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TÉCNICAS PROJETIVAS
H - T - P
Apostila da Profa.
GEÓRGIA SALDANHA
NATAL
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2008
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ÍNDICE REMISSIVO
Histórico 4
Teste da Figura Humana de Machover 5
Teste da árvore 5
Aspectos expressivos, tamanho 6
Pressão 8
Traços, detalhes, simetria, movimento , localização 8
Aspectos do Conteúdo – Casa 8
Teto, telhado, sótão 8
Paredes, tijolos aparentes, porta, caminho, cerca, escada, janelas, chaminé, fumaça 9
Aspectos do Conteúdo – Árvore 10
Solo, raízes, tronco 10
Galhos, copa 11
Flores, frutos 12
Aspectos do Conteúdo – Figura Humana 12
Cabeça, rosto, boca, olhos, nariz 12
Orelhas, cabelos e pelos, sobrancelha, tronco, ombros, pescoço 13
Cintura, mãos e braços 14
Pernas, pés, roupas e acessórios, figura nua, análise de cores 15
Análise Qualitativa do HTP 17
Tempo consumido 17
Tempo de latência 17
Pausas durante a realização do desenho 17
Uso da borracha 17
Figura Humana - Sucessão das partes desenhadas 18
Ordem das figuras (sexo) 18
Visão geral das figuras 19
Figura de frente, costas, perfil, rosto de perfil e corpo de frente, cabeça de perfil e
olhos de frente, desenho pedagógico (em palitos), estátuas, múmias 20
Palhaços, caricaturas, monstros, anões, monstros, figuras grotescas 20
Idade das figuras 20
Postura das figuras 20
Paisagem como tema de fundo e como tema dominante 20
Acréscimo de outra figura 20
Dizeres, versos, rabiscos sem significado 20
Nuvens, chuva ou neve 20
Comparação entre as duas figuras 21
A família de origem e a família ideal 21
Posição das figuras, proporção entre desenhos, omissões, figuras parentais 21
Análise de cada figura 21
Posições das figuras 22
Desenho só dos rostos ou membros 23
Família com órgãos sexuais expostos, em negrito ou
com muitos traços, correções ou retoques 23
Distância ou proximidade entre os membros da família 23
Cada membro da família absorvido na sua própria atividade; 23
família num quadrado, compartimentada 23
Mobília, aparelho de televisão 23
Família em que cada membro está desenhado em um canto da página 23
Família sentada em frente a uma mesa grande e vazia 23
Examinando que se desenha isolado 23
Figura dentro de um círculo 23
Colocação do sujeito próximo de um de seus pais ou irmão(a) 23
Figura desenhada tapando uma outra figura 23
Desenho de uma vizinha ou pessoas mortas 23
Representação do examinando em primeiro ou último lugar 24
Proporção entre os desenhos 24
Figura maior dentro da família 24
Figura menor dentro do círculo da família 24
Genitor dominante 24
Cabeça maior de um dos pais 24
Disparidade entre os membros, irmão menor desenhado maior 24
Em 1926, nos Estados Unidos, Florence Goodenough desenvolveu uma técnica de avaliação
da inteligência a partir do desenho da figura humana. Em 1949, Karen Machover, baseando-se nos
estudos de Goodenough, observou que a figura humana além de indicar o nível intelectual, era sensível
também aos aspectos da área afetivo-emocional. Essa idéia a levou a desenvolver a técnica do desenho
da figura humana como técnica projetiva, com a finalidade de investigar os aspectos da psicodinâmica
envolvidos com a auto imagem e a imagem corporal.
O TESTE DA ÁRVORE
Koch diz que: “Neste teste, a árvore é o suporte da projeção, o objeto que representa o mesmo
papel que o do espelho, que reenvia a imagem projetada nele. O objeto - a árvore - não é um esquema
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gráfico adquirido a partir de um longo treino, como o é a escrita, no entanto, ele é familiar a todo
mundo.
Sua estrutura e sua forma geral são suficientemente conhecidas, para que se descarte o risco
de confusões.
O desenho suscita no sujeito que desenha fenômenos expressivos de origem subjetiva. O
desenho projetado corresponde em parte ao mundo objetivo, em parte com os aspectos subjetivos. A
projeção exterior do mundo interior, não é um ato voluntário. O que é voluntário é a representação do
objeto, mas ela contém uma expressão subjetiva que “passa com ela”.
Toda execução é uma afirmação do sujeito operante ante a realidade exterior; é uma projeção.
No desenho, a realidade exterior é a folha de papel sobre a qual o sujeito se projetará por meio do
desenho.
Odete Lourenção Van Kolck, reconhece que para a interpretação dos desenhos, são necessários três
processos, três momentos:
1. Processo adaptativo - avaliação do material, comparando com a idade, sexo e nível social do sujeito. Para
isso é necessário que o material gráfico corresponda à idade (criança, adulto), sexo (masculino, feminino) e nível
sócio-económico cultural (educação).
2. Processo expressivo - corresponde à estruturação gráfica do desenho (organização gráfica).
Abordagem dos aspectos formais: O COMO
3. Processo projetivo propriamente dito (para Hammer, aspectos de conteúdo) -observando O QUE a pessoa
desenhou. Investigação dos elementos do desenho; partes do desenho.
Aspectos expressivos
1. Tamanho: A relação entre o tamanho do desenho e o espaço da folha indica o espaço que o sujeito ocupa
no meio ambiente. O tamanho do desenho fornece dados a respeito da auto-estima do sujeito, grau de
expansividade no meio (real ou imaginário), relação dinâmica entre o sujeito e o meio ambiente.
Pequeno - sentimento de inadequação e de inferioridade frente às demandas do meio; retraimento;
pressão ambiental; inibição; dificuldade de lidar com o ambiente.
Muito pequeno - constrição; isolamento; depressão; Impressão de não querer , não poder enfrentar a
realidade.
Médio Normal
Grande - sentimento de expansão; maior valorização de si.
Muito grande – agressividade; valorização de si compensatória.
Grande ultrapassando as margens - expansividade que desrespeita os limites. Pode ser a realização
compensatória de sentimento de constrição ambiental.
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TAMANHO DA FIGURA
Grande – usa
toda a folha
Normal – usa
metade da folha
Pequeno
– utiliza
um
pequeno
espaço
da folha
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2. Pressão: Indica nível de energia do sujeito.
Forte - Energia, vitalidade, indivíduos assertivo, agressividade.
Fraca - Baixa energia, falta desconfiança em si, receio/cautela em se colocar no meio ambiente, repressão
da agressividade.
3. Traços: Associados ao controle, segurança.
Longos, contínuos - comportamento controlado, esforço dirigido, perseverança, estabilidade.
