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1. Conceitos preliminares......................................................................................................... 3
2. Vetores e tensores contravariantes. Invariantes. ............................................................... 4
3. Vetores e tensores covariantes. Tensores mistos. .............................................................. 5
4. Operações fundamentais com tensores............................................................................... 6
a) Adição e subtração ............................................................................................................. 6
b) Multiplicação externa ......................................................................................................... 7
c) Contração de um tensor misto ............................................................................................ 7
d) Multiplicação interna ......................................................................................................... 7
e) Tensores simétricos e anti-simétricos ................................................................................ 7
f) Lei do quociente ................................................................................................................. 8
5. Tensores relativos ................................................................................................................. 9
6. O elemento de comprimento de arco e o tensor métrico................................................. 10
a) O tensor fundamental covariante...................................................................................... 10
b) O tensor fundamental contravariante ............................................................................... 12
c) A formação de novos tensores por meio dos tensores fundamentais ............................... 12
d) Magnitude de um vetor e ângulo entre vetores ................................................................ 13
e) Propriedades do determinante métrico ............................................................................. 14
7. Componentes físicos de um tensor .................................................................................... 14
8. Equação da linha geodésica ............................................................................................... 17
9. Lei de transformação dos símbolos de Christoffel .......................................................... 19
10. Derivada covariante ........................................................................................................... 21
a) Derivada covariante de tensores ....................................................................................... 21
b) Derivada covariante de tensores relativos ........................................................................ 25
11. Derivada intrínseca ou absoluta ........................................................................................ 28
12. Formas tensoriais do gradiente, divergência, laplaciano e rotacional........................... 29
a) Gradiente .......................................................................................................................... 29
b) Divergência ...................................................................................................................... 29
c) Laplaciano ........................................................................................................................ 30
d) Rotacional ........................................................................................................................ 31
13. Tensor de curvatura ou de Riemann-Christoffel ............................................................ 31
14. Problemas propostos .......................................................................................................... 34
15. Soluções dos problemas propostos .................................................................................... 40
Apêndice A – Coordenadas curvilíneas .................................................................................. 68
Apêndice B – A convenção de Einstein para somatórios ...................................................... 88
Apêndice C – Algumas técnicas do Cálculo de Variações .................................................. 103
Referências bibliográficas ...................................................................................................... 118
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 2
Prefácio
Este texto didático foi preparado para o ensino do tópico sobre tensores da ementa de Mé-
todos Matemáticos Aplicados II, disciplina que todo aluno de Física na Universidade Federal
Fluminense deve cursar. Procurou-se versar sobre tantos conceitos e métodos quantos podem ser
expostos e devidamente exercitados em cerca de 24 horas de aula. A profundidade com que os
mesmos foram abordados foi definida por esse limite temporal bem como pelo fato de ser o tex-
to destinado a alunos de graduação.
Pré-requisitos específicos são matrizes e coordenadas curvilíneas; pré-requisitos genéricos
são as disciplinas de Cálculo e Álgebra Linear constantes em qualquer grade curricular de Físi-
ca. Especialmente importante no estudo de tensores é a desenvoltura na utilização da convenção
de Einstein para a notação de somatórios; nesse intento provê-se um apêndice, a ser lido pelos
que ainda não dominem aquela notação. Proporcionam-se também apêndices sobre coordenadas
curvilíneas e, visando ao estudo das geodésicas, sobre algumas técnicas do Cálculo de Varia-
ções.
O autor é particularmente grato aos seus alunos pela depuração de vários erros tipográfi-
cos e estimaria a contribuição de qualquer leitor nesse sentido, estando o correio eletrônico
abaixo à disposição para a comunicação de qualquer tipo de erro presente nesta obra.
1. Conceitos preliminares
Equation Section 1
A descrição matemática das leis físicas, para ser válida, deve ser independente do sistema
de coordenadas empregado: as equações matemáticas que expressam as leis da natureza devem
ser covariantes, isto é, invariantes na sua forma sob mudanças de coordenadas. É exatamente o
cumprimento dessa exigência que leva os físicos ao estudo do Cálculo Tensorial, de capital im-
portância na Teoria Geral da Relatividade e muito útil em vários outros ramos da Física.
Suponha que estejamos trabalhando com N variáveis reais x1 , x 2 " x N . A razão dessa ma-
neira de escrevê-las, com superíndices em vez de subíndices, ficará mais clara adiante. Tais va-
riáveis são denominadas coordenadas; a um conjunto de seus valores chamamos de ponto; já a
totalidade de pontos correspondentes a todos os valores das coordenadas constitui um espaço de
N dimensões, aqui denotado por VN . Diz-se que tal espaço VN é descrito no sistema de coorde-
nadas xi , onde está implícito que i = 1, 2 " N .
A estratégia usada para desenvolver a geometria do espaço VN consiste em tomar concep-
ções geométricas ordinárias e estender suas definições àquele espaço, sempre com o cuidado de
que suas restrições ao nosso espaço tridimensional euclidiano reproduzam as definições familia-
res. Por exemplo, uma curva é definida como a totalidade dos pontos dados pelas equações
x i = f i (t ) (i = 1, 2 " N ) , (1-1)
Estas equações definem para cada ponto x1 , x 2 " x N um conjunto novo de coordenadas
x′1 , x′ 2 " x′ N , o novo sistema de coordenadas x′i . Admitimos que o jacobiano
∂x′1 ∂x′1
"
∂x1 ∂x N
∂x′i
J′ = = # # (1-3)
∂x j ∂x′ N ∂x′ N
"
∂x1 ∂x N
∂xi 1
J = = . (1-5)
∂x′ j J′
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 4
x′ i = x′ i ( x ) , (1-6)
pois a notação desempenha um papel importantíssimo no Cálculo Tensorial e a Eq. (1-6) é mais
fácil de se escrever do que a Eq. (1-2). Nessa notação, a Eq. (1-4) seria xi = xi ( x ′) .
Em geral, os sistemas de coordenadas xi , x′i , etc, que surgirão no decorrer da exposição
podem ser quaisquer sistemas de coordenadas curvilíneas (e.g., as coordenadas cilíndricas ou as
esféricas), a não ser que se diga explicitamente tratar-se de um sistema de coordenadas específi-
co. Contudo, às vezes, enfatizaremos o caráter genérico das coordenadas referindo-se a elas co-
mo coordenadas curvilíneas.
∂x′i
dx′i = dx j , (2-1)
∂x j
∂x′i
X ′i = X j
, (2-2)
∂x j
tal grandeza é denominada invariante e seu valor independe do sistema de coordenadas empre-
gado. Na realidade, trata-se de uma função do ponto P do espaço VN , f (P ) , cujos valores de-
pendem do ponto P mas não do sistema de coordenadas usado para representar cada ponto. As-
sim, um invariante em VN é uma função tal qual f (P ) , que também recebe a denominação de
função escalar, ou simplesmente escalar. As grandezas T ′( x ′) e T ( x ) na equação acima, de
mesmo valor, são vistas como os componentes de uma função escalar nos sistemas de coordena-
das x′i e xi , respectivamente.
∂φ ∂φ ∂x j
= . (3-1)
∂x′i ∂x j ∂x′i
Esta lei de transformação das N grandezas ∂φ / ∂x i parece com a descrita pela Eq. (2-2), mas,
com um pouco mais de atenção, vemos que as variáveis x j e x′i aparecem em lugares trocados
nas derivadas ∂x j / ∂x′i . Assim como os componentes do deslocamento infinitesimal são o pro-
tótipo do vetor contravariante, as derivadas parciais de um invariante, tais quais ∂φ / ∂x j (que
definem os componentes do gradiente de φ, como veremos na Seç. 12a), são o protótipo dos
chamados vetores covariantes, assim definidos:
Um conjunto de N grandezas X i que se transformem de acordo com a equação
∂x j
X i′ = Xj (3-2)
∂x′i
é dito formar os componentes de um vetor covariante.
Convencionalmente, o índice, quando indicativo do caráter contravariante, é posto como
superíndice e, quando covariante, como subíndice. Foi no sentido de cumprir esta convenção
que as coordenadas foram escritas como xi em vez de xi , embora apenas seus diferenciais, e
não elas próprias, apresentem o caráter tensorial contravariante.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 6
Encarando o vetor covariante como um tensor covariante de 1a ordem, não temos dificul-
dades em definir tensores covariantes de ordens mais altas. Por exemplo:
N 2 grandezas Tij que se transformem segundo a equação
∂x k ∂xl
Tij′ = Tkl (3-3)
∂x′i ∂x′ j
é dito formar um tensor covariante de 2a ordem.
Note que os invariantes também podem ser considerados como tensores covariantes de
ordem zero.
Uma vez definidos os tensores contravariantes e os covariantes, não é difícil definir tenso-
res com caráter tanto contravariante quanto covariante –– são os chamados tensores mistos. Por
exemplo, suponha que N 3 grandezas T jki se transformem segundo a equação
∂xl ∂x m ∂x′ k n
Tij′k = Tlm ; (3-4)
∂x′i ∂x′ j ∂x n
dizemos serem elas os componentes de um tensor misto de 3a ordem, com um índice contravari-
ante e dois índices covariantes; também dizemos que esse tensor é do tipo 21 [ou (1, 2) ]. Note que
os tensores covariantes e os contravariantes podem ser vistos como casos especiais de tensores
mistos; um tensor contravariante de 2a ordem é do tipo 20 e um tensor covariante de 3a ordem é
do tipo 30 .
O delta de Kronecker é melhor denotado como δ i j pois é um tensor de 2a ordem do tipo 11 ;
de fato, observe que
∂x′i ∂x′i ∂x k ∂x′i ∂xl k
δ ′ ij = = = δl . (3-5)
∂x′ j ∂x k ∂x′ j ∂x k ∂x′ j
Um tensor pode ser dado em um único ponto P do espaço VN , ao longo de uma curva, por
todo um subespaço de VN ou todo o VN em si. Nos três últimos casos dizemos estar diante de
um campo tensorial, assim enfatizando que tensores se encontram definidos num continuum.
Por exemplo, três funções das coordenadas Vi ( x1 , x 2 , x3 ) (i = 1, 2,3) são os componentes de um
campo vetorial covariante num volume V se em cada ponto de V elas se transformarem como
os componentes de um vetor covariante.
A importância dos tensores na Física Matemática e Geometria reside no fato de que uma
equação tensorial, se verdadeira num sistema de coordenadas, sê-lo-á em todos (cf. Prob. 1).
então é fácil provar que Sijk e Dijk serão tensores (cf. Prob. 3).
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 7
b) Multiplicação externa
Através da multiplicação de cada componente de um tensor de ordem m por cada compo-
nente de um tensor de ordem n obtemos os componentes de um tensor de ordem m + n chamado
produto externo (ou produto direto) daqueles tensores. Por exemplo, o produto externo dos ten-
sores U ikl e W jm é o tensor Tijklm = U ikl W jm ; outros exemplos:
A prova do caráter tensorial desses produtos externos é obtida usando as leis de transformação
dos tensores que entram como fatores (cf. Prob. 4).
T jl = Tijil
e deste, com uma segunda contração (igualando j e l), obtemos o tensor de ordem zero
T = T jj = Tijij .
Acima, após as contrações, os tensores resultantes, mesmo sendo, em geral, diferentes do tensor
original, continuam denotados pela letra T ; no caso, a distinção é feita através dos índices (cla-
ramente, o tipo do tensor T jl é distinto do tipo de Tijkl ).
Para ilustrar uma maneira de provar que o resultado da contração realmente possui caráter
tensorial, façamos a contração dos índices j e k na Eq. (3-4); vemos que o resultado Ti ≡ Tijj é de
fato um tensor:
∂xl ∂x m ∂x′ j ∂xl ∂x m ∂xl ∂xl
Ti ′ = Tij′ j = Tlmn = Tlmn = Tlnn = Tl .
∂x′i ∂x′ j ∂x n ∂x′i N
∂x n ∂x′i ∂x′i
δ nm
d) Multiplicação interna
Consiste numa combinação da multiplicação externa com a contração. Por exemplo, dados
os tensores U i jk e Wlmn , podemos formar o produto externo U i jk Wlmn e depois contrair os índices
i e n para obter o produto interno U i jk Wlmi daqueles tensores. Fazendo agora k = m obtemos um
outro produto interno: U i jk Wlki .
para todas as combinações dos índices i e k então o tensor é simétrico pois apresenta simetria
nesses índices.
A simetria assim definida é uma propriedade que independe do sistema de referência. De
fato, para um tensor T ij , segue da Eq. (2-4) que
onde na passagem (1) são trocados os papéis das letras k e l (∗), na passagem (2) é usada a sime-
tria de T ij e na passagem (3) é usada a Eq. (2-4).
