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Sempre que pensamos em um tipo de competição desportiva, pensamos em Copa do Mundo, Jogos
Olímpicos e até em algum que o nosso país participa muito pouco, como as Olimpíadas de Inverno.
Porém, nunca imaginamos os Jogos dos Povos Indígenas.
Organizado pelo Comitê Intertribal Indígena, com apoio do Ministério dos Esportes, os Jogos dos
Povos Indígenas têm o seguinte mote: “O importante não é competir, e sim, celebrar”. A proposta é
recente, já que a primeira edição dos jogos ocorreu em 1996, e tem como objetivo a integração das
diferentes tribos, assim como o resgate e a celebração dessas culturas tradicionais. A edição dos Jogos de
2003, por exemplo, teve a participação de sessenta etnias, dentre elas os Kaiowá, Guarani, Bororo,
Pataxó e Yanomami. A última edição ocorreu em 2009 e foi a décima vez em que o torneio foi realizado.
A periodicidade dos Jogos é anual, com exceção do intervalo ocorrido em 1997, 1998, 2006 e 2008
quando não houve edições.
É interessante notar que as sedes dos Jogos são sempre em locais afastados das grandes cidades,
contrariando a lógica dos torneios desportivos, mas extremamente coerente com a proposta indígena: em
1996 foi em Goiânia (GO); em 1999 em Guaía (PR); em 2000 em Marabá (PA); em 2001 no Pantanal
(MS); em 2002 em Marapanim (PA); em 2003 em Palmas (TO); em 2004 em Porto Seguro (BA); em
2005 em Fortaleza (CE); em 2007 em Olinda (PE); em 2009 em Paragominas (PA).
3. As modalidades disputadas variam um pouco entre os torneios indígenas, mas basicamente são
as que seguem:
- Arco e Flecha: Arma muito utilizada para caça, rituais e para a guerra. Na maioria das tribos o arco é
feito de caule de Palmeira (tucum), mas existem algumas exceções: podem ser usados o aratazeiro, o
pau-ferro, o ipê-amarelo e a aruerinha. O tamanho do arco varia de acordo com o uso que se fará do arco
e com o costume da tribo. A flecha é feita de bambu, com variações nas pontas. Na primeira edição dos
jogos, a organização forneceu o equipamento para todos os participantes, fato que impediu bons
rendimentos nessa prova. Porém, nas outras edições dos Jogos, permitiu-se que os índios utilizassem o
seu próprio equipamento. Cada delegação pode inscrever dois participantes diferentes, cada um com
direito a três tiros. O alvo se localiza a uma distância de 30 metros e é marcado pelo desenho de um
peixe;
- Cabo de Guerra: É disputada em equipe, cujo objetivo é o de medir a força física dos participantes.
Vencer o cabo de guerra significa ter os índios mais bem preparados para o confronto físico, e por isso é
uma das provas mais esperadas dos Jogos. Cada tribo pode inscrever duas equipes (uma masculina e
uma feminina), com dez participantes cada uma;
- Canoagem: A canoa é o meio de transporte mais tradicionalmente utilizado pelas tribos indígenas,
porém o tipo de canoa e o material utilizado para sua fabricação é bastante variável. Por isso, foi
escolhida a canoa fabricada pelos Rikbatsa (navegável por todas as tribos), como o modelo oficial da
disputa. Cada delegação deve enviar dois atletas;
- Corrida com Tora: As toras, feitas de buriti, e com massa em torno de 100 Kg, devem ser carregadas
pela equipe ao percorrerem uma distância pré-determinada. Para a competição, cada equipe deve
inscrever dez participantes;
- Xikunahity: Esse esporte também é conhecido como futebol de cabeça. Em lugar do chute, a bola é
empurrada com a cabeça dos participantes. O jogo é disputado por equipes de dez atletas em um campo
de dimensões próximas ao do futebol.
- Futebol: Esporte já inserido no contexto cultural de vários grupos indígenas, sendo unanimidade nos
jogos e praticado por atletas femininos e masculinos. As regras são regidas pela Instrução Geral dos
Jogos e obedece ao padrão da Confederação Brasileira de Futebol, exceto o tempo de jogo, que é de 50
min, divididos em dois tempos de 25 min cada, com intervalo de 10 min.
- Atletismo: A realização dessa modalidade passou por várias experiências de adaptação para a
definição de seu formato. Chegou-se a conclusão da prova de 100 m rasos (masculino e feminino), como
ideal para o modelo dos Jogos dos Povos Indígenas. Como experiência, no I Jogos foi também disputada
a prova de 4x100 m e o Salto em Distância. Já no II Jogos, em Guairá-PR, em 1999, também como
experiência foi realizada a corrida de resistência de média distância em revezamento. Cada equipe
indígena participou com dez atletas, revezando-se a cada 1.000 m. Além da competição de 100 m, a
prova de resistência de 5.000 m, disputada por atletas masculinos, já está inserida nos Jogos.
Os jogos internos indígenas se propõem a desenvolver atividades e competições em todos os
segmentos que estão divididos em categorias de acordo com a faixa etária das crianças. Serão
trabalhadas Outras competições mais próximas de nosso conhecimento.
Partindo desse princípio é que propomos um trabalho diversificado que vise, dentro do contexto
escolar, os seguintes objetivos:
4. Objetivos
3.1- Geral:
Estimular e vivenciar as diversas práticas esportivas dos indígenas realizadas nas aulas de educação
física.
3.2- Especifico:
Compreender e respeitar as regras e limites pré-estabelecidos pelo professor, pelo grupo e, até
mesmo, pelo próprio jogo;
Divulgar as diversas manifestações corporais indígenas e não indígenas;
Desenvolver conteúdos didático-pedagógicos a partir do registro de jogos e brincadeiras tradicionais;
Implementar o esporte como política de construção coletiva e individual dos educandos;
Elevar a auto-estima dos discentes tornando-os mais dispostos as atividades escolares e desportivas;
Ampliar a capacidade de atenção e concentração do educando, assim como estimular a autoconfiança
dos mesmos;
Mostrar a eficácia do esporte como instrumento de socialização em ambientes escolares;
5. Recursos
Em seguida haverá uma caminhada aos arredores da escola com a participação de todos os alunos
(cada time com suas bandeiras)
Será entregue as medalhas e o troféu de forma simbólica aos vencedores das modalidades.
OBS.: Os alunos da Ed. Infantil não participaram da cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos.
Lanche (Após o lanche todos os alunos estarão liberados para o banho de piscina e brincadeiras)
Modalidades
EDUCAÇÃO INFANTIL
ENSINO FUNDAMENTAL
DIA: 04/10/2017 DIA: 05/10/2017 DIA: 06/10/2017 DIA: 07/10/2017
Abertura Concentração Corrida c/ tora Culminância dos jogos no
Apresentação dos Vôlei de toalha Cabo de guerra Assap e celebração o dia
mascotes dos jogos. Atletismo de 100/m Arremesso de lança das crianças.
Queimada / Basquete Corrida de saco Salto a distância Natação
Peikrãn (peteca de pena) Futebol
Entrega de medalhas
REGULAMENTO
1- O aluno atleta estará apto para competir desde que esteja em condições físicas e psicológicas para participar das
modalidades, além de estar devidamente inscrito e uniformizado.
2- O aluno poderá participar de todas as modalidades,
4- As competições terão início as 8:00 h e às 11:00 h todos os dias.
5- O aluno que causar tumulto ou proferir palavrões na área onde estará sendo realizado os jogos será excluído da
competição e será punido.
6- Não desrespeitar as decisões dos professores.
8- A tolerância de comparecimento das equipes para os jogos será de cinco (5) minutos, obedecendo o horário
estabelecido pela programação.
9- Cada professor será monitor de sua turma.
10- Não será permitido o aluno participar das modalidades descalço, sem uniforme ou trajando roupas
inadequadas a ambientes escolares.
11- Qualquer alteração neste regulamento será convocada a assembleia e em seguida divulgada as decisões as
equipes competidoras.
A realização dos Jogos dos Povos Indígenas nasceu de um sonho de Carlos Justino Terena, na década
de 1980. Em um evento tão importante para os povos indígenas, tem-se a oportunidade de divulgar suas
culturas e suas habilidades nas modalidades esportivas tradicionais. Aproxima um número considerável de
etnias de diversas regiões do Brasil, atualmente, segundo os dados da FUNAI, perfazendo um total de 215,
com 180 línguas faladas.