Curtos, interrompidos - comportamento impulsivo, inconstância, instabilidade, vulnerabilidade.
Avanços e recuos - sensibilidade, emotividade, hesitação, ansiedade.
4. Detalhes:
Ausência - isolamento emocional, depressão, vazio afetivo.
Excesso - característica de obsessivo-compulsivos, ansiedade, expressão emocional exagerada.
5. Simetria:
Presença - necessidade de sentir-se seguro mantendo controle rígido.
Ausência - dado não relevante.
6. Movimento:
Presença - indício de vida interior rica, bom nível intelectual.
Excesso - instabilidade emocional.
7. Sequência: A análise da sequência poderá fornecer pistas sobre associações que o
sujeito faz inconscientemente e dados sobre seu desenvolvimento emocional.
8. Localização:
ESPIRITUALIDADE
Passividade Atividade
Nostalgia Iniciativa
Egocentrismo Desejos de retorno ao passado Projetos para o futuro Altruísmo
Introversão Iniciativa
Mãe Pai
Começo Conflitos Força dos desejos Fim
Regressão (Impulsos/Instintos)
Origem Fixação a um estágio primitivo Obstinação / Teimosia Finalidade
Passividade Atividade
FIXAÇÃO AO CONCRETO – INSEGURANÇA – INADAPTAÇÃO
3 ORIENTAÇÃO PARA O INCONSCIENTE 2
MATÉRIA
13. Fumaça: indica tensão interna, conflito, quando desenhada de forma escurecida;
extravasamento da tensão
Em negrito: indícios de angústia
Como pequenas nuvens: ansiedade contida
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14.Casa desenhada com a parte frontal à direita: Encontrado em canhotos. Pode indicar
oposição, rebeldia.
15. Casa representada como dupla: ambivalência, pode ser desenhada por filho de pais separados.
5.Galhos:
Cortado: sentimento de castração, aspirações, interesses inibidos. Frustração.
Pontudos: agressividade.
Abertos: impulsividade.
Com extremidades envolvidas por ramagens, como chumaços de algodão:
dissimulação da agressividade.
Pequena com tronco grande: energia de ego que não se canaliza adequadamente em
direção à produtividade.
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Que se expande para cima: fantasia, ambição.
Muito estreito: indivíduo inibido, pressionado nas funções vitais e/ou sexuais. Arredondados: feminilidade.
Angulosos: agressividade, masculinidade.
6 Ombros: ligado a autoridade.
Ênfase: preocupação com a beleza corporal e com o poder físico.
Grandes: desejo de afirmação, de poder e de domínio.
Pequenos: inferioridade, constrição, inibição
Angulosos: agressividade, autoridade.
Arredondados: sensibilidade, feminilidade.
7. Pescoço: área de controle dos impulsos corporais faz a ligação com a cabeça.
Ausência: indivíduo impulsivo.
Fino: indica controle rígido, moralismo.
Comprido: severidade moral, excessivo controle.
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Com gola ou gravata: controle, acentuando a separação entre a razão e os
instintos.
Tempo de latência inicial — a maioria dos indivíduos bem ajustados começa a desenhar
mais ou menos 30 segundos depois que as instruções foram dadas.
Uso da borracha
O uso da borracha só tem valor quando o sujeito mostra capacidade de melhorar o seu
desempenho. Apagar o desenho sem aperfeiçoá-lo não é bom sinal e quando o torna pior é
mais significativo ainda.
— Observações na avaliação
Determinados fatores tirados da experiência na prática clínica e observados na avaliação dos
desenhos das famílias, podem ser úteis à compreensão do material clínico como um todo.
1. Posições das figuras - simboliza a forma que o examinando apresenta a sua família, o espaço
ocupado, o grau de envolvimento (aproximação/distanciamento) do examinado com o próprio eu e
com os membros da família.
2. Proporção entre os desenhos - simboliza as valências positivas ou negativas de seus
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membros.
3. Omissões - geralmente elucida os relacionamentos entre os membros, quando estes estão
representados ou ausentes.
4. Figuras parentais - mostra a dinâmica do relacionamento com os pais. Como são vividas as
funções materna e paterna, como são atribuídos os papéis e seu funcionamento dentro da dinâmica
familiar.
5. Análise de cada figura - a primeira pessoa desenhada geralmente é a figura de maior
valência, positiva ou negativa. É importante fazer a análise qualitativa dos traços. Verificar
sucessivamente as demais pessoas desenhadas.
Obs: Os pais muitas vezes ao verem os desenhos de seus filhos alcançam uma “percepção”
concreta, visível e clara dos problemas familiares e conseqüentemente aderem com mais facilidade
a psicoterapia.
Posições das figuras
O espaço e a postura dos membros familiares simbolizam a proximidade afetiva e a confiança
no relacionamento com pares (proximidade); ou auto-estima rebaixada e distanciamento
afetivo (afastamento).
Todos os membros de pé, eretos e de frente — normal, indica uma família bem
estruturada, adaptada e que encara os problemas de frente.
Figuras sentadas ou agachadas — cansaço e/ou debilidade entre os membros. Pode
simbolizar também instabilidade, baixo nível de energia, preocupação ansiosa com o equilíbrio
entre os membros ou com o membro sentado (sugere Transtorno Depressivo ou
Hipocondria).
Figuras deitadas — sugere patologia familiar ou pode indicar a presença de uma pessoa doente na
família (deve-se fazer inquérito).
Figuras que parecem estar caindo ou inclinadas — colapso e/ou instabilidade entre os
membros e falta de apoio mútuo.
Linha para representar o chão ou cerca para apoiar os membros — necessidade de chão ou
de ajuda, instabilidade entre os membros (sugere Transtorno de Personalidade Dependente).
Figuras de perfil — família evasiva, dissimulada, incapaz de enfrentar os problemas de frente, os
membros aparecem indiferentes e/ou estéreis afetivamente.
Corpos de frente e rostos de perfil — família conflituosa, desajustada, com dificuldade de interação e
contato entre os membros.
Figuras de costas — família dissimulada, conflituosa, hostilidade entre os membros e, às vezes,
agressão (sugere Transtorno de Conduta ou Transtorno de Personalidade Anti-Social).
Desenho só do rosto dos membros — inteligência elevada, problemas com o corpo e/ ou dificuldade de
contato físico (sugere Hipocondria).
Família com os órgãos sexuais expostos — promiscuidade no lar, auto-afirmação ou descoberta do
sexo (comum em adultos com problemas graves na área da sexualidade, sugere Voyeurismo).
Figuras em negrito, muitos traços ou com correções e retoques — conflito com os familiares ou
com o membro retocado.
Distância entre os membros da família — sentimento de isolamento, distanciamento entre os
membros e falta de ressonância afetiva.
Proximidade entre as figuras — sentimento de interação, solidariedade e pertinência.
Cada membro da família absorvido na sua própria atividade — isolamento na família, falta de
comunicação e distanciamento afetivo (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Família num quadrado — desejo de libertar-se e desajustamento familiar .
Família em um quadrado e o examinando desenhado separado — fortes sentimentos de rejeição e
isolamento (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Família compartimentalizada, colocação de cada membro em uma moldura ou separado por
uma linha ou quando o examinando separa a si mesmo dos pais pela colocação de uma peça de
mobília ou aparelho de televisão — falta de comunicação entre os membros, sentimento dc
afastamento da interação familiar, sensação de isolamento, distanciamento afetivo ou de distância para
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com o membro desenhado (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Família em que cada membro está desenhado em um canto da página — intenso sentimento de
afastamento da interação familiar. (sugere Transtorno de Personalidade Esquizóide).
Família sentada em frente a uma mesa grande e vazia — distância emocional entre os membros e
intensos sentimentos de afastamento da interação familiar (sugere Transtorno de Personalidade
Esquizóide).
Família de mãos dadas, pai ou mãe puxando os demais — cerceamento, prisão e falta de liberdade.
Examinando que se desenha isolado — expressão de rejeição dolorosa e isolamento (sugere
Transtorno de Personalidade Esquizóide ou Transtorno Depressivo).
Figura dentro de um círculo — desejo inconsciente de eliminar ou afastar a própria representação da
pessoa mais importante ou alguém doente na família (fazer inquérito)
Colocação do sujeito próximo de um de seus pais ou irmão(a) — sensação de pertinência e
preferência ou sentimentos negativos para com aquele membro.
Desenhar e riscar uma figura — desejo de se afastar, sentimentos de hostilidade frente à pessoa ou
conflitos.
Figura desenhada tapando uma outra figura — desejo de ocultar essa figura ou ciúmes.
Desenho de uma vizinha — maior intimidade e afetividade com a vizinha ou conflito com a pessoa.
Desenho de pessoas mortas — fixação ou conflitos com as mesmas.
Omissões
Refletem os sentimentos de proximidade, ciúmes, rejeições e conflitos entre os familiares.
Examinando que se inclui no desenho — sentimentos de pertinência e de fazer parte da família.
Omissão do examinando do grupo familiar — sentimentos de rejeição, de não participar do
grupo familiar, de não ser apreciado(a), querido (a), de ser inferior, de não receber a afetividade
desejada ou rivalidade entre os irmãos. Pode tanto ser rejeição como sentir-se rejeitado ou desejo
de afastar-se. Comum em crianças adotadas, à medida que se aproximam da adolescência,
momento em que a identidade se torna a maior preocupação; e acontece o mesmo entre aqueles
que vivem com seus pais verdadeiros, mas que se sentem rejeitados (sugere Transtorno
Depressivo).
Omissão dos pais e inclusão de si e dos irmãos — medo, dificuldade e conflitos com as figuras
parentais.
Quando um dos pais não mora com a família e o examinando o desenha como fazendo
parte da mesma — recusa em assimilar uma realidade inaceitável, ligação com o genitor ausente,
vínculo não desfeito e conflitos.
Quando um dos pais vive com a família, mas a criança não o desenha — ressentimentos e
mágoas para com o membro ausente.
Omissão de irmão ou irmã — ciúmes dos irmãos.
Figuras parentais
Refletem a origem, a estruturação e as modalidades dos vínculos familiares.
Pequena diferenciação entre a mãe e o pai — fracasso em reconhecer características diferentes
entre os pais, desinteresse ou medo frente aos progenitores.
Pai e/ou mãe com expressão afetuosa — calor no lar, sensação de pertinência, acolhimento,
sentimento de interação e solidariedade.
Pai e/ou mãe desenhado(a) em primeiro lugar — figura dominante, a mais importante, a mais
afetiva ou a mais agressiva.
Pai e/ou mãe com expressão severa e/ou proibitiva — tendência ao retraimento, medo e
isolamento.
Pai e/ou mãe assistindo à televisão, fumando, comendo, praticando um esporte ou escondendo
o rosto atrás do jornal — pai e/ou mãe ausente, afastamento dos interesses, cuidados e atividades
familiares, sentimento de ser negligenciado (quando o pai é visto como ausente, é menos grave do que a
mãe, e geralmente os efeitos são menos profundos).
Pai e/ou mãe como uma figura assustadora, com mãos grandes, dedos longos e pontiagudos —
a criança vê o pai ou a mãe como rígido(a) e punitivo(a), evidente rejeição e crueldade física e mental,
freqüentemente racionalizada como disciplina e treinamento para o melhoramento da criança.
Pai ou mãe atirando coisas no lixo — forte sentimento de rejeição e sensação de ser como um objeto a
ser descartado.
Pai e/ou mãe cozinhando ou servindo comida — símbolo de dar calor e amor no lar (dando afeto).
Pai e/ou mãe fazendo trabalhos domésticos — sensação de não ser tão importante quanto a ordem e
limpeza, que o cuidado com a casa é mais importante do que a criança.
Família de “marcianos”, artistas, cantores de rock, etc. — sentimento de que só em um lugar
distante pode encontrar proximidade e interação familiar. Expectativa de que aceitação e proximidade
familiar não podem ser atingidas neste mundo e tendência a buscar satisfação na fantasia.
Família de figuras geométricas, despersonalizadas ou desumanizadas — deterioração do lar, da
família, violência, tumulto, conflitos, atitude controlada, racionalizada e sem emoção (comum em crianças
que vivem sob condições deterioradas no lar).
Família com excesso de membros (tios, avós, primos) — dificuldade em perceber a família de
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origem, confusão, dificuldade de ligação afetiva e solidão (tem muita gente e não tem ninguém), pais
ausentes ou ainda pode simbolizar uma “grande” família unida e solidária.
