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Ética, direitos dos usuários e políticas de

humanização da atenção à saúde


Ethics, users’ rights and policies of humanization
of healthcare

Paulo Antonio de Carvalho Fortes


Médico sanitarista. Professor Associado do Departamento de
Resumo
Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública - USP O artigo trata da evolução das políticas públicas de
E-mail: pacfusp@usp.br
humanização dos serviços de saúde no Brasil. No cam-
po da atenção em saúde, o termo humanização tem
sido utilizado com diferentes significados e entendi-
mentos, relacionando-o com os direitos dos pacientes
e a ética voltada ao respeito ao outro. A partir dos anos
90, a humanização da atenção à saúde vem sendo tra-
tada como política pública, iniciando-se no ambiente
hospitalar, e , atualmente, sendo dirigida para todos
os níveis de atenção de saúde.
Palavras-chave: Ética; Direitos dos usuários; Huma-
nização em saúde

Abstract
The article shows the evolution of public policies of
humanization of healthcare in Brazil. Humanization
was first related to patients’ rights and ethics regar-
ding respect for the others. In the nineties humaniza-
tion is vieved as a public policies. Nowadays it is
oriented to all services of health care.
Key words: Organizational Ethics; Patients’ Rights;
Humanization in Health

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Ética e Humanização tura ética de respeito ao outro, de acolhimento do des-
conhecido, de respeito ao usuário entendido como um
Se a organização e o funcionamento dos sistemas de cidadão e não apenas como um consumidor de servi-
saúde na década de 1980 foram marcados pelos prin- ços de saúde.
cípios da eficácia, otimização e eficiência, a partir dos
anos 1990 são incorporadas as noções de qualidade,
eqüidade, satisfação e autonomia do usuário. Neste
A Humanização e os Direitos dos Usuá-
bojo se situa a humanização da atenção à saúde. rios da Saúde
Segundo Ribeiro (2002), o humanismo está relaci-
onado a uma ética baseada na condição humana e nos No campo da atenção em saúde o termo humanização
ideais partilhados pelos homens, assim como a um tem sido utilizado com diferentes significados e en-
conjunto de valores que fundamentam a compreensão tendimentos. O conceito vem se modificando no decor-
dos empreendimentos científicos e tecnológicos. Pode rer dos últimos anos, confundindo-se historicamen-
ser expresso pelo caráter e qualidade da atenção, le- te, nas fases iniciais, com a luta por direitos dos paci-
vando em conta interesses, desejos e necessidades dos entes/usuários. Podemos dizer que humanização da
atores sociais implicados nesta área. atenção à saúde tem seu fundamento na Declaração
Consideramos difícil se falar em humanização Universal dos Direitos Humanos, que em seu art. 1º
sem relaciona-la à ética, sendo esta última um dos afirma: “Todos os seres humanos nascem livres e
