em constante estado de prontidão para a
ação vocal.

Desta forma, o uso diário destes exercícios supostamente ajuda nas


seguintes funções:

• Melhorar e/ou preservar o condicionamento e o tônus da musculatura


vocal.
• Favorecer a fixação dos ajustes motores necessários ao padrão de
emissão desejada.
• Beneficiar o equilíbrio da produção funcional da voz.
• Auxiliar na melhora da propriocepção do cantor.

Sugiro que os exercícios de manutenção da musculatura vocal sejam


realizados através de uma pequena série de exercícios de curta duração,
com tessitura vocal pequena (de uma a cinco notas), em região de
conforto da voz, sem a necessidade de alongar toda a musculatura vocal,
como ocorre no aquecimento vocal propriamente dito.

30
• Aquecimento e manutenção vocal •
Como toda série de exercícios, estes devem ser realizados com atenção e
cuidado. É importante sempre observar se há qualquer tensão indesejada
ou desconforto vocal durante a execução dos mesmos.

Para favorecer a eficácia do exercício no momento do treino vocal,


recomendo que se busque emitir sons o mais próximo possível do fonema
desejado, em sua forma mais fisiológica.

Por exemplo:
• Se o fonema for “Z”, emiti-lo como se fosse falar a palavra “zoom”,
alongando o som do ”Z”, ou seja, “zzzzzoom”.
• Se for o fonema “J”, emiti-lo como se falasse o nome “Jjjjjoão”.
• Se o exercício for com o fonema “M” pensar na palavra “mmmãe”.

E assim, deve ser feito com todos os outros exercícios que envolvam
consoantes, sempre procurando enfatizar o fonema inicial da palavra.

Sugestão de exercícios de manutenção vocal

Exemplo:
• Realizar o exercício isométrico (nota longa), emitindo o fonema “M” a
partir de um dó3, com a duração em torno de 10’ (segundos) e ir subindo
de meio em meio tom até a nota mi3. O som deve ser direcionado para
a máscara, porém em pouca intensidade, sem gerar soprosidade. Na
execução deste som o correto é sentir uma leve vibração ou cócegas nos
lábios durante esta emissão.
• Realizar o exercício isotônico (duas notas), emitindo a consoante “J” em
intervalos de 2ª maior em colcheias, a partir de um dó3 e ir subindo de
meio em meio tom até a nota fá3. A emissão deve ser feita em pequenos
legatos entre as duas notas, sem perder o fonema “J”.

Obs.: No capítulo 6, e no CD que acompanha o livro, darei mais sugestões


de exercícios para serem realizados como manutenção da voz.

31
Aquecimento vocal
• Aquecimento vocal •

Aquecer a musculatura vocal antes do seu uso intenso é uma das boas
regras para se manter a saúde, o perfeito desempenho da voz e evitar
lesões.

Muitas vezes, a falta de um preparo muscular adequado pode


comprometer a boa performance vocal, gerar sobrecarga laríngea por
seu uso inadequado ou abusivo, podendo causar desde uma alteração
laríngea funcional (perda da qualidade vocal por fadiga sem a presença
de alguma patologia), ou mesmo uma alteração orgânica, como nódulos,
pólipos, entre outros.

O aquecimento vocal trata-se, portanto, do alongamento de toda a


musculatura intrínseca, e extrínseca da laringe antes do seu uso intenso.
A musculatura extrínseca da laringe deve ser alongada considerando,
sobretudo, as regiões dos ombros e pescoço. Qualquer tensão indevida
nestas regiões pode gerar tensão laríngea direta e comprometer a
qualidade e saúde da voz.

Sugestões de exercícios de alongamento da musculatura extrínseca

• Realizar semirotações com a cabeça pendida para baixo, em direção


aos dois lados.
• Micro movimentos da cabeça do “não” e do “sim”, e movimentos
laterais da cabeça em direção aos ombros.
• Movimentos giratórios dos ombros para trás, e/ou movimentos para
cima e para baixo.
• Sucções do ar (como se estivesse sugando com um canudo) que podem
ser longas (em torno de 10”) ou curtas (em staccatos).
• Início de bocejos com pausas inspiratórias breves (apnéia).
• Snifs (inspirações curtas nasais).

Os três últimos exercícios têm o intuito de trabalhar o músculo


esternotireóideo (abaixador da laringe). Isto supostamente auxilia na
estabilidade laríngea no momento da emissão vocal.

Os exercícios de aquecimento vocal devem ser feitos em região médio/


grave em direção ao agudo da voz, sempre em pouca intensidade, porém
sem soprosidade, com duração média de 15 a 20 minutos, ou segundo a
necessidade de cada pessoa.

Importante salientar que aquecimentos muito longos e em grande


intensidade podem gerar fadiga antes mesmo da performance vocal
propriamente dita. Atente-se sempre a forma como realiza os exercícios.
Qualquer desconforto é sinal de que algo pode estar errado.

A medida em que se aumenta o domínio técnico, aumenta-se também a


percepção da voz quanto a necessidade de se fazer um aquecimento por

32
• Aquecimento e manutenção vocal •
mais ou menos tempo. Assim ficará cada vez mais natural perceber quais
são os exercícios mais efetivos e a sua quantidade ideal para deixar a voz
mais estável e de fácil emissão.

Vale pontuar que nossa voz pode sofrer variações de qualidade segundo
o nosso estado físico e/ou emocional. Por isso é recomendável estar
sempre atento ao seu corpo. Uma boa voz nunca diz respeito apenas
ao desempenho correto dos músculos da laringe, mas sim ao organismo
inteiro funcionando em pleno estado.

Por que devo aquecer a voz antes do seu uso intenso?

Os exercícios de aquecimento de voz além de favorecer o padrão estético


sonoro do profissional o ajudará a ter uma resposta mais rápida e mais
precisa de toda a musculatura vocal durante o canto ou voz falada.

Segundo a literatura o aquecimento vocal tem como funções:

1. Aumentar o fluxo sanguíneo, a oxigenação e a flexibilidade dos tendões,


ligamentos e músculos laríngeos.
2. Melhorar o fechamento da glote necessário para a produção da voz
favorecendo a projeção vocal, ou seja, a intensidade da voz. (obs.: Glote
é o espaço compreendido entre as pregas vocais).
3. Melhorar o controle expiratório durante a emissão.
4. Aumentar a flexibilidade das pregas vocais para alongá-las ou encurtá-
las durante as variações de sons agudos ou graves, respectivamente.
5. Melhorar a precisão articulatória dos fonemas.
6. Aumentar a temperatura corporal e criar um estado psicofísico e
coordenativo-cinestésico muscular ideal, agindo na profilaxia das lesões
laríngeas.

