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d) Escada com patamar (continuação)

No caso das escadas dispostas na forma (c) e (d) as alterações nos apoios
mencionadas anteriormente não causam efeito, pois as estruturas são deformáveis,
ou seja, nas duas situações (ambas com apoio do 2º gênero ou com um apoio do 1º
gênero e outro do 2º gênero) não existe reação horizontal nos apoios. Mesmo na
situação de escada hiperestática, obteremos o mesmo resultado daquele quando
considerarmos estrutura isostática.

A solução para os esforços para a situação das escadas (a) e (b), quando elas são
consideradas hiperestáticas, pode ser encontrada pelo Método das Forças como a
seguir:

p1
p2

l1 l2

. .
= ∙ + ∙ = +
3 8 3 8 3 3

. . + .
=
8( + )

Notem que o valor de encontrado, já é o valor correspondente ao momento


negativo final, uma vez que na expressão:

= + .

=0e =1

O problema pode ser resolvido também pelo método dos deslocamentos.

Neste tipo de escada deve-se ter o cuidado com a armação de tração no trecho de
encontro do patamar com lance da escada, pois a tração tende a retificar a
armadura, isto tende a causar danos na estrutura.
lb
lb
C
B
F

A
a) Armação Errada a) Armação Correta

F B

A C
a) Armação Correta

Exemplo: Dimensionar a escada retangular com patamar esquematizada abaixo,


com os seguintes dados:

Concreto: C35 e=17.20 cm h=10


Aço: CA 50 p=30 d´=3,0 cm

Sobrecarga=3.0 kN/m2 Revestimento=1.20 kN/m2 Gradil=0.4 kN/m2

p1
p2
17.2
172

30

20 270 120 20

Numero de pisos= 9 e piso = 30 cm


Número de espelhos= 10 e espelho=17.2 cm

Desnível a ser vencido pela escada: ℎ = 10. (17.2) ⇒ ℎ = 172


Vão livre de projeção na horizontal do lance da escada: = 9(30) ⇒ = 270

Vão a considerar para o patamar da escada= = 120 + 10 = 130


Vão efetivo para o lance da escada na horizontal: = + 10 = 280

Cálculo da altura média da escada:

30
cos = ⇒ cos = ⇒ cos = 0,8675
+ 17,2 + 30

ℎ 10
ℎ = ⇒ℎ = ⇒ ℎ = 11,527 ℎ = ℎ + ⇒ ℎ = 20,127
cos 0,8675 2

Ações a serem consideradas:

Sobrecarga ou ação variável: = 3,0 /


Peso próprio no lance: = ∙ℎ ⇒ = 25. (0,20127) ⇒ = 5,0317 /
Peso próprio no patamar: = ∙ℎ ⇒ ( )
= 25. 0,10 ⇒ = 2,50 /
Peso do revestimento: = 1,2 /
Peso do gradil: = 0,4 / ⁄1,2 ⇒ = 0,333 / (largura da escada 1,2m)

Peso total no lance da escada :

= + + + ⇒ = 9,565 /

Peso total no patamar da escada:

= + + + ⇒ = 7,033 /

Cálculo dos momentos fletores:

Cálculo do comprimento do lance da escada ( ):

2,80
= ⇒ = ⇒ = 3,228
cos (0,8675)

Pelo método das forças o momento negativo é dado por:

. . + . . (9,565(2,80) . 3,228 + 7,033(1,30) . 1,30)


= ⇒ =
8 + 8(3,228 + 1,30)

= 7,109 . = 710,9 .
Resolvendo pelo método dos deslocamentos temos:

. .
= ⇒ = −9,3738 = ⇒ = 1,4858
8 8

= + ⇒ = −7,888

3 3 3 3
= = ⇒ = 0,9295 = = ⇒ = 2,3077
3,228 1,30

= + ⇒ = 3,2372

= + ⇒ = 3,2372 ∆ =− ⇒ ∆ = 2,4367

= +∆ . ⇒ = −7,109 . /

= +∆ . ⇒ = 7,109 . /
Dimensionamento da escada d´ := 3.0
Momentos posistivos X := X1  100
2 2
p1  le X1 p2  lp X1
Mab := - Mab = 5.8193 Mbc := - Mbc = -2.0687
8 2 8 2

fck fyk
fcd := fcd = 2.5 fyd := fyd = 43.4783 d := h - d´ d =7
1.4 1.15

 X1  100 1.4   995.2448 


Msd := Msd = bw := 100
 Mab 100 1.4   814.7061 

Msd  0.0812 
Kmd := Kmd = αc := 0.85 λ := 0.8
2  0.0665 
fcd  bw d

2
αc - αc - 2 αc Kmd  0.1258   0.9497 
kx := kx = kz := 1 - 0.5 λ kx kz =
αc λ  0.102   0.9592 

