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Laboratório de prática contábil

volume 3

Andréa Mara de Morais Carvalho


© 2013 by Universidade de Uberaba

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Capa:
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Edição:
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário

Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE

Carvalho, Andréa Mara de Morais.


C253l Laboratório de prática contábil: volume 3 / Andréa Mara de Morais
Carvalho . – Uberaba : Universidade de Uberaba, 2012.

188 p.: il.



ISBN 978-85-7777-485-2

1. Contabilidade. 2. Balanço (Contabilidade). 3. Plano de contas. 4. Fluxo


de caixa. I. Universidade de Uberaba. II. Título.

CDD: 657
Sobre a autora

Andréa Mara de Morais Carvalho

Especialista em Controladoria e Finanças pela Faculdade de Ciências


Econômicas do Triângulo Mineiro (FCETM). Professora da Universidade
de Uberaba (Uniube). Socioadministradora da empresa AMMEC Serviços
Contábeis Ltda, em Uberaba/MG, com ênfase em Contabilidade,
Contabilidade Tributária e Consultoria para micro e pequenas empresas.
Sumário
Apresentação.............................................................................................................. VII

Capítulo 1 Emissão e escrituração de documentos fiscais ................... 1


1.1 Conceito de Nota Fiscal ............................................................................................3
1.1.1 Nota Fiscal – Modelo 1 e 1-A...........................................................................5
1.1.2 Nota Fiscal Eletrônica – NF-e........................................................................13
1.1.3 Nota Fiscal de Consumidor Final ..................................................................16
1.2 Cancelamento de Documento Fiscal......................................................................18
1.3 Irregularidades na emissão das Notas Fiscais........................................................19
1.4 Prazos de validade da Nota Fiscal .........................................................................20
1.5 Destinação das vias.................................................................................................21
1.6 Solicitação e autorização para impressão de Documentos Fiscais .......................23
1.7 Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP)...............................................24
1.8 Código de Situação Tributária (CST).......................................................................27
1.9 Escrituração das Notas Fiscais em livros próprios.................................................28
1.9.1 Livro Registro de Entradas............................................................................29
1.9.2 Livro Registro de Saídas................................................................................31
1.9.3 Livro Registro de Apuração do ICMS............................................................33
1.9.4 Livro Registro de Apuração do IPI.................................................................34
1.9.5 Livro Registro de Controle do Crédito do ICMS do Ativo Imobilizado ..........35
1.9.6 Livro Registro da Produção e Estoque..........................................................37
1.9.7 Livro Registro de Impressão de Documentos Fiscais ..................................37
1.9.8 Livro Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de
Ocorrência – Modelo 6...................................................................................39
1.9.9 Livro Registro de Inventário ..........................................................................42
1.9.10 Livro de Registro de Movimentação de Combustíveis................................44
1.10 Conservação, autenticação e escrituração dos livros fiscais................................44

Capítulo 2 ICMS − principais operações.............................................. 51


2.1 ICMS – Principais operações..................................................................................52
2.1.1 Venda de Mercadorias...................................................................................54
2.1.2 Devolução......................................................................................................59
2.1.3 Substituição Tributária....................................................................................62
2.1.4 Diferencial de alíquota...................................................................................76
2.1.5 Demonstração ...............................................................................................80
2.1.6 Venda à ordem...............................................................................................87
Capítulo 3 Simples Nacional: legislação e prática.............................. 97
3.1 Simples Nacional.....................................................................................................98
3.1.1 Opção pelo Simples Nacional........................................................................99
3.1.2 Quem poderá optar pelo Simples Nacional.................................................102
3.2 Cálculo do valor devido por meio do PGDAS.......................................................105
3.2.1 Conhecendo o PGDAS................................................................................ 111
3.2.2 Recolhimento fora do prazo.........................................................................115
3.2.3 Contribuição previdenciária ........................................................................117
3.3 Obrigações acessórias..........................................................................................122
3.3.1 Documentos fiscais......................................................................................122
3.3.2 Livros fiscais e Contábeis............................................................................126
3.3.3 Declarações.................................................................................................128
3.4 Exclusão do Simples Nacional..............................................................................129
3.5 Distribuição de lucros no Simples Nacional..........................................................133

Capítulo 4 Principais obrigações acessórias: DCTF, DACON,


DIPJ, SINTEGRA, EFD, ECD........................................... 139
4.1 Obrigações acessórias – federais.........................................................................141
4.1.1 Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica – Inativa – DSPJ..................141
4.1.2 Declaração de Informações Econômico-Fiscais da
Pessoa Jurídica – DIPJ ..............................................................................142
4.1.3 Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais – DACON............146
4.1.4 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF ...............150
4.1.5 Escrituração Contábil Digital – ECD............................................................154
4.2 Obrigações acessórias – estaduais.......................................................................157
4.2.1 Nota Fiscal eletrônica – NF-e......................................................................157
4.2.2 Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais
com Mercadorias e Serviços – SINTEGRA.................................................163
4.2.3 Escrituração Fiscal Digital – EFD................................................................165
Apresentação
Caro(a) aluno(a).

O livro Laboratório de Prática Contábil, volume 3 é parte integrante


de um conjunto de 4(quatro) obras, elaboradas para o curso de Ciências
Contábeis, da Universidade de Uberaba, de forma didática, simples e
prática.

O principal objetivo deste livro é apresentar a você a teoria e a prática


contábil, evidenciando a interligação entre a legislação fiscal e a
contabilidade, de modo a gerar informações com qualidade necessária
para atingir os requisitos dos diversos usuários.

O primeiro capítulo, intitulado “Emissão e escrituração de documentos


fiscais”, aborda a área fiscal das empresas, de forma a possibilitar uma
noção geral sobre Escrituração Fiscal, tendo como objetivo demonstrar
os principais aspectos em relação à emissão, à escrituração dos
documentos fiscais, e como as empresas devem proceder nas mais
diversas situações.

O segundo capítulo, “ICMS − Principais operações”, apresenta as


principais operações que envolvem a incidência do ICMS, com destaque
para emissão correta do documento fiscal, escrituração fiscal nos livros
obrigatórios e cálculo do valor do imposto devido.

Já o terceiro capítulo, “Simples Nacional: Legislação e Prática”, é


destinado à tributação das microempresas e empresas de pequeno porte.
Esse capítulo aborda, de forma clara e objetiva, o tratamento diferenciado
VIII UNIUBE

e favorecido a essas empresas, no âmbito dos três poderes: União,


Estados e Municípios, especialmente no que se refere à apuração e
recolhimento dos impostos.

Finalizando o livro, o quarto capítulo traz as “Principais obrigações


acessórias: DCTF, DACON, DIPJ, SINTEGRA, EFD, ECD” que devem
ser apresentadas aos fiscos federais e estaduais.

Desejo-lhe sucesso em sua leitura e em sua prática profissional!


Capítulo
Emissão e escrituração
de documentos fiscais
1

Introdução
Iniciaremos, com este capítulo, nossos estudos relativos à área
fiscal das empresas, de forma a possibilitar uma noção geral sobre
Escrituração Fiscal.

Ressaltamos que, no caso do ICMS e do IPI, essa tarefa não é


das mais fáceis, devido à quantidade de detalhes e de situações
diversas que nos são apresentadas diariamente, isso porque,
muitas vezes, um único detalhe pode mudar completamente um
procedimento.

Nosso objetivo aqui é demonstrar os principais aspectos em


relação à emissão e à escrituração dos documentos fiscais, e
como as empresas devem proceder nas mais diversas situações.

Ressaltamos, ainda, a importância do estudo aprofundado


dos tributos incidentes sobre as mais diferentes operações e
mercadorias em uma empresa, seja ela com fins lucrativos ou
não, isso porque a legislação impõe várias obrigações principais
e acessórias, decorrentes da atividade empresarial.
2 UNIUBE

Objetivos
Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que
você seja capaz de:

• descrever os diversos tipos de documentos fiscais;


• emitir notas fiscais, de acordo com cada operação realizada;
• reconhecer as diversas operações fiscais no cotidiano de
uma empresa;
• identificar como as empresas devem proceder nas diversas
situações fiscais;
• escriturar os livros fiscais em atendimento à legislação
específica.

Esquema

Notas fiscais – de
entrada e de saída

Emissão das Notas Fiscais

Livro Registro Escrituração das Livro Registro


de Entradas Notas Fiscais de Saídas

Livro de Apuração Livro de Apuração


do ICMS do IPI
UNIUBE 3

1.1 Conceito de Nota Fiscal

Para iniciarmos nossos estudos, faz-se necessário entendermos o que


é uma nota fiscal. Você sabe o que é uma nota fiscal e para que serve?
E, ainda, você se lembra destes dois impostos: o Imposto sobre
Circulação de Mercadores e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI)? Enfatizamos que esses conceitos são
fundamentais em nosso curso.

IMPORTANTE!

Nota Fiscal é um documento obrigatório nas operações mercantis, que


serve para documentar a operação ou prestação realizada, inclusive o seu
transporte até a entrada no estabelecimento do comprador, de acordo com
os requisitos legais previstos em leis federais e estaduais.

Nas principais operações acobertadas por notas fiscais, ocorre a


incidência de IPI e do ICMS. Estes dois impostos são de competência
federal e estadual, respectivamente. O IPI é um imposto de competência
da União e teve sua regulamentação pelo decreto 4.544, de 2002,
conhecido como Regulamento do IPI (RIPI); e
o ICMS é um imposto de competência estadual CONFAZ
− por isso, cada Estado trata sua legislação de É o Conselho
forma específica. Nacional de Política
Fazendária,
constituído por
representantes de
De acordo com o estabelecido pelo Conselho cada Estado e do
Distrito Federal. É
Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), as responsável por
empresas contribuintes do ICMS e/ou IPI são elaborar políticas
e harmonizar
obrigadas a emitirem, conforme a operação, os procedimentos e
normas relativas
seguintes documentos fiscais: à competência
tributária dos
Estados e do Distrito
• nota Fiscal, modelos 1 ou 1-A; Federal.
• nota Fiscal de Venda a Consumidor, modelo 2;
4 UNIUBE

• cupom fiscal emitido por equipamento Emissor de Cupom Fiscal


(ECF);
• Nota Fiscal eletrônica, (NFe), modelo 55;
• entre outros.

A obrigatoriedade das empresas em emitirem documentos fiscais se


constitui, quando ocorrer operações internas ou interestaduais, à:

• saída da mercadoria, a qualquer título do


estabelecimento emitente;

• entrada de bens ou mercadorias, real ou


simbolicamente, na empresa.

O documento fiscal mais utilizado é a nota fiscal modelo 1 ou 1-A. Isso


porque todas as operações com incidência do ICMS e do IPI, ou de
ambos, devem ser realizadas por esse documento.

A Nota Fiscal deverá ser emitida em papel carbonado ou com


carbono, manuscrita ou ainda por processamento eletrônico de
dados. Todas as vias de uma nota fiscal devem ser numeradas,
em ordem crescente e enfeixadas em blocos uniformes de 20
(vinte), no mínimo, e 50 (cinquenta), no máximo. Em substituição
aos blocos, elas, também, podem ser confeccionadas em
formulários contínuos ou jogos soltos, observados os requisitos
estabelecidos pela legislação específica para a emissão dos
correspondentes documentos.

Cada estabelecimento – seja matriz, filial, depósito ou qualquer outro


– terá seu talonário próprio. Atualmente, a nota fiscal modelo 1 ou 1-A
está sendo substituída pela Nota Fiscal Eletrônica, gradativamente.
Acompanhe, atentamente, as especificidades referentes aos principais
tipos de documentos fiscais, a seguir.
UNIUBE 5

1.1.1 Nota Fiscal – Modelo 1 e 1-A

Essa Nota Fiscal é emitida por empresas comerciais ou industriais, após


autorização de sua impressão, pelo órgão competente, servindo para
registrar as entradas ou saídas de mercadorias. Devem ser emitidas
antes de iniciada a saída da mercadoria, real ou simbólica e pela entrada
de bens ou mercadorias.

O artigo 20, anexo V, do Regulamento do Imposto Sobre Operações


Relativas à Circulação de Mercadorias (RICMS-MG, 2002), referente à
emissão de Nota Fiscal na entrada de mercadorias, afirma que:

Art. 20 − O contribuinte emitirá nota fiscal sempre que


em seu estabelecimento entrar, real ou simbolicamente,
bens ou mercadorias:

novos ou usados, remetidos a qualquer título por


particulares, produtores rurais ou pessoas físicas ou
jurídicas não obrigados à emissão de documentos
fiscais;
em retorno, quando remetidos por profissionais
autônomos ou avulsos, aos quais tenham sido enviados
para industrialização;
em retorno de exposições ou feiras, para as quais
tenham sido remetidos exclusivamente para fins de
exposição ao público;
em retorno de remessas feitas para venda fora do
estabelecimento, inclusive por meio de veículo;
em retorno quando não forem entregues ao
destinatário, hipótese em que conterá as indicações
do número, da série, da data da emissão e do valor do
documento original;
importados diretamente do exterior, arrematados em
leilão ou adquiridos em concorrência promovidos pelo
Poder Público;
em decorrência de operações com trânsito livre
previstas neste Regulamento;
6 UNIUBE

nas hipóteses dos incisos I a IV, VI e VII, no momento


da aquisição da propriedade, quando os bens e
mercadorias não devam transitar pelo estabelecimento
do adquirente;
em decorrência de aquisição de café cru de produtor
rural, peças usadas ou veículos destinados a desmonte
e/ou comercialização;
para regularização do recolhimento do imposto,
relativamente à despesa, inclusive aduaneira,
conhecida após o desembaraço aduaneiro e aos
impostos federais suspensos, quando houver a
cobrança desses pela União;
em decorrência de operação acobertada por Nota Fiscal
Avulsa a Consumidor Final;
em outras hipóteses previstas na legislação;
para regularização, em virtude de quantidade
de mercadoria ou preço superior ao indicado no
documento fiscal emitido pelo produtor rural pessoa
física, na hipótese prevista no art 463, I, “c’ da parte 1 do
anexo IX. (MINAS GERAIS, 2002, p.22)

As notas Fiscais 1 e 1-A são padronizadas em todo o País, apresentando


campos que identificam todas as informações referentes à circulação das
mercadorias sujeitas aos impostos do IPI e ICMS.

É importante ressaltar que a Nota Fiscal conterá, nos quadros e campos


próprios observados, a disposição gráfica dos modelos 1 e 1-A, as
indicações conforme Quadro 1, a seguir.

Quadro 1: Instruções de preenchimento de Nota Fiscal

ITENS CAMPOS OBSERVAÇÕES


1 - o nome ou razão social; 1 - As indicações dos campos 1 a 8, 12, 13, 15, 16
2 - o endereço; e 17 serão impressas tipograficamente.
EMITENTE

3 - o bairro ou distrito; 2 - As indicações dos campos 2 a 8, 12 e 15 poderão


4 - o município; ser impressas pelo sistema de processamento
eletrônico de dados, observados os requisitos da
5 - a unidade da Federação;
legislação pertinente.
6 - o telefone ou fax;
7 - o CEP;
UNIUBE 7

8 - o número de inscrição no 3 – É possível incluir na mesma nota fiscal CFOPs


CNPJ; diferentes, indicando-os nos quadros próprios.
9 - a natureza da operação
de que decorrer a saída ou
a entrada, tais como: venda,
compra, transferência,
devolução, importação,
consignação, remessa (para
fins de demonstração, de
industrialização ou outra);
10 - o CFOP;
11 - o número de inscrição 4 – O número de inscrição do substituto tributário
estadual do substituto somente deve ser informado quando for operação
tributário na Unidade da interestadual onde a empresa tiver inscrição como
Federação em favor da qual substituta tributária, por efetuar frequentemente
é retido o imposto, quando operações sujeitas à substituição tributária como
for o caso; outro estado.
12 - o número de inscrição
estadual;
13 - a denominação “Nota
Fiscal”;
14 - a indicação da operação,
se de entrada ou de saída;
15 - o número de ordem da
nota fiscal e, imediatamente
abaixo, a expressão “Série”,
acompanhada do número
correspondente, se adotada,
nos termos estabelecidos por
legislação própria;
16 - o número e destinação
da via da nota fiscal;
17 - a data-limite para
emissão da nota fiscal, ou a
indicação “00.00.00” quando
não estabelecida;
18 - a data de emissão da
nota fiscal;
19 - a data da efetiva saída
ou entrada da mercadoria no
estabelecimento;
20 - a hora da efetiva
saída da mercadoria do
estabelecimento.
8 UNIUBE

1 - o nome ou razão social; 5 - Nas operações de exportação, o campo


2 - o número de inscrição destinado ao município será preenchido com a
no CNPJ ou no Cadastro de cidade e o país de destino.
Pessoas Físicas (CPF) do
Ministério da Fazenda;
REMETENTE

3 - o endereço;
4 - o bairro ou distrito;
5 - o CEP;
6 - o município;
7 - o telefone ou fax;
8 - a Unidade da Federação;
9 - o número de inscrição
estadual.
6 - Quando adotado pelo emitente, passará a
FATURA

ser “Nota Fiscal – Fatura” e deverá conter as


indicações previstas na legislação pertinente.

1 - o código adotado pelo 7 - A indicação do campo Código do produto


estabelecimento para é um código interno da empresa adotado para
identificação do produto; seus produtos. Caso a empresa utilize o código
de barras, poderá ser utilizado no código do
produto. Na hipótese de não utilizar códigos
para identificação de seus produtos, poderá
ser dispensada e suprimida a coluna “Código
Produto”, conforme legislação aplicável.
2 - descrição dos produtos,
compreendendo: nome,
DADOS DO PRODUTO

marca, tipo, modelo, espécie,


e demais elementos que
permitam sua perfeita
identificação;
3 - a classificação fiscal dos 8 – Campo obrigatório apenas para os
produtos, quando exigida pela contribuintes do IPI. Poderão ser utilizados
legislação do Imposto sobre códigos, tais como letras ou números, desde que
Produtos Industrializados (IPI); em “Dados adicionais” seja descrita a codificação.
4 - o Código de Situação
Tributária (CST);
5 - Unidade de medida da
mercadoria;
6 - a quantidade dos produtos;
7 - o valor unitário dos
produtos;
8 - o valor total dos produtos;
UNIUBE 9

9 - a alíquota do ICMS;
10 - a alíquota do IPI, quando
for o caso;
11 - o valor do IPI, quando for
o caso.
1 - a base de cálculo total do 9 - Nesse quadro de Cálculo do imposto, não pode
ICMS; ser excluído nem incluído nenhum campo nesse
2 - o valor do ICMS incidente quadro. Mesmo que a empresa não seja contribuinte
na operação; do IPI, não poderá excluir o campo “valor do IPI”.
3 - a base de cálculo aplicada
para a determinação do 10 - As indicações dos campos 3 e 4 serão
valor do ICMS retido por prestadas quando o emitente da nota fiscal for o
CÁLCULO DO IMPOSTO

substituição tributária, quando substituto tributário.


for o caso;
4 - o valor do ICMS retido por
substituição tributária, quando
for o caso;
5 - o valor total dos produtos;
6 - o valor do frete;
7 - o valor do seguro;
8 - o valor de outras despesas
acessórias;
9 - o valor total do IPI, quando
for o caso;
10 - o valor total da nota fiscal.
1 - o nome ou razão social do 11 - Caso o transportador seja o próprio remetente
transportador e a expressão ou o destinatário, esta circunstância será indicada
“Autônomo”, se for o caso; no campo “Nome/Razão Social”, com a expressão
2 - a condição de pagamento “Remetente” ou “Destinatário”, dispensadas as
TRANSPORTADOR/VOLUMES

do frete: se por conta do indicações dos campos 2 e 5 a 9.


emitente ou do destinatário;
TRANSPORTADOS

3 - a placa do veículo, 12 - No campo “Placa do Veículo” deverá ser


no caso de transporte indicada a placa do veículo tracionado, quando
rodoviário, ou outro elemento se tratar de reboque ou semirreboque deste tipo
identificativo nos demais de veículo, devendo a placa dos demais veículos
casos; tracionados, quando houver, ser indicada no campo
4 - a Unidade da Federação “Informações Complementares”.
de registro do veículo;  
5 - o número de inscrição do
transportador no CNPJ ou
CPF;
6 - o endereço do
transportador;
10 UNIUBE

7 - o Município do
transportador;
8 - a Unidade da Federação
do domicílio do transportador;
9 - o número de inscrição
estadual do transportador,
quando for o caso;
10 - a quantidade de volumes
transportados;
11 - a espécie dos volumes
transportados;
12 - a marca dos volumes
transportados, quando for o
caso;
13 - a numeração dos
volumes transportados,
quando for o caso;
14 - o peso bruto e líquido dos
volumes transportados.
1 - no campo Informações 13 - Nas vendas a prazo, quando não houver
complementares, indicações emissão de nota fiscal-fatura ou de fatura ou,
exigidas neste Regulamento ainda, quando esta for emitida em separado, a nota
e dados de interesse fiscal, além dos requisitos exigidos em lei, poderá
do emitente, tais como: conter, impressas ou, mediante carimbo, indicações
não-incidência, isenção, sobre a operação, tais como: preço à vista, preço
diferimento, suspensão, final, quantidade, valor e datas de vencimento das
redução de base de cálculo, prestações.
número do pedido, vendedor,
DADOS ADICIONAIS

emissor da nota fiscal, local 14 - Na operação interestadual com produtos


de entrega, quando diverso tributados e não-tributados acobertada pela
do endereço do destinatário, mesma nota fiscal, em que tenha ocorrido a
nas hipóteses previstas na retenção do imposto por substituição tributária, os
legislação, e propaganda; valores do ICMS retido, em relação aos produtos
tributados e aos não-tributados, deverão ser
2 - no campo “Reservado ao indicados, separadamente, no campo “Informações
Fisco”, indicações de uso Complementares”.
exclusivo do Fisco;
15 - Na nota fiscal emitida relativamente à saída de
3 - o número de controle mercadorias em retorno ou em devolução, deverão
do formulário, no caso ser indicados, ainda, no campo “Informações
de nota fiscal emitida por Complementares”, o número, a data de emissão e
processamento eletrônico de o valor da operação do documento original.
dados.
UNIUBE 11

1 – É parte integrante da 16 – Integra apenas a 1ª (primeira) via da nota


nota fiscal e utilizado como fiscal, e deverá constar:
DESTACÁVEL comprovante de aceite da
CANHOTO

mercadoria. I. declaração de recebimento;


II. data do recebimento dos produtos;
III. Identificação e assinatura
IV. expressão “Nota Fiscal”;
V. o número de ordem da nota fiscal

Fonte: Adaptado de Secretaria do Estado da Fazenda de Minas Gerais (2002 p. 3-6).

SAIBA MAIS

Para aprofundar os conhecimentos sobre as Notas Fiscais, sugerimos que


você acesse a internet no site da Secretaria do Estado da Fazenda de Minas
Gerais, disponível em:

<http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_tributaria/ricms_2002_
seco/anexov2002_2.htm>.

Em relação ao Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN),


quando se tratar de Nota Fiscal conjugada, os dados relativos ao imposto
serão inseridos, quando for o caso, entre os dados do produto e o cálculo
do imposto, conforme legislação municipal própria.

Veja, na Figura 1, a seguir, um modelo da Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A.


12 UNIUBE

Figura 1: Modelo de Nota Fiscal.


Fonte: Regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais (2002).
UNIUBE 13

1.1.2 Nota Fiscal eletrônica – NF-e

Por meio do Ajuste do Sistema Nacional de Informações Econômicas e


Fiscais (SINIEF 07/05), foi instituída a Nota Fiscal eletrônica, em âmbito
nacional, em substituição à Nota Fiscal modelo 1 e 1- A, pelos contribuintes
do IPI ou do ICMS.

O Ajuste SINIEF nº 7/2005 objetivou a implantação de um modelo nacional


de documento fiscal eletrônico para substituir a sistemática atual de
emissão do documento fiscal em papel, com validade jurídica garantida
pela assinatura digital do remetente, simplificando as obrigações acessórias
dos contribuintes e permitindo, ao mesmo tempo, o acompanhamento em
tempo real das operações comerciais pelo Fisco.

Assim, podemos conceituar a Nota Fiscal eletrônica (NF-e), como sendo:


o documento emitido e armazenado eletronicamente,
de existência apenas digital, com o intuito de
documentar operações e prestações, cuja validade
jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente
e autorização de uso pela administração tributária da
unidade federada do contribuinte, antes da ocorrência
do fato gerador. (MINAS GERAIS, 2007, p.1).

Ou seja, a NF- e impressa não tem validade visto COTEPE

que sua existência é apenas digital. Para trânsito, Comissão Técnica


Permanente do ICMS,
a NF-e é representada pelo Documento Auxiliar da com sede no Distrito
Federal, tem por
NF-e (DANFE). finalidade realizar os
trabalhos realizados
com a política e
administração do
A Nota Fiscal eletrônica é emitida por meio ICMS, visando ao
estabelecimento de
de software desenvolvido ou adquirido pelo medidas uniformes
contribuinte ou disponibilizado pela administração e harmônicas no
tratamento do
tributária, observando os seguintes requisitos: referido imposto
em todo o território
nacional, bem como
• o layout é estabelecido em ato pela Comissão desincumbir-se de
outros encargos
Técnica Permanente do ICMS (COTEPE); atribuídos pelo
Conselho Nacional de
Política Fazendária −
CONFAZ.
14 UNIUBE

• o respectivo arquivo digital é elaborado numa linguagem de


marcação padronizada – padrão XML (Extended Markup Language);
• a numeração é sequencial de 1 a 999.999.999, por estabelecimento,
devendo ser reiniciada quando atingida a numeração final, ou
anualmente, a critério da unidade federada;
• deverá conter um “código numérico”, gerado pelo emitente, que
compõe a “chave de acesso” de identificação da nota, juntamente
com o CNPJ do emitente, número e série do documento;
• será assinada pelo emitente, com assinatura digital certificada
por entidade credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas
Brasileira − ICP-Brasil, contendo o CNPJ do estabelecimento
emitente ou da matriz, a fim de garantir a autoria do documento
digital.

A empresa obrigada à emissão de NF-e deverá


SAIF efetuar previamente seu cadastramento na
Superintendência Secretaria de Estado de Fazenda, observado
de Arrecadação e
Informações Fiscais, o disposto em portaria da Superintendência de
da Secretaria
de Estado de Arrecadação e Informações Fiscais (SAIF) da
Fazenda, que tem
por finalidade gerir
referida Secretaria.
o processo de
arrecadação dos
tributos estaduais O arquivo digital da NF-e só pode ser utilizado
e os cadastros de
contribuintes e de como documento fiscal, após ter sido transmitido
contabilistas, dentre
outras atividades. eletronicamente à Secretaria de Estado de
Fazenda, via internet, por meio de protocolo de
segurança ou criptografia e autorizado por meio de Autorização de Uso
da NF-e, pela Secretaria de Estado de Fazenda.

É importante que você perceba que, ao receber o arquivo digital


relativo à NF-e, a Secretaria de Estado de Fazenda analisa e verifica
a empresa emitente relativamente à rejeição do arquivo; da denegação
da autorização de uso da NF-e, em virtude da irregularidade fiscal do
emitente; e da concessão da autorização de uso da NF-e.
UNIUBE 15

Após a concessão da autorização de uso da NF-e, a mesma não poderá


ser alterada. A Figura 2, a seguir, apresenta o percurso para emissão
desta nota.

Figura 2: Percurso da NF-e.


Fonte: Adaptado de Portal Estadual da Nota Fiscal Eletrônica (2011).

A Secretaria de Estado da Fazenda e a Receita Federal disponibilizam, no


endereço eletrônico da internet, consulta relativa à NF-e autorizada. Para
transitar com a mercadoria acobertada por NF-e, a empresa emitente
deve imprimir em papel comum, exceto papel jornal, o Documento
Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (DANFE), conforme apresentado no
Anexo A, no final do livro.