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SUGESTÃO DE ROTEIRO PARA APLICAÇÃO DO HTP
Identificação do sujeito:
NOME (pedir apenas as iniciais do sobrenome)
IDADE
DATA DE NASCIMENTO
ESCOLARIDADE / PROFISSÃO
ESTADO CIVIL
SITUAÇÃO FAMILIAR (irmãos, filhos - sexo e idade de cada um)
COM QUEM MORA? (tem como finalidade investigar situações de separação e/ou perda - caso
tenha, perguntar em que época ocorreu)
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
MATERIAL:
# Aproximadamente 12 folhas de papel oficio branco.
# 2 lápis preto n° 2.
# 1 caixa de lápis de cor, grande e com 12 cores (que estarão fora da caixa)
# 1 borracha
# 1 apontador
# roteiro de aplicação
A aplicação terá um total de 6 desenhos:
1° CASA (apresentar a folha na posição horizontal + lápis preto)
2° ÁRVORE (apresentar a folha na posição vertical + lápis preto)
3º PESSOA (apresentar a folha na posição vertical + lápis preto)
4° PESSOA DO SEXO OPOSTO (apresentar a folha na posição vertical + lápis preto)
5° FAMÍLIA (apresentar a folha na posição horizontal + lápis preto + 12 cores)
6° LIVRE (apresentar a folha na posição horizontal + lápis preto +12 cores)
Deixar sobre a mesa somente o material utilizado para cada aplicação. O restante do material deve ficar
fora do campo de visão do sujeito. A borracha será entregue sempre que o sujeito a solicitar e retirada
após seu uso. (anotar o número de vezes usada). Se o sujeito demonstrar que vai apagar todo o desenho,
oferecer outra folha.
INSTRUÇÕES:
1°. “Desenhe uma casa da melhor maneira que puder, o tempo é livre.”
2°. “Desenhe uma árvore da melhor maneira que puder, o tempo é livre.”
Obs.: Se o sujeito desenhar coqueiro, palmeira, pinheiro ou bananeira, aceitar o desenho e, em seguida
apresentar outra folha, com a seguinte solicitação: "Agora quero que desenhe outra árvore que não seja
coqueiro, palmeira, pinheiro ou bananeira, da melhor maneira que puder, o tempo é livre."
3°. "Desenhe uma pessoa da melhor maneira que puder, o tempo é livre."
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Obs.: Se o sujeito desenhar uma figura esquemática (badameco), só o rosto ou só o busto, aceitar o
desenho e, em seguida apresentar outra folha, com a seguinte solicitação: "Agora quero que desenhe
uma pessoa do mesmo sexo que desenhou anteriormente, só que de corpo inteiro e o mais completa
possível. O tempo é livre."
4°. "Desenhe uma pessoa do sexo oposto a que você desenhou anteriormente, da melhor maneira que puder,
o tempo é livre."
Obs.: (igual a anterior) "Agora quero que desenhe a mesma pessoa, só que de corpo inteiro e o mais
completa possível. O tempo é livre."
5°. "Agora desenhe uma família. Pode ser a sua família, uma família ideal, uma família qualquer, do jeito
que quiser, utilizando todos os lápis se você quiser, o tempo é livre."
6°. "Desenhe o que quiser, usando todos os lápis se você quiser, o tempo é livre."
Durante a execução dos desenhos, o aplicador deve anotar:
- a sequência do desenho
- os comentários do sujeito
- as expressões não verbais que merecem destaque
Após o término de cada desenho é feito o inquérito. Antes de iniciá-lo, o aplicador deve retirar o
lápis, para evitar que o sujeito acrescente novos elementos ao seu desenho. O sujeito deve responder
verbalmente as perguntas, que serão anotadas literalmente pelo aplicador (ou gravadas, se for o caso).
No inquérito o sujeito deverá ter o desenho sob seus olhos.
ÁRVORE
1. Que tipo de árvore é esta?
2. Onde está localizada?
3. Qual a idade dela?
4. Esta árvore está viva?
(Se a resposta for Sim) - O que lhe dá a impressão de vida?
- Existe alguma parte morta? Qual?
- O que provocou a morte?
(Se a resposta for NÃO) - O que provocou a morte?
5. Se fosse uma pessoa, que sexo você daria?
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6. O que provocou essa impressão?
7. Esta árvore está sozinha ou em grupo?
8. O que esta árvore faz você lembrar, pensar ou imaginar?
9. Existe vento soprando? Em que direção?
10.Como está o tempo no desenho? Que dia, mês e ano é?
1a FIGURA HUMANA
1. Qual o nome desta pessoa?
2. Qual a idade dela?
3. Fale um pouco sobre esta pessoa. (Após anotar o relato espontâneo do sujeito, complementá-lo com as
seguintes perguntas):
a) O que ela faz ?
b) Como se sente?
c) Que outras coisas gostaria de fazer?
d) Do que ela mais precisa?
e) O que ela pensa de si mesma?
f) O que ela acha que os outros pensam dela?
g) Quem esta pessoa lhe lembra? Por quê?
h)Alguém já fez mal a esta pessoa? Quem e o quê?
i) Qual o estado civil? (definir o relacionamento: como se relaciona com os pais, namorado, cônjuge)
4. Como está o tempo no desenho? Que dia, mês e ano é?
5. Qual a melhor parte da figura? (desenho)
6. Qual a parte mais feia da figura? (desenho)
2a FIGURA HUMANA
1. Qual o nome desta pessoa?
2. Qual a idade dela?
3. Fale um pouco sobre esta pessoa. (Após anotar o relato espontâneo do sujeito, complementá-lo com as
seguintes perguntas):
a) O que ela faz?
b) Como se sente?
c) Que outras coisas gostaria de fazer?
d) Do que ela mais precisa?
e) O que ela pensa de si mesma?
f) O que ela acha que os outros pensam dela?
g) Quem esta pessoa lhe lembra? Por quê?
h) Alguém já fez mal a esta pessoa? Quem e o quê?
i) Qual o estado civil? (definir o relacionamento)
4. Como está o tempo no desenho? Que dia, mês e ano é?
5. Qual a melhor parte da figura? (desenho)
6. Qual a parte mais feia da figura? (desenho)
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FAMÍLIA
1. Quem são?
2. Fale um pouco sobre essa família: o que fazem, quem se relaciona melhor com quem, quem é a mais difícil de
se relacionar ...
3. Está faltando alguém? Quem? Por que você não a desenhou?
DESENHO LIVRE
- Desenho estruturado (paisagem, por exemplo) - Pedir para o sujeito contar uma história e em seguida pedir
para dar um nome para a história.
- Desenho semi estruturado ou abstrato - Pedir para explicar o desenho e em seguida dar um nome para
o desenho.
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FORMULÁRIOS HTP – Levantamento de dados Aspectos de Conteúdo - Casa
Característica Significado
TETO
TELHADO
PAREDES
PORTA
JANELA
CAMINHO
CERCA
CHAMINÉ
FUMAÇA
OUTROS
ELEMENTOS
SÍNTESE PARCIAL:
SÍNTESE PARCIAL:
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Aspectos de conteúdo – Árvore
Característica SIGNIFICADO
SOLO
RAÍZES
TRONCO
SULCOS /
NÓDOAS
GALHOS
COPA
FRUTOS
FOLHAS /
FLORES
OUTROS
ELEMENTOS
SÍNTESE PARCIAL:
Característica SIGNIFICADO
TAMANHO
TRAÇADO
PRESSÃO
DETALHES
SIMETRIA
MOVIMENTO
LOCALIZAÇÃO
SÍNTESE PARCIAL:
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1ª. Figura Humana - Aspectos expressivos
CARACTERÍSTICA SIGNIFICADO
TAMANHO
TRAÇADO
PRESSÃO
DETALHES
SIMETRIA
SEQUÊNCIA
MOVIMENTO
LOCALIZAÇÃO
SÍNTESE PARCIAL
Aspectos do conteúdo
CARACTERÍSTICA SIGNIFICADO
CABEÇA
BOCA
OLHOS
NARIZ
ORELHAS
CABELOS / PELOS
SOBRANCELHAS
TRONCO
OMBROS
PESCOÇO
BRAÇOS
MÃOS
PERNAS
PÉS
ROUPAS E
ACESSÓRIOS
POSIÇÃO
OUTROS
ELEMENTOS
SINTESE PARCIAL:
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SÍNTESE PARCIAL
Aspectos do conteúdo
CARACTERÍSTICA SIGNIFICADO
CABEÇA
BOCA
OLHOS
NARIZ
ORELHAS
CABELOS / PELOS
SOBRANCELHAS
TRONCO
OMBROS
PESCOÇO
BRAÇOS
MÃOS
PERNAS
PÉS
ROUPAS E
ACESSÓRIOS
POSIÇÃO
OUTROS
ELEMENTOS
SINTESE PARCIAL:
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ESTUDOS DE CASO
Blain, Bergner, Lewis e Goldstein (1981) descobriram um conjunto de seis características de desenho que,
quando ocorrem juntas, sugerem que a criança tenha tido experiência de abuso físico. Sua amostra incluiu 109
crianças entre 5 e 12 anos de idade. Um grupo de crianças (N=32) que estava em tratamento, e considerava-
se que tivessem sofrido abuso físico com um alto grau de certeza. Um segundo grupo de crianças (N=32), que
estavam em tratamento, mas foram julgadas com um alto grau de certeza que não tivessem sofrido abuso
físico. O terceiro grupo (N=45) era composto por crianças bem ajustadas da escola primária e provenientes de
lares em que o abuso físico era altamente improvável. Os autores relataram que um quarto das crianças que
sofreram abuso físico incluíram em seus desenhos quatro ou mais ca racterísticas listadas na Tabela 5. Apenas
três das crianças que estavam em tratamento, que foram consideradas como não abusadas fisicamente,
incluíram tantas dessas características em seus desenhos, e nenhuma criança considerada bem ajustada incluiu
quatro ou mais dessas características em seus desenhos. Este resultado deve ser interpretado com cautela, já
que a média de idade das crianças de cada grupo não foi relatada, e pelo menos três dos seis indicadores
(simetria dos membros, tamanho da cabeça, ausência de janelas no andar térreo) podem estar simplesmente
associados ao desenvolvimento grafomotor.
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Características do H-T-P Associadas a Abuso Físico
Fumaça na chaminé da casa
Ausência de janelas no andar térreo da casa
Cabeça da pessoa maior do que 1/4 da altura total
Pés da pessoa omitidos
Desenho da pessoa feito apenas com formas geométricas
Membros da pessoa muito assimétricos.
Abuso Sexual
Existe grande concordância entre os clínicos de que as crianças sexualmente abusadas constituem um dos
mais difíceis desafios para avaliação. Muitas vítimas que estão em idade pré-escolar ou são muito pequenas
não possuem capacidades de linguagem para verbalizar suas experiências. A presença de ansiedade excessiva
e a compreensão limitada da criança sobre as circunstâncias frequentemente fazem parte das dificuldades na
avaliação. Segundo Helfer & Kempe (1976), o abuso sexual é comumente definido como envolvendo crianças
ou adolescentes dependentes e imaturos, em atividades sexuais consideradas socialmente como tabu. As
atividades sexuais incluem exposição dos genitais do adulto ou da criança, carícia nos genitais, estimulação
(manual ou oral) dos genitais, intercurso vaginal ou anal, e inclusão da criança em pornografia ou prostituição.
Lefrancois (1992) expandiu a definição ao incluir qualquer ato sexual indesejado envolvendo contato físico, ou
ações tais como proposta, sugestão, sedução verbal ou exibicionismo.
De modo diferente do abuso físico, o sexual raramente deixa sinais ou traumas. Entretanto, há sequelas
emocionais, que parecem ser consistentes na literatura sobre os efeitos dos abusos sexuais em crianças. Como
os adultos, as crianças sexualmente abusadas podem sofrer disfunções sexuais (Finkelhor, 1984; Browne &
Finkelhor, 1986), e têm o funcionamento pessoal e emocional prejudicados (Steele & Alexando; 1981) tal
como depressão, ansiedade (Briere, 1990; Briere & Runtz, 1988; Petera* 1985; Sedney & Brooks, 1984) e
auto-estima baixa (Courtois, 1979; Herman, 1981).
Finkelhor e Browne (1986) identificaram quatro componentes gerais em crianças sexualmente abusadas
que eles dizem ser "dinâmicas traumatogênicas". A primeira delas é a sexualização traumática, que é a
introdução de experiências sexuais impróprias no desenvolvimento. A segunda é a traição, que inclui a perda da
confiança e da segurança. A terceira é a impotência, que envolve ansiedade, medo e desamparo sentidos pela
criança quando é incapaz de impedir ou conter o abuso. A última dinâmica é a estigmatização, que leva à
auto-estima baixa e ao sentimento de ter a vkJa arruinada. Essas dinâmicas podem fornecer um modelo para
a compreensão da psi-codinâmica das crianças sexualmente abusadas.
Os indicadores emocionais específicos de crianças sexualmente abusadas que podem aparecer nos
desenhos incluem (McFadden, 1989; Rosenfeld & Wasserman, 1990; Wissow, 1989):
• indicadores sexuais e agressivos não apropriados
• perda do sensação de segurança, incapacidade para confiar
• ansiedade, medo, desamparo (impotência)
• auto-estima baixa
•depressão
• conflitos familiares
• ideias suicidas
• agressão, raiva
• sentimento de culpa, vergonha
• desconforto nas relações íntimas
• ligação exagerada a adultos (dependência)
Hibbard e Hartman (1990) compararam a presença dos indicadores emocionais de Koppitz (Koppitz,
1964) nos desenhos da figura humana de 65 crianças que afirmaram ser vítimas de abuso sexual com os
desenhos de 64 crianças supostamente não abusadas. Os sujeitos tinham de 5 a 8 anos; 94 eram mulheres
e 35, homens. As vítimas de abuso sexual tenderam a desenhar com mais frequência as pernas pres-
sionadas uma à outra, mãos grandes e genitais. As vítimas de abuso sexual tiveram pontos mais
frequentemente nos indicadores emocionais da categoria de ansiedade do que o grupo de crianças de
comparação. A categoria ansiedade inclui sombrea-
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mento da face, sombreamento do corpo e/ou dos membros, sombreamento das mãos e/ou pescoço,
nuvens e omissão dos olhos.
