Você está na página 1de 15

c) Escada em forma de O

As escadas em forma de O são projetadas, mais comumente, apoiadas em duas


vigas inclinadas em bordas externas da laje. Podem, também, serem projetadas com
vigas em todo seu contorno externo (Pinheiro e Giongo), neste caso toda as lajes das
escadas deverão ter três apoios e um bordo livre.

Uma outra situação, menos comum, é a escada ter as duas únicas vigas inclinadas de
apoio pertencem ao mesmo pilar, neste caso, haverá um trecho em L de
comportamento similar a escada autoportante e as outra duas laje terão três apoios.

No caso da escada com duas vigas inclinadas, como mostrada na figura abaixo as
reações de apoios das vigas serão determinadas pelo processo das áreas, como
mostrado na figura (b) abaixo:

V1
b

(a/2)+b
a

(a/2)+b
b

V2
c d c
c d c

FORMA ESTRUTURAL REAÇÕES DE APOIO

No cálculo dos esforços as lajes L1 se apoia sobre a viga V1 e as lajes L2 e L3 e as


Laje L4 se apoia sobre a viga V2 e as lajes L2 e L3. E as duas outras lajes L2 e L3 se
apoiam somente sobre as vigas V1 e V2. Diante disto os cálculos das lajes L1 e L4
são feitos através de tabelas, enquanto as lajes L2 e L3 são escadas armadas
longitudinalmente.

No cálculo das lajes L2 e L3 deve ser considerado o quinhão de carga proveniente


das lajes L1 e L4 conforme o processo das áreas visto anteriormente para o cálculo
das lajes em formas de L e U. A figura abaixo esquematiza o procedimento para a laje
em forma de O.
L1 L1

(a/2)+b
CARGA A SER TRANSFERIDA PARA L2 e L3
L2 L3

(a/2)+b
L4 L3

c d c d+c

MODELO SIIMPLIFICADO DE CÁLCULO CARGA A SER TRANSFERIDA PARA L2 e L3

Existe ainda a possibilidade de as vigas não serem inclinadas e sim estarem na


horizontal. Então o modelo de cálculo das lajes L1 e L4 se altera se tornando também
lajes com apenas 2 apoios. Além disso, altera-se também o quinhão de carga a ser
transferido para as lajes L2 e L3. A figura abaixo expõe tal situação.

L1 L1
(a/2)+b

CARGA A SER TRANSFERIDA PARA L2 e L3


L2 L3
(a/2)+b

L4 L3

c d c d+c

MODELO SIIMPLIFICADO DE CÁLCULO CARGA A SER TRANSFERIDA PARA L2 e L3


No projeto das lajes ortogonais, assim como das lajes adjacentes, é interessante a
uniformização do carregamento de forma a simplificar os cálculos. Uma vez que
nestas lajes é comum a utilização de tabelas. Para a uniformização das cargas de
peso próprio das lajes pode-se a média ponderada em função das áreas.

ℎ . + ℎ.
=

= +

Onde:
= área do lance da escada, onde normalmente o peso próprio é maior.
= área do patamar da escada.

No caso do gradil ou mureta, o peso total destes pode ser distribuído em toda a
superfície da escada, facilitando a utilização de tabelas.
1.5 Escadas com Lances Adjacentes

São as escadas mais comuns utilizadas nas edificações. Os lances das escadas
estão paralelos e muito perto um do outro.

a) Escada com lances adjacentes e vigas em torno do seu bordo externo

Esta laje com lances adjacentes é pouco comum, pois na disposição das vigas V1 e
V2 não é tão interessante o projeto das vigas V3 e V4. Porém, se o lance da escada
proporcionar um vão demasiadamente grande, então torna-se conveniente a
utilização deste tipo de escada.

V1

A+B
V3
V4
B

V2 2C
C C

FORMA ESTRUTURAL REAÇÕES DE APOIO

Todas as lajes do modelo simplificado de cálculo terão três apoios. A laje L1 se apoia
sobre as vigas V1, V3 e V4. A laje L2 se apoia sobre a vigas V2 , V3 e a laje L1.
Enquanto a laje L3 se apoia sobre as vigas V2, V4 e a laje L1. O esquema do modelo
simplificado é apresentado na figura abaixo.

C
L1
L1
A

2C
B+(A/2)

L3
L2 L3
B

C C

MODELO SIMPLIFICADO DE CÁLCULO


b) Escadas com lajes adjacentes sem a vigas inclinadas

Possui apoios nas extremidades dos lances e outro no patamar. As reações de apoio
nas vigas V1 e V2 são determinadas pelas áreas retangulares de igual valor para
ambas as vigas como mostrado na figura abaixo.