SAIBA MAIS

O objetivo do DANFE é:
• acompanhar o trânsito de mercadorias;

• comprovar a entrega das mercadorias ou prestações de serviços, pela


assinatura do destinatário/tomador;

• auxiliar a escrituração da NF-e pelo destinatário não receptor de NF-e, sendo


que sua validade ficará vinculada à efetiva existência com autorização
de uso no Banco de Dados das Administrações Tributárias envolvidas.
16 UNIUBE

Para atender ao objetivo da NF-e, que é padronizar a emissão de


documentos em todos os estados, as unidades federadas firmaram
protocolos de ICMS, no sentido de tornarem os contribuintes obrigados
à emissão da NF-e. Em Minas Gerais, a obrigatoriedade estabeleceu-se
pelos protocolos nº 10/2007 e 42/2009.

PESQUISANDO NA WEB

No site da Secretaria de Estado de Fazenda, do seu Estado, você poderá


conhecer os contribuintes que estão obrigados à emissão da Nota Fiscal
Eletrônica.
No estado de Minas Gerais, por exemplo, esta listagem está disponível no
link <http://portalnfe.fazenda.mg.gov.br/empresas.html>.

Caso você necessite de maiores esclarecimentos e aprofundamento sobre


Nota Fiscal eletrônica, acesse o Portal Nacional da Nota Fiscal Eletrônica.

1.1.3 Nota Fiscal de Consumidor Final

Em substituição ao Cupom Fiscal (ECF), a empresa contribuinte


desobrigada poderá emitir Nota Fiscal de Venda a Consumidor Final,
no mínimo em 2 (duas) vias, com as seguintes informações impressas
tipograficamente:

• denominação de Nota Fiscal de Venda a Consumidor;


• número de ordem, série, subsérie e número da via;
• nome, endereço e números de inscrição estadual e do CNPJ da
empresa emitente;
• nome, endereço e números de inscrição estadual e do CNPJ do
impressor da nota, data e quantidade de impressão, números de
ordem da primeira e da última nota impressas e respectivas séries
e subséries;
UNIUBE 17

A Nota Fiscal de Consumidor Final conterá, ainda, as seguintes


informações, quando de sua emissão:

• data da emissão;
• discriminação da mercadoria, por quantidade, marca, tipo, modelo,
espécie, qualidade e demais elementos que permitam sua perfeita
identificação;
• valores, unitário e total, das mercadorias e valor total da operação;
• nome da administradora e número do respectivo comprovante,
quando se tratar de operação cujo pagamento seja efetuado por
meio de cartão de crédito.

Veja, com atenção, o modelo de Nota apresentado, a seguir, na Figura 3.

Figura 3: Modelo de Nota Fiscal de Consumidor.


Fonte: Portal Estadual da Nota Fiscal Eletrônica (2011).
18 UNIUBE

1.1.3.1 Emissão de Documento Fiscal por ECF

A emissão de documento fiscal por ECF é obrigatória nas operações de


venda, à vista ou a prazo, de mercadoria ou bem. Tais operações são
promovidas por empresas que tenham faturamento anual superior à R$
120.000,00 (cento e vinte mil reais) e exerçam atividade de comércio
varejista, inclusive restaurante, bares e similares, e, também, prestação
de serviço de transporte público rodoviário regular de passageiros,
interestadual ou intermunicipal, em que o destinatário ou tomador dos
serviços seja pessoa física ou jurídica não contribuinte do ICMS.

Os contribuintes obrigados à emissão de cupom fiscal somente poderão


emitir documento fiscal por outro meio, inclusive manual, por motivo de
força maior ou caso fortuito. Podemos citar como exemplo a falta de
energia elétrica e a quebra ou roubo do equipamento. Nestas situações,
deverá ser lavrado no livro de Utilização de Documentos Fiscais e Termo
de Ocorrência, o motivo, a data da ocorrência e os números, inicial e final,
dos documentos fiscais emitidos.

Quando o adquirente da mercadoria exigir a nota fiscal modelo 1 ou 1- A,


ou ainda por força da legislação, a empresa vendedora deverá emitir o
documento fiscal, anotando nas vias, os números do cupom fiscal e do ECF.

1.2 Cancelamento de Documento Fiscal

Os documentos fiscais são considerados inidôneos quando contiverem


indicações inexatas, emendas ou rasuras que lhes prejudiquem a clareza.
Assim sendo, desde que constatada qualquer irregularidade na emissão
da Nota Fiscal, é aconselhável que se proceda ao seu cancelamento,
antes que as suas respectivas vias sejam destacadas.
UNIUBE 19

Em quais condições é permitido o cancelamento da Nota Fiscal?

A Nota Fiscal somente poderá ser cancelada antes da sua escrituração


em livro próprio e, antes que tenha ocorrido o trânsito da mercadoria. Na
hipótese do ICMS e do IPI, se for o caso, já ter sido recolhido antes do
cancelamento da Nota Fiscal, a empresa contribuinte deverá proceder
ao estorno no livro registro de apuração do ICMS e do IPI.

Quanto à Nota Fiscal Eletrônica, a empresa emitente somente poderá


solicitar o cancelamento da Nota caso não tenha ocorrido a circulação
da mercadoria ou prestação de serviço. O cancelamento da NF-e será
efetuado mediante Pedido de Cancelamento da NF-e, observado o
layout estabelecido em Ato COTEPE, transmitido via internet, por meio
de protocolo de segurança, pelo emitente à Secretaria de Estado de
Fazenda. O Pedido de Cancelamento da NF-e deverá ser assinado
pelo emitente com assinatura digital certificada por entidade credenciada
pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP−Brasil, contendo
o CNPJ do estabelecimento emitente ou da matriz, a fim de garantir a
autoria do documento digital.

1.3 Irregularidades na emissão das Notas Fiscais

Durante a emissão das Notas Fiscais, podem ocorrer diversos erros,


como por exemplo: valores do imposto a maior ou a menor, valores de
mercadorias incorretos, quantidades incorretas, dados do destinatário
imprecisos etc.

A seguir, apresentamos o procedimento adequado para efetuar a


correção fiscal:
20 UNIUBE

• Quantidades de mercadorias ou valor inferior ao da efetiva


operação: neste caso, a empresa remetente deverá emitir
documento fiscal complementar correspondente à diferença de
quantidade ou de valor. Deverá ainda constar o motivo da emissão
e o número da Nota Fiscal original;

• Quantidades de mercadorias ou valor superiores ao da efetiva


operação: nesta ocasião, o destinatário deverá escriturar o
documento fiscal e apropriar-se do respectivo crédito, se for o caso,
pelo valor real da operação, fazendo constar em observações do
livro Registro de Entradas; e em seguida comunicar o fato à empresa
remetente da mercadoria. O ICMS pago a maior, nesta ocasião,
poderá ser objeto de restituição, mediante requerimento dirigido à
Administração Fazendária da circunscrição da empresa.

Em alguns casos de irregularidades meramente formais, ou seja,


aqueles que não resultem em modificação do valor do ICMS devido, a
empresa emitente do documento fiscal poderá promover as alterações,
comunicando o destinatário por meio de uma carta de correção.

Esta carta é uma comunicação na qual o remetente faz as alterações


necessárias e comprova a sua expedição com Aviso de Recebimento
(AR) ou com o recibo próprio firmado na cópia da carta. Ressaltamos
que, não é permitida a comunicação por meio de carta de correção para
corrigir valores ou quantidades, substituir ou suprimir a identificação das
pessoas consignadas no documento fiscal, da mercadoria, bem como da
data de saída da mercadoria.

1.4 Prazos de validade da Nota Fiscal

A Nota emitida tem validade fiscal. Assim, após a sua emissão, o prazo
inicia-se na data de saída de mercadoria do estabelecimento vendedor,
conforme descrito no Quadro 2, a seguir.
UNIUBE 21

Quadro 2: Prazos de validade da Nota Fiscal


PRAZO DE
HIPÓTESE
VALIDADE
I - saída de mercadoria:
a - para a mesma localidade;
b - para localidade distante até 100 km (cem
quilômetros) da sede do emitente;
c - quando se tratar de produtos perecíveis, cuja até às 24 horas
conservação depende de baixa temperatura, e do dia imediato
que estejam sendo transportados em veículos àquele em que
não dotados de acondicionamentos frigoríficos, tenha ocorrido
assim considerados aqueles capazes de gerar a saída da
ou produzir frio, bem como de aves vivas e mercadoria.
semoventes, independentemente das distâncias
entre as localidades de origem e de destino;
d - quando se tratar de combustível, derivado ou não
de petróleo;
II - saída de mercadoria para localidade situada acima
de 100 km (cem quilômetros) da sede do emitente,
observando-se que, para o percurso dos 100 km 3 dias
iniciais, o prazo de validade será o mesmo do campo
anterior;
III - quando se tratar de semovente tangido, para
percursos:
a – até 50km 5 dias
b – de mais de 50 até 100km 10 dias
c – de mais de 100 até 150km 15 dias
d – de mais de 150 até 300km 25 dias
e – acima de 300km 40 dias
IV - Quando se tratar de Nota Fiscal cuja natureza
60 dias
da operação seja de demonstração:

Quando a Nota Fiscal não contiver indicação da data de


saída efetiva da mercadoria da empresa remetente ou
quando estiver rasurada ou ilegível, o prazo inicia-se na data
de sua emissão.

1.5 Destinação das vias


A Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A será emitida em, no mínimo, 4 vias, as
quais terão a destinação conforme indicada a seguir, nos quadros 3 e
4, podendo o contribuinte utilizar cópia reprográfica da 1ª (primeira) via
quando a legislação exigir via adicional. Observe os Quadros 3 e 4:
22 UNIUBE

Quadro 3: Saída de mercadorias

NOTAS FISCAIS – SAÍDA DE MERCADORIAS


VIA DESTINAÇÃO DA VIA OBSERVAÇÕES
Acompanhará a mercadoria e 1 − No caso de venda ambulante,
1ª será entregue ao destinatário. a 1ª (primeira) via da Nota Fiscal
emitida na saída deverá retornar
ao estabelecimento emitente, para
os fins previstos no artigo 80 da
Parte 1 do Anexo IX, RICMS.
2ª Permanecerá fixa no bloco,
para exibição ao Fisco.
1 - Nas operações internas:
emitente, salvo previsão
diversa na legislação tributária;
2 - Nas operações
interestaduais:
acompanhará a mercadoria
para fins de controle da

unidade da Federação do
destino;
3 - Nas saídas para o
exterior:
acompanhará a mercadoria
para ser entregue ao Fisco
estadual do local do embarque.
Acompanhará a mercadoria 4 - A fiscalização que interceptar o
4ª em seu transporte, devendo trânsito visará as 1ª (primeiras) e
ser retida pela fiscalização que 3ª (terceiras) vias, nas operações
interceptar o trânsito e remetida interestaduais e para o exterior.
à Administração Fazendária
(AF) a que estiver circunscrito o
contribuinte.

Veja o Quadro 4:
Quadro 4: Entrada de mercadorias

NOTAS FISCAIS – ENTRADA DE MERCADORIAS


VIA DESTINAÇÃO DA VIA
Emitente, para fins de arquivamento, tenha ou não servido para

acobertar o trânsito de mercadoria.
2ª Permanecerá presa ao bloco, para exibição ao Fisco.
UNIUBE 23

Acompanhará a mercadoria em seu transporte, se for o caso, devendo


3ª ser retida pela fiscalização que interceptar o trânsito, que visará a 1ª
(primeira) via.
Remetente da mercadoria, que, se for produtor rural, deverá entregá-la

ao Fisco, até o dia 15 (quinze) do mês subsequente à emissão.

1.6 Solicitação e autorização para impressão de Documentos


Fiscais

Para confecção dos documentos fiscais, ou seja, Notas Fiscais modelo 1


ou 1-A, Notas Fiscais de Venda a Consumidor – modelo 2, Notas Fiscais
Produtor Rural, bem como outros documentos que venham a ser criados
ou aprovados, em legislação específica ou em regime especial, somente
poderão ser impressos em estabelecimento gráfico habilitado, mesmo
quando a impressão for realizada em tipografia do próprio contribuinte,
após deferida a Solicitação para Impressão de Documentos Fiscais.

Para isso, o contribuinte utilizará o Sistema Integrado de Administração da


Receita Estadual (SIARE ON-LINE), Módulo de Controle de Documentos
Fiscais Autorizados (CDFA). Para acessar os serviços do módulo CDFA,
é necessário estar cadastrado na Secretaria do Estado e da Fazenda
de Minas Gerais (SEF-MG) e de posse da senha para entrar no SIARE.

Depois de deferida a solicitação, a empresa visualizará o Formulário de


Autorização para Impressão de Documentos Fiscais (AIDF), emitido pela
Administração Fazendária (AF) a que o contribuinte estiver circunscrito
em 3 (três) vias, que terão a seguinte destinação:

1ª via − estabelecimento gráfico;


2ª via − contribuinte;
3ª via − repartição fazendária.
24 UNIUBE

Vale destacar que, não sendo utilizada no prazo de 30 (trinta) dias,


contados de sua concessão, a AIDF perderá a sua validade, devendo ser
providenciado o seu cancelamento pelo contribuinte, junto à repartição
fazendária que a autorizou, mediante devolução das 1ª e 2ª vias, nas
quais constará declaração do estabelecimento gráfico de que não fez e
nem fará a impressão. Tratando-se de formulários destinados à emissão
de documentos fiscais pelo sistema de processamento eletrônico de
dados, o prazo previsto para cancelamento é de 60 (sessenta) dias,
contados da sua concessão. Já para a Nota Fiscal Eletrônica, é
dispensada a AIDF.

1.7 Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP)

As operações praticadas pelos contribuintes do ICMS e/ou IPI estão


relacionadas e codificadas por meio dos Códigos Fiscais de Operações
e Prestações (CFOP).

Esse Código Fiscal é destinado a aglutinar em grupos homogêneos,


nos documentos fiscais, nos livros fiscais, nas guias de informação e
em todas as análises de dados, as operações mercantis efetuadas e os
serviços sujeitos ao imposto prestados ou utilizados pelos contribuintes
do ICMS, devendo ser interpretado de acordo com as normas explicativas
que o integram.

Os Códigos Fiscais de Operações e Prestações foram instituídos pelo


Convênio do Sistema Nacional de Informações Econômico-Fiscais
(SINIEF) s/n° de 15/12/1970. Posteriormente, o Ajuste SINIEF n° 11, de
1989, alterou o Anexo Convênio SINIEF s/n° de 15/12/1970, aprovando
novos códigos fiscais para incluir as operações e prestações que
passaram à incidência do ICMS (serviços de transporte, comunicação
e energia elétrica).
UNIUBE 25

Esses Códigos foram modificados posteriormente pelos Ajustes SINIEF


nºs 3 de 1994, 6 de 1995, 7 de 1996, 6 de 1997, 3 de 1998, 6 de 1998, 3
de 2000, 4 de 2000, 6 de 2000, e, por último, SINIEF nº 05, de 2005, em
relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2006.

Para codificar as operações corretamente, devemos observar nas saídas


o uso do CFOP em função do tipo de operação ou prestação que esteja
realizando. E, nas entradas, devemos nos atentar para utilizar o CFOP
em função do tipo de operação/prestação e, também, da finalidade do
bem, mercadoria ou serviço objeto do documento fiscal. O CFOP é
composto por quatro dígitos (quadros 5, 6 e 7):

Quadro 5: Composição do CFOP para o 1º dígito que indica o fluxo e a origem da operação

Códigos de Entradas

1.000 Entradas de mercadorias e operações de dentro do Estado.

2.000 Entradas de mercadorias e operações de fora do Estado.

3.000 Entradas de mercadorias e operações do exterior.

Códigos de Saídas

5.000 Saídas de mercadorias e operações para o Estado.

6.000 Saídas de mercadorias e operações para fora do Estado.

7.000 Saídas de mercadorias e operações para o exterior.

Quadro 6: Composição do CFOP para o 2º dígito que indica o grupo ou o tipo da operação
ou prestação

Códigos de Entradas

Compras para industrialização, produção rural, comercialização ou


1.100
prestação de serviços.
1.200 Devoluções de vendas, de produção própria, de terceiros, ou anulações
de valores.

1.600 Créditos e ressarcimento de ICMS.


26 UNIUBE

Códigos de Saídas

Vendas de produção própria ou de terceiros.


5.200 Devoluções de compras, para industrialização, produção rural,
comercialização ou anulação de valores.
5.400 Saídas de mercadorias sujeitas ao regime de substituição tributária.

Quadro 7: Composição do CFOP para o 3º e 4º dígitos que indica o grupo ou o tipo da


operação ou prestação

1.100 – Compras para industrialização, produção rural, comercialização


ou prestação de serviços
Compra para industrialização ou produção rural − Classificam-
se neste código as compras de mercadorias a serem utilizadas
em processo de industrialização ou produção rural. Também
1.101 serão classificadas neste código, as entradas de mercadorias
em estabelecimento industrial ou produtor rural de cooperativa
recebida de seus cooperados ou de estabelecimento de outra
cooperativa.
Compra para comercialização − Classificam-se neste código
as compras de mercadorias a serem comercializadas. Também
1.102 serão classificadas neste código as entradas de mercadorias
em estabelecimento comercial de cooperativa recebida de seus
cooperados ou de estabelecimento de outra cooperativa.

Compra para industrialização de mercadoria recebida


anteriormente em consignação industrial − Classificam-se neste
1.111 código as compras efetivas de mercadorias a serem utilizadas em
processo de industrialização, recebidas anteriormente a título de
consignação industrial.

Compra para comercialização, de mercadoria recebida


anteriormente em consignação mercantil − Classificam-se
1.113
neste código as compras efetivas de mercadorias recebidas
anteriormente a título de consignação mercantil.

PESQUISANDO NA WEB

Os Códigos Fiscais de Operações e Prestações – CFOP – poderão ser


consultados no regulamento do ICMS, do seu Estado. Consulte-o!
UNIUBE 27

1.8 Código de Situação Tributária (CST)

O contribuinte, ao emitir a Nota Fiscal, deverá indicar além do Código


Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) utilizado para codificação
das operações e prestações, o Código de Situação Tributária (CST)
que é composto por três dígitos. O primeiro dígito indicará a origem da
mercadoria, com base no Quadro 8, e os dois últimos dígitos, a tributação
pelo ICMS, com base no Quadro 9.

Quadro 8: Origem da mercadoria

0 – Nacional
1 − Estrangeira − Importação direta
2 − Estrangeira – Adquirida no mercado interno
 
 
Observe o Quadro 9:

Quadro 9: Tributação pelo ICMS

TRIBUTAÇÃO PELO ICMS


00 − Tributada integralmente
10 − Tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária
20 − Com redução de base de cálculo
30 − Isenta ou não tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária
40 − Isenta 
41 −  Não tributada
50 − Suspensão 
51 – Diferimento
60 − ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária
70 − Com redução de base de cálculo e cobrança do ICMS por substituição
tributária
90 – Outras
  
28 UNIUBE

1.9 Escrituração das Notas Fiscais em livros próprios

As empresas contribuintes do ICMS e do IPI devem estar atentas com as


obrigações acessórias impostas pela legislação e uma dessas obrigações
é a emissão do documento fiscal e a sua escrituração em livros fiscais
próprios.

No estado de Minas Gerais, os livros obrigatórios estão previstos no


artigo nº 160 do Regulamento do ICMS/2002 e, ainda, no artigo nº 369
do Regulamento do IPI/2002, conforme Quadro 10 a seguir:

Quadro 10: Livros Obrigatórios

Registro de Modelo Usuário


Entradas 1 Contribuintes do IPI e do ICMS
Entradas 1-A Contribuintes do ICMS
Saídas 2 Contribuintes do IPI e do ICMS
Saídas 2-A Contribuintes do ICMS
Controle da produção e estoque 3 Estabelecimentos industriais
Impressão de documentos
5 Estabelecimentos gráficos
fiscais
Utilização de documentos Estabelecimentos comerciais e
6
fiscais e termo de ocorrência industriais
Estabelecimentos comerciais e
Inventário 7
industriais
Estabelecimentos industriais ou
Apuração do IPI 8
equiparados
Estabelecimentos comerciais e
Apuração do ICMS 9
industriais
Controle de crédito do ICMS do Estabelecimentos comerciais e

ativo permanente industriais
Livro de Movimentação de Estabelecimentos revendedores
Combustíveis de combustíveis
Transportador Revendedor
Retalhista (TRR) e pelo
Livro de Movimentação de
Transportador Revendedor
Produtos
Retalhista na Navegação Interior
(TRRNI)
Utilizado pelas farmácias
Livro de Receituário Geral
magistrais
UNIUBE 29

DICAS

Não deixe de consultar o regulamento do ICMS do seu Estado e visualize


quais são os livros fiscais obrigatórios de escrituração.

1.9.1 Livro Registro de Entradas

O livro Registro de Entradas é destinado à escrituração dos documentos


fiscais relativos à entrada de mercadorias no estabelecimento, sejam
elas destinadas à comercialização, à industrialização, ao ativo fixo,
ao consumo, entre outros, inclusive àquelas mercadorias que não
transitaram pelo estabelecimento adquirente, a qualquer título, tais como:
compras, devoluções, transferências e documentos fiscais relativos aos
serviços tomados pelo estabelecimento que estejam sujeitos ao ICMS.

Você sabe quais são os estabelecimentos que devem escriturar


o livro Registro de Entradas?

Os estabelecimentos que realizam atividade comercial e industrial,


contribuintes do ICMS e do IPI são que os devem utilizar o Livro Registro
de Entradas, modelo 1. Quanto ao modelo 1-A, são os estabelecimentos
que realizam somente a atividade comercial, os contribuintes
exclusivamente do ICMS.

A diferença básica entre os dois modelos 1 e 1-A é o campo de IPI,


utilizado pela indústria para registrar o crédito desse imposto. O prazo
para escrituração do livro Registro de Entradas é de 5 (cinco) dias
contados da data do documento a ser escriturado. A escrituração deverá
seguir as orientações apresentadas no Quadro 11, a seguir.
30 UNIUBE

Quadro 11: Formas de escrituração Livro Registro de Entradas

COLUNAS ESCRITURAÇÃO
Data da efetiva entrada da mercadoria no estabelecimento
Data de Entrada ou a data da aquisição ou desembaraço aduaneiro, ou a
data da efetiva utilização do serviço.
Espécie, série, subsérie, número e data do documento
fiscal correspondente à operação ou à prestação e o
nome do emitente e seu número de inscrição no CNPJ. Na
hipótese de Nota Fiscal, emitida pela entrada de bens ou
Documento
mercadorias, por contribuintes desobrigados da emissão
Fiscal
de documentos fiscal, na coluna emitente e número de
inscrição, serão informados os dados do remetente.
Tratando-se de remetente pessoa física, será informado o
número do CPF no campo destinado a informar o CNPJ.
Abreviatura de outra Unidade da Federação e, se for o
Procedência
caso, onde se localiza o estabelecimento emitente.
Valor Contábil Valor total constante do documento fiscal.
a - Código Contábil: o mesmo que o contribuinte utilizar no
Codificação seu plano de contas;
b - Código Fiscal: o CFOP.
ICMS – Valores a - Base de Cálculo: valor sobre o qual incidir o ICMS;
Fiscais e b - Alíquota: alíquota do ICMS que foi aplicada sobre a
Operações base de cálculo;
com Crédito do
Imposto c - Imposto Creditado: montante do imposto creditado.

a - Coluna "Isenta ou Não Tributada": valor da operação,


deduzida a parcela do IPI, se consignada no documento
fiscal, quando se tratar de utilização de serviço ou entrada
de mercadoria com isenção ou não tributada pelo imposto,
ICMS – Valores e valor da parcela correspondente à redução de base de
Fiscais e cálculo, quando for o caso.
Operações
sem Crédito do b - Coluna "Outras": valor da operação, deduzida a parcela
Imposto do IPI, se consignada no documento fiscal, quando se
tratar de utilização de serviço ou de entrada de mercadoria
que não confira ao estabelecimento destinatário crédito
do imposto a abater, ou quando se tratar de prestação
ou operação realizada com diferimento ou suspensão e
outras prestações que não confiram crédito a deduzir.
Observações Anotações diversas.
UNIUBE 31

Ao final do período de apuração, no último dia de cada mês, deverão


ser totalizados e acumulados os valores relativos às operações e às
prestações escrituradas nas colunas “Valor Contábil”, “Base de Cálculo”,
“Outras”. E, ainda, na coluna “Observações”, deve ser apresentado
o valor do imposto pago por substituição tributária, por Unidade da
Federação de origem das mercadorias ou de início da prestação de
serviço.

No encarte, no final deste livro, você poderá conhecer o modelo


do livro Registro de Entradas com o resumo das informações
que deve conter cada coluna.

SAIBA MAIS

As microempresas e as empresas de pequeno porte, enquadradas no


Simples Nacional (Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos
e Contribuições, instituído pela Lei Complementar nº 123/2006), também
estão obrigadas à escrituração do livro Registro de Entradas. Entretanto, por
não terem direito ao crédito de ICMS, as Notas Fiscais serão lançadas na
coluna “Operações e Prestações sem Crédito do Imposto – Outras”.
(Resolução CGSN nº 10/2007, art, 3º, III). (BRASIL, 2007)

1.9.2 Livro Registro de Saídas

O Livro Registro de Saídas, modelo 2 ou 2- A, destina-se à escrituração da


prestação de serviço e da saída de mercadoria, a qualquer título, promovidas
pelo estabelecimento e, ainda, o documento fiscal relativo à transmissão de
propriedade da mercadoria que não tenha transitado pelo estabelecimento.

A escrituração será feita em ordem cronológica, segundo a data de


emissão dos documentos fiscais, pelo total diário das prestações ou
operações da mesma natureza, de acordo com o Código Fiscal de
32 UNIUBE

Operações e Prestações (CFOP), sendo permitido o registro conjunto dos


documentos de numeração seguida, emitidos em talonário da mesma
série e subsérie. A escrituração será feita nas colunas próprias, conforme
apresentado, no Quadro 12, a seguir:

Quadro 12: Formas de escrituração livro Registro de Saídas

COLUNAS ESCRITURAÇÃO
Espécie, série e subsérie, número inicial e final e
Documento Fiscal
data de emissão.
Valor Contábil Valor total constante dos documentos fiscais.
a) Coluna "Código Contábil": o mesmo que o contribuinte
Codificação utilizar no seu plano de contas;
b) coluna "Código Fiscal": o código CFOP;
c) coluna "Base de Cálculo": valor sobre o qual incidiu
ICMS - Valores o ICMS;
Fiscais e Operações d) coluna "Alíquota do ICMS": a alíquota que foi aplicada
com Débito do sobre a base de cálculo;
Imposto e) coluna "Imposto Debitado": o montante do imposto
debitado;
f) coluna "Isenta ou Não tributada": valor da prestação
ou da operação, deste deduzida a parcela do IPI, se
consignada no documento fiscal, quando se tratar de
prestações ou operações isentas ou não tributadas
ICMS - Valores pelo ICMS, e o valor da parcela correspondente à
Fiscais e Operações redução de base de cálculo, quando for o caso;
sem Débito do g) coluna "Outras": valor da prestação ou da operação,
Imposto deste deduzida a parcela do IPI, se consignada no
documento fiscal, quando se tratar de prestação ou
operação com diferimento ou suspensão do ICMS,
e outras prestações ou operações sem débito do
imposto.
Anotações diversas e, para fins de elaboração da
DAPI, será informado, a cada saída, o valor das
Observações operações e prestações e as indicações "isenta",
"não tributada", "base de cálculo reduzida",
"diferida", "suspensa" ou "substituição tributária”.

No Anexo B, no final do livro, você visualizará o Livro Registro


de Saídas.
UNIUBE 33

1.9.3 Livro Registro de Apuração do ICMS


O livro Registro de Apuração do ICMS destina-se à apuração do ICMS devido,
mensalmente. Nele, são registrados os valores dos débitos e dos créditos
fiscais extraídos dos livros de Registro de Entradas (compras) e dos livros
de Registro de Saídas (vendas), e agrupados segundo o CFOP. E, ainda,
nele, são registrados, também, os débitos e os créditos fiscais do ICMS, a
apuração dos saldos e os dados relativos às guias de informação e apuração
do ICMS e de recolhimento. A seguir, na Figura 4, você visualizará o modelo
do Livro Registro de Apuração do ICMS – referente às operações com crédito
do Imposto.

Figura 4: Livro Registro de Apuração do ICMS – Operações com crédito do Imposto.