Msd  3.4434  ϕ 8 c14 Asef := 3.57


As := As = ϕ 8 c17.5
fyd  kz d Asef := 2.86
 2.7907 

Cálculo da Armadura mínima bw = 100 h = 10 ρmin := 0.00164

Asmin := ρmin  bw h Asmin = 1.64 ϕ 6.3 c19 Asef := 1.66

Cálculo da Armadura de distribuição

 0.6887 
Asdist1 := 0.20 As Asdist1 =
 0.5581 

Asdist2 := 0.50 Asmin Asdist2 = 0.82

Asdist3 := 0.90 ϕ 5.0 c20 Asef := 1.0


9
1
/
c
-
4 0
1
/ 9
c 1
- 3-
5 1.
3
4 16
1 5
- 6 Ø
3
0
. N
8 7
Ø
2
N
6
1
5
.
71
/c 6
- 7
0 6 3
2
/ 2
c 4
- -
5 0
.
1 8
1 Ø1
- N
0
. 8
5
Detalhamento da escada

Ø 9
5 1
/
N c
4 - 2
2 0 6
1
1
-
3
.
6
Ø4
N7
e) Escada com laje em balanço

As escadas com lajes em balanço serão sempre apoiadas em vigas inclinadas, as


quais estarão submetidas à torção. Nestas escadas, cuidados especiais devem ser
dado ao cálculo à torção e também as cargas previstas por norma nas extremidades
das escadas.

Q=2,0 kN/m
F=0,8 kN/m
parapeito
H p

L L

Modelo de Cálculo

Para a determinação dos esforços solicitante na escada, devemos considerar a


situação das cargas em parapeitos e balcões:

= + . + .
2

= peso próprio acrescido do revestimento e da carga acidental distribuída


uniformemente sobre a escada;
= carga do parapeito acrescida da carga vertical de 2,0 kN/m
= carga na horizontal a atuando no topo do parapeito de 0,8 kN/m

Para o dimensionamento da escada com laje e o degraus todos de concreto a altura


será (ℎ ).

No caso de escadas tipo “cascata”, conforme figura abaixo, o dimensionamento


pode ser feito considerando a situação mais desfavorável, ou seja, considerando
somente a altura (ℎ) da laje. Em um cálculo mais rigoroso e menos conservador,
pode-se considerar os degraus como vigas de seção em T, pois o espelho da
escada funciona como uma viga.
Viga
L

A
VIGA V1

As,sec

As,princ

CORTE AA
Viga

A
B
L L Viga

As,sec

CORTE BB As,princ
B

Em todas as vigas acima preocupação especial deve ser dado ao cálculo do


momento torçor na viga de apoio da escada.

O plano de flexão neste tipo de escada é na vertical e o eixo da viga é inclinado.


Então para determinar o momento torçor é necessário fazer uma decomposição do
momento atuante. A outra parcela é o momento lateral na viga de suporte.

mT

M
M  mL

= . cos = . sen
f) Escada com degraus isolados em balanço

as escadas com degraus em balanço são apoiadas em vigas conforme figuras


abaixo:

ESCADA COM UMA VIGA LATERAL ESCADA COM UMA VIGA CENTRAL

No cálculo da escada com uma viga central, deve ser considerado a carga variável
numa situação desfavorável, ou seja, ela atuando somente em um dos lados do
degrau. Assim como na escada com laje em balanço, nestas escadas, os degraus
devem ser engastado nas vigas, com o mesmo anteriormente exposto.

g) Escadas com Toda a Laje em Degraus

São escadas que são utilizadas devido ao seu efeito estético. Seu cálculo pode ser
feito utilizando modelo simplificado. Neste caso a as lajes de piso sofrerão momento
fletor e esforço cortante, enquanto os espelhos da escada sofrerão flexo-
compressão e flexo-tração.