Dizemos que um tensor é anti-simétrico em relação a dois índices contravariantes ou co-
variantes se os dois componentes que se obtêm pela troca dos dois índices considerados forem
nulos ou diferirem apenas no sinal; neste caso, o próprio tensor é dito anti-simétrico. Assim, se
para todas as combinações dos índices i e k então o tensor é anti-simétrico pois apresenta anti-
simetria nesses índices.
Em quatro dimensões, observe que, dos 16 componentes do tensor anti-simétrico T ij , os
quatro componentes T ii (sem somatório) são nulos; os 12 restantes, quando não nulos, serão
iguais em módulo e de sinais contrários aos pares, de modo que, genericamente, apenas seis
componentes são independentes (um hexavetor). Similarmente vemos que, genericamente, os
tensores anti-simétricos de terceira ordem T ijk têm somente quatro componentes independentes,
enquanto o tensor anti-simétrico T ijkl tem só um. Não há tensores anti-simétricos de ordem su-
perior a quatro em quatro dimensões (cf. Prob. 13).
Note que a simetria ou anti-simetria refere-se a dois índices contravariantes ou a dois índi-
ces covariantes. Assim, não dizemos haver simetria quando Ti j = T ji ; tal relação, em geral, não
se transmite de um sistema de coordenadas para outro.
f) Lei do quociente
Suponhamos que não saibamos se um ente U seja um tensor. Se um produto interno de U
com um tensor arbitrário for um tensor então U será também um tensor. Esta é a lei do quocien-
te. Por exemplo, se o produto interno A(i, a ) τ aj entre o conjunto de N 2 funções A(i, a ) e um
tensor arbitrário τ aj for um tensor covariante de 2a ordem então A(i, a) = Aia , um tensor misto
de 2a ordem. A demonstração da lei do quociente é casuísta; nas seções de exercícios (Seçs. 14 e
15) fornecemo-la em alguns casos (cf. Probs. 14 a 18).
(∗)
Uma tal troca recíproca das letras que designam dois índices, por ser muito freqüente no desenvolvimento de
equações tensoriais, será abreviadamente indicada assim: k R l . Muito comum também são as trocas simples de
uma letra (digamos i) por outra (j), ou de duas letras (i e j) por outras duas (m e n), etc, as quais assim indicaremos:
i → j ; i, j → m, n ; etc.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 9
5. Tensores relativos
Equation Section (Next)
As grandezas T ij"
" são ditas componentes de um tensor relativo de peso W ∈ ] , contra-
variante nos superíndices e covariante nos subíndices, se elas se transformarem de acordo com
a equação
" ∂x′ ∂x
i l
T ′ ji"
"
= J W T kl " " , (5-1)
∂x k ∂x′ j
onde J é o jacobiano dado pelas Eqs. (1-5) e (1-3), admitido positivo. É comum se denotarem os
tensores relativos por meio das letras góticas (e.g., T e G são as letras T e G); mas, por causa da
dificuldade de manuscrevê-las, usaremos letras de mão (e.g., A, a, B, b, F, f , T, t ).
Seguindo a prática adotada antes, referimo-nos aos tensores relativos de ordem 0 e 1 como
escalares relativos e vetores relativos, respectivamente. Há certas nomenclaturas adotadas para
tensores relativos de certos pesos: (a) quando W = 0 , dizemos que as grandezas formam um
tensor absoluto, que é o tensor até então estudado; (b) quando W = −1 , o tensor relativo tam-
bém é conhecido como capacidade tensorial; e (c) quando W = 1 , o tensor relativo recebe tam-
bém o nome de densidade tensorial (se de ordens 0 e 1 dizemos densidade escalar e densidade
vetorial, respectivamente). Neste último caso, o nome vem do fato de a grandeza física ρ (den-
sidade) ser dessa categoria, à qual empresta o seu nome. Realmente, considere a expressão da
massa total num volume V onde se encontra matéria distribuída com densidade ρ ( x) . Mudan-
do de coordenadas segundo a lei de transformação xi = xi ( x ′) , vemos através da integral que
fornece a massa total M,
∫V ∫V ρ [ x ( x′)] ∂x d 3 x′ =
∫V ρ ′( x′) d x′ ,
i
M = ρ ( x) d 3 x = 3
∂x′ j
que a densidade de matéria nas novas coordenadas é dada por ρ ′( x ′) = | ∂x i / ∂x′ j | ρ ( x ) , ou seja,
a grandeza física ρ ( x) é um escalar relativo de peso 1 (uma densidade escalar).
As operações de adição, subtração, multiplicação, etc, de tensores relativos são semelhan-
tes às de tensores absolutos. É fácil mostrar que (cf. Prob. 19):
– dois tensores relativos de mesma ordem, tipo e peso podem ser somados, sendo o resultado um
tensor relativo de mesma ordem, tipo e peso
– tensores relativos podem ser multiplicados interna ou externamente, sendo o produto um ten-
sor relativo cujo peso é a soma dos pesos dos fatores
– um tensor relativo pode ser contraído, sendo de mesmo peso o tensor relativo resultante
– a simetria e a anti-simetria de tensores relativos independem do sistema de coordenadas
São escalares relativos de pesos 2, –2 e 0 os determinantes de tensores absolutos de 2a or-
dem | Tij | , |U ij | e |Wi j | , respectivamente. Para provar isso (cf. Prob. 20), basta escrever as leis
de transformação dos tensores, tomar o determinante em cada membro da equação e usar a regra
do produto de determinantes, lembrando que J = | ∂xi / ∂x′ j | e J −1 = | ∂x′ j / ∂x i | :
∂x k ∂xl
Tij′ = Tkl ⇒ | Tij′ | = J 2 | Tkl | (peso 2) , (5-2)
∂x′ ∂x′
i j
∂x′i ∂x′ j kl
U ′ij = U ⇒ |U ′ij | = J −2 |U kl | (peso −2) , (5-3)
∂x k ∂xl
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 10
∂x k ∂x′ j
Wi′ j = Wkl ⇒ |Wi′ j | = |Wkl | (peso 0) . (5-4)
∂x′ ∂x
i l
∂xi ∂x j ∂x k
J = E ijk . (5-5)
∂x′1 ∂x′ 2 ∂x′3
Portanto, pela Eq. (B-35), temos que
∂xi ∂x j ∂x k
E ijk = J E lmn ,
∂x′l ∂x′ m ∂x′ n
′ (a definição do símbolo de Levi-
ou, multiplicando por J −1 e tendo em conta que E lmn = E lmn
Civita é a mesma em qualquer sistema de coordenadas)
−1 ∂xi ∂x j ∂x k
E lmn = J E ijk ′ ,
= E lmn (5-6)
∂x′l ∂x′ m ∂x′ n
revelando que E ijk é um tensor relativo covariante de 3a ordem de peso –1.
Por um raciocínio análogo também mostramos que
uma forma quadrática dos diferenciais das coordenadas em sua expressão mais geral, denomina-
da forma fundamental ou forma métrica (ou simplesmente métrica):
∂x′ k ∂x′ k ∂x′ k ∂x′′ m ∂x′ k ∂x′′ n ∂x′′ m ∂x′′ n ∂x′ k ∂x′ k ∂x′′ m ∂x′′ n
gij ( x) ≡ = = = ′′ ( x′′) . (6-5)
g mn
∂xi ∂x j ∂x′′ m ∂xi ∂x′′ n ∂x j ∂xi ∂x j ∂x′′m
∂x′′n
∂xi ∂x j
′′ ( x′′)
g mn
Logo, ds 2 , sendo o produto dos tensores no 2o membro da Eq. (6-3), é também um tensor: um
invariante, no caso, como é de se esperar, uma vez que a distância entre dois pontos não deve
depender das coordenadas utilizadas no seu cálculo.
Entretanto, existem "espaços" onde não é possível introduzir um sistema de coordenadas
cartesianas. Como exemplo, temos o "espaço" bidimensional formado pelos pontos na superfície
de uma esfera de raio R, onde a distância entre dois pontos infinitesimalmente próximos é dado
em termos das coordenadas esféricas θ e ϕ (co-latidude e longitude, respectivamente) por
ds 2 = R 2 dθ 2 + R 2 sen 2 θ d ϕ 2 .
Não existem coordenadas (digamos ξ e η) em termos da qual essa forma quadrática tome a for-
ma ds 2 = d ξ 2 + dη 2 , como a da Eq. (6-2) com N = 2 . Uma maneira de introduzir tais espaços
nos nossos estudos consiste em definir espaços dotados do conceito de distância como segue:
Temos um espaço métrico ou riemanniano sempre que a distância quadrática infinitesi-
mal puder ser escrita como uma forma quadrática dos diferenciais das coordenadas que seja
invariante; i.e.
ds 2 = gij dxi dx j = invariante . (6-6)
Num tal espaço, se a métrica for definitivamente positiva ( gij dxi dx j > 0 exceto se os diferenci-
ais dxi se anularem)(∗) e for possível introduzir as chamadas coordenadas cartesianas, nas quais
o tensor métrico e a distância quadrática infinitesimal tomam as formas especiais
válidas em todos os pontos, dizemos que o espaço é euclidiano (usamos o sinal = para indicar
que a igualdade só é válida num sistema de coordenadas específico). Espaços euclidianos são,
portanto, casos especiais de espaços riemannianos.
(∗)
Alguns autores consideram riemanniano apenas o espaço de métrica definitivamente positiva, chamando de
pseudo-riemanniano o espaço de métrica de sinal não-definitivo.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 12
No Prob. 23 mostramos que as grandezas gij na Eq. (6-6) podem ser sempre consideradas
como os componentes de um tensor covariante de 2a ordem simétrico [a prova apresentada na
Eq. (6-5) baseia-se na Eq. (6-4), que foi deduzida a partir da Eq. (6-2), e só vale, portanto, na
hipótese de o espaço admitir as coordenadas cartesianas].
Pelas relações dadas na Eq. (6-8) vemos que tais grandezas satisfazem as equações
gik g jk = δ i j . (6-10)
Lembrando que, para qualquer matriz ( aij ) , o elemento aij−1 da sua inversa é dado por
aij−1 = A ji / a , (6-11)
T"
"i
"
" ≡ gim T " m"
" " e T"
"
j"
" ≡ g jn T " "
"n" , (6-12)
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 13
onde dizemos que o tensor T teve seu índice m abaixado como i na primeira operação e seu ín-
dice n levantado como j na segunda. Dado um tensor, este e os que dele resultam abaixando e
levantando índices são denominados tensores associados; usamos a mesma letra para denotá-los
(T nos exemplos acima). Tensores associados são vistos como representações de um mesmo
objeto geométrico (de fato, a relação X i = gij X j estabelece um isomorfismo entre os vetores
covariantes e contravariantes associados) –– exemplos: (a) gij , g ij e δ i j (= gik g kj ) são diferen-
tes representações da métrica do espaço; (b) o vetor contravariante dx j e o vetor covariante
JJJG
dxi = gij dx j representam o mesmo deslocamento infinitesimal PQ desde o ponto P ( x j ) até o
ponto Q ( x j + dx j ) .
A liberdade de levantar e abaixar índices exige cuidado com a ordem horizontal na qual os
índices contravariantes e covariantes são escritos. Por exemplo, em geral, X i j será diferente de
X j i , sendo iguais quando X ij for simétrico:
Xi j − X j
i = gik X kj − gik X jk
(
= gik X kj − X jk
)=0 ⇔ X kj = X jk
.
Por esta razão, daqui por diante evitaremos escrever um subíndice e um superíndice na mesma
linha vertical. (Nos espaços vagos é comum escrever pontos – e.g: T ..ij kl ; no caso acima teríamos
X i .j e X .j i –– prática que não adotaremos.)
Ressalva: Nas coordenadas cartesianas x′i , o tensor métrico é dado pela Eq.
(6-7) e, portanto, Ai′ = gij′ A′ j = A′ i , mostrando que os componentes cartesianos
de um vetor não se distinguem quanto ao tipo contravariante ou covariante; isso,
obviamente, é válido para os componentes cartesianos de um tensor qualquer. Por-
tanto, qualquer que seja o tipo do tensor, seus componentes cartesianos podem ser
denotados com subíndices apenas, prática comum na literatura e que será adotada
aqui.
| X | 2 ≡ X i Xi (= g ij X
i
X j
= g ij X i X j ). (6-13)
É fácil ver que esses dois conceitos (magnitude e ângulo) são invariantes e se reduzem aos
conceitos familiares no espaço euclidiano tridimensional.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 14
g′ = J 2g ; (6-15)
g′ = J g , (6-16)
ou seja, g é um escalar relativo de peso 1. Ele desempenha um papel importante nas integra-
ções; por exemplo, temos que
∫ φ ′ dV ′ = ∫ φ dV .