Fonte: Regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais (2002).
34 UNIUBE

Na Figura 5, apresentamos o modelo referente às operações com débito


do Imposto, do Livro de Registro de Apuração de ICMS – Modelo 9..

Figura 5: Livro Registro de Apuração do ICMS – Operações com débito do Imposto.


Fonte: Regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais (2002).

1.9.4 Livro Registro de Apuração do IPI

O Livro Registro de Apuração do IPI tem como objetivo consignar, de


acordo com os períodos de apuração fixados no regulamento do IPI,
os totais dos valores contábeis e dos valores fiscais das operações de
entrada e saída, extraídas dos livros próprios, e agrupadas por CFOP.
UNIUBE 35

O período de apuração do IPI incidente na saída de produtos dos


estabelecimentos industriais e equiparados a industriais é mensal.
Contudo, temos produtos classificados no Capítulo 22, da Tabela de
Incidência do IPI (TIPI) em que o período de apuração é decendial. (TIPI,
2007).

Veja maiores informações para escrituração do Livro Registro de


Apuração do IPI, no Regulamento do IPI, no Decreto 7.212/2011,
disponível no site da Secretaria da Receita Federal.

1.9.5 Livro Registro de Controle do Crédito do ICMS do Ativo


Imobilizado

O Livro Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente (CIAP), modelo


C, será escriturado pela empresa contribuinte do Imposto, que adquirir
mercadoria para integrar o ativo permanente imobilizado, de acordo com
a data de aquisição. Ele destina-se à apuração do valor do crédito a ser,
mensalmente, apropriado relativo à bem do ativo permanente.

O documento fiscal relativo à aquisição de mercadoria destinada a


integrar o ativo permanente, além de sua escrituração no livro de entrada,
será escriturado no CIAP nos seguintes momentos:

I. até o dia subsequente ao da entrada do bem, da emissão da nota


fiscal referente à saída do bem ou da ocorrência do perecimento,
extravio ou deterioração do bem;

II. até 05 (cinco) dias após o último dia do período de apuração, com
relação aos lançamentos das parcelas correspondentes, conforme
o caso, ao estorno ou ao crédito do imposto.
36 UNIUBE

O CIAP poderá ser substituído por folhas ou fichas (Figura 6), desde que
estas sejam:

• impressas com as mesmas indicações do livro;


• numeradas em ordem crescente de 000.001 a 999.999;
• encadernadas ou enfeixadas, por exercício, onde deverá ser
autenticado pela Administração Fazendária (AF) até o último dia do
mês de fevereiro do ano subsequente.

Observe a Figura 6:

Figura 6: Livro de Controle de Crédito do ICMS do Ativo Permanente – CIAP.


Fonte: Regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais (2002) .
UNIUBE 37

1.9.6 Livro Registro da Produção e Estoque

O Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque deve ser


utilizado pelos estabelecimentos industriais ou a eles equiparado e pelos
atacadistas, podendo, a critério do fisco, ser exigido de estabelecimento
de contribuintes de outros setores, com as adaptações necessárias. Os
contribuintes que possuirem mais de um estabelecimento manterão, em
cada estabelecimento, escrituração em livros fiscais distintos, vedada
sua centralização.

O Livro Registro de Produção e Estoque, modelo 3, Anexo C, (constante


no final deste livro), tem por finalidade manter o controle quantitativo da
produção e do estoque de mercadorias do estabelecimento. Assim, no
referido Livro, serão escriturados os documentos fiscais e os documentos
de uso interno do estabelecimento, correspondentes às entradas e
saídas, à produção, bem como à quantidade referente aos estoques de
mercadorias, conforme evidenciado no modelo (Anexo C).

A escrituração do Livro ou das fichas que o substituírem não poderá


atrasar por mais de 15 dias. No último dia de cada mês, as quantidades
e os valores constantes das colunas “Entradas” e “Saídas” deverão ser
somadas, apontando assim os saldos das quantidades em estoque, que
serão transportados para o mês seguinte.

1.9.7 Livro Registro de Impressão de Documentos Fiscais

O Livro Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5 (Quadro


13), destina-se à escrituração da impressão, para terceiros ou para uso
próprio, das notas fiscais e dos documentos fiscais.

A escrituração será feita operação a operação, em ordem cronológica de


saída dos documentos fiscais confeccionados, ou de sua elaboração no
caso de serem utilizados pelo próprio estabelecimento.
38 UNIUBE

Quadro 13: Livro de Registro de Impressão de Documentos Fiscais – Modelo 5

COMPRADOR IMPRESSOS ENTREGA


impressão número
 Autorização de

Número de
Números Data Nota fiscal

Série e subsérie 
inscrição
OBS

Endereço
Espécie 
Nome

Tipo
Estadual

número
CNPJ

série
mês
ano
dia
de

a
                               
                               
                               
                               
                               
                               
                               
                               

Fonte: Regulamento do ICMS do estado de Minas Gerais (2002).

A escrituração obedecerá às indicações apresentadas no Quadro 14.

Observe o Quadro 14:


Quadro 14: Impressão de documentos fiscais

COLUNAS ESCRITURAÇÃO

Número da Autorização de Impressão de Documentos


Autorização
Fiscais, quando exigida pelo Fisco para confecção dos
de Impressão-
documentos fiscais, ou número de protocolo de entrada
Número
na Administração Fazendária (AF).

a - Coluna "Número de Inscrição": números de


inscrição, estadual e no CNPJ;
b - coluna "Nome": nome do contribuinte usuário do
Comprador documento fiscal confeccionado;
c - coluna "Endereço": identificação do local do
estabelecimento do contribuinte usuário do documento
fiscal confeccionado.
UNIUBE 39

a - coluna "Espécie": espécie ou denominação do


documento fiscal confeccionado mediante controle ou
autorização do Fisco;
b - coluna "Tipo": tipo de documento fiscal
confeccionado: bloco, folha solta, formulário contínuo
etc;
c - coluna "Série e Subsérie": série e subsérie
Impressos
correspondente ao documento fiscal confeccionado;
d - coluna "Numeração": número do documento
fiscal confeccionado, observando-se que, no
caso de impressão de documento fiscal sem
numeração tipográfica autorizada via regime
especial, tal circunstância deverá constar da coluna
"Observações".
a - Coluna "Data": dia, mês e ano da efetiva entrega
ao contribuinte usuário dos documentos fiscais
confeccionados;
Entrega b - coluna "Notas Fiscais": série, subsérie e
número da nota fiscal emitida pelo estabelecimento
gráfico, relativa à saída dos documentos fiscais
confeccionados.
Observações Anotações diversas.

1.9.8 Livro Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos


de Ocorrência – Modelo 6

O livro de Registro de Utilização dos Documentos Fiscais e Termos


de Ocorrência serve para escriturar a entrada de documentos fiscais
confeccionados por terceiros ou pelo próprio estabelecimento e termos
de ocorrência, lavrados pelo Fisco. A parte de ocorrências representa
50% do livro.

A escrituração será feita operação a operação, em ordem cronológica da


respectiva aquisição ou confecção própria do documento fiscal, devendo
ser utilizada uma folha para cada espécie, série e subsérie do documento
fiscal.

A escrituração será feita, nos quadros e colunas próprios, conforme


descrito, a seguir, no Quadro 15.
40 UNIUBE

Quadro 15: Formas de escrituração


QUADROS/COLUNAS ESCRITURAÇÃO
Espécie do documento fiscal confeccionado mediante
Quadro Espécie
controle e autorização do Fisco.
Quadro Série e Subsérie Série e subsérie correspondentes ao documento fiscal.
Tipo de documento fiscal confeccionado: bloco, folha
Quadro Tipo
solta, formulário contínuo etc.
Quadro Finalidade da Fim a que se destina o documento fiscal: venda de
Utilização mercadorias ou prestação de serviços.
Coluna Autorização de Número da Autorização para Impressão de Documentos
Impressão Fiscais, fornecido pelo Fisco.
Número do documento fiscal confeccionado, observando-
Coluna Impresso- se que, no caso de impressão de documento fiscal sem
Numeração numeração tipográfica, autorizado via regime especial, tal
circunstância deverá constar da coluna "Observações".
a – Coluna "Nome": nome do contribuinte que
confeccionou o documento fiscal;
Colunas sob o título b – coluna "Endereço": a identificação do local do
Fornecedor estabelecimento impressor;
c – coluna "Inscrição": números de inscrição, estadual e
no CNPJ do estabelecimento impressor.
a – Coluna "Data": dia, mês e ano do efetivo recebimento
do documento fiscal confeccionado;
Colunas sob o título
b – coluna "Nota Fiscal": série, subsérie e número da
Recebimento
nota fiscal emitida pelo estabelecimento impressor, por
ocasião da saída do documento fiscal confeccionado.
Anotações diversas, inclusive:
a – extravio, perda ou inutilização de bloco de
documentos fiscais ou conjunto de documen­tos fiscais
Coluna Observações em formulário contínuo;
b – supressão de série e subsérie;
c – entrega de bloco ou formulário de documentos fiscais
à repartição para serem inutilizados.

Observe, a seguir, o modelo do Livro de Registro de Utilização de


Documentos Fiscais (Figura 7) e Termos de Ocorrências – Modelo 6
(Figura 8).
UNIUBE 41

REGISTRO DE UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS E TERMOS DE OCORRÊNCIAS – MODELO 6

ESPÉCIE SÉRIE E SUBSÉRIE TIPO FINALIDADE DA UTILIZAÇÃO

IMPRESSOS FORNECEDOR RECEBIMENTO


AUTORIZAÇÃO
NUMERAÇÃO INSCRIÇÃO DATA NOTA FISCAL
DE
OBSERVAÇÕES
IMPRESSÃO NOME ENDEREÇO
NÚMERO DE A ESTADUAL CNPJ DIA MÊS ANO SÉRIE NÚMERO

Figura 7: Livro de Registro de Impressão de Documentos Fiscais.


Fonte: Regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais (2002).

TERMOS DE OCORRÊNCIAS

Figura 8: Livro de Registro de Impressão de Documentos Fiscais – Verso.


Fonte: Adaptado do Regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais (2002).
42 UNIUBE

OBSERVAÇÃO: das folhas do Livro Registro de Utilização de


Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências, 50% (cinquenta por
cento), no mínimo, serão destinados a “Termos de Ocorrências”, devendo
ser impressas de acordo com o presente modelo e incluídas ao final do
livro devidamente numeradas.

1.9.9 Livro Registro de Inventário

O Livro Registro de Inventário, modelo 7, destina-se a arrolar, pelos


seus valores e especificações que permitam sua perfeita identificação,
mercadorias, matérias-primas, produtos intermediários, materiais de
embalagem, produtos manufaturados e produtos em fabricação existentes
no estabelecimento, à época do balanço, inclusive os pertencentes ao
estabelecimento em poder de terceiros e os pertencentes a terceiros em
poder do estabelecimento.

Ao final, deverá ser consignado o valor total de cada grupo mencionando


o total geral do estoque existente, seguindo-se a data e a assinatura do
responsável pela empresa ou de seu preposto, ou do contador.

Se a empresa não mantiver escrita contábil, o inventário será levantado


em cada estabelecimento no último dia do ano civil, ou em até 60
(sessenta) dias, contados da data de encerramento do balanço. É
importante ressaltar que, em caso de inexistência de mercadorias
e produtos, a empresa mencionará esse fato na primeira linha, após
preencher o cabeçalho da página.

Por determinação da legislação do Imposto de Renda, as empresas


deverão levantar e escriturar o registro de inventário em cada um de seus
estabelecimentos, com observância ao sistema de tributação adotado
pela empresa, como segue:
UNIUBE 43

a. lucro real trimestral – deverão escriturar o inventário em 31 de


março; 30 de junho; 30 de setembro; e 31 de dezembro;
b. lucro real mensal por estimativa, lucro presumido e SIMPLES
NACIONAL (ME e EPP) – deverão escriturar o inventário em 31 de
dezembro;
c. incorporação, fusão, cisão e encerramento de atividades – deverão
escriturar o inventário na data da ocorrência do evento.

A escrituração deste livro Registro de Inventário seguirá os requisitos


previstos no Quadro 16, a seguir.

Quadro 16: Escrituração do livro de registro

COLUNAS ESCRITURAÇÃO
Posição, subposição, item e subitem, em que a
Classificação Fiscal mercadoria esteja classificada na tabela anexa ao
Regulamento do IPI.
Especificação que permita a perfeita identificação
Discriminação da mercadoria, como: espécie, marca, qualidade,
tipo, modelo e número de série.
Quantidade Quantidade em estoque na data do balanço.
Especificação da unidade (quilograma, metro, litro,
Unidade
dúzia etc.), de acordo com a legislação do IPI.
a - Coluna "Unitário": valor de cada unidade
da mercadoria pelo custo de aquisição ou de
fabricação ou pelo preço corrente no mercado ou
Bolsa, prevalecendo o critério da estimação pelo
preço corrente, quando este for inferior ao preço
de custo; no caso de matéria-prima e produto em
fabricação, o valor será o de seu preço de custo.
Valor
b - Coluna "Parcial": valor correspondente ao
resultado da multiplicação da Quantidade pelo valor
unitário.
c - Coluna "Total": valor correspondente ao
somatório dos valores parciais constantes da
mesma posição, subposição, item e subitem,
referidos na coluna "Classificação Fiscal".
Observações Anotações diversas.
44 UNIUBE

A Figura 9 também ilustra esse registro:

Figura 9: Livro Registro de Inventário – Modelo 7.


Fonte: Regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais (2002).

1.9.10 Livro de Registro de Movimentação de Combustíveis

O Livro Registro de Movimentação de Combustíveis é utilizado para


efetuar a escrituração diária por posto revendedor de combustíveis,
de forma individualizada por bomba e por combustível. Devem ser
observadas as normas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para a
escrituração, bem como para o modelo a ser utilizado.

1.10 Conservação, autenticação e escrituração dos livros


fiscais

A conservação dos livros e documentos é feita pela empresa que é


obrigada a manter em ordem os livros, os documentos e os papéis
relativos à sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que
modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial. Essa
conservação é feita enquanto não prescritas as ações que lhe sejam
pertinentes.
UNIUBE 45

Se ocorrer extravio, deterioração ou destruição de livros, fichas,


documentos ou papéis de interesse da escrituração, a empresa deverá
publicar, em jornal de grande circulação no local de seu estabelecimento,
aviso concernente ao fato, e deste dará minuciosa informação, dentro de
48 horas. Este aviso é direcionado ao órgão competente do Registro do
Comércio, remetendo cópia da comunicação ao órgão da Secretaria da
Receita Federal de sua jurisdição, lembrando-se que, mesmo assim, a
empresa estará obrigada a reconstituir sua escrituração, sob pena de ter
seus impostos determinados por base arbitrária em razão da ausência
de escrituração regular.

Em relação à autenticação dos livros fiscais, ressaltamos que a


autenticação prévia é dispensada cabendo à fiscalização, no ato da visita
à empresa, autenticá-los no local.

A empresa interessada em realizar a emissão e escrituração dos


Documentos e Livros Fiscais por Processamento Eletrônico de Dados
(PED) deverá solicitar autorização à Administração Fazendária (AF) a que
o estabelecimento estiver circunscrito, mediante protocolo de formulário
próprio à Secretaria de Estado da Fazenda de seu Estado.

Na escrituração dos livros pelo PED, a empresa deverá seguir as


seguintes normas e condições impostas pela legislação:

• Modificação dos Livros: é permitido ao contribuinte dimensionar as


colunas de acordo com as possibilidades técnicas do equipamento;
imprimir o registro em mais de uma linha, utilizando códigos
apropriados; suprimir as colunas que o estabelecimento não estiver
obrigado a preencher; suprimir a coluna destinada a "Observações",
desde que as eventuais observações sejam impressas em seguida
ao registro. É permitido o preenchimento manual da coluna
"Observações!" para inserir informações que somente possam ser
conhecidas após o prazo de emissão do livro fiscal.
46 UNIUBE

• Uso dos Formulários: é permitida a utilização de formulários em


branco, desde que sejam impressos por PED os títulos de cada
livro. Os livros devem ter seus formulários numerados de 000.001
a 999.999. Os formulários referentes a cada livro devem ser
enfeixados ou encadernados por exercício de apuração, em grupo
de até 500 folhas. Com relação ao enfeixamento e encadernação
dos formulários, este pode ser processado mensalmente ou
anualmente. Os livros escriturados por PED devem ser enfeixados
ou encadernados e autenticados dentro do prazo de 120 dias,
contados da data do último lançamento.

• Disponibilidade dos Livros no Estabelecimento: os livros fiscais


escriturados por PED deverão estar disponíveis na empresa do
contribuinte, decorridos 10 dias úteis, contados do encerramento
do período de apuração.

• Código de Emitentes: é facultada a utilização de códigos de


emitentes para os lançamentos no livro registro de entradas,
elaborando-se Lista de Códigos de Emitentes a qual deverá ser
mantida em todos os estabelecimentos usuários do sistema. A lista
deverá ser enfeixada por exercício, juntamente com cada livro fiscal,
contendo apenas os códigos neles utilizados.

• Código de Mercadorias: as empresas poderão, a critério próprio,


usar códigos de mercadorias, para os lançamentos nos livros
Registro de Inventário e Controle da Produção e do Estoque. Neste
caso, a tabela de códigos de mercadorias deverá ser enfeixada por
exercício, juntamente com cada livro fiscal.

IMPORTANTE!

As empresas usuárias de sistema de Processamento Eletrônico de Dados


manterão arquivo eletrônico referente à totalidade das operações de entrada
e de saída de mercadorias ou, ainda, de bens e das aquisições e prestações
de serviços realizadas no período de apuração, contendo o registro fiscal
dos documentos recebidos e emitidos.
UNIUBE 47

Os contribuintes do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)


deverão manter arquivadas, em meio eletrônico, as informações por item
(classificação fiscal), conforme dispuser a legislação específica do Imposto.

A entrega do arquivo eletrônico será realizada, mensalmente, através de


transmissão, via internet, para a Secretaria de Estado da Fazenda de cada
estado. O contribuinte deverá, portanto, verificar a consistência do arquivo,
gerar a mídia e transmiti-la, utilizando-se da versão mais atualizada do
programa validador SINTEGRA (Sistema Integrado de Informações sobre
Operações Interestaduais de Mercadorias e Serviços) e do programa
transmissor TED, obtidos no endereço eletrônico do SINTEGRA. O recibo
de entrega do arquivo será gerado após a transmissão da mídia.

A escrituração fiscal apresenta-se, nos dias de hoje, altamente relevante


para o sucesso empresarial, cabendo a cada contribuinte conhecer os
documentos fiscais e suas especificidades, para a correta emissão e
escrituração de acordo com a legislação aplicável. Cabe aqui ressaltar
que o desenvolvimento tecnológico permitiu ao fisco a instituição da
Nota Fiscal eletrônica em substituição à Nota Fiscal modelo 1 e 1-A,
permitindo-lhe acompanhar todas as operações comerciais realizadas
em tempo real pelos contribuintes. Entretanto, o sucesso no cumprimento
dessas obrigações acessórias, dentre outras, exige dos contribuintes
e contadores o acompanhamento diário e efetivo das alterações da
legislação tributária fiscal, já que sua inobservância poderá gerar
penalidades pecuniárias e prejudicar a operação da empresa.

Resumo

Neste capítulo, você pôde conhecer os diversos modelos de notas fiscais,


como elas são emitidas e, finalizando, como devem ser escrituradas.
48 UNIUBE

Pudemos observar que as notas fiscais são emitidas por ocasião da


circulação das mercadorias e serviços, de acordo com as hipóteses
previstas na legislação do ICMS e do IPI. A emissão da nota poderá ser
realizada por meio eletrônico, através da nota fiscal eletrônica, ou ainda,
em papel, para as hipóteses permitidas.

Dentre outras obrigações acessórias impostas às empresas, está a


escrituração dos livros fiscais, de acordo com a legislação do ICMS e do
IPI, para a sua atividade. Tal escrituração poderá ser realizada a critério
da empresa, por processamento eletrônico de dados, bastando, para
isso, apenas solicitar autorização à Secretaria de Estado e Fazenda a
que a empresa estiver circunscrita.

Referências

BRASIL. Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp87.htm>. Acesso em:
31 de mar. 2011.

BRASIL. Ministério da Fazenda. Convênio SINIEF S/Nº, de 15 de dez.1970. Disponível


em: <http://www.fazenda.gov.br/confaz/confaz/convenios/sinief/cvsn_70.htm>.
Acesso em: 31 mar. 2011.

BRASIL. Ministério da Fazenda. Receita Federal do Brasil. Resolução CGSN no


10, de 28 de junho de 2007. Dispõe sobre as obrigações acessórias relativas
às microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Constribuições (Simples Nacional).
Disponível em: <www.receita.fazenda.gov.br/>. Acesso em: abr. 2011.

MINAS GERAIS (MG). Secretaria de Estado da Fazenda. Regulamento do


Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (RICMS-MG).2007. Disponível em: <http://www.fazenda.mg.gov.br/
empresas/legislacao_tributaria/ricms/sumario2002.htm>. Acesso em: mar. 2012.

______. Decreto n° 43.080, de 13 dez. 2002. Atualizado com o Decreto nº


44.970, de 02 dez. 2008. Disponível em: <http://www.fazenda.mg.gov.br/
empresas/legislacao_tributaria/ricms/sumario2002.> Acesso em: 31 mar. 2011.
UNIUBE 49

______. Regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais − ICMS. 2002.


Disponível em: <http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_tributaria/
ricms_2002_seco/anexov2002_2.htm#parte1art2>. Acesso em: 02 abr. 2011.

______. Portal Estadual da Nota Fiscal Eletrônica. Disponível em: <http://portalnfe.


fazenda.mg.gov.br/download.html>. Acesso em: 02 abr. 2011.

OLIVEIRA, Luís Martins et. al. Manual de Contabilidade Tributária. 10. ed. São Paulo:
Atlas, 2011.

PERES, Adriana Manni; MARIANO, Paulo Antônio. Emissão e Escrituração de


Documentos Fiscais. 5. ed. São Paulo: IOB / Thomson, 2011.

TIPI – Tabela de Incidência do Imposto sobre Produto Industrializados Versão 2007.


Disponível em: <www.receita.fazenda.gov.br/.../tipi/TIPI...>. Acesso em: abr. 2011.
Capítulo ICMS − principais operações
2

Introdução
Continuando nossos estudos acerca dos aspectos fiscais que
envolvem a profissão de um contador, abordaremos, neste
capítulo, a incidência do ICMS nas diversas operações e
prestações.

No capítulo anterior, vimos os principais tipos de documentos fiscais,


como emiti-los, e, ainda, os livros obrigatórios para escriturá-los.

Agora, veremos dentre as mais diversas operações, as principais


que envolvem a tributação do ICMS, com destaque para emissão
do documento fiscal corretamente e a escrituração fiscal, nos livros
de entrada e saída.

Sabemos que o ICMS é um imposto de competência estadual. Sendo


assim ressaltamos que abordaremos as operações neste capítulo,
com base na fundamentação legal disposta no regulamento do
ICMS, do estado de Minas Gerais. Assim, caso deseje orientação
com relação a operações realizadas em outro estado da federação,
você deverá consultar o regulamento do próprio Estado.
52 UNIUBE

Objetivos
Ao término do estudo deste capítulo, você estará apto a:

• emitir Nota Fiscal para as mais diversas operações;


• escriturar os documentos fiscais, em seus livros próprios;
• calcular o valor devido a título de ICMS, nas diversas
operações fiscais.

Esquema

Venda de mercadorias Devolução de mercadorias

ICMS – Principais
Diferencial operações Substituição
de alíquota tributária

Demonstração Venda à ordem

2.1 ICMS – principais operações

O ICMS, como já estudamos, é um imposto estadual, com incidência nas


operações de circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços
de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação.

A Constituição Federal, em seu artigo nº 155, definiu a competência


tributária aos Estados e ao Distrito Federal, conforme mencionado:
Artigo 155 - Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer
bens ou direitos; 
UNIUBE 53

II - operações relativas à circulação de mercadorias


e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior. (BRASIL, 1988, p. 107).

Ainda, o artigo 155, § 2º, da Constituição Federal, determina as


características do ICMS. A seguir, descrevemos as principais. (BRASIL,
1988, p. 108):

• será não cumulativo, compensando o que for


devido em cada operação com o montante
cobrado na operação anterior pelo mesmo ou
outro Estado;
• isenção ou não incidência;
• seletividade, em função da essencialidade do
bem e dos serviços;
• estabelecimento de alíquotas mínimas e máximas
pelo Senado Federal, ou de um terço dos sena-
dores;
• alíquota interna não poderá ser inferior às
previstas para operações interestaduais;
• operações destinadas ao consumidor final terão
alíquota interestadual quando o destinatário for
contribuinte do imposto; e alíquota interna quando
o destinatário não for contribuinte;
• exclusão da base de cálculo do imposto o ICMS,
o IPI, quando a operação for realizada entre
contribuintes do imposto;
• cabe à Lei Complementar a atribuição de,
tão-somente, complementar os dispositi­vos e
princípios contidos no texto constitucional, sem
alterá-los, mas apenas explicitando-os, e, ou,
normatizando-os.
54 UNIUBE

A atual regulamentação constitucional do ICMS está prevista


na Lei Complementar nº 87/1996, conhecida como “Lei Kandir”.
Hierarquicamente, todas as normas estaduais, sejam leis, decretos ou
atos normativos devem subordinar-se à LC 87/1996 e às suas alterações
posteriores.

Qualquer norma que estiver em conflito com tais Leis Complementares é


ilegal, pois uma regulamentação de um ente federado não pode conflitar
com a própria norma federativa que lhe é superior.

PESQUISANDO NA WEB

No estado de Minas Gerais, o Decreto nº 43.080/2002 instituiu o Regulamento


do ICMS. Na internet, você poderá ter acesso ao Regulamento no site da
Secretaria Estadual da Fazenda e pesquisar sobre este regulamento.

Agora, vamos estudar as principais operações que envolvem o ICMS,


como emitir e escriturar o documento fiscal.

2.1.1 Venda de Mercadorias

A operação de venda de mercadorias constitui fato gerador do ICMS.


Isso significa que constitui fato gerador a saída de mercadoria, a qualquer
título, inclusive em decorrência de bonificação, de estabelecimento de
contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular.

2.1.1.1 Alíquotas

A seguir, apresentamos as alíquotas utilizadas no estado de Minas


Gerais, conforme preceitua o artigo 42, do Regulamento do ICMS do
estado, Decreto 43.080/2002.
UNIUBE 55

Quadro 1: Tabela de alíquotas

Alíquotas Descrição das operações

nas operações prestações internas que não estiverem


18%
especificadas em outras alíquotas determinadas;

nas operações ou prestações interestaduais que destinem bens


18%
ou serviços a consumidor final não contribuinte do imposto;
18% importação

operações e prestações interestaduais para o destinatário


7% contribuinte do imposto localizado no estado do Espírito Santo
ou nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste;

operações e prestações interestaduais quando o destinatário for


12% contribuinte do imposto e estiver localizado nas regiões Sul e
Sudeste, exceto no estado do Espírito Santo;

nas prestações de serviço de transporte aéreo de carga e mala


4% postal, quando o tomador e o destinatário forem contribuintes do
imposto.

O Quadro 2, a seguir, especifica algumas mercadorias e prestações com


alíquotas diferenciadas no estado de Minas Gerais.

Quadro 2: Tabelas de alíquotas e mercadorias

Algumas mercadorias com alíquotas diferenciadas em


Alíquotas
Minas Gerais

Cigarros e produtos de tabacaria, armas e munições, fogos de


25%
artifícios, perfumes, cosméticos e produtos de toucador etc;

Arroz, feijão, fubá de milho, farinha de milho, leite in natura,


12% carne bovina, bufalina, suína, caprina e ovina, móveis, tecidos,
energia elétrica destinada ao produtor rural etc;

30% Energia elétrica destinada ao consumo residencial.


56 UNIUBE

PESQUISANDO NA WEB

Você deverá consultar sempre o Regulamento do ICMS, quando tiver


dúvidas nas alíquotas determinadas para as mercadorias e serviços do seu
Estado!