V1

A+B
B

V2 2C
C C

FORMA ESTRUTURAL REAÇÕES DE APOIO

O modelo simplificado de cálculo consiste na divisão da escada em duas lajes


independentes cada uma com apenas dois apoios em suas extremidades, as vigas V1
e V2. Então, os procedimentos de cálculo para cada laje são os mesmos que foram
relatados para escadas retangulares armadas em uma direção.

L1 L2 L2
A+B

A+B

C C C

MODELO SIMPLIFICADO DE CÁLCULO

Em uma abordagem mais simples, em que não se considera a rigidez da viga de


patamar (quando não existe reação horizontal no apoio), o momento máximo da laje é
obtido pela fórmula:

=
8
c) Escadas com lajes adjacentes sem a vigas de patamar

Este tipo de escada é pouco comum, pois o seu projeto somente é possível com
pilares localizados na direção da viga inclinada perto do patamar. E nesta posição dos
pilares é possível projetar viga para sustento do patamar, não justificando, em uma
situação comum, o projeto deste tipo de escada.

A+B
V2
V3

V1 2C
C C

FORMA ESTRUTURAL REAÇÕES DE APOIO

As reações de apoio são calculadas pelas áreas correspondentes a cada apoio. Para
as reações das vigas V2 e V3 as áreas correspondentes são as de um trapézio, e
para as reações da viga V1 a área correspondente é de um triângulo.

C
L1
L1
A

2C
B+(A/2)

L3
L2 L3
B

C C

MODELO SIMPLIFICADO DE CÁLCULO

O modelo simplificado de cálculo é apresentado na figura acima, em que a laje L1 se


apoia nas vigas V2 e V3, a laje L2 se apoia na laje L1 e nas vigas V1 e V2 , e a laje
L3 se apoia sobre a laje L1 e nas vigas V1 e V3. As dimensões das lajes são aquelas
mostradas na figura.
1.6 - Escadas Autoportantes

A escada autoportante com vãos adjacentes é a escada anteriormente vista, mas sem
a presença de uma viga apoiando seu patamar e nem vigas inclinadas em bordos
externos. A escada autoportante possui o patamar em balanço, seus lances são
apoiados em vigas inferiores e superiores, e apresenta a configuração em planta
como esquematizado na Figura abaixo:

V1
C

B A

ESCADA AUTOPORTANTE
Alguns modelos estruturais para o cálculo de escadas autoportantes são:
a) Modelo de Analogia a pórtico espacial com geometria de grelha;
b) Modelo em Elementos finitos com elementos de cascas;
c) Modelo de Pórtico espacial simples;
d) Modelo de Pórtico plano;

a) Modelo de Analogia a pórtico espacial

Neste modelo, portanto, cada superfície contínua da laje é substituída por uma malha
de barras (elementos lineares) que se cruzam formando nós. Tais barras possuem
todas as seis possibilidades de deslocamento no espaço. Em um elemento de barra,
considerando uma seção genérica, atuam seis esforços, sendo dois momentos
fletores, dois esforços cortantes, um esforço axial e um momento torçor.
O modelo é semelhante ao de analogia de grelha, utilizado para cálculo de lajes. A
diferença é que o modelo de grelha, propriamente dito, não admite carregamento
inclinado, somente carga perpendicular ao plano da grelha. Como as lajes dos lances
da escada são inclinadas e o carregamento é superficial por m2 de projeção na
horizontal, então o modelo em questão deve ser tratado como pórtico espacial
equivalente, e não como grelha.

b) Modelo em Elementos Finitos

Para este modelo é utilizado elementos finitos de cascas (shells). A discretização das
lajes que compõe a escada é realizada, formando a malha vista na figura abaixo, em
que cada quadrilátero representa um elemento de casca.
Cuidados especiais se devem ter na interpretação dos resultados obtidos,
principalmente nas regiões de canto da escada, as quais apresentam tensões bem
maiores que as outras regiões.

Modelo em Elementos Finitos par escada autoportante


c) Modelo de Pórtico Espacial simples

Consiste em um modelo em que cada lance da escada é representado por apenas um


elemento, enquanto o patamar é representado por três elementos. O elemento de
pórtico representativo da casca passa pelo eixo na projeção horizontal da escada.

Esta não é a única forma de representação da escada autoportante em modelo de


pórtico espacial simples. Outros modelos bem semelhantes podem ser visto na
literatura técnica.
d) Modelo de pórtico plano

Outro modelo que pode ser adotado é o modelo de pórtico plano mostrado na figura
seguinte. Este modelo pode ser visto em (Araújo) e (Souza). Consiste em considerar
as extremidades dos lances em apoios do 2º gênero e a escada como pórtico com
patamar em balanço.

Vp

Mp
C D
A
A-A
C

A
B
C

C-C D-D
B
D
C
B A

ESCADA AUTOPORTANTE

B-B

O cálculo pode ser feito utilizando os métodos clássicos hiperestáticos (método das
forças ou método dos deslocamentos), em ambos os casos existe apenas uma
incógnita para resolução do problema. Quando a escada apresentar lances de mesmo
comprimento e mesmo ângulo de inclinação com a horizontal (e somente neste caso)
podem ser utilizados os cálculos a seguir, como simplificação do problema.