instrumentos de que o homem lança mão para garan- iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e
tir a coesão social. Ética é a reflexão crítica sobre o de consciência, devem agir uns para com os outros em
comportamento humano que interpreta, discute e pro- espírito de fraternidade”.
blematiza os valores, os princípios e as regras morais, A reflexão sobre práticas humanizadoras em saú-
à procura da “boa vida” em sociedade, do bom conví- de se inicia nos anos 1970 por meio da discussão e
vio social (Fortes, 1998). luta sobre os “direitos do paciente”. A primeira decla-
Humanizar na atenção à saúde é entender cada ração de direitos dos pacientes a ser reconhecida pela
pessoa em sua singularidade, tendo necessidades es- literatura foi emitida pelo Hospital Mont Sinai, em
pecíficas, e, assim, criando condições para que tenha Boston/ USA, em 1972. Um ano depois, a Associação
maiores possibilidades para exercer sua vontade de Americana de Hospitais lança a Patient’s Bill of Rights
forma autônoma. Segundo Rech (2003), é tratar as [Carta dos Direitos dos Pacientes], que foi posterior-
pessoas levando em conta seus valores e vivências mente revisada em 1992 (Fortes, 1998).
como únicos, evitando quaisquer formas de discrimi- De grande importância para a fundamentação so-
nação negativa, de perda da autonomia, enfim, é pre- bre a humanização na saúde foi a Declaração da Con-
servar a dignidade do ser humano. ferência Internacional sobre Cuidados Primários de
A reflexão humanística não enfoca somente pro- Saúde, co-patrocinada e organizada pela Organização
blemas e necessidades biológicas, mas abrange as cir- Mundial de Saúde e pela UNICEF, que aconteceu em
cunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas Alma-Ata, capital do Kazaquistão Soviético, de 6 a 12
presentes nos relacionamentos humanos existentes de setembro de 1978, a qual reafirmou que a saúde é
nas ações relativas à atenção em saúde. Como refere um estado de bem-estar completo, físico, mental e so-
Zoboli (2003), o estado de saúde e o processo saúde— cial, e não somente a ausência de doenças ou enfer-
doença em cada pessoa são vivenciados como condi- midades, devendo ser compreendida como um direito
ção única, enquanto que para os profissionais de saú- humano fundamental. A Declaração enfatizou que a
de as situações individuais são vividas como casos, obtenção do mais alto nível de saúde possível é o ob-
de um pretenso ponto de vista objetivo, dentro de jetivo social mais importante a ser atingido pelos sis-
parâmetros supostamente racionais e científicos. temas de saúde, sendo que as pessoas devem ter o di-
Humanizar refere-se à possibilidade de uma trans- reito e a obrigação de participar, individual e coleti-
formação cultural da gestão e das práticas desenvol- vamente, no planejamento e na implementação de
vidas nas instituições de saúde, assumindo uma pos- seus cuidados com saúde.