V′ V
(6-18)
A Eq. (6-17) é usada para definir o elemento de volume no VN . Essa definição decorre do
fato de que aquela equação é obtida naturalmente partindo das coordenadas cartesianas x′i . Re-
almente, usando a notação A = ( aij ) para a matriz com elementos aij ≡ ∂x′i / ∂x j , vemos que
∂x′ k ∂x′ k
= | aik akj | = | aki akj | = = | gij | = g ,
∂xi ∂x j
onde usamos propriedades dos determinantes bem conhecidas e também a Eq. (6-4). Portanto,
partindo do elemento de volume em coordenadas cartesianas x′i , mudando para as coordenas
curvilíneas xi e usando J ′ = g , verificamos que a definição de dV dada na Eq. (6-17) é con-
sistente:
dV ′ = dx′1dx′ 2 " dx′ N = J ′ dx1dx 2 " dx N = g dx1dx 2 " dx N ≡ dV .
Essa é uma expressão invariante que, em coordenadas cartesianas zi (nas quais Z i e ζ i são os
componentes cartesianos dos vetores X i e ξ i , respectivamente), toma a forma (∗)
X i ξi = Z i ζ i . (7-2)
Sendo esse produto escalar dos vetores Z i e ζ i a projeção ortogonal usual de Z i na direção de
ζ i , justificada está a definição na Eq. (7-1).
No caso de um tensor de 2a ordem, os seus componentes físicos são calculados nas dire-
ções de dois vetores unitários ξ i e η i (que podem coincidir), sendo definidos como segue:
Tij ξ iη j (= T ij
ξi η j = T i j ξi η j , etc. ) (7-3)
Nas Eqs. (7-1) e (7-3) transparece que os componentes físicos de um dado tensor podem
ser calculados usando seus componentes contravariantes, covariantes ou mistos (esses e os com-
ponentes físicos representam um mesmo objeto geométrico, conforme já afirmamos na Seç. 6c).
Calculemos os componentes físicos de um vetor ao longo das curvas coordenadas em ter-
mos de seus componentes contravariantes ou covariantes. Para facilitar a exposição, considera-
mos um espaço tridimensional. É necessário usar a Eq. (7-1) três vezes, em cada uma com o
vetor unitário ξ i tangente a uma das curvas coordenadas.
Ora, dada uma curva x i = x i ( s ) qualquer (parametrizada pelo
comprimento de arco), sabemos que o vetor unitário tangente é ξi
ξ i = dxi / ds . No caso de ser ela a curva de x1 (onde x 2 = x 3 = cons-
tante) como mostra a figura à direita, o vetor unitário tangente é curva de x1
ξ 1 = dx1 / ds , ξ2 = 0 , ξ3 = 0 .
(∗)
Nas coordenadas cartesianas, não sendo os índices distinguidos pelo caráter contravariante ou covariante, escre-
vemo-los como subíndices (cf. a ressalva feita ao final da Seç. 6c)
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 16
Portanto, de acordo com a definição dada na Eq. (7-1), o componente físico do vetor X i ao lon-
go da curva de x1 é dado por X1 = X i ξ i = X1 ξ 1 = X1 / g11 . Ao longo das curvas de x 2 e x3
temos resultados similares. Logo, os componentes físicos de X i no sistema de coordenadas
curvilíneas considerado são
X1 / g11 , X 2 / g 22 e X 3 / g33 ; (7-5)
Em resumo:
X1 X2 X3
X1 = = X 1 g11 , X2 = = X 2 g 22 , X3 = = X 3 g33 . (7-7)
g11 g 22 g33
1 1
ξi = gij ξ j = gi1 ξ 1 = δ i1 g11 = δ i1 g11 e ηi = gij η j = gi 2 η 2 = δ i 2 g 22 = δ i 2 g 22 ;
g11 g2
T12
T12 = Tij ξ iη j = T12 ξ 1η 2 = ,
g11 g 22
Em resumo, os nove componentes físicos desse tensor, tanto em termos dos seus componentes
covariantes quanto dos contravariantes, são
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 17
ds 2 = hN2 1 2
1 ( dx ) + h
N
2 2 2
2 ( dx ) + h
2 2 2
3 ( dx ) , (7-9)
N
g11 g 22 g33
xi = xi (t ) , t ∈ [t1 , t2 ] , (8-1)
∫
t2
A = s dt , com s ≡ gij xi x j . (8-3)
t1
∂s
∂x k
=
∂
∂x k
gij x x
i j
=
1
2 gij x i x j
∂ ( gij x i x j )
∂x k
=
gij
(
∂x i j
2 s ∂x k
+ x i
x
∂x j
∂x k
)
gij g kj x j + gik x i 2 g kj x j g kj x j
= (δ ki x j + x i δ kj ) = = =
2 s 2 s 2 s s
e que
∂s 1 ∂ 1 ∂gij i j
= ( g ij i x j ) =
x x x ;
∂x k 2 s ∂x k 2 s ∂x k
esses resultados substituídos na Eq. (8-4) fornecem
d ⎛ g kj x ⎞ 1 ∂gij i j
j
⎜ ⎟− x x = 0 .
dt ⎝ s ⎠ 2s ∂x k
d
ds (
g kj
dx j
ds
− )
1 ∂gij dxi dx j
2 ∂x k ds ds
= g kj
d2x j
ds 2
+
dg kj dx j 1 ∂gij dxi dx j
ds ds
−
2 ∂x k ds ds
= 0 .
1 ⎛ ∂g jk ∂gik ∂gij ⎞
[ij , k ] ≡ ⎜ + − k ⎟ , (8-5)
2 ⎝ ∂xi ∂x j ∂x ⎠
obtemos, com l no lugar de k,
d2x j dxi dx j
glj + [ij , l ] =0 .
ds 2 ds ds
⎧k ⎫
⎨ ⎬ ≡ g [ij , l ] ,
kl
(8-6)
⎩ ij ⎭
encontramos a equação da geodésica na forma normalmente apresentada na literatura,
d 2 xk ⎧ k ⎫ dxi dx j
+⎨ ⎬ =0 , (8-7)
ds 2 ⎩ ij ⎭ ds ds
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 19
⎧i⎫ 1 ∂gii
⎨ ⎬= (8-12)
⎩ ii ⎭ 2 gii ∂x
i
⎧i ⎫ 1 ∂g jj
⎨ ⎬=− (8-14)
⎩ jj ⎭ 2 gii ∂xi
{}
Na literatura, em vez de k , também se usam {ij , k} e Γ ijk ; esta última notação, entretan-
ij
to, sugere um caráter tensorial que, como veremos adiante, não é verdadeiro em geral.
para obtê-lo no sistema de coordenadas xi , calculemos nesse sistema o primeiro termo entre
parênteses, fazendo uso da regra da cadeia e da lei de transformação da métrica:
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 20
∂g ′jk
∂x′i
=
∂
∂x′i
( g mn
∂x m ∂x n
∂x′ j ∂x′ k
) =
∂g mn ∂xl ∂x m ∂x n
∂xl ∂x′i ∂x′ j ∂x′ k
+ g mn ( ∂x′ ∂x′
∂2 xm
i j
∂x n
∂x′ k
+
∂x m ∂ 2 xn
∂x′ j ∂x′i ∂x′ k
).
iR j jRk
Desta equação, com duas permutações (∂g ′jk / ∂x′i ⎯⎯⎯ → ∂gik′ / ∂x′ j ⎯⎯⎯ → ∂g ij′ / ∂x′ k ) , ob-
temos no sistema xi os dois últimos termos da Eq. (9-1); substituindo nesta os resultados, en-
contramos
1 ∂g mn ∂xl ∂x m ∂x n 1 ⎛ ∂ 2 x m ∂x n ∂x m ∂ 2 x n ⎞
[ij , k ]′ = + g mn ⎜ + ⎟
2 ∂xl ∂x′i ∂x′ j ∂x′ k 2 ⎝ ∂x′i ∂x′ j ∂x′ k ∂x′ j ∂x′i ∂x′ k ⎠
2 m
1 ∂g mn ∂xl ∂x m ∂x n 1 ⎛ ∂ x ∂x n ∂x m ∂ 2 x n ⎞
+ + g mn ⎜ + ⎟
∂xl ∂x
2 ′ ∂x′ ∂x′
2
j i k
⎝ ∂x′ j ∂x′i ∂x′ k ∂x′i ∂x′ j ∂x′ k ⎠
lRm
2 m
1 ∂g mn ∂xl ∂x m ∂x n 1 ⎛ ∂ x ∂x n ∂x m ∂ 2 x n ⎞
− − g mn ⎜ + ⎟
∂xl ∂x
2 ′ ∂x′ ∂x′
2
k i j
⎝ ∂x′ k ∂x′i ∂x′ j ∂x′i ∂x′ k ∂x′ j ⎠
l ,m ,n → n ,l ,m
∂xl ∂x m ∂x n ∂2 xm ∂x n
[ij , k ]′ = [lm, n] + g mn . (9-2)
∂x′i ∂x′ j ∂x′ k ∂x′i ∂x′ j ∂x′ k
i j b s
∂x ∂x′ ∂x′
a i
∂x ∂x
′
j
b s
δ bn δ ma
δ na δ ma
donde
∂2 xa ∂x a ⎧ k ⎫′ ∂xl ∂x m ⎧ a ⎫
= ⎨ ⎬ − ⎨ ⎬ . (9-4)
∂x′i ∂x′ j ∂x′ k ⎩ ij ⎭ ∂x′i ∂x′ j ⎩ lm ⎭
∂x′ a
V ′a = V j
,
∂x j
obtemos
∂V ′a ∂x′ a ∂xi ∂V j
∂xi ⎡ ∂x′ a ⎧ k ⎫ ∂x′l ∂x′ m ⎧ a ⎫′ ⎤
= +V j
⎢ ⎨ ⎬− i ⎨ ⎬ ⎥
∂x′ n ∂x j ∂x
′ ∂x
n i
∂x′ n ⎣ ∂x k ⎩ ij ⎭ ∂x ∂x
j
⎩ lm ⎭ ⎦
j →k
∂x′ a ∂xi ⎡ ∂V k ′
j ⎧k ⎫⎤ m⎧ a ⎫
= ⎢ + V ⎨ ⎬⎥ − V ′ ⎨ ⎬ ,
∂x k ∂x′ n ⎣ ∂xi ⎩ ij ⎭ ⎦ ⎩ nm ⎭
ou
′ ∂x′ a ∂xi ⎡ ∂V k
⎡ ∂V ′a m⎧ a ⎫ ⎤ j ⎧k ⎫⎤
⎢ + V ′ ⎨ ⎬ ⎥ = ⎢ i + V ⎨ ⎬⎥ , (10-1)
⎣ ∂x′ ∂x ∂x′ ⎣ ∂x
n k n
⎩ nm ⎭ ⎦ ⎩ ij ⎭ ⎦
onde vemos que os termos entre colchetes é um tensor de 2a ordem do tipo 11 (pois se transforma
como tal); a expressão desses termos é usada para definir a derivada covariante do vetor contra-
variante V k (em relação a xi e com respeito à métrica gij incorporada nos símbolos de Chris-
toffel) e é denotada de várias maneiras:
∂V k ⎧k ⎫ DV k
+ V j ⎨ ⎬ ≡ V k ; i ou ou ∇i V k ou V k&i ; (10-2)
∂x i
⎩ ij ⎭ Dx i
∂V j′ ∂ ⎛ ∂x a ⎞ ∂x ∂x ∂Va
a k
∂ 2 xa
= ⎜ Va ⎟ = + Va .