Em Minas Gerais, o regulamento do ICMS traz em seu artigo 42º as alíquotas


a serem utilizadas na tributação do ICMS. Consulte-o!!!

2.1.1.2 Base de Cálculo

A base de cálculo do imposto é o valor da mercadoria, mais frete e


seguro, se houver.

2.1.1.3 Emissão e escrituração de Nota Fiscal de venda

A venda de mercadorias por empresa sujeita ao IPI e ICMS deverá ter o


destaque do ICMS e do IPI e lançamentos destes dois tributos no livro
de saída. (Figura 1).

A escrituração da Nota Fiscal de venda, no livro de Registro de Saídas,


deverá ser realizada com débito do imposto, conforme demonstra a
Figura 1 a seguir.
UNIUBE 57

Figura 1: Nota Fiscal de Venda.


58 UNIUBE

Observe a Figura 2:

Figura 2: Escrituração no Livro Registro de Saídas.

2.1.1.4 Lançamento Contábil da Venda

Na contabilidade, deverá ser reconhecida, no momento da realização da


venda, a receita, os impostos incidentes sobre ela e a baixa do estoque.
a. Venda:
Caixa/Bancos Faturamento Bruto
(Ativo Circulante) (conta de resultado)
2.100,00   2.100,00

b. IPI incidente sobre a venda:

IPI sobre as Vendas IPI a recolher


(conta de resultado) (Passivo Circulante)
100,00   100,00

c. Pelo reconhecimento do ICMS incidente sobre as Vendas

ICMS sobre as Vendas ICMS a recolher


(conta de resultado) (Passivo Circulante)
360,00   360,00
UNIUBE 59

d. Pela baixa do estoque de mercadorias: supondo um CMV de $


980,00 para fins de exemplificação.

Estoques CMV
(Ativo Circulante) (conta de resultado)
xxxxx 980,00
980,00  

A Demonstração de Resultado evidenciará um lucro bruto de $ 660,00.

Faturamento Bruto: $ 2.100,00


(–) IPI $ (100,00)
(=) Receita Bruta: $ 2.000,00
(–) ICMS s/vendas: $ (360,00)
(=) Receita Líquida: $ 1.640,00
(–) CMV $ (980,00)
(=) LUCRO BRUTO: $ 660,00

2.1.2 Devolução

O termo “devolução” consiste na “Restituição ou regresso da coisa ou


direito ao primitivo estado, portanto, devolver significa restituir, dar de
volta, desfazer, reenviar ou retornar o bem jurídico” (PIRIS, 2008, p. 120).

Nas operações de devoluções de mercadoria, o RICMS/MG, no artigo 76,


II, determina o prazo de 90 (noventa) dias para efetivação. Temos duas
modalidades de devolução: a integral e a parcial.

2.1.2.1 Devolução Integral

Há a possibilidade de ocorrer casos em que o comprador discorda da


mercadoria recebida, recusando o recebimento, e isso é denominado
devolução integral.
60 UNIUBE

Nesse caso, o estabelecimento que receber a mercadoria, ou seja, o


comprador deverá anotar, no verso da nota fiscal, o motivo pelo qual a
mercadoria não foi recebida. Não sendo isso possível, o transportador
poderá anotar, no verso da nota fiscal, o ocorrido, colocando inclusive
data e assinatura.

2.1.2.2 Devolução Parcial

A devolução parcial consiste em devolver parte da mercadoria adquirida,


por estar em desacordo com o pedido. Nessa hipótese, o comprador
deverá emitir nota fiscal com a mesma tributação que recebeu, inclusive
nas operações interestaduais, mencionando, apenas, que a natureza da
operação é de Devolução, CFOP: 5.201, ou interestadual CFOP: 6.201,
e ainda, número, série, data e valor da nota fiscal de aquisição que deu
origem àquela devolução parcial.

Poderá ocorrer de o estabelecimento comprador estar desobrigado


da emissão de notas fiscais; nesse caso, deverá procurar a repartição
fazendária estadual e fazer a solicitação de Nota Fiscal Avulsa para
acobertar tal operação.

Veja, na Figura 3, a seguir, o modelo de uma nota fiscal de devolução


parcial de mercadoria.
UNIUBE 61

Figura 3: Nota Fiscal de Devolução Parcial.


62 UNIUBE

2.1.3 Substituição Tributária

A Substituição Tributária é uma forma diferenciada de realizar a tributação


do ICMS. Nela, uma pessoa da cadeia produtiva é eleita como responsável
pelo imposto incidente em todos os elos.

Esse sistema é amplamente utilizado por vários estados brasileiros. Na


prática, a indústria recolhe o ICMS devido das operações seguintes até
o consumidor final, não sendo mais devido o imposto nas vendas
posteriores.

Tal responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente


sobre uma ou mais operações ou prestações, sejam antecedentes,
concomitantes (ao mesmo tempo de outra operação) ou subsequentes.
Inclusive, pode ser atribuída ao valor decorrente da diferença entre
alíquotas interna e interestadual, nas operações e prestações, que
destinem bens e serviços ao consumidor final localizado em outro Estado,
que seja contribuinte do imposto.

A atribuição de responsabilidade é em relação a mercadorias, bens ou


serviços previstos na legislação de cada Estado.

Assim, temos duas modalidades de contribuintes:

a. Contribuinte Substituto: é aquele eleito para efetuar a retenção e/ou


recolhimento do ICMS;

b. Contribuinte Substituído: é aquele que, nas operações ou prestações


antecedentes ou concomitantes, é beneficiado pelo diferimento
do imposto e nas operações ou prestações subsequentes sofre a
retenção.
UNIUBE 63

2.1.3.1 Dependência de convênio

A adoção do regime de Substituição Tributária em operações interestaduais


dependerá de acordo específico, celebrado pelos Estados interessados.

O contribuinte substituto para cálculo e recolhimento do ICMS da


Substituição Tributária observará as normas da legislação da Unidade
da Federação de destino da mercadoria.

EXEMPLIFICANDO!

Veja o exemplo, a seguir:

Suponhamos uma empresa situada no estado do PR, remetendo


mercadorias sujeitas à Substituição Tributária para SP. Ela deverá observar
as disposições da legislação paulista, no que se refere à alíquota,
base de cálculo, margem de valor agregado e demais normas aplicáveis
ao recolhimento do ICMS da Substituição Tributária.

2.1.3.2 Mercadorias sujeitas à Substituição Tributária no estado de


Minas Gerais

No estado de Minas Gerais, essa forma de tributação é restrita a alguns


produtos, os quais encontram-se relacionados no RICMS/2OO2, Anexo
XV, Parte 2, com suas respectivas Margens de Valor Agregado (MVA).

Segue relação dos produtos:

a. cerveja, chope e refrigerantes;


b. cigarro e outros derivados do fumo;
c. cimento;
d. pneumáticos, câmaras de ar e protetores de borracha;
e. lâmpadas elétricas e eletrônicas;
f. discos e fitas;
64 UNIUBE

g. lâminas, aparelhos de barbear e isqueiros;


h. pilhas e baterias;
i. filmes fotográficos e cinematográficos e slides;
j. sorvetes;
k. tintas, vernizes e outras mercadorias da indústria química;
l. veículos automotores;
m. telhas, cumeeiras e caixas d’água de cimento, amianto
e fibrocimento;
n. peças, componentes e acessórios de produtos auto-
propulsados;
o. medicamentos e outros produtos farmacêuticos;
p. ração tipo pet para animais domésticos;
q. vermutes, outros vinhos de uvas frescas aromatizadas
e bebidas quentes;
r. materiais de construção, acabamento, bricolagem ou
adorno;
s. papelaria;
t. produtos ópticos;
u. colchoaria;
v. ferramentas;
w. material de limpeza;
x. cosméticos, perfumaria, artigos de higiene pessoal e
de toucador;
y. produtos de telefonia móvel;
z. produtos utilizados em aparelhos, equipamentos,
máquinas, motores e veículos;
aa) combustível;
bb) produtos eletrônicos, eletroeletrônicos e eletrodomés-
ticos;
cc) artefatos de uso doméstico;
dd) bicicletas;
UNIUBE 65

ee) brinquedos;
ff) canudos descartáveis, copos e talheres descartáveis,
filtros descartáveis de café e fósforo;
gg) água mineral ou potável envasada;
hh) vinhos, sidras e outras bebidas fermentadas;
ii) produtos alimentícios;
jj) material elétrico;
kk) máquinas e aparelhos mecânicos, elétricos, eletrome-
cânicos e automáticos;
ll) máquinas e ferramentas.

Pesquise, na legislação própria do seu Estado, quais são os


produtos sujeitos ao regime da Substituição Tributária!

2.1.3.3 Cálculo do ICMS Substituição Tributária nas operações


subsequentes

Para cálculo do ICMS devido por Substituição Tributária, a base de


cálculo desse ICMS será:
a. em relação às operações ou prestações antecedentes ou con-
comitantes, o valor da operação ou prestação praticado pelo contri-
buinte substituído;

b. em relação às operações ou prestações subsequentes, obtida


pelo somatório das parcelas seguintes:

• o valor da operação ou prestação própria realizada pelo


substituto tributário ou pelo substituído intermediário;

• o montante dos valores de seguro, de frete e de outros


encargos cobrados ou transferíveis aos adquirentes ou
tomadores de serviço;
66 UNIUBE

• a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às operações


ou prestações subsequentes.
Tratando-se de mercadoria ou serviço, cujo preço final a consumidor,
único ou máximo, seja fixado por órgão público competente, a base de
cálculo do imposto, para fins de substituição tributária, é o referido preço
por ele estabelecido.

O cálculo será realizado adicionando a base de cálculo à margem de


valor agregado específica por produto, conhecida como MVA, e, sobre
esse valor, aplica-se a alíquota interna do produto no Estado destinatário
da mercadoria. Do valor apurado, será deduzido o valor do ICMS descrito
na nota fiscal, conforme apresentado na Tabela 1, a seguir:

Tabela 1: Cálculo do ICMS por Substituição Tributária em operações subsequentes

PREÇO DO PRODUTO $ 2.022,00

ICMS da operação própria 12% = ($ 12.022,00) $ 1.442,64

Alíquota de IPI de 2O% (Base de cálculo: $ 12.022,00) $ 2.404,40

Subtotal = Preço do produto + IPI cobrado do adquirente $ 14.426,40

MVA (Margem de Valor Agregado prevista pelo Fisco de 45%) $ 6.491,88

Base de Cálculo ICMS ST $ 20.918,28

CÁLCULO DO ICMS/ST

Base de cálculo x alíquota interna do Estado destinatário (por exemplo 18%) $ 3.765,29

(-) ICMS da operação própria, destacado na NF $ (1.442,64)

(=) VALOR DO ICMS/SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA $ 2.322,65

(=) VALOR TOTAL DA NOTA FISCAL


($ 14.426,40 + $ 2.322,65) $ 16.749,05
UNIUBE 67

Nas operações interestaduais, com os produtos elencados (a seguir), nos


casos em que a alíquota interna for superior à interestadual, a Margem
de Valor Agregado deverá ser ajustada para que não se torne mais
interessante para o contribuinte mineiro adquirir mercadorias de outro
Estado. Para o ajuste, utiliza-se a fórmula:

MVA ajustada = {[(1+ MVA-ST original) x (1-ALQ inter)/(1-ALQ intra)] -1} x 100

Em que:
MVA ajustada é o percentual, correspondente à margem de valor
agregado a ser utilizada para apuração da base de cálculo relativa à
substituição tributária na operação interestadual;
MVA-ST original é o coeficiente, com quatro casas decimais,
correspondente à margem de valor agregado prevista na Parte 2, Anexo
XV, do Regulamento do ICMS:
ALQ inter é o coeficiente correspondente à alíquota interestadual
aplicável à operação;
ALQ intra é o coeficiente correspondente à alíquota prevista neste Estado
para as operações subsequentes alcançadas pela substituição tributária.

Lista de mercadorias sujeitas à MVA ajustada

• lâmpadas elétricas e eletrônicas;


• discos e fitas;
• lâminas, aparelhos de barbear e isqueiros;
• pilhas e baterias;
• tintas, vernizes e outras mercadorias da indústria química;
• peças, componentes e acessórios de produtos autopro-
pulsados;
• medicamentos e outros produtos farmacêuticos;
• materiais de construção, acabamento, bricolagem ou adorno;
68 UNIUBE

• papelaria;
• produtos ópticos;
• colchoaria;
• ferramentas;
• material de limpeza;
• cosméticos, perfumaria, artigos de higiene pessoal e de
toucador;
• produtos eletrônicos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos;
• artefatos de uso doméstico;
• bicicletas;
• brinquedos;
• canudos descartáveis, copos e talheres descartáveis, filtros
descartáveis de café e fósforo;
• agua mineral ou potável envasada;
• produtos alimentícios;
• material elétrico;
• máquinas e aparelhos mecânicos, elétricos, eletromecânicos
e automáticos;
• máquinas e ferramentas.

EXEMPLIFICANDO!

Para compreendermos melhor o cálculo da Substituição Tributária com


aplicação da MVA ajustada, observe o exemplo a seguir.

Determinado produto é adquirido de outro Estado, por $100,00, com


incidência de 5% de IPI, ou seja, $ 5,00. A alíquota interna do produto é de
18% e a interestadual 12%. MVA de 35%.

Calcule o valor da MVA ajustada que deverá ser aplicado ao valor do produto
para cálculo do ICMS Substituição Tributária (Tabela 2).
UNIUBE 69

Tabela 2: Dados para cálculo da MVA ajustada

Valor do Produto: 100,00


(+) IPI – 5% 5,00
Base de Cálculo MVA 100,00
Alíquota interna 18%
Alíquota interestadual 12%
MVA ST original 35%

MVA ajustada = {[(1+ MVA-ST original) x (1-ALQ inter)/(1-ALQ intra)] -1} x 100,
MVA ajustada = {[(1 + 0,35) x (1 – 0,12) / (1- 0,18)] – 1} x 100
MVA ajustada = {[(1,35) x (0,88) / (0,82)] – 1} x 100
MVA ajustada = {[1,4488] – 1} x 100
MVA ajustada = 0,4488 x 100
MVA ajustada = 44,8780%

Continuando no exemplo anterior, teríamos o seguinte valor referente ao


ICMS ST, conforme apresentado na Tabela 3, a seguir.

Tabela 3: Cálculo do ICMS ST

Preço do produto $ 100,00


ICMS da operação própria 12% = $ 12,00
Alíquota de IPI − 5% $ 5,00
Base de Cálculo ICMS ST $ 105,00
MVA ajustada − 44,8780% $ 47,12
Base alíquota $ 152,12
CÁLCULO DO ICMS/ST

Base de cálculo x alíquota interna do estado (18%) $ 27,38

(–) ICMS da operação própria, destacado na NF $ (12,00)


(=) VALOR DO ICMS/SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA $ 15,38
(=) VALOR TOTAL DA NOTA FISCAL $ 120,38
70 UNIUBE

2.1.3.4 Emissão e Escrituração de Documento Fiscal

A – Emissão e Escrituração da Nota Fiscal pelo Contribuinte


Substituto

O contribuinte substituto, ao emitir a Nota fiscal relativa à saída das


mercadorias sujeitas à substituição, com imposto retido, deverá preencher
além dos demais requisitos previstos na legislação:

• a base de cálculo da substituição tributária;

• o valor do imposto retido;

• o número de inscrição do emitente no cadastro de contribuintes da


Unidade da Federação para a qual segue o produto, quando tiver,
nas hipóteses de operação interestadual.

Vale lembrar que o valor calculado a título de substituição tributária deve


ser somado ao valor total da nota fiscal, uma vez que o substituto é
apenas responsável pelo recolhimento do mesmo, não o "contribuinte"
em relação àquele valor.

Veja, na Figura 4, a seguir, exemplo de preenchimento dos campos


relativos aos valores de base de cálculo e destaque do imposto.
UNIUBE 71

Figura 4: Nota Fiscal emitida pelo Contribuinte Substituto.


Fonte: PIRIS (2008).

O contribuinte substituto deverá escriturar a nota fiscal por ele emitida, no


Livro Registro de Saídas, utilizando os CFOPs específicos, da seguinte
forma:

• os dados relativos à sua operação, à base de cálculo e ao ICMS


débito próprio, utilizando as colunas próprias;
• o valor do ICMS retido e o da sua base de cálculo serão lançados
na coluna “Observações”;
• caso o Substituto Tributário utilize sistema de processamento de
dados, os valores relativos ao ICMS retido e a respectiva base de
cálculo serão registrados na linha abaixo do lançamento da operação
própria, sob o título comum Substituição Tributária, ou o código ST.
72 UNIUBE

Ao final do período de apuração do ICMS, o contribuinte substituto fará


a apuração do ICMS devido, escriturando no Livro Registro de Apuração
do ICMS, segregando em operações internas e interestaduais.

Deve-se escriturar os valores relativos ao ICMS retido em folha


subsequente à destinada à escrituração do ICMS incidente sobre as
suas próprias operações, com a indicação da expressão “Substituição
Tributária”, utilizando, no que couberem, os quadros “Débito do Imposto”,
“Crédito do Imposto” e ‘Apuração dos Saldos”. E deve lançar:

• o valor do ICMS retido, totalizado no último dia do período de


apuração, escriturado na coluna “Observações”, do livro Registro
de Saídas, no campo “Por Saídas com Débito do Imposto”;
• o valor do ICMS retido relativo às entradas a título de devoluções no
campo “Por Entradas com Créditos do Imposto”.

Os valores do ICMS retido em relação às operações interestaduais


deverão ser escriturados em folha subsequente à das operações internas,
pelos totais, detalhando-se os valores relativos a cada Unidade da
Federação nos quadros “Entradas” e “Saídas”, nas colunas “Valores
Contábeis”, “Base de Cálculo”, “Imposto Creditado” e “Imposto Debitado” .

B – Emissão e Escrituração da Nota Fiscal pelo Contribuinte


Substituído

A nota fiscal do contribuinte substituído será emitida sem preenchimento


dos campos "base de cálculo" e "valor do imposto" devendo ser
mencionada em dados adicionais a legislação que prevê a substituição
tributária daquele produto (Figura 5).

No caso de operação entre contribuintes do imposto, deverá constar a


base de cálculo utilizada para fins de substituição tributária e o valor do
imposto que incidiu nas operações com a mercadoria.
UNIUBE 73

Veja a Figura 5:

Figura 5: Nota fiscal emitida pelo contribuinte substituído.


Fonte: Piris (2008).

Esse valor é a soma do imposto de Substituição Tributária com o imposto


devido na operação própria do sujeito passivo, quando a responsabilidade
for atribuída ao destinatário da mercadoria.

Constará o valor do reembolso de Substituição Tributária quando for o


caso. O CFOP a ser utilizado é o 5.405 (Venda de mercadoria adquirida
ou recebida de terceiros em operação com mercadoria sujeita ao regime
de substituição tributária, na condição de contribuinte substituído).

Note-se que, pelo CFOP, já é possível definir a situação de contribuinte


substituído, porém, é necessária a menção da legislação que ampara
essa substituição na nota fiscal.

O contribuinte substituído, ao escriturar as notas fiscais nos respectivos


livros fiscais, deverá adotar os seguintes procedimentos:
74 UNIUBE

• Livro Registro de Entradas: a nota fiscal recebida do fornecedor


será escriturada no livro Registro de Entradas, sem direito a crédito
do ICMS, com utilização das colunas “Valor Contábil”, “Outras/
Operações sem crédito do Imposto” e “Observações”;

Na coluna “Valor Contábil”, será escriturado o valor total constante


no documento fiscal, na coluna “Outras”, o valor da operação, e, em
“Observações”, o valor do imposto retido;

• Livro Registro de Saídas: o documento fiscal emitido pelo


contribuinte substituído será escriturado no livro Registro de
Saídas, sem débito do ICMS, com utilização da coluna “Outras” de
“Operações sem Débito do Imposto”.

2.1.3.5 Escrituração Contábil

A seguir, veremos as representações gráficas dos fatos contábeis


relacionados ao Registro contábil na indústria que recolhe o ICMS, pela
Substituição Tributária e ao Registro Contábil na Empresa que adquiriu
o produto com Substituição Tributária para Revenda.

A) Registro contábil na indústria que recolhe o ICMS – Substituição


Tributária

Imaginemos a seguinte operação, apresentada na Tabela 4, a seguir:

Tabela 4: Cálculo ICMS – Substituição Tributária

Preço do produto ($ 40,00 x 300 unidades) $ 12.022,00


ICMS da operação própria 12% = ($ 12.022,00) $ 1.442,64
Alíquota de IPI de 20% ( Base de cálculo: $ 12.022,00) $ 2.404,40
Subtotal = Preço do produto + IPI cobrado do adquirente $ 14.426,40
(+) VALOR DO ICMS/SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA $ 2.322,65
(=) VALOR TOTAL DA NOTA FISCAL ($ 14.426,40 + $ 2.322,65) $ 16.749,05
UNIUBE 75

i. Contabilização da receita:

D- CLIENTES A RECEBER $ 16.749,05


C- FATURAMENTO BRUTO $ 16.749,05

CLIENTES A RECEBER FATURAMENTO BRUTO


16.749,05 16.749,05

ii. Contabilização do IPI:

D- IPI Faturado $ 2.404,40


C- IPI a recolher $ 2.404,40

IPI FATURADO (redutora de


receitas) IPI a RECOLHER
2.404,40 2.404,40

iii. Contabilização do ICMS NORMAL a recolher:

D- ICMS S/VENDAS 1.442,64


C- ICMS a recolher 1.442,64

ICMS s/ VENDAS ICMS a RECOLHER


1.442,64 1.442,64
76 UNIUBE

iv. Contabilização do ICMS Substituição Tributária:

D- ICMS Substituição Tributária 2.322,65


C- ICMS Substituição Tributária a recolher 2.322,65

ICMS Substituição Tributária a


ICMS Substituição Tributária
recolher
2.322,65 2.322,65

B) Registro contábil na empresa que adquiriu o produto com


Substituição Tributária para revenda

i. Contabilização do estoque:

D- ESTOQUE DE MERCADORIAS $ 16.749,05


C- FORNECEDORES A PAGAR $ 16.749,05

Estoque Fornecedores
16.749,05 16.749,05

O contribuinte substituído não aproveita o crédito do ICMS, pois irá


comercializar a mercadoria sem débito do imposto. Portanto, os valores
não recuperáveis constituem-se custo da mercadoria adquirida.

2.1.4 Diferencial de alíquota

Nos termos da Constituição Federal/1998, art. 155, § 2º, VII, “a”, e VII,
estão sujeitas à incidência do ICMS em relação ao diferencial de
alíquotas as operações interestaduais realizadas entre contribuintes
do imposto, nas quais a mercadoria vendida destine-se ao Ativo
Imobilizado do destinatário, ou ao seu uso e consumo.
UNIUBE 77

Assim, caberá ao Estado da localização do destinatário, o imposto


correspondente à diferença entre a alíquota interna e interestadual.

EXEMPLIFICANDO!

Acompanhe o exemplo prático a seguir:

Contribuinte estabelecido em MG adquire mercadoria para integrar o Ativo


Imobilizado do fornecedor localizado no estado de São Paulo, no valor de
R$ 15.000,00 (Tabela 5). O imposto devido a título de diferencial de alíquotas
será calculado da seguinte forma:

Tabela 5: Cálculo do imposto

Valor da operação $ 15.000,00


Alíquota interestadual aplicada pelo remetente 12%
ICMS destacado em nota fiscal $ 1.800,00
Alíquota interna = 18%, sendo a diferença = 18% - 12% = 6%

Diferencial de alíquota = 6% x $ 15.000,00 $ 900,00


Ou ainda, ($ 15.000,00 x 1 8 % = $ 2.7OO,OO) e
($ 15.OOO,OO x 12% = $ 1.8OO,OO)

Nesse caso, deverá ser recolhido o valor de $ 900,00, a título de diferencial


de alíquota.

É de fundamental importância verificar qual alíquota interna a ser aplicada


ao material adquirido. Se, no exemplo anterior, a alíquota interna fosse
de 25%, teríamos um diferencial de 13% a pagar, em favor do estado
destinatário.

Vale ressaltar ainda que o diferencial de alíquotas é devido tanto para


aquisição de mercadorias como na prestação de serviços.
78 UNIUBE

As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples


Nacional, de acordo com a Lei Complementar nº 123/2006, também são
obrigadas ao recolhimento do imposto a título de diferencial de alíquotas,
nas compras de mercadorias, destinadas ao uso, consumo ou Ativo
Imobilizado.

2.1.4.1 Emissão e Escrituração do Documento Fiscal

A entrada de mercadoria destinada à integração ao Ativo Imobilizado gera


direito ao crédito do ICMS, como vimos anteriormente.

Assim, a escrituração da nota fiscal que acobertar essa entrada será


feita nas colunas próprias do livro Registro de Entradas, inclusive na
coluna “ICMS – VALORES FISCAIS – OPERAÇÕES COM CRÉDITO
DO IMPOSTO”. Na mesma linha, na coluna “Observações”, o valor
relativo ao diferencial de alíquotas, bem como a sua destinação (Ativo
Imobilizado), deverá ser anotado.

A nota fiscal deverá também ser lançada no Controle de Crédito de ICMS


do Ativo Permanente (CIAP), modelo C, sendo oportuno lembrar que
o crédito relativo à aquisição de bens é proporcional às operações de
saídas tributadas (por isso o controle no CIAP).

Para creditamento do imposto, o contribuinte deverá emitir Nota Fiscal,


modelo 1 ou 1-A, ao final de cada mês, para englobar todos os créditos
apropriados no mês.

Veja, na Figura 6, a seguir, uma nota fiscal de entrada de mercadoria


destinada ao Ativo Imobilizado e como deverá ser a escrituração no livro
de entradas (Figura 7).
UNIUBE 79

Figura 6: Nota Fiscal de compra de Ativo Imobilizado.


80 UNIUBE

Observe o Livro de Entradas, na Figura 7:

Figura 7: Escrituração do Livro de Entradas.

Já a entrada de mercadorias destinada a uso e consumo não gera direito


a crédito do ICMS. Desse modo, essa entrada será registrada no Livro
Registro de Entradas nas colunas próprias, inclusive na coluna “ICMS –
VALORES FISCAIS – OPERAÇÕES SEM CRÉDITO DO IMPOSTO”. Nas
operações interestaduais, deve-se anotar, na coluna “Observações”, o
valor correspondente à diferença do imposto devido a título de diferencial
de alíquotas, bem como a sua destinação (uso e consumo).

2.1.5 Demonstração

A operação de demonstração visa permitir ao adquirente da mercadoria


ter um conhecimento mais aprofundado do produto, bem como analisar
fisicamente suas características e peculiaridades antes de efetuar
determinada aquisição.

Neste caso, é comum que as empresas enviem o produto para que


o cliente possa tomar essa ciência. Este procedimento permite que
o produto seja posteriormente adquirido, caso tenha atendido às
necessidades de quem o recebeu, ou devolvê-lo.

Há outros casos em que as empresas montam mostruários de seus


produtos, para levá-los ao conhecimento de seus prováveis compradores.
UNIUBE 81
A operação de demonstração tem suspensão do ICMS nas operações realiza-
das dentro do Estado e desde que haja o retorno da mercadoria no prazo de
60 (sessenta) dias de sua saída. Não ocorrendo o retorno no prazo previsto
(60 dias), ficará descaracterizada a suspensão e o remetente deverá efetuar
o recolhimento do ICMS devido pela operação, com os acréscimos legais.

As operações interestaduais, ou que passem de 60 (sessenta) dias para


retornar, terão a tributação do ICMS normal.

Para o IPI, a operação é tributada normalmente.

2.1.5.1 Emissão e Escrituração da Nota Fiscal para Remessa de


Demonstração

Para acobertar as operações de remessa de mercadorias para


demonstração, deverá ser emitida Nota Fiscal que, além dos requisitos
normalmente exigidos, deverá conter:
a. natureza da operação: "Remessa em demonstração";
b. no campo "Informações Complementares", as expressões: "ICMS
suspenso nos termos do item 7, do Anexo III, do RICMS/02", e
"Mercadoria remetida para demonstração".

A seguir, visualize, na Figura 8, o lançamento da nota fiscal de remessa


para demonstração, que deverá ser escriturada no livro Registro de Saída
em seus campos próprios.

