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WDowningCatecismo Comcomentário PDF
WDowningCatecismo Comcomentário PDF
COM COMENTÁRIO
W. R. Downing
PUBLICAÇÕES P.I.R.S.
Um Ministério da Igreja Batista da Graça Soberana
Avenida West Edmundson, 271
Morgan Hill - Califórnia - 95037 www.sgbcsv.org
2
ISBN 978-1-60725-963-3
As Citações Escriturárias são da Versão Almeida Corrigida Fiel da Sagrada Escritura ou de uma tradução
livre pelo autor.
Desenho da Capa: Paul S. Nelson. Pintura da Capa: Paulo diante do Areópago por Rafael: Domínio
Público.
Todos os direitos reservados somente ao autor. Nenhuma parte deste livro deve ser reproduzida em
qualquer forma que seja sem a prévia permissão do autor.
Edição em Português:
Tradução para português: Hiriate Luiz Fontouro
Revisão: Paul Cahoon, Benjamin Gardner, Albano Dalla Pria e Erci Nascimento
Editor: Calvin G Gardner
PREFÁCIO
Este é um Catecismo Batista. É destinado para o nosso povo Batista. Enquanto que nós
temos muito em comum com outros Cristãos, nós também temos nossos próprios
distintivos que sustentamos ser escriturísticos. Estes são enfatizados e detalhados
quando necessário.
Este é um catecismo com Comentário. As questões básicas e salientes sob cada título
são brevemente explicadas e discutidas de forma ordenada. Como tal, torna-se um
manual introdutório para o estudo doutrinário.
Que esta obra elementar possa provar, na bondosa providência de Deus, ser aceitável e
útil entre nosso povo Batista.
W. R. Downing
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CONTEÚDO
INTRODUÇÃO ..............................................................................................................11
As Escrituras .................................................................................................................. 11
O Termo “Catequizar” ................................................................................................... 11
C. H. Spurgeon sobre Catequizar ....................................................................................12
O Uso Prático de um Catecismo .................................................................................... 12
Algumas Objeções Contra o Catecismo Respondidas ....................................................13
Perguntas e Respostas acerca do Uso de um Catecismo.................................................13
PARTE I: O CRENTE E SEU DEUS .......................................................................... .21
Questão 1: Qual é a única verdade inspirada, infalível e inerrante para o homem? ....... 21
Questão 2: Qual é a principal finalidade do homem? ................................................... 23
Questão 3: Qual é o único grande Objeto de nosso conhecimento, adoração e gozo? ... 24
Questão 4: Como Nós podemos conhecer Deus? .......................................................... 26
Questão 5: Quais são os dois tipos de revelação Divina que Deus nos deu para
que possamos conhecê-lo?...........................................................................27
Questão 6: Qual é a importância das Escrituras?............................................................28
PARTE II: AS ESCRITURAS COMO A PALAVRA DE DEUS ...............................3 O
Questão 7: O que é a Bíblia? ......................................................................................... 30
Questão 8: Quais são os termos importantes acerca da Bíblia como A Palavra
escrita de Deus? ...................................................................................31
Questão 9: O que se entende por “inspiração” da Escritura?.....................................31
Questão 10: O que se entende por “autoridade” da Escritura? ..................................... 33
Questão 11: O que se entende por “infalibilidade” da Escritura?................................. 35
Questão 12: O que se entende por “inerrância” da Escritura?...................................... 36
Questão 13: O que se entende por “suficiência” da Escritura? .................................... 36
Questão 14: O que se entende por “canonicidade” da Escritura? ................................. 37
Questão 15: O que se entende por “iluminação”? . ....................................................... 39
Questão 16: Em qual forma Deus nos deu sua Palavra? ...............................................40
Questão 17: Qual é a mensagem central da Bíblia? ...................................................... 41
Questão 18: Por que o estudo das Escrituras é vital para cada crente? ........................ 43
Questão 19: O que Deus exige de cada crente em sua Palavra ...................................... 44
PARTE III: A NATUREZA, O PROPÓSITO E O CARÁTER DE DEUS ..................46
Questão 20: O que nós podemos conhecer acerca de Deus a partir de sua Palavra? ....... 46
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Questão 105: O que a quinta petição da Oração Modelo nos ensina? ...........................207
Questão 106: O que a sexta petição da Oração Modelo nos ensina?..............................208
Questão 107: O que a conclusão e a doxologia da Oração Modelo nos ensina?............209
Questão 108: Existem falsos Cristãos assim como verdadeiros Cristãos? ..................210
Questão 109: Como alguém conhece a diferença entre o “Cristão meramente
professo” e o verdadeiro Cristão? ......................................................... 211
Questão 110: Qual é a segurança da fé? ........................................................................213
Questão 111: Existe uma segurança defeituosa incompleta da fé assim como uma
segurança da fé verdadeira e escriturística? ........................................... 214
Questão 112: Quais são os aspectos bíblicos da segurança da fé? .................................215
Questão 113: Do que o crente é salvo ou entregue? ......................................................220
Questão 114:Qual é a relação do crente com o pecado? ...............................................221
Questão 115: Se o crente é eficazmente trazido a uma união com Cristo, com tudo
que tal união implica, por que e como ele ainda peca? ...........................223
Questão 116: O crente pode obter a vitória sobre qualquer pecado conhecido? ..........226
Questão 117: Como o crente deve lidar com o pecado em sua vida? .......................... 227
Questão 118: O que se entende por “liberdade Cristã”?.................................................228
Questão 119: Os crentes verdadeiros, devido às suas imperfeições, tentações e
pecados que os atingem, podem cair do estado da graça? .......................229
Questão 120: O que vem a ser uma cosmovisão? ..............................................................231
Questão 121: O que vem a ser uma cosmovisão Bíblica ou Teísta Cristã ? ..................233
Questão 122: Como a cosmovisão do crente difere daquela do não crente? ...............234
Questão 123: Por que uma cosmovisão bíblica é necessária para uma
cristandade consistente? ......................................................................... 235
Questão 124: Qual é o padrão moral para a vida do crente? ..........................................236
Questão 125: O que Deus tem infalivelmente ordenado como o objetivo espiritual
comum para todos os crentes sem exceção?...........................................239
Questão 126: Quais são os meios privados da graça que Deus tem ordenado para o
bem-estar espiritual, crescimento e maturidade dos crentes? .................. 241
Questão 127: Quais são os meios públicos da graça que Deus tem ordenado para o
bem-estar spiritual, crescimento, e maturidade dos crentes?....................243
Questão 128: O crente, como filho de Deus e cidadão de seu reino celeste,
está isento dos problemas e males comuns ao homem? ........................244
Questão 129: O crente, ainda sujeito aos males, problemas e tristezas comuns
ao homem, pode, contudo esperar por encontrar contentamento,
cumprimento, e gozo nesta vida presente? ............................................247
Questão 130: Quem são os principais inimigos do crente nesta vida? .........................249
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INTRODUÇÃO
As Escrituras
“Tão-somente guarda-te a ti mesmo, e guarda bem a tua alma, que não te esqueças
daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e não se apartem do teu coração todos os
dias da tua vida; e farás saber a teus filhos, e aos filhos de teus filhos…quando o
SENHOR me disse…os farei ouvir as minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me
temerem todos os dias que na terra viverem, e as ensinarão a seus filhos.” Deuteronômio
4:9–10.
“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos
e delas falarás assentados em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e
levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os
teus olhos. E escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.” Deuteronômio
6:4–9.
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade.” 2 Timóteo 2:15
“…Pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação
do Senhor.” Efésios 6:4.
O Termo "Catequizar"
A palavra Portuguesa "catecismo" é derivada do verbo Grego katēchēo, "entoar em voz
alta, ensinar oralmente, instruir pela boca." Este termo tinha originalmente a ideia de
"falar para baixo ou por cima," ou seja, de atores num palco elevado. É um composto da
preposição kata, "para baixo, por toda parte, completamente" e do verbo ēchēo, "soar,"
a fonte da nossa palavra em Português, "eco." Parece haver nesta etimologia a ideia de
uma resposta responsiva. Catequese tem a conotação de instrução oral completa ou
repetida, e é apenas um dos vários termos relacionados para instrução ou ensino
encontrado nas Escrituras. O termo em si ocorre oito vezes no Novo Testamento (duas
vezes como "informado" em Atos 21:21,24, referindo-se à informação boca-a-boca):
“Para que conheças a certeza das coisas de que já estás catequizado.” Lucas 1:4.
“E o que é catequizado na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o
instrui.” Gálatas 6.6.
RESPOSTA:
2. Esta não é uma questão de acrescentar algo às Escrituras, mas sim o uso de
uma ajuda necessária para uma compreensão abrangente do seu ensino
doutrinário. Deus nos criou racionais, seres moralmente responsáveis, criados à
sua imagem e semelhança. Fomos criados tanto com capacidade como com
necessidade de organizar. Uma abordagem ordenada ou sistemática à verdade
divina é uma necessidade, como pode ser visto na existência necessária de
doutrina e teologia. Infelizmente, muitos que se opõem ao uso de um catecismo
se voltam para o uso muito questionável de outros materiais de ensino religioso
que são doutrinariamente superficiais ou doentios.
4. Há uma grande necessidade que todos os crentes têm pelo menos de dois
tipos de conhecimento sobre a verdade de Deus: Primeiro, cada jovem deve
ter pelo menos um conhecimento geral das Escrituras. O que muitos chamam de
"Histórias Bíblicas" dá à criança mais jovem um conhecimento geral da Bíblia,
seu formato histórico, os princípios básicos da história redentora e algum
conhecimento sobre os vários livros da Bíblia e seus personagens principais.
Segundo, todo jovem deve ser ensinado a compreender, pensar e raciocinar
doutrinariamente a partir das Escrituras. Durante séculos, este tem sido o
propósito de um catecismo doutrinariamente sadio. A catequese cessou entre
14
nossos antepassados Batistas quando eles não mais enfatizaram seus distintivos
doutrinários e Confissões de Fé. Nas escolas dominicais os catecismos foram
substituídos pelas revistas "trimestrais" que tem provado, acreditamos nós, ser
vastamente inferior.
RESPOSTA:
1. Isto pode ser verdade, mas a culpa não está no uso de um catecismo, por si só,
mas em pressuposições não escriturísticas e às tradições religiosas, que foram
sobrepostas sobre a Palavra de Deus.
2. Um catecismo é verdadeiro e útil apenas quando ele comunicar com precisão a
verdade das Escrituras.
3. Idealmente, evangelismo através de catequese leva a uma profissão de fé
confiável.
4. Um catecismo deve ser um conservante da verdade e não uma introdução ao
erro. Um catecismo é dado apenas como bom, verdadeiro ou preciso quanto às
15
método usado por várias seitas? e outros que sempre produz tanto um mau
entendimento como uma má interpretação da Escritura.
RESPOSTA:
1. Esta objeção é baseada em parte na falácia que a Palavra de Deus deve declarar
uma dada doutrina repetidamente como sendo verdade. Uma vez é suficiente,
embora nenhuma verdade bíblica esteja apenas num texto isolado. A
necessidade de repetição de qualquer aspecto dado da verdade Divina para
estabelecer sua validade revela uma visão muito deficiente tanto de Deus
como da Escritura. Cada declaração da Escritura é verdadeira e verdade .
2. A verdade da Escritura existe como um todo compreensivo, consistente,
unificado. Enquanto que o catecismo pode dar apenas uma declaração ou duas para
verificar o ensino doutrinário da Escritura, se estas declarações forem claras e
consistentes com a “analogia da fé”, elas formam uma base escriturística para a
fé de alguém. Muitas vezes no testemunho evangelístico ou no rigoroso
exercício de apologética evangelística, uma clara declaração sadia da
Escritura pode ser o único firme ou possível fundamento para discussão.
3. É quase impossível que qualquer catecismo possa ou deva existir sem uma
determinada quantidade de explicação ou a necessidade de um estudo mais
aprofundado. As perguntas, respostas e textos-prova do catecismo fornecem uma
introdução ao ensino doutrinário da Escritura, não a palavra final e exaustiva. As
perguntas e respostas despertam necessariamente a curiosidade da criança ou do
novo convertido e pedem por explicação adicional e discussão.
Perguntas e Respostas
Acerca do Uso de um Catecismo
As seguintes perguntas e respostas servirão para analisar e resumir os assuntos
envolvidos, e impor a grande necessidade para o uso consistente de um catecismo sadio.
amorosa e pacientemente a instruir e doutrinar esta geração! Não seria isto por si mesmo
um verdadeiro avivamento?
PARTE I
O estudo das coisas Divinas em geral é chamado de "Teologia", do Gr. Theos , "Deus", e
logos ou logia, "palavra, estudo ou doutrina." A doutrina do homem é chamada de
"Antropologia," do Gr. anthropos. Literalmente, tudo é determinado por uma doutrina de
Deus revelada através da Escritura. É de extrema importância que seja tanto escriturística
como piedosa em tal estudo.
Mateus 4:4. ... “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra
que sai da boca de Deus.”
COMENTÁRIO
Alguns catecismos e obras sobre teologia começam com Deus e daí a razão para as
Escrituras ser como uma revelação necessária e de Deus. Esta é uma abordagem filosófica.
Nós devemos começar com as Escrituras. Somente a Bíblia é a verdade objetiva e escrita
(2 Timóteo 3:16-17). Isto deve garantir que o nosso pensamento permanecerá
escriturístico em vez de filosófico, tanto em consistência quanto em nossa abordagem das
realidades Divinas.
Acreditando que a Bíblia é a real Palavra de Deus escrita não algo é meramente teórico ou
abstrato. É a substância de uma fé viva que repousa na verdade da Palavra de Deus,
independentemente das circunstâncias. Tal crença não é mero fideísmo [uma fé irracional
nua]. Nossa fé é fundamentada na Palavra racional de um Deus auto-revelado e inteligente.
O testemunho do Espírito Santo autentica esta Palavra para a mente, para o coração e para a
alma do crente. Seus mandamentos, profecias, advertências e promessas são total e
infalivelmente verdadeiros. As Escrituras são, portanto, para formar a verdadeira estrutura
de nossas vidas. Veja a Pergunta 10.
Será que as Escrituras têm seu devido lugar em nossas vidas? As nossas vidas refletem a
sua orientação e poder transformador? Será que nós amamos e obedecemos a Deus,
conforme revelado em sua Palavra?
1 Coríntios 10:31. “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer
coisa, fazei tudo para a glória de Deus.”
Apocalipse 4:11. “ Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque
tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.”
COMENTÁRIO
Este universo e todas as coisas e todos que estão nele existem para o bom prazer e
glória de Deus. O homem é o portador da imagem de Deus, criado como ele e para ele
(Gênesis 1:26-28). O homem foi criado originalmente justo para encontrar significado
e satisfação em servir a Deus e desfrutar de sua comunhão (Eclesiastes 7:29). Veja a
Pergunta 33. O primeiro homem, Adão, foi criado para "pensar os pensamentos de
Deus depois dele," isto é, para dar o mesmo significado a tudo o que Deus tinha dado a
ele em virtude de seu ato criativo. Veja a Pergunta 31. No contexto da criação
primitiva, não caída, nada mais poderia ser acrescentado à alegria e satisfação do
primeiro par. No entanto, em Adão a raça humana caiu da sua retidão original e tornou-
se intelectualmente incapacitada, moralmente depravada e pecaminosamente empírica
(Gênesis 3:1-8; Romanos 1:18-25; 5:12; 1 Coríntios 2:14; Efésios 4:13-17). Veja as
perguntas 34, 37 e 38. A salvação no tempo e na história humana é a redenção da
imagem Divina no homem (Romanos 8:29). Isto exigiu a encarnação, humilhação e
exaltação do Senhor Jesus Cristo (Filipenses 2:5-11), e a união dos crentes com e em
Cristo (Romanos 6:1-14; 8:28-39; Colossenses 3:1-4). Veja a Pergunta 125.
Finalmente, todos os atributos Divinos serão glorificados, seja no julgamento ou
redenção do homem e do universo (2 Pedro 3:7-13).
Salmos 29:2. “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na
beleza da santidade.”
Salmos 73:25-26. 25“Quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu
deseje além de ti. 26ª minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a
fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre.”
Salmos 96:9. “Adorai o Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele toda a
terra.”
João 17:3. “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”
1 Coríntios 10:31. “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer
coisa, fazei tudo para a glória de Deus.”
COMENTÁRIO
revelação Divina, acredita que a razão não pode provar a existência de Deus. O
panteísmo sustenta que Deus é semelhante à criação. É a negação da personalidade de
Deus, e, portanto, de qualquer responsabilidade para com Deus. O Panenteísmo
fornece uma base filosófica para o teísmo aberto ou Processo Teológico. Deus é
identificado com o universo, mas ele é mais do que o universo. Ele é a mente eterna da
qual o universo é o corpo, por assim dizer. Tanto Deus quanto o universo estão em
processo de expansão; o futuro é desconhecido. O Pluralismo Religioso, característica
da filosofia pós-moderna, é a ideia de que todas as religiões têm algo de bom, e os
homens podem ter um relacionamento significativo com Deus através de vários
caminhos religiosos. Todas estas várias visões têm falta uma fonte revelada definitiva,
uma revelação Divina autoatestada, e, portanto, uma base epistemológica suficiente
[fonte da verdade e do conhecimento].
O Cristianismo Bíblico não é meramente teísta, ou seja, não se limita a acreditar na
existência de um Deus. O Cristianismo Bíblico sustenta o Teísmo Cristão, o que
necessariamente significa que o triuno, o Deus autodescoberto? se revelou na criação,
providência, história, sua Palavra escrita e no Senhor Jesus Cristo. Apenas o Teísmo
Cristão possui a base suficiente, como religião revelada, para fornecer um sistema
coerente de verdade para a teologia, criação, história, moral e ética - uma cosmovisão
inclusiva. Veja Perguntas 120-123. O Teísmo Cristão como um sistema de crenças que
sustenta que o Deus triuno revelou a si mesmo, que ele é o único Grande Objetivo do
conhecimento, e que ter um relacionamento correto com ele através da Pessoa e obra de
seu Filho leva ao mais alto significado e satisfação.
Para os crentes, a Palavra escrita de Deus constitui a nossa única regra de fé e prática.
Sob o senhorio soberano de Jesus Cristo (Mateus 28:18, Atos 2:36), esta Palavra é para
governar todas as esferas da vida – os reinos espiritual, religioso, moral, ético, social,
político e espiritual. Jesus Cristo é o Senhor soberano do universo e sua palavra é a lei do
crente. As reivindicações totalitárias de Cristo Jesus como Senhor soberano devem ser
acreditadas, amadas e obedecidas alegremente, declaradas e defendidas em todas as
esferas da existência humana.
Resposta – Nós podemos conhecer a Deus apenas como ele tem tido o prazer de revelar-
se a nós.
Veja também: Gênesis 1:1; João 1:9,18; Romanos 1:18-25; 2:14-16; Colossenses
2:9; 1 Timóteo 3:16; Hebreus 1:1-3.
27
COMENTÁRIO
Deus é o nosso Criador; nós somos suas criaturas. As Escrituras devem cuidadosamente
manter esta distinção e relação Criador-criatura. Portanto, nós só podemos conhecê-lo
como ele tem o prazer de revelar-se a nós. Ele é infinito; nós somos finitos. Ele é
absoluto [autoexistente e sem quaisquer limitações externas]; nós somos relativos
[dependentes de Deus e das circunstâncias externas para a nossa existência e
significado]. Nós não somos apenas limitados por nossa condição de criaturas, mas
também pelas consequências intelectuais [efeitos noéticos] do pecado (Romanos 1:18-
25; 1 Coríntios 2:14).
Deus se revelou a nós de várias maneiras. Estes caminhos são de natureza progressiva e
histórica: primeiro Deus revelou-se a nós através da luz da natureza. O homem é o
portador da imagem de Deus e possui um instinto para o Divino. Os efeitos noéticos do
pecado têm entorpecido e distorcido isto. O homem por natureza é incuravelmente
religioso, mas falta tanto a capacidade como a motivação para buscar a Deus
corretamente (Atos 17:22-31). Ele é "epistemologicamente falido, ou seja,
pecaminosamente fútil em seu raciocínio incapacitado e suprime o que ele sabe da
verdade, como seu ser interior está "às escuras" (Romanos 1:18-25; Efésios 4:17-19).
Segundo, Deus revelou-se em e através de sua criação na medida em que o homem caído
é inescusável, embora ele suprima este testemunho (Romanos 1:18-20). Veja a Pergunta
10. Terceiro, Deus revelou-se através de suas relações providenciais na história, mas o
homem interpreta supersticiosamente como de suas próprias pressuposições em termos
de acaso, destino ou sorte, não dando glória a Deus (Romanos 1:21-25; 2 Pedro 3:3-6).
Veja a Pergunta 35. Quarto, Deus revelou-se através da sua Palavra. Esta revelação foi
escrita e preservada (João 17:17; 1 Timóteo 3:16; 2 Pedro 1:20-21). Permanece em todo
tempo como testemunha da natureza, do caráter, do propósito e da veracidade de Deus.
Somente nas Escrituras está a mensagem da salvação e reconciliação. Finalmente, Deus
revelou-se em e através do Senhor Jesus Cristo, seu Filho eterno e o único Redentor
(João 1:14,18; Filipenses 2:5-11; 1 Timóteo 3:16; Hebreus 1:01-4). Veja as perguntas 25,
70-75.
É através das Escrituras que nós podemos conhecer a Deus, a nós mesmos, compreender
o mundo à nossa volta, e ter uma revelação definitiva e com autoridade acerca da salvação
do pecado, de uma vida justa, da história humana e de nosso próprio destino. Você O
conhece? Você O conhece e a si mesmo como revelado em sua Palavra? Você O conhece
salvíficamente no Senhor Jesus?
5ª Pergunta - Quais são os dois tipos de revelação divina que Deus nos deu para que
possamos conhecê-lo?
Resposta - Deus nos tem dado tanto a revelação geral quanto a revelação especial.
Mateus 4: “4. Ele [Jesus], porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de
pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.”
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COMENTÁRIO
O homem foi criado "para pensar os pensamentos de Deus após ele," isto é, para dar o
mesmo significado a tudo o que Deus tinha dado a ele. Isto foi necessário porque o
homem era uma criatura e foi colocado em um mundo que já havia sido criado e
definido por Deus. O homem foi criado e continua como uma criatura de fé porque a
fonte da verdade e do conhecimento permanece externa a si mesmo. Mesmo aqueles
que não reconhecem a Deus ou a sua Palavra são criaturas de fé, isto é inevitável. O
homem por natureza tem que acreditar. Ele deve acreditar em alguém ou em algo. Na
verdadeira raiz de seu ser, cada pessoa é uma criatura de fé, e pressupõe ou presume
isto quando procura interpretar qualquer fato ou raciocinar sobre qualquer assunto.
Atrás do racionalismo, do empirismo [o moderno método científico] ou intuição, o
homem ainda postula sua abordagem pela fé em algo ou em alguém. Ele continua a ser,
por natureza, um pressuposicionalista.
A Palavra que Deus deu ao homem é inteligente, compreensível e perpétua. Deus deu
sua Palavra para ser compreendida e obedecida. Sua Palavra permanece para sempre –
ela nunca diminui em sua autoridade. Embora Deus desse sua Palavra a milhares de
anos atrás, ela é tão completa e cheia de autoridade como se ele tivesse acabado de
falá-la. Note as palavras: "Está escrito," quando o Novo Testamento refere-se às
Escrituras do Velho Testamento. A Palavra de Deus escrita permanece para sempre
com plena autoridade. Você conhece Deus através de ambas as revelações, natural e
especial?
Mateus 4:4. “Ele [Jesus], porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de
pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”
COMENTÁRIO
PARTE II
30
Resposta – A B í b l i a é a r e v e l a ç ã o e s p e c i a l d e D e u s p a r a o h o m e m e m
forma escrita.
16
2 Timóteo 3:16–17. ”Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa
17
para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justice; Para que o
homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”
Veja Também: Êxodo 17:14; 24:12; 31:18; Lucas 24:25–27,45–47; João 5:45–
47; Hebreus 1:1–3; 2 Pedro 1:20–21; 3:15–16.
COMENTÁRIO
A palavra "Bíblia" deriva da palavra Grega "livro." Ela ocorre como a primeira palavra
do Novo Testamento em Grego: "O livro [biblos] da geração de Jesus Cristo..."
(Mateus 1:1). É a partir desta ocorrência que temos a nossa palavra Portuguesa
"Bíblia," que agora se refere a toda a Palavra de Deus escrita. A Bíblia é tanto um livro
quanto uma biblioteca de sessenta e seis livros que compõem o cânon da Escritura. As
Escrituras formam um todo não contraditório [coerente], unificado, como a própria
Palavra do Deus vivo escrita [preservada em forma escrita].
Como Deus fez o homem com um coração e um cérebro, e o fez vertical com o cérebro
acima de seu coração, nós preferimos um equilíbrio necessário como reflexo da concepção
Divina. As emoções devem ser responsivas à verdade Divina, nunca causativas. O Apóstolo
Paulo não escreveu a uma de suas mais queridas igrejas: "E peço isto: que o vosso amor
cresça mais e mais em ciência e em todo o discernimento, para que aproveis as coisas
excelentes..." (Filipenses 1:9-10) E para outra assembleia: "Eu .... não cesso de dar graças a
Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações: Para que o Deus de nosso Senhor
Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de
revelação " (Efésios 1:15-17). E o Apóstolo Pedro não fechou sua última epístola com as
palavras: "Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus
Cristo..." (2 Pedro 3:18)?
Por que estudar a Bíblia? A seguir estão as principais razões corretas: glorificar a Deus,
estar em comunhão com Cristo, para conhecer a vontade de Deus, ser obediente a Deus,
crescer em direção à maturidade espiritual, promover a nossa santificação, preparar para
o ministério da Palavra, compreender o propósito e manter a pureza da igreja, edificar os
outros, evangelizar os não convertidos, inteligentemente defender a fé e se preparar para
a eternidade. Você é um amante e estudioso da Bíblia?
Resposta - Os termos importantes acerca da Bíblia como a Palavra de Deus escrita são:
"inspiração", "autoridade", "infalibilidade", "inerrância", "suficiência", "canonicidade"
e "iluminação".
COMENTÁRIO
Deus, e não apenas a obra ou as palavras dos homens. Porque a Bíblia é a própria Palavra
de Deus, ela é plena em autoridade, a autoridade mais alta. Como a própria Palavra de
Deus escrita, é infalível - incapaz de errar e sem engano. Como a Palavra de Deus escrita,
inspirada, plena em autoridade e infalível, é necessariamente inerrante ou sem erro e
totalmente verdadeira em todos os aspectos. Porque a Bíblia é a própria Palavra de Deus e
totalmente confiável em todos os aspectos, ela é suficiente como nossa única regra de fé
[aquilo em que devemos acreditar] e prática [como devemos viver]. Deus achou por bem
autenticar e preservar certos livros e não outros. Juntos eles formam o cânon ou corpo da
verdade Divina que nós chamamos de "a Bíblia" ou "as Escrituras." O processo pelo qual
apenas estes certos livros foram devidamente reconhecidos é chamado de canonização da
Escritura.
Há mais três, termos importantes com os quais alguém deve estar familiarizado:
exegese, hermenêutica e aplicação. Exegese [mostrar o significado do texto
(significado da palavra, gramática e sintaxe) na língua original] refere-se à leitura do
texto, ou seja, ela responde à pergunta: "O que o texto diz?" Hermenêutica é a ciência
de interpretação. Ela responde à pergunta: "O que o texto quer dizer?" (Lucas 10:26).
Aplicação refere-se ao texto da Escritura, uma vez que ele pode ser aplicado a uma
determinada situação: "Como esta passagem é ou pode ser legitimamente aplicada a
nossa moderna era e situação?" A aplicação deriva da interpretação. Uma distinção
necessária deve ser feita entre a interpretação e a aplicação. Se estas estão confusas,
então alguém pode acreditar que a aplicação é a interpretação, e, assim, ser removido
de entender verdadeiramente uma determinada passagem. Algumas pregações violam
este princípio e conduzem a mal-entendidos e confusões.
COMENTÁRIO
O termo inspiração deriva do Latim inspiro, "respirar para dentro," referindo-se aos
autores humanos. A questão real, no entanto, é que as próprias Escrituras são
33
"inspiradas por Deus", ou seja, soprada por Deus [theopneustos] (2 Timóteo 3:16).
A grande verdade da revelação Divina é que Deus falou aos homens (Hebreus 1:1-3).
Ele não só falou aos homens, mas falou em termos compreensíveis. A grande verdade
da inspiração é que esta revelação é preservada e protegida como a própria Palavra de
Deus escrita. A inspiração é a influência sobrenatural exercida sobre os escritores
sagrados pelo Espírito de Deus, em virtude da qual os seus escritos são a própria
Palavra de Deus. Assim, a inspiração Divina se estende aos próprios escritos. Qualquer
visão de inspiração Divina, que não se refira ao verdadeiro texto como inspirado, é
tanto inadequada quanto defeituosa. A inspiração é desta forma tanto verbal [estende-
se às verdadeiras palavras, e, portanto, às nuances de gramática e sintaxe nas línguas
originais] e plenária [completa ou igual em todo].
Há uma nítida diferença entre uma tradução e uma versão. O excesso de versões
modernas torna esta discussão necessária. A tradução estrita começa com a língua
original e, ao passo que, expressando-se em outro idioma, mantém-se o mais próximo
possível do texto no idioma original com suas complexidades gramaticais, de sintaxe e
expressões idiomáticas - mesmo ao sacrifício de estilo. Uma versão difere de uma
tradução na medida em que ela é uma versão de uma tradução anterior, em uma
segunda língua, ela usa a gramática, sintaxe e expressões dessa segunda língua e torna
muito maiores as concessões para a suavidade da leitura e da expressão do pensamento.
Em suma, uma tradução se detém mais perto da linguagem original, enquanto que uma
versão se detém mais de perto da segunda língua. Na medida em que uma determinada
tradução ou versão expressa o pensamento e a verdade da língua original, tal tradução
ou versão é a autoridade da Palavra de Deus. Isto leva necessariamente à consideração
das expressões idiomáticas de uma língua, a incapacidade de alguns idiomas
secundários em expressar a plenitude do original, e uma determinada fidelidade à
gramática, sintaxe, contexto e teologia do texto.
Muitas "versões" modernas são totalmente inadequadas, uma vez que elas não se baseiam
em qualquer texto dado, mas são, na realidade, paráfrases, e algumas realmente mudam o
sentido do texto e por isso alteraram o seu ensinamento doutrinário. Não há substituto
para um conhecimento e um estudo das línguas originais.
Mateus 4:4. “Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá
o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”
Veja também: 2 Coríntios 10:4-5; Hebreus 1:1-2; 1 Pedro 3:15; 2 Pedro 1:20-
21.
COMENTÁRIO
Existe uma questão essencial e primária que deve ser abordada sobre a autoridade
bíblica. Em uma troca significativa [uma conversação inteligente no nível
pressuposicional, ou seja, uma conversa em que se fala de suas suposições básicas,
35
Em outras palavras, todos os fatos são interpretados pelas pressuposições de alguém. Isto
vale para o Cristão que reconhece suas pressuposições baseadas na fé, e também para o
não crente que pode negar isto, e reivindica descansar na suposta "neutralidade de fatos
científicos." Todos os fatos são fatos criados. Não existem fatos "brutos" ou "neutros", e o
próprio incrédulo necessariamente, embora inadmitidamente ou inconscientemente,
assume princípios e leis Teísticos Cristãos ou ele não pode argumentar "cientificamente"!
De fato, a menos que alguém assuma um universo ordenado estabelecido por
determinadas leis, coerência alguma é possível sobre a qual se possa fundamentar
qualquer ciência. As leis pressupostas pela ciência são as leis de Deus. A questão é: os
argumentos de alguém são consistentes com o seu sistema professado? A este respeito, o
crente é consistente [não contraditório ou coerente] e o não crente prova ser inconsistente.
Veja a Pergunta 136. A Palavra de Deus tem plena autoridade em sua vida?
Lucas 24:44. “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda
convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na
lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.”
COMENTÁRIO
Resposta - A "inerrância" das Escrituras significa que as Escrituras são isentas de erro e
totalmente verdadeiras em todos os aspectos.
COMENTÁRIO
Mateus 4:4. “... Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a
palavra que sai da boca de Deus.”
Veja também: João 17:17; Colossenses 3.16, 2 Timóteo 3:16-17; 2 Pedro 3:18.
COMENTÁRIO
37
O homem, como o portador da imagem de Deus foi criado como uma criatura de fé
porque, primeiro, cada fato é um fato criado, e segundo, porque a fonte da verdade e do
conhecimento era externa a si mesmo, ou seja, sua fé devia ser colocada na Palavra de
Deus. Só o homem caído procura encontrar a fonte da verdade dentro de si mesmo,
independente de Deus, ou seja, o homem caído e pecador considera que ele mesmo seja
autônomo [uma lei em si mesmo, ou seja, autodeterminado e completamente
independente de Deus] (Gênesis 3:1-7).
Embora as Escrituras não revelem todas as coisas (Deuteronômio 29:29 ), a revelação dela é
suficiente para o nosso conhecimento, obediência e expectativa. Ir além das Escrituras em
questões não reveladas a nós é especulação. Argumentar a partir das Escrituras e tirar "boas e
necessárias consequências" é legítimo, como é por este meio que nós podemos aplicar as
Escrituras de forma consistente às nossas vidas, permanecer consistentes com a pregação
sobre os aspectos da verdade doutrinária ou a situações que podem nos confrontar - mas
apenas se tais consequências ou raciocínio forem bons e necessários. Nós nunca devemos
basear qualquer doutrina em tal raciocínio. As consequências boas e necessárias estão
preocupadas com a aplicação, e não com a interpretação. Nosso Senhor usou esta forma de
raciocínio a partir da natureza espiritual de Deus para a verdadeira adoração espiritual (João
4:23-24). Ele argumentou com base nas Escrituras para justificar a cura, fazer o bem no dia
de sábado, e argumentou que o Sábado foi feito para o homem e não o homem para o
Sábado (Mateus 12:10-12; Marcos 2:23-28; 3:1-5). Ele também argumentou sobre o cuidado
de Deus para com a criação, seu conforto e provisão (Mateus 6:28-32; 10:28-31; Lucas
12:22-31).
Resposta - A "canonicidade" das Escrituras faz referência aos vários livros que, juntos,
compõem a Bíblia [o cânon escriturário] e o processo pelo qual somente eles são
reconhecidos como Escritura [canonização].
2 Pedro 3:15-16. 15”E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como
também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi
dada; 16Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos
difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras
Escrituras, para sua própria perdição.
COMENTÁRIO
Todas as Sagradas Escrituras juntas formam um livro - a Bíblia. Mas a própria Bíblia é
composta por sessenta e seis livros. É uma biblioteca Divina de vários livros - trinta e nove
no Velho Testamento [Genesis à Malaquias em nossa Bíblia Portuguesa] e vinte e sete no
Novo Testamento [Mateus à Apocalipse em nossa Bíblia Portuguesa] - que juntos formam o
cânon das Escrituras.
O Cristianismo primitivo não canonizou as Escrituras por sua própria [da igreja]
autoridade, ou seja, selecionou quais escritos deviam ser incluídos, mas ao contrário
reconheceu aqueles escritos que eram e são canônicos. As diferenças entre os escritos
canônicos e os não canônicos eram e são imediatamente perceptíveis. Como os primeiros
Cristãos reconheceram certos livros como Escritura e rejeitaram outros? A resposta está
na aplicação de vários princípios recolhidos a partir dos escritos dos primeiros Cristãos
que detalharam o processo utilizado por eles e igrejas: primeiro, o livro é pleno em
autoridade? Será que possui autoridade Divina? Segundo, o livro é autêntico, ou seja, ele
foi escrito por um dos Apóstolos ou ditado pelo autor? Terceiro, ele concorda com o resto
da revelação Divina e com a regra ou "analogia da fé?" [Isto se refere à natureza
inclusiva, não contraditórias, mas coerente da Escritura como a própria Palavra de Deus
escrita. Isto também se refere ao ensino auto-consistente da Escritura como ele toca em
39
qualquer ponto determinado]. Quarto, é o livro dinâmico, ou seja, ele possui o poder de
Deus para evangelizar e edificar? Isso se refere ao testemunho do Espírito no poder de sua
Palavra. Quinto, o livro é reconhecido pelos primeiros Pais da Igreja? Sexto, o livro é
recebido pelo povo de Deus? Assim, as Escrituras formaram as igrejas, e não o inverso. A
Escritura está sobre a autoridade Divina e não sobre qualquer autoridade eclesiástica. As
Escrituras, então, são auto- atestadas ou auto-autenticadas. O Espírito Santo dá
testemunho quanto à veracidade das Escrituras para o crente. Veja a Pergunta 10.
Alguns negam a conclusão do cânon das Escrituras, sustentando uma inspiração contínua,
ou seja, que Deus ainda fala diretamente para e através dos homens por meio de visões,
"línguas" [eloquência extática] ou "profecias" inspiradas. Tais pessoas deixam a Palavra de
Deus em um estado incompleto e finalmente sem autoridade. Veja a Pergunta 84. Será que
nós reverenciamos as Escrituras e amamos seu Autor como deveríamos?
1João 2:20,27. 20”E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas... 27E a
unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que
alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é
verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.”
1 Coríntios 2:9-10. 9”Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o
ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou
para os que o amam. 10Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o
Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.”
Veja também: Mateus 4:4; Lucas 24:13-32,44-47; João 17:17; 1 Coríntios 2:9-
16; Efésios 1:15-21; Colossenses 3.16; 2 Timóteo 3:16-17; Hebreus 5:10-14; 2
Pedro 3:18.
COMENTÁRIO
O Espírito de Deus, que especialmente habita em cada crente verdadeiro, dá uma visão
espiritual das Escrituras, e através das Escrituras, da verdade espiritual ou doutrinária.
A iluminação, portanto, não diz respeito apenas à mente; ela também inclui a vida em
um sentido duplo: primeiro, a finalidade de todo estudo Bíblico é a chegada até a
verdade proposicional ou doutrinária. Neste sentido cada Cristão deve ser um teólogo.
Segundo, a verdade doutrinária deve ter um profundo efeito sobre a vida do crente, ou
seja, "a teologia determina a moralidade de alguém," ou, "tudo na vida é finalmente
disciplinado pela teologia de alguém." Existe uma relação necessária entre a Escritura
corretamente aprendida e sustentada e o caráter pessoal, ou seja, a vida de uma pessoa
é necessariamente o reflexo de sua teologia.
Embora não haja graus de inspiração, existem graus de iluminação, dependendo da fé, da
piedade, do estudo das Escrituras e da maturidade espiritual de alguém (1 Coríntios 2:9-13;
Efésios 1:15-19; 2 Pedro 3:18).
Deve-se cuidadosamente notar que a iluminação espiritual não é estática, mas ela poderá
diminuir devido ao pecado não confessado, ao entristecer do Espírito da Verdade, à
incredulidade, à preguiça espiritual, ou ainda, poderá diminuir por desviar-se pelo medo
ou descrença de qualquer aspecto da verdade Divina (Efésios 4:30; Hebreus 5:10-14).
Alguém que consiga chegar a um acordo com qualquer aspecto da verdade escriturária e
depois rejeitá-la por qualquer motivo, apresentará necessariamente o mesmo grau de
incapacidade de discernir a verdade do erro. Nós oramos pela compreensão e iluminação
(Salmos 119:18)? Será que procuramos seriamente viver de acordo com o padrão da
verdade que conhecemos?
Resposta - Deus nos deu sua Palavra na forma de história redentora [a história ou
registro da salvação].
Gálatas 4:4-5. 4”Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei, 5Para remir os que estavam debaixo da lei, a
fim de recebermos a adoção de filhos.
Lucas 24:44-47. 44”E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando
ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito
na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. 45Então abriu-lhes o entendimento
para compreenderem as Escrituras. 46E disse-lhes: Assim está escrito, e assim
convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos,
47
E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em
todas as nações, começando por Jerusalém.”
Veja também: Gênesis 3:15; Lucas 24:25-27; 1 Timóteo 3:16; Hebreus 1:1-3.
COMENTÁRIO
A auto revelação do Deus triuno ao homem foi escrita. Essa revelação é denominada
"As Sagradas Escrituras" ou "A Bíblia." Essa revelação Divina é de natureza
progressiva. Deus não comunicou sua verdade completamente em Gênesis [tanto a
criação (Romanos 1:18-20) quanto a redenção (João 3:14-16; Gálatas 4:4-5) são
revelações de Deus e a partir de Deus], no Pentateuco, nos Profetas, nos Salmos e até
mesmo nos Evangelhos. Há um princípio progressivo que se estende ao longo de toda a
revelação Divina - Deus começou sua auto revelação em Gênesis, depois continuou
41
essa revelação através da história patriarcal, depois através da lei, depois pela história
de Israel como uma nação separada para esta finalidade. Após isso, pela história da
encarnação de nosso Senhor e de seu ministério terreno, e finalmente, através dos
Apóstolos inspirados que trouxeram essa revelação a um fim. Em outras palavras, as
Escrituras não vêm de Deus como uma Teologia Sistemática, mas como uma revelação
redentora em um formato histórico, isto é, na forma da história redentora, que é
progressivamente revelada e desenvolvida a partir da criação (Gênesis 1) até a
consumação (2 Pedro 3; Apocalipse 19-22). A doutrina não está completa e finalizada
na Escritura logo de início, mas é primeiro revelada em germe ou essência, então
progressivamente revelada em sua plenitude e finalidade. O princípio orientador da
revelação Divina é, desta forma, progressivamente histórico, pessoal, cronológico e
doutrinário.
2 Coríntios 5:21. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para
que nele fôssemos feitos justiça de Deus.”
Gálatas 3:13. “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por
nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.”
42
Veja também: Gênesis 3:15; Isaías 9:6; Mateus 1:21-23; Lucas 24:25-27,44-47;
Romanos 3:21-26; 8:28-39; 1 Coríntios 15:20-26; Gálatas 4:4-5; Efésios 1:3-14;
1 Timóteo 1:15; 3:16; Hebreus 1:1-4; 7:23-25; 9:12; 10:10-14; 1 Pedro 3:18;
1João 2:1, Apocalipse 4:11.
COMENTÁRIO
A Bíblia não é um livro sobre história, embora ela venha até nós em um formato
histórico. A Bíblia não é um livro sobre ética ou moralidade, embora a auto-
consistência moral [justiça] de Deus seja predominante e a ética Cristã seja um
elemento necessário. A Bíblia não é um livro sobre ciência, ainda que ela fale sobre a
criação, o universo, a terra, o céu, as plantas, os animais, o homem e os seres
espirituais. A Bíblia não é um livro sobre filosofia, embora ela trate da (1)
epistemologia [a ciência do conhecimento e do significado], (2) da metafísica
[perguntas finais a respeito de Deus, a realidade, ou seja, vida, morte, etc.] e nos traz
(3) uma distinta visão de mundo e vida além de falar da (4) Ética [um padrão de
conduta e julgamento moral]. Ela também fala sobre várias questões diversas como o
governo civil, o meio-ambiente, a inflação monetária, o saneamento e o bem-estar
público dando princípios operativos para essas questões. A Bíblia é essencialmente
sobre a salvação - a história do propósito eterno redentor do Deus triuno para salvar os
pecadores da maldição, do poder reinante do pecado e de suas consequências finais.
Deus não pode arbitrariamente por de lado o pecado dos pecadores (Conferir Romanos
3:21-26). Sua auto consistência moral [justiça absoluta e perfeita] o proíbe disso. O
pecado deve ser tratado, em plenitude, na pessoa do pecador ou na pessoa de um
substituto inocente. Toda a Escritura aponta para o Senhor Jesus Cristo: o Velho
Testamento por tipo e profecia; o Novo Testamento por realização e cumprimento. Em
43
Sua pessoa e em sua obra o Senhor Jesus atende a todos os requisitos como Mediador,
Redentor, Senhor e Advogado [Sumo Sacerdote]. Vejas as Perguntas 72 e 92 .
Esta mensagem de salvação - a redenção e o perdão dos pecados por meio do Senhor
Jesus Cristo e reconciliação com Deus - deve ser declarada em todo o mundo. O meio
ordenado por Deus é através da pregação do evangelho. Ver as Perguntas 138-139.
Esta mensagem de salvação do poder reinante e das consequências finais do pecado
tornou-se a sua esperança e alegria?
18ª Pergunta - Por que é vital para cada crente estudar as Escrituras?
Mateus 4:4. “...Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a
palavra que sai da boca de Deus.”
2 Timóteo 2:15. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não
tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”
Veja também: Salmos 11:03; 19.7-14; 119; 138:2; Amós 8:11; Mateus 5:17-18;
1João 2:3-5.
COMENTÁRIO
Os crentes precisam estudar a Palavra de Deus para manter a sua saúde espiritual, a
pureza doutrinária e a consistência da prática. A vida das igrejas como o pilar da
verdade exige uma grande fidelidade bíblica. O Evangelismo e a defesa da fé
pressupõe conteúdo baseados na Bíblia.
Devemos notar, cuidadosamente, que Deus honra a sua Palavra acima de tudo, e assim
devemos fazer o mesmo (Salmos 138:2; Mateus 5:17-18). Além disso, é incontestável
que o Espírito Santo nunca conduz o crente ao oposto ou o deixa fora da Palavra de
Deus escrita. Se devemos conhecer a vontade revelada de Deus e andar obedientemente
diante dele, então precisamos ter um conhecimento profundo dela, o que nem sempre é
uma tarefa fácil. É preciso tornar-se um estudante espiritual sério das Escrituras,
voltado à oração pela orientação e compreensão, tornando-se assim familiarizado com
os princípios apropriados de interpretação, fazendo a necessária distinção entre a
interpretação e a aplicação chegando a um acordo com a doutrina bíblica. Todo esse
estudo deve, então, ser aplicado consistentemente na prática. Pode o verdadeiro Cristão
ter que ficar sozinho em suas convicções bíblicas. Bem-aventurado é o crente que
encontra a comunhão daqueles que compartilham a mesma mentalidade na sua
reverência e obediência à Palavra de Deus! Você vive, diariamente, sob a autoridade
prática da Palavra de Deus?
Resposta - Deus em sua Palavra exige que cada crente viva em obediência amorosa e
em humilde submissão à sua vontade revelada.
Veja também: Romanos 12:1-2; 15:18; 2 Coríntios 2:9; 7:15; Filipenses 2:8;
Filemon 21; Hebreus 12:2-13; 1 Pedro 1:13–16; 2 Pedro 3:18; 1João 1:8–10;
2:1.
COMENTÁRIO
Estas são algumas das razões mais comuns pelas quais os Cristãos desobedecem a
Palavra de Deus. A única cura esperançosa, além da severa disciplina de castigo
Divino, é fazer com que o estudo das Escrituras juntamente com a oração pessoal
sejam nosso principal exercício espiritual de cada dia. Você ora? Você obedece?
PARTE III
20ª Pergunta - O que podemos conhecer acerca de Deus a partir de sua Palavra?
Resposta – Podemos conhecer tudo o que precisarmos saber acerca de Deus para
reconciliarmos com ele, para adorá-lo apropriadamente e vivermos em obediência a sua
vontade revelada.
Mateus 22:37-39. 37”E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. 38Este é o primeiro e
grande mandamento. 39E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo.”
Veja também: Gênesis 1:1; Êxodo 20:1-17; 1Samuel 15:22-23; Isaías 57:15 ; 64:6;
Atos 4:12; 16:30-32; Romanos 3:19-26; 5:1-3; 8:7-8; Efésios 2:4-5; 8-10; 1 Timóteo
6:15-16; Apocalipse 4:11.
COMENTÁRIO
Deus é incognoscível, exceto quando ele teve o prazer de revelar-se, e se revelou tanto na
criação [revelação natural] como em sua Palavra [revelação especial]. Ele é o nosso
Criador; nós somos suas criaturas. Ele é infinito; nós somos finitos. Ele é eterno, é
47
supratemporal; nós somos temporais. Ele é espírito; nós somos corporais. Ele é
onipresente; nós estamos fisicamente localizados. Ele é imutável; nós somos mutáveis. Ele
é onipotente e onisciente; nós somos relativamente impotentes e ignorantes. Ele é infalível;
nós somos falíveis. Ele é absolutamente soberano em todas as esferas; nós somos
totalmente dependentes dele para a vida, para a respiração e para todas as coisas (Atos
17:24-25, 28). Quando deixamos analisar pelo reino metafísico e vamos para o reino
moral, o contraste permanece: Deus é absolutamente santo; nós somos ímpios. Ele é
absolutamente justo; nós somos injustos. Ele é sem pecado ou impecável; nós somos
pecadores e depravados.
A revelação natural nos aponta para a grandeza, o poder e a majestade de Deus, mas a
revelação especial também nos aponta para os seus atributos morais para a redenção e
julgamento. A revelação natural é tão poderosa e inclusiva que o seu testemunho deixa
o homem inescusável quanto ao poder e a natureza divina de Deus (Romanos 1:18-20).
A revelação especial satisfaz a mente e o coração quando revela a plenitude de Deus
em seu propósito redentor e sua obra da salvação.
Como somos pecadores por imputação, bem como por natureza e por transgressões
pessoais, tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos é manchado, inerentemente, com
o pecado. Não podemos fugir disso. A justiça é própria de nós é uma autojustiça (Isaías
64:6). É por isto que a salvação não pode ser pelas obras ou esforço-próprio. Esta é a
razão pela qual Deus não pode aceitar os nossos esforços para agradá-lo. Se nós
queremos ser salvos do pecado, deve ser pela graça [favor imerecido - total e
absolutamente imerecido - no lugar ou a serviço da ira merecida] apenas. Não pode
haver uma mistura de graça e obras. Qualquer adição de obras [capacidade humana]
destruiria o princípio e a realidade da graça Divina (Romanos 11:5-6). A livre graça e a
livre vontade são totalmente opostos um ao outro.
Como podemos ser salvos de nossos pecados? Como podemos ser reconciliados com
Deus? Como podemos receber a graça de Deus? Pela fé. Fé é crença, é confiança, é
compromisso e essa confiança é em alguém ou alguma coisa ["fé" é o substantivo;
"acreditar" é o verbo]. A Fé salvífica confia, crê e depende de Deus, da sua Palavra, e
especificamente do seu Filho como Senhor e Salvador. A fé salvífica se apodera da
perfeita justiça do Senhor Jesus Cristo em total compromisso e se apropria dela. Isso é
o que significa "crer no Senhor Jesus Cristo" e ser salvo (Atos 16:31). Veja a Pergunta
89. Você está salvo de acordo com a verdade de Deus?
Resposta - Os nomes de Deus são aqueles títulos ou designações pelos quais Deus se
revelou ao homem.
Êxodo 20:7. “ Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor
não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.”
Mateus 6:9. “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome.”
Veja também: Gênesis 22:14; 32:27; Êxodo 3:13-15; 6:3; 9:16; 15:3; 17:15;
34:14; 2Samuel 6:18; Salmos 20:1; 83:18; Isaías 9:6; 57:15; João 10:25;
Filipenses 2:5-11.
49
COMENTÁRIO
Na sociedade moderna ocidental os nomes podem significar muito pouco, mas Deus
revelou-se em outra época, em outras línguas, e numa cultura em que os nomes tinham
uma grande significância. É neste contexto muito importante que os nomes de Deus
devem ser entendidos. Um nome não era apenas para identificação pessoal, mas também
para uma revelação pessoal.
Os nomes de Deus são muito significativos como parte essencial de sua auto revelação
aos homens para que eles, apesar de sua finitude, possam compreender suficientemente o
Deus incompreensível e infinito. Estes são os principais meios de sua identificação
quanto de sua auto revelação como uma pessoa distinta (Gênesis 17:1; Êxodo 6:3). Eles
revelam vários aspectos e características de seu caráter Divino, por exemplo: auto-
existência (Êxodo 3:14-15), majestade (Gênesis 14:18; 21:33; 24:3), poder, força ou
poderio (Gênesis 17:1; Apocalipse 4:8), onisciência (Gênesis 16:13; Atos 1:24),
suficiência (Gênesis 17:1), provisão (Gênesis 22), santidade (Isaías 57:15), justiça
(Jeremias 23:6), ciúme (Êxodo 34:14), um Deus que deve ser temido (Gênesis 31:42,53),
etc. Os nomes de Deus revelam sua fidelidade em promessas, em poder, em julgamento,
na relação de aliança e na redenção (Gênesis 24:12; Êxodo 6:3).
Os nomes de Deus no Velho Testamento podem ser classificados como aqueles que são
geralmente usados por ele e aqueles que denotam mais especificamente algum aspecto de
seu caráter. Os nomes gerais são: "Deus" [El, Elohim, "forte, poderoso, potente"],
"SENHOR" [Yahweh, "Jeová," o auto existente, o Deus que guarda o concerto"] e
"Senhor" [Adonai, "Soberano Mestre"]. Os títulos mais específicos denotam algum
aspecto ou atributo do caráter Divino, como "O Nome" (Levítico 24:11), "A Rocha"
(Deuteronômio 32:4), "Deus Todo-Poderoso " (Gênesis 17:1), "O Altíssimo" (Gênesis
14:19), "Senhor dos Exércitos" (Isaías 1:9), "O Santo" (Isaías 40:25), "Zeloso" (Êxodo
34:14), etc.
Os títulos de Divindade que são usados para nosso Senhor Jesus Cristo no Velho
Testamento têm grande importância (Isaías 9:6; Malaquias 3:1). No Novo: "Deus" (1
Timóteo 3:16; Tito 2:13), "Senhor" (João 20:28; Atos 9:5-6; 22:6-10; Hebreus 1:10;
Judas 4; Apocalipse 19:16), "A Palavra" (João 1:1) e "Filho" implicam uma igualdade e
uma relação única de intimidade com Deus, o Pai (João 1:18; Colossenses 2:9; Hebreus
1:8). O termo "Filho do Homem" pode não se referir meramente à sua humanidade; é um
título messiânico, decorrente do Velho Testamento (Daniel 7:13-14).
Resposta - Os atributos de Deus são aquelas perfeições inerentes à natureza Divina que
a Bíblia revela a respeito de Deus.
Êxodo 3:14. “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim
dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.”
Romanos 11:36. “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória,
pois, a ele eternamente. Amém.”
Veja também: Levítico 11:43-45; 1Reis 8:27; 1Crônicas 29:11-12; Salmos 31:5;
90:2; 139:1-17; 145:3,17; 147:5; Isaías 6:1-3; 57:15; Jeremias 23:24; Malaquias
3:6; 1 Coríntios 8:6; 1João 4:16.
COMENTÁRIO
Só podemos conhecer a Deus quando ele tiver o prazer de se revelar para nós. Contudo
podemos procurar compreender a Deus nas Escrituras e fazer o nosso conhecimento de
forma ordenada e sistemática. Podemos tentar categorizar ou organizar as perfeições
Divinas para nos ajudar a pensar apropriadamente sobre Deus "como espírito, infinito e
perfeito, a fonte, o suporte e a finalidade de todas as coisas" (Romanos 11:36). Embora
o nosso conhecimento de Deus seja apenas parcial e inadequado devido à nossa
finitude, devido ao nosso estado caído e devido aos efeitos noéticos do pecado, torna-
se um verdadeiro conhecimento através da nossa capacidade dada por Deus como os
portadores da imagem de Dele, no contexto da revelação Divina e na obra iluminadora
do Espírito Santo.
Quando a Bíblia fala de Deus como tendo "olhos," "mãos," "pés," "orelhas," etc., ele está
usando termos humanos [antropomorfismos] para nos ajudar a entender que Deus vê,
trabalha, movimenta, ouve, etc. Seres espirituais puros como anjos ou demônios são
muito superiores aos seres físicos, e Deus é absolutamente superior e supremo - não há
ninguém ou coisa alguma acima ou além dele. Ele é supremo e infinito, o Criador, o
Governador e o Sustentador de todas as coisas.
Como Espírito, Deus tem vida em si mesmo e dá vida a todas as coisas (Atos 17:25,28;
Hebreus 1:3; 10:31). Ele é uma personalidade, e não apenas uma influência (Gênesis 1:1;
Êxodo 3:14; Romanos 11:33-36).
Em relação ao tempo e espaço, Deus é transcendente, isto é, ele excede em muito todas
as limitações do universo que ele criou. Ele está acima e além de todo tempo e espaço.
Não há nada que existe acima ou além Deus. Não existe lei alguma, pessoa ou coisa às
quais ele deve responder; ele é absoluto, e toda realidade criada é relativa a ele. Ele é
movido apenas a partir de si mesmo e de sua própria auto-consistência moral (Salmos
52
90:4; 113:5-6). Deus também é eterno e supratemporal, isto é, ele existe acima e além do
tempo (Gênesis 1:1; 1 Timóteo 1:17). Ele é imenso e iminente, ou seja, pleno e
pessoalmente presente em todo o universo (1Reis 8:27; Hebreus 4:12-13).
Em relação aos seres morais, Deus é fiel, verdadeiro (Deuteronômio 7:9-10; João 17:17;
1 Coríntios 1:9; 10:13; Tito 1:2; Hebreus 6:13-18; 1João 5:10), gracioso,
misericordioso, bondoso (Salmos 103:1-2,8-14,17; Romanos 2:4; 8:28-39), carinhoso,
gentil (João 3:16; Romanos 5:5, Efésios 2:4-10; 1João 4:8,16), reto, justo e santo
(Salmos 145:17; Isaías 6:1-4; Oséias 1:1-11; Romanos 3:21-26; 11:33-36).
Resposta - As Escrituras ensinam que há um único Deus que existe eternamente em Três
Pessoas.
Mateus 28:19. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.”
Veja também: Gênesis 1:1-3,26-28; Isaías 44:6-8, 1 Coríntios 8:4-6; Colossenses 2:9;
1 Timóteo 3:16.
COMENTÁRIO
O termo "Trindade" deriva do Latim trinitas, de tres, três, e uno, um. A trindade ou tri-
unidade de Deus é um grande mistério. É uma verdade Divinamente revelada porque
ela só é revelada nas Escrituras e é recebida pela fé. Não existe qualquer analogia
[verdade ou ilustração correspondente] encontrada na criação. Qualquer tentativa de
ilustrar a trindade ou tri-unidade de Deus a partir da criação necessariamente falhará.
A verdade da Trindade pode ser vista como é apresentada a partir das Escrituras em
quatro afirmações: Deus, o Pai é Deus (Mateus 11:25). Deus o Filho [o Senhor Jesus
Cristo] é Deus (Isaías 9:6; João 1:1-3,14,18; Colossenses 2:9). Deus o Espírito Santo é
Deus (Gênesis 1:1-2; Atos 5:3-4; 2 Coríntios 3:17). Há um único Deus (Deuteronômio
6:4; Isaías 44:6-8; 1 Coríntios 8:4-6).
Existem dois termos teológicos com os quais devemos estar familiarizados - a Trindade
Ontológica e a Econômica. Essas são duas únicas maneiras de ver a Trindade por causa
da nossa compreensão finita. A palavra "ontológico" significa "ser" [Gr. ontos, "ser"], e
refere-se às Pessoas da Divindade em suas essências e a relação de uma para com a
outra. A palavra "econômica" [Gr. oikonomia, "economia"] significa "gestão" ou
"administração," e refere-se às Pessoas da triuna Divindade em sua cooperação
unificada nas obras da criação, da redenção e da providência. A terminologia "Trindade
53
Ontológica" significa que Deus tem existido eternamente em Três Pessoas. Alguns
sustentam erroneamente que Deus é trinitário apenas em relação ao universo criado.
Tal visão nega, de forma intrínseca, a Trindade Ontológica negando assim a filiação
eterna do Senhor Jesus Cristo e a personalidade do Espírito Santo. Veja perguntas 25 e
26.
Resposta - O Pai é o Deus eterno, co-igual e co-eterno com o Deus Filho e o Deus
Espírito Santo.
Mateus 6:9. “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome.”
COMENTÁRIO
Para uma introdução a essa pergunta e resposta, veja as Perguntas 20-23. Deus o Pai
revelou-se como "o Deus e Pai do Senhor Jesus Cristo," o "Pai" para a nação de Israel
como um povo de aliança coletiva (Isaías 64:8; Malaquias 1:6; João 8:41), e como
"Pai" para o Cristão individualmente e coletivamente (Mateus 6:9; Romanos 8:14-16).
Essa distinção é eterna e ontológica, e não meramente relacionada com a Trindade
Econômica (isto é, Deus não é uma trindade apenas em relação à criação e a redenção,
mas as distinções dentro da Divindade são eternas - o Pai sempre foi o "Pai" em
relação ao Filho e ao Espírito). Veja a Pergunta 23. Essa auto revelação de Deus como
o "Pai" nas Escrituras é para a nossa compreensão, o nosso conforto, a nossa confiança
e a nossa esperança.
A revelação de Deus como nosso "Pai" nos permite – como criaturas finitas e seus
filhos espirituais – entendê-lo, conhecer o seu amor, amá-lo e em troca se alegrar em
um relacionamento filial. Essa revelação capacita o crente a conhecer a Deus como
Aquele que o ama, o recebe, o protege, o provê, o castiga, ouve suas orações, conhece
suas provações e que um dia o receberá para si mesmo na glória. Lutero afirmou essa
bendita verdade quando disse que se pudesse chamar Deus de "Pai," ele podia orar - e
nós também podemos! Veja as Perguntas 99-102.
Resposta - O Senhor Jesus Cristo é o Filho eterno de Deus, co-igual e co-eterno com o
Pai e o Espírito Santo.
João 1:1. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus.”
1 Timóteo 3:16. “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se
manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos
gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.”
Veja também: Isaías 7:14; João 1:14,18; 14:6-11; Filipenses 2:5-11; Tito 2:13;
Hebreus 1:8.
COMENTÁRIO
Deus é Espírito e, assim, invisível, isto é, incorpóreo [sem partes corporais] (João 4:24;
1 Timóteo 6:15-16). O Senhor Jesus Cristo em sua encarnação é a revelação plena e
final e a representação do Deus eterno (João 1:1-3; 14:6-11; Colossenses 2:9; 1
Timóteo 3:16) - a própria "exegese" de Deus (João 1:18). É no Senhor Jesus Cristo que
o desejo natural do homem de "ver" Deus é cumprido (João 14:9). É em sua
personalidade e através dela e das ações do Senhor Jesus durante o seu ministério
terreno que vemos a revelação do poder e dos atributos morais de Deus. Em sua
transfiguração, vemos um vislumbre de sua glória eterna como o próprio Deus (Mateus
17:1-8; Marcos 9:1-8; Lucas 9:27-36; João 17:4-5; 2 Pedro 1:16-18).
misturadas ou confusas, mas separadas e distintas, ou seja, ele não é metade Deus e
metade homem. A encarnação foi necessária para o Senhor Jesus Cristo fosse o
Mediador perfeito e eficaz entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5), e portanto, nosso
Redentor, Salvador e Intercessor (Romanos 3:21-26; 2 Coríntios 5:21; 1 Pedro 3:18;
1João 2:1). Por causa de sua única Pessoa e sua obra redentora realizada, ele sozinho se
qualifica como o Salvador dos pecadores (Atos 4:12).
Através do Nascimento Virginal (Mateus 1:18-25; Lucas 1:26-35), através de sua vida
completamente sem pecado e vivida sob a Lei (João 8:46; Gálatas 4:4-5; 1 Pedro 2:21-
22), e depois pela sua morte sacrificial (Lucas 19:10; Filipenses 2:5-8; 1 Timóteo
1:15; Hebreus 9:12,27-28) e pela sua ressurreição (Mateus 28:5-6; Atos 2:22-33;
Romanos 1:3-4) o nosso Senhor se tornou o Deus-Homem, santo, impecável e único
Redentor qualificado dos pecadores (Atos 4:12), tornou-se o nosso Grande Sumo
Sacerdote (Hebreus 4:14-16; 5:5-10; 7:11-28; 1 João 2:1) e também o Juiz final de
todos os homens (Atos 17:30-31; 2 Coríntios 5:10; Filipenses 2:9-11; Apocalipse
20:11-15). O nome "Jesus" [Gr. Iēsus, "Yahweh é salvação"] refere-se à sua
humanidade, "Cristo" [Gr. Christos, "O Ungido"] refere-se ao seu ofício e missão
como o Messias prometido (Jo]ao 1:41; 4:25) e "Senhor" [Gr. Kurios, "Yahweh"]
refere-se à sua Divindade e posição de exaltação (Mateus 28:18; Atos 2:36; Filipenses
2:9-11; Hebreus 1:1-13). Seu nome completo e título apropriado é "O Senhor Jesus
Cristo."
A natureza Divina do nosso Senhor formou a base para sua personalidade e manteve
sua natureza humana como o Deus-Homem na união hipostática [a união das duas
naturezas em uma Pessoa]. Assim, ele foi totalmente impecável, ou seja, ele não pecou
e não podia pecar. As duas frases Latinas são posse non peccar, capaz de não pecar
[pecável], e non peccar posse, incapaz de pecar [impecável]. A impecabilidade do
nosso Senhor era necessária para sua obra redentora.
Embora a ênfase moderna esteja sobre a obra redentora de Cristo, ao invés de estar
sobre sua Pessoa, a maioria das controvérsias, historicamente analisando, têm sido
centrada sobre a última. A grande questão discutida é a Divindade do Senhor Jesus
Cristo e a relação de suas duas naturezas em uma só Pessoa. As heresias doutrinárias
acerca da Pessoa do Senhor Jesus Cristo foram: Gnosticismo Valentiniano, que negou a
56
verdadeira Divindade de Cristo por sustentar que o "elemento Cristo" veio sobre ele no
seu batismo e o deixou no jardim da agonia antes de sua crucificação. Assim, ele
morreu como um mero homem (João 1:14,18). Gnosticismo Docético, onde diziam que
toda a matéria era inerentemente má, negou a verdadeira humanidade de Cristo,
sustentando-o como sendo um espectro (1João 1:1; 4:2-3). Monarquianismo Dinâmico,
uma heresia antitrinitária do segundo século que negava a Divindade de Cristo e
ensinava que ele era um mero homem e recebeu uma unção no batismo por isso estava
em processo de se tornar Divino. Os representantes modernos, a princípio, incluíam os
Socinianos, Cristadelfianos, Unitárianos, Teosofistas e Mórmons. Monarquianismo
Modalistico, uma heresia antitrinitária que sustentavam uma Pessoa em três
manifestações, ao invés de Pessoas distintas na Divindade. Também chamada de
Sabelianismo, Patripassianismo, etc. Pentecostais Unidos ["Só Jesus"] ou a "Igreja
Apostólica" é a representante moderna dessa antiga heresia. Arianismo, uma heresia
antitrinitária que negava a Divindade absoluta de Cristo. Os representantes modernos
são os Socinianos e Russelitas [“Testemunhas de Jeová”] (1 Timóteo 3:16).
Apolonarianismo, uma heresia antitrinitária que negava a verdadeira humanidade de
Cristo. Euticianismo, que ensinava a fusão das duas naturezas em Cristo.
Nestorianismo, que parecia indevidamente separar a união hipostática das duas
naturezas de Cristo em duas pessoas. Monofisistismo, que ensinava que Cristo tinha
uma natureza composta, em vez de duas naturezas distintas. Monotelitismo, que
sustentava que Cristo tinha apenas uma vontade e, assim, humilhava sua verdadeira
humanidade. Havia dois pontos de vista: a vontade humana foi fundida com a vontade
Divina de modo que apenas a vontade Divina agia, ou as duas vontades foram fundidas
em uma só. A mais moderna Teoria Kenosis, decorrentes de Filipenses 2:7, a forma
extrema desta teoria sustenta que Cristo se esvaziou de sua Deidade, ou de sua natureza
Divina, tornando-se um mero homem. Formas modificadas desta teoria suscitam que
de alguma forma ele se esvaziou de alguns dos atributos Divinos e assim era inferior na
Deidade.
O Senhor Jesus Cristo é ao mesmo tempo o único Mediador entre Deus e os homens (1
Timóteo 2:5), o único Redentor e Salvador dos pecadores (Romanos 3:24-26; Efésios
1:5-7) e o nosso Grande Sumo Sacerdote (Hebreus 4:12-16; 7:19-28; 8:1-2; 9:11-
14,24; 1João 2:1). Ele será o Juiz de todos os homens que virá (Jo 5:22). Ele também é
o nosso exemplo e sendo assim é a nossa meta. O Senhor Deus está no processo do
resgate da sua imagem nos crentes e nós, constantemente, sendo conformados à
imagem de seu Filho pela obra do Espírito Santo, em nossa adoção, em nossa
santificação, em nossa correção e em nosso teste. Essa conformidade será completa na
ressurreição para a glória (Romanos 8:23,29; 2 Coríntios 3:17-18; Filipenses 3:20-21).
57
Para uma descrição completa do Senhor Jesus Cristo, veja as Perguntas 70-76. Você
tem uma relação de salvação para com o Senhor Jesus através da fé?
Efésios 4:30. “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados
para o dia da redenção.”
Veja também: Gênesis 1:2; Marcos 3:28-30; Atos 5:3-4,9; 13:2-4; 16:6; 20:28; 1
Timóteo 4:1.
COMENTÁRIO
Deus e o Espírito Santo são pessoas distintas dentro da Divindade. Como a questão
com o Senhor Jesus Cristo tem sido a sua Deidade, de modo que a grande questão a
respeito do Espírito Santo tem sido a sua personalidade distinta. Ele não é uma mera
influência, uma força impessoal ou uma emanação de Deus (Atos 13:2,4), Mas Ele
possui peculiaridades, possui um poder e tem prerrogativas de uma personalidade
distinta: ele fala (Atos 13:2; 1 Timóteo 4:1), cria (Gênesis 1:2), comanda (Atos 13:2-4),
possui julgamento inteligente, possui prerrogativa (Atos 15:28; 20:28), proíbe (Atos
16:6), pode ser tentado, pode ser mentido (Atos 5:3-4,9), pode ser entristecido (Efésios
4:30) e se pode pecar contra ele (Marcos 3:28-30). [Nosso Senhor por vezes usou a
forma masculina em vez do neutro no Grego para se referir ao Espírito Santo, quando a
palavra "espírito" em si é neutra, enfatizando, assim, a sua personalidade (João
14:16,26; 15:26; 16:8,13-14)]. Ele estava envolvido com as outras pessoas da
Divindade triuna na criação (Gênesis 1:1-3) e na eterna Aliança da Redenção e da
Graça [o propósito redentor eterno]. Veja Perguntas 67, 77 e 84.
Resposta - As Escrituras ensinam que Deus propôs eternamente todas as coisas sem
exceção para a sua própria glória e para o bem maior.
Efésios 1:11.” Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido
predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o
conselho da sua vontade.”
Romanos 8:28-30. 28”E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para
o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito. 29Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos. 30E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que
chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também
glorificou.”
Veja também: Salmos 115:3; Isaías 46:9-11; Romanos 11:33-36; Efésios 1:3-14;
2:1-10; Apocalipse 4:11.
COMENTÁRIO
Deus como uma pessoa com personalidade distinta é um ser com propósito e
determinação. Como o próprio Deus é infinito, iminente e eterno, o seu propósito em
relação a sua criação é necessariamente um propósito todo-inclusivo e eterno. Como
uma personalidade infinitamente sábia e inteligente, seu propósito deve ser o mesmo.
As Escrituras revelam que Deus "faz todas as coisas, segundo o conselho da sua
vontade," isto é, que ele propôs ou predeterminou todas as coisas. Isso é conhecido
como pré-ordenação ou predestinação. Por definição "predestinação" significa
"determinar o destino de antemão." O termo tem um uso triplo na Escritura referindo-
se: primeiro ao propósito abrangente e eterno de Deus (Efésios 1:11); segundo ao seu
propósito soteriológico [pertencente a salvação] (Romanos 8:28-31; 9:1-24; Efésios
1:3-14); e terceiro ao propósito escatológico realizado na glorificação do crente e
conformidade final para com a imagem de Cristo (Romanos 8:29).
59
O uso abrangente do termo pode ser descrito como o eterno (Isaías 46:9-10; Atos
15:18; 1 Pedro 1:20; Apocalipse 4:11) , o imutável (Isaías 14:24; 46:11; Provérbios
19:21), o todo-inclusivo (Atos 17:25,28; Efésios 1:11; Apocalipse 4:11), o onisciente
(Jr 51:15; Romanos 11:33-35;16:27; Efésios 3:10-11; 1 Timóteo 1:17; Judas 25), o
justo (Isaías 45:21; Sofonias 3:5; Romanos 9:14), o santo (Êxodo 15:11; Isaías 57:15) e
o amoroso (Romanos 8:38-39; Efésios 1:3-5) decreto ou propósito de Deus (Isaías
14:24; Daniel 4:17,24; Efésios 1:11), por meio do qual, desde a eternidade, de dentro
de si mesmo (Salmos 115:3; Daniel 4:35; Romanos 11:33-36; Efésios 1:5,9) e para a
sua própria glória (1Crônicas 29:11-13; Efésios 1:3-6,12-14; Apocalipse 4:11), ele
determinou tudo o que acontece (Romanos 11:33-36; Colossenses 1:17; Hebreus 1:3;
Neemias 9:6).
O suposto "Problema do Mal" deve ser considerado. Isso pode ser estabelecido nos
seguintes termos: "Como pode o mal existir em um universo criado e governado por
um Deus todo-poderoso e benevolente [inerentemente e completamente bom]?" Este
"problema" é mais psicológico do que lógico, teológico ou filosófico. O homem
preferiria envolver Deus e suas ações na questão do que se submeter a Deus em
completa confiança, mesmo sendo esse a um Deus benevolente no contexto de sua
onipotência e justiça (Romanos 9:11-24). Essa questão é largamente um assunto de
60
Segundo, o mal existe e, portanto, se Deus existe, ele deve ser limitado em seu poder
ou arbitrário em seu caráter moral - o argumento daqueles que apostam em um
conceito não bíblico [pagão] de Deus.
Terceiro, o mal existe, portanto existe mais do que um Deus ou existem forças
dualistas iguais [o bem e do mal] em conflito. Esse é o argumento não bíblico [pagão]
daqueles que postulariam um dualismo (um "deus bom" e "deus mau" ou opondo
forças ou princípios bons e maus) em conflito pelo controle do universo.
Quarto, o mal não existe, exceto como uma ilusão em nosso pensamento humano. Essa
é a visão não bíblica de alguns cultos ocidentais e religiões Orientais (ex.: Ciência
Cristã, Budismo). Isso faria com que qualquer distinção final entre o bem e o mal
arbitrários, e, portanto negam a auto-consistência moral do caráter Divino.
Esta afirmação final é a única visão que pode ser consistentemente alinhada com o
ensino das Escrituras (por exemplo: Gênesis 50:20; Juízes 2:15; 9:23; 1Samuel 16:14;
2Reis 22:16; Salmos 76:10; Isaías 10:5-15; 45:7; Amós 3:6; Atos 4:27-28; Romanos
8:28; 9:11-21). Qualquer outra visão, decorrente de raciocínio humanista pecaminoso,
e, assim, questionador de Deus e de suas ações (Romanos 9:19-21), procura apontar
uma incoerência [inconsistência] nas Escrituras e no sistema Cristão. Essas visões
negam a Deus e o seu poder sobre o mal ou limitam Deus e procuram trazê-lo até o
nível finito (Romanos 1:21-25) e destruir sua soberania e auto-consistência moral – e
assim qualquer fundamento suficiente ou consistente para coerência Divina.
não podemos compreender tudo o que está implícito neste profundo assunto. Por que
Deus, o Altíssimo, que é de forma absoluta auto-consistente moralmente, deveria
ordenar o mal, deve em um determinado grau permanecer um mistério para os seres
finitos.
Além disso, ao considerar o problema do mal, alguém deve levar em conta a realidade
do tempo. O que poderia ser considerado como o mal no contexto da realidade passada
ou presente pode mais tarde vir a ser grande bênção ou resultar em tal (Gênesis 42:36;
50:20; Atos 4:27-28; Romanos 8:28-31). Finalmente, apenas se Deus está no controle
absoluto do mal que ele pode ordená-lo para o bem, e nós podemos confiar no
propósito, profecias e promessas de Sua Palavra. Confiamos no propósito de Deus,
embora não possamos entendê-lo? Reclamamos contra sua providência? Pela fé
podemos compreender a verdade de Romanos 8:28?
1 Pedro 1:15-16. 15”Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também
santos em toda a vossa maneira de viver; 16Porquanto está escrito: Sede santos,
porque eu sou santo.”
COMENTÁRIO
Absoluto é Deus, nunca arbitrário, como Ele próprio é tanto a fonte, suporte e fim de
todas as coisas, quanto é de forma moral auto-consistente (absolutamente justo), por
isso, Ele não pode arbitrariamente retirar o pecado - Ele deve ser propiciado. Sua auto-
consistência moral exige que o pecador seja punido, ou um substituto inocente e
adequado tome o lugar do pecador (expiação vicária ou substitutiva). O propósito
eterno e redentor de Deus é redimir um povo da aliança, torná-los conformáveis à sua
auto-consistência moral e conformá-los à imagem de seu Filho (Romanos 8:29; 2
Coríntios 3:17-18; Efésios 1:3-7; 1 Pedro 1:15-16; 2:9). Este propósito redentor
62
João 3:16. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna”.
1João 4:8,16. 8”Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor...
16
E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor, e quem
está em amor está em Deus, e Deus nele”.
COMENTÁRIO
Deus tem uma benevolência geral para com toda a sua criação. Isto faz com que Ele se
importe providencialmente com Sua criação, incluindo a terra (Levítico 26:34-35; 2
Crônicas 36:21), as plantas (Mateus 6:28-30), os animais (Deuteronômio 25:4; Salmos
147:9; Mateus 10:29; 12:11-12) e a humanidade (Mateus 10:28-31; Romanos 8:28-39).
Esta benevolência geral, no entanto, não deve ser confundida com o Seu amor redentor.
Este amor deve possuir um caráter ou qualidade moral definitiva. O amor redentor está
em perfeita harmonia com os outros atributos de Deus. É um amor santo, justo,
infinito, inteligente, gracioso e perfeito. Tal amor deve ter objetos definidos; por
necessidade tal amor não poderia ser por tempo indeterminado ou de natureza
nebulosa. Os objetos deste Divino e redentor amor são os eleitos de Deus dentre os
judeus e os gentios (João 3:16; Efésios 1:3-7). Os cristãos devem refletir este amor em
suas próprias vidas e relacionamentos (Mateus 22:36-40; João 13:34-35; Romanos
13:8-10; 1 João 3:10-18).
seja, que Ele é longânime e mostra a Sua amorosa bondade e compaixão para com
aqueles que não merecem. Você já encontrou esta graça e misericórdia?
PARTE IV
Resposta - A obra da criação é Deus fazendo todas as coisas do nada, pela palavra do Seu
poder, por si mesmo, no espaço de seis dias, e tudo muito bom.
Hebreus 11:3. “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram
criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.”
Isaías 45:18. “Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que
formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que
fosse habitada: ‘Eu sou o SENHOR e não há outro.’
Veja também: Gênesis 1:1-31; Salmos 148:1-5; Provérbios 16:4; Isaías 40:26; 42:5;
45:12; 65:17; Atos 17:24-25; Romanos 11:33-36; Efésios 3:9; Colossenses 1:15-17;
2 Pedro 3:4-13; Apocalipse 4:11.
COMENTÁRIO
O Deus triuno criou o universo ex nihilo (do nada) (Gênesis 1:1-3; João 1:1-3;
Colossenses 1:15-17). A trindade da Divindade é ontológica, ou seja, Deus é
essencialmente uma triunidade em si mesmo, fora da criação. Veja a Pergunta 23.
(Pressupõe-se que neste nada ou vazio, Ele criou este universo). Também deve ser
evidente que se Deus criou todas as coisas, então cada fato é criado e a criação foi um ato
definitivo. Assim, cada fato deve ser interpretado ou entendido no contexto de Deus e seu
significado pretendido e significância. Isto tem grandes implicações doutrinárias,
científicas e morais.
64
Quarto: somos confrontados com a soberania absoluta de Deus sobre a Sua criação.
Veja a Pergunta 22. Isto, as Escrituras consistentemente mantêm. Deus é infinito,
onipotente, imanente e transcendente. O homem é finito e cercado com as limitações de
criatura. O homem nunca, jamais deve difamar Deus nem um jota, atribuir-lhe atributos
finitos ou limitações humanas, ou difamar sua glória. Suas perfeições são necessariamente
65
Quinto, nós devemos marcar que cada fato é um fato criado. Isto necessariamente significa
que não há fatos "brutos", ou seja, não interpretadas ou fatos "neutros" no universo porque
cada fato é criado, todo o terreno, literal e figurativamente, pertence a Deus. Assim, não
existem fatos "neutros" aos quais os incrédulos ou a ciência secular possam recorrer. Não
existe um "terreno neutro," no qual o crente e o não crente possam se encontrar para uma
troca significativa. Existe um terreno comum ou um ponto de contato, mas este está no
contexto do homem, sendo o portador da imagem de Deus, tendo a lei de Deus
indelevelmente inscrita em seu coração, e existindo no contexto dos fatos criados que ele
inconscientemente pressupõe (Gênesis 1:26; Romanos 2:14-15; 1:18-20). Esta verdade é
determinante para a adoração, para a pregação do Evangelho, para a defesa da fé, para a
vida cristã, para a ciência e para a filosofia cristã da educação. Deve ser lembrado que
todos os fatos são necessariamente interpretados pelas pressuposições de alguém. Veja a
Pergunta 136.
São fundamentais para toda adoração, apologética e para todos os aspectos da vida
cristã, estas realidades reveladas Como cristãos, nós somos sempre desafiados no ponto de
nossa fé, e nossa fé é sempre desafiada em seu ponto de contato com a Palavra de Deus.
Esta era a verdade de Adão e Eva (Gênesis 3:1-12). Eles foram tentados no ponto que a fé
deles foi fundamentada na Palavra de Deus. Cada desafio ou ataque e toda tentação vem
aos crentes neste mesmo ponto crucial como o foi com nossos primeiros pais - e pela
mesma razão - separar-nos da Palavra de Deus e seduzir-nos a agir de forma autônoma.
O Deus triuno criou o universo e este mundo para si mesmo como o palco no qual
ele iria demonstrar a glória múltipla de seus atributos para e através da criação (Salmos
19:1-3; Romanos 11:33-36; Apocalipse 4:11). Aprouve a Deus levar seis dias literais para
o processo criativo. A ideia de idades geológicas na referência a "tarde e manhã" é
intrusiva e ilógica no contexto do registro bíblico (Gênesis 1:5,8,13,19,23,31). Tudo na
criação original era "muito bom," e isto inclui o homem primordial, Adão. Os defeitos,
sofrimentos e horrores observados no mundo atual são o resultado do pecado do homem
(Gênesis 3:1-19 ; Romanos 5:12; 8:19-23). O propósito redentor inclui necessariamente a
restauração completa do universo ao seu estado primitivo e sem pecado (Isaías 65:17;
66:22; 2 Pedro 3:7-13; Apocalipse 21:1).
1
Niilismo: Atitude de negação dos valores intelectuais e comuns a um grupo social; niilista; os adeptos
desta atitude
67
Resposta - Deus criou o homem macho e fêmea, segundo sua própria imagem, em
conhecimento, justiça e santidade, com domínio sobre as criaturas.
Gênesis 1:26. E disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o
gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.”
Gênesis 5:1-2. 1”Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o
homem, à semelhança de Deus o fez. 2Homem e mulher os criou; e os abençoou e
chamou o seu nome Adão, no dia em que foram criados”.
Veja também: Gênesis 1:1,26-28; 2:18-25; 3:19; Salmos 8:6-8; Eclesiastes 7:29;
12:7; Atos 17:23-29; Romanos 2:14-15; 5:12; Efésios 4:22-24; Colossenses 3:9-10;
Tiago 3:8-9.
COMENTÁRIO
As Escrituras declaram que Deus criou o universo e tudo o que nele há, inclusive o
homem (Gênesis 1:1; Atos 17:24; Romanos 1:19-20). As Escrituras são muito cuidadosas
em manter esta relação Criador-criatura e distinção ao longo de Gênesis até Apocalipse.
Veja a Pergunta 30.
A criação Divina foi um ato definitivo, isto é, Deus não criou todas as coisas a
partir do nada [ex nihilo] apenas. Ele definiu todas as coisas nesta criação - deu-lhe o seu
significado. Cada fato no universo é, portanto, um fato criado com o seu próprio sentido e
significado distinto dado por Deus. Não existem fatos arbitrários ou "brutos", que existem
ou têm significado à parte de Deus. Para uma pessoa verdadeiramente conhecer a Deus, a
realidade e a verdade, ela deve dar o mesmo significado a todas as coisas que Deus deu a
elas. Ela deve "pensar os pensamentos de Deus , segui-lo " - interpretar tudo nos termos da
Lei-Palavra de Deus. Isto tem sido chamado de "epistemologia com revelações," ou seja,
sustentando a revelação Divina, a Escritura, como a nossa fonte de verdade e
conhecimento. (Epistemologia, do Gr. epistamai é a ciência do conhecimento e das
reivindicações da verdade). porque a fonte da verdade e do conhecimento era e é externa
ao homem, ele é necessariamente uma criatura de fé. Ele é também um
pressuposicionalista por necessidade, ou seja, como o portador da imagem de Deus o
68
Deus criou o ser humano como homem e mulher. Assim, o indivíduo, seja homem
ou mulher, é incompleto em si mesmo. A sociedade se torna fragmentada quando o seu
elemento básico, o indivíduo, é contrário ao matrimônio e à família. O casamento é o
estado natural e normal para a humanidade. Casamento e família são necessidades para o
cumprimento do mandamento cultural. É primariamente no contexto da família que a
verdade de Deus deve ser tanto mantida quanto promulgada para as gerações futuras. Veja
a Pergunta 52.
O homem não pode ser considerado como o portador da imagem Divina à parte de
seu chamado para se multiplicar e dominar a terra - o Mandamento Cultural (Gênesis 1:26-
28; Salmo 8). A responsabilidade espiritual, uma visão bíblica de mundo e de vida, uma
ética de trabalho piedosa, e a instituição ordenada por Deus do casamento e da família, de
forma necessária, caracterizam o homem verdadeiramente piedoso.
32ª Pergunta - De acordo com as Escrituras, por que Deus criou o homem?
Resposta - Deus criou o homem porque Ele quis fazê-lo, para sua própria satisfação, para
glorificar a si mesmo e dominar a terra em obediência ao seu mandamento.
69
1 Coríntios 10:31. “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer
coisa, fazei tudo para glória de Deus”.
Apocalipse 4:11. “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu
criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas”.
Veja também: Gênesis 1:26-28; 2:15-24; Salmos 8:1,3-9; Eclesiastes 7:29; Efésios
1:3-11.
COMENTÁRIO
Deus criou o universo e todas as coisas Nele para Sua própria satisfação de acordo
com a Sua vontade soberana (Apocalipse 4:11). Ele foi motivado exclusiva e integralmente
a partir do Seu próprio interior e de sua própria auto-consistência. Ele positivamente
ordenou tudo o que acontece a partir de si mesmo e não meramente previu pessoas e
eventos em uma moda fatalista (relativista). Por que ele ordenou que o mal deveria entrar
neste universo e que o homem deveria cair? Por que ele propôs, mesmo antes da criação
deste universo, salvar um número de seres humanos e resgatá-los para si mesmo (Efésios
1:3-5)? A partir da revelação divina, pode-se afirmar que Deus criou o universo e tudo que
nele há, ordenou a existência do mal e a subsequente queda e redenção do homem para
manifestar a esta criação a plenitude de seus atributos ou perfeições Divinas para o louvor
de sua própria glória. Isto será feito em glória consumada ou julgamento. Veja a Pergunta
27 e "O Problema do Mal."
Deus criou o homem para a sua própria glória. Tudo o que diz respeito à criação e à
subsequente redenção, da eleição para a glorificação, encontrará a sua realização e
cumprimento final na glória de Deus (Romanos 8.28-39; 11:33-36; Efésios 1:3-14). Os
Cristãos, entendendo isto das Escrituras, devem procurar viver para Deus e fazer tudo para
a Sua glória agora (1 Coríntios 10:31). "[...] Não sois de vós mesmos[...] Porque fostes
comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os
quais pertencem a Deus” (1 Coríntios 6:19-20).
Eclesiastes 7:29. “Eis aqui, o que tão somente achei: que Deus fez ao homem reto,
porém eles buscaram muitas astúcias”.
COMENTÁRIO
Como portador da imagem de Deus, o homem foi criado num estado de justiça
original., refletindo o caráter moral Divino, e portanto, sendo inevitavelmente moral a si
mesmo, o homem não poderia ter sido criado apenas inocente, isto é, moralmente neutro.
Nenhuma neutralidade moral humana verdadeira poderia ou pode existir em um universo
criado e governado por um Deus moralmente auto-consistente (absolutamente justo). Os
Romanistas, Pelagiados e Arminianos sustentam que Adão foi criado em um estado de
inocência original, porque eles mantêm a ideia de "livre arbítrio" (o poder de escolha
contrária – que o homem pode consistentemente escolher o contrário à sua natureza) tanto
para a humanidade não caída quanto caída, Adão era "inocente" apenas em que, antes de
sua queda, ainda não tinha experimentado pessoalmente o pecado. Esta justiça original não
era a perfeição moral, e era evidentemente frágil. Na tentação, o diabo só tinha como tentar
Adão e Eva de acordo com suas tendências naturais (e ainda como não caídos) (Gênesis
3:1-14).
34ª Pergunta - O que as Escrituras ensinam sobre a relação de Adão para com o resto da
raça humana?
Romanos 5:12. “Portanto, como por um homem [Adão] entrou o pecado no mundo,
e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens [a raça
humana] por isso que todos pecaram”.
COMENTÁRIO
Adão não foi criado apenas como um ser humano individual, ele foi criado como
um Homem Representativo, ou seja, a raça humana estava em Adão como seu cabeça
federal [Latim, foedus, uma liga ou compacto] ou cabeça de aliança. Quando Adão agiu,
ele não só agiu com referência a si mesmo, mas para todos aqueles que ele representava.
Quando Adão pecou e apostatou de Deus, toda a raça humana caiu com ele. Como o
cabeça da aliança da raça humana nesta ação representativa, Adão era um tipo [figura] de
Cristo (Romanos 5:12-14,17-18).
Como Adão era o cabeça da raça humana em sua queda e apostasia, assim o
Senhor Jesus Cristo é a aliança ou o Cabeça federal da raça redimida em sua obra de
salvação (obediência ativa e passiva) o protótipo, isto é, o primeiro exemplo da
humanidade redimida. O Senhor Jesus Cristo é o "Segundo [representante] Homem," o
"Último Adão," em contraste com o primeiro homem, Adão (Romanos 5:11-18; 1
Coríntios 15:21-22,45-47). Assim, o Senhor Jesus não se tornou encarnado, viveu, morreu
e ressurgiu dos mortos simplesmente como uma pessoa individual, mas como um Homem
Representativo. Aqueles identificados com ele redentoramente (estão em união com
Cristo) participam de Sua perfeita justiça. Veja a Pergunta 77. Você ainda está em união
com Adão decaído, ou pela graça está em união com Jesus Cristo?
Resposta - As obras da providência de Deus são sua santíssima e poderosa sabedoria para
preservar e governar todas as suas criaturas e todas as ações delas.
Neemias 9:6. “Só tu és SENHOR; tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu
exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há, e tu os
guardas com vida a todos; e o exército dos céus te adora.”
Atos 4:27-28. 27”Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu
ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os
povos de Israel; 28Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham
anteriormente determinado que se havia de fazer.”
Veja também: Gênesis 9:21-22; Êxodo 34:24; Deuteronômio 29:5; 45:5-8; Juízes
9:23; 2Samuel 17:14; 24:1; 1Reis 12:15; 1Crônicas 21:1; Jó 1:6-22; 2:1-10; Salmos.
103:1-6; 104:24; Jonas 1:4,15,17; 2:10; 4:6-7; Mateus 10:29-31; Atos 2:23; 14:15-
17; 17:23-28; Romanos 11:33-36; Efésios 1:11.
COMENTÁRIO
O tempo está contido dentro de Deus. Biblicamente, o tempo passa do futuro para o
presente e do presente para o passado. Isto por si só é fiel à predestinação Divina, e forma a
base para todas as profecias e cada promessa Divina. É desta perspectiva que nós devemos
considerar a vontade de Deus e sua infalibilidade.
palavra de seu poder rege soberanamente nos reinos espirituais, físicos, morais e sociais.
Não há força alguma, poder ou princípio que existam ou funcionem sem a sua permissão
ou à parte de seu propósito. Para os crentes, este é um propósito gracioso e amoroso no
contexto de Romanos 8:28-39.
Mesmo os atos pecaminosos dos homens sendo ordenados e rejeitados por Deus
(Salmo 76:10; Atos 2:23; 4:27-28), a fé verdadeira não questiona Deus ou Seus negócios,
pois conhecer a Deus por meio das Escrituras significa necessariamente que nós
conhecemos sua natureza e caráter, e, por isso, não devemos duvidar que tudo está de
acordo com a sua vontade e operará para a sua glória e nosso bem mais elevado - mesmo
que não O compreendemos de todo (Romanos 8:28; 9:19-21). Que o triuno, o
autodescoberto Deus das Escrituras é absolutamente soberano, mesmo sobre os atos
perversos e pecaminosos da humanidade caída, é um grande mistério que pode testar a fé
mesmo do maior dos crentes. A incredulidade, dúvida e medo de tudo surgem da
enfermidade da carne, do nosso conhecimento limitado ou total ignorância do propósito
geral de Deus e seu fim e da nossa própria inerente falta de fé (Deuteronômio 29:29;
Romanos 8:28). Veja a Pergunta 27 e "O Problema do Mal." Nós confiamos em Deus por
Ele ser Quem é, mesmo que não entendamos o que Ele faz? Se apenas confiarmos Nele
pelo que Ele faz, ou pelo que percebemos, então vamos duvidar Dele por quem Ele é!
PARTE V
O PECADO E A LEI
A doutrina do pecado é denominada "Hamartiologia," do Gr. hamartia, o termo Grego
geral para "pecado." O estudo doutrinário da Lei de Deus é denominado "Deontologia," de
dei e deontos, o termo Grego para "dever" ou " necessário," referindo-se à obrigação que o
homem tem para com a justiça absoluta da lei moral de Deus. O pecado deve ser definido
pela lei. Aparte da Lei de Deus, o pecado torna-se relativo e a doutrina da salvação pode
ser correspondentemente alterada. O legalismo, justiça própria, antinomianismo, isto é, a
oposição entre o princípio da lei e o da fé, perfeccionismo, a negação da depravação
humana inata e o alegado poder de escolha contrária (capacidade humana, livre arbítrio)
73
todos derivam de uma falta de influência adequada do padrão divino da lei moral e uma
consciência de seu poder de convencimento.
1 João 3:4. “Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o
pecado é iniquidade.”
Veja também: Gênesis 39:9; Êxodo 20:1-17; Levítico 4:13; 1 Reis 15:30; Salmos
19:7-14; 39:1; 51:4; 109:7; Provérbios 14:9; 21:4; Isaías 53:10-12; Romanos 3:19-
20,23; 6:1-14,17-18,23; 7:7-9; 1 Coríntios 6:18; 2 Coríntios 5:21; Efésios 4:26;
Tiago 1:15; 2:9; 1João 1:8-10; 2:1; 3:3-10.
COMENTÁRIO
O pecado não se originou com a queda (apostasia) do homem. O pecado se originou dentro
do mundo espírito ou do angelical. Lúcifer (Satanás, o diabo) apostatou de Deus por
orgulho e vontade própria, e levou consigo uma série de seres angelicais (Isaías 14:12-15;
Lucas 10:18). Ele estava na forma da serpente que tentou Adão e Eva e através desta
provocou a queda e apostasia da humanidade (Gênesis 3:1-19).
O pecado é uma violação ou qualquer coisa contrária à lei moral de Deus. A lei moral é a
expressão eterna da auto-consistência moral de Deus, a transcrição de seu justo caráter.
Como este universo criado no contexto do caráter moral de Deus, tudo o que é em violação
ou contrário a isto é pecado. O pecado assim pressupõe Deus em sua absoluta perfeição
moral. O epítome, ou seja, o resumo da lei moral de Deus em sua forma positiva está
contido em Deuteronômio 6:4-5 e sua versão do Novo Testamento, em Mateus 22:36-40.
O epítome desta lei, em sua forma amplamente negativa, é encontrada nos Dez
Mandamentos (Êxodo 20:1-17). O pecado pode existir como uma imputação, uma
concepção, uma inclinação, uma disposição, um pensamento, um ato ou um estado do ser.
Como o pecado pressupõe Deus e sua auto-consistência moral, então todo e qualquer
pecado é contra Deus (Salmos 51:4): O pecado é rebelião contra a lei de Deus (1João
3:4); é um desafio à autoridade de Deus; é a recusa obstinada de submeter-se à Sua
vontade revelada (Gênesis 3:9-13; 4:3-14; Romanos 9:14-21); é uma ignorância
deliberada da imanência de Deus (Jeremias 23:23-24); é um desafio à vontade revelada
de Deus (Mateus 6:10); é uma negação da justiça de Deus que considera levemente o
precioso sangue de Cristo, que nos redimiu, e despreza os sofrimentos infinitos de nosso
amoroso Salvador (Hebreus 10:26-31; 1 Pedro 18-20); é uma recusa da justiça de Deus
(Romanos 3:21-26; Tito 3:5); é um abuso da bondade de Deus (Romanos 2:4). O pecado
74
O Pecado possui cinco realidades: culpa, pena, poluição, poder e presença. A doutrina
bíblica da salvação lida com cada aspecto: a justificação trata da culpa e da pena do
pecado, a santificação da poluição e poder do pecado, e glorificação da própria presença do
pecado. Qualquer doutrina da salvação que não corrigir completamente estas realidades
não é bíblica.
O pecado não é natural para a ordem das coisas, ele é antinatural. É uma intrusão em um
universo de outro modo criado e estabelecido por Deus para ser "muito bom" (Gênesis
1:31). O pecado fraturou o universo e permeou o mundo. Ele trouxe desunião e
desarmonia espiritual, religiosa, mental, moral, ética, social e física. Em um mundo
amaldiçoado pelo pecado nada é como deveria ser. Em um mundo afetado tão
grandemente pelo pecado, é normal que as coisas deem errado e, às vezes que tudo dê
errado.
A consequência final do pecado é a morte - morte espiritual, física e eterna (ou seja, a
separação eterna de Deus sob julgamento). Veja a Pergunta 165. Quando Adão pecou por
sua desobediência e apostasia de Deus, ele morreu espiritualmente - a imagem de Deus
dentro dele foi desfigurada. Ele mais tarde morreu fisicamente. Veja a Pergunta 167.
Haverá uma ressurreição para o julgamento de todos os que fisicamente morrem apartados
da fé salvadora em Jesus Cristo, ou seja, os que estão espiritualmente "mortos"). Este
julgamento será eterno. Veja a Pergunta 171.
A salvação é do pecado, não só do juízo eterno. Existe uma libertação presente e necessária
do poder reinante do pecado bem como uma libertação futura da pena final do pecado
(Romanos 6:11-14,17-18; 8:29; 2 Coríntios 3:17-18). Sustentar o contrário é negar o
caráter essencial de Deus (1 Pedro 1:15-16) e as realidades bíblicas necessárias de
regeneração, conversão, justificação, adoção e santificação. As consequências imediatas do
pecado, no entanto, devem ser frequentemente suportadas. Não devemos interpretar mal
isto. Deus pode não, e geralmente não liberta das consequências imediatas de pecado. A
conversão pode não restaurar um casamento fracassado. A saúde do bêbado pode não ser
restaurada. Os frutos da imoralidade podem ter que ser suportados nesta vida. Os crimes
cometidos antes da conversão não são anulados ou perdoados automaticamente pelo
sistema judicial. Tais questões devem ser suportadas e santificadas na experiência do
75
crente; a libertação final do pecado é a nossa esperança gloriosa, sem libertação de suas
consequências imediatas.
O pecado tem fraturado e permeado tanto este universo, que a sua completa erradicação
deve ser a destruição do velho e a recriação do novo, ou seja, "novos céus e uma nova terra
onde habita a justiça ." (Isaías 65:17; 66:22; 2 Pedro 3:7-13). O poder reinante do pecado
foi quebrado em sua vida?
Gênesis 2:16-17. 16”E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore
do jardim comerás livremente, 17Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal,
dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
Gênesis 3:1-7. 1”Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que
o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não
comereis de toda a árvore do jardim? 2E disse a mulher à serpente: Do fruto das
árvores do jardim comeremos, 3Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim,
disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. 4Então a
serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5Porque Deus sabe que no dia
em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o
bem e o mal. 6E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável
aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e
deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7Então foram abertos os olhos de
ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para
si aventais.”
COMENTÁRIO
Eles eram justos, mas evidentemente muito vulneráveis. A tentativa empírica de Adão e
Eva em ganhar e possuir conhecimentos apartados de Deus resultou em um conhecimento
e experiência pecaminosos. Isso é tudo que o homem pode esperar quando pensa ou age à
parte da ou contrário à Palavra revelada de Deus.
Eva foi seduzida pela astúcia da serpente, mas Adão, falhando em agir de forma
responsável como o cabeça da relação, agiu deliberadamente e como chefe responsável
abaixo de Deus, foi considerado primariamente como responsável por Deus (Gênesis 3:1-
19; 1 Timóteo 2:12-14). A raça humana caiu em Adão, seu cabeça constituído ou federal,
não Eva. Veja a Pergunta 34.
Qual é a nossa atitude diante do pecado? Nós entendemos que a tentação vem a nós da
mesma forma que veio aos nossos primeiros pais - no mesmo ponto que nossa fé deve ser
fundamentada na Palavra de Deus?
Resposta - Adão morreu espiritualmente. Seu ato de pecado foi imputado a toda a sua
posteridade. Todo o ser humano também herdou sua natureza pecaminosa, a qual se
expressa constantemente sob o poder reinante do pecado.
COMENTÁRIO
Adão teve morte espiritual imediatamente após seu ato de desobediência, ou seja, sua
relação com Deus, sua personalidade e sua natureza sofreram uma mudança substancial de
relacionamento. Sua personalidade estava originalmente sob o controle de uma inteligência
justa, mas ficou sob a influência da natureza física e os seus apetites. Esta mudança
pecaminosa na personalidade só pode começar a ser posta de lado pela graça salvadora
(João 3:3,5; Romanos 6:6; Efésios 4:22-24; Colossenses 3:1-3; 9-10). Veja a Pergunta 164.
Adão ficou como o Homem Representante, e, portanto, quando ele pecou em apostatar de
Deus, toda a raça humana caiu nele como seu cabeça federal. Isso é chamado de "pecado
original," ou imputação imediata. Mesmo se uma pessoa pudesse começar de qualquer
ponto de sua vida e viver perfeitamente sem pecado - mesmo que isso fosse possível - ele
ou ela ainda estariam totalmente condenados por causa do pecado original (a imputação da
transgressão de Adão). A condenação e culpa do pecado são, portanto, inevitáveis. Veja a
Pergunta 66.
Quando Adão e Eva, como pecadores, tiveram filhos, eles também foram pecadores
(Gênesis 5:3). A desfiguração da imagem Divina no homem foi passada para toda a
posteridade de Adão tanto pela imputação quanto pela herança. Assim, todos os seres
humanos não têm apenas o pecado original, mas também uma natureza pecaminosa e, por
isso, são propensos ao pecado pessoal. A herança da natureza pecaminosa de Adão e à
77
Todo ser humano subsequente, de modo consequente, evidencia o seu estado pecaminoso
através dos pecados pessoais na disposição, inclinação, motivação, pensamento, palavra e
ação, estando sob seu poder reinante porque todos os seres humanos são pecadores, todos
necessitam de salvação tanto do poder reinante do pecado quanto de suas consequências
imediatas e finais.
Não é digno apenas de nota, mas absolutamente vital compreender que, mesmo com a
maldição, veio a promessa de um redentor (Gênesis 3:15) [o protevangelium, ou primeira
promessa do Evangelho]. Esta revelação Divina para a serpente como um desafio e para o
homem como uma promessa demonstra constantemente que Deus é um Deus de propósito,
que se deleita na misericórdia e se glória na graça (Isaías 45:22; João 3:16-18)!
39ª Pergunta - Qualquer ser humano por seu próprio esforço ou mérito pode ganhar
aceitação diante de Deus?
Resposta - Não. Por qualquer tentativa de justificação pelas boas obras ou esforço próprio
o homem apenas se estabelece contra a graça de Deus em sua própria justiça
inevitavelmente pecaminoso.
Isaías 64:6. “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças
como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas
iniquidades como um vento nos arrebatam”.
Tito 3:5. “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua
misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito
Santo”.
Veja também: Lucas 18:9-14; Romanos 1:16-17; 3:9-18; 5:1; 10:1-4; Efésios 1:6-7;
2:8-10; Tito 3:5.
COMENTÁRIO
A grande questão a respeito de nossa relação com Deus como seres humanos pecadores é:
"Como um homem pode ser correto diante de Deus?" (Jó 9:2). Ser "correto" significa ser
"justo," isto é, justificado (declarado justo) diante de Deus. Deus enviou seu Filho eterno, o
Senhor Jesus Cristo, para viver e morrer pelos pecadores para responder a Suas
reivindicações de justiça (as justas exigências de Sua santa lei) contra eles. Pela obediência
ativa de Cristo (Sua vida perfeita vivida sob a lei), Ele cumpriu suas exigências. Por sua
obediência passiva (sofrimento e morte), Ele pagou a pena exigida por aquela lei quebrada.
Assim, por Sua vida e morte Ele satisfez todas as exigências da lei Divina. Tanto a vida
impecável do Senhor Jesus quanto Seu sofrimento sacrificial e morte eram necessários, e
ambos são imputados aos crentes. A mensagem do Evangelho é uma mensagem de
justificação, perdão dos pecados e reconciliação através da imputação da justiça de Cristo
(Romanos 1:16-17; 1 Coríntios 15:1-4). Apenas pela fé, o cristão está diante de Deus
justificado pela justiça imputada de Jesus Cristo.
78
O que é justiça própria? É tudo o que podemos fazer em nossa própria força e por nossos
próprios esforços para fazer de nós mesmos supostamente aceitáveis a Deus (nossas ações
mais fervorosas, santas e religiosas). É uma justiça que tenta deixar de lado ou ignorar a
pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo como Mediador, Redentor e Fiador. Porque nós
somos pecadores por imputação (pecado original), por disposição (a natureza pecaminosa),
por dominação (poder reinante do pecado) e por comissão (pecado pessoal), não podemos
fazer absolutamente nada para merecer (merecer, ganhar) a aceitação de Deus ou atingir o
padrão de suas justas absolutas exigências. Qualquer afastamento da graça em princípio ou
desempenho é justiça própria (Romanos 11:5-6). A justiça própria (justiça pelas obras, a
esforço próprio, autodeterminação ou habilidade humana) pode ser muito sutil. Por
exemplo, se a fé e o arrependimento são considerados de alguma forma como merecimento
de nossa aceitação diante de Deus, eles, também, são apenas a manifestação de uma
mentalidade de obras, um estado enganoso de justiça própria e sem graça.
A graça salvadora é a obra redentora de Deus na salvação dos pecadores através da Pessoa
e obra do Senhor Jesus Cristo. Dizer que "a salvação é pela graça," é dizer que a graça
salvadora de Deus é livre e soberana, isto é, não há nada que os homens possam fazer para
merecê-la (ganhar) (ou não seria mais graça mas obras, capacidade humana, mera
autodeterminação)- é livre graça. É da mesma maneira que a graça soberana, ou seja, Deus
soberanamente concede esta graça sobre quem Ele quiser. Se houvesse alguma dose de
habilidade humana – obras, mera autodeterminação – seja o que for, então a salvação não
seria pela graça apenas (Romanos 11:5-6; Efésios 1:3-14; 2:1-10). Você conhece a graça
como uma realidade em sua vida?
40ª Pergunta - De acordo com as Escrituras, o que Deus deu para evitar que o homem
tente salvar a si mesmo por seu próprio esforço ou obras?
Resposta - Deus deu sua lei moral para revelar Seu caráter justo, revelar o Seu padrão para
o homem, expor o pecado e levar os pecadores a Cristo para a salvação.
Gálatas 3:24. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo,
para que pela fé fôssemos justificados.
Veja também: Êxodo 20:1-17; Mateus 22:36-40; Romanos 7:7-14; 1 Timóteo 1:5-
11.
COMENTÁRIO
O termo "lei" é usado nas Escrituras de várias maneiras diferentes. Devem-se tomar
cuidados para fazer as distinções adequadas dentro do contexto. Marque os seguintes usos
nas Escrituras: a integridade da Palavra de Deus (1 João 2:3-4; 3:4.). Todo o Velho
Testamento (Mateus 5:17-18; Romanos 2:17-20; Hebreus 10:1). Os Cinco Livros de
Moisés ou Pentateuco (Lucas 24:44; Romanos 3:21). Toda a legislação Mosaica. A lei
79
Qual é o propósito da lei para o crente? Primeiro, é a sua regra de vida, e não
legalisticamente, mas como o padrão objetivo que é cumprido no contexto da graça
(Mateus 22:34-40; Romanos 6:14). Deve ser notado, em Romanos 6:14 que o artigo
definido ["a"] não ocorre antes da palavra "lei" no Grego. Assim, refere-se a um princípio
de lei, ou seja, um princípio de mero comando exterior, como contrastado com o princípio
interior de graça;
segundo, é a essência da ética Cristã no contexto do amor (Romanos 13:8-10). Como o
amor cumpre a lei, por isso, ele é definido por ela; Veja a Pergunta 163. Terceiro, a lei é
para a humildade do crente (Romanos 7:14-8:4).
Finalmente, a lei faz o crente olhar constantemente para e glorificar a Pessoa e a obra de
Cristo no contexto da graça soberana, como Aquele que o libertou de sua condenação
(Gálatas 3:13; 4:4-5; 6:14; 16; Filipenses 3:7-9).
Um conceito bíblico consistente da lei moral deve incluir ambas as suas formas negativas e
positivas, como claramente ilustrado no ministério e ensino de nosso Senhor Jesus Cristo.
O Seu ensino e o dos Apóstolos inspirados não anularam a lei moral, mas sim a reforçou
(Mateus 5:17-18; 22:36-40; Romanos 3:19-20, 27-31; 7:7-13; 13:8-10; 1 Timóteo 1:5-11).
80
A terminologia "Palavra-Lei" de Deus é usada ao longo desta seção. Por isto se entende a
Palavra de Deus que está na natureza do comando ou lei para o homem. Por este uso, nós
procuramos manter a natureza e autoridade da Palavra de Deus. No contexto da
Palavra de Deus, estamos em obediência ou desobediência.
41ª Pergunta - Será que a lei foi destruída pela obra redentora do Senhor Jesus Cristo?
Resposta - A Lei de Deus não foi destruída pela obra redentora do Senhor Jesus Cristo.
Em vez disso, o seu conteúdo foi modificado e sua administração foi alterada.
Êxodo 20:1-3. 1”Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: 2Eu sou o Senhor
teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. 3Não terás outros deuses
diante de mim.”
Mateus 5:17-19. 17”Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-
rogar, mas cumprir. 18Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra
passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido.
19
Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim
ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os
cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.”
Romanos 8:4. “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos
segundo a carne, mas segundo o Espírito.”
Romanos 10:4. “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê”.
COMENTÁRIO
Os Antinomianos [Gr. anti, "contra," e nomos, "lei"] afirmam que a lei moral foi
destruída por meio da obra redentora do Senhor Jesus Cristo. Assim, ela supostamente não
tem lugar na vida do crente.
Alguns antinomianos sustentam que "a lei" foi substituída pela "graça," e que desde a
morte sacrificial de nosso Senhor, a lei é irrelevante. Assim, ela não tem qualquer relação
81
com incrédulos ou crentes. Veja a Pergunta 134. Qual dos Dez Mandamentos, como o
epítome, isto é, resumo da lei moral, com a possível exceção do Quarto, foi destruído
Nenhum. Cada Mandamento ainda está em vigor e sua violação é considerada pecado. A
questão do sábado, corretamente entendida, também precisa encontrar a sua expressão
moderna tanto na devida observância quanto na antecipação da glória eterna. Veja as
Perguntas 50-51. A questão não é a destruição dos Dez Mandamentos, mas uma
abordagem escriturística à sua perpétua relevância, como todos eles são claramente
reiterados no Novo Testamento, com exceção da observância do sábado, que presume um
contexto da Nova Aliança.
A lei como uma aliança não foi destruída. Ao invés disso, o seu conteúdo e
administração foram modificados: Primeiro, seu conteúdo foi alterado. A lei Cerimonial -
o sistema de sacerdócio,e sacrificial e os rituais – foi cumprida na Pessoa e na obra
redentora de nosso Senhor. A lei Civil com suas restrições sociais e suas leis dietéticas
eram em grande parte nacionais e históricas. As distinções do Velho Testamento sobre o
povo da aliança de Deus (Israel nacional) eram essencialmente físicas, dietéticas e
cerimoniais; os distintivos do povo (crentes) da aliança de Deus do Novo Testamento são
espirituais
Neste contexto, a ideia de "lei" na Epístola aos Gálatas, deve ser considerada. O
Apóstolo Paulo está se referindo à "lei" em um sentido inclusivo, não à lei moral, como ele
define "lei" e "graça" em justaposição. Ele inclui festivais e circuncisão judaicos nesta
ideia de "lei," e assim está se opondo à instituição geral mosaica como representante de
uma obra-religião em oposição ao evangelho da graça. A questão é a justificação, não
santificação; funciona em oposição ao evangelho da graça. A lei moral permanece como a
revelação e o epítome do caráter Santo e Justo de Deus.
A fraqueza da Antiga Aliança era que o coração mantinha-se inalterado e a religião era
meramente externa, exceto por um remanescente eleito de verdadeiros crentes. Sob a Nova
Aliança ou Aliança do Evangelho, o coração ou o ser interior é transformado através da
graça regeneradora para agir conforme, em princípio, com a lei moral. Veja a Pergunta 83.
Qualquer negação desta realidade é uma negação da graça Divina na regeneração,
conversão e santificação - e isto atinge no próprio coração do prático antinomianismo (da
negação da lei). A união do crente com Cristo é necessariamente uma transformação da
vida espiritual, moral, intelectual e ética. Veja a Pergunta 77.
Se a lei não foi destruída, então qual é a sua relevância? A relevância e a perpetuidade
da lei moral podem ser entendidas pelas seguintes considerações:
Primeiro: O prólogo do Decálogo estabelece o contexto histórico, redentor e da aliança
com a lei: “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que
82
te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.” (Êxodo 20:1-2). Deus revela-se como Deus e
Redentor da aliança de Israel. Assim, a lei foi dada a um povo redimido da aliança para que
eles pudessem refletir o caráter moral do Senhor seu Deus, e não como um meio de
salvação, ou simplesmente como um documento legalista para Israel. A redenção requer
revelação, e a revelação contém a legislação, tanto na Antiga quanto na Nova Aliança
(Romanos 3:19-20; 1 Timóteo 1:8-10; 1João 2:3-5). Esta doação histórica da lei nesta
maneira codificada deve ser entendida no maior contexto da aliança Abraâmica (Gênesis
12:1-3; Êxodo 2:24; Deuteronômio 29:12-13). Os crentes na economia do Evangelho
devem também refletir o caráter moral de Deus como seu povo da aliança redimido em
Jesus Cristo (Hebreus 12:14; 1 Pedro 1:14-16; 2:9), que é a verdadeira "Semente de
Abraão" e o cumprimento dessa promessa de aliança (Gálatas 3:6-26). A lei amplia o
Senhor Jesus que com Sua obra redentora cumpriu as exigências da lei quanto a nossa
justificação. Nós devemos refletir a justiça da lei como a nossa santificação em obediência a
Ele, pela graça e pelo Espírito de Deus (Romanos 8:1-4 ; 1João 2:3-5).
Terceiro, deve haver uma lei moral para os seres morais na ordem e no governo moral
criados por Deus. A lei moral é para seres racionais, moralmente responsáveis, que um dia
estarão diante de Deus para serem julgados (Romanos 3:19-20). Seria impensável para um
Deus Santo e Justo ter um povo ímpio e injusto como o resultado glorioso de sua concessão
da graça, ou que o padrão Divino para o povo de Deus deve ser deixado para a experiência
subjetiva ou especulação (Romanos 2:14-16; Tito 2:11-14; Hebreus 12:14; 1 Timóteo 1:5-
11; 1 Pedro 1:13-16; 2:9).
Sexto, o pecado, a justiça e o amor devem ser definidos e compreendidos nos termos da
lei (Romanos 8:3-4; 13:8-10; 1João 3:4). O "Amor" não é o cumprimento da lei no sentido
temporal, mas em um sentido interpretativo. Apartado da lei, o amor permanece indefinido
biblicamente e despojado de seu caráter moral necessário. A ausência ou a destruição da lei
não é liberdade, mas ilegalidade (Romanos 13:8-10; Gálatas 5:22-23; 1 Timóteo 1:5).
83
A fé não torna a lei de Deus vazia, mas sim a estabelece (Romanos 3:21-31). Como
crentes, nós "morremos para a lei" como um instrumento de condenação. Em virtude de
nossa união com Cristo e fé nele, a lei é estabelecida, não destruída (Romanos 3:21-31; 7:4;
Gálatas 2:16-21). Este "estabelecimento da lei" pela fé é mostrado de duas maneiras:
primeiro, em sua obediência ativa (sua vida santa, sem culpa) e passiva (seu sofrimento e
morte), nosso Senhor vicariamente tanto guardou a lei por nós como então pagou sua
penalidade. Assim, as reivindicações da lei contra nós foram totalmente respondidas em
virtude de nossa união com Cristo;
Segundo, com base na obra redentora de nosso Senhor, o Espírito Santo nos capacita a
estar em conformidade com os princípios da lei,. Isto não é justificar o comportamento, mas
a obra santificadora do Espírito da graça que nos refaz completamente, dando-nos um novo
coração, uma nova mente (Ezequiel 36:25-27; Romanos 6:14; 8:1-4; 2 Coríntios 3:1-6;
Gálatas 5:22 -23; Hebreus 8:1-13).
A lei é boa, se alguém dela usa legitimamente, ou seja, a maneira como Deus destinou
que ela fosse usada (Romanos 7:10,12,14, 1 Timóteo 1:8), e não como um assunto de
debate, contenda e tradição religiosa legalista. A lei é espiritual na medida em que deriva de
Deus e trata não só com a vida exterior, mas o coração ou ser interior do homem. (Romanos
7:12,14). Ela não só proíbe o ato externo, mas qualquer coisa que leva a tal (Mateus 5:17-
18; Gálatas 3:19-24; Romanos 3:19-20; 5:20; 7:12-14a; 1 Timóteo 1:8-11; 1João 3:15).
Nenhuma mera conformidade externa com estes preceitos é a verdadeira obediência que
Deus exige, mas uma conformidade de coração através da graça capacitadora.
A lei Divina é absoluta e original; a lei humana é relativa e derivada. A lei humana deve
refletir a lei de Deus. Apartada da lei Divina, a lei humana é necessariamente baseada em
costumes sociais ou consenso humano, e assim torna-se estatística, positiva ou inclusiva de
uma forma totalitária (a lei negativa é necessariamente limitada específica, a lei positiva é
ilimitada e inclusiva), moralmente relativista, e de modo arbitrário, e muitas vezes
contraditória e injusta’.
A administração da Lei de Deus está nas mãos de Seu ressurreto, glorificado e assunto
Filho, o Senhor Jesus Cristo, que agora se senta com todo o poder e autoridade como "Rei
dos reis" e "Senhor dos senhores" sobre o universo criado e como o juiz final de todos os
homens (Salmos 2:1-12; Mateus 5:18; 28:18; João 5:22; Atos 2:36; 1 Coríntios 15:25-26;
Filipenses 2:9-11; Colossenses 1:13-17; Hebreus 1:1-3; Apocalipse 11:15; 19:11-16).
Assim, o Senhorio de Jesus Cristo se estende a todas as esferas da vida - individual, civil,
familiar, espiritual, eclesiástica, moral, ética, social, política e educacional; científico,
econômico e ambiental. A neutralidade é um mito. Não pode haver qualquer autonomia
para o homem, nenhuma área de realidade onde Jesus Cristo não é o Senhor. A autonomia
humana leva à anarquia política e moral ou ao totalitarismo e à escravidão. Submissão ao
Senhorio de Cristo significa a verdadeira liberdade sob a palavra de Deus. Nós amamos a
Lei de Deus?
84
Resposta - A lei e o evangelho não são contraditórios, mas complementares. A lei deve
ser pregada evangelicamente e o Evangelho não deve ser pregado legalisticamente.
Romanos 3:20. “Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras
da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.”
1 Timóteo 1:8. “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa
legitimamente”.
COMENTÁRIO
A pregação da lei não é necessariamente uma "pregação legalista." Como existe uma
forma legalista de pregar o Evangelho, assim existe uma forma evangélica de pregar a lei. O
Evangelho é pregado de forma legalista quando é pervertido em um sistema de obras ou
habilidade natural para a salvação. Se alguém olhar para o seu próprio arrependimento ou fé
para a salvação, em vez de Cristo, ele é um legalista inconsciente. O Evangelho também é
pregado de uma forma legalista quando é expresso em termos de regras e regulamentos que
não sejam escriturísticos, mas sim pelo homem.
A lei é pregada de uma forma evangélica quando está em sua devida conexão com o
Evangelho. A lei é pregada evangelicamente quando não contradiz o Evangelho, nem se
opõe a ele, nem fica como um substituto para o Evangelho. Nem ainda, a lei deve ser
pregada à parte do Evangelho, ou deve se tornar mera pregação legalista. Biblicamente,
lógica, e evangelisticamente, a lei prepara o pecador para o Evangelho expondo o pecado
por aquilo que ele é no contexto de Deus e Sua Justiça (Gálatas 3:24; Romanos 3:19-20;
5:20; 7:7-13).
A menos que alguém note tanto o uso explícito quanto o implícito da lei, ele poderia
bem não compreender o lugar dela no ministério evangelístico de nosso Senhor e dos
Apóstolos inspirados: primeiro, o uso explícito da lei é bastante evidente na pregação do
nosso Senhor, como foi notado nos casos do "jovem rico" (Mateus 19:16-26; Marcos 10:17-
27; Lucas 18:18-27), e o "advogado" (Lucas 10:25 - 37 ). Este uso explícito da lei também
85
Segundo, existem muito mais exemplos do uso implícito da lei tanto na pregação de
nosso Senhor e dos Apóstolos. Em nossos exemplos do ministério do Senhor pode ser
tirado de sua entrevista com a mulher samaritana no poço (João 4:1-29), e a mulher achada
em adultério (João 8:1-11). Ambos estão preocupados com o Sétimo Mandamento. Uma
nota deve-se tomar da pregação inspirada de Pedro (Atos 2:23-24; 3:13-15; 4:10; 5:26-33),
Estêvão (Atos 7:51-54) e Paulo (Atos 13:26-30), acusando os judeus de assassinato do
Filho de Deus - uma violação clara do Sexto Mandamento. A pregação implícita da lei
também é evidente na defesa do Apóstolo Paulo diante do Areópago de Atenas [Atos
17:22-31, e a declaração contra a idolatria e do juízo futuro em justiça) e em seu discurso
com Felix e Drusila, quando "ele tratou da justiça, da temperança e do juízo vindouro"
(Atos 24:24-25).
Resposta - A soma dos Dez Mandamentos é amar a Deus com a totalidade de nossos
seres e amar o nosso próximo como a nós mesmos.
Mateus 22:37-39. 37”E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. 38Este é o primeiro e
grande mandamento. 39E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo. 40 Desses dois mandamentos dependem toda a lei os profetas”.
Tiago 2:10. “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto,
tornou-se culpado de todos.”
COMENTÁRIO
Uma introdução geral à lei moral, Decálogo ou Dez Mandamentos é necessária antes de
uma exposição de cada Mandamento separado a fim de obter uma compreensão adequada
da natureza e do caráter da lei de Deus.
inclinações para obediência. Por exemplo, aquele que olha para uma mulher com desejo já
cometeu adultério em seu coração diante de Deus (Mateus 5:27-28). Aquele que odeia a
seu irmão é assassino (1João 3:15). Isto significa que a lei moral de Deus codificada no
Decálogo é capaz de expansão infinita e inclusiva.
A lei de Deus é uma unidade. Quebrar um dos mandamentos de Deus é quebrar todos
eles (Romanos 3:19-20 ; Gálatas 3:10; Tiago 2:10). Veja a Pergunta 63. Todo pecado é
contra Deus. Todo pecador é um fraudulento, infrator, transgressor da lei, um "fora da lei",
um adúltero diante de Deus – independente se um ou todos os mandamentos são quebrados
- e uma punição para a quebra de um ou de todos os mandamentos é a morte – morte eterna
- porque todo e cada pecado é contra o próprio Deus - um Deus Infinito, Eterno, Santo e
Justo. Deus legislou a moralidade no Decálogo. Estes Mandamentos não podem ser
melhorados, e, em princípio, estão sujeitos à base social, religiosa, moral, filosófica e legal
de todas as tentativas históricas na lei humana equitativa e consistente.. Nós simplesmente
não devemos casualmente por de lado ou ignorar a lei moral de Deus!
Resposta - O Primeiro Mandamento é: "Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da
terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim." (Êxodo 20:1-3)
Veja também: Gênesis 1:1-3; 39:8-9; Deuteronômio 4:28; 5:6-7; 6:4-5; 26:17-
18; 32:15-21; Josué 24:14-15; 2Samuel 22:32; 1Reis 18:21; 2Reis 19:15; 1Crônicas
28:9; Salmos 14:1; 66:18; 81:8-16; 96:4-10; 139; Isaías 40:15-31; Mateus 4:10; 6:24;
87
COMENTÁRIO
Deus é absoluto e, assim os Seus direitos sobre o homem em Sua Palavra são absolutos.
Porque Deus é absoluto, e cada fato é criado e definido por Ele, todo o reino da realidade e
da humanidade criada é sagrado, ou seja, não pode ser dividido em "secular" e "sagrado."
Todas as coisas sem exceção existem por e para Deus, e existem para glorificá-Lo. Ele deve
ser absolutamente Soberano sobre todas as esferas da vida e atividade. Assim, o
reconhecimento, a submissão e obediência a Deus em todas as esferas da vida é a própria
essência da adoração.
Embora este mandamento esteja enquadrado no negativo, ele ordena certos deveres
positivos: primeiro, Deus deve ter prioridade absoluta nos pensamentos, ações e adoração
de todos os homens em todas as esferas da vida e da atividade. Esse é o seu direito soberano
como Criador e Regente do universo (Romanos 11:36; 1 Coríntios 10:31);
Segundo: o homem deve conhecer a Deus. Como Ele é infinito e o homem é finito, ele
só pode conhecer a Deus ao passo que Este tenha o prazer de revelar-se tanto na natureza
quanto nas Escrituras (Romanos 1:18-25; 2 Timóteo 3:16-17);
Terceiro: o homem deve temer a Deus e conhecê-Lo corretamente por meio de sua
auto- revelação. Este medo é um temor reverencial que é consistente com um amor
reverente e admiração. Temê-Lo, leva o homem a adorá-Lo (Êxodo 20:20; Deuteronômio
6:2; 4-5; 13:4; Salmos 86:11; Eclesiastes 12:13-14; Mateus 22:36-40). Os israelitas foram
ensinados a temer a Deus por Ele ter julgado os "deuses" do Egito nas pragas e os livrou
com mão forte (Êxodo 3:19-20; 6:6; 9:13-14; 11:9; 12:12; Romanos 9:17). Os crentes são
ensinados a temer a Deus lendo Sua Palavra, percebendo Seu poder, Seu ódio ao pecado,
Sua absoluta Santidade e Justiça, e experimentando Sua Mão Corretora (Hebreus 12:3-12);
88
Quarto: O Único e Verdadeiro Deus deve ser o Único e Verdadeiro objeto de adoração
do homem. Isto exige necessariamente adoração de coração e não mera religião exterior,
como a verdadeira adoração começa no coração e na mente (Deuteronômio 4:29; 10:16;
6:4-5; Salmos 19:8,14; 37:13; Mateus 22:37; Romanos 2:28-29);
Sexto: Adoração implica serviço. Nosso Senhor sabia disso na Tentação do Deserto
(Mateus 4:8-10). A verdadeira adoração não pode permanecer teórica, abstrata ou separada
do restante da vida, mas deve ser expressa na totalidade da vida (Êxodo 20:5;
Deuteronômio 11:13; Romanos 12:1-2). Será que Deus tem a prioridade em nossas vidas?
Nossa adoração é teórica ou expressa em serviço?
Veja também: Gênesis 4:1-8 (1João 3:11-12); Êxodo 20:25-26; 32:1-8; 34:12-
17,23; Levítico 10:1-3; 19:4; 26:1; Deuteronômio 4:15-20; 11:16-17; 12:28-32;
16:21-22; 27:15; Juízes 17:1-13; 1Reis 11:1-11; 12:28; Salmos 106:34-39; Isaías
40:18-20; 42:8; 44:8-20; Jeremias 10:14-15; Ezequiel 8:1-18; 36:25-27; Habacuque
2:18-20; João 1:1,14,18; 4:24; Atos 17:16,22-31; Romanos 1:21-25; 1 Coríntios.
10:7; Efésios 5:5; Colossenses 2:18, 3:5; 2 Timóteo 3:5; Apocalipse 2:14; 21:8.
COMENTÁRIO
Deus é espiritual e deve ser adorado em espírito e em verdade (João 4:24; 1 Timóteo
6:15-16). Qualquer tipo de idolatria, representação material ou física perverte e limita o
conceito de alguém acerca de Deus. Nem toda idolatria, no entanto, é física ou material. Há
uma idolatria mental não escriturística que limita a concepção alguém acerca de Deus. A
idolatria mental distorce a verdade de Deus no pensamento de alguém em tais realidades
como a sua natureza, caráter (Êxodo 5:2; Salmos 50:21-22; Isaías 29:15; 36:2-20), auto-
consistência moral (Salmo 73:9-11; Sofonias 1:12) ou poder (Gênesis 20:9-11; 1 Reis
20:23,28-29; 2Reis 5:1s). Assim, alguém - mesmo sem um ídolo material - ainda pode
adorar o "deus" de sua própria imaginação.
Deus determina como, quando e com o que Ele deve ser adorado. Não há lugar para a
vontade própria humana na adoração Divina (Colossenses 2:23). Este foi o pecado de Caim.
Ele estava determinado que Deus deveria aceitá-lo e sua "oferta" em seus termos, não da
maneira que Deus tinha revelado (Gênesis 4:1-12; 1João 3:11-12). Deus é gracioso em suas
exigências, e não aceitará os enfeites ou adições da inovação humana (Êxodo 20:25-26),
uma abordagem pragmática (1Samuel 15:17-24), ou adoração que Ele não ordenou
(Levítico 10:1-3).
A verdadeira adoração a Deus é simplesmente a adoração que Ele mesmo ordena - sem
quaisquer adições (Levítico 10:1-3) ou exclusões (Mateus 28:20). Isto é conhecido como "o
princípio regulador." Adoração deve ser escriturística, e aquilo que não é escriturístico
(contrário ao ensino explícito ou implícito das Escrituras, inovador, pragmático ou
meramente tradicional ou "contemporâneo") deve ser evitado.
Lucas 6:46; João 17:6; Atos 1:8; 4:12; 9:15-16; Romanos 2:24; 3:13-14; 2
Coríntios 5:20; Filipenses 2:9-11; Colossenses 3:17; 2 Timóteo 2:19; Tito 2:5;
Apocalipse 13:5-6; 15:4.
COMENTÁRIO
Existem muitas maneiras pelas quais o nome de Deus pode ser tomado em vão: em
pensamento, palavra ou ação. Blasfêmia, profanação, juramentos, e maldições são os
quatro principais meios explícitos de violação deste Mandamento. Futilidade ou
frivolidade a respeito do nome de Deus também é proibido, como é a hipocrisia na
profissão religiosa.
Existem várias maneiras comuns nas quais o nome de Deus é tomado em vão:
primeiro, quando a blasfêmia, maledicência ou injúria é intencional, discurso injurioso
contra a majestade de Deus (Mateus 12:24-32; Romanos 2:21-24).
COMENTÁRIO
93
Alguém deve trabalhar antes de poder descansar. Seis dias são os dados por Deus
para o trabalho. Note que seis dias de trabalho não estão necessariamente ordenados,
mas sim que todo o trabalho do homem deve ser feito em seis dias para que ele pudesse
descansar no sétimo: As palavras de abertura "Seis dias, trabalharás,..." não devem ser
arbitrariamente separadas do restante da declaração: "...e farás toda a tua obra,"
implicando um prazo de seis dias para o trabalho para que o sábado pudesse permanecer
separado como um dia de descanso.
O sábado semanal não foi o único "sábado" que Deus ordenou a Israel para
observar. Haviam semanais (Êxodo 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15), mensais
(Números 28:11-15; Romanos 14:5-6) e sábados anuais (Êxodo 12:1-20,43-50; Levítico
23:15-44; Números 28:16-25; 29:1-40), um observado a cada sete anos (Êxodo 23:10-
11; Levítico 25:1-7,18-22; 2 Crônicas 36:20-21) e um observado a cada cinquenta anos
(Levítico 25:8-18). Alguns eram puramente dias de descanso, alguns eram dias de festa
e alguns eram dias de adoração coletiva. Para entender corretamente o significado
completo do sábado semanal, alguém deve entender todo o princípio do sábado
ordenado por Deus. O seguinte é um breve estudo sobre os vários "sábados":
Para ser bíblico e consistente, alguém deve fazer uma distinção entre o provisório
(cerimonial, civil) e o perpétuo: O princípio do sábado (descanso e adoração) é
perpétuo, como está refletido em ambos, na criação e repouso de Deus (Gênesis 2:2-3;
Êxodo 20:11) e na necessidade do homem descansar, ou seja, "o sábado foi feito para o
homem, não o homem para o sábado" (Marcos 2:27). O princípio do sábado aponta para
frente para o descanso redentor no Senhor Jesus Cristo (Deuteronômio 5:12-15;
Hebreus 4:1-11. Note que em Hebreus 4:9 se lê literalmente "um repouso sabático" no
grego), e por isso tem um significado típico que encontrará cumprimento completa na
redenção final do homem e da terra, quando o descanso sabático de Deus e do homem
encontrará sua realização final (Romanos 8:18-23; 2 Pedro 3:13).
Os crentes agora são trazidos em união com Cristo e assim se alegram em sua obra
redentora acabada e espiritualmente "descansam" pela fé nele. Celebramos nossa
gloriosa salvação. Note a antecipação desse "repouso (sabático) que resta para o povo
de Deus" (Hebreus 4:9). Aguardamos a nossa futura glorificação (Romanos 8:14-23) e a
restauração de toda a criação que, mais uma vez, tornará todas as coisas puras e muito
boas" na criação de "novos céus e uma nova terra em que habita a justiça" (2 Pedro 3:7-
13). Com a criação final e infalivelmente restaurada, e os eleitos de Deus final e
completamente redimidos, o descanso completa e final de Deus será cumprido. O
sábado, então, deveria ser uma celebração da nossa redenção, um deleite, um descanso,
tanto físico como espiritual e uma antecipação daquela glória que está por vir. Tais
pensamentos devem santificar e tornar o Dia do Senhor um deleite.
Você já encontrou essa promessa de repouso no Senhor Jesus? Você encontra prazer
no Dia do Senhor? Você tira algum tempo para antecipar e se alegrar com a vinda do
sábado da criação?
95
Resposta: O Quinto Mandamento é: "Honra a teu pai e a tua mãe, para que se
prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá." (Êxodo 20:12).
Veja também: Levítico 19:32; Deuteronômio 5:16; 6:6-15; 21:18-21; 1Reis 2:19;
Provérbios 6:20-24; 22:6,15; 13:24; 23:13,22; 30:17; Jeremias 35:18-19; Mateus 10:37-
38; 15:3-6; Marcos 7:9-13; Lucas 2:51; 9:59-60; 10:16; 14:26; João 19:26-27; Romanos
12:10; 13:1-7; Gálatas 6:6; 1 Coríntios 4:15; Efésios 5:21-24; 6:1-9; Filipenses 2:3;
Colossenses 3:18-4:1; 1 Timóteo 5:4,16-17; 2 Timóteo 3:15; Tito 2:2-3,9-10; Hebreus
12:11; 13:7,17; 1 Pedro 2:13-18.
COMENTÁRIO
Os filhos devem honrar seus pais. O termo "honra" tem o sentido de "honra,
reverência, respeito, dando muito peso aos" seus pais e mães. Os pais estão no lugar de
Deus para os seus filhos, como uma parte inerente da ordem ordenada por Deus (1
Coríntios 11:3; Efésios 3:14-15; 5:22-25; 6:1-4; Colossenses 3:18-22; 1 Pedro 3:1,5-
7), e nunca deve ser tomada de ânimo leve em seus comandos. É a posição ordenada por
Deus dos pais sobre a criança que deve ser honrada, independentemente do determinado
caráter moral da pessoa que ocupa essa posição. As crianças e os adultos não devem
desonrar seus pais por causa de imperfeições ou falhas percebidas. Os pais da mesma
forma carregam uma grande responsabilidade para com os seus filhos sob Deus, como
seus representantes. Na ordem moral ordenada por Deus, não há lugar para desonra,
arbitrariedade ou irresponsabilidade.
96
O universo criado existe no contexto da lei Divina – que é espiritual, moral, social
e física. Porque a lei Divina governa em todas as esferas, a ordem Divina foi
estabelecida e deve ser mantida e quando ela é mantida em qualquer esfera, há bênção,
quando ela é desobedecida e desconsiderada, há contradição, confusão, irracionalidade,
anarquia, dissolução e fracasso. Socialmente, a ordem Divina se estende para baixo para
e por meio da raça humana de Deus, o Pai, para o Senhor Jesus Cristo [como o Deus-
Homem, Mediador e Salvador], para o homem, para a mulher e depois, para os filhos
(Gênesis 1:26-28; 2:18-24; 3:16; Efésios 3:14-15; 5:22-24; 1 Coríntios 11:3,7-9,12;
Colossenses 3:18-20; 1 Pedro 3:1-7). A família é, portanto, o microcosmo da raça
humana ordenado por Deus.
A família é ordenada por Deus como a principal unidade social, ou entidade, não o
indivíduo. Quando o indivíduo se torna a unidade social primária, há fragmentação,
contradição, confusão e anarquia - porque a ordem Divina é desobedecida, e cada um
faz o que é reto aos seus próprios olhos (Juízes 17:6; 21:25). Não resta nenhum veículo
ou contexto social para a preservação e transmissão da verdade Divina, moralidade,
autoridade ou responsabilidade (Gênesis 1:26-28; Provérbios 30:11-14,17; Romanos
1:18-32; 2 Timóteo 3:1-7). Tal desordem social fragmentada se espalha como veneno
através de uma sociedade em desintegração. Embora, o governo humano deva começar
com autonomia individual por intermédio da graça regeneradora, a família é a entidade
social primária. É a primeira "igreja,", "sociedade,", "escola" e "emprego" para as
crianças, pela qual elas aprendem a agir e a viver responsavelmente, no contexto de
obedecer, compartilhar e cuidar por meio do trabalho e da cooperação. Quando a
instituição da família ordenada por Deus é ameaçada, a sociedade está em perigo;
quando a família é fortalecida, a sociedade está salvaguardada.
97
Veja também: Gênesis 1:26; 4:2-15; 9:3-6; 37:18-20; 49:6; Êxodo 21:29;
22:2-3; Números 35:29-34; Deuteronômio 5:17; 19:21; 21:1-9; 22:08; 2Samuel
12:9; Salmos 8:3-8; 82:3-4; Provérbios 12:10; 22: 3; 23:1-3; Habacuque 2:9-12;
Mateus 5:21-22,38-48; 15:18-20; Marcos 7:21-23; João 8:44; Romanos 13:4;
12:19-21; 1 Coríntios 6:19-20; Gálatas 5:19-21; Efésios 5:28-29; 1 Timóteo 4:1-
6; Tiago 3:9; 2 Pedro 1:5-6 ; 1João 3:10-19.
COMENTÁRIO
O Quinto Mandamento forma uma conexão entre os quatro primeiros (amor a Deus)
e os cinco últimos (amor ao próximo), uma vez que protege e perpetua toda autoridade
apropriada que Deus ordena. O Sexto protege a vida humana, o Sétimo protege a
instituição do casamento ordenada por Deus, e assim, a família; o Oitavo protege a
propriedade privada, o Nono protege a reputação, e o Décimo protege tudo o que
pertence ao próximo pela obrigatoriedade da atitude interior adequada para com os
outros e para com aquilo que pertence a eles.
As Escrituras revelam que Deus cuida de todas as coisas vivas - plantas, animais e
homem (Gênesis 1:1-31; 2:15-24; Levítico 36:33-35,43; 2 Crônicas 36:20-21; Salmos
104:1-31; Mateus 6:28-30; 10:29-31; Atos 17:25; Romanos 8:19-23; Colossenses 1:17).
Na ordem criada, há diferentes níveis de vida. A vida vegetal sustenta o homem e o
animal. Os animais fornecem alimentos e roupas para o homem (Gênesis 3:21; 9:3).
Deus deu ao homem domínio sobre a criação menor e permite tirar a vida animal
(Gênesis 1:29; 9:1-5; Salmos 8:3-8; Mateus 6:28-30; Romanos 14:2,6,14-23; 1 Timóteo
4:1-6). Assim, nem toda a vida é igual. A vida humana é distinta e única porque o
homem foi criado à imagem de Deus (Gênesis 1:26,9:6; Lucas 3:38; Atos 17:28-29;
Efésios 4:24; Colossenses 3:10; Tiago 3:9). A vida humana possui, portanto, um valor
derivado estabelecido por Deus, e não um valor inerente (Gênesis 9:5-6).
99
Nós devemos diferenciar entre tais realidades como o suicídio assistido de paciente,
a eutanásia sem o consentimento ("golpe de misericordiosa"), a eutanásia passiva e
suspensão do tratamento.
Devemos reconhecer que só Deus tem a prerrogativa de dar e tirar a vida. Mesmo
sob circunstâncias aparentemente simples, as questões morais sempre permanecerão,
porque a tecnologia em muitos casos tem feito "mortes por causas naturais" quase
anormais. Lembre-se, a morte é o resultado do pecado; ela não é "natural," ela é
antinatural (Gênesis 2:16-17). A declaração em João 12:24, frequentemente serve para
descrever a morte humana como se fosse natural , refere-se à nosso Senhor, e não à
qualquer outra pessoa. A morte física não é natural e é o "último inimigo," que será
destruído (Gênesis 2:16-17; 1 Coríntios 15:21-26).
Defesa pessoal não é apenas ensinada nas Escrituras, está implícito no Sexto
Mandamento. Ao defender-se a si mesmo ou outros que alguém deve proteger, a pessoa
está buscando impedir uma culatra deste Mandamento (Efésios 5:25-29). Um ladrão
poderia ser morto quando estivesse arrombando durante a noite, porque as
circunstâncias envolvidas na escuridão, a possibilidade de armas ou cúmplices ocultos,
e os meios e motivação para ferir gravemente ou matar os habitantes da casa, etc.,
(Êxodo 22:2-3). Esta era necessariamente uma forma de defesa pessoal.
100
O ensino de nosso Senhor é muito importante, uma vez que tenha sido mal usado
para ensinar um pacifismo não escriturístico (conferir Mateus 5:38-48; Lucas 6:28-36).
A reação quando se é ferido na face direita para virar a outra (esquerda) não tem a ver
com a legítima defesa, mas o sofrimento como um Cristão. Como a maioria dos homens
é destro, este – e o contexto parece apoiar esta interpretação - necessariamente refere-se
a um tapa dado de desprezo. Nós temos o direito à uma legítima defesa pessoal à luz do
Sexto Mandamento, mas podemos ser chamados a sofrer perseguição pessoalmente
como Cristãos, e tal pode ser suportada pela graça de Deus (Mateus 5:9-12; João 15:18-
25; Romanos 12:19-21; 1 Pedro 2:12-25; 4:1,12-19).
Veja também: Gênesis 2:18-25; 39:9; Levítico 18:1-30; 19:29; 20:10-23; 21:9;
Deuteronômio 5:18; 22:13-24; 2Samuel 11:1-12:14; Jó 31:1,9-11; Salmos 51:1-4;
Provérbios 2:16-19; 5:3-23; 6:24-35; 7:1-27; 9:13-18; 23:27-28; Eclesiastes 9.9;
Cantares de Salomão; Jeremias 5:7-9; 29:23; Ezequiel 16:15-17; Livro de Oséias;
Malaquias 3:5; Mateus 5:27-32; 19:3-9; Marcos 7:18-23; 10:2-12; João 4:16-18; 8:1-11;
Romanos 1:24-27; 12:1-2; 1 Coríntios 5:1-13; 6:9-20; 7:1-40; 10:7-8; Gálatas 5:19-21;
Efésios 5:3-6, 21-33; Colossenses 3:5-6; 1 Tessalonicenses 4:3-7; Hebreus 13:4; Tiago
4:4; 2 Pedro 2:14; Apocalipse 22:14-15.
COMENTÁRIO
Tal como o restante do Decálogo, este Mandamento inclui todo e qualquer pecado
da mente, coração e ato preliminar que leva ao ato evidente do pecado sexual. Considere
Mateus 5:27-28. Por que nosso Senhor enquadrou a questão de uma forma tradicional ?
"Ouvistes que foi dito aos antigos" (v.27) - quando as palavras vieram diretamente
de Deus no Sétimo Mandamento?” Ele não estava revogando a Escritura, mas
corrigindo a tradição judaica, que ensinava que somente o ato manifesto era pecado. Ele
afirmou que aqueles que concebem o pecado no coração, no olhar lascivo e no
pensamento já cometeram adultério de coração diante de Deus (v. 28). Nessa sociedade,
a mulher, casada ou solteira, estaria vestida condizente com seu estado civil. O próprio
homem seria casado ou solteiro. Portanto, o primeiro olhar seria moralmente
determinante. Aqui, como em outros casos, a lei aplica-se aos pensamentos, inclinações
e motivações, bem como à atividade pecaminosa evidente. A lei literalmente atinge o
verdadeiro coração da questão. Além disso, a admoestação extrema que segue
imediatamente nos versos 29 e 30 para "cortar a mão direita" e "arrancar o olho direito"
deve ser tomada no sentido figurado e não literal. O significado solene é que alguém
deve tomar as medidas mais imediatas, radicais e drásticas contra até mesmo todas as
formas iniciais de pecado para o bem da sua alma à luz do eterno juízo eterno!
102
Uma palavra deve ser dada a respeito do adultério espiritual e seu paralelo ao
adultério físico. Escrituristicamente, há um paralelo distinto entre o adultério físico e o
espiritual.
Nós temos sido infiéis à nossa aliança com o nosso Deus pelo adultério espiritual,
ou seja, estabelecendo ídolos em nossos corações? Qualquer coisa ou qualquer pessoa
que se torna um fim em si mesmo é idolatria (1 Coríntios 10:31; Colossenses 3:5)!
COMENTÁRIO
Finalmente, o homem não possuiu e não possui nada. Ele é uma criatura de Deus
que Dele depende para todas as coisas (Atos 17:24-25), incluindo cada respiração
(Gênesis 2:7; Salmos 104:29; Isaías 2.22; Daniel 5:23; Atos 17:25) e o sustento diário
(Mateus 6:11,19-33). A totalidade da realidade criada pertence - é de propriedade do -
Todo-Poderoso Deus. "...O Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra..." (Gênesis
14:19, 22). "Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele
habitam." (Salmos 24:1; 50:10). "...Toda a terra é minha." (Êxodo 19:5). O Domínio
Iminente pertence somente a Deus, e não ao Estado. O homem é desta forma
simplesmente um mordomo das habilidades, do tempo, da reputação, das realizações,
das vantagens, da saúde, da riqueza ou de outros bens que lhe fora dado por Deus. Ele
não possui nada que ele possa finalmente chamar ou tratar como seu. Tudo o que ele é e
possui deve ser considerado como delegado a ele por Deus para o uso responsável e
sábio de acordo com a sua Palavra-Lei.
O homem foi criado e chamado para exercer o domínio piedoso sobre a terra sob
Deus (Gênesis 1:26-28). Como ele foi criado para este propósito, domínio inteligente e
responsável era mais do que a sua vocação, era também uma parte inevitável de sua
natureza. Era e é a natureza inerente do homem exercer domínio. É no contexto do
homem como o portador da imagem de Deus e do Mandamento Cultural que nós
devemos ver a ética bíblica do trabalho. O homem foi destinado para trabalhar como
servo de Deus, ou seja, exercer uma mordomia piedosa, responsável, e consistente.
Cada tarefa deve ser abordada, realizada e completa "como para o Senhor" (Eclesiastes
9:10; Efésios 6:5-8; Colossenses 3:22-24; 1 Pedro 4:11). Isto é para se manter fiel, em
especial para o crente, apesar da maldição e seu efeito subsequente sobre o trabalho
como exaustivo e, às vezes, a frustrante labuta (Gênesis 3:17-19; Eclesiastes 2:10-
11,17-24). A ética bíblica do trabalho encontra a sua mais plena e mais alta expressão
no contexto de um estilo de vida convertido. O domínio começa com o governo próprio
e o governo próprio começa com a regeneração (João 3:3,5; Efésios 4:22-24; Tiago
1:18; 1 Pedro 1:23).
105
COMENTÁRIO
106
O Terceiro Mandamento proíbe perjúrio contra Deus, o Nono proíbe perjúrio contra
os nossos semelhantes. O Quinto protege os direitos de autoridade, o Sexto protege os
direitos da pessoa e da vida, o Sétimo protege os direitos do casamento e da família, e,
portanto, da sociedade; o Oitavo protege os direitos de propriedade, O Nono protege os
direitos tanto de nome quanto de reputação, e assim, necessariamente, protege o sistema
de justiça que é absolutamente essencial para a própria sociedade (Salmos 11:1-4; Isaías
1:17,23,26).
Para garantir a verdade, o homem deve voltar-se para o objetivo, a Palavra de Deus
plena de autoridade, aos absolutos Divinamente ordenados, ou seja, para uma
"epistemologia com revelações," ou seja, uma teoria prática do conhecimento e da
verdade com base na revelação Divina. Veja a Pergunta 13. A única abordagem à
verdade e ao conhecimento é por intermédio e na da Palavra de Deus (João 17:17;
Romanos 1,18-25). Deus não é apenas verdadeiro, ele é a fonte de toda a realidade,
verdade e significado. Separado Dele, não existe qualquer verdade - somente
especulação empírica no melhor e no pior, absoluta irracionalidade (espiritual e moral).
107
A fala é "a exalação da alma." O crente é ordenado a exercer o domínio sobre o seu
coração e sua língua (Provérbios 4:23; Romanos 6:14-18; Gálatas 5:23; Efésios 4:22-
25,29-31; Tiago 1:26; 2:2-12). Todo o governo começa necessariamente com
autonomia, e autonomia começa necessariamente com a regeneração. Um coração
transformado é necessário para uma língua transformada, e uma personalidade
santificada é essencial para mortificar os pecados da língua (Romanos 6:12-13; 8:13;
Colossenses 3:5, 9-10). Nós mentimos?
COMENTÁRIO
A cobiça é o pecado mais antigo. Foi o pecado de satanás, que disse que iria subir e
"ser semelhante ao Altíssimo" (Isaías 14:12-15). Foi o pecado de Adão, como ele
desejou ser o seu próprio "deus" e determinar por si mesmo o que estava certo ou errado
(Gênesis 3:1-6). A raiz deste pecado cresce no solo do descontentamento e o desejo de
mais, para o que propriamente pertence a outras - pessoas, propriedade, posição,
prestígio, prazer ou poder.
Nós desejamos aquilo que os outros têm? Nós estamos insatisfeitos com a
providência Divina?
PARTE VI
64ª Pergunta - Deus deixou toda a humanidade perecer sob a condenação no estado
de pecado e miséria?
Resposta - Deus tendo, da sua boa vontade desde a eternidade, eleito alguns para a
vida eterna, entrou em uma Aliança de Graça para livrá-los do estado de pecado e
miséria, e trazê-los a um estado de salvação por intermédio de um Redentor.
110
Efésios 1:3-7. 3Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos
abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;
4
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos
santos e irrepreensíveis diante dele em amor; 5e nos predestinou para filhos de
adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6
para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,
7
Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as
riquezas da sua graça.”
Veja também: João 17:1-10; Atos 4:12; Romanos 3:19-25; 5:11-21; 8:11-
23,28-39; 9:6-24; 11:5-6; Efésios 2:11-19; Colossenses 2:9-14; 1 Tessalonicenses
1:4-5; 5:9; 1 Pedro 1:1-2,18-20.
COMENTÁRIO
Como os pecadores podem ser declarados justos aos olhos de Deus e ter os seus
pecados perdoados? Como nós podemos ser reconciliados com Deus? Como podemos
ser libertos da culpa, da pena, da poluição e do poder reinante do pecado? Como
podemos escapar do julgamento necessário, certo e terrível de Deus (Mateus 3:7; 2
Tessalonicenses 1:7-9; Hebreus 10:26-31)? Como podemos obter o perdão de nossos
pecados? Estas perguntas são respondidas com a gloriosa verdade bíblica que Deus na
graça livre e soberana, de acordo com o seu eterno propósito, escolheu alguns em Cristo
- uma multidão que ninguém pode contar - para serem resgatados dentre a humanidade
caída (Romanos 8:28-39; Efésios 1:3-14; Apocalipse 7:9). Ele realiza esta redenção -
perdoa, justifica e reconcilia os pecadores consigo mesmo, adota e santifica-os, e ainda
continua Santo, Justo e Imutável - pela mediação do Senhor Jesus Cristo, o Deus-
Homem, o Mediador e Único Redentor (Romanos 3: 21-26).
O propósito de Deus para redimir os pecadores não foi um adendo; não começou
quando ou depois que o homem caiu e apostatou em Adão. O propósito redentor de
Deus é eterno. Tudo começou antes do início do tempo no eterno conselho do Deus
triuno. Veja as Perguntas 69-70. Foi manifesto no tempo, na história e na redenção
realizada por nosso Senhor Jesus Cristo em sua vida terrena, sofrimento, morte e
ressurreição. Está sendo evidenciado no tempo e na experiência de Deus chamar,
regenerar, converter, justificar e santificar o seu povo. Será consumado na glória futura
em total e definitiva redenção dos eleitos de Deus na glorificação deles (Romanos 8:17-
23; 1João 3:1-3).
Deus não pode arbitrariamente pôr de lado ou cancelar o pecado. Esta não é alguma
incapacidade ou limitação inerente da parte de Deus, mas sim uma questão de sua auto-
consistência moral [Absoluta Santidade e Retidão ou Justiça]. Se ele pudesse pôr de
lado o pecado sem sua pena ser paga, sua culpa ser suspensa, sua poluição ser purgada,
ou sua natureza reinante ser derrotada, ele seria necessariamente incompatível consigo
mesmo. Ele não seria – não poderia ser - o Deus das Escrituras, pois a Escritura revela
que a salvação ou redenção é do pecado em todos os seus aspectos, com todas as suas
obrigações e de todas as suas penalidades. Um Deus Santo e Justo determinou fazer seu
povo santo e justo. Este é o propósito Divino de eternidade a eternidade (Romanos 8:29-
30; Efésios 1:3-14; 1 Pedro 1:15-16; 2:9).
Mas quem poderia se qualificar como um redentor? Não um mero homem, pois ele
próprio é uma criatura pecadora, incapaz de salvar a si mesmo, muito menos um outro
ser humano. Nem um anjo, pois embora não pecaminoso, nenhum anjo possui as
propriedades necessárias para ser um redentor - uma pessoa tanto com a natureza divina
quanto humana. Além disso, tem havido uma queda ou apostasia em ambos os planos
angelicais e humanos. Tomaria necessariamente aquele que fosse ao mesmo tempo
Deus e homem para se tornar Mediador, Penhor e Redentor, a fim de redimir os
pecadores, satisfazer as exigências da lei de Deus, e reconciliar Deus com os homens e
os homens com Deus (Isaías 53:4-11; Romanos 3:24-26 ; 1 Timóteo 2:5). Você se
alegra no propósito Divino da graça? Você já lançou mão de suas promessas?
Marcos 10:45. “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido,
mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.”
112
Atos 20:28. “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito
Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou
com seu próprio sangue.”
1 Coríntios 6:20. “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a
Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”
Colossenses 1:14. “Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a
remissão dos pecados;”
Hebreus 9:12. “Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio
sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.”
Veja também: Isaías 53:4-12; Mateus 1:21; 20:28; João 10:11-18; 11:50-53;
17:1-2; Romanos 5:8-11,18-19; Gálatas 1:3-4; 4:4-5; 2 Coríntios 5:18-21; Efésios
2:11-22; 1 Tessalonicenses 1:10; Tito 2:11-14; Hebreus 10:1-14; 1 Pedro 1:18-
20; 2:9, 24; 3:18; Apocalipse 1:5; 5:9.
COMENTÁRIO
A salvação é por meio da redenção. O Senhor Jesus Cristo não é o Salvador por
causa de sua encarnação, seu amor, seu exemplo, seus milagres, sua moralidade, ou seu
ensinamento. Ele é o único e suficiente Salvador por meio de sua obra redentora – sua
encarnação, vida (obediência ativa), sofrimento, morte (obediência passiva) e
ressurreição (Romanos 3:24-26; 4:25). O pecado deve ser expiado para ser perdoado. O
homem como um pecador deve ser justificado (declarado justo) diante de um Deus
absolutamente Justo. Ele só pode ser reconciliado com Deus mediante a obra de um
redentor.
João 17:1-2. 1Jesus falou assim e, “levantando seus olhos ao céu, e disse: Pai,
é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a
ti; 2Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a
todos quantos lhe deste”.
COMENTÁRIO
Esta aliança é incondicional porque ela descansa no eterno decreto de Deus e não
depende da habilidade do homem ou de fidelidade para a sua iniciação, manutenção ou
conclusão. Ela é denominada de Aliança da Redenção porque é redentora por natureza.
Ela é denominada de Aliança da Graça, porque nesta aliança o homem é considerado
como um pecador e deve ser salvo somente pela graça. Caso qualquer capacidade
humana entre nesta aliança, ela seriam necessariamente uma Aliança de Obras
(Romanos 11:5-6).
A Aliança da Graça refere-se ao eterno propósito redentor do Deus trino para salvar
os pecadores. A fim de redimi-los, o Deus Filho se encarnou, não meramente como
Salvador e Redentor, mas também necessária e incisivamente como Homem
Representante. A Aliança da Graça foi feito especialmente com o Senhor Jesus Cristo -
o "Segundo Homem" (em contraste com o "Primeiro Homem," Adão) e "Último Adão"
(em contraste com o "Primeiro Adão") (Romanos 5:12-21; 1 Coríntios 15:21-22,45-
47). Pela obediência ativa de nosso Senhor (sua vida perfeita vivida em conformidade
com a Lei e seu cumprimento)e obediência passiva (seu sofrimento vicário e morte, que
pagou a pena da lei, removeu sua maldição, e respondeu à justiça de Deus, Romanos
1:16-17; 3:24-26; 2 Coríntios 5:21; Gálatas 3:13], aqueles a quem ele representa estão
libertos da maldição da lei (Gálatas 4:4-5; 3:13), justificados e reconciliados com Deus
(Atos 13:38-39; Romanos 5:1-11; Hebreus 9:12), os predestinou para serem conformes
à imagem do Filho de Deus (Romanos 8:29; Efésios 1:5), e infalivelmente, plenamente
e finalmente redimidos (Romanos 8:23,29-39). Você está incluído nesta aliança?
Gálatas 4:4-6. 4Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei, 5Para remir os que estavam debaixo da lei, a
fim de recebermos a adoção de filhos. 6E, porque sois filhos, Deus enviou aos
vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
Gálatas 4:6. “E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o
Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.”
116
COMENTÁRIO
Tem sido tradicional sustentar que o Pacto da Graça foi feita entre Deus, o Pai
(João 6:37,44; 17:1-4; Romanos 8:28-32; Efésios 1:3-14) e Deus o Filho (João 14:6;
17:1-4; Romanos 3:21-26; 5:1-21; Romanos 6:1-14; 1 Coríntios 15:20-22, 4-47;
Efésios 1:6-7; 1 Timóteo 2:5; Hebreus 10:1-18; 1João 2:1-2), que agiu em nome dos
eleitos como Mediador, Penhor e Representante deles, ou seja, que este pacto envolveu
essencialmente duas Pessoas da Divindade triuna. No entanto, todas as três Pessoas da
Divindade estão inerentemente e necessariamente envolvidas neste eterno propósito
redentor. O Espírito Santo deve, necessariamente, ser incluído como a Pessoa que
aplica a obra redentora do Senhor Jesus Cristo aos eleitos no tempo e experiência (João
16:7-14; Romanos 5:5; 6:4-5; 8:1-17,26-27; 2 Coríntios 1:22; 3:17-18; Gálatas 4:5-7;
5:16-18,22-23; Efésios 1:12-14). O Espírito Santo, em outras palavras, faz da salvação
e da experiência Cristã realidades necessárias.
Resposta - A eleição Divina é a livre, soberana e graciosa obra de Deus pela qual
alguns têm sido eternamente escolhidos para obter a salvação.
117
Efésios 1:3-4. 3”Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual
nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;
4
Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos
santos e irrepreensíveis diante dele em amor”.
2 Tessalonicenses 2:13. “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós,
irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a
salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade”.
COMENTÁRIO
28:5; Salmos 78:67-68; 105:26; 106:23). Este princípio é retido no Novo Testamento
com a chamada Divina para o ministério do evangelho (Atos 9:10-16; 13:2-4);
Finalmente, existe uma eleição pessoal eterna para a santificação, que inclui a
totalidade da salvação e deriva da Aliança eterna da Redenção e da Graça, ou união
eterna do crente com Cristo (Romanos 8:29-31; 11:5-6; Atos 13:48; Efésios 1:4-5,11; 1
Pedro 1:1-2; 2 Pedro 1:10). Veja as Perguntas 66 e 69.
36), a aliança de amor redentora do Senhor Jesus Cristo (v. 37) e da infalibilidade da
Aliança da Graça (v. 38-39).
Efésios 1:5-6,11-12. 5”E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus
Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6Para louvor da
glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, 11Nele, digo, em
quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o
propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade;
12
Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos
em Cristo.”
1 Tessalonicenses 5:9. “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a
aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,”
Veja também: Neemias 9:6; Daniel 4:17,24,35; Isaías 46:9-10; Atos 13:48;
15:18; Romanos 9:6-24; 11:33-36; 2 Pedro 3:18; Apocalipse 4:11.
COMENTÁRIO
120
Tudo que acontece aos crentes nesta vida está no contexto do propósito glorioso
amoroso de Deus para nos conformar à imagem de seu Filho (Romanos 8:28-31;
Efésios 2:8-10; Filipenses 2:12-16; 2 Coríntios 3:17-18). Tudo que pensamos, fazemos
ou dizemos nos aproxima deste objetivo ou necessariamente nos coloca no caminho da
correção, castigo e disciplina Divina (Hebreus 12:4-8). Quanto tempo foi perdido,
energia gasta, e provações sofridas desnecessariamente, simplesmente porque alguns
ignorantemente pensavam que a salvação fosse conversão ⎯ simplesmente um evento,
uma experiência, a obra de um momento ⎯ ou que Deus ignoraria o pecado em suas
próprias vidas ou que a vida cristã fosse uma das opções. A verdade do propósito de
Deus deve governar nosso pensamento, transformar nossas vidas, santificar nossos
motivos, mitigar nosso sofrimento, determinar todas as relações humanas, e acelerar
nossos débeis esforços para viver obediente e fielmente como cristãos ⎯ como aqueles
que estão infalivelmente ser conformes à imagem de Cristo. A sua experiência religiosa
manifesta o propósito amoroso da graça de Deus?
Resposta - O único Redentor dos eleitos de Deus é o Senhor Jesus Cristo, que sendo
o eterno Filho de Deus, se fez homem, e assim foi e continua a ser Deus e homem, em
duas naturezas distintas e uma Pessoa para sempre.
1 Timóteo 3:16. “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus
se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos
gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.”
Veja também: Isaías 7:14; 9:6; Miquéias 5:2; Mateus 1:18-23; Lucas 1:30-
35; João 1:14,18,29; 3:16-18; 17:1-5; 20:28; Romanos 9:5; Gálatas 3:13; 4:4-5;
Efésios 1:3-7; Colossenses 1:12-17; 2:9; 1 Timóteo 3:16; Tito 2:13; Hebreus 1:1-
4,10; 2:9-15; 4:14-16; 7:11-28; 1João 2:1-2; Judas 4.
COMENTÁRIO
O Filho eterno de Deus “Se fez homem,” isto é, tornou-se encarnado. O pré-existente
Filho de Deus tomou para si uma verdadeira e completa natureza humana, alma e corpo.
Ele entrou no reino do tempo. Isto foi realizado pelo Espírito Santo por intermédio do
milagre do Nascimento Virginal (Isaías 7:14; Lucas 1:26-35; João 1:1-3,14; Romanos
8:2-4). A Encarnação não alterou nem diluiu sua Deidade, mas sua natureza humana e
corpo subiram para um estado glorificado em sua ressurreição, e Ele permaneceu para
sempre o Deus-Homem, exaltado à mão direita do Pai como o presente Grande Sumo
Sacerdote do crente e o Juiz vindouro de todos os homens (Salmos 2:6-12; 96:13; João
5:22; Romanos 1:3-4; 1 Coríntios 15:20-28; Filipenses 2:9-11; 3:20-21; 2
Tessalonicenses 1:6-10; 2 Timóteo 4:1; Hebreus 1:1-4; Apocalipse 20:11-15). A
Encarnação permanece como o maior e mais profundo mistério, não só na história da
redenção, mas na história do universo. Embora muitos tropecem no Nascimento
Virginal, os milagres e a ressurreição de nosso Senhor, estes são totalmente credíveis -
de fato, eles são necessários - uma vez que nos concede sua encarnação (João 20:27-29;
Colossenses 2:9; 1 Timóteo 3:16).
Jesus Cristo é a revelação do Pai [João 1:18, “declarou,” iluminado: exegeted, isto é,
uma revelação e manifestação ou expressão do original]. Na pessoa e obra de nosso
Senhor durante sua vida terrena e ministério e por meio de sua humanidade, nós
podemos ver o caráter do Pai manifesto em amor, bondade e compaixão para com e
entre os homens (Mateus 9:36-38; 11:28-30; 14:14; 15:32; 20:34; 23:37; Lucas 13:34;
João 3:16-18; 4:23; 5:36; 10:25,32,37; 14:9-10). Cada emoção e traço humano
santificado foram achados nele e erguido à sua máxima expressão: retidão, justiça,
santidade (Mateus 23:13-39); sofrimento e zelo justo (Hebreus 4:14-16; 5:1-10; João
2:13-17). Tudo o que ele disse era verdade absoluta; tudo o que ele fez, fez com
sinceridade e foi motivado a partir do interior de sua alma; coração e mente sem pecado
(João 8:46; 17:1-5).
As doutrinas da Trindade e da Encarnação estão intimamente relacionadas. A
doutrina da Trindade declara que Jesus, o homem era e é verdadeiramente Divino ou
Deus na carne; a Encarnação declara que o Divino Jesus foi e continua sendo
verdadeiramente humano (1 Timóteo 3:16; Filipenses 2:9-11). Você tem este
relacionamento salvífico com o Senhor Jesus?
71ª Pergunta - Como o Senhor Jesus Cristo se tornou o Redentor dos eleitos de
Deus?
Resposta - O Senhor Jesus Cristo tornou-se o Redentor dos eleitos de Deus por
meio de sua humilhação e exaltação, como o Deus-Homem.
Gálatas 4:4-5. 4”Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei, 5para remir os que estavam debaixo da lei, a fim
de recebermos a adoção de filhos.”
123
João 1:14,18. 14”E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. 18Deus nunca foi
visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou.”
1 Timóteo 3:16. “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se
manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios,
crido no mundo, recebido acima na glória.”
Veja também: Isaías 7:14; 9:6; Mateus 1:22; João 1:14,18; Atos 1:8-11; 2:22-
36; 1 Coríntios 15:1-4, 20-28,45-47,51-58; 2 Coríntios 5:14-17; Filipenses 2:5-11; 1
Timóteo 3:16.
COMENTÁRIO
Teologicamente, costuma-se dividir a existência de nosso Senhor em três estados
distintos:
Primeiro: o seu estado pré-existente de glória e comunhão que ele tinha com o
Pai antes de sua encarnação (João 1:1-3; 17:1-5; Filipenses 2:5-6);
Segundo: o seu estado de humilhação, que começou com sua encarnação e
terminou com sua morte e sepultamento (Gálatas 4:4-5; Filipenses 2:7-8;
Hebreus 2:9ss);
E terceiro: o seu estado de exaltação ou glória como o ressurreto e assunto Deus-
Homem, que iniciou em sua ressurreição e ascensão ao céu e durará para sempre
(Mateus 28:18; Atos 2:31-33,36; Romanos 1:3-4; Filipenses 2:9-11; 1 Timóteo
3:16; Hebreus 1:1-3; Apocalipse 1:10-18).
É necessário compreender a humilhação e exaltação do Senhor Jesus Cristo em um
contexto de redenção, pois isto dá o verdadeiro e completo contexto bíblico para o
cumprimento da redenção ou a “obra acabada” de Cristo. A discussão a seguir é
principalmente um resumo das perguntas e respostas anteriores. A segurança da fé de
alguém repousa em grande parte em uma compreensão bíblica do propósito redentor
eterno de Deus e na verdade da união do crente com Cristo.
Como o Deus-Homem, nosso Senhor cresceu de uma criança para a idade adulta sob
a disciplina de seus pais terrenos (Lucas 2:49-52). Como o Deus-Homem, ele estava
sujeito a todas as emoções sem pecado (Isaías 53:2-4; Mateus 26:36-38; João 11:35;
Hebreus 5:7-9) e enfermidades, tais como tentação, fome, fadiga, e a necessidade de
descanso e sono (Mateus 4:2; 8:23-25; João 4:6; Hebreus 2:18; 4:14-16). Como o Deus-
Homem que viveu debaixo da lei, e manteve a Lei de Deus perfeita e indiretamente para
o seu próprio povo (Gálatas 4:4-5). É vital compreender que a obediência ativa ou
manutenção da Lei de Cristo é tão importante quanto a sua obediência passiva.
Mediante a sua obediência ativa, ele totalmente manteve e cumpriu as exigências justas
e absolutamente perfeitas da Lei de Deus.
124
Veja também: Deuteronômio 18:18-19; Isaías 9:6-7; Mateus 4:23; 21:5; 28:18-
20; Lucas 4:18,21; João 1:9; 17:1-26; Atos 17:5-7; 1 Coríntios 1:30; Filipenses 2:5-
11; Colossenses 1:12-13; 2:3; Hebreus 2:5-18; 4:14-16; 5:5-10; 7:11-25; 8:1; 9:11-
14,24-28; 10:1-18; Apocalipse 19:11-16.
COMENTÁRIO
O que se entende por “executar”? Este termo significa cumprir os deveres de um
determinado ofício. O que se entende por “ofício”? Refere-se a uma posição designada
de dever ou serviço feito com referência aos outros. Nosso Senhor como Redentor
cumpre ambos os requisitos e as atribuições de Profeta, Sacerdote e Rei que diz respeito
à criação, humanidade, profecia bíblica, sua igreja e seu povo. Ele é o Rei sobre toda a
criação, o Senhor sobre sua igreja e seu povo, e o Grande Sumo Sacerdote, intercedendo
pelos redimidos por ele.
Quando um pecador crê no Senhor Jesus Cristo para a salvação, ele deve crer neste
como ele é - como Deus em sua Palavra o revelou - não como alguém possa querer,
sentir ou pensar que ele seja, isto é, Jesus Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei, e não o
“Jesus” da imaginação de alguém. Assim, quando o pecador arrependido crê
salvificamente e se aproxima de Cristo pela fé, ele o faz com Jesus Cristo como Rei ou
Senhor de sua vida. Ele vem sob o reinado de Jesus (o Senhorio de Cristo, Atos 2:36).
Ele também vem a Jesus Cristo como Profeta. Ele é liberto de sua ignorância
pecaminosa sendo ensinado pela Palavra e pelo Espírito de Cristo e é levado em
submissão à vontade revelada de Deus (Atos 20:32; Hebreus 8:1-13; 1João 2:20,27).
Por intermédio do sangue do Senhor Jesus Cristo, como o único Grande Sumo
Sacerdote , que vive sempre para interceder por ele, finalmente, ele é liberto da culpa,
da pena e do poder poluente dos seus pecados (Hebreus 4:14-16; 7:25; 1João 2:1). Em
suma, o pecador é salvo pela graça eficaz de Deus - redimido e convertido somente e
por meio do Senhor Jesus Cristo como Profeta (At. 3:22), Sacerdote (Hebreus 9:12) e
Rei (Mateus 28:18).
73ª Pergunta - Como o Senhor Jesus Cristo executa as funções de um profeta?
Resposta - O Senhor Jesus Cristo executa o ofício de profeta em revelar a nós, por
sua Palavra e Espírito, a vontade de Deus para a nossa salvação e nossas vidas.
Atos 3:22. Porque Moisés disse aos pais: “O Senhor vosso Deus levantará de
entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos
disser.”
João 1:18. “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio
do Pai, esse o revelou.”
João 14:26. “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em
meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito.”
126
crentes devem viver vidas santas e piedosas por alinhamento à sua Palavra (João 7:17;
Atos 20:32; Romanos 6:17-18; 12:1-2; Hebreus 12:14; 1 Pedro 1:15-16). O Senhor
Jesus é o seu Profeta?
74ª Pergunta - Como o Senhor Jesus Cristo executa o oficio de um Sacerdote?
Resposta - O Senhor Jesus Cristo executa o ofício de sacerdote por seu único
oferecer-se a si mesmo como um sacrifício para satisfazer a justiça Divina,
reconciliando-nos com Deus, e fazendo contínua intercessão por nós.
Hebreus 2:17. “Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos,
para ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os
pecados do povo.”
Hebreus 4:14-16. 14”Visto que temos um grande Sumo Sacerdote, Jesus, Filho de
Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. 15Porque
não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas;
porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. 16Cheguemos, pois,
com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar
graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”
Hebreus 7:25. “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se
chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.”
Hebreus 9:28. “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os
pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para
salvação.”
1 João 2:1. “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se
alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.”
Veja também: Êxodo 40:1-35; Levítico 16:1-34; João 17:1-26; Romanos 3:24-
26; 8:34; Efésios 13:17; Colossenses 1:21-22; 2:10-15; Hebreus 4:14-5:10; 7:1-
10:18,21-22; 1 Pedro 1:18-20; 2:24.
COMENTÁRIO
Por que é necessário um sacerdócio? O homem caído e pecaminoso não pode estar
diante de um Deus Santo, Justo e Reto sem lidar com a realidade do pecado. Seu pecado
separa-o para sempre de Deus como uma instransponível barreira espiritual e moral.
Deus estabeleceu o princípio de sacrifício de sangue para tratar do pecado (Gênesis
3:21; Hebreus 9:22). Deus exige que deva haver uma pessoa adequada para ser um
mediador e representante para o pecador, que necessariamente funcione por meio de um
princípio de sacrifício de expiação de sangue (apaziguamento, propiciação), e interceda
por ele. Esta pessoa é um Sacerdote.
Os grandes ministérios espirituais do Velho Testamento eram os cargos de sacerdote
e profeta. Os profetas eram porta-vozes de Deus. Eles apresentavam Deus ao povo. A
128
2 Coríntios 4:5. “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o
Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.”
Veja também: Salmos 2:6-9; 8:3-8; 24:8; 110:3; Isaías 9:6-7; 32:1-2; 33:22;
Jeremias 23:5-6; Daniel 2:44; 7:13-14; Miquéias 5:2; Zacarias 9.9; Mateus 2:2-6;
4:17; 16:19; 21:4-5; 27:37; Lucas 1:32-33,69-71; 17:20-21; 19:38; João 1:49;
5:22,26-27; 18:36; 19:19; Atos 2:22-36; 4:25; 15:14-16; 17:5-7; 1 Coríntios 15:25-
26; Efésios 1:22; Filipenses 2:9-11; Colossenses 1:13,18; Hebreus 1:8-13;
Apocalipse 1:5; 5:5-14; 19:16.
COMENTÁRIO
É claro ensinamento das Escrituras que o Senhor Jesus Cristo é um Rei, e que, como
Tal, ele tem um Reino sobre o qual ele reina. Um estudo das Escrituras tanto das
profecias e das promessas do Velho Testamento quanto o cumprimento do Novo
Testamento, leva à conclusão de que o Senhor Jesus Cristo é o Rei em um sentido
duplo: primeiro, como o eterno Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Triuna Divindade, e
por isso, o próprio Deus. Ele governa sobre um reino absoluto e universal (João 17:1-5;
Hebreus 1:1-3). Como Divindade, Criador e Senhor soberano sobre toda a criação ele
governa sobre toda a realidade criada - o universo, a terra, os anjos, os homens e todos
os animais e plantas (Gênesis 1:1-3; João 1:1-3; Hebreus 1:8-12; Colossenses 1:15-17).
Este reino é dele por direito de Divindade, criação e uma soberania absoluta que é
intrínseca, não derivada e inalienável. Segundo, como o Deus-Homem, o “Segundo
Homem,” o “Último Adão” (1 Coríntios 15:21-26,45-47), o ressurreto e assunto Senhor
da glória, o cabeça da igreja, o Senhor de todo crente, e o “Rei dos reis e Senhor dos
senhores” (Apocalipse 19:11-16), ele governa sobre um reino mediador e universal de
poder, graça e glória (Jeremias 23:5-6; Daniel 2:44; 7:13-14; Mateus 28:18; Efésios
1:22-23; Filipenses 2:9-11; Colossenses 1:12-17; Hebreus 1:1-14). Este reino é seu por
direito derivado de seu sofrimento, morte, ressurreição e ascensão à mão direita de Deus
como o único Mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5), Homem
Representante, o cabeça da humanidade redimida ( Atos 2:22-36; 1 Coríntios 15:20-28;
Filipenses 2:5-11).
Um aspecto central do reino mediador de nosso Senhor é sua liderança sobre sua
igreja (Efésios 1:22-23). Ele reina como cabeça funcional de sua igreja externamente
por meio de sua providência e seus oficiais nomeados, protegendo seu povo e
subjugando seus inimigos. Ele reina internamente pelo seu Espírito e sua Palavra. Por
estes meios, ele edifica sua igreja pelo chamado eficaz, regenerando e convertendo os
pecadores por intermédio da proclamação do evangelho. Estes são santificados e
disciplinados por meio do ministério da Palavra (Efésios 4:11-16).
O Senhor Jesus Cristo não é apenas o cabeça de sua igreja em um sentido ideal e
corporativo, mas ele é o Senhor ou Rei sobre o crente em um sentido individual. Em sua
ressurreição e ascensão, Jesus Cristo foi constituído como Senhor (Atos 2:36; Romanos
10:9; 2 Coríntios 4:5; Filipenses 2:9-11). Ele é pregado como Senhor (2 Coríntios 4:5).
130
O pecador que se torna crente, salvificamente, se aproxima de Jesus Cristo como Senhor
de sua vida (Romanos 10:9-10). Isto significa que todo verdadeiro crente deve
submeter-se à sua Palavra; viver em obediência à sua Palavra-Lei e reconhecer suas
régias reivindicações (Senhorio) em todas as esferas da vida.
Como o Senhor soberano absoluto e Rei, ele assentar-se-á em julgamento final sobre
os destinos dos homens (João 5:22; Mateus 28:18; Apocalipse 20:11-15). Ele é seu
Senhor e Rei?
76ª Pergunta - Como somos feitos participantes da redenção realizada pelo Senhor
Jesus Cristo?
Resposta - Nós somos feitos participantes da redenção realizada pelo Senhor Jesus
Cristo mediante a obra do Espírito Santo, que aplica esta redenção efetivamente para
nós.
João 1:12-13. 12”Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; 13Os quais não nasceram do
sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.”
João 3:3,5-6,8. 3Jesus respondeu, e disse-lhe: “Na verdade, na verdade te digo
que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus. 5Jesus respondeu:
Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não
pode entrar no Reino de Deus. 6O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido
do Espírito é espírito. 8O vento assopra aonde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes
de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.”
João 6:37,44. 37”Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de
maneira nenhuma o lançarei fora. 44Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou
o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.”
2 Tessalonicenses 2:13-14. 13”Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós,
irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a
salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; 14para o que pelo nosso
evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.”
Tito 3:5-6. 5”Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a
sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito
Santo, 6que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso
Salvador.”
Veja também: Jeremias 31:31-34; Ezequiel 36:25-27; João 1:12-13; 3:3-8; Atos
20:28; Romanos 3:9-12; 5:5; 8:1-16; 29-30; 1 Coríntios 3:6-7; 6:11,20; Efésios 1:3-
14; 2:1-5; Hebreus 8:1-13; 1 Tessalonicenses 1:4-6; 1 Pedro 1:1-2.
COMENTÁRIO
131
COMENTÁRIO
A verdade do chamado do crente para a salvação é considerada na pergunta 81: “O
que é o chamado eficaz?” Neste ponto nós precisamos considerar as realidades
escriturísticas da união do crente com Cristo, que são algumas das verdades mais
profundas e gloriosas em todo o ensino escriturístico. As Escrituras ensinam claramente
que todo cristão verdadeiro, sem exceção, foi trazido para uma união espiritual com
Cristo, e que esta relação vital encontra seu fundamento no eterno propósito redentor de
Deus (Efésios 1:3-11), é analogicamente entendido pela união ou a identificação de toda
a humanidade em Adão (Romanos 5:12-21; 1 Coríntios 15:22), encontra sua realidade
na encarnação e na obra redentora (morte e ressurreição) de Cristo (Romanos 5:10,18-
21; 6:1-10; Gálatas 2:20; Colossenses 3:1-3), encontra expressão na experiência bíblica
cristã (Romanos 6:1-14; Gálatas 2:20; Colossenses 3:1-5ss) e serão integralmente
realizados na glória futura (Efésios 2:6-7). Esta verdade forma a base eterna e objetiva
para a experiência; confiança e esperança do crente. A sua união com Cristo é assim a
realidade bíblica que forma “a verdade central de toda a teologia e toda a religião.” Aqui
está a única base escriturística para uma verdadeira garantia de salvação.
O ensino do Novo Testamento acerca da união do crente com Cristo consiste de
uma abordagem dupla: declarações doutrinárias que são explícitas, e analogias que são
ilustrativas:
As declarações doutrinárias a respeito da união espiritual e indissolúvel do crente
com Cristo podem ser organizadas em quatro categorias:
Primeira: afirmações que descrevem a posição do crente “em Cristo” ou “para
Cristo” (Romanos 6:3; Gálatas 3:27; Romanos 6:11; 8:1; 1 Coríntios 1:2,30; 15:22;
Efésios 1:1,3,4,6,7,11; 2:6-7,10; 1 Pedro 5:14);
Segunda: afirmações declarando que os crentes são identificados “com Cristo,”
especialmente com referência à sua morte, ressurreição e ascensão ao céu (Romanos
6:4,6,8; Gálatas 2:20; Efésios 2:4-7; Colossenses 2:10-15; 3:1-3; 2Timóteo 2:11-12).
Terceira: afirmações que descrevem o relacionamento do crente em pé diante de Deus
“por” e “através de” Cristo (Romanos 5:1-2,21; 6:8; Gálatas 6:14). Finalmente,
afirmações revelando que Cristo está “no” crente (João 14:20,23; Romanos 8:9-10;
Gálatas 2:20; Efésios 3:17; Colossenses 1:27).
Existem várias analogias escriturísticas usadas para ilustrar esta vital união do
crente com Cristo:
Primeira: a da videira e dos ramos (João 15:1-7). O ramo deve estar em vital união
com a videira tanto para estar vivo quanto para produzir frutos;
Segunda: o marido e a esposa ou o relacionamento matrimonial (Romanos 7:1-4;
Efésios 5:23-33), os dois se tornam “uma só carne” diante de Deus, ou seja, uma única
entidade;
134
interage, ou retribui. Isto não é apenas união, mas necessariamente, a comunhão com a
Divindade triuna por meio de Cristo (João 14:6,9,16-17,20; Romanos 8:9-16; Efésios
3:16-19). É uma união transformadora. Os crentes são mudados à imagem de Cristo,
segundo a natureza humana dele. Isto começou na regeneração, quando a imagem de
Deus foi restaurada, em princípio na justiça, na santidade da verdade e no conhecimento
(Efésios 4:22-24; Colossenses 1:28-29; 3:9-10) e continua durante toda a experiência
cristã como os crentes são “conformados à imagem de seu Filho” na maturidade,
sofrimentos, etc., pela obra do Espírito Santo (Romanos 6:6,14; 8:9-10,14-17,29; 2
Coríntios 3:17-18; Efésios 2:10).
Ela é, finalmente, uma união inescrutável e indissolúvel: Por inescrutável, os
teólogos antigos davam a entender a “união mística” entre Cristo e si mesmo, ou seja,
esta união é misteriosa, no sentido de ser incompreensível e incapaz de compreensão
inteligente em nosso estado finito. É também uma união indissolúvel. Esta relação,
identificação ou união entre Cristo e o crente jamais pode ser dissolvida. Note que, no
ensino bíblico, justificação pela fé tem uma relação imediata com a garantia de fé (por
exemplo: Romanos 5:1-3). O crente está em união com Cristo e até agora é feito para
assentar-se junto a ele nos lugares celestiais (Efésios 2:4-7)! Toda e qualquer bênção
espiritual está ligada a nosso Senhor, inseparável e indissolúvel. Isto se encontra no
próprio coração do crente com a sua garantia objetiva de salvação.
Esta identificação com, posição em, ou união vital com Cristo, deve ser considerada
em ambos os seus aspectos, objetivos e subjetivos. Objetivamente, a união com Cristo é
o centro, ou o coração e a alma da aplicação da redenção. Os crentes têm sido
eternamente identificados com ou em união com Cristo na eterna Aliança da Redenção
e da Graça, iniciando na eleição, continuando através da predestinação, chamado,
regeneração, conversão (fé e arrependimento), justificação, adoção, santificação e
glorificação (Efésios 1:3-7; Romanos 8:29-30). Este é o fundamento ou fonte de toda a
segurança, confiança e certeza para o crente.
Subjetivamente, as Escrituras ensinam uma relação vital entre os aspectos objetivos
e subjetivos da união do crente com Cristo. A Bíblia não separa a justificação da
santificação, mas revela claramente que quem é justificado também deve ser
santificado. A Justiça imputada nunca está separada da justiça
transmitida/compartilhada. Além disso, todos assim justificados e santificados,
inevitavelmente, serão glorificados.
Este é o argumento do apóstolo Paulo em Romanos 3:21-8:39. Depois de
estabelecer a condenação absoluta dos pecadores de várias abordagens (Romanos 1:18-
3:20), ele doutrinaria e historicamente demonstra a realidade da justificação pela fé
(Romanos 3:21-4:25). Então ele mostra que tal justificativa livre dá extrema segurança e
acesso ilimitado a Deus, não pode ser abalada pelos rigores da experiência cristã, é
feito relevante ao nosso coração pelo amor engendrado pelo Espírito de Deus, pode ser
raciocinado do amor de Deus pela entrega de Cristo (Romanos 5.1-11) e encontra sua
136
fonte em nossa união com Ele (Romanos 5:12-21). De nossa união com Cristo, ele
explora a santificação, e adverte contra o antinomianismo (Romanos 6:1-23), o
legalismo e a presunção (Romanos 7:1-8:16), e então demonstra que aqueles que foram
justificados (3:21-5:21) e estão sendo santificados (6:1-8:16), devem infalivelmente ser
glorificados (Romanos 8:17-39). No centro destas verdades gloriosas, está a nossa união
com Cristo como a realidade essencial. Você tem em sua experiência e esperança uma
afinidade com capítulos 1-8 de Romanos?
PARTE VII
SALVAÇÃO E EXPERIÊNCIA CRISTÃ
O estudo doutrinário da salvação é chamado de “Soteriologia,” do Grego soteria,”
libertação, restauração, saúde e salvação.” A doutrina bíblica não é apenas de uma
“libertação” ou salvação vazia, mas também uma “restauração” para saúde espiritual, ou
seja, uma condição espiritual que é consoante com o ensino bíblico sobre a salvação.
Tradicional, histórica e culturalmente, o termo “Cristão “ pode ser utilizado muito
livre ou geralmente. Um verdadeiro cristão é quem é ao mesmo tempo o objeto do amor
Divino no eterno propósito redentor de Deus e quem está experimentalmente
descansando em Cristo pela fé para a salvação. As Escrituras apresentam o Cristão a
partir de dois aspectos, objetivo e eterno, e subjetivo e temporal.
Escrituristicamente, a palavra “Cristão” significa aquele que é identificado com
Cristo, imita, reflete, ou é como Cristo. Ele é um “crente” (aquele que entrou em uma
vida de crença ou fé), um “discípulo” (aprendiz e seguidor), aquele que professa ao
mundo que ele é salvo, isto é, renunciou a uma vida de egocentrismo próprio e pecado e
tomou a sua cruz (identificou-se sem ressalvas com a causa) em uma base diária e é um
seguidor de nosso Senhor (Lucas 9:23). A “cruz” do Cristão é tudo o que lhe custa para
ser total e completamente identificado com Cristo (Mateus 16:24; Marcos 8:34; 2
Coríntios 5:14-15).
A salvação é tanto do poder reinante quanto das últimas consequências do pecado
(Mateus 1:21; Romanos 5:9; 6:1-23; Gálatas 1:4-5). Pensa-se e ensina-se, geralmente,
que a salvação é principalmente do inferno ou da condenação eterna e do castigo. Tal
ideia é equivocada. Embora seja verdade que a salvação seja das últimas consequências
do pecado, as Escrituras esclarecem muito bem que a salvação é primariamente do
pecado - de sua culpa, pena, poluição e poder reinando ou controlando a vida (Romanos
6:1-23; Gálatas 1:4; Tito 2:11-12). Esta presente libertação é encontrada na regeneração,
conversão, justificação, adoção e santificação. A salvação é também das últimas
consequências do pecado – castigo eterno, mas não necessariamente com as
consequências imediatas do pecado – problemas de saúde pela dissipação, abuso de
drogas, doenças sexualmente transmissíveis; doenças terminais devido ao pecado, um
casamento arruinado ou lar destruído, a desaprovação da família e dos amigos, perda de
emprego, processo criminal ou até mesmo a morte, etc. Em suma, embora Deus salve o
137
crente do poder reinante do pecado e das últimas consequências dele, ele não
necessariamente liberta-o das consequências imediatas da pecado, nem erradica esse
princípio de pecado, habitando e permanecendo a corrupção dentro do crente até a
morte física (Romanos 7:13-8:4). Veja Perguntas 165-167.
78ª Pergunta - Qual é o ministério da graça Divina na salvação e na experiência do
crente?
Resposta - O ministério da graça Divina na salvação e na experiência do crente é
abrangente: eleição, redenção, chamado, renovação, capacitação, justificação, adoção,
santificação, ressurreição e glorificação do crente.
Efésios 2:8-10. 8”Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de
vós, é dom de Deus. 9Não vem das obras, para que ninguém se glorie; 10Porque
somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus
preparou para que andássemos nelas.”
2 Coríntios 12:9. E disse-me: “A minha graça te basta, porque o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas,
para que em mim habite o poder de Cristo.”
2 Pedro 3:18. “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e
Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da
eternidade. Amém!”
Veja também: Gênesis 6:8; João 1:16; Romanos 11:5-6; 1 Coríntios 15:10;
Gálatas 1:6-7; Tito 2:11-15; Hebreus 4:14-16; 1 Pedro 5:5.
COMENTÁRIO
A graça pode ser resumida da seguinte forma:
Primeiro: é um princípio de favor imerecido que é estendido aos homens como
pecadores. Literalmente, tudo vem aos homens pecaminosos - crentes e descrentes -
como uma questão de graça – o homem como pecador não merece nada além da
condenação (Efésios 2:8-10);
Segundo: é uma personificação, ou seja, a graça é mediada pelo Senhor Jesus
Cristo. Ele é a própria personificação da graça de Deus;
Terceiro: é um poder ou capacitação Divina na salvação e na experiência do crente.
A graça capacita os crentes a acreditar, perseverar, sofrer e servir (Romanos 6:14; 1
Coríntios 15:10; 2 Coríntios 12:9; Filipenses 1:29). Finalmente, é uma prerrogativa,
ou seja, a graça Divina é tanto livre quanto soberana – Deus concede tal graça a quem
Ele quer.
“A salvação pela graça” significa que a salvação ou a libertação do pecado é
completamente a obra de Deus e, portanto, totalmente imerecida pelo recipiente. Veja a
Pergunta 20. É monergística (a obra de um Deus apenas) em sua iniciação, e não
138
aparente (Efésios 2:8-10; Atos 11: 18). Uma consciência ferida e a convicção podem ser
muito fortes, contudo não levam à salvação (João 8:9). Veja as Perguntas 83-84, 87, 90-
91.
Nossa justificação – sermos pronunciados justos diante de Deus por meio da fé
apenas, aquela fé dada por Deus, repousando na justiça imputada de nosso Senhor Jesus
Cristo - é imputada aos pecadores que creem (Romanos 3:21-26; Tito 3:4-7). Veja a
Pergunta 92.
É dito que cada crente é “adotado” na família de Deus, isto é, torna-se filho de Deus,
ou “filho” na conversão (João 1:12-13; Romanos 8:12-14; Gálatas 4:4-5; Efésios 1:5).
Esta é uma obra da graça Divina na qual Deus toma os pecadores para Si Mesmo como
Seus filhos, dá-lhes o Espírito de adoção, uma prova antecipada da adoção final deles na
glória da ressurreição (Romanos 8:23). Veja a Pergunta 93.
A santificação, em seu sentido mais inclusivo, é a doutrina mais abrangente nas
Escrituras. É um processo tanto de separação quanto de purificação, e assim, inicia-se
com a eleição Divina e termina com a glorificação. Como a salvação é pela graça, assim
a santificação, ou a santidade é pela graça. Na experiência prática, a obra da graça de
Deus pelo Espírito Santo e da Palavra é a dinâmica para a santificação (João 17:17;
Romanos 8:11-14; 1 Tessalonisenses 4:3; Hebreus 12:14). Ninguém pode viver a vida
cristã em sua própria força, por sua própria determinação, ou separado do Espírito e das
Escrituras. Veja as Perguntas 94-96.
A salvação é inteiramente da graça, incluindo a futura ressurreição do crentes.
Aqueles sobre os quais Deus colocou o Seu amor, são ultimamente destinados à
ressurreição para a glória eterna (Romanos 8:18-23,28-31). Todo aquele que é
justificado (Romanos 3:21-5:21) deve inevitavelmente ser santificado (Romanos 5:12-
8:16 ), e todo aquele que é santificado deve, de forma inevitável, ser glorificado
(Romanos 8:17-39). A graça livre e soberana de Deus consumada na glorificação do
crente. A adoção deste será plenamente realizada (Romanos 8:18-23), sua conformidade
à imagem do Filho de Deus será levada à consumação (Romanos 8:29; 2 Coríntios
3:17-18), e sua redenção será completa (Filipenses 3:20-21; Tito 2:11-15; 1João 3:1-4).
Sua experiência coincidirá então com sua posição (Efésios 2:4-7). Veja as Perguntas
165, 167 e 169. Você pode pela fé, experiência e esperança ter a mão lançada, isto é, ser
alcançado(a) destas abençoadas verdades?
79ª Pergunta - Por que é vital considerar tanto os aspectos objetivos ou eternos,
quanto os subjetivos ou temporais e experienciais da salvação?
Resposta - A salvação deve ser vista tanto nos aspectos objetivos ou eternos quanto
nos aspectos subjetivos ou temporais e experienciais para entender corretamente a
verdade bíblica da salvação, a fim de evitar erros e heresias, e de possuir uma garantia
bíblica da fé.
141
Romanos 8:28-31. 28”E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para
o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito. 29Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos
irmãos. 30E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes
também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. 31Que diremos,
pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
Efésios 1:3-7. 3”Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos
abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; 4como
também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor”;
5
E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo,
segundo o beneplácito de sua vontade, 6para louvor da glória de sua graça, pela qual
nos fez agradáveis a si no Amado, 7Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a
remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,”
1 Tessalonicenses 1:4-5. 4”Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de
Deus; 5Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também
em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos
entre vós, por amor de vós.”
1 Tessalonicenses 2:13. “Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus,
pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como
palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual
também opera em vós, os que crestes.”
2 Timóteo 2:19. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O
Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se
da iniquidade.”
Hebreus 12:14. Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém
verá o Senhor;
Veja também: Romanos 6:1-23; 8:5-13; 12:1-21; Gálatas 5:16-26; Efésios 4:25-
32; Colossenses 3:1-10,12-17; 1 Tessalonicenses 1:4-10; 4:3-4; Tito 2:11-15;
Hebreus 12:1-8; 1João 3:4-18.
COMENTÁRIO
As Escrituras veem o cristão de dois aspectos, objetivo e eterno, subjetivo e
temporal. Nós devemos ver o verdadeiro cristão em ambos os aspectos? Sim, porque as
Escrituras tratam de ambos por uma boa razão. Sem estes dois aspectos muito
necessários, nossa visão da realidade de nossos seres cristãos, nossa relação com Deus,
nossa experiência seria muito desequilibrada na melhor das hipóteses ou na pior destas,
absolutamente incompreensível. O propósito eterno e redentor de Deus dá-nos como
142
irmãos. 30E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes
também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. 31Que diremos,
pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
2 Coríntios 1:3-4. 3”Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o
Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; 4que nos consola em toda a
nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma
tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.”
1 Tessalonicenses 1:4. “Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de
Deus.”
Veja também: Atos 17:23-28; Romanos 6:1-6; 8:18-39; Efésios 1:3-14; 1
Tessalonicenses 2:13; 4:13-18; Romanos 6:1-23; Colossenses 3:1-5ss.
COMENTÁRIO
A Bíblia não é apenas um livro de história, princípios, advertências e ordens, é
também um livro de gloriosas promessas, grande incentivo e abençoado conforto. A
questão decisiva é a relação de alguém com Deus por intermédio da obra redentora do
Senhor Jesus Cristo. As promessas Divinas, incentivos, e garantias, todos pertencem
àqueles cujos pecados são perdoados e que são vitalmente reconciliados com Deus pela
fé salvadora em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. É um equívoco fatal na
interpretação das Escrituras assumir que alguém possa tomar promessas, incentivos e
garantias das Escrituras de forma arbitrária ou mística sem causa apropriada. Usar as
Escrituras de qualquer forma para a qual elas não foram destinadas - como uma coleção
de máximas filosóficas ou morais - deve do mesmo modo ser condenado. A Bíblia dá
advertências de certos julgamentos e um mandamento para a fé e arrependimento para o
incrédulo, mas nenhum conforto. As bênçãos de conforto, incentivo e garantias são para
aqueles que vivem pela fé pessoal no Senhor Jesus, de acordo com a Palavra de Deus.
É uma tragédia que muitos cristãos professos modernos têm sido ensinados a
desprezar ou negar as verdades gloriosas da livre graça como Divinamente revelada na
eleição, predestinação e no abençoado princípio do particularismo escriturístico.
Inevitavelmente, o conforto, incentivo e garantia têm que tirar de outros recursos -
necessariamente, de uma falsa exposição de Deus ou de uma experiência subjetiva de
alguém. Isto levou à religião existencial moderna à uma distorção da verdade bíblica. A
infalibilidade do propósito redentor de Deus é tanto revelada quanto reiterada nas
Escrituras para o conforto, garantia e incentivo do crente – e deve ser reiterada em
nossas próprias mentes e corações, como Deus tem em Sua Palavra.
A Divina providência é aquele processo pelo qual Deus, no tempo e na história, faz
acontecer o seu eterno propósito. O tempo, de acordo com uma filosofia bíblica
consistente do tempo e da história, regride do futuro para o presente e então do presente
para o passado. Deus predestinou todas as coisas desde o princípio (Isaías 42:9; Atos
4:27-28; 15:18; Efésios 1:11). A Divina providência por sua própria natureza é tanto
144
Lídia, no entanto, foi simplesmente movida para acreditar, sua convicção do pecado
sendo mais interna com pouca, ou nenhuma, evidência externa (Atos 16:14). O único
denominador comum é que estes foram todos convertidos e suas vidas transformadas.
A relação da graça eficaz com a oferta gratuita do evangelho é um aspecto da
relação entre a soberania Divina e a responsabilidade humana. Nós - seres humanos,
cristãos, pregadores, evangelistas - não sabemos quem são os eleitos, ou quem serão
eficazmente chamados para a salvação. Estas são algumas das “coisas secretas” que
pertencem apenas a Deus (Deuteronômio 29:29), e são reveladas em tempo após o fato.
Certamente Deus tem chamado e convertido o mais improvável, como testemunhado na
conversão de Saulo de Tarso, e perseguidores marcantes, opositores, membros do culto
e as pessoas geralmente más da história, cujas vidas subsequentes demonstraram a
devoção deles à Cristo (1 Coríntios 1:26-3). Nossa preocupação deve ser a fidelidade
ao que Deus revelou no reino da responsabilidade humana – pregando o evangelho a
todos os homens sem restrição ou reserva (Mateus 28:18-20; Marcos 16:15; Lucas
24:47; Atos 1 :7-8; 20:26-27; 1 Timóteo 2:1-6). O fardo do ministério do evangelho é,
portanto, duplo: primeiro, que o evangelho seja pregado a todos, sem restrição, e,
segundo, que o evangelho é pregado em sua plenitude, ou seja, sem qualquer
truncamento de seu conteúdo doutrinário ou implicações práticas. Nossas vidas
evidenciam que temos sido “chamados das trevas para sua maravilhosa luz?” (1 Pedro
2:9).
82ª Pergunta – Aqueles que são efetivamente chamados participam de quais
benefícios nesta vida?
Resposta - Aqueles que são eficazmente chamados são feitos nesta vida
participantes da regeneração, conversão, justificação, adoção, santificação, e dos vários
benefícios que nesta vida acompanham ou fluem deles.
Romanos 8:28-31. 28”E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para
o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito. 29Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos
irmãos. 30E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes
também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. 31Que diremos,
pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
Romanos 5:1-5. 1”Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus,
por nosso Senhor Jesus Cristo; 2pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça,
na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. 3E não
somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação
produz a paciência, 4e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. 5E a
esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.”
148
Efésios 1:3-6. 3”Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos
abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; 4como
também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor; 5e nos predestinou para filhos de adoção por
Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6para louvor da
glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.”
Veja também: Romanos 5:2; 1 Coríntios 1:26-31; Efésios 5:18-20; Colossenses
3:15-17; Filipenses 3:1; 4:4; 1 Tessalonicenses 4:16; 1 Pedro 1:6,8.
COMENTÁRIO
A Aliança da Graça refere-se ao eterno propósito redentor como ela se dirige aos
pecadores. Veja a Pergunta 66. É unilateral e, portanto, infalível, imutável e irrevogável.
Da eleição divina para a glorificação, o número e a identidade pessoal dos eleitos de
Deus - os objetos de seu amor eterno, soberano, graça e misericórdia - permanecem os
mesmos. Assim, aqueles que são eficazmente chamados como a primeira evidência
experimental desta relação de aliança, receberão cada um e todos os benefícios desta
relação, apesar das circunstâncias variadas da peregrinação terrena e experiência deles
(Romanos 8:28-39). Este é e deve ser o maior conforto e incentivo para todos os
crentes.
Os benefícios ou bênçãos que vêm para aqueles que são eficazmente chamados
necessariamente transcende esta vida terrena e são apenas totalmente cumpridos e
experimentados na glória da eternidade (Romanos 8:18-23,28-39 ; 2 Coríntios 4:14-18;
2 Pedro 3:13). Existem muitos incentivos e confortos dirigidos àqueles que
experimentam sofrimentos presentes, perseguições e oposição que apontam para a
eternidade e glória futura, a partir da qual os crentes estão certos que “as recompensas
deles estão no céu” e “que eles descansarão das suas obras e elas os seguirão” (por
exemplo: Mateus 5:11-12; Romanos 8:35-39; Apocalipse 14:13).
Esta pergunta e resposta, no entanto, concentram-se na atual experiência do crente.
Há grandes e presentes benefícios e bênçãos nesta vida terrena, para que cada crente
tenha o dever de ser constante e humildemente grato e também deva alegrar-se sem
cessar . Ser ou fazer de outra forma seria simplesmente incredulidade, prioridades
erradas, ou um egocentrismo pecaminoso que falharia em elevar-se ao nível da fé
bíblica. Os crentes são regenerados (João 3:33,5-8), convertidos (João 1:12-13);
experimentalmente levados à união com Cristo (Romanos 5:12-6:23; Gálatas 2:20;
Colossenses 3:1-4), adotados (Romanos 8:14-17 ; Efésios 1:3-7), justificados (Romanos
5:1-11) e santificados (Romanos 6:1-8:14).
Os benefícios e bênçãos que fluem a partir destas realidades espirituais são
inumeráveis. Incluídos nestes inúmeros benefícios estão:
149
desculpa, mas sua vontade é dobrada em relação ao pecado e ao mal e seu interior é
escurecido (Romanos 1:18-25; 1 Coríntios 2:14).;
Segundo: a quebra do poder reinante do pecado (Romanos 6:3-14,17-18,20,22).
Todo ser humano, por natureza, é um escravo disposto ao pecado. Este poder é
quebrado por Deus em um ato definitivo da graça, e uma separação radical é feita com o
poder reinante do pecado na vida; Veja as Perguntas 94-95.
Terceiro: a remoção da inimizade natural do coração (Romanos 8:7-8; 1 Coríntios
2:14). O homem por natureza tem uma aversão inata de Deus e de Sua verdade. Esta
animosidade é removida por um ato soberano de Deus, permitindo o pecador voltar
salvificamente para Deus no contexto de Sua verdade;
Quarto: a recriação da imagem de Deus em princípio (Efésios 4:22-24; Colossenses
3:1-10). Ambas as passagens se referem a um ato passado, não uma súplica. O homem
foi criado como o portador da imagem de Deus. Na queda, esta imagem foi devastada
espiritual, moral e intelectualmente; o processo de pensamento tornou-se fragmentado e
dado à futilidade. O corpo físico, com seus apetites e desejos, assumiu uma influência
controladora sobre o indivíduo (Romanos 6:6,11-14; Efésios 4:17-19). Na graça
regeneradora, Deus recria a Sua imagem em princípio, na justiça, na santidade da
verdade e no conhecimento - uma transformação espiritual, moral e intelectual. Com a
mente assim liberta, e uma santa disposição dado à personalidade, o pecador é
habilitado a retornar livremente a Cristo na fé tal como apresentada na mensagem do
evangelho;
Quinto: a remoção da cegueira satânica (2 Coríntios 4:3-6). Acima e além de todos
os assuntos da vontade ou do coração, aparece (como que de um nevoeiro) o terrível
poder, o poder maligno de satanás, que cega especificamente os pecadores para a
verdade do evangelho, procura ainda remover qualquer influência do evangelho de
qualquer maneira que puder (Mateus 13:3-4,18-19; Marcos 4:4,15; Lucas 8:5,12). Esta
influência ofuscante é removida por um ato da graça de Deus;
Sexto: o dom da fé salvadora (Efésios 2:4-10). A conversão, ou o arrependimento do
pecado e a fé no Senhor Jesus Cristo, é inseparável da regeneração. A conversão é a
consequência infalível e imediata da obra do Espírito Santo sobre e dentro da
personalidade (Atos 16:14). As Escrituras geralmente consideram a regeneração e a
conversão inclusivamente como uma só. A conversão, especificamente a fé pessoal no
Senhor Jesus e o arrependimento do pecado, que necessária e infalivelmente expressa a
obra de Deus dentro da personalidade (Atos 13:12,48; 14:1; 16:14,27-34; 17:4,11-
12,34; 18:8,27; 19:18; Romanos 10:9-10,13,17; 1 Coríntios 2:4-5; Efésios 2:4-10).
Veja as Perguntas 86-88.
A necessidade de regeneração ou do novo nascimento é encontrada na impotência
espiritual absoluta do homem; no poder de cegueira do diabo; no propósito redentor
eterno,;e no reto caráter e na onipotência de Deus. Em qualquer ser humano depois de
152
salvo ou liberto do poder reinante do pecado, da sua própria animosidade inata para com
Deus, do poder de cegueira de Satanás e finalmente do inferno eterno, Deus deve iniciar
a obra da salvação (Isaías 64:6; Mateus 13:3-4,18-19; Atos 16:14; Romanos 1:18-25;
3:11,27-21; 8:5-8; 1 Coríntios 2:14; 2 Coríntios 4:3-6; Efésios 2:1-10; 4:17-19; Tito
3:5; 1João 5:19). Dizer tudo isso é declarar que a salvação é pela graça.
Por causa do mistério desta operação Divina, a inabilidade de nossas mentes finitas
para compreendê-la totalmente, e a grande possibilidade de equivocar a Sua natureza,
Deus teve o prazer de representar a regeneração em termos humanos, usando figuras ou
metáforas para ajudar a nossa compreensão. A regeneração é descrita como um
“nascimento espiritual.” Esta é a designação mais comum. Conferir João 1:12-13; 3:3,5-
8; Tiago 1:18; 1 Pedro 1:23; 1João 3:9. Como um “nascimento,” é misteriosa e
milagrosa e assim expressa em termos figurativos. A regeneração é descrita como uma
“vivificação” para a vida espiritual, como um “transplante de coração.” A linguagem do
Velho Testamento de Jeremias 31:31-34; Ezequiel 11:19-20; 36:25-27, como cumprida
em 2 Coríntios 3 e Hebreus 8, embora expressa em termos simbólicos do Velho
Testamento, antecipa a Nova Aliança ou Aliança do Evangelho.
A regeneração é descrita como um “translado” de um reino para outro. Os crentes
foram transladados para fora do reino das trevas (do mal) para o Reino do Filho do
amor de Deus (Colossenses 1:12-13). Ela é descrita como uma “lavagem.” (Tito 3:5),
que não pode se referir ao batismo, pois este é um ritual dentro do reino e ao alcance da
atividade e do poder humano. Além disso, o batismo não pode vivificar ou limpar
espiritualmente (1 Pedro 3:18-21). Isto deve ser entendido simbolicamente e de acordo
com a analogia da fé ( Ezequiel 36:25-27).
A regeneração é ainda descrita como um “renovo do Espírito Santo.” Esta
linguagem é inerente à da regeneração (Tito 3:5). Refere-se à restauração da imagem de
Deus no homem (Colossenses 3:9-10; Efésios 4:22-24), o “coração de carne” (Ezequiel
36:25-27), o “novo homem,” ou a personalidade regenerada (Romanos 6:6). A
regeneração é descrita como uma “mudança de natureza” ou “de caráter” (2 Pedro 1:4;
Efésios 4:22-24; Colossenses 3:9-10). Estas passagens referem-se à transformação
moral da personalidade ou a restauração da imagem de Deus, em princípio, no homem.
A regeneração é descrita como uma “nova criatura” (Efésios 2:4-10; 2 Coríntios 5:17;
4:3-6). A nova vida, nova natureza ou nova entidade transmitida por Deus é a criação do
“novo homem” que corresponde em princípio ao caráter moral de Deus.
Finalmente, a regeneração é descrita como uma “circuncisão” espiritual. Confira
Deuteronômio 10:16; 30:6; Jeremias 4:4; 9:26; Atos 7:51-53 com Romanos 2:28-29;
Filipenses 3:1-3; Colossenses 2:10-13. O antítipo da circuncisão é a regeneração. Os
que eram na Antiga Aliança circuncidados, agora na Nova Aliança são regenerados. A
regeneração é assim o sinal ou o selo da Aliança do Evangelho ou da Nova Aliança. A
regeneração, como o antítipo da circuncisão, é uma operação de coração realizada
somente por Deus (”uma circuncisão feita sem mãos”) em tirar a preeminência da carne,
153
Veja também: Ezequiel 36:27; João 4:24; 7:39; 14:16-17; 15:26; 16:8-11,13;
Atos 10:19; 11:12; 13:2; 16:7; Romanos 8:1-5,11-16; 1 Coríntios 2:4.9-14; 3:16;
6:11; 12:1-7,11; 12:13; 2 Coríntios 1:22; 3:3,17-18; 5:5; Gálatas 3:2,4; 4:6; 5:16-
18,22-23,25; 6:8; Efésios 1:13,17-18; 2:18,22; 3:16; 4:3,30; 5:9,18-20; 6:17-18;
Filipenses 1:19; 2:1; 3:3; Colossenses 1:8; 1 Tessalonicenses 4:8; 5:19; 2
Tessalonicenses 2:13; 1 Pedro 1:2,22; 1João 3:24; 4:13; Apocalipse 22:17.
COMENTÁRIO
Dentro da Divindade triuna e no contexto da eterna Aliança da Redenção e da
Graça, é o Espírito Santo que aplica a redenção comprada pelo Senhor Jesus Cristo.
Veja as Perguntas 64 e 77. Assim, Ele não está apenas intimamente envolvido em toda a
nossa redenção, mas está especialmente proeminente em sua aplicação ao longo de
nossa experiência cristã: do nosso chamado para a salvação para o nosso estado final de
glória. Ao longo da obra do Espírito Santo na salvação, admite-se que Ele age sempre
em sintonia com a Palavra de Deus e nunca separado dela.
Antes da conversão, o Espírito Santo providencialmente supervisiona a vida e as
circunstâncias do indivíduo eleito, mas ainda incrédulo. Ele é de maneira providencial
preservado e protegido e é trazido em contato com a verdade salvadora. O Espírito
Santo chama, desperta, convence e regenera o pecador. Ele opera a convicção salvadora
na mente e no coração do pecador e revela-lhe Cristo, Tal como apresentado no
evangelho.
Na conversão, é o Espírito Santo que abre os ouvidos, os olhos, a mente e o coração
do pecador para a verdade do evangelho (1 Coríntios 2:14-16). O Espírito Santo
graciosamente habilita o pecador a crer e se arrepender (Atos 11:18; 18:27; Efésios 2:4-
10). Essa fé salvadora que é o dom de Deus é dada pela mediação do Espírito no
contexto da audição da verdade do evangelho. É o Espírito Santo quem opera essa
convicção que resulta em arrependimento na mente, no coração e na vida. É o Espírito
que remove a cegueira espiritual imposta por satanás na mente e no coração do pecador
(2 Coríntios 4:3-6).
Após a conversão, o Espírito Santo, como a principal Pessoa da Divindade triuna
habita no, e ministra toda a graça necessária para a experiência do crente. Ele é
geralmente chamado de “O Consolador,” ou Parakletos [ Gr. para, “ao lado” e kletos,
“chamados,” portanto, “ajudante,” “advogado”], aquele que substituiu a presença
pessoal e visível de nosso Senhor durante o seu ministério celestial até o segundo
retorno (João 14:12,16,26; 15:26; 16:7; Atos 2:32-33). Ele autorizou a igreja do Novo
155
Testamento como a instituição ordenada por Deus para esta economia do evangelho no
dia de Pentecostes (Atos 1:8; 2:1ss). Ele inicia o envio de ministros do evangelho, e é
Aquele que encarrega e chama os homens para tal ministério (Atos 13:2-4; Efésios 4:7-
12). Ele dota os homens para o ministério e distribui variados dons para suas igrejas (1
Coríntios 12:1-7ss; Efésios 4:11-12).
Em um nível individual, Ele santifica o crente em conexão com a Palavra de Deus
(João 17:17; Romanos 6:1-23; 8:11-14; 1 Coríntios 1:30-31; 2 Tessalonicenses 2:13) e
lhe dá um senso de aceitação pelo Espírito de adoção (Romanos 8:14-17). Ele ilumina
todo crente a compreender as Escrituras (1João 2:20,27). Ele revela aos crentes as
“coisas profundas de Deus” (1 Co 2:9-13). Ele enche os crentes com um sentido do
amor de Deus e do amor de Cristo (Romanos 5:5; Efésios 3:14-20). Ele dá aos crentes
tanto uma restrição (Gálatas 5:16-18) quanto uma capacitação ou autoridade que é real e
eficaz em suas vidas (Romanos 6:14; Efésios 1:15-20). Ele capacita os crentes a
mortificar as manifestações do pecado interior e corrupção remanescente (Romanos
8:11-13; Colossenses 3:1-5ss). Ele intercede como um segundo, Paracleto interna em
nossas orações (Romanos 8:26-27).
É por meio do ministério da graça pelo Espírito que os crentes estão sendo
conformados à imagem do Filho de Deus (Romanos 8:29; 2 Coríntios 3:17-18). O
Espírito de Deus também media todo o nosso conforto, graça e incentivo, bem como
qualquer convicção de pecado ou liderança providencial. O fruto do Espírito são aquelas
graciosas virtudes que são as marcas essenciais da graça na personalidade (Gálatas 5:22-
23). Os crentes são assim ordenados a serem cheios com Espírito como a grande
realidade determinante das vidas deles e autoridade para todo o serviço deles (Lucas
11:11-14; Atos 2:4; 4:8,31; 6:3; 7:55; 9:17; 11:24; Efésios 5:18-20). Finalmente, é o
Espírito Santo que, como o penhor da redenção final, fala de paz à mente e ao coração
do crente a respeito de sua certeza de fé e de salvação (Romanos 8:14-16; 1 Coríntios
1:22; 2 Coríntios 5:5; Efésios 1:13-14).
Por causa deste variado e necessário ministério da graça, o Espírito de Deus não
deve ser entristecido (Efésios 4:30), nem o Seu variado ministério em nossas vidas
apagado ou escondido pelo pecado flagrante (1 Tessalonicenses 5:19). Os crentes são
convidados a “andar no Espírito,” de modo que eles “não cumprirão os desejos da
carne.” O Espírito de Deus ministra a graça na vida dos crentes de modo que estes não
podem viver como antes (Romanos 6:14; 2 Coríntios 3:17-18; Gálatas 5:16-18).
E os dons espirituais? O assunto Senhor Jesus Cristo pelo Espírito Santo dá vários
dons para o exercício no contexto da assembleia local e o seu ministério (Efésios 4:11-
16). Estes dons são para a edificação do povo de Deus e para a promoção da sua obra.
Se as listas dos vários dons espirituais forem intimamente estudadas, será notado que
muitos deles eram temporários e para a “infância” (estado imaturo) da igreja, ou seja,
eles foram dados até que o cristianismo fosse firmemente estabelecido e tivesse atingido
o seu lugar maduro no mundo (1 Coríntios 12:1-11,28-31; 13:8-13; 14:1-19). Os dos
156
Terceiro, embora muitos afirmem que “cada crente é batizado no corpo (místico) de
Cristo (a igreja universal invisível) na conversão,” as Escrituras ensinam de forma
diferente. Há seis passagens no Novo Testamento que definitiva e expressamente
ensinam o batismo com o Espírito Santo: Mateus 3:11; Marcos 1:8; Lucas 3:16; João
1:33; Atos 1:5; 11:15-17. Estas declarações, então, deve formar a substância para a
doutrina em questão. Uma investigação completa revela o seguinte: primeiro, o próprio
Senhor Jesus Cristo é o administrador, ou aquele que faz o “batismo,” “Ele (o Senhor
Jesus Cristo) vos batizará com (no) o Espírito Santo...” (Mateus 3:11; Marcos 1:8;
Lucas 3:16). “... Esse é o que batiza com ([no) o Espírito Santo.” (João 1:33). Segundo,
o Espírito Santo é o único em Quem ou com Quem eles foram batizados ou
identificados. Isto é expressamente declarado por cada passagem. Terceiro: os
incidentes que ocorreram no dia de Pentecostes (Atos 1:5; 2:1) e na casa de Cornélio
(Atos 10:44-47; 11:15-17) são os únicos casos identificados pela inspiração com o
batismo do Espírito Santo.
Há quatro passagens no Novo Testamento que são assumidas para ensinar o batismo
com o Espírito Santo: Romanos 6:3; Gálatas 3:27-28; Efésios 4:5; Colossenses 2:11-13.
Apesar de algumas destas passagens serem questionáveis quanto à sua relevância, elas
são, no entanto, tão usadas e assim incluídas. Um cuidadoso estudo trará a seguintes
conclusões: primeiro: não há absolutamente nenhuma menção de qualquer
administrador ou pessoa que realiza o batismo. Não há a menor menção do Espírito
Santo. Segundo, o Senhor Jesus Cristo é Aquele em quem eles são batizados. Terceiro,
pode ser inferido do contexto nestas declarações que todos os crentes estão incluídos.
Estas passagens referentes ao ser “batizados em Cristo” referem-se à união do crente
com Cristo. Veja as Perguntas 77 e 95.
Para explicar a aparente contradição, alguns usam 1 Coríntios 12:13 para ensinar
que o Espírito Santo batiza todos os crentes em “um só corpo,” que eles interpretam
como o “Corpo de Cristo,” ou a “igreja universal invisível.” Isto, certamente, não
explica o ensino primário dado na primeira lista (que deve ser o próprio fundamento da
158
doutrina), nem o considera absolutamente. A segunda lista é utilizada como base para a
doutrina com base na suposição.
1 Coríntios 12:13 é vital para a compreensão da doutrina e merece uma exame
detalhado. Uma exegese deste versículo justamente o traz em harmonia com as
passagens que definitivamente ensinam o batismo do Espírito Santo. Marque o seguinte:
primeiro, a interpretação “por um Espírito” é literalmente “em um Espírito.” Isto traria a
primeira parte desta declaração em harmonia com o ensino básico e fundamental. A
frase “...todos nós somos batizados formando um corpo...” se lê: “...todos nós fomos
batizados formando um corpo...” O verbo é aoristo (um evento), referindo-se ao evento
de Pentecostes, e deve ser gramaticalmente traduzido como “fomos” ao contrário de
“somos.” Além disso, Paulo inclui-se no “nós.” Isto ainda está contra o argumento de
que este versículo se refere ao batismo com água na assembleia local de Corinto. Se este
versículo for tomado sob a luz daquelas declarações, elas definitivamente ensinam o
batismo do Espírito Santo, então logicamente se refere ao batismo do Espírito Santo no
dia de Pentecostes sobre a igreja do Novo Testamento como uma instituição - um
evento único.
Finalmente, qual é o significado de Pentecostes e do batismo no Espírito?” Há duas
considerações: primeira, era o antítipo ou o cumprimento final da “Festa das Primícias”
anualmente observada naquele momento. (Êxodo 23:16,19; 34:22; Levítico 23:10-12;
Números 28:26). Neste Pentecostes, a Igreja Neotestamentária autorizada pelo Espírito
(Atos 1:4-5,8) fez uma colheita das “Primícias,” cerca de três mil almas, o protótipo,
isto é, o exemplo do Espírito enviado e do Espírito capacitando - avivamento e o seu
estado de ser despertado;.
Segundo, este Pentecostes foi o credenciamento e a capacitação da igreja
Neotestamentária já existente como instituição ordenada por Deus para esta economia.
Isto é visto claramente quando a consideração é dada às antigas instituições. A
instituição ordenada por Deus para os Israelitas em suas viagens foi o Tabernáculo, ou
Tenda. (Veja Êxodo 25:1-9). Quando este Tabernáculo foi completamente construído e
funcional, os sacerdotes ordenados e as primeiras ofertas completadas, então Deus na
Shekinah visível desceu sobre o Tabernáculo “e a glória do Senhor encheu” ele (Êxodo
40:33-35). Tornou-se então a instituição ordenada por Deus para essa economia.
Quando o Templo de Salomão foi concluído, o povo e os sacerdotes santificados e
as primeiras ofertas completas, em seguida a Shekinah, ou a glória visível da presença
de Deus, desceu sobre e encheu o Templo (1Reis 7:51-8:11). O templo foi então
marcado como a instituição ordenada por Deus para a época. O mesmo se refere á igreja
Neotestamentária, neste Pentecostes. O grande e último antítipo ou cumprimento tanto
do Tabernáculo quanto do Templo foi visível e inequivocadamente separado, ou
credenciado como a única instituição ordenada por Deus para esta economia do
Evangelho.
159
certos pecados particulares que cometeu, e que podem atormentar sua consciência,
quando o agente produtivo não é o Espírito de Deus (Mateus 27:3-5; João 8:9). Ela pode
demonstrar grande medo (Atos 24:24-26) e remorso por tais pecados, e pode até mesmo
tornar-se religiosa ou reformar seu comportamento, sem experimentar uma verdadeira
mudança de coração (1Reis 21:27-29).
Como pode ser isto? A diferença está entre ser convencido e arrepender-se de
pecados particulares em oposição a ser convencido do pecado como o princípio
dominante e governante da vida e de vir a Cristo em fé com um coração arrependido. É
o pecado como a entidade dominante, reinante, controladora da vida que deve ser
tratado, pois este princípio perverso dominante está por trás dos pecados individuais e
particulares que podem tornar-se proeminentes à consciência. A menos que nós sejamos
dirigidos a Cristo para a salvação de todo e qualquer pecado, nossa consciência é
enganosa e nossa convicção defeituosa. Ser convencido de, e deixar de fora alguns
pecados, contudo retendo uma afeição de coração por outros, é simplesmente um
engano próprio fatal (Romanos 6:14). No entanto, é possível que a convicção salvífica
do pecado possa começar com a convicção sobre certos pecados específicos. A
pregação de Pedro no dia de Pentecostes e posteriormente no Templo acusou o povo de
Israel de assassinar o Príncipe da vida, um exemplo de ressaltar um pecado - a pregação
implícita do Sexto Mandamento (Conferir Atos 2:23,36-37; 3:13-15). Veja a Pergunta
42. Os seus pecados, e o pecado como o poder reinante em sua vida têm conduzido você
ao Senhor Jesus para remissão e reconciliação com Deus?
86ª Pergunta - O que é conversão?
Resposta - A conversão é o efeito necessário e imediato da graça regeneradora, o
retorno da vida de pecado para a justiça e piedade pela fé salvadora e do
arrependimento.
Mateus 18:3. e disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não
vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no Reino dos céus.”
Atos 3:19. “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os
vossos pecados, e venham’ assim’ os tempos do refrigério pela presença do Senhor.”
João 12:40. “Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não
vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure.”
Atos 16:14. “E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da
cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para
que estivesse atenta ao que Paulo dizia.”
Veja também: Salmos 19:7; Isaías 6.10; Mateus 13:15; Marcos 4:12; Lucas
22:32; Atos 11:18; 15:03; 18:27; 28:27; 1 Tessalonicenses 1:4-9.
COMENTÁRIO
162
O termo “conversão” é usado para significar virar-se para o Senhor Jesus Cristo em
fé, em arrependimento dando as costas ao pecado. Embora raramente mencionado por
este termo, é um conceito salvífico fundamental nas Escrituras para uma mudança ou
reversão de vida. No Novo Testamento, é tanto um evento quanto um estado ou
processo, ou seja, é tanto uma entrada para a experiência da vida cristã pela fé e
arrependimento iniciados pela graça de Deus como também o estilo de vida do crente
sustentado pela graça de Deus. As principais palavras tanto do Velho quanto do Novo
Testamento têm o sentido de “retornar,” ou “ (voltar) novamente.” Enquanto estes
termos se referem à obra inicial de graça na conversão, há também palavras do Novo
Testamento utilizadas para a mudança no estilo de vida que, em determinadas
passagens, demonstram o estado convertido. Estas são geralmente traduzidas como
“conversação” [anastrophe, “virar o lado de cima para baixo,” tropos, “modo de vida”]
(2 Coríntios 1:12; Gálatas 1:13; 1 Timóteo 4:12; Hebreus 13:5) ou “caminhar”
[peripateō, “caminhar por, estilo de vida”] (Romanos 6:4; 8:1; 13:13; 1 Coríntios 7:17).
(Em Filipenses 1:27 e 3:20 “conversão” é a tradução de politeuma, “o comportamento
de um cidadão”).
A conversão é o resultado inevitável e imediato da regeneração. A relação é de
causa e efeito (João 3:3-8; 1João 3:9). Os dois são inseparáveis. Embora a ordem lógica
possa parecer distinta, nós devemos tomar cuidado em confundir isto com qualquer
ordem cronológica. Estes ocorrem simultaneamente; regeneração é a causa, a conversão
é o efeito imediato. Veja as Perguntas 83 e 87.
Os elementos constitutivos da conversão são a fé e o arrependimento. Estes são “as
graças gêmeas” da conversão, a evidência ou manifestação da graça regeneradora.
Como eles são considerados em perguntas e respostas seguintes, apenas um resumo
precisa ser dado neste momento: primeiro tanto a fé quanto o arrependimento são as
expressões experimentais ou manifestações de graça regeneradora. A fé salvadora é um
dom de Deus, concedido na graça livre e soberana (Atos 18:27; Efésios 2:8-10;
Filipenses 1:29). Como tal, está em contraste gritante com a mera confiança humana ou
crença, que é nativa da natureza religiosa do homem, mas pode ser meramente
psicológica ou presumível. Este é um ponto mais crítico e equivocado, aqui significa
uma entrada para um outro sistema de crença; outro evangelho; outra mensagem; outra
metodologia; e outra experiência religiosa – tudo antiescriturístico;
Segundo: arrependimento salvífico ou evangélico é do mesmo modo um dom de
Deus (Atos 11:18). Isto distingue o arrependimento verdadeiro e evangélico de uma
experiência legalista autoimposta ou autoconjurada de remorso e tentativa de
autorreformação;
Terceiro: tanto a fé quanto o arrependimento são essenciais para a conversão. Como
deve haver um retorno para Deus em fé, também deve haver um virar do pecado para a
justiça (Mateus 3:7-8; Marcos 1:14-15; Atos 17:30-31; 26:19-20).
163
O que motiva o pecador à conversão é o terrível fardo do pecado que ele carrega
consigo. Esse fardo o leva a Cristo para a libertação. A motivação para uma "decisão"
religiosa pode ser a salvação e a libertação de vários tipos de abusos ou vícios,
salvando o casamento ou a família de alguém, ou encontrando sentido para a realização
na vida. A conversão é necessariamente precedida por uma convicção salvífica do
pecado, uma "decisão" religiosa pode ser irracional (emocional, subjetiva , existencial)
ou pura e simplesmente intelectual.
Atos 16:30-31. 30”E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário
que eu faça para me salvar? 31E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás
salvo, tu e a tua casa.
Efésios 2:8-10. 8”Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não
vem de vós, é dom de Deus. 9Não vem das obras, para que ninguém se glorie;
10
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais
Deus preparou para que andássemos nelas.”
COMENTÁRIO
Existem poucas palavras e entidades nas Escrituras ou na religião cristã que são
mais importantes e significativas do que a "fé." A fé permanece como o epítome, ou
168
seja, resumo da salvação pela graça. O próprio termo é utilizado para designar o
conteúdo doutrinário ou substancial do cristianismo. Além disso, a fé é sinônimo da
relação de alguém com Deus e é descritiva da experiência cristã como um todo. Tal
assunto exige assim um exame minucioso. Qualquer desvio aqui pode bem se revelar
fatal para a relação de alguém com Deus e Sua verdade, e para a esperança de salvação
eterna de alguém.
Os termos bíblicos são tanto nominais, "fé," quanto verbais, "crer." Crer é ter fé, e
ter fé é crer. A fé, a menos que seja totalmente irracional precisa de uma natureza
distinta, uma base ou garantia, uma função, um objeto e uma confiança ou segurança.
A natureza da fé salvífica pode ser encontrada nas seguintes indicações: a fé
consiste de uma crença, uma aprovação da verdade e suas implicações, um
compromisso correspondente – uma confiança ou dependência extrema no seu
Objeto. É o dom de Deus, graciosamente transmitido na regeneração. Isto torna a fé
salvífica única e dá a ela seu caráter distinto e objetivo. Embora ela seja um dom de
Deus, a fé é exercida pelo indivíduo como sua. A mera confiança humana, no entanto, é
inteiramente subjetiva, e possivelmente sem qualquer caráter objetivo, e assim
necessariamente variaria de uma pessoa para outra. Como o dom de Deus, a fé salvífica
reflete essa única fé descrita na Escritura e permanece idêntica em caráter para cada
convertido verdadeiro. A fé necessita de um tipo correspondente de vida ou expressão
consistente, ou seja, a fidelidade cristã. A pessoa entra em uma vida de fé e confiança.
Terceiro: há uma fé temporária (Mateus 13:20-21; João 2:23-25), que pode ser
meramente intelectual ou emocional, baseada em alguma coisa vista ou sentida, mas não
solidamente fundamentada nas Escrituras. Foi assim com as pessoas em João 2:23-25,
que se espantaram com as visões, mas os corações delas se mantiveram inalterados. O
mesmo foi verdade dos ouvintes do solo pedregoso que permanecem na profissão deles
apenas por um curto período de tempo (Mateus 13:5-6,20-21);
Quarto: há uma fé meramente teórica, que existe apenas em princípio, por uma
questão de conveniência ou de vantagem pessoal (João 12:42-43; Atos 26:27-28). Esta
caracterizava alguns líderes judeus secretos e comprometidos, e também o Rei Agripa II
que, apesar de um Idumeu [descendente de Esaú], tornou-se um devoto do Judaísmo;
A Base ou Garantia da fé. A fé envolve uma crença correta acerca de Deus e Sua
Palavra. A fé bíblica em geral, e fé salvífica em particular, tem sua base ou fundamento
no triuno e autorrevelado Deus das Escrituras. Sua Palavra escrita é a verdade absoluta
(João 17:17), e como a própria Palavra de Deus, ela é autoautenticada. A fé recebe as
Escrituras como a própria Palavra de Deus. A fé bíblica tem assim como sua garantia ou
razão para crer, a veracidade ou a confiabilidade de Deus por intermédio de Sua
Palavra. Veja as Perguntas 7-19. Na questão da salvação, a fé repousa na verdade de
Deus em geral, e nas promessas do evangelho em particular. O pecador tem garantia
suficiente porque ele é um pecador e é convidado, sim, insistido e ordenado a se
arrepender e crer. O ponto de foco da fé salvífica é a justiça imputada de Jesus Cristo.
170
Esta perfeita justiça, adquirida pela obediência ativa e passiva do Senhor Jesus, é
apropriada somente pela fé. Veja as perguntas 70-71 e 89;
Marcos 2:17; Lucas 11:29-32; 13:1-5; 15:7; 16:30; 17:3; Atos 2:38; 3:19; 5:31;
8:22; 20:21; 26:20; Romanos 2:4; 11:29; 2 Coríntios 7:9-10; 2 Timóteo 2:25;
Hebreus 6:5-6; 12:17; 2 Pedro 3:9; Apocalipse 2:5,16,21-22; 3:3,19.
COMENTÁRIO
Marcos 1:14-15. 14E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para
a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus, 15E dizendo: “O tempo está
cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no
evangelho”.
COMENTÁRIO
É vital entender que o arrependimento e a fé não são obras pelas quais nós
ganhamos ou merecemos nossa salvação. Apesar de livre e espontaneamente nos
arrependermos e crermos, estamos graciosamente habilitados a fazê-lo. O primeiro
passo para pensar que o arrependimento ou a fé pode merecer a posição de alguém
diante de Deus é tomado quando se pensa que a salvação em geral e justificação em
particular é "por causa da fé" ao invés de "por meio ou por intermédio da fé." Este é o
divisor de águas entre a salvação pela graça e a salvação pelas obras (compra com
obras). Você está repousando em Cristo ou naquilo que você tem feito? A salvação é
pela graça, não pelo desempenho.
Gálatas 2:16. “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei,
mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos
justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da
lei nenhuma carne será justificada.”
173
Romanos 5:1-2. 1”Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com
Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; 2pelo qual também temos entrada pela fé a
esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de
Deus.”
Filipenses 3:9. E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei,
mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;
Romanos 4:5-8. 5”Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que
justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça. 6Assim também Davi
declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras,
dizendo: 7Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, E cujos
pecados são cobertos. 8Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o
pecado.”
COMENTÁRIO
reto" ou "tornar justo ou reto." Esta ambiguidade resultou no falso ensino de que a
justificação é uma justiça infundida (justitia infusa), isto é, transmitida em vez de uma
justiça imputada (justitia imputata), a qual Deus perdoa e assume a responsabilidade
pelos pecados dos pecadores. Por causa desta ambiguidade, o significado de justificação
deve derivar da utilização dos próprios termos bíblicos, e não simplesmente da
etimologia deles. Uma justiça infundida (transmitida) confundiria a justificação com a
santificação, e inevitavelmente resultaria em salvação pelas obras, ou seja, a justificação
dependeria da santificação de alguém (santidade de vida) - o erro tanto do Catolicismo
quanto do perfeccionismo. Veja as perguntas 34, 84, 88 e parágrafo introdutório à Parte
V.
Quinto: a justiça mediadora do Senhor Jesus Cristo, adquirida por sua obediência
ativa à lei durante sua vida terrena, na qual ele cumpriu completamente suas exigências,
e sua obediência passiva, incluindo seu sofrimento e morte, na qual ele promoveu a
plena satisfação para pena da lei, são ambas imputadas ao pecador crente que, até o
momento da justificação, é ainda ímpio (Romanos 4:5; 2 Coríntios 5:21);
Sexto: os pecados do crente são todos imputados a Cristo e sua justiça é imputada
ao crente (Romanos 5:12-19; 2 Coríntios 5:21). Assim, há o perdão, a misericórdia e a
remissão dos pecados, a imputação de uma justiça positiva e reconciliação com Deus;
175
Nono, como um ato da livre e soberana graça de Deus, a justificação não varia de
um crente para outro, ou seja, não há graus de justificação. Tanto o pecador mais
perverso quanto o hipócrita mais moralista podem ser igualmente justificados por meio
da fé. O mesmo é verdadeiro dos crentes mais fracos e dos crentes mais fortes. Todos
estão igualmente justificados pela justiça imputada de Jesus Cristo e têm igual acesso ao
Pai (Romanos 3:21-31; 5:1-2; Efésios 2:13-22);
Foi alegado que, enquanto Paulo ensina a justificação pela fé somente, sem obras
(Romanos 3:24-31; 4:1-8; Gálatas 2:16), Tiago ensina a justificação pela fé e obras
(Tiago 2:14-26). Uma alegada contradição foi percebida que levou a vários erros a
respeito da natureza da justificação, mesmo à confusão da justificação e da santificação.
Isto resultou na crença em uma justiça infundida em vez de uma justiça imputada.
Deve ser lembrado que a Bíblia como a Palavra de Deus escrita é necessariamente
coerente (não contém quaisquer contradições inerentes). Quaisquer aparentes
contradições são o resultado da incompreensão humana e preconceito doutrinário. Os
seguintes contrastes e comparações revelam as respectivas ênfases de Tiago e Paulo, e
compatibilidade deles:
Primeiro: Tiago escreveu aos cristãos judeus, alguns cujas profissões de fé eram
contrariada por sua conduta. Paulo escreveu aos crentes gentios que tinham caído
vítimas dos judaizantes que ensinavam que alguém deve se tornar um judeu, ao invés de
se tornar um cristão, ou seja, procuravam trazê-los sob a escravidão da lei (por exemplo:
Atos 15:1). Tiago estava lidando principalmente com a fé; Paulo principalmente com
justificação. Assim, os assuntos, as situações religiosa-culturais, as razões para a escrita
e os leitores eram diversas;
Segundo: Tiago denuncia uma fé morta; Paulo escreve sobre a necessidade de uma
fé viva. Tiago descreve o que uma fé viva é evidenciada na vida e na experiência, Paulo
escreve sobre a fé como o meio instrumental na justificação;
Quinto: a ênfase de Tiago é que somos salvos pela fé somente, mas por uma fé
que não está sozinha. A ênfase de Paulo é que somos justificados pela fé. Em outros
lugares, Paulo afirma que esta fé não está sozinha, mas "opera pelo amor," isto é,
evidencia-se como uma fé viva (Gálatas 5:6). Tanto Tiago quanto Paulo condenam uma
fé "morta," e sustentam que a verdadeira fé deve evidenciar-se em boas obras (Tiago
2:14,18,26; Tito 3:8). Tiago fala de justificar a nossa fé diante dos homens. Paulo fala
de nossa justificação diante de Deus pela fé.
Gênesis 15:6, que incide sobre a fé de Abraão separada de quaisquer e todas as suas
obras posteriores. Tiago aponta para o ato de fé no oferecimento de Isaque, que ocorreu
cerca de vinte e cinco anos mais tarde (Gênesis 22). Assim Paulo, usando Abraão como
exemplo, enfatiza a justificação pela fé somente, e Tiago, usando Abraão como
exemplo, enfatiza que a fé justificadora evidencia-se em atos de fé, ou seja, as boas
obras;
Você está correto com Deus? Você pode responder à velha questão: "Como um
homem pode ser justo para com Deus?" na afirmativa? Você descansa na justiça
imputada do Senhor Jesus Cristo?
Resposta - A adoção é um ato da livre graça de Deus, por meio do qual o crente é
recebido no número, e tem direito a todos os privilégios dos filhos de Deus, incluindo
receber o Espírito Santo. A realização total e definitiva da adoção aguarda a ressurreição
do corpo para a glória.
Romanos 8:14-16. 14”Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus
esses são filhos de Deus. 15porque não recebestes o espírito de escravidão, para
outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo
qual clamamos: Aba, Pai. 16O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que
somos filhos de Deus.”
Gálatas 4:4-7. 4”Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei, 5para remir os que estavam debaixo da lei, a
fim de recebermos a adoção de filhos. 6E, porque sois filhos, Deus enviou aos
vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. 7Assim que já não
és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.”
178
Efésios 1:3-6. 3Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual
nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;
4
como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos
santos e irrepreensíveis diante dele em amor; 5e nos predestinou para filhos de
adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6
para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.
1 João 3:1-3. 1”Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que
fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque
não o conhece a ele. 2Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é
manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar,
seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. 3E qualquer que nele
tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.”
COMENTÁRIO
O termo Português "adoção" deriva do Latim adoptio (de ad, "a" e opto,
"escolha"). O termo ocorre cinco vezes nas Escrituras, todos no Novo Testamento, e
todos nos escritos de Paulo: Romanos 8:15,23; 9:4; Gálatas 4:5; Efésios 1:5. O termo
Grego é huiothesia, de huios, "filho," e thesis, "uma colocação," e significa literalmente
"colocar como um filho," um processo e cerimônia sobre a maioridade de uma pessoa,
que se refere aos filhos naturais no seio da família, bem como para filhos adotados de
179
fora da família. As pessoas devem tomar cuidado para não ler nas Escrituras a
etimologia Latina despida, a legal, ou a ideia moderna de adotar alguém na família
como uma criança. A terminologia bíblica e seu uso designam isto, mas também muito
mais.
A adoção, então, é um ato distinto, forense, separado e gracioso de Deus que nos
leva a esse relacionamento filial e de intimidade como seus filhos amados e crianças. É
por meio da adoção que nós recebemos o Espírito Santo e a condição de filiação
(Romanos 8:14-17; Gálatas 4:4-7).
1 Coríntios 1:30-31. 30”Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós
foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; 31Para que,
como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor.”
1 Pedro 1:15-16. 15”Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós
também santos em toda a vossa maneira de viver; 16Porquanto está escrito: Sede
santos, porque eu sou Santo.”
2 Coríntios 7:1. “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-
nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no
temor de Deus”.
COMENTÁRIO
A lei moral ou Lei de Cristo, como uma parte essencial da Palavra de Deus, é o
único padrão de santificação para os crentes. Embora ela esteja sintetizada no Decálogo
(Êxodo 20:1-17), amplamente em sua forma negativa, é positiva em sua essência
(Mateus 22:36-40; Romanos 13:8-10). Este é o único padrão de certo e errado, que foi
dado como uma ordenança da criação, e ontologicamente implantado dentro do peito do
homem, e ainda mantido depois da queda (Romanos 2:14-16). Todos os outros padrões
sugeridos, como "a lei do amor," são necessariamente relativos a esta lei. Veja as
Perguntas 40-43. A lei moral sozinha se destaca como a revelação ou manifestação da
autoconsistência moral Divina. A obediência à lei moral nunca pode santificar, e pode
em si provar ser mero legalismo, mas a lei moral continua sendo o padrão Divino. É
pela graça que os crentes amam e se conformam a ela em princípio no contexto da graça
da Nova Aliança ou Aliança do Evangelho (Romanos 6:14; 8:1-4).
1 Coríntios 1:30-31. 30”Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós
foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; 31Para que,
como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor.”
1 Coríntios 6:9-11. 9”Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino
de Deus? 10Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem
os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os
bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. 11E é
o que alguns foram; mas foram lavados, mas foram santificados, mas foram
justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.”
2 Tessalonicenses 2:13. “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós,
irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a
salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade.”
1 Pedro 1:15-16. 15Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós
também santos em toda a vossa maneira de viver; 16Porquanto está escrito: Sede
santos, porque eu sou Santo.
COMENTÁRIO
Quarto: as declarações revelando que Cristo está "no" crente (João 14:20,23;
Romanos 8:9-10; Gálatas 2:20; Efésios 3:17; Colossenses 1:27).
O crente é assim considerado diante de Deus como santificado "em Cristo" e até
mesmo, por assim dizer, já no céu, quanto à sua posição inalterável, embora ele prove
ser imperfeitamente santificado na atual experiência (1 Coríntios 1:2,30; 6:11; Gálatas
2:20; Efésios 2:4-7). Isto tem uma relação imediata com a garantia da fé do crente
como um objetivo, a verdade imutável e a realidade.
A união do crente com Cristo é determinante para a sua experiência cristã. Ela
como uma verdade revelada nas Escrituras, é necessariamente uma união tanto na
morte do nosso Senhor quanto em sua ressurreição. Ambos os aspectos são essenciais
para a realidade da experiência cristã do crente. (Conforme Romanos 6:1-14). Qual é o
significado exato de ser trazido em união com a morte de nosso Senhor? A resposta é
dada em detalhes em Romanos 6:1-10,14; Colossenses 2:20; 3:1-5ss; 1 Pedro 2:24;
4:1-2. Marque cuidadosamente os verbos gregos em Romanos 6:2-10. Eles estão todos
no tempo aoristo e devem ser traduzidos como um evento passado ("morremos" em vez
de "mortos" ou "estamos mortos") a ser contado como um estado objetivo, realidade
presente, não um estado meramente possível que deve ser buscado como uma
experiência religiosa subjetiva, ou seja, "sermos capacitados a sofrer uma morte lenta
para o pecado, pouco a pouco até que o pecado deixe de reinar em nós. Se ainda
estamos mortos ou morrendo para o pecado como podemos dizer que somos novas
criaturas e nascemos de novo e temos os frutos do Espírito? Está escrito, o Espírito
vivifica. Pode alguém estar morto e vivo ao mesmo tempo? A semente só brota depois
de enterrada." A conclusão inevitável é que a união na morte de Cristo significa
necessariamente que o poder reinante do pecado foi quebrado na vida do crente – de
cada crente. As Escrituras não ensinam uma salvação ou santificação em dois estágios,
nem elas contrastam um cristão "carnal" e "espiritual" como normais para a vida cristã.
Alguns dos Coríntios eram chamados de "carnais," porque eles olhavam para os
homens como o ideal deles em vez de nosso Senhor (1 Coríntios 3:1-4). Em Romanos,
o contraste é entre os convertidos e os não convertidos (Romanos 8:1-11) .
Mas o crente ainda peca? Sim, mas ele já não vive sob o poder reinante do
pecado. O pecado não mais "terá domínio sobre ele" (Romanos 6:14). Embora ele
cometa atos de pecado, ele já não vive mais em pecado como seu elemento nativo ou
sob seu poder dominador como seu mestre (Romanos 6:14,17-18; 1João 2:1; 3:9). Os
verbos traduzidos "pecar" em 1 João 2:1 estão no aoristo, referindo-se a atos de
pecado. O poder reinante do pecado foi quebrado, como testemunhado pela própria
linguagem usada em Romanos 6:11-14. "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo
mortal, para lhe obedecerdes (o corpo) em suas concupiscências." A prerrogativa cabe
ao crente, ou seja, ele não é mais visto como quem está sob o domínio do pecado
reinante. Além disso, a ordem para parar de ceder às solicitações do pecado e render-se
a Deus sem reservas significa necessariamente que o poder dominante do pecado sobre
186
Romanos 6:6 descreve a crucificação do velho homem. "O nosso velho homem
foi com ele crucificado, para que o corpo, dominado pelo pecado, pudesse ser roubado
de sua proeminência e poder, de modo que deste ponto em diante nós já não devemos
servir como escravos dispostos ao pecado." Quem ou o que é o "velho homem"?
Confira Romanos 6:6; Efésios 4:22-24; Colossenses 3:9-10. Note que Efésios 4:22-24
e Colossenses 3:9-10 não são mandamentos a serem implementados, mas realidades
presentes baseadas sobre um fato passado. O contraste entre o "velho homem" e o
"novo homem" não é um contraste entre uma "velha natureza" e uma "nova natureza,"
nem é o crente um esquizofrênico espiritual composto de duas pessoas que vivem
dentro dele. O "velho homem" era o antigo eu, não regenerado, que foi crucificado com
Cristo. Os crentes são agora o "novo homem," ou o eu regenerado, recriado à imagem
de Deus em justiça, em santidade da verdade e do conhecimento - uma transformação
espiritual, moral e intelectual necessária. A fonte do pecado do crente não está em uma
"velha natureza" ou "velho homem," mas um princípio de pecado interior e corrupção
remanescente que será posta de lado no momento da morte (Romanos 7:7-8:4,23). Veja
a Pergunta 114.
A união com Cristo não significa apenas que todo crente tem sido identificado
com a morte de Cristo, mas também identificado necessariamente com sua ressurreição
para a vida (Romanos 6:4-5; Colossenses 3:1-4). Como esta união na ressurreição para
a vida de Cristo se traduz na experiência cristã? O mesmo poder que levantou o Senhor
dos mortos - a presença e o poder do Espírito Santo (Romanos 1:3-4) - agora habita em
cada e em todo crente e formam a dinâmica espiritual de sua vida.
Marque o seguinte:
187
pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo
da graça.”
COMENTÁRIO
A vivificação às vezes pode ser débil, estática, e por vezes parece mesmo estar
retrocedendo, contudo no estado de graça, tal é uma realidade em curso. A santificação
pode ser ilustrada pelo fluxo de um rio. Um rio que às vezes flui para o oeste, o leste e
o norte conforme anda em seu caminho, mas sua tendência é o sul, e que finalmente
flui para o sul entrando em um golfo. A correção Divina está presente na forma de
convicção de pecado e do castigo Divino (Hebreus 12:4-13).
não com o corpo, mas com "as ações do corpo" (Romanos 8:13). Os "membros que
estão sobre a terra" não são membros do corpo, mas os pecados que são expressos por
meio do corpo (Colossenses 3:5-6). A mortificação bíblica não é legalismo nem
ascetismo.
Tal como acontece com todos os aspectos da verdade bíblica, existem muitos
pontos de vista errôneos. Isto é especialmente verdadeiro em matéria de santificação.
Por quê? Porque cada indivíduo religioso sincero dentro da cristandade está ciente de
que o pecado (ou pecado percebido) é estranho ao teor do Cristianismo e uma violação
das Escrituras, da tradição e de uma consciência religiosa. É uma contradição inerente.
Isto é especialmente verdade para o crente genuíno cuja consciência está sujeita à
instigação do Espírito Santo e da verdade objetiva das Escrituras. (Veja a Pergunta 112
e a declaração sobre a consciência renovada sob "Garantia Evidente"). As
inconsistências, transgressões, e fraquezas para com certos pecados, as ofensas
repetidas e fragilidades humanas afligem a pessoa religiosa, despertam a consciência e
muitas vezes dão origem a um desejo intenso de romper com o pecado por completo -
cessar e desistir - e viver em comunhão ininterrupta com Deus. Mas é este mesmo
desejo que torna sinceramente as pessoas religiosas, salvos ou não salvos, vulneráveis
ao erro. Esta é a fonte provável para tais erros como o perfeccionismo (a ideia que a
natureza humana caída é perfectível). Isto se traduz ou um perfeccionismo sem pecado
nesta vida ou em alguma forma modificada na qual alguém progride de "carnal" para
"espiritual" por qualquer experiência ou algum ritual de "rededicação", uma "segunda
obra da graça," em que alguém é ambos "salvo e santificado." O perfeccionismo
modificado assola a maioria das formas do Cristianismo professo.
Assim, nós estamos envolvidos numa guerra espiritual constante (Mateus 6:13;
Efésios 6:10-18; 1 Pedro 5:8-9). Deve ser notado, então, que apesar de sermos um
povo redimido - crente, os eleitos e amados de Deus – ainda somos vulneráveis e
devemos atender aos meios da graça que Deus ordenou para o nosso bem-estar
espiritual.
Senhor no deserto. Ele começou cada resposta à tentação de satanás com: "Está
escrito..." (Mateus 4:1-11). É por meio das Escrituras que nós expomos o pecado por
aquilo que ele é. Nós o definimos, desmascaramos e confessamos como tal por
intermédio do princípio definitivo e espiritual da verdade Divina - e depois o
abandonamos pela graça de Deus;
Sétimo: por natureza, nós não odiamos o pecado, o amamos (Salmos 66:18 ;
Jeremias 17:9-10). Mesmo como crentes, temos o pecado interior e a corrupção
remanescente que têm uma grande afinidade pela manifestação por meio de nossos
membros (Romanos 6:11-13; 7:13-25; Colossenses 3:5). Mas devemos odiar o pecado,
confessá-lo, lutar contra ele e abandoná-lo. A menos que façamos, nunca o
mortificaremos (1João 1:9; Hebreus 12:4; Provérbios 28:13).
deve incluir tudo o que é pecaminoso, que poderia guiar-nos ao pecado ou corromper
nossas almas.
Mateus 6:7-8. 7”E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios,
que pensam que por muito falarem serão ouvidos. 8Não vos assemelheis, pois, a
eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.”
Marcos 11:24. “Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando,
crede receber, e tê-las-eis.”
1 João 5:14-15. 14”E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos
alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. 15E, se sabemos que nos
ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe
fizemos.”
Veja também: Salmos 66:18; Mateus 6:5-15; Lucas 11:1-13; 18:1-8; Atos
9:11; Efésios 1:15-20 ; 3:14-19; Filipenses 1:9-11; Colossenses 1:9-13; 1
Tessalonicenses 5:17,25.
194
COMENTÁRIO
“ ...em nome de Cristo como Mediador..." Nós não temos outra base sobre a qual
para nos aproximar de Deus. "Nome" significa autoridade. Nós estamos na justiça
imputada de nosso Senhor, temos acesso somente por meio dele, e devemos ser
conscientes do seu ministério de intercessão (Romanos 5:1-2; Hebreus 4:14-16; 7:25);
"...são para a sua glória para conceder..." O fim de todas as coisas é a glória de
Deus; assim a oração deve buscar isto e não simplesmente a nossa própria vontade,
modo ou ordem do dia (1 Coríntios 10:31);
"...e, portanto, ser feita com humilde submissão." A verdadeira oração resigna-se
a Deus como Aquele cuja vontade deve reinar suprema em todas as coisas. Respostas à
oração derivam do Seu Poder, Seu Propósito e Sua Vontade, NÃO nossa. A oração está
colocando assim de lado o nosso próprio inerente "complexo de deus" e tomando o
nosso legítimo lugar diante Dele como suas criaturas, súditos, servos dispostos e filhos
espirituais. Tal não impede ou desencoraja o fervor e a perseverança na oração, mas
195
sim nos alinha com a vontade de Deus e a sua glória (Lucas 18:1-8; 22:42; Atos 21:10-
14; Tiago 5:16-18).
Os seres humanos não são apenas criaturas, mas criaturas pecadoras, e por isso
necessitam de uma posição correta diante de Deus a fim de orar corretamente. Toda
verdadeira oração é mediada pela obra de intercessão do Senhor Jesus Cristo tanto
como nosso Mediador quanto nosso Sumo Sacerdote (1 Timóteo 2:5; Hebreus 4:14-16;
7:25; 9:24; 1João 2:1). Se alguém não estiver justificado em um relacionamento correto
com o Pai, ele não tem uma posição correta da qual possa orar (Romanos 5:1-2; 8:33).
As criaturas podem orar? As Escrituras retrata as feras clamando a Deus pela
alimentação delas (Jó 38:41; Salmos 147:9). As criaturas pecadoras podem orar? Elas
podem clamar a Deus como criaturas pecadoras, e rogar a Deus para mostrar-lhes Sua
misericórdia. Deus ouve a oração do pecador por libertação do pecado e pelo perdão
(Lucas 18:13-14). Nenhum pecador jamais porá seu coração para buscar ao Senhor em
vão (Oséias 10:12; João 6:37; 2 Coríntios 6:2).
18:25; Salmos 145:17-20). Veja a Pergunta 98 para uma discussão sobre a oração e a
predestinação. A oração não pode derivar de nosso próprio preconceito, egocentrismo,
justificação própria ou concupiscências (Tiago 4:2-4). Não podemos verdadeiramente
orar com uma atitude implacável (Mateus 6:12, 14-15). Finalmente, Deus está
intimamente envolvido em Sua criação. Assim, nada é tão grande ou pequeno para ser
uma questão de oração (Salmos 147:7-9; Mateus 6:11,24-34; 10:29-31; Filipenses 4:6-
7; 1 Pedro 5:7). Nós oramos ou simplesmente "dizemos nossas orações?"
Tiago 5:16. “...A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.”
COMENTÁRIO
Por quem e pelo quê devemos orar? A Escritura revela o seguinte: nós devemos
orar para a Glória de Deus, para a Extensão de Seu Reino e para Sua vontade ser
feita sem oposição ou reclamação (Mateus 6:9-10), por nós mesmos (Mateus 6:11-
13), por nossas necessidades diárias (Mateus 6:11), para perdão dos pecados
(Mateus 6:12), por outros crentes (Efésios 1:15-20; 3:14-19; 6:18; Filipenses 1:9-11;
Colossenses 1:3,9-12), pela causa de Cristo (Efésios 6:19-20; Colossenses 4:3; 2
Tessalonicenses 3:1), pela salvação dos não convertidos (Romanos 10:1; 1 Timóteo
2:1-4), por tempos de avivamento e despertamento espiritual por meio do Espírito
Santo (Mateus 7:9-11; Lucas 11:9-13; Atos 3:19; 4:29-31), para o sucesso do
evangelho e da libertação dos ímpios (2 Tessalonicenses 3:1-2), por funcionários
públicos, governantes e magistrados (1 Timóteo 2:1-3) e até mesmo por nossos
inimigos (Mateus 5:44-48; Romanos 12:14).
198
Como devemos orar? Com fé (Marcos 11:24; Hebreus 11:6; Tiago 1:6), com
fervor e gratidão (Filipenses 4:6-7; Tiago 5:16-18), com uma visão para a
Majestade e Glória de Deus, e nossa própria indignidade (Gênesis 18:27;
Eclesiastes 5:2; 1 Coríntios 10:31), com fervor e persistência (Lucas 11:5-13; 18:1-8;
Tiago 4:2; 5:16-18) e com uma humilde submissão à Sua vontade (Mateus 6:9;
Lucas 22,42; 1João 5:14-15).
É digno de nota que o nosso Senhor mesmo orou constantemente durante sua
jornada terrena (Mateus 14:23; 26:36-44; Lucas 5:16; 11:1; 22:31-32; João 11:41-42).
Suas orações registradas são fervorosas e íntimas, embora reverentes (João 17). Ele
passou noites inteiras em oração (Lucas 6:12). Se nosso Senhor, o Filho de Deus sem
pecado, o Deus-Homem, o último Adão, aquele que sempre fez a vontade do Pai e lhe
agradou - tanto precisava quanto desejava passar horas sozinho com seu Pai Celestial
em oração, quanto mais nós que somos fracos, criaturas pecadoras, necessitando de
graça constante, misericórdia e perdão, proteção Divina, liderança e o ministério
sustentador do seu Espírito!
Pode ser perguntado: "Por que orar se tudo está predestinado? "Veja as perguntas
27 e 69. Frequentemente é contestado se Deus predestinou todas as coisas, a oração
seria sem significado. Marque o seguinte:
Primeiro: esta não é uma objeção válida contra a predestinação como tal, pois
poderia ser argumentada da mesma forma com base em mera presciência (uma
presciência vazia) que se Deus previu o que iria receber em oração, tal oração seria
igualmente desnecessária (Mateus 6:7-8);
Segundo: tal protesto ignora os mandamentos bíblicos para orar e com urgência
com perseverança (Mateus 7:7-11; Marcos 11:24; Lucas 18:1-8; 1 Timóteo 2:1-8;
Tiago 5:16-18). Os crentes são ordenados, instados e ensinados a orar por preceito,
199
Terceiro: tal pensamento surge de um equívoco sobre o uso bíblico dos meios e
da própria natureza da oração. Deus ordenou a oração como um meio de cumprir Sua
vontade assim como Ele ordenou pregar para converter os pecadores e ordenou
fidelidade à Sua vontade revelada nas Escrituras para obter Sua bênção. Concluir que a
oração muda Deus é não compreender a natureza de Deus e interpretar mal o
significado da oração;
Nós somos pessoas que oram? Buscamos seriamente a vontade de Deus em cada
situação dada pelo estudo da Palavra e oração perseverante? Nós vivemos de tal modo
diante de Deus que o Seu Espírito não seja entristecido nem extinguido? Estamos
prontos para conhecer e nos submeter à vontade de Deus, independentemente do que
Ela é ou quais são Suas consequências?
99ª Pergunta – Qual foi a regra que Deus deu para a nossa direção na oração?
Resposta - A inteira Palavra de Deus é útil para nos dirigir em oração, mas a
direção específica é dada pelo Senhor na Oração Modelo.
Mateus 6:9-13. 9”Portanto, vós orareis assim: “Pai nosso, que estás nos
céus, santificado seja o teu nome; 10Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu; 11O pão nosso de cada dia nos dá hoje; 12E perdoa-
nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; 13E não
200
nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e
a glória, para sempre. Amém”.
COMENTÁRIO
Esta oração é comumente chamada "A Oração do Senhor," mas esta ele não a fez
e não podia orar como o Filho impecável e eterno de Deus, pois ela contém uma
confissão de pecado e também pede a libertação tanto da tentação quanto do mal. Esta
é ao contrário a Oração Modelo que nosso Senhor ensinou aos seus discípulos como
um modelo para a oração pessoal, privada e pública, "Portanto, vós orareis assim"
(Mateus 6:5-8). Esta oração tem um prefácio, seis petições e uma conclusão ou
doxologia.
Esta Oração Modelo não deve ser relegada a uma época passada, como se ela
pertencesse mais ao Velho Testamento e à lei do que ao Novo Testamento e à graça,
ou, contudo, à algum tempo futuro. De fato, a graça caracteriza ambos os Testamentos.
Ela é em princípio e em substância o modelo ensinado por nosso Senhor e é
inteiramente adequada para cada crente. Duas outras objeções têm sido levantadas
contra ela:
Primeira, esta oração não termina em nome de Jesus. O ensinamento de Nosso
Senhor sobre a oração em seu nome foi dado mais tarde para os mesmos discípulos que
ele preparou para a sua paixão (João 14:13-14; 15:16; 16:23-24,26). Ela foi a lição
final de nosso Senhor em oração antes de sua paixão;
Segunda, o nosso próprio perdão é baseado em nosso perdão aos outros, em vez
da justiça de Cristo e confissão do pecado. A verdade que permanece é que ninguém
pode simplesmente orar estaticamente com uma atitude implacável e ter qualquer
expectativa que o Senhor responderá tal oração. A presunção é o oposto da atitude
humilde necessária para a oração (Isaías 57:15; Mateus 6:14-15). Os presunçosos têm
uma atitude imperdoável porque eles não sentiram a desesperada necessidade de serem
perdoados ou a alegria de serem perdoados. Uma atitude imperdoável estaria
completamente fora de funcionamento com todo o teor não só desta oração, mas da
oração em si. Orações sem graça não são de autoria do Espírito nem respondidas por
um Deus gracioso (Lucas 18:9-14).
O contexto desta Oração Modelo (Mateus 6:5-8) deve ser considerado, pois ele
contém algumas advertências necessárias e orientações valiosas:
Primeiro: as instruções para esta Oração Modelo preocupam-se com a oração
pessoal, assim o que o nosso Senhor aqui nos ensina é principalmente para a oração
201
pessoal; não está diretamente relacionada com a oração pública. A repetição mecânica
desta oração no culto público, em vista do ensino de nosso Senhor, é no mínimo
questionável. NÃO devemos orar a fim de fazer uma cena ou buscar produzir um
efeito;
Quarto: nossa oração deve refletir o caráter de Deus. Ele sabe as coisas das quais
temos necessidade, antes de pedir a Ele. Isto implica que o nosso conhecimento de
Deus, Sua natureza e caráter, devem ser refletidos em nossas orações. Ele é um
verdadeiro teólogo que pode orar corretamente!
Resposta - O prefácio ensina que Deus é nosso Pai, que está exaltado em
soberano poder e glória, e que a nossa aproximação deve ser sempre com a devida
reverência e humildade.
Mateus 6:9. “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus...”
Veja também: Lucas 11:13; Romanos 8:15; Efésios 2:18; 1João 3:1-2 ,10.
COMENTÁRIO
Embora o contexto marque claramente esta como oração privada (v. 5-9),
contudo Deus deve ser tratado como "Pai Nosso." Como nosso Senhor estava
ensinando os seus discípulos, o uso do plural seria de se esperar, mas não existe um
senso de comunidade, uma consciência de outros, especialmente outros crentes, mesmo
202
Somente aqueles que podem reivindicar corretamente Deus como Seu Pai de
acordo com o testemunho das Escrituras podem orar verdadeiramente. A oração
verdadeira e bíblica pressupõe um relacionamento correto com Deus, uma base correta
de abordagem por meio do Senhor Jesus Cristo tanto como Mediador quanto como
Sumo Sacerdote (Romanos 5:1-2; 1 Timóteo 2:5; Hebreus 4:14-16; 7:25; 9:11-14;
1João 2:1), com o auxílio do Espírito Santo (Romanos 8:14-17,26-27; Gálatas 4:6-7), e
uma atitude correta de abordagem (Filipenses 4:6; Lucas 24:42). As orações de
Cornélio foram notadas por Deus, que o estava preparando para a conversão (Atos
10:1-6,22,34-35; 11:13-14).
O prefácio ensina que embora Deus seja nosso Pai (Romanos 8:14-15), Ele não
deve ser abordado com familiaridade indevida, mas com reverência, humildade e uma
consciência de Seu poder, Glória e Majestade. Esta consciência Divina e do progresso
de humildade correspondente ao longo desta oração. Nós vivemos com uma verdadeira
consciência Divina?
Resposta - A primeira petição nos ensina que o nome de Deus deve ser
magnificado e que nós devemos glorificá-lo em todas as coisas.
Veja também: Salmos 5:11; 86:11; 111:9; 145:1; Isaías 42:12; Mateus
5:16; 1 Coríntios 10:31; 1 Pedro 4:11.
COMENTÁRIO
Esta petição nasce tanto de um desejo quanto de um senso de dever. Esta oração
começa com uma verdadeira consciência Divina que permeia sua totalidade. Nós
devemos desejar que o Nome de Deus seja tratado e considerado como sagrado em
todas as coisas. Isto pressupõe uma aversão ao pecado em nós mesmos, uma submissão
voluntária à providência Divina e um esforço para trazer os nossos poderes de suportar
dentro de nossa esfera de influência para a glória e honra de Deus. Isto deve ser
primário e estar em primeiro lugar em nossas vidas e pensamentos. Deve cancelar
imediatamente qualquer egocentrismo, presunção ou agenda pessoal. Nós também
precisamos da Palavra de Deus para direção, e sua graça e Espírito para a
capacitação de glorificá-lo corretamente.
Esta primeira petição deve ser uma que transforma a vida, uma vez que afeta toda
a vida e a realidade. Orar para que o nome de Deus seja santificado significa
literalmente que todas as coisas na esfera da realidade devem ser trazidas em
subserviência para esta grande e gloriosa verdade - nosso trabalho, energias, prazeres,
relacionamentos, propósitos, serviço, desejos e esperanças. Quão rapidamente nós
203
Resposta - A segunda petição nos ensina que o reino de satanás será destruído e o
Reino da graça de Cristo será aumentado e o Reino da glória será acelerado.
Veja também: Daniel 7:27; Mateus 3:2; 6:33; 7:21; 11:12; Marcos 10:15;
Lucas 1:33; 17:21; Romanos 8:28; 14:17; 16:20; 1 Coríntios 4:20; 15:24-28;
Efésios 2:2-3; Colossenses 1:12-13; 1 Tessalonicenses 2:12; 2 Timóteo 4:1,18; 2
Pedro 1:11; 3:13; 1 João 3:8; Apocalipse 12:12; 20:1-10; 22:20.
COMENTÁRIO
Nosso Senhor veio para desfazer as obras, ou o reino, de satanás (1João 3:8). Isto
começou com sua tentação no deserto (Mateus 4:1-11) e terminou com sua paixão,
ressurreição e ascensão ao céu (Hebreus 1:1-3; 2:9-15). O reino de satanás é mantido
pelo seu poder (2 Coríntios 4:3-6; Efésios 2:2-3; Apocalipse 12:12), mas Deus está
destruindo-o e acabará por destruí-lo para sempre (1 Coríntios 15:24 -25; Efésios 2:4-
10; Colossenses 1:12-13; Apocalipse 20:1-6,10).
Nesta petição, nós oramos para que o reino de satanás seja destruído e que o reino
de Cristo aumente Isto implica:
Primeiro, a vitória final do evangelho por todo o mundo, ou seja, que o evangelho
será pregado a todas as nações, a conversão dos judeus (Romanos 11), e que nossa fé
deve elevar-se acima e além das presentes provações, da guerra e da oposição espiritual,
para descansar em si mesma no propósito final e infalível de Deus;
Segundo: esta petição implica que os crentes devem ser evangelísticos
domesticamente e pelas missões estrangeiras. O reino de Deus é o domínio espiritual
Dele, e isto começa sobre uma base individual na regeneração e na conversão. A
proclamação do evangelho foi concedida aos crentes individualmente e às igrejas
corporativamente (Mateus 28:18-20; Marcos 16:15; Lucas 24:46-47; Atos 1:8);
Terceiro: esta petição implica que nós devemos orar por tempos de avivamento e
despertamento espiritual, os prometidos "tempos de refrigério (que devem vir) pela
presença do Senhor" (Atos 3:19). Orar verdadeiramente esta oração é estar disposto a
fazer o que pudermos para estender o Reino de Deus entre os homens. O aumento do
Reino de Deus é uma prioridade em nosso pensar e em nosso agir?
204
Resposta - A terceira petição nos ensina que devemos orar para que Deus em Sua
graça nos torne capazes e dispostos a conhecer, obedecer e submeter-nos à Sua vontade
em todas as coisas, sem dúvida ou reclamação, como é feito no céu.
Mateus 6:10. “...Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”
Veja também: Salmos 119:4-5; Daniel 4:35; Atos 21:14; Romanos 8:7-9;
12:1-2; 1 Coríntios 2:14; Colossenses 1:11; Hebreus 12:5; Tiago 1:2-4; 4:1-3,13-
15.
COMENTÁRIO
Por natureza, esta petição vai contra nossas mentes, corações e vontades. Nós
queremos naturalmente nosso próprio conforto e caminho como uma grande prioridade.
Na esfera da graça, no entanto, nós seremos chamados a sofrer adversidades e
injustamente sofrer perseguição por causa do Reino de Deus (Atos 14:22; Romanos
8:35-37; 2 Timóteo 3:12; 1 Pedro 4:1-2). É somente pela fé que podemos
verdadeiramente submeter-nos à vontade de Deus, sem dúvida e reclamação, e sem
ansiedade ou receio (Romanos 8:28-31; Filipenses 4:6-7; 1 Pedro 2:19-23; 5:6-7).
Segundo: nós devemos ter a certeza de que nossas orações estão de acordo com a
vontade revelada de Deus, ou seja, sua Palavra escrita. As orações que vão contra a
vontade revelada de Deus são perguntadas erradas, assim como as orações que são
simplesmente egoístas (Tiago 4:1-4). A pessoa que ora melhor deve ser a que está
saturada com as Escrituras corretamente entendida;
Terceiro: o pecado não confessado impede nossa comunhão com Deus e impede a
verdadeira oração (Salmos 66:18). Pensar que podemos orar com um conhecimento
consciente de pecado não confessado é uma afronta à santidade e à autoconsistência
moral de Deus;
Quinto: poderia não ser o tempo de Deus. Ou nós não poderíamos estar preparados
para receber tais respostas como tão ardentemente desejávamos, ou as variadas
circunstâncias não poderiam,contudo, estar alinhadas no propósito Divino. Os atrasos de
206
Deus não são necessariamente Suas negações. Se nossa causa é justa, devemos
perseverar até que haja provas claras de que não é a vontade de Deus (2 Coríntios 12:7-
9);
Finalmente, Deus pode não responder por um tempo prolongado até que sejamos
trazidos ao fim de nós mesmos e totalmente quebrados. Essa agonia da oração sem
resposta torna-se então uma grande provação para fortalecer a nossa fé, para nos
conduzir à confissão de pecados que não podíamos usualmente tratar ou querer tratar, e
para nos ensinar a paciência (Lucas 11:5-8; 18:1-18; Tiago 1:2-8). As maiores bênçãos
de Deus nunca são obtidas facilmente. Se todas as nossas orações fossem respondidas
de imediato, onde estaria a nossa fé, paciência e perseverança? Não causaria uma certa
quantidade de presunção e impaciência ?
Nós devemos, portanto, procurar ser tão corretos o quanto pudermos de tal modo
que nossas orações procedam por motivos puros, que honrem e glorifiquem a Deus, que
elas sejam escriturísticas em princípio, que nosso fardo seja do Senhor e não meramente
de fervor emocional ou idealismo religioso, que nós peçamos na fé e não na
incredulidade, e que nós oremos com uma resignação à vontade de Deus. Nós podemos
e nos submeteremos à vontade do Pai sem objeção ou reclamação?
Resposta - A quarta petição nos ensina que nossas necessidades diárias para com
os cuidados desta vida são da preocupação de Deus e são legítimos para serem assuntos
para a oração.
COMENTÁRIO
Somos ensinados nesta petição que devemos confiar em Deus em uma base diária
para as necessidades e legítimas alegrias da vida. Como o homem não deve viver só de
pão, esta petição pode ser considerada como se estendendo também às nossas
necessidades espirituais diárias (Mateus 4:4). Também estamos proibidos de nos
preocupar com o futuro, como se o nosso Deus ignorasse nossas necessidades ou
falhasse em sustentar-nos (Mateus 6:24-34). Ainda somos ensinados que devemos
aprender a contentar-nos com o que Deus providencialmente tem fornecido (Filipenses
4:11-13,19). Finalmente, somos ensinados que nosso Pai Celestial é um Deus que está
próximo e não distante de nós (Salmos 103:1-6,13-14; 139:1-18; Mateus 10:29-31; Atos
17:25-28; Hebreus 4:13). Nós levamos todas as coisas a Deus em oração?
Resposta - A quinta petição nos ensina que todos nós somos culpados do pecado,
e que esta consciência deve proibir um espírito implacável e nos levar a perdoar os
outros.
COMENTÁRIO
Esta petição nos ensina que não podemos nos aproximar de Deus em oração com
uma atitude implacável. Tal seria totalmente estranha e impediria qualquer possibilidade
de verdadeira oração. Tal atitude implacável deriva de uma presunção e egocentrismo
208
Resposta - A sexta petição nos ensina que, mesmo como crentes, somos
suscetíveis à tentação e ao mal, e necessitados de constante apoio Divino e libertação.
COMENTÁRIO
Neste ponto, podemos notar a escala descendente nesta Oração Modelo. Tem sido
dito que nós começamos como uma criança a seu Pai, então como uma criatura a seu
Deus, como um súdito a seu Rei, como um servo ao seu Mestre, como um mendigo ao
seu Benfeitor, como um devedor ao seu Credor, como um escravo ao seu Libertador, e
finalmente, subimos como um cidadão ao seu Soberano.
em nossas vidas (João 1:16). A graça nos santifica, sustenta-nos e mantém-nos (Efésios
2:8), nos encoraja a orar (Romanos 5:1-2; Hebreus 4:14-16), nos capacita a servir na
causa de Cristo fielmente (1 Coríntios 15:8-10), nos capacita a perseverar fielmente e a
sofrer adversidade (2 Coríntios 12:7-10; Filipenses 1:29).
COMENTÁRIO
Embora alguns textos antigos e o outro registro do evangelho (Lucas 11:2-4) não
contenham a conclusão e a doxologia, os elementos são ensinados em outros lugares nas
Escritura e estão de pleno acordo com a analogia da fé ou o ensino geral e coerente da
Escritura (1Crônicas 29:11). A conclusão e a doxologia são apropriadas para a
verdadeira oração. A afirmação é uma conclusão condizente com toda a oração e
também tem uma estreita ligação com a petição imediata. Nós oramos para sermos
libertos do maligno, pois o Reino e o poder e a glória pertencem a Deus, não ao
maligno! Em tempos de grande provação, tentação e oposição espiritual, e no contexto
deste mundo mal, este é um lembrete abençoado.
devem servir de argumentação e/ou barganha, mas a nossa a argumentação deve ser
baseada na regra, fidelidade, promessas, propósito e glória de Deus. Como aqui,
devemos unir nossas petições com louvores (Salmos 103:1-5; Filipenses 4:6). Esta
conclusão nos ensina, ainda, que toda nossa força, poder e a esperança estão no Senhor
Jesus Cristo, separado de Quem NADA podemos fazer (João 15:5).
COMENTÁRIO
Veja a pergunta 89. É possível experimentar impressões religiosas muito fortes, mas
temporárias, e, contudo, estar perdido e sem Cristo (Por exemplo: Mateus 13:5-6,20-21;
João 2:23-25; João 8:30-44; Atos 8:9-13,18-24; 2 Timóteo 4:10). É possível ter uma fé
vazia que é desprovida das obras que são as necessárias manifestações de fé verdadeira
(Por exemplo: Tiago 2:14-26). Tal fé é meramente conversa, além da falta de caráter e
da atividade da fé salvífica. Os demônios "creem," e estão aterrorizados por sua crença
em Deus. Alguém pode ter fé salvífica e permanecer desmotivado, sem medo e inativo,
e desprovido de obras condizentes com tal fé? Também é possível ter uma fé meramente
intelectual ou irracional (Mateus 7:21-23), ou uma fé meramente teórica? (Atos 26:27).
Alguns crentes professos nas igrejas do Novo Testamento não eram convertidos e
operavam desordem (1 Coríntios 5:10-13; 2 Pedro 2:1-22 ; 1 Joâo 2:9,18-19; Judas 3-
4,8,10-16).
Nós devemos lembrar que a Escritura nos dá o nosso único guia e medida objetiva
e infalível. Tudo o mais é subjetivo, empírico e relativo. Mas a nossa garantia é de
forma necessária parcialmente subjetiva e inseparável de nossa experiência. Se a nossa
fé reflete ou responde para o que está delineado na Escritura, temos algum grau de
certeza de que ela é verdadeira, a fé salvífica. A Escritura declara que podemos e
devemos examinar a nós mesmos quanto ao nosso estado espiritual (2 Coríntios 13:5).
Para apurar qualquer grau de garantia subjetiva, devemos colocar de lado todo o pecado,
especialmente os nossos pecados que nos assediam, e somente olhar para Cristo
(Hebreus 12:1-4). Além disso, é nossa responsabilidade adicionar as graças da
verdadeira salvação à nossa fé. Em outras palavras, devemos preparar-nos
espiritualmente e perseverar de modo a considerar o nosso estado espiritual, que
não é algo a ser considerado levemente ou dado pelo Espírito Santo aos que são
indulgentes quanto ao pecado ou estão espiritualmente despreparados. É verdade, a fé
salvífica nunca existe ou está sozinha, deve existir em uma mistura harmoniosa de
graças a qual testemunha do estado espiritual de alguém e é expresso na vida por meio
da responsabilidade humana e do crescimento na graça (Gálatas 5:22-23; 2 Pedro 1:4-
11; 3:18). Você é um verdadeiro Cristão, ou apenas um professo?
Veja também: Mateus 7:21-23; João 2:23-25; 8:30-44; 12:42-43; Atos 8:5-
23; 1 Coríntios 15:1-2; Hebreus 6:1-10; 10:38-39; 12:14-15; Tiago 2:14-26; 2
Pedro 1:4-11.
COMENTÁRIO
Em nossa resposta a esta pergunta, cinco características Cristãs são dadas. Cada
uma é agora considerada brevemente:
Primeira: A evidência da graça do indivíduo. A graça de Deus é uma realidade
gerada pelo Espírito Santo na vida e na experiência? Nós estamos em um estado de
graça ou em um estado sem graça. A graça Divina está necessariamente nos
transformando pela presença interior e poder do Espírito Santo (Atos 18:27; Romanos
6:14; Gálatas 5:22-23; 2 Coríntios 5:17; Efésios 2:1-10). A verdadeira graça pode
existir quando pouco dela pode ser evidenciado. Um crente fraco e trêmulo ainda é um
crente. Um santo pecando, embora julgado e castigado, ainda é um santo (Hebreus 12:4-
13). Veja a Pergunta 78;
COMENTÁRIO
"A garantia de fé," "a garantia de salvação" e "a garantia de esperança" são
geralmente sustentadas como termos sinônimos (Romanos 5:1-2; 1 Tessalonicenses 1:5;
Hebreus 6:11; 10:22; 1João 3:14-19). Há uma grande diferença, porém, entre "a eterna
segurança do crente" e "a perseverança dos santos." A primeira pode ser presumida,
enquanto que a última é necessariamente exortativa. A vida subsequente pode desmentir
a profissão no primeiro caso, mas não no último. A ênfase bíblica está sobre a
perseverança de alguém, não pressupondo um estado espiritual (Mateus 10:22; João
8:30-32; Hebreus 3:14), juntamente com várias advertências contra a possibilidade
terrível de apostatar da sua profissão de fé exterior (Hebreus 2:1; 3:7-19; 6:1-6; 10:24-
39; 12:14-17).
(João 17:17; 1João 2:20,27), o testemunho do Espírito de Deus (Romanos 5:5; 8:11-16),
e a realização da dinâmica da graça Divina na vida (Romanos 6:1-14,17-18), possui
uma certeza razoável de que ele é uma nova criatura em Cristo Jesus e se alegra neste (2
Coríntios 5:17; Romanos 5:1-2). Ele está ciente do amor incondicional de Deus, que é
concedido a ele pelo Espírito (Romanos 5:5). Esta garantia elementar é doutrinária,
inferencial e experiencial. Veja a Pergunta 112. As profundas realidades da regeneração
e conversão são transformadoras de vida - não pela determinação humana, mas pela
dinâmica da graça Divina.
Além disso, deve ser notado que no Cristianismo Apostólico, não havia falta de
pregação doutrinária e ensino sadios, nenhuma "crença fácil," e nenhum erro "Carnal
Cristão." Veja a pergunta 88. Que a fé e o arrependimento eram dons Divinos não foi
questionado (Atos 11:18; Efésios 2:8-10). A fé e o arrependimento nunca eram
separados - ambos eram exigidos, o que significava uma conversão radical, não uma
“decisão” religiosa. A santidade de vida e obediência aos mandamentos de Cristo eram
assumidos (Hebreus 12:14; 1 João 2:3-6). A lei moral era idêntica a Lei de Cristo. Não
havia dicotomia entre ter Jesus como Salvador e tê-lo como Senhor. A fé salvífica em
Jesus Cristo significava possuí-lo como Senhor e Rei da vida (Atos 2:36; Romanos
10:9-10; 2 Coríntios 4:5). A salvação era tanto doutrinária quanto praticamente uma
troca de mestres (Romanos 6:17-18). A justificação de alguém era evidenciada por sua
santificação (Romanos 5:1-8:16; Hebreus 12:14). O sistema de doutrina bíblica
promulgado pelos Apóstolos culminou na glória de Deus e na glorificação do crente
(Romanos 8:28-31; 11:33-36; 2 Timóteo 1:13). Esperava-se que os convertidos do
Novo Testamento conduzissem vidas transformadas - e evidentemente em grande parte
o fizeram pela graça de Deus.
111ª Pergunta - Existe uma defeituosa segurança de fé bem como uma garantia
verdadeira e escriturística da fé?
Veja também: João 6:37,44; Filipenses 1:6; 3:17-19; 2 Pedro 1:5-11; 2:1-
22; Judas 3-19.
COMENTÁRIO
João 5:24. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha
palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entrará em
condenação, mas passou da morte para a vida.”
1 João 3:14. “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte.”
Romanos 8:16. “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus.”
COMENTÁRIO
Ele abre nossas mentes e corações para serem preenchidos com a consciência do
Senhor Jesus e a plenitude de nossa vida nele. Veja a Pergunta 77. O Espírito Santo
nunca nos guiará contrário à Escritura e Seu testemunho será sempre de acordo com a
Escritura.
Uma autoexaminação (2 Coríntios 13:5) que é inclusive de tal ampla abordagem bíblica,
deve trazer um crente a uma garantia plena de fé à medida que é possível nesta vida.
Você, pessoalmente, desfruta de tal segurança?
João 5:24. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha
palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em
condenação, mas passou da morte para a vida.”
Romanos 6:14. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não
estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.”
COMENTÁRIO
Resposta - O poder reinante do pecado foi quebrado para todo crente em virtude
de sua união com Cristo em sua morte e ressurreição de vida.
Romanos 6:14. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não
estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.”
Romanos 6:17-18. 17”Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado,
obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. 18E, libertados
do pecado, fostes feitos servos da justiça.”
COMENTÁRIO
O incrédulo não é regenerado, nem convertido, está assim sem graça e vive desta
forma sob o poder reinante ou dominante do pecado. O pecado é o princípio
governante de sua vida. Ele é o servo disposto do pecado, que é o seu mestre (Jeremias
17:9; Romanos 3:9-12; 6:17). Tudo o que ele pensa, diz ou faz é contaminado ou
permeado com o pecado; isto é inevitável separado da graça salvífica. O pecado atinge
os próprios motivos, inclinações e manifestações de seu coração e mente, e é,
inevitavelmente expresso em sua vida. Além disso, ele não tem qualquer interesse
verdadeiro permanente na verdade de Deus, mas se opõe a ela e acha-a insípida
(Romanos 1:18-20; 8:5-9; 1 Coríntios 2:14). Isto não significa que um descrente não
possa ser muito religioso, moral ou ético, ou ser socialmente íntegro e filantrópico com
o seu camarada. Significa que tais ações não emergem de motivos e inclinações
corretas, ou seja, de um coração regenerado e mentalidade renovada, e são, portanto,
pecaminosas. Além disso, um incrédulo pode ser física, moral e até mesmo
religiosamente ativo, mas ele permanece espiritualmente morto (Efésios 2:1-3).
É vital compreender Romanos 6:6 nesta conexão: "Sabendo isto, que o nosso
homem velho... (foi, aoristo) crucificado com Cristo (de modo) que o corpo do pecado
seja desfeito, (de modo) para não servirmos mais (como escravos dispostos) ao
pecado." O "velho homem" era o eu não regenerado, que foi crucificado com Cristo, ou
seja, morreu com Cristo em sua morte. A razão é que o corpo com seus apetites já não
pode mais dominar a personalidade, e que o crente não viverá mais como ele uma vez
vivia - um escravo disposto a pecar. O crente é o "novo (regenerado) homem" em
223
Qual, então, é a fonte da luta do crente com o pecado em sua vida? Não é o
"velho homem" ou a "velha natureza," mas sim um princípio de pecado interior e
corrupção remanescente que se expressa em atos de pecado. Foi tradicional da parte de
muitos se referir a esta realidade de pecado interior e corrupção remanescente como a
"velha natureza."
Resposta - O crente, embora não mais sob o poder reinante contínuo do pecado,
ainda comete atos de pecado devido a um princípio de pecado interior e corrupção
remanescente.
Romanos 6:15. “Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei,
mas debaixo da graça? De modo nenhum!”
Romanos 6:17-18. 17”Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado,
obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. 18E, libertados
do pecado, fostes feitos servos da justiça.”
Romanos 6:17-21. 17”Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado,
obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. 18E, libertados
do pecado, fostes feitos servos da justiça. 19Falo como homem, pela fraqueza da
vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para
servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os
vossos membros para servirem à justiça para santificação. 20Porque, quando éreis
servos do pecado, estáveis livres da justiça. 21E que fruto tínheis então das coisas
de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.”
1 João 2:1. “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não
pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o
Justo.”
COMENTÁRIO
Veja as perguntas 95, 113 e 114. É o claro ensino das Escritura que o poder
reinante do pecado foi quebrado na vida de cada crente verdadeiro em virtude de sua
união com Cristo. Isto não depende da força, determinação e dedicação pessoal do
crente, mas de sua união objetiva com o Senhor Jesus Cristo e entrada em um estado de
graça. Embora o crente não esteja mais sob a dominação ou poder reinante do pecado,
ele ainda comete atos de pecado, ou seja, ele "morreu" para o poder reinante do
pecado, mas ele não está "morto" para a sua realidade em sua experiência (Romanos
6:11-14; 7:13-8:4). A grande e determinante diferença entre o crente e o descrente, ou
o mero Cristão professo, é que o incrédulo vive em um estado de pecado e sob o seu
poder reinante, enquanto o crente, porque ele está em um estado de graça, age fora do
caráter e comete atos de pecado.
15; Colossenses 1:28). Estes termos são usados no sentido de "maduro" ou sendo feito
"completo," "trazido à conclusão," ou "inteiro." Inevitavelmente, qualquer ideia de
perfeccionismo deve ser modificada para acomodar a realidade do pecado
remanescente e da corrupção ou colocar a lei moral de Deus em uma escala móvel para
fazê-lo relativo à habilidade de alguém - ou alguém deve se manter na ideia que um
verdadeiro crente pode finalmente apostatar;
Segunda: o crente nesta vida presente, embora salvo na alma e na mente, está
ainda no mesmo corpo que possui um princípio de pecado interior e corrupção
remanescente (não uma "velha natureza" ou "o velho homem") (Romanos 7:13-8:4).
Isto vai atormentar cada crente até a sua morte e ressurreição em glória (Romanos
8:17-23; Filipenses 3:20-21). O pecado não é mais seu mestre, e ele não está sob a
obrigação constrangedora de suas solicitações, mas abrange sua "enfermidade" ou
fraqueza para o pecado (Romanos 6:11-14,17-19; 8:26);
Quinta: Não há desculpa para o pecado na vida do crente. Que nós pecamos é
uma triste realidade; mortificar todas as manifestações conhecidas do pecado interior e
da corrupção remanescente é o nosso dever; arrepender-nos de todo pecado cometido é
imperativo; que somos repreendidos por Deus em sua bondade é uma necessidade; que
Deus perdoa-nos é uma bênção insondável e indizível. Que ele faz isso por meio do
Senhor Jesus é a glória da graça.
Romanos 6:14. “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não
estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.”
Romanos 6:15. “Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei,
mas debaixo da graça? De modo nenhum!”
1 João 2:1. “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não
pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o
Justo.”
COMENTÁRIO
As próprias palavras da Escritura revelam que ele não está mais sob o domínio do
pecado, e, por isso, nenhum pecado apresenta uma impossibilidade insuperável ou
pode anular a graça capacitadora de Deus. Nota em Romanos 6:11-14 que o crente
deve ser totalmente indiferente à solicitação do pecado, seu antigo mestre. As próprias
palavras "considerai" e "Não..." pressupõem que o poder reinante do pecado foi
quebrado pela graça de Deus. Romanos 6:14 liquida o assunto. O crente não está mais
sob um mero princípio de comando externo, mas sob a dinâmica da graça interior. Não
há pecado que não possa ser superado pela graça de Deus, a menos que a pessoa esteja
ela mesma em um estado sem graça.
Uma outra explicação pode ser necessária acerca das palavras de Romanos 6:14,
"pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça." O artigo definido antes de "lei"
deve ser omitido, uma vez que não está no idioma original. Este não é um contraste
entre as dispensações, como se os indivíduos já estivessem "sob a lei," mas agora estão
"sob graça." O que é denotado é um princípio da lei, ou seja, o mero mandamento
exterior. O contraste é entre um princípio de mero comando exterior o qual só poderia
dirigir, mas não transmitir nenhuma habilidade para cumprir, e um princípio interior de
graça que fornece a dinâmica do cumprimento. Isto explica por que nenhum pecado
pode continuar a dominar o verdadeiro crente.
227
O Senhor Jesus Cristo não ganhou crentes numa vitória oca sobre o pecado, mas
uma vitória real que é realizada pela graça capacitadora do Espírito Santo. Ele faz
nossa união com Cristo e a mortificação do pecado eficaz em nossa experiência
(Romanos 8:13; Efésios 4:22-24; Colossenses 3:1-10). Nossa relação com o pecado
não deve ser pensada em termos de derrota ou vitória, que está no contexto da obra
redentora de nosso Senhor, mas sim em termos de obediência ou desobediência. Ele
ganhou a vitória; nós estamos vivendo em obediência. Precisamos de mais graça para
mortificar o pecado? Oremos por ela!
117ª Pergunta - Como o crente deve tratar com o pecado em sua vida?
1 João 1:9. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.”
COMENTÁRIO
Embora o seguinte possa ser parecido com uma afirmação perigosa, contudo, é
verdade, se nós devemos ser escriturísticos. Antes de nós podermos escrituristicamente
tratar com o pecado, devemos chamar de "pecado" o que a Bíblia chama de pecado, e
devemos também parar de chamar "pecado" o que a Bíblia não chama pecado. Caso
não tentemos ser consistentes com a Escritura, podemos permitir alguns pecados por
causa da tradição, cultura, orgulho pessoal ou preconceito, ou sofrer com uma
consciência muito sensível e inclinar-se para uma mentalidade legalista, chamando de
"pecado" as coisas que a Escritura não chama.
Como o crente deve tratar com o pecado em sua vida? Alguns ensinam que ele
tem a opção de viver em um estado de pecado como um "Crente Carnal." Outros
ensinam que ele deve "dedicar sua vida" a Deus. Outros ainda ensinam que ele pode
continuar a desculpar-se como sendo o pecado do "velho homem" ou a "velha
natureza," e que o "novo homem" ou a "nova natureza" não peca. Nenhum destes, no
entanto, se enquadra com a Escritura, que declara expressamente como o crente deve
lidar com o pecado em sua vida. Ele deve tomar medidas positivas contra ele e
mortificá-lo. Veja as perguntas 95 e 96. Observe atentamente que tal mortificação é
uma dívida e um dever a Deus em virtude de nossa união com Cristo (Romanos 6:1-14;
8:11-14; Colossenses 3:1-10), e que esta união é a base para a mortificação do pecado.
Note ainda, que não é o corpo, mas sim as ações do corpo que devem ser mortificadas
(Romanos 8:13; Colossenses 3:5-11). A mortificação não é ascetismo nem legalismo.
Finalmente, note cuidadosamente que a mortificação só é possível pelo poder do
Espírito Santo (Romanos 8:11-14; Gálatas 5:16-18). Nós praticamos uma mortificação
constante pela graça e pelo Espírito de Deus?
Romanos 14:13. “Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes
seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão.”
COMENTÁRIO
A liberdade Cristã não está relacionada com as questões que são claramente
delineadas na Escritura como certas ou erradas, justas ou injustas, piedosas ou
pecaminosas. Está ao contrário relacionada com questões que são de natureza neutra, e
geralmente que dizem respeito àquelas questões que incluem práticas religiosas,
comida e bebida, e as associações ou assuntos que podem variar de cultura para
cultura.
devamos chamar "pecado" o que a Bíblia chama de pecado, e não chamar de "pecado"
o que ela não chama, várias interpretações, diferenças e preconceitos continuam a
existir entre os crentes sinceros;
Segundo: Só Deus é o Senhor da consciência. A natureza humana religiosa tem a
tendência inata para forçar a si mesma na consciência dos outros, seja certo ou errado.
Isto pode violar a consciência de alguém como sendo ou não sendo submissa a Deus e
à sua Palavra;
Terceiro: O motivo supremo para todas as coisas é a glória de Deus - e isto é
inclusivo de todas as ações (1 Coríntios 10:31). Aquelas ações que não podem ser
feitas para a glória de Deus tornam-se pecaminosas. Finalmente, a consciência do
irmão mais fraco deve ser sempre considerada e não violada. Sua consciência mais
fraca deve orientar e governar as ações do irmão mais forte (Romanos 14:1-23; 1
Coríntios 10:14-33).
Quem é o "irmão mais fraco" e o "irmão mais forte?" Alguns pensam que o irmão
mais fraco é o que se sacia em certas ações ou práticas, frequentemente equiparando as
tais com a vida dissoluta ou uma falta de espiritualidade. Pensa-se, em contraste,
muitas vezes, que o irmão mais forte, é a pessoa muito rigorosa em suas limitações.
Escrituristicamente, o inverso se aproxima da verdade. O irmão mais fraco é aquele
cuja consciência é excessivamente sensitiva em assuntos neutros. O irmão mais forte é
aquele cuja consciência não é tão sensitiva em tais assuntos. Isto, no entanto, pressupõe
que os assuntos em causa sejam neutros, e que ambos acreditem que cada um esteja
sendo bíblico em sua fé, atitudes e ações.
Filipenses 1:6. “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós
começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.”
1 Pedro 1:5. “Que mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para
a salvação, já prestes para se revelar no último tempo.”
COMENTÁRIO
E acerca de "cair da graça"? Esta terminologia é tomada de Gálatas 5:4. Ela não
tem referência à perda da salvação de alguém, mas sim retornar à escravidão da lei para
justificação, incluindo a circuncisão, e voltando atrás a partir do princípio da graça e da
fé (Gálatas 5.1-5).
Resposta - A visão de mundo e de vida é uma filosofia de vida, a soma total das
pressuposições de alguém ou o que ele presume ser verdadeiro e, portanto, acredita
sem questionar, e, portanto, o que ultimamente determina como ele pensa e age.
Mateus 4:4. “...Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a
palavra que sai da boca de Deus.”
COMENTÁRIO
olha mais para o futuro com esperança e alegria porque sua fé é fundada sobre a
Palavra do Deus eterno e imutável, que revelou seu propósito redentor, esclareceu isto
pela profecia e encoraja por meio das promessas de Sua Palavra infalível. Você tem
pensado seriamente sobre a sua própria visão de mundo e de vida pessoal? Você a tem
alinhado consistentemente com a Escritura?
Mateus 4:4. “...Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a
palavra que sai da boca de Deus.”
COMENTÁRIO
Toda religião por sua própria natureza possui uma "metanarrativa" ou visão de
mundo, uma ideia de significado, propósito e destino mais abrangente. É neste dado
contexto que o indivíduo encontra significado em uma divindade ou divindades, para si
e para o mundo acerca dele. É a partir deste ponto de referência que ele vê o passado, o
presente e o futuro. Veja a pergunta 35. A visão de mundo bíblica é chamada de Visão
de Mundo e de Vida Cristã Teísta porque expressa a verdade e a realidade do triuno
Deus autorrevelado da Escritura e Seu propósito eterno, que está sendo operado em e
por meio da Sua criação. Este conceito de Deus e da realidade é derivado da revelação
especial (a Escritura) e é testemunhado em revelação natural (criação, o tempo e a
história). Tal conceito é teocêntrico (centrado em Deus) e focado na redenção não só da
humanidade caída (João 3:16; Apocalipse 5:9), mas finalmente de toda a criação. Será
realizado na redenção final do povo amado de Deus, a consumação final da história no
Senhor Jesus Cristo e os "novos céus e nova terra, onde habita a justiça" (1 Coríntios
15:21-28; Efésios 1:3-11; 2 Pedro 3:7-14). Veja a Pergunta 172.
lugar para o destino, para a sorte, para o acaso ou fortuna. Deus não é apenas o
Soberano do universo, Ele também é o Deus do minuto e do íntimo que rege a partir
das estrelas, galáxias e planetas aos elementos de cada átomo individual. Nada é
escondido Dele, nada está fora de Seu controle, e tudo está se movendo em direção a
Sua gloriosa culminação de acordo com o Seu decreto. A verdade abençoada de
Romanos 8:28 deve necessariamente ser vista neste contexto (Romanos 8:17-39).
Seu tema era a natureza e o caráter de Deus (Atos 17:22-24), Sua íntima relação
com o Seu governo soberano sobre toda a criação (Atos 17:24-25), a unidade da raça
humana (Atos 17:26), a ascensão e queda das civilizações sucessivas (Atos 17:26), a
natureza do homem como portador da imagem de Deus (Atos 17:26-28), sua condição
caída (Atos 17:27,30), a ignorância deliberada e culpabilidade da idolatria (Atos
17:28), e julgamento iminente baseado na ressurreição do Senhor Jesus Cristo (Atos
17:30-31). Embora ele não tenha citado qualquer Escritura, cada afirmação foi uma
declaração que estava firmemente fundamentada na revelação Divina. A apologética do
Apóstolo foi completamente pressuposicional.
Mateus 4:4.” Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”
COMENTÁRIO
123ª Pergunta - Por que uma Visão de Mundo e de Vida Bíblica é necessária
para um Cristianismo consistente?
Mateus 4:4. “Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão
viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”
Romanos 11:36. “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas;
glória, pois, a ele eternamente. Amém.”
236
COMENTÁRIO
Salmos 119:97. “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o
dia.”
Romanos 8:4. “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não
andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.”
COMENTÁRIO
A natureza e relevância da lei moral são apresentadas nas perguntas 39-42. Uma
exposição da lei moral como sintetizado no Decálogo é apresentada nas perguntas 43-
63. Em resumo, várias questões podem ser notadas:
Primeira: O prólogo do Decálogo revela que a lei foi dada, não como um meio de
salvação, mas sim para um povo de aliança resgatado poder refletir o caráter moral do
seu Deus e Redentor. A legislação sempre acompanha a redenção. Isto permanece
verdadeiro, tanto na Velha quanto na Nova ou Aliança do Evangelho (Mateus 22:36-
40; Romanos 7:12; 8:1-4; 13:8-10; 1 Timóteo 1:8-11; 1João 2:3-5);
Terceira: O Decálogo como o epítome, isto é, resumo da lei moral é uma série de
julgamentos que podem ser expandidos coerentemente para cobrir cada questão moral
(por exemplo: Mateus 5:27-28; 1João 3:15). No Decálogo, como o epítome da lei
moral, Deus legislou a moralidade. Ele não mudou nestes preceitos. A lei moral de
Deus é a Lei de Cristo;
Quarta: O pecado deve ser visto nos termos da lei de Deus. Todo e qualquer
pecado é abominável aos olhos de Deus. É uma transgressão da Sua lei ou ilegalidade
(1 João 3:4). Veja a Pergunta 36. A lei moral nos impede de deturpar e mal interpretar
o pecado ou desculpá-lo. Lembre-se, a ausência ou oposto da lei não é graça; é
ilegalidade;
Quinta: Existe necessariamente uma lei moral para as criaturas morais de Deus. A
lei está interiorizada ou escrita no coração do crente nas operações da graça Divina,
respondendo à lei ontologicamente incorporada no coração do homem na criação como
o portador da imagem de Deus, e agora está renovada com uma mentalidade
regenerada (Romanos 8:1-9; Efésios 4:22-24; Colossenses 3:9-10). A graça de Deus
mediante a obra do Espírito leva a um amor e desejo de se conformar com o caráter
moral e os mandamentos de Deus (Salmos 1:1-3; 119:159; Romanos 6:14; 8:1-9; 1João
2:3-5);
238
Sétima: a fraqueza do homem na Antiga Aliança foi que o seu coração manteve-
se inalterado e a religião era meramente externa, exceto por um remanescente eleito de
verdadeiros crentes. Sob a Nova Aliança ou Aliança do Evangelho, o coração ou o ser
interior é transformado pela regeneração (a transmissão da vida Divina, a recriação da
imagem de Deus em justiça, santidade da verdade e do conhecimento, a quebra do
poder reinante do pecado e a remoção do coração natural - inimizade para a Lei de
Deus) para ser conforme em princípio com a lei moral. A graça nos deixa conforme em
princípio para amar e obedecer aos preceitos de Deus. Assim, a lei não é meramente
externa, mas também interna quanto ao seu conteúdo e motivação (Jeremias 31:31-34;
Ezequiel 11:19-20; 36:25-27; Romanos 2:11-16; 6:14; 2 Coríntios 3:3,17-18; Efésios
4:22-24; Colossenses 3:1-10; Hebreus 8:8-11);
Oitava: A maioria dos erros no Cristianismo pode ser atribuída a uma negligência
ou negação da relevância da lei moral– perfeccionismo Wesleyano, misticismo
[Quakerismo], justiça própria (mero legalismo), a visão defeituosa da depravação
inerente no Socinianismo e Arminianismo, antinomianismo e os erros modernos da
heresia do "Cristão carnal" e "decisionismo." O Dispensacionalismo extremo é
inerentemente antinomiano, como ele erroneamente substitui a lei com a graça e falha
em ver a graça da lei;
Nona: Como a lei é cumprida no amor, assim é o amor definido pela lei
(Romanos 13:8-10). Se não tirarmos ilegalmente a vida de nosso próximo, roubá-lo,
agir imoralmente diante dele, diminuí-lo de qualquer maneira ou procurar o seu dano
em pensamento, palavra ou ação, ou mentir acerca dele ou para ele e não cobiçar o que
ele tem, e ao buscamos o seu bem - então estamos biblicamente amando o nosso
próximo. Apenas no contexto da lei bíblica e do amor - um amor objetivo, obediente e
inteligente - podemos consistentemente amar os outros, até mesmo nossos inimigos;
Veja a Pergunta 164.
Décima: A fé não torna a Lei de Deus vazia, mas sim a estabelece (Romanos
3:21-31). Como crentes, nós "morremos para a lei" como um instrumento de
239
condenação. Em virtude de nossa união com Cristo e da fé nele a lei é estabelecida, não
ab-rogada (Romanos 3:21-31; 7:4; Gálatas 2:16-21). Veja a Pergunta 41.
Finalmente, existem três usos da lei: uma vara, uma regra, e uma bengala:
Primeiro: É o meio ordenado por Deus para a convicção do pecado, como a
transcrição do caráter Divino - uma "vara" para nos levar a Cristo, por assim dizer
(Gálatas 3:24). Cuidado deveria ser tomado para observar o tempo Grego usado nesta
afirmação: "A lei foi (gegonen, tempo perfeito, "foi e continua a ser") o nosso mestre
escolar, para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé." Nosso
Senhor usou a lei moral para revelar o coração do rico, jovem príncipe (Mateus 19:16-
22). Os primeiros pregadores usaram a lei implicitamente na pregação deles,
especialmente a do Sexto Mandamento sobre assassinato (por exemplo: Atos 2:22-23;
3:15; 7:51-52).
Segundo: Ela é a "regra" ou a transcrição do caráter moral de Deus, que deve ser
refletida na vida do crente de um princípio de obediência amorosa e no contexto da
graça capacitadora pelo poder do Espírito (Romanos 6:14,20,22; 8:3-4; 1 Pedro 1:15-
16; 2:9);
Terceiro: a lei é, por assim dizer, uma "bengala" para nos auxiliar em nossa
caminhada. "E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom" Romanos 7:12).
Enquanto a própria lei não pode justificar, nem santificar, ela, contudo, revela o padrão
da absoluta justiça - e o pecado como Deus o vê - para o crente. A lei liberta de todo
relativismo religioso, e obediência aos seus preceitos deve ser de um coração cheio de
amor pela graça capacitadora de Deus, nunca de um mero princípio formal, externo ou
legalista.
A graça de Deus trouxe você a uma conformidade amorosa com a Lei de Deus?
Você pode dizer como Davi? "Oh! quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo
o dia" (Salmos 119:97)? O padrão absoluto de justiça na lei leva você a magnificar a
graça de Deus como dela em Jesus Cristo, que libertou você do poder condenatório da
lei?
Resposta - Deus ordenou que todo e cada crente deve ser levado em direção à
maturidade espiritual pelo crescimento na graça, no conhecimento, e finalmente,
conformado à imagem de Cristo.
COMENTÁRIO
O estado de graça ao qual cada crente é levado não é estático. Deve existir
crescimento em direção à maturidade espiritual dentro deste estado (Romanos 8:29; 2
Pedro 3:18). A salvação não começa e termina com uma "decisão" religiosa ou uma
simples experiência subjetiva. Tudo na experiência do Cristão tende para a maturidade
espiritual e conformidade com o Senhor Jesus, ou torna-se o inverso dela (Hebreus
5:11-14). O objetivo final da redenção em geral e da santificação em particular é a
nossa conformidade com o Senhor Jesus Cristo. Este processo infalível, embora
começado nesta vida, será aperfeiçoado apenas na eternidade com a ressurreição para a
glória. Veja a Pergunta 94. Ele não é apenas o nosso exemplo, ele também é o grande e
glorioso protótipo da humanidade redimida como o "Último Adão" e o "Segundo
Homem" (Romanos 5:12-18; 1 Coríntios 15:22,45-49).
verdades e glórias do Senhor Jesus para nós (Efésios 1:15-20; 3:14-19), capacita-nos a
mortificar o pecado (Romanos 8:11-13), testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus (Romanos 8:14-16) e capacita-nos em nossa caminhada Cristã
(Romanos 6:14; Efésios 1:17-18; Gálatas 5:16-18).
É neste contexto que devemos entender a nossa união com Cristo, e também
todas as provações, testes, oposição espiritual e tempo de castigo Divino (1 Coríntios
3:21-23; Hebreus 12:4-13; Tiago 1:2-4). Veja a Pergunta 77. Tudo o que Deus faz, Ele
faz no contexto de Seu eterno propósito. Nada está fora de Seu controle ou é contrário
ao Seu conselho. Embora muitas coisas, situações e circunstâncias possam parecer
totalmente contrárias aos nossos desejos, expectativas e até mesmo às nossas orações, o
propósito Divino está infalivelmente fazendo acontecer. É exatamente por isso ser
verdade que podemos e devemos pela fé descansar na providência e no amor de Deus
(Hebreus 3:17-19; Romanos 5:1-5; 8:28-39; Efésios 3:14-19). Veja as perguntas 35 e
69. Isto inclui até mesmo o pior que possamos experimentar (Romanos 8:35-39).
Assim, tudo na experiência Cristã torna-se um teste de fé - uma fé que se mantém
infalível na Palavra do Deus VIVO. Você vê toda sua vida e experiência Cristã nos
termos para ser conforme à imagem do Filho de Deus?
126ª Pergunta - Quais são os meios particulares da graça que Deus ordenou para
o bem-estar espiritual, crescimento e maturidade dos crentes?
COMENTÁRIO
Cada crente, embora no estado de graça, deve atender aos meios dela, o que
deveria ser as marcas da graça. Veja as perguntas 78 e 112. Tais meios tornam-se
eficazes por intermédio da presença e poder do Espírito Santo. Uma pessoa sem graça
pode ser religiosa, mas ela não é uma Cristã. Pouca ou nenhuma graça é evidenciada
por uma atitude presunçosa e orgulhosa. Graça suficiente é evidenciada por um espírito
242
A graça divina na vida não é estática. Embora todo crente esteja no estado de
graça, o grau dado de graça dentro do crente pode relativamente ser grande ou
pequeno, e pode aumentar ou diminuir (Hebreus 5:11-14; 2 Pedro 3:18). Nós, como
Cristãos, temos pouca graça? Se sim, então vamos a Deus e humildemente imploremos
por mais. A graça é tudo. Ela nos leva e nos mantém em Cristo; tempera a
personalidade, atenua os impulsos naturais, dá coragem, nos capacita a orar, a servir e a
sofrer e fixa a mente nas realidades eternas. Seja qual for o problema, a situação ou a
circunstância, estamos a agir fielmente em relação à nossa medida de graça Divina - e
esta graça, Deus declarou, é sempre suficiente (Romanos 12:3; 2 Coríntios 12:9).
Como a graça não é irracional, então seus meios são inteligentes. Tanto a oração
quanto o estudo da Palavra são inteligentes exercícios que surgem da comunhão com
Deus. A verdadeira espiritualidade não é irracional, mas primariamente intelectual, ou
seja, as emoções surgem de uma correta compreensão da verdade divina e da aplicação
dessa verdade tanto à vida prática quanto à oração. Como o puritano John Flavel
escreveu em verso há vários séculos atrás:
Negligenciar estes meios da graça significa certo declínio espiritual. Você faz uso
diariamente destes meios da graça?
127ª Pergunta - Quais são os meios públicos da graça que Deus ordenou para o
bem-estar espiritual, crescimento e maturidade dos crentes?
Atos 4:31. “E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e
todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de
Deus.”
COMENTÁRIO
244
A adoração coletiva nos leva para esse ministério do Espírito que santifica a
assembleia local em conjunto como um corpo coletivo (Efésios 4:11-16; Filipenses
1:27). Tal deve incluir o canto dos "salmos, hinos e cânticos espirituais," e também a
oração pública e da exposição da Escritura (Efésios 5:16-21). Os verdadeiros crentes
têm uma afinidade pelo povo de Deus (1 Jo 3:14).
128ª Pergunta - O crente, como filho de Deus, um cidadão do Seu Reino celestial,
está isento dos problemas e males comuns ao homem?
João 16:33. “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo
tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”
COMENTÁRIO
Há pelo menos seis questões pertencentes ao sofrimento do Cristão que devem ser
discutidas:
Primeira: Os crentes não estão isentos dos males comuns que acontecem com
outros membros de nossa raça humana caída. Sofreremos perdas, reveses, isto é,
contratempos, decepções, enfermidades, doenças e morte como crentes. Veja a pergunta
167. Às vezes, os casamentos e as famílias serão disfuncionais e tornar-se-ão divididos
(Mateus 10:34-36; 1 Coríntios 7:1-6,10-16). As igrejas sofrerão deserções e divisões de
ambas as causas legítimas e ilegítimas (1 Coríntios 11:18-19; 1João 2:19). Pastores e
outros obreiros na obra de Deus serão mal interpretados, caluniados e maltratados (2
Coríntios 12:15; 1 Tessalonicenses 2:2,14-16.). Alguns Cristãos professos
escandalizarão a fé (Mateus 13:20-21; 1 Coríntios 5:1-13; 1 João 2:19). Nós teremos,
inevitavelmente, nossos inimigos (Mateus 5:10-13,44; Rom 12:14,17-21). Os justos
geralmente sofrem junto aos ímpios, em tempos de guerra, tumultos, pragas e desastres
naturais ou calamidades nacionais. Isto é amplamente ilustrado, tanto no Velho quanto
no Novo Testamento (por exemplo: 1 Reis 17:1-16; Lamentações 1:1-5:22; Atos 11:27-
246
30). Em todas essas circunstâncias contrárias, somos chamados a viver pela fé e sofrer
os males mais comuns de todos os homens. Devemos confiar na providência Divina e
olhar adiante para a glória eterna, e não devemos esperar encontrar satisfação duradoura
em nossas vidas presentes (Romanos 8:17-23,38-39; 2 Coríntios 4:8-18; 1João 3:1-3);
Quarta: Deus ordenou que a nossa fé seja provada. Nem todo sofrimento ou
adversidade é em razão do pecado. Algumas provações são para o nosso aumento da fé;
outras são para o nosso testemunho aos outros (1Samuel 30:6; Salmos 73; Habacuque
2:4; 3:17-19). Uma fé não testada é apenas teórica no mínimo e fraca no máximo. Uma
fé testada é uma fé forte, e quanto mais forte a fé, maior será o testemunho da graça de
Deus (1 Pedro 1:6-9; 4:12-13). Veja a pergunta 89;
129ª Pergunta - O crente, ainda sujeito aos males, problemas e tristezas comuns
ao homem, pode, contudo, esperar encontrar contentamento, satisfação e alegria na vida
presente?
Romanos 5:3-5. 3”E não somente isto, mas também nos gloriamos nas
tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, 4e a paciência, a
experiência, e a experiência a esperança. 5E a esperança não traz confusão,
porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo
que nos foi dado.”
Romanos 14:17. “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.”
248
1 Timóteo 6:17. “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem
ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente
nos dá todas as coisas para delas gozarmos.”
COMENTÁRIO
Segunda: Os crentes devem entender que tais vantagens terrenas e confortos nunca
são um fim em si mesmas, mas simplesmente coisas a serem apreciadas no respectivo
lugar delas, e como um meio pelo qual elas devem trazer glória à Deus, e assim a serem
recebidas na fé com ações de graças (1 Coríntios 10:31; 1 Timóteo 4:1-5; 6:17). Todas
as coisas dadas ao crente pela providência Divina torna-se uma questão de mordomia
fiel a ser santificada pela causa de Cristo e da glória de Deus. Isto inclui a saúde,
riqueza, habilidades, energia e o tempo de alguém (Deuteronômio 8:18; 1 Coríntios
4:7; 6:20);
Quarta: Os crentes devem entender pela Escritura que a vida cristã deve ser uma
de fé, não de felicidade. Esta fé deve muitas vezes ser testada, amadurecida e purificada
pela provação, da oposição e do sofrimento (2 Timóteo 3:10-12; 1 Pedro 1:3-9). Esta
perspectiva deve tornar-se uma de aceitação e resignação, e até mesmo de alegria e
antecipação do que é eterno (Romanos 8:17-23; 2 Coríntios 4:17-18; Gálatas 6:7-10; 2
Pedro 3:9-14). Não há comparação entre a felicidade passageira do mundo e a
verdadeira alegria do Cristão. Ó Senhor, aumenta a nossa fé! Nós encontramos nossa
satisfação ou alegria em Deus e suas bênçãos ou precisamos do mundo para encontrar a
nossa satisfação? (Salmos 1:1-3).
Gálatas 6:7-8. 7”Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o
que o homem semear, isso também ceifará. 8Porque o que semeia na sua carne,
da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a
vida eterna.”
COMENTÁRIO
Terceiro: O diabo, que é o arquienganador, o adversário, aquele que está por trás
de todo o mal neste mundo e é o inimigo declarado de toda a justiça (João 8:44). Ele
persegue os crentes, procurando completamente desfazer e devastá-los (1 Pedro 5:8-9).
A estratégia contra este inimigo não é apenas buscar a libertação, mas também resistir
ou lutar (Mateus 6:13; Efésios 6:10-17; Tiago 4:7; 1 Pedro 5:8-9). Veja a pergunta
131;
estratégia contra este inimigo é pedir mais fé (Marcos 9:23-24; Lucas 17:5; 22:32;
Romanos 12:3; 2 Coríntios 4:13). A incredulidade e impaciência desfazem a força e a
persistência de nossas orações. Que Deus nos capacite a acreditar, ser paciente e
perseverar! Nós não levamos tais inimigos a sério ou temos nos tornado amigos dessas
terríveis realidades que nos seduzem?
COMENTÁRIO
Deus é Espírito (João 4:24). Veja a pergunta 22. Ele é infinito, onipresente e
iminente. Ele governa sobre ambos os reinos sensuais e espirituais em soberania
absoluta, infalivelmente regendo todas as coisas no processo do tempo para a sua
consumação em seu infalível propósito redentor (Efésios 1:3-11). O diabo por outro
lado é um ser espiritual maligno finito, uma criatura com poder delegado sob
permissão Divina (Jó 1:6-19; 2:1-7; Lucas 4:5-6; 2 Coríntios 12:7; Hebreus 2:14), que
busca interromper, derrotar e destruir a obra de Deus, que é realizada por meio dos
crentes neste mundo (Efésios 6:10-18; 1 Pedro 5:8-9).
252
Existem duas realidades que são da maior importância e maior conforto para o
crente:
A primeira: satanás [Hebraico "adversário"] ou o diabo [Grego "caluniador"] é
um ser criado. Ele não é onipresente e possui apenas um poder delegado. Ele está sob o
controle de Deus e, por toda a sua raiva, ele não pode derrotar o propósito Divino;
Segunda: O Senhor Jesus Cristo com a sua tentação do deserto, a sua obra na
cruz, sua ressurreição e ascensão à glória, começou a destruir [lit: desmantelar] as
obras do diabo e destruirá finalmente todo o reino das trevas com todos os seus poderes
(Gênesis 3:15; Mateus 4:1-11; 16:18; Lucas 11:18-23; João 12:27-31; 1 Coríntios
15:20-26; Colossenses 2:14-15; Hebreus 1:1-4; 1 João 3:8). Apesar "do ofício e do
poder do demônio ser grandes, e dele estar armado com ódio cruel e não haver na terra
igual a ele," contudo "maior é Aquele que está em vós do que aquele que está no
mundo" (1 João 4:4. Conferir Mateus 28:18; Colossenses 1:12-17; Hebreus 1:3). Nossa
força está "no Senhor e na força do Seu poder," não em nós mesmos. Permita-nos
então, crer, confiar, orar, amar nosso Senhor e servi-Lo com fidelidade, sendo armados
com a panóplia ou armadura de Deus (Efésios 6:10-18).
Resposta – O conforto do crente ao longo de sua vida, sobre seu leito de morte e
em sua hora da morte está na graça livre e soberana e na aliança do amor de Deus
manifestado em seu eterno, infalível propósito redentor mediante o Senhor Jesus
Cristo. Isto dá certo adiantamento da ressurreição para a glória.
253
COMENTÁRIO
Isto não quer dizer que Deus às vezes não entregue à morte, crentes com uma
plenitude extraordinária de fé, uma antecipação do céu, uma premonição abençoada e
expectativa da glória vindoura e estar com Cristo, que é "muito melhor" (Filipenses 1:
23). Mas até mesmo experiências de êxtase podem ser enganosas se não existir o
prolongamento de uma vida piedosa e santa (Salmos 73:3-4; Mateus 7:21-23).
A realidade completa da salvação pela livre graça sozinha nunca se tornará tão
plenamente evidente ou gloriosa como quando nós estivermos diante de nosso Deus, e
o estado de graça der lugar ao estado de glória (Romanos 8:18-23; 2 Coríntios 5:1-2,8;
1 João 3:1-3).
Nós estamos destinados à eterna glória, mas ao mesmo tempo, devemos suportar
as aflições, provações e adversidades em nossa atual experiência - e continuamos
ignorantes a respeito de como devemos orar nestas circunstâncias. Mas Deus, em
Romanos, capítulo oito, deu-nos um fundamento ou base sétuplo, isto é, sete vezes
maior, para nossa fé, para nosso ânimo presente em tais aflições e provações:
Primeiro: A presença e o poder do Espírito Santo como a dinâmica de nossas
vidas (8:1-11); Segundo: O poder e o testemunho do Espírito Santo na mortificação do
254
COMENTÁRIO
Nós simplesmente não conhecemos o futuro imediato. Mas pela fé, por meio da
Palavra de Deus, conhecemos o futuro final, e sabemos que nosso Pai Celestial tem o
nosso destino em Suas Mãos. Não sabemos o dia, nem a hora ou as circunstâncias de
nossa morte, mas sabemos que todas as coisas, incluindo este último inimigo, estão sob
o controle soberano do Senhor Jesus (Apocalipse 1:10-18). Alguns crentes nunca
morrerão (1 Tessalonicenses 4:13-18). Em nossa atual experiência, estamos a viver
pela fé (Romanos 1:17; Gálatas 2,20), servindo a Deus de acordo com Sua Palavra e
confiando Nele de acordo com as Suas promessas (Romanos 8:28). Isto significa ter fé
e sob todas as circunstâncias, confiando-nos a Deus, ao Seu amoroso propósito e ao
Seu cuidado providencial.
Nós devemos ser regidos e guiados pela fé, não por nossos medos. No entanto
todos, até mesmo os mais piedosos, às vezes tornam-se temerosos, e a fé nem sempre é
uma constante na nossa experiência (Atos 18:9-10; 2 Coríntios 4:8-18; 7:5). A
incredulidade é nativa dos nossos corações e se expressa com todos os tipos de
sutilezas. A cura para a incredulidade é sempre a mesma: orar pedindo fé e descansar
nas promessas da Santa Palavra de Deus. A verdadeira fé salvífica é a Cristã, e esta fé é
o dom da graça de Deus (Atos 18:27; Efésios 2:4-10). Esta fé se alimenta da Palavra de
Deus (Romanos 10:17).
VIII
Estes assuntos são geralmente tratados na esfera da Teologia Prática sob o título
de "Evangelísticos" [Gr. euaggelion, "Evangelho"]. O Cristianismo Bíblico é por
necessidade e mandamento uma religião missionária. É assim evangelístico por sua
própria natureza. Biblicamente, o evangelismo assume duas formas básicas: a pregação
pública e o testemunho pessoal. Pregar o evangelho e evangelizar onde vivemos pode
ser chamado de missões caseiras (nacionais); evangelismo externo é denominado
missões estrangeiras. Cada crente é chamado para ser uma testemunha fiel da verdade
do evangelho pelo lábio e vida. A Apologética, ou uma defesa inteligente da fé, é parte
integrante do evangelismo.
Veja também: Mateus 4:23; 9:35; 24:14; Marcos 1:14-15; 16:15; Atos
20:24; Romanos 1:1-4; 2:11-16 ; 1 Coríntios 1:17-18; 9:12-18; 1 Coríntios
15:1-4; 2 Coríntios 4:3-6; Gálatas 1:6-9; 3:8; Efésios 1:13-14; Filipenses
1:7,12,16-17,27; Colossenses 1:19-23; 1 Tessalonicenses 2:1-4; 2
Tessalonicenses 1:7-8; 2:13-14; 1 Timóteo 1:1-11; 1 Pedro 1:12,23-25; 4:17-18.
COMENTÁRIO
Para o pecador ser reconciliado com Deus, ou seja, ter seus pecados perdoados, e
ser justificado (declarado justo diante de Deus) por intermédio da imputação da justiça
258
de Cristo. Isso deve ser por meio de um princípio de graça (favor imerecido no lugar da
ira merecida). Veja a pergunta 92. Essa graça deve ser tanto livre (sem uma causa
encontrada no pecador) e soberana (Deus concede a graça a quem Ele quer). Deve ser
livre graça, por causa do estado espiritual, moral e intelectual do pecador. A livre graça
vem ao pecador como um princípio de poder espiritual, vivificando, iluminando,
habilitando e libertando-o para fugir livre e espontaneamente para Cristo pela fé (João
5:40; 6:37,44; Romanos 9:16). A livre graça salva os pecadores que não podem e não
salvarão a si mesmos. A graça soberana salva indivíduos específicos, que são os
objetos do infinito e eterno amor de Deus (Efésios 1:3-5). Veja as perguntas 66 e 78. A
graça soberana nunca falha, é eficaz. Veja a pergunta 78. No contexto do evangelho,
pela Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo, Deus pode consistentemente ser Justo
(Reto) e Justificador (aquele que declara a retidão) de quem acredita em Jesus
(Romanos 3:21-26).
esforços (Gênesis 4:3-7; 1 João 3:11-12). O livre arbítrio se opõe à livre graça (João
1:12-13; 6:44; Tito 3:5).
Sob Moisés a nação foi liberta do Egito pelo sangue (o cordeiro da Páscoa) e
poder (as pragas, a divisão do Mar Vermelho e o afogamento do exército de Faraó)
(Êxodo 20:1-2). O Livro de Levítico detalha o sistema Levítico de oferendas e
sacrifícios ordenados por Deus. Cada um deles antecipa, ou é um tipo da Pessoa e obra
do Senhor Jesus Cristo. Mais tarde, Israel exigiu um rei, e depois de Saul, a dinastia
Davídica foi estabelecida. Assim, por meio da promessa, aliança, governo e do sistema
religioso de Israel, Deus estabeleceu os princípios para os ofícios sacerdotais,
proféticos e reais (Senhorio) do Senhor Jesus Cristo. Veja as perguntas 72-75. A nação
de Israel foi, então, uma incubadora para a preparação do evangelho. De Moisés a
Malaquias, a Palavra de Deus foi dada e escrita. Israel continuaria sendo o repositório
para a Palavra de Deus escrita até a plenitude dos tempos (Gálatas 4:4-5). Mediante a
Encarnação, do Nascimento Virginal, da vida perfeita e sem pecado, do sofrimento e
morte vicários, e da gloriosa ressurreição e ascensão do Senhor Jesus Cristo, os fatos
históricos do evangelho foram unidos como verdade salvífica (1 Coríntios 15:1-4). Em
Pentecostes, a igreja, já formada e comissionada como a instituição ordenada por Deus
para esta economia do evangelho, foi autorizada pelo Espírito Santo a publicar o
evangelho até os confins da terra (Atos 1:8; 2:1ss).
Dele no homem, alguns homens devem ser redimidos. Para vindicar a justiça Divina,
alguns devem ser sentenciados a uma condenação eterna e ao inferno por seus pecados.
A criação em si deve ser destruída e recriada, e haverá "novos céus e uma nova terra,
onde habita a justiça" (Isaías 65:12; 66:22; 2 Pedro 3:7-13). Assim, o evangelho
encontra as suas mais profundas raízes - sua motivação final, causa e essência - na
autoconsistência moral do triuno e a autorrevelado Deus da Escritura;
Veja a pergunta 78. Sua natureza e poder gloriosos supervisionam a redenção dos
pecadores e a retirada deles do reino das trevas para o Reino do Filho do amor de Deus
(Colossenses 1:12-13), o chamado deles das trevas para a luz; a transformação
completa da personalidade deles em justiça; santidade da verdade e do conhecimento
(Efésios 4:22-24; Colossenses 3:9-10); a obra graciosa da regeneração, conversão,
justificação, adoção e santificação. Veja as perguntas 83, 86 , 92, 93 e 94. Esta obra
gloriosa, graciosa e soberana de Deus não terminará até todos os pecadores redimidos
estiverem diante de Deus glorificados no corpo, completamente redimidos em todos os
sentidos. Veja a pergunta 169. A salvação da pena, culpa, poluição, poder e até mesmo
da presença do pecado então estará completa;
Você tem sido alcançado pela salvação pela fé no Senhor Jesus Cristo como
apresentada no evangelho para seu direito de estar diante de Deus? Somente nele está o
perdão do pecado, a imputação da justiça e a reconciliação com Deus!
1 Coríntios 2:2. “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus
Cristo e este crucificado.”
Atos 8:4. “Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando
a palavra.”
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
Atos 1:8. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre
vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria, e até aos confins da terra.”
267
Filipenses 1:7. “Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos
retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça...”
COMENTÁRIO
Cada crente é chamado para ser testemunha fiel à verdade do evangelho e também
para defender às suas reivindicações. Portanto, cada crente deve se preparar tornando-se
um Cristão consistente e um estudante sério e piedoso das Escrituras, buscando entender
completamente a doutrina do evangelho e aprender a responder às objeções mais
comuns levantadas contra ela.
Um cristão consistente é aquele que ordena a sua vida de acordo com a Palavra de
Deus (Salmos 1:1-3; 19:7-13; 2 Timóteo 2:15; 1 João 2:3-5). É de tal vida que alguém
pode esperar a bênção de Deus sobre o seu testemunho. Uma vida profana ou
inconsistente desacreditará o testemunho da pessoa diante dos homens e impedirá a
bênção de Deus. A força do testemunho de alguém é pela graça e poder do Espírito
Santo (1 Coríntios 2:3-5). Tornar-se um estudante sério das Escrituras necessariamente
inclui tanto uma visão espiritual para as verdades da Escritura como também uma firme
compreensão do ensino doutrinário dela. Ser um apologista da fé significa ser capaz de
responder biblicamente objeções levantadas contra a verdade das Escrituras em geral e
do evangelho em particular. O testemunho de alguém não deve ser apenas preparado
com estudo, mas também com oração sincera e fervorosa. Todo esforço feito no serviço
Cristão deve ser santificado pela oração para ser eficaz e receber a bênção Divina. Veja
a pergunta 98.
Nós não devemos apenas testemunhar (um verbo) pela verdade como ela é em
Jesus, mas devemos ser testemunhas (um substantivo) da verdade (Atos 1:8). Isto não
implica só uma atividade, mas uma vida!
COMENTÁRIO
Não parece estranho que Deus ordenou a propagação do evangelho por um meio
aparentemente tão débil ou variável como a pregação - comunicação oral por meio de
homens falíveis? Mas é assim. Por quê? A pregação é usada por Deus para trazer glória
para si mesmo (Isaías 54:17; Jeremias 1:4-10,17-18; 1 Coríntios 2:1-5; 15:8-11; 2
Coríntios 4:1-7; Efésios 6:18-20).
COMENTÁRIO
As Escrituras são claras que quaisquer restrições não devem ser colocadas sobre o
convite do evangelho para se arrepender e crer no Senhor Jesus Cristo para perdão dos
pecados e a reconciliação com Deus. De fato, o convite do evangelho é na realidade um
270
mandamento Divino que atinge a todos os homens sem exceção: "... Deus... anuncia
agora a todos os homens, e em todo o lugar que se arrependam...!" (Atos 17:30).
João 6:44. “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer;
e eu o ressuscitarei no último Dia.”
COMENTÁRIO
Veja as perguntas 81, 83, 84 e 87. O estado do pecador por natureza é tal que ele é
absolutamente incapaz de salvar a si mesmo. Sua incapacidade é espiritual, moral,
intelectual e satânica. Ele está espiritualmente "morto," ou seja, um "cadáver" em um
estado de morte espiritual (Efésios 2:1-4; Colossenses 2:13) – total e, absolutamente
incapaz e sem vontade de responder de forma salvífica à oferta gratuita do evangelho.
Além disso, ele é moralmente incapaz, estando sob o poder reinante do pecado como o
princípio controlador e motivador de sua existência (Romanos 6:17-18,20). Seu estado
moral pecaminoso é enfatizado em sua animosidade inata contra Deus e a Sua verdade
(Romanos 8:5-8). Ele também é intelectualmente aleijado de tal forma que não pode
discernir a verdade do evangelho de modo a compreendê-la salvificamente. A verdade
do evangelho que ele conhece, ele suprime (Romanos 1:18-25; 3:11; 1 Coríntios 2:14;
Efésios 4:17-19). A imagem de Deus foi devastada dentro dele. Finalmente, ele está sob
o controle do diabo que o cegou para a verdade do evangelho para que ele não venha a
crer, e que ainda tira qualquer verdade que possa ser impressa em seu coração (2
Coríntios 4:3-6; Mateus 13:4,19; 2 Coríntios 4:3-6).
O pecador também não está disposto a responder à livre oferta do evangelho. Sua
vontade, como um livre agente moral, é a expressão irrestrita de sua natureza caída e
pecaminosa (João 5:40). Portanto, se este indivíduo deve ser salvo do poder reinante do
pecado, convertido e reconciliado com Deus, a salvação deve vir de fora, de cima, de
uma fonte espiritual superior e com uma força espiritual superior - externa e
sobrenaturalmente. Isto nada mais é do que a livre e soberana graça de Deus na
realização da salvação. É a salvação pela graça, no sentido mais completo do termo!
Assim, a fé e o arrependimento são os dons de Deus gratuitamente concedidos (Efésios
2:8-10; Atos 11:18), as consequências imediatas da graça regeneradora, e a resposta
salvífica à oferta gratuita do evangelho.
(Cf. Jeremias 31,31-34; Ezequiel 36:25-27; João 1:12-13; 6:37,44; Romanos 6:1-14,17-
18,22; 2 Coríntios 4:3-6; Efésios 4:22-24; Colossenses 3:9-10). Por intermédio da
operação gloriosa do chamado eficaz e da regeneração, o pecador é habilitado a fugir de
livre e espontânea vontade para Cristo por libertação e encontrar o perdão dos pecados,
por uma justiça imputada e uma reconciliação com Deus. Veja as perguntas 81, 83 e 92.
Ele é desperto de seu estado perdido, convencido do pecado, acredita, compreende, se
arrepende e voluntariamente abraça o Senhor Jesus Cristo como tudo o que está na
oferta gratuita do evangelho. Sua experiência subjetiva é aquela de grande convicção de
pecado, de vir a Cristo em fé, arrependendo-se, recebendo o perdão, de reconciliação
com Deus e encontrando a paz pela fé em seu Filho. Veja a pergunta 79.
Nós não devemos confundir a ordem lógica de salvação com uma ordem
cronológica. Na experiência, algumas destas realidades espirituais ocorrem
simultaneamente. Deve-se lembrar e enfatizar que o chamado e novo nascimento do
pecador ocorrem no contexto da pregação do evangelho. A Palavra de Deus declarada,
pregada, lida ou inculcada pelo ensino é a instrumentalidade por meio da qual o
chamado, a regeneração e a conversão são efetuados e o contexto no qual ocorrem.
Qualquer ensinamento doutrinário que diminui o fervor evangelístico ou causa
indolência em buscar a salvação dos pecadores é uma visão desequilibrada e
desobediente de evangelismo bíblico. Ver as perguntas 135 e 139.
Resposta - Todo crente é chamado para servir ao Senhor Jesus Cristo sem
reservas.
Gálatas 2:20. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas
Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de
Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”
COMENTÁRIO
Existe frequentemente uma dicotomia entre "o serviço Cristão em tempo integral"
e o chamado do crente nominal. Esta dicotomia é antiescriturística. Todos os crentes são
chamados a serem Cristãos em tempo integral, para serem "escravos dispostos" do
Senhor Jesus Cristo e da justiça (Romanos 6:17-18) e serem fiéis até a morte
(Apocalipse 2:10)! Nós somos aqueles a quem o Senhor comprou com o seu próprio
sofrimento e sangue de vida, resgatou-nos de entre a humanidade condenada, e ele nos
fez seus próprios filhos queridos. Quem nós somos, o que somos e o que temos tudo
pertence a ele (Romanos 6:17-18). Cada pensamento, palavra e ação devem ser feitos
subservientes ao seu serviço e glória (1 Coríntios 10:31).
273
Enquanto alguns são chamados por Deus para o ministério evangélico ou serviço
missionário estrangeiro, cada crente é chamado por Deus para ser testemunha da
verdade do evangelho de lábio e de vida (Atos 1:8). Veja a pergunta 142. Nós também
somos chamados para sermos fiéis ao ministério de uma igreja local. Os Cristãos do
Novo Testamento nunca são considerados como entidades isoladas, separadas do
ministério, da disciplina e do companheirismo de uma assembleia local; supõe-se que
eles estejam em comunhão, servindo, doando, crescendo e confraternizando, todas essas
ações implicam participação em uma igreja local (Mateus 28:18-20; 1 Coríntios 12:27;
Filemom 2; Hebreus 10:25).
Atos 20:28. “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito
Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou
com seu próprio sangue.”
COMENTÁRIO
...Cristão viu o retrato de uma pessoa muito séria pendurado na parede; e esta
era a forma dele. Tinha seus olhos levantados para o céu, o melhor dos livros em sua
mão, a lei da verdade estava escrita em seus lábios, o mundo estava atrás dele. Ficava
como se pleiteasse com os homens, e uma coroa de ouro pairava sobre a sua cabeça.
Atos 2:41-42. 41”De sorte que foram batizados os que de bom grado
receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, 42E
perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas
orações.”
Atos 4:31. “E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam
reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a
palavra de Deus.”
Veja também: Atos 2:47; 4:4,31; 6:7; 8:5-6; 9:35,42; 10:44; 11:21; 13:2-
4,44; 14:1; 17:4,11-12; 18:8-11; 19:10,20; Filipenses 1:13-14.
COMENTÁRIO
O verdadeiro avivamento vem do céu! É enviado por Deus, é uma obra soberana
do Espírito de Deus, é pedido para descer, não operado. Ele vem, não com meios
engendrados pelo homem, mas por meios ordenados por Deus: a oração perseverante e a
pregação bíblica. Veja a pergunta 145.
277
momentos de poder renovado e bênção espirituais (Atos 4:21-31; 9:32-42; 14:1; 17:1-
4,10-12; 19:11-20);
Embora se deva tomar cuidado com argumentos históricos que podem suplantar
ou ignorar a Escritura, um estudo sobre a história dos avivamentos revela grandes
279
Veja também: Atos 2:47; 4:4,31; 6:7; 8:5-6; 9:35,42; 10:44; 11:21; 13:2-
4,44; 14:1; 17:4,11-12; 18:8-11; 19:10,20.