∂x′i ∂x′i ⎝ ∂x′ j ⎠ ∂x′ j ∂x′i ∂x k ∂x′i ∂x′ j
∂V j′ ∂x a ∂x k ∂Va ⎡ ∂x a ⎧ k ⎫′ ∂xl ∂x m ⎧ a ⎫ ⎤
= + Va ⎢ k ⎨ ij ⎬
− j ⎨ lm ⎬ ⎥
,
∂x′i ∂x′ j ∂x′i ∂x k ⎣ ∂x ′ ⎩ ⎭ ∂x ′
i
∂x ′ ⎩ ⎭ ⎦
ou
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 23
∂V j′ ∂x a ⎧ k ⎫′ ∂V j′ ⎧ k ⎫′
− Va ⎨ ⎬ = − V ′
k ⎨ ⎬ =
∂x′i
∂x′ k ⎩ ij ⎭ ∂x ′
i
⎩ ij ⎭
Vk′ ( ∗)
∂x a ∂x k ∂Va ∂xl ∂x m ⎧a⎫
= − Va ⎨ ⎬
∂x′ ∂x′ ∂x
j i
k
∂x′ ∂x′
i j
⎩ lm⎭
a → m e k →l a→k
∂x m ∂xl ⎡ ∂Vm ⎧ k ⎫⎤
= i ⎢
− Vk ⎨ ⎬ ⎥ ,
∂x′ ∂x′ ⎣ ∂x
j l
⎩ lm ⎭ ⎦
( ∗)
onde vemos que os termos marcados por (∗) formam um tensor de 2a ordem do tipo 02 ; acaba-
mos de justificar a seguinte definição para a derivada covariante de um vetor covariante:
∂Vm ⎧k ⎫
Vm ; l ≡ − Vk ⎨ ⎬ . (10-3)
∂xl
⎩ lm ⎭
A definição de derivada covariante pode ser estendida para qualquer tensor. Podemos en-
trever como seria a fórmula da derivada covariante de um tensor genérico por simples inspeção
das Eqs. (10-2) e (10-3). Mas, para que a indução que conduz à fórmula geral da derivada cova-
riante seja bem compreendida, calculemos a derivada covariante do tensor misto T j i empregan-
do uma vez mais o método como a obtivemos acima para o caso dos vetores contravariantes e
covariantes: Derivando a lei de transformação T j′a = (∂x′ a / ∂x s ) (∂xb / ∂x′ j ) Tb s em relação a x′i e
usando as Eqs. (9-4) e (9-5) para eliminar as derivadas segundas, obtemos
∂xb ∂x r ∂x′ a k
{}
s ∂x ∂x′ l a ′
{ }
s ∂x′ ∂x ′
k − T s ∂x′ ∂x ∂x
{} {}
b m a b a l m
(2) + Tb s − Tb δ i lm + Tb b
b
∂x′ ∂
j
x′ ∂x
i k rs
∂x
′ ∂x
j s
∂
x ∂
s
x′
k ij
∂x ∂
s
x′ ∂x′
i j lm
onde vemos que os termos marcados por (∗), um tensor de 3a ordem do tipo 21 , é a derivada co-
variante desejada:
∂Tb s ⎧s ⎫ ⎧m ⎫
Tb ; r ≡
s
+ Tb k ⎨ ⎬ − Tm s ⎨ ⎬ . (10-4)
∂x r
⎩ rk ⎭ ⎩ rb ⎭
∂Tkl ij ⎧ i ⎫ ⎧ j⎫ ⎧ s ⎫ ⎧s⎫
Tkl ij ; n = + Tkl sj ⎨ ⎬ + Tkl is ⎨ ⎬ − Tsl ij ⎨ ⎬ − Tks ij ⎨ ⎬ . (10-5)
∂x n ⎩ sn ⎭ ⎩ sn ⎭ ⎩ kn ⎭ ⎩ ln ⎭
Caso não se queira deduzir esta fórmula pelo procedimento acima, não é difícil mostrar
que a expressão de Tkl ij ; n acima se transforma, de fato, como um tensor do tipo que os índices
indicam (do tipo 32 ). A qualificação covariante para esse tipo de derivada é justificada pelo fato
de ser o resultado dessa diferenciação um tensor com um índice covariante a mais.
A derivada covariante de um escalar φ ( x) em relação a xi é definida simplesmente por
φ ; i ≡ ∂φ / ∂x i , já que esta derivada parcial é um tensor (um vetor covariante).
Também não há dificuldades em se verificar que as regras para a diferenciação covariante
de somas e produtos de tensores são as mesmas da diferenciação ordinária; observe os seguintes
exemplos no caso de produtos:
D ( Ai j B j kl )
n
= ( Ai j B j kl ) ; n = Ai j ; n B j kl + Ai j B j kl ; n (derivada covariante de produto interno)
Dx
D ( Ai j B k lm )
n
= ( Ai j B k lm ) ; n = Ai j ; n B k lm + Ai j B k lm ; n (derivada covariante de produto externo)
Dx
O teorema de Ricci, cuja demonstração é deixada para os exercícios (cf. Prob. 40), diz
serem nulas as derivadas covariantes do tensor fundamental e dos seus tensores associados:
Podemos então dizer que tais tensores "comportam-se como constantes" sob a diferenciação co-
variante. Isso justifica, por exemplo, abaixar o índice i em T i j ; k como normalmente faríamos ––
gil T i j ; k = Tlj ; k ––, pois
Ressalva: Observe pela Eq. (10-5) que os termos "corretivos" a que nos refe-
rimos antes (que devem ser adicionados à derivada parcial do tensor para que o re-
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 25
Ao ler esta seção, o aluno deve ter ficado intrigado sobre o que tem a derivada covariante
a ver com as geodésicas a ponto de esses dois conceitos apresentarem em comum termos tão
especiais quanto os símbolos de Christoffel. A razão disso é dada no final da Seç. 11.
∂J ∂2 xa ∂x′ j
= J , (10-8)
∂x′i ∂x′i ∂x′ j ∂x a
cuja demonstração é deixada para a seção de exercícios resolvidos (cf. Prob. 46). Eliminando a
derivada segunda usando a Eq. (9-4), obtemos
equação que será de uso mais direto nas deduções que seguem.
O procedimento é o mesmo que foi usado para tensores absolutos. Comecemos com o ca-
so de um escalar relativo de peso W, f ; diferenciando em relação a x′i ambos os membros de
sua lei de transformação
f ′ = JW f ,
∂f ′ W −1 ∂J ∂f ∂xl
=WJ f +J W
∂x′i ∂x′i ∂xl ∂x′i
⎡ ⎧ k ⎫′ ∂xl ⎧ a ⎫⎤ W ∂f ∂x
l
= W f J W −1 J ⎢ ⎨ ⎬ − ⎨ ⎬⎥ + J
⎣ ⎩ ki ⎭ ∂x′ ∂xl ∂x′i
i
⎩ al ⎭ ⎦
⎧ k ⎫′ ∂xl ⎧a⎫ W ∂f ∂x
l
= W fN
JW ⎨ ⎬ − JW W f ⎨ ⎬ + J ,
f ′ ⎩ ki ⎭ ∂x ′
i
⎩ al ⎭ ∂x l
∂x ′
i
ou
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 26
⎡ ∂f ′ k ′⎤
′ ⎧⎨ ⎫⎬ ⎥ = J W ∂x ⎡ ∂f − W f ⎧⎨ ⎫⎬ ⎤ ,
l a
⎢ i − Wf ⎢ ⎥
⎣ ∂x′ ⎩ ki ⎭ ⎦ ∂x′i ⎣ ∂xl ⎩ al ⎭ ⎦
onde vemos que os termos entre colchetes é um vetor relativo covariante de peso W (pois se
transforma como tal); a expressão desses termos é usada para definir a derivada covariante de f
(um escalar relativo de peso W ):
∂f ⎧s⎫
f ;l ≡ − W f ⎨ ⎬ . (10-10)
∂xl ⎩ sl ⎭
∂x′ a
V ′ a = JW Vj ,
∂x j
usando a Eq. (10-9) para eliminar a derivada do jacobiano e a Eq. (9-5) para eliminar a derivada
segunda que surge, obtemos
′
∂x′ a j W ⎧ k ⎫ ∂x′ a j W ∂xl ⎧ a ⎫ W ∂x′ ∂x ∂V
a i j
= W V J ⎨ ⎬ − W V J ⎨ ⎬ + J
∂x j
⎩ kn ⎭ ∂x
j
∂x′ n ⎩ al ⎭
∂x j ∂
x′ n ∂xi
a
V′ j→k l →i j→k
ou
′ ′
⎡ ∂V ′ a m⎧ a ⎫ a ⎧ k ⎫ ⎤ W ∂x′ ∂x ⎡ ∂V j ⎧k ⎫ ⎧ a ⎫⎤
a i k
⎢ + V ′ ⎨ ⎬ − W V ′ ⎨ ⎬ ⎥ = J ⎢ i + V ⎨ ⎬ − WV
k
⎨ ⎬⎥ ,
⎣ ∂x′ ∂x ∂x′ ⎣ ∂x
n k n
⎩ m n ⎭ ⎩ ⎭ ⎦
kn ⎩ ⎭
ij ⎩ ai ⎭ ⎦
onde vemos que os termos entre colchetes é um tensor relativo de peso W do tipo 11 ; ele é usado
para definir a derivada covariante de V k ( um vetor relativo contravariante de peso W ):
∂V k ⎧k ⎫ ⎧s⎫
V k;i ≡ + V j ⎨ ⎬ − WV k ⎨ ⎬ . (10-11)
∂x i
⎩ ij ⎭ ⎩ si ⎭
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 27
⎧s ⎫
Ti "j " ; a = (termos usuais caso Ti "j " fosse um tensor) − W Ti "j " ⎨ ⎬ . (10-12)
⎩ sa ⎭
⎡ ∂
Ti "j "; a = gW / 2 ⎢ a ( g −W / 2 Ti "j " ) + ∑ g
−W / 2
(
Ti "j " { } ) ⎤⎥
⎣ ∂x ⎦
⎡ W ∂g j " ⎛ ∂Ti "j " ⎞⎤
= g W /2 ⎢− g
⎣⎢ 2
− (W / 2) − 1
∂x a
Ti " + g −W / 2
⎜⎜
⎝ ∂x a
+ ∑ (
Ti "j " { } ) ⎟⎟ ⎥
⎠ ⎦⎥
∂Ti "j "
=
∂xa
+ ∑ Ti "j " (
{ })
− W Ti "j " ⎛⎜
⎝ 2
1 ∂g ⎞
g ∂x a ⎟
⎠
,
( ∗) (†)
onde marcamos com (∗) os termos usuais caso Ti "j " fosse um tensor absoluto [obviamente, por
∂V i
V i ;i = ( V i : vetor relativo contravariante de peso 1) . (10-13)
∂x i
( ∗)
onde, na última passagem, usamos o fato de que, em coordenadas cartesianas, a derivada parcial
é igual à derivada covariante (cf. a ressalva feita no final da Seç. 10a). O termo marcado por (∗) ,
sendo o produto de dois tensores, é também um tensor, cuja importância garante-lhe nome e no-
tação especial: derivada intrínseca do vetor V k ao longo da curva x k (t ) (num sistema genérico
de coordenadas), comumente denotada por meio do símbolo δ e sendo encontrada na literatura
em várias formas equivalentes:
δV k DV k dx j ⎡ ∂V k ⎧ k ⎫ i ⎤ dx j dV k ⎧ k ⎫ i dx j
≡ = ⎢ j + ⎨ ⎬V ⎥ = + ⎨ ⎬V , (11-2)
δt Dx j dt ⎣ ∂x ⎩ ij ⎭ ⎦ dt dt ⎩ ij ⎭ dt
δV k
=0 , (11-3)
δt
se e somente se esse campo for eqüipolente ao longo da curva.
(∗)
Dois vetores têm a mesma direção se o ângulo entre eles, segundo a definição dada na Seç. 6d, for nulo.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 29
d 2 xk
ds 2
⎧ k ⎫ dxi dx j
+⎨ ⎬
⎩ ij ⎭ ds ds
= ( )
d dx k
ds ds
⎧ k ⎫ dxi dx j
+⎨ ⎬
⎩ ij ⎭ ds ds
=
dV k ⎧ k ⎫ i dx j
ds
+ ⎨ ⎬V
⎩ ij ⎭ ds
=
δV k
δs
=0 ,
pela simples razão de ∂φ / ∂x i ser um tensor (um vetor covariante, como foi dito) que, nas coor-
denadas cartesianas, coincide com a definição usual do gradiente.
b) Divergência
Definimos a divergência de um campo vetorial contravariante F i como a seguinte contra-
ção de sua derivada covariante:
div F i ≡ F i ; i . (12-2)
∂F i k ⎧ i ⎫
F i; j = + F ⎨ ⎬
∂x j ⎩ jk ⎭
logo,
div Fi = div F j = F j ; j = ( g ij Fi ); j ,
ou, lembrando que g ij "comporta-se como uma constante" sob a diferenciação covariante [cf.