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No continente europeu foram emitidos diversos za, privacidade e respeito, assim como o de ser infor-
documentos por organismos transnacionais desde o mado sobre seu estado de saúde e as alternativas pos-
final dos anos 1970. Em 1979, a Comunidade Econô- síveis de tratamento.
mica Européia se manifestou mediante a “Carta do Ainda em 1995, foi emitido importante documen-
Doente Usuário de Hospital”. A Carta afirmou o direito to — a Cartilha dos Direitos do Paciente — pelo Conse-
do paciente hospitalizado à autodeterminação, o di- lho de Saúde do Estado de São Paulo, a partir de estu-
reito para aceitar ou recusar os cuidados propostos dos efetuados pelo Fórum Permanente de Patologias
pelos profissionais de saúde tanto para diagnóstico Crônicas, cujas diretrizes e os princípios aí dispostos
como para tratamento, como também a obrigatorie- foram inspiradores da lei estadual nº 10241, promul-
dade do fornecimento das informações sobre todos os gada em março de 1999, relativa aos direitos dos usu-
fatos referentes ao estado de saúde. ários dos serviços e das ações de saúde no Estado.
Em 1984, ampliando o enfoque hospitalar dos ou- As normas deste ato legal expressam, entre outros,
tros documentos, o Parlamento Europeu adota a Car- o direito dos usuários a ter um atendimento digno,
ta Européia dos Direitos do Paciente, na qual se en- atencioso e respeitoso; a ser identificado e tratado
contram expressos, entre outros aspectos, o direito à pelo seu nome ou sobrenome; a não ser identificado
informação sobre o tratamento e o prognóstico, o di- ou tratado por números, códigos ou de modo genéri-
reito à consulta, pelo usuário, a seu prontuário médi- co, desrespeitoso, ou preconceituoso; a ter resguarda-
co, assim como o direito de consentir ou de recusar do o segredo sobre seus dados pessoais, através da
ser submetido a tratamentos. manutenção do sigilo profissional, desde que não
No Brasil, além das bases constitucionais relati- acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública; a poder
vas a direitos individuais, coletivos e sociais, a legis- identificar as pessoas responsáveis, direta e indire-
lação infraconstitucional referente ao setor de saúde tamente, por sua assistência; receber informações cla-
traz diretrizes e normas que se referem, de forma di- ras, objetivas e compreensíveis sobre hipóteses diag-
reta ou indireta, à humanização da atenção em saú- nósticas, diagnósticos realizados, exames solicitados
de, tais como a preservação da autonomia das pesso- e ações terapêuticas;a consentir ou recusar, de forma
as na defesa de sua integridade física e moral, à igual- livre, voluntária e esclarecida, com adequada informa-
dade da assistência à saúde, sem preconceitos ou pri- ção, procedimentos diagnósticos ou terapêuticos a
vilégios de qualquer espécie, e o direito à informação serem nele realizados; a acessar, a qualquer momen-
das pessoas assistidas sobre sua saúde (Lei federal to, o seu prontuário médico (Art. 2º, itens I a VIII).
8080/90, art. 7º, III, IV e V). Essas iniciativas tiveram repercussões em outros
Outras normas legais também dispuseram sobre estados brasileiros, sendo que, recentemente, no mu-
tópicos relacionados à humanização da atenção à saú- nicípio de Belo Horizonte/MG, foi promulgada a lei
de. Por exemplo, em conformidade aos arts. 11 e 12 do nº 8926, de 02 de agosto de 2004, que “dispõe sobre
Estatuto da Criança e do Adolescente, os estabeleci- os direitos do usuário dos serviços e das ações de saú-
mentos de saúde devem proporcionar condições para de no município”, a qual é voltada fundamentalmente
a permanência em tempo integral de um dos pais ou para a humanização dos serviços de saúde.
responsável, nos casos de internação de criança ou
adolescente, além de manter alojamento conjunto pos-
sibilitando ao neonato estar junto à sua mãe. A Humanização da Atenção à Saúde
É também interessante se destacar que no Estado como Política Pública
de São Paulo, em 1995, a questão dos direitos do paci-
ente foi contemplada no Código de Saúde do Estado O final da década de 90 foi marcado pela ampliação
de São Paulo, lei complementar 791/95. Como exem- de proposições políticas governamentais referentes à
plo, encontramos em seu art. 3º, IV, disposições legais humanização na atenção à saúde. Em 2001, o Minis-
referentes aos indivíduos poderem decidir livremen- tério da Saúde lança o Programa Nacional de Huma-
te, sobre a aceitação ou a recusa da prestação da as- nização da Assistência Hospitalar (PNHAH). Progra-
sistência á saúde, ao direito a ser tratado com preste- ma este que propõe um conjunto de ações integradas