Armação Principal

Armação Secundária

Escada com toda laje em Degraus


O comportamento dos esforços é similar ao de uma viga inclinada biapoiada. O
detalhamento da armadura principal pode ser feito na forma de estribos para cada
piso e espelho conforme visto na figura anterior. Outros detalhamentos podem ser
vistos em Pinheiro, em que alguns autores consideram os degraus engastados.
1.4 - Escada com Lajes Ortogonais

a) Escadas com dois lances na forma de L

Normalmente, este tipo de escada tem três vigas de apoio. Um em cada


extremidade dos lances (V1 e V3) e outra em uma viga inclinada externa apoiando
um dos lances das escadas.

Outras disposições podem ocorrer neste tipo de viga. Uma delas é a situação de
vigas externas nos dois lances da escada, neste caso cada lance da escada possui
três apoios, conforme Pinheiro. Uma outra disposição é a escada não ter nenhuma
viga inclinada nos lances, desta forma, a escada deve ser tratada como
autoportante.

V1

(a+b)/2
a

(a+b)/2
b

V2
c d c d

FORMA ESTRUTURAL REAÇÕES DE APOIO

Figura 1.4.1- Escada em L, forma e reações de apoio

Para o caso mais comum, um procedimento simplificado de cálculo é dividir a


escada em duas lajes conforme figura 1.4.2. Em que a laje L1 se apoia nas vigas V1
e V2 e a laje L2 se apoia nas vigas V2, V3 e na laje L1.

As reações de apoio são determinadas através do processo das áreas, conforme


visto na figura 1.4.1. No cálculo das reações a escada deve ser considerada em sua
totalidade, ou seja, sem a divisão em lajes para o cálculo dos esforços.

A transferência de cargas da laje L2 para a laje L1 segue o mesmo princípio do


processo das áreas e estas devem ser distribuídas na extensão da superfície da laje
L1. A parcela de carga a ser transferida para a laje L1 é dada por:

. 1

2 ( + )
= carga total na laje L2

(a+b)/2
L1
b

(a+b)/2

b
L2 L2

c d/2 d/2 c d/2

MODELO DE CÁLCULO CARGA A SER TRANSFERIDA PARA L1

Figura 1.4.2 – Laje L1: Modelo simplificado de cálculo e carga transferida para L1

A laje L2 é calculada utilizando a tabela de lajes com um bordo livre de Pinheiro.


Deve-se ter cuidado na interpretação dos valores encontrados pelas tabelas:

Figura 1.4.3 – Valores da tabela extraídas de Pinheiro

O cálculo é feito através da fórmula:


. .
=
100

Em que , , são utilizados para calcular os momentos , ,


representados na figura abaixo:

mx my myb
lb

la

A laje L1 é calculada através da expressão:

.
=
8

b) Escada com três lances na forma de U

A forma mais comum deste tipo de escada é aquela em ela se apoia em três vigas,
uma no início e outra no fim da escada, e uma outra viga inclinada no lance
intermediário da escada. Isto é visto na figura abaixo:

V1 V2
(a+b)/2
a

(a+b)/2
b

V3
c d c c d c

FORMA ESTRUTURAL REAÇÕES DE APOIO


Neste tipo de escada o modelo simplificado para cálculo admite a escada dividida
em três lajes. A Laje L3 se apoia nas lajes L1 e L2 e na viga V3. Enquanto a Laje L1
se apoia sobre a viga V1 e V3 e a laje L2 se apoia sobre a viga V2 e V3.

Então o procedimento de cálculo é similar ao adotado para a viga em forma de L. As


lajes L1 e L2 são calculadas considerando-as biapoiadas. Enquanto que a laje L3 é
calculada considerando a mesma apoiada em duas lajes e uma viga, ficando a
terceira borda livre.

(a+b)/2
L1 L2

(a+b)/2

L3 L3

c/2 c/2 d c/2 54 d+c

MODELO SIIMPLIFICADO DE CÁLCULO CARGA A SER TRANSFERIDA PARA L1 e L2

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