COMENTÁRIO
Nós somos de ontem, e, contudo, temos preenchido todos os lugares que vos
pertencem - metrópoles, ilhas, castelos, cidades, assembleias, o vosso próprio campo,
vossas tribos, empresas, palácio, senado, fórum. Nós vos deixamos apenas com os
vossos templos. Nós podemos contar os vossos exércitos; nossos números em uma
única província serão maiores.
Ele ainda declarou em sua defesa do Cristianismo o agora famoso ditado, que o
sangue dos Cristãos é a semente da igreja:
Foi durante esta época que Patrick (c. 387-460) evangelizou a Irlanda e ganhou
milhares de convertidos. Seu ministério foi caracterizado por princípios do Novo
Testamento. Ele viveu, ministrou e morreu a mais de um século antes que o primeiro
missionário Romano (Austin) fosse enviado para os Bretões pelo Papa Gregório, o
Grande (c. 590).
Este é apenas um breve e muito incompleto esboço daquilo que o Senhor tem tido
o prazer de fazer em enviar tais estações do avivamento. É a incredulidade, uma
abordagem em revivalismo centrada no homem, a falta de oração fervorosa e
perseverante e de um retorno à pregação bíblica, fervente e fiel do evangelho (Atos
14:1; 1 Coríntios 2:4-5; 1 Tessalonicenses 2:13), que são o cerne do problema. Se nós
acreditarmos que o "avivamento vem dos céus," e buscarmos a Deus em oração até que
Ele envie o Seu Espírito para animar e converter, então temos razão para esperar
avivamento. De fato, esta era do Evangelho não finalizará em um momento de
despertamento espiritual com a conversão dos Judeus? (Romanos 11). Oremos até que
Deus responda em poder e bênção!
Atos 2:41-42. 41”De sorte que foram batizados os que de bom grado
receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, 42E
perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas
orações.”
Atos 4:31. “E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e
todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de
Deus.”
Veja também: Lucas 11:1-13; Atos 1:4-5,8; 3:19; 9:31-35; 13:42-49; 14:1;
17:1-4,10-12; 18:8-11; 19:8-20; 1 Tessalonicenses 5:17; Hebreus 4:14-16; Tiago
5:16-18.
COMENTÁRIO
IX
A IGREJA E AS ORDENANÇAS
286
Mas e àquelas passagens onde "a igreja" é referida em um sentido abstrato (por
exemplo: 1 Coríntios 10:32; Efésios 3:10-21; Colossenses 1:18)? Isto não se refere ao
conjunto de todos os crentes verdadeiros que estão em união com Cristo como seu
"corpo místico"? "A Única Igreja Verdadeira"? Nós preferimos uma outra interpretação,
que é consoante com todos os usos do termo "igreja" no Novo Testamento:
Primeiro: O uso local ou concreto de "igreja," referindo-se a qualquer assembleia
de crentes biblicamente batizados;
Segundo: O uso abstrato, genérico ou institucional do termo. Uma ilustração
comum é o de "o júri," referindo-se não a qualquer júri particular, mas à instituição
desta entidade legal no sistema judicial. Quando tal utilização encontra a expressão
concreta, é um júri local, visível. Este mesmo princípio se manteria verdadeiro para
aquelas declarações que são usadas frequentemente para se referir à "igreja universal
invisível." Nós preferimos classificar estas como o uso "institucional" da palavra
"igreja," que encontra expressão concreta na assembleia local;
Terceiro: O uso escatológico do termo "igreja," referindo-se "a assembleia geral
[panēguris, o ajuntamento festivo de todo um grupo, nação ou país] e a igreja (ekklēsia)
dos primogênitos," que está em processo de ser reunida no céu. Quando todos os eleitos
forem reunidos de todas as idades, eles compreenderão a igreja [panēguris] na glória,
totalmente reunida pela primeira vez (Efésios 5:27; Hebreus 12:22-23; Apocalipse
21:2). Este uso triplo responde de forma coerente a cada uso do termo "igreja" no Novo
Testamento sem violar a gramática ou a doutrina - ou o significado e uso bíblico de
qahal do Velho Testamento e de ekklēsia do Novo Testamento.
Atos 2:41-42,47. 41”De sorte que foram batizados os que de bom grado
receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, 42E
288
COMENTÁRIO
Além disso, eles tinham o Senhor Jesus Cristo como seu cabeça (Mateus 23:8),
tinham a disciplina da igreja (Mateus 18:15-17), foram ordenados (Mateus 10:1-5; João
15:16), tiveram a própria comissão (Mateus 28:18-20; Marcos 16:15), eram
suficientemente organizados para as suas necessidades. Cristo foi o Cabeça e Professor
deles. Eles tinham um tesoureiro (João 12:4-6; 13:27-29), eram missionários na
comissão e no caráter (Mateus 10:1-5; 28:18-20; Marcos 16,15; Lucas 24:46-47),
tinham um ministério de ensino (Mateus 28:18-20; João 21:15-17), tinham autoridade
Divina (Mateus 28:18-20; João 20:21-22), possuíam as essências da vida na igreja
(Mateus 28:19-20), tinham pastores qualificados (João 15:16; João 21:15-17),
observavam a Ceia do Senhor (Mateus 26:26-28), possuíam o Espírito Santo (João
20:22), mantinham reuniões de oração (Atos 1:12-14), tinham uma membresia da igreja
definida (Atos 1:15) (O texto implica um rol de membros definido, uma membresia da
igreja organizada). Eles realizavam uma reunião de negócios (Atos 1:15-26), que era a
vontade de Deus, como as declarações posteriores revelam, ou seja, o Espírito ordenou
que Matias fosse contado com os Doze originais (Atos 2:14; 6:2).
Nota: Mateus usa o termo "Reino dos céus" dezenove vezes. Estas referências
ocorrem todas também em passagens paralelas aos outros registros do evangelho. Em
cada caso, o termo é alterado nestas passagens paralelas ao "Reino de Deus," o que faz
destes dois sinônimos.
COMENTÁRIO
Deve ser notado na história da igreja que quando ela e o Reino são considerados
sinônimos, existem implicações políticas, sociais e militares inevitáveis. Ambos o
Catolicismo e o Protestantismo, historicamente recorreram ao poder político e até
mesmo à espada para fazer valer os seus ditames e defender a suas causas (Cf. 2
Coríntios 10:3-5).
Mateus 16:18. “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
Mateus 28:20. ...”e eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos. Amém.”
COMENTÁRIO
Deve-se tomar cuidado em dar muito peso aos argumentos históricos sozinhos. O
único padrão de autoridade é a Palavra de Deus. A história, no entanto, pode adicionar
seu testemunho da verdade das Escrituras. Pode-se argumentar de tais afirmações como
Mateus 16:18; 28:20 e Efésios 3:21 que são escriturísticas, ou seja, as igrejas
Neotestamentárias têm existido continuamente desde os dias dos Apóstolos até o
presente momento. Além disso, pode-se historicamente demonstrar que ao longo da
292
Considere o seguinte:
Primeiro, todas as igrejas da era do Novo Testamento eram verdadeiras igrejas
Neotestamentárias ou evangélicas, apesar de seus erros. Durante os primeiros séculos,
uma divisão geral tornou-se evidente entre o partido Katholikos, que foi negligente em
sua disciplina de readmitir aqueles que haviam negado a fé sob a perseguição
[traditores] e aqueles que exigiam rigorosa disciplina na igreja. O partido Católico
eventualmente tornou-se a Igreja do Estado sob Constantino e Imperadores
subsequentes (c. terceiro para o sexto século). As igrejas que mantiveram os distintivos
do Novo Testamento foram consideradas cismáticas e foram perseguidas. Estas igrejas
perseguidas foram localizadas do Oriente Médio através da Península dos Balcãs, por
toda a Europa, até os vales do Piemontês, até as montanhas dos Pireneus entre a França
e Espanha, e na Grã-Bretanha;
Pelo menos, nunca houve um momento no qual uma igreja Neotestamentária não tenha
fielmente existido. Você está em comunhão com o Senhor e fiel a ele por meio de uma
igreja Neotestamentária escriturística?
Mateus 16:18. “Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
1 Coríntios 3:11. “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que
já está posto, o qual é Jesus Cristo.”
COMENTÁRIO
O ensino e a tradição Romanista afirmam que a igreja está edificada sobre Pedro,
o "primeiro papa," e seus sucessores pela "Sucessão Apostólica." Os fatos das Escrituras
e o testemunho da história desacreditam totalmente tal visão. Não existe absolutamente
qualquer fundamento para qualquer "Sucessão Apostólica" por meio de uma linha de
bispos Romanistas e a comunicação do Espírito Santo. Isto segue a tradição Romanista
de que Pedro recebeu as chaves do Reino e poder de ligar e desligar as coisas no céu e
na terra (Mateus 16:19). Esta declaração, com duas construções perifrásticas passivas
perfeitas, deve ser lida: "E eu te darei as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares
na terra já foram ligados nos céus, e tudo o que tu desligares na terra já terá sido
desligados nos céus." Esta é obediência, e não prerrogativa papal. Nosso Senhor depois
repreende Pedro por sua admoestação e tentativa de correção, afirmando que ele estava
sob a influência imediata de satanás (Mateus 16:21-23). Veja a pergunta 131. Pedro
supostamente se mudou para Roma após a reunião de Jerusalém (Atos 15) para se tornar
Bispo lá por vinte e cinco anos antes de seu martírio. Estranhamente, Paulo nunca o
menciona em sua Epístola Romana (Romanos 16). Pedro estava, em sua vida posterior,
ministrando em "Babilônia" (1 Pedro 5:13), a não ser que o local era figurado para
Roma - uma admissão insustentável para a doutrina e tradição Romanista (Apocalipse
17:1-7).
Por o Senhor Jesus Cristo ser o Cabeça e o fundamento da sua igreja, "as portas do
inferno não prevalecerão contra ela." Esta declaração significa que a igreja deve ser
agressiva em sua missão e habilitada pela autoridade Divina. Uma cidade não leva as
294
suas portas para a guerra. O reino de satanás deve ser assaltado pelo mandato
missionário agressivo dado à igreja (Mateus 28:18-20; Marcos 16:15; Atos 1:8).
COMENTÁRIO
A igreja não existe para o bem, interesse ou conveniência de qualquer dos seus
membros ou da sociedade em geral. Pelo contrário sua existência é para a glória de
Deus em todas as coisas. Deus criou todas as coisas para a sua própria glória, incluindo
sua igreja. Assim, a igreja corporativamente deve buscar a glória de Deus em sua
adoração, obediência, evangelismo, comunhão, ministério, disciplina e amor à verdade.
A igreja deve glorificar a Deus pela reverência em sua adoração. Ela deve ampliar
o Seu nome e regular Sua adoração e vida pública de acordo com a Sua Palavra. O
princípio regulador do culto é que tal adoração é escriturística e reverente em princípio,
conteúdo e expressão. Deve-se adorar O Senhor "na beleza da santidade" (1 Crônicas
16:29-30; Salmos 29:2; 96:9). Aquilo que não é escriturístico em princípio, ou não
reflete o caráter Santo e Susto de Deus, NÃO é adoração que honre a Deus. Muito no
Cristianismo contemporâneo é contrário aos comandos e ao espírito do Cristianismo
bíblico e é simplesmente entretenimento ou cúmplice da carne. Na adoração coletiva, a
pregação deve ter o lugar central (Atos 2:42; Romanos 10:5-15; 1 Coríntios 1:17-18; 2
Timóteo 4:1-5). Veja as Perguntas 3 e 144.
Atos 1:8. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre
vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria, e até aos confins da terra.
COMENTÁRIO
A igreja pode envolver-se em assuntos sociais? Sim, mas somente se ela fizer isso
com uma ênfase evangélica. Deus não chamou a igreja para limpar a sociedade não
regenerada, mas para manter-se distinta dela. Ela existe como uma subcultura espiritual
dentro de uma dada sociedade. O poder espiritual, moral e ético da igreja é o que dá a
ela o direito e influência adequada na sociedade (1 Timóteo 2:1-4). Em tempos de
avivamento, o clima moral da sociedade foi bastante melhorado e aumentado, e as
instituições sociais têm sido geradas pelos esforços de pessoas piedosas. Veja a
pergunta 144.
297
Deve ser necessariamente feita uma distinção entre a igreja e o Cristão individual.
As funções do crente individual não são apenas como um Cristão, mas também como
cidadão de um determinado país e um membro dentro de uma determinada sociedade.
Um Cristão pode estar envolvido em questões civis, governamentais ou militares como
uma pessoa correta e cidadão - se ele pode manter seu Cristianismo pessoal e está
habilitado a adquirir uma esfera de influência espiritual, moral e eticamente. Os Cristãos
individuais não incluem "a igreja" em questões nas quais o termo secular força "a
separação entre a igreja e o estado," um termo usado frequentemente para sufocar a
influência Cristã e a moralidade na sociedade. Nos Estados Unidos a Constituição e os
Pais Fundadores daquele país estavam preocupados com a Igreja Estatal (que tinha sido
uma perseguidora dos Batistas e outros), não com o envolvimento político e social dos
Cristãos individual ou coletivamente. De fato, foi a forte influência e esforços dos
Batistas em todas as Colônias que finalmente trouxe a aceitação da Constituição dos
Estados Unidos com A Declaração de Direitos, incluindo o texto da Primeira Emenda
que "o Congresso não fará nenhuma lei com relação a estabelecer religião, ou proibição
do livre exercício de tal..."
COMENTÁRIO
O Novo Testamento, separado do único ofício e poder dos Apóstolos, não ensinou
qualquer hierarquia eclesiástica, e não existia nenhuma autoridade sobre e acima de
cada assembleia local sob o senhorio imediato de Jesus Cristo. Atualmente, muitas
congregações locais independentes, incluindo muitos Batistas, identificam-se com
entidades religiosas maiores, como "irmandades," "associações" e "convenções," e
alguns desistiram de uma medida de seu governo próprio ao fazê-lo, mas tal não é
escriturístico. Parece haver uma tendência inerente, mesmo entre os Batistas, em direção
ao coletivismo.
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
Veja também: Mateus 3:7-17; 28:18-20; Marcos 1:4; 16:16; Atos 1:21-22;
2:36-41; 19:1-4; Romanos 6:2-6; 1 Coríntios 1:13-17; 1 Pedro 3:20-21.
COMENTÁRIO
O primeiro e determinante distintivo dos Batistas não é que nós imergimos aqueles
que demonstram uma profissão de fé credível no Senhor Jesus Cristo. É, antes, que nós
consistentemente sustentamos as Escrituras, tanto na doutrina quanto na prática e,
portanto, batizamos somente os crentes, e isso por imersão após o ensino e exemplo
bíblico. Sola scriptura é, de fato, o principal distintivo Batista do qual todos os outros
distintivos escriturística e logicamente seguem. Veja a pergunta 13.
Com o que ou com quem os crentes são então identificados? O ato de ser
"enterrado" na água do batismo e então levantado da água é o símbolo da união do
crente com Cristo (Romanos 6:3-5). Esta união espiritual, que o batismo nas águas
simboliza, é uma união tanto em sua morte quanto em sua ressurreição. Veja a pergunta
77. A união na morte de Cristo significa necessariamente que o poder reinante do
pecado foi quebrado. O verdadeiro crente comete atos de pecado (1 João 2:1), mas ele já
não vive em pecado como um princípio reinante de sua vida (Romanos 6:6,14; 1 João
3:9). A união em sua ressurreição de vida significa, necessariamente, que o mesmo
Espírito que ressuscitou o Senhor dos mortos agora habita e torna-se a graciosa
dinâmica da vida do crente. Assim Paulo pôde categoricamente declarar: "O pecado não
terá domínio sobre vós" (Cf. Romanos 6:1-14). Os crentes não estão mais sob um mero
princípio externo de comando, mas um princípio interno de graça capacitadora. Veja a
pergunta 95. Nós sustentamos que Romanos 6:3-5 refere-se a nossa união com Cristo, e
o termo "batizado" é usado no sentido figurado. Se esta passagem se referia ao batismo
com água literal, então um forte argumento poderia ser feito pela regeneração batismal.
Tomar a terminologia figuradamente tanto refuta a ideia da regeneração batismal,
quanto também se estabelece a importância e necessidade de ambos o modo e o sujeito
do batismo, ou seja, o batismo do crente por imersão;
Veja também: Mateus 3:5-9; Marcos 1:5,8; Marcos 16:16; Lucas 3:7-8;
Atos 2:38-39,41; 8:12; 9:17-18; 10:44-48; 16:14-15; 1 Coríntios 1:13-16.
COMENTÁRIO
Em terceiro lugar: A maioria dos protestantes tendem a se posicionar, por assim dizer,
no Antigo Testamento, e ver o Novo Testamento pelos olhos do Velho; Batistas se
posicionam no Novo Testamento, e veem o Velho Testamento pelos olhos do Novo , ou
seja, os protestantes, nunca tendo totalmente saído da sombra de Roma, tem uma
perspectiva predominantemente dominada pelo Antigo Testamento, enquanto os batistas
têm uma perspectiva decididamente Neo-Testamentária. Assim, tanto o Romanismo e
muito do protestantismo têm uma tendência a exercer uma "mentalidade do Antigo
Testamento ", que vê o Novo Testamento como uma mera continuação do Velho,
negando, em essência, o princípio completo da revelação progressiva nas Escrituras do
Antigo Testamento da "sombra" (contorno escuro, tipo) (Heb 10:1) para a realidade
(cumprimento, antítipo) do Novo Testamento cumprida em realidades do Evangelho.
Afirma-se que os ritos e cerimônias do Velho Testamento foram meramente
substituídos por novos ritos e cerimônias do Novo em vez de verdades plenas e finais do
evangelho, ou seja, que o batismo substituiu a circuncisão como um sinal da aliança e a
Ceia do Senhor substituiu a Páscoa. Esta é a fonte de ideias, tais como o sacerdócio
romano com os seus alegados poderes místicos, paramentos e rituais, e a ideia de que o
batismo substituiu a circuncisão. O argumento que o batismo substituiu a circuncisão
como o sinal ou selo da aliança foi usado pela primeira vez por Ulreich Zwingli e
Heinrich Bullinger em suas disputas com os Anabatistas no início do século XVI, e tem
sido trazido até o presente como o argumento essencial para o pedobatismo protestante.
Deve-se notar que em Rom. 4:9-11, um dos principais textos-prova para este
argumento, que Abraão foi circuncidado como um crente, e que a circuncisão foi para
ele pessoalmente um selo de sua fé, a fé que ele tinha antes de sua circuncisão! O ante-
tipo do evangelho do Novo Testamento na circuncisão é a regeneração, a " circuncisão
espiritual ", e não o batismo—é uma operação espiritual realizada apenas por Deus em
cortar a carne para o que esta não tenha a preeminência (Rom 2:28-29; Rom 6:1-14; Col
2:11-13 ). Se o batismo é "o sinal ou selo da (Nova ou Evangélica) aliança, então se
refere necessariamente apenas aos crentes, ou seja, aqueles que são regenerados.
Aqueles da Antiga Aliança eram circuncidados, os do Novo ou Evangelho Pacto passam
304
por uma " circuncisão espiritual", isto é, regeneração. Assim, de forma consistente e
inevitavelmente somos traziodos ao batismo daqueles que creem. Veja a questão 83.
Além disso, a Páscoa não foi substituída pela Ceia do Senhor, mas foi cumprida em
Cristo mesmo (1 Coríntios. 5:7). Você já foi biblicamente batizado em obediência à, em
identificação com, e em submissão ao nosso Senhor ?
158ª Pergunta - Os filhos de crentes professos devem ser batizados?
Resposta - Os filhos dos crentes professos não devem ser batizados, porque não
há mandamento nem exemplo nas Escrituras para o batismo deles.
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
1 Coríntios 11:26. “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes
este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.”
Veja também: Mateus 26:26-30; Marcos 14:17-29; Lucas 22:8-22; João 13-
17; 1 Coríntios 10:16-17; 11:17-34.
COMENTÁRIO
307
O Senhor instituiu a Ceia dos restos da ceia da Páscoa. Ele tomou a taça final de
vinho tinto para simbolizar Seu sangue que devia ser derramado em aliança e redenção
por seu povo. Fortemente contesta-se que "vinho fermentado" (uma redundância) não
deve ser usado para a Ceia do Senhor. Tais objeções são baseadas em uma má
interpretação da Escritura, uma tradição, um mal-entendido de conversão da graça e
uma atitude legalista derivada em última análise da influência gnóstica (veja
Colossenses 3:16,21; 1Tm 4:1-5).
Segundo: O consumo de vinho per se não é condenado nas Escrituras, mas o seu
abuso é. As várias advertências associadas ao consumo de vinho em todos os exemplos
implicam os pecados de embriaguez e aquelas coisas associadas com a embriaguez (por
exemplo: Gênesis 9:20-27; Gênesis 19:30-38; Provérbios 20:1; 23:29-35; 31:1-5;
Habacuque 2:15). A temperança era necessariamente um princípio para a consideração
dos reis, juízes ou aqueles em autoridade para que eles não pervertessem o julgamento.
A abstinência total foi exigida para os sacerdotes apenas quando eles estavam oficiando
(Levíticos 10:5-10). Os Recabitas foram abençoados por Deus e estabelecidos como
exemplos, não porque eram abstêmios totais per se, mas sim porque tinham obedecido
ao mandamento do pai deles (Jeremias 35:10-19). Nas Escrituras, o vinho é um símbolo
de alegria e de bênção Divina (Veja Deuteronômio 14:22-29; Salmos 104:14-15;
Provérbios 3:10; Eclesiastes 9:7-9; Atos 2:13-16). O Nazireu devia abster-se não só do
vinho, mas de tudo o que derivava da videira porque ele estava carregando uma
reprovação por Deus durante o tempo de seu voto (Números 6:1-20). O vinho era
utilizado como medicamento, tanto externo quanto interno (veja Lucas 10:34; 1
Timóteo 5:23). Também foi usado para aliviar o sofrimento e depressão (Salmos
104:14-15; Provérbios 31:6-7). O vinho foi incluído nas libações feitas ao Senhor
(Êxodo 29:40). Assim, a única proibição nas Escrituras é contra o abuso do vinho ou
embriaguez;
308
Terceiro: O próprio Senhor Jesus Cristo tanto bebeu quanto fez vinho (Mateus
11:19; Lucas 7:34; João 2:1-11). Se ele tivesse sido um abstêmio total, a acusação teria
sido sem sentido, pois ele era evidentemente um homem que se alimentava bem e bebia
de forma equilibrada. Aqueles que ensinam que a abstinência total é absolutamente
essencial e uma exigência para a piedade lançam uma sombra tanto sobre ética quanto a
moral do Senhor. Além disso, o vinho que ele fez na festa de casamento não foi apenas
fermentado, mas envelhecido à perfeição, tal como foi reconhecido pelo governador da
festa;
Quinto: Os usos sociais e cerimoniais do vinho devem ser distintos. O último não
está dentro da esfera da liberdade cristã, mas deve ser governado pelo exemplo do Novo
Testamento.
1 Coríntios 11:20-22. 20”De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é
para comer a ceia do Senhor. 21Porque, comendo, cada um toma antecipadamente
a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se. 22Não tendes
porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e
envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos
louvo.”
Veja também: Mateus 26:26-30; Marcos 14:17-29; Lucas 22:8-22; João 13-
17; Atos 20:11; 1 Coríntios 10:16-17; 11:17-34.
COMENTÁRIO
309
Segundo: Como a situação de Judas permanece como a única, ele não pode ser
usado intencionalmente como exemplo de admissão de um pecador não regenerado ou
deliberado à Mesa do Senhor. Nosso Senhor não só escolheu este homem e chamou-o
como seu discípulo ("para que se cumprisse a Escritura"), mas capacitou-o para pregar o
Evangelho, curar os doentes e expulsar demônios (Mateus 10:1-4; Lucas 9:1-2). Agora,
se for argumentado que nós devemos admitir qualquer um ou todo mundo sem exceção
porque Judas supostamente estava na Ceia com o Senhor e os discípulos então também
devemos permitir um ministério não regenerado e tolerar aqueles que supostamente
possuem certos "dons" sem qualquer relação com a doutrina, ética ou estado e condição
espiritual deles - como Judas demonstrou; estes também demonstram!
Atos 2:41-42. 41”De sorte que foram batizados os que de bom grado
receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas, 42E
perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas
orações.”
1 Coríntios 5:11. “Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele
que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou
beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.”
COMENTÁRIO
1 Coríntios 5:11-13. 11”Mas agora vos escrevi que não vos associeis com
aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou
312
maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. 12Porque, que
tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão
dentro? 13Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai pois dentre vós a esse
iníquo.”
COMENTÁRIO
Terceira: Existe um propósito múltiplo para a disciplina da igreja. Ele deve ser
feito com o motivo de glorificar a Deus pela obediência à Sua Santa Palavra. Não
exercer a disciplina quando as Escrituras exigem-na desonra a Deus por desobediência
(1 Coríntios 5:1-8,12-13; 10:31). Deus nunca é glorificado na desobediência. Um amor
sentimental (isto é, um amor que deriva das emoções, em vez de refletir o caráter Justo e
Santo de Deus nas Escrituras) é pecaminoso se faz com que uma igreja se abstenha da
disciplina adequada. A disciplina da Igreja é para a manutenção da própria pureza dela
na doutrina e na prática (por exemplo: Romanos 16:17; Tito 3:10-11; 2 Tessalonicenses
3:6) e é absolutamente necessária quando apropriada e exigida pelas circunstâncias e
pela Palavra de Deus em qualquer ofensa ou extinção do ministério do Espírito Santo
dentro da assembleia (Efésios 4:30; 1 Tessalonicenses 5:19). A disciplina é ainda
necessária para manter um testemunho escriturístico piedoso na comunidade para a
glória de Deus. Qualquer escândalo ou situação pecaminosa que torna-se conhecida
perante a sociedade traz opróbrio, isto é, vergonha sobre o nome e a causa de Cristo (1
Timóteo 3:7). Finalmente, o propósito é restaurar ou remover o membro ofensor. Se
houver arrependimento genuíno, isto é, um arrependimento evidenciado por "frutos"
adequados, Mateus 3:8; Lucas 17:3, então pode haver restauração, mas sem
arrependimento, deve haver remoção (Mateus 18:17; 1 Coríntios 5:13; Tito 3:10-11);
Quarta: A atitude expressa pela igreja na disciplina corretiva deve ser de amor,
interesse, brandura e fidelidade a Cristo (João 13:34-35; Romanos 12:19-21; Gálatas
6:1). A igreja deve lembrar-se coletivamente de suas próprias responsabilidades para
com a tentação e o pecado e não agir de uma maneira vingativa, egoísta ou arrogante. Se
314
o amor da membresia é justo, santo, humilde amor (reflexo do caráter moral de Deus,
como em Romanos 13:8-10) e não sentimental, haverá simples fidelidade ao Senhor
Jesus e à Sua Palavra. Quando um membro errado é excluído, os membros da
assembleia devem evitar o contato desnecessário com esse indivíduo, considerando-o
apenas como um possível objeto de evangelismo até que ele seja restaurado em
verdadeiro arrependimento (Mateus 18:15-17; Romanos 16:17; 2 Tessalonicenses
3:6,14);
Sétima: Quais ofensas devem ser disciplinadas pela igreja? Esta questão vital deve
ser investigada tanto positiva quanto negativamente. Negativamente, a Igreja deve
permanecer no ensinamento claro e nos princípios permanentes do Novo Testamento. A
igreja não pode disciplinar apropriadamente alguém por uma ofensa que não seja pelo
menos tratada em princípio na Escritura. Preconceitos ou práticas tradicionais, costumes
culturais ou sociais e áreas dentro de liberdade Cristã legítima não podem ser usados
como fundamentos adequados para a disciplina da igreja. O Novo Testamento revela
uma grande latitude para as preferências e diferenças individuais que são em si mesmas
legítimas se observadas dentro da ética Cristã apropriada. [Veja, por exemplo: Romanos
12:1-2,16; 14:1-23; 15:1-7; 1 Coríntios 8:1-13; 9:4, Colossenses 2:16,20-23]. As
Escrituras devem sempre ser a única e toda suficiente regra de fé e prática da igreja.
Positivamente, existem vários tipos ofensa que estão dentro da área de disciplina da
igreja:
Primeiro: Ofensas de natureza pessoal que não possam ser resolvidas pessoal e
reservadamente, que se tornem públicas e de tal natureza que a igreja deva agir (Mateus
18:15-17).
Segundo: Existem pecados de natureza claramente moral, por exemplo:
embriaguez, cobiça, calúnia, roubo e prostituição, veja 1 Coríntios 5:1-13; Efésios 5:3.
Terceiro: Existem ofensas gerais de má conduta de tal natureza que a unidade e o
testemunho da igreja são ameaçados (2 Tessalonicenses 3:6,11,14-15). Finalmente,
existem casos em que graves erros doutrinários ou discordância ameaçam a verdade e a
unidade doutrinária da igreja (Romanos 16:17; Gálatas 1:6-9; Tito 3:10-11). Os tais
devem ser tratados por causa da pureza doutrinária da assembleia.
164ª Pergunta - Qual deve ser a principal marca distintiva dos verdadeiros
Cristãos em sua relação com os outro?
João 13:34-35. 34”Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos
outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. 35Nisto
todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.”
Romanos 12:9-10. 9”O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos
ao bem. 10Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-
vos em honra uns aos outros.”
1 João 3:14,16. 14”Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte.
16
Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a
vida pelos irmãos.”
COMENTÁRIO
AS ÚLTIMAS COISAS
A doutrina das últimas coisas é chamada de "escatologia," da palavra Gr. eschatos,
denotando "último" ou "final." Esta área doutrinária inclui tais realidades como
profecias sobre o futuro, a imortalidade, a morte, o estado intermediário, a ressurreição,
o milênio, o juízo e o estado final de condenação ou glória. A escatologia geral está
frequentemente preocupada com as várias visões milenaristas. A escatologia pessoal
317
está mais preocupada com aquelas realidades que pessoalmente dizem respeito ao
indivíduo com a morte, o estado intermediário, a ressurreição, céu, inferno e com o
estado eterno de alguém. Uma questão é dada ao milênio; o resto àquelas realidades que
são de natureza mais pessoal.
COMENTÁRIO
natureza, a qual mantinha sua justiça original morreu, e sua personalidade, uma vez
governada por uma mentalidade justa, tornou-se sujeita aos desejos de sua natureza
física (Veja Romanos 6:6,11). Ele tinha uma inimizade contra Deus e Seu governo
(Romanos 8:6-8). Sua mente se tornou espiritualmente incapacitada (os efeitos noéticos
do pecado) (Romanos 1:21-22; 1 Coríntios 2:14; Efésios 4:17-19). Ele ficou sob o
poder dominante do pecado. A verdade que ele conhecia, tentou suprimir (Romanos
1:18-20). O pecado de Adão foi imputado a toda a sua posteridade; ela também herdou
sua natureza caída ou depravada e sua mentalidade torcida (Gênesis 5:3; Romanos
3:23). Veja as perguntas 31-34;
Segundo: A morte para o poder reinante do pecado está inclusa no assunto mais
amplo da salvação. A salvação é a reversão da sentença e dos efeitos da morte espiritual
pela união do crente com Cristo, que é a união tanto em sua morte quanto em sua
ressurreição de vida. Veja a pergunta 77. A regeneração é a transmissão dessa vida
espiritual ou natureza que morreu com a queda (João 3:3-8; Efésios 2:4-5). A imagem
de Deus é recriada em princípio, em uma transformação de espírito moral e intelectual
(Efésios 4:22-24; Colossenses 3:9-10). O poder reinante do pecado é destruído
(Romanos 6.1-14), a inimizade natural do coração é removida (Romanos 8:6-11) e a
cegueira satânica que obscurecia o Evangelho é tirada (2 Coríntios 4:3-6). Veja a
pergunta 83. Na conversão, simultaneamente com a regeneração, a fé salvífica e o
arrependimento são concedidos (Atos 11:18; 18:27; Efésios 2:8-10). Veja as perguntas
86-87, 90-91. A justificação, a imputação da justiça de Cristo, trata da pena e da culpa
do pecado (Romanos 3:21-26). Veja a pergunta 92. A adoção, de forma simultânea com
a regeneração, renova o Espírito Santo dentro da personalidade (Gálatas 4:4-7). Veja a
pergunta 93. Por meio da santificação, ou da transmissão de justiça, o indivíduo é
posicional, definitiva e progressivamente (pela obra positiva da Palavra e do Espírito, e
negativamente por tentações e castigo) santificado no estilo de vida e posto em
conformidade essencial com a imagem do Filho de Deus (Romanos 8:29; 2 Coríntios
3:17-18; Hebreus 12:3-14). Veja as perguntas 94-96. A glorificação na ressurreição
completa o processo de salvação com a redenção do corpo, que permanece inalterado na
atual experiência - embora o seu papel dominante tenha sido quebrado pela união com
Cristo (Romanos 6:6,11-13; 08:11-23; 1 Coríntios 15:49,51-57; 2 Coríntios 4:16-5:8).
Veja a Pergunta 169;
tormento e sofrimento eterno (Apocalipse 2:11; 20:6,11-15; 21:8). Veja a pergunta 171.
Você foi liberto da morte espiritual? Você escapará da segunda morte?
Hebreus 9:27. “...está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o
juízo,...”
COMENTÁRIO
pecado original de Adão (Romanos 5:12-14; 1 Coríntios 15:21-22) e também por causa
de suas próprias transgressões individuais adicionadas (Ezequiel 18:4; Romanos 3:9-
12,23; 6:23). A morte, então, tem uma relação imediata e necessária com o pecado
(Romanos 5:12; Tiago 1:15). El é, portanto, antinatural; e não fazia parte da ordem
criada, mas é o resultado do pecado. A Escritura chama a morte de inimigo (1 Coríntios
15:26). Porque a morte é o inimigo final a ser conquistado, ela continuará como uma
realidade até a ressurreição de crentes e não crentes (João 5:29).
Houve apenas duas exceções à morte física: Enoque (Gênesis 5:23-24) e Elias
(2Reis 2:1,11). Os que estão vivos e permanecerem quando o Senhor voltar serão
igualmente glorificados sem a experiência da morte (1 Tessalonicenses 4:15-18).
O crente, estando em união com Cristo, tem removido o medo da morte em seu
significado final por meio da ressurreição do Senhor Jesus e da revelação do evangelho
(Romanos 6:1-11; 2 Coríntios 4:8-5:8; Filipenses 1:21; 2 Timóteo 1:8-10; Hebreus 2:9-
15; 1 Pedro 1:3-5).
COMENTÁRIO
Por que os crentes morrem? Se todos os nossos pecados foram lançados sobre o
Senhor Jesus, e nenhuma condenação há sobre qualquer crente em virtude da imputação
da justiça de Cristo a ele e da imputação de seus pecados à Cristo, então a morte do
crente não pode ser penal (Romanos 5:1-2,8-11; 8:1). Veja as perguntas 77 e 92. O
ladrão arrependido crucificado com nosso Senhor, sem qualquer experiência Cristã além
de algumas palavras e horas finais, estava certo de que ele naquele dia estaria com nosso
Senhor no paraíso (Lucas 23:39-43).
Pode-se perguntar, como nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho eterno de Deus, o
impecável Deus-Homem, o único não contaminado pelo pecado de Adão, poderia
morrer? Sua morte é um testemunho da realidade, não apenas de sua verdadeira
humanidade, mas da imputação de nossos pecados a ele. Ele poderia morrer, tinha que
morrer e morreu por aqueles cujos pecados lhe foram imputados no propósito de Deus
321
(Romanos 3:24-26; 2 Coríntios 5:21; 1 Pedro 3:18), e por sua morte aniquilou aquele
que tinha o império da morte, o diabo (Hebreus 2:14; 1 João 3:4-5,8).
Se a morte física para os crentes não é penal, então a que finalidade ela serve?
Primeiro: A morte é uma parte necessária e essencial da vida em um mundo caído.
Como os crentes não estão isentos de pesares, tristezas, sofrimentos, fraquezas,
oposição e violência deste mundo caído, ou as realidades da enfermidade, da doença e
da velhice, então eles também não estão isentos da experiência de morrer e da morte. A
morte permanecerá sendo uma realidade até a ressurreição e julgamento final; quando
será destruída como último inimigo. .(1 Coríntios 15:26). Até lá, é uma realidade
sempre presente para ambos os descrentes e crentes.
Terceiro: A morte completa nossa união experimental com Cristo. Veja a pergunta
77. As adversidades e sofrimentos de nossa experiência Cristã, culminando na morte,
enquadram-nos completamente em nossa conformidade com a imagem de nosso Senhor
(Romanos 8:11-18,29-30; 2 Coríntios 3:17-18). Como ele foi aperfeiçoado, e
exemplificou uma perfeita obediência por intermédio de seus sofrimentos terrenos e
morte, então Deus ordenou que em nossa experiência terrena, devêssemos igualmente
experimentar o sofrimento e possivelmente a morte por causa dele (Hebreus 5:5-10;
Romanos 8:17; Filipenses 3:10; Colossenses 1:24, 1 Tessalonicenses 4:13-18; 1 Pedro
4:1). Nós devemos notar de maneira cuidadosa que absolutamente nada, nem mesmo a
morte com todo o seu possível sofrimento e de várias formas, pode separar-nos do amor
de Deus que está em Cristo Jesus nosso Senhor (Romanos 8:35-39);
Quarto: A morte física é o meio normal pelo qual os crentes são levados à
presença consciente do Senhor Jesus Cristo para estar com ele, onde ele está para que
eles vejam a sua glória (João 17:24; Atos 2:30-33; 7:55-56; 2 Coríntios 5:6-8;
Filipenses 1:23; Hebreus 1:2-3). Isto é em resposta ao desejo de sua Oração Sacerdotal,
e, portanto, a morte de cada crente está dentro dos limites de sua vontade soberana e
amorosa (Apocalipse 1:17-18);
Qual deveria ser a atitude do crente diante da morte? O Novo Testamento não foca
o aspecto físico e o sofrimento que pode caracterizar a experiência de morrer, mas
enfatiza a antecipação de estar ausente do corpo e estar presente com o Senhor (2
Coríntios 5:1-8), um estado que é "ainda muito melhor" (Gr. de Filipenses 1:23).
Assim, se o viver é Cristo, então morrer é lucro (Filipenses 1:21). Para nosso Senhor
Jesus, a morte foi um "êxodo," ou a saída de seu sofrimento e vergonha após a
consumação de sua obra redentora (Lucas 9:31, a palavra "morte" é a Gr. "êxodo"). O
apóstolo Pedro usa a mesma terminologia de sua própria morte (2 Pedro 1:15). O
Apóstolo Paulo usa o termo "soltar," que poderia ser parafraseado "soltar as estacas," ou
tomar tenda (Filipenses 1:23; 2 Timóteo 4:6). Esta vida deve ser vista como temporária;
a vida após a morte com o Senhor Jesus é vista como eterna (Romanos 8:17-23; 2
Coríntios 4:17-18; 5:1ss; 1 Tessalonicenses 4:17; Hebreus 12:1-2).
Os crentes sofrem com a morte por causa do rompimento dos laços terrestres e de
uma sensação de perda pessoal de companheiros de fé a quem eles conhecem e
amam.,Tal sofrimento é natural; mas ele é mitigado pela esperança de um futuro
reencontro com os remidos na glória (1 Tessalonicensses 4:13-18). Os incrédulos por
contraste "não têm esperança," e, portanto, nada para diminuir seu sofrimento. Que
possamos nós viver e morrer na expectativa gloriosa de estarmos "para sempre com o
Senhor"!
2 Coríntios 5:2-4. 2”E por isso também gememos, desejando ser revestidos
da nossa habitação, que é do céu; 3se, todavia, estando vestidos, não formos
achados nus. 4Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos
carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal
seja absorvido pela vida.”
Filipenses 1:22. “Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não
sei então o que deva escolher.”
COMENTÁRIO
As Escrituras declaram que somente Deus é inerentemente imortal. Ele tem a vida
em si mesmo e é a fonte de toda a vida (Atos 17:24-25,28; 1 Timóteo 6:16). Os seres
humanos têm uma imortalidade derivada como os portadores de imagem de Deus
(Gênesis 1:26-28; 2:7; Eclesiastes 12:7). A doutrina bíblica não é simplesmente essa da
imortalidade da alma (um conceito grego pagão), mas da pessoa toda na ressurreição
para a glória (Daniel 12:2; 1 Coríntios 15:51-57) ou na ressurreição para o juízo (Dan.
12:2; Apocalipse 20:5,11-15). Assim, a morte não finaliza a existência humana, mas
guia ao estado intermediário ou desencarnado até a ressurreição de todos os homens. O
Velho Testamento antecipou a revelação completa da imortalidade na futura
ressurreição dos mortos (Jó 19:26-27; Salmos 16:9-11; 17:15; 73:24; Daniel 12:2). A
realidade completa da ressurreição para a vida e para glória é revelada na ressurreição
de nosso Senhor e no Evangelho (Mateus 8:11; Lucas 24:36-43; João 20:19-20, 26-28;
Atos 17:18; Romanos 8:17-23; 2 Timóteo 1:8-10; 1 Pedro 1:3-9).
quanto injustos (2 Samuel 12:13-23; Jó 19:26-27; Dan 12:02; Mateus 22:31-32; Lucas
9:29-33; 16:22-25; Romanos 8:11-23,29-31; 1 Coríntios 15:51-57; 2 Coríntios 5:1-8;
Filipenses 1:23; Apocalipse 20:1-7,11-15). A palavra Hebraica Sheol (Deuteronômio
32:22) e a Grega Hades (Mateus 16:23), referindo-se ao mundo invisível dos mortos ou
dos espíritos, são frequentemente traduzidas como "inferno" ou "sepultura" como um
lugar de descanso para o corpo, têm sido erroneamente usadas para ensinar a
aniquilação, como se tudo chegasse ao fim na sepultura (1 Samuel 28:7-19; Oséias
13:14; Amós 9:2). Os termos Tophet e Gehenna denotam um lugar literal de fogo no
vale de Hinom, fora de Jerusalém, que a Escritura figuradamente retrata como um lugar
de fogo infernal e tormento sem fim (Isaías 30:33; Mateus 5:22; 18:9; Marcos 9:43-49).
Os anjos caídos, como seres espirituais, foram lançados no Tártarus, o equivalente a
Gehenna (2 Pedro 2:4). A coerência da Escritura está contra a ideia de aniquilação.
Romanos 8:30. “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que
chamou a esses também justificou; e aos que justificou a esses também
glorificou.”
COMENTÁRIO
170ª Pergunta - Quais são os três principais pontos de vista sobre o milênio?
COMENTÁRIO
O termo "milênio" é o Latim para o Grego Chilia, que significa "mil," e refere-se
aos mil anos nos quais satanás deve ser preso e os santos deverão reinar sobre a terra,
após o qual satanás deve ser solto por um curto período de tempo antes do julgamento
final (Apocalipse 20:1-15).
Cada ponto de vista milenar sustenta um tipo bem diferente de milênio. O pré-
milenarismo dispensacionalista sustenta uma série de eventos cataclísmicos que
inauguram um milênio terreno. (um tempo de crescente apostasia, o Arrebatamento; a
327
João 5:28-29. 28”Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que
todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. 29E os que fizeram o bem
sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da
condenação.”
Veja também: Salmos 9:16–17; Isaías 45:23; Mateus 5:22; 8:12; 12:36–37;
13:36–42,49–50; 18:9; 22:13; 24:51; 25:31–46,46; Lucas 12:4–5; João 12:48;
Atos 17:30–31; 24:24–25; Romanos 2:3, 8–9; Filipenses 2:9–11; 1
Tessalonicenses 1:2–3; 2 Tessalonicenses 1:7–9; Hebreus 6:2; 12:25–29; 2 Pedro
2:9; Judas7,13; Apocalipse 14:9–11; 20:11–15; 21:8.
330
COMENTÁRIO
A justiça de Deus e Seu Reto caráter exigem um Dia do Juízo Final para os ímpios
e impenitentes (Gênesis 18:25; Hebreus 9:28). A natureza do homem como um ser
moralmente responsável inteligente, criado à imagem de Deus, assim o exige
(Eclesiastes 3:16-17). O mal nem sempre é punido nem é o bom sempre recompensado
nesta vida, e, portanto, há um sentimento de injustiça sobre esta realidade inerente entre
os homens - embora a maioria deles não pensem em termos de um Dia do Juízo Final, e
de bom grado se julgam isentos! A própria ideia de que o mundo está carregado de
injustiça e desigualdade, e que tal condição agrava mais a humanidade, deve fazer com
que todos considerarem a terrível realidade do Dia do Juízo Final!
Este julgamento será de acordo com a justiça absoluta de Deus; não haverá graça
ou misericórdia aqui - só justiça Divina dada a cada pessoa não convertida de acordo
com suas obras e apenas o que cada um tem direito (Romanos 6:23; Apocalipse 20:12-
13). Este será um julgamento de busca pelo Filho onisciente de Deus, alcançando a
análise de todos os motivos ou a inclinações que se expressaram em cada palavra jamais
falada (Salmos 139:1-4; Provérbios 4:23; Eclesiastes 12:13-14; Mateus 12:36-37; 1
João 3:15). Nada deve ser deixado de lado. Este será um julgamento forense, ou
absolutamente justo de acordo com a lei - a vontade revelada de Deus - o padrão
absoluto de Sua justiça, que deve condenar como culpado segundo as suas obras, cada
ser humano não convertido (Romanos 2:11-16; 3:20-21; Apocalipse 20:12-13). O juiz
será o Senhor Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus, a quem foi dado todo o poder
(Mateus 25:31-32; 28:18; João 5:22,25-27; Atos 10:42; 17:31; Filipenses 2:9-11; 2
Timóteo 4:1). Ele se assentará como o Mediador, o Senhor soberano absoluto e Rei
deste universo. É neste ofício que ele será o juiz final dos homens. Veja a pergunta 75.
Haverá graus de punição para os incrédulos, uma vez que haverá graus de recompensa
para os crentes (Mateus 11:21-26; Romanos 2:11-16). Veja a pergunta 169. Este será o
julgamento final. Não haverá "Corte de Apelação." Após este julgamento, "a morte e o
inferno serão lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte" (Apocalipse 20:14-15;
21:8).
Tal cena deve preencher cada pessoa não convertida com um sentido terrível de
pavor. A face do Soberano Juiz, o glorificado Senhor Jesus Cristo, a quem todo o
julgamento foi comissionado, será tão terrível que "a terra e o céu fugiram; e não se
achou lugar para eles" (Apocalipse 20:11). "Os mortos, grandes e pequenos," aqueles
que permaneceram impenitentes e rebeldes em suas vidas terrenas, devem todos ser
total e eternamente condenados. Pilatos, diante de quem nosso Senhor uma vez esteve,
estará diante dele condenado, como estarão os sacerdotes e os líderes que o entregou
para ser crucificado. Os criminosos de todos os tipos estarão lá. Os transgressores e
profanos também Políticos, presidentes, reis, conquistadores, generais, ditadores,
331
Resposta - O estado eterno dos ímpios será um de eterna punição. O estado eterno
dos justos será um de alegria eterna, para sempre com o Senhor nos novos céus e na
nova terra.
2 Pedro 3:13. “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e
nova terra, em que habita a justiça.”
COMENTÁRIO
O estado eterno dos não salvos é uma realidade horrível. Nós devemos estremecer
ao ler a verdade escriturística, ou sequer pensar no o castigo eterno! O pecado contra um
Ser infinito exige uma penalidade infinita. Nisto reside a terrível realidade de um
inferno eterno. É o lugar da exclusão de tudo o que é santo, justo, bom, abençoado,
tranquilo e alegre. É um lugar de tormento absoluto e eterno sofrimento. Neste local
estarão o diabo, os anjos caídos e todos os incrédulos que morrerem em seus pecados. A
realidade da felicidade eterna, pela revelação Divina e por contraste, é
332
O estado eterno da criação renovada "em que habita a justiça" (2 Pedro 3:13) será
a completa restauração do universo da maldição, dos efeitos e da própria presença do
pecado . Os justos serão final e totalmente conformados à imagem do Filho de Deus; a
redenção deles estará completa. A própria criação será liberada da carga colocada sobre
ela por causa da realidade e dos efeitos da queda. A humanidade redimida será
glorificada para sempre (Romanos 8:18-23). Os ímpios estarão excluídos no tormento
eterno, e os justos habitarão a nova criação (Apocalipse 21-22). "Depois virá o fim,
quando Cristo tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo
o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a
todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é
a morte" (1 Coríntios 15:24-26). Qual é a sua expectativa? Você tem confiança pela
Palavra de Deus que a sua esperança de salvação eterna repousa no Senhor Jesus Cristo?