Em um estudo focalizando cinco partes do corpo, Hibbard, Roghmann e Hockelman (1987) constataram
que as vítimas que alegavam abuso sexual e crianças vítimas que se tinha certeza de abuso sexual tendiam
a desenhar com maior frequência genitais do que as crianças de comparação. Entretanto, os autores avisam
que, embora a presença de genitais em desenhos de crianças possa alertar os examinadores para presença
de genitais em desenhos de crianças possa alertar os examinadores para considerarem uma história de
abuso infantil, ela não o prova, bem como a ausência dos genitais não exclui o abuso.
Yates, Beutler e Crago (1985) compararam desenhos de crianças vítimas de in cesto, com os de crianças
sem problemas sexuais em 15 dimensões. As dimensões incluíram sexualização da figura, grau de
dependência, qualidade das defesas do ego e adequação do controle de impulsos. As crianças vítimas de
incesto foram consideradas como possuindo controle dos impulsos precariamente desenvolvido e uma es-
trutura defensiva que enfatizava regressão. Os resultados dessas crianças foram significantemente mais
variáveis na expressão de características sexuais do que o grupo de controle, mas menos variáveis na
maturidade avaliada e na tendência para usar a sublimação como uma defesa da ansiedade.
Spring (1985) discutiu a simbologia em desenhos de 14 mulheres que haviam sido emocional, física ou
sexualmente abusadas na infância ou que haviam sofrido espancamento ou estupro na idade adulta. As
análises indicaram que essas mulheres frequentemente usaram formas e olhos triangulares em seus
desenhos.
A Tabela 6, que resume os dados relativos às características dos desenhos do H-T-P apresentadas nesta
seção, que foi compilada considerando as dinâmicas de personalidade encontradas na literatura e na
experiência dos autores.
O Inquérito Posterior ao Desenho pretende esclarecer aspectos obscuros dos desenhos e proporcionar ao
indivíduo toda oportunidade de projetar sentimentos, necessidades, objetivos e atitudes através da descrição
verbal e de comentários sobre seus desenhos acromáticos e coloridos. Uma pessoa média, bem ajustada vê a
casa ocupada por um ser vivo e vê a árvore e a pessoa vivas. Respostas ao inquérito que descrevem a casa
temporariamente desocupada ou deserta, a árvore morrendo ou morta e a pessoa doente, morrendo ou morta
parecem revelar desajustamento.
As respostas dadas durante o inquérito devem ser avaliadas de acordo com diversas dimensões. O volume de
respostas é importante: A recusa do indivíduo de fazer qualquer comentário é patológica. "Eu não sei" não deve
ser interpretado como falta de resposta, nem é uma resposta satisfatória. Pelo fato de algumas questões serem
específicas e restritas, uma resposta curta pode não ser sempre considerada como concisa, enquanto que uma
resposta longa também não deve ser sempre considerada eloquente. Por exemplo, pode-se ser surpreendido ao
receber uma resposta mais longa do que "homem" ou "mulher" para a pergunta "Esta pessoa é um homem ou
uma mulher?" Por outro lado, seria estranho receber menos do que várias palavras em uma resposta positiva
para a pergunta "O que ele (a) está pensando?" A mais longa série de comentários produzida espontaneamente
que o autor experienciou foi feita por um homem psiconeurótico que entrou em um estado semelhante a um
transe e associou livremente milhares de palavras referentes a sua árvore e a outras de um quadro dependurado
na parede da sala do examinador.
As respostas devem ser avaliadas por sua relevância. Uma resposta irrelevante para "Quantos anos ele (a)
tem?" foi o comentário de um pré-psicótico "Ele tem 100, mas eu tenho 27." Um paciente maníaco respondeu à
pergunta sobre o tempo nos desenhos "Todos os tipos de tempo. Neve, verão, outono, chuva, seco, tudo!" A res-
posta de um paciente psicótico para a pergunta "Alguma parte da árvore está morta?" foi "Eu não posso ouvi-lo
muito bem porque as pessoas estão falando muito." Quando foi perguntado que pessoas, o paciente respondeu
"Ah, Deus e Dr. R." (Dr. R. morrera várias semanas antes). Uma resposta moderadamente irrelevante pode ser
dada a pergunta: "Em que esta pessoa faz você pensar?" com "Ela me lembra de um aluno da quarta série
tentando desenhar." O grau em que as respostas, durante o inquérito, incluem material de auto-referência ou
confabulações deve ser observado.
Muitas vezes, objetos aparentemente irrelevantes desenhados ao redor do tema do desenho representam
membros da família ou pessoas com as quais o indivíduo está intimamente ligado na vida diária. A sua relação
espacial com o objeto desenhado pode ser paralela à proximidade ou distância destas relações pessoais. Estes
detalhes devem ser sempre investigados.
Inquérito da Casa
1. De que esta casa é feita? É uma boa prática determinar o que o material da casa significa para o sujeito.
Tijolos, por exemplo, podem representar estabilidade para um indivíduo e economia de manutenção para outro.
2. De quem é esta casa? Muito frequentemente, os indivíduos costumam desenhar suas próprias casas, mas
eles raramente as reproduzem corretamente - por diversas razões, além do fato que a maioria das pessoas não
desenha com a exatidão de um arquiteto. Uma razão pode ser porque a casa é um auto-retrato do indivíduo,
quando ele age numa situação que envolve os aspectos mais íntimos de suas relações interpessoais. Uma outra pode
ser porque os indivíduos tendem a enfatizar os aspectos da casa que tenham significados mais agradáveis ou
desagradáveis para eles. Essa ênfase pode incluir exagero ou diminuição de um detalhe e/ou distorção da
proporção e da perspectiva. Uma terceira razão pode ser o fato de que a casa em parte, às vezes, representa várias
habitações do passado, do presente e do futuro. Se a casa pertencer a uma outra pessoa, determinar se é vista
como um lugar positivo ou negativo.
3. Você gostaria que esta casa fosse sua? Por que? A resposta do indivíduo a esta pergunta pode revelar atitudes
em relação a seu lar e às pessoas com quem ele partilha o lar. Pode mostrar que tipo de casa o indivíduo gostaria
de ter, a força do desejo de possuí-la e a probabilidade de que este objetivo produzirá frustração. Se o indivíduo
preferir esta casa à sua, por ser maior, é provável que exista uma superlotação real ou um sentimento de frustração.