Portanto o aquecimento vocal dá a musculatura condições de apresentar


um desempenho metabólico mais eficiente, permitindo que o organismo
inicie seu trabalho num ponto mais alto de sua capacidade.

“Quer cantar melhor? Crie o hábito de vocalizar


diariamente.”

33
Desaquecimento vocal
• Desaquecimento vocal •

O desaquecimento vocal tem como objetivo o retorno dos ajustes


musculares para a voz coloquial, após o seu uso intenso, para evitar a
sobrecarga e fadiga vocais.

Na literatura encontramos algumas recomendações de desaquecimento


vocal, entre elas, a indicação de repouso vocal, o que significa permanecer
em silêncio após a performance por aproximadamente 30 min.

Esta prática pode ser bastante efetiva, mas em muitas circunstâncias não
é possível realizar o repouso total da voz logo depois uma apresentação.
Por isso, sempre oriento aos meus alunos que procurem diminuir a
intensidade da voz, sem causar soprosidade, e aumentem a articulação
das palavras para favorecer a projeção vocal. Estes pequenos cuidados
podem ajudar a amenizar uma possível sobrecarga da voz após o seu uso
intenso.

Fazer o relaxamento de toda a musculatura extrínseca laríngea, também


pode colaborar para a diminuição de tensões, tanto na sua musculatura
intrínseca como extrínseca. Portanto, os alongamentos e movimentos
leves de toda a musculatura de ombros e pescoço são sempre muito
indicados.

Obs.: Recomendo que sejam realizados os mesmos exercícios de


alongamento da musculatura extrínseca, sugeridos no capítulo 4 -
“Aquecimento vocal”.

Costumo ainda indicar como prática de desaquecimento vocal, as


“sucções” e o “início de bocejos” (com pequenos suspiros deslizando as
notas do agudo ao grave suavemente), também sugeridos no capítulo
anterior.

A manipulação digital ou massagem laríngea (movimentos laterais de


cima para baixo na altura da laringe) também é muito indicada para
relaxamento de toda a musculatura do pescoço e língua.

E por fim, concomitante a esses exercícios, recomendo e utilizo a inalação


(nebulização)com soro fisiológico (0,9%), que favorece a diminuição da
sensação de cansaço e desconforto vocais, além de contribuir diretamente
para a hidratação de todo trato vocal e mucosa laríngea.

34
• Aquecimento e manutenção vocal •
Exercícios vocais
As sugestões de exercícios descritos aqui nas partituras, podem ser
realizadas com o uso do CD de áudio que acompanha o livro.

Como já orientado nos capítulos anteriores deste livro, sempre realize


o alongamento de toda a musculatura extrínseca da laringe antes de
qualquer treino vocal.

Procure atentar-se à sua postura realizando os exercícios sempre de


frente ao espelho para ter maior controle sobre possíveis tensões, como
a posição elevada de cabeça ou mau uso da respiração indicada para o
canto.

Faça os exercícios em pequena intensidade vocal, sem soprosidade, com


boa articulação, afinação e ritmo. Para isso escolha ambientes pouco
barulhentos em que você possa ter uma boa referência auditiva da sua
voz e da precisão de execução dos exercícios.

Crie uma rotina diária de exercícios e sempre observe a qualidade da voz


antes e depois do mesmo. O treino vocal deve deixar sua voz mais leve e
fácil de ser emitida após a sua realização. Sentir a voz fadigada pode ser
um sinal de que alguma coisa está errada, como por exemplo, excesso
de tensão corporal ou grande intensidade na emissão dos sons.

Muitas vezes temos maior dificuldade em nos auto percebermos. Com o


aumento da propriocepção, esta habilidade vai sendo desenvolvida.

Por isso é recomendável que o aluno tenha primeiramente uma orientação


presencial de um bom professor de Canto. Durante as aulas, o professor
de Canto pode dar ao aluno feedbacks em relação a sua voz e postura
durante sua performance.

Lembre-se que qualquer alteração vocal, ou seja, a piora na qualidade da


voz, deve ser considerada e avaliada por um médico otorrinolaringologista
ou uma fonoaudióloga especialista em voz.

Mantenha sempre hábitos alimentares e vocais adequados para ter uma


boa saúde vocal e corporal.

Bom treino e ótima cantoria!

35
• Exercícios vocais •

EXERCÍCIOS DE MANUTENÇÃO VOCAL


Para os exercícios de manutenção vocal darei sugestão de três séries, que
podem ser usadas alternadamente, conforme o seu treino vocal semanal.

Série 1

exercício 1 Consoantes MN
Manutenção Isométrica
Boca Chiusa
Consoantes M e N
Boca Chiusa
E 6/G # F # m7 E 6/G # F # m7
##
Db/F

& # 44
A Db/F A

∑ ∑ .. Œ ..
œ œ œ œ œ œ œ
M N M N M N M

exercício 2 Vogal U
Manutenção Isotônica
Vogal U
G m7( b 5)
b
& b b b 44
C7 Fm Fm

∑ ∑ .. œ œ œ œ œ œ œ œ
Nu
U
Eb D 7( b 5)

bbbb
C 7(13)/E

ΠΠ..
4

& œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
Nu
U

exercício 3 Fricativa
Manutenção Z
Isocinética
Fricativa Sonora Z

## 4 E 6/G # F # m7

& # 4 ..
Db/F
..
A

œ œ œ œ œ Œ
œ œ œ œ œ œ œ œ
Z

exercício 4 Fricativa J
Manutenção Isotônica
Fricativa Sonora J
#### 4D #m7( b5) G #7 C #m C #m
..
G # 7(13)/B

& 4 ∑ ∑ Œ
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
####
J
A 7( b 5)
Π..
5 B

& œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
J

exercício 5 Fricativa
Manutenção V
Isocinética
Fricativa Sonora V

## 4 .. œ œ œ œ n œ œ œ n œ œ œ œ œ
D7 C7 D7 C7 D7 C7

& # 4 ∑ ∑
œœ œœ ˙
∑ ..
V

36
• Aquecimento e manutenção vocal •
Série 2

exercício 1 Fricativa
Manutenção Z
Isométrica
Fricativa Sonora Z

& 44
G 7sus G7 G m7 G 7sus G 7sus G7 G m7 G 7sus

∑ ∑ ∑ ∑ .. Ó ..
w w w
Z

exercício 2 Vogal
Manutenção U
Isocinética
Vogal U

4 .. ..
D m7 G 7(13) D m7 G 7(13) D m7 G 7(13) D m7 G 7(13)