Eq. (10-7)], obtemos
div Fi = g ij Fi ; j . (12-4)
1 ∂
div F i =
g ∂xi
( g Fi ), (12-5)
c) Laplaciano
O laplaciano de uma função invariante das coordenadas xi é definido como sendo o inva-
riante que se obtém calculando a divergência do gradiente de φ :
Podemos desenvolver esta expressão e obter duas fórmulas do laplaciano usadas na literatura
física. Primeiramente, usando as Eqs. (12-3) e (12-5), obtemos
1 ∂ ⎡
∇ 2φ = div (grad φ )i = div (grad φ )i = i ⎣
g (grad φ )i ⎤⎦
g ∂x
1 ∂ ⎡ 1 ∂ ⎡ ∂φ ⎤
= i ⎣
g g ij (grad φ ) j ⎤⎦ = i ⎢
g g ij j ⎥ . (12-7)
g ∂x g ∂x ⎣ ∂x ⎦
⎡ ∂ (grad φ )i ⎧ k ⎫ ⎤
∇ 2φ = div (grad φ )i = g ij (grad φ )i ; j = g ij ⎢ − ⎨ ⎬ (grad φ ) k ⎥
⎣ ∂x
j
⎩ ij ⎭ ⎦
⎡ ∂ ∂φ ⎧ k ⎫ ∂φ ⎤ ⎡ ∂ φ
( )
⎧ k ⎫ ∂φ ⎤
2
= g ij ⎢ j ⎜⎛ i ⎟⎞ − ⎨ ⎬ k ⎥ = g ij ⎢ −⎨ ⎬ k ⎥ . (12-8)
⎣ ∂x ⎝ ∂x ⎠ ⎩ ij ⎭ ∂x ⎦ ⎣ ∂x ∂x ⎩ ij ⎭ ∂x ⎦
i j
∇ 2φ = g ij φ ; ij , (12-9)
d) Rotacional
G
No espaço euclidiano tridimensional, para um vetor V de componentes Vi ′ nas coordena-
das cartesianas x′i , temos que, se
G
Rij′ ≡ E ijk ( ∇ ′ × V ) k ,
G
′ , R31
então R23 ′ e R12′ são, respectivamente, os componentes cartesianos do rotacional de V ao
G G
longo dos eixos x′1 , x′ 2 e x′3 , [ R23
′ = E 23k (∇ ′ × V ) k = (∇ ′ × V ) 1 , etc], e os demais valores de
Rij′ , devido à anti-simetria nos índices l e m, ou são nulos (se l = m) ou o negativo de um daque-
les componentes. Em suma, apenas três valores de Rij′ são independentes e são eles os compo-
G
nentes cartesianos de ∇ ′ × V .
Mas, usando a Eq. (B-20) e lembrando que, num sistema cartesiano, as derivadas parciais
podem ser substituídas pelas derivadas covariantes, podemos escrever
∂ ∂
Rij′ ≡ V j′ − Vi ′ = V j′; i − Vi;′ j .
∂x′ i
∂x′ j
Ora, essa expressão é tensorial. Está assim justificada a definição do rotacional de um ve-
tor covariante Vi num sistema de coordenadas curvilíneas x′i como sendo o tensor covariante
de 2a ordem anti-simétrico Rij ≡ V j ; i − Vi; j . Computando essas derivadas covariantes, obtemos
Rij =
∂V j
∂x i
− Vk
⎧k ⎫
⎨ ⎬−
⎩ ij ⎭
∂Vi
∂x j
− Vk ( ⎧k ⎫
⎨ ⎬
⎩ ji ⎭
),
ou seja, chegamos à seguinte expressão mais simples do rotacional:
∂V j ∂Vi
Rotacional de Vk = − . (12-10)
∂x i
∂x j
∂2 f ∂2 f
e
∂x ∂y ∂y ∂x
sejam iguais é que f ( x, y ) seja da classe C2 . Embora se admita que componentes de tensores
sempre satisfaçam tal condição, isso não garante que uma diferenciação covariante dupla inde-
penda da ordem em que cada uma seja calculada. Assim, por exemplo, para um vetor Va , temos
que Va ; ij ≠ Va ; ji em geral. Deduzimos em seguida a condição para que a ordem de cálculo da
derivada covariante não importe.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 32
∂Vi ⎧r ⎫
Vi ; j = − ⎨ ⎬Vr ,
∂x j ⎩ ij ⎭
∂Vi , j ⎧r ⎫ ⎧r ⎫
Vi ; jk = (Vi ; j ) ; k = − ⎨ ⎬Vr ; j − ⎨ ⎬Vi ; r .
∂x k ⎩ ik ⎭ ⎩ jk ⎭
∂Vi ; k ⎧r ⎫ ⎧r⎫
Vi ; kj = (Vi ; k ) ; j = − ⎨ ⎬Vr ; k − ⎨ ⎬Vi ; r .
∂x j
⎩ ij ⎭ ⎩ kj ⎭
⎧s⎫ ⎧s⎫
∂ ⎨ ⎬ ∂ ⎨ ⎬
∂ 2Vi ⎩ ij ⎭ ⎧ s ⎫ ∂Vs ∂ 2Vi ⎧ s ⎫ ∂V
+ ⎩ j ⎭ Vs + ⎨ ⎬ sj
ik
= − Vs − ⎨ ⎬ k −
∂x ∂x
k j
∂x k
⎩ ij ⎭ ∂x ∂x ∂x
j k
∂x ⎩ ik ⎭ ∂x
⎧ r ⎫ ∂V ⎧ r ⎫⎧ s ⎫ ⎧ r ⎫ ∂V ⎧ r ⎫⎧ s ⎫
− ⎨ ⎬ rj + ⎨ ⎬ ⎨ ⎬Vs + ⎨ ⎬ kr − ⎨ ⎬ ⎨ ⎬Vs
⎩ ik ⎭ ∂x ⎩ ik ⎭ ⎩ rj ⎭ ⎩ ij ⎭ ∂x ⎩ ij ⎭ ⎩ rk ⎭
⎡ ⎧s⎫ ⎧s⎫ ⎤
⎢ ∂⎨ ⎬ ∂⎨ ⎬ ⎥
⎢ ⎩ ik ⎭ ⎩ ij ⎭ ⎧ r ⎫ ⎧ s ⎫ ⎧ r ⎫ ⎧ s ⎫ ⎥
= − + ⎨ ⎬ ⎨ ⎬ − ⎨ ⎬ ⎨ ⎬ Vs
⎣⎢ ∂x ∂x k ⎩ ik ⎭ ⎩ rj ⎭ ⎩ ij ⎭ ⎩ rk ⎭ ⎦⎥
j
ou, denotando o termo entre parênteses por R s ijk , um tensor de 4a ordem, do tipo 13 , segundo a
lei do quociente (pois o 1o membro Vi ; jk − Vi ; kj é um tensor e Vs é um vetor covariante arbitrá-
rio),
⎧s⎫ ⎧s⎫
∂⎨ ⎬ ∂⎨ ⎬
⎧ r ⎫⎧ s ⎫ ⎧ r ⎫⎧ s ⎫
≡ ⎩ j ⎭ − ⎩ k ⎭ + ⎨ ⎬⎨ ⎬ − ⎨ ⎬⎨ ⎬ ,
ik ij
R s ijk (13-1)
∂x ∂x ⎩ ik ⎭ ⎩ rj ⎭ ⎩ ij ⎭ ⎩ rk ⎭
Vi ; jk − Vi ; kj = R s ijk Vs . (13-2)
Se tivéssemos iniciado os cálculos com o vetor V i em vez de Vi teríamos encontrado (cf.
Prob. 51)
V i; jk − V i ; kj = − R i sjk V s . (13-3)
Por essas duas equações vemos que, ao se diferenciar covariantemente várias vezes um
vetor, a ordem em que cada derivada é calculada não será importante se e somente se R s ijk ≡ 0 .
Ora, isso acontece num sistema de coordenadas cartesianas, no qual os símbolos de Christoffel
se anulam e, por conseguinte, o tensor de curvatura também. Portanto, nos espaços euclidianos,
onde coordenadas cartesianas são admitidas, o tensor de curvatura é identicamente nulo (lembre-
se de que, se um tensor se anular num sistema particular de coordenadas, ele se anulará em
qualquer outro sistema que se adote no espaço em estudo) e a ordem da diferenciação covariante
poderá ser invertida. Nos casos de métrica definitivamente positiva, a recíproca também será
verdadeira (Sokolnikoff a demonstra): se num certo espaço o tensor de curvatura se anular (um
espaço onde a ordem de se diferenciar covariantemente não importa) então esse espaço será eu-
clidiano.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 34
(2) Mostre que, se Aijk e Bijk são tensores, S (i, j , k ) ≡ Aijk + Bijk e D(i, j , k ) = Aijk − Bijk também
são.
Produto externo
(4) Mostre que a grandeza T dada como produto externo dos tensores U e W é também um ten-
sor e informe qual o seu tipo:
(a) T (i, j , k , l , m) = U ikl W jm (b) T (i, j , k ) = U ij Wk
(c) T (i, j , k , l ) = U ij W kl (d) T (i, j , k , l ) = U ij W kl
Contração
(5) Mostre que a contração do tensor Ai j é um escalar.
lm
(7) Seja Aijk um tensor.
(a) Prove que o resultado da contração dos índices k e l é um tensor e diga de que tipo
(b) Idem, mas agora contraindo tanto k e l quanto j e m
Produto interno
(8) Mostre que o produto interno dos tensores Ai j e Bklm que resulta da contração dos índices i e
m em seu produto externo é um tensor e diga de que tipo.
(9) Se G (i, j , k ) forem grandezas tais que G (i, j , a ) T ij b = 0 para qualquer tensor T ij b , mostre
que G (i, j , k ) ≡ 0 .
(11) Se G (i, j , k ) forem grandezas tais que G (i, j , a) Abij = 0 para qualquer tensor Abij com anti-
simetria nos índices i e j, mostre que não podemos afirmar que G (i, j , k ) ≡ 0 mas, sim, que a
sua chamada parte anti-simétrica em relação aos índices i e j será nula: G ( [i, j ], k ) ≡
[ G (i, j , k ) − G ( j , i, k ) ] / 2 = 0 .
(12) Prove que todo tensor de 2a ordem contravariante ou covariante pode ser expresso como a
soma de um tensor simétrico e um anti-simétrico.
(13) Mostre que não há tensores anti-simétricos de ordem superior a quatro em quatro dimen-
sões.
Lei do quociente
(14) Num sistema de coordenadas xi sabe-se que uma grandeza T (i ) é tal que φ = T (i ) U i , on-
de φ é um invariante e U i é um vetor arbitrário. Prove que T (i ) é um vetor e diga de que tipo.
(15) Mostre que, se o produto interno A(i, a ) τ aj entre o conjunto de N 2 grandezas A(i, a ) e um
tensor covariante de 2a ordem arbitrário τ aj for um tensor, então A(i, a) = Aia , um tensor misto
de 2a ordem.
(16) Sabe-se que uma grandeza A (i, j , k ) é tal que A (i, j , k ) U k jl = C i l num sistema de coorde-
nadas xi , onde U k jl é um tensor arbitrário. Prove que A (i, j , k ) é um tensor e diga de que tipo.
(17) Se G (i, j ) é tal que S ij G (i, j ) = φ (invariante) para qualquer tensor simétrico S ij , explique
por que não podemos afirmar que G (i, j ) seja um tensor; mostre, entretanto, que a sua parte
simétrica, G ( (i, j ) ) = [G (i, j ) + G( j, i )] / 2 (definida no Prob. 10), sim, é um tensor Gij simétri-
0
co do tipo 2 tal que S ij Gij = φ .
(18) Há uma assertiva análoga àquela demonstrada no Prob. 17 para o caso em que, no lugar de
S ij , tem-se um tensor anti-simétrico Aij qualquer, quando, então, a parte anti-simétrica de
G (i, j ) é um tensor. Para estabelecer isso e, ao mesmo tempo, permitir que o estudante observe
a possibilidade de se obterem resultados mais genéricos, pede-se, no presente problema, que se
explique por que, se G (i, j , k ) é tal que Aij G (i, j , k ) = Vk (vetor covariante) para qualquer ten-
sor anti-simétrico Aij , não podemos afirmar que G (i, j , k ) seja um tensor, mostrando, entretan-
to, que a sua parte anti-simétrica, G ( [i, j ], k ) = [G (i, j, k ) − G ( j, i, k )] / 2 (definida no Prob. 11),
sim, é um tensor Gijk anti-simétrico nos índices i e j tal que Aij Gijk = Vk .
Tensores relativos
(19) Sejam Ai jk e Bl tensores relativos de pesos W1 e W2 , respectivamente. Mostre que
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 36
2
(a) o produto externo deles é um tensor relativo do tipo 2 e de peso W1 + W2
1
(b) o produto interno A i jk B j é um tensor relativo do tipo 1 e de peso W1 + W2
(c) a contração A i
ji é um vetor relativo covariante de peso W1
(∗)
(d) g Bl é um vetor relativo contravariante de peso W2 + 1
(21) Prove que os co-fatores G ij de gij formam um tensor relativo contravariante de peso 2 (∗)
(22) Mostre que, se Ti "j " for um tensor relativo de peso W, Ti "
j"
≡ g −W / 2 Ti "j " será um tensor
absoluto do mesmo tipo.
