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Matemática financeira

Cássio Silveira da Silva

Juliane Miziara Machado Borges


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Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE

Silva, Cássio Silveira da


S38m Matemática financeira / Cássio Silveira da Silva, Juliane Miziara Machado
Borges ; ilustração [de] Rodrigo de Melo Rodovalho. – Uberaba : Universidade
de Uberaba, 2010.
180 p. : il.
ISBN 9788577773596

1. Matemática financeira. 2. Juros. 3. Empréstimos. I. Borges, Juliane Miziara Ma-


chado. II. Título.

CDD: 650.01513
Sobre os autores
Cássio Silveira da Silva

Mestre em Ciências contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de


São Paulo (PUC/SP); graduado em Ciências Econômicas pela Faculdade
de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro (FCETM); especialista
em Administração Financeira e Gestão Econômica pela FCETM e em
Administração de Marketing também pela FCETM. Professor na área
de gestão e finanças das instituições da Universidade de Uberaba
(graduação e pós-graduação), FCETM (graduação e extensão) e FAZU
(pós-graduação). Consultor de empresas nas áreas de Economia,
Finanças e Gestão de custos ambientais.

Juliane Miziara Machado Borges

Especialista em Gestão empresária pela Fundação Getúlio Vargas (RJ).


Bacharel em Administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas
(SP). Trabalhou em diversas instituições financeiras em São Paulo e
Uberaba. Professora no ensino presencial da Universidade de Uberaba.
Parecerista e roteirista de componentes curriculares para EAD da Uniube.
Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Ciências
contábeis, atuando principalmente nos componentes de Matemática e
Administração financeira.
Sumário
Apresentação.......................................................................................VII

Capítulo 1 Matemática como instrumento para tomada de decisão......1

1.1 Calculadora financeira .............................................................................................5


1.1.1 Escolhendo sua calculadora........................................................................... 6
1.2 Matemática financeira................................................................................................7
1.3 Conceitos básicos de Matemática financeira........................................................... 8
1.3.1 Operações financeiras.................................................................................... 8
1.3.2 Capital............................................................................................................. 9
1.3.3 Juros...............................................................................................................10
1.3.4 Taxas de juros.................................................................................................11
1.3.5 Montante.........................................................................................................11
1.3.6 Regime de capitalização.............................................................................. .12
1.3.7 Rendas..........................................................................................................14
1.3.8 Fluxo de Caixa..............................................................................................15
1.4 Juros simples - regime de capitalização simples...................................................16
1.5 Taxa equivalente - aprendendo a transformar a taxa de juros na mesma
unidade de tempo do período................................................................................18
1.5.1 Primeira alternativa: transformar o período na mesma unidade de tempo
da taxa de juros.............................................................................................18
1.5.2 Segunda alternativa: Taxa equivalente........................................................19
1.6 Taxa nominal e Taxa efetiva...................................................................................20
1.7 Contagem de tempo...............................................................................................23
1.8 Desconto de títulos de crédito................................................................................24
1.8.1 Desconto comercial ou bancário ou “por fora” - fórmula..............................26
1.8.2 Desconto racional ou “simples” ou “por dentro” – fórmula...........................26
1.8.3 Comparando o Desconto comercial com o Desconto racional....................26
1.8.4 Equivalência de capital em desconto de títulos...........................................30
1.9 Conclusão...............................................................................................................33

Capítulo 2 Conhecendo o poder da capitalização dos juros................ 37

2.1 Dicas de utilização da calculadora financeira........................................................ 40


2.2 Capitalização composta......................................................................................... 47
2.2.1 Calculando juros, montante, capital e prazo ...............................................47
2.2.2 Cálculo de juros para números não inteiros e períodos................................59
2.3 Equivalência de taxa a juros compostos................................................................ 63
2.4 Taxa nominal e taxa efetiva ................................................................................... 69
2.5 Data focal ............................................................................................................... 76
2.6 Desconto composto ............................................................................................... 82

Capítulo 3 Diferindo o capital no tempo – Rendas............................... 87


3.1 Rendas ...................................................................................................................90
3.1.1 Rendas imediatas..........................................................................................92
3.1.2 Rendas antecipadas....................................................................................105
3.1.3 Rendas diferidas..........................................................................................112
3.2 Coeficientes de financiamentos ..........................................................................116

Capítulo 4 Cálculos utilizados em projetos de investimentos............ 125


4.1 Sistemas de amortização..................................................................................... 127
4.1.1 Sistema do Montante...................................................................................129
4.1.2 Sistema Americano......................................................................................131
4.1.3 Sistema de Amortização Francês (SAF).....................................................134
4.1.4 Sistema de Amortização PRICE..................................................................139
4.1.5 Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês........141
4.1.6 Sistema de Amortização Misto (SAM).........................................................144
4.1.7 SACRE – Sistema de Amortização Crescente............................................144
4.1.8 Sistemas de amortização com carência......................................................147
4.1.9 Sistemas de amortização com juros pós-fixados........................................156
4.2 Cálculos utilizando índices inflacionários............................................................. 162
Apresentação
Caro aluno.

Com o objetivo de levá-lo a conhecer e a perceber a aplicabilidade


da Matemática financeira, elaboramos este livro didático. Com a sua
leitura , você terá a oportunidade de identificar inúmeras situações que
já vivenciou. A Matemática financeira é um instrumento que o auxiliará
na tomada de decisões, na vida profissional e pessoal, relativas a
financiamentos e a investimentos.

No primeiro capítulo, você conhecerá a calculadora financeira, os


conceitos básicos da Matemática financeira e o regime de capitalização
de juros simples.

No segundo capítulo, você será apresentado aos juros compostos, o


regime de capitalização de juros mais utilizado no mercado financeiro.

O terceiro capítulo abordadará o tema “rendas” e com certeza, você já


deve ter vivenciado alguma situação envolvendo este tema. Um exemplo
são as compras que você pagou em parcelas iguais e em intervalos
regulares, Tais como comprar um computador e 10 parcelas iguais em
mensais de R$ 100,00.

No quarto e último capítulo, serão apresentadas as formas de liquidação


de um empréstimo e/ou financiamento, ou seja, os sistemas de
amortização. Serão abordadas questões como o cálculo do desconto
que deve ser concedido quando se pretende quitar antecipadamente um
financiamento.
VIII UNIUBE

Como você poderá perceber, todas as questões mencionadas possuem


alto grau de interação com o seu dia a dia, o que torna seu aprendizado
muito mais interessante.

Ressaltamos o fato de que a melhor maneira de aprender Matemática


financeira é resolver o maior número possível exercícios, portanto, não
deixe de realizar todas as atividades apresentadas neste material. Você
também deverá se organizar da melhor maneira possível em termos de
tempo de estudo.

Sucesso nesta etapa!


Capítulo
Matemática como
instrumento para
1
tomada de decisão

Cássio Silveira da Silva


Juliane Miziara Machado Borges

Introdução
Prezado aluno.

Bem-vindo a mais uma etapa na construção de sua aprendizagem,


quando será abordada a Matemática financeira e suas aplicações.

Ela é uma das matérias, dentre as ministradas nos cursos


gerenciais, que possui uma das maiores aplicabilidades, não só
no nosso dia a dia enquanto consumidores, como também, no
nosso cotidiano profissional.

A Matemática financeira nada mais é do que a aplicação da


Matemática para tomada de decisões. Ela tem como objeto de
estudo o valor do dinheiro no tempo e, para mensurar esse valor,
aplicam-se conceitos e fórmulas matemáticas que possibilitam a
verificação das alternativas mais viáveis no momento de tomar
decisões sobre questões financeiras.

Sejam as questões: financiar bens e produtos, fazer uma


aplicação, realizar investimentos, tomar ou conceder empréstimos,
dentre outras utilidades.
2 UNIUBE

A Matemática financeira pode ser utilizada por nós enquanto


profissionais da área de gestão ou, ainda, enquanto consumidores,
uma vez que, mais cedo ou mais tarde, iremos tomar decisão
sobre as vantagens de comprar algo à vista ou a prazo, se
devemos financiar uma casa, se é vantagem financiar um
carro pela concessionária ou pelo banco, se devemos comprar
aquela calculadora financeira à vista, utilizar o cheque especial ou
comprar a prazo na própria loja.

Os cálculos matemáticos, por serem frutos de uma ciência exata, irão


nos apontar a melhor decisão a ser tomada, ou seja, aquela que nos
proporcione menores custos financeiros ou maiores rentabilidades,
considerando esse termo como possibilidade de rendimento; lucro.

Durante os anos em que trabalhamos com a Matemática,


percebemos que muitos alunos têm “medo” deste componente
curricular, acreditando ser difícil de se aprendê-lo. Entretanto,
devemos ter em mente que não estaríamos vivos se não
tivéssemos conhecimentos matemáticos.

Certa vez um professor utilizou os seguintes exemplos para provar


que todos nós somos bons em Matemática:

• O pedestre deve, ao atravessar uma rua, calcular


automaticamente a velocidade com que o carro vem em
sua direção, verificar a distância que será percorrida e a
velocidade que deverá empregar para atravessá-la sem
ser atropelado pelo veículo.
• Um veículo pretende ultrapassar outro que segue
imediatamente à sua frente. No ponto de ultrapassagem,
de uma estrada de via simples, verifica-se que está vindo
outro automóvel na direção contrária. Portanto, o motorista
rapidamente irá calcular qual a velocidade que deverá
imprimir ao seu carro e verificará se o tempo será suficiente
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para percorrer a distância de ultrapassagem com segurança,


considerando a velocidade do carro que segue à sua frente e do
veículo que vem em sua direção.

Portanto, considerando a analogia acima, e tantos outros exemplos


da utilização da Matemática no nosso cotidiano, podemos afirmar
que, de fato, todos nós estaríamos mortos se não soubéssemos
fazer cálculos matemáticos.

Entretanto, você deve estar se perguntando: Mas e os acidentes?


E as pessoas que são atropeladas?

Ora, assim como pessoas são atropeladas por não utilizarem


corretamente suas habilidades ou por distraírem, temos empresas e
pessoas que têm grandes prejuízos financeiros por negligenciarem
a Matemática no momento da tomada de decisão em suas
atividades profissionais. Muitas vezes, empresários contabilizam
grandes prejuízos em seus negócios por erros de cálculos o que,
consequentemente, levam-nos a tomar decisões errôneas.

Objetivos

Esperamos que, ao final do estudo deste capítuilo, você seja capaz


de:
• calcular o valor do dinheiro no tempo;
• conhecer e aplicar fórmulas matemáticas para cálculos
financeiros de juros simples;
• utilizar Matemática financeira como instrumento de gestão para
tomada de decisão;
• identificar o caráter interdisciplinar entre o conhecimento
matemático, administrativo, contábil e econômico.
4 UNIUBE

Esquema

Calculadora • Escolhendo sua calculadora


financeira
Matemática
financeira
• Operações financeiras
• Capital
Conceitos básicos • Juros
de Matemática • Taxa de juros
financeira • Montante
• Regime de capitalização
• Rendas
• Fluxo de Caixa
Juros simples

Taxa equivalente • Primeira alternativa

Taxa nominal e • Segunda alternativa


Taxa efetiva
Contagem de
tempo

• Desconto comercial
• Desconto racional
• Comparando o Desconto comercial
Desconto de com o Desconto racional
títulos de crédito • Equivalência de capital em
descontos de títulos
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1.1 Calculadora financeira

Durante nossa jornada pelo mundo da Matemática financeira, iremos


conhecer e compreender conceitos, trabalhar com fórmulas matemáticas
visando solucionar problemas financeiros e, também, utilizaremos uma
ferramenta muito simples, porém útil para resolução de cálculos que é a
calculadora financeira.

Neste capítulo, você poderá acompanhar


Operações básicas
os exemplos e desenvolver exercícios
utilizando uma calculadora simples que Adição, subtração, divisão
e multiplicação.
possua as quatro operações básicas.

Entretanto, a partir do capítulo 2, para que você consiga dar continuidade


ao seu aprendizado, há necessidade de adquirir uma calculadora
financeira, uma vez que iremos trabalhar com cálculos exponenciais e
as calculadoras simples não mais atenderão às nossas necessidades.

Apesar de as calculadoras científicas possuírem funções exponenciais,


recomendamos a utilização de uma calculadora financeira para
desenvolver, de maneira mais simples, os cálculos financeiros, uma
vez que, no mercado financeiro, é importante que você tome decisões
de forma precisa e rápida.

A calculadora financeira amplia a segurança e imprime uma maior


velocidade na solução de problemas financeiros e, por esse motivo, o
mercado exige que os profissionais de área de gestão saibam manuseá-
la corretamente.
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1.1.1 Escolhendo sua calculadora

Ao pesquisar sobre qual calculadora adquirir, você perceberá que há uma


grande variedade de calculadoras financeiras disponíveis no mercado.

Você deve estar se perguntando: Qual calculadora comprar? Vale a pena


“gastar” esse dinheiro em uma calculadora? Será que depois vou utilizá-
la?

O principal critério a ser observado é qual utilidade este equipamento


terá para você. Você deve escolher um modelo que atenda às suas
necessidades. De nada adianta optar pelo modelo mais barato se os
recursos que ele oferece forem insuficientes para que você desempenhe
suas atividades, por outro lado não há necessidade de adquirir a
“melhor” existente no mercado se você não irá utilizar todas as funções
disponíveis.
Sua escolha deverá ser uma calculadora que o ajude a desempenhar
suas atividades e cujos recursos oferecidos sejam amplamente
aproveitados.

Essa calculadora o acompanhará por muitos anos, tanto na vida


acadêmica quanto na vida profissional. Durante a realização do seu curso
de graduação, será utilizada em diversas disciplinas.

Dentre os vários modelos de calculadoras financeiras disponíveis, a mais


utilizada é a HP12C do fabricante Hewlett Packard. Existem, ainda, os
modelos HP12C Prestige e HP12C Platinum, porém, se você for adquirir
uma, recomendo o modelo tradicional conhecido como Gold.
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Figura 1: Calculadora.

Outra calculadora fácil de manusear e com um preço mais baixo


que a HP12C é o modelo HP10B, que também é uma boa opção
de compra. Esses dois modelos sugeridos atendem às necessidades
que temos de efetuar cálculos financeiros e são resistentes à intensa
utilização.

Mas, se você tiver um outro modelo de calculadora financeira, não se


preocupe, basta que tenha o manual de instruções de sua máquina para
que possa familiarizar com algumas funções específicas. Iremos falar
um pouco mais sobre a utilização de calculadoras em nosso próximo
encontro.

1.2 Matemática financeira

Agora, você vai efetivamente iniciar seu estudo de Matemática financeira.

PARADA PARA REFLEXÃO

O que você entende por Matemática financeira?


8 UNIUBE

Se você respondeu algo semelhante a - a


Matemática aplicada
expressão “Matemática financeira” nos remete
Ramo da Matemática
que opera com automaticamente a “pensar sobre dinheiro”,
grandezas mensuráveis
do mundo físico, bem você está certo!
como com os dados
quantitativos referentes
a fatos (sociais e A Matemática financeira é um braço da Matemá-
econômicos) e que leva
em conta a noção de tica aplicada que foca seu estudo no comporta-
movimento.
Fonte: (Houaiss, 2001 mento do dinheiro no tempo.
p. 630).

1.3 Conceitos básicos de Matemática financeira

Existem alguns conceitos, termos e notações que são frequentemente


utilizados pela Matemática financeira, bem como, no mercado empresarial
e financeiro como um todo.

Para que você se habitue à nomenclatura, segue abaixo um referencial


dos principais termos utilizados e suas definições, extraídas da apostila
elaborada, sob o título “Matemática financeira: com utilização de
calculadora HP12C” (SILVA, 2005).

1.3.1 Operações financeiras

São operações realizadas com dinheiro e podem


CDB
ser Ativas ou Passivas.
Certificado
de Depósito
Bancário é um Ativas: visam rendimentos (exemplos: aplica-
título emitido
pelos bancos ções financeiras em cadernetas de poupança,
com a intenção
de captar dinheiro CDB, entre outras.) Passivas: visam captação de
no mercado.
recursos (financiamentos, empréstimos).
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SAIBA MAIS

Você sabe a diferença entre financiamento e empréstimo?

No empréstimo, o recurso é disponibilizado ao tomador sem que haja uma


finalidade específica de utilização deste dinheiro. Por exemplo, um crédito
pessoal que você utilizará da maneira que achar conveniente.

Já no financiamento, o destino deste recurso é utilizado para a aquisição de


um bem específico, como a compra de um carro ou a compra de uma casa.

Para garantir certa segurança na realização de tais operações, é


necessário o desenvolvimento de cálculos matemáticos adequados a
cada situação apresentada. É justamente a matemática utilizada em tais
cálculos que recebe o nome de Matemática financeira.

1.3.2 Capital

Imagine as seguintes situações:

1) Você aplicou R$1.000,00 em um fundo oferecido pelo banco do


qual você é correntista. Ao final de um mês, você tinha acumulado
R$1.005,00.

2) Este mês você precisou fazer um conserto não programado em


seu carro. Para tal, foi ao banco e contratou um empréstimo de
R$1.000,00 comprometendo-se a pagar R$1.010,00 ao final de um
mês.

Qual o capital em cada uma das operações acima?


Ele está sendo empregado em que tipo de operação financeira?
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IMPORTANTE!

Capital, também denominado Principal ou Valor Presente (PV = Present


Value), é qualquer quantia monetária que esteja disponível em certa
data para que seja utilizado em uma operação financeira. Algumas
notações encontradas: “C”, “PV” ou “P”. Durante nosso estudo, iremos adotar
a notação “PV” para capital.

Agora que você já conhece o significado de Capital, verifique se


você identificou corretamente o capital nas situações anteriormente
mencionadas.

1) O capital é o valor inicial que você aplicou, ou seja, R$ 1.000,00.


Foi empregado em uma operação financeira ativa, ou seja, visa um
rendimento.

2) O capital é o valor que você contratou no empréstimo, ou seja,


R$1.000,00. Foi empregado em uma operação financeira passiva, ou
seja, você captou recursos para o conserto de seu carro.

1.3.3 Juros

É a remuneração pelo uso do capital ou pelo uso deste em


operações financeiras. Notação utilizada: “J”

Agora, vamos identificar os juros nas duas situações já utilizadas acima:

1) O capital conforme você já sabe é de R$ 1.000,00, sendo que você irá


resgatar R$1.005,00 ao final de um mês. Ou seja, você estará resgatando
o principal de R$1.000,00 mais os juros de R$ 5,00.
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1.3.4 Taxas de juros

Unidade de medida dos juros. Remuneração cobrada por unidade


utilizada do capital PV durante determinada unidade de tempo.

Algumas notações encontradas:

i = forma percentual, como por exemplo: 5% a.m.

r = forma unitária, caracterizada pela forma percentual dividida por 100.


Ex : 0,05 a.m.

IMPORTANTE!

Sempre deve constar a periodicidade da taxa ao mês, ao ano etc.

1.3.5 Montante

Conhecido também como valor futuro (Future Value), é a soma dos juros
mais o capital, no final de certo período de tempo.

Algumas notações utilizadas: “Cn”,”M”, “FV”e”S”.

Utilizaremos durante nosso estudo, a notação “FV” para Valor Futuro.

EXEMPLIFICANDO!

Uma caderneta de poupança de R$100,00 ganhará R$2,00 de juros daqui


a um mês. Assim, ela ficará com um montante de R$102,00.
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Como você pode perceber, no exemplo anterior, o montante corresponde


ao somatório do principal com os juros.

FV=PV+J, sendo FV = Valor Futuro, PV = Valor Presente e J=Juros

1.3.6 Regime de capitalização

É a remuneração do capital através dos juros somados a este capital. A


capitalização pode ser simples ou composta

• Capitalização simples: os juros incidem somente sobre o capital.


• Capitalização composta: é uma sucessão de juros simples tomados
período por período. Os juros incidem no montante do final de cada
período.

Vamos analisar uma aplicação de R$100,00 à taxa de 2% a.m. pelo prazo


de cinco meses, observando a Figura 2 a seguir.

Primeiro, no regime de juros simples:

PV=
R$ 100,00

0 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês

FV= FV= FV= FV= FV=


R$ 102,00 R$ 104,00 R$ 106,00 R$ 108,00 R$ 110,00
Figura 2: Regime de juros simples.
UNIUBE 13

Agora vamos analisar o exemplo anterior no regime de juros compostos


conforme se visualiza na Figura 3.

PV=
R$ 100,00

0 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês

FV= FV= FV= FV= FV=


R$ 102,00 R$ 104,04 R$ 106,12 R$ 108,24 R$ 110,41
Figura 3: Regime de juros compostos.

PARADA PARA REFLEXÃO

O que você pode observar de diferente entre os dois regimes de capitalização


acima demonstrados?

Note que, apesar do período, taxa e capital serem as mesmas nos dois
regimes de capitalização, após o primeiro período, os montantes
apresentam diferenças devido à forma utilizada para calcular os juros,
ou seja, depende do modo de capitalização. Isso porque, no primeiro
período, por ser apenas um período, os juros são iguais; o capital em que
incide os juros é o mesmo do exemplo da capitalização simples.

Entretanto, a partir do 1º período, o cálculo dos juros da capitalização


simples continua sendo calculado pelo capital inicial. Já nos juros
compostos, a capitalização para o período seguinte é calculada pelo
montante do 2º período, ou seja, R$ 102,00, mais juros de 2% sobre os
R$ 102,00, totalizando R$ 104,04 e, assim, sucessivamente.
14 UNIUBE

1.3.7 Rendas

Imagine a seguinte situação: você está comprando uma calculadora


financeira no valor de R$ 430,00 para ser pago em cinco parcelas,
mensais e iguais, no valor de R$ 91,23.

PV=
R$ 430,00

0 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês

RTM= RTM= RTM= RTM= RTM=


R$ 91,23 R$ 91,23 R$ 91,23 R$ 91,23 R$ 91,23
Figura 4: Parcelamento.

Analisando a situação acima, identificamos rendas como sendo as


prestações a serem pagas.

Concluímos que são denominadas rendas, prestações, ou pagamentos


propriamente ditos, a amortização de uma dívida por meio de
pagamentos periódicos, ou ainda, depósitos periódicos para construir
um capital.

• Notações mais utilizadas: “PMT” (Pagamentos ou Payment) ou “R”.


Iremos utilizar como notação, em nossos estudos, o “PMT”.
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1.3.8 Fluxo de Caixa

Entrada e saída de Ativos monetários de um Caixa, num determinado


período.

Representação:

A linha reta horizontal com escalas corresponde aos períodos de


capitalização, que podem ser diários, mensais, bimestrais, anuais, e
outros. Observe os próximos exemplos em que temos o indicador .

Setas para cima (+) ↑entrada Setas para baixo ( - ) ↓saída

EXEMPLIFICANDO!

Uma pessoa adquiriu um apartamento no valor de R$50.000,00 à vista;


efetuou uma reforma no primeiro mês totalizando R$ 3.500,00, alugou o
mesmo durante três meses, recebendo, mensalmente, o valor de R$
535,00 e vendendo o imóvel no quinto mês pelo valor de R$ 53.000,00.
Essa operação poderá ser organizada por meio de um fluxo de Caixa,
conforme o diagrama, a seguir:

R$ 535,00 R$ 535,00 R$ 535,00 R$ 53.000,00

0 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês

PV= R$
R$ 3.500,00
50.000,00
Figura 5: Fluxo de Caixa.
16 UNIUBE

1.4 Juros simples - regime de capitalização simples

Conforme você viu anteriormente, no regime de capitalização simples, a


taxa de juros incide sobre o capital inicial.

Dessa forma, os juros simples serão iguais desde que a taxa de juros
e a periodicidade na qual essas incidem permaneçam constantes. Por
esse motivo, os juros simples também são denominados juros lineares.

Para calcular os juros de um determinado capital, basta multiplicar o valor


do capital pela taxa de juros e, em seguida, pela quantidade de período
que se deseja atualizar o capital. Matematicamente, o juro é calculado
pela seguinte fórmula:

J = PV x i x n

No cálculo de capitalização, é necessário que seja indicado como incidirá


a taxa de juros sobre o capital, ou seja, se a taxa de juros será mensal
(am), anual (aa), semestral (as), ao quadrimestre (aq), ao trimestre (at),
ao dia (ad) ou “ao período”.

IMPORTANTE!

* A taxa de juros deve estar na mesma unidade de tempo do período.


* Só podemos somar ou subtrair valores que estejam na mesma data.
Assim:
• Taxa indicada em meses (ao mês), o prazo da operação também
deverá ser trabalhado em meses;
• Taxa indicada diária (ao dia), o prazo da operação deverá ser expresso
em dias, e assim por diante.
UNIUBE 17

Os juros simples, como o próprio nome diz, são mais simples de serem
calculados, uma vez que, para efetuar os cálculos, basta utilizar as
quatro operações básicas da matemática que, são a multiplicação,
divisão, subtração e adição.

Você irá perceber que uma calculadora com as quatro operações básicas
atenderá às suas necessidades em relação aos cálculos envolvendo os
juros simples.

IMPORTANTE!

Portanto, uma valiosa dica para não ter dificuldade de calcular juros
simples é ficar atento quanto ao período que se refere à taxa de juros e,
também, o período de tempo em que o capital ficará aplicado, ou
em que será atualizado.

Vale lembrar que, conhecendo a fórmula do cálculo de juros,


descrita acima, e considerando o princípio de que o valor futuro é
igual ao capital mais os juros, teremos todas as outras fórmulas que
necessitamos para calcular o montante (FV), taxa de juros (i) e período
(n), conforme poderá ser verificado, a seguir:

Fórmula 1 - Princípio do Valor Futuro: FV = PV + J


Fórmula 2 - Fórmula dos juros: J = PV x i x n

Substituindo a fórmula 2 na fórmula 1, teremos:


FV = PV + J
FV = PV + PV x i x n

Logo:
FV = PV . ( 1 + i . n)
18 UNIUBE

A partir dessas duas fórmulas principais ─ a do cálculo dos juros (J) e a


do valor futuro (FV) ─, calcula-se qualquer variável, desde que tenhamos
três outras variáveis que necessitamos para que possamos substituí-
las nas fórmulas.

1.5 Taxa equivalente - Aprendendo a transformar a taxa de


juros na mesma unidade de tempo do período

Vamos imaginar a fórmula de juros, que está descrita abaixo:

J = PV x i x n

Caso a taxa de juros não esteja na mesma unidade de tempo do período,


temos duas alternativas.

Um exemplo da situação descrita acima é uma taxa de juros de 12%a.a.


incidindo sobre um capital pelo prazo de 3 meses. Como você pode
observar, a taxa é anual e o prazo está em meses.

1.5.1 Primeira alternativa: transformar o período na mesma unidade


de tempo da taxa de juros

Imagine uma taxa de juros expressa em meses e o período de


capitalização expresso em anos. Então teremos:

i = 1,50% ao mês n = 3 anos

Nesse caso, podemos transformar o período na mesma unidade de


tempo da taxa, conforme poderá ser observado a seguir:

n = 3 anos = 36 meses
UNIUBE 19

Dessa forma, podemos dizer que a taxa de juros será de 1,50% ao mês
e o período de tempo da operação financeira será de 36 meses, que
equivale a 3 anos.

1.5.2 Segunda alternativa: Taxa equivalente

A segunda opção é encontrar o que chamamos de Taxa equivalente,


que no regime de capitalização simples também é proporcional. Para
isso, basta encontrar uma taxa anual, equivalente a 1,50% ao mês.