&4 ∑ ∑ Ó
œ œ œ œ œ œ œ œ ˙
Nu
U

exercício 3 Fricativa
Manutenção V
Isocinética
Fricativa Sonora V

##
& # 44 .. œ œ œ œ n œ œ œ n œ œ œ œ œ
D7 C7 D7 C7 D7 C7

∑ ∑ ∑ ..
œœ œœ ˙
V

exercício 4 Fricativa J
01 - Manutenção Isotônica - Fricativa Sonora J

& 44
G 7sus G7 G m7 G7
∑ ∑ ∑ ∑

& .. œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ ˙ ..
G 7sus G7 G m7 G7
Ó ∑
5

exercício 5 Vibração de língua


Manutenção Isotônica ou lábios
Vibração de Língua ou Lábios

E 6/G # C # m7 E 6/G # F # m7
## 4
A Db/F A Db/F

& # 4 ∑ ∑ .. Œ ..
œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
Tr/Br

37
• Exercícios vocais •

Série 3

exercício 1 Vogal U
Manutenção Isotônica
Vogal U
G m7( b 5)
b
& b b b 44
C7 Fm Fm

∑ ∑ .. œ œ œ œ œ œ œ œ
Nu
U
Eb D 7( b 5)

bbbb
C 7(13)/E

ΠΠ..
4

& œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
Nu
U

exercício 2 Consoante
Manutenção IsocinéticaN
Consoante N

& 44
G 7sus G7 G m7 G 7sus G 7sus G7 G m7 G 7sus

∑ ∑ ∑ ∑ .. Œ ˙ Œ .
œ ˙ #˙ œ ˙ ˙ b˙ .
N N

exercício 3 Fricativa
Manutenção V
Isocinética
Fricativa Sonora V

& 44
D m7 G 7(13) D m7 G 7(13) D m7 G 7(13) D m7 G 7(13)

∑ ∑ .. Ó ..
œ œ œ œ œ œ œ œ ˙
V

exercício 4 Fricativa
Manutenção Z
Isocinética
Fricativa Sonora Z

## E 6/G # F # m7

& # 44 ..
Db/F
..
A

œ œ œ œ œ Œ
œ œ œ œ œ œ œ œ
Z

exercício 5 Vibração de língua


Manutenção Isométrica e lábios
Vibração de Língua ou Lábios

A b/C Bb Eb E b/G Ab Bb A b/C B b


b
& b b 44
F /A Cm

∑ .. Ó Ó ..
w ˙ w ˙
Tr/Br Tr/Br

38
• Aquecimento e manutenção vocal •
EXERCÍCIOS DE AQUECIMENTO VOCAL
Para o aquecimento vocal, darei a sugestão de três séries de exercícios,
que poderão ser usados conforme a sua necessidade técnica ou seu
treino vocal semanal.

Série 1

exercício 1 Vogal U
Bossa
Aquecimento Nova
Vocal (Bossa Nova)
Vogal U em Intervalos de 5a em Glissando
E bm7(9)

& b 44 bbbbbb
D m7 G 7(13) D m7 G 7(13) D m7 G 7(13) D m7

∑ ∑ ˙ Ó
˙ ~~~~~~~ ~~~~~~~~ ˙
Nu
U
E b m7 A b 7(13) E b m7
b
& b bbbb nnnnnn# nb b b
E m7(9) E m7 A 7(13) E m7 F m7(9)

Ó Ó
5

˙ ˙ b
˙ ~~~~~~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ˙ ˙ ~~~~~~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ˙
Nu
U U
F # m7
B b 7(13) G bm7(9)
# F # m7
nnnb b
bbbb nnnn##
F m7 F m7 B 7(13) G m7(9)

˙ Ó ˙ Ó
˙ ~~~~~~ ~~~~~~~~ ˙ ˙ ~~~~~~ ~~~~~~~~ ˙
9

&
Nu
U U
C # 7(13) G # m7
A bm7(9)
# G # m7
nnnn
bb ˙ ~~~~~~ ˙ ~~~~~~~~ ˙ nn## # # ˙ ~~~~~~ ˙ ~~~~~~~~ ˙
G m7 C 7(13) G m7 A m7(9)

Ó Ó
13

& n
Nu
U U
B bm7(9) B b m7 E b 7(13) B b m7
˙
& ˙ ~~~~~~~ ~~~~~~~~ ˙ b b b b b ˙ ~~~~~~~ ˙ ~~~~~~~~ ˙ nnnnn##
A m7 D 7(13) A m7 B m7(9)

Ó Ó
17

Nu
U U

## n n b b ˙ ~~~~~ ˙ ~~~~~~~ ˙
D bm7(9)
#
˙
˙ ~~~~~~ ~~~~~~~~ ˙ nnn## #
B m7 E 7(13) B m7 C m7(9) C m7 F 7(13) C m7

Ó b ~ Ó
21

& ~
Nu
U U
F # 7(13) C # m7
#### C # m7
n n n n b D˙m7~~~~~~~ ˙ ~~~~~~~~ ˙
D bm7(9)
˙
˙ ~~~~~~~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ˙
D m7(9) G 7(13) D m7

Ó Ó
25

&
Nu
U U
Segue descendente até Dm

39
• Exercícios vocais •

exercício 2
Fonemas:Aquecimento
Dan da ran
Vocal (Valsada
Jazz)dan da rá
Fonemas danda randa danda rá em
Valsa intervalos de 2as, 3as e 4as
Jazz

Eb Eb Eb Eb
#
b 6 Œ. nn## ##
F9 F9 F9 F9

&b 8 . œ. œ. œ. œ. œ.
œ œ.
Dan - da ran - da dan - da rá

#### F #9 F #9 F #9 F #9
nnnn
Œ.
5 E E E E

& # œ. œ. œ. œ. n
œ. œ. œ.
Dan - da ran - da dan - da rá

œ. Œ. bbbbb
9 G9 F G9 F G9 F G9 F

& œ. œ. œ. œ. œ. œ.
Dan - da ran - da dan - da rá

Ab9 Gb Ab9 Gb Ab9 Gb Ab9 Gb


b
& b bbb œ . œ. œ. Œ. nnnnn##
13

œ. œ. œ. œ.
Dan - da ran - da dan - da rá

## A 9 œ. nnb b
œ. Œ.
17 G A9 G A9 G A9 G

& œ. œ. œ. œ. œ. b
Dan - da ran - da dan - da rá

Bb9 Ab Bb9 Ab Bb9 Ab Bb9 Ab


#
b
& b b œ. œ. œ. œ. Œ. nnn## #
21

œ. œ. œ.
Dan - da ran - da dan - da rá

#### œ. œ. nnnnb
œ. Œ.
25 B9 A B9 A B9 A B9 A

& œ. œ. œ. œ.
Dan - da ran - da dan - da rá

Bb Bb Bb Bb
œ. œ. œ. œ. Œ. bbbbbb
C9 C9 C9 C9

& b œ.
29

œ. œ.
Dan - da ran - da dan - da rá

exercício 3
Consoante M
Balada
Aquecimento Vocal (Balada)
Consoante M

4
B b7M Bb
#
&b 4 ∑ ∑ Ó n
Am F G m7(9) F

˙. œ ˙. œ ˙
M

# ### B m7(9) ####


Ó Ó
6 A m7(9) C G D A

& ˙. œ œ ˙. œ ˙. œ ˙ #
˙. ˙
M M
Finaliza extensão feminina
# # C m7(9) n n n n b b b E m7(9) œ G
# b b Db
nnb b b
& # ## ˙ . œ ˙ . œ ˙ Ó œ ˙ Ó
12 E B

n b b ˙. ˙.
M M

b œ
Ab
œ
Eb
nnb ˙ . œ Bb
˙. œ ˙
& b b ˙. ˙. ˙ Ó Ó
18 F m7(9) G m7(9) F

M M
Segue descendente até F

40
• Aquecimento e manutenção vocal •
exercício 4
Fonema Tchup
Shuffle
Aquecimento Vocal (Shuffle)
Fonema Tchup com intervalos de 8va em staccato