Os tensores fundamentais
(23) Mostre que os coeficientes gij na métrica [Eq. (6-6)] podem ser sempre definidos de modo
que sejam simétricos e assim formar um tensor simétrico do tipo 20 .
0
(24) Através da Eq. (6-10) e tendo em conta que gij é um tensor do tipo 2 (conforme se provou
no Prob. 23), mostre que g ij é um tensor do tipo 20 .
(b) as bases B e β coincidirão se forem normalizadas, isto é, formadas pelos vetores unitá-
G G G G G G
rios ei ≡ Ti / | Ti | e ε i ≡ Ni / | Ni | , respectivamente, e se o sistema de coordenadas for ortogonal.
(29) Mostre que os ângulos θ12 , θ13 e θ 23 formados pelas curvas coordenadas de um sistema de
coordenadas curvilíneas tridimensional são dados por
cos θ12 = g12 / g11 g 22 , cos θ13 = g13 / g11 g33 , cos θ 23 = g 23 / g 22 g33 .
(∗)
Necessário ler antes as Seçs. 6a e 6b.
(∗)
Necessário ler antes as Seçs. 6a e 6b.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 37
(30) Mostre que os co-senos dos ângulos que o vetor unitário tridimensional ui faz com as cur-
vas coordenadas são u1 / g11 , u2 / g 22 e u3 / g33 .
∂glm ∂g ij
(33) Mostre que g il g jm =−
∂x k ∂x k
(35) Mostre que, no espaço bidimensional formado pelos pontos de uma superfície esférica, as
geodésicas são arcos de grandes círculos.
Símbolos de Christoffel
(36) No texto obtivemos a seguinte lei de transformação para o símbolo de Christoffel de 2a es-
pécie:
⎧ k ⎫′ ∂x′ k ∂xl ∂x m ⎧ n ⎫ ∂x′ k ∂ 2 x m
⎨ ⎬ = n ⎨ ⎬+ .
⎩ ij ⎭ ∂x ∂x′i ∂x′ j ⎩ lm ⎭ ∂x m ∂x′i ∂x′ j
⎧ k ⎫′ ∂x′ k ∂xl ∂x m ⎧ n ⎫ ∂x m ∂x n ∂ 2 x′ k
⎨ ⎬ = n ⎨ ⎬− .
⎩ ij ⎭ ∂x ∂x′i ∂x′ j ⎩ lm ⎭ ∂x′ ∂x′ ∂x ∂x
i j m n
(38) Para i, j e k distintos, gij = 0 e com a convenção do somatório suspensa, mostre que
i≠ j
(39) Num espaço euclidiano, sendo xi coordenadas curvilíneas e zi cartesianas, mostre que
∂ 2 zs ∂zs ⎧k ⎫ ∂ 2 z ∂x k
(a) [ij , k ] = e (b) ⎨ ⎬ = i s j .
∂xi ∂x j ∂x k ⎩ij ⎭ ∂x ∂x ∂zs
Derivada covariante
(40) Demonstre o teorema de Ricci, que diz serem nulas as derivadas covariantes do tensor fun-
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 38
(41) Mostre que as derivadas covariantes de vetores contravariantes e covariantes, dadas por
j ⎧k ⎫
∂V k ∂Vi ⎧k ⎫
V k
;i ≡ + V ⎨ ⎬ e Vi ; j ≡ − Vk ⎨ ⎬ ,
∂xi ⎩ij ⎭ ∂x j ⎩ij ⎭
1
são tensores dos tipos 1 e 20 , respectivamente.
(42) Mostre a regra de Leibniz para a derivada covariante nos seguintes casos:
a) ( Ai j B k lm ) ; n = Ai j ; n B k lm + Ai j B k lm ; n (derivada covariante de produto externo)
b) ( Ai j B j kl ) ; n = Ai j ; n B j kl + Ai j B j kl ; n (derivada covariante de produto interno)
(43) Seja φ uma função invariante das coordenadas. Mostre que φ ; ij = φ ; ji (a ordem na qual a
derivada covariante de um invariante é calculada não importa).
{}
(44) Mostre que f ; i ≡ ∂f / ∂xi − W f s é um vetor relativo covariante de peso W, onde f é um
si
escalar relativo de mesmo peso.
∂J ∂ 2 xa ∂x′ j
(46) Mostre que = J (importante na dedução da derivada covariante de ten-
∂x′i ∂x′i ∂x′ j ∂x a
sores relativos):
(47) Mostre que a divergência covariante de um vetor relativo contravariante de peso 1, definida
na Eq. (10-13), é um escalar relativo de peso 1.
1 ∂
(49) Mostre a fórmula div F i =
g ∂xi
( g Fi ) .
Tensor de curvatura
(50) g si R s jkl = Rijkl é o tão-chamado tensor covariante de curvatura. Mostre que esse tensor é
(a) anti-simétrico nos índices do primeiro par (ij) e do segundo (kl): Rijkl = − R jikl = − Rijlk
(b) simétrico quanto à troca do primeiro com o segundo par de índices: Rijkl = Rklij
(57) Usando o Prob. 38, calcule os símbolos de Christoffel de 2a espécie em coordenadas pola-
res e esféricas.
(58) Calcule Vi ; j no sistema de coordenadas polares para o vetor descrito no Prob. 55:
(a) diretamente da definição de derivada covariante
(b) mudando as derivadas covariantes calculadas no sistema cartesiano para o sistema polar
d 2 xi ⎧ i ⎫ dx j dx k
(60) Mostre que a aceleração definida no Prob. 59 é dada por a i = +⎨ ⎬ .
dt 2 ⎩ jk ⎭ dt dt
(61) Expresse no sistema de coordenadas polares a velocidade de uma partícula em movimento
no plano xy:
a) em termos dos componentes contravariantes
b) em termos dos componentes físicos
(63) Os Probs. 61 e 62, mas, agora, no sistema de coordenadas esféricas para uma partícula em
movimento no espaço.
(66) Exprima div F i em termos dos componentes físicos de F i no sistema de coordenadas esfé-
ricas.
1 ∂ ⎛ ∂φ ⎞
(69) Exprima ∇ 2φ em coordenadas esféricas usando a fórmula ∇ 2φ = i ⎜
g g ij j ⎟ .
g ∂x ⎝ ∂x ⎠
hu = hv = u 2 + v 2 , hϕ = uv .
∂x
∗
G
(b) Denotemos por zi e ζ i as coordenadas e os versores cartesianos. Abaixo usamos o fato de
G
que, nessas coordenadas, o gradiente de função f qualquer é dado por ∇f = ζ i (∂f / ∂zi ) .
G G ∂x′l G G ∂x j G igualando os ∂x′l ∂x j
A = α l′N ′l = α l′∇x′l = α l′ ζ k = α j N j = α j ∇x j = α j ζ k ⎯⎯⎯⎯⎯
termos com ∗
→ α ′l = α
∂z ∂z ∂zk ∂zk
j
k
k
∗ ∗
Multiplicando ambos membros por ∂z / ∂x′ , obtemos
k i
∂x ∂x ∂x′ ∂x ∂x m ∂x′ k
(A )
l m k l
= n
lm + B lm
n
= S (l , m, n) ;
∂x′ ∂x′ ∂x
i j n
∂x′i ∂x′ j ∂x n
logo, S (l , m, n) = S lm
n
, um tensor do mesmo tipo que A lm n n
e B lm , pois se transforma como estes.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––– (3) –––––––––––––––––––––––––––––––––––––
(a) Tk l "
" = 0 ⇒ T ′
i "
j"
=
∂x ∂x′
l (
∂x′ j ∂x k
i
" Tk l "
N " = 0 . QED. ) 0
(b) Sejam T ′ e U ′ dois tensores iguais num sistema de coordenadas x′ , onde, por conseguinte,
D ′ ≡ T ′ − U ′ é um tensor nulo. De acordo com o item (a), temos que D = T − U = 0 num ou-
tro sistema de coordenadas x qualquer, onde, portanto, T = U . QED.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––– (4) –––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Resolve-se apenas o item (a); os demais são análogos:
mostrando que T ′(i, j , k , l , m) = T ′ ijklm , um tensor do tipo 32 , pois se transforma como tal.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––– (5) –––––––––––––––––––––––––––––––––––––
∂x k ∂x′ j l ∂x k ∂x′i l
′
Ai =
j
′
Ak ⇒ A i =i
A k = δ lk A lk = A kk ,
∂x′ ∂x
i l
∂x′ ∂x
i l
i
∂x′ ∂x ∂x
j k r s
∂x′ ∂x′ i j
∂x s
δ qr
mostrando que A′ ij B ′ lik ≡ C ′ kjl , um tensor do tipo 12 , pois se transforma como tal.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 42
∑ G (i, j, a) Sbij =0 .
i, j
Não podemos concluir por esta equação que G (i, j , a ) são todos nulos, por que as grandezas Sbij
não são todas independentes; há a relação de simetria Sbij = Sbji entre elas. Devemos então rees-
crever o somatório com a presença apenas dos componentes Sbij que sejam independentes:
ìR j
Esse resultado garante que a parte simétrica de G (i, j , a ) é também nula para j > i :
pela simetria
nos índices i , j
G ( (i, j ), a ) = G ( ( j , i ), a ) = 0 . QED.
j >i j >i
Não podemos concluir por esta equação que G (i, j , a ) são todos nulos, por que as grandezas Abij
não são todas independentes; há a relação de anti-simetria Abij = − Abji entre elas. Devemos então
reescrever o somatório com a presença apenas dos componentes Abij que sejam independentes:
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 43
ìR j
= ∑ [ G (i, j, a) − G ( j, i, a) ] Abij =0 .
j <i
Esse resultado garante que a parte anti-simétrica de G (i, j , a ) também se anula para j > i :
pela anti-simetria
nos índices i , j
G ( [i, j ], a ) = − G ( [ j , i ], a ) =0
j >i j >i
Aij + A ji (ij ) B ij + B ji
A (ij ) = e B = ,
2 2
são tensores simétricos e que suas partes anti-simétricas,
Aij − A ji B ij − B ji
A[ij ] = e B [ ji ] = ,
2 2
são tensores anti-simétricos, em termos das quais aqueles tensores podem ser decompostos:
Aij = A(ij ) + A[ij ] e B ij = B (ij ) + B [ij ] . QED.
neas x′i é A′(i, a ) τ aj′ ≡ Tij′ ; escrevendo-a com os tensores τ aj′ e Tij′ transformado para as coor-
denadas xi , obtemos
∂xb ∂x k ∂xl ∂x k ∂xl ∂x k
A′(i, a) τ =
j bk
Tlk = A(l , b)τ bk
∂x′ a ∂x′ ∂x′i ∂x′ j ∂x′i ∂x′ j
a
∂xb ∂x′i ∂x′i ∂xb
δ ca
mostrando que A′(i, c) = A′ ic , um tensor do tipo 11 , pois se transforma como tal. QED.
⎡ ∂x′ k ∂x m ∂x′i ⎤ ∂x
p
⇒ ⎢ A′(i, j , k ) n − A( q , m, n ) ⎥ U nmp = 0
⎣ ∂x ∂x′ j
∂x q
∂x′
⎦
l
arbitrário
δ lq
∂xl ∂x m ∂x′ k
⇒ A(l , m, n) = A′(i, j , k ) ,
∂x′i ∂x′ j ∂x n
2
mostrando que A(l , m, n) = A lm
n , um tensor do tipo 1 , pois se transforma como tal. QED.
