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A Pinacoteca de São Paulo exibe, pela primeira vez na América Latina, uma mostra
individual da pintora sueca Hilma af Klint (1862-1944). Seu trabalho vem sendo
reconhecido, no âmbito cultural, como pioneiro no campo da arte abstrata, porém
permaneceu em segredo durante grande parte do século XX.
Em 1907, ano em que Hilma af Klint trabalhava na série “Pinturas para o Templo” (que
consiste de 193 obras classificadas, realizadas entre 1906 e 1915), Picasso pinta “Les
Demoiselles d’Avignon”, Gustav Klimt, "O Beijo” e Frida Kahlo, “Mexico City”. Pouco
depois, surgem nomes como Kandinsky, Munch e Mondrian. Artistas que marcaram a
história da arte, exceto Hilma af Klint, que não participou dessa história, pois sua obra
abstrata é revelada somente vinte anos após sua morte, a seu pedido. Ainda assim, é
apenas em 1986 que poucas pessoas puderam apreciá-la pela primeira vez na
exposição “The Spiritual In Art: Abstract Painting 1890–1985” no LACMA (Los Angeles
County Museum of Art).
Seu trabalho explora o caminho para um plano mais elevado. Hilma af Klint sabia que
o público ainda não estaria pronto para receber sua obra, que ainda hoje não é
plenamente compreendida. Hilma propõe uma viagem de autoconhecimento que diz
respeito a todos nós. Aos poucos, a humanidade está se abrindo para ela, pois devido
aos impulsos da Era de Aquarius, as pessoas estão mais receptivas a novas ideias. No
entanto, as ideias registradas por Hilma não são novas, elas sempre existiram e
continuam existindo.
Hilma af Klint não era apenas uma artista e sim uma pessoa em busca do
desenvolvimento spiritual. No início ela foi apenas um instrumento de registro do
imaterial para o material, do invisível para o visível. Segundo Johan af Klint, sobrinho-
neto da artista, herdeiro de sua obra e presidente da Fundação Hilma af Klint, “sua
obra é uma representação física do mundo espiritual”.
Suas telas conseguem fazer reverberar tudo isso que percebemos com nossos olhos
para dentro de nós, é o reconhecimento! Esse é o caminho espiritual percorrido por
ela, que existe, que está aí e qualquer pessoa que o busque verdadeiramente poderá
encontrá-lo. É um presente para o presente, pois é agora que ele está sendo
mostrado, para a humanidade com a consciência atual, no momento cósmico atual,
que tem a abertura para aceitá-lo e a inquietação interior, a sede do buscador, a
insatisfação com o estado atual das coisas. Notamos quão magnéticas suas pinturas
são e como os visitantes da exposição sentem-se completamente tocados pelas telas,
muitos deles com menos de 10 anos de idade. Existe prova melhor do que essa para
mostrar o quão íntima e para todos sua arte é?
Hilma af Klint ganhava a vida como pintora de retratos e paisagens, ela era
extremamente detalhista, e em suas obras espirituais sobre a botânica, ela fez
inúmeros registros da organização dos átomos e de campos magnéticos, bem como
da Geometria Sagrada.