### 4A 7 A ° D/A A 7 E 7 A 7/C #

& 4 ∑ ∑
A7 D7

œ. œ.
œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ.
Tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup

### D #° F #7
j nnnb b
A/E b
œ. œ. œ . œ. Œ Ó ∑
6 B7 E7 A7 A ° D/A A 7 F 7( 13)

& œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ.
œ. œ.
tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup
Bb7 B b 7/D Eb7
b œ. œ. œ. œ.

&b
11

œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ.
Tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup
B b/F
#
nn## ##
Bb7 B b° E b/B b B b 7 G b 7( b13)
b . œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. Œ Ó
G7

&b œ ∑
15 C7 F7

J œ.
tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup

## B 7/D #

& # ## œ. œ. œ. œ.
19 B7 E7 F°

œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ.
Tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup

## . B/F # G #7 C #7 F #7 B ° E/B B 7 G 7( b13)


nnnn
& # ## œ œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ . œ. Œ Ó ∑
23 B7

n
J
tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup
F #°
œ. œ. œ. œ.
27 C7 C 7/E F7

&œ œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ.
.
Tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup

A b 7( b13)
.
&œ œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ. Œ Ó bbbbb
C/G A7

31 D7 G7 C7 C° F /C C7

J œ.
tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup tchup

41
• Exercícios vocais •

exercício 5
Aquecimento Vocal (Samba)
Fonema Pã
Fonema Pã com intervalos de 3a em staccato
Samba

D b6(9) A 7( b13) E b 7(9)


2 Œ. Œ.
D m7(9)
∑ ≈ ≈ œ œ
C 6(9) C 6(9) D m7(9) G 713 C/E

&4 j j
œ. œ. œ. œ. œ. œ. . .
Pã Pã Pã Pã Pã Pã Pã Pã

A 7( b13) D b7M(9) A b 7(13)

bbbbb Π.
6 D m7(9) G 713 C 6(9) D m7(9) C 6(9)

& Œ. j œ. ≈
œ.
Œ œ œ
j
œ. œ. ˙
Pã Pã Pã Pã Pã Pã Pã

E bm7(9) A b713
D b6(9) B b 7( b13) E bm7(9) A b713 D b/F
bbbb ≈ Œ. j ≈ œ. Œ. j
11 E 7(9)

& b œ. œ. œ. œ. œ. œ. œ.
Pã Pã Pã Pã Pã Pã Pã Pã

D b6(9) B b 7( b13) E bm7(9) D b6(9)


b
& b b b b œ. nnnnn## Œ .
D 7M(9) A 7(13)

ŠΠj
15

œ. œ. œ ˙ œ
Pã Pã Pã Pã Pã Pã

# D 6(9) B 7( b13) D/F #


E m7(9) A 713

& # œ. ≈ Œ. j ≈ œ. Œ. j
19 E m7(9) A 713 F 7(9)

œ. œ. œ. œ. œ. œ.
Pã Pã Pã Pã Pã Pã Pã Pã

B 7( b13) E b7M(9) B b 7(13)


## nnb b Π.
D 6(9) E m7(9) D 6(9)

ŠΠj
23

& œ. œ. œ. œ b œ
˙
Pã Pã Pã Pã Pã Pã

B b713
b B b713 E b/G G b 7(9)
b E 6(9) C 7( b13)
F m7(9)

& b b œ. ≈ œ Œ. j ≈ œ. Œ. j
27 F m7(9)

œ. œ. œ. œ. œ.
.
Pã Pã Pã Pã Pã Pã Pã Pã

E b6(9) C 7( b13) E b6(9)


#
b nnn## # Π.
F m7(9) B 7(13)

j
E 7M(9)

& b b œ. ≈ œ Œ œ
31

œ. ˙ œ
.
Pã Pã Pã Pã Pã Pã

42
• Aquecimento e manutenção vocal •
Série 2

exercício 1 Vogal U
Aquecimento
BossaVocal (Bossa Nova)
Nova
Vogal U em intervalos de 8a em Glissando - Extensão Masculina
G m7 C 7(13) G m7 C 7(13)

? 2 ∑ ∑
b 4
A bm7(9) A b m7 D b 7(13) A b m7
œ ~~~~ œ œ ~~~~ œ
~ ~ ~ œ ~~~~~~~~ ~ ~ ~ œ ~~~~~~~~
G m7 C 7(13) G m7 A m7(9)

? Πbbbbbb Πnnnnnn
#
3

b
Nu
U U

œ ~~~~ œ
B bm7(9)
œ ~~~~
B b m7 E b 7(13) B b m7
œ
~ ~ ~ œ ~~~~~~~~ ~ ~ ~ œ ~~~~~~~~
A m7 D 7(13) A m7 B m7(9)