∂x′i ∂x′ j
S ′ ij G ′ ( (i, j ) ) = φ ′ ⇒ S kl G ′ ( (i, j ) ) = φ = S kl G ( (k , l ) )
∂x k
∂x l
⎡ ∂x′ ∂x′ i
⎤
j
⇒ S kl ⎢ G ( (k , l ) ) − k G ′ ( (i, j ) ) ⎥ = 0 (∗)
∂x ∂x
⎣
l
⎦
≡ H ( k ,l )
H (k , l ) + H (l , k ) ∂x′i ∂x′ j
= H (k , l ) = G ( (k , l ) ) − k G ′ ( (i, j ) ) = 0 ,
2 ∂x ∂xl
mostrando que G ( (k , l ) ) é um tensor covariante de 2a ordem, pois se transforma como tal.
pela anti-
iR j -simetria de Aij
Vk = Aij G (i, j, k ) = A ji G ( j, i, k ) = − Aij G ( j , i, k )
∂x′i ∂x′ j ∂x a ∂x a
A′ ij G ′ ( [i, j ], k ) = Vk′ ⇒ Alm G ′ ( [i, j ], k ) = Va = Alm G ( [l , m], a )
∂x ∂x
l m
∂x ′ k
∂x ′ k
δ
na
× ∂x′ / ∂x
k n
∂x ′ ∂x ′ ∂x ′
i j k
∂x ′ ∂x
k a
⇒ Alm G ′ ( [i, j ], k ) = G ( [l , m], a ) Alm
∂x ∂x ∂x
l m n
∂x ∂x ′
n k
G ( [l ,m ],n )
U ′ = J ik′ J ′jl U
ij kl
= J ik′ U kl
Jlj′ ⇒ |U ′ | = | J ik′ | |U | | Jlj′ | = J −2 |U kl | ■
ij kl
N N
J −1 J −1
Wi ′ j = J ′jl Wkl J ki = ⇒ |Wi′ j | = | J ′jl | |Wkl | | J ki | = |Wkl | ■
N N
J −1 J
ou seja, Ti "j " é um tensor absoluto, pois se transforma como tal, e do mesmo tipo de Ti "j " .
i
gij dx(2) j
dx(2) . A distância quadrática infinitesimal associada a dxi é, en-
i
dx(1)
tão, dada por
ou
gij S ij = ds 2 − ds(1)
2 2
− ds(2) = invariante ,
onde S ij ≡ 2 dx(1)
i j
dx(2) , um tensor simétrico arbitrário; logo, pelo Prob. 17, temos que gij é um
tensor simétrico do tipo 02 . QED.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 48
p
= ⎯⎯⎯ →
∂x′ p ∂x′ m ∂x′ g rk
∂x k
δr l
∂r
x ∂x′i kl × ∂x′ j /∂xl ip ∂x ∂x′
l j
∂x′i ∂x′ j kl ∂x′i ∂x′ j kl
g′ ip
g rk g kl
= g ⎯⎯⎯⎯ → g ′ = g → g ′ ij
= g ■
∂x′ p
∂x k ∂x′ p ∂xl
∂x k ∂xl ∂x k ∂xl
∂xl /∂x′ p δ pj
δ mk
∂zk ∂x ∂x ∂x j i j
∂xi ∂x j
⇒ g = si
⇒ g ji
= ■
∂x k
∂zk ∂zk
s ∂z ∂zk ∂zk
δ sj
G G G G
Usando esse resultado, podemos escrever gij N j = gij g jk Tk = δ ik Tk = Ti ■
Portanto,
1 1 g12
cos θ12 = ξ iηi = gij ξ iη j = g12ξ 1η 2 = g12 = .
g11 g 22 g11 g 22
Os outros resultados são obtidos como segue (sem empregar a convenção do somatório):
δi j ⎧1/ gii se j = i
∑g jk
gik = δ i
N
j
⇒ g gii = δ i
ji j
⇒ g ji
= ⇒ g ji = ⎨
se j ≠ i
k 0 se k ≠ i
gii ⎩0
(∗)
∂G ik / ∂gij = 0 , pois G ik não contém explicitamente qualquer g ab com a = i ou b = k
[lembre-se de que, no cálculo de G ik , a linha i e a coluna k são eliminadas do determinante de
( g ij ) ].
d 2 x / ds 2 = 0 e d 2 y / ds 2 = 0 ,
pois os símbolos de Christoffel são nulos em tais coordenadas; logo, temos
x = c1 s + c2 e y = d1 s + d 2 ,
que são conhecidamente as equações paramétricas (parâmetro s) de uma reta no plano xy.
0
–––––––––––––––––––––––––––––––––––– (37)–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
⎧ j⎫ ⎧i ⎫
(b) − g il ⎨ ⎬ − g jl ⎨ ⎬ = − g il g jm [kl , m] − [kl , m
] = − g il g jm ( [kl , m] + [km, l ] )
g jl g
im
⎩ ⎭
kl ⎩ ⎭
kl lRm
(∗) ∂glm (†) ∂g ij
= − g il g jm = ■
∂x k ∂x k
1 ∂g 1 ∂g ∂gik (∗) 1
(c) = = g g ik ( [ ji, k ] + [ jk , i ] )
2 g ∂x j 2 g ∂gik ∂x j 2g
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 51
1 ik 1⎧ i ⎫ 1⎧ k ⎫ ⎧i ⎫
= g ( [ ji, k ] + [ jk , i ] ) = ⎨ ⎬ + ⎨ ⎬ = ⎨ ⎬ ■
2 2 ⎩ ji ⎭ 2 ⎩ jk ⎭ ⎩ ij ⎭
⎧i ⎫ 1 ⎛ ∂g js ∂g js ∂g jj ⎞ (∗) 1 ii ∂g jj 1 ∂g jj
(c) ⎨ ⎬ = ∑ g is [ jj, s] = ∑ g is ⎜
2 ⎝ ∂x j
+
∂x j
− s ⎟ = − g
∂x ⎠ 2 ∂x i
=−
2 gii ∂xi
■
⎩ jj ⎭ s s
=
1 ∂ ∂zs ∂zs
(
2 ∂xi ∂x j ∂x k ) +
1 ∂ ∂zs ∂zs
2 ∂x ∂x ∂x
j i( k
−)1 ∂ ∂zs ∂zs
(
2 ∂x k ∂xi ∂x j )
1 ∂ 2 zs ∂zs 1 ∂zs ∂ 2 zs 1 ∂ 2 zs ∂zs 1 ∂zs ∂ 2 zs 1 ∂ 2 zs ∂zs 1 ∂zs ∂ 2 zs
= + + + − −
2 ∂xi ∂x j ∂x k 2 ∂x j ∂xi ∂x k 2 ∂x j ∂xi ∂x k 2 ∂xi ∂x j ∂x k 2 ∂x k ∂xi ∂x j 2 ∂xi ∂x k ∂x j
∂ 2 zs ∂zs
= ■
∂xi ∂x j ∂x k
l δl
δj i
∂gij
= − ( [ik , j ] + [ jk , i ] ) = 0 ■ [(∗)pelo resultado do Prob. 37a]
∂x
k
∂gij / ∂x (∗)
k
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 52
∂g ij sj ⎧ i ⎫ is ⎧ j ⎫ ∂g ij ∂g ji
(b) g ij ; k = + g ⎨ ⎬ + g ⎨ ⎬ = − k =0 ■ [(†)pelo resultado do Prob. 37b]
∂x k ⎩ ks ⎭
∂x
⎩ ks ⎭
k
∂x
−∂g ji / ∂x k (†)
∂δ ij s ⎧ i ⎫ i ⎧ s ⎫ ⎧i ⎫ ⎧ i ⎫
(c) δ ij ; k = + δ j ⎨ ⎬ − δ s ⎨ ⎬ = ⎨ ⎬−⎨ ⎬=0 ■
∂x k ⎩ ks ⎭ ⎩ jk ⎭ ⎩ kj ⎭ ⎩ jk ⎭
∂ 2 xa ∂x a ∂x m ∂Va ∂xl ∂x m ⎧ n ⎫ 2 m
a ∂ x
= V +
j a
− Va δ na ⎨ ⎬ − V δ
a m
∂x′i ∂x′ ∂x′i ∂x′ j ∂x m ∂x′i ∂x′ j ⎩lm ⎭ ∂x′i ∂x′ j
=
∂xl ∂x m ∂Vl
∂x′i ∂x′ j
( ∂x m
− V
⎧n⎫
n⎨ ⎬ = )
∂xl ∂x m
⎩lm ⎭ ∂x′ ∂x′
i
V
j l ,m
,
≡ Ti k
{ }
j lm
∂T i j k lm
( A j B lm ) ; n = T i j k lm ; n =
i k
+ T s j k lm i
n
∂x sn
∂A
{ }+ A {}
i
∂B
k
= j
B k lm + Ai j lm
+ As j B k lm i i
j B s lm k
∂x ∂x sn sn
n n
− Ai s B k lm { }− A
s
jn
i
j {}
B k sm s − Ai j B k ls
ln { }
s
mn
⎛
= ⎜
∂Ai j
⎝ ∂x n sn jn ⎠ {}
+ As j i − Ai s s ⎞⎟ B k lm + Ai j { } ( ∂B k lm
∂x n {}
+ B s lm k − B k sm s − B k ls
sn {}
ln { })
s
mn
= Ai j;n B lk m + A i j B lk m ; n . QED.
= A i j ; n B j k l + A i j B j k l ; n . QED.
∂f ′ s ′ ⎡ 2 m ⎤
′ ⎧⎨ ⎫⎬ = ∂ ( J f ) − W J W f ⎢ ∂x′ ∂x ∂x ⎧⎨ ⎫⎬ + ∂x′ ∂ x ⎥
W j l m n j
f ;′i = − Wf
∂x′i ⎩ si ⎭ ∂x′i ⎣ ∂x ∂x′ ∂x′ ⎩ lm ⎭ ∂x ∂x′ ∂x′ ⎦
n i j m i j
∂J ∂f W ⎡ m ⎧ n ⎫ ∂x ∂x′ j ∂ 2 x m ⎤
l
= W J W −1 i f + J W − W J f δ
⎢ n ⎨ ⎬ i + ⎥
∂x′ ∂x′i ⎣ ⎩ lm ⎭ ∂x′ ∂x m ∂x′i ∂x′ j ⎦
Eq. (10.10)
com W = 2 ⎧k ⎫
∂g Prob. 37c ∂g 1 ∂g
g ;i = − 2g ⎨ ⎬ = − 2g =0 ■
∂x i
⎩ ki ⎭ ∂x i 2 g ∂xi
∂J
∂x′i
=
∂ J ∂ J aj
∂ J aj ∂x′i
= J aj
∂ ∂x a
∂x′i ∂x′ j
( ),
onde usamos o Prob. 32 (válido, obviamente, para qualquer matriz). Usando agora a Eq. (6-8)
(válida também para qualquer matriz), podemos calcular Jaj como segue:
∂x′ j
J ik Jak = J δ ia ⇒ J ′ji J ik Jak = J ′ji δ ia J ⇒ Jaj = J ′ja J = J .
∂x a
δ jk
∂J
∂x′i
=
∂x′ j
∂x a
J
∂
∂x′i ∂x′ j
( )
∂x a
=
∂2 xa
∂x′i ∂x′ j ∂x a
∂x′ j
J . QED.
( ∗) ∂V j / ∂x j
=
∂x
∂J
j
V j
+ J − J −1 ∂J
∂x
(
j
V j
+ J
∂V i
∂x i )
= J V i ;i ■
( ∗)
A igualdade dos termos marcado (∗) acima é estabelecida com o auxílio da Eq. (10-8) e da
equação J ′ J = 1 como segue:
( ) ( )
−1
∂ ∂x′i ∂ 2 x′i ∂x k ∂J ′ ⎞ J = ∂J J = − J −2 ∂J J = − J −1 ∂J .
= J ′ J = ⎛⎜ ⎟
∂x′i ∂x j ∂x j ∂x k ∂x′i ⎝ ∂x j ⎠ ∂x j ∂x j ∂x j
⎧ ∂φ ∂φ ∂xi
⎪ = i = (grad φ )i ξ i = 0
⎪ ∂t ∂x ∂ t
φ[ xi (t , u )] = const. ⇒ ⎨ ⇒ (grad φ )i é ortogonal a ξ i e η i ■
⎪ ∂φ = ∂φ ∂x = (grad φ ) η i = 0
i
⎪ ∂u ∂xi ∂u i
⎩
O vetor Ni ≡ (grad φ )i é um vetor covariante normal a S ; temos então que um vetor con-
travariante normal a S é dado por N i = g ij (grad φ ) j = g ij ∂φ / ∂x j , cujo quadrado da magnitude
é
∂φ ∂φ
| N | 2 = N i Ni = g ij .
∂x j ∂xi
Por fim, o vetor contravariante unitário e normal a S, denotado por ni , é
Ni ∂φ ∂φ ∂φ
ni = = g ij g ij ■
|N| 2 ∂x j ∂xi ∂x j
logo,
∂F i Fj ∂ g 1 ⎛ ∂F i ∂ g ⎞ 1 ∂
div F i =
∂x i
+
g ∂x j
= ⎜
g ⎜⎝ ∂xi
g + Fi ⎟
∂xi ⎟⎠
=
g ∂xi
( g Fi ) ■
( ) ( ) ( ) (
V i; jk − V i ; kj = g ir Vr ; jk − Vr ; kj = g ir R s rjk Vs = g ir Rsrjk V s = g ir − Rrsjk V s = − Ri sjk V s , )
onde usamos os Probs. 26 e 50a.