Se a casa é rejeitada por ser grande demais, o indivíduo pode se sentir inseguro em sua casa atual.
4. Se esta casa fosse sua, que lugar você tomaria para si? Por que? O desejo expresso de indivíduos retraídos
de procurarem refúgio em um quarto dos fundos do andar de cima pode ser surpreen dente. Um quarto de um
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andar superior pode ser escolhido, pois assim o indivíduo pode olhar para fora mais facilmente. Indivíduos
desconfiados tendem a escolher quartos que lhes permitam a observação total dos arredores das portas. Ocasional -
mente, as razões para a escolha de um quarto no andar de baixo revelarão sentimentos de insegurança e a
necessidade de se estar mais próximo da realidade. Qualquer outra escolha que não seja a de um quarto pode ser
vista como significativa e pode ser interpretada em termos da significação do cómodo particular escolhido. A
posição do cómodo escolhido em relação aos outros quartos pode indicar o grau de proximi dade sentido em
relação a cada membro da família.
5. Quem você gostaria que morasse nesta casa com você? Por que? Crianças desajustadas podem revelar
forte necessidade de afeto e aprovação paterna dizendo que querem os pais morando com elas, mas não os seus
irmãos. Indivíduos fortemente paranóicos geralmente preferem morar sozinhos ou com outra pessoa que eles
possam dominar. Os pacientes rapidamente detectam o significado desta pergunta e evitam respostas diretas; a
tentativa de evasão pode ser mais reveladora do que uma resposta franca.
6. Quando você olha para esta casa, ela parece estar perto ou longe? Esta é uma outra pergunta que testa a
realidade e respostas diretas, contradizendo a realidade, são significativas. Normalmente a proximidade parece
significar capacidade de realização ou sentimentos de calor e acolhimento, ou ambos. A distância sugere luta ou
sentimentos de rejeição, ou ambos.
7. Em que esta casa faz você pensar ou lembrar? A qualidade da associação é importante, bem como sua
valência para o indivíduo.
8. Como está o tempo neste desenho? (período do ano e do dia, céu, temperatura).
9. O que esta casa faz você lembrar? Muitas vezes a pessoa nomeada é um membro íntimo da família do
indivíduo.
10. Do que esta casa mais precisa? Por que? Respostas definidas expressam, normalmente, a necessidade
do indivíduo de afeto, abrigo, segurança e boa saúde.
Inquérito da árvore
1. Que tipo de árvore é esta? Os indivíduos normalmente desenham as árvores mais comuns da vizinhança de
suas casas.
2. Onde esta árvore está localizada? Muito frequentemente, os indivíduos desenham a árvore perto de uma
casa do passado ou da atual, ou de um lugar associado a uma experiência de alta valência negativa ou positiva. Se
a árvore está em uma floresta, a definição do indivíduo de uma floresta pode ser reveladora. Para alguns, é um
lugar de paz, tranquilo e de solidão; para outros, um lugar de medo e ameaçador. A resposta "em um grupo de
árvores" sugere que o indivíduo precisa e gosta de companhia.
3. Qual a idade desta árvore? Muito frequentemente, a idade é a idade cronológica ou idade sentida pelo
indivíduo. Às vezes, é o número de anos que o indivíduo viveu após a puberdade, o número de anos que o
ambiente tem sido sentido como insatisfatório ou a idade da pessoa representada pela árvore.
4. Esta árvore está viva? Nenhum indivíduo bem ajustado já respondeu "não". Uma resposta negativa
usualmente indica que o indivíduo sente-se fisiologicamente inferior ou psicologicamente inadequado, culpado,
profundamente deprimido ou alguma combinação desses sentimentos. Ocasionalmente, perguntas adicionais
revelarão que o indivíduo vê a árvore mais adormecida do que morta, o que é um sinal de esperança.
5. O que nela lhe dá a impressão de que ela está viva?A resposta a esta questão pode ser a primeira indicação de
que o indivíduo vê a árvore em movimento, variando desde um pequeno tremor das folhas, até um clara oscilação
do tronco. Outras respostas indicam que tais qualidades como força, vigor, etc., criam a impressão de vida na
árvore. A resposta mais óbvia é a de que a árvore deve estar viva porque tem folhagem.
5. O que provocou a sua morte? (se não estiver viva) Quando vermes, insetos, parasitas, ferrugem,
relâmpago, vento ou, ocasionalmente, ações malignamente agressivas de crianças ou adultos são apontados como a
causa da morte, o indivíduo expressa a convicção de que alguma coisa extrapessoal é a culpada. Se, entretanto, for
dito que a causa é o apodrecimento de alguma parte ou da árvore inteira, um senti mento de que alguma coisa
dentro do "se/f é culpada é indicado.
6. Alguma parte da árvore está morta? Qual parte? O que você acha que causou a sua morte? Há quanto
tempo ela está morta? Folhas mortas podem indicar incapacidade de fazer ajustamentos mais controlados e
delicados como ambiente. Muito comumente, os galhos ou as raízes são vistas como mortas ou partes mortas.
Galhos mortos parecem expressar a crença do indivíduo de que muita frustração foi produzida apenas por fatores
extrapessoais do ambiente. Às vezes, um galho morto representa um trauma físico ou psicológico, e a localização
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do galho ao longo do tronco pode indicar a idade relativa em que o trauma ocorreu. Raízes mortas implicam dese-
quilíbrio ou desintegração intrapessoal com o início de uma séria perda de contato com a realidade. Um indivíduo
que desenha a árvore com um tronco morto revela uma severa perda de controle do ego.
7. Se essa árvore fosse uma pessoa de que sexo ela seria? Em geral, pinheiros são vistos como masculinas;
árvores frutíferas como femininas. Para crianças, esta questão traz a identificação da árvore com o pai, a mãe ou
outra pessoa com quem a criança se identifica.
8. O que nela lhe dá esta impressão? O sexo atribuído à árvore parece ser normalmente determinado por
características, tais como a forma, a força, a aspereza, a graciosidade, a fragilidade, etc. Algumas vezes, entretanto,
certos aspectos da árvore são vistos como partes correspondentes específicas da figura humana. Os longos galhos de
uma sempre-viva lembraram a um indivíduo o cabelo de sua mãe. Uma pequena garota desajustada afirmou
explosivamente que ela viu o punho de seu pai no meio da estrutura dos galhos de uma árvore de bordo,
"Exatamente como ele costumava levantá-lo para bater em minha mãe!"
9. Essa árvore está sozinha ou em um grupo de árvores? Respostas a essa questão não são muito significantes, a não
ser que tenham forte carga emocional. Sentimentos de isolamento e/ou uma necessidade de associação com outros são
frequentemente estimulados aqui.