?# Πnb b b Πnnnn##
7

b
Nu
U U

œ ~~~~ œ œ ~~~~ œ
~~~~ œ ~~~~~~~~~ ~~~~ œ ~~~~~~~~~
B m7 E 7(13) B m7 C m7(9) C m7 F 7(13) C m7 B m7(9)

? ## Œ nnb b Œ
11

b
Nu
U U
Segue descendente até a tonalidade inicial, finalizando com acorde de F9

exercício 2
Fonemas: Dauê dararuê
Aquecimento
MPB Vocal (MPB)
Fonemas da uê da rá ruê

F m/E b D 7( #11)
b
& b b b 44 ∑ ∑ ∑ Ó Œ ‰
F m7 C/E

j
œ
Da
F m/E b D 7( #11)
b
& b bb ˙ ‰ œ œ ‰ œ œ Ó Ó Œ ‰ j
5 F m7 C/E

˙ ˙
œ œ œ
uê da rá ru - ê da ra ru - ê Da

#
‰ j nnnn##
Db9 B bm7(9) A b m7 D b 7( b 9)
b
& b bb ˙ ‰ œ œ ‰ œ œ Ó Ó Œ
9 C m7(9)

˙
œ œ ˙ #œ
uê da rá ru - ê da ra ru - ê

### F m7
# C #/F F # m/E D # 7( #11)
‰ œ œ ‰ œ œ Ó Ó Œ ‰ j
13

& ˙ œ ˙ ˙ œ
œ
uê da rá ru - ê da ra ru - ê Da

# # D9 C #m7(9) D 7( b 9)
n
‰ j nn b b
& # ˙ ‰ œ œ ‰ œ œ Ó Ó Œ
17 B m7(9) A m7

œ ˙ œ
˙ œ
uê da rá ru - ê da ra ru - ê
D/F # E 7( #11)
b ‰ œ œ
&b ˙ ‰ œ œ Ó Ó Œ ‰ j
21 G m7 G m/F

œ ˙ œ
˙ œ
uê da rá ru - ê da ra ru - ê Da

Finaliza extensão feminina


#
‰ œj n n # # # #
Eb9 B b m7 E b 7( b 9)
b ‰ œ œ
&b ˙ ‰ œ œ Ó Ó Œ
25 D m7(9) C m7(9)
˙ ˙
œ œ
uê da rá ru - ê da ra ru - ê

#### G m7
# D #/G G # m/F # F 7( #11)

& # ˙ ‰ œ œ ‰ œ œ Ó Ó Œ ‰ j
29

˙ ˙
œ œ œ
uê da rá ru - ê da ra ru - ê Da

#### ‰ œ œ
D #m7(9) C #m7(9) E 7( b 9)
n
‰ j nn nn
# ˙ ‰ œ œ Ó Ó Œ
33 E9 B m7

& ˙
œ œ ˙ œ
uê da rá ru - ê da ra ru - ê

43
• Exercícios vocais •

exercício 3
Vogais U I
Aquecimento Vocal (Blues descendente)
BluesVogais
Descendente
UI

b 12
C7 C7 G7

&b 8 ∑ ∑

b j
Gb7 Db7 C 7 Gb7 F 7 Gb7
œ œ œ b œj j j
Db7 C 7 F #7 G 7 A b 7
##
& b œ œJ œ b œ œ œj j nn # ##
C7 F7 C7 F7
Ó Ó
3

œ œ ˙ J œ œ œ œ ˙
U I U I U I U I U U I U I U I U I U

## C #7
j
F #7 C #7 G 7 F #7 C #7
œ œ œ n œj j j
F #7 C #7 G 7 G #7 A 7
nnnn
& # ## œ œJ œ n œ œ œj j
G7 D7 G7 D7
Ó Ó
7

J œ œ œ œ ˙ n
œ œ ˙
U I U I U I U I U U I U I U I U I U

Ab7 Eb7 D 7 Ab7 G 7 Ab7 Eb7 D 7 G #7 A 7 B b 7


j j œ œ œ b œj œ j j bbbbb
& œ œJ œ b œ œ œ œ j ˙
D7 G7 D7 G7
Ó Ó
11

œ J œœ œ ˙
U I U I U I U I U U I U I U I U I U

Eb7 Ab7 Eb7 A 7 A b7 Eb7 Ab7 Eb7 A 7 B b7 B 7


bb œ œ j œ œ œ ∫œ œ j j #
nnnnn #
A7 E7 A7 E7

& b b b J œ ∫ œJ œ œ œ œj ˙ Ó Ó
15

J J œœ œ ˙
U I U I U I U I U U I U I U I U I U

Bb7 E 7 Bb7 A 7 Bb7 E 7 A #7 B 7 C 7


# œ œ j œ œ œ bœ œ j j nnb b
& # J œ b œJ œ œ œ œj ˙
E7 A7 F7 E7 A7 F7
Ó Ó
19

J J œœ œ ˙ b
U I U I U I U I U U I U I U I U I U

b œ œ j Bb7 Gb7 F 7 B 7 Bb7


œ œ œ bœ j j Bb7 Gb7
#
nnn## #
F 7 B 7 C 7 Db7

& b b J œ b Jœ œ œ œ œj ˙
F7 B7 F7 B7
Ó J Jœ œ œ œ ˙ Ó
23

U I U I U I U I U U I U I U I U I U

## œ œ F #7 F #7 C 7 B 7 F #7
nnnnb
# #
j œ œ œ nœ j j F 7 C7 C 7
& # # J œ n œJ œ œ œ œj ˙
C7 B7 G7 C7 B7 G7
Ó J Jœ œ œ œ ˙ Ó
27 D7

U I U I U I U I U U I U I U I U I U

œ œ Db7 Ab7

J œ bœ œ j
G7 C7 G7

&b œ Ó
31

J J œ œ ˙
U I U I U I U I U

44
• Aquecimento e manutenção vocal •
exercício 4

Aquecimento Vocal (Jazz) Vogal U


Jazz de 8va em staccato
Vogal U com intervalos

Am F 7M(9) D m7(9) B° Am

& 24 ∑ ∑ ∑
Am F 7M(9) D m7(9) Am Am F 7M(9) D m7(9) F7

œ. œ. œ. œ. bbbbb
4

& œ. œ. œ. œ.
œ. œ. œ œ. œ. œ
Nu
U U U U U U U Nu
U U U U U U U

Bbm G b7M(9) E bm7(9) Bbm Bbm G b7M(9) E bm7(9) Gb7


b œ. œ. #
& b bbb œ œ œ. œ. nnnnn #
8

œ. . œ. . œ. œ œ. œ. œ. œ
Nu
U U U U U U U Nu
U U U U U U U

## œ. œ. nnb b
Bm G 7M(9) E m7(9) Bm Bm G 7M(9) E m7(9) G7

œ. œ. œ. œ.
12

& œ. œ. b
œ. œ. œ œ. œ. œ
Nu
U U U U U U U Nu
U U U U U U U
A b7M(9) A b7M(9)
œ. œ.
Cm F m7(9) Cm Cm F m7(9) Cm

bbb œ. œ.
œ. œ. œ.
œ.
16

& œ. œ.
œ. œ œ. œ
Nu
U U U U U U U Nu
U U U U U U U

exercício 5
Aquecimento Vocal (Bossa Nova)
Vibração dedelíngua
Vibração ou lábios
Língua ou Lábios
Bossa Nova

E bm7(9)
4 bbbbb
D m7 G 7(13) D m7 G 7(13) D m7 G 7(13) D m7

&4 ∑ ∑ Œ Ó
œ œ œ œ œ œ œ œ œ
Tr/Br

E b m7 A b 7(13) E b m7
bb # E m7 A 7(13) nn b
nnnnn # œ œ œ œ œ œ
E m7(9) E m7 F m7(9)

&bbb œ œ œ œ œ œ œ œ œ Œ Ó Œ Ó bb
5

œ œ œ
Tr/Br Tr/Br

F #m7(9)
# F # m7
nnnnb
B b 7(13) #
b nnn## # œ œ œ œ œ œ œ œ œ Œ Ó
F m7 F m7 B 7(13) F m7 G m7(9)

&bb œ œ œ œ œ œ œ œ œ Œ Ó
9

Tr/Br Tr/Br

G #m7(9)
## G # m7
n
# #

&b œ œ œ œ œ œ œ œ œ Œ Ó n # ### œ œ œ œ œ œ œ œ œ Œ Ó n nnn#


13 G m7 C 7(13) G m7 C 7(13) G m7 A m7(9)

Tr/Br Tr/Br

#
# b b b
# A m7 n b b b B m7œ œE 7(13)
œ œ œ œ œ œ œ œ nnnn##
D 7(13) A m7 A m7(9) B m7 B m7(9)
œ œ Œ Ó œ œ œ Œ Ó
17

& œ œ œ b
