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Fala de Especialistas:

A educação a distância é inadequada para ensino infantil”,


sentencia a gerente de conhecimento aplicado da
Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Beatriz Abuchaim.
“A atividade tem de ser concebida com a criança como
protagonista. Em frente à tela, ela é passiva e não
protagonista. Como é possível que a própria escola
aumente o tempo de tela da criança?” Para ela, as
instituições deveriam propor leituras e ajudar os pais a criar
uma rotina para os filhos no isolamento. “Interação online
uma vez por semana para manter o vínculo é suficiente”,
afirma Carolina Velho, especialista da Organização dos
Estados Ibero Americanos (OEI) e da Rede Nacional da
Primeira Infância. Para bebês até 2 anos, a Sociedade
Brasileira de Pediatria não recomenda nenhuma exposição
às telas. Entre 2 e 5 anos, no máximo, uma hora por dia.

Carolina diz que o importante agora é escutar as crianças,


que podem estar com medo e ansiosas. E sugere
atividades cotidianas, como ajudar a varrer a casa,
cozinhar ou escrever em um teclado de mentira ao lado dos
pais que fazem home office. “Temos de usar o momento
que estamos vivendo para eles brincarem e, assim,
aprendem.” Educadores falam, inclusive, da importância do
ócio. Deixar as crianças sem fazer nada pode ser
perturbador para os pais, mas elas acabam encontrando o
que fazer de uma maneira criativa, garantem.
Na semana passada, o Conselho Estadual de Educação de
São Paulo divulgou normativa sobre os menores de 5 anos,
dizendo que eles “aprendem enquanto vivem e convivem” e
que “é fundamental que as famílias se sintam apoiadas e
que as instituições de ensino possam organizar momentos
de trocas com os pais”. “Independentemente da classe
social, nós precisamos nos preocupar com essa infância
que está em casa”, diz a conselheira Ana Teresa Mariotti.
Para ela, não faz sentido aulas online todos os dias ou
“tarefinhas”.
“Partimos da premissa de que os pais não são pedagogos.
O importante é manter o diálogo e o vínculo com a escola”,
https://istoe.com.br/educacao-infantil-a-distancia-passa-a-
ser-questionada/

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