10. Como está o tempo neste desenho? (Período do dia e ano; céu; temperatura) Supõe-se que a árvore
expressa um sentimento consciente ou subconsciente do se/f do indivíduo em relação ao ambiente. Uma vez que
as forças externas que afetam uma árvore viva são amplamente metereológicas, não é surpreendente que muitos
indivíduos sejam capazes de expressar simbolicamente seus sentimentos de que seu ambiente é protetor e
amigável ou opressor e hostil. Os indivíduos podem descrever condições de tempo desagradáveis em detalhe,
apesar da ausência de qualquer representação de tais condições no desenho. A significação que o tempo descrito
tem para o indivíduo deve ser explorada. Obviamente, o significado de um tempo frio, por exemplo, não será o
mesmo para alguém que o prefira, em relação a outro que não o faça. Crianças pequenas geralmente preferem a
neve porque gostam de brincar nela.
11. Há algum vento soprando? Mostre-me em que direção ele está soprando. Que tipo de vento é este? O
vento simboliza sentimentos de pressão de forças ambientais, pessoais ou situacionais. Um jovem adulto com
uma neurose severa respondeu: "É a calma antes da tempestade." Para a pergunta do examinador: "A tempestade
irá danificar a árvore?" foi obtida a resposta, "Não, eu acho que não. É a tranquilidade antes da guerra atómica.
Não irá destruir a árvore; apenas o cachorro." O indivíduo reiterou várias vezes que a sua árvore, obviamente um
auto-retrato, representava a "Beleza" e o cachorro, que estava farejando o tronco da árvore, significava o
"Homem".
Normalmente o vento é descrito como soprando horizontalmente da esquerda para a direita. Isso revela, na
ausência de intensidade incomum, a tendência do campo psicológico de locomoção do passado (esquerda) para o
futuro (direita). Ventos que têm intensidade acima da média e que desviam da direção convencional parecem ser signi-
ficativos; um indivíduo muito perturbado, por exemplo, afirmou que o vento estava soprando em todas as direções
simultaneamente. Ventos descritos como soprando do chão para o alto da árvore, cruzando a página diagonalmente
para cima, simbolizam um forte desejo de escapar da realidade. O inverso se aplica a ventos ditos como soprando
diagonalmente de um canto superior para o inferior oposto (e a conotação temporal, esquerda para passado, direita
para futuro, parece se manter). O vento descrito como soprando da direita para esquerda pode indicar uma tendência a
regredir sob pressões ambientais ou intrapessoais. Indivíduos narcisistas podem descrever o vento como soprando "em
minha direção".
A descrição do indivíduo da velocidade, umidade e temperatura do vento pode ser reveladoras. Um vento
descrito como soprando com grande força, muito úmido, muito seco, muito quente, muito frio ou alguma combinação
desse tipo, sugere que o indivíduo sofre pressões dolorosas de uma ou mais fontes ambientais. O grau da pressão
sentida presumivelmente corresponde ao grau de variação em relação a um estado de tempo calmo. Isto pressupõe, é
claro, que a resposta não seja apenas uma descrição do tempo na hora do exame.
12. O que esta árvore faz você lembrar? Assim como para os outros desenhos, a qualidade destas associações
deve ser observada de acordo com o seu tom positivo ou negativo.
13. Alguém já machucou esta árvore? Como? Essas respostas costumam indicar o grau em que o indivíduo
sente-se agredido pelo ambiente. A localização do ferimento pode ser informativo. Ferimento na raiz implica uma
ameaça à capacidade fundamental do indivíduo de se manter em contato com a realidade; ferimentos nos galhos
podem indicar obstáculos à obtenção de satisfação bem sucedida por um indivíduo cujos processos de pensamento
estão basicamente intactos.
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Inquérito Pessoa
1. Qual o nome dessa pessoa? Um indivíduo que afirma que uma figura obviamente feminina em roupas
masculinas é um homem, ou que uma figura obviamente masculina de vestido é uma mulher, confirmará verbalmente
a impressão já criada pelo desenho, isto é, de que o indivíduo manifesta confusão e indecisão no papel sexual que
pode ser patológica. Indivíduos muito fechados ou altamente perturbados frequentemente dizem que a pessoa é do
sexo oposto do que foi representado.
2. Quantos anos ele (a) tem? O objetivo principal desta pergunta é descobrir o quanto a idade aparente da pessoa
desenhada se aproxima da idade atribuída pelo indivíduo. Ocasionalmente, a idade estabelecida representa a idade
sentida pelo indivíduo em vez da idade cronológica.
3. Como ele se sente? Por que? A resposta a esta pergunta normalmente parece
expressar os sentimentos do indivíduo em relação à situação que envolve a pessoa
desenhada. A pergunta pode, também, fornecer estímulo suficiente para produzir
comentários diretos referentes aos sentimentos do indivíduo em relação às condições
do presente ou a assuntos que ele ainda não foi capaz de discutir. Às vezes, a resposta "feliz" é, simplesmente, uma
evasão.
4. Como está o tempo neste desenho? (período do dia e ano; céu; temperatura) Raramente o indivíduo
desenhará detalhes que indicam o tempo, tais como pingos de chuva ou flocos de neve no desenho da pessoa.
Portanto a representação gráfica do tempo exige cuidado no inquérito posterior ao desenho, e presume-se que seja
altamente significativa. A projeção do tempo na figura descreve a visão do indivíduo sobre as relações ambientais e
interpessoais.
5. De quem esta pessoa o faz lembrar? Porque? Esta pergunta pode trazer a primeira identificação franca da
pessoa. Por outro lado, o indivíduo nomeado aqui pode ser a quinta pessoa nomeada pelo sujeito como representada
pelo desenho. Enquanto tal multiplicidade de identificação é rara, não é incomum que a figura da pessoa represente,
no mínimo, duas pessoas - o indivíduo e alguém mais de significado particular para ele. A explicação do porquê a
pessoa desenhada o faz lembrar de alguém além do primeiro nome dito é, geralmente, reveladora.
6. Do que esta pessoa mais precisa? Por que? Frequentemente, o indivíduo usa o pronome na primeira pessoa
do singular para responder a esta pergunta. As questões de "necessidades" estão entre as mais produtivas do inquérito
posterior ao desenho. As necessidades podem ser expressas direta, simbolicamente, ou ambas e podem abranger
desde as totalmente físicas às psicológicas mais abstratas.
4. Alguém já machucou essa pessoa? Como? Experiências traumáticas em relacionamentos com os outros
geralmente são reveladas na resposta a esta pergunta.
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Referências Bibliográficas:
BUCK, John N. H-T-P: Casa – Árvore – Pessoa, técnica projetiva de desenho: Manual e guia
de interpretação. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2003.