Tr/Br Tr/Br

Finaliza extensão feminina

### B m7 œ œE 7(13) n n n b b C œm7 œ œ œF 7(13) #


#
œ œœœ œ Œ Ó œœœœ œ Œ Ó nn## ##
B m7 C m7(9) C m7 C m7(9)
œ œ
21

&

#### C œm7 œ œ œF 7(13) n n n n Dœm7 œ œ œG 7(13)


œ œ œ œ C œ7M(#11)
# # #
Tr/Br Tr/Br

œ œ œ œ C œm7 D m7(9)
Œ Ó Œ Ó
25

& # n
Tr/Br Tr/Br

45
• Exercícios vocais •

Série 3

exercício 1
Consoante M
Blues
Aquecimento Vocal (Blues)
Consoante M
Gb7 Db7 C 7 Gb Gb7 Db7 C 7 F # 7 G 7A b 7
12 j j j j bœ Ó j j j j bœ nœ . Ó bbbbb
C7 F7 F7 C7 F7

& 8
œ bœ œ œ œ œ œ œ œ. œ. œ bœ œ œ œ œ œ œ œ.
M M
Db7 Gb7 Db7 Gb7 Db7 Gb7 D b 7 G 7 A b 7A 7
bb #
j j j j j j j j nnnnn #
G7 D7 G G7 D7

&bbb Ó ∫œ bœ. Ó
5

∫œ
œ bœ œ œ œ œ œ œ œ. œ. œ bœ œ œ œ œ œ œ œ.
M M
Ab7 Eb7 Ab Ab7 Eb7 D 7 G #7 A 7 B b 7
## D7
j j j j j j j j nn b
G7 D7 G7 D7 G7

Ó bœ nœ . Ó bb
9


& œ nœ œ œ œ œ œ œ œ . œ . œ nœ œ œ œ œ œ œ œ .
M M

b
Eb7
j
Ab7
j j j
Eb7 Ab7 Eb7
j
Ab7
j j j
Eb7 A 7 B b7 B 7
##
∫œ bœ. Ó nnn # #
A7 E7 A A7 E7

&bb ∫œ Ó
13

œ bœ œ œ œ œ œ œ œ. œ. œ bœ œ œ œ œ œ œ œ.
M M

#### nnnnb
Bb7 Bb Bb7 E 7 A #7 B 7 C 7
j j j j j j bœ nœ . Ój j
E7 A7 F7 E7 A7 E7 A7 F7

bœ Ó
17

& œ nœ œ œ œ œ œ œ œ . œ . œ nœ œ œ œ œ œ œ œ .
M M
Bb7 Gb7 Bb7 Bb7 Gb7 F 7 B 7 C 7Db7
j j j j j j j j bbbbbb
& b œ bœ œ œ œ œ œ œ œ. bœ œ. Ó bœ nœ . Ó
21 F7 B7 F7 B F7 B7

œ bœ œ œ œ œ œ œ œ.
M M
Gb7 Gb7 Gb7 G b 7 C 7 D b 7D 7
#
b ∫œ
& b b b b b œ ∫ Jœ œ Jœ œ œJ œ Jœ œ . œ . Ó
∫œ bœ. Ó nnnnnn##
C7 B7 G7 C B7 C7 B7 G7

œ ∫ Jœ œ Jœ œ œJ œ Jœ œ .
25

M M

### Eb7
bœ œ. Ó
Bb7 Eb Eb7 Bb7 A 7 Bb7

œ n œJ œ Jœ œ œJ œ Jœ œ . œ n œJ œ Jœ œ œJ œ Jœ œ . n œ œ . Ó
29 A7 D7 A7 D7 A7 D7 A7

&
M M

46
• Aquecimento e manutenção vocal •
exercício 2
Vogal I
Valsa Jazz
Aquecimento Vocal (Valsa Jazz)
Vogal I em legato

b
Eb Eb Eb Eb
##
& b 68 œ . Œ. nn # ##
F F F F

œ. œ. œ. œ.
œ. œ.
ViI

#### F# F# F# F#
nnnn
Œ.
5 E E E E

& # œ. œ. œ. n
œ. œ. œ. œ.
I

Œ. bbbbb
9 G F G F G F G F

& œ. œ. œ. œ. œ.
œ. œ.
I

bb
Ab Gb Ab Gb Ab Gb Ab Gb
#
& b b b œ. œ. Œ. nnnnn #
13

œ. œ. œ. œ. œ.
I

## nn b
œ. Œ. bb
17 A G A G A G A G

& œ. œ. œ. œ. œ. œ.
#
I

nnn## #
Bb Ab Bb Ab Bb Ab Bb Ab
b œ.
& b b œ. œ. Œ.
21

œ. œ. œ. œ.

#### B . nnnnb
I

œ œ. œ. Œ.
25 A B A B A B A

& œ. œ. œ. œ.
I
Bb Bb Bb Bb

& b œ.
œ. œ. Œ. bbbbbb
29 C C C C

œ. œ. œ. œ.
I

nnnnnn#
Db Db Db Db
b œ. œ. œ.
& b bbbb œ. œ. Œ.
33 B B B B

œ. œ.
I

# . œ. œ. nb b b
& œ œ. œ. Œ.
37 D C D C D C D C

œ. œ. b
I

47
• Exercícios vocais •

exercício 3
Fonemas: Mi me mi me má
Aquecimento Vocal (Baião)
Baião
Fonemas mi me mi me ma com intervalos de 2as e 3as

4 ∑ Ó Ó bbbbb
D m7(9) D m7(9) D m7(9) D m7(9) D m7(9)

&4 œ ˙ œ œ œ œ
œ œ œ ˙
Mi me mi me ma Mi me mi me ma

nnnnn##
E bm7(9) E bm7(9) E bm7(9) E bm7(9)
b
& b bbb Ó Ó
6

œ œ ˙ œ œ œ œ
œ œ ˙
Mi me mi me ma Mi me mi me ma

##Em7(9)
10 E m7(9)
Ó
E m7(9) E m7(9)
Ó nnb b
& œ œ œ œ ˙ œ œ œ œ b
˙
Mi me mi me ma Mi me mi me ma

#
b
&bb œ œ ˙ Ó œ Ó nnn## #
14 F m7(9) F m7(9) F m7(9) F m7(9)

œ œ œ œ œ ˙
Mi me mi me ma Mi me mi me ma

####F m7(9) nnnnb


# F #m7(9) F #m7(9) F #m7(9)
œ ˙ Ó œ Ó
18

& œ œ œ œ
œ œ ˙
Mi me mi me ma Mi me mi me ma

&b œ œ ˙ Ó œ œ Ó bbbbbb
22 G m7(9) G m7(9) G m7(9) G m7(9)

œ œ œ œ ˙
Mi me mi me ma Mi me mi me ma

nnnnnn#
A bm7(9) A bm7(9) A bm7(9) A bm7(9)
b
& b bbbb œ œ œ ˙ Ó œ œ œ Ó
26

œ œ ˙
Mi me mi me ma Mi me mi me ma

#
30 A m7(9)
œ œ ˙
A m7(9)
Ó
A m7(9)
œ œ œ
A m7(9)
Ó
& œ œ œ ˙
Mi me mi me ma Mi me mi me ma

Segue descendente até Dm

exercício 4

2
Vogal U
Aquecimento Vocal
Ana
Escala menor vai confirmar
ascendente e descendente Vogal U

œ œœœœœ
E b7M
##
D 7( b 9)
œ
bb œ œ œ nn # ##
G m7 G m/F G m/D C m7 Gm

œœœ œ œ œœ œœœ œ œ œœ ˙ Ó
31

&
Nu
U

G # m7 G # m/F #
œ œ œ œD 7( b 9)
# # # # #
#### œ œ œ œ œ œ nnnn
E 7M G m/D C m7 G m

œ œ œ œ œ œ œ œ Ó
35

& # œœ œ œœ œ ˙ n
Nu
U

œ œ œ œ œ œ œ œ œ œ
E 7( b 9)
œ œ œ œ œ
A m7 A m/G F 7M A m/E D m7 Am

&œ œ œ œ œ œ œ œ œ ˙ Ó
39

Nu
U

48
• Aquecimento e manutenção vocal •
exercício 5
Vibração de língua ou lábios
Aquecimento Vocal (Baião)
Baião
Vibração de Língua ou Lábios

4
& 44 Ó bbbbb
D m7(9) D m7(9)

w w w ˙
Tr/Br

bb E bm7(9)
#
&bbb w Ó nnnnn #
9

w w ˙
Tr/Br

##Em7(9) nn b
Ó bb
13

& w w w ˙
Tr/Br

b ##
&bb w Ó nnn # #
17 F m7(9)

w w ˙
Tr/Br

####F m7(9) nnnn


#
Ó b
21

& w w w ˙
Tr/Br

#
&b w Ó n## ###
25 G m7(9)