Figura 8: Livro Registro de Saídas - NF Demonstração.


82 UNIUBE

E, na Figura 9, o layout da nota fiscal emitida como remessa para


demonstração.

Figura 9: Remessa para Demonstração.


UNIUBE 83

2.1.5.2 Emissão e Escrituração da Nota Fiscal de Retorno da


Mercadoria

Como vimos, a mercadoria tem prazo previsto para retorno de 60


(sessenta) dias, assim, o contribuinte deverá emitir nota fiscal de retorno
(Figura 10) com os requisitos normalmente exigidos e deverá conter
ainda:

a. natureza da operação: “ Retorno de demonstração”;


b. no campo “Informações Complementares”, a expressão “ICMS
suspenso, nos termos do item 7, do Anexo III, do RICMS/MG”.

Observe a Figura 10:


84 UNIUBE

Figura 10: Nota fiscal de retorno de mercadoria enviada para demonstração.

A nota fiscal de retorno de mercadoria enviada para demonstração deverá


ser escriturada no livro Registro de Entrada, como demonstra a Figura 11.

Figura 11: Livro Registro de Entrada − Retorno de mercadoria.

2.1.5.3 Transmissão de Propriedade - Venda

Pode acontecer do destinatário da mercadoria remetida em demonstração


se interessar pelo produto e optar por adquiri-lo.
UNIUBE 85

Nessa hipótese, deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

a. o estabelecimento transmitente deverá emitir nota fiscal em nome


do destinatário, com destaque do imposto, mencionando o número,
série, data e valor do documento fiscal emitido por ocasião da saída
originária, e a observação de que a emissão se destina a regularizar
a transmissão da propriedade;

b. o estabelecimento detentor da mercadoria deverá emitir nota fiscal,


ou Nota Fiscal Avulsa, se for o caso:

• em nome do remetente, tendo como natureza da operação


"retorno simbólico", constando o nome, endereço e números de
inscrição, estadual e no CNPJ, do estabelecimento destinatário
da mercadoria;
• em nome do destinatário, sem destaque do imposto, para
acompanhar a mercadoria até o destino, mencionando o número
da nota fiscal referida na alínea anterior, conforme o caso;

A nota fiscal emitida para a transmissão da propriedade de mercadoria,


remetida anteriormente em demonstração, deverá ser escriturada no livro
Registro de Saídas com débito do ICMS.

A seguir, vemos a nota fiscal de transmissão de propriedade, com


destaque do ICMS, incidente sobre a mercadoria vendida (Figura 12):
86 UNIUBE

Figura 12: Nota Fiscal de Transmissão de Propriedade – Venda.


UNIUBE 87

2.1.6 Venda à ordem

Nas operações de venda à ordem, um determinado contribuinte


(adquirente originário) adquire mercadoria de outro contribuinte (vendedor
remetente) e solicita que esta seja entregue a terceiro (destinatário) sem
que a mesma transite pelo seu estabelecimento.

Ou seja, o estabelecimento compra a mercadoria e já tem um comprador


para ela, portanto, com finalidade de economia em relação aos valores
de frete e de armazenamento, solicita ao fornecedor que seja entregue
diretamente no endereço de seu cliente.

Figuram nesta operação, então, TRÊS empresas:

FORNECEDOR
ADQUIRENTE
DESTINATÁRIO

EXEMPLIFICANDO!

Para entender essa situação, vejamos o seguinte caso:

A empresa MODELO DE CAMISAS LTDA efetuou venda de seus produtos


para a Empresa BETA Ltda (adquirente). Esta, por sua vez, solicitou à
Empresa MODELO DE CAMISAS LTDA (fornecedora) que efetuasse a
entrega diretamente para a Empresa BARBARO MODA E ACESSÓRIOS
LTDA. (destinatária).

2.1.6.1 Procedimento a ser adotado pelo adquirente

O adquirente originário deverá emitir Nota Fiscal simbólica em nome do


destinatário físico da mercadoria, com destaque do imposto, se devido,
e indicando, além dos requisitos exigidos:
88 UNIUBE

a. CFOP: 5.120/6.120;
b. o nome, o endereço e os números de inscrição, estadual e CNPJ,
do estabelecimento fornecedor.

Veja a Figura 13:

Figura 13: Nota Fiscal de Venda à Ordem.


UNIUBE 89

2.1.6.2 Procedimento adotado pelo fornecedor (vendedor)

O vendedor remetente, por sua vez, deverá emitir Nota Fiscal em nome
do destinatário, para acompanhar o transporte da mercadoria, sem
destaque do imposto, indicando-se, além dos requisitos exigidos:

a. natureza da operação: "Remessa por conta e ordem de terceiros";

b. CFOP: 5.923/6.923;

c. número, a série e a data da Nota Fiscal emitida pelo adquirente


original, bem como seu nome, endereço e números de inscrição,
estadual e no CNPJ.

Observe, na Figura 14, a Nota Fiscal de Remessa por conta e ordem de


terceiros. Não há disposições específicas sobre como escriturar a Nota
Fiscal no livro Registro de Saídas, entretanto, aconselhamos que ela
deve ser escriturada apenas nas colunas relativas a "Documento Fiscal"
e "Observações". Todavia, diante da falta de previsão, é ideal que o
contribuinte consulte formalmente o Fisco para obter esclarecimentos a
respeito do assunto.

Observe a Figura 14:


90 UNIUBE

Figura 14: Nota Fiscal de Remessa por conta e ordem de terceiros.


UNIUBE 91

Além da Nota Fiscal referida na Figura 14, o vendedor remetente deverá


emitir também outra Nota Fiscal em nome do adquirente originário (Figura
15), com destaque do imposto, se devido, indicando, além dos demais
requisitos exigidos, os seguintes:

a. natureza da operação: "Remessa simbólica - venda à ordem";

b. CFOP: 5.118/6.118, quando se tratar de venda de produção do


estabelecimento, ou 5.119/6.119, quando se tratar de mercadoria
adquirida ou recebida de terceiros;

c. o número, a série e a data da Nota Fiscal emitida em nome do


destinatário.

Veja a Figura 15:


92 UNIUBE

Figura 15: Remessa simbólica – Venda à Ordem.

Essa Nota Fiscal deverá ser escriturada normalmente, pelo emitente e


pelo destinatário, nos livros Registro de Saídas e Registro de Entradas,
respectivamente, mencionando-se na coluna "Observações" o motivo
de sua emissão.

Finalizando esse capítulo, ressaltamos, para você, a necessidade de


aprofundamento dos conhecimentos aqui adquiridos e esclarecimento
das dúvidas, através de consultas ao Regulamento do ICMS e ao fisco,
nas repartições fazendárias.

O ICMS por ser um imposto de competência estadual é um dos mais


complexos do Sistema Tributário Nacional, pois são 27 Estados legislando
sobre um tema, em busca de maiores investimentos privados entre
cada ente federado. Desta forma, não há como contestar a permanente
necessidade de estudo e aprofundamento sobre as questões fiscais,
principalmente as que envolvem o ICMS. Finalizando esse capítulo,
propomos ao leitor o estudo das operações aqui abordadas, dentre
outras, através da consulta ao regulamento do ICMS do seu respectivo
Estado e ainda, a participação nos programas de educação continuada
do fisco estadual, através das repartições fazendárias.
UNIUBE 93

Resumo

Abordamos, neste capítulo, algumas das principais operações que


envolvem a tributação do ICMS. Vimos que, nas operações em que há
circulação de mercadorias e serviços, temos a necessidade de consultar o
Regulamento do ICMS, a fim de certificarmos a incidência ou não do ICMS,
alíquota da operação e outros requisitos exigidos pela legislação estadual.

Na operação de Venda de mercadorias, há incidência de ICMS, de acordo


com as alíquotas determinas pelo artigo 42, do RICMS/MG, salvo exceções
de não incidência e isenções.

Ocorre, ainda, mercadorias com incidência do ICMS Substituição Tributária,


em que o ICMS, devido em toda a cadeia produtiva, deverá ser recolhido
pela indústria, em relação às operações que seguem.

Em seguida, discorremos sobre a devolução de mercadorias, ou seja,


poderá ocorrer entre comprador e vendedor o desfazimento do negócio,
por algum motivo, nesse caso, o contribuinte comprador poderá realizar
a devolução da mercadoria, integral ou parcial, emitindo para isso uma
nota fiscal de devolução com todos os requisitos exigidos para emissão
do documento fiscal.

Caberá, ainda, ao contribuinte que realizar compra interestadual de


mercadorias destinada ao uso, consumo ou integração ao Ativo Imobilizado,
o recolhimento do ICMS, a título de diferencial de alíquota. Tal recolhimento
deverá ser realizado em documento de arrecadação à parte.

Uma operação muito comum, aqui apresentada, foi a de Demonstração.


Pois muitos contribuintes utilizam desta operação para enviar seus
produtos aos clientes a fim que tenham conhecimento mais aprofundado
do produto, analisem fisicamente suas características e peculiaridades
antes de efetuar determinada aquisição. Tal operação tem suspensão do
ICMS, desde que respeitados as exigências previstas na legislação.
94 UNIUBE

E concluindo este capítulo, apresentamos a operação de “Venda à


ordem”, em que o contribuinte adquirente da mercadoria solicita ao
fornecedor que realize a entrega por conta de sua ordem a um terceiro,
conhecido nesta, como destinatário. É uma operação triangular, com
incidência do ICMS normal, quando houver.

Encerrando, reiteramos a importância da consulta ao Regulamento do


ICMS, do Estado, sempre que for promover a circulação de mercadorias
e serviços de comunicação e transporte, para esclarecimentos das
particularidades e exigências de cada operação.

Referências

BRASIL. Constituição Federal. 1988. Disponível em:< http://www.planalto.gov.


br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 13 ago. 2012.

BRASIL. Decreto n° 43.080, de 13 dez. 2002. Atualizado com o Decreto nº


44.970, de 02 dez. 2008). Disponível em: <http://www.fazenda.mg.gov.br/
empresas/legislacao_tributaria/ricms/sumario2002.> Acesso em: 03 mar. 2011.

______. Lei Complementar nº 87, de 13 de set. de 1996. Disponível em: <http://www.


planalto.gov.br/ccivil_03/Leis LCP/Lcp87.htm>. Acesso em: 03 de mar. 2011.

FABRETTI, Laudio Camargo. Contabilidade Tributária. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

MINAS GERAIS (MG). Nota Fiscal Eletrônica. Secretaria de Estado de Fazenda.


Disponível em:<http://portalnfe.fazenda.mg.gov.br/empresas.html>
Acesso em 13 set 2012.

______. Secretaria de Estado da Fazenda. Regulamento do Imposto Sobre


Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
(RICMS-MG).2007. Disponível em: <http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/
legislacao_tributaria/ricms/sumario2002.htm>. Acesso em: mar. 2012.

OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária. 10. ed.


São Paulo: Atlas, 2011.
UNIUBE 95

PERES, Adriana Manni; MARIANO, Paulo Antônio. Emissão e Escrituração


de Documentos Fiscais. 5. ed. São Paulo: IOB / Thompson, 2011.

PIRIS, Maria da Conceição. Guia de ICMS do estado de Minas Gerais.


São Paulo: Verbanet Legislação Empresarial Informatizada, 2008.
Capítulo
Simples Nacional:
legislação e prática
3

Introdução
A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006,
instituiu o Estatuto Nacional das microempresas e das empresas
de pequeno porte. Esse Estatuto foi dividido em duas partes: a
parte tributária, com a criação do Simples Nacional e a parte não-
tributária, com aspectos relativos a licitações públicas, relações de
trabalho, estímulo ao crédito, à capitalização e à inovação, acesso
à justiça, dentre outros.

A referida Lei estabeleceu tratamento diferenciado e favorecido às


microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos três
poderes, Federal, Estadual e Municipal, especialmente no que se
refere à apuração e ao recolhimento de impostos, ao cumprimento
das obrigações trabalhistas e previdenciárias, ao acesso ao crédito
e ao mercado.

Neste capítulo, abordaremos a tributação do Simples Nacional,


interpretando de forma prática e objetiva a legislação.
98 UNIUBE

Objetivos
Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que
você seja capaz de:

• formalizar o enquadramento tributário das empresas no


Simples Nacional;
• calcular o valor devido do Simples Nacional, pelo PGDAS;
• executar as obrigações acessórias impostas às empresas
enquadradas no Simples Nacional;
• excluir a empresa do Simples Nacional, por meio da
comunicação;
• elaborar a declaração anual do Simples Nacional.

Esquema

Opção

Obrigações
Cálculo Acessórias
s

Simples Nacional

Exclusão Distribuição de Lucros

3.1 Simples Nacional

A Lei Complementar nº 123/2006, e suas alterações, estabeleceram


normas gerais relativas às microempresas e às empresas de pequeno
porte no âmbito federal, estadual e dos municípios, abrangendo não
UNIUBE 99

só o regime tributário diferenciado, como também aspectos relativos às


licitações públicas, às relações de trabalho, ao estímulo ao crédito, à
capacitação e à inovação, ao acesso à justiça, dentre outros.

O regime tributário diferenciado, conhecido como Simples Nacional,


tem como objetivo a formalização das empresas, a desburocratização
da tributação, e a simplificação das obrigações acessórias, aplicável às
microempresas e às empresas de pequeno porte, a partir de 01/07/2007.

SAIBA MAIS

Microempresa ou empresa de pequeno porte é o empresário ou a


sociedade simples ou empresária, inscritos no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica e no Cadastro de contribuintes do ICMS e regularmente enquadrado
no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições
– Simples Nacional - ou ainda:

ME − Microempresa o empresário ou a sociedade simples ou empresária


que tenha receita bruta no ano igual ou inferior a R$ 360.000,00.

EPP − Empresa de Pequeno Porte é o empresário ou a sociedade simples


ou empresária que tenha receita bruta no ano maior que R$ 360.000,00 e
menor que R$ 3.600.000,00.

3.1.1 Opção pelo Simples Nacional

A adesão ao Simples Nacional é feita por meio do Portal do Simples


Nacional, na internet, pelo endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br/
simplesnacional>, conforme demonstra a Figura 1.
100 UNIUBE

Figura 1: Portal do Simples Nacional.


Fonte: Portal do Simples Nacional (2011).

A opção deverá ser realizada durante o mês de janeiro de cada ano, até
o último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do mês.

Para realizar a opção, você deverá acessar o Portal do Simples


Nacional, no link “Contribuintes”, “Simples Nacional”, “Outros Serviços”.
O contribuinte deverá possuir uma certificação digital ou um código de
acesso, conforme demonstra a Figura 2.
UNIUBE 101

Figura 2: Portal do Simples Nacional / Outros Serviços.


Fonte: Portal do Simples Nacional (2011).

Para gerar o código de acesso, o contribuinte deverá primeiramente


acessar, no Portal do Simples Nacional, a opção “outros serviços”
e escolher código de acesso, clicando no botão correspondente. Em
seguida, deverá informar o CNPJ da empresa e o CPF do responsável.

O sistema verificará se o CPF do responsável é titular de pelo menos uma


Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (DIRPF) entregue
nos últimos dois anos. Em caso afirmativo, sendo declarante, é solicitado
o número do recibo da última declaração enviada. Ainda que a DIRPF
tenha sido entregue em formulário, o número do recibo será solicitado.
Caso contrário, o sistema solicitará o número do título de eleitor e a data
de nascimento, para gerar o código de acesso (Figura 3).
102 UNIUBE

Figura 3: Portal do Simples Nacional / Geração do Código de Acesso.


Fonte: Portal do Simples Nacional (2011).

A opção pelo Simples Nacional será válida para o ano todo, só podendo
ser modificada com efeitos para o ano seguinte. Após a formalização da
opção, a Receita Federal disponibilizará aos Estados, Distrito Federal e
Municípios a relação dos contribuintes para verificação da regularidade
da inscrição municipal e estadual, quando exigível.

A opção pelo Simples Nacional, da ME ou da EPP, em início de atividades,


produzirá efeitos, desde a data de abertura constante do CNPJ.

3.1.2 Quem poderá optar pelo Simples Nacional

Poderá optar pelo Simples Nacional as ME e EPP que se enquadrem nas


definições da LC 123/2006, de 14/12/2006, e desde que não exerçam
nenhuma atividade que seja impedida de participar do regime, conforme
artigo 17 da Lei Complementar 123/2006:
UNIUBE 103

Art. 17. Não poderão recolher os impostos e


contribuições na forma do Simples Nacional a
microempresa ou a empresa de pequeno porte: 
I - que explore atividade de prestação cumulativa
e contínua de serviços de assessoria creditícia,
gestão de crédito, seleção e riscos, administração de
contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos
(asset management), compras de direitos creditórios
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de
prestação de serviços (factoring); 

II - que tenha sócio domiciliado no exterior; 


III - de cujo capital participe entidade da administração
pública, direta ou indireta, federal, estadual ou
municipal; 
IV - (REVOGADO);
V - que possua débito com o Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas Públicas
Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não
esteja suspensa; 
VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e
interestadual de passageiros; 
VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou
comercializadora de energia elétrica; 
VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação
de automóveis e motocicletas; 
IX - que exerça atividade de importação de
combustíveis; 
X - que exerça atividade de produção ou venda no
atacado de:
a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros,
armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e
detonantes;
b) bebidas a seguir descritas:
1 - alcoólicas;
2 - refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseifi-
cadas;
3 - preparações compostas, não alcoólicas (extratos
concentrados ou sabores concentrados), para elaboração
de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de até
10 (dez) partes da bebida para cada parte do concentrado;
104 UNIUBE

4 - cervejas sem álcool;


XI - que tenha por finalidade a prestação de serviços
decorrentes do exercício de atividade intelectual, de
natureza técnica, científica, desportiva, artística ou
cultural, que constitua profissão regulamentada ou
não, bem como a que preste serviços de instrutor,
de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de
intermediação de negócios; 
XII - que realize cessão ou locação de mão de obra; 
XIII - que realize atividade de consultoria; 
XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de
imóveis. 
XV - que realize atividade de locação de imóveis
próprios, exceto quando se referir à prestação de
serviços tributados pelo ISS; (BRASIL, 2006, p. 13).

Bem como não podem se enquadrar nas situações previstas no § 4º do


artigo 3º da referida lei:
§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico
diferenciado previsto nesta Lei Complementar, incluído
o regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar,
para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica:
I − de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
II − que seja filial, sucursal, agência ou representação,
no País, de pessoa jurídica com sede no exterior;
III − de cujo capital participe pessoa física que seja
inscrita como empresário, ou seja sócia de outra
empresa que receba tratamento jurídico diferenciado
nos termos desta Lei Complementar, desde que a
receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o
inciso II do caput deste artigo;
IV − cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez
por cento) do capital de outra empresa não beneficiada
por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta
global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do
caput deste artigo;
V  −  cujo sócio ou titular seja administrador ou
equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos,
desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de
que trata o inciso II do caput deste artigo;
VI − constituída sob a forma de cooperativas, salvo as
de consumo;
UNIUBE 105

VII − que participe do capital de outra pessoa jurídica;


VIII  −  que exerça atividade de banco comercial,
de investimentos e de desenvolvimento, de caixa
econômica, de sociedade de crédito, financiamento
e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora
ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e
câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de
seguros privados e de capitalização ou de previdência
complementar;
IX − resultante ou remanescente de cisão ou qualquer
outra forma de desmembramento de pessoa jurídica
que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário
anteriores;
X  −  constituída sob a forma de sociedade por
ações. (BRASIL, 2006, p. 3).

3.2 Cálculo do valor devido por meio do PGDAS

O cálculo do valor devido pela ME ou EPP optante pelo Simples Nacional


e a geração do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS)
será realizado integralmente por meio do aplicativo do Programa de
Geração do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (PGDAS),
disponível na internet, no Portal do Simples Nacional.

O DAS será emitido em duas vias e conterá:

a. a identificação do contribuinte (razão social e CNPJ);


b. o mês de competência;
c. a data do vencimento original da obrigação tributária;
d. o valor do principal, da multa e dos juros;
e. o valor total;
f. o número único de identificação do DAS, atribuído pelo aplicativo
de cálculo;
g. a data limite para acolhimento do DAS pela rede arrecadadora;
h. o código de barras e sua representação numérica.
106 UNIUBE

É importante destacar que é vedada a emissão de DAS com valor total


inferior a R$ 10,00 (dez reais). Tal valor deverá ser diferido para os
períodos subsequentes, até que o total seja igual ou superior a R$ 10,00
(dez reais).

Nesse aplicativo, a ME ou a EPP deverá informar os valores relativos à


totalidade das receitas correspondentes às suas operações e prestações
realizadas no período.

Mas, como determinar o valor devido do imposto?

De forma simplificada, o valor devido mensalmente pela ME ou EPP


optante pelo Simples Nacional é determinado mediante aplicação das
alíquotas das tabelas 1 a 5, apresentadas, a seguir, conforme o tipo de
receita auferida.

Tabela 1. Anexo I - Atividades Comerciais


Tabela 2. Anexo II - Atividades Industriais
Tabela 3. Anexo III - Serviços e Locações
Tabela 4. Anexo IV – Serviços
Tabela 5. Anexo V - Serviços

SAIBA MAIS

Para maiores esclarecimentos sobre o cálculo do Simples Nacional, você


poderá consultar a Resolução do Comitê Gestor nº 94, que trata do cálculo
do valor devido. Esta resolução está disponível na internet, no site da Receita
da Fazenda:

<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Resolucao/2011/CGSN/
Resol94.htm>.
UNIUBE 107
Veja a Tabela 1:

Tabela 1: Anexo I da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011 (art. 25, inciso I)
(vigência: 01/01/2012)

Fonte: Portal do Simples Nacional (2012).

Observe a Tabela 2:

Tabela 2: Anexo II da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011. (art. 25, inciso II)
(vigência: 01/01/2012)

Fonte: Portal do Simples Nacional (2012).


108 UNIUBE

Veja a Tabela 3:

Tabela 3: Anexo III da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011. (art. 25, inciso III)
(vigência: 01/01/2012)

Fonte: Portal do Simples Nacional (2012).

Veja a Tabela 4:

Tabela 4: Anexo IV da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011. (art. 25, inciso IV)
(vigência: 01/01/2012)
UNIUBE 109

Fonte: Portal do Simples Nacional (2011).

Veja a Tabela 5:

Tabela 5: Anexo V da Resolução CGSN nº 94, de 29 de novembro de 2011. (art. 25, inciso V)
(vigência: 01/01/2012)

Fonte: Portal do Simples Nacional (2011).

Você poderá observar que temos 5 anexos, de acordo com a atividade


exercida pela empresa e várias faixas de acordo com a receita bruta
acumulada.
110 UNIUBE

Mas, como definir qual alíquota a ser aplicada?

Para definição da alíquota a ser aplicada sobre a receita auferida no mês,


você deverá determinar a receita bruta acumulada nos últimos 12 meses
anteriores ao período de apuração.

Para isso, em caso de início de atividade, a receita bruta acumulada será


determinada a partir da receita do próprio mês de atividade, multiplicada
por 12. Para os demais meses, até o 12º mês de atividade, você deverá
realizar a média aritmética da receita bruta dos meses anteriores ao do
período de apuração, e multiplicar por 12.

O valor devido mensalmente pelo Simples Nacional deverá ser pago até
o dia 20 do mês subsequente àquele que houver sido auferida a receita
bruta.

SAIBA MAIS

Substituição Tributária no Simples Nacional

A opção pelo Simples Nacional não exclui a incidência normal dos tributos
relativos às operações e prestações sujeitas à substituição tributária.
Nesse sentido, nas hipóteses em que a legislação estabelecer o regime
da substituição tributária, os respectivos tributos deverão ser recolhidos de
acordo com as regras aplicáveis ao contribuinte normal, não optante pelo
Simples Nacional.

Dessa forma, essas receitas relativas a operações e prestações sujeitas


à substituição tributária deverão ser segregadas das demais para fins de
cálculo do Simples Nacional, evitando-se assim que o contribuinte pague o
tributo duas vezes sobre um mesmo fato gerador. Portanto, a microempresa
e a empresa de pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, deverá
segregar, mensalmente e por estabelecimento, as receitas decorrentes de
operações e prestações sujeitas à substituição tributária.
UNIUBE 111

Uma vez apuradas as receitas de forma segregada, para fins de cálculo do


imposto, a empresa deverá aplicar, sobre cada receita, a alíquota prevista
para a faixa de recolhimento, excluído o percentual do imposto recolhido
pela substituição tributária.

3.2.1 Conhecendo o PGDAS

O Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples


Nacional (PGDAS) é um sistema eletrônico gratuito utilizado para
cálculo do Simples Nacional e emissor do DAS. Ele está disponível no
site da Secretaria da Receita Federal, no portal do Simples Nacional,
no seguinte endereço eletrônico: <http://www8.receita.fazenda.gov.br/
SimplesNacional/>.

Além de realizar o cálculo do valor devido do imposto, você poderá


realizar no portal do Simples Nacional os seguintes serviços:

• solicitação de opção ao Simples Nacional;


• acompanhamento da solicitação do Simples Nacional;
• exclusão do Simples Nacional;
• declaração Anual do Simples Nacional;
• consulta à Declaração transmitida.

O acesso ao PGDAS é por meio de certificado digital ou código de


acesso, conforme vimos anteriormente. Para cálculo do Simples Nacional
mensalmente, a empresa deverá acessar o PGDAS através do certificado
digital ou código de acesso e entrar em “CONTRIBUINTES“ e “SIMPLES
NACIONAL”, em seguida abrirá a seguinte tela, conforme apresentado
na Figura 4 a seguir.
112 UNIUBE

Figura 4: Portal do Simples Nacional / Outros Serviços.


Fonte: Portal do Simples Nacional (2011).

O programa PGDAS disponibilizará os seguintes menus:

• calcular o valor devido;


• retificação;
• impressão do DAS;
• consulta;
• sair;
• ajuda.

Para calcular o valor correto do Simples Nacional devido no mês, o


programa solicitará as seguintes informações:
UNIUBE 113

a. Período de Apuração − deverá ser informado o período de


apuração do imposto, com dois dígitos para o mês e quatro dígitos
para o ano, em que foi auferida a receita, conforme ilustra a Figura 5.

Figura 5: PGDAS – Período de apuração.


Fonte: PGDAS. Versão 1.5.7. (2011).

b. Receita Bruta Total do PA – informe da receita bruta mensal


da empresa em R$ (matriz e filial), utilizando-se o regime de
competência, conforme a Figura 6.

Figura 6: PGDAS – Receita do Período de Apuração: RPA.


Fonte: PGDAS. Versão 1.5.7 (2011).

c. Receita Bruta Total Mensal dos períodos de apuração anteriores


à opção − no primeiro acesso, a empresa deverá informar as recei-
tas brutas totais da empresa, mês a mês, dos 12 meses anteriores
à opção, ou desde o início das atividades, se esta for posterior.

Lembrando que, nos casos em que não tenha havido movimento o,


campo deverá ser preenchido com 0,00. Para os demais acessos,
114 UNIUBE

o programa informará este campo, com o somatório das receitas


informadas em períodos anteriores, conforme a Figura 7, a seguir.

Figura 7: PGDAS – Receita Bruta de Períodos anteriores.


Fonte: PGDAS.

d. Atividades econômicas com receitas no período − A empresa deve-


rá marcar as atividades econômicas que obtiveram receitas no período
de apuração selecionado. E, em seguida, deverá clicar em “continuar”,
quando, então, será solicitado a informar a receita por atividade selecio-
nada, conforme ilustra as Figuras 8 e 9, a seguir. Caso ocorra substitui-
ção tributária, isenção, redução, imunidade, ou exigibilidade suspensa, o
contribuinte deverá marcar a caixa de texto, para cada situação.

Figura 8: PGDAS – Receita por atividade.


Fonte: PGDAS (2011).
UNIUBE 115

Figura 9: PGDAS – Receita por atividade.


Fonte: PGDAS (2011).

Ao término do preenchimento das informações, a empresa deverá


clicar no botão “continuar” para preencher as informações do próximo
estabelecimento caso possua. Ao final, deverá clicar no botão “calcular”.