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com o objetivo de alterar os padrões de assistência aos qualidade em saúde deve ser composta de competên-
usuários no ambiente hospitalar público. O Programa cia técnica e de interação, não se resumindo somente
enfocava a necessidade de ocorrer uma transforma- a aspectos técnicos ou organizacionais. O documen-
ção cultural no ambiente hospitalar, orientada pelo to-base do Programa salienta ainda que é imprescin-
atendimento humanizado ao usuário, entendendo que dível a melhoria da imagem do serviço público de saú-
resultaria em maior qualidade e eficácia das ações de, não só junto aos usuários, mas também junto aos
desenvolvidas. Expressava que as relações humanas próprios profissionais de saúde, pois “o profissional
que caracterizam o atendimento à saúde exigem que se sente respeitado pela instituição à qual perten-
“agregar à eficiência técnica e científica uma ética ce está mais apto a atender com eficiência” e de for-
que considere e respeite a singularidade das necessi- ma mais humana.
dades do usuário e do profissional, que acolha o des- O Programa destacou ainda o papel do gestor para
conhecido e imprevisível, que aceite os limites de cada dar eficácia ao processo de humanização dos serviços
situação”. de saúde, pois este é um dos principais responsáveis
Um forte diferencial sentido em relação às propos- por proporcionar condições adequadas para que os fun-
tas de “direitos dos usuários” é que o Programa incor- cionários e servidores sejam valorizados em seu traba-
porou a preocupação com a valorização, a capacitação lho e os usuários tenham seus direitos garantidos.
e o desenvolvimento dos trabalhadores do setor saú- Em 2003, a nova gestão do Ministério da Saúde
de, dos encarregados da tarefa do cuidar. As políticas inicia a condução de uma proposta que expandisse a
de saúde devem proporcionar as condições necessári- humanização para além do ambiente hospitalar e es-
as para o exercício das tarefas cotidianas e devem cri- tabeleceu a Política Nacional de Humanização da
ar condições para que os que cuidam possam também Atenção e Gestão em Saúde no SUS – HumanizaSUS.
ter suas necessidades satisfeitas. Esta política pretende ter um caráter transversal, vi-
O Programa objetivou capacitar os trabalhadores sando atingir a todos níveis de atenção à saúde, en-
da saúde para lidarem com a dimensão psicossocial tendendo humanização como uma transformação cul-
dos usuários e de suas famílias. Estimulou o trabalho tural da atenção aos usuários e da gestão de proces-
em equipe multiprofissional, entendendo ser esta uma sos de trabalho que deve perpassar todas ações e ser-
das condições essenciais para a eficácia da prática viços de saúde.
humanizada, devido à exacerbada especialização e A proposta do HumanizaSUS apresenta algumas
tecnificação dos atos realizados por profissionais de diferenciações com as anteriores ao incorporar no
saúde e ao aparecimento de novas formas conceito de humanização empregado, além dos direi-
organizacionais do trabalho que resultam em progres- tos dos usuários e do “cuidar do cuidador”, a necessi-
sivo afastamento dos profissionais de saúde dos usu- dade da melhoria de aspectos organizacionais do sis-
ários sob sua responsabilidade, diminuindo o víncu- tema e dos serviços de saúde, aspectos que se tornam
lo nas relações, tornando-as mais distantes, impesso- fundamentais para proporcionar adequadas condi-
ais e despersonalizadas. ções para o desenvolvimento de medidas humaniza-
Essa assertiva é condizente com o estudo realiza- doras. Com isto, resgatam-se princípios e diretrizes
do por Rech (2003) com gerentes de serviços de uma da construção do SUS, contidos nas leis e atos regula-
unidade hospitalar de grande porte na região metro- mentadores, tais como assistência integral, universa-
politana de São Paulo, que indicou que a práticas lidade, hierarquização e regionalização de serviços,
humanizadoras devem se ater a todos os atores soci- além do controle social.
ais relacionados na atenção à saúde, e não somente a Enfoca como prática humanizadora o tratar com
uma ou duas categorias profissionais, notadamente as dificuldades de acesso dos usuários aos serviços e
médicos e enfermeiros. suas injustas conseqüências – as filas de espera, a
O PNHAH propôs a valorização da formação edu- necessidade de ampliação dos mecanismos de comu-
cacional dos profissionais de saúde a fim de possibi- nicação e informação, o incentivo a formas de acolhi-
litar a incorporação de valores e atitudes de respeito mento que levem à otimização dos serviços e ao aces-
à vida humana, consoante à compreensão de que a so dos usuários a todos os níveis de atenção do siste-