w w ˙
Tr/Br

#### #G m7(9) nnnnn#


#
Ó
29

& # w w w ˙
Tr/Br

#A m7(9)
33

Ó
& w w w ˙
Tr/Br
Segue descendente até Dm

49
Glossário
• Glossário •

Considerei relevante incluir aqui alguns termos técnicos utilizados na


pedagogia vocal.

• Abdução das pregas vocais


Movimento de abertura das pregas vocais. Esta ação se dá pela contração
dos Músculos Cricoaritenóideos Posteriores, músculos intrínsecos da
laringe, atuantes no processo inspiratório.

• Ação adstringente
Capacidade de diminuir as secreções das mucosas. A ação adstringente
da maçã faz toda a limpeza da boca e faringe, favorecendo a articulação
das palavras e ressonância da voz.

• Adução das pregas vocais


Movimento de fechamento da glote, espaço compreendido entre as
pregas vocais. O controle das diferenças de intensidade da voz se dá
pela variação do grau de adução das pregas vocais. Assim, quanto mais
aduzidas (fechadas) maior a intensidade de projeção da voz.

• Altura tonal
É a propriedade que caracteriza os sons graves e agudos. Está diretamente
relacionada a frequência das vibrações das pregas vocais. Quanto mais
aguda a voz, maior será a sua quantidade de ciclos vibratórios e mais
alongadas estarão as pregas vocais. Na voz grave acontece o inverso,
as pregas vocais se encontram mais encurtadas e a quantidade de ciclos
vibratórios é menor.

• Barriga protruída
Estado em que a parede abdominal se encontra contraída (empurrada)
para frente. Esta contração acontece durante a inspiração no tipo
respiratório abdominal.

• Espaço glótico
Também conhecido como rimaglótica, é o espaço triangular entre as
pregas vocais que vai da sua comissura posterior à anterior.

• Extensão vocal
A extensão vocal do cantor refere-se ao conjunto de notas graves e
agudas que ele consegue emitir, independente da sua qualidade sonora.

• Glissando vocal
Trata-se do deslizamento da voz de forma suave e contínua de uma nota
a outra que pode ser tanto da região grave para a aguda da voz, quanto
da aguda para o grave.

• Intensidade vocal
Está relacionada com a amplitude da vibração e tensão das pregas
vocais. É determinada pela pressão do fluxo aéreo subglótico, o grau
de fechamento das pregas vocais e pela sensação da frequência sonora
durante a emissão da voz.

50
• Aquecimento e manutenção vocal •
• Muco nas pregas vocais (pigarro)
Secreção natural produzida pelas glândulas mucosas, com o intuito de
proteger e lubrificar as pregas vocais. O excesso e a densidade do muco
aumenta a quantidade do pigarro, em geral associado à uma irritação da
mucosa laríngea, e pode ser bastante daninho às pregas vocais.

• Músculo cricotireóideo
Músculo intrínseco da laringe, responsável pelo alongamento das pregas
vocais durante a emissão de notas agudas. Quanto mais alongadas as
pregas vocais estiverem menor será a quantidade de massa mucosa solta
para vibrar, e a voz soará mais tênue e aguda.

• Músculo tireoaritenóideo
Músculo intrínseco da laringe, também chamado de músculo vocal,
responsável pelo encurtamento e tensão das pregas vocais durante a
emissão de notas graves. É o principal músculo utilizado na fala e no
canto popular. Quanto mais encurtado mais densa e grave a voz.

• Notas em staccato
Notas curtas emitidas de forma destacada uma da outra, utilizando-se
apoios abdominais curtos para cada som emitido.

• Notas em legato
Notas ligadas sucessivamente de modo que não haja nenhuma interrupção
entre elas. O apoio abdominal também é único e constante, durante a
emissão de uma frase em legato.

• Registro vocal
Conjunto de sons emitidos por um mesmo mecanismo vibratório e
predomínio muscular, dando ao timbre vocal uma qualidade distinta
e homogênea. O registro vocal pode ser grave, médio ou agudo. Está
diretamente ligado a altura tonal da voz.

• Ressonância da voz
Efeito de amplificação e modificação do som produzido na laringe.
Corresponde ao filtro sonoro, ou seja, aos ajustes realizados no trato
vocal. Os focos ressonantais podem dar qualidades diferentes a voz.

• Trato vocal
Corresponde ao espaço que vai da boca/narinas até as pregas vocais, ou
seja, cavidade nasal, rinofaringe, cavidade oral, orofaringe e laringe, além
dos articuladores que são a língua, o palato, os dentes e os lábios.

• Zonas de passagem
