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Por uma razão decolonial Desafios ético-político-epistemológicos à

cosmovisão moderna

O Texto é uma combinação do texto “Paradigma prudente para uma


vida decente”, de Boaventura Sousa Santos com teses sobre a
Modernidade- Colonialidade – Decolionialidade” latino –americana.
Trata a revisão necessária das epistemologias modernas, como
desafio ético e político a ser enfrentado pelas ciências sociais, em especial
devido à desumanização causada, entre outros fatores, pela negação das
epistemologias do Sul colonizado.
A autora Júlia Almeida é citada no texto, quando “em Perspectivas
pós-coloniais em diálogo, introduz a coletânea Crítica pós-colonial:
panorama de leituras contemporâneas (Almeida; Miglievich-Ribeiro;
Gomes,2013), enfatiza os estudos pós-coloniais, em seus distintos domínios
linguísticos e culturais” e revisita a ideia de alteridade, “sobre a qual a
modernidade ocidental se constituiu como práxis racional de violência
(Dusse,2000,p.472)” (p.68).
A autora chama atenção para a Colonialidade, no texto enfatizada
como a face oculta da Modernidade..
Outro ponto abordado no texto são as conversas entre os
conhecimentos produzidos “nas bordas da globalização”, algo inédito que a
autora chama de “sem precentes”. Conversas essas que combatem qualquer
crença fundamentalista na universalidade/totalitária “buscando assim
visualizar alguns desafios postos á epistemologia moderna a partir de
saberes do Sul” (p.68).
O texto sugere substituir a cosmologia moderna, por uma
cosmovisão moderna, visto que a primeira, longe de ser demonizada,
necessita ser “traduzida” para novos contextos, que comportam novos
repertórios culturais, étnicos, epistêmicos, que não coadunam mais com a
prática da exclusão dentro da desumanização produzida pela diferença
colonial que ela trouxe em seu bojo.
A tais desigualdades isso Aníbal Quijano chama “ radicalização das
relações de poder” onde a subalternização do colonizado aparece como
algo natural, traduzindo-se em desigualdades, sujeição de saberes e
exclusão do diferente.
Neste sentido, o giro decolonial , movimento teórico, ético e político
que questiona as “pretensões de objetividade do conhecimento dito
científico dos últimos séculos e, que nos diz respeito diretamente das
ciências sociais” (p.69), vem como alternativa teórica e práxis a ser
considerada como proposta de releitura dos construtos discursivos que
moldaram o pensamento ocidental, numa gramática da descolonialidade ,
citada por Mignolo, como forma de tomar para si a responsabilidade ética e
científica do oficio do intelectual, que outrora, legitimou os discursos
hegemônicos modernos.
Para a autora do artigo, a razão moderna dualista ( norte-sul,
ocidente-oriente,rico-pobre,etc. criou a racionalidade moderna, arrogante e
indolente que por sua vez criou inexistências, diante de polos dominantes,
subalternalizando relações e existências.
A racionalidade contra-hegemônica, aqui defendida, revê vazios
revelados na desumanização e assujeitação, que Boaventura chama de
“sociologia das ausências”, que estuda o ainda não , as resistências, os
recomeços e chama desafio epistemológico o não cair no niilismo,
proporndo “uma nova semântica das expectativas que não se confunde com
a utopia longínqua, mas com a esperança que se processa mediante atos
cotidianos aqui e agora” (p.71), uma recusa à objetificação do outro.
Sobre os obstáculos á essa causa, é citada no texto a barreira
linguística e os “silêncios intraduzíveis” (p.72).
Falando em justiça, é introduzida a justiça colonial nessa reflexão,
sobre a qual se sustenta a razão decolonial, dentro da rica cosmologia
latino-americana.
Sobre a razão decolonial proposta, o texto traça uma retomada da
história do surgimento desta como desafio epistemológico citando a
formação dos grupos de Estudos Subalternos do Sul da Ásia, Latino –
Americano de Estudos Subalternos e a reimpressão do clássico
Colonialidad y modernidad-racionalidad, de Aníbal Quijano, publicado em
1993, e que deram um redirecionamento à crítica pós-colonial na América
Latina.
Cita nomes como Enrique Dussel, Rodolfo Kush, Pablo Gonzalez,
Darcy Ribeiro, entre outros, quando cita a aproximação entre o Pensamento
Crítico latino Americano, a Teologia e a Filosofia da Libertação, em busca
de uma ciência social autônoma e anti-imperialista.
A esses estudos se juntam , a partir dos anos 90, os chamados
“Estudos Culturais”, a Antropologia e a Comunicação, dialogando com os
Estudos Subalternos Asiáticos e com a Filosofia Africana.
Ballestrim vem nos dizer, citando Escobar (2003), que a principal
força orientadora desses estudos “é uma reflexão continuada sobre a
realidade cultural latino-americana, incluindo o conhecimento
subalternizado dos grupos explorados e oprimidos”(p.74).
Discutindo a possibilidade de uma ciência social não-eurocêntrica,
apoiada em Dussel, que traz o conceito “de Transmodernidade”, é possívek
dizer que “ a modernidade-colonialidade-decolonialidade amplia e
aprofunda a potente crítica pós-colonial, fazendo emergir, nas palavras de
Mignolo, o pensamento liminar “ que revela uma reflexão sobre a origem
da Teoria do Conhecimento, ou como cita o texto : “uma gnosiologia
poderosa emergente” (p.75).
Para mignolo “ uma sociologia

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