SAIBA MAIS

Existem vários aplicativos disponíveis no mercado que realizam o cálculo do


Simples Nacional. Mas a “DAS” – Documento de Arrecadação do Simples
Nacional somente é gerada por meio do aplicativo próprio PGDAS.

3.2.2 Recolhimento fora do prazo

O valor do Simples Nacional não recolhido até a data do vencimento deverá


ser pago com incidência de encargos de multa e juros de mora. A multa de
mora será calculada à taxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento), por
dia de atraso, limitada a 20% (vinte por cento). Sendo calculada a partir do
primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo até o dia em que ocorrer
o seu pagamento.
116 UNIUBE

Sobre o valor não recolhido, ainda incidirão juros de mora calculados com
base na SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a partir do
primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo e até o mês
anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.

Dessa forma, no caso de pagamento em atraso, dentro do próprio mês


de vencimento do Simples Nacional, não incidirá juros de mora. No
segundo mês incidirá 1% de juros de mora. Nos meses seguintes, os
juros de mora corresponderão à SELIC acumulada referente aos meses
anteriores, mais 1%.

EXEMPLIFICANDO!

O Simples Nacional devido referente ao mês de agosto de 2009 deveria ter


sido recolhido até o dia 20 de setembro de 2009. Todavia, este recolhimento
veio a ser efetuado somente no mês de maio de 2010. Neste caso, sobre o
montante apurado incidiram os seguintes acréscimos:

a. multa de mora: 20%, que corresponde ao limite máximo.


b. juros de mora: 5,76% que corresponde à SELIC dos meses outubro/09
(0,69%), novembro/09 (0,66%), dezembro/09 (0,73%), janeiro/10
(0,66%), fevereiro/10 (0,59%), março/10 (0,76%), abril/10 (0,67%), mais
1% correspondente ao mês de maio de 2010.

Considerando que o valor devido no mês de agosto de 2009 foi de R$


10.000,00, o valor a ser recolhido será de R$ 12.576,00, sendo:

Principal: R$ 10.000,00
Multa: R$ 2.000,00
Juros: R$ 576,00
Total: R$ 12.576,00

Para geração da guia para recolhimento do Simples Nacional fora do prazo,


você deverá acessar o PGDAS.
UNIUBE 117

3.2.3 Contribuição previdenciária

Está incluso, nos valores pagos através do Simples Nacional, a


contribuição patronal devida pelas empresas, exceto as contribuições que
a empresa tem de descontar ou reter de outros contribuintes, tais como
aquelas descontadas de empregados e contribuintes individuais, bem
como aquelas retidas pelas tomadoras de serviços sujeitos à retenção
de 11%, conforme previsto no artigo 31 da Lei nº 8.212/91.

Para você determinar o cálculo da contribuição previdenciária devida


pelas empresas optantes pelo Simples Nacional, você deverá atentar
para a atividade exercida pela empresa: verificar se a empresa exerceu
atividade exclusivamente tributada pelos anexos I, II, III e V; se a empresa
exerceu atividade tributada pelo anexo IV; e se a empresa exerceu
atividades tributadas pelos anexos I, II, III e V, concomitantemente com
as atividades previstas no anexo IV.

3.2.3.1 Empresa exerceu atividade tributada exclusivamente pelos


anexos I, II, III e V

As empresas que exerceram atividades exclusivamente previstas


nos anexos I, II, III e V, deverão recolher, a título de contribuição
previdenciária, por meio da Guia da Previdência Social (GPS) apenas o
valor retido de seus empregados e contribuintes individuais.

3.2.3.2 Empresa com atividades tributadas na forma do Anexo IV

As empresas que exerçam atividades tributadas pelo anexo IV deverão


calcular integralmente as contribuições previdenciárias (INSS) incidentes
sobre a folha de pagamento de seus empregados, de acordo com as
regras aplicáveis para as empresas não optantes. Cabe lembrar que,
as empresas optantes pelo Simples Nacional estão dispensadas do
pagamento das contribuições devidas para outras entidades (terceiros).
118 UNIUBE

EXEMPLIFICANDO!

Considerando uma empresa com receita bruta, no mês de março de 2011,


proveniente de serviços de engenharia, tributados na forma do anexo IV ,
com RAT determinado na alíquota de 1% e bases de cálculos referentes ao
pagamento das remunerações a seus empregados e prestadores de:

Empregados: R$ 10.000,00
Contribuintes Individuais: R$ 5.000,00

Em relação às remunerações pagas, a empresa reteve os seguintes valores:

Empregados: R$ 900,00
Contribuintes Individuais: R$ 550,00

Desta forma, a empresa deverá recolher o seguinte valor:

Cálculo da GPS
Recolhimento sobre a folha de pagamento dos
R$ 2.100,00
empregados...............................................................:
Recolhimento sobre a remuneração dos contribuintes
R$ 1.000,00
individuais...................................................................:
Contribuição descontada dos
R$ 900,00
empregados...............................................................:
Contribuição descontada dos contribuintes
R$ 550,00
individuais...................................................................:
Total a ser recolhido...................................................: R$ 4.500,00

Assim, a empresa deverá recolher até o dia 20 do mês subsequente ao da


competência. Caso não haja expediente bancário, o recolhimento deverá
ser antecipado.
UNIUBE 119

As empresas optantes pelo Simples Nacional terão por definição


FAP = 1,00, ou seja, neutro, conforme prevê o subitem 2.4 da
Resolução MPS nº 1316/2010.

3.2.3.3 Empresas que exercem atividades tributadas na forma do


Anexo I, II, III e V, concomitantemente com as atividades do
anexo IV

As empresas optantes pelo Simples Nacional que exercerem atividades


concomitantes terão recolhimento previdenciário patronal proporcional à
parcela da receita bruta auferida nas atividades enquadradas no Anexo
IV, em relação à receita bruta total auferida pela empresa.

Desse modo, a contribuição a ser recolhida à Previdência Social


correspondente ao exercício concomitante de atividades, corresponderá
na multiplicação de dois fatores:

a. valor da contribuição calculada conforme o disposto no artigo 22, da


Lei nº 8.212/91;

b. pela fração, cujo numerador é a receita bruta auferida nas atividades


enquadradas no anexo IV e o denominador é a receita bruta total
auferida pela empresa.

Assim, teremos:

RBS
CPP = ( 20%) + (RAT) X
RBT
120 UNIUBE

CPP = Contribuição Previdenciária Patronal;

20% = INSS patronal calculado com base nas remunerações pagas,


devidas ou creditadas, aos segurados empregados;
RAT = Contribuição devida para financiamento da aposentadoria especial
em função do grau de risco da atividade laborativa incidente sobre o
total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos
segurados empregados e trabalhadores avulsos, sendo:

• 1% para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de


acidentes do trabalho seja considerado leve;
• 2% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco
seja considerado médio;
• 3% para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco
seja considerado grave.

OBSERVAÇÃO: as alíquotas constantes do RAT serão reduzidas em até


50% (cinquenta por cento) ou aumentadas em até 100% (cem por cento),
em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva
atividade, aferida pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

RBS: Receita Bruta de Serviços do anexo IV;

RBT: Receita Bruta Total auferida pela empresa.

EXEMPLIFICANDO!

Considerando uma empresa com RAT de 1% e a seguinte folha de


pagamento:

Segurados Remuneração INSS retido


Empregados R$ 12.000,00 R$ 1.080,00
Contribuintes Individuais R$ 6.000,00 R$ 660,00
UNIUBE 121

E receita auferida no mês de:

Receita Auferida

Receita Bruta de Serviços de Vigilância R$ 10.000,00

Receita Bruta Total auferida pela empresa R$ 80.000,00

Teremos o seguinte cálculo da contribuição previdenciária:

Cálculo da GPS

Recolhimento sobre a folha de pagamento dos


R$ 2.520,00
empregados (20% sobre a remuneração)...............:

Recolhimento sobre a remuneração dos


contribuintes individuais (20% sobre a R$ 1.200,00
remuneração)..........................................................:

RAT (1% sobre a remuneração dos empregados)..: R$ 120,00

Total 1 R$ 3.840,00

RBS
CPP = ( 20%) + (RAT) X
RBT

R$ 10.000,00
CPP = R$ 3.840,00 X
R$ 80.000,00

CPP = R$ 3.840,00 X 0,1250

CPP = R$ 480,00
122 UNIUBE

3.3 Obrigações acessórias

O Simples Nacional prevê, além da unificação de procedimentos em


relação à apuração e recolhimento de impostos e contribuições da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, regras diferenciadas
e favorecidas em relação ao cumprimento das obrigações acessórias.

As obrigações fiscais acessórias no Regime Tributário Unificado estão


consolidadas na Resolução nº 10, de 2007, expedida pelo Comitê Gestor
do Simples Nacional. Vale ressaltar que, além das regras constantes da
Resolução CGSN nº 10, expostas a seguir, devem ainda ser verificadas
as regras constantes na legislação interna de cada Estado ou Município.

3.3.1 Documentos fiscais

As ME e as EPP optantes pelo Simples Nacional utilizarão os documentos


fiscais, conforme as operações e prestações que realizarem tais
documentos, inclusive os emitidos por meio eletrônico, autorizados pelos
entes federativos onde possuírem estabelecimento. Portanto, podemos
dizer que foi mantida a competência dos Estados, Distrito Federal e
Municípios para disciplinar a emissão de documentos fiscais.

A utilização dos documentos fiscais fica condicionada, no entanto, à


inutilização dos campos destinados à base de cálculo e ao imposto
destacado, de obrigação própria, constando, no campo destinado às
informações complementares as expressões:

• “documento emitido por ME ou EPP optante pelo Simples Nacional”;

• “não gera direito a crédito fiscal de IPI.”


UNIUBE 123

A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional que emitir Nota Fiscal com
direito ao crédito estabelecido no § 1º do art. 23 da Lei Complementar
nº 123/2006 consignará no campo destinado às informações
complementares, a expressão: "permite o aproveitamento do crédito de
ICMS no valor de Cr$.....; correspondente à alíquota de .....%, nos termos
do art. 23 da LC 123/2006." (BRASIL, 2006, p.30).

A alíquota aplicável ao cálculo do crédito corresponderá ao percentual


previsto na coluna "ICMS" nos Anexos I ou II da Lei Complementar nº
123, de 2006, para a faixa de receita bruta a que a empresa estiver
sujeita no mês anterior ao da operação, assim considerada:

a. a receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses que antecederem o


mês anterior ao da operação;
b. a média aritmética da receita bruta total dos meses que antecederem
o mês anterior ao da operação, multiplicada por 12 (doze), na
hipótese de a empresa ter iniciado suas atividades há menos de 13
meses da operação;
c. o percentual de ICMS referente à menor alíquota prevista nos
Anexos I ou II da Lei Complementar nº 123, de 2006, na hipótese
da operação ocorrer no mês de início de atividades da ME ou EPP
optante pelo Simples Nacional. Exemplificando: Uma empresa
comercial – EPP realiza a revenda de uma mercadoria a um
contribuinte normal do ICMS (destinatária), no mês de fevereiro/2012,
no valor de R$ 10.000,00. Para se chegar ao valor correspondente
ao crédito, é necessário verificar em qual faixa de recolhimento essa
pequena empresa se enquadrou no mês de janeiro/2012.

Considerando que no mês de janeiro de 2012, tenha se enquadrado na


faixa correspondente ao intervalo de receita bruta nos últimos 12 meses
de R$ 900.000,01 a R$ 1.080.000,00, e que o Estado não concede
qualquer redução, o percentual relativo ao ICMS pago em janeiro é
de 2,82%, conforme demonstra a Tabela 6, a seguir.
124 UNIUBE

Tabela 6: Anexo 1. Atividades Comerciais – Efeitos a partir de 01/01/2012

Receita Bruta em 12 meses PIS/


Alíquota IRPJ CSLL COFINS CPP ICMS
(em R$) PASEP

Até 180.000,00
4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%

De 180.000,01 a 360.000,00
5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%

De 360.000,01 a 540.000,00
6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%

De 540.000,01 a 720.000,00
7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%


Percentual relativo
ao crédito de ICMS a
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39%
ser1,17%
destacado0,28%
em 3,35% 2,87%

documento fiscal.
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

Fonte: Portal do Simples Nacional (2012).


UNIUBE 125

Assim, a empresa adquirente terá direito ao crédito de ICMS


correspondente a:

R$ 10.000,00 x 2,82% = R$ 282,00.

Em se tratando de uma empresa em início de atividade, o crédito seria


calculado com base no menor percentual previsto para o ICMS, ou seja,
1,25% (Tabela 7).

Tabela 7: Anexo 1. Atividades Comerciais – Efeitos a partir de 01/01/2012

PIS/
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS CPP ICMS
PASEP

Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%

De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%

De 360.000,01 a 540.000,00 Percentual relativo


6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%
ao crédito de ICMS a
De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35%ser destacado
1,04% 0,25% 2,99% 2,56%
em
De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% documento
1,05% fiscal.
0,25% 3,02% 2,58%

De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

Fonte: Portal do Simples Nacional (2012).


126 UNIUBE

Dessa forma, a empresa adquirente teria o direito ao crédito de ICMS


correspondente a:

R$ 10.000,00 x 1,25% = R$ 125,00.

A empresa adquirente da mercadoria não poderá se creditar do ICMS


consignado em nota fiscal emitida por ME ou EPP optante pelo Simples
Nacional, conforme descrito anteriormente, nos casos em que:

a. a alíquota relativa ao crédito do ICMS não for informada na nota


fiscal;

b. a mercadoria adquirida não se destinar à comercialização ou


industrialização.

SAIBA MAIS

As empresas sujeitas ao regime de apuração do PIS e da COFINS


não cumulativa que adquirirem mercadorias para comercialização ou
industrialização de empresas tributadas pelo Simples Nacional poderão
descontar créditos calculados em relação a estas aquisições, observadas
as vedações previstas em legislação própria.

3.3.2 Livros fiscais e contábeis

As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo


Simples Nacional deverão adotar para os registros e controles de suas
operações e prestações os seguintes livros:

a. livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua


movimentação financeira e bancária;

b. livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados


os estoques existentes no término de cada ano-calendário, quando
contribuinte do ICMS;
UNIUBE 127

c. livro Registro de Entradas, modelo 1 ou 1-A, destinado à


escrituração dos documentos fiscais relativos às entradas de
mercadorias ou bens e às aquisições de serviços de transporte e
de comunicação efetuadas a qualquer título pelo estabelecimento,
quando contribuinte do ICMS;

d. livro Registro dos Serviços Prestados, destinado ao registro dos


documentos fiscais relativos aos serviços prestados sujeitos ao ISS,
quando contribuinte do ISS;

e. livro Registro de Serviços Tomados, destinado ao registro dos


documentos fiscais relativos aos serviços tomados sujeitos ao ISS;

f. livro de Registro de Entrada e Saída de Selo de Controle, caso


exigível pela legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;

g. livro Registro de Impressão de Documentos Fiscais;

h. livros específicos pelos contribuintes que comercializarem


combustíveis;

i. livro de registro de veículos, para aqueles que interfiram


habitualmente no processo de intermediação de veículos, inclusive
como simples depositários ou expositores;

j. livro Diário e Razão − a apresentação da escrituração contábil,


através do livro Diário e Razão, dispensa a apresentação do Livro
Caixa.

Os livros citados, anteriormente, poderão ser dispensados, no todo ou


em parte, pelo ente tributante da circunscrição fiscal do estabelecimento
do contribuinte, respeitados os limites de suas respectivas competências.
128 UNIUBE

3.3.3 Declarações

Os contribuintes optantes pelo Simples Nacional apresentarão,


anualmente, Declaração única e simplificada de informações
socioeconômicas e fiscais, denominada (DASN), que será entregue à
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), por meio da internet, até
o último dia útil do mês de março do ano-calendário subsequente ao de
ocorrência dos fatos geradores dos impostos e contribuições previstos
no Simples Nacional.

As ME e as EPP ficam obrigadas, ainda, à entrega da Declaração


Eletrônica de Serviços, quando exigida pelo Município, que servirá
para a escrituração mensal de todos os documentos fiscais emitidos e
documentos recebidos referentes aos serviços prestados, tomados ou
intermediados de terceiros.

A Declaração Eletrônica de Serviços substitui o Livro Registro de Serviços


Prestados e o Livro Registro de Serviços Tomados, e será apresentada
ao Município pelo prestador, pelo tomador, ou por ambos, observadas as
condições previstas na legislação de sua circunscrição fiscal, até o dia
10 de cada mês subsequente ao da prestação ou dos serviços tomados.

IMPORTANTE!

No município de Uberaba, a Declaração Eletrônica de Serviços – DES


está disponível na internet, no endereço eletrônico: <http://www.webiss.
com.br/> juntamente com todas as informações necessárias para o correto
preenchimento dos dados relativos aos documentos emitidos, tomados,
cancelados e extraviados.
Verifique, junto à Prefeitura Municipal de sua cidade, como é realizada a
entrega da Declaração Eletrônica de Serviços.
UNIUBE 129

É oportuno destacar que as Micros e Pequenas Empresas, optantes pelo


Simples Nacional, ficam dispensadas da apresentação da Declaração
de Débitos e Créditos tributários federais DCTF e do Demonstrativo de
apuração das contribuições sociais (DACON), exceto no caso da pessoa
jurídica ter sido tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado nos
períodos que antecederam a opção pelo regime.

Lembrete: o ingresso no Simples Nacional não dispensa, todavia, as


ME e EPP da obrigação de apresentar as demais declarações devidas à
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), bem como as informações
referentes a terceiros, relativamente aos períodos que antecederem os
efeitos da opção pelo Simples Nacional.

3.4 Exclusão do Simples Nacional

A exclusão do regime de tributação do Simples Nacional poderá


acontecer por ofício ou mediante comunicação da empresa.

A exclusão de ofício ocorrerá nas seguintes hipóteses:

a. por falta de comunicação de exclusão obrigatória;


b. quando ocorrer embaraço à fiscalização, em virtude da não
apresentação dos livros e documentos a que a empresa estiver
obrigada, bem como a falta de informação a que estiver intimada a
apresentar, e nas demais hipóteses que autorizam a requisição de
auxílio de força pública;
c. resistência à fiscalização, impedindo o acesso ao estabelecimento,
ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde desenvolvam suas
atividades;
d. constituição da empresa por interpostas pessoas;
e. prática reiterada de infração à Lei Complementar nº 123, de 2006;
f. comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho.
130 UNIUBE

g. falta de escrituração do livro-caixa ou escrituração que não permita


a identificação da movimentação financeira, inclusive a bancária;
h. valor das despesas pagas superiores a 20% do valor de ingressos
de recursos no mesmo período, exceto o ano de início de atividades;
i. aquisições de mercadorias para comercialização ou industrialização
superiores a 80% dos ingressos de recursos no mesmo período,
exceto no ano de início de atividades;
j. constata, quando do ingresso no Simples Nacional, que a empresa
incorria em alguma das hipóteses de vedação expressa no artigo
12, da Resolução CGSN nº 4, de 2007;
k. não emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviços,
conforme o caso;
l. omitir, na folha de pagamento da empresa ou em documento de
informações previsto pela legislação previdenciária, trabalhista ou
tributária, segurado empregado, trabalhador avulso ou contribuinte
individual que lhe preste serviço;
m. houver descumprimento, no caso dos escritórios contábeis, das
obrigações de que trata o §6º do artigo 12, da Resolução CGSN, nº
04, 2007.

É de competência das Secretarias de Fazenda ou de Finanças do Estado


ou do Distrito Federal a exclusão de ofício das ME ou EPP do Simples
Nacional. E, tratando-se de prestação de serviços, a competência
tributária é do Município.

Além da exclusão de ofício, realizada pela autoridade fiscal, a exclusão


do Simples Nacional também poderá ser realizada pelo contribuinte, por
comunicação, à Secretaria da Receita Federal, por meio do Portal do
Simples Nacional na internet. O acesso a esse serviço será mediante
código de acesso ou certificado digital.
UNIUBE 131

A exclusão por comunicação poderá ser realizada nos seguintes casos:

a. por opção, ou seja, quando a empresa optante pelo Simples


Nacional, desejar deixar de ser optante pelo sistema, sem que tenha
incidido em hipótese de exclusão. Neste caso, a comunicação ocorrerá
a qualquer tempo, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro do ano
calendário subsequente, exceto se a empresa excluir-se do Simples
Nacional no mês de janeiro, assim os efeitos da exclusão dar-se-ão
no mesmo ano calendário da exclusão;

EXEMPLIFICANDO!

Uma empresa pede sua exclusão por opção em 15/03/2011, então, a


exclusão produzirá efeitos em 01/01/2012. Mas, se ela tiver pedido em
28/01/2012, a exclusão terá efeitos a partir de 01/01/2012.

b. obrigatoriamente, quando incorrer em qualquer das situações


previstas na legislação do Simples Nacional, como vedação.
A comunicação deverá ser realizada até o último dia útil do mês
subsequente àquele em que ocorreu a situação de vedação, com
efeitos a partir do mês seguinte da ocorrência da situação impeditiva;

EXEMPLIFICANDO!

Determinada empresa registrou alteração cadastral no órgão competente,


incluindo uma pessoa jurídica em seu quadro societário, em 10/04/2012.
Sendo assim, a empresa deverá comunicar sua exclusão do Simples
Nacional, até o último dia útil do mês de maio de 2012. E esta exclusão terá
efeitos a partir de 01/05/2012.

c. obrigatoriamente, quando a empresa auferir receita bruta anual,


superior a R$ 3.600.000,00 ou receita bruta no ano calendário
de início de atividades superior a R$ 300.000,00, multiplicados
pelo número de meses de atividades no período. Neste caso, a
comunicação deverá ser realizada até o último dia útil do mês de
132 UNIUBE

janeiro, do ano calendário subsequente àquele em que ocorreu


o excesso da receita bruta, o que produzirá seus efeitos a partir
de 1º de janeiro do ano-calendário subsequente ao do que tiver
ultrapassado o limite. Ou, tratando-se de excesso de receita bruta,
no ano de início de atividade, produzirá efeitos retroativamente ao
início das atividades, ou a partir de 1º de janeiro do ano calendário
subsequente, quando o limite for inferior a 20%.

EXEMPLIFICANDO!

Empresa aberta em 05/09/2012. Em setembro, sua receita mensal foi de


R$ 380.000,00. Em outubro, de R$ 250.000,00. Em novembro, de R$
475.000,00 e, em dezembro, de R$ 355.000,00, somando um total de R$
1.460.000,00.

Setembro 380.000,00
Outubro 250.000,00
Receita Bruta
Novembro 475.000,00
Acumulada
Dezembro 355.000,00
TOTAL 1.460.000,00

Seu limite para continuar optante era de R$ 1.200.000,00, ou seja, R$


300.000,00 multiplicada por 4 (setembro, outubro, novembro e dezembro).

Desta forma, observamos que o valor da receita bruta acumulada ultrapassou


em mais de 20% do limite; neste caso, a empresa comunicará sua exclusão,
obrigatoriamente até o último dia útil do mês de janeiro de 2011, com efeitos
retroativos à data de sua abertura 05/09/2012.

Vejam bem, que, em ambos os casos, quem comunica a exclusão é a


empresa, mesmo quando obrigatória.
UNIUBE 133

A falta de comunicação, quando obrigatória, fora dos prazos previstos,


ensejará multa correspondente a 10% do total de impostos e contribuições
devidos em conformidade com o Simples Nacional no mês que anteceder
o início dos efeitos da exclusão, ou do impedimento, não inferior a R$
500,00.

3.5 Distribuição de lucros no Simples Nacional

O lucro distribuído pago ao titular ou sócio da microempresa ou empresa


de pequeno porte optante pelo Simples Nacional é isento de imposto
de renda, na fonte ou na declaração de ajuste anual do beneficiário. Tal
isenção está limitada ao valor resultante da aplicação dos percentuais
de que trata o artigo 15, da lei nº 9.249, de 1995 (Tabela 8) sobre a
receita bruta mensal, no caso de antecipação de fonte, ou da receita
bruta total anual, tratando-se de declaração de ajuste anual, subtraído do
valor devido na forma do Simples Nacional no período, relativo ao IRPJ.

Tabela 8: Atividades exercidas

Atividades Percentuais (%)

Venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de combustíveis


para consumo). Transporte de cargas. Serviços hospitalares. Atividade
rural. Atividades imobiliárias. Construção por empreitada, quando houver
emprego de materiais próprios, em qualquer quantidade. Qualquer outra
atividade (exceto prestação de serviços), para a qual não esteja previsto 8%
percentual específico.

Revenda, para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool


etílico carburante e gás natural. 1,6%
Serviços de transporte (exceto o de cargas). Serviços (exceto
hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões
regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com
receita bruta anual não superior a $120.000,00. Instituições financeiras 16%
e entidades a elas equiparadas.
134 UNIUBE

Serviços em geral, para os quais não esteja previsto percentual


específico, inclusive os prestados por sociedades civis de profissões
regulamentadas. Intermediação de negócios. Administração, locação
ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. 32%
Factoring. Construção por empreitada, quando houver emprego
unicamente de mão de obra, ou seja, sem o emprego de materiais.

Fonte: Brasil (1995).

EXEMPLIFICANDO!

Suponhamos uma empresa comercial, com receita bruta mensal de R$


150.000,00. Primeiro, deverá ser aplicado o percentual presumido para a
atividade, ou seja, 8%, (R$ 150.000,00 x 8% = R$ 12.000,00), em seguida,
do valor apurado, será subtraído o valor devido ao Simples Nacional no
período, relativo ao IRPJ, que, no caso, corresponde a R$ 525,00 (R$
150.000,00 x 0,35%).

Logo, poderá ser distribuído com isenção neste mês até R$ 11.475,00 (R$
12.000,00 - R$ 525,00).

Com o mercado cada vez mais competitivo, a maior dificuldade para os


micros e pequenos empresários é a alta carga tributária e a burocracia
enfrentada na gestão dos negócios. Podemos finalizar este capítulo
concluindo que o Simples Nacional foi instituído para beneficiar essas
empresas, permitindo a aglutinação de oito impostos: ICMS, ISS,
PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, IPI e INSS, em um só tributo, incluindo as
obrigações acessórias.
UNIUBE 135

Resumo

O Simples Nacional é um regime tributário destinado às empresas


enquadradas como microempresas e empresas de pequeno porte. Para
optar por este regime, é necessário que a empresa formalize a opção
pelo acesso ao portal do Simples Nacional, na internet, por meio de
código de acesso ou certificado digital. O portal permite realizar, além
da opção, cálculo do valor devido do imposto por meio do aplicativo
PGDAS – Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples
Nacional, elaboração da Declaração Anual do Simples Nacional e
Exclusão do regime.

Para calcular o valor devido ao Simples Nacional, é necessário segregar


a receita total auferida no mês de apuração do imposto, de acordo com
as atividades exercidas, em seguida, determinar a alíquota a ser aplicada,
(de acordo com a receita bruta total acumulada nos últimos 12 meses
anteriores ao período de apuração), sob a receita auferida por atividade.
O valor não recolhido dentro do prazo legal ensejará em multa e juros
de mora.

O Simples Nacional tem, entre outros objetivos, a simplificação das


obrigações acessórias, que são a emissão de documentos fiscais, a
escrituração dos livros fiscais e contábeis, e a entrega da declaração
anual do Simples Nacional. A empresa ME ou EPP optante pelo regime
simplificado de recolhimento poderá ser excluída de ofício ou por
comunicação, do regime, nos casos previstos em lei.
136 UNIUBE

Referências

BRASIL. Lei complementar nº 123, de 14 dez. 2006. Institui o Estatuto Nacional da


Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Disponível em: <http://www.receita.
fazenda.gov.br/Legislacao/LeisComplementares/2006/leicp123.htm>.
Acesso em: 28 mar. 2011.

______. Lei nº 9.249 de 1995. Dá nova redação aos dispositivos da Lei nº 8.981, de 20
de janeiro de 1995, que altera a legislação tributária federal, e dá outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9065.htm>.
Acesso em: 04 abr. 2011.

______. Portal do Simples Nacional. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.


gov.br/publico/Legislacao/Resolucao/2008/ResolucaoCGSN/ResolucaoCGSN512008/
Anexos.doc>. Acesso em: 03 abr. 2011.