São as regiões onde há mudança de predomínio muscular, ou seja,
troca dos registros vocais. Quanto maior o domínio técnico vocal menos
perceptível serão as zonas de passagem.

51
Fontes consultadas
• Fontes consultadas •

1. ARAÚJO, M. Belting contemporâneo: aspectos técnicos-vocais para


teatro musical e música pop. Brasília: Musimed Edições Musicais, 2013

2. BEHLAU, M. Higiene Vocal Para o Canto Coral. Rio de Janeiro: Revinter,


1997

3. BEHLAU, M.; DRAGONE, M.L.S.; NAGANO, L. A Voz que ensina. Rio


de Janeiro: Revinter, 2004.

4. BEHLAU, M.; PONTES, P. Avaliação e Tratamento das Disfonias. São


Paulo: Lovise, 1996.

5. BEHLAU, M.; PONTES, P. Higiene Vocal Cuidando da Voz. Rio de


Janeiro: Revinter, 1999.

6. BEHLAU, M. (org.); Voz: O Livro do Especialista I. Rio de Janeiro:


Revinter, 2001.

7. BEHLAU, M. (org.); Voz: O Livro do Especialista II. Rio de Janeiro:


Revinter, 2004.

8. BLOCH P. Divulgando Problemas de Voz e Fala. Rio de Janeiro: Revinter,


2003.

9. BLOCH P. Falar Bem Com Boa Voz. Rio de Janeiro: Bloch, 1984.

10. CASCARDO, A.P; BERALDO D. Guia teórico prático da voz. 2ª ed.


Curitiba: Edição do autor, 2018.

11. CAMPIGNION, P. Respir-Ações: A Respiração para uma Vida Saudável.


São Paulo: Summus, 1998.

12. COSTA, H.O.; ANDRADA, A.; SILVA, M. A. Voz cantada - evolução,


avaliação e terapia fonoaudiológica. São Paulo: Lovise, 1998.

13. DINVILLE C. Os Distúrbios da Voz e sua Reeducação. Enelivros, 2001

14. ESTIENNE, F. Voz Falada, Voz Cantada: Avaliação e Terapia. Rio de


Janeiro: Revinter, 2004.

15. FERREIRA, L.C.; ANDRADA E SILVA, M.A. Saúde vocal: Práticas


Fonoaudiológicas. São Paulo: Rocca, 2002.

16. KYRILLOS, L.; COTES, C; FEIJÓ, D. Voz e Corpo na TV: A


Fonoaudiologia a Serviço da Comunicação. São Paulo: Globo, 2003.

17. KYRILLOS, L. Expressividade. Da Teoria à Prática. Rio de Janeiro:


Revinter, 2005.

18. L. MANUILA, A MANUILA, P. LEWALLE, M. NICOULIN. MANUILA –


Dicionário Médico. Rio de Janeiro: MEDSI, 2001.

19. LE HUCHE, F.; Allali, A. A Voz: Anatomia e Fisiologia dos Órgãos da


Voz e Fala Vol. I, Artemed, Porto Alegre, 1999.

52
• Aquecimento e manutenção vocal •
20. MENDES E. Medo? Medo De Que? - 2015. Disponível em: http://
www.eunicemendes.com.br/aprenda-comunicacao/artigos/medo-medo-
de-que/ Acesso em 01 de abril de 2018.

21. MILLER, R. National Schools Of Singing: English, French, German,


And Italian Techniques Of Singing Revisited, Scarecrow Press; Edição:
Revised ed. 1997.

22. Mota ACG. Aquecimento e desaquecimento vocal. [monografia on


line]. São Paulo: CEFAC; 1998. [cited 2003 Jan 31]. Available from URL:
http://www.cefac.br/ teses.php.

23. PACHECO, C.; BAÊ, T. Canto: Equilíbrio entre Corpo e Som. São
Paulo: Irmãos Vitale, 2006.

24. PINHO, S.M.R. Fundamentos Em Fonoaudiologia – Tratando Os


Distúrbios Da Voz. Ed. Guanabara Koogan, Rio De Janeiro, 1998. ZI, N. A
Arte De Respirar: seis lições para aprimorar o desempenho, a saúde a o
bem-estar. Ed. Pensamento, São Paulo, 1997.

25. PINHO, S.M.R. Terapia vocal. In: PINHO SMR. Tópicos em voz. Rio De
Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

26. PINHO, S. M. R. Manual de Higiene Vocal Para Profissionais da Voz.


4ª ed. Barueri: Pró-Fono, 2007.

27. PINHO, S. M. R.; PONTES, P. Músculos Intrínsecos da Laringe e


Dinâmica Vocal. Rio de Janeiro: Revinter, 2008.

28. PINHO, S.M.R. Temas em Voz Profissional. Rio de Janeiro: Revinter,


2007.

29. PINHO, S.M.R. Tópicos em Voz. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2001.

30. RICORDI, O.L. Compêndio de Teoria Elementar da Música. São Paulo,


1966

31. SANDRONI, C. 260 Dicas Para o Cantor Popular: Profissional e


Amador. Rio de Janeiro: Lumiar, 1998.

32. ZEMLIN, W.R. Princípios de Anatomia e Fisiologia em Fonoaudiologia.


4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

53
• Aquecimento e manutenção vocal •

Prefixo Editorial: 923520


Número ISBN: 978-85-923520-1-1
Título: Guia teórico prático da voz
Tipo de Suporte: Offset 120g
Impresso em Curitiba, maio 2018
Gráfica: Tipotil

54
“Penso que para se cantar bem
de verdade é preciso muito mais
do que uma bela voz. É preciso
ter vontade de dizer alguma coisa,
de expressar algo que é só seu,
do seu jeito, único!”.

Ana Cascardo

Patrocínio

Você também pode gostar