Primeiramente calcular o patamar em balanço.

Mp

Pp

Vp
Lp

Os esforços são dados por:


.
= = .
2

É atribuído um rompimento no nó de encontro dos lances e do patamar. E aparecem


as forças ( , ) em cada barra rompida, equilibrando cada lance da escada. As
forças ( ) são os provenientes do patamar e devido a igualdade dos lances no
comprimento e inclinação eles são dados por:

= ⁄2 = ⁄2

Q
p p

H M H

R Q

 M H H 
a=Le a=Le

Desta forma podemos determinar as incógnitas:

Reações na vertical: = . +

Onde ( ) é a projeção na horizontal do comprimento do lance da escada.

Reação na horizontal para equilíbrio do lance:


1 .
= ∙ + . +
. 2

O momento fletor em uma seção a uma distância ( ) do patamar é dado por:

.
( )=− − . + . . −
2
Os esforço cortante em uma seção a uma distância (x) do patamar é dado por:

( )= . − . + . .
Os esforço normal em uma seção a uma distância (x) do patamar é dado por:

( )= . + . + . .

1.7 – Escadas Circulares

O estudo das escadas circulares, no presente trabalho, incidirá somente nos casos
mais simples, que consiste nas escadas apoiadas em vigas laterais ou centrais na
forma curva, e nas escadas na forma helicoidal apoiadas em pilares.
A escada da figura abaixo pode ser calculada supondo os degraus com uma
extremidade em balanço e a outra engastada na viga curva. As vigas sofrem desta
forma momentos fletores em duas direções e torção devido ao engastamento dos
degraus na viga. O comportamento estrutural é similar aquele já apresentado para
escadas retangular com lajes engastada em viga.

P4
P3 P5

P2 P6

P1 P7

A escada degraus apoiadas em vigas na helicoidal podem ser calculadas através de


coeficientes tabelados de acordo com os casos de 1 volta, ¾ de volta, meia volta e ¼
de volta.
Os momentos fletores e de torção ao longo da viga helicoidal são dados pela
fórmulas:

= . . = . .

Onde ( ) é a carga por metro linear e ( ) o raio do eixo da viga.

( ) é o momento de flexão em um plano vertical;


( ) é o momento a ser decomposto em momento de torção e momento de flexão
lateral.

mT
Mx
My
My  mL

Os coeficientes e são tabelados para cálculo dos momentos em vários pontos


das vigas (Rocha). Determinados os esforços o dimensionamento é feito pelas
fórmulas já conhecidas.

A entrada de dados na tabela é dada pela relação ( / )

Onde d é a altura da seção transversal medido na direção normal ao eixo helicoidal e


b é a base da seção transversal da viga.

A seguir é representada uma das tabelas para o cálculo dos esforços nas vigas
helicoidais com 3⁄4 de volta da escada. Outras tabelas podem ser encontradas na
literatura técnica (Rocha). Os valores dos momentos são dados em 6 pontos sendo a
viga divida em 12 pontos. Os esforços nos outros pontos são determinados pela
simetria da outra metade da viga, conforme figura abaixo.
2
3 1
4 0

6
a My

d
h Mx

1/4 de volta

PONTOS
d/b
0 1 2 3 4 5 6
C1 0,376 0,271 -0,027 -0,474 -1,000 -1,526 -1,973
1,0
C2 0 0,133 0,187 0,093 -0,195 -0,692 -1,383
C1 0,460 0,349 0,032 -0,441 -1,000 -1,559 -2,032
1,5
C2 0 0,166 0,247 0,170 -0,111 -0,615 -1,324
C1 0,518 0,403 0,073 -0,419 -1,000 -1,581 -2,073
2,0
C2 0 0,188 0,288 0,225 -0,053 -0,561 -1,283
C1 0,557 0,438 0,100 -0,404 -1,000 -1,596 -2,101
2,5 0,315
C2 0 0,203 0,260 -0,014 -0,525 -1,255
C1 0,582 0,462 0,119 -0,394 -1,000 -1,606 -2,119
3,0
C2 0 0,213 0,334 0,284 0,012 -0,501 -1,237

As escadas engastadas em pilar central, são também chamadas de escadas caracol


ou helicoidal, são usadas quando não se dispõe de espaço suficiente para outros
tipos de escada. Normalmente, os degraus se apresentam isolados e engastados em
um pilar central, esquematizado como a seguir.
Segundo Guerrin, o momento atuante no pilar possui variação senoidal com seu
momento máximo dado por:

2. .
=
3

p - carga por m2 de projeção horizontal;


a – é o raio externo da escada.

Você também pode gostar