______. Receita Federal. PGDAS. Versão 1.5.7. Disponível em <https://www8.receita.


fazenda.gov.br/SimplesNacional/Aplicacoes/ATSPO/pgdarf.app/Default.aspx#>.
Acesso em: 25 abr. 2011.

______. Receita Federal. Resolução CGSN nº 51, de 22 de dezembro de 2008,


de 29 de novembro de 2011. Disponível:<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/
Resolucao/2008/CGSN/Resol51.htm>. Acesso em 13 set. 2012.

______. Resolução do MPS/CNPS nº 1316/2010. 14 jun. 2010. Disponível em:


<http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/72/MPS-CNPS/2010/1316.htm>.
Acesso em: 03 abr. 2011.

______.Resolução do CGSN nº 10, de 28 jun. 2007. Disponível em: <http://www.


receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Resolucao/2007/CGSN/Resol10.htm>.
Acesso em: 04 abr. 2011.

______. Resolução do CGSN nº 15, de 23 jul. 2007. Disponível em: <http://www.


receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Resolucao/2007/CGSN/Resol15.htm>.
Acesso em: 25 abr. 2011.

______. Resolução do CGSN nº 51, de 22/12/2008. Disponível em: <http://www.


receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Resolucao/2008/CGSN/Resol51.htm>.
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______. Resolução do CGSN nº 94, de 29/11/2011. Disponível em: <http://www.receita.


fazenda.gov.br/Legislacao/Resolucao/2011/CGSN/Resol94.htm>. Acesso em:
18 set. 2012.
UNIUBE 137

______. Simples Nacional. Disponível em: <http://www8.receita.fazenda.gov.br/


SimplesNacional/>. Acesso em 13 set. 2012.

UBERABA. Declaração Eletrônica de Serviços – DES. Disponível em: <http://www2.


webiss.com.br/uberaba/Entrada/Autenticacao.aspx?ReturnUrl=%2fuberaba%2fdefaul
t.aspx>.Acesso em 13 set. 2012.
Capítulo
Principais obrigações
acessórias: DCTF, DACON,
4
DIPJ, SINTEGRA, EFD, ECD

Introdução
Finalizando nossos estudos sobre a escrituração fiscal, dentro
dos mais diversos tipos de empresas, não podemos deixar de
comentar sobre as principais obrigações acessórias que as
empresas devem cumprir. Já estudamos que a obrigação tributária
é composta pela:

a. obrigação principal, com a ocorrência do fato gerador,


que tem por objetivo o pagamento de tributo ou penalidade
pecuária, e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente;

b. obrigação acessória, que é decorrente da legislação


tributária, e tem por objeto as prestações, positivas ou
negativas, nela previstas, no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.

Assim, em termos práticos, podemos dizer que tudo o que a


legislação tributária exige do contribuinte, além do pagamento do
tributo propriamente dito, enquadra-se como obrigação acessória,
tais como a emissão de documentos fiscais, escrituração dos
livros, apresentação de informações ao Fisco etc.
140 UNIUBE

Cabe destacarmos, ainda, que a obrigação acessória, pelo simples


fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuária. Assim, o contribuinte que
deixar de cumprir qualquer obrigação acessória dentro do prazo
fixado pela legislação ficará sujeito à respectiva penalidade.

Neste último capítulo, veremos as principais obrigações acessórias


exigidas pelo fisco federal e estadual.

Objetivos

Após a conclusão deste capítulo, você estará apto a:

• identificar quais são as obrigações acessórias que as


empresas devem cumprir, de acordo com a sua tributação;
• atender à legislação tributária, no que diz respeito ao
cumprimento das obrigações acessórias;
• elaborar as principais obrigações acessórias tributárias, a
partir do download e instalação dos aplicativos necessários.

Esquema

Obrigações acessórias

FEDERAL ESTADUAL

DSPJ DIPJ ECD NF-e EDF SINTEGRA

DACON DCTF
UNIUBE 141

4.1 Obrigações acessórias – federais

4.1.1 Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica-Inativa – DSPJ

Esta declaração deve ser apresentada pelas pessoas jurídicas que


permaneceram inativas, no decorrer do ano-calendário. Considera-se
inativa, para efeito de apresentação da declaração, a pessoa jurídica
que não tenha efetuado qualquer atividade operacional, não operacional,
patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no mercado financeiro ou
de capitais, durante todo o ano calendário.

A DSPJ Inativa deve ser apresentada também pelas empresas que


forem extintas, cindidas parcialmente, cindidas totalmente, fusionadas ou
incorporadas, durante o ano-calendário, e que permanecerem inativas,
durante o período de 1º de janeiro até a data do evento.

PARADA OBRIGATÓRIA

As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples


Nacional que permanecerem inativas durante todo o ano-calendário ficam
dispensadas da apresentação da DSPJ-inativa. Neste caso, a pessoa
jurídica apresentará a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN), com
a opção de inatividade assinalada.

A DSPJ deverá ser enviada pela internet, pelo formulário on-line


disponível no endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>, no período
de janeiro a março, do exercício subsequente àquele em for constituída
a inatividade. Após o envio da declaração, o recibo de entrega será
disponibilizado para impressão ou gravação.

A falta de apresentação da declaração, ou a sua apresentação fora


do prazo estipulado, sujeita a multa de R$ 200,00 que será emitida
automaticamente, no momento do envio da declaração em atraso.
142 UNIUBE

Ocorrendo algum erro após o envio da declaração, a empresa poderá


retificar a declaração apresentada originalmente, substituindo-a
integralmente.

4.1.2 Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa


Jurídica – DIPJ

Todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, tributadas pelo


lucro real, presumido, arbitrado, isentas ou imunes, deverão apresentar a
Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ),
devendo ser apresentada também pelas empresas extintas, cindidas,
fusionadas, ou incorporadas.

Estão desobrigadas de apresentar a declaração:

a. as pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional, por estarem


obrigadas à apresentação da Declaração Anual do Simples Nacional
(DASN);
b. as pessoas jurídicas inativas, assim consideradas as que não
realizaram qualquer atividade operacional, não operacional,
financeira ou patrimonial, por apresentarem a Declaração de
Inatividade;
c. os órgãos públicos, as autarquias e as fundações públicas.

Não devem apresentar a DIPJ, mesmo quando se encontrem inscritas no


Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou que tenham seus atos
constitutivos registrados em Cartórios ou Juntas comerciais:

a. os consórcios constituídos com a finalidade de concorrer à licitação


para contratação de obras e serviços de engenharia, bem como
aqueles constituídos na forma da lei nº 6.404/76, artigos 278 e 279;
b. a pessoa física que, individualmente, exerça profissão ou explore
atividade sem vínculo empregatício, prestando serviços profissionais,
mesmo quando possua estabelecimento em que desenvolva suas
atividades e empregue auxiliares;
UNIUBE 143

c. a pessoa física que explore, individualmente, contratos de


empreitada unicamente de mão de obra, sem o concurso de
profissionais qualificados ou especializados;
d. a pessoa física que, individualmente, exerça atividade de recepção
de apostas da Loteria Esportiva e da Loteria de Números (Loto,
Sena, Mega-Sena etc) credenciada pela Caixa Econômica Federal,
ainda que, para atender exigência do órgão credenciador, esteja
registrada como pessoa jurídica, desde que não explore, no mesmo
local, outra atividade comercial;
e. o condomínio de edificações;
f. os fundos em condomínio e clubes de investimento, exceto aqueles
de investimento imobiliário de que trata a Lei nº 9.779, de 1999, art. 2º;
g. a Sociedade em Conta de Participação (SCP), cujo resultado deve
estar incluído na declaração da pessoa jurídica do sócio ostensivo;
h. as pessoas jurídicas domiciliadas no exterior que possuam no Brasil
bens e direitos sujeitos a registro público;
i. o representante comercial, corretor, leiloeiro, despachante etc que
exerça exclusivamente a mediação para a realização de negócios
mercantis, desde que não a tenha praticado por conta própria;
j. as pessoas físicas que, individualmente, exerçam as profissões ou
explorem atividades, definidas no artigo 150, § 2º do RIR/1999, como
por exemplo: serventuários de justiça e tabelião.

PARADA OBRIGATÓRIA

Segundo o artigo 150, §2º, RIR/1999 – Decreto 3.000, 26/03/1999:


Artigo 150. As empresas individuais, para os efeitos
do imposto de renda, são equiparadas às pessoas
jurídicas.

§1º São empresas individuais:


[...] as pessoas físicas que, em nome individual,
explorem, habitual e profissionalmente, qualquer
atividade econômica de natureza civil ou comercial,
com o fim especulativo de lucro, mediante a venda a
terceiros de bem ou serviços; [...]
144 UNIUBE

§2º o disposto no inciso II, do parágrafo anterior não


se aplica às pessoas físicas que, individualmente,
exerçam as profissões ou explorem as atividades
de:

I – médico, engenheiro, advogado, dentista,


veterinário, professor, economista, contador,
jornalista, pintor, escritor, escultor, e de outras que
lhes possam ser assemelhadas;
II – profissões, ocupações e prestações de serviços
não comerciais;
III – agentes, representantes, e outras pessoas sem
vínculo empregatício que, tomando partes em ato
de comércio, não os pratiquem, todavia por conta
própria;
IV – serventuários da justiça, como tabeliães,
notários, oficiais públicos e outros;
V – corretores, leiloeiros e despachantes, seus
prepostos e adjuntos;
VI – exploração individual de contratos de
empreitada unicamente de lavor, qualquer que seja
a natureza, quer se trate de trabalhos arquitetônicos,
topográficos, terraplenagem, construções de
alvenaria e outras congêneres, quer de serviços
de utilidade pública, tanto de estudos como de
construções;
VII – exploração de obras artísticas, didáticas,
científicas, urbanísticas, projetos técnicos de
construção, instalações ou equipamentos, salvo
quando não explorados diretamente pelo autor ou
criador do bem ou da obra.

A DIPJ é gerada pelo programa específico “DIPJ” e transmitida pelo


programa Receitanet, ambos disponibilizados no site da Secretaria da
Receita Federal do Brasil, no seguinte endereço: <http://www.receita.
fazenda.gov.br>.

Para realizar a transmissão da DIPJ, é obrigatória a assinatura digital,


por todas as pessoas jurídicas, independente da tributação ser lucro real,
presumido, arbitrado, imune ou isenta. A entrega da DIPJ é realizada
UNIUBE 145

anualmente pelas pessoas jurídicas e equiparadas, até o último dia útil


do mês de junho, centralizada pela matriz, mas é importante atentar à
legislação vigente para cada ano-calendário. As declarações geradas
pelo programa DIPJ devem ser apresentadas até as 23h59min59s (vinte
e três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos),
horário de Brasília.

A DIPJ, relativa aos eventos de extinção, cisão, fusão ou incorporação,


deve ser apresentada pela empresa extinta, cindida, fusionada ou
incorporada e incorporadora até o último dia útil do mês subsequente
ao do evento, exceto se o evento ocorrer nos meses de janeiro a maio.
Neste caso, a declaração poderá ser apresentada no mesmo prazo de
entrega da DIPJ do exercício, ou seja, até o último dia útil do mês de
junho.

Depois de realizada a entrega da declaração, ela poderá ser retificada


independentemente de autorização. Cabe ressaltar que a declaração
retificadora substitui na íntegra a declaração original. E, ainda, alterando
valores que já tenham sido informados em outras declarações, por
exemplo, na DCTF, a DCTF também deverá ser retificada.

A apresentação da DIPJ fora do prazo previsto ou com omissões e


incorreções ensejará as seguintes multas:

a. 2%(dois por cento) ao mês ou fração, incidente sobre o montante do


IRPJ informado na declaração, ainda que tenha sido integralmente
pago, no caso de falta de entrega ou entrega fora do prazo, limitada
a 20% (vinte por cento);
b. R$ 20,00 para cada grupo de 10 informações incorretas ou omitidas;

A multa mínima a ser aplicada é de R$ 500,00, podendo ser


reduzida:
a. pela metade, quando a declaração for apresentada após o
término do prazo previsto, mas antes de iniciado qualquer
procedimento de ofício;
146 UNIUBE

b. a 75%(setenta e cinco por cento) se houver apresentação dentro do


prazo fixado em intimação.

4.1.3 Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais –


DACON

O Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais foi instituído


pelo fisco em 2004, por meio da Instrução Normativa nº 387/2004, de
20/01/2004, em substituição ao Demonstrativo de Apuração do PIS/
PASEP não cumulativo (DAPIS), com o objetivo de controlar e fiscalizar
a complexa regra de apuração do PIS/PASEP não cumulativo.

Várias foram as disposições aplicadas no decorrer destes anos,


regulamentando a apresentação do DACON, como:

• no ano de 2005, a Instrução Normativa da SRF nº 543, de 20 de


maio de 2005, que previa entrega trimestralmente para as pessoas
jurídicas obrigadas à entrega mensal da DCTF e anualmente para
as demais pessoas jurídicas;
• nos anos de 2006 a 2009, a Instrução Normativa da SRF nº 590, de
22 de dezembro de 2005 e a Instrução Normativa da SRF nº 940, de
19 de maio de 2009 que, dentre outras disposições, previa a entrega
mensalmente, para as pessoas jurídicas obrigadas à entrega mensal
da DCTF e, semestralmente, para as demais atividades.

A partir de 2010, por força da Instrução Normativa da SRF nº 1.015, de 5


de março de 2010, as pessoas jurídicas obrigadas à entrega do DACON
(Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais), devem realizá-
-la mensalmente.

Estão obrigadas a apresentarem o DACON, as pessoas jurídicas de


direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto
de Renda, submetidas à apuração da Contribuição para o PIS/PASEP e
da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS),
nos regimes cumulativos e não cumulativos, inclusive aquelas que
apuram a Contribuição para o PIS/PASEP com base na folha de salários.
UNIUBE 147

Estão dispensadas da apresentação do DACON:

a. as pessoas jurídicas imunes e isentas do imposto de renda, cujo


valor mensal das contribuições para o PIS e COFINS apurado seja
igual ou inferior a R$ 10.000,00;
b. as microempresas e empresas de pequeno porte tributadas pelo
Simples Nacional;
c. as pessoas jurídicas que se mantiverem inativas;
d. os órgãos públicos, as autarquias e as fundações públicas.

Não estão obrigados à apresentação do DACON, ainda que se encontrem


inscritos no CNPJ ou tenham seus atos constitutivos registrados em
cartórios ou juntas comerciais:

a. os consórcios e grupos de sociedades constituídos na forma dos


artigos nº 265, 278 e 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976;
b. a pessoa física que individualmente preste serviços profissionais,
mesmo quando possua estabelecimento em que desenvolva suas
atividades e empregue auxiliares, salvo quando se qualificar como
pessoa jurídica por equiparação;
c. a pessoa física que explore individualmente, contratos de empreitada
unicamente de mão de obra, sem o concurso de profissionais
qualificados ou especializados;
d. a pessoa física que individualmente seja receptora de apostas da
Loteria Esportiva e da Loteria de Números, credenciada pela Caixa
Econômica Federal, ainda que, para atender à exigência do órgão
credenciador, esteja registrada como pessoa jurídica, desde que não
explore em nome individual, qualquer outra atividade econômica que
implique sua equiparação a pessoa jurídica;
e. os condomínios edilícios;
f. os consórcios de empregadores;
g. os clubes de investimento imobiliário;
h. os fundos mútuos de investimento imobiliário sujeitos às normas do
Bacen ou da CVM;
148 UNIUBE

i. as embaixadas, missões, delegações permanentes, consulados-


gerais, consulados, vice-consulados, consulados honorários e as
unidades específicas do governo brasileiro no exterior;
j. as representações permanentes de organizações internacionais;
k. os serviços notariais e registrais (cartórios);
l. os fundos especiais de natureza contábil ou financeira, não dotados
de personalidade jurídica, criados no âmbito de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
bem como dos Ministérios Públicos e dos Tribunais de Contas;
m. os candidatos a cargos políticos eletivos e os comitês financeiros dos
partidos políticos, nos termos da legislação específica;
n. as incorporações imobiliárias;
o. as comissões, sem personalidade jurídica, criadas por ato
internacional celebrado pela República Federativa do Brasil e um
ou mais países, para fins diversos;
p. as comissões de conciliação prévia de que trata o art. 1º, da Lei nº
9.958, de 12 de janeiro de 2000;
q. as sociedades em conta de participação;
r. as empresas, fundações ou associações domiciliadas no exterior que
possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro de propriedade
ou posse perante órgãos públicos, localizados ou utilizados no Brasil.

Não estão dispensadas de apresentação do DACON, todavia, as pessoas


jurídicas:
a. excluídas do Simples Nacional, a partir do mês em que a exclusão
produzir efeitos;
b. cuja imunidade ou isenção houver sido suspensa ou revogada, a
partir, inclusive, do mês da ocorrência do evento; ou
c. as pessoas jurídicas inativas, a partir, inclusive, do mês em que
praticarem qualquer atividade operacional, não-operacional,
financeira ou patrimonial.

As pessoas jurídicas deverão apresentar a DACON ainda que


não tenham valores a demonstrar, a partir do mês que ficarem
obrigadas a declarar.
UNIUBE 149

O prazo para entrega do DACON mensal para fatos geradores ocorridos


a partir de janeiro de 2010 é o 5º(quinto) dia útil do 2º(segundo) mês
subsequente ao mês de referência, de forma centralizada pelo
estabelecimento da matriz.

O DACON deverá ser elaborado mediante utilização de programa


próprio, disponibilizado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. A
transmissão do DACON é realizada por meio do aplicativo Receitanet,
também disponível no site da Secretaria da Receita Federal do Brasil,
com assinatura digital mediante utilização do certificado digital válido.

SAIBA MAIS

Os programas para elaboração e transmissão do DACON estão disponíveis


no Portal da Secretaria da Receita Federal do Brasil, no endereço <http:www.
receita.fazenda.gov.br>.

A pessoa jurídica que não apresentar o DACON, dentro dos prazos


estipulados, ou apresentá-lo com omissões e incorreções ficará sujeita
às seguintes penalidades:

a. 2%(dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidente sobre a


COFINS, ou na sua falta sobre o PIS, ainda que integralmente pago,
limitada a 20% (vinte por cento) daquele montante;
b. de R$ 20,00 para cada grupo de 10 informações incorretas ou
omitidas;

A multa mínima a ser aplicada é de:


a. R$ 200,00, tratando-se de pessoa jurídica inativa;
b. R$ 500,00, nos demais dados.
150 UNIUBE

Podendo ser reduzidas em:

a. 50% (cinquenta por cento) quando o demonstrativo for apresentado


após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício;
b. 25% (vinte e cinco por cento), se houver apresentação do
demonstrativo no prazo fixado em intimação.

SAIBA MAIS

A alteração dos dados informados no DACON será efetuada mediante


apresentação de demonstrativo retificador, elaborado com a observância
das mesmas normas estabelecidas para o demonstrativo retificado.

O DACON retificador terá a mesma natureza do demonstrativo


originariamente apresentado, substituindo-o integralmente, e servirá
para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos
já informados ou efetivar alteração nos créditos e retenções na fonte
informados em demonstrativos anteriores.

4.1.4 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF

A DCTF deverá ser apresentada pelas pessoas jurídicas, em geral,


inclusive as equiparadas, as imunes e as isentas, para prestar
informações relativas aos valores devidos dos tributos e contribuições
federais (débitos), e os respectivos valores de créditos vinculados
(pagamento, parcelamento, compensação etc.), relativos ao(à):

• Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ;


• Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF;
• Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;
• Imposto sobre Operações Financeiras – IOF;
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL;
• Contribuição para o PIS/PASEP;
UNIUBE 151

• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS;


• Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre
a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados,
gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (Cide-
Combustível); e
• Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico destinada a
financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa
para o Apoio à Inovação (Cide-Remessa);
• Contribuição do Plano de Seguridade do Servidor Público – PSS.

A apresentação da DCTF deverá ser mensal e centralizada pela matriz, por


meio do aplicativo disponibilizado no portal da Secretaria da Receita Federal
do Brasil, disponível no endereço: <http://www.receita.fazenda.gov.br.>

Estão obrigadas a apresentarem a Declaração de Débitos e Créditos


Tributários Federais, de acordo com a IN SRF nº 1.110.2010, as seguintes
pessoas jurídicas:

a. de direito privado em geral, inclusive as equiparadas, as imunes e


as isentas;
b. as autarquias e fundações instituídas e mantidas pela administração
pública e os órgãos públicos dos poderes Executivos, Legislativo e
Judiciário;
c. os consórcios que realizem negócios jurídicos em nome próprio;
inclusive na contratação de pessoas jurídicas e físicas, com ou sem
vínculo empregatício.

Ficam dispensadas da apresentação da DCTF:

• as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP),


enquadradas no Simples Nacional;
• as pessoas jurídicas que se mantiverem inativas;
• os órgãos públicos da administração direta da União, em relação
aos fatos gerados que ocorrem até junho de 2011;
• as autarquias e as fundações públicas federais, em relação aos fatos
geradores que ocorrerem até junho de 2011.
152 UNIUBE

Os órgãos públicos da administração direta da União, as


autarquias e as fundações públicas federais deverão apresentar
a DCTF, mensalmente, em relação aos fatos geradores que
ocorrerem a partir de 1º de julho de 2011.

Estão também dispensadas da apresentação da DCTF, ainda que se


encontrem inscritas no CNPJ ou que tenham seus atos constitutivos
registrados em Cartórios ou Juntas Comerciais:

a. os condomínios edilícios;
b. os grupos de sociedades constituídos na forma dos artigos nº 265,
da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
c. os consórcios, desde que não realizem negócios jurídicos em nome
próprio, inclusive na contratação de pessoas jurídicas e físicas, com
ou sem vínculo empregatício;
d. os clubes de investimento registrados em Bolsa de Valores, segundo
as normas fixadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou
pelo Banco Central do Brasil (BACEN);
e. os fundos mútuos de investimento mobiliário sujeitos às normas do
Bacen ou da CVM;
f. os fundos de investimento imobiliário;
g. as embaixadas, missões, delegações permanentes, consulados-
gerais, consulados, vice-consulados, consulados honorários e as
unidades específicas do governo brasileiro no exterior;
h. as representações permanentes de organizações internacionais;
i. os serviços notariais e registrais (cartórios) de que trata a Lei nº
6.015, de 31 de dezembro de 1973;
j. os fundos especiais de natureza contábil ou financeira, não dotados
de personalidade jurídica, criados no âmbito de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
bem como dos Ministérios Públicos e dos Tribunais de Contas;
k. os candidatos a cargos políticos eletivos e os comitês financeiros dos
partidos políticos, nos termos da legislação específica;
UNIUBE 153

l. as incorporações imobiliárias sujeitas ao pagamento unificado de


tributos de que trata a Lei nº 10.931, de 2 de agosto de 2004;
m. as empresas, fundações ou associações domiciliadas no exterior que
possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro de propriedade
ou posse perante órgãos públicos, localizados ou utilizados no Brasil;
n. as comissões, sem personalidade jurídica, criadas por ato
internacional celebrado pela República Federativa do Brasil e um
ou mais países, para fins diversos; e
o. as comissões de conciliação prévia de que trata o art. 1º, da Lei nº
9.958, de 12 de janeiro de 2000.

A transmissão da DCTF é realizada mediante utilização do programa


Receitanet, disponível no portal da Secretaria da Receita Federal,
mediante assinatura digital, com utilização de certificado digital válido.

As pessoas jurídicas devem apresentar a DCTF até o 15º (décimo quinto)


dia útil do 2º (segundo) mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos
geradores, inclusive, nos casos de extinção, incorporação, fusão e cisão
total ou parcial.

A entrega da DCTF fora do prazo fixado ou a apresentação com


incorreções ou omissões, sujeitará a pessoa jurídica às seguintes multas:

a. de 2%(dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidente sobre


o montante dos impostos e contribuições informados na DCTF, ainda
que integralmente pago, no caso de falta de entrega da declaração,
limitada a 20%, observado o valor mínimo da multa;
b. de R$20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações
incorretas ou omitidas.
154 UNIUBE

As multas são exigidas mediante lançamento de ofício e os valores a


serem aplicados são:

a. R$ 200,00 (duzentos reais), tratando-se de pessoa jurídica inativa; e


b. R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.

Poderão ser reduzidas as multas em:

a. 50% (cinquenta por cento), quando a declaração for apresentada


antes de qualquer procedimento de ofício;
b. 25% (vinte e cinco por cento), se houver a apresentação da
declaração no prazo fixado em intimação.

Havendo a necessidade de alterar algum dado informado na DCTF,


a pessoa jurídica poderá enviar DCTF retificadora. Ocasião em que
a declaração retificadora terá a mesma natureza da declaração
originariamente apresentada, substituindo-a integralmente, e servirá para
declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já
informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados.

A pessoa jurídica que apresentar DCTF retificadora, alterando valores


que tenham sido informados:

a. na Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica


(DIPJ), deverá apresentar, também, DIPJ retificadora; e
b. no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON),
deverá apresentar, também, DACON retificador.

4.1.5 Escrituração Contábil Digital – ECD

A Escrituração Contábil Digital (ECD) é integrante do SPED, e foi


instituída pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio da
Instrução Normativa nº 787, de 19.11.2007.
UNIUBE 155

Estão obrigadas a adotar a ECD, nos termos do artigo 2º do Decreto nº


6.022, de 2007:

a. em relação aos fatos contábeis, ocorridos a partir de 01.01.2008, as


sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento econômico-
tributário diferenciado e sujeitas à tributação do imposto de renda
com base no lucro real;
b. em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 01.01.2009, as
demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto de Renda
com base no Lucro Real.

A partir de 1º de janeiro de 2009, portanto, todas as sociedades


empresárias, tributadas pelo Lucro Real, estão obrigadas à ECD. É
importante observar que as demais sociedades, que não se enquadram no
conceito de empresárias estão dispensadas da ECD, mesmo que adotem
o Lucro Real, como é o caso das sociedades simples e das cooperativas.

SAIBA MAIS

É importante mencionar que fica facultada a entrega da Escrituração Contábil


Digital às demais sociedades empresárias.

A ECD compreenderá a versão digital dos seguintes livros:

a. livro Diário;
b. livro Razão;
c. balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias
dos assentamentos neles transcritos.

Tais livros deverão ser assinados digitalmente, através do certificado


de segurança mínima tipo A3, emitido por entidade credenciada pela
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP-Brasil), a fim de
garantir a autoria, a autenticidade, a integridade e a validade jurídica do
documento digital.
156 UNIUBE

O arquivo contendo a ECD deverá ser submetido ao Programa


Validador e Assinador (PVA), especificamente desenvolvido para tal fim,
disponibilizado na página da Receita Federal do Brasil, na internet, o qual
contém as seguintes funcionalidades:

a. validação do arquivo digital da escrituração;


b. assinatura digital;
c. visualização da escrituração;
d. transmissão para o SPED;
e. consulta à situação da escrituração.

A ECD será transmitida anualmente ao SPED até o último dia útil do mês
de junho do ano seguinte ao ano calendário a que se refira a escrituração.
Destaca-se que, nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão
ou incorporação, a ECD deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas
extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e incorporadoras até o último
dia útil do mês subsequente ao do evento.

Havendo necessidade de retificação de lançamento feito com erro, em


livro digital já autenticado pela Junta Comercial, ela deverá ser efetuada
nos livros de escrituração do exercício em que foi constatada a sua
ocorrência.

O livro já autenticado não pode ser substituído por outro, de mesmo


número ou não, contendo a escrituração retificada. O contribuinte deverá,
portanto, ficar muito atento quando da entrega da ECD, tendo em vista
que após a autenticação pela Junta Comercial, fica impedida a sua
retificação.

A não-apresentação da ECD até o prazo estipulado acarretará a aplicação


de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-calendário
ou fração. As informações relativas à ECD, disponíveis no ambiente
nacional do SPED, serão compartilhadas com as administrações
UNIUBE 157

tributárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e, ainda,


com os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e
indireta que tenham atribuição legal de regulação, normatização, controle
e fiscalização dos empresários e das sociedades empresárias.

Tal compartilhamento restringe-se ao limite de competência dos entes


acima mencionados, observada ainda a legislação referente aos sigilos
comercial, fiscal e bancário, nas seguintes modalidades de acesso:

a. integral, para cópia do arquivo da escrituração (no caso de iniciado


procedimento fiscal ou equivalente, junto à pessoa jurídica titular
da ECD);
b. parcial, para cópia e consulta à base de dados agregados, que
consiste na consolidação mensal de informações de saldos
contábeis e nas demonstrações contábeis.

4.2 Obrigações acessórias – estaduais

4.2.1 Nota Fiscal Eletrônica – NF-e

O Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) e o Secretário


Geral da Secretaria da Receita Federal, em reunião ordinária do Conselho
Nacional de Política Fazendária, realizada em Manaus, AM, no dia 30 de
setembro de 2005, aprovaram o Ajuste Sinief nº 7, de 2005, instituindo
a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e o Documento Auxiliar da Nota Fiscal
Eletrônica (DANF-E).

O Ajuste Sinief nº 7/2005 teve como objetivo a implantação de um


modelo nacional de documento fiscal eletrônico para substituir a
sistemática atual de emissão do documento fiscal em papel, com validade
jurídica garantida pela assinatura digital do remetente, simplificando as
obrigações acessórias dos contribuintes e permitindo, ao mesmo tempo,
o acompanhamento em tempo real das operações comerciais pelo Fisco.
158 UNIUBE

Segundo a cláusula primeira, § 1º, do Ajuste Sinief nº 7, de 2005,


considera-se Nota Fiscal Eletrônica − NF-e:
o documento emitido e armazenado eletronicamente,
de existência apenas digital, com o intuito de
documentar operações e prestações, cuja validade
jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente
e autorização de uso pela administração tributária da
unidade federada do contribuinte, antes da ocorrência
do fato gerador. (BRASIL, 2005, p.1).

Ou seja, a NF-e impressa não tem validade visto que sua existência
é apenas digital. Para trânsito, a NF-e é representada pelo DANFE −
Documento Auxiliar da NF-e.

O DANFE é um documento impresso em papel com o objetivo de:

a. acompanhar o trânsito de mercadorias;


b. colher a assinatura do destinatário/tomador para comprovação de
entrega das mercadorias ou prestação de serviços;
c. auxiliar a escrituração da NF- e pelo destinatário não receptor de NF-e,
sendo que sua validade ficará vinculada à efetiva existência da NF-e
com autorização de uso no Banco de Dados das administrações tri-
butárias envolvidas no processo.

Estão obrigados à emissão da NF-e os contribuintes do ICMS, de acordo


com os protocolos celebrados pelas unidades federadas. No Estado
de Minas Gerais, através do Protocolo nº 42/2009, estão obrigados a
emitirem Nota Fiscal eletrônica os contribuintes que, pelo menos, se
encontrem nas seguintes situações:

a. desenvolvam atividade industrial;


b. desenvolvam atividade de comércio atacadista ou distribuidor;
c. pratiquem saídas de mercadorias com destino a outra unidade
federada;
d. forneçam mercadorias para a Administração Tributária.
UNIUBE 159

A obrigatoriedade de utilização da NF-e, em substituição à Nota Fiscal


modelo 1 ou 1-A, não alcança o Microempreendedor Individual − MEI,
de que trata o artigo 18-A da LC 123/2006.

A emissão da NF-e pressupõe o credenciamento do contribuinte para sua


emissão. Há, porém, estados que estão publicando normas relacionando
os contribuintes credenciados (credenciamento de ofício) quando
pertencentes aos setores obrigados à utilização da NF-e, mesmo que
esses estabelecimentos não tenham solicitado o referido credenciamento.

Alguns Estados também autorizam o credenciamento de contribuintes


interessados à emissão da NF-e, mesmo que não estejam obrigados à
sua utilização.

A NF-e deverá ser emitida com base no layout estabelecido em Ato


Cotepe que dispõe sobre o Manual de Integração – Contribuinte que,
por sua vez, disciplina a definição das especificações e critérios técnicos
necessários para a integração entre os Portais das Secretarias de
Fazendas dos Estados e os sistemas de informações das empresas
emissoras de NF-e.

Nesse sentido, o contribuinte que estiver sujeito à emissão da NF-e


deverá observar, também, as disposições contidas no Manual de
Integração – Contribuinte e em Notas Técnicas, publicadas no Portal
Nacional da NF-e, que têm a finalidade de esclarecer questões
relacionadas à integração entre as administrações.

Observado o leiaute preestabelecido, a NF-e deve ser emitida por meio


de software desenvolvido ou adquirido pelo contribuinte ou disponibilizado
pela administração tributária, observadas as seguintes formalidades:

a. o arquivo digital da NF-e deverá ser elaborado no padrão XML


(Extended Markup Language), que pode ser lido por qualquer
software;
160 UNIUBE

b. a numeração da NF-e será sequencial de 1 a 999.999.999, por


estabelecimento e por série, devendo ser reiniciada quando atingido
esse limite;
c. a NF-e deverá conter um "código numérico", gerado pelo emitente,
que comporá a "chave de acesso" de identificação da NF-e,
juntamente com o CNPJ do emitente, número e série da NF-e;
d. a NF-e deverá ser assinada pelo emitente, com assinatura
digital, certificada por entidade credenciada pela Infraestrutura
de Chaves Públicas Brasileira − ICP-Brasil, contendo o CNPJ do
estabelecimento emitente ou da matriz, a fim de garantir a autoria
do documento digital;
e. a NF-e deverá conter, desde 01.01.2010, a identificação das
mercadorias comercializadas por meio do seu correspondente código
na Nomenclatura Comum do Mercosul − NCM, nas operações:

i. realizadas por estabelecimento industrial ou a ele equiparado,


nos termos da legislação federal;
ii. de comércio exterior.

f. deverá ser indicado, na NF-e, o Código de Regime Tributário (CRT)


e, quando for o caso, o Código de Situação da Operação no Simples
Nacional (CSOSN – Quadro 1):

código 1 – Simples Nacional;


código 2 – Simples Nacional – excesso de sublimite da receita
bruta;
código 3 – Regime Normal.

Quadro 1: Código de Situação da Operação no Simples Nacional – CSOSN

Tributada pelo Simples Nacional com permissão de crédito −


Classificam-se neste código, as operações que permitem a
101
indicação da alíquota do ICMS devido no Simples Nacional e o
valor do crédito correspondente.
Tributada pelo Simples Nacional sem permissão de crédito –
Classificam-se neste código, as operações que não permitem
102 a indicação da alíquota do ICMS devido pelo Simples Nacional
e do valor do crédito, e não estejam abrangidas nas hipóteses
dos códigos 103, 203, 300, 400, 500 e 900.
UNIUBE 161

Isenção do ICMS no Simples Nacional para faixa de receita


bruta − Classificam-se neste código, as operações praticadas
103 por optantes pelo Simples Nacional contemplados com isenção
concedida para faixa de receita bruta nos termos da Lei
Complementar nº 123/2006.
Tributada pelo Simples Nacional com permissão de crédito e
com cobrança do ICMS por substituição tributária − Classificam-
201 se neste código, as operações que permitem a indicação da
alíquota do ICMS devido pelo Simples Nacional e do valor do
crédito, e com cobrança do ICMS por substituição tributária.

Tributada pelo Simples Nacional sem permissão de crédito e


com cobrança do ICMS por substituição tributária − Classificam-
se neste código, as operações que não permitem a indicação
202 da alíquota do ICMS devido pelo Simples Nacional e do valor
do crédito, e não estejam abrangidas nas hipóteses dos códigos
103, 203, 300, 400, 500 e 900, e com cobrança do ICMS por
substituição tributária.

Isenção do ICMS no Simples Nacional para faixa de receita


bruta e com cobrança do ICMS por substituição tributária −
Classificam-se neste código, as operações praticadas por
203
optantes pelo Simples Nacional contemplados com isenção
para faixa de receita bruta nos termos da Lei Complementar nº
123/2006, e com cobrança do ICMS por substituição tributária.
Imune − Classificam-se neste código, as operações praticadas
300 por optantes pelo Simples Nacional contempladas com
imunidade do ICMS.

Não tributada pelo Simples Nacional − Classificam-se neste


código, as operações praticadas por optantes pelo Simples
400
Nacional não sujeitas à tributação pelo ICMS dentro do Simples
Nacional.

ICMS cobrado anteriormente por substituição tributária (substi-


tuído) ou por antecipação − Classificam-se neste código, as
500 operações sujeitas exclusivamente ao regime de substituição
tributária na condição de substituído tributário ou no caso de
antecipações.
Outros − Classificam-se neste código, as demais operações
900 que não se enquadrem nos códigos 101, 102, 103, 201, 202,
203, 300, 400 e 500.
Fonte: Ajuste Sinief nº 7/2005.
162 UNIUBE

O arquivo digital da NF-e só poderá ser utilizado como documento fiscal, após:

a. ser transmitido eletronicamente à administração tributária;


b. ter seu uso autorizado por meio de Autorização de Uso da NF- e.

SAIBA MAIS

Ainda que formalmente regular, não será considerado documento fiscal


idôneo a NF-e que tiver sido emitida ou utilizada com dolo, fraude, simulação
ou erro, que possibilite, mesmo que a terceiro, o não pagamento do imposto
ou qualquer outra vantagem indevida. Para os efeitos fiscais, os referidos
vícios atingem também o respectivo DANFE, que também será considerado
documento fiscal inidôneo.

O emitente e o destinatário deverão manter a NF-e em arquivo digital,


sob sua guarda e responsabilidade, pelo prazo estabelecido na legislação
tributária, mesmo que fora da empresa, devendo ser disponibilizado para
a Administração Tributária quando solicitado.

Nas operações que envolvam mercadoria recusada pelo destinatário, em


que o retorno ao estabelecimento de origem se dê com o próprio DANFE
da remessa, contendo o motivo da recusa em seu verso, o emitente de
NF-e deverá guardar pelo prazo estabelecido na legislação tributária o
respectivo DANFE que acompanhou o retorno da mercadoria ao seu
estabelecimento.

Caso o destinatário não seja contribuinte credenciado para a emissão de


NF-e, alternativamente à guarda do documento em arquivo digital, deverá
manter o DANFE em arquivo, devendo ser apresentado à administração
tributária, quando solicitado.

A possibilidade de o destinatário guardar o DANFE não o dispensa de


verificar a validade e autenticidade da NF-e e a existência da respectiva
Autorização de Uso da NF-e.
UNIUBE 163

A nota fiscal eletrônica poderá ser cancelada desde que não tenha
ocorrido a circulação da mercadoria. O cancelamento da NF-e que já
tenha sido autorizada somente poderá ser efetuado mediante Pedido
de Cancelamento de NF-e, transmitido pelo emitente à administração
tributária que a autorizou, via internet, por meio de protocolo de
segurança ou criptografia, atendendo ao leiaute estabelecido no Manual
de Integração.

Assim como a NF-e, o pedido de cancelamento deverá ser assinado pelo


emitente com assinatura digital certificada por entidade credenciada pela
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil, contendo o
CNPJ dos estabelecimentos do contribuinte, a fim de garantir a autoria
do documento digital.

4.2.2 Sistema Integrado de Informações sobre Operações


Interestaduais com Mercadorias e Serviços – SINTEGRA

O SINTEGRA/ICMS é um sistema de intercâmbio de informações


sobre operações interestaduais com mercadorias e serviços realizados
por contribuintes do ICMS no âmbito dos Estados e do Distrito
Federal e intercâmbio de informações de interesse mútuo entre suas
Administrações Tributárias e a Secretaria da Receita Federal - SRF. Este
sistema foi instituído através do Convênio ICMS nº 57/95 e começou a
ser exigido no Estado de Minas Gerais a partir do Decreto n. 42.442, de
01 de abril de 2002.

Para o contribuinte, o SINTEGRA é uma obrigação acessória, que


consiste na geração de arquivos magnéticos contendo informações
fiscais referentes às entradas e às saídas de mercadorias de alguns
estabelecimentos pré-determinados pela legislação pertinente. Com isso,
é possível o controle de circulação das mercadorias, tanto nas operações
internas quanto nas interestaduais, cruzando o arquivo contendo as
informações geradas pelo remetente com as geradas pelo destinatário.
164 UNIUBE

Estão obrigados à geração do arquivo SINTEGRA, os contribuintes que:

a. possuem autorização para emitir documento fiscal e/ou escriturar


livros fiscais em equipamento que utilize, ou tenha condições de
utilizar, arquivo magnético ou equivalente;
b. utilizem equipamento Emissor de Cupom Fiscal (ECF), que tenha
condições de gerar arquivo magnético, por si ou quando conectado
a outro computador; ou
c. não possuem sistema eletrônico de processamento de dados
próprio, porém utilizam serviços de terceiros com essa finalidade.

O arquivo eletrônico SINTEGRA contém as seguintes informações:

a. do tipo de registro;
b. data do lançamento;
c. CNPJ do emitente/remetente/destinatário;
d. inscrição estadual do emitente/remetente/destinatário;
e. unidade da Federação do emitente/remetente/destinatário;
f. identificação do documento fiscal, modelo, série, e número de
ordem;
g. Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP);
h. valores a serem consignados nos livros Registro de Entradas ou
Registro de Saídas;
i. Código da Situação Tributária (CST) da operação.

Os contribuintes obrigados a enviarem o arquivo SINTEGRA ao fisco


de sua unidade federada deverão fazê-lo, mensalmente, até o dia 15
de cada mês, com a totalidade das operações (internas, interestaduais,
exterior), conforme legislação própria de cada Estado.

O arquivo SINTEGRA deverá ser validado pelo programa VALIDADOR


SINTEGRA, que verifica a consistência dos dados informados
pelos contribuintes, evitando o fornecimento de dados incorretos,
como Inscrições Estaduais e CNPJ inválidos, registros inexistentes,
UNIUBE 165

inconsistência nos registros informados etc. Deve-se destacar que


o programa Validador obedece estritamente o disposto no leiaute do
Convênio ICMS 57/95 e na legislação do ICMS para os documentos
fiscais. O Validador SINTEGRA e o programa de transmissão eletrônica
(TED) são ferramentas fundamentais que permitem aos Fiscos Estaduais
formarem um repositório de dados de operações realizadas pelos
contribuintes para oferecer controle e planejamento das administrações
tributárias.

Estão disponíveis no portal nacional do SINTEGRA, no seguinte


endereço eletrônico: <http://www.sintegra.gov.br/>, os programas do
VALIDADOR SINTEGRA e o TED, este utilizado para transmissão do
arquivo eletrônico.

Através do programa TED, o arquivo eletrônico é transmitido, e, também,


emitido o comprovante da transmissão com a chancela eletrônica da
secretaria. Para aqueles contribuintes que estão obrigados ou são
optantes da Escrituração Fiscal Digital, estes ficam dispensados da
manutenção e entrega do arquivo eletrônico.

SAIBA MAIS

Para maiores informações, você poderá consultar o Manual de Orientação


do Usuário de Sistema de Processamento de Dados, aprovado e anexo ao
Convênio ICMS 57/95.

4.2.3 Escrituração Fiscal Digital – EFD

A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é parte integrante do Sistema Público


de Escrituração Digital (SPED), que busca promover a integração dos
fiscos federal, estadual e, futuramente, municipal. Esta integração se
efetiva mediante a padronização, racionalização e compartilhamento
166 UNIUBE

das informações fiscais digitais, bem como integra todo o processo


relativo à escrituração fiscal, com a substituição do meio físico (papel)
por documento eletrônico com validade jurídica para todos os fins.

O Ajuste SINIEF nº 2, de 3 de abril de 2009, instituiu a EFD para os


contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação
de Mercadorias e sobre as Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e de comunicação (ICMS) e/ou do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI). Isso ocorreu a partir de 1º de janeiro de 2009,
permitindo a dispensa da obrigatoriedade através da publicação de
protocolos do ICMS, para contribuintes de cada unidade federada.

A Secretaria Estadual de Minas Gerais publicou as seguintes portarias


SAIF, indicando os contribuintes obrigados à escrituração fiscal digital,
no Estado:

• portaria 004/2009, indicando os contribuintes obrigados a partir de


janeiro de 2010;
• portaria 006/2010, indicando os contribuintes obrigados a partir de
janeiro de 2011, com prazo de entrega previsto para 25 de julho de
2011, para os meses de janeiro a maio/2011, por força do Decreto
nº 45.554, de 18 de fevereiro de 2011.

AGORA É A SUA VEZ

Pesquise, na Secretaria Estadual do seu Estado, quais são os contribuintes


que estão obrigados à escrituração fiscal digital e compartilhe as informações
coletadas com seus colegas, nos momentos presenciais.

É importante mencionarmos que, no estado de Minas Gerais, de acordo


com o Protocolo ICMS 03/2011, a partir de 01/01/2012, TODOS os
contribuintes mineiros que não são optantes pelo Simples Nacional
estarão obrigados à EFD. Este tipo de escrituração compõe-se da
totalidade das informações, em meio digital, necessárias à apuração
UNIUBE 167

dos impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo


contribuinte, bem como outras de interesse das administrações tributárias
das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Tais informações são relativas:

• às entradas e saídas de mercadorias bem como aos serviços


prestados e tomados, incluindo a descrição dos itens de mercadorias,
produtos e serviços;
• à quantidade, descrição e valores de mercadorias, matérias-primas,
produtos intermediários, materiais de embalagem, produtos manu-
faturados e produtos em fabricação, em posse ou pertencentes ao
estabelecimento do contribuinte declarante, ou fora do estabeleci-
mento e em poder de terceiros;
• ao inventário físico e contábil, na apuração, no pagamento, ou na
cobrança de tributos de competência dos entes conveniados ou
outras de interesse da administração tributária.

Assim, a atual forma de escrituração dos livros fiscais será substituída


por um arquivo digital onde estarão englobadas todas as informações
que hoje são prestadas por meio dos livros fiscais.

Os contribuintes obrigados à EFD deverão realizar as seguintes


escriturações:

• Livro de Entradas;
• Livro de Saídas;
• Livro de Registro de Inventário;
• Livro de Registro de Apuração do IPI;
• Livro de Registro de Apuração do ICMS;
• Do documento de Controle do Crédito de ICMS do ativo Permanente
– CIAP.
168 UNIUBE

Para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica da


EFD, as informações deverão ser prestadas mediante envio de arquivo
eletrônico com assinatura digital, do contribuinte ou seu representante
legal, no padrão A1 ou A3, expedida de acordo com as regras do
ICP-Brasil.

Os contribuintes deverão enviar os arquivos da EFD, mensalmente, até


o quinto dia do mês subsequente ao encerramento do mês da apuração.
Tais arquivos devem conter informações relativas ao mês civil, ou fração,
ainda que as apurações dos impostos ICMS e IPI, sejam efetuadas em
períodos inferiores a um mês, segundo a legislação.

O arquivo digital da EFD deverá ser gerado de acordo com as


especificações do leiaute definido em Ato COTEPE e validado pelo
Programa Validador e Assinatura da Escrituração Fiscal Digital –
PVA-EFD, disponibilizado na internet, no portal da Secretaria da Receita
Federal, no seguinte endereço eletrônico:

<http://www.receita.fazenda.gov.br/Sped/Download/Default.htm>.

O envio do arquivo digital será precedido das seguintes verificações:

a. dados cadastrais do declarante;


b. autoria, autenticidade, e validade da assinatura digital;
c. integridade do arquivo;
d. existência de arquivo já recepcionado para o mesmo período de
referência;
e. versão do PVA-EFD e tabelas utilizadas.

Somente serão considerados escriturados os livros no momento em que


for emitido o recibo de entrega. O contribuinte poderá retificar a EFD,
mediante envio de outro arquivo para substituição integral do arquivo
digital regularmente recebido pela administração tributária, nos seguintes
prazos:
UNIUBE 169

• até o prazo previsto para envio do arquivo original, independentemente


de autorização da administração tributária;
• após o prazo previsto para envio do arquivo, respeitando a legislação
específica da unidade federada de localização do contribuinte.

A não entrega dos arquivos da EFD equivalem à falta de escrituração


fiscal, portanto sujeita o contribuinte às penalidades previstas na
legislação de cada Estado, onde o contribuinte estiver localizado.

Finalizando este capítulo, é importante ressaltar a grande dificuldade


das empresas brasileiras e o alto custo despendido no cumprimento das
obrigações acessórias fiscais, trabalhistas e previdenciárias, exigidas
pelas administrações tributárias e pela legislação. Espera-se que, através
do projeto SPED haja a eliminação da redundância de informações por
meio da padronização, uniformização e racionalização das obrigações
acessórias.

Resumo

Finalizando o Volume III, do componente curricular Laboratório de Prática


Contábil, este capítulo abordou as principais obrigações acessórias que
as empresas devem cumprir.

Anualmente, cada contribuinte brasileiro, inscrito no Cadastro Nacional


das Pessoas Jurídicas, deve cumprir várias obrigações junto ao fisco
federal, dentre elas, podemos destacar DSPJ, DIPJ, DACON, DCTF,
ECD; e, ainda, obrigações estaduais regulamentadas por cada unidade
federada, cabendo citar a NF-e, SINTEGRA e EFD; sem falar nas
obrigações municipais, previdenciárias e trabalhistas.

Cabe a cada contribuinte atentar para os prazos e legislação que


regulamenta cada obrigação, para que não incorra em multas e prejuízos
ainda maiores pelo descumprimento da obrigação.
170 UNIUBE

Referências

BRASIL. Constituição Federal. 1988. Disponível em:< http://www.planalto.gov.


br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 13 ago. 2012.

______. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Disponível em: <http://www.


planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 02 maio 2011.

______. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Disponível em: <https://


www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm>. Acesso em: 02 maio 2011.

______. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp123.htm>. Acesso em:
10 maio 2011.

______. Lei 9.779, de 19 de janeiro de 1999. Disponível em: <http://www.receita.


fazenda.gov.br/legislacao/leis/ant2001/lei977999.htm>. Acesso em 26 set. 2012.

______. Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Disponível em: <http://www.


planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6022.htm>. Acesso em:
08 jun. 2011.

______.Ministério da Fazenda. CONFAZ. 2005 Ajuste SINIEF nº 7, de 5 de outubro de


2005. Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/confaz/confaz/ajustes/2005/aj_007_05.
htm>. Acesso em: 02 maio 2011.

______. Ministério da Fazenda. CONFAZ. 2009 Ajuste SINIEF nº 2, de 3 de abril de 2009.


Disponível em: <http://www.fazenda. gov.br/confaz/confaz/ajustes/2009/AJ_002_09.htm.>
Acesso em: 02 maio 2011.

______. Ministério da Fazenda. CONFAZ. 2009 Protocolo ICMS nº 42, de 3 de julho de


2009. Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/confaz/confaz/protocolos/ICMS/2009/
pt042_09.htm> Acesso em 02 maio 2011.

______. Ministério da Fazenda. CONFAZ. 2011 Protocolo ICMS nº 3, de 1 de abril de 2011.


Disponível em: <http://www.fazenda.gov.br/confaz/confaz/protocolos/ICMS/2011/pt003_11.
htm>. Acesso em: 02 maio 2011.

______. SECRETARIA da Receita Federal. Instrução Normativa da SRF nº


387/2004, de 20 de jan. de 2004. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.
gov.br/Legislacao/Ins/2004/in3872004.htm>. Acesso em: 08 jun. 2011.
UNIUBE 171

______. SECRETARIA da Receita Federal. Regulamento do Imposto de Renda


– RIR/99. Decreto nº 3000, de 26 de março de 1999. Disponível em <http://www.
receita.fazenda.gov.br/legislacao/rir/default.htm>. Acesso em 26 set. 2012.

______. SECRETARIA da Receita Federal. Instrução Normativa da SRF nº


543/2005, de 20 de maio de 2005. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.
gov.br/Legislacao/Ins/2005/in5432005.htm>. Acesso em: 08 jun. 2011.

______. SECRETARIA da Receita Federal. Instrução Normativa da SRF nº


590/2005, de 22 de dezembro de 2005. Disponível em: <http://www.receita.
fazenda.gov.br/Legislacao/Ins/2005/in5902005.htm>. Acesso em: 08 jun. 2011.

______. SECRETARIA da Receita Federal. Instrução Normativa da SRF nº


787/2007, de 19 de novembro de 2007. Disponível em: <http://www.receita.
fazenda.gov.br/Legislacao/Ins/2007/in7872007.htm>. Acesso em: 08 jun. 2011.

______. SECRETARIA da Receita Federal. Instrução Normativa da SRF nº


940/2009, de 19 de maio de 2009. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.
gov.br/Legislacao/Ins/2009/in9402009.htm>. Acesso em: 08 jun. 2011.

______.SECRETARIA da Receita Federal. Instrução Normativa da SRF nº


926/2009, de 11 de março de 2009. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.
gov.br/Legislacao/Ins/2009/in9262009.htm>. Acesso em: 08 jun. 2011.

______. SECRETARIA da Receita Federal. Instrução Normativa da SRF nº


1.015/2010, de 05 de março de 2010. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.
gov.br/Legislacao/Ins/2010/in10152010.htm>. Acesso em: 02 maio 2011.

______. SECRETARIA da Receita Federal. Instrução Normativa da SRF nº


1.028/2010, de 30 de abril de 2010. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.
gov.br/Legislacao/Ins/2010/in10282010.htm>. Acesso em: 05 maio 2011.

______. SECRETARIA da Receita Federal. Instrução Normativa da SRF nº


1.110/2010, de 24 de dezembro de 2010. Disponível em: <http://www.receita.
fazenda.gov.br/Legislacao/Ins/2010/in11102010.htm>. Acesso em: 02 maio 2011.

SECRETARIA do Estado de Minas Gerais. Portaria SAIF nº 4, de 23 de setembro


de 2009. Disponível em: <http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_
tributaria/portarias/2009/port_saif004_2009.htm>. Acesso em: 29 maio 2011.
172 UNIUBE

______. Portaria SAIF nº 6, de 29 de julho de 2010. Disponível


em: <http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_tributaria/
portarias/2010/port_saif006_2010.htm>. Acesso em: 29 maio 2011.

MINAS GERAIS (MG). Nota Fiscal Eletrônica. Secretaria de Estado de Fazenda.


Disponível em:<http://portalnfe.fazenda.mg.gov.br/empresas.html> .Acesso em:
13 set, 2012.

______. Secretaria de Estado da Fazenda. Regulamento do Imposto Sobre


Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
(RICMS-MG). 2007. Disponível em: <http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/
legislacao_tributaria/ricms/sumario2002.htm>. Acesso em: mar. 2012.

______. Decreto nº 45.554, de 18 de fevereiro de 2011. Disponível em: <http://www.


fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_tributaria/decretos/2011/d45554_2011.
htm>. Acesso em: 29 maio 2011.
UNIUBE 173

Anexo(s)

ANEXO A - Modelo de DANFE

Figura 1: Modelo de DANFE.


Fonte: Portal Estadual da Nota Fiscal Eletrônica (2011).
ANEXO B – Registro de Saídas
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Figura 1. Livro Registro de Saídas.


Fonte: Peres e Mariano (2007).
ANEXO C – Registro de Controle da Produção e do Estoque

REGISTRO DE CONTROLE DA

UNIDADE
PRODUTO

   

DOCUMENTO LANÇAMENTOS ENTRADAS

PRODUÇÃO
DATA REGISTROS FISCAIS CODIFICAÇÃO DIVERSAS
(QUANTIDADES)
SÉRIE E
ESPÉCIE SUB- NÚMERO VALOR
SÉRIE
NO PRÓPRIO EM OUTRO
DIA MÊS REAIS NÚMERO FOLHAS CONTÁBIL FISCAL QUANTIDADES
ESTABELECIMENTO ESTABELECIMENTO

                           

                           

                           

                           

                           
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176

PRODUÇÃO E DO ESTOQUE
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CLASSIFICAÇÃO FISCAL
 

SAÍDAS

PRODUÇÃO
DIVERSAS ESTOQUE
QUANTIDADES) OBSERVAÇÕES
QUANTIDADE
IPI VALOR IPI

NO PRÓPRIO EM OUTRO
QUANTIDADES
ESTABELECIMENTO ESTABELECIMENTO

               

               

               

               

               

               

               

Figura 1: Livro de Controle da Produção e do Estoque.


Fonte: Regulamento do ICMS do Estado de Minas Gerais (2002).
Anotações
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