Nesse caso, podemos utilizar uma regra de três simples, ou seja:

1,50% ao mês ------------------------ 1 mês


X % ao ano ------------------------ 12 meses (1 ano)
X = 1,50 x 12 = 18% ao ano.

A proporcionalidade entre a taxa de 1,50% ao mês e 18% ao ano é


facilmente percebida, entretanto, cabe uma pergunta: por que podemos
afirmar que elas são taxas equivalentes?

EXEMPLIFICANDO!

O Sr. Joseph aplicou o valor de R$ 25.000,00, durante 3 anos, a uma taxa


de 1,50% ao mês e necessita saber quanto ganhará de juros durante esse
período.

Primeiramente, devemos relacionar todas as informações necessárias para


calcular os juros:

• PV = 25.000,00 J = PV x i x n
• i = 1,50% ao mês = 0,015 ao mês J= 25.000 x 0,015 x 36
• n = 3 anos = 36 meses J = 13.500,00
• J=?
20 UNIUBE

Portanto, os juros totalizaram R$ 13.500,00 durante o período de 3


anos ou 36 meses.

Outra forma que poderíamos desenvolver os cálculos seria:

• PV = 25.000,00 J = PV x i x n
• i = 1,50% ao mês x 12 = 18% ao ano = 0,18 J = 25.000 x 0,18 x 3
• n = 3 anos J = 13.500,00
• J=?

Observe que as taxas que utilizamos nas duas formas de cálculo foram
diferentes, ou seja, 18% ao ano é diferente da taxa de 1,50% ao mês,
porém, quando aplicadas sobre um capital, durante o mesmo período
de tempo, proporcionam o mesmo valor dos juros, que no exemplo foi de
R$ 13.500,00. Dessa forma, podemos dizer que as taxas, além de serem
proporcionais, são equivalentes.

1.6 Taxa nominal e Taxa efetiva

Outro ponto, referente a taxas de juros, a que devemos dar total atenção
é o conceito de Taxa nominal e Taxa efetiva.

IMPORTANTE!

Taxa nominal: é aquela taxa aparente ou definida em um contrato.


Taxa efetiva: conhecida, também, como Taxa real ou Custo real do dinheiro.

Vamos esclarecer as definições acima expondo-lhe uma situação comum


na vida de um cidadão:

Situação I: O Sr. Sanches pretende comprar uma bolsa no valor de R$


900,00 para presentear sua esposa pelo Dia dos Namorados. A loja
informa que cobrará o juro de 1% ao mês e dará ao Sr. Sanches um
prazo de 30 dias para o pagamento.
UNIUBE 21

Entretanto, caso o Sr. Sanches pague o preço à vista, a loja concederá


um desconto de 5%. Portanto, qual é a taxa nominal e qual é a taxa
efetiva dessa operação?

Dados do problema:

• PV = 900,00
• i = 1 % ao mês = 0,01 ao mês
• n = 30 dias = 1 mês
• FV = ?

Fórmula básica:

FV = PV x (1 + i x n)
FV = 900 x (1 + 0,01 x1) FV = 900 x 1, 01
FV = 909,00

Portanto, a taxa contratada para a operação foi de 1% ao mês (taxa


nominal) e o valor que será pago após 30 dias será de R$ 909,00.

• Entretanto, caso o Sr. Sanches compre a bolsa à vista, o preço da


mesma será:

Desconto = 900 x 0,05 = 45


Valor a ser pago à vista = 900 – 45 = 855

Portanto, o valor à vista não será de R$ 900,00 e sim R$ 855,00. Dessa


forma, se utilizarmos os dados a seguir, a taxa de juros que a loja está
cobrando do seu cliente é diferente daquela contratada, ou seja:
22 UNIUBE

Dados:
• PV = 855,00 (com desconto)
• FV = 909,00 (preço que deverá ser pago para compras a prazo)
• n = 30 dias = 1 mês

Portanto, qual é a taxa real que está sendo cobrada?


FV = PV x (1 + i x n)
909 = 855 x ( 1 + i x 1)
1,063158 - 1 = i
i = 1,063158 - 1 = 0,063158 = 6,32 % ao mês.

Concluímos que a taxa que está sendo cobrada, efetivamente, do Sr.


Sanches é de 6,32% ao mês, e não 1% ao mês.

Se o cliente souber dessa informação, ele poderá decidir qual será a


alternativa mais viável:
a) pegar o dinheiro emprestado para comprar a bolsa à vista;
b) financiá-la por meio de uma outra fonte de financiamento;
c) comprar a prazo na própria loja.

Para ficar mais claro, criemos uma outra situação.

Situação II: Suponhamos que o Sr. Sanches consiga um empréstimo,


também com vencimento para 30 dias, a uma taxa de 6% ao mês.
Para comprar a bolsa à vista, o Sr. Sanches necessita de R$ 855,00,
uma vez que ele aproveitará o desconto concedido pela loja.

Vejamos, então, quanto ele pagará à pessoa que lhe emprestou o


dinheiro ao final do prazo concedido.
UNIUBE 23

Dados:
• PV = 855,00 (com desconto)
• n = 30 dias = 1 mês
• i = 6% ao mês = 0,06 ao mês
• FV = ?
FV = PV x (1 + i x n) = 855 x (1+ 0,06 x1)
FV = 855 x 1,06
FV = 906,30

Portanto, o valor que o Sr. Sanches deverá pagar ao agente


financiador será R$ 906,30, menor que os R$ 909,00 que deveria pagar
à loja, caso comprasse a bolsa a prazo. Portanto, uma economia
de R$ 2,70.

Também poderíamos concluir a viabilidade da alternativa de


compra, comparando a taxa do empréstimo com a taxa efetiva
da empresa.

1.7 Contagem de tempo

Outro fato a que devemos ficar atentos é quanto à contagem de tempo.


Na Matemática financeira, podemos utilizar dois tipos distintos de
calendário e, consequentemente, com quantidade de dias diferentes.
“Ano comercial”, consideramos aquele que possui 360 dias, sendo
30 dias por mês.Já o “ano civil” possui 365 dias e o número de dias
do mês é exato.Geralmente, nos cálculos financeiros, utiliza-se o ano
comercial, para facilitar os cálculos. Quando a contagem de tempo
for feita pelo ano civil, tal informação é especificada no contrato.
24 UNIUBE

1.8 Desconto de títulos de crédito

As operações de desconto consistem em antecipar


Título de crédito
o recebimento de títulos de créditos que possuem
Documento que
comprova a vencimentos em uma data futura. Geralmente,
existência de uma
dívida. essas operações são de curto prazo e objetivam
a obtenção de capital de giro disponível.

Você sabe quais são os títulos de crédito que são descontados com maior
frequência no sistema financeiro? Dentre eles, constam:

Figura 6: Títulos de crédito.

Existem ainda, outros títulos de créditos que também podem ser


descontados como, por exemplo, as notas promissórias, notas
promissórias rurais e letras de câmbio. Porém, são menos comuns, não
ocorrendo normalmente no sistema financeiro.

Valor de face: Vamos entender a definição de desconto?


Conhecido também
como valor nominal, Desconto é o valor que será deduzido do valor de
é a importância a
ser paga na data de face do título de crédito.
vencimento
UNIUBE 25

Matematicamente, o desconto pode ser representado da seguinte


forma:

D = N - A , em que:
D = Desconto
N = Valor nominal (valor de face)
A = Valor atual (valor do título na data presente)

IMPORTANTE!

Cabe salientar que o cálculo do desconto é efetuado com base no tempo


que o mesmo será antecipado. Geralmente, o período de antecipação é
mensurado em dias.

No regime de juros simples, existem dois tipos de desconto:

• Desconto comercial, bancário ou “por fora”.


• Desconto racional, simples ou “por dentro”.

Os dois se diferem em relação à forma de incidência dos juros


sobre o valor principal do título.

Figura 7: Forma de incidência dos juros sobre o valor principal do título.


26 UNIUBE

1.8.1 Desconto comercial, bancário ou “por fora”

Fórmula: Dc = N x i x n em que:

Dc = Desconto comercial
N = Valor nominal
i = taxa de desconto (geralmente dada ao mês)
n = prazo de antecipação (geralmente dado em dias)

Não deixe de transformar o prazo para a mesma unidade de tempo da


taxa.

1.8.2 Desconto racional, “simples” ou “por dentro”


Fórmula: Dr = A x i x n em que:

Dr = Desconto racional
A = valor atual (valor presente do título).
i = taxa de desconto (geralmente dada em mês)
n = prazo de antecipação (geralmente dado em dias)

Não deixe de transformar o prazo para a mesma unidade de tempo da


taxa.

1.8.3 Comparando o Desconto comercial com o Desconto racional

Para que compreenda a diferença entre Desconto comercial e Desconto


racional, você precisa saber como as instituições financeiras realizam
as operações de descontos. Veja, passo a passo, como essas
transações ocorrem.
UNIUBE 27

1º Passo - A empresa leva o título de crédito na instituição financeira.


2º Passo - A instituição financeira poderá ou não consultar a veracidade
do título de crédito entrando em contato com o emitente (devedor),
reservando-se o direito de não descontá-lo caso conste algo irregular, ou
ainda, se o emitente (devedor)tenha alguma restrição de crédito em seu
nome.
3º Passo - A instituição financeira antecipa o pagamento do título de crédito
à empresa, cobrando-lhe juros equivalentes aos dias de antecipação. Juros
estes denominados “desconto”.
4º Passo - O título de crédito ficará custodiado (guardado) na instituição
financeira, que fará a cobrança do mesmo.
5º Passo - Quando o devedor (emitente sacado) efetuar o pagamento, o
dinheiro ficará para a instituição que o descontou.

Vejamos esses conceitos na seguinte situação.

Situação III: O Magazine Universitário S/A está vendendo


calculadoras financeiras no valor de R$ 450,00 para pagamento em
30 dias, por meio de cheque pré-datado. Ao vender uma calculadora
para o Sr. Sanches, com cheque pré-datado, conforme as condições
de venda adotadas pela empresa, a mesma pretende descontá-lo em
uma instituição financeira. O Banco Uberaba S/A informa que irá cobrar
uma taxa de desconto de 2% ao mês.

Dessa forma, qual será o valor do desconto (juros) cobrado pela


instituição financeira e o qual será o valor atual recebido pela
empresa Magazine Universitário S/A, sabendo-se que:

a) o critério de cálculo será pelo Desconto comercial.


b) o critério do cálculo será pelo Desconto racional.
28 UNIUBE

Vamos acompanhar o raciocínio para cada modalidade de desconto.

a) Desconto comercial
N = 450 (valor do cheque)
n = 30 dias (prazo de antecipação) = 1 mês
i = 2% ao mês = 0,02 ao mês (juros cobrados pelo Banco)

Dc = N x i x n A = N - Dc
Dc = 450 x 0,02 x 1 A = 450 - 9
Dc = 9,00 A = 441

Portanto, o valor de desconto será de R$ 9,00 e o valor recebido pelo


Magazine Universitário S/A será de R$ 441,00.

Passaremos agora, à resolução da letra b, referente ao desenvolvimento


do cálculo do Desconto racional:

b) Desconto racional
A = ? (não sabemos ainda o valor atual, uma vez que é exatamente
o que queremos calcular).
n = 30 dias (prazo de antecipação) = 1 mês
i = 2% ao mês = 0,02 ao mês (juros cobrados pelo banco)
N = 450

1) Dr = A x i x n
2) D = N - A

Substituindo 2 em 1, teremos:
N-A=Axixn
UNIUBE 29

Portanto:

N=A+Axixn A = 450/(1+0,02x1) = 450/1.02 = 441,18


N = A (1 + i x n) D=N-A
A = N / (1 +in) D = 450 - 441,18 = 8,82

ou

Dr = A x i x n
Dr = 441,18 x 0,02 x 1
Dr = 8,82

Portanto, o valor de desconto será de R$ 8,82 e o valor recebido pelo


Magazine Universitário S/A será de R$ 441,18.

Chamamos sua atenção para o seguinte detalhe: o valor do Desconto


comercial é maior que o do Desconto racional. Dessa forma, o Magazine
Universitário S/A pagará mais juros caso desconte esse cheque
pré-datado no Desconto comercial.

As instituições financeiras optam pela utilização do Desconto comercial e,


justamente por esse motivo, que ele é chamado de Desconto comercial
ou bancário.

Outrossim, observem que o Desconto comercial é calculado pelo valor


nominal e o Desconto racional é calculado pelo valor atual. Sendo o
valor atual sempre menor que o valor nominal, podemos representá-los
em dois círculos, conforme Figura 8, a seguir:
30 UNIUBE

Figura 8: Desconto “por dentro” e Desconto “por fora”.


Fonte: Silva (2005).

Esperamos que tenha ficado mais fácil diferenciar o “desconto por


dentro” e “desconto por fora”. Vale ressaltar que esses dois termos
são muito utilizados em concursos e a maior parte dos candidatos
comete erros por confundirem a fórmula correta a ser utilizada.

1.8.4 Equivalência de capital em desconto de títulos

Agora, que já sabemos diferenciar o Desconto comercial e o


Desconto racional, temos uma outra situação muito comum no
mercado. Em certos casos, o cliente de uma determinada empresa,
devedor de um título de crédito, pode propor negociações que
envolvam substituição do título de crédito, modificando as datas de
vencimentos.

Isso é perfeitamente possível, porém o beneficiário (credor) só deverá


aceitar a negociação se obtiver o mesmo valor atual do título caso o
mesmo seja descontado. Damos o nome a essa transação financeira de
“equivalência de capital”. Podemos compreender melhor esse conceito
resolvendo a situação a seguir.
UNIUBE 31

Situação IV: Vamos supor que o Sr. Sanches, emissor do cheque


pré-datado no valor de R$ 450,00, com vencimento para 30
dias, resolve trocá-lo com o Magazine Universitário S/A por outro
documento com vencimento para daqui a 45 dias, consequentemente
ganhando mais 15 dias de prazo. Portanto, o valor do novo documento
não poderá ser calculado simplesmente acrescendo ao valor original,
que no caso é de R$ 450,00, os juros correspondentes aos 15 dias a
mais de prazo.

Primeiramente, o credor, que, no exemplo, será o Magazine


Universitário S/A, deverá verificar se o cheque de R$ 450,00, caso fosse
descontado, seria pelo desconto comercial ou pelo desconto racional.

Em seguida, basta igualar os dois valores atuais, ou seja, o valor atual


do título antigo deverá ser igual ao valor atual do título novo. Após,
efetue os cálculos encontrando a variável que queremos saber, que é
o novo valor atual.

Desenvolvendo:

a) Equivalência de capital calculada por meio de desconto


comercial:

Título original Novo título


N = 450,00 N’ = ?
n= 30 dias = 1 mês n’= 45 dias = 1,50 mês

Taxa de desconto: i = 2% ao mês = 0,02 ao mês


Sabendo-se que a fórmula do valor atual é: A = N ( 1 - i x n)
32 UNIUBE

A = A’
N x (1 - i x n) = N’ x (1 - i x n’)
450 x (1 - 0,02 x 1) = N’ x (1 - 0,02 x 1,5)
450 x 0,98 = N’ x (1 - 0,03)
441 = N’ x 0,97
N’=441/0,97 = 454,64

Portanto, o valor do novo título deverá ser de R$ 454,64, com


vencimento para daqui a 45 dias, uma vez que, no caso de ser
descontado, irá proporcionar o mesmo valor atual do título de R$ 450,00
com vencimento para 30 dias, ou seja, o valor atual seria igual a R$
441,00.

b) Equivalência de capital calculada pelo Desconto racional:

N
Título original A=
Novo título
N = 450,00 N’ = ?
(1 + i.n )
n= 30 dias = 1 mês
A = A'
n’= 45 dias = 1,50 mês
N N'
=
Taxa de desconto: i = 2% ao mês = 0,02 ao (mês
1 + i.n ) (1 + i.n ')
A fórmula do valor atual, utilizando o desconto 450 N'
racional é a seguinte:
=
(1 + 0, 02.1) (1 + 0, 02.1,50 )
N 450 N'
A= =
(1 + i.n ) 1, 02 (1 + 0, 03)
A = A' N'
441,176471 =
N N' 1, 03
=
(1 + i.n ) (1 + i.n ') N ' = 441,176471.1, 03
450 N' N ' = 454, 411765
=
(1 + 0, 02.1) (1 + 0, 02.1,50 ) N ' ≅ 454, 41
450 N'
=
1, 02 (1 + 0, 03)
N'
441,176471 =
1, 03
N ' = 441,176471.1, 03
N ' = 454, 411765
UNIUBE 33

Portanto, o valor do novo título deverá ser de R$ 454,41, com


vencimento para daqui a 45 dias, uma vez que, no caso de ser
descontado, irá proporcionar o mesmo valor atual do título de R$
450,00 com vencimento para 30 dias, ou seja, o valor atual seria,
aproximadamente, de R$ 441,18.

1.9 Conclusão

Agora, que você já conhece alguns “segredos” da Matemática financeira,


deve prosseguir seu estudo, reforçando conceitos e desenvolvendo
exercícios. Só se aprende Matemática financeira resolvendo muitos
exercícios e, inclusive, diversas vezes cada um deles.

Este é apenas o começo do estudo da Matemática financeira, quando


você teve a oportunidade de aprender conceitos elementares e estudar
o regime de capitalização de juros simples.

Passemos ao conjunto de atividades que lhe permitirá construir novos


conhecimentos a partir do que foi abordado neste capítulo.

Resumo

Neste capitulo abordamos um conteúdo da Matemática financeira que a


torna um importante instrumento para tomada de decisão. Você nota que,
ao iniciar os estudos da disciplina, algumas perguntas inevitavelmente
passam pela sua cabeça: qual o seu campo de aplicação? Qual a sua
utilidade prática? Ela fará alguma diferença em minha vida? E você
percebe o quanto ela está entranhada na sua vida. Iniciamos o conteúdo
ensinando como se utiliza a calculadora, os conceitos, termos e notações
que são frequentemente utilizados pela Matemática financeira, bem
como, pelo mercado empresarial e financeiro como um todo. Espero que
tenha compreendido os conceitos estudados e caso tenha tido alguma
dúvida volte ao texto e releia-o e também resolva os exercícios!
34 UNIUBE

Atividades

Atividade 1

1.1 - Você aplicou R$ 4.800,00 por 10 meses à taxa de 25%a.a. Calcule


o juro obtido.

1.2 - Qual o valor que resgatou o aplicador que investiu R$ 56.000,00


pelo prazo de 3 anos à taxa de 5% a.m.?

Atividade 2

Por quanto tempo deve ser aplicado um capital de R$ 16.000,00 à taxa


de juros de 16% ao ano, para que, final deste período, o valor acumulado
seja de R$ 16.640,00?

Atividade 3

3.1 - Você aplicou R$ 5.000,00 num banco por 2 meses à taxa de 5%


a.m.. Sabe-se que incide uma alíquota de 25% sobre os juros. Calcule:
a) o valor dos juros
b) o imposto de renda retido
c) o valor líquido de resgate
d) a taxa efetiva mensal de rendimento

3.2 - Uma instituição financeira faz empréstimos e cobra 12% a.m. de


juros simples que devem ser pagos antecipadamente pelo tomador .
Qual a taxa efetiva que o tomador paga por empréstimo de R$ 30.000,00
por 3 meses?
UNIUBE 35

Atividade 4

4.1 - Uma determinada mercadoria é vendida à vista por R$ 130,00. Mas


se o comprador desejá-la comprar a prazo, deverá dar uma entrada de
20% e o restante será pago após 30 dias. Entretanto, a segunda parcela
terá juros e totalizará um montante de R$ 106,90. Qual a taxa de juros
cobrada na venda a prazo?

4.2 - Cláudio deseja financiar a compra de um home theather no valor


de R$ 3.000,00, em uma entrada mais três prestações mensais de
R$1.000,00. Sabendo que será cobrada uma taxa de 1,8% a.m. no
regime de juros simples, calcule o valor da entrada.

Atividade 5

5.1 - Uma duplicata no valor de $ 4.500,00 foi descontada 60 dias antes


de seu vencimento a uma taxa de 25% a. a.
a) Qual foi o desconto comercial que sofreu?
b) Quanto recebeu seu portador?
c) Se o desconto fosse racional, qual a taxa anual que corresponderia ao
mesmo valor descontado?

5.2 - Uma empresa oferece os seguintes títulos para serem descontados


num banco comercial:

Vencimento ( dias ) Valor do título (R$)


30 10.000,00
60 20.000,00
90 30.000,00
Total 60.000,00
36 UNIUBE

Determinar o valor a ser creditado na conta desta empresa, por essa


operação de desconto, assumindo o mês com 30 dias e sabendo-se que
a taxa de desconto comercial acertada é de 1% a.m.+

Referências

ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações. 9. ed.


São Paulo: Atlas, 2006.

CRESPO, Antônio Arnot. Matemática comercial e financeira fácil – 13 ed.


São Paulo: Saraiva 2002.

HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de janeiro:


Objetiva, 2001.

SILVA, Cássio Silveira da. Matemática financeira: com utilização da calculadora


HP12C. Uberaba, 2005 (apostila).

VERAS, Lilia Ladeira. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras,


aplicações ao mercado financeiro, introdução à engenharia econômica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
Capítulo
Conhecendo o poder da
capitalização dos juros
2
Cássio Silveira da Silva
Juliane Miziara Machado Borges

Introdução
Prezado aluno, no Capítulo 1 – Matemática como instrumento
para tomada de decisão – vimos que a Matemática pode ser
utilizada para auxiliar os gestores a tomarem decisões financeiras.
Estudamos conceitos básicos de Matemática comercial, sistema
de capitalização simples e desconto de títulos de crédito.

Agora, iremos conhecer uma nova forma de capitalização,


conhecida como “juros compostos” ou capitalização composta. O
critério da capitalização composta é o mais utilizado no mercado
financeiro, uma vez que o custo do capital é calculado de forma
mais precisa, remunerando não só o capital como também os juros
que deveriam ser obtidos, período a período. Esse sistema de
capitalização também é conhecido como “juros sobre juros”.

Trabalhando com consultoria em finanças, já presenciamos várias


situações em que pessoas físicas ou empresas levam prejuízos
significativos por desconhecerem o sistema de capitalização
composta. Esse sistema, por remunerar não somente o capital
como também os juros obtidos período a período, “multiplica” o
capital de forma exponencial, fazendo com que uma dívida triplique
seu valor, dependendo das taxas de juros contratadas.
38 UNIUBE

A título de exemplo, suponhamos que uma taxa de cartão de


crédito seja 10,35% ao mês (atualmente, é muito comum encontrar
essas taxas sendo praticadas por algumas bandeiras de cartões
de crédito) e uma pessoa esteja financiando um saldo devedor de
R$ 1.000,00 do cartão de crédito, pretendendo liquidar a dívida
daqui a um ano. Ao final de doze meses, o saldo devedor terá
alcançado a incrível cifra de R$ 3.260,38 ou seja, o valor final será
mais de três vezes o valor inicial.

Alguns estudiosos, professores e consultores de finanças chamam


os prejuízos gerados pelo desconhecimento e domínio da
Matemática financeira como “custos da ignorância na Matemática
financeira”.

Como dissemos anteriormente, no sistema de capitalização


composta, os juros são calculados a partir de fórmulas
exponenciais, dificultando o desenvolvimento uma vez que
teremos que utilizar expoentes, raízes e funções de logaritmo
natural ou neperiano (Ln). Lembrando que Logaritmo natural
ou neperiano é o logaritmo de base “e” (2,718281). O lagoritmo
neperiano de x (lnx) é a potência a que se deve elevar “e” para
se obter “x”.

Para facilitar os cálculos, existem as calculadoras financeiras.


Compactas, fáceis de serem transportadas e, como dizia um
dos papas da Economia e Finanças, Mário Henrique Simonsen
(1935-1997), engenheiro, especializado em Economia e ex-ministro
da Fazenda, “cabem no bolso de um paletó”.

Além das calculadoras financeiras, temos os palm’s e planilhas


eletrônicas, que é o caso do MS Excel, que facilitam a “vida”
daqueles que necessitam efetuar cálculos de capitalização
composta.
UNIUBE 39

Portanto, nessa etapa do estudo, é de fundamental importância a


aquisição de uma calculadora financeira, conforme recomendações
do capítulo anterior, para que você consiga um maior aproveitamento
nos estudos.

Muitos alunos tentam acompanhar os estudos de Matemática


financeira utilizando calculadoras científicas, que podem ser
utilizadas sem nenhum tipo de problema para efetuarem algumas
operações financeiras. Entretanto, para calcular taxa interna de
retorno, fluxo de caixa e alguns outros cálculos mais complexos as
máquinas científicas ficam limitadas, exigindo muito conhecimento
matemático de seu usuário.

Um bom motivo para que você adquira uma calculadora financeira


é a velocidade de resposta que a calculadora financeira é capaz
de fornecer.

Por questões didáticas e mercadológicas, iremos adotar a


HP12C para elaborar nossos exemplos e explicações. Portanto,
recomendo que você adquira uma calculadora desse modelo,
de preferência o modelo tradicional ou também conhecido como
“HP12C Gold”.

Desejamos-lhe bons estudos.

Objetivos

Esperamos que os conteúdos trabalhados neste capítulo sejam


capazes ajudá-lo a desenvolver as seguintes habilidades:

• calcular o custo do dinheiro no tempo,


• conhecer e aplicar fórmulas matemáticas para cálculos
financeiros de juros compostos;
40 UNIUBE

• conhecer e manusear a calculadora financeira HP 12C;


• utilizar a Matemática financeira como instrumento de gestão
para tomada de decisão;
• identificar o caráter interdisciplinar entre o conhecimento
matemático, administrativo, contábil e econômico;

Esquema

Dicas de utilização da
calculadora financeira

• Calculando juros, montante, capital e prazo


Capitalização composta • Cálculo de juros para números não inteiros
e períodos

Equivalência de taxa a
juros compostos

Taxa nominal e Taxa


efetiva

Data focal

Desconto composto

2.1 Dicas de utilização da calculadora financeira

Antes de iniciarmos os estudos de regime de capitalização composta,


conforme falamos anteriormente, daremos ênfase a algumas importantes
funções e teclas da HP12C que você utilizará com maior frequência.

Cabe observar que não pretendemos aqui escrever sobre todas as funções
da referida calculadora e, muito menos, detalhar todas as operações
possíveis de serem feitas utilizando tal ferramenta. Os detalhes sobre as
funções, operações e cuidados com o equipamento você deverá conhecer
estudando detalhadamente o manual que acompanha sua calculadora.
UNIUBE 41

IMPORTANTE!

Podemos garantir que o estudo do manual da calculadora é um importante


ingrediente para solidificar o conhecimento de Matemática financeira. A
calculadora financeira está para o gestor de finanças assim como o bisturi
está para o cirurgião.

Depois dessas recomendações, vamos as dicas do Quadro 1:

Quadro 1: Sequência de teclas das funções básicas da calculadora.


Teclas Visor Significado

ON 0,00 Liga a calculadora.

CLx 0,00 Apaga o número que está no visor.

Para fixar o número de casas decimais basta


teclar o f (segunda função) de cor laranja
f 2 0,00 e, em seguida, teclar o número de casas
desejadas. No exemplo, fixamos em 2 (duas)
casas decimais.

Trata-se de uma função “Clear” que apaga


f REG 0,00 todos os regis tradores (registros de
memória, registros financeiros, etc...)

Também se refere a função “Clear” que limpa


f Fin 0,00
os registradores financeiros.

As teclas que apagam os registradores são de grande importância,


principalmente aquela que limpa os registradores financeiros (f Fin), uma
vez que os números armazenados nas teclas financeiras permanecem
guardados até que sejam substituídos ou apagados através da função
“clear” descrita. Mesmo se a calculadora financeira for desligada,
os números armazenados em suas memórias não deixam de existir,
permanecendo até que sejam apagados com comando específico
(função “clear”).
42 UNIUBE

No caso dos cálculos financeiros, os números armazenados podem


influenciar resultados, provocando erro no resultado desejado, podendo
causar grandes transtornos para o usuário, uma vez que o mesmo poderá
tomar decisões erradas em uma prova ou no fechamento de um negócio.

E por falar em memórias, a calculadora HP12C possui 20 memórias que


podem ser utilizadas para armazenamento de números. Os números ali
armazenados podem ser recuperados mesmo depois que você desligou
a calculadora. Podem ser realizadas operações (multiplicação, divisão,
adição e subtração), com os números que estão armazenados, sendo
estes substituídos pelo resultado obtido. Para utilizar esse recurso, leia a
Seção 1 (Introdução ao Uso), item “Registradores e Armazenamento” do
manual da calculadora HP12C e, também, observe o quadro, a seguir.

Para armazenar um número, utilizando esse recurso, você deverá


informar o número que pretende armazenar e, teclar STO (Store =
armazenar) e, em seguida, escolher um número de “0” a “9” armazenando
os dados em umas das 10 (dez) primeiras memórias da máquina. Caso
necessite, você poderá teclar STO e, em seguida, “.” (ponto) e um número
de “0” a “9” para utilizar as outras 10 memórias existentes, perfazendo o
total de 20 memórias disponíveis. Veja o Quadro 2:

Quadro 2: Sequência de teclas a serem usadas numa situação de utilização da função STO
da calculadora.
Passo Teclas Visor Significado

1 ON 0,00 Liga a calculadora.


Posicionar a calculadora em duas
2 F2 0,00
casas decimais.
3 F REG 0,00 Limpar os registradores.
Informe o valor que pretende utilizar
4 500 500,
em seus cálculos.
UNIUBE 43

Armazenar o valor que está no visor


5 STO 1 500,00
na memória “1”
Informe o valor que pretende utilizar
6 600 600,
em seus cálculos
Armazenar o valor que está no visor
7 STO 2 600,00
na memória ‘2”
Informe o valor que pretende utilizar
8 1200 1.200,
em seus cálculos
Armazenar o valor que está no visor
9 STO .2 1.200,00
na memória “.2” (ponto dois).
.

Suponhamos que você deseja somar R$ 50,00 com o valor que está
armazenado na memória “2” (R$ 600,00) e, em seguida, armazenar o
resultado na própria memória dois, substituindo o número anterior pelo
novo resultado. Dessa forma você poderia proceder da seguinte maneira
(Quadro 3):

Quadro 3: Sequência de teclas a serem usadas na situação proposta acima

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Informe o valor que pretende utilizar
2 50 50,
em seus cálculos.
Somar o número do visor ao número
3 STO + 2 50,00 que está armazenado na memória 2
(dois).
Recuperar o valor armazenado
na memória “2”, que nesse caso
é o resultado de 600,00 (número
4 RCL 2 650,00
armazenado anteriormente)
somado ao 50,00 (utilizado na
operação atual).

A HP12C também possui as memórias financeiras, no total de 5 teclas


utilizadas para desenvolver cálculos financeiros de juros compostos. Os
números que são armazenados nessas teclas podem ser substituídos por
outros dados inseridos na mesma tecla ou ainda apagados utilizando a
função “clear” por meio das teclas “f Fin”, conforme explicado anteriormente.
44 UNIUBE

As teclas são as descritas no Quadro 4:


Quadro 4: Sequência de teclas a serem usadas no cálculo de juros compostos

Teclas da HP12C Função


n Números de períodos ou prestações
PV Valor Presente ou Capital
i Taxa de Juros (Percentual)
FV Valor Futuro ou Montante
Valor dos Pagamentos ou Prestações (quando os
PMT
valores são iguais)

Para visualizar os valores armazenados nestes registradores, basta


acionar a tecla RCL e, logo em seguida, a tecla desejada, como descrito
no Quadro 5:

Quadro 5: Sequência de teclas a serem usadas numa situação de cálculo de juros impostos
Passo Teclas Visor Significado

1 ON 0,00 Liga a calculadora.

Posicionar a calculadora em duas


2 f 2 0,00
casas decimais

3 f Fin 0,00 Limpar os registradores

Informe o valor que pretende utilizar


4 5 5,
em seus cálculos
Tecle “n” para inserir o número de
5 n 5,00
períodos
Informe o valor que pretende utilizar
6 30 30,
em seus cálculos
Tecle “PV” para inserir o valor
7 PV 30,00
presente.
Informe o valor que pretende utilizar
8 2 2,
em seus cálculos
Tecle “i” para inserir a taxa de juros,
9 i 2,00
que nesse caso será de 2,00 %
UNIUBE 45

Para recuperar os números armazenados, a fim de checar se foram


informados corretamente, para rever informações ou para outra finalidade
que se fizer necessária, basta utilizar a tecla RCL (Recall = recuperar) e,
logo em seguida, pressionar a tecla financeira desejada.

Quando a calculadora sai da fábrica, ela fica configurada para expressar


os valores na maneira americana, ou seja, a separação da parte inteira
da parte decimal dos números é feita com o “.” (ponto) e os grupos de 3
dígitos são separados por “,” (vírgula), conforme se vê em: US$ 1,237.58.
Em determinados momentos, tal configuração pode confundir o usuário
brasileiro, uma vez que temos o hábito de separar as casas que indicam
milhares com “.” (ponto) e a parte inteira da decimal por “,” (vírgula),
conforme se nota em: R$ 1.237,58

Para fazer a alteração, basta desligar a calculadora, pressionar e manter


pressionada a tecla do ponto (“.”) e, em seguida, pressionar a tecla
“ON”, soltando-as simultaneamente. Se repetir novamente a operação a
calculadora voltará a ser usada com a configuração original.

SAIBA MAIS

Muitas pessoas, ao adquirirem um novo equipamento, não têm o hábito


de fazer a leitura do manual. Tenho certeza que você conhece milhares
de pessoas que, ao adquirirem um novo celular, um aparelho de DVD, um
carro, um aparelho de TV, e tantos outros aparelhos eletrônicos não fazem a
leitura do manual e aprendem a manusear o equipamento com experiências
adquiridas anteriormente, por deduções ou tentativa e erro. Talvez esse
seja o motivo de redução de vida útil do equipamento, danos que algumas
vezes são irreversíveis ou subutilização do produto, não usufruindo todos os
benefícios que o mesmo pode oferecer. Dessa maneira, convidamos você
a quebrar esse velho paradigma e fazer uma leitura muito interessante e
importante para que aprenda dominar todas as funções de sua calculadora
que serão utilizadas nos cálculos financeiros.
46 UNIUBE

Portanto, você deverá realizar a leitura dos itens abaixo, que compõem o
manual de sua HP12C. Os itens que deverão ser lidos e que você poderá
localizá-los pelo índice são:

1. Introdução
2. Facilitando os cálculos financeiros
3. Parte I – Resolvendo problemas
4. Seção 1 – Introdução ao uso
5. Seção 2 – Funções de porcentagem e de calendário
6. Seção 3 – Funções financeiras básicas
7. Seção 5 – Recursos adicionais de operação
8. Seção 7 – Funções matemáticas e de alterações de números
9. Apêndice C: Condições de erros
10. Apêndice E: Bateria, garantia e informações sobre assistência técnica
11. Índices das teclas de funções.

Caso você não possua o manual da calculadora, o mesmo encontra-se


disponível acessando endereço, a seguir, que é do site da HP:

PESQUISANDO NA WEB

Manual da calculadora financeira <http://h10025.www1.hp.com/ewfrf/wc/


manualCategory?lc=pt&cc=br&dlc=pt&product=81575>

Tenha certeza de que, somente com a prática, a utilização da calculadora


financeira se tornará algo natural.
UNIUBE 47

2.2 Capitalização composta

Agora que você já realizou a leitura do manual de sua calculadora,


vamos iniciar nosso estudo sobre capitalização composta, ou o chamado
popularmente de “juros sobre juros”.

Na capitalização composta, conforme explicado anteriormente, os juros


incidem no montante do final de cada período, ou seja, são calculados
os juros de um determinado capital. O juro é somado ao capital formando
um montante (juros + capital) que, no próximo período, receberá os juros.
Dessa forma, os juros também rendem juros. A capitalização composta é
uma sucessão de juros simples tomados período por período.

EXEMPLIFICANDO!

Um capital de $ 100 será ajustado por juros compostos a uma taxa de


2%, por período, durante 5 períodos, assim:
100 102 104,04 106,12 108,24 110,41 i = 2%

0 1 2 3 4 5 n = períodos

2.2.1 Calculando juros, montante, capital e prazo

Para calcular juros pelo regime de capitalização composta, torna-se


necessário utilizar fórmulas que contenham expoentes, pois os juros
compostos também são conhecidos como juros exponenciais.

As calculadoras financeiras já vêm programadas para elaborarem


cálculos de juros compostos e as Planilhas Eletrônicas (como por
exemplo, o MS Excel), por sua vez, possuem um assistente de função
com várias fórmulas financeiras, facilitando assim a vida dos gestores
que necessitam tomar decisões com base nos cálculos financeiros para
minimizar riscos.
48 UNIUBE

IMPORTANTE!

Antes de apresentar a primeira fórmula, devemos ter consciência de que,


aprender utilizar a calculadora é importante, uma vez que facilita nossos
cálculos, porém devemos saber trabalhar com as fórmulas matemáticas para
que possamos compreender e demonstrar cálculos, caso seja necessário.
Em concursos públicos, provas para ingresso em pós-graduação, perícia
jurídica e outros tipos de trabalho torna-se necessário demonstrar todos os
passos utilizados na elaboração dos cálculos.

Agora que já fizemos as recomendações quanto à importância da


utilização de fórmulas, apresento a você a principal fórmula para calcular
os juros compostos:

J = PV . ((1+ i)n – 1) em que:

J = Juros PV = Valor presente ou Capital


n = Prazo ou período i = Taxa de juros

A seguir, vamos criar uma sequência de situações-exemplos em que você


aplicará os conceitos vistos até aqui e desenvolveremos sua resolução.

Situação I: O Sr. Aderbal aplicou R$ 3.750,00 no Banco de Uberaba S/A


durante 5 meses a uma taxa de 2,50% ao mês. Calcule qual foi o juro
que o Sr. Aderbal ganhou durante o período que o recurso ficou aplicado.
UNIUBE 49

Quadro 6: Resolução algébrica da Situação I

Dados Resolução algébrica


J = PV . ((1+ i)n - 1)
J = 3750 . ((1 + 0,025)5 - 1)
PV = 3.750,00
J = 3750 . ((1,025)5 - 1)
n = 5 meses
J = 3750 . (1,131408 - 1)
i = 2,50 % a.m. ou 0,025 a.m.
J = 3750 . 0,131408
J = 492,78

Não temos teclas na calculadora financeira que permitam calcular


diretamente o valor dos juros, entretanto podemos calculá-los pela
diferença entre o Valor Futuro e o Valor Presente (J=FV-PV).

Para tornar possível a resolução pelo cálculo do Valor Futuro, devemos


primeiramente conhecer a fórmula utilizada para cálculo do montante.

FV = PV . (1 + i)n

• Aplicando a fórmula do valor futuro no exemplo anterior e calculando


o montante da aplicação, teremos:

Quadro 7: Cálculo do valor futuro

Dados Resolução Algébrica


PV = 3.750,00 FV = PV . (1 + i)n
n = 5 meses FV = 3.750, . (1 + 0,025)5
i = 2,50 % a.m. ou 0,025 a.m. FV = 3.750, . (1,025)5
FV = ??? FV = 3.750, . 1,131408
FV = 4.242,78
50 UNIUBE

• Representação gráfica da Situação I pelo diagrama abaixo:

FV= 4.242,78

0 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês

PV= 3.750,00

Figura 1: Representação gráfica da situação do Quadro 7.

A seta para baixo significa que está acontecendo uma saída de recursos
do “caixa” para que sejam aplicados e, por sua vez, a seta voltada para
cima indica que está ocorrendo uma entrada de recursos no “caixa” após
o resgate da aplicação.

• Para desenvolver a situação exposta no Quadro 7, utilizando as teclas


financeiras da HP12C, teremos:

Quadro 8: Sequência de teclas a serem usadas nas etapas do Quadro 7

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.

3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.


Informe o valor presente, mude
3750 CHS
4 - 3.750,00 o sinal para negativo pela tecla
PV
“CHS” e, em seguida, tecle “PV”.
5 5n 5,00 Informe o período e tecle “n”.
UNIUBE 51

Informe a taxa de juros e tecle “i”


6 2,5 i 2,50 (não é necessário dividir a taxa por
cem).

Tecle “FV” para ser calculado o


7 FV 4.242,78
valor futuro da operação.

O valor futuro será de R$ 4.242,78

IMPORTANTE!

As calculadoras financeiras trabalham com fluxo de caixa, ou seja, trabalham


com entrada e saída de recursos. Dessa forma, quando existe saída de
recursos ela indica outro recurso entrando e vice-versa. O sinal de negativo
indica saída de capital e o sinal positivo indica a entrada.

Para calcular o Valor Presente, podemos utilizar a seguinte fórmula:

FV
PV =
(1 + i )
n

Situação II: O Sr. Joseph pretende viajar para o exterior daqui a 10 meses e
necessitará, na ocasião da viagem, uma quantia de R$ 12.800,00. Sabendo que
a taxa de juros é de 3,00 % ao mês, qual será o valor que ele deverá aplicar
hoje para que, ao final da aplicação, consiga o valor futuro desejado?
52 UNIUBE

Quadro 9: Resolução algébrica da Situação II

Dados Resolução algébrica

FV = 12.800,00 FV
PV =
(1 + i )
n
n = 10 meses
i = 3,00 % a.m. ou 0,03 a.m. 12.800
PV =
(1 + 0, 03)
10
PV = ???
12.800
PV =
(1, 03)
10

12.800
=PV = 9.524, 40
1,343916

• Representação gráfica dessa situação pelo diagrama abaixo:


FV= 12.8000,00

0 2º mês 4º mês 6º mês 8º mês 10º mês

PV= 9.524,40
Figura 2: Representação gráfica da Situação correspondente ao Quadro 9.

• Para desenvolver dessa situação utilizando as teclas financeiras da


HP12C, teremos o Quadro 10:

Quadro 10: Sequência de teclas a serem usadas na calculadora, para resolução da Situação II

Passo Teclas Visor Significado

1 ON 0,00 Liga a calculadora.

Posiciona a calculadora em
2 f 2 0,00
duas casas decimais.

3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.


UNIUBE 53

Informe o valor futuro e, em


4 12800 FV 12.800,00
seguida, tecle “FV”.

5 10 n 10,00 Informe o período e tecle “n”.


Informe a taxa de juros e tecle
6 3 i 3,00 “i” (não é necessário dividir a
taxa por cem).
Tecle “PV” para ser calculado
7 PV - 9.524,40
o valor presente da operação.

O valor presente será de R$ 9.524,40

IMPORTANTE!

1) O valor presente apareceu no visor de sua calculadora com sinal negativo


porque ela está trabalhando com fluxo de caixa, ou seja, entrada e saída de
valores. Quando informado o valor futuro positivo (entrada de recursos no
caixa) a calculadora financeira informa um valor presente (saída de recursos
no caixa) com o sinal negativo para indicar a saída de recursos.

2) Portanto, nesse caso, o sinal deverá ser ignorado.

3) Não há necessidade de obedecer a uma única sequência para informar os


valores nas teclas financeiras. Basta que você coloque todas as informações
necessárias antes de solicitar o cálculo final.

Situação III: O Sr. Gustavo recebeu a seguinte proposta do gerente


do Banco de Uberaba S/A: aplicando o valor de R$ 2.700,00 por um
prazo de 18 meses, ele receberá um valor de R$ 3.592,94. Ajude o
Sr. Gustavo calcular a taxa de juros mensal que o Banco de Uberaba
S/A irá pagar por essa aplicação.
54 UNIUBE

• A fórmula que deverá ser utilizada para efetuar cálculos de taxa de


juros será a seguinte:

 1

  FV  n 
=i  − 1 ×100
 PV  
 

• Observe a resolução, a seguir, no Quadro 11:

Quadro 11: Resolução algébrica da Situação III

Dados Resolução algébrica

PV = 2.700,00  1

 FV  n
FV = 3.592,94 =i − 1 × 100
n = 18 meses  PV  
 
i = ???
 1

 3592,94  18
 × 100
=i − 1
 2700  
 
=i (1,330719 ) 0,055556
− 1 ×100
 
=i [1, 0160 − 1] ×100
i 0, 0160 ×100
= = 1, 60

Dessa forma, teremos uma taxa de juros de 1,60% ao mês.

• Representação gráfica da Situação III pelo diagrama abaixo, da Figura 3:


FV= 3.592,94

0 4º mês 8º mês 12º mês 16º mês 18º mês

PV= 2.700,00
Figura 3: Representação gráfica da Situação III correspondente ao Quadro 11.
UNIUBE 55

• Para desenvolver a Situação III, utilizando as teclas financeiras da


HP12C, teremos:

Quadro 12: Sequência de teclas a serem usadas nessa Situação

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em
2 f 2 0,00
duas casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
Informe o valor presente e, em
4 2700 PV 2.700,00
seguida, tecle “PV”.

Informe o valor futuro, mude


5 3592,94 CHS FV - 3.592,94 o sinal teclando CHS e, em
seguida, tecle “FV”.

6 18 n 18,00 Informe o período e tecle “n”.

Tecle “i” para calcular a taxa


7 i 1,60
de juros já em percentual.

Tabula para 6 (seis) casas


decimais, caso você tenha
8 f 6 1,599999
que utilizar essa taxa para
outros tipos de cálculos.

A taxa de juros é de 1,60% ao mês ou 1,599999% ao mês.

Situação IV: Calcule por quanto tempo a Srta. Velloni deverá aplicar o
valor de R$ 15.800,00 para obter um montante de R$ 23.700,00 sabendo
que a taxa de juros mensal será de 3,75% ao mês.

• Para calcular o período, devemos aplicar uma função de logaritmo


natural ou neperiano (Ln) pela seguinte fórmula:
FV
Ln
n= PV
Ln (1 + i )
56 UNIUBE

Observe a resolução, a seguir, no Quadro 13:

Quadro 13: Resolução algébrica da Situação IV


Dados Resolução algébrica

PV = 15.800,00 FV
Ln
FV = 23.700,00
n= PV
i = 3,75% ao mês. Ln (1 + i )
n = ???
23700
Ln
15800 Ln1,50
=n =
Ln (1 + 0, 0375 ) Ln1, 0375
0, 405465
=n = 11, 013892
0, 036814
n ≅ 11 meses

Dessa forma, teremos um prazo aproximado de 11 meses

IMPORTANTE!

Cabe observar que não é muito recomendado calcular diretamente o período


utilizando as teclas financeiras da HP12C, uma vez que a máquina costuma
arredondar as frações para cima, distorcendo as respostas obtidas.

Para minimizar esse problema, existe uma função ou “anúncio” “C”,


conforme manual da HP12C que deverá ser requisitada, acionando as
teclas STO EEX. Nesse momento, aparecerá do lado direito do seu visor
a letra “C”, informando que a máquina irá calcular os períodos conforme
princípios de juros compostos. Ela não sairá do visor, mesmo após desligar
e ligar a calculadora; caso você queira tirá-la do visor, basta utilizar o mesmo
procedimento descrito acima.
UNIUBE 57

• Para desenvolver a Situação IV, utilizando as teclas financeiras da


HP12C, teremos o disposto no Quadro 14:

Quadro 14: Sequência de teclas a serem usadas na Situação IV

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Ligar a calculadora.
Posicionar a calculadora em
2 f 6 0,0000000
seis casas decimais.
3 f Fin 0,000000 Limpar os registradores.
Irá aparecer no visor o
4 STO EEX 0,000000
anúncio “C”.
Informe o valor presente,
modifique o sinal para
negativo (saída de caixa
5 15800 CHS PV - 15.800,000000
para aplicação) teclando
CHS e, em seguida, tecle
“PV”.
Informe o valor futuro e, em
6 23700 FV 23.700,00
seguida, tecle “FV”.
Informe a taxa de juros e
7 3,75 i 3,75000
tecle “i”.

Tecle “n” para calcular o


8 n 12,000000
prazo da aplicação.
Nesse caso, a HP12C fornecerá a resposta 12, ou seja, 12 meses.
Como vimos, pela fórmula, o prazo correto seria 11 meses e 1 dia.
Portanto, não é seguro calcular o prazo pela HP12C.

Outra recomendação importante é não utilizar números não inteiros de


períodos para informar na tecla “n” para cálculos de juros compostos
utilizando a HP12C. A informação de números não inteiros para “n”
pode acarretar problemas de arredondamentos, fazendo com que você
obtenha um resultado incorreto.
58 UNIUBE

Portanto, caso você tenha que calcular prazos, utilize as fórmulas


algébricas ou, ainda, funções de períodos de planilhas eletrônicas
(MS Excel ou similar) que podem ser acionadas pela opção “Inserir”/
“Funções”/ “Financeiras” e, em seguida selecione “Período”. Seguindo
esses procedimentos, o quadro de diálogo aberto pelo programa torna-se
autoexplicativo.

Logo, vamos ver como resolver Situação IV anterior utilizando a fórmula


pela HP12C, e não suas funções financeiras:

Quadro 15: Sequência de teclas a serem usadas na Situação IV

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Ligar a calculadora.
Posicionar a calculadora em
2 f 6 0,000000
seis casas decimais.
3 f Fin 0,000000 Limpar os registradores.
Informe a taxa de juros e
4 3,75 ENTER 3,750000
tecle “Enter”
Divida taxa de juros por 100
5 100 ÷ 0,037500 para transformá-la em taxa
unitária.
Adicione mais 1 (um)
6 1+ 1,037500
conforme fórmula.
Acione a função g (tecla
azul) e, em seguida, tecle
%T. Dessa forma, você irá
7 g Ln 0,036814
utilizar a função azul que fica
na parte inferior da tecla, ou
seja, irá utilizar o “Ln”.

Armazene o número do visor


8 STO 1 0,036814
na memória 1 da calculadora.
Informe o valor futuro e tecle
9 23700 ENTER 23.700,000000
ENTER
Informe o valor presente e
10 15800 ÷ 1,500000
tecle o sinal de dividir.
UNIUBE 59

Acione a função g (tecla


azul) e, em seguida, tecle
%T. Dessa forma, você irá
11 g Ln 0,405465
utilizar a função azul que fica
na parte inferior da tecla, ou
seja, irá utilizar o “Ln”.

Recupere o valor armazenado


12 RCL 1 0,036814
na “Memória 1”

13 ÷ 11,013892 Tecle o sinal de divisão.

O prazo da aplicação será de 11 meses.

Vale observar que a fração deverá ser transformada em dias, conforme


explicado na situação anterior. Para isso, deveríamos subtrair o número
inteiro, ou seja, o número 11 (onze) e multiplicar a fração por 30. Dessa
forma, ficaria assim:

0,013892 x 30 = 0,416760 dias

Isso significa que o prazo será de 11 meses e, aproximadamente, 1 dia.

2.2.2 Cálculo de juros para números não inteiros e períodos

Quanto mais exercícios você realizar, acabará percebendo que, em


determinados momentos, poderá se deparar com operações financeiras
cujo período não se apresenta de forma “inteira”, ou seja, o prazo da
operação é parte inteira e parte fracionada.

Quando você estiver diante de uma situação como essa, há duas


maneiras para calcular a parte fracionada do período. Podemos utilizar
capitalização composta ou capitalização simples.
60 UNIUBE

Quando utilizamos capitalização composta para parte inteira do período


e capitalização simples para parte fracionada, damos o nome a esse
procedimento de “regime de capitalização misto”.

Vamos compreender melhor esse conceito acompanhando a Situação V.

Situação V: Uma empresa firma um contrato de capital de giro com o


Banco de Uberaba S/A no valor de R$ 6.300,00, cujo vencimento será
daqui a 5 meses e 21 dias. A taxa de juros contratada foi de 9,50% ao
mês. Calcule o montante que deverá ser pago, utilizando as seguintes
opções de pagamento:

a) Regime de capitalização composto.


b) Regime de capitalização misto.

a) Resolução pelo Regime de Capitalização Composto

Quadro 16: Resolução algébrica da Situação V


Dados Resolução Algébrica
PV = 6.300,00
i = 9,50% ao mês. FV = PV . (1 + i)n
n = 5 meses e 21 dias FV = 6.300 . (1 + 0,095)5,70
Transforme o período para meses (conforme FV = 6.300 . (1,095)5,70
vimos no Capítulo 1) FV = 6.300 . 1,677492
FV = 10.568,20
21
n =5 + =5, 70 O montante da operação
30 será de R$10.568,20
Portanto: n = 5,70 meses

• Para desenvolver o exercício, utilizando as teclas financeiras da


HP12C, teremos a sequência do Quadro 17:

Quadro 17: Sequência de teclas a serem usadas nessa Situação

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em
2 f 6 0,0000000
seis casas decimais.
UNIUBE 61

3 f Fin 0,000000 Limpa os registradores.


Informe o valor presente,
modifique o sinal para
4 6300 CHS PV - 6.300,000000 negativo (saída de caixa para
aplicação) teclando CHS e,
em seguida, tecle “PV”.
5 5,7 n 5,700000 Informe o período e tecle “n”.
Informe a taxa de juros e
6 9,5 i 9,500000
tecle “i”.

Tecle “PV” para ser calculado


7 FV 10.568,20013
o valor presente da operação

O montante da operação será de R$10.568,20

b) Resolução pelo Regime de Capitalização Misto

Quadro 18: Resolução algébrica da Situação V


Dados Resolução Algébrica
Primeiramente, devemos calcular o
montante da parte inteira do período
que, neste caso, é de 5 (cinco)
meses:
FV = PV . (1 + i)n
FV = 6300 . (1 + 0,095)5
PV = 6.300,00 FV = 6300 . (1,095)5
i = 9,50% ao mês. FV = 6300 . 1,574239
n = 5 meses e 21 dias FV = 9917,70
O montante final será o resultado da
Período inteiro: n = 5 meses capitalização simples do montante
anterior (que será nosso PV) pelo
Período fracionado: n = 21 ÷ 30 = 0,70 prazo do “fracionado”.
FV = PV . (1 + i . n)
FV = 9917,70 . (1 + 0,095 . 0,70)
FV = 9917,70 . (1 + 0,0665)
FV = 9917,70 . 1,0665
FV = 10.577,23
O montante da operação será de R$ 10.577,23
62 UNIUBE

• Para desenvolver o exercício utilizando as teclas financeiras da


HP12C, teremos a sequência do Quadro 19:

Quadro 19: Sequência de teclas a serem usadas nessa Situação


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em
2 f 6 0,0000000
seis casas decimais.
3 f Fin 0,000000 Limpa os registradores.
Informe o valor presente,
modifique o sinal para
4 6300 CHS PV - 6.300,000000 negativo (saída de caixa para
aplicação) teclando CHS e,
em seguida, tecle “PV”.

5 5n 5,000000 Informe o período e tecle “n”.

Informe a taxa de juros e


6 9,5 i 9,500000
tecle “i”.
Tecle “PV” para ser calculado
7 FV 9.917,704068
o valor presente da operação
O montante final será o
resultado da capitalização
simples do montante anterior
(que será nosso PV) pelo
prazo do “fracionado”.
FV = PV . (1 + i . n)
8
FV = 9917,70 . (1 + 0,095 .
0,70)
FV = 9917,70 . (1 + 0,0665)
FV = 9917,70 . 1,0665
FV = 10.577,23 prazo do
“fracionado”

O montante da operação será de R$ 10.577,23


UNIUBE 63

Você pode observar que, pela Capitalização mista, o montante fica mais
elevado do que o total gerado pela capitalização composta. Esse é um
dos subterfúgios utilizados por algumas instituições financeiras para
obterem vantagens financeiras em seus contratos.

Aquelas empresas que aceitam o sistema de capitalização misto pagam


um juros mais elevado, que podemos considerar como sendo um dos
“custos da ignorância da Matemática financeira”.

2.3 Equivalência de taxa a juros compostos

Conforme vimos no Capítulo nº 1 – Matemática como instrumento para


tomada de decisão – duas taxas são equivalentes quando aplicadas a um
mesmo capital, em um mesmo período de tempo, produzindo o mesmo
valor futuro. No sistema de juros simples, as taxas equivalentes são
também proporcionais, diferentemente do que ocorre na capitalização
composta.

Já no sistema de juros compostos, o conceito é o mesmo, porém


com uma diferença fundamental. Nesse regime as taxas podem ser
equivalentes, porém não são proporcionais. Visualize esse conceito no
Figura 4 a seguir.

Figura 4: Equivalência de taxa a juros compostos.


64 UNIUBE

Para realizar as transformações de taxas, vamos utilizar uma fórmula que


acreditamos ser direta, simples e visualmente de fácil compreensão. A
expressão matemática, que a seguir descreveremos, é conhecida como
a fórmula do “quero-tenho”.

Para facilitar a explicação, convido-o a analisar e a desenvolver duas


situações:

Situação VI: Qual é a taxa anual equivalente a uma taxa de 0,50% ao


mês?

Trata-se de uma capitalização de taxa de juros, passando uma taxa de


mês para ano. Dessa forma, façamos a seguinte analogia:

• a taxa que tenho (que foi fornecida) é 0,50%;


• tenho uma taxa para um mês;
• quero uma taxa para um ano, que equivale a 12 meses.

Assim, podemos utilizar a fórmula visualizada na Figura 5 e desenvolvida


algebricamente no Quadro 20 a seguir:

Figura 5: Capitalização de taxa de juros.


UNIUBE 65

Quadro 20: Resolução algébrica da Situação VI

Dados Resolução algébrica


it = 0,50 % ao mês.  q

t = 1 mês iq = (1 + it ) t − 1 ×100
iq = ?
 
 12

q = 12 meses
iq = (1 + 0, 005 ) 1 − 1 ×100
em que:  
it = Taxa que eu tenho (que foi
fornecida).
iq = [(1,005)12 – 1] x 100
t = Período da taxa que eu tenho.
iq = [1,06167781 – 1] x 100
iq = Taxa que eu quero (que será
iq = 0,06167781 x 100 = 6,167781 % a.a.
calculada).
q = Período da taxa que eu quero.

• Desenvolvimento da fórmula utilizando a calculadora HP12C:


Quadro 21: Sequência de teclas a serem usadas nessa Situação

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em seis casas
2 f 6 0,000000
decimais.
3 f Fin 0,000000 Limpa os registradores.
4 0,5 ENTER 0,500000 Informe a taxa de juros e tecle “Enter”
Divida a taxa de juros por cem para
5 100 ÷ 0,005000
encontrar a taxa unitária
Some mais “1” (um), conforme
6 1+ 1,005000
indicado na fórmula.
Informe o período da taxa que você
7 12 yx 1,061678
quer.
Subtraia 1 (um) conforme indicado na
8 1- 0,061678
fórmula.
Multiplique o resultado por 100 (cem)
9 100 x 6,167781 para transformar a taxa unitária em
percentual.
A taxa anual de juros, equivalente a taxa de 0,50 % ao mês será de 6,167781%
ao ano.
66 UNIUBE

Para capitalização de taxas, você também poderá seguir uma sequência


de comandos na calculadora HP12C, utilizando as teclas financeiras,
conforme poderá observar no Quadro 22.

• Utilizando as teclas financeiras da HP12C:

Quadro 22: Sequência de teclas a serem usadas nesta Situação

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em seis
2 f 6 0,000000
casas decimais.
3 f Fin 0,000000 Limpa os registradores.
Informe o valor de 100 (cem), faça
a inversão de sinal acionando a
4 100 CHS PV - 100,000000
teclas CHS e, em seguida, tecle
PV.
Informe a taxa que você “tem”
5 0,5 i 0,500000
para i.

Informe o número de períodos


da taxa que você “quer”, nesse
6 12 n 12,000000
caso, você irá calcular uma taxa
anual (para 12 meses).

Tecle “FV” para calcular o valor


7 FV 106,167781
futuro.

Subtraindo 100 (cem) do


8 100 - 6,167781 FV, teremos a taxa de juros
capitalizada.

Portanto a taxa de juros anual equivalente a 0,50 % ao mês será de 6,167781%


ao ano.

Observe que, para capitalizar uma taxa de juros, ao optar pelo cálculo
utilizando as teclas financeiras da calculadora, os únicos dados que
deverão ser alterados da sequência acima serão a taxa de juros (que
tenho) e o período “n” (que quero).
UNIUBE 67

Situação VII: Qual é a taxa mensal equivalente a uma taxa de 13% ao


ano?

• Trata-se de uma descapitalização de taxa de juros, passando uma taxa


anual para mensal. Dessa forma, façamos a seguinte analogia:

• a taxa que tenho (que foi fornecida) é 13%;


• tenho uma taxa para 1 ano, que equivale a 12 meses;
• quero uma taxa para um mês.

Quadro 23: Resolução algébrica do problema.

Dados Resolução algébrica

it = 13,00 % ao ano.  q

t = 1 ano = 12 meses iq = (1 + it ) t − 1 ×100
iq = ?
 
 1

q = 1 mês
iq = (1 + 0,13)12 − 1 ×100
em que:  
it = Taxa que eu tenho (que foi fornecida).
t = Período da taxa que eu tenho.
iq = [(1,13)0,083333 – 1] x 100
iq = Taxa que eu quero (que será calculada).
iq = [1,01023684– 1] x 100
q = Período da taxa que eu quero.
iq = 1,023684 % ao mês.

• Desenvolvimento da fórmula utilizando a calculadora HP12C:

Quadro 24: Sequência de teclas a serem usadas nesta Situação


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em seis
2 f 6 0,000000
casas decimais.
3 f Fin 0,000000 Limpa os registradores.
Informe a taxa de juros e tecle
4 13 ENTER 13,000000
“Enter”
68 UNIUBE

Divida a taxa de juros por cem


5 100 ÷ 0,130000
para encontrar a taxa unitária
Some mais “1” (um), conforme
6 1+ 1,130000
indicado na fórmula.
Informe o período que tenho e
acione a tecla 1/x para que o
número “1” (período que quero)
7 12 1/x 0,083333
possa ser dividido pelo período
que tenho, no caso, é o 12 (doze
meses).
Acione a taxa para elevar à
7 yx 1,010237
potência.
Subtraia 1 (um) conforme indicado
8 1- 0,010237
na fórmula.
Multiplique o resultado por 100
9 100 x 1,023684 (cem) para transformar a taxa
unitária em percentual.
A taxa mensal de juros, equivalente a taxa de 13 % ao ano será de 1,023684
% ao mês.

• Para descapitalização de taxas, você também poderá seguir uma


sequência de comandos na calculadora HP12C, utilizando as teclas
financeiras, conforme poderá observar abaixo:

Quadro 25: Utilizando as teclas financeiras da HP12C:

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em seis
2 f 6 0,000000
casas decimais.
3 f Fin 0,000000 Limpa os registradores.
Informe o valor de 100 (cem), faça
a inversão de sinal acionando a
4 100 CHS PV - 100,000000
teclas CHS e, em seguida, tecle
PV.
Informe à taxa que você “tem”
5 13 i 13,000000
para i.
UNIUBE 69

Informe sempre 1 (um) para “n”.


Isso quer dizer que você pretende
6 1 n 1,000000
capitalizar o valor de 100 por um
período.
Tecle “FV” para calcular o valor
7 FV 113,000000
futuro para um período
Informe o número 12 para “n”,
representando que um período
8 12 n 12,000000 anual é formado por 12 meses
(fracionamento do período
completo).
Acione a tecla “i” para o cálculo da
9 i 1,023684
taxa de juros que “quero”.
Portanto a taxa de juros mensal equivalente a 13% ao ano será de 1,023684
% ao mês.

2.4 Taxa nominal e Taxa efetiva

Como você estudou no Capítulo 1 – Matemática como instrumento para


tomada de decisão - os conceitos de Taxa nominal e Taxa efetiva não
sofreram alterações. O conceito é o mesmo para juros simples ou para
juros compostos, sendo a Taxa nominal aquela contratada e a Taxa
efetiva o custo real do dinheiro, considerando todas as tarifas, taxas,
impostos, comissões e demais custos de contrato cobrados do indivíduo
que irá fazer a operação.

PARADA PARA REFLEXÃO

Você será um gestor que terá um grande domínio de técnicas administrativas,


contábeis e também de métodos quantitativos, conhecimento esse que
muitas pessoas não possuem e, por conseguinte, podem ser facilmente
enganadas.
A Matemática financeira, quando não utilizada para finalidade lícita, pode
causar a ruína financeira de muitas empresas e pessoas. É o caso de
pessoas que utilizam a Matemática financeira para:
70 UNIUBE

a) cobrar juros abusivos;


b) não subtrair corretamente os juros embutidos em parcelas pagas
antecipadamente;
c) agiotagem (conhecido como “empréstimo de particulares”, em que o
agiota cobra juros abusivos e, muitas vezes pratica extorsão contra aqueles
que o devem);
d) divulgar condições de pagamento falsas e taxas de juros enganosas;
e) combinar uma taxa de juros e praticar outra.

... e demais práticas abusivas e ilícitas, infelizmente, muito comuns no


mercado.

Portanto sejamos éticos e não cometamos perversões, enganando pessoas


com o nosso conhecimento. Lembre que, quanto maior seu conhecimento,
maior será sua responsabilidade perante a sociedade.

Agora, vamos entrar em contato com algumas situações e calcular o


custo real do dinheiro; esses cálculos o auxiliarão a tomar decisões e a
orientar pessoas para que elas optem pelas melhores alternativas.

Situação VIII: O Sr. José pretende obter de uma instituição financeira um


empréstimo no valor de R$ 1.500,00 para pagamento daqui a 90 dias.
Sabendo que a taxa de juros contratada será de 4,50% ao mês e que
será debitada, antecipadamente, uma tarifa de contrato no valor de R$
120,00 verifique qual o custo real dessa operação.

• Primeiramente, vamos calcular o valor que deverá ser pago no final


do contrato.
UNIUBE 71

Quadro 26: Resolução algébrica da Situação VIII

Dados Resolução algébrica


PV = 1.500,00
FV = PV . (1 + i)n
n = 90 dias = 3 meses
FV = 1.500 . (1 + 0,045)3
i = 4,50 % ao mês = 0,045 ao mês
FV = 1.500 . (1,045)3
TAC (Tarifa de Abertura de Contrato) =
FV = 1.500 . 1,141166
R$ 120,00
FV = 1.711,74

O valor que deverá ser pago no final do contrato é de R$ 1.711,74

• Agora, vamos calcular o custo do empréstimo, considerando o valor da


tarifa de abertura de contrato, cobrada antecipadamente.

Quadro 27: Resolução algébrica da nova fase da Situação

Dados Resolução algébrica

Subtraia o valor da TAC (Tarifa de Abertura  1



 FV  − 1 ×100
n
de Contrato) do valor presente, uma vez =i
 PV  
que ela será cobrada antecipadamente.  
PV = 1.500,00 – 120,00 = 1.380,00  1

 1711, 74  3
=i − 1 ×100
FV = 1.711,74  1380  
n = 90 dias = 3 meses  
i = ???
 1

=i (1, 240391) 3 − 1 ×100
 

i (1, 240391) − 1 × 100


0,333333
=
 

i = 1,074450 x 100
i = 7,4450 % ao mês

Podemos concluir que o custo real do contrato (taxa efetiva) será de 7,4450%
ao mês.
72 UNIUBE

• Utilizando as teclas financeiras da HP12C:

Quadro 28: Sequência de teclas a serem usadas


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.

4 1500 PV 1.500,00 Informe o valor presente e tecle PV.

5 4,5 i 4,50 Informe a taxa de juros e tecle i.


6 3 n 3,00 Informe o prazo (período) e tecle n.
Tecle “FV” para calcular o valor
futuro para um período. O valor irá
7 FV - 1.711,75
aparecer negativo porque indica
saída de caixa (pagamento).
Informe novamente o valor
8 1500 ENTER 1.500,00
presente.
Subtraia o valor do contrato,
9 120 - 1.380,00 que nesse caso será cobrado
antecipadamente.

10 PV 1.380,00 Informe esse novo valor para PV.

Acione a tecla “i” para o cálculo da


11 i 7,45
taxa de juros efetiva.

Posiciona a calculadora em seis


12 f 6 7,445199
casas decimais.

Portanto o valor que deverá ser pago no final do contrato será de R$ 1.711,75
e a taxa efetiva é de 7,445199 % ao mês.

Observe que a fórmula para calcular a taxa de juros é a mesma, o que


modifica é a forma de trabalhar com as informações fornecidas na
operação financeira. Neste caso, utilizamos o valor da tarifa de abertura
de contrato.
UNIUBE 73

Outro fator que influencia no custo de um contrato ou o rendimento de


uma aplicação é a forma que uma taxa de juros será capitalizada. No
regime de juros compostos, é comum uma taxa ser expressa de modo
em que o período de capitalização não coincide com aquele a que ela
se refere.

Quando dizemos: a taxa é de 12%a.a. capitalizada mensalmente, a que


taxa efetiva anual se refere?

PV

12
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
meses
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

(
Figura 6: Capitalização dos juros.

Pela ilustração acima (Figura 6), percebemos que os juros são


capitalizados mensalmente. Logo, devemos dividir 12% por 12 e chegar
a taxa que é aplicada mensalmente, ou seja 1%a.m.

IMPORTANTE!

A taxa é de 12%a.a. capitalizada mensalmente. Deve-se dividir por 12, pois


o ano tem 12 meses. Se a taxa fosse 12%a.a. capitalizada trimestralmente,
FV

a taxa deveria ser dividida por 4, uma vez que o ano tem 4 trimestres.

Depois de descobrir a taxa por período, neste caso 1%a.m., aplicamos a


fórmula do “quero-tenho” e descobrimos a taxa anual equivalente.
74 UNIUBE

Agora que você já sabe como realizar esta conversão, acompanhe a


resolução da Situação IX abaixo:

Situação IX: O Sr. Mantova irá tomar emprestado o valor de R$ 5.200,00,


que deverá ser pago daqui a 6 meses cuja taxa de juros será de 3% a.t.
(ao trimestre), capitalizados mensalmente.

Quadro 29: Resolução algébrica da Situação IX


Dados Resolução algébrica

PV = 5.200,00 Calculando o valor que deverá ser


n = 6 meses pago:
i = 3,00 % a.t.
FV = PV . (1 + i)n
Como será capitalizado mensalmente, FV = 5.200 . (1 + 0,01)6
calcula-se a taxa de juros mensal FV = 5.200 . (1,01)6
utilizando os princípios de juros simples. FV = 5.200 . 1,061520
Dessa forma teremos que a taxa mensal FV = 5.519,90
será de:

3%
i= = 1%a.m.
3
Portanto a taxa efetiva mensal será de
1% a.m.

O valor que deverá ser pago no final do contrato será de R$ 5.519,90

• Agora podemos calcular a taxa efetiva trimestral paga pelo Sr. Mantova,
conforme poderá ser observada no Quadro 30:
UNIUBE 75

Quadro 30: Resolução algébrica do cálculo da taxa efetiva trimestral


Dados Resolução Algébrica
it = 1,00 % ao mês.
t = 1 mês
iq = ?
 q

q = 1 trimestre = 3 meses iq = (1 + it ) t − 1 ×100
Onde:  
it = Taxa que eu tenho (que foi fornecida).  3

iq = (1 + 0, 01) 1 − 1 ×100
t = Período da taxa que eu tenho.  
iq = Taxa que eu quero (que será calculada).
q = Período da taxa que eu quero. iq = [(1,01) 3 – 1] x 100
iq = [1,030301– 1] x 100
iq = 3,030100 % a.t.

• Utilizando as teclas financeiras da HP12C:

Quadro 31: Sequência de teclas a serem usadas


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
4 5200 PV 5.200,00 Informe o valor presente e tecle PV.
Informe a taxa de juros para o
5 3 ENTER 3,00
período.
Calculo da taxa equivalente a juros
6 3 ÷ 1,00
simples.
7 i 1,00 Informe à taxa de juros e tecle i.
8 6 n 6,00 Informe o prazo (período) e tecle n.
Tecle “FV” para calcular o valor
futuro para um período. O valor irá
9 FV - 5.519,90
aparecer negativo porque indica
saída de caixa (pagamento).
Para calcular a taxa efetiva
trimestral, divida o período de 6
10 2n 2,00
(seis) meses em 2 (dois) períodos
de três meses cada um (trimestre).
76 UNIUBE

Acione a tecla “i” para o cálculo da


11 i 3,03
taxa de juros efetivo.
Posiciona a calculadora em seis
12 f 6 3,030100
casas decimais.

Portanto o valor que deverá ser pago no final do contrato será de R$ 5.519,90
e a taxa efetiva é de 3,0301% ao trimestre.

2.5 Data focal

Um importante conceito da Matemática financeira é o da “data focal”.


Focal é uma palavra relativa a “foco”. Dessa forma, o termo “data focal”
significa a data que está em foco.

Esse conceito é utilizado para que possamos levar todos os valores de


um fluxo de caixa para uma única data, capitalizando ou descapitalizando
esses valores.

Quando levamos todos os valores de um fluxo para uma única data, a


data focal, podemos comparar esses valores para fazermos qualquer tipo
de análise que se fizer necessária.

IMPORTANTE!

Só podemos comparar valores que se encontram na mesma data. Ou seja, só


podemos somar ou subtrair valores que se encontram situados na mesma data.

Vamos fixar esse conceito, resolvendo a situação a seguir.

Situação X: O Sr. Gustavo pretende comprar um apartamento e possui


duas alternativas:
a) Uma entrada de R$ 10.000,00 mais dois pagamentos vencendo em 3 e
6 meses com valores de R$ 35.000,00 e R$ 23.000,00 respectivamente.
UNIUBE 77

b) Três pagamentos com vencimento para 3, 6 e 9 meses


com valores R$ 35.000,00, R$ 17.130,81 e R$ 18.179,35,
respectivamente.

Sabendo que a taxa de juros de mercado é de 1,20% ao mês, qual é a


alternativa mais viável? Utilize data focal igual a “0” (zero).

• Ao definir a data focal igual a 0 (zero), iremos descapitalizar todos os


valores para a data zero. Dessa forma, podemos comparar qual das
opções terá o menor Valor Presente.
a) Ao desenvolver a primeira alternativa de financiamento, teremos:
PV1 = 10.000,00

0 3º mês 6º mês

PV2 FV1 = 35.000,00

PV3 FV2 = 23.000,00

Figura 7: Representação gráfica da primeira alternativa de financiamento.

Quadro 32: Resolução algébrica da primeira alternativa da Situação X

Resolução algébrica
FV1 = 35.000,00 FV2 = 23.000,00
n = 3 meses n = 6 meses
i = 1,20 % ao mês i = 1,20 % ao mês

FV1 35000 35000 FV2 23000 23000


PV2
= = = PV3
= = =
(1 + 0, 012 ) 1, 0123 (1 + i ) (1 + 0, 012 ) 1, 0126
3 n 6
(1 + i ) n

35000 23000
=PV2 = 33.769, 65 =PV3 = 21.411,39
1, 036434 1, 074195
78 UNIUBE

O Valor Presente total será de:


PVtotal = PV1 + PV2 + PV3
PVtotal = 10.000,00 + 33.769,65 + 21.411,39
PVtotal = 65.181,04

Portanto, o Valor Presente do apartamento será de R$ 65.181,04,


considerando as condições e taxa de juros da primeira opção de compra.

• Utilizando as teclas financeiras da HP12C. temos a sequência do


Quadro 33.

Quadro 33: Sequência de teclas a serem usadas na primeira alternativa da Situação X

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
Informe o valor futuro, mude o sinal
4 35000 CHS FV - 35.000,00
pela tecla CHS e, em seguida tecle FV.
5 1,2 i 1,20 Informe a taxa de juros e tecle i.
6 3 n 3,00 Informe o prazo (período) e tecle n.
Tecle “`PV” para calcular o valor
7 PV 33.769,65
presente.
8 STO 1 33.769,65 Armazenar o valor na memória 1 (um).
Informe o valor futuro, mude o sinal
9 23000 CHS FV - 23.000,00
pela tecla CHS e, em seguida tecle FV.
10 1,2 i 1,20 Informe a taxa de juros e tecle i.
11 6 n 6,00 Informe o prazo (período) e tecle n.
Tecle “`PV” para calcular o valor
12 PV 21.411,39
presente.
13 RCL 1 33.769,65 Recuperar o valor na memória 1 (um).
Some o valor da memória 1 (um)
14 + 55.181,03 com o valor presente que estava
anteriormente no visor.
Valor total do apartamento à vista, na
15 10000 + 65.181,03
data focal 0 (zero).
UNIUBE 79

b) Desenvolvendo a segunda alternativa de financiamento, teremos:

0 3º mês 6º mês 9º mês

PV1 FV1 = 35.000,00


PV2 FV2 = 17.130,81

PV3 FV3 = 18.179,35


Figura 8: Representação gráfica da segunda alternativa de financiamento, da Situação X

• Sabendo que a taxa de juros de mercado é de 1,20% ao mês, qual é


a alternativa mais viável? Utilizar data focal igual a “0” (zero)

• Resolução Algébrica

• Valor Presente 1:
FV1 = 35.000,00
n = 3 meses
i = 1,20 % ao mês

FV1 35000 35000 35000


PV1
= = = = = 33.769, 65
(1 + i ) (1 + 0, 012 ) 1, 012 1, 036434
n 3 3

• Valor Presente 2:
FV2 = 17.130,81
n = 6 meses
i = 1,20 % ao mês
80 UNIUBE

FV2 17.130, 81 17.130, 81 17.130, 81


=PV2 = = = = 15.947, 58
(1 + i ) (1 + 0, 012 )
n 6
1, 0126 1, 074195

• Valor Presente 3:

FV3 = 18.179,35
n = 9 meses
i = 1,20 % ao mês

FV3 18.179, 35 18.179, 35 18.179, 35


=PV3 = = = = 16.328, 78
(1 + i ) (1 + 0, 012 )
n 9
1, 0129 1,113332

• O valor presente total será de:


PVtotal = PV1 + PV2 + PV3

PVtotal = 33.769,65 + 15.947,58 + 16.328,78

PVtotal = 66.046,01

• Portanto, o valor presente do apartamento será de R$ 66.046,01


considerando as condições e taxa de juros da segunda opção de
compra.

• Utilizando as teclas financeiras da HP12C:

Quadro 34: Sequência de teclas a serem usadas na segunda opção da Situação X


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
Informe o valor futuro, mude o sinal
4 35000 CHS FV - 35.000,00 pela tecla CHS e, em seguida tecle
FV.
UNIUBE 81

Informe a taxa de juros e tecle


5 1,2 i 1,20
i.
Informe o prazo (período) e
6 3 n 3,00
tecle n.
Tecle “PV” para calcular o valor
7 PV 33.769,65
presente.
Armazenar o valor na memória
8 STO 1 33.769,65
1 (um).
Informe o valor futuro, mude
9 17130,81 CHS FV - 17.130,81 o sinal pela tecla CHS e, em
seguida tecle FV.
Informe a taxa de juros e tecle
10 1,2 i 1,20
i.
Informe o prazo (período) e
11 6 n 6,00
tecle n.
Tecle “PV” para calcular o valor
12 PV 15.947,58
presente.
Somar o valor do visor ao valor
13 STO + 1 15.947,58
na memória 1 (um).
Informe o valor futuro, mude
14 18179,35 CHS FV - 18.179,35 o sinal pela tecla CHS e, em
seguida tecle FV.
Informe a taxa de juros e tecle
15 1,2 i 1,20
i.
Informe o prazo (período) e
16 9 n 6,00
tecle n.
Tecle “PV” para calcular o valor
17 PV 16.328,78
presente.
Soma o valor do visor ao valor
18 STO + 1 16.328,78
na memória 1 (um).
Valor total do apartamento à
19 RCL 1 66.046,01
vista, na data focal 0 (zero).

• Assim, comparando o Valor Presente da primeira alternativa com o


Valor Presente da segunda alternativa de financiamento, na data focal
0 (zero), concluímos que a opção mais viável é a primeira, gerando
uma economia de R$ 864,97.
82 UNIUBE

2.6 Desconto composto

Como já foi visto, as operações de desconto são amplamente utilizadas


no mercado para financiar o ciclo operacional da empresa. São
operações para obtenção de capital de giro, com vencimento de curto
prazo que consiste em antecipar o recebimento de um título de crédito
com vencimento em uma data futura. Geralmente essas operações são
feitas para antecipar recebimentos de duplicatas, cheques pré-datados
e recebíveis de cartão de crédito.

Entretanto, cabe ressaltar que as instituições financeiras geralmente


utilizam o desconto comercial simples e não o composto.

Devido à sua pouca utilidade no mercado financeiro, não iremos


aprofundar nosso estudo sobre o referido item.

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre desconto composto acesse o documento do seguinte


endereço da Internet: <http://mtm.ufsc.br/~marcelo/matfin/desconto%20
composto.pdf>.

Resumo

Acabamos de estudar o Regime de Capitalização Composto, amplamente


utilizado no mercado financeiro como um todo.
Vimos também que existe uma importante ferramenta operacional para
que possamos obter auxílio na resolução de problemas financeiros,
minimizando erros e nos ajudando na tomada de decisão. Sabemos que
existem planilhas eletrônicas, como por exemplo, o MS Excel que efetua
os cálculos financeiros no regime de capitalização composto e, também
temos as calculadoras financeiras, sendo esta última a ferramenta de
maior enfoque no nosso estudo.
UNIUBE 83

Lembre-se que Matemática financeira só se aprende com muita prática


e dedicação.

Atividades

Ao desenvolver os exercícios abaixo, você perceberá que os mesmos


foram separados por tópicos conforme foram abordados no decorrer
deste capítulo.

Atividade 1

1.1) Adriana aplicou R$ 4.000,00 em um CDB pré-fixado a 5% a.m. por


2 meses. Qual o montante obtido ao final do período?

1.2) Você recebeu um dinheiro hoje. Entretanto ele não é suficiente para
comprar o modelo de carro que deseja. Em uma visita à concessionária,
você foi informado de que o preço do veículo desejado permanecerá
inalterado por dois anos. O valor do automóvel hoje é de R$45.000,00.
Quanto você tem que depositar numa aplicação que rende 7%a.m. para
que você possa comprar o carro ao final de 2 anos?

Atividade 2

O valor de R$ 440,00 foi aplicado à taxa de 1,8% a.m., formando um


montante de R$ 488,55. Quanto tempo ficou aplicado?

Atividade 3

Patrícia acabou de receber o pagamento pela venda do carro. Foi ao


banco conversar com seu gerente sobre como aplicar este recurso.
Foi informada de que há duas aplicações interessantes no momento. A
primeira rende 15% a.t., a segunda proporciona um rendimento de 72%
a.a. Qual a melhor aplicação para Patrícia investir seu dinheiro?
84 UNIUBE

Atividade 4

A financeira DinDin empresta dinheiro a 3% a.m. Quando o empréstimo


é contratado, ficam retidos 5% do valor do empréstimo a título de seguro.
Uma pessoa quer tomar o empréstimo para aplicar o capital emprestado
à taxa de 4,5% a.m.

a) Se o empréstimo for por 60 dias, será um bom negócio? Justifique.

b) Se o empréstimo for por 120 dias, será um bom negócio? Justifique.

Dica : comparar taxa de juros efetiva do empréstimo com a taxa da


aplicação

Atividade 5

Manoel pegou um dinheiro emprestado com Joaquim para pagar R$


1.000,00 daqui a um ano e R$ 3.000,00 com vencimento em cinco anos.
Entretanto, devido a um problema de saúde na família, Manoel não
acredita que conseguirá honrar o primeiro pagamento. Temendo que sua
amizade com Joaquim possa ficar abalada devido a questões financeiras,
Joaquim achou melhor procurar Manoel e os dois chegaram ao seguinte
acordo: Manoel quitará integralmente sua dívida com Joaquim ao final de
3 anos, sendo que a taxa de juros permanecerá inalterada em 3% a.a.
Qual a quantia que Manoel deverá desembolsar neste único pagamento?

Referências
ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações. 9. ed.
São Paulo: Atlas, 2006

HP12C: Manual do proprietário e guia para soluções de problemas. (s/n).


Hewlett–Packard Company. [Manual que acompanha sua calculadora financeira].
Disponível em: <http://h10025.www1.hp.com/ewfrf/wc/manualCategory
?lc=pt&cc=br&dlc=pt&product=81575>. Acesso em: 01 mar. 2010.
UNIUBE 85

SILVA, Cássio Silveira da. Matemática financeira: com utilização da calculadora


HP12C. Uberaba, 2005 (apostila).

VERAS, Lilia Ladeira. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras,


aplicações ao mercado financeiro, introdução à engenharia econômica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
Capítulo
Diferindo o capital no
tempo – Rendas
3

Cássio Silveira da Silva


Juliane Miziara Machado Borges

Introdução
Prezado aluno, é com entusiasmo que retornamos para continuar
pelo fantástico mundo da Matemática financeira. Nesse momento,
você, com certeza, já percebeu a sua abrangência no dia a dia das
pessoas e na vida das organizações.

No segundo capítulo da Matemática financeira – Conhecendo


o poder da capitalização dos juros, estudamos o regime de
capitalização composta, que é o sistema de capitalização mais
utilizado no mercado financeiro e no comércio como um todo.
Verificamos que a capitalização composta, apesar de possuir um
maior grau de exigibilidade devido às fórmulas exponenciais, pode
ser facilitada mediante a utilização de ferramentas de trabalho
que nos auxiliam na elaboração dos cálculos, que é o caso das
calculadoras financeiras e planilhas eletrônicas (MS Excel).

Agora, aprofundaremos nossos estudos e compreenderemos


um pouco mais sobre a utilização e a aplicação da Matemática
financeira.
88 UNIUBE

Pense nas situações abaixo:

• Você já viu um panfleto de loja oferecendo um produto


financiado em “n” prestações?
• Já foi a uma concessionária de veículos ou a uma “garagem”
que vende carros e recebeu uma proposta para comprar um
novo carro financiado em “n” prestações?
• Já comprou um sapato, uma roupa ou até mesmo a sua
calculadora financeira e parcelou o pagamento em várias
prestações?
• Já pensou em depositar, mensalmente, uma quantidade de
dinheiro no banco, aplicar os valores depositados, visando à
realização da viagem de seus sonhos nas próximas férias?

Acreditamos que você já deve ter vivenciado pelo menos uma


dessas situações. Tente se lembrar!

Pois bem, neste capítulo, iremos estudar situações semelhantes.


Existe uma metodologia na Matemática financeira que recebe a
denominação de Rendas e é utilizada na realização de cálculos
referentes a parcelamentos, programação mensal de depósitos,
financiamentos de Ativos, recebimento periódico de recursos e
demais operações que envolvem “um conjunto de capitais
disponíveis em datas diferentes” (VERAS, 2001, p.137).

Como você pode perceber, as séries de pagamentos estão


fortemente presente no nosso cotidiano, logo, é de fundamental
importância para sua “saúde financeira” e/ou de sua empresa,
saber como calcular as taxas de juros utilizadas nessas operações
financeiras.

Então, vamos ao trabalho!


UNIUBE 89

Objetivos

Esperamos que os conteúdos trabalhados neste capítulo, sejam


capazes de conduzi-lo na formação das seguintes habilidades:

• calcular custo do dinheiro no tempo;


• utilizar as funções de rendas na calculadora financeira;
• aplicar os conceitos de rendas no processo de tomada de
decisão financeira;
• relacionar o conceito de rendas com os diversos sistemas
de financiamentos;
• apontar o caráter interdisciplinar entre o conhecimento
matemático, administrativo, contábil e econômico.

Esquema

Conceito
Imediatas
Aplicação

Conceito
Antecipadas Aplicação

Rendas
Conceito
Diferidas
Aplicação

Conceito
Coeficientes
de Aplicação
financiamentos
90 UNIUBE

3.1 Rendas

Como você já estudou, quando existe o pagamento de uma dívida por


meio de parcelas periódicas ou, ainda, depósitos periódicos para construir
um capital, tais pagamentos são denominados rendas, prestações, ou
pagamentos propriamente ditos.

Vamos focar nossos estudos nas rendas certas.

“Rendas certas são aquelas cujos pagamentos têm vencimentos, valores


e números preestabelecidos e a taxa de juros fixa” (VERAS, 2001, p.
137). Por exemplo: comprar uma televisão em cinco pagamentos mensais
com taxa de juros de 1% a.m.

Além disso, as rendas podem ser classificadas quanto ao número de


termos, quanto aos valores dos termos e quanto ao período.

Quando tratamos da quantidade de parcelas que uma série de


pagamentos apresenta, podemos classificá-las em temporárias ou
perpétuas. As rendas temporárias apresentam um período de tempo
definido, como as prestações de financiamento de um carro.

Já nas rendas perpétuas a série tem data inicial, mas não tem fim
predeterminado. Um exemplo de perpetuidade é o aluguel de um bem,
quando se investe nele sem prazo definido para se desfazer do mesmo.

Quanto ao valor dos termos, a renda pode ser constante, conhecida


também como uniforme. Neste caso, o valor das parcelas não sofre
alterações. Estamos acostumados com esta modalidade de renda, por
exemplo, na compra de um computador em cinco parcelas de R$255,00.
UNIUBE 91

Ainda em relação ao valor dos termos, a renda pode ser variável, ou


seja, o valor das parcelas sofre alterações, como por exemplo, um
financiamento de veículo atrelado à variação cambial.

Quanto ao período, as rendas podem ser periódicas, ou seja, ocorrem


em intervalos regulares, como por exemplo, o pagamento das parcelas
do financiamento da casa própria.

As rendas também podem ser não periódicas, ocorrem com frequência


irregular, como os pagamentos feitos à lavanderia.

O Quadro 1, a seguir, sintetiza a classificação das rendas, já descrita:

Quadro 1: Classificação de rendas


Classificação Tipo de Rendas Exemplo

Quanto ao Temporárias Prestações do financiamento


número de de um carro
termos Aluguéis de moradia pagos por
Perpétuas pessoas que não têm intenção
de adquirir uma casa própria.
Compra de um bem cujas
Quanto ao valor Constantes ou prestações são de valores iguais
dos termos Uniformes
Recebimento de juros de aplicação,
Variáveis aplicados a uma taxa variável.

Periódicas Recebimento mensal de


Quanto ao aluguel pelo locatário
período Não periódicas Recebimentos de serviços eventuais

Iremos utilizar a nomenclatura PMT para representar os termos de uma


série de pagamentos; desta maneira estaremos trabalhando em sintonia
com as teclas da HP 12C.
92 UNIUBE

Na calculadora financeira, iremos utilizar a tecla PMT (PayMenT ou


pagamentos) e, ainda, as funções BEGIN utilizada para pagamentos no
início do período e END utilizada para pagamentos no final do período.
Lembrando que, para ativarmos as funções BEGIN e END, é necessário
acionar a função alternativa azul, na fase oblíqua da tecla, pressionando
a tecla azul, de prefixo “g”.

Vamos expô-la a várias situações para que você se habitue à função


renda de sua calculadora.

PARADA OBRIGATÓRIA

Tenho certeza de que você já teve algum contato com rendas, quando ainda
não sabia sua definição.
Agora que já conhece o conceito de rendas, faça uma relação das compras
e/ou empréstimos que você realizou no último ano por meio de parcelas
iguais e periódicas.

3.1.1 Rendas imediatas

Você provavelmente já fez alguma compra cujo pagamento foi realizado


utilizando o conceito de renda imediata. Tente recordar!!!

Um exemplo seria a compra de uma calça jeans para pagar em três


parcelas iguais vencíveis em 30, 60 e noventa dias.

Como você perceberá, este tipo de situação está presente no nosso dia
a dia, e será de extrema importância esse conhecimento para que você
tome a melhor decisão.

As rendas imediatas, postecipadas, vencidas ou ordinárias (comuns)


geralmente são temporárias, constantes e periódicas. Isso quer dizer que
os pagamentos e/ou recebimentos são por um prazo determinado, cujos
UNIUBE 93

valores são iguais e acontecem com intervalos regulares, ou seja, de mês


em mês, de trimestre em trimestre, de ano em ano, e assim por diante.

Ela recebe o nome de imediata porque o primeiro pagamento e/ou


recebimento ocorre no período “imediatamente” após a data em que
teremos o valor presente ou a “data focal”.

A fórmula para se calcular o valor dos pagamentos e/ou


recebimentos é:

PV
PMT = , em que:
1 − (1 + i )
−n

PMT = Valor das prestações, pagamentos ou recebimentos.


PV = Valor Presente
i = taxa de juros
n = período ou número de prestações ou recebimentos.

Vamos ver aplicações desses conceitos em algumas situações?

Situação I: O Sr. Roger Ranger pretende adquirir um novo carro, no


valor de R$ 45.000,00 e irá financiá­lo a uma taxa de 1,30% ao mês, em
36 pagamentos mensais e imediatos. Qual será o valor das prestações?

Dados:
PMT = ?
PV = 45.000,00
n = 36 prestações mensais.
i = 1,30% ao mês
94 UNIUBE

PV 45000 45000
PMT
= = =
1 − (1 + i )
−n
1 − (1 + 0, 013)
−36
1 − 0, 628145
i 0, 013 0, 013

45000 45000
PMT
= = = 1.573,19
0,371855 28, 604224
0, 013
Portanto, o Sr. Roger Ranger irá pagar 36 prestações mensais e iguais
no valor de R$ 1.573,19 (Um mil, quinhentos e setenta e três reais e
dezenove centavos), com a primeira vencendo 30 dias após a compra
do veículo (“imediatamente” após a compra do veículo).

• Para desenvolver o exercício utilizando as teclas financeiras da


HP12C, teremos:

Quadro 2: Sequência de teclas a serem utilizadas na Situação I


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Ligar a calculadora.
Posicionar a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpar os registradores.
Informe o valor presente e, em
4 45000 PV 45000,00
seguida tecle “PV”.
Informe o número de prestações e
5 36 n 36,00
tecle “ n”.
Informe a taxa de juros e tecle “i”
6 1,3 i 1,30 (não é necessário dividir a taxa por
cem).
Tecle “PMT” para ser calculado o
7 PMT -1573,19
valor das prestações.
O valor das parcelas iguais, mensais e imediatas será de R$ 1.573,19 (Um mil
quinhentos e setenta e três reais e dezenove centavos), vencendo a primeira
imediatamente após a data da compra, ou seja, 30 dias após, uma vez que os
vencimentos são mensais.
UNIUBE 95

IMPORTANTE!

Lembre-se que o sinal negativo significa saída de dinheiro do caixa, o que,


no exemplo acima, significa pagamentos, e o sinal positivo indica entrada
de dinheiro ou ativo.

Imagine a situação em que você tenha o valor das parcelas, mas quer
saber quanto pagaria pelo bem se realizasse a compra à vista.

Você poderá calcular o valor presente de uma renda imediata utilizando


a seguinte fórmula:

1 − (1 + i ) − n 
PV = PMT . 
i  , em que:
 

PMT = Valor das prestações, pagamentos ou recebimentos.


PV = Valor Presente
i = taxa de juros
n = período ou número de prestações ou recebimentos.

Situação II: Uma empresa de informática está vendendo


computadores nas seguintes condições de pagamento:

• Taxa de juros: 3% ao mês


• Prestações: 12 pagamentos mensais, iguais e imediatos
(primeira, vencendo 30 dias após a compra).
• Valor de cada prestação: R$ 361,66.

Um internauta pretende adquirir este computador à vista. Ajude este


internauta a calcular o valor do computador.
96 UNIUBE

1 − (1 + i ) − n 
PV = PMTx  
 i 
1 − (1 + 0, 03) −12  1 − (1, 03) −12 
=PV 361,
= 66 x   361, 66 x  0, 03 
 0, 03   
1 − 0, 701380 
=PV 361,
= 66 x   361, 66 x9,954004
 0, 03 
PV = 3.599,97

• Portanto, o comprador poderá pagar por esse computador o valor de


$ 3.599,97, à vista.
• Para desenvolver a Situação II, utilizando as teclas financeiras da
HP12C, teremos:

Quadro 3: Sequência de teclas a serem utilizadas nessa situação


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Ligar a calculadora.
Posicionar a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpar os registradores.
Informar o valor das prestações,
361,66 CHS
4 - 361,66 mudar o sinal por meio da tecla CHS
PV
e, em seguida teclar PMT.
Informar o número de prestações e
5 12 n 12,00
teclar n.
Informar a taxa de juros e teclar “i”
6 3 i 3,00 (não é necessário dividir a taxa por
cem)
Teclar PV para calcular o valor
7 PV
presente da operação
O valor à vista do computador é de R$ 3.599,97
UNIUBE 97

Existem casos em que você terá que calcular o valor de “n”, ou seja,
o número de prestações necessárias para efetuar uma determinada
operação de crédito. O exemplo abaixo irá auxiliá-lo nesta situação.

Situação III: O Sr. Jacó, proprietário de uma loja de informática, pretende


vender um microcomputador, cujo preço à vista é R$ 3.800,00, em
parcelas mensais, iguais e imediatas, que não ultrapassem o valor de
R$ 175,00. Sabendo que a taxa de juros é de 1,10 % ao mês, ajude o
Sr. Jacó a calcular o número ideal de parcelas.

IMPORTANTE!

Para calcular o número de parcelas, ou seja, o valor de “n”, é


recomendado que o faça pela fórmula para obtenção de um “n” exato,
uma vez que a HP12C fornece um “n” aproximado, arredondando o
resultado para cima, como vimos no capítulo III –Conhecendo o poder da
capitalização dos juros.

• Dessa forma, teremos que utilizar a seguinte fórmula:

 PV x i 
ln 1 − 
PMT 
n= − 
ln (1 + i )

• Ordenando os dados deste exemplo, teremos:


PV = 3.800,00
PMT = 175,00
i = 1,10 % ao mês
n=?

 3800 x 0,011 
ln 1 − 
175 ln 0, 761143 −0, 272934
− 
n= =− =
− 24,948420 25
=≅
ln (1 + 0, 011) ln1, 011 0, 010940
98 UNIUBE

• Portanto, o número ideal de prestações é de 25, uma vez que


não tem como financiar algo utilizando o número de 24,94 prestações.

• Entretanto, devido ao arredondamento do número de prestações, há


necessidade de ajustar o valor das prestações. O ajuste é realizado
utilizando a quantidade de parcelas já arredondada para calcular
o valor da parcela. Dessa forma, as prestações ajustadas terão o
seguinte valor.

PV 3800 3800 3800


=PMT
= = =
1 − (1 + i )
−n
1 − (1 + 0, 011)
−25
1 − (1 + 0, 011)
−25
0, 239287
i 0, 011 0, 011 0, 011
3800
PMT
= = 174, 685977 ≅ 174, 69
21, 753320

Portanto, o Sr. Jacó venderá seus computadores em 25 prestações no


valor de R$ 174,69, respeitando o limite máximo do valor da prestação,
definido em sua política de venda.

• Agora, vamos ver o desenvolvimento desta situação utilizando as


teclas financeiras da HP12C:
Quadro 4: Sequência de teclas a serem utilizadas na Situação III

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Ligar a calculadora.
Posicionar a calculadora em duas casas
2 f 2 0,00
decimais.
3 f Fin 0,00 Limpar os registradores.
Informar para PV o valor que será
4 3800 PV 3.800,00
financiado.
Informar o valor das prestações para
175 CHS
5 - 175,00 PMT (sinal negativo representa saída de
PMT
caixa-pagamentos).
Informar a taxa de juros e teclar “i” (não é
6 1,1 i 1,10
necessário dividir a taxa por cem)
UNIUBE 99

Valor aproximado do número de


7 n 25
prestações
O computador será vendido em 25 prestações
Tecla PMT para que a calculadora faça o
8 PMT
ajuste dos valores da prestação.

Para calcular a taxa de juros que está sendo utilizada em uma renda
imediata, não há fórmula definida, conforme vimos nos cálculos de
PV, PMT e n.

Simplificadamente, a taxa de juros de uma renda imediata é encontrada


por “tentativa e erro”. O que seria inviável em diversas situações.

Caso você não disponha de uma calculadora financeira ou computador,


existe uma fórmula simples, que utiliza apenas as quatro operações
básicas da Matemática e que calcula a taxa de juros aproximada de uma
renda imediata. Essa fórmula é conhecida como “fórmula aproximada
de Evans”, em homenagem ao seu criador. Veja a fórmula abaixo:

200 x H x (3 + H ) n x PMT
i (%) = =
, em que: H −1
n x (3 + 2 H ) + 3 PV

Vamos resolver a situação a seguir com a calculadora financeira e a


fórmula de Evans:

Situação IV: O Dr. Décio vai ao Banco de Uberaba S/A e solicita


um crédito pessoal no valor de R$ 5.000,00. Seu gerente informa que o
banco fará a operação em 12 prestações mensais, iguais e imediatas no
valor de R$ 532,76 cada uma.

Ajude o Dr. Décio a encontrar a taxa mensal de juros que o Banco está
cobrando nessa operação.
100 UNIUBE

• Desenvolvendo o exemplo, utilizando as teclas financeiras da HP12C,


teremos:

Quadro 5: Sequência de teclas a serem utilizadas nessa situação


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
Informa para PV o valor que será
4 5000 PV 5.000,00
financiado.
Informa o valor das prestações para
532,76 CHS
5 - 532,76 PMT (sinal negativo representa
PMT
saída de caixa-pagamentos).
Informa a quantidade de parcelas
6 12 n 12
da operação.
Tecla i para calcular a taxa de
7 i 4,00
juros.
Podemos concluir que o Banco de Uberaba S/A está cobrando uma
taxa de juros de 4,00% ao mês.

• Agora, vamos analisar o empréstimo que o Dr. Décio está contratando


utilizando a fórmula de Evans.

n x PMT 12 x 532, 76 6393,12


=H = −1 = −1 = − 1 1, 278624
= − 1 0, 278624
PV 5000 5000

200 x H x (3 + H ) 200 x0, 278624 x (3 + 0, 278624) 182,700667


i(%)
= = = = 3,998966 ≅ 4
n x (3 + 2 H ) + 3 12 x (3 + 2 x 0, 278624) + 3 45,6869976

• Portanto, encontramos uma taxa de juros de 3,998966 % ao mês,


muito próxima de 4% ao mês, ficando evidenciado a simplicidade da
fórmula, bem como sua aplicação e, ainda, o grau de confiabilidade
existente.
UNIUBE 101

Para concluir o assunto sobre rendas imediatas, vamos aprender a


calcular o valor futuro desta série uniforme de pagamentos. Para isso,
vejamos a seguir:

Situação V: O comandante Antônio pretende levar sua família para


conhecer alguns países europeus e está programando essa viagem
para daqui a 2 anos. Para realizá-la, irá efetuar depósitos mensais
no valor de R$ 750,00 em sua conta de aplicação, sendo que o primeiro
depósito será efetuado daqui a 30 dias (rendas imediatas). Considerando
que o Banco de Uberaba S/A está pagando uma taxa de 1,30% ao
mês em suas aplicações, calcule o valor que o comandante Antônio terá
daqui a 2 anos, para fazer sua viagem.

• Para descobrir o valor futuro de uma renda imediata, utilizamos a


fórmula abaixo:

(1 + i )
n
−1
FV = PMT
i

• Considerando os dados, a seguir, temos:

PMT = 750,00
n = 2 anos que equivalem a 24 meses
i = 1,30% ao mês

(1 + i ) − 1 (1 + 0,013) − 1 =
n 24
1,363411 − 1
=FV PMT
= 750 = 750 750=
x 27,954667 20.966,00
i 0,013 0,013

• Portanto, no 24º mês, o comandante Antônio terá em sua conta de


aplicação o valor total (montante) no valor de R$ 20.966,00.

• Desenvolvendo o exemplo, utilizando as teclas financeiras da HP12C:


102 UNIUBE

Quadro 6: Sequência de teclas a serem utilizadas na situação V


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
750 CHS Informa para PMT o valor dos
4 - 750,00
PMT depósitos programados.
5 1,3 i 1,30 Informa para “i” a taxa de juros
6 24 n 24,00 Informa a quantidade de depósitos.
Tecla FV para obter o montante total
7 FV 20.966,00
do 24º mês.
Podemos concluir que o comandante Antônio terá um valor de R$20.966,00.

Situação VI: Imagine, que o comandante Antônio necessite de apenas


R$ 20.000,00, no final do 24º mês, para que possa “dar uma viajada com
sua família”, conforme ele costuma dizer. Qual o valor mensal de
depósitos suficiente para que ele consiga a quantia desejada?

• Para calcular o valor mensal dos depósitos, utilizamos a seguinte


fórmula:
FV
PMT =
(1 + i ) n − 1
i

• Agora, vamos desenvolver a situação acima e descobrir quanto


o comandante Antônio necessita depositar mensalmente para ter
acumulado R$ 20.000,00 ao término de vinte e quatro meses.

FV 20.000 20.000 20.000


PMT
= = = = = 715, 44
(1 + i ) − 1 (1 + 0, 013) − 1 1,363411 − 1 27,954667
n 24

i 0, 013 0, 013

Vejamos a resolução por meio da HP 12C:


UNIUBE 103

Quadro 7: Sequência de teclas a serem utilizadas.

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
Informa o montante desejado para
4 20000 FV 20.000,00
FV.
5 1,3 i 1,30 Informa para “i” a taxa de juros.
6 24 n 24,00 Informa a quantidade de depósitos.
Tecla PMT para calcular o valor dos
7 PMT -715,44 depósitos mensais, necessários
para obtenção do FV desejado.
Podemos concluir que o comandante Antônio deverá efetuar 24 depósitos no
valor de R$715,44 que, ao serem aplicados a uma taxa de 1,30% ao mês,
formarão um montante, no 24º mês, de R$ 20.000,00.

3.1.1.1 Renda imediata perpétua

Existem determinadas rendas que não possuem limite para seu


término.

EXEMPLIFICANDO!

• Uma mensalidade de manutenção de um clube que, a partir do


momento em que você se torna sócio, irá pagar indefinidamente essa
manutenção, a não ser que deixe de ser sócio desse clube.

• Um aluguel, caso o inquilino não pense em comprar ou mudar de


imóvel, pagando indefinidamente o valor desse aluguel.
104 UNIUBE

As rendas imediatas perpétuas também são usadas em outra situação


mais prática mas bastante comum. É na análise de investimentos e em
cálculos do valor de uma empresa com base em seu fluxo de caixa
projetado. Os profissionais de finanças projetam o fluxo de caixa
até um determinado momento e, utilizando o princípio contábil da
continuidade, determinam que o último fluxo de caixa irá se repetir
indeterminadamente.

Para calcular o valor presente de um fluxo de rendas ilimitadas ou


perpétuas, basta utilizar a seguinte fórmula matemática:

PMT
PV =
i

Visualizemos esse cálculo na situação a seguir.

EXEMPLIFICANDO!

O Sr. Robert pretende comprar um imóvel para sua loja de produtos naturais
e suprimentos alimentares. Ele possui um contrato de aluguel no valor
de R$ 550,00 mensais e, caso queira permanecer no imóvel, poderá ficar
por tempo indeterminado, uma vez que o proprietário não pretende rescindir
o contrato, considerando que o Sr. Robert é um excelente inquilino. Sabendo
que a taxa de mercado está em 2,00 % a.m., até quanto valeria o Sr. Robert
pagar por um imóvel e deixar de pagar aluguel?

PMT 550
PV
= = = 27.500, 00
i 0, 02

Caso o Sr. Robert encontre um imóvel que tenha as mesmas condições


físicas e comerciais (localização) de seu imóvel atual, será viável adquiri­-lo
caso tenha um valor de até R$ 27.500,00.
UNIUBE 105

IMPORTANTE!

Antes de iniciarmos o estudo da próxima modalidade de rendas, seguem


algumas dicas:

• a taxa de juros deve estar sempre na mesma periodicidade das


parcelas da renda, isto quer dizer: ao analisar uma renda com parcelas
semestrais a taxa de juros utilizada tem que ser semestral. Caso a taxa
esteja em uma unidade de tempo diferente, ela deve ser adequada
mediante a utilização das taxas equivalentes, estudada no capítulo
II – Conhecendo o poder da capitalização dos juros.

• o valor presente de uma renda imediata (perpétua ou não) ocorre um


período antes da primeira parcela, por exemplo: o valor presente de
uma renda com parcelas bimestrais ocorre num período, neste caso,
bimestre, antes da primeira parcela.

• o valor futuro de uma renda imediata, com prazo determinado, situa-se


na mesma data da última parcela.

PARADA PARA REFLEXÃO

Selecione um item da sua relação de compras e/ ou empréstimos realizados


por meio de rendas e calcule a taxa de juros que você pagou.
O valor da taxa corresponde ao valor que lhe foi informado?

3.1.2 Rendas antecipadas

As rendas antecipadas, geralmente são temporárias, constantes e


periódicas. A renda antecipada recebe esse nome porque o primeiro
pagamento ou recebimento ocorre exatamente na data focal onde está
o valor presente (data da compra ou data da assinatura do contrato).
106 UNIUBE

Dessa forma, o primeiro pagamento, ou recebimento, acontece de forma


“antecipada”, não acontecendo em um momento “futuro” e, sim, no
momento “presente”.

EXEMPLIFICANDO!

Vamos tomar o exemplo da compra de uma calça jeans, para ser paga em
três parcelas iguais com uma entrada, a segunda parcela em 30 dias e a
terceira parcela vencendo em 60 dias.

Como você pode perceber, muitas mercadorias e serviços são negociados


desta maneira; logo, o conhecimento das rendas antecipadas será de grande
utilidade para que você tome decisões corretas.

A compra da calça jeans, com uma entrada mais duas parcelas vencíveis
em 30 e 60 dias, é um exemplo de renda antecipada.

Vamos ver uma relação das principais fórmulas utilizadas no estudo das
rendas antecipadas para depois aplicá-las nos exemplos.

1 - Calculando o Valor Presente

1 − (1 + i )
−n

PV
= PMT ⋅ ⋅ (1 + i )
i

2 - Calculando o PMT em função do PV

PV (1 + i ) −1
PMT =
1 − (1 + i )
−n

i
3 - Calculando o FV

(1 + i )
n
−1
FV = PMT . .(1 + i )
i
UNIUBE 107

4 - Calculando o PMT em função do FV

FV (1 + i ) −1
PMT =
(1 + i ) n − 1
i

A calculadora financeira possui uma programação para efetuar


cálculos de rendas antecipadas. Os procedimentos são os mesmos
discutidos nas rendas imediatas, porém a indicação BEGIN deve
aparecer no visor da calculadora.

Para acionar a função BEG (BEGIN), será necessário pressionar o


prefixo “g” (tecla azul) e, em seguida, a tecla BEG (azul), que fica na
fase oblíqua da tecla “7”.

Agora vejamos mais algumas situações-exemlos para compreender


melhor a aplicação das fórmulas apresentadas e, ainda, verificar como
esses exemplos podem ser resolvidos utilizando as teclas financeiras da
calculadora.

Situação VII: O Sr. Joseph pretende adquirir um novo carro, no


valor de R$ 55.000,00. Para tal, está analisando uma proposta de
financiamento a uma taxa de 1,10% ao mês, em 24 pagamentos, sendo
uma entrada e mais 23 pagamentos mensais e iguais, ou seja, 1 + 23.

Qual será o valor das prestações?


Dados:
PMT = ?
PV = 55.000,00
n = 24 prestações mensais (1 + 23).
i = 1,10% ao mês
108 UNIUBE

Para desenvolver o exercício, utilizando as teclas financeiras da HP12C,


teremos:
Quadro 8: Sequência de teclas a serem utilizadas na Situação VII
Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
Pressiona o prefixo “g” (tecla
azul) e, em seguida, a tecla BEG
4 g BEG 0,00
(azul) que está situada na fase
oblíqua da tecla “7”
Informa o valor presente e, em
5 55000 PV 55.000,00
seguida teclar “PV”.
Informa o número de prestações
6 24 n 24,00
e teclar “n”.
Informa a taxa de juros e teclar “i”
7 1,1 i 1,10 (não é necessário dividir a taxa
por cem)
Tecla PMT para calcular o valor
8 PMT -2.591,46
das prestações.
O valor das prestações iguais, mensais e antecipadas, será de R$2.591,46,
vencendo a primeira no ato da compra.

Utilizando a fórmula para calcular o valor das parcelas antecipadas, teremos:


PV (1 + i)−1 55.000(1 + 0,011)−1 55.000 x 0,989120 54.401,60
PMT = = = = = 2.591, 46
1 − (1 + i )
−n
1 − (1 + 0,011) 1 − (1 + 0,011)
−24 −24
20,992607
i 0,011 0,011

Situação VIII: O Magazine Universitário S/A está vendendo um


aparelho de DVD nas seguintes condições de pagamento:
• Taxa de juros: 2,00 % ao mês
• Prestações: 6 pagamentos, sendo uma entrada e mais 5
pagamentos mensais e iguais. (1 + 5)
UNIUBE 109

• Valor de cada prestação: R$ 665,10

Um cliente pretende adquirir este aparelho à vista. Ajude-o a calcular quanto


deve pagar pelo aparelho.
Dados:
PMT = 665,10
PV = ?
n = 6 prestações mensais (1 + 5).
i = 2,00 % ao mês

Utilizando as teclas financeiras da HP12C, teremos:

Quadro 9: Sequência de teclas a serem utilizadas na Situação VIII

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em
2 f 2 0,00
duas casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
Pressiona o prefixo “g” (tecla
azul) e, em seguida, a tecla
4 g BEG 0,00
BEG (azul) que está situada
na fase oblíqua da tecla “7”.
6 6 5 , 1 0 Informa o valor das prestações
5 -665,10
CHS PMT e, em seguida, teclar PMT
Informa o número de
6 6 n 6,00
prestações e teclar “n”.
Informa a taxa de juros e teclar
7 2 i 2,00 “i” (não é necessário dividir a
taxa por cem)
Tecla PMT para calcular o
8 PV 3.800,02
valor das prestações.
O valor à vista do aparelho será de R$ 3.800,02
110 UNIUBE

Utilizando a fórmula para calcular o Valor Presente de uma renda


antecipada:

1 − (1 + i )
−n
1 − (1 + 0, 02 )
−6

PV
= PMT ⋅ ⋅ (1 + i ) = 665,10. ⋅ (1 + 0,02 )
i 0, 02

0,112029
PV 665,10.
= .1, 02 3.800, 02
0, 02

Situação IX: A professora Reis pretende levar sua família para conhecer
um castelo francês e está programando essa viagem para daqui a 12 meses.
Ela está planejando efetuar 13 (treze) depósitos mensais, no valor de R$
1.200,00, em sua conta de aplicação, sendo que o primeiro depósito será
efetuado imediatamente, e os demais mensalmente. Considerando que o
Banco de Uberaba S/A está pagando uma taxa de 2,20 % ao mês em suas
aplicações, calcule o valor que a professora Reis terá, quando efetuar o último
depósito, para fazer sua viagem.

Dados:
PMT = 1.200,00
FV = ?
n = 13 prestações mensais (1 + 12).
i = 2,20 % ao mês

Para desenvolver o exercício utilizando, as teclas financeiras da HP12C,


teremos:

Quadro 10: Sequência de teclas a serem utilizadas


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
UNIUBE 111

3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.


Pressiona o prefixo “g” (tecla azul)
e, em seguida, a tecla BEG (azul)
4 g BEG 0,00
que está situada na fase oblíqua
da tecla “7”.
1200 CHS Informa o valor das prestações e,
5 -1.200,00
PMT em seguida, teclar PMT.
Informa o número de prestações e
6 13 n 13,00
teclar “n”.
Informa a taxa de juros e teclar “i”
7 2,2 i 2,20 (não é necessário dividir a taxa por
cem)
Tecla FV para ser calculado o
8 FV 18.227,18
valor futuro.
A professora Reis terá, no momento em que efetuar o último depósito, o
montante de R$18.227,18

Utilizando a fórmula para calcular o Valor Futuro de uma renda antecipada:

(1 + i )
n
−1
FV = PMT . .(1 + i )
i
(1 + 0, 022 )
13
−1
FV = 1.200. .(1 + 0, 022) =
18.227,18
0, 022

IMPORTANTE!

Antes de iniciarmos o estudo da próxima modalidade de renda, seguem


algumas dicas sobre as rendas antecipadas:

• a taxa de juros deve estar sempre na mesma periodicidade das


parcelas da renda, isto quer dizer: ao analisar uma renda com parcelas
semestrais a taxa de juros utilizada tem que ser semestral. Caso a taxa
esteja em uma unidade de tempo diferente, ela deve ser adequada
mediante a utilização das taxas equivalentes, estudada no Capítulo
2 – Conhecendo o poder da capitalização dos juros.
112 UNIUBE

• o valor presente de uma renda antecipada ocorre na mesma data da


primeira parcela.

• o valor futuro de uma renda antecipada situa-se na mesma data da


última parcela.

PARADA PARA REFLEXÃO

Você com certeza já realizou alguma compra parcelada, sendo que uma
parcela foi dada como entrada.

Já parou para fazer as contas de quanto pagaria se tivesse o valor para


o pagamento à vista disponível? Esse valor corresponde ao valor à vista
pedido pelo estabelecimento comercial?

3.1.3 Rendas diferidas

As rendas diferidas, geralmente são temporárias, constantes e periódicas.

A renda diferida recebe esse nome porque o primeiro pagamento ou


recebimento ocorre após certo período de tempo denominado carência
ou diferimento, sendo que este prazo tem que ser superior aos intervalos
entre os pagamentos e/ou recebimentos.

Vamos analisar novamente a compra da calça jeans: a calça será


adquirida mediante três pagamentos mensais e iguais, sendo que o
primeiro pagamento acontecerá ao final de noventa dias.

Note que a carência (90 dias ou 3 meses) é maior que o intervalo entre
os pagamentos (30 dias ou 1 mês).
UNIUBE 113

EXEMPLIFICANDO!

Frequentemente vemos mercadorias anunciadas com o seguinte plano de


pagamentos: adquira seu computador em 24 parcelas mensais e iguais,
sendo a entrada para daqui a 120 dias.

A renda diferida está constantemente presente no nosso cotidiano e o


estudo deste tópico o auxiliará na tomada de decisões.

Devemos ressaltar que no período de carência incide juros, só não há


pagamentos e/ou recebimentos. Caso não haja a incidência de juros
durante a carência, este fato estará claramente explicitado.

Logo, para calcular o valor dos pagamentos e/ou recebimentos (rendas),é


necessário que façamos a atualização (capitalização) do valor presente
durante o período de carência, até o período imediatamente anterior à
primeira parcela.

A fórmula utilizada para esses casos será:

PV
PMT =
1 − (1 + i ) − n
. (1 + i )
−m

Sendo o “m” o período de carência. Note que “m” e “n” devem estar na
mesma unidade de tempo e em sintonia com a taxa de juros.

Você também pode resolver as atividades de renda diferida situando o


valor presente um período antes da primeira prestação e tratando esta
renda como uma renda imediata.

Vamos analisar a situação a seguir mediante as duas maneiras de


resolver citadas.
114 UNIUBE

Situação X: O Magazine Universitário S/A pretende pegar um empréstimo


no valor de R$ 130.000,00 no Banco de Uberaba S/A. O Senhor Montes,
gerente do banco, explica aos executivos do Magazine que o
empréstimo será feito nas seguintes condições:

a) carência de 12 meses;
b) pagamento do principal em 48 pagamentos mensais e iguais;
c) taxa de juros de 0,90 % ao mês.

Calcule o valor das prestações.


Dados: PMT = ?
PV = 130.000,00
n = 48 prestações mensais
m = 12 meses (prazo de carência)
i = 0,90 % ao mês

Para desenvolver o exercício, utilizando as teclas financeiras da HP12C,


teremos:
Quadro 11: Sequência de teclas a serem utilizadas nesta Situação
Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Ligar a calculadora.
Posicionar a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpar os registradores.
4 130000 PV 130.000,00 Informar o valor de PV.
Informar o valor da taxa de juros
5 0,9 i 0,90
para “i”
Informar o prazo de carência para
6 12 n 12,00
“n”.
Teclar FV para ser calculada a
7 FV -144.756,26 atualização do saldo devedor
durante o período da carência
Mudar o sinal do resultado e informar
8 CHS PV 144.756,26 o valor para o PV, para que ele possa
ser parcelado.
UNIUBE 115

9 0 FV 0,00 Informa 0 (zero) para o valor futuro.


Informa o número de parcelas para
10 48 n 48,00
“n”.
Tecla PMT para calcular o valor das
11 PMT -3.727,26
prestações.

Com a utilização da HP 12 C, há somente a maneira de resolução


demonstrada acima.

Para calcular rendas diferidas, a indicação BEGIN não poderá


aparecer no visor da calculadora. Caso ela esteja indicada no visor, será
necessário pressionar o prefixo “g” (tecla azul) e, em seguida, a tecla
END (azul), que fica na fase oblíqua da tecla “8”.

Quando resolvemos essa situação utilizando fórmulas, há duas


modalidades de desenvolvimento comumente adotadas:

Resolução 1:

PV 130.000
=PMT = −n
1 − (1 + i ) 1 − (1 + 0, 009) −48
x (1 + i )
−m
x (1 + 0, 009) −12
i 0, 009
130.000
=PMT = 3.727, 26
38,837208 x 0,898061

Resolução 2:

Posicionar o Valor Presente um período antes da primeira parcela,


utilizando a fórmula do montante de juros compostos.

FV= PV (1 + i ) n= 130.000 (1 + 0, 009 ) = 144.756, 26


12
116 UNIUBE

O valor anterior está posicionado no mês 12, um período antes da


primeira parcela mensal do empréstimo. Logo, ele será o Valor Presente
da série imediata de 48 pagamentos.

Agora utilizaremos a fórmula abaixo:

PV 144.756, 26
PMT
= = = 3.727, 26
1 − (1 + i ) 1 − (1 + 0, 009 )
−n −48

i 0, 009

Você pode optar por qualquer uma das duas resoluções acima. Escolha
aquela com que você tenha mais se identificado e compreendido o
desenvolvimento.

PARADA PARA REFLEXÃO

Você já comprou algum equipamento em parcelas com prazo para realizar


a entrada?

Agora vamos iniciar o último tópico deste capítulo.

3.2 Coeficientes de financiamentos

Você já foi a algum comércio para comprar um produto a prazo e viu o


vendedor multiplicar o valor do produto por uma série de números
de uma tabela?

Os fatores ou coeficientes de financiamentos são números que,


multiplicados pelo valor que será financiado, fornece o valor das
prestações.
UNIUBE 117

Para calcular o valor do fator ou coeficiente de financiamento, basta


considerar o valor presente (PV), igual a uma unidade monetária, ou
seja, PV = 1. Em seguida, calcula­-se o valor das prestações (PMT) para
cada unidade de capital. É importante que você trabalhe com 6 (seis)
casas decimais.

Os coeficientes aparecem em várias ocasiões: como financiamento de


veículos, créditos consignados e outros. Portanto, vamos analisá-los com
cuidado, e aplicar o conhecimento em nossas decisões diárias.

Veja as situações, a seguir:

Situação XI: O Sr. Joseph pretendia adquirir um novo carro, no


valor de R$ 55.000,00. Para tal, ele estava analisando uma proposta
de financiamento a uma taxa de 1,10% ao mês, em 24 pagamentos,
sendo uma entrada e mais 23 pagamentos mensais e iguais, ou seja, 1
+ 23. Calculamos que a parcela seria de R$ 2.591,46 (renda antecipada
– pois há uma entrada na data da compra). Caso necessário, localize e
relembre este exemplo no item que trata sobre rendas antecipadas.

Agora vamos determinar o valor da parcela utilizando o sistema de


coeficientes e compará-lo ao valor encontrado anteriormente.

Veja, a seguir, como calcular o coeficiente de financiamento:

Dados
PV = 1
PMT =?
i = 1,10% a.m. = 0,011 a.m.
n = 24 parcelas (1+23)
118 UNIUBE

Quadro 12: Sequência de teclas a serem utilizadas nessa Situação


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em seis
2 f 6 0,000000
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
Pressione o prefixo “g” (tecla azul)
e, em seguida, a tecla BEG (azul)
4 g BEG 0,00
que fica na fase oblíqua da tecla “7”
(renda antecipada).
Informa o número 1(um) PV, que
5 1 PV 1,000000
significa uma unidade de capital.
Informa o numero de prestações e
6 24 n 24,00
teclar “n”.
Informa a taxa de juros e teclar “i”
7 1,1 i 1,10 (não é necessário dividir a taxa por
cem).
Tecla PMT para calcular o valor das
8 PMT -0,047118
prestações.
O coeficiente de financiamento de 24 parcelas, sendo uma entrada e vinte e
três prestações iguais e mensais a uma taxa de 1,10% ao mês é 0,047118

Dessa forma, para calcular o valor das prestações, basta multiplicar o


valor de financiamento pelo coeficiente, conforme você pode verificar:

R$ 55.000,00 x 0,047118 = R$ 2.591,46

Situação XII: Vamos continuar trabalhando o caso anterior, só que agora


o financiamento do veículo será uma renda imediata, ou seja, não haverá
entrada. O carro será adquirido mediante o pagamento de 24 prestações
mensais e iguais, vencendo a primeira 30 dias após a data da compra.
UNIUBE 119

Dados
PV = 1
PMT = ?
i = 1,10 % a.m. = 0,011 a.m.
n = 24 parcelas

Quadro 13: Sequência de teclas a serem utilizadas


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em seis
2 f 6 0,00
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
Pressione o prefixo “g” (tecla azul)
e, em seguida, a tecla END (azul)
que fica na fase oblíqua da tecla “8”.
4 g END 0,00
Não há necessidade de acionar essa
função caso não tenha o indicador
BEGIN no visor.
Informa o número 1(um) PV, que
5 1 PV 1,000000
significa uma unidade de capital.
Informa o número de prestações e
6 24 n 24,00
teclar “n”.
Informa a taxa de juros e teclar “i”
7 1,1 i 1,10 (não é necessário dividira taxa por
cem).
Tecla PMT para calcular o valor das
8 PMT -0,047636
prestações.
O coeficiente de financiamento de 24 parcelas, iguais e mensais a uma taxa
de 1,10% ao mês é 0,047636.

Dessa forma, para calcular o valor das prestações, basta multiplicar o


valor de financiamento pelo coeficiente, conforme você pode verificar,
a seguir:

R$ 55.000,00 x 0,047636 = R$ 2.619,97.


120 UNIUBE

Situação XIII: Ainda utilizando o mesmo caso, vamos supor que o Sr.
Joseph pretenda pagar 40% do valor do carro à vista e o restante dividir
em 24 (vinte e quatro) prestações mensais e iguais, vencendo o primeiro
30 dias após a data da compra (renda imediata). Teremos:

Dados:
PV = 1 – 0,40 (percentual da entrada) = 0,60
PMT = ?
i = 1,10 % a.m. = 0,011 a.m.
n = 24 parcelas

Quadro 14: Sequência de teclas a serem utilizadas


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em seis casas
2 f 6 0,000000
decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
Pressione o prefixo “g” (tecla azul) e,
em seguida, a tecla END (azul) que
fica na fase oblíqua da tecla “8”. Não há
4 g END 0,00
necessidade de acionar essa função
caso não tenha o indicador BEGIN no
visor.
Informa o número 0,6 para PV, que
5 0,6 PV 0,600000 significa 60% de uma unidade de
capital.
Informa o número de prestações e
6 24 n 24,00
teclar “n”.
Informa a taxa de juros e teclar “i” (não
7 1,1 i 1,10
é necessário dividir a taxa por cem).
Tecla PMT para calcular o valor das
8 PMT -0,028581
prestações.
O coeficiente de financiamento de 24 parcelas, iguais e mensais a uma taxa
de 1,10% ao mês é 0,028581, sendo que o valor financiado é de 60% do total
do financiamento.
UNIUBE 121

Dessa forma, para calcular o valor das prestações, basta multiplicar o


valor de financiamento pelo coeficiente, conforme você poderá verificar
a seguir:

R$ 55.000,00 x 0,028581 = R$ 1.571,98.

Veja o cálculo, utilizando o valor do financiamento:

Quadro 15: Sequência de teclas a serem utilizadas


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em seis
2 f 6 0,000000
casas decimais.
3 f Fin 0,00 Limpa os registradores.
4 55000 PV 55.000,00 Informa o valor total do bem.
5 40% 22.000,00 Tecla o percentual da entrada.
Tecla o sinal de subtração para
6 - 33.000,00 que você tenha o valor que será
financiado.
7 PV 33.000,00 Tecla PV.
Informe o número de prestações e
8 24 n 24,00
tecle “n”.
Informa a taxa de juros e teclar “i”
9 1,1 i 1,10 (não é necessário dividir a taxa por
cem).
Tecla PMT para ser calculado o valor
10 PMT 1.571,98
das prestações
Dessa forma, confirmamos o valor de R$ 1.571,98

Resumo

Estudamos, neste capítulo, o conceito de Rendas, e suas


modalidades. São conceitos amplamente utilizados pelo comércio,
bancos e financeiras.
122 UNIUBE

Certamente você deve conhecer alguém que já comprou um carro


financiado, uma casa ou um eletrodoméstico, fazendo pagamentos
mensais e iguais. Muitas empresas também buscam recursos no mercado
financeiro objetivando financiar capital de giro ou fazer investimento.

Temos certeza que este capítulo será de grande aplicação no seu dia a
dia. Para fixar o conteúdo apresentado realize as atividades propostas.

Sucessos nos estudos e em sua vida profissional.

Atividades

Agora que você já conhece a teoria sobre rendas, convido-o a colocá-la


em prática pela realização das atividades abaixo.

Atividade 1

O Sr. João vai adquirir um apartamento nas seguintes condições:

• entrada = R$ 20.000,00;
• 60 prestações mensais de R$ 600,00 cada uma, vencendo a
primeira daqui a 30 dias;
• 10 prestações semestrais de R$ 900,00 cada uma, vencíveis a partir
do final do 6º mês.

Sendo de 1,10 % a.m. a taxa de juros, determine até que preço é


interessante o Sr. João adquirir este apartamento à vista.

Atividade 2

O Sr. Jorge pretende adquirir um veículo nas seguintes condições: R$


37.000,00 à vista ou 30% de entrada e o restante em 24 prestações
mensais e iguais. Para uma taxa de juros de 3,8 % a.m., determine
o valor de cada prestação.
UNIUBE 123

Atividade 3

A Srta. Thaís deseja comprar uma bolsa no valor de R$ 1.300,00. Ela


pretende pagar em 6 pagamentos mensais e iguais, vencendo o primeiro
no ato da compra (1+5). Sabendo que a loja cobra uma taxa de juros de
2,75% ao mês, calcule:

a) o valor das prestações;


b) considerando que a loja concede 3% de desconto para as vendas
à vista, calcule a taxa efetiva da operação.

Atividade 4

O Sr. Renato comprou um novo computador no valor de R$


4.500,00, para ser pago em 7 meses, a uma taxa de 5% ao mês. Calcule
o valor das prestações se:

a) a primeira prestação vencer após 90 dias da data da compra;


b) a primeira prestação vencer no ato da compra;
c) a primeira prestação vencer 30 dias após a data da compra.

Atividade 5

O Sr. Sebastião, proprietário de uma marcenaria, pretende vender


armários financiados aos seus clientes, cobrando uma taxa de
juros de 3% ao mês, para pagamentos em 7 vezes. Sabendo que esses
pagamentos serão mensais, iguais e sucessivos, vencendo o primeiro
30 dias após a data da compra, calcule qual será o coeficiente
(fator) de financiamento que o Sr. Sebastião poderá utilizar a fim de
calcular o valor das prestações. (Utilize 6 casas decimais).
124 UNIUBE

Referências

ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações. 9. ed.


São Paulo: Atlas, 2006.

SILVA, Cássio Silveira da. Matemática financeira: com utilização da calculadora


HP12C. Uberaba, 2005 (apostila).

VERAS, Lilia Ladeira. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras,


aplicações ao mercado financeiro, introdução à engenharia econômica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
UNIUBE 125

Capítulo Cálculos utilizados em


projetos de investimentos
4
Cássio Silveira da Silva
Juliane Miziara Machado Borges

Introdução
Iniciamos, aqui, nosso último capítulo de Matemática financeira.

Fazendo uma breve retrospecção, estudamos no primeiro capítulo


os conceitos básicos da Matemática financeira e o sistema de
capitalização de juros simples.

Em seguida, no segundo capítulo, estudamos o regime de


capitalização composta, que é o sistema mais utilizado no mundo
das finanças.

Aprendemos, também, que existem ferramentas que podem


nos auxiliar nos cálculos de juros compostos, ­ as calculadoras
financeiras. E, por questões didáticas, adotamos a HP12C. Vimos,
também, algumas dicas de operação da calculadora, enfatizando
a importância do estudo do manual de instruções da mesma para
que possamos usufruir o máximo de nosso equipamento.

No terceiro capítulo, abordamos os conceitos de Rendas,


presentes no nosso dia a dia em empréstimos, financiamentos
de Ativos, e tantas outras operações em que o referido conceito
pode ser e é aplicado.
126 UNIUBE

Agora, você vai estudar as diferentes formas de pagamento de um


financiamento ou empréstimo por meio da utilização dos diversos
sistemas de amortizações existentes e que são utilizados no meio
empresarial.

Objetivos

Esperamos que os conteúdos trabalhados neste capítulo sejam


capazes de ajudá-lo a desenvolver as seguintes habilidades:

• calcular o custo do dinheiro no tempo;


• reconhecer e aplicar fórmulas matemáticas para cálculos
financeiros de amortização de financiamentos;
• usar as funções da calculadora financeira HP12C para
elaborar cálculos de amortização de financiamento;
• reconhecer a importância da utilização da Matemática
financeira como instrumento de gestão para tomada de
decisão;
• identificar o caráter interdisciplinar entre o conhecimento
matemático, administrativo, contábil e econômico.

Esquema
UNIUBE 127

4.1 Sistemas de amortização

Sistemas de amortização são formas de pagar um compromisso


financeiro assumido. O modelo do sistema de pagamento adotado
determina a forma de incidência de juros, como serão calculadas as
prestações e, também, como o saldo devedor de uma dívida irá diminuir.

PARADA PARA REFLEXÃO

Você já viu algum contrato de financiamento de veículos, de financeiras ou


de bancos em que se lê que aquele contrato será liquidado pelo sistema
Price, por exemplo?

Você sabia que, geralmente, em empréstimos e financiamentos de longo


prazo concedido por bancos de desenvolvimento ( como o BNDES – Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) utilizam o SAC?

Você sabia que a Caixa Econômica Federal utiliza o sistema de SACRE no


financiamento da casa própria?

Caso você tenha em mãos algum contrato de empréstimo e/ou


financiamento, leia-o com atenção e identifique a forma de amortização
contratada.

As pessoas jurídicas e pessoas físicas, quando obtêm empréstimos e/ou


efetuam financiamentos de bens duráveis e de consumo, encontram
uma gama de opções para quitar seus débitos por meio de diferentes
formas de pagamentos disponíveis no mercado financeiro.

Algumas pessoas físicas buscam recursos financeiros por intermédio


de crédito pessoal para custear despesas correntes ou financiam, pelo
de Crédito Direto ao Consumidor (CDC), diferentes tipos de bens
como, por exemplo: carros, casas, apartamentos, eletrodomésticos,
computadores, dentre outros.
128 UNIUBE

As empresas também buscam recursos financeiros no mercado para


realização de investimentos. Adquirem máquinas, equipamentos,
ampliam plantas industriais, adquirem matérias primas, dentre outras
finalidades que são muito diversificadas.

Não só as pessoas físicas como as pessoas jurídicas, ao firmarem um


contrato de empréstimo, devem atentar para a forma de pagamento
de tais operações, ou seja, verificar como os contratos de empréstimos
serão amortizados.

No mercado financeiro, há diversos sistemas de amortização, que nada


mais são do que formas de pagamento de empréstimos.

Alguns preveem pagamento único, outros, pagamentos parcelados,


carências (ou prazos) para o início dos pagamentos e, ainda, os valores
das prestações podem ser fixos ou variáveis.

IMPORTANTE!

Os conceitos abaixo são válidos para qualquer sistema de amortização:

• As parcelas de pagamento são compostas por juros e amortização, ou


seja, parcela=juros +amortização.

• Os juros incidem sempre sobre o saldo devedor.

• Somente o componente amortização da parcela reduz o saldo devedor.

Vamos estudar como calcular e montar os


Demonstrativo dos
sistemas de amortização demonstrativos dos principais sistemas
Planilhas que devem conter o de amortização!
valor da parcela a ser pago, o
detalhamento do pagamento
e o saldo devedor. As
parcelas são dividas em
amortização e juros.
UNIUBE 129

4.1.1 Sistema do Montante

Nesse tipo de sistema de amortização, o devedor efetua o


pagamento, no final do prazo, do montante da dívida, ou seja,
do capital e de seus juros acumulados. Existe, portanto, um único
pagamento.

Para determinar qual o valor que deverá ser pago, basta calcular o
montante (FV) da operação utilizando a fórmula dos juros compostos.

Visando demonstrar ao devedor, a forma do cálculo dos juros e do valor


que deverá ser pago, utiliza­-se uma planilha denominada “Planilha de
Amortização”, conforme poderá ser observado, a seguir:

Quadro 1: Planilha de amortização do Sistema do Montante.


Período Pagamento Amortização Juros Saldo Devedor
0 - - - Sd0=PV
1 - - j1=Sd0xi Sd1=Sd0+j1
2 - - J2=Sd1xi Sd2=Sd1+j2
........ ........ ........ ......
n PMT = FV qn=PMT-jn jn=Sdn-1xi Sdn=Sdn-1-qn=0

Em que:

Sd0→Saldo devedor no momento 0 (zero), que é igual ao Valor Presente


ou capital (PV).

Juros→calculados com base no saldo devedor do período imediatamente


anterior 1 até n­- 1.

Saldo Devedor → para os períodos de 1 até n ­- 1 é o resultado do saldo


devedor do período anterior somado aos juros do período correspondente.
130 UNIUBE

Sd→Saldo devedor do último período (n) é igual ao saldo devedor


do período imediatamente anterior (n –1) menos a quota de amortização
(qn) do último período, que deverá ser igual a zero.

PMT→ O valor da prestação é igual ao valor futuro ou montante (FV) da


operação, uma vez que não há pagamentos intermediários durante
o período concedidos, para o pagamento.

Amortização→na data que irá ocorrer a quitação do financiamento,


basta deduzir do valor do pagamento (PMT), o valor dos juros do período.

Temos certeza de que, analisando a situação abaixo, você entenderá


melhor.

Situação I: O Sr. Mantovani obteve um empréstimo no valor de R$


1.500,00, que deverá ser pago daqui a 3 (três) meses. Sabendo que a
taxa de juros é de 2% ao mês, calcule o valor que deverá ser pago no
final do período e elabore uma planilha de amortização para demonstrar
ao Sr. Mantovani como estão sendo calculados os juros e o valor de
pagamento.

PV = 1.500,00 i = 2,00 % ao mês n = 3 meses FV = ?

FV = PV . ( 1 + i )n = 1500 . ( 1 + 0,02 )3 = 1500 . 1,061208 = 1.591,81

Utilizando a HP 12C:
Quadro 2: Sequência de teclas da calculadora a serem utilizadas nessa Situação
Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Reg 0,00 Limpa os registradores
4 f Fin 0,00 Limpa os registradores financeiros.
UNIUBE 131

Informe o valor que será


5 1500 PV 1.500,00 financiado e, em seguida tecle
“PV”.
Informe o prazo do financiamento
6 3 n 3,00
e tecle “n”.
Informe a taxa de juros e tecle “i”
7 2 i 2,00 (não é necessário dividir a taxa
por cem).
Tecle “FV” para ser calculado o
8 FV -1.591,81
valor das prestações.
O valor futuro da operação, que deverá ser pago, será de R$ 1.591,81

Planilha de amortização do Sistema do Montante:

Quadro 3: Planilha de amortização


Pagto Amortiz. Juros Saldo Devedor
0 - - - Sd0=1.500,00
1 - - j1=1500x0,02=30 Sd1=1500+30=1530
2 - - j2=1530x0,02=30,60 Sd2=1530+30,60=1560,60
3 1591,81 1560,60(*) j3=1560,60x0,02=31,21 0

(*) qn=PMT - jn = 1591,81 - 31,21=1560,60

IMPORTANTE!

• Mesmo não havendo pagamento de parcela no período, os juros


continuam a ser calculados para cada período e somados ao saldo
devedor.

• Os juros incidem sempre sobre o saldo devedor do período anterior.

4.1.2 Sistema Americano

Neste sistema, o devedor paga os juros periodicamente e no último


pagamento, além dos juros, paga o capital emprestado. No Brasil, não
é comum o uso deste sistema, porém, com a economia estabilizada,
existem instituições financeiras que já utilizam este sistema.
132 UNIUBE

Cabe ressaltar que o Sistema Americano também é conhecido como


“juros mensais e principal no final”, justamente porque, somente no final,
o devedor paga o principal da dívida.

A planilha financeira de amortização pelo sistema americano deverá


ser organizada da seguinte forma:

Quadro 4: Planilha de amortização pelo Sistema Americano


Período Pagamento Amortização Juros Saldo Devedor
0 - - - Sd0=PV
1 j1 0 j1=Sd0xi Sd1=Sd0
2 j1 0 j2=Sd1xi=j1 Sd2=Sd0
........ ........ ........ ......
n PMT=PV+j1 qn=PMT-jn jn=Sdn-1xi=j1 Sdn=Sdn-1-qn=0

IMPORTANTE!

No Sistema Americano, os juros são pagos periodicamente; logo, não


são incorporados ao saldo devedor e consequentemente o saldo devedor
permanece constante. O mesmo ocorre com os juros, são sempre os
mesmos, por incidirem sempre sobre o mesmo valor.

É comum constituir um sinking fund, também conhecido como Fundo


de amortização, simultaneamente ao pagamento de um empréstimo ou
financiamento realizado pelo sistema de amortização americano.

Trata-se de um fundo de reserva que visa evitar um grande desembolso


de uma única vez. Seu objetivo é que, na data da última parcela, ele
tenha acumulado o valor do capital ou principal.

Mais um caso para você fixar o conceito de Fundo de amortização.


UNIUBE 133

Situação II: O Sr. Mantovani obteve um empréstimo no valor de R$


1.500,00 que deverá ser pago em 3 (três) meses. Sabendo que a taxa
de juros é de 2% ao mês, e que o sistema de amortização utilizado para
pagamento será o Sistema Americano, calcule o valor dos pagamentos
que deverão ser efetuados e demonstre na planilha de amortização.

Quadro 5: Planilha de amortização


Pagamto Amortiz. Juros Saldo Devedor
0 - - - Sd0=1.500
1 30 - j1=1.500x0,02=30 Sd1=1.500
2 30 - j2=1.500x0,02=30 Sd2=1.500
3 1.530,00 1.500,00(*) j3=1.500x0,02=30 0
(*) qn=1.530 – 30= 1500

Conforme poderá ser observado, o Sr. Mantovani irá pagar R$ 30,00


no primeiro e no segundo mês, correspondentes aos juros do período.
No terceiro mês, serão pagos os juros do período mais a amortização da
dívida, totalizando R$1.530,00.

Entretanto, o Sr. Mantovani não deseja realizar um desembolso tão


grande na data de vencimento do contrato deste empréstimo e optou
por realizar um fundo de amortização. O rendimento previsto para este
fundo é de 1% ao mês. Calcule o valor dos depósitos que o Sr. Mantovani
deverá efetuar e monte a planilha do fundo de amortização.

FV = 1.500,00 i = 1% a.m. n= 3 meses PMT=?

Vamos encontrar o valor do depósito, utilizando a fórmula que calcula o


valor das parcelas de uma renda imediata em função de seu valor futuro.
Caso necessário, recorde esse assunto no capítulo anterior – Capítulo 3:
Diferindo o capital no tempo – Rendas.
FV 1500
PMT
= = = 495, 03
(1 + i ) n − 1 (1 + 0, 01) − 1
3

i 0, 01
134 UNIUBE

Encontrando o valor da parcela pela HP12C:

f fin f2
1500 FV
3 n
1 i
PMT = -495,03

Para constituir este fundo de amortização, o Sr. Mantovani deverá realizar


três depósitos mensais de R$ 495,03.

Agora vamos montar a planilha do sinking fund, também conhecido como


Fundo de amortização:

Quadro 6: Planilha do Fundo de amortização


n Depósito PMT Juros Saldo
0
1 495,03 495,03
2 495,03 495,03 x0,01=4,95 495,03+495,03+4,95=999,01
3 495,03 995,01 x0,01=9,95 995,01+495,03+9,05=1499,00

4.1.3 Sistema de Amortização Francês (SAF)

No Sistema de Amortização Francês, também conhecido como


sistema SAF, o devedor paga o empréstimo em prestações iguais e
imediatas. O valor da prestação é composto por amortização e juros
correspondentes ao saldo devedor.

Este sistema é muito utilizado nas instituições financeiras em operações


de financiamentos de veículos, crédito pessoal, financiamento em lojas
de departamento e eletrodomésticos e, também, em capital de giro.

Para determinar o valor do pagamento a ser realizado com este sistema


de amortização, basta utilizar a calculadora financeira, calculando as
prestações pela tecla PMT.
UNIUBE 135

IMPORTANTE!

O Sistema de Amortização Francês é o desmembramento das parcelas de


uma renda imediata. Caso necessário, recorde alguns conceitos de renda
imediata retornando ao Capitulo 3 – Diferindo o capital no tempo-Rendas.

Veja, a seguir, o modelo da planilha de amortização utilizada no Sistema


de Amortização Francês:

Quadro 7: Planilha de amortização do Sistema Francês


Período Pagamento Amortização Juros Saldo Devedor
0 - - - Sd0=PV
1 PMT q1=PMT-j1 j1=Sd0x i Sd1=Sd0 – q1
2 PMT q2=PMT-j2 j2=Sd1x i Sd2=Sd1-q2
........ ........ ........ ......
n PMT qn=PMT-jn jn=Sdn-1xi Sdn=Sdn-1-qn=0

Veja uma situação em que usamos o SAF.

Situação III: O Sr. Mantovani obteve um empréstimo no valor de R$


1.500,00 que deverá ser pago em 3 (três) pagamentos mensais, iguais
e sucessivos. Sabendo que a taxa de juros é de 2% ao mês e que o
sistema de amortização utilizado para pagamento será o Sistema de
Amortização Francês (SAF), calcular o valor dos pagamentos que
deverão ser efetuados e demonstrar na planilha de amortização.

PV = 1.500,00
i = 2,00 % ao mês
n = 3 pagamentos mensais
PMT = ?
136 UNIUBE

Encontrando o valor da parcela pela fórmula da renda imediata:

PV 1500
PMT
= = = 520,13
1 − (1 + i ) 1 − (1 + 0, 02 )
−n −3

i 0, 02

O empréstimo de R$ 1.500,00 será pago em três parcelas de R$ 520,13.

Agora vamos elaborar a planilha de amortização:

Quadro 8: Planilha de amortização dessa Situação


n Pagto A m o r t = P M T- Juros=Sd x taxa Sd=Sd anterior -
(PMT) Juros amortização
0 - Sd0=1500,00
1 520,13 q1=490,13(*) j1=1500 x 0,02 = 30 S d 1= 1 5 0 0 -
490,13=1009,87
2 520,13 q2=499,93(*) j2=1009,87x0,02=20,20 S d 2= 1 0 0 9 , 8 7 -
499,93=509,94
3 520,13 q3=509,93(*) j3=509,94x0,02=10,20 S d 3= 5 0 9 , 9 4 -
509,93=0,01(**)
q1= 520,13 – 30 = 490,13
q2= 520,13 – 20,20 = 499,13
q3= 520,13 – 10,20 = 509,93
(**) Saldo devedor diferente de zero devido ao arredondamento de duas casas decimais

IMPORTANTE!

Observando a planilha acima, percebemos que:


• o juro é calculado sempre sobre o saldo devedor;

• o pagamento ou parcela é a soma da amortização com o juro;

• somente a amortização reduz o saldo devedor.


UNIUBE 137

Quadro 9: Sequência de teclas da calculadora a serem utilizadas no exemplo.

Passo Teclas Visor Significado


1 ON 0,00 Ligar a calculadora.
Posicionar a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Reg 0,00 Limpar os registradores.
4 f Fin 0,00 Limpar os registradores financeiros.
Informe o valor que será financiado
5 1500 PV 1.500,00
e, em seguida tecle “PV”.
Informe o número de parcelas e
6 3 n 3,00
tecle “n”.
Informe a taxa de juros e tecle “i”
7 2 i 2,00 (não é necessário dividir a taxa por
cem).
Tecle “PMT” para ser calculado o
8 PMT -520,13
valor das prestações.
Valor dos juros pagos na primeira
9 1 f AMORT -30,00
parcela.
Valor amortizado com o primeiro
10 x><y -490,13
pagamento.
Valor do saldo devedor após o
11 RCL PV 1009,87
primeiro pagamento.
Valor dos juros pagos na segunda
12 1 f AMORT -20,20
parcela
Valor amortizado com o segundo
13 x><y -499,93
pagamento.
Valor do saldo devedor após o
14 RCL PV 509,94
segundo pagamento.
Valor dos juros pagos na terceira
15 1 f AMORT -10,20
parcela.
Valor amortizado com o terceiro
16 x><y -509,93
pagamento.
Valor do saldo devedor após o
17 RCL PV 0,01
terceiro pagamento.
(*) Saldo devedor diferente de zero devido ao arredondamento de duas casas
decimais.
138 UNIUBE

Você deve estar se perguntando como analisar um empréstimo realizado


em número elevado de parcelas: teria que elaborar a planilha de
amortização parcela a parcela?

Para facilitar esses casos, utilizamos as fórmulas abaixo:

PV
Valor da parcela: PMT = , também pode ser calculada pela
1 − (1 + i )
−n

HP12C
i

Amortt Amort1 (1 + i)t −1


Amortização: =

Amort
= 1 PMT − J1

 (1 + i )n −t − 1 
Saldo Devedor: SDt = PMT x  n −t 
, sendo:
 i x (1+i) 

n → número de parcelas do contrato


t → número da parcela que se deseja saber os dados

Para podermos checar os valores encontrados com a planilha acima,


vamos analisar o exemplo do Sr. Mantovani, encontrando a amortização,
o juro e o saldo devedor da segunda parcela.

PV = 1.500
i = 2% a.m
n = 3 meses

PV 1500
PMT
= = = 520,13
1 − (1 + i ) 1 − (1 + 0, 02 )
−n −3

i 0, 02

Amort=1 PMT − J=1 520,13 − (1500 x0, 02)= 490,13


UNIUBE 139

Amortt Amort1 (1 + i)t −1


=

Amort2 Amort1 (1 + 0,02)2−1 = 490,13 x 1,02=499,93


=

J t PMT − Amortt
=

J 2 = 520,13 − 499,93 = 21

 (1 + i )n −t − 1 
SDt = PMT x  n −t 
 i x (1+i) 

 (1 + 0, 02 )3− 2 − 1  0, 02
=SD2 520,13 x  = 3− 2 
520,13
= x 590,93
 0, 02 x (1+0,02)  0, 02040

este é o saldo devedor após o segundo pagamento.

4.1.4 Sistema de Amortização Price

O Sistema de Amortização Price foi desenvolvido no século XIX


pelo inglês Richard Price. Este sistema deu origem ao Sistema de
Amortização Francês que foi utilizado primeiramente de forma ampla,
porém com uma particularidade.

No Sistema de Amortização Francês (SAF), caso a taxa contratada


esteja em um período diferente do das prestações, calcula-se a taxa
de juros proporcionais, utilizando o conceito de juros compostos, para
definir a taxa para cada período. Utiliza-se a fórmula da taxa equivalente
(“quero-tenho”) que você já estudou no capítulo 2 – Conhecendo o poder
de capitalização dos juros.
140 UNIUBE

Ilustrando, se a taxa contratada for de 12% ao ano e o financiamento


for pago mensalmente, calcula-se a taxa equivalente mensal, a juros
compostos, que será uma taxa de, aproximadamente, 0,95% ao mês.

Já no Sistema Price, caso ocorra a mesma situação, calcula-se a


taxa para o período, de forma proporcional, utilizando o princípio de
equivalência de juros simples, ou seja, no exemplo a taxa mensal seria
igual a 1,00% ao mês.

Dessa forma, as prestações e o total de juros pagos pelo sistema PRICE


seriam superiores ao sistema de amortização SAF, uma vez que 0,95%
ao mês, capitalizados mês a mês, seriam 12% ao ano, enquanto que 1,00
% ao mês, capitalizados mês a mês, serão de 12,68% ao ano.

Cabe salientar que, se a taxa de juros apresentar a mesma periodicidade


das prestações, os dois sistemas de amortização são idênticos.

Assim, a forma de cálculo das parcelas e a construção da planilha de


amortização também são construídas da mesma maneira.

PARADA PARA REFLEXÃO

Com certeza, você já adquiriu algum produto em “n” pagamentos iguais.


Monte sua planilha de amortização para a aquisição deste bem.

Você irá perceber que as parcelas iniciais contêm um percentual mais


elevado de juros.

É que nos sistemas SAF e Price você paga primeiro o componente juros.

Discuta como esta característica pode afetar a liquidação antecipada


desta compra que você realizou, sabendo que o desconto concedido pelas
instituições financeiras, para quitação antecipada, somente é aplicado sobre
os juros de cada parcela.
UNIUBE 141

4.1.5 Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema


Hamburguês

Pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês,


o devedor paga o empréstimo em prestações que incluem amortização
e juros sobre o saldo devedor.

Entretanto, a característica que o diferencia dos demais sistemas é


que a amortização é fixa. Consequentemente, os juros irão reduzindo
na medida em que os pagamentos forem ocorrendo e, dessa forma,
provocando uma redução nos valores das parcelas.

Para calcular o valor da amortização, basta dividir o valor financiado pelo


total de pagamentos.
PV
Quota de amortização q =
n

Após calcular a amortização, que é constante, calculam­-se os juros sobre


o saldo devedor e adiciona o valor da amortização para que possa ser
encontrado o valor das parcelas. Conforme poderá ser observado no
modelo de planilha de amortização, a seguir:

Quadro 10: Planilha de amortização do Sistema de Amortização Constante.


n Pagamento Amortização Juros Saldo Devedor
(PMT)
0 - PV Sdx0=PV
PV i
1 PMT=q1+j1 q1=PV÷n Pk = + PV
j1=Sd x i − ( k − 1) x Sd =Sd -q
n 0
n1 0 1

PV PV x i
2 PMT=q2+j2 q2= PV÷nPk = + PV
j2=Sd x i − ( k − 1) x Sd2=Sd1-q2
n 1
n
PV PV x i
n PMT=qn+jn qn= PV÷nPk = + PV
jn=Sd x i − ( k − 1) x Sdn=Sdn-1-qn=0
n n
n-1
142 UNIUBE

Existe também a fórmula para tornar possível o cálculo de parcelas


específicas e/ou programá-las em uma planilha eletrônica para elaborar
demonstrativos financeiros de amortização. As fórmulas são:

PV PV x i
Pk = + PV x i − (k − 1) x
n n

Sendo:

k → número da parcela
Pk → parcela
PV → saldo devedor ou valor presente
n → número de parcelas do contrato
t → número da parcela que se deseja saber os dados
Pagamento → pagamento ou parcela

EXEMPLIFICANDO!

O Sr. Mantovani obteve um empréstimo no valor de R$ 1.500,00 que deverá


ser pago em 3 (três) pagamentos mensais e sucessivos. Sabendo que a taxa
de juros é de 2% ao mês, e que o sistema de amortização utilizado para
pagamento será o Sistema de Amortização Constante (SAC), calcular o
valor dos pagamentos que deverão ser efetuados e demonstrar na planilha
de amortização.

PV = 1.500,00
i = 2,00 % ao mês
n = 3 pagamentos mensais
PMT = ?
UNIUBE 143

PV 1500
q
= = = 500
n 3
PV PV . i
Pk = + PV . i − (k − 1).
n n
1500 1500.0, 02
P=
k + 1500.0, 02 − (k − 1).
3 3
30
Pk = 500 + 30 − (k − 1).
3
Pk = 530 − (k − 1).10
k =1 ⇒ P1 =530 − (1 − 1).10 =530
k = 2 ⇒ P2 = 530 − (2 − 1).10 = 530 − 10 = 520
k = 3 ⇒ P3 = 530 − (3 − 1).10= 530 − 20= 510

Quadro 11: Planilha de amortização do exemplo.


n Pgto Amortização Juros Saldo Devedor
(PMT)
0 - Sd0=1.500
1 530,00 q1=1.500÷3=500 j1=1.500x0,02=30,00 S d 1= 1 . 5 0 0 -
500=1.000
2 520,00 q2=1.500÷3=500 j2=1.000x0,02=20,00 Sd2=1.000 – 500
=500
n 510,00 q3=1.500÷3=500 j3=500x0,02= 10,00 Sd3=500-500=0

Com a prática, você irá perceber que as fórmulas serão úteis para
financiamentos e/ou empréstimos que apresentam prazos longos e
quando você necessitar de informação específica sobre alguma parcela.

Para financiamentos e/ou empréstimos com prazos menores, será mais


interessante a construção da planilha de amortização.
144 UNIUBE

PARADA PARA REFLEXÃO

Agora que você já conhece o sistema SAC, compare o sistema SAF com o
SAC. Imagine a seguinte situação: você está contratando um empréstimo
em 60 parcelas. Entretanto você espera receber um dinheiro no prazo de 36
meses e pretende utilizá-lo para quitar antecipadamente este empréstimo.
É mais vantajoso realizar este empréstimo pelo SAF ou pelo SAC? Reflita
sobre isso.

4.1.6 Sistema de Amortização Misto (SAM)

O sistema de amortização misto é a média aritmética do SAF e do SAC.


Todos os componentes do Sistema de Amortização Misto (SAM) são a
média aritmética dos componentes do SAF e do SAC. Veja as fórmulas
abaixo:

PSAC + PMTSAF
PgtoSAM = Onde: Psac = Parceria do SAC
2
JurosSAC + JurosSAF
JurosSAM =
2
AmortSAC + AmortSAF
AmortSAM =
2
SDSAC + SDSAF
SDSAM =
2

EXEMPLIFICANDO!

O Sr. Mantovani obteve um empréstimo no valor de R$ 1.500,00 que


deverá ser pago em 3 (três) pagamentos mensais e sucessivos. Sabendo
que taxa de juros é de 2% ao mês e que o sistema de amortização
utilizado para pagamento será o Sistema de Amortização Misto
(SAM), calcular o valor dos pagamentos que deverão ser efetuados e
demonstrar na planilha de amortização.
UNIUBE 145

Valor da prestação pelo sistema SAF: R$ 520,13.

Prestações calculadas pelo sistema SAC:


Primeira prestação (PSAC 1 ): R$ 530,00
Segunda prestação (PSAC 2 ): R$ 520,00
Terceira prestação (PSAC 3 ): R$ 510,00

Prestações do SAM:

PSAC + PMTSAF
PgtoSAM =
2

Primeira prestação P1’ = ( 520,13 + 530,00 ) ÷ 2 = R$ 525,07


Segunda prestação P2’ = ( 520,13 + 520,00 ) ÷ 2 = R$ 520,07
Terceira prestação P3’ = ( 520,13 + 510,00 ) ÷ 2 = R$ 515,07

Quadro 12: Planilha de amortização do exemplo


n Pgto Amortização Juros Saldo Devedor
(PMT)
0 - Sd0=1.500
1 525,07 5 2 5 , 0 7 - 3 0 = j1=1.500x0,02=30,00 Sd1=1.500
495,07 -495,07=1.004,93

2 520,07 520,07 – 20,10 j2=1.004,93 x Sd2=1.000 -


= 499,97 0,02=20,10 499,97 =504,96

n 515,07 515,07 – 10,10 j3=504,96x0,02 = Sd3=504,96


= 504,97 10,10 -504,97 = -0,01

4.1.7 SACRE – Sistema de Amortização Crescente

Este sistema de amortização foi recentemente adotado pelo Sistema


Financeiro de Habitação (SFH).

Sua principal vantagem é a redução mais rápida do saldo devedor


quando comparado ao Sistema de Amortização Francês (SAF), uma
146 UNIUBE

vez que sua amortização é crescente. E conforme você viu anteriormente


neste capítulo, somente a amortização reduz o saldo devedor.

Por outro lado, o Sistema de Amortização Crescente (SACRE) apresenta


prestações iniciais mais elevadas do que no SAF. Geralmente, as
prestações são mais elevadas até a metade do período do financiamento.

Vejamos as principais fórmulas:

PV (1 − 0,5) 1 
R1
= n + 0,5  + i  PV
(1 + i ) −1 n 
n
(1 + i ) xi

Valor da razão da progressão aritmética (corresponde ao


decréscimo das prestações):

i x PV  , sendo:
r = 0,5  
 n 

R1 - valor da primeira prestação.


PV - Valor Principal.
r- razão de progressão (corresponde ao decréscimo do valor das
prestações sucessivas).

EXEMPLIFICANDO!

Calcular as prestações de uma operação de crédito no valor de R$ 1.500,00


a ser paga em 3 (três) prestações mensais com juros de 2 % a.m., sabendo
que o sistema utilizado para amortizar a dívida será o Sistema SACRE.

PV (1 − 0,5) 1  1500(1 − 0, 5) 1 
R1
= + 0,5  + i =
PV + 0,5  + 0,02 1500
= 525,07
(1 + i ) − 1
n
n  (1, 02 ) − 1 3
3

(1 + i )
n
(1, 02 )
3
xi x 0, 02
UNIUBE 147

i x PV   0,02 x 1500 
r = 0,5   = 0,5  =5
 n   3 

Portanto, a primeira prestação será de R$ 525,07.

2ª Prestação = 525,07 – 5,00 = 520,07

3ª Prestação = 520,07 – 5,00 = 515,07

Na planilha de amortização, teremos:

Quadro 13: Planilha de amortização do exemplo.


n Pgto Amortização Juros Saldo Devedor
(PMT)
0 - Sd0=1.500
1 525,07 525,07-30,09= j1=1.500x0,02=30,09 Sd1=1.500
495,07 -495,07=1.004,93

2 520,07 520,07 – 20,10 j2=1.004,93 x Sd2=1.000, -


= 499,97 0,02=20,10 499,97 =504,97

n 515,07 515,07 – 10,10 j3=504,97 x 0,02= Sd3=504,97


= 504,97 10,10 -504,97 = 0,00

IMPORTANTE!

Dessa forma, podemos concluir que o sistema SACRE é exatamente


igual ao sistema SAM. Portanto, você pode calcular da maneira que lhe
proporcione maior facilidade.

4.1.8 Sistemas de Amortização com Carência

É denominado período de carência, o período em que o devedor não


amortiza o saldo devedor do contrato.
148 UNIUBE

Nas operações de aporte de capital e/ou financiamentos, a carência tem


a finalidade de aliviar o fluxo de caixa do financiado para que o mesmo
possa se organizar e iniciar os pagamentos da amortização com um
prazo maior.

No caso do comércio, que utiliza o artifício da carência para efetuar


suas vendas, ela tem por finalidade principal atrair os consumidores,
facilitando a aquisição dos produtos e ampliando suas vendas a prazo.
Como certeza, você já viu promoções do tipo: “compre agora e comece
a pagar somente após o Natal”.

Nesse caso, apesar de não ser amortizado o principal da dívida, os juros


são calculados normalmente e, independente do sistema de amortização
que será adotado, as parcelas são calculadas com base no valor do
saldo devedor atualizado, que é o resultado do saldo devedor principal
acrescido de juros incorridos no período da carência.

IMPORTANTE!

Durante o período de carência, os juros continuam correndo, podendo haver


ou não desembolso referente ao pagamento dos juros. Durante este período,
o que não acontece é a amortização do saldo devedor.

Vejamos agora, uma situação de financiamento com carência, sem


pagamento de juros durante o período de carência.

Situação IV: O Sr. Mantovani obteve um empréstimo no valor de R$


1.500,00, nas seguintes condições:

- 2 (dois) meses de carência, sem pagamento de juros.


- 3 (três) pagamentos mensais, iguais e sucessivos.
UNIUBE 149

Sabendo que a taxa de juros é de 2% ao mês, e que o sistema de


amortização utilizado para pagamento será o Sistema de Amortização
Francês (SAF), calcule o valor dos pagamentos que deverão ser
efetuados e demonstre na planilha de amortização.

O não pagamento dos juros no período da carência não significa que


os juros não serão calculados. Dessa forma, antes de calcular as
prestações, há necessidade de atualizar o saldo devedor no período
da carência, ou seja, devemos calcular o valor futuro (FV) para 2 (dois)
meses, relativo ao período de carência.

Para isso, utilizaremos a seguinte fórmula do montante dos juros


compostos. Caso necessário, recorde a utilização da fórmula abaixo no
Capítulo 2 - Conhecendo o poder da capitalização dos juros.

FV PV (1 + i)n
=

PV original = R$ 1.500,00
Carência = 2 meses
Taxa de juros (i) = 2,00 % ao mês.

Saldo devedor no final da carência:

Portanto, o valor do saldo devedor, no final do segundo mês de


carência, será de R$ 1.560,60.

Para calcular o valor das prestações, utiliza-­se, como Valor Presente, o


saldo devedor atualizado. Dessa forma, os dados utilizados serão:
150 UNIUBE

PV = 1.560,60
i = 2,00 % ao mês
n = 3 pagamentos mensais

Este financiamento está sendo amortizado pelo SAF, cujas parcelas são
iguais.

Conforme já vimos, para calcular o valor da prestação, utilizamos a


fórmula da renda imediata:

PV
PMT =
1 − (1 + i )
−n

Observe o diagrama, a seguir, para visualizar o que aconteceu com o


saldo devedor do contrato:

Saldo
Devedor
R$ 1.500,00 Carência

0 1º mês 2º mês 3 4 5

Saldo PMT = PMT = PMT =


devedor R$ 541,15 R$ 541,15 R$ 541,15
atualizado
R$ 1.560,00
Figura 1: Representação gráfica da Situação IV
UNIUBE 151

Observe, agora, como ficaria a planilha de amortização pelo Sistema


de Amortização Francês (SAF), considerando o período de carência.

Quadro 14: Planilha de amortização da Situação IV


n Pagmto Amort = PMT - Juros = Saldo Saldo Devedor = Saldo
(PMT) Juros devedor x taxa Devedor anterior - amort
0 - Sd0=1.500
1 0,00 0,00 j1=1.500x0,02=30,00 Sd1=1.500+30=1.530,00
2 0,00 0,00 j2=1530x0,02=30,60 S d 2= 1 . 5 3 0 + 3 0 , 6 0 =
1.560,60
3 541,15 q1=509,94(*) j3= 1.560,60 x 0,02 = Sd3= 1.560,60 - 509,94 =
31,21 1.050,66
4 541,15 q2=520,14(*) j4= 1.050,66 x 0,02 = Sd4 = 1.050,66 - 520,14 =
21,01 530,52
5 541,15 q3=530,54(*) j5= 530,52 x 0,02 = Sd5 = 530,52 - 530,54 =
10,61 -0,02 (**)
(*)q1=541,15 – 31,21 = 509,94; (*)q2=541,15 – 21,04 = 520,14; (*)q3=541,15 – 10,61 = 530,54

(**) Devido a aproximações matemáticas de resultados


(arredondamentos), o saldo devedor final pode não ser igual a 0
(zero). Entretanto, o valor deverá ser muito próximo de zero. Os
resultados mais comuns de serem encontrados são valores variando
entre um centavo negativo (R$ 0,01) a três centavos negativos (R$ 0,03)
ou um centavo positivo (R$ 0,01) a três centavos positivos (R$ 0,03).

Vamos desenvolver a mesma Situação utilizando a HP12C:

Quadro 15: Sequência de teclas da HP12C a serem utilizadas na Situação IV


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Reg 0,00 Limpa os registradores
4 f Fin 0,00 Limpa os registradores financeiros.
Informe o valor que será financiado
5 1500 PV 1.500,00
e, em seguida tecle “PV”.
152 UNIUBE

Informe o número de períodos de


6 2 n 3,00
carência e tecle “n”.
Informe a taxa de juros e tecle “i”
7 2 i 2,00 (não é necessário dividir a taxa por
cem).
Tecle “FV” para ser calculado o
8 FV -1560,60 valor futuro após o período de
carência.
Mude o sinal para positivo e insira
9 CHS PV 1560,60
o valor para PV (Valor Presente).
Informe o número de prestações e
10 3 n 3,00
tecle “n”.
11 2 i 2,00 Informe a taxa de juros e tecle i.
Tecle PMT para obter o valor das
12 PMT -541,15
prestações.
Valor dos juros pagos na primeira
13 1 f AMORT -31,21
parcela.
Valor amortizado com o primeiro
14 x><y -509,94
pagamento.
Saldo devedor após o primeiro
15 RCL PV 1050,66
pagamento
Valor dos juros pagos na segunda
16 1 f AMORT -21,01
parcela.
Valor amortizado com o segundo
17 x><y -520,14
pagamento.
Saldo devedor após o segundo
18 RCL PV 530,52
pagamento.
Valor dos juros pagos na terceira
19 1 f AMORT -10,61
parcela.
Valor amortizado com o terceiro
20 x><y -530,54
pagamento.
Saldo devedor após o terceiro
21 RCL PV -0,02
pagamento.
UNIUBE 153

A seguir, numa outra situação, vejamos um financiamento com carência,


com pagamento de juros durante o período de carência.

Situação V: O Sr. Mantovani obteve um empréstimo no valor de R$


1.500,00, nas seguintes condições:
• 2 (dois) meses de carência, com pagamento de juros na
carência;
• 3 (três) pagamentos mensais, iguais e sucessivos.
Sabendo que a taxa de juros é de 2% ao mês, e que o sistema de
amortização utilizado para pagamento será o Sistema de Amortização
Francês (SAF), calcular o valor dos pagamentos que deverão ser
efetuados e demonstrar na planilha de amortização.

Quando ocorre um financiamento com pagamento de juros durante o


período da carência, nessa primeira etapa de pagamento, as
características apresentadas aproximam-se muito do Sistema de
Amortização Americano, que você já estudou neste capítulo, uma
vez que os juros são calculados sobre o saldo devedor e são
pagos, período a período, durante o período de carência. Passado
esse período, o devedor inicia a amortização do principal, de acordo
com o sistema de amortização contratado. No nosso exemplo, o sistema
escolhido será o Sistema de Amortização Francês (SAF).

Para calcular os juros que serão pagos durante o período da


carência, basta multiplicar o valor do saldo devedor pelo percentual de
juros contratados. Nessa situação, seria:

Juros = PV . i

Juros = 1500 . 0,02 = 30,00


154 UNIUBE

Portanto, durante o período de carência, o devedor irá pagar o valor de


R$ 30,00, correspondentes aos juros.

Para calcular o valor das prestações, utiliza-se, como valor presente,


o próprio valor contratado, uma vez que o saldo devedor não será
modificado, haja vista que os juros correspondentes ao período de
carência já foram pagos. Dessa forma, os dados utilizados serão:

PV = 1.500,00 i = 2,00 % ao mês n = 3 pagamentos


mensais

Este financiamento está sendo amortizado pelo SAF, cujas parcelas são
iguais.

Conforme já vimos, para calcular o valor da prestação, utilizamos a


fórmula da renda imediata:

PV
PMT =
1 − (1 + i )
−n

PV 1500
PMT
= = = 520,13
1 − (1 + i ) 1 − (1 + 0, 02 )
−n −3

i 0, 02

Portanto, o valor das prestações é igual a R$ 520,13.

Observe o diagrama, a seguir, para visualizar o que aconteceu com o


saldo devedor do contrato.
UNIUBE 155

Saldo
Devedor
R$ 1.500,00 Carência

0 1º mês 2º mês 3 4 5

Juros Juros PMT = PMT = PMT =


R$ 30,00 R$ 30,00 R$ 520,13 R$ 520,13 R$ 520,13
Figura 2: Representação gráfica da Situação V.

Observe, agora, como fica a planilha de amortização pelo Sistema


de Amortização Francês (SAF), considerando o período de carência.

Quadro 16: Planilha de amortização pelo SAF da Situação V


n Pgto Amort = PMT Juros=Saldo devedor x Saldo Devedor = Saldo
(PMT) - Juros taxa Devedor anterior - Amort
0 - Sd0=1.500
1 30,00 0,00 j1=1.500x0,02=30,00 Sd1=1.500
2 30,00 0,00 j2=1.530x0,02=30,60 Sd2=1.500
3 520,13 q1=490,13(*) j3=1.500x0,02= 30,00 Sd3 = 1.500 - 490,13 =
1.009,87
4 520,13 q2=499,93(*) j 4 =1 . 0 0 9 , 8 7 x 0 , 0 2 = Sd4= 1.009,87 - 499,93 =
20,20 509,94
5 520,13 q3=530,54(*) j5=509,94x0,02= 10,20 Sd5= 509,94 - 509,93 =
0,01

Quadro 17: Sequência de teclas da HP12C a serem utilizadas nessa Situação


Passo Teclas Visor Significado
1 ON 0,00 Liga a calculadora.
Posiciona a calculadora em duas
2 f 2 0,00
casas decimais.
3 f Reg 0,00 Limpa os registradores.
4 f Fin 0,00 Limpa os registradores financeiros.
1 5 0 0 Informe o valor do saldo devedor e
5 1.500,00
ENTER digite ENTER.
156 UNIUBE

Informe o percentual dos juros e


6 2 % 30,00 digite a tecla percentual (%) para
saber o valor dos juros.
Informe o valor que será
7 1500 PV 1500,00
financiado e tecle PV.
Informe o número de prestações
8 3 n 3,00
e tecle “n”.
9 2 i 2,00 Informe a taxa de juros e tecle i.
Tecle PMT para obter o valor das
10 PMT -520,13
prestações.
Valor dos juros pagos na primeira
11 1 f AMORT -30,00
parcela.
Valor amortizado com o primeiro
12 x><y -490,13
pagamento.
Saldo devedor após o primeiro
13 RCL PV 1009,87
pagamento
Valor dos juros pagos na segunda
14 1 f AMORT -20,20
parcela
Valor amortizado com o segundo
15 x><y -499,93
pagamento.
Saldo devedor após o segundo
16 RCL PV 509,94
pagamento.
Valor dos juros pagos na terceira
17 1 f AMORT -10,20
parcela.
Valor amortizado com o terceiro
18 x><y -509,93
pagamento
19 RCL PV 0,01 Saldo devedor após o 3º pgto.

4.1.9 Sistemas de amortização com juros pós-fixados

Em alguns contratos de financiamentos, os juros cobrados possuem uma


parte fixa (pré-fixados), conhecida no momento da contratação, e uma
outra parte vinculada à taxa variável de juros (pós-fixados).

Existem contratos em que, aos juros fixos contratados, são acresci-


dos a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) instituída pelo COPOM –
Comitê de Políticas Monetárias, TR (Taxa Referência), dentre outras.
UNIUBE 157

SAIBA MAIS

Para saber mais sobre a história do COPOM – Comitê de Políticas


Monetárias, acesse o site do Banco Central do Brasil, utilizando o seguinte
endereço: <http://www.bcb.gov.br/?copomhist>.

Alguns exemplos de tipos de contratos que utilizam taxas


pós-fixadas: contrato de financiamento habitacional (Caixa
Econômica Federal), recursos de longo prazo obtido nos bancos de
desenvolvimento (BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social, BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas
Gerais), dentre outros.

Você deve estar se perguntando: o que leva uma pessoa ou empresa


a contrair um financiamento ou empréstimo pós-fixado e quais são os
riscos envolvidos neste tipo de crédito?

Geralmente as taxas fixas, ou seja, a parte não variável de contratos


com juros pós­-fixados são bem menores do que as taxas de juros
correntes.

As empresas e/ou pessoas físicas aceitam esse tipo de contrato por


acreditarem que a parte fixa da taxa de juros, acrescida da taxa de juros
variável, será menor do que os juros praticados no mercado. Elas têm
uma expectativa que a taxa de juros do mercado como um todo sofrerá
uma redução.

O risco que essas empresas e pessoas correm é de acontecer um


problema conjuntural na economia e a parte variável da taxa elevar-
se, fazendo com que o contrato fique muito oneroso para a empresa
ou pessoa contratante.
158 UNIUBE

Outro problema deste tipo de financiamento é que a oscilação do valor


das parcelas dificulta a programação de pagamento das mesmas
dentro do fluxo de caixa das empresas e nos orçamentos pessoais.

Vamos perceber esse problema na Situação a seguir.

Situação VI: O Sr. Mantovani obteve um empréstimo no valor de R$


1.500,00 na seguinte condição: 3 (três) pagamentos mensais, iguais
e sucessivos. Sabendo que a taxa de juros é de 2% ao mês + TR
(Taxa Referencial) e que o sistema de amortização utilizado para
pagamento será o sistema de amortização francês (SAF), calcular
o valor dos pagamentos que deverão ser efetuados e demonstrar na
planilha de amortização.

Primeiro, vamos calcular as parcelas correspondentes à parte fixa das


taxas de juros, de acordo com o sistema de amortização definido em
contrato.

Nessa Situação, utilizar-­se­-á o Sistema de Amortização Francês (SAF).

PV = 1.500,00
i = 2,00 % ao mês
n = 3 pagamentos mensais
PMT = ?

Para realizar este cálculo, utilizaremos a fórmula da renda imediata:


PV
PMT =
1 − (1 + i )
−n

PV 1500
PMT
= = = 520,13
1 − (1 + i ) 1 − (1 + 0, 02 )
−n −3

i 0, 02
UNIUBE 159

Desta maneira, encontramos que o valor prestações é igual a R$ 520,13,


sem levar em consideração a TR.

Suponhamos que as taxas da TR (Taxa Referência), para cada um dos


meses de financiamento, sejam as seguintes:

1º mês: 0,20% 2º mês: 0,25% 3º mês: 0,30%

Dessa forma, as parcelas sofreram ajustes conforme a seguir:

1ª. parcela: R$ 520,13 + 0,20 % = R$ 521,17 ; ou seja:

0, 20
520,13 + (520,13) =
521,17
100

2ª. parcela: R$ 520,13 + 0,20% + 0,25% = R$ 522,47; ou seja:


0, 25
521,17 + (521,17) =
522, 47
100

3ª. parcela: R$ 520,13 + 0,20 % + 0,25% + 0,30% = R$ 524,04; ou seja:


0,30
522, 47 + (522, 47) =
524, 04
100

IMPORTANTE!

Cabe-lhe observar que, no caso de atualização das parcelas com a taxa


variável contratada, as mesmas são acumuladas.

A amortização com taxa variável, utilizando o Sistema de Amortização


Francês (SAF), pode ser analisada na planilha abaixo:
160 UNIUBE

Quadro 18: Planilha de amortização da Situação VI


n P M T Amort = Juros = Sd Sd Devedor = Saldo devedor
atualizada PMT – Juros atualizado Sd devedor atualizado =
x taxa atualizado - saldo devedor +
Amortização taxa variável
0 - - - Sd0 = 1.500 Sd’0 =
1.500+0,20% =
1.503,00
1 521,17 * q1= 491,11 j 1= 1.503 Sd1 = 1.503 - Sd’1 = 1.011,89
x 0,02 = 491,11 = + 0,25% =
30,06 1.011,89 1.014,42
2 522,47 * q2= 502,18 j 2= Sd2= Sd’2 = 512,24 +
1.014,42 1.014,42 - 0,30% = 513,78
x 0,02 = 502,18 =
20,29 512,24
3 * q3= 513,76 i3= 513,78 Sd3 = -
x 0,02 513,78 -
=10,28 513,76 =
0,02
* q1=521,17- 30,06 = 491,11; q2=522,47 – 20,29 = 502,18; q3=524,04 – 10,28 = 513,76

Vamos analisar uma situação semelhante (Situação VII) utilizando o


Sistema de Amortização Constante

Situação VII: O Sr. Mantovani obteve um empréstimo no valor de


R$ 1.500,00 na seguinte condição: 3 (três) pagamentos mensais,
iguais e sucessivos. Sabendo que a taxa de juros é de 2% ao mês + TR
(Taxa Referencial) e que o sistema de amortização utilizado para
pagamento será o Sistema de Amortização Constante (SAC), calcular
o valor dos pagamentos que deverão ser efetuados e demonstrar na
planilha de amortização.

Primeiro, vamos calcular o valor da amortização correspondente à parte


fixa das taxas de juros, de acordo com o sistema de amortização definido
em contrato.
UNIUBE 161

No exemplo, utilizar­-se- á o Sistema de Amortização Constante (SAC).

PV = 1.500,00
i = 2,00 % ao mês
n = 3 pagamentos mensais
Amortização = ?

PV 1500
Amort
= = = 500
n 3

Desta maneira, encontramos que o valor da amortização é igual a R$


500,00, sem levar em consideração a TR.

Suponhamos que as taxas da TR (Taxa Referência), para cada um dos


meses de financiamento, sejam as seguintes:

1º mês: 0,20% 2º mês: 0,25% 3º mês: 0,30%

Dessa forma, a amortização será reajustada conforme abaixo:


Amort
= 1 Amort + 0, 20%
0, 20
Amort1 =
500 + (500) =
501,00
100

Amort
= 2 Amort1 + 0, 25%

0, 25
Amort2 =
501 + (501) =
502, 25
100

Amort
= 3 Amort2 + 0,30%

0,30
Amort3 =
502, 25 + (502, 25) =
503,76
100
A amortização com taxa variável, utilizando o Sistema de Amortização
Constante (SAC), pode ser analisada na planilha abaixo:
162 UNIUBE

Quadro 19: Planilha de amortização da Situação VII


n Pgto (Amort + Amort = Amort. Juros = (Saldo Saldo Devedor =
Juros) Ant. Corrigida Ant Corrigido x Saldo Anterior
taxa) Corrigido – Amort
0 1.500
1 531,06 500 + 0,2% = (1.500 + 0,2%) (1.500 + 0,2%) - 501 =
501 x 0,02 = 30,06 1.002
2 522,34 501 + 0,25% = (1.002 + (1.002 + 0,25%) -
502,25 0,25%) x 0,02 502,25 = 502,26
= 20,09
3 513,84 502,25 + 0,30% (502 + 0,30%) (502,26 + 0,30%) =
= 503,76 x 0,02 = 10,08 0,01

4.2 Cálculos utilizando índices inflacionários


A taxa inflacionária influencia diretamente os resultados financeiros de
um investimento, uma vez que, ao aplicar uma determinada quantia
por um dado período de tempo, não podemos considerar os juros obtidos
como ganho efetivo.

Isso porque o dinheiro pode ter sofrido uma desvalorização devido à


influência dos efeitos da inflação. Parte do que consideramos como
ganho é apenas uma atualização monetária.

Dessa forma, a taxa contratada, é uma taxa aparente em qualquer tipo


de contrato, seja ele de operações financeiras ativas ou passivas.

Aparentemente, o investidor está ganhando aquela taxa contratada,


porém, como o valor sofreu desvalorizações provocadas pelos efeitos
negativos da inflação, o percentual de ganho foi menor. À taxa
efetivamente obtida, damos o nome de “taxa real”.

Portanto, a taxa nominal ou aparente (ia) é a taxa de um contrato


considerando que este seja firmado em um período inflacionário, inclui
em si mesma a taxa de inflação (i), e quando extraída a taxa de inflação
da taxa aparente, teremos a taxa real (i).
UNIUBE 163

PARADA PARA REFLEXÃO

Quais as modalidades de contratos que você conhece que atrelam o reajuste


a índices de inflação?

Um exemplo são os contratos de aluguel que geralmente são firmados


contendo reajustes atrelados ao IGPM.

Para realizar os cálculos, utilizamos a fórmula abaixo:

(1 + ia ) =(1 + ir ) . (1 + ii ) ia = taxa aparente


ir = taxa real
ii = taxa de inflação

EXEMPLIFICANDO!

A - Calcular a taxa nominal mensal que deverá ser cobrada por uma
financeira, para que ela ganhe 3% a.m. de juros reais, considerando que a
inflação prevista para o período será de 0,50 % a.m.
(1 + ia ) =(1 + ir ) . (1 + ii )
(1 + ia ) =(1 + 0, 03) . (1 + 0, 005)
(1 + ia ) =(1, 03) . (1, 005)
(1 + ia ) =1, 03515
=ia 1, 03515 − 1
=ia 0, 03515 ≅ 3,52%

Portanto, a taxa nominal que deverá ser cobrada é de 3,52% ao mês, para
gerar um ganho de 3% ao mês livre da inflação.

B - Qual é a taxa real de ganho que um investidor obteve de uma aplicação


contratada a uma taxa de 4% a.m, considerando 0,70% a.m. a inflação do
período?
164 UNIUBE

(1 + ia ) =(1 + ir ) . (1 + ii )
(1 + 0, 04 ) = (1 + ir ) . (1 + 0, 007 )
(1, 04 )= (1 + ir ) . (1, 007 )
(1, 04 )= 1 + i
( r)
(1, 007 )
(1 + ir ) =1, 032771
=ir 1, 032771 − 1
=ir 0, 032771 ≅ 3, 28%

O investidor teve um ganho real de 3,28% a.a.

C - Uma pessoa comprou uma casa por R$ 85.000,00 e a vendeu,


após um ano, por R$ 127.500,00. De quanto deve ter sido a inflação nesse
período para que o investidor ganhe 10% a.a., com juros reais?

Primeiro, devemos calcular a taxa aparente da operação, utilizando


a fórmula do juro composto para encontrar a taxa. Você conheceu esta
fórmula no Capítulo 2 – Conhecendo o poder da capitalização dos juros;
caso sinta necessidade, recorde o assunto.

 1

 FV  n
=i  − 1  x100
 PV  
 
 1

  127500 1 
=i  − 1 x100
 85000  
 
i=[1,50 − 1] x100 =50%a.a.

Agora que sabemos a taxa aparente da operação, basta calcular a taxa de


inflação.
UNIUBE 165

(1 + ia ) =(1 + ir ) . (1 + ii )
(1 + 0,50 ) = (1 + 0,10 ) . (1 + ii )
1,50
(1 + ii ) =
1,10
ii 1,36 −=
= = 36%a.a
1 0,36

Portanto, para que ocorra um ganho de 10% ao ano, a inflação deverá ter
sido de 36,00% ao ano.

SAIBA MAIS

Para conhecer um pouco mais sobre o conceito de inflação e seus principais


indicadores, acesse o seguinte endereço:

<http://noticias.uol.com.br/economia/materias/2007/09/14/ult5365u14.htm>

Leia o artigo “Entenda que são índices de inflação e sua variação


acumulada”, que aborda o conceito de inflação, os diversos índices e suas
principais aplicações.

Resumo

O sistema financeiro evoluiu, acompanhando todo o processo de


globalização financeira, ganhando impulso com o desenvolvimento de
novas tecnologias como, por exemplo, microcomputadores, planilhas
eletrônicas, calculadoras financeiras e outros equipamentos eletrônicos
que facilitam cálculos e possibilitam a criação de novas alternativas de
amortização de dívidas contratadas.
166 UNIUBE

Portanto, caso você se depare com um contrato, cujo sistema de


amortização você não conheça, lembre­-se que o mais importante
princípio da Matemática financeira é o valor do dinheiro no tempo. Outro
fator importante é compreender como são incididos os juros, como são
calculadas as prestações e, finalmente, como o contrato é amortizado.

Tente construir uma tabela de amortização e faça a análise minuciosa


do contrato, por meio de uma ampla e detalhada leitura do mesmo. Dessa
forma, você poderá extrair os dados lá existentes transferindo­-os para a
tabela de amortização, facilitando a compreensão do mesmo.

Chegamos ao fim deste capítulo e também encerramos nosso estudo da


Matemática financeira.

Os conceitos e cálculos aprendidos irão acompanhá-­lo durante todo


o curso nos temas que envolvem assuntos de finanças. Portanto, reveja
os conceitos da Matemática financeira sempre que puder, para que
você possa recordar os principais cálculos e ficar sempre atualizado,
não perdendo também a familiaridade com sua calculadora financeira.

A Matemática financeira terá grande utilidade na sua vida acadêmica e


será uma ferramenta muito utilizada na tomada de decisões na sua vida
pessoal e profissional.

Atividades

Agora, vamos desenvolver algumas atividades programadas, para que


possamos reforçar a construção dos conhecimentos adquiridos durante
seus estudos.

Faça as atividades com muita atenção, dedicando-lhes um tempo


especial.
UNIUBE 167

Atividade 1

O Sr. Fabiano irá comprar um colar para sua esposa, no valor de R$


1.200,00. Ele pretende financiar o colar e pagá-lo em 3 prestações
mensais pelo sistema SAF (sistema de amortização francês), a uma
taxa de 0,80% a.m.

Montar o quadro de amortização do financiamento, demonstrando o valor


das prestações, amortizações, juros e saldo devedor para cada uma das
prestações que serão pagas.

N Pagto. Amort. Juros Saldo Devedor


0
1
2
3

Atividade 2

O Sr. Brand irá comprar alguns bezerros para seu sítio, totalizando R$
15.000,00. Ele pretende financiar os animais e pagá-­los em 3 prestações
mensais pelo sistema SAC (Sistema de Amortização Constante), a
uma taxa de 1,20% a.m. Montar o quadro de amortização do
financiamento, demonstrando o valor das prestações, amortizações,
juros e saldo devedor para cada uma das prestações que serão pagas.

n Pagamento Amortização Juros Saldo Devedor


0
1
2
3
168 UNIUBE

Atividade 3

Considere um financiamento de R$ 3.000.000,00 amortizado pelo SAM.


O prazo é de 35 meses e a taxa de juros de 5% a.m. Determinar:

a) o valor da amortização de 15ª prestação.


b) o saldo devedor após o pagamento da 20ª prestação.

Atividade 4

O Sr. Carlos Hideo comprou um sítio por R$ 150.000,00 e o vendeu após


dois anos por R$ 165.000,00. Qual foi a taxa real de juros em 2 anos,
considerando que a inflação do período foi de 8%?

Atividade 5

A taxa de juros para aplicação, do Banco de Uberaba S/A, é de 1,30%


a.m. Qual é a taxa real considerando-­se as seguintes taxas de
inflação:
a) 0,40 % a.m.
b) 0,30 % a.m.
c) 0,20 % a.m.
d) 0,08 % a.m.

Referências

ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira e suas aplicações. 9. ed.


São Paulo: Atlas, 2006.

SILVA, Cássio Silveira da. Matemática financeira: com utilização da calculadora


HP12C. Uberaba, 2005 (apostila).

VERAS, Lilia Ladeira. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras,


aplicações ao mercado financeiro, introdução à engenharia econômica. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
UNIUBE 169

Anotações
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170 UNIUBE

Anotações
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Anotações
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