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ma de saúde, com mecanismos de referência e contra- ção de mecanismos de informação e comunicação,
referência. através da criação dos Serviços de Atendimento ao
No caso dos serviços que prestam atenção básica, Cliente (SAC), da incrementação de Ouvidorias nas
por exemplo, propõe-se à elaboração de projetos direções Regionais de Saúde, hospitais e ambulatóri-
terapêuticos individuais e coletivos para os usuários os de especialidades estaduais, que têm a função de
e sua rede social, formas de acolhimento e inclusão garantir o direito de reclamação, recebendo e investi-
de clientela, práticas que incentivem a diminuição do gando queixas de cidadãos, com relação ao mau aten-
consumo de medicamentos, fortalecimento das rela- dimento em órgãos públicos. Estes instrumentos de
ções entre as equipes de saúde e os usuários, além do humanização podem auxiliar na melhoria da qualida-
estabelecimento de ambiência acolhedora. de do serviço prestado e garantir os direitos do cida-
Enfatiza, ainda, a necessidade do desenvolvimento dão-usuário do serviço público.
da gestão participativa nas instituições públicas de Cabe também, a título exemplificativo, destacar
saúde envolvendo trabalhadores e usuários na toma- iniciativas como a da Secretaria Municipal de Saúde
da de decisão dos atos de gestão, mediante a instala- de São Paulo, que vem desenvolvendo nos últimos
ção de conselhos gestores em unidades hospitalares. anos projetos orientados para práticas humanizado-
Essa orientação se conforma à noção, com a qual ras, principalmente em unidades voltadas para aten-
concordamos, de que a presença dos usuários nas de- ção básica da saúde, tais como o Programa de Acolhi-
cisões do aparelho de Estado, exercendo o controle mento (www6.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saúde/
social, constitui um dos modos mais eficazes para projetos_prioritários/0002, acessado em 25 de agos-
garantir a implementação de medidas que possam to de 2004).
efetivar a humanização dos serviços de saúde, evitan-
do que os agentes do poder público, mesmo que moti-
Finalizando
vados pelo princípio da beneficência — fazer o bem,
terminem na prática assumindo condutas paternalis- O conhecimento das condições por que passa grande
tas e autoritárias, contrárias à vontade autônoma das parte dos serviços de saúde nos mostra que é neces-
pessoas ou das comunidades. sário que se reformule as práticas cotidianas de ges-
Cabe também ser lembrado que, no Estado de São tão e de atenção à saúde, substituindo culturas insti-
Paulo, a humanização dos serviços é uma das diretri- tucionais, infelizmente ainda muito disseminadas
zes da política desenvolvida pela Secretaria de Esta- entre nós, que tendem, infelizmente, a “coisificar” as
do da Saúde, visando um padrão de qualidade centrado pessoas que utilizamos serviços de saúde intentando
na humanização do atendimento, com garantia de ori- a satisfação de suas necessidades.
entação e informação aos pacientes sobre os serviços Assim, se entendemos e valorizamos o fato de que
prestados, no atendimento de qualidade na unidade políticas públicas de humanização da atenção à saú-
de saúde, realizado no menor tempo possível e na exis- de vêm sendo consolidadas nos últimos anos, deve-
tência de ambiente que priorize verdadeiramente a mos considerar que, para melhor atingir seus objeti-
resolução dos problemas dos pacientes. Nos últimos vos, devam se orientar pelo denominado princípio da
anos foram constituídas comissões de humanização humanidade, pelo qual o homem deve ser considera-
junto aos órgãos centrais e em diversos estabeleci- do como o centro da ação ética, aceitando-se a aplica-
mentos de saúde, o que tem propiciado expandir a re- ção do imperativo categórico kantiano que afirma que
flexão sobre as práticas humanizadoras nos serviços a ação eticamente adequada deve considerar o homem
(www.saude.sp.gov.br, acessado em 25 de agosto de 2004). como um fim em si mesmo, e não somente como um
Além disso, outras iniciativas estão sendo reali- meio de satisfação dos interesses das diversas forças
zadas em nome da humanização, tais como a amplia- sociais atuantes na atenção em saúde.

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gica Universitária, 1998. Tese ( Doutorado em Saúde Pública) - Faculdade de
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RECH C. M. F. Humanização hospitalar: o que pensam
os tomadores de decisão a respeito? São Paulo 2003.
Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Facul-
dade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo

Recebido em: 30/06/2004


Aprovado em: 14/07/2004

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