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provocados por insistências de 15, 45 e 120 segundos, verificaram não haver qualquer
vantagem na utilização de insistências com mais de 15 segundos.
Para superar as dúvidas que possam persistir quanto à eficácia de aumentar o tempo
de insistência para conseguir um melhor efeito de treinamento, cabe citar o trabalho de
BANDY, IRION & BRIGGLER (1997), que compararam os efeitos de insistências de 30 e de
60 segundos, com uma ou três repetições e não encontraram diferenças significativas entre
os resultados.
O único estudo encontrado, de BANDY & IRION (1994), que se opõe ao que foi
exposto até aqui, aponta melhoras de flexibilidade, depois de seis semanas de treinamento,
dos grupos que realizaram insistências de 30 e de 60 segundos, sobre o grupo que realizou
insistências de 15 segundos. No entanto, os autores consideraram o tempo total de
atividade e não a insistência depois de se alcançar o arco máximo de movimento, detalhe
que exige que estes resultados não sejam levados em consideração.
FLEXIBILIDADE E PERIODIZAÇÃO
O principal fator determinante na escolha do método de flexionamento utilizado, será,
conforme foi explanado, a necessidade do aumento da flexibilidade. Este efeito será obtido,
prioritariamente, devido ao aumento da mobilidade articular ou da elasticidade muscular.
As articulações sujeitas a choques nos desportos de contato devem ter preservada
sua estabilidade pela ênfase no aumento da elasticidade muscular em detrimento da
atuação sobre a mobilidade articular. O efeito inverso será desejável para o treinamento
da flexibilidade dos grupos musculares que necessitam realizar sustentação de um
segmento corporal ou que apresentarão contrações explosivas durante a performance.
Respeitando-se estes postulados básicos, chega-se a conclusão que o treino da
flexibilidade de um atleta empregará métodos distintos para cada segmento corporal
considerado, conforme o tipo de esporte que se está treinando.
A escolha do método adequado de treinamento de flexibilidade também será
diretamente influenciado pela época da periodização que se esteja considerando. Como se
sabe o macrociclo será dividido, para fins de treinamento, em três períodos: o de
Preparação, o de Competição e o de Transição.
No Período de Preparação ter-se-á duas fases, a Básica, com um característica de
treinamento geral e a Específica, quando o atleta realiza as transferências de habilidades e
capacidades necessárias à competição. Ao final deste período o atleta deve possuir todos
os itens necessários a sua vitória desportiva.
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possa realizar cada um dos gestos desportivos específicos do desporto sem esforço
muscular desnecessário.
Tal fato pode ser compreendido com a explanação de DANTAS (1995);
Os últimos 10 a 20% do arco articular são caracterizados por
apresentarem uma maior resistência ao movimento devido ao fato de se
estar chegando ao limite de distensibilidade dos músculos, ligamentos e
outros tecidos conjuntivos envolvidos. Assim, cada vez que se entra
nesta Zona de Alta Resistência (ZAR), a pessoa se vê compelida a
realizar um esforço extra, além do normalmente exigido para a
execução do movimento. No caso de ser necessário realizar
movimentos de grande amplitude, deve-se certificar de que se dispõe
de uma margem de segurança de cerca de 20 % a mais do que o arco
articular que vai ser utilizado. Esta precaução reduzirá o desgaste
energético do atleta.(p. 48)
CONCLUSÃO
Uma vez determinados os movimento que necessitam de um boa flexibilidade, quais
os métodos que serão utilizados para seu treinamento e qual a amplitude adequada para
cada um destes arcos, o preparador físico montará uma “rotina” de exercícios que serão
utilizadas quotidianamente, possibilitando sua memorização pelo atleta, para que, nos
momentos psicologicamente desgastantes do período pré-agonista, ele possa executar o
procedimento correto de alongamento de forma automatizada.
Tranqüiliza o profissional envolvido com o treinamento desportivo de jovens saber
que o treinamento da flexibilidade não terá efeitos nefastos posteriores, pelo menos na
coluna vertebral, conforme afirmam os estudos de RATY, BATTIE, VIDEMAN & SARNA
(1997)
É importante se relembrar que a flexibilidade embora não seja uma qualidade física
de importância prioritária na performance, se comparada com a força a velocidade ou a
resistência, ela está presente em quase todos o desportos. Por isso também causa surpresa
se constatar que talvez seja ela a qualidade física menos estudada. Este fato pode fazer
com que seu treinamento seja mais influenciado por crenças e costumes do que por
conhecimentos científicos.
O presente estudo buscou colocar ao alcance do treinador subsídios que o
auxiliassem na escolha da forma de treinar a flexibilidade, baseados na fundamentação da
fisiologia e da biofísica e não nos hábitos costumeiros ou na “achologia”.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS