Atuária – Prof. Fernando José da Conceição Lourenço e Profª. Ms. Téssia Berber Teixeira
Meu nome é Fernando José da Conceição Lourenço. Minha formação é de técnico em Contabilidade,
graduação em Ciências Econômicas, pós-graduação em Contabilidade de Custos, Administração
Financeira, Auditoria e Recursos Humanos. Sou ex-contador de empresa, Agente fiscal de rendas do
Estado de São Paulo aposentado, ex-coordenador do departamento de Ciências Contábeis do Uni-
Facef e professor em cursos preparatórios para concursos públicos. Atualmente, leciono as disciplinas
Contabilidade Geral, Teoria da Contabilidade, Análise de Balanços e Perícia Contábil, no Uni-Facef.
e-mail: flourenco@com4.com.br
Meu nome é Téssia Berber Teixeira. Possuo graduação em Ciências Contábeis pela Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto/USP (2004) e mestrado no curso de
Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão
Preto/USP (2006), além de cursar pós-graduação lato sensu em Gestão Jurídica de Empresas na
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP). Atualmente, sou consultora na área
de Contabilidade e Finanças Públicas pela empresa Félix e Teixeira Assessoria, Consultoria e Auditoria
Ltda., professora na Universidade Presidente Antônio Carlos – Unipac e na Universidade de Uberaba
– Uniube. Tenho experiência na área de Ciências Contábeis, com ênfase em Contabilidade de Custos,
Finanças, Contabilidade Societária, Controladoria e Contabilidade Pública.
e-mail: tessia21@hotmail.com
Prof. Fernando José da Conceição Lourenço
Profª. Ms. Téssia Berber Teixeira
ATUÁRIA
Plano de Ensino
Caderno de Referência de Conteúdo
Caderno de Atividades e Interatividades
© Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP)
Trabalho realizado pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais (SP)
PLANO DE ENSINO
1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................... 7
2 DADOS GERAIS DA DISCIPLINA...................................................................................................................7
3 CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................................................................9
4 BIBLIOGRAFIA BÁSICA................................................................................................................................. 9
5 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR................................................................................................................9
6 E-REFERÊNCIAS............................................................................................................................................ 10
PE
1. APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo!
Daremos início, a partir de agora, aos estudos da disciplina Atuária. Com esta disciplina,
você irá aprender toda a parte teórica desta ciência tão importante que é a Ciência Atuarial, a
qual abrange o mercado de seguros e seus segmentos de previdência oficial e privada, como
também de capitalização.
Além disso, você aprenderá todos os cálculos que norteiam a Ciência Atuarial, ou seja, os
cálculos mais importantes que envolvem a matemática atuarial e que serão desenvolvidos por
meio de reserva matemática, tábua de mortalidade, tábua de comutação, entre outros.
Bons estudos!
Ementa
Conceitos básicos da ciência atuarial. Ramos e campos de atuação. Seguros (legislação,
tipos, estrutura, classificações e análises contábeis). Noções de Previdência Privada e Capita-
lização. Profissional atuário (formação, carreira, registro, mercado de trabalho, ferramentas
atuariais). Auditoria atuarial (planejamento, procedimentos, riscos, tipos de parecer atuarial e
relatórios). Prática dos cálculos atuariais. Estatística Atuarial: Projeção do Risco (Lei dos Grandes
Números e Estudo das Probabilidades). Matemática atuarial: mensuração da mortalidade e da
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Objetivo geral
Os alunos da disciplina Atuária do curso de Ciências Contábeis, na modalidade EAD do
Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferramentas, serão capazes de
conhecer a Ciência Atuarial, identificando a sua evolução e aplicação nas empresas de seguros,
de previdência e de capitalização, bem como de entender os cálculos atuariais necessários ao
bom desempenho profissional, relacionando-os à atividade contábil.
Com esse intuito, os alunos contarão com recursos técnico-pedagógicos facilitadores de
aprendizagem, como Material Didático Mediacional, bibliotecas físicas e virtuais, ambiente vir-
tual, bem como acompanhamento do professor responsável, do tutor a distância e do tutor
presencial, complementado por debates no Fórum.
Ao final desta disciplina, de acordo com a proposta orientada pelo professor responsável e
pelo tutor a distância, terão condições de interagir com argumentos contundentes, além de dis-
sertar com comparações e demonstrações sobre o tema estudado nesta disciplina, elaborando
um resumo ou uma síntese, entre outras atividades. Para esse fim, levarão em consideração as
ideias debatidas na Sala de Aula Virtual, por meio de suas ferramentas, bem como o que produ-
ziram durante o estudo.
Modalidade
( ) Presencial ( X ) A distância
É importante que você releia, no Guia Acadêmico do seu curso, as informações referentes à Metodo-
logia e à Forma de Avaliação da disciplina Atuária, descritas pelo tutor na ferramenta Cronograma
na Sala de Aula Virtual – SAV.
3. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Neste Plano de Ensino, você pôde obter informações práticas de como será desenvolvida a
disciplina, os objetivos que poderá atingir, bem como a bibliografia básica e complementar que
fundamentam os conteúdos que nos propomos a desenvolver com você.
Esperamos sua participação nos debates da Sala de Aula Virtual para que, assim, possa-
mos construir o conhecimento de forma colaborativa.
Durante o nosso estudo, você será convidado a fazer pesquisas sobre os temas abordados.
Por isso, faça da pesquisa um hábito e compartilhe suas ideias conosco por meio das ferramen-
tas disponibilizadas na Sala de Aula Virtual, pelo telefone ou por fax.
Esperamos que você atinja suas metas! Bom estudo!
4. BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CHAN, B. L.; SILVA, F. L.; MARTINS, G. A. Fundamentos da previdência complementar: da atuária à contabilidade. São Paulo: Atlas:
FIPECAFI/USP, 2006.
SILVA, A. Contabilidade e análise econômico-financeira de seguradoras. São Paulo: Atlas, 1999.
SOUZA, S. Seguros: contabilidade, atuária e auditoria. São Paulo: Saraiva, 2002.
VILANOVA, W. Matemática atuarial. São Paulo: Pioneira, 1969.
5. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BELTRÃO, K. I. et al. Mortalidade por sexo e idade dos funcionários do Banco do Brasil, 1940-1990. Rio de Janeiro: Ence/IBGE,
set. 1995 (RT 02/95).
______. Tábuas de Mortalidade no Mercado Brasileiro de Seguros – Uma Comparação. IPEA: Rio de Janeiro, out. 2004 (Texto
para Discussão n° 1047).
______. Tábua de mortalidade para os funcionários públicos civis federais do poder executivo por sexo e escolaridade: comparação
com tábuas do mercado. Rio de Janeiro: Ence/IBGE, nov. 2002b (Texto para Discussão 3).
BOOTH, P. M. et al. Modern Actuarial Theory and Practice. Chapman & Hall and CRC Publications, 1998.
BRASIL. Circular SUSEP nº 379, de 19 de dezembro de 2008. Dispõe sobre alterações das Normas Contábeis a serem observadas
pelas sociedades seguradoras, resseguradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de previdência complementar,
instituídas pela Resolução CNSP nº 86, de 3 de setembro de 2002. Efeitos a partir de 1º de janeiro de 2009. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, 23 dez.2008.
______. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e
da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília,
28 dez.2007 – Edição extra.
BRASIL. Resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). SUSEP 2004. Resolução CNSP nº 117, de 2004. Altera e
consolida as regras de funcionamento e os critérios para operação das coberturas de risco oferecidas em plano de seguro de
pessoas, e dá outras providências. Rio de Janeiro-RJ, 22 dez. 2004. Disponível em: < http://www.susep.gov.br/textos/resol117-
04.pdf>. Acesso em: 10 set. 2010.
BRASIL, G. O ABC da matemática atuarial e princípios gerais de seguros. Porto Alegre: Sulina, 1985.
CAPELO, E. R. Uma introdução ao estudo atuarial dos fundos privados de pensão. 1986. 392 f. Tese (Doutorado em Administração
Contábil e Financeira) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo.
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE-SP/IBRACON (Instituto Brasileiro de contadores). Demonstrações financeiras. São
Paulo: Atlas, 2000.
D'ÁURIA, F. Matemática financeira e atuarial. 4. ed. São Paulo: 1962.
DORFMAN, M. S. Introduction to Risk Management and Insurance Science. Prentice-Hall, 1990.
FERREIRA, W. J. Coleção introdução à ciência atuarial. Rio de Janeiro: IRB, 1985.
FIGUEIREDO, S. Contabilidade de seguros. São Paulo: Atlas, 1997.
HAMILTON, J. A.; BRONSON, D. C. Pensions. New York: McGraw-Hill, 1958.
JONES, H. E.; LONG, D. L. Princípios dos Seguros de Vida, Saúde e Rendas Vitalícias. Comercializado em português pela Funenseg.
Atlanta-USA, 1999.
10 © Atuária
6. E-REFERÊNCIAS
BELTRÃO, K. I.; PINHEIRO, S. S. Estimativa de mortalidade para a população coberta pelos seguros privados. Texto para discussão
nº 868. Rio de Janeiro, março de 2002a. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br>. Acesso em: 10 set. 2010.
______. Circular Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). SUSEP 2005. CIRCULAR SUSEP Nº 283, de 2005. Estabelece o
critério para fins de cálculo da provisão de sinistros ocorridos e não avisados (IBNR), a ser adotado pelas sociedades seguradoras
que não disponham de histórico de informações com dados estatísticos consistentes ou de nota técnica atuarial com metodologia
específica. Rio de Janeiro-RJ. 24 jan. 2005. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/textos/Circ283.pdf>. Acesso em: 10 set.
2010.
______. Resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). SUSEP 2004. Resolução CNSP nº 120, de 2004. Aprova as
normas para constituição das provisões técnicas das sociedades seguradoras, entidades abertas de previdência complementar
e sociedades de capitalização. Rio de Janeiro-RJ, 24 dez. 2004. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/textos/resol120.pdf>.
Acesso em: 10 set. 2010.
______. Resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). SUSEP 2007. Resolução CNSP nº 163, de 2007. Estabelece
regras para o envio de nota técnica atuarial da carteira de planos de seguro e dá outras providências. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, 17 jul. 2007. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/textos/resol163.pdf>. Acesso em: 10 set.
2010.
______. Resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). SUSEP 2007. Resolução CNSP nº 171, de 2007. Institui
regras e procedimentos para a constituição das provisões técnicas das sociedades resseguradoras locais Rio de Janeiro-RJ, 17
dez. 2007. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/textos/resol171.pdf>. Acesso em: 10 set. 2010.
______. Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). CFC 2003. Resolução CFC nº 953, de 2003. Dispõe sobre a
Alteração no Modelo de Parecer Referido no Item 11.3.2.3 DA NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações
Contábeis. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 24 jan. 2003. Disponível em: <www.cfc.org.br/sisweb/sre/
docs/RES_953.doc>. Acesso em: 7 abr. 2010.
______. Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). CFC 2003. Resolução CFC nº 981, de 2003. Aprova a NBC T 11.6
sobre Relevância na Auditoria. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 11 nov. 2003. Disponível em: <http://
www.crcsp.org.br/portal_novo/legislacao_contabil/resolucoes/Res981.htm> . Acesso em: 7 abr. 2010.
______. Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). CFC 2005. Resolução CFC nº 1.035, de 2003. Aprova a NBC T 11.4
sobre Planejamento da Auditoria. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 26 ago. 2005. Disponível em: <http://
www.crcsp.org.br/portal_novo/legislacao_contabil/resolucoes/Res1035.htm>. Acesso em: 7 abr. 2010.
______. Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). CFC 2009. Resolução CFC nº 1.156, de 2009. Dispõe sobre
a Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 13 fev. 2009.
Disponível em: <http://www.crcsp.org.br/portal_novo/legislacao_contabil/resolucoes/Res1156.htm>. Acesso em: 7 abr. 2010.
______. Decreto da Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. 1940. Decreto-Lei nº 2.063, de 1940. Regulamenta sob novos
moldes as operações de seguros privados e sua fiscalização. Brasília-DF. 7 mar. 1940. Disponível em: <https://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/decreto-lei/1937-946/Del2063.htm#art193>. Acesso em: 05 ago. 2010.
______. Decreto da Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. 1966. Decreto-Lei nº 73, de 1966. Dispõe sobre o Sistema
Nacional de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras providências. Brasília-DF. 21 nov. 1966.
1. INTRODUÇÃO
A disciplina Atuária foi dividida em seis unidades com o objetivo de facilitar sua compre-
ensão sobre o assunto, permitir que você pesquise a respeito dos tópicos apresentados de for-
ma sequencial e, assim, possa solucionar, gradativamente, suas eventuais dúvidas.
No decorrer da Unidade 1, apresentaremos alguns Conceitos Básicos da Ciência Atuarial,
seus ramos e campos de atuação. Além disso, revelaremos o surgimento da Ciência Atuarial no
mundo e, também, a qualificação profissional do atuário quanto à sua formação, carreira e re-
gistro nos órgãos disciplinadores e fiscalizadores, bem como o seu mercado de trabalho. Neste
momento, é importante conhecermos as ferramentas atuariais aplicadas, como a matemática,
a estatística e os métodos das reservas matemáticas, com o objetivo de compreender o cálculo
do prêmio do seguro a ser aplicado para cobrir os riscos e quanto à ocorrência do resgate da
apólice de seguro.
Na Unidade 2, estudaremos os conteúdos teóricos de Seguros e Contabilidade de Segu-
ros, ou seja, veremos uma breve síntese sobre a evolução dos seguros, o mercado de trabalho
atual, a legislação específica e os tipos de seguros, além de noções sobre previdência privada,
previdência social e capitalização, e os principais aspectos contábeis das empresas seguradoras,
tais como as classificações contábeis, as demonstrações contábeis das empresas seguradoras,
as notas explicativas (aspectos relevantes), a análise financeira (índices de endividamento e li-
quidez), a análise econômica (índices de margem e lucratividade), os custos de comercialização
e os custos administrativos de companhias seguradoras.
Já na Unidade 3, discutiremos as Tábuas de Mortalidade ou de Sobrevivência, aprende-
remos como desenvolvê-las, além de desenvolver uma Tábua de Comutação e calcular as ope-
14 © Atuária
fissionais. Dessa forma, as oportunidades de empregos são atraentes, já que o mercado absor-
ve todos os profissionais que se formam anualmente no Brasil, destacando-se os salários com
quantias consideráveis.
Os campos de atuação do profissional de atuária são, especialmente, os segmentos de
seguros e capitalização, previdência social e privada, resseguro e instituições financeiras.
No Brasil, a educação atuarial para a qualificação e capacitação do atuário é realizada
por curso de graduação específico, com duração média de quatro anos ou oito semestres, para
obtenção do diploma de graduação em Ciências Atuariais, por meio de universidades já creden-
ciadas pelo MEC.
Concluído o curso, o atuário deverá registrar-se como profissional provisório nos Con-
selhos Regionais, conforme as regras estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A
apresentação do diploma deverá ocorrer no prazo máximo de 12 meses a contar da data do
registro. Após esse prazo, se o atuário não apresentar o diploma, o registro profissional emitido
será automaticamente cancelado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Além dos Conselhos Regionais, que são órgãos disciplinadores e fiscalizadores da profis-
são atuária, existe o Instituto Brasileiro de Atuários (IBA), que representa a associação de classe
dos atuários brasileiros. Esse órgão reconhece todos os formandos dos cursos de graduação au-
torizados pelo MEC por meio da aplicação de exame obrigatório aos novos membros, e somente
os graduados em atuária poderão realizá-los.
É importante destacar que a Ciência Atuarial mensura os riscos seguráveis, todavia, uma
característica essencial para o cálculo de seguros e de previdência é o mutualismo, já que a
atuária se preocupa com um grupo de pessoas que possui os mesmos interesses, no que tange
à busca de recursos para suprir eventuais necessidades presentes e futuras por meio da contra-
tação de seguros ou de previdência.
Isso porque a sociedade, como forma de minimizar os impactos das incertezas futuras,
achou adequado organizar-se em grupos, a fim de considerar os riscos de maneira coletiva em
detrimento à perspectiva individual, de modo que os possíveis danos fossem suportados pelo
conjunto.
Os cálculos atuariais contemplam a Matemática Financeira com os princípios de Estatísti-
ca.
A matemática financeira pode ser aplicada na verificação do valor presente de um deter-
minado prêmio, já a estatística, por meio da probabilidade, pode verificar, por exemplo, a possi-
bilidade de um individuo de idade “x” chegar à idade “x+n” anos.
Dessa forma, as principais ferramentas de cálculo abrangidas pela Ciência Atuarial são a
estatística, sobretudo na elaboração da tábua de mortalidade, e a matemática financeira, no
desenvolvimento dos cálculos de risco.
Vale dar destaque, também, à Estatística Atuarial, por ser de suma importância para o de-
senvolvimento dos cálculos atuariais. Dentro da Estatística Atuarial, encontram-se duas grandes
ferramentas utilizadas pelos atuários: a Lei dos Grandes Números e a Probabilidade.
A Lei dos Grandes Números determina o grau de possibilidade de produção de um deter-
minado acontecimento. Essa lei é fundamental para a técnica atuarial no que se refere ao cálcu-
lo e à determinação dos prêmios que devem ser aplicados para cobrir os riscos. Portanto, para
uma seguradora de veículos, por meio da Lei dos Grandes Números, é possível verificar quantos
dos carros segurados, em porcentagem, provavelmente, sofrerão algum dano em um período
determinado.
Centro Universitário Claretiano
© Caderno de Referência de Conteúdo 17
Já, a Probabilidade remete à ideia de acaso, de algo que simplesmente tem de acontecer
e que não se pode fazer nada (ou pode-se fazer muito pouco) para mudar, como o nascimento,
o crescimento, a velhice e a morte.
Essas ferramentas são utilizadas em vários cálculos atuariais como as tábuas de mortali-
dade ou de sobrevivência, que se utilizam da probabilidade para detectar o número de óbitos e
de sobrevida de uma determinada população, além de verificar, também, a esperança de vida
de um indivíduo.
O participante pode começar a receber uma pensão antes mesmo de se aposentar ou de sacar
parte do prêmio, se vir a enfrentar uma doença grave.
A previdência privada pode ser tanto fechada quanto aberta, conforme veremos a seguir.
As entidades de previdência privada fechada só podem administrar um único fundo de
pensão, isto é, operam dentro de uma única empresa e têm como participantes apenas seus
funcionários, com o objetivo de prestação de benefícios complementares e assemelhados aos
da Previdência Social.
As entidades de previdência privada aberta administram diversos fundos ao mesmo tem-
po e qualquer pessoa pode participar. Visam à prestação de benefícios opcionais, de caráter
mais individual. Os planos garantem remuneração mínima igual à da poupança. As contribuições
são mensais por um número determinado de anos, segundo a renda futura esperada e a idade
previamente estabelecida, e os benefícios podem ser recebidos na forma vitalícia ou em forma
de capital.
A seguir, procuraremos entender como a contabilidade faz parte de todo esse processo de
ligação entre a gestão contábil e atuária das empresas de seguros.
A contabilidade, antigamente, era necessária apenas para atender às exigências fiscais,
todavia, atualmente, é vista como uma ferramenta gerencial, responsável por um fluxo contí-
nuo de informações nas empresas para suprir os tomadores de decisões com dados confiáveis
e úteis.
Desse modo, no Brasil, com o crescimento do mercado de seguros, o controle e a dispo-
nibilização dos dados estão relacionados aos cálculos atuariais existentes, principal fonte de
medida do desempenho financeiro da seguradora, que administra capitais de terceiros com o
intuito de satisfazer prejuízos que possam advir dos riscos segurados.
A contabilidade de uma seguradora é uma tarefa complexa e o desafio está na avaliação
dos ativos intangíveis e intelectuais, em virtude dos tipos de seguros oferecidos e da qualidade
desses serviços. Assim, para que uma seguradora possa ter sucesso, os ativos intangíveis e inte-
lectuais são, muitas vezes, mais importantes do que os ativos físicos e tangíveis.
Com base em sua constituição jurídica, a empresa seguradora é obrigada a seguir as de-
terminações dos órgãos contábeis e obedecer aos princípios contábeis previstos na legislação
societária e às normas do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), regulamentadas por
instruções da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Uma empresa seguradora tem por exigência efetuar o registro de suas operações nos li-
vros contábeis obrigatórios como qualquer outra empresa. As operantes em Ramos Elementares
e em Ramo Vida ainda são obrigadas a efetuar registros oficiais, que são fontes de informações
para as partidas contábeis efetuadas mensalmente pela seguradora.
A contabilidade nas empresas seguradoras compreende três grupos:
• Grupo A: emissão de apólice e outros documentos que envolvam prêmios a receber,
exceto bilhetes de seguro.
• Grupo B: cobrança de apólices e outros documentos que envolvam arrecadação de
prêmios, inclusive bilhetes de seguros.
• Grupo C: sinistros avisados.
No encerramento do exercício social, deverão ser apurados o Balanço Patrimonial, a De-
monstração do Resultado do Exercício, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a
Demonstração de Fluxo de Caixa, a Demonstração do Valor Adicionado, bem como as Notas Ex-
plicativas e, obrigatoriamente, essas demonstrações deverão ser divulgadas em jornais de gran-
de circulação. As demonstrações contábeis devem ser elaboradas de acordo com os princípios
contábeis criados por resolução do Conselho Federal de Contabilidade e, também, previstos na
legislação societária e especificamente constantes nas normas do CNSP, que foram devidamente
regulamentadas pelas instruções da Susep.
Devido à sua especificidade, a companhia seguradora contempla algumas contas que, nor-
malmente, não são utilizadas em outros tipos de empresa, tais como:
1) Créditos operacionais e despesas de comercialização diferidas no Ativo Circulante. Dé-
bitos de operações com seguros e provisões técnicas no Passivo Circulante.
2) Receitas de prêmios emitidos na DRE.
3) Despesas de prêmios de cosseguros e resseguros cedidos, de variação das provisões
de prêmios não ganhos e de sinistros retidos também na DRE.
O atual plano contábil de uma seguradora visa uniformizar os registros, racionalizar a uti-
lização de contas, estabelecer regras, critérios e procedimentos necessários à obtenção e di-
vulgação de dados, além da análise para avaliação do desempenho para que as demonstrações
elaboradas expressem a fidedignidade e a transparência de sua situação econômico-financeira.
Os principais procedimentos contábeis a serem adotados por uma seguradora são:
1) As receitas de prêmios são contabilizadas, pelo seu valor total, quando da emissão da
apólice, e reconhecidas mensalmente nas contas de resultados, pelo valor proporcio-
nal, segundo o transcorrer da vigência do risco.
2) As despesas de comercialização são diferidas quando da emissão da apólice e, tam-
bém, reconhecidas nas contas de resultados mensalmente com base no prazo de vi-
gência do risco.
3) Incluem-se nesses conceitos os prêmios não ganhos, sinistros e despesas de comercia-
lização relativas a cosseguros, resseguros e retrocessão.
4) Os sinistros devem ser registrados contabilmente quando avisados. A provisão é cons-
tituída, muitas vezes, em valores estimados.
Tábuas de Mortalidade
A construção de Tábuas de Mortalidade tem o intuito de apresentar o número de pessoas
vivas e mortas de um determinado grupo desde a origem até a extinção completa desse grupo.
Isso serve para auxiliar os atuários no cálculo dos possíveis riscos seguráveis que possam vir a
ocorrer com um indivíduo segurado.
Para uma dada população, a tábua de mortalidade é uma ferramenta importante em ter-
mos de estudos atuariais e demográficos, sendo muito utilizada para situações de previsões e
estudos de demanda para estimativas de custo da seguridade social e de prêmios de seguros
privados.
A tábua de mortalidade é uma tabela que apresenta o número de pessoas vivas e de pes-
soas mortas, em ordem crescente de idade, desde a origem até a extinção completa do grupo,
caracterizando-se como um dos elementos básicos dos seguros de vida e de previdência social.
Existem dois tipos de tábuas:
• as construídas tendo-se em vista um grande número de população;
• as construídas levando-se em conta um grupo de pessoas selecionadas.
22 © Atuária
Reservas Técnicas
A Reserva Técnica é chamada de reserva para riscos futuros como, também, reservas para
riscos em curso. Reserva, em Ciências Atuariais, além do Capital Social e da soma de dívidas
determinadas, é tudo que figura no passivo de uma sociedade. Assim, reserva poderá destinar-
se:
• à depreciação de certos elementos do ativo;
• aos futuros pagamentos, cujos montantes são ignorados, mas cuja realização é certa;
• à cobertura de perdas futuras ou de estabilidade da sociedade seguradora.
Assim, as reservas técnicas são a garantia das transações das empresas de seguros e de-
vem ser constituídas de modo a obedecer a critérios de rentabilidade, à segurança e à liquidez,
para que a constituição venha consolidar os ativos das empresas seguradoras.
Existem diversos tipos de reservas ou provisões técnicas que são classificadas de acordo
com o destino de cada um de seus objetivos:
1) Provisão de Prêmio Não Ganhos: tem como objetivo garantir o pagamento dos sinis-
tros, do início de vigência até o término de vigência, ou seja, o prêmio recebido no
início de vigência não pode ser assumido como Prêmio Ganho até que o risco já tenha
decorrido.
2) Provisão de Insuficiência de Prêmios: deve ser constituída se for constatada insufici-
ência da Provisão de Prêmios Não Ganhos para a cobertura dos sinistros a ocorrer.
3) Provisão de Sinistro a Liquidar: destina-se a garantir o pagamento das indenizações
por sinistros, ocorrido e ainda não liquidado, por ocasião do encerramento do balan-
ço.
4) Reserva ou Provisão Matemática: corresponde a uma parte do prêmio recebido para
garantir o nivelamento do citado prêmio e, também, para atender ao pagamento do
capital segurado. É aplicada em seguros de longa duração, previdência e saúde, com
prêmios nivelados.
Reserva matemática
A reserva matemática é o valor, apurado atuarialmente, representativo dos compromissos
de uma entidade com o pagamento de benefícios futuros a pagar. Exemplificando, no caso de
aposentadoria já concedida, a reserva matemática é igual ao valor atual das rendas já em pa-
gamento, supondo-se que, em relação a elas, não há, ainda, contribuições a receber. No caso
de aposentadorias ainda a conceder, a reserva matemática é a diferença entre o valor atual das
rendas cujos pagamentos ainda não foram iniciados e o valor atual das contribuições a receber,
relativamente às mesmas aposentadorias a conceder. A soma das duas reservas matemáticas,
de aposentadoria já concedidas e de aposentadorias a conceder, representa o montante que a
entidade pagadora das aposentadorias deve possuir, no mínimo, em seus cofres, para a cober-
tura desses benefícios (SOUZA, 2002).
Portanto, a reserva matemática é a diferença entre os compromissos do segurador e dos
segurados, em dado momento, em valor absoluto, avaliados pela mesma tábua de mortalidade,
taxa de juros e à mesma época, sendo dividida em Reserva de Benefícios Concedidos e Reserva
de Benefícios a Conceder.
É importante salientar que as Provisões Matemáticas, assim como as Provisões Técnicas,
são especificadas no Balanço Patrimonial no Passivo. As Provisões Matemáticas são destacadas
no Passivo como Exigível Atuarial – Provisões Matemáticas.
Para o cálculo da reserva matemática são utilizados dois métodos principais:
• Método Prospectivo: que analisa o futuro fazendo uma projeção em que o valor da
reserva é a diferença entre o valor atual das obrigações futuras da seguradora e o valor
atual das obrigações futuras do segurado.
• Método Retrospectivo: que analisa o passado, sendo que o cálculo se baseia no que
já aconteceu, portanto, o valor da reserva é calculado por meio da diferença entre o
montante atuarial das obrigações passadas do segurado e o montante atuarial das obri-
gações passadas da seguradora.
26 © Atuária
Finalizamos aqui a nossa abordagem sobre a Ciência Atuarial, acerca dos conceitos e cál-
culos que remetem a este assunto, e que são importantes para o conhecimento do contador!
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápida e precisa das definições con-
ceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados na disciplina Atuária. Veja, a seguir, a definição dos principais
conceitos desta disciplina:
1) ANAPP – Associação Nacional de Previdência Privada: foi fundada em 1974 como
sociedade civil sem fins lucrativos. Representa as entidades atuantes no segmento
aberto de previdência privada no Brasil, agindo pelos seus interesses. Teve uma parti-
cipação decisiva na regulamentação do Estatuto Básico da Previdência Privada, criado
pela Lei nº 6.435 de 1977.
2) Atuária: procedimento de cálculo estatístico utilizado por seguradoras e fundações de
seguridade social para determinação de condições de seguro. Baseia-se em conheci-
mentos de matemática financeira, cálculo de probabilidade e estatística.
3) Apólice de seguro: instrumento do contrato de seguro emitido pela seguradora pelo
qual o segurado repassa a esta a responsabilidade sobre os riscos, estabelecidos nela,
que possam advir. Contém as cláusulas, condições (gerais, especiais e particulares) do
contrato e as coberturas especiais. Pode ser coletiva, para cobrir um grupo de pessoas
e/ou bens; ou individual, para cobrir apenas uma pessoa ou um bem.
4) Avaliação atuarial: o atuário estuda os aspectos quantitativos e qualitativos relativos
ao ativo e ao passivo do plano técnico.
5) Averbação: documento emitido pelo segurado para informar à seguradora sobre bens
e verbas a garantir, no qual se concretiza a responsabilidade do segurador em certos
seguros.
6) Aviso de sinistro: comunicação formal específica à companhia de seguros da ocorrên-
cia de evento previsto na apólice, sua natureza e gravidade.
7) Beneficiário: pessoa (física ou jurídica) indicada por segurado na apólice, para receber
indenização de seguro em caso de sinistro, ou seja, é quem se beneficia com o segu-
ro.
8) Bônus: desconto no valor do prêmio, concedido aos segurados que não apresentaram
reclamação de indenização durante a vigência da apólice de seguro.
9) Capital segurado: importância monetária fixada na apólice relativa ao valor máximo
estabelecido para o objeto do seguro. Pode ser fixo, quando a indenização é paga in-
tegralmente (seguros de vida, por exemplo) ou proporcional, quando a indenização é
apurada segundo os prejuízos sofridos pelo objeto segurado (ramos elementares).
10) Capitalização: modalidade de captação de poupança com sorteio periódico de prê-
mios. O mercado de capitalização é formado pelas empresas que comercializam títu-
los que combinam formação de poupança programada com premiação por sorteio.
11) Carência: período que a responsabilidade do segurador em relação ao contrato de
seguro fica suspensa, a não ser por morte acidental. É o período legal ou convencional
suspensivo de um direito ou obrigação (nos seguros de vida e saúde, por exemplo).
12) Carta de circularização: consiste no envio, pela auditada, de cartas dirigidas aos forne-
cedores e clientes, sob a supervisão do auditor, solicitando a confirmação das opera-
ções relacionadas (prazos e valores) em determinado período; estes retornam formal-
mente suas respostas diretamente para o auditor, que as conciliará com os registros
contábeis da companhia auditada.
13) Carta de Responsabilidade da Administração: é o documento emitido pelos adminis-
tradores da entidade auditada e deverá ser endereçada ao auditor independente. Sua
emissão é obrigatória desde 1º de junho de 1991, pela Resolução CFC nº 700 e com
interpretação técnica dada pela NBC -T 11 – IT 01, mediante a Resolução CFC nº 752,
de 20.09.1993.
14) Circular Susep: normativo regulador do mercado de seguros emitido pela Susep.
15) CGPC – Conselho de Gestão da Previdência Complementar: órgão colegiado, norma-
tivo de deliberação, coordenação, controle e avaliação da política nacional das entida-
des fechadas de previdência privada, integrante da estrutura regimental do Ministério
da Previdência Social.
16) CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados: é o órgão máximo do setor de se-
guros, responsável pela fixação de diretrizes e normas da política de seguros e resse-
guros, regula e fiscaliza a orientação básica e o funcionamento dos componentes do
sistema.
17) Cobertura: garantia de indenização ao segurado ou a seus beneficiários, dos prejuízos
decorrentes da ocorrência de um dos riscos previstos no contrato do seguro.
18) Companhia de seguros: empresa financeira que administra riscos com a obrigação de
pagar indenizações caso ocorrerem perdas e danos dos bens segurados. Suas ativi-
dades são controladas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados e a execução das
funções fiscalizada pela Susep.
19) Condições de seguro: podem ser gerais (conjunto de cláusulas contratuais que es-
tabelecem direitos e obrigações do segurado e da companhia de seguros), especiais
(disposições que modificam, ampliam ou restringem a extensão das condições gerais)
ou particulares (específica para cada contrato, particularizam certos tópicos ou cober-
turas).
20) CONSIF – Confederação Nacional do Sistema Financeiro: entidade sindical de grau
superior que congrega as federações, na qual se agrupam os sindicatos que repre-
sentam as instituições financeiras. É integrada pelas entidades das áreas de bancos,
distribuidora de valores, financeira e seguradora. Por exemplo: Fenaban, Fenadistri,
Fenacrefi e Fenaseg.
21) Corretor de seguros: pessoa física ou jurídica representante do segurado, legalmente
autorizada a angariar e a promover contratos de seguros.
22) Cosseguro (cosseguro): operação em que mais de uma seguradora participa direta-
mente em uma mesma apólice de um mesmo risco. Visto que cada seguradora é res-
ponsável por uma quota ou parte do montante total de seguro, e o prêmio é dividido
na proporção da participação de cada seguradora, ou seja, pulveriza-se o risco, divi-
dindo as responsabilidades do risco assumido, repartindo-o com duas ou mais segu-
radoras.
23) DPVAT – danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre: seguro
obrigatório para todos os proprietários de veículos, consiste em parte integrante do li-
cenciamento anual de veículos, visto que 45% do valor do prêmio pago é repassado ao
Sistema Único de Saúde (SUS) para custeio da assistência médico-hospitalar dos segu-
rados vitimados em acidentes de trânsito e 5% é repassado mensalmente ao Sistema
Nacional de Trânsito, para aplicação exclusiva em programas destinados à prevenção
de acidentes de trânsito.
24) Dano: prejuízo material ou pessoal sofrido por pessoa ou objeto segurado, causado
por acidente, ação da natureza ou ato de terceiros que implica diminuição de um pa-
trimônio ou na ofensa a um bem juridicamente protegido. Pode ser corporal (perda da
capacidade física ou mental por doença, lesão, invalidez ou morte) ou material (des-
truição parcial/total do bem segurado, restrição de sua utilidade ou impossibilidade
de proveito).
25) EAPP – entidade aberta de previdência privada: companhia com fins lucrativos, com
objeto social de instituir planos privados de concessão de pecúlios ou de rendas, de
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36) FUNENSEG – Fundação Escola Nacional de Seguros: entidade mantida pelo SNSP que
tem por finalidade profissionalizar e qualificar as pessoas e as empresas que trabalham
com seguros. Seu objetivo principal é o aprimoramento do profissional de seguros e
do mercado segurador e o desenvolvimento da cultura do seguro no Brasil mediante
cursos, palestras, atividades técnico-culturais e divulgação de pesquisas estatísticas
sobre a área.
37) Garantia de obrigações contratuais: modalidade especializada de seguro, para aten-
der necessidades dos prestadores de serviços e seus contratantes, na qual a apólice
responde pelo cumprimento integral das obrigações do contrato principal.
38) IBA – Instituto Brasileiro de Atuária: foi fundado em 1944 por iniciativa de pesquisa-
dores e matemáticos interessados em ampliar o campo de estudo em temas e traba-
lhos de natureza atuarial. Seus principais objetivos são a pesquisa, o desenvolvimen-
to e o aperfeiçoamento da ciência e da tecnologia dos fatos aleatórios econômicos,
financeiros e biométricos em todos os seus aspectos e aplicações; colaboração com
instituições de seguro e capitalização, previdência social e privada, organizações ban-
cárias e similares, além de cooperação com o Estado no campo de atuação do profis-
sional de atuária e na implementação da técnica atuarial.
39) Importância segurada: valor monetário estabelecido pelo segurado para a cobertura
de seguro e que representa o limite de responsabilidade da seguradora.
40) IOF – Imposto Sobre Operações Financeiras: trata-se de um imposto de competência
da União que tem como fato gerador nas operações de seguro sua efetivação pela
emissão da apólice ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável.
41) Indenização: importância que a companhia de seguros deve pagar ao segurado no
caso da efetivação de um risco coberto pelo contrato de seguro.
42) Instituidor: pessoa jurídica contratante que institui plano de benefício de caráter pre-
videnciário para os participantes vinculados, associados ou membros.
43) Invalidez permanente: perda, redução ou importância funcional definitiva, total ou
parcial, de membro e ou órgão de pessoa física, na forma especificada em apólice de
seguros.
44) IRB – Instituto de Resseguros do Brasil: é uma sociedade de economia mista com per-
sonalidade jurídica própria de direito privado, além de desfrutar de autonomia para
fiscalizar (regular) o cosseguro, o resseguro (obrigatório e facultativo) e a retrocessão,
organizar e administrar consórcios, proceder à liquidação de sinistros e distribuir pelas
seguradoras a parte dos resseguros que não retiver, bem como promover o desenvol-
vimento das operações de seguro no país conforme as diretrizes do Conselho Nacional
de Seguros Privados.
45) Limite máximo de indenização: valor máximo a ser pago em decorrência de um ou
mais sinistros ocorridos durante a vigência da apólice de seguro.
46) Mutualismo: reunião de pessoas com interesses comuns que, em contrato, contri-
buem para a formação de uma massa de recursos, com a finalidade de suprir eventu-
ais necessidades dessas pessoas. Princípio fundamental que constitui a base de toda
operação de seguro: as empresas de seguros conseguem repartir os riscos tomados,
diminuindo os prejuízos que a qualquer delas possa advir em consequência do risco
corrido por todas.
47) Mutuante: aquele que empresta, em um contrato de mútuo.
48) Mutuário: aquele que toma emprestado, em um contrato de mútuo.
49) Objeto do seguro: designação genérica de qualquer interesse segurado, sejam coisas,
pessoas, bens ou obrigações.
50) Parecer atuarial: o atuário atesta ou não a situação de solvência econômico-financeira
da entidade, identifica as discrepâncias encontradas e as razões que as originaram e
propõe correções para esses desvios.
30 © Atuária
51) Pecúlio: benefício devido a um segurado de Previdência Social, caso ele retorne ao
trabalho depois da aposentadoria. Representa, também, o capital segurado pagável
por morte do segurado sob a forma de capital fixo, ou único, corrigível, ou não.
52) Perda total: perda de bem material segurado, caracterizada quando os prejuízos inde-
nizáveis, numa apólice de seguro, atingirem ou ultrapassarem determinado percentu-
al sobre o valor segurado. Segundo Souza (2002, p. 68), "[...] a colisão pode causar a
perda total do veículo, isto é, a danificação de 75% ou mais do veículo".
53) Período de benefício: período durante o qual o participante ou o beneficiário (se for
o caso) faz jus ao recebimento do benefício contratado a um plano de previdência
privada.
54) Período de diferimento: período existente entre a data de inscrição e a data de con-
cessão do benefício do plano de previdência.
55) Período indenitário: tempo que decorre entre a data em que o segurado de um con-
trato de seguros começa a sofrer as consequências de queda de produção, consumo
ou de prestação de serviços, provocadas pelo evento coberto, e a data em que o segu-
rado retorna às atividades normais.
56) PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre: fundo de previdência privada que não garan-
te rendimento mínimo ao participante. O repasse dos rendimentos é integral, depois
de deduzidos todos os custos. No caso de pessoa física, as contribuições até o limite
de 12% da renda bruta anual podem ser deduzidas do imposto a pagar. No momento
do saque, existe a incidência de imposto de renda sobre o valor total do resgate.
57) Plano de benefícios: conjunto de regras definidoras de benefícios de caráter previ-
denciário, comum à totalidade dos participantes a ele vinculados, com independência
patrimonial, contábil e financeira em relação a quaisquer outros planos.
58) Plano de capitalização: forma de acumulação de capital, instituída por companhias
de seguros ou empresas de capitalização, mediante depósitos mensais, que especifica
tempo de duração, resgate, sorteios e prêmios.
59) Plano de garantia mínima: plano de previdência privada que garante rendimento mí-
nimo sobre o capital acumulado. O administrador deve repassar ao beneficiário pelo
menos 50% do rendimento excedente que obtiver.
60) Plano de previdência suplementar: formação da poupança previdenciária na forma
do Plano de Benefício Definido, no qual o participante irá contribuir hoje e saberá o
quanto irá receber na aposentadoria, visto que sua contribuição mensal será o reflexo
de quanto ele receberá no futuro. Os riscos e resultados são assumidos pelo empre-
gador.
61) Portabilidade: possibilidade de o participante transferir, total ou parcialmente, a re-
serva matemática de benefícios a conceder de um plano de previdência privada.
62) Prêmio: é o custo do seguro, pelo valor pago à companhia de seguros por um segura-
do para que esta assuma a responsabilidade de determinado risco. O cálculo é feito
com base no prazo do seguro, importância segurada e exposição ao risco.
63) Previdência privada (previdência complementar): sistema de complemento das apo-
sentadorias do serviço público recebidas por trabalhadores, desde que eles tenham
contribuído para essa modalidade de previdência. No caso das EFPP Entidade Fecha-
da de Previdência Privada, os chamados fundos de pensão, a adesão só ocorre para
aqueles que têm vínculo empregatício com a empresa que patrocina o fundo.
64) Previdência social: instituição pública com objetivo de reconhecer e conceder direitos
a seus segurados. Juntamente com a saúde e a assistência social, compõe a Segurida-
de Social e é responsável pela política pública de proteção integrada ao cidadão. São
segurados do INSS os empregados, os empregados domésticos, os trabalhadores avul-
sos, os contribuintes individuais (autônomos, empresários, entre outros), os especiais
e os facultativos.
65) Probabilidades: razão ou indício que faz supor a verdade ou a possibilidade de um fato.
O cálculo das probabilidades faz parte do conjunto de regras que permite determinar
a percentagem da possibilidade de ocorrência de um fato. Exemplos: a probabilidade
de morte (uma pessoa de idade “x” falecer antes de ela completar a idade “x+1”) e a
probabilidade de sobrevivência (uma pessoa de idade “x” sobreviver à idade “x+1”).
66) Pro rata: método de cálculo do prêmio do seguro com base nos dias de vigência do
contrato, quando este for realizado por período inferior a um ano.
67) Proponente: pessoa que pretende fazer um seguro e que já firmou uma proposta para
esse fim.
68) Proposta: documento preenchido pelo segurado ou pelo seu representante legal, que
representa a sua vontade de transferir o risco para uma companhia de seguros.
69) Provisões técnicas: são as maiores obrigações de uma seguradora e representam prê-
mios ainda não ganhos e perdas ainda não indenizadas. Dividem-se em comprometi-
das (sinistros avisados e não pagos) e não comprometidas (relativo aos sinistros não
avisados).
70) Pulverizar risco: distribuir as responsabilidades do risco assumido pela companhia de
seguros, por meio do cosseguro e do resseguro.
71) Regulação do sinistro: em um contrato de seguros, é o processo de avaliação das cau-
sas, consequências, circunstâncias e apuração dos prejuízos devidos ao segurado e do
direito deste à indenização.
72) Renda do plano de previdência: benefício do plano de previdência privada, represen-
tado por uma série de pagamentos mensais ao participante ou ao(s) beneficiário(s),
calculado conforme a Nota Técnica Atuarial (documento anexo que tem por objetivo
estabelecer as bases técnicas do plano, como cobertura, regime, cálculo do prêmio,
despesas de carregamento, valor de resgate etc.) e com o tipo de renda mensal con-
tratado.
73) Reserva matemática de benefícios a conceder: sistema técnico-econômico, do qual
se valem as seguradoras para se precaver, no tempo, dos riscos assumidos. São os fun-
dos que as seguradoras constituem para a garantia de suas operações.
74) Reserva técnica: recurso garantidor das obrigações das companhias de seguros, socie-
dades de capitalização e EAPP para garantia dos riscos não expirados e para garantir
sinistros não liquidados. Deve ser aplicada em até 100% em títulos de emissão do
Tesouro Nacional e em até 80% em títulos estaduais, títulos de renda fixa em geral, ou
ativos financeiros, como quotas de fundos de investimento financeiro ou certificados
de privatização.
75) Resgate do plano de previdência: pagamento total ou parcial, devido ao participante
ou beneficiário, da reserva matemática de benefícios a conceder, durante o período
de diferimento de um plano de previdência privada.
76) Responsabilidade civil: garantia que visa cobrir, até o valor do limite máximo de in-
denização contratado, o reembolso de indenização pela qual o segurado vier a ser
responsabilizado civilmente, em sentença judicial transitada em julgado ou em acordo
judicial autorizado de modo expresso pela seguradora por dano involuntário, corporal
e/ou material, causado a terceiros por veículo segurado ou carga transportada.
77) Ressarcimento: reembolso de prejuízos suportados pela companhia de seguros ao
indenizar dano causado por terceiros.
78) Resseguro: operação utilizada pelas companhias de seguros para transferir a uma res-
seguradora o excesso de responsabilidade que ultrapassa o limite de sua capacidade
econômica de indenizar (retenção de riscos). Também pode ser definido como o segu-
ro do seguro, em que se repassa o risco de contrato de seguro superior à capacidade
financeira da seguradora que emitiu a apólice, ou parte dele, a uma resseguradora.
79) Retrocessão: é o resseguro de um resseguro, ou seja, dividir parte do risco de um res-
seguro com outro ressegurador/seguradora.
32 © Atuária
80) Risco em seguros: evento súbito e involuntário, causador de dano material e/ou pes-
soal, de data incerta, que independe da vontade das partes e contra o qual é feito o
seguro. O risco é a expectativa de sinistro. Sem o risco não pode haver contrato de
seguro.
81) Segurado: é a pessoa física ou jurídica em nome de quem se faz o seguro mediante um
contrato. Ele transfere para a seguradora, mediante pagamento do prêmio, o risco de
um evento aleatório atingir o bem de seu interesse. Assim, se o segurado não pagar o
prêmio previsto, ele perde os direitos à indenização prevista no contrato.
82) Seguro: é a transferência do risco por meio da qual uma parte, o segurado, transfere
a probabilidade de perda financeira para outra parte, denominada companhia de se-
guros.
83) Sinistro: realização do risco previsto no contrato de seguro que resulta em perdas para
o segurado ou beneficiário. Pode ser classificado como total ou parcial.
84) Sub-rogação: substituição de coisa ou pessoa por outra coisa ou pessoa, sobre a qual
recaem as mesmas qualidades ou condições dispostas anteriormente em relação à
coisa ou pessoa substituída. Prerrogativa conferida por lei à seguradora que se sub-
roga nos direitos do segurado indenizado perante terceiros responsáveis pelo prejuízo
indenizado.
85) SNSP – Sistema Nacional de Seguro Privado: consolidou em 1966 a legislação de se-
guros do país, com o objetivo de coordenar a política de seguros e preservar a liqui-
dez das seguradoras, gerou um órgão normativo, o CNSP e dois executivos, o IRB e a
Susep.
86) SUSEP – Superintendência de Seguros Privados: autarquia vinculada ao Ministério da
Fazenda, como órgão governamental de atuação colegiada e competência normativa,
responsável pelo controle e pela fiscalização dos mercados de seguro, previdência
privada aberta (complementar), capitalização e resseguros.
87) Taxa de mortalidade: elemento básico dos seguros que lidam com a vida humana.
Reflete a relação percentual entre o número de pessoas vivas e de pessoas mortas,
em ordem crescente de idade (faixa etária), desde a origem até a extinção do grupo
de segurados.
88) Taxa de sinistralidade: reflete a relação percentual entre os sinistros e os prêmios
ganhos, cuja finalidade é medir, comparativamente, o grau da despesa líquida de si-
nistros com a receita líquida de prêmio. Também é chamado de índice de sinistrali-
dade.
89) VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre: plano de previdência privada que oferece
cobertura para morte e invalidez, além de permitir o resgate dos valores aplicados.
Não tem o benefício fiscal proporcionado pelo PGBL (declarado no formulário com-
pleto do IR). É uma alternativa de investimento a longo prazo, declarado no formulário
simplificado do IR.
90) Vigência: é o prazo em uma apólice de seguro que determina o início e o fim da va-
lidade das garantias contratadas. Ela sempre será considerada até às 24 horas do dia
descrito na apólice.
91) Vistoria: inspeção feita por um perito para avaliar as condições do risco a ser segura-
do.
Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como dissemos anteriormente, uma
visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar
entre um e outro conceito desta disciplina e descobrir o caminho para construir o seu processo
de ensino-aprendizagem. Por exemplo, a Ciência Atuarial surgiu da necessidade de cálculo de
aposentadorias e de pensões (Previdência) e, em seguida, de seguros. Assim, fundamentando-
se nos conhecimentos da administração, da matemática, da economia e da contabilidade, é
possível desenvolver todos os cálculos que envolvem os conceitos atuariais.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se
somar àqueles disponíveis no ambiente virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem
como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realizadas presencialmente no
polo. Lembre-se de que você, aluno EAD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu
próprio conhecimento.
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os con-
teúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas
ou dissertativas. Vale ressaltar que se entendem as respostas objetivas como as que se referem
aos conteúdos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática do
ensino de Ciências Contábeis pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim,
mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando
para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você
testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a
ela. Consulte, também, as bibliografias apresentadas no Plano de Ensino e no item Orientações
para o estudo da unidade.
Dicas (motivacionais)
O estudo desta disciplina convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como
processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações
teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como
partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aquilo
que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e
a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos
impele à maturidade.
1. OBJETIVOS
• Compreender os objetivos do estudo da ciência atuarial.
• Conhecer a formação profissional do atuário e identificar a importância de sua atuação
nas empresas seguradoras.
• Identificar os órgãos que regulamentam, disciplinam e fiscalizam a profissão do atuário,
relacionando os cursos de graduação em ciências atuariais, bem como as respectivas
instituições de ensino.
• Compreender a origem e a evolução da ciência matemática atuarial.
• Compreender as ferramentas atuariais, a matemática e a estatística atuarial, a fim de
possibilitar os cálculos de seguros de vida com base em estimativas e projeções sobre
as populações.
2. CONTEÚDOS
• Aplicação da ciência atuarial.
• Conceitos básicos de termos da ciência atuarial.
• Formação profissional do atuário.
• Órgãos fiscalizados e disciplinadores das ciências atuárias.
• Matemática: origem e evolução.
• Introdução à Matemática e Estatística atuarial: origem, evolução, conceituação, princi-
pais ferramentas estatísticas utilizadas.
38 © Atuária
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A atuária é uma disciplina da contabilidade que utiliza os conhecimentos adquiridos em
matemática, estatística, economia e administração financeira, para serem aplicados especifica-
mente nas áreas de seguros e previdência.
Podemos conceituar a atuária como uma ciência que estuda todos os conceitos relativos
às áreas de seguros e de previdência. No entanto, para que os cálculos que envolvem os seguros
e a previdência possam ser compreendidos, é necessário ter um conhecimento introdutório de
matemática aplicada a essas áreas.
O aluno do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis precisa compreender a Matemá-
tica Atuarial, já que o contador pode atuar, também, nas mesmas empresas que o atuário, e,
para efetuar a contabilidade ou auditar empresas de previdência, seguradoras e empresas de
capitalização, ele precisa ter noção dos cálculos que gera a conta de reserva matemática, uma
das mais importantes contas do Balanço Patrimonial, situada no Passivo, e das variáveis que a
podem modificar.
Nos últimos anos, com as privatizações, aquisições e fusões de empresas que possuem
previdência privada fechada, tornou-se imprescindível ao contador analisar o fundo de pensão
que compõe o Passivo da empresa.
Nesta unidade, identificaremos a aplicação da ciência atuarial e os diferentes aspectos
que envolvem o estudo desta disciplina.
Vamos começar?
Conforme foi abordado no início desta unidade, a atuária tem sua área de atuação mais
concentrada nos mais diferentes tipos de seguros, divididos nos ramos vida e não vida. Portanto,
é importante considerar a especialização do atuário, uma vez que sua profissão se caracteriza
pelo risco e está fundamentada por metodologias tradicionais, como as teorias econômicas e
administrativas, pois envolve uma intensa manipulação de dados em suas análises.
Para uma melhor compreensão da ciência atuarial, torna-se imprescindível para o atuário
o conhecimento multidisciplinar no domínio de conceitos gerais sobre matemática, estatística,
contabilidade, administração, economia, finanças e informática.
Nesse contexto, o atuário desenvolve, em seu trabalho, a análise dos casos de mortalidade,
de invalidez, de doença, de fecundidade e de natalidade. Além de comparar as probabilidades
de ocorrências, avaliar os riscos e fixar os valores dos prêmios, das indenizações e benefícios.
Por fim, calcula as reservas técnicas da companhia seguradora.
Para tanto, ele estima o preço que o segurado deve pagar para ter os benefícios prometi-
dos e, ainda, busca mensurar e relacionar o acaso (ou equivalência de aleatoriedade) e o tempo
(ou duração dos processos financeiros).
Além disso, o atuário deve assegurar tanto a solvência econômica que compreende o equi-
líbrio do total dos haveres e das obrigações quanto a solvência financeira que representa o paga-
mento das obrigações vincendas da empresa. Também, dentre suas funções, responsabiliza-se
pela determinação e tarifação dos prêmios de seguros, de capitalização e pela análise atuarial
dos lucros dos seguros e da forma de distribuição entre os segurados.
Somente o atuário pode assinar os balanços das empresas seguradoras e de capitaliza-
ção. Pode, também, assessorar a gerência e a administração, orientando as atividades técnicas,
elaborando as normas e ordens de serviço dessas empresas e das instituições de previdência
social.
Dessa forma, podemos observar que o atuário comporá uma das profissões do futuro,
uma vez que, de um lado, se identifica a escassez de mão de obra qualificada e, de outro, uma
grande demanda por esses profissionais. Ou seja, uma das poucas profissões em que se obser-
vam mais postos de trabalho do que candidatos, o que tornam atraentes as oportunidades e,
especialmente, os salários.
40 © Atuária
C0 x (1 + i)
n
=Cn
Dando continuidade ao exemplo, vamos considerar, agora, que o prêmio somente seria
pago se o indivíduo com idade x estivesse vivo ao final de x+n anos (no momento de pagamento
do prêmio). Diante disso, seria necessário utilizar um mecanismo estatístico para saber qual é
a possibilidade de um individuo de idade x chegar à idade x+n, ou seja, a ferramenta estatística
denominada probabilidade seria a resolução para o cálculo desse evento.
Logo, juntando a matemática financeira à estatística, seria possível, ao atuário, o cálculo
do valor atual e único a ser pago por um indivíduo de idade x, levando em consideração o perfil
de sobrevivência de um grupo de pessoas (tábuas atuariais), para fazer jus à unidade monetária,
ao final de x+n anos, caso esteja vivo. Para esse cálculo, usamos:
Ex
N = Cn x npx
Desse modo, para Capelo (1986, p. 83), “[...] a probabilidade estatística é o principal ele-
mento que a Matemática Atuarial acrescenta em seus cálculos que, de resto, se apóiam na Ma-
temática Financeira convencional".
Entendemos, então, que as principais ferramentas de cálculo abrangidas pela Ciência Atu-
arial são a probabilidade, especialmente na elaboração da tábua de mortalidade, e a matemá-
tica financeira, no desenvolvimento dos cálculos de risco, as quais fazem parte da prática da
Atuária, ou seja, da Matemática Atuarial.
Rodrigues (2003, p. 1) dispõe, portanto, nesse sentido, que "[...] a Ciência Atuarial é um
instrumento eficiente na mensuração de riscos cujo escopo compreenda alguma forma de soli-
dariedade ou mutualidade".
Dessa forma, podemos considerar como característica essencial do mutualismo o cálculo
de seguros e de previdência.
O mutualismo, para Souza (2001, p. 28), “[...] refere-se a pessoas com interesses segurá-
veis afins que constituem reserva financeira que tem por finalidade suprir as necessidades de
componentes do grupo que venham a ser afetados por um acontecimento não previsto".
Desse modo, a ciência atuarial preocupa-se com um grupo de pessoas que possui os mes-
mos interesses no que tange à busca de recursos para suprir eventuais necessidades, presentes
e futuras, por meio da contratação de seguros ou de previdência, ou seja, contribui-se com certo
valor, calculado pela atuária, por meio de pagamentos em data estabelecida, a fim de receber
um benefício quando o evento esperado acontecer.
Segundo Chan, Silva e Martins (2006, p. 61), “[...] um dos caminhos encontrados pela
sociedade para minorar os impactos das incertezas futuras foi organizar-se em grupos, a fim de
considerar os riscos de maneira coletiva em detrimento à perspectiva individual, de forma que
os possíveis danos fossem suportados pelo conjunto".
casos favoráveis
Isto é: Probabilidade =
casos possíveis
Um exemplo muito comum é o da moeda não viciada. Suponhamos que uma moeda equi-
librada é lançada uma única vez. Quais são os possíveis resultados? Para isso utilizamos:
=W {cara, coroa}
= todos os possíveis casos em um único lançamento.
Qual é a probabilidade de sair cara neste único lançamento? Para saber, utilizamos:
p ( cara) = ½
Onde:
• 1 = número possível de casos favoráveis.
• 2 = número total de possíveis casos.
Veremos, agora, as Propriedades Básicas de Probabilidade:
1) A probabilidade de ocorrência do evento M ocorre no intervalo fechado entre 0 e 1,
representada por:
0 £ P ( M) £ 1
Então: P ( V ) + P ( M) =
1
Logo: P ( V ) 1 − P ( M ) e P ( M) =
= 1 − P (V)
12. CONSIDERAÇÕES
Terminamos a nossa primeira unidade em busca da aprendizagem da Ciência Atuarial.
Nesta unidade, foi possível conhecer a origem matemática da atuária, além de poder conhecer
como as ferramentas atuariais, envolvendo a matemática e a estatística, são importantes para
as funções desenvolvidas pelo profissional atuário.
Na próxima unidade, compreenderemos os principais conceitos utilizados em seguros, sua
evolução, estrutura e legislação do mercado segurador, os contratos e os tipos de seguros, além
de noções de previdência oficial, previdência privada e capitalização. Também analisaremos os
principais aspectos da contabilidade das empresas seguradoras.
13. E-REFERÊNCIAS
Site pesquisado
Instituto Brasileiro de Atuária (IBA). Educação. Disponível em: <http://www.atuarios.org.br/>. Acesso em: 8 ago. 2010.
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1. OBJETIVOS
• Compreender a evolução dos planos de seguros no Brasil.
• Conhecer os segmentos de seguros existentes e entender seus mecanismos de atua-
ção.
• Identificar a aplicação da atuária nas empresas seguradoras, tanto de entidades públi-
cas quanto de privadas.
• Conhecer a legislação específica dos planos de seguros de qualquer modalidade, bem
como as noções gerais dos planos de previdência (privada e oficial) e dos planos de
capitalização.
• Conhecer a contabilidade de seguros, o plano de contas e a sua classificação contábil.
• Identificar as demonstrações contábeis e a sua utilidade para as empresas segurado-
ras.
• Aplicar a análise financeira e econômica com base nas demonstrações contábeis desen-
volvidas por uma companhia de seguros.
• Avaliar e comparar os custos de comercialização e os custos administrativos mediante
análise da contabilidade de seguros.
2. CONTEÚDOS
• Conceitos básicos de seguros, de capitalização e de previdência.
• Contabilidade de seguros.
50 © Atuária
• Classificações contábeis.
• Demonstrações contábeis das empresas seguradoras.
• Análise de desempenho da situação financeira e econômica.
• Custos de comercialização e custos administrativos.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Fundamentado nos conhecimentos gerais de contabilidade estudados anteriormente e
nos conceitos básicos aprendidos sobre a ciência atuarial e o mercado segurador desenvolvidos
na Unidade 1, o estudo a seguir abordará o mercado segurador de previdência e de capitaliza-
ção, bem como a contabilidade de seguros e suas classificações, além das demonstrações con-
tábeis e da análise econômico-financeira das empresas seguradoras, mediante os cálculos dos
índices básicos e sua interpretação.
A ideia de seguro surgiu há milhares de anos, na pré-história, quando o homem era nô-
made e os riscos eram uma constante preocupação, pois não bastava se proteger dos animais e
das pragas, o homem tinha, também, que se resguardar dos terremotos, dos raios, da chuva e
de seus semelhantes.
Seguindo a evolução natural, surgiu a necessidade da vida em grupo. Com o passar do
tempo, os grupos fixavam-se em regiões que proporcionavam segurança e condições de sobre-
vivência.
No caso dos hebreus, por exemplo, a coletividade assumia a responsabilidade pela repara-
ção na ocorrência de acidentes com o rebanho dos pastores, em que as perdas eram repartidas
entre todos e a indenização era feita em espécie, já que a moeda ainda não havia sido criada.
Uma das origens do seguro data do século 13 a.C., quando os comerciantes da Babilônia,
preocupados com o risco de perda dos camelos na travessia do deserto em direção aos merca-
dos das regiões vizinhas, faziam acordos, como, por exemplo, o que dava o direito ao criador que
perdesse um camelo no deserto de receber outro camelo, pago pelos demais criadores.
Outra origem, data de 1.800 a.C., aproximadamente, com o Código de Hamurábi, que
previa que todos os navegadores deveriam se associar para ressarcir aquele navegador que per-
desse seu navio nas tempestades.
Na Idade Média, as pessoas organizavam-se em grupos com interesses em comum com
o objetivo de constituir uma reserva econômica para dividir o risco de um acontecimento não
previsto. Porém, essa prática foi vista como sacrilégio pela igreja, que a proibiu e afirmou que
somente a vontade divina seria capaz de diminuir as desgraças e a infelicidade do homem. As-
sim, o Papa Gregório IX, com base na usura, classificou o seguro marítimo (um dos mais antigos)
como prática abusiva, pois os navegadores obtinham com os banqueiros um empréstimo em
dinheiro, que deveria ser devolvido acrescido de elevados juros se a embarcação chegasse sem
sofrer danos ao seu destino, ou, no caso de algum acidente com o navio, o navegador ficaria de
posse do empréstimo.
Segundo Souza (2002, p. 5), “[...] o primeiro seguro contra incêndio no mundo foi criado
no ano de 1684 em Londres, motivado por um grande incêndio que em 1667 destruiu cerca de
13.000 casas, igrejas e a catedral de Saint Paul, um de seus maiores símbolos”.
O seguro de vida também surgiu na Inglaterra, onde foram criadas as primeiras sociedades
corretoras.
A primeira empresa de capitalização do Brasil, a Sul América Capitalização S/A, foi fundada
em 1929. Porém, as sociedades de capitalização só foram regulamentadas em 1932, pelo de-
creto nº 21.143, e no ano de 1933, pelo decreto nº 22.456. No ano de 1934, foi criado o DNSPC
– Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização.
Já o seguro de acidente de trabalho foi instituído apenas em 1935.
Com a promulgação da Constituição de 1937 (Estado Novo), foi estabelecido o Princípio de
Nacionalização do Seguro e, em 1939, foi estabelecido o Instituto de Resseguros do Brasil, que
detinha o monopólio do resseguro, conceituado como o seguro do seguro.
Em 20 de junho de 1940, mediante decreto nº 5.901, os seguros privados foram regula-
mentados e transformados em obrigatórios para comerciantes, indústrias e concessionárias de
serviços públicos, contra riscos de incêndio e transportes.
A consolidação da legislação de seguros e resseguros do país deu-se com o decreto-lei nº
73, de 21 de novembro de 1966, que originou o Sistema Nacional de Seguros Privados, cons-
tituído pelo CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados, pela Susep – Superintendência de
Seguros Privados (que substituiu o DNSPC), pelo IRB – Instituto de Resseguros do Brasil, pelas
sociedades autorizadas a operar em seguros privados e pelos corretores habilitados.
As atividades de capitalização foram subordinadas ao decreto-lei nº 261 de 28 de fevereiro
de 1967 e, adicionalmente, foi instituído o Sistema Nacional de Capitalização, constituído pelo
CNSP, pela Susep e pelas sociedades autorizadas a operar em capitalização.
Na década de 1970, o Brasil promoveu o intercâmbio internacional do seguro, o que au-
mentou o volume de investimentos, a regulamentação do seguro saúde, dos fundos de pensão
e a expansão do seguro rural. Essa abertura de mercado trouxe, também, uma mudança no
mercado de seguros brasileiro com a chegada maciça de empresas multinacionais, momento em
que o Brasil se tornou, para essas empresas, uma oportunidade de crescimento.
A participação do capital estrangeiro no segmento de seguros está aumentando signifi-
cativamente. Em 1872, era de 4%, passando para 25% em 1940 e, segundo a Susep (1999), a
previsão é de representar 50% do mercado brasileiro.
As informações dos produtos de seguros disponibilizadas nos sites da maioria das segu-
radoras (de mais de 90% delas, segundo a Fenaseg) têm facilitado o mercado de seguros no
sentido de permitir cotações e comparações entre as empresas, o que torna as operações mais
rápidas e ágeis.
O Sistema Nacional de Seguro Privado (SNSP) consolidou, em 1966, a legislação de segu-
ros do país, com os objetivos de coordenar a política de seguros e de preservar a liquidez das
seguradoras.
O SNSP é composto por cinco grupos: o CNSP, a Susep, o IRB, as empresas de seguros, de
capitalização e de previdência privada e os corretores de seguros. A seguir, vejamos algumas das
características e atribuições de cada um desses grupos.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão máximo do setor de seguros,
responsável pela fixação de diretrizes e normas da política de seguros e resseguros, regula e
fiscaliza a orientação básica e o funcionamento dos componentes do sistema. O CNSP tem como
objetivos coordenar a política de seguros com a política de investimento do Governo Federal,
promover a expansão do mercado em conformidade com o crescimento do país e preservar a
liquidez e a solvência das sociedades seguradoras.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) é uma autarquia vinculada ao Minis-
tério da Fazenda, criada pelo decreto-lei nº 73 de 21 de novembro de 1966, como órgão go-
vernamental de atuação colegiada e competência normativa, responsável pelo controle e pela
fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta (complementar), capitalização
e resseguros. Tem como principais atribuições: autorizar uma empresa constituída para atuar
nesse mercado; fiscalizar a organização, o funcionamento e a operação das seguradoras; pro-
mover o aperfeiçoamento das instituições e coletar dados específicos do setor; atuar no sentido
de proteger a captação de poupança popular que se efetua mediante as operações de seguro,
previdência privada aberta, capitalização e resseguro, além de zelar pela defesa dos interesses
dos consumidores.
O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) foi criado em 1939, no governo Vargas, e refor-
mulado em 1966. O IRB é uma sociedade de economia mista com personalidade jurídica própria
de direito privado, desfrutando de autonomia para fiscalizar (regular) o co-seguro, o resseguro
(obrigatório e facultativo) e a retrocessão, organizar e administrar consórcios, proceder à liqui-
dação de sinistros e distribuir pelas seguradoras a parte dos resseguros que não retiver, bem
como promover o desenvolvimento das operações de seguro no país conforme as diretrizes do
Conselho Nacional de Seguros Privados. Em 1997, o IRB foi transformado em IRB Brasil Resse-
guros S/A, com controle acionário da União e metade do capital com ações preferenciais (sem
direito a voto) para as 127 seguradoras que atuavam no Brasil na época.
Integram o grupo da estrutura do mercado, as empresas de seguros, como entidades ju-
rídicas autorizadas por portaria do Ministro da Fazenda que, mediante recursos de prêmios
cobrados dos segurados, se comprometem a indenizá-los no caso de ocorrer o evento contra o
qual se seguraram.
Existem três formas de as seguradoras realizarem a venda de seguros: por meio do corre-
tor de seguros, por intermédio do agente de seguros (profissional de vendas vinculado a uma
seguradora, que comercializa seus planos) ou pela venda direta de seguros ao consumidor, que
procura fazer seu seguro diretamente com a seguradora.
As seguradoras não podem ultrapassar os limites técnicos fixados pela Susep. Nesse caso,
elas estão obrigadas a fazer resseguro das responsabilidades excedentes em cada ramo de ope-
54 © Atuária
rações, ou seja, repassar o risco de contrato de seguro superior à capacidade financeira da se-
guradora que emitiu a apólice, ou parte dele, a uma resseguradora. Elas não estão sujeitas à
falência nem podem propor a recuperação de empresas, de acordo com a Lei nº 11.101 de 2005,
que substituiu a antiga concordata preventiva.
Na última parte da estrutura do mercado segurador, estão os corretores de seguros, que
são regulamentados no exercício da profissão pela Lei nº 4.594, de 29 de dezembro de 1964,
que estabeleceu as condições para habilitação, direitos e deveres, punição, fiscalização e atua-
ção dos prepostos de seguros.
Assim, o corretor é o profissional legalmente autorizado a organizar, a promover contratos
de seguros, a orientar o segurado sobre o melhor tipo de contrato e a esclarecer dúvidas sobre
coberturas, carências, validade e atendimento às necessidades de seu representado.
Os seguros de pessoas são escolhidos e definidos pelo próprio segurado e o prêmio é fixo.
A variável mais importante é a duração da vida da pessoa, pois não temos como determinar qual
o valor econômico da vida de alguém, assim, o pagamento da indenização tem relação com o
valor da cobertura contratado pelo segurado.
A modalidade de seguro de vida individual cobre a morte ou a sobrevivência de um único
segurado, a ser pago ao beneficiário indicado na apólice. A duração da vida humana serve de
base para o cálculo do prêmio a ser pago por morte do segurado ou no caso de o segurado so-
breviver ao prazo convencionado. Tem como característica a longa duração do contrato, no qual
serão estipuladas na apólice as coberturas para riscos de morte natural ou acidental, invalidez
permanente total ou parcial (por acidentes ou por doenças).
Com o intuito de obterem previsões precisas, as seguradoras contam com recursos como
tabelas atuariais e de estatísticas para monitorar a expectativa de vida das pessoas, e estabele-
cem a média de vida dos cidadãos conforme o sexo ou a região.
O seguro de vida em grupo tem como premissa um conjunto de pessoas dividindo uma
mesma apólice. É necessária a existência de um estipulante (empresa) que faz o seguro para um
grupo de pessoas (seus funcionários) com a duração de um ano, tendo a opção de ser renova-
do.
A cobertura básica do seguro de acidentes pessoais está na ocorrência de acidentes pre-
vistos no contrato que causem morte ou invalidez permanente total ou parcial do segurado. Se o
acidente causar a morte do segurado, a seguradora faz o pagamento do pecúlio para os benefici-
ários indicados. As coberturas adicionais podem ser contratadas em conjunto com as coberturas
básicas e compreendem despesas médico-hospitalares e diárias de incapacidade temporária.
Assim, o segurado só terá direito à indenização se o dano for originado por um acidente.
O seguro de cargas ou seguro transporte garante ao segurado uma indenização pelos pre-
juízos causados ao objeto segurado durante seu transporte por qualquer que seja o meio, marí-
timo, fluvial, rodoviário, ferroviário ou aéreo. Todas as transportadoras devem segurar sua carga
com base no valor declarado e é por esse valor que o segurado será indenizado caso ocorra um
acidente ou se o bem for danificado no transporte. Atualmente, as cargas mais roubadas nas
estradas são as de cigarro, cerveja, couro, medicamentos e pneus, além das cargas de produtos
alimentícios, como, por exemplo, as de café. Em razão disso, muitas seguradoras oferecem res-
trições em aceitar apólices para esse tipo de seguro.
O seguro de incêndio protege o segurado contra perdas e danos materiais causados pelo
fogo, pelas quedas de raios e pela explosão de gás e de aparelhos domésticos ou de iluminação.
As consequências do incêndio também podem ser cobertas pelo seguro, como desmoronamen-
to, desentulho do local, deterioração de bens guardados em refrigeradores etc. O seguro incên-
dio pode ser residencial, comercial e industrial, e é obrigatório para as pessoas jurídicas.
O valor do seguro de incêndio depende de fatores como:
• Localização: cidade maior conta com taxa menor por ter um corpo de bombeiros mais
ágil.
• Ocupação: uma loja de bijuterias paga menos que uma papelaria e um posto de gaso-
lina, por exemplo.
• Construção: uma loja de cimento paga menos que uma madeireira.
Dentro do segmento do seguro de prestação de serviços, destacamos o seguro de respon-
sabilidade civil, o seguro de lucros cessantes e o seguro de fiança locatícia, entre outros. Obser-
ve, a seguir, a descrição de cada um destes.
O seguro de responsabilidade civil garante o reembolso de indenização que o segurado
venha a ser obrigado a pagar, em consequência de lesões corporais ou danos materiais sofridos
por terceiros, por culpa involuntária do segurado ou de pessoas pelas quais deva responder ci-
vilmente. A responsabilidade civil é decorrente de um ato ilícito (ação ou omissão involuntária)
por imperícia, negligência ou imprudência que prejudique alguém. Para ser ressarcida, a pessoa
que sofreu o dano não pode ter vínculo de parentesco próximo.
O seguro de lucros cessantes é destinado apenas às pessoas jurídicas e cobre a paralisação
total ou parcial no giro ou movimento de negócios de uma empresa, ocasionado por danos ma-
teriais (incêndio, desmoronamento e explosão) cobertos no contrato. O objetivo deste é manter
a operacionalidade e a lucratividade da empresa nos níveis anteriores à ocorrência de um sinis-
tro e proporcionar condições para que os negócios continuem a funcionar. A cobertura básica
abrange as despesas fixas que independem do nível de produção ou vendas, o lucro líquido de-
corrente da operação principal da empresa e os gastos adicionais efetuados pela empresa para
reduzir ou evitar a queda no movimento de negócios.
O tempo necessário para retornar ao nível normal dos negócios da empresa é chamado de
período indenitário e sua duração não pode ultrapassar os doze meses, além de ser estipulada
no contrato com início contado imediatamente após ocorrer o sinistro. O valor da indenização é
calculado com base no lucro médio da empresa dos últimos três anos.
Já o seguro de fiança locatícia funciona como uma garantia do pagamento do aluguel do
segurado e dispensa os tradicionais fiadores, avalistas ou depósito (cheque-caução). Nesse tipo
de seguro, tanto o locador como o locatário tem benefícios, pois o primeiro pode contar com
a garantia do contrato de locação e o segundo por não ter de passar pelo constrangimento de
pedir a outros que sejam seus fiadores no aluguel de determinado imóvel.
Como outros tipos de seguros, podemos citar o seguro tumultos, que cobre aglomerações
de pessoas que perturbem a ordem pública com a prática de atos predatórios e greves de pesso-
as de uma mesma categoria ocupacional que se recusam a trabalhar. E o seguro riscos de enge-
nharia, que cobre os riscos decorrentes de falhas de engenharia em obras civis em construção,
montagem de maquinário, quebra de computadores etc.
Atualmente, as novidades do setor de seguros são os seguros para profissionais liberais
em casos de afastamento do trabalho e doenças graves como o câncer, para que o segurado
não fique sem rendimentos; seguro para empresários contra sequestros, assaltos ou roubos
ocorridos em casa ou no automóvel; seguros de corpo inteiro e com elevação da cobertura em
certas partes, como as mãos, as pernas, a região glútea, entre outras (comum entre artistas e
esportistas).
Conforme a ocorrência do risco, os seguros podem ser classificados de duas formas: riscos
decorridos e riscos a decorrer. Nos seguros de riscos decorridos, o pagamento do prêmio é rea-
lizado após a ocorrência do fato gerador, por exemplo, seguro de transporte, seguro de vida em
grupo e seguro de acidentes pessoais.
Segundo Souza (2002, p.63), “[...] os seguros de riscos a decorrer caracterizam-se pelo pré-
pagamento do prêmio. São exemplos tradicionais os seguros de automóvel, incêndio e fiança
locatícia".
• A primeira e maior parte desse total formará a provisão matemática que representará
a parcela da mensalidade que será constituída pelas quantias economizadas e sobre as
quais serão aplicados correção monetária e juros.
• A segunda parcela deduzida da mensalidade será destinada ao pagamento de despesas
administrativas, tais como: salários, honorários, aluguéis, publicidade, material e des-
pesas com correios realizadas pela empresa de capitalização.
• Por último, uma terceira parcela do valor do título de capitalização será descontada
para sorteio, com o objetivo de garantir o pagamento dos prêmios mensais aos titula-
res que forem contemplados.
Pelo Anexo I da Circular SUSEP nº 379, de 19 de dezembro de 2008, que normatizou a
codificação do Plano de Contas, as sociedades de capitalização devem classificar as contas de
resultado, no grupo 34 – Operações de Capitalização, distribuídas da seguinte forma:
• Subgrupo 341 – Receitas com Títulos de Capitalização.
• Subgrupo 342 – Variações das Provisões Técnicas.
• Subgrupo 343 – Despesas com Sorteios e Resgates.
• Subgrupo 344 – Despesas de Comercialização.
• Subgrupo 345 – Outras Receitas e Despesas Operacionais.
• Os sinistros devem ser registrados contabilmente quando avisados. A provisão é constituída, muitas
vezes, em valores estimados.
BALANÇO PATRIMONIAL DA COMPANHIA DE SEGUROS VAICOMFÉ, ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2006 (EM MI-
LHARES DE REAIS)
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE 42.040.680 CIRCULANTE 285.078
Disponibilidades: Caixa 41.783.868 Provisões técnicas não comprometidas: 187.042
Bancos com Movimento e com Aplicação 2.935.280 Provisão Prêmios Não Ganhos Provisão 139.526
38.848.588 de Riscos Decorridos 47.516
Créditos operacionais com seguros:
Prêmios Emitidos Provisões técnicas comprometidas 2.500
Seguradoras e IRB 208.940
248.155 Débitos operacionais com seguros:
Despesas de (39.215) Comissão sobre/ Prêmios Emitidos 47.514
comercialização diferidas: Seguradoras e IRB (valor a restituir) 38.065
9.449
47.872 Débitos diversos a pagar: Comissões
a Pagar/ Dividendos a Pagar
Impostos e Encargos a Recolher 48.022 15.765
10.303 21.954
PERMANENTE 18.288.784 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 60.044.386
Investimentos: Capital Social (Nacional) Reserva Legal/ 60.000.000
Ações de S/A 5.135.105 Lucros Acumulados 12.260 32.126
Imobilizado:
Imóveis/ Bens de uso (-) Depreciação 13.203.450
Acumulada (60.000)
Diferido:
Gastos Pré-Operacionais (-) 12.784
Amortização Acumulada (2.555)
TOTAL DO ATIVO 60.329.464 TOTAL DO PASSIVO 60.329.464
Após a análise do Balanço Patrimonial exibido anteriormente, podemos notar que o Lucro
Líquido apurado de R$54.689,00 foi assim distribuído:
• Dividendos R$10.303,00.
• Reserva Legal R$12.260,00.
• Lucros Acumulados R$32.126,00.
Na Análise Horizontal, a base 100% será sempre o exercício mais antigo, com variação em % nos exercícios se-
guintes. Como a Análise Horizontal mede a evolução do índice, após o cálculo da regra de três, temos de tirar de
100%. Por exemplo (valores extraídos do caso prático Companhia Imaginária de Seguros):
a) no Balanço: total do Passivo Circulante em 2004 = R$21.387,00 = 100% e em 2006 = R$85.110,00 = x%
[(85.110 x 100) / 21.387] – 100%= 297,95% revela o acréscimo das dívidas de curto prazo;
b) na DRE: Receita Financeira em 2004 = R$11.795,00 = 100% e em 2006 = R$1.947,00 = x% (1.947 x 100) /
11.795 = 16,51% – 100% = (83,49%) decréscimo ou queda na receita financeira.
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A seguir, observe a interpretação dos índices apurados para o período de 2004 a 2006
apresentados na Tabela 1.
1) PCT: a companhia tem um excessivo grau de endividamento, que foi agravado em
2005.
2) ICP: o grau de imobilização foi alto em 2004 e 2005, o que é pouco recomendável,
se considerarmos a escassez de capital de giro. Em 2006, houve uma grande redução
nesse índice.
3) LC: a Liquidez corrente está satisfatória e acompanhou a drástica redução do CCL em
2005.
4) LO: seu perfil revelou uma curva descendente nos três anos, em virtude do desequilí-
brio negativo nas operações com seguros, especialmente em 2006.
5) CCL: houve uma forte queda em 2005, com utilização de capitais de terceiros em ex-
cesso.
6) MO: em 2004, obteve índice negativo, que foi revertido pelos índices positivos em
2005 e 2006.
7) RPL: a taxa de retorno do capital próprio foi plenamente favorável aos acionistas nos
três períodos, apesar da queda no ano de 2006.
8) S: a sinistralidade espelhou índices aceitáveis, considerado o índice padrão em torno
de 60%.
9) CC: o custo de comercialização alcançou níveis compatíveis com o volume da receita
de prêmios ganhos e comprometeu de forma moderada o lucro líquido da segurado-
ra.
Na última etapa da análise, é importante apresentar um Relatório Final resumindo a posi-
ção econômica e financeira nos períodos analisados. Vejamos a seguir.
Relatório Final
Após a análise e a interpretação dos índices apurados na Tabela 1, e baseado no Balanço
Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício da Companhia Imaginária de Seguros,
relativos aos exercícios findos em 31 de dezembro de 2006 a 2008, podemos concluir que:
Situação Financeira
No período analisado, a companhia apresentou dívidas totais (PC+ELP) maiores que os
recursos próprios (PL). A situação foi agravada especialmente em 2007, resultando em um ex-
cessivo grau de endividamento (PCT), concentrado, em sua maior parte, no curto prazo.
O alto grau de imobilização (ICP) em 2006 e 2007 não é recomendável, se considerarmos
a escassez de capital de giro. Já em 2008, houve uma grande redução nesse índice.
No tocante à liquidez, a empresa apresentou, em 2006, uma boa solidez financeira, porém
teve uma drástica redução em 2007 (CCL negativo) devido à utilização de capitais de terceiros
em excesso e uma significativa queda na liquidez operacional em 2008 (R$11,71 para R$3,92=
66,52%).
Esse perfil revelou uma curva descendente nos três anos, devido ao desequilíbrio negativo
nas operações com seguros, especialmente em 2008.
Situação Econômica
Em 2006, a margem operacional (MO) obteve índice negativo, que foi revertido pelos
índices positivos em 2007 e 2008, apesar da queda de 59,66% em 2008 (caiu de 7,14% para
2,88%).
72 © Atuária
A taxa de retorno do capital próprio (RPL) foi plenamente favorável aos acionistas nos três
períodos, apesar da queda de 33,04% no ano de 2008, em relação à 2007. O prazo de retorno
do capital investido (100%/ % do RPL) foi satisfatório nos três períodos (4,18 anos em 2006; 3,31
anos em 2007 e 4,94 anos em 2008), sendo inferior a 5 anos, o que revela um bom tempo de
retorno em função da rentabilidade obtida.
O índice de sinistralidade (S) espelhou índices aceitáveis, com média de 53% nos três anos),
considerando-se que o índice padrão anual gira em torno de 60%.
O custo de comercialização (CC) no período analisado alcançou níveis compatíveis com o
volume da receita de prêmios ganhos e comprometeu de forma moderada o lucro líquido da
seguradora.
17. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final desta unidade. Por meio dela, você pôde conhecer os principais concei-
tos utilizados em seguros, sua evolução, estrutura e legislação do mercado segurador, os contra-
tos e os tipos de seguros, noções de previdência oficial, previdência privada e capitalização.
Além disso, foram abordados os procedimentos contábeis de uma companhia seguradora,
tais como, classificações, demonstrações contábeis e análises individuais dos índices, constando
a situação financeira e econômica da empresa por meio do Relatório Final de Análise.
18. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
Instituto Brasileiro de Atuária (IBA). Educação: disponível em: <http://www.atuarios.org.br/iba/conteudo.aspx?id=4&mindex=1>.
Acesso em: 10 set. 2010.
Jornal O Estado de São Paulo. A crise e os fundos de pensão: disponível em: <http://arquivoetc.blogspot.com/2008/12/crise-e-
os-fundos-de-penso-o-estado-de.html>. Acesso em: 10 set. 2010.
1. OBJETIVOS
• Conhecer e aprender a desenvolver uma Tábua de Mortalidade ou de Sobrevivência.
• Desenvolver uma Tábua de Comutação.
• Calcular as operações de seguros e de previdências envolvendo riscos financeiros e
atuariais, utilizando-se da Tábua de Mortalidade e da Tábua de Comutação.
2. CONTEÚDOS
• Tábua de Mortalidade ou de Sobrevivência.
• Tábua de Comutação.
• Aplicação da Tábua de Mortalidade ou de Sobrevivência e da Tábua de Comutação nas
operações de seguros e de previdência.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na primeira unidade, conhecemos a origem da matemática, como também sua aplicação
na área atuarial, a fim de entendermos as razões de sua existência e de sua utilização.
Em seguida, na segunda unidade, abordamos os aspectos referentes aos seguros e à pre-
vidência como também as práticas e as normas de contabilidade das empresas de seguros e de
previdência.
Nesta unidade, colocaremos em prática os cálculos atuariais e veremos que a Tábua de
Mortalidade ou de Sobrevivência constitui um elemento básico dos seguros que têm por objeto
a vida humana.
Os seguros têm como objetivo a ajuda mútua financeira a um determinado indivíduo (o
segurado), porém este é ameaçado por eventuais riscos que venham a ocorrer. Todavia, nem
todos os riscos são seguráveis. Para um risco ser segurável, é necessário um acontecimento, no
futuro, incerto e independente da vontade humana.
Assim, todos os componentes do grupo, ameaçados pelo risco, contribuem para um fundo
comum, que se incube em tornar efetivo o ressarcimento dos prejuízos causados pelo sinistro
(fato concreto do que era provável).
Para tanto, ainda estudaremos que é imprescindível a construção de Tábuas de Mortalida-
de com o intuito de apresentar o número de pessoas vivas e mortas de um determinado grupo,
desde a origem até a extinção completa desse grupo. Isso para auxiliar os atuários no cálculo dos
possíveis riscos seguráveis que possa vir a ocorrer com um indivíduo segurado.
Vamos, então, aprender a construir essa tábua?
Desse modo, a importância de conhecer a demografia para a ciência atuarial está enraiza-
da na sua própria origem, visto que uma das primeiras manifestações científicas dessa área foi a
elaboração de tábuas de mortalidade, também denominadas de tábuas de sobrevivência.
Segundo Beltrão et al (2004, p. 1), a tábua de mortalidade para uma dada população é
uma ferramenta importante não apenas em termos de estudos atuariais e demográficos em ge-
ral, como também para políticas públicas e financiamento do setor privado para certos serviços
ofertados no mercado, sendo muito utilizada para situações de previsões e estudos de demanda
para estimativas de custo da seguridade social e de prêmios de seguros privados.
Portanto, a tábua de mortalidade é uma tabela que apresenta o número de pessoas vivas
e de pessoas mortas, em ordem crescente de idade (faixa etária), desde a origem até a extinção
completa do grupo (VILANOVA, 1969), caracterizando-se como um dos elementos básicos dos
seguros de vida e de previdência social.
produtos de seguro de vida e menores para aqueles que adquirem produtos de anuidade. O impacto
da seleção adversa também deve ser maior nos casos em que os indivíduos compram produtos volun-
tariamente do que quando são compelidos a fazê-lo por outros condicionantes (por exemplo, seguro
de vida em grupo de uma empresa). Nas economias em desenvolvimento em que existe uma grande
disparidade na distribuição da renda, espera-se que a seleção adversa seja mais notável do que em
sociedades mais igualitárias (BELTRÃO et al, 2004, p. 2).
Para se encaixar às propriedades estabelecidas por Murray et al, deve-se realizar uma
análise de resíduos no item b, usar a logverossimilhança para averiguar o item c, e, para o item
a, considerar um modelo paramétrico que obedeça a critérios objetivos, estimando, assim, os
parâmetros.
Para o cálculo da tábua, é necessário, inicialmente, escolher a população base, que é a po-
pulação a ser estudada, e, logo em seguida, define-se o período estatístico, isto é, o tempo para
a coleta dos dados. Não se esquecendo, também, de desconsiderar do total de pessoas vivas, as
reduções ou acréscimos causados por mortes, migração ou rotatividade.
Para Hamilton e Bronson (1958, p. 196), a taxa de mortalidade pode variar conforme a
idade, o sexo, a região geográfica, a raça, a ocupação profissional, a faixa de renda salarial etc.
Assim, as tábuas de mortalidade podem ser diferenciadas por sexo, e, no caso de seguro de vida,
também podem classificá-las por grupo de fumantes e não fumantes. Para Jones e Long (2000,
p. 96) o fumo tem um efeito tão dramático nas taxas de mortalidade, que as companhias de se-
guro normalmente levam em conta este fator nas tábuas de mortalidade que usam para calcular
as taxas de prêmio do seguro de vida.
Essas Tábuas podem ser construídas pelo método direto ou pelo método indireto.
O método direto, também denominado de grupo fechado, é um método de difícil apli-
cação, devido ao dispêndio de tempo necessário à sua elaboração (pode levar quase 100 anos
para se construir uma tábua de mortalidade). Isso porque, para a sua elaboração, efetua-se o
registro de cada um dos membros de um determinado grupo de pessoas, todos com a mesma
idade x. Mediante isso, faz-se um controle de todos os óbitos e sobrevidas a cada início de ano, a
fim de controlar a quantidade de pessoas vivas e mortas com a mesma idade x, ou seja, a relação
entre o número de óbitos e de vivos, proporcionando o cálculo da taxa de mortalidade.
Segundo Beltrão e Pinheiro (2002, p. 1), "em estudos atuariais, além da taxa de desconto,
a escolha da tábua é provavelmente, a hipótese que mais afeta o estudo. Obviamente, o nível
e a estrutura da mortalidade variam de população para população e, mesmo numa população
específica, varia no tempo".
É importante destacar que a construção de tábuas de mortalidade deve ser específica para
cada país, já que cada população tem características diferentes. Todavia, o mercado brasileiro de
seguro e previdência vem utilizando tábuas desenvolvidas por outros países, ou seja, a aplicação
das taxas de mortalidade e de sobrevivência acaba tendo vieses significativos devidos à diferen-
ciação das culturas e das experiências de mortalidade.
A utilização, no Brasil, de tábuas estrangeiras acontece devido aos problemas encontrados
na coleta das informações da população. Como já foi demonstrado anteriormente, o IBGE deve
coletar essas informações, entretanto, essa coleta ainda apresenta falhas significativas que afe-
tam sobremaneira o cálculo das taxas de mortalidade e sobrevivência.
É importante sabermos que, no Brasil, devido à carência de dados, as tábuas de mortali-
dade mais utilizadas pelas empresas são as desenvolvidas em outros países, como AT49, AT83,
AT2000, CSO58 (de origem norte-americana), GKM80, GKM95 (de origem suíça), entre outras.
Porém, também se utilizam as específicas do Brasil, desenvolvidas pelo IBGE e usadas para o
cálculo do fator previdenciário.
As pesquisas, no Brasil, para o desenvolvimento de tábuas de mortalidade coerentes com
a realidade do país são precárias e muito recentes. As que se destacam são:
1) O estudo desenvolvido por Conde, em 1991, que objetivou a construção de uma tá-
bua de vida para os funcionários da Fundação Attílio Francisco Xavier Fontana.
2) O trabalho de Beltrão et al (1995), que fizeram uma tábua para os funcionários do
Banco do Brasil com dados coletados entre 1940 e 1990, com base no cadastro de
previdência dos funcionários.
3) Ribeiro e Pires (2000) complementaram a pesquisa de Beltrão et al (1995) atualizando
a tábua até o ano de 2000.
4) Beltrão e Pinheiro (2002) usaram a informação do banco de dados dos funcionários
públicos civis federais – Siape – para estimar uma tábua de vida para ativos e inativos
do governo federal, desagregando a informação por sexo e escolaridade.
Como no Brasil utilizam-se tábuas, especialmente, de origem norte-americana, fica com-
plicado saber se há, realmente, dados coincidentes com a população envolvida. Assim, para o
cálculo atuarial é importante que as informações sejam as mais fiéis possíveis à realidade da
população estudada.
Para Ferreira (1985, p. 484), uma tábua de mortalidade só pode ter valor quando repre-
senta condições de vida coexistentes, que espelhem, também, as condições de vida dentro de
certo prazo futuro.
Desse modo, os símbolos são divididos em principais e acessórios, segundo Chan, Silva e
Martins (2006, p. 54). Os principais são aqueles que caracterizam a tábua e os acessórios são os
que vêm à direita ou à esquerda, no canto superior ou inferior, do símbolo principal. A seguir,
no Quadro 1, estão descritos os símbolos principais utilizados na construção de uma tábua de
mortalidade.
A raiz da nossa tabela, ou seja, o número de sobreviventes na idade zero (l0) é 2000. Sabe-
se, também, que l1 representa o número de pessoas que sobreviveram até a idade 1, portanto,
1996 pessoas sobreviveram até a idade 1. Logo, a quantidade de pessoas que morreram antes
de alcançar um ano de vida é calculada pela diferença entre o número de sobreviventes nas
duas idades (2000 - 1996 = 4). Dessa forma, dx pode ser obtido da seguinte maneira:
dx = lx – lx +1
Com base nessa relação, pode-se inferir que a simples soma do número de mortos de uma
tábua permite obter o número de sobreviventes em uma certa idade.
lx = dx + dx +1 + dx +2 + ... + dω
Sendo ω a idade máxima, a qual não poderá ser superada por nenhum membro do grupo.
No nosso exemplo não há a idade ω já que a tábua encontra-se incompleta.
Assim, a probabilidade de um participante na idade x falecer antes de completar x+1 anos
pode ser determinada da seguinte maneira:
lx – lx +n n dx
n qx = lx
=
lx
Analogamente, a probabilidade de sobrevivência num ano (px) pode ser calculada como
se segue:
quantidade de pessoas vivas na idade x lx+1
px = =
número de óbitos na idade x lx
lx + lx +1
Lx =
2
Tx = ∑L
t =0
x +t
Assim, a esperança de vida ( e0x ) pode ser calculada com base na seguinte fórmula:
e0x =
Tx ou e0x = 0,5 + ( lx +1 + lx +2 + lx +3 + ... + ) / lx
lx
Para calcular a expectativa completa de vida, estando com uma Tábua de Mortalidade em
mãos, aplica-se a fórmula mencionada anteriormente, somando o valor encontrado à idade da
pessoa que se calculou a esperança de vida.
Para explicar, vamos utilizar o seguinte exemplo: baseando-se na tábua exposta a seguir,
qual a expectativa de vida para uma pessoa com idade de 95 anos?
x Lx
94 950
95 690
96 590
97 420
98 120
99 51
84 © Atuária
Calculando:
1) eo95 = 0,5 + (l95+1 + l95+2 + l95+3 + l95+4) / l95.
2) eo95 = 0,5 + (590+420+120+51)/690 = 2,21.
A expectativa de vida dessa pessoa com 95 anos é de mais 2,21 anos, então se considera
que ela pode falecer, aproximadamente, na idade entre 97 e 98 anos.
B B B B B
30 31 32 33 34 35
CUP
Onde:
1) B representa o valor dos benefícios a serem recebidos.
2) CUP representa a Contribuição Única Pura.
CUP = B + B + B + B + B
CUP = 5 x B
CUP = 5 x R$12.000,00
CUP = R$ 60.000,00
CUP = B . ∑v
t =1
t
1
v = (1 + i)
n
1 − vn
=
ani ∑
=vt
t =1
i
1 − vn
CUP = B.
i
Resolvendo:
v5 = 1
(1 + 0,006 )
5
v5 = 0,7472582
CUP = R$50.548,36
5
CUP = B. ∑v . p
t =1
t
t x
Calculando:
CUP = B . 4,204355
CUP = R$ 50.452,26
Segundo Ferreira (1985, p. 89), "[...] foram essas operações cansativas que provocaram
imediatamente a construção das tabelas destinadas a abreviá-las", chamadas, como já mencio-
namos anteriormente, de tábuas ou tabelas de comutação.
A Tábua de Comutação reúne em várias colunas os chamados números de comutação resultantes da
multiplicação das funções lx e dx, de determinada Tábua de Mortalidade, pelo fator de juros a uma taxa
prefixada. Daí pode-se afirmar que poderão ser construídas tantas tábuas de comutação quantas forem
as taxas de juros escolhidas, isso para cada Tábua de Mortalidade (BRASIL, 1985, p. 31).
5) Cx = coluna dos valores descontados do número de mortos de cada idade. Pode ser
obtido pela seguinte equação: CX = dX . vx+1.
6) Mx = coluna análoga à coluna Nx, mas considerando Cx ao invés de Dx.
7) Rx = coluna análoga à coluna Sx, mas considerando Mx ao invés de Nx.
No entanto, para a Tábua GAM 83-Masculina, solicitada no exemplo esboçado anterior-
mente, é possível construir uma tábua de comutação considerando uma taxa de 6% ao ano.
Desse modo, utilizando a Tábua de Comutação da GAM 83-Masculina, é possível desenvol-
ver o exemplo resolvido anteriormente, por comutação.
5
CUP = B. ∑v . p
t =1
t
t x
Lembrando que o valor atual de uma série de pagamentos iguais à unidade de capital pa-
gável a (x) por n períodos, a partir da idade x+1, e desde que esteja vivo nesse período, é obtido
pela seguinte fórmula:
n
n ax = ∑p
t =1
t x
Nx + 1 − Nx + n +1
n ax =
DX
N31 − N36
CUP = B.
D30
26.249.295 − 19.010.075
CPU = B x
1.721.839
=CUP =
B . 4,204355 12.000 . 4,204355
CUP = R$ 50.452,26
Portanto, tem-se o mesmo valor obtido pelos cálculos feitos sem o uso da tabela de co-
mutação.
O Quadro 4, a seguir, mostra os resultados obtidos no exemplo considerando-se as três
situações: sem risco, com risco financeiro e com risco financeiro e atuarial.
Dessa forma, é importantíssimo que não deixemos de tratar, também, das probabilida-
des de as pessoas adquirirem alguma invalidez e das probabilidades de morte ou sobrevivência
àquelas que já são inválidas.
Nesse sentido, podemos definir:
• ix = laix / laax = probabilidade de uma pessoa ativa com idade x tornar-se inválida antes de
alcançar a idade x+1.
• qiix = diix / liix = probabilidade de uma pessoa já inválida quando alcançada a idade x mor-
rer antes de alcançar a idade x+1.
Há, no entanto, tábuas específicas, como a Tábua Álvaro Vindas, para as probabilidades
de entrada em invalidez, como também a experiência de sobrevivência de inválidos do ex-IAPC
(Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários), hoje integrante do Sistema Nacional
de Previdência e Assistência. Essas duas tábuas encontram-se anexadas para verificação e co-
nhecimento.
3) Suponha uma população de 350.000 pessoas durante o ano de 2008. Neste ano, fale-
ceram 580 pessoas. Responda:
a) Qual é a probabilidade ou frequência de mortes ocorrida no ano de 2008?
b) Qual é a probabilidade de sobreviventes?
Gabarito
Depois de responder às questões autoavaliativas, é importante que você confira o seu
desempenho, a fim de que possa saber se é preciso retomar o estudo desta unidade. Assim, con-
fira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas anteriormente:
2) Tábua de sobrevivência ou de mortalidade completa.
X lx dx qx px
15 10.000.000 3.610 0,000361 0,999639
16 9.996.390 3.699 0,000370 0,999630
17 9.992.691 3.807 0,000381 0,999619
18 9.988.884 3.916 0,000392 0,999608
19 9.984.968 4.044 0,000405 0,999595
3) Resposta:
a) dx = 580.
b) qx = 0,001657.
12. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, aprendemos a elaborar uma Tábua de Mortalidade ou de Sobrevivência,
juntamente com os cálculos de probabilidade de mortalidade, de probabilidade de sobrevivên-
cia, e de esperança de vida.
Além disso, foi possível a aplicação da Tábua de Mortalidade ou de Sobrevivência nas ope-
rações de cálculos de seguros e de previdências envolvendo riscos financeiros e atuariais, assim
como a abreviação desses cálculos com a utilização de Tabelas de Comutação.
Esta unidade proporcionou o entendimento de grande parte da área de cálculos de segu-
ros e de previdência, já que para a maioria dos cálculos dessa área é imprescindível a utilização
e o entendimento da Tábua de Mortalidade.
Na unidade seguinte, vamos estudar os diversos tipos de seguros (de sobrevivência e pa-
gáveis por morte) e o seu pagamento (prêmio). Vamos aprender um pouco mais? Rumo aos
cálculos!
13. E-REFERÊNCIAS
Site pesquisado
BELTRÃO, K. I.; PINHEIRO, S. S. Estimativa de mortalidade para a população coberta pelos seguros privados. Texto para discussão
nº 868. Rio de Janeiro, março de 2002. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br> Acesso em: 8 ago. 2010.
1. OBJETIVOS
• Conhecer os tipos de rendas e de prêmios existentes.
• Aprender a calcular os prêmios por meio dos diversos tipos de rendas existentes.
• Compreender os tipos de seguros (seguros de vida e seguros pagáveis por morte) exis-
tentes.
• Aprender a calcular os prêmios decorrentes dos diversos tipos de seguros existentes.
2. CONTEÚDOS
• Renda.
• Prêmio.
• Seguro de vida.
• Seguro pagável por falecimento.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Vimos, nas unidades anteriores, que o seguro corresponde à ajuda mútua financeira a um
determinado indivíduo (o segurado). Entretanto, esse indivíduo é ameaçado por eventuais riscos
que possam ocorrer. Todavia, nem todos os riscos são seguráveis. Para um risco ser segurável, é
necessário um acontecimento incerto no futuro, independentemente da vontade humana.
Dentro desse contexto, nesta unidade, veremos que é possível definir a renda como um
determinado valor a ser pago pela seguradora ao segurado, sendo que o pagamento é realizado
em um prazo estabelecido (determinado ou vitalício) e a periodicidade depende da contratação
(pode ser mensal, trimestral, anual etc.). Já o prêmio é o valor pago em um prazo estabelecido
pelo segurado à empresa seguradora, para que, ao final, este possa receber uma determina-
da renda (o valor do prêmio deve corresponder, no final, pelo menos, ao valor da renda a ser
paga).
Depois de definidos os conceitos, vamos identificar os tipos de rendas existentes e os prê-
mios pagos pelas seguradoras aos segurados.
Antecipada
Vitalícia
Postecipada
Certa Imediata
Antecipada
Temporária
Postecipada
Constante
Antecipada
Vitalícia
Renda Postecipada
Diferida
Antecipada
Temporária
Postecipada
1º termo e
Aleatória Progressão razão iguais Crescente
Aritmética
1º termo Crescente
diferente da
razão
Segundo lei
matemática Decrescente
Crescente
Progressão
Geométrica
Variável
Decrescente
Irregularmente
Fonte: VILANOVA (1969, p. 32).
Figura 1 Quadro Sinótico das Rendas.
Como é possível notar na Figura 1, a renda aleatória constante pode ser dividida em ime-
diata e diferida.
• A renda aleatória constante imediata compreende a renda em que o segurado paga
um valor à vista à empresa seguradora, ou seja, um prêmio único, e, logo em seguida,
inicia-se o recebimento da renda.
• A renda aleatória constante diferida é um tipo de renda na qual o segurado paga o valor
do prêmio à empresa seguradora, e, diferentemente da renda imediata, o recebimento
da renda somente acontece após um determinado período, denominado “período de
diferimento”.
O período de diferimento compreende o período entre a contratação e o recebimento da
renda.
94 © Atuária
ou
Valor presente das obrigações do segurado = Valor presente da renda futura do segurado
Para tanto, essas rendas podem ser compradas à vista (com pagamento de prêmio único)
ou a prazo (com prêmios pagos em parcelas).
No próximo tópico, iremos tratar dos prêmios pagos à vista.
Renda 1 1 1 1 1 1 1
Caso a renda fosse certa e com pagamento de modo indefinido, o valor presente na data
zero seria expresso assim:
Valor presente = v0 + v1 + v2 + v3 + v4 + ... + vn−1 + vn + vn+1 + vn+2 + vn+3 + vn+ 4...
Em que: =
v (1 + i) –1
é igual ao fator de desconto à taxa “i” de juros compostos.
Entretanto, como também é necessário introduzir a variável idade – considerando, além
disso, a sobrevivência da pessoa ao longo dos anos –, deve-se calcular o valor presente das
parcelas pagas por toda a vida à pessoa que, no momento zero, possui idade x, que será simbo-
lizada por äx:
• äx = Prêmio Único Puro (Renda Aleatória Constante Imediata Vitalícia Antecipada)
Desse modo, a soma das parcelas em função dos lx pode ser escrita e expressa para o cál-
culo das probabilidades de sobrevivências a partir da seguinte fórmula sintética:
∞
äx = ∑ vt . tpx
t = 0
∞ ∞
äx = ∑ v . tpx vt . ( lx + t / lx )
=∑
t
t=0 t=0
=
äx v0.0px + v1. lx +1 / lx + v2 . lx +2 / lx + v3. lx +3 / lx + v4. lx + 4 / lx + ... + vn.lx +n / lx + ...
Se multiplicarmos por vx, poderemos fazer outra comutação, já que Dx é obtido a partir do
produto lx .vx. Portanto, tem-se:
96 © Atuária
vx. lx . äx
= vx +0.lx +0 vx +1. lx +1 + vx +2 . lx +2 + vx +3. lx +3 + vx + 4. lx + 4 + ... + vx +n. lx +n + ...
Logo:
Dx.äx= Dx +0 + Dx +1 + Dx +2 + Dx +3 + ... + Dx +n + ...
Simplificando:
w −x
N= ∑ Dx +1 (w é a maior idade da tábua)
t =1
Então, se:
Nx= Dx +0 + Dx +1 + Dx +2 + Dx +3 + ... + Dx +(w − x)
As rendas podem ser calculadas por comutação, de acordo com a fórmula mais simplifica-
da de todas. Logo:
ä=
x ( Dx +0 + Dx +1 + Dx +2 + Dx +3 + ... + Dx +(w − x) ) / Dx
äx = Nx / Dx
Para que você entenda como são feitos os cálculos, vamos desenvolver um exemplo que
irá explicar essa teoria.
Suponhamos que um homem com 30 anos compre uma renda anual de R$10.000,00, com
recebimento no início de cada ano, enquanto ele estiver vivo. Vamos calcular o valor do Prêmio
Único Puro que o homem deverá pagar para obter essa renda utilizando a Tabela de Mortalidade
AT-2000 (masculina) e juros de i = 5% ao ano.
äx = Renda . Nx / Dx
Sendo que: w-x
=Nx ∑ Dx + t Nx – Nw
=
t =0
lx. (1 + i)
−x
=
Dx
Calculando:
ax = 10.000 . (N31 – N115 )
D30
äx = 188.469,39
• Fórmula analítica:
ax= v1.1px + v2.2px + v3.3px + v4.4 px + ... + vn.npx + ... Até o final da Tábua
A comutação para a Renda Aleatória Constante Imediata Vitalícia Postecipada é dada pela
equação a seguir:
ax = Renda . Nx+1 / Dx
=
äx v0.0px + v1.1px + v2.2 px + v3.3px + v4.4 px + ... + vn−1.n−1px + ...
=
ax v1.1px + v2.2 px + v3.3px + v4.4 px + ... + vn.npx + ...
Para que você entenda, vamos aproveitar o exemplo utilizado anteriormente para que
possamos comparar os resultados. Então, suponhamos que um homem com 30 anos compre
uma renda anual de R$10.000,00, com recebimento no final de cada ano, enquanto estiver vivo.
Vamos calcular o valor do Prêmio Único Puro que o homem deverá pagar para obter essa renda
utilizando a Tabela de Mortalidade AT-2000 (masculina) e juros de i = 5% ao ano.
ax = Renda . Nx / Dx
Sendo que:
w − x +1
=Nx ∑=
Dx +1+ t Nx +1 – Nw
t =0
=
Dx lx. (1 + i) − x
Calculando:
ax = 10.000 . (N31 – N115 )
D30
ax = 178.469,39
98 © Atuária
A diferença entre as duas rendas seria: 188.469,39 - 178.469,39 = 10.000,00, ou seja, exa-
tamente a renda do primeiro ano. Concluímos, então, que, para que a Renda Aleatória Constan-
te Imediata Vitalícia Postecipada se torne Antecipada, basta diminuir o valor da renda obtida no
primeiro ano.
Renda 1 1 1 1 1
Tempo 0 1 2 3 n-1
O valor presente das parcelas pagas por um período determinado à pessoa que, no mo-
mento zero, possui idade x, será simbolizado por äx:n ou Inäx:
äx:n ou Inäx: = Prêmio Único (Renda Aleatória Constante Imediata Temporária Antecipada)
• Fórmula resumida:
n−1
• Fórmula analítica:
äx:n = v0.0px + v1.1px + v2.2px + v3.3px + v4.4px + ... + vn-1.n-1px
Para você entender, vamos novamente aproveitar o exemplo utilizado anteriormente para
que possamos comparar os resultados. Assim, suponhamos que um homem com 30 anos com-
pre uma renda anual de R$10.000,00, com recebimento no início de cada ano durante 15 anos.
Vamos calcular o valor do Prêmio Único Puro que o homem terá de pagar para obter essa renda
utilizando a Tabela de Mortalidade AT-2000 (masculina) e juros de i = 5% ao ano.
Sendo que:
n− x
=Nx ∑ Dx + t Nx – Nx +n
=
t =0
lx. (1 + i)
−x
=
Dx
Calculando:
äx n = 108.434, 64
Renda 1 1 1 1 1
Tempo 1 2 3 n n +1
Renda 1 1 1 1
Tempo 1 2 3 n
100 © Atuária
O valor presente das parcelas pagas por um período determinado à pessoa que, no mo-
mento zero, possui idade x+1, será simbolizado por ax:n ou Inax:
ax:n ou Inax: = Prêmio Único (Renda Aleatória Constante Imediata Temporária Antecipada)
• Fórmula resumida:
n
ax:n = ∑ v t . tpx
t =1
• Fórmula analítica:
ax:n = v1.1px + v2.2px + v3.3px + v4.4px + ... + vn-1.n-1px + vn.npx
A comutação para a Renda Aleatória Constante Imediata Temporária Postecipada é dada
pela equação:
Sendo que:
n− x +1
=Nx ∑ Dx +1+ t Nx +1 – Nx +1+n
=
t =0
lx. (1 + i)
−x
=
Dx
Calculando:
äxn = 10.000 . (N30 – N45 )
D30
ax:n = 98.434, 64
m
Iäx = Prêmio Único Puro (Renda Aleatória Constante Diferida Vitalícia Antecipada)
• Fórmula resumida:
∞
m Iäx = ∑ v t +m. t +mpx
t =0
• Fórmula analítica:
m
Iäx = vm+0. px + vm+1.
m+0 m+1
px + vm+2. m+2
px + vm+3. m+3
px + vm+4. px + ...
m+4
A comutação para a Renda Aleatória Constante Diferida Vitalícia Antecipada é dada pela
equação:
m Iäx = (Nx +m ) / Dx
Sendo que m é o momento em que a pessoa receberá a primeira renda após os anos de
diferimento (ou seja, os pagamentos das rendas só acontecerão após esse diferimento).
Para que você tenha um melhor entendimento, vamos nos servir do exemplo anterior
mais uma vez. Então, suponhamos que um homem com 30 anos compre uma renda anual de
R$10.000,00, com recebimento no início de cada ano, mas pretendendo recebê-la somente
quando completar 60 anos, pelo resto da vida. Vamos calcular o valor do Prêmio Único Puro que
esse homem deverá pagar para obter essa renda utilizando a Tabela de Mortalidade AT-2000
(masculina) e juros de i = 5% ao ano.
Sendo que:
w − x +m
=Nx ∑ Dx + t Nx +m – Nw
=
t=0
lx. (1 + i)
−x
=
Dx
Calculando:
m Iäx = 10.000 . (N60 – N115 )
D30
m Iäx = R$29.354, 49
Dessa forma, o cálculo desse tipo de renda é o praticado pelo Instituto de Previdência
Social do Brasil. Embora, em nosso país, o pagamento seja feito, na maioria das vezes, no fim de
cada mês, para efeito de nosso estudo, o cálculo da renda a ser paga será considerado no fim
de cada ano.
O valor presente das parcelas pagas por toda a vida a uma pessoa de idade x, enquanto
estiver viva, porém após a idade x+m+1, sendo m o período de diferimento, será simbolizado
por mIax:
m
Iax = Prêmio Único Puro (Renda Aleatória Constante Diferida Vitalícia Postecipada)
• Fórmula resumida:
∞
• Fórmula analítica:
Iax =
m
vm+1. px + vm+2.
m+1 m+2
px + vm+3. px + vm+4.
m+3
px + ...
m+4
A comutação para a Renda Aleatória Constante Diferida Vitalícia Antecipada é dada pela
equação:
m Iax = (Nx+1+m – Nw ) /Dx
Renda 1 1 1
Sendo que:
w − x +m
=Nx ∑ Dx + t Nx +1+m – Nw
=
t=0
Dx = lx.(1+i)-x
Calculando:
m Iax = 10.000 . (N61 – N115 )
D30
m Iax = 27.211,76
m
Iäx:n = Prêmio Único Puro (Renda Aleatória Constante Diferida Temporária Antecipada)
104 © Atuária
• Fórmula resumida:
n−1
• Fórmula analítica:
m
Iäx:n = vm+0. px + vm+1.
m+0 m+1
px + vm+2. m+2
px + vm+3. m+3
px + ....+ vm+n-1. px
m+n-1
A comutação para a Renda Aleatória Constante Diferida Vitalícia Antecipada é dada pela
equação:
m Iäx:n= (Nx+m– Nx+m+n ) / Dx
Renda 1 1 1 1
...
Tempo 1 2 3 m m+1 m+2 m+n-1
Sendo que:
x + m +n
=Nx ∑ Dx + t
= Nx +m – Nx +m+n
t=0
lx. (1 + i)
−x
=
Dx
Calculando:
m Iäx:n = 10.000 . (N60 – N75 )
D30
m Iäx:n = R$21.882, 00
m
Iax:n = Prêmio Único Puro (Renda Aleatória Constante Diferida Temporária Postecipada).
• Fórmula resumida:
n
• Fórmula analítica:
m
Iax:n = vm+1. m+1
px + vm+2. m+2
px + vm+3. m+3
px + vm+4. m+4
px + ... + vm+n. m+n
px
A comutação para a Renda Aleatória Constante Diferida Vitalícia Antecipada é dada pela
equação:
m Iax:n= (Nx+1+m– Nx+1+m+n ) / Dx
...
Tempo 1 2 3 m m+1 m+2 m+3 m+n
Por mais uma vez, para você ter uma explicação melhor, citamos o exemplo que temos
utilizado: suponhamos que um homem de 30 anos compre uma renda anual de R$10.000,00,
com recebimento no fim de cada ano, porém pretendendo recebê-la só a partir dos 60 anos, até
completar 75 anos de idade. Vamos calcular o valor do Prêmio Único Puro que o homem terá de
pagar para obter essa renda utilizando a Tabela de Mortalidade AT-2000 (masculina) e juros de
i = 5% ao ano.
Sendo que:
x +m+n+1
=Nx ∑ Dx + t
= Nx +1+m – Nx +1+m+n
t=0
lx. (1 + i)
−x
=
Dx
106 © Atuária
Calculando:
m Iäx:n = 10.000 . (N61 – N75 )
D30
m Iäx:n = R$19.739,27
Como dito no início da unidade, as rendas podem ser pagas à vista, com o pagamento de
um prêmio único (o que acabamos de estudar), ou a prazo, com o pagamento de prêmios par-
celados (assunto a ser falado a seguir).
(
t P m Iäx )= Nx +m / (Nx – Nx + t )
m Iäx:n = (
tP m Iäx:n ) . äx:t
ou
(
t P m Iäx:n )= mIäx:n / äx :t
(
t P m Iäx:n )= ( Nx +m – Nx +m+n ) / (Nx – Nx + t )
m
Iäx:n = tP (mIäx:n) . äx:t
ou
(
t P m Iax )= mIax / äx:t
(
t P m Iax )= Nx +1+m / (Nx – Nx + t )
m Iax:n = (
tP m Iax:n ) . äx:t
ou
(
t P m Iax:n )= mIax:n / äx:t
(
t P m Iax:n ) = (Nx +1+m – Nx +1+m+n ) / (Nx – Nx + t )
108 © Atuária
1º termo e
Progressão razão iguais Crescente
Seguros Aritmética
Pagáveis
por Morte 1º termo Crescente
diferente da
Segundo lei razão
matemática Decrescente
Crescente
A Capital Progressão
Variável Geométrica
Decrescente
Irregularmente
Figura 2 Quadro sinótico dos seguros pagáveis por morte.
Fonte: VILANOVA (1969, p. 56).
Segundo Vilanova (1969), há duas hipóteses em que se baseia o estudo dos seguros pagá-
veis por falecimento:
• a que supõe que o capital devido pela ocorrência do sinistro seja pago no fim do ano,
conhecida pela expressão reduzida "sinistro no fim do ano";
• a que supõe que o capital devido pela ocorrência do sinistro seja pago no meio do ano,
conhecida pela expressão reduzida "sinistro no meio do ano".
Neste tópico, iremos abordar a primeira hipótese, visto que, segundo Vilanova (1969), é a
mais seguida no Brasil.
Para efeito de conhecimento, os conceitos dos seguros constantes pagáveis por morte
estão resumidos a seguir.
=
Ax v . äx –=
ax v . äx – ( äx=
− 1) 1 – (1 − v ) . äx
A x = 1 – d . äX
Sendo d = (1-v)
A=
x 1 – { 1 − 1 / (1 + i)} . N x / DX
A1x:n = ∑ t
Iqx.v t +1
t=0
A1x:n = {( )
1 / (1 + i) . Nx – Nx +n / Dx } – { Nx +1 − Nx +1+n / Dx }
=
A x:n A1x:n + A x:n1
Assim, também temos: Ax:n1 = nEx = vn . npx = Prêmio Único Puro ou o valor atual da unidade
de capital pagável a uma pessoa com idade x, se sobreviver à idade (x+n).
Conhecido como “seguro por sobrevivência” (Valor Único), observa-se que não é um so-
matório de parcelas. Também é denominado “fator de desconto atuarial”, isso por ser compos-
to, apenas, pelo fator de atualização financeira vn, capitalizado com a probabilidade de uma
pessoa x sobreviver à idade x+n.
=A x:n 1 – äx:n . (1 − v )
A x:n = 1 – d . äx:n
A x:n=
( ( )
1 – 1 − 1 / (1 + i) . (Nx – Nx +n ) / Dx ]
Com diferimento
Seguro de vida inteira
O seguro de vida inteira é pagável no fim do ano de falecimento, por toda a vida, desde
que tenha se passado um período de diferimento, que é estabelecido no ato da assinatura do
contrato pelo segurado.
O cálculo do seguro de vida inteira com diferimento é dado por mIAx, que é o valor atual da
unidade de capital pagável no fim do ano em que venha a falecer a pessoa segurada de idade x,
em qualquer época de seu falecimento, desde que tenham decorridos m anos.
A expressão a seguir mostra-nos como é feito o cálculo do seguro de vida inteira com di-
ferimento.
w−x
m IA x = ∑ Iqx.vm+1+ t
t +m
t =0
=
m IA x m Ex . Ax + m
m InA x = ∑ t +mIqx.v
m+ t +1
t=0
9. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, estudamos os cálculos dos diversos tipos de seguros (e, também, dos de
previdência), sendo os provenientes de rendas aleatórias (seguros de vida), nos quais a causa
do pagamento é a sobrevivência, como também aqueles pagáveis por morte, sendo a causa o
sinistro de falecimento do indivíduo.
Esta unidade representou um dos mais importantes assuntos da Matemática Atuarial, já
que foi aqui tratado o cálculo, propriamente dito, dos prêmios a serem pagos na contratação de
seguros e de previdência social.
Na unidade seguinte, vamos estudar a Reserva Matemática, outro assunto de vital impor-
tância na área de Ciências Atuariais.
Vamos lá?
Saiba que a autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu
desempenho. Assim, se encontrar dificuldades em respondê-las, procure revisar os conteúdos
estudados para saná-las.
1) Uma mulher com 57 anos de idade acumulou, ao longo da vida, R$3.000.000,00, e
ela deseja utilizar essa soma para pagar à vista uma renda, com a característica de
recebê-la de forma antecipada e por toda a vida. Com base nessas informações, cal-
cule o valor anual da renda que ela receberá. Utilize a Tábua de Mortalidade AT-2000
(feminina), com a taxa de juros de 6% ao ano.
2) Um homem de 30 anos de idade compra uma renda anual de R$60.000,00, com rece-
bimento no final de cada ano, enquanto estiver vivo. Calcule o valor do prêmio único
que ele deverá pagar à seguradora para obter esse produto e utilize a Tábua AT-2000
(masculina), tendo, como base, a taxa de juros de 5% ao ano.
3) Uma mulher com 48 anos de idade acumulou, ao longo da vida, R$2.000.000,00, e
ela deseja utilizar essa soma para pagar à vista uma renda, com a característica de
recebê-la de forma antecipada e pelo período de cinco anos. Calcule o valor anual da
renda que ela receberá utilizando a Tábua AT-2000 (feminina), com uma taxa de juros
de 5% ao ano.
1. OBJETIVOS
• Conhecer as Reservas (ou Provisões) Técnicas existentes, conceituando-as e calculan-
do-as.
• Compreender o conceito de Reserva Matemática.
• Demonstrar a relação da Reserva Matemática com a Contabilidade.
• Introduzir os métodos de cálculo da Reserva Matemática e desenvolver, de forma in-
trodutória, os cálculos dos Métodos Prospectivo e Retrospectivo para constituição da
Reserva Matemática.
2. CONTEÚDOS
• Reservas (ou Provisões) Técnicas.
• Reservas Matemáticas: conceito, legislação, tipologia, métodos de cálculo, resgate e
saldamento.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Vamos conhecer, nesta unidade, a Reserva Técnica, também chamada de Provisão Técnica,
que tem como finalidade garantir o valor contratado pelos segurados junto à empresa segura-
dora.
Oliveira (2008, p. 71) define o termo “reserva” como:
Reserva em Ciências Atuariais é, além do Capital Social e da soma de dívidas determinadas, tudo que
figura no passivo de uma sociedade. Assim, reserva poderá destinar-se: a) à depreciação de certos
elementos do ativo; b) aos futuros pagamentos, cujos montantes são ignorados, mas cuja realização é
certa; e c) à cobertura de perdas futuras ou de estabilidade da sociedade seguradora.
Assim, as Reservas Técnicas são peças fundamentais para uma empresa seguradora, em
qualquer aspecto – legal, econômico ou técnico.
Veremos, ainda, que, em relação ao aspecto legal, existe, em todos os países, uma legisla-
ção específica que exige a constituição de acordo com uma taxa estabelecida; assim, as reservas
não podem ser inferiores a essa taxa.
Vamos analisar que, no aspecto econômico, as reservas acabam representando mais de
60% dos valores dos ativos das empresas seguradoras, constituindo, assim, crédito dos segura-
dos em relação a essas empresas. O aspecto técnico está intimamente relacionado ao econômi-
co, já que o cálculo a ser praticado para a constituição das reservas, de forma alguma, pode ser
negligenciado.
Estudaremos, ainda, que a reserva se torna a garantia essencial para que as transações e
os compromissos da empresa seguradora sejam cumpridos, junto aos segurados, no que tange
à responsabilidade pelos sinistros ocorridos.
De acordo com Oliveira (2008, p. 71), "[...] as reservas técnicas das sociedades segura-
doras são constituídas de acordo com os prêmios técnicos-atuariais - com parte dos prêmios
recebidos"
Assim, as Reservas Técnicas, que são a garantia das transações das empresas de seguros,
devem ser constituídas de modo a obedecer a critérios de rentabilidade, segurança e liquidez,
para que a constituição venha consolidar os ativos das empresas seguradoras.
Vamos lá?
Término de
Vigência
Início de
Vigência
Base
Data
O seguro iniciou sua vigência em 1º de janeiro de 2005 e tem o seu término de vigência
em 31 de dezembro de 2005. Na data base 30 de abril de 2005, já decorreram quatro meses
de vigência e há, ainda, oito meses a decorrer. Nesse caso, a parte do prêmio retido referente
aos primeiros quatro meses a seguradora assume como Prêmio Ganho; o restante do prêmio
retido, que é para garantir o risco a decorrer, a seguradora assume como Provisão de Prêmios
Não Ganhos.
O método utilizado para o cálculo da PPNG é o pro rata die, conforme demonstrado pela
seguinte fórmula:
=
Período Total de Cobertura do Risco Término de vigência – Início de vigência + 1
Exemplo de cálculo:
Considerando as datas do exemplo anterior e um Prêmio Comercial Retido de R$1.500,00,
vamos determinar o valor da PPNG.
31 / 12 / 2005 – 30 / 04 / 2005
PPNG = X R$1.500, 00
31 / 12 / 2005 – 01 / 01 / 2005 + 1
245 dias
PPNG = X R$1.500, 00
365 dias
PPNG = R$1.006, 85
Observações:
• No caso de a seguradora receber o prêmio de forma parcelada, ela terá de calcular a
PPNG sobre o valor total do Prêmio Comercial Retido.
116 © Atuária
120,000.00
100,000.00
80,000.00
60,000.00
40,000.00
20,000.00
-
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
PPNG SINISTROS
No segundo cenário, a seguradora precisará constituir PIP, pois o saldo da PPNG foi inferior
aos sinistros ocorridos.
120,000.00
100,000.00
80,000.00
60,000.00
40,000.00
20,000.00
-
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
PPNG SINISTROS
Para o cálculo da PIP, deve-se utilizar o método descritivo, além de a empresa seguradora
ter a obrigação de publicar nota técnica explicativa do cálculo. É importante ressaltar que, caso
a empresa não tenha dados suficientes para efetuar o cálculo, deve-se utilizar um critério esta-
belecido pela SUSEP.
Uma das maneiras de a seguradora calcular a PIP é avaliando a frequência de sinistros da
carteira e verificando se o saldo da PPNG atual será suficiente para pagar todos os sinistros das
apólices vigentes na data base.
Desse modo, a frequência dos sinistros deve ser calculada fazendo-se um corte num de-
terminado período para se calcular a relação entre a quantidade de sinistros ocorridos nesse
período e a quantidade de apólices expostas nesse mesmo período (o período de análise deve
ser de, pelo menos, 12 meses).
N
Sin = ∑ Si
i=1
Em que:
• Sin = quantidade total de sinistros.
• Si = sinistro referente à observação de ordem "i”.
• N = quantidade total de eventos observados.
Determinaremos a frequência da seguinte forma:
Sin
Freq =
N
Em que:
• Freq = frequência de sinistros.
• N = massa de expostos da carteira no período analisado. Fracionando.
Freq
Freq(12) =
12
Em que:
Dvf − D
fdp i =
Dvf − Dvi + 1
Em que:
• CSi = valor da indenização contratado e atualizado para a observação de ordem "i"
• D = data base para cálculo da provisão.
• Dvf = data de final de vigência da cobertura.
• Dvi = data de início de vigência da cobertura.
118 © Atuária
Pagamento
Ocorrência
Data de
Data de
Data de
Aviso
Pagamento
Ocorrência
PSL
IBNR Data de
Data de
Data de
Aviso
A seguradora deverá provisionar uma estimativa dos sinistros ocorridos, mas não avisa-
dos. A metodologia de cálculo da INBR deve ser divulgada em nota técnica atuarial pela empresa
seguradora.
Dessa forma, as sociedades seguradoras que não possuam histórico de informações com
dados estatísticos consistentes para a aplicação de método próprio devem calcular o valor da
provisão segundo critério definido pela SUSEP (Circular SUSEP 283/05). De acordo com a Circu-
lar, o valor a ser contabilizado é o que resultar maior entre:
• A multiplicação do percentual definido na Circular e o somatório dos prêmios do perío-
do de 12 meses, considerando o mês de constituição e os 11 meses anteriores.
As seguradoras que calculam por meio de metodologia própria costumam utilizar o méto-
do da triangulação de Run-off, usando um período de análise de 36 meses. Para evitar oscilações
no cálculo do IBNR ocasionadas pelo aumento ou pela diminuição da sinistralidade de um deter-
minado mês, algumas seguradoras agrupam as informações em trimestres.
Para a triangulação, quando a seguradora não possui experiência suficiente em todos os
ramos, ela pode agrupar ramos com características parecidas para obter um cálculo mais preci-
so.
Run-off Trimestral
A regra do triângulo define uma tabela-padrão de dados dos sinistros na qual, para um
determinado período trimestral de ocorrência dos sinistros, suas notificações são mostradas na
mesma linha, dentro das colunas relativas aos períodos trimestrais em que foram cadastrados,
conforme a tabela a seguir:
120 © Atuária
↓ ↓ ↓ - -
Período n Sn,0 - - -
Em que:
• Si,j é o montante de sinistros pagos ou pendentes, que ocorreram no i-ésimo período
trimestral e foram cadastrados no j-ésimo trimestre de desenvolvimento.
No entanto, as datas utilizadas nos valores das despesas com regulação dos sinistros, nos
valores dos salvados, recuperações e ressarcimentos, foram as datas de ocorrência dos respec-
tivos sinistros e as datas dos expedientes desses pagamentos e recebimentos cadastradas no
sistema.
Após o desenvolvimento do triângulo de dados, obtemos os montantes acumulados dos
sinistros, conforme tabela a seguir:
Em que:
• Mi,j corresponde ao montante dos sinistros ocorridos no i-ésimo trimestre e notifica-
dos (cadastrados) até o j-ésimo período trimestral de desenvolvimento.
Obtemos, então, a seguinte notação do cálculo de seu valor:
Mi,j = r∑
=0
Si,r
Com os valores encontrados anteriormente, obtemos os fatores de desenvolvimento e
suas médias, devendo ser consideradas as tendências de comportamento desses fatores.
Em que:
• Fi,j é o fator de desenvolvimento do i-ésimo período trimestral de ocorrência e do j-
ésimo período de notificação, sendo seu valor obtido da seguinte forma:
Mi,j+1
Fi,j =
Mi,j
Com a tabela de fatores de desenvolvimento, selecionamos os valores por período de de-
senvolvimento (Fs,j), observando as tendências de comportamento desses fatores ou utilizando
os valores de suas médias simples ou ponderada pelos montantes de sinistros.
Com esses fatores selecionados, encontramos os fatores acumulados do desenvolvimento
dos sinistros:
F a,j = F s,j.F a,j+1
Dessa forma, o fator de cauda, ou seja, o fator do último período trimestral de desenvolvi-
mento (Fs,n), será estimado observando-se o comportamento dos fatores de desenvolvimento.
Finalmente, para obtermos o valor da Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados,
aplicamos os fatores na tabela de valores a seguir:
O valor da Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados será a diferença entre o valor
total dos sinistros incorridos estimados e o valor total dos observados (ocorridos, notificados,
pagos ou pendentes).
122 © Atuária
Reserva Matemática é o valor calculado no processo atuarial que tenta equilibrar as obri-
gações da empresa seguradora e do segurado nos contratos firmados entre as partes.
[...] a reserva matemática também é denominada reserva para riscos futuros ou, ainda, para riscos
em curso, tanto sob o ponto de vista legal, como sob o ponto de vista econômico e técnico, constitui
elemento fundamental para a empresa seguradora. Ela compreende um dos diversos tipos de reserva
técnica que o segurador deve constituir (VILANOVA, 1969, p. 110).
Em relação ao aspecto legal, existe, no Brasil, uma legislação própria que obriga sua cons-
tituição em bases não inferiores à base estabelecida para que o interesse dos segurados seja
preservado. Uma das legislações brasileiras que obriga as empresas de seguros a constituírem
Reserva Matemática é o Decreto-Lei nº 2.063, de 7 de março de 1940, em seus Artigos 93 a 95,
esboçados a seguir:
Art. 93 As sociedades de seguros de vida são obrigadas a constituir, em garantia de suas operações, as
seguintes reservas:
I – Reservas técnicas:
a) reserva matemática;
b) reserva de seguros vencidos;
c) reserva de sinistros a liquidar;
d) reserva de contingência.
II – Reserva para oscilação de títulos.
Parágrafo único. As sociedades constituirão as reservas matemáticas das responsabilidades que tenham
retidas.
Art. 94 As reservas matemáticas compreenderão todos os compromissos relativos aos contratos de
seguros em caso de vida, de morte, mixtos, e outros, bem como às clausulas adicionais de dispensa de
prêmios e pagamentos de rendas em caso de invalidez, e aumento de capital segurado das apólices com
participação em lucros.
Art. 95 As reservas de que trata o artigo anterior não poderão ser inferiores as que corresponderem as
bases técnicas em que forem calculados os prêmios, observado sempre o limite mínimo estabelecido
pelo parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. Enquanto não forem organizadas as tabelas a que se refere o art. 191, as reservas ma-
temáticas pão poderão ser inferiores às calculadas pela tábua American Experience, à taxa de juros de
5% (cinco por cento) ao ano, em relação aos seguros de vida, e pela tábua R.F., á mesma taxa, quanto
a rendas.
Como forma de exemplo, vamos entender o cálculo das Reservas Matemáticas de apo-
sentadoria. Para os aposentados que já recebem o benefício, o cálculo da Reserva Matemática
abrange a somatória de todas as aposentadorias vigentes. Já para os propensos a se aposentar,
o cálculo da Reserva Matemática compreende o valor presente dos benefícios que serão inicia-
dos, somados aos valores das contribuições que ainda serão recebidas. Se somarmos as aposen-
tadorias já concedidas com as aposentadorias a serem concedidas, teremos o valor da Reserva
Matemática total de uma entidade previdenciária, que compreende a quota mínima que essa
entidade deve possuir para cobrir todos os benefícios a serem concedidos.
Ainda verificando Vilanova (1969, p. 113), a Reserva Matemática pode ser definida como:
O excedente entre a receita do segurador (prêmio nivelado pago pelo segurado) e a despesa (prevista)
com a capitalização e com os sinistros constitui adiantamento do segurado para, acrescido de seus ju-
ros compostos e tendo em vista a mortalidade prevista, compensar a deficiência entre as receitas e as
despesas futuras do segurador. Esses excedentes anuais acrescidos na forma descrita e acumulados até
determinado ano formam a Reserva Matemática.
Método Prospectivo
O Método Prospectivo analisa o futuro, ou seja, para calcular a Reserva Matemática, faz-se
uma projeção, na qual o valor da reserva é a diferença entre o valor atual das obrigações futuras
da seguradora e o valor atual das obrigações futuras do segurado.
Oliveira (2008, p. 73), em outras palavras, diz que, por esse método, "[...] a Reserva Ma-
temática, de um seguro individual numa época qualquer, é a diferença entre o valor atual dos
compromissos parciais do segurador e o valor atual dos compromissos parciais do segurado, na
referida época, para o período até expiração do contrato do seguro e questão".
Reserva Matemática = A soma dos valores presentes das despesas futuras do segurador
Ou
Reserva Matemática = Valor atual das obrigações futuras da seguradora – Valor atual das
obrigações futuras do segurado
Para entender como calcular a Reserva Matemática pelo Método Prospectivo, vamos, a
seguir, utilizar as informações de uma empresa de seguros fictícia.
Suponha que, em janeiro de 2008, você, como contador, se deparasse com as informações
esboçadas no Quadro 1, tendo de elaborar o Balanço Patrimonial. Qual seria o valor da Reserva
Matemática a ser estabelecido, adotando o Método Prospectivo para o cálculo?
Resolvendo:
• Reserva Matemática (Método Prospectivo) = Valor atual das obrigações futuras da se-
guradora - Valor atual das obrigações futuras do segurado.
• Reserva Matemática (Método Prospectivo) = 6.600.00 - (3.300.000 + 1.650.000 +
825.000).
• Reserva Matemática (Método Prospectivo) = 6.600.000 - 5.775.000.
• Reserva Matemática (Método Prospectivo) = 825.000.
Método Retrospectivo
Diferentemente do Método Prospectivo, o Método Retrospectivo analisa o passado. O
cálculo baseia-se no que já aconteceu; portanto, o valor da reserva é calculado por meio da di-
ferença entre o montante atuarial das obrigações passadas do segurado e o montante atuarial
das obrigações passadas da seguradora.
Para entender como calcular a Reserva Matemática pelo Método Retrospectivo, a seguir,
vamos, novamente, utilizar as informações de uma empresa de seguros fictícia.
Suponha que, em janeiro de 2008, você, como contador, se deparasse com as mesmas
informações mostradas anteriormente, tendo de elaborar o Balanço Patrimonial. Qual seria o
valor da Reserva Matemática a ser estabelecido, porém, agora, adotando o Método Retrospec-
tivo para o cálculo?
Resolvendo:
• Reserva Matemática (Método Retrospectivo) = Montante atuarial das obrigações pas-
sadas do segurado - Montante atuarial das obrigações passadas da seguradora.
• Reserva Matemática (Método Retrospectivo) = 6.000.00 - (3.000.000 + 1.500.000 +
750.000).
• Reserva Matemática (Método Retrospectivo) = 6.000.00 - 5.250.000.
• Reserva Matemática (Método Retrospectivo) = 750.000.
Método de Zilmer
O Método de Zilmer, por meio da constituição da reserva, tem como finalidade financiar a
colocação ou a produção do seguro. Isso para os primeiros anos de vigência do plano.
Nem todo plano de seguro permite o resgate. Isso acontece porque o resgate consiste
na restituição ao segurado do montante acumulado na provisão constituída, e sua realização
depende do regime financeiro adotado no plano de seguro. No Regime Financeiro de Capitali-
zação, somente os seguros de vida com cobertura por sobrevivência são obrigados a oferecer
resgates. Contudo, no plano de pecúlio estruturado, no Regime Financeiro de Repartição Sim-
ples, se ocorrer a morte do participante durante o período de cobertura, após a carência de 12
meses, o plano não permitirá a concessão de resgate, saldamento ou devolução de quaisquer
contribuições pagas, uma vez que elas foram destinadas a custear o pagamento de benefícios
no período.
Caso o segurado queira resgatar os valores em decorrência de cobertura por sobrevivência,
há, nesse caso, a tributação do Imposto de Renda. Desde 1º de janeiro de 2002, os rendimentos
auferidos no resgate de valores acumulados em Provisões Técnicas referentes a coberturas por
sobrevivência de seguros de vida serão tributados de acordo com as alíquotas previstas na tabe-
la progressiva mensal e incluídos na declaração de ajuste do beneficiário. A base de cálculo do
imposto será a diferença positiva entre o valor resgatado e o somatório dos respectivos prêmios
pagos.
A Superintendência de Seguros Privados - SUSEP – tornou pública a Resolução nº 117, de
17 de dezembro de 2004, do Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP –, em seu Artigo 5º,
que definiu os conceitos transcritos a seguir:
Inciso XXXV, referente ao resgate: instituto que permite ao segurado, antes da ocorrência do sinistro, o
resgate de recursos da Provisão Matemática de Benefícios a Conceder.
Inciso XXXVII referente ao saldamento: direito à manutenção da cobertura com redução proporcional do
capital segurado contratado na eventualidade da interrupção definitiva do pagamento dos prêmios.
11. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, apresentamos o conceito não apenas de Reserva Matemática, como tam-
bém de Reservas (ou Provisões) Técnicas, demonstrando a importância de ambas para a Conta-
bilidade. Além disso, apresentamos como os cálculos dessas reservas, as quais farão parte das
demonstrações contábeis, podem ser feitos.
É com essas informações que chegamos ao fim de mais uma unidade. Na Unidade 6, com-
preenderemos os procedimentos de auditoria aplicada à atuária.
Vamos lá?
12. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
BRASIL. Decreto da Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. 1940. Decreto-Lei nº 2.063, de 1940. Regulamenta sob novos
moldes as operações de seguros privados e sua fiscalização. Brasília-DF, 7 mar. 1940. Disponível em: <https://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del2063.htm#art193>. Acesso em: 5 ago. 2010.
______. Resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). SUSEP 2004. Resolução CNSP nº 120, de 2004. Aprova as
normas para constituição das provisões técnicas das sociedades seguradoras, entidades abertas de previdência complementar
e sociedades de capitalização. Rio de Janeiro-RJ, 24 dez. 2004. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/textos/resol120.pdf>.
Acesso em: 10 set. 2010.
1. OBJETIVOS
• Conhecer a evolução histórica da auditoria em companhias seguradoras e de previdên-
cia e as normas e procedimentos legais de auditoria atuarial.
• Identificar e compreender a auditoria de seguros, seus procedimentos, suas especifici-
dades e riscos.
• Desenvolver o planejamento da auditoria de seguros a fim de definir o parecer atuarial
e os pareceres técnicos de auditores independentes.
2. CONTEÚDOS
• Auditoria em companhias seguradoras e de previdência no Brasil.
• Planejamento da auditoria de seguros.
• Procedimentos de auditoria e Nota Técnica Atuarial.
• Tipos e riscos de auditoria.
• Relatório de Avaliação e Parecer atuarial.
• Relatórios do Auditor Independente (modelos).
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, estudaremos a auditoria atuarial, inicialmente, pela abordagem histórica
da auditoria de seguros e, posteriormente, pela abordagem conceitual de auditoria atuarial em
empresas seguradoras e de previdência.
Nesse contexto, é importante que você conheça os diversos tipos de pareceres elaborados
pelos auditores independentes de companhias de seguros e previdência, inclusive os pareceres
atuariais, extraídos de exemplos reais publicados em jornais ou disponíveis nos sites dessas
empresas.
Veremos, também, que a auditoria atuarial destina-se, como o próprio nome diz, ao pla-
nejamento realizado pelo atuário, bem como aos procedimentos a serem utilizados por ele e
aos riscos específicos em uma auditoria.
Dessa forma,
[...] com o advento da Revolução Industrial, e o surgimento de grandes empresas, novas técnicas contá-
beis e de auditoria foram requeridas. Em 1845, o Railway Companies Consolidation Act, na Inglaterra,
passou a exigir o exame anual das demonstrações contábeis, por auditores (SOUZA, 2002, p. 168).
6. AUDITORIA ATUARIAL
No Brasil, não existem, ainda, normas de auditoria atuarial desenvolvidas. Atualmente,
sua prática concentra-se nas entidades de previdência privada.
O atuário emite sua opinião quanto às premissas utilizadas na elaboração dos cálculos, das
provisões técnicas e das reservas matemáticas dos seguros. A auditoria atuarial é responsável
pela emissão de um parecer próprio, tendo por base a opinião técnica do profissional atuário.
Para Souza (2002, p. 169), a auditoria atuarial está dividida em quatro etapas básicas:
1ª etapa – Avaliação das hipóteses atuariais, isto é, a verificação do equilíbrio do plano (do seguro)
e da entidade (seguradora) com a manutenção das hipóteses atuariais, que podem ser econômicas
(abrangem taxas de juros, crescimento salarial e reajuste de benefícios) ou biométricas (incluem so-
brevivência / mortalidade, entrada em invalidez, mortalidade de inválidos, rotatividade e novas entra-
das). (g.n.)
2ª etapa – Auditoria sobre a utilização dos ativos: nesta etapa ocorre a análise da qualidade dos ativos.
3ª etapa – Avaliação dos métodos atuariais: é a verificação da adequação da metodologia utilizada para
cálculo do custeio do plano e da constituição da reserva.
4ª etapa – Auditoria das reservas, isto é, a verificação da adequação da apropriação das reservas cons-
tituídas.
• Os administradores da empresa: uma vez que a auditoria fiscaliza a eficiência dos con-
troles internos, reduzindo as falhas, negligências, incapacidades e desonestidade de
empregados e diretores. Assegura, também, a correção dos registros contábeis e con-
trole dos bens, além de dificultar os desvios patrimoniais e os pagamentos indevidos,
contribuindo para a obtenção de informações reais sobre a companhia.
• Os investidores: por que contribui para a maior exatidão dos relatórios e dos resultados
obtidos no período e, ainda, possibilita informações sobre a real situação da empresa
da qual possuem ações.
• Os órgãos fiscalizadores: pois permite maior exatidão dos relatórios e dos resultados
apurados e contribui para maior observância das leis fiscais e sociais.
7. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA
A partir da contratação do serviço, o auditor deverá obter da empresa a ser auditada a Car-
ta de Responsabilidade da Administração confirmando as informações, os dados fornecidos ao
auditor e a apresentação e divulgação das demonstrações contábeis submetidas à auditoria.
O auditor independente deverá manter fiel observância ao Código de Ética e às normas
profissionais criadas pelo CFC (2003, p. 76 e 78), em especial a NBC P1, aos itens a seguir:
• 1.1.3: Antes de aceitar o trabalho, o auditor deverá obter conhecimento preliminar da atividade da
empresa a ser auditada, mediante avaliação junto à administração, da estrutura organizacional, da
complexidade das operações, e do grau de exigência requerido [...]
• 1.4.1: O auditor deve estabelecer e documentar seus honorários mediante avaliação dos serviços,
considerando [...]: a) a relevância, o vulto, a complexidade do serviço e o custo do serviço a executar,
b) o número de horas estimadas para a realização dos serviços; c) a peculiaridade de tratar-se de
cliente eventual, habitual ou permanente; d) a qualificação técnica dos profissionais que irão par-
ticipar da execução dos serviços; e) o lugar em que os serviços serão prestados, fixando [...], como
serão cobrados os custos de viagens e estadas.
• 1.4.2: Os honorários deverão constar de carta-proposta ou documento equivalente, elaborados an-
tes do início da execução do trabalho, que também contenha: a) a descrição dos serviços a serem
realizados, inclusive referências às leis e regulamentos aplicáveis ao caso; b) que o trabalho será efe-
tuado segundo as Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis e as presentes
normas; c) o prazo estimado para realização dos serviços; d) os relatórios a serem emitidos; e) as
condições de pagamento dos honorários.
bém permitem alcançar razoável segurança quanto à existência, efetividade e continuidade dos
controles internos utilizados pela auditada e, se estão sendo cumpridos e se estão em funcio-
namento.
Já os testes substantivos visam obter evidências quanto à suficiência, exatidão e validade
dos dados produzidos pelo sistema contábil. Ao aplicá-los, o auditor poderá concluir sobre:
• A existência: identifica se o componente patrimonial existe em certa data.
• Os direitos e obrigações: comprova efetivamente a existência dos direitos e obrigações
em certa data.
• A ocorrência: verifica se a transação de fato ocorreu.
• A abrangência: identifica se todas as transações estão registradas.
• A mensuração, apresentação e divulgação: comprova se os itens estão avaliados, di-
vulgados, classificados e descritos segundo os Princípios e as Normas Brasileiras de
contabilidade.
Na combinação dos testes de observância e dos testes substantivos empregados pelo au-
ditor, o equilíbrio será atingido mediante os seguintes aspectos:
• Se os controles internos forem fracos, favorecerão os testes substantivos mais extensos
e aumentarão o tamanho da amostragem de todos os testes.
• Se os controles internos forem fortes, favorecerão os testes de aderência e os testes
substantivos analíticos como a conciliação, a análise de contas, o fluxo das transações
e a carta de circularização.
Na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor facilitará sua conclusão fi-
nal se utilizar os procedimentos de inspecionar, observar, investigar, confirmar, calcular e revisar
os dados e documentos. Vejamos, a seguir, os conceitos de cada uma das técnicas:
• Inspeção: é a comprovação física e a contagem, verificando in loco o exame de registros
contábeis, os documentos e a existência real de ativos tangíveis (ativo material ou cor-
póreo) dentro ou fora da empresa auditada pelo seu rastreamento na escrituração.
• Observação: consiste em acompanhar os procedimentos quanto forem executados,
como, por exemplo, observar e acompanhar o inventário; identificar a existência de
mercadorias estragadas ou obsoletas; observar o manuseio do dinheiro (evitando rou-
bos); identificar a ineficiência do controle.
• Investigação: consiste na formulação de perguntas, para a obtenção de informações
adquiridas das pessoas ou das entidades envolvidas nas transações, dentro ou fora da
entidade.
• Confirmação: obtenção formal das informações provindas de fontes externas, median-
te a circularização, para oferecer ao auditor maior grau de confiança dos valores do que
a verificação efetuada na própria companhia auditada.
• Cálculos: compreendem a conferência da exatidão aritmética de documentos compro-
batórios das operações, assim como as efetividades dos registros e das demonstrações
contábeis.
• Revisão analítica: verificação do comportamento de valores significativos, mediante
índices, quocientes, quantidades absolutas, visando à identificação de situações atípi-
cas.
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (2003, p. 140), no item 2.6.5 da NBC T 11:
Na aplicação dos procedimentos de revisão analítica, o auditor deve considerar o objetivo dos procedi-
mentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis; a natureza da entidade e o conhecimento
adquirido nas auditorias anteriores; e a disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade
e comparabilidade.
O item 2.6.6 da citada norma do Conselho Federal de Contabilidade (2003, p. 140) assim
esclarece: "Se o auditor, durante a revisão analítica, não obtiver informações objetivas suficien-
tes para dirimir as questões suscitadas, deve efetuar verificações adicionais, aplicando novos
procedimentos de auditora, até alcançar conclusões satisfatórias".
Sempre que o valor envolvido for relevante para a posição patrimonial e financeira e ao
resultado das operações, o auditor deve confirmar os valores a receber e a pagar, acompanhar o
inventário físico executando testes de contagem física e os procedimentos complementares.
(3) todos
Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em
os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Empresa ABC, em 31 de dezembro
de 20X6 e de 20X5, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens
e aplicações de recursos (fluxo de caixa, não mais aplicações de recursos: Lei 11.638/2007) referentes
aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
Local e data
Assinatura (nome do Auditor-responsável técnico)
Contador – (número de registro no CRC):
(nome da empresa de auditoria):
(número de registro cadastral no CRC)
do que a expressão mais relevante do trabalho de auditoria reside nesse terceiro parágrafo, por
ser a opinião do auditor.
Os riscos de auditoria estão previstos na NBC T 11 - item 2.3.1, e, de acordo com o CFC,
são conceituados como, “[...] a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente
inadequada sobre demonstrações contábeis significativamente incorretas” (2003, p. 134).
Essas opiniões inadequadas, geralmente, ocorrem sempre que o auditor, por desconhe-
cimento, deixar de modificar apropriadamente sua opinião sobre as demonstrações contábeis
materialmente incorretas, pelo efeito de erros ou irregularidades existentes, não detectados por
seu exame, devendo ser avaliado o efeito das distorções sobre o saldo das contas.
A análise dos riscos de auditoria deve ser realizada na fase de planejamento dos traba-
lhos, considerando a relevância em dois níveis: em nível geral, que considera o conjunto das
demonstrações contábeis, bem como os negócios, a qualidade da administração, a avaliação do
sistema contábil e de controles internos e a situação econômica e financeira da entidade; e, em
níveis específicos, relativos ao saldo das contas ou à natureza dessas contas e ao volume das
transações.
Quando o auditor define a extensão de seu teste e o objetivo que quer atingir, determina
qual o risco envolvido em seu trabalho, que pode ser medido em termos de relevância ou de
relatividade. Por risco de relevância, entende-se o item mais relevante de um fato, enquanto a
relatividade é o item de maior ou menor risco que se pode incorrer devido à deficiência ou à
imaterialidade em relação ao objetivo do exame.
A relevância e a relatividade são exemplificadas da seguinte forma: supondo o valor do
Ativo total da empresa de R$100.000,00, tendo R$10.000,00 de disponibilidades, R$60.000,00
de estoques e R$30.000,00 de imobilizado, então a relevância está nos estoques, que represen-
ta 60% do total, enquanto a relatividade está nas disponibilidades, com apenas 10% do total.
Para Souza (2002), a IFAC - Federação Internacional de Contadores, entidade não governa-
mental criada em 1977 e que publica normas internacionais de auditoria, classifica os riscos de
auditoria em inerentes, de controle e de detecção, a seguir resumidos:
• O risco inerente consiste na suscetibilidade de erro material no saldo de uma conta por
inexistência ou inadequação dos controles internos. Por exemplo, o numerário é mais
suscetível de roubo do que sucata (inerente à conta); o avanço tecnológico poderá tor-
nar um produto obsoleto (risco externo); a insuficiência de recursos para continuar as
atividades (inerente à empresa).
• O risco de controle representa o erro material no saldo de uma conta, que não será
evitado em tempo pelos controles internos; existe independentemente da auditoria. O
nível desse risco é uma função da efetividade dos controles internos para atingir seus
amplos objetivos.
• O risco de detecção ou não detecção é uma função da eficácia dos procedimentos
selecionados pelo auditor e da maneira pela qual eles são executados, podendo ser
modificados à sua vontade. Ele resulta das incertezas decorrentes do sistema de testes
quando não são examinadas todas as parcelas que compõem o saldo da conta, e em
parte devido a outras incertezas que persistiriam mesmo se o exame abrangesse a to-
talidade das transações.
Portanto, os exames devem ser planejados para limitar o risco de auditoria para que, no
seu julgamento profissional, o auditor seja o mínimo apropriado para expressar sua opinião sem
ressalva, sobre as demonstrações contábeis da empresa auditada.
142 © Atuária
Entretanto, se o auditor praticar qualquer ato lesivo aos direitos do cliente, ficará em situ-
ação irregular no exercício de sua profissão e, portanto, susceptível de denúncia e penalidades
que podem ir desde uma simples multa até uma cassação do Conselho Regional de Contabilida-
de – CRC e a suspensão dos direitos profissionais.
Após cuidadoso planejamento dos procedimentos, o auditor irá documentar, por meio
dos chamados papéis de trabalho, o que foi retratado em todos os elementos relevantes dos
exames realizados e que dão suporte aos relatórios de auditoria, terminando com a entrega do
parecer, que é o último ato de execução assumido pelo auditor, cujo produto final requereu zelo
e responsabilidade técnico-profissional. O parecer é dirigido aos acionistas, cotistas ou sócios,
ao conselho de administração ou à diretoria da entidade (contratante dos serviços de audito-
ria).
Os modelos de parecer de auditoria, a seguir, trazem variações a partir do Modelo 2:
144 © Atuária
Modelo 2 Parecer dos auditores independentes – parecer sem ressalva
Aos Acionistas e Administradores da
Aos Acionistas e Administradores da
COMPANHIA SEGURADORA ABC
São
COMPANHIA SEGURADORA ABC
Bernardo do Campo – SP
São Bernardo do Campo – SP
(1) Examinamos os balanços patrimoniais da COMPANHIA SEGURADORA ABC, levantados em 31 de
(1)
dezembroExaminamos
de 2006 os e debalanços
2005, e patrimoniais
as respectivasda COMPANHIA do
demonstrações SEGURADORA ABC,
resultado, das levantados
mutações em 31 de
do patrimônio
dezembro de 2006 e de 2005, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações
líquido e das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, do patrimônio
líquido e das
elaborados soborigens e aplicaçõesdedesua
a responsabilidade recursos correspondentes
administração. aos exercícios findos
Nossa responsabilidade é a de naquelas
expressardatas,
uma
elaborados sob a responsabilidade
opinião sobre essas demonstrações contábeis. de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma
opinião sobre essas demonstrações contábeis.
exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o
(2) Nossos
(2) Nossos exames foram conduzidos de aacordo com dosas normas
saldos, de auditoria
deetransações
compreenderam: (a) o
planejamento dos trabalhos, considerando relevância o volume e o sistema
contábil e de controles
planejamento dos trabalhos,
internosconsiderando
da entidade;a(b) relevância dos saldos,
a constatação, o volume
com base de transações
em testes, e o sistema
das evidências e dos
contábil
registros e de controles internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes,
que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; (c) a avaliação das práticas das evidências e dos
e
estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da entidade, bem como dae
registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; (c) a avaliação das práticas
estimativas
apresentação contábeis mais representativas
das demonstrações tomadas em adotadas
conjunto. pela administração da entidade, bem como da
apresentação das demonstrações tomadas em conjunto.
(3) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em
(3) Em
todos nossa opinião,
os aspectos as demonstrações
relevantes, contábeise financeira
a posição patrimonial acima referidas representam
da COMPANHIA adequadamente,
SEGURADORA em
ABC, em
todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da COMPANHIA
31 de dezembro de 2006 e de 2005, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio SEGURADORA ABC, em
líquido e as origens e aplicações de recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo
31 de dezembro de 2006 e de 2005, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio
com aspráticas
líquido e as origens e aplicações
contábeis adotadasde norecursos
Brasil. referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo
com aspráticas contábeis adotadas no Brasil.
São Bernardo do Campo, 10 de março de 2007
São Bernardo
do Campo, 10 de março de 2007
Assinatura (nome do Auditor-responsável técnico): ARLINDO DO CAMPO
Assinatura (nome do Auditor-responsável técnico): ARLINDO DO CAMPO
Contador – (número de registro): CRC nº 075618/0 SP.
Contador – (número de registro): CRC nº 075618/0 SP.
(nome da empresa de auditoria): CAMPO BELO Auditores I.ndependentes.
(nome da empresa de auditoria): CAMPO BELO Auditores I.ndependentes.
(número de registro cadastral): CRC nº 2 SP 022999/0-6
(número de registro cadastral):
CRC nº 2 SP 022999/0-6
(1) Examinamos...
(1) Examinamos... levantado em 31 de dezembro de 2006 e as respectivas ...(igual mod. 2)
levantado em 31 de dezembro de 2006 e as respectivas ...(igual mod. 2)
(2) Exceto pelo mencionado no § 3º, nosso exame foi ... (restante da redação igual mod. 2)
(2) Exceto pelo mencionado no § 3º, nosso exame foi ... (restante da redação igual mod. 2)
(3) Pelo fato de termos sido contratado pela SEGURADORA CONTINENTAL S/A após 31.12.2006, não
acompanhamos
(3) Pelo fato de termos sido contratado
os inventários físicos dospela SEGURADORA
estoques de 31 de CONTINENTAL
dezembro de 2006 S/A após 31.12.2006,
e de 2005, não
nem foi
possível firmar juízo sobre a existência dos estoques por meio de procedimentos alternativos defoi
acompanhamos os inventários físicos dos estoques de 31 de dezembro de 2006 e de 2005, nem
auditoria.
possível firmar juízo sobre a existência dos estoques por meio de procedimentos alternativos de
auditoria.
(4) Em nossa opinião, exceto pelos efeitos de possíveis ajustes que poderiam resultar da aplicação dos
(4)procedimentos
Em nossa opinião, exceto pelos
de auditoria efeitos
omitidos, de possíveis
mencionados
no ajustes que poderiam
parágrafo resultar da aplicação
3º, as demonstrações contábeisdos
referidas no parágrafo 1º representam adequadamente, a posição patrimonial e ..., de acordo contábeis
procedimentos de auditoria omitidos, mencionados no parágrafo 3º, as demonstrações com as
referidas
práticas no parágrafo
contábeis adotadas1º representam
no Brasil. adequadamente, a posição patrimonial e ..., de acordo com as
práticas contábeis adotadas no Brasil.
(5) Não examinamos, nem foram examinadas por outros auditores independentes, as demonstrações
(5)contábeis
Não examinamos, nem findo
do exercício foram examinadas por outros auditores
em 31.dezembro.2005, independentes,
cujos valores as demonstrações
são mostrados p/ fins
contábeis do
comparativos, exercício findo em
e conseqüentemente, não 31.dezembro.2005,
emitimos opinião sobre cujos
elas.valores são mostrados p/ fins
comparativos, e conseqüentemente, não emitimos opinião sobre elas.
Estamos chegando ao final da disciplina Atuária. Esperamos ter despertado nos alunos o
interesse por uma matéria nova, que possa proporcionar a amplitude de seus horizontes profis-
sionais.
Desejamos sucesso a todos, reconhecendo, no entanto, que ele não será obtido senão por
meio de pesquisas, interesse na aprendizagem e muito, muito, esforço próprio.