–––––––––––––––––––––––––––––––––––– (52) –––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1o modo:
gij é tirado direto da expressão do quadrado do elemento de comprimento de arco. Este
modo convém quando o sistema de coordenadas for ortogonal e com fatores de escala conheci-
dos, em cujo caso ds 2 = h12 (dx1 )2 + h22 (dx 2 )2 + " , donde g11 = h12 , g 22 = h22 , etc e
gij = 0 . Além disso, sendo ( g ij ) a inversa da matriz diagonal ( g ij ) , temos que g11 = 1/ g11
i≠ j
, g 22
= 1/ g 22 , etc, pois a matriz inversa (aij−1 ) de uma matriz diagonal ( aij ) = diag (α1 , α 2 , ")
é a matriz diagonal (aij−1 ) = diag (1/ α1 , 1/ α 2 , ") .
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 56
Coordenadas polares:
2 2 2 2 ⎛g g rθ ⎞ ⎛ 1 0 ⎞ ⎛ g rr g rθ ⎞ ⎛ 1 0 ⎞ 2
ds = dr + r dθ ⇒ ⎜ rr ⎟=⎜ ⎟, ⎜ θr ⎟ = ⎜⎜ ⎟⎟ , g = r
⎝ gθ r gθθ ⎠ ⎜⎝ 0 r 2 ⎟⎠ ⎜g
⎝ g θθ ⎟⎠ ⎝ 0 1/ r
2
⎠
Coordenadas cilíndricas:
ds 2 = d ρ 2 + ρ 2 d ϕ 2 + dz 2 ⇒
⎛ 0⎞
⎛ g ρρ g ρϕ gρz ⎞ ⎛ 1 0 0⎞ ⎛ g ρρ g ρϕ g ρz ⎞ ⎜ 1 0
⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ϕρ ⎟ 1
⇒ ⎜ gϕρ gϕϕ gϕ z ⎟ = ⎜ 0 ρ 2 0⎟, ⎜g g ϕϕ gϕ z ⎟ = ⎜ 0 0 ⎟ , g = ρ2
⎜ zρ ⎟ ⎜ ρ2 ⎟
⎜ g zρ
⎝ g zϕ g zz ⎟⎠ ⎜⎝ 0 0 1 ⎟⎠ ⎜g g zϕ g zz ⎟⎠ ⎜⎜ ⎟
⎝ ⎝0 0 1 ⎟⎠
Coordenadas esféricas:
ds 2 = dr 2 + r 2 dθ 2 + r 2 sen 2 θ d ϕ 2 ⇒
⎛ g rr g rθ g rϕ ⎞ ⎛ 1 0 0 ⎞ ⎛g
rr
g rθ g rϕ ⎞ ⎛ 1 0 0 ⎞
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ θr
⎟ ⎜ ⎟
⎜ gθ r gθθ gθϕ ⎟ = ⎜ 0 r
2
0 ⎟, ⎜ g g θθ g θϕ ⎟ = ⎜ 0 r −2 0 4 2
⎟ , g = r sen θ
⎜ gϕ r gϕθ gϕϕ ⎟ ⎜ 0 0 r 2 sen 2θ ⎟ ⎜⎜ g ϕ r g ϕθ g ϕϕ ⎟⎟ ⎜ 0 0 (r 2 sen 2θ ) −1 ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
2o modo:
São usadas as fórmulas
∂zk ∂zk ∂xi ∂x j
gij = e g ij =
∂xi ∂x j ∂zk ∂zk
onde zi são coordenadas cartesianas e xi são coordenadas curvilíneas. Assim, nas coordenadas
polares, temos:
∂x ∂x ∂y ∂y
g rr = + = cos 2 θ + sen 2 θ = 1
∂r ∂r ∂r ∂r
∂x ∂x ∂y ∂y
gθθ = + = r 2 sen 2 θ + r 2 cos 2 θ = r 2
∂θ ∂θ ∂θ ∂θ
∂x ∂x ∂y ∂y
g rθ = + = − r sen θ cos θ + r sen θ cos θ = 0 = gθ r
∂r ∂θ ∂r ∂θ
∂x′i
Estas são calculadas através da equação V ′ i = V j , com
∂x j
j =1,2
xj ⎯⎯⎯ → x, y coordenadas e os componentes dados
V j j =1,2
⎯⎯⎯ → Vx , V y no sistema de coordenadas cartesianas
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 57
i =1,2
x′ i ⎯⎯⎯ → r,θ coordenadas e os componentes contrava-
i =1,2 riantes no sistema de coordenadas polares
V ′i ⎯⎯⎯ → V r , Vθ
⎛ ∂x ∂x ⎞ ⎛ ∂r ∂r ⎞
⎜ ⎟ ⎛ cos θ − r sen θ ⎞ ⎜ ∂x ∂y ⎟ ⎛ cos θ sen θ ⎞
∂r ∂θ ⎜ ⎟ = ⎜ − sen θ ⎟
⎜ ⎟=⎜ ⎟ e cos θ ⎟ .
⎜ ∂y ∂y ⎟ ⎝ sen θ r cos θ ⎠ ⎜ ∂θ ∂θ ⎟ ⎜⎜ ⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎝ r r ⎠
⎝ ∂r ∂θ ⎠ ⎝ ∂x ∂y ⎠
Portanto,
∂r ∂r
Vr = Vx + Vy = Vx cos θ + Vy sen θ
∂x ∂y
∂θ ∂θ sen θ cos θ
Vθ = Vx + Vy = − Vx + Vy
∂x ∂y r r
Componentes covariantes:
∂x j
Estas são calculadas através da equação Vi ′ = V j , com
∂x′i
j =1,2
xj e V j
⎯⎯⎯ → x , y e Vx , V y ( coordenadas e componentes no sistema cartesiano )
j =1,2
x′i e Vi ′ ⎯⎯⎯ → r , θ e Vr , Vθ ( coordenadas e componentes covariantes no sistema de
coordenadas polares )
Logo,
∂x ∂y
Vr = Vx + Vy = Vx cos θ + V y sen θ
∂r ∂r
∂x ∂y
Vθ = Vx + Vy = − Vx r sen θ + Vy r cos θ
∂θ ∂θ
Vr = Vr g rr = Vr = Vx cos θ + Vy sen θ
Note que os componentes físicos coincidem com as projeções do vetor nas direções dos
G G G G
versores, isto é, Vr = V ⋅ er e Vθ = V ⋅ eθ , onde usamos a notação elementar, na qual
G G G G G G G G G
V = Vx i + Vy j , er = i cos θ + j sen θ e eθ = −i sen θ + j cos θ .
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 58
1 ⎛ ∂g jk ∂gik ∂gij ⎞
[ij , k ] = ⎜ + − k ⎟:
2 ⎝ ∂xi ∂x j ∂x ⎠
1 ∂g rr 1 ∂ [θ r , r ] = [rθ , r ] = 0
[rr , r ] = = (1) = 0
2 ∂r 2 ∂r
∂g 1 ∂g rr [θ r , θ ] = [rθ , θ ] = r
[rr , θ ] = rθ − =0
∂r 2 ∂θ ∂g rθ 1 ∂gθθ 1 ∂ 2
1 ∂g rr [θθ , r ] = − =− (r ) = −r
[rθ , r ] = =0 ∂θ 2 ∂r 2 ∂r
2 ∂θ
1 ∂gθθ
1 ∂gθθ 1 ∂ 2 [θθ , θ ] = =0
[rθ , θ ] = = (r ) = r 2 ∂θ
2 ∂r 2 ∂r
⎧k ⎫
⎨ ⎬ = g [ij , s ] :
ks
⎩ ⎭
ij
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 59
⎧r⎫ ⎧θ ⎫
⎨ ⎬=N g rθ [rr , θ ] = 0
rr , r ] + N
g rr [N ⎨ ⎬=N g θ r [N g θθ [N
rr , r ] + N rr , θ ] = 0
⎩ rr ⎭ 0
⎩ rr ⎭ 0 0 2
1/ r 0
1 0
⎧ r ⎫ ⎧θ ⎫ 1
⎨ ⎬=N g rθ [rθ , θ ] = 0
rθ , r ] + N
g rr [N ⎨ ⎬=N g θ r [N gθθ [
rθ , r ] + N θ , θ
] =
r
⎩ rθ ⎭ 1 0 0 ⎩ rθ ⎭ 0 0 1/ r 2 r
r
⎧ r ⎫ ⎧ r ⎫ ⎧θ ⎫ ⎧θ ⎫ 1
⎨ ⎬=⎨ ⎬=0 ⎨ ⎬=⎨ ⎬=
⎩ θ r ⎭ ⎩ rθ ⎭ ⎩ θ r ⎭ ⎩ rθ ⎭ r
⎧ r ⎫ ⎧θ ⎫
⎨ ⎬=N θθ
g rr [ g rθ [θθ , θ ] = −r
, r
] + N
⎨ ⎬=Ng θ r [θθ , r ] + N
g θθ [
θθ ,θ
] = 0
⎩ θθ ⎭ θθ
1 −r 0 ⎩ ⎭ 0 1/ r 2 0
∂ 2 zs ∂zs
Item (b): Pela fórmula [ij , k ] = temos, por exemplo:
∂xi ∂x j ∂x k
∂ 2 x ∂x ∂ 2 y ∂y ∂ 2 (r cos θ ) ∂ (r cos θ ) ∂ 2 (r sen θ ) ∂ (r sen θ )
[θθ , r ] = + = + =
∂θ ∂θ ∂r ∂θ ∂θ ∂r ∂ 2θ ∂r ∂ 2θ ∂r
= (− r cos θ ) (cos θ ) + (−r sen θ ) (sen θ ) = −r
⎧k ⎫ ∂ 2 z ∂x k
Pela fórmula ⎨ ⎬ = i s j temos, por exemplo:
⎩ij ⎭ ∂x ∂x ∂zs
⎧ r ⎫ ⎧ r ⎫ 1 ∂g 1 ∂1 ⎧θ ⎫ ⎧θ ⎫ 1 ∂gθθ 1 ∂ r2 1
Pelo Prob. 38b: ⎨ ⎬ = ⎨ ⎬ = rr
= = 0; ⎨ ⎬= ⎨ ⎬= = 2 =
rθ θ
⎩ ⎭ ⎩ ⎭ 2 g rr ∂θ
r 2 ∂θ ⎩θ r ⎭ ⎩ rθ ⎭ 2 gθθ ∂r 2r ∂r r
⎧ r ⎫ 1 ∂gθθ 1 ∂r 2 ⎧θ ⎫ 1 ∂g rr 1 ∂1
Pelo Prob. 38c: ⎨ ⎬=− =− = −r ; ⎨ ⎬=− =− 2 =0
⎩ θθ ⎭ 2 g rr ∂r 2 ∂r ⎩ ⎭
rr 2 gθθ ∂θ 2r ∂θ
⎧ θ ⎫ ⎧ θ ⎫ ∂gθθ / ∂r ∂ r 2 / ∂r 1 ⎧ θ ⎫ ⎧ θ ⎫ ∂gθθ / ∂ϕ ∂ r 2 / ∂ϕ
⎨ ⎬=⎨ ⎬= = = ⎨ ⎬=⎨ ⎬= = =0
⎩θ r ⎭ ⎩ rθ ⎭ 2 gθθ 2r 2 r ⎩θϕ ⎭ ⎩ ϕθ ⎭ 2 gθθ 2r 2
⎧θ ⎫ ∂g rr / ∂θ ∂ 1 / ∂θ ⎧ θ ⎫ −∂gϕϕ / ∂θ −∂ (r 2 sen 2θ ) / ∂θ
⎨ ⎬=− =− =0 ⎨ ⎬= = = − sen θ cos θ
⎩ rr ⎭ 2 gθθ 2r 2 ⎩ ϕϕ ⎭ 2 gθθ 2r 2
⎧ϕ ⎫ ∂g rr / ∂ϕ −∂ 1/ ∂ϕ ⎧ϕ ⎫ ∂gθθ / ∂ϕ − ∂r 2 / ∂ϕ
⎨ ⎬=− = 2 =0 ⎨ ⎬=− = 2 =0
⎩ rr ⎭ 2 gϕϕ 2r sen 2θ ⎩ θθ ⎭ 2 gϕϕ 2r sen 2θ
⎡ ∂V ⎧ s ⎫⎤ ∂V ⎧1⎫ ⎧2⎫
V1; 2 = Vi ;2 = ⎢ 2i − Vs ⎨ ⎬ ⎥ = 21 − V1 ⎨ ⎬ − V2 ⎨ ⎬ . (#)
i =1
⎣ ∂x ⎩ i 2 ⎭ ⎦ i =1 ∂x ⎩12 ⎭ ⎩12 ⎭
∂Vr ⎧r ⎫ ⎧θ ⎫ 2
Vr ; r = − Vr ⎨ ⎬ − Vθ ⎨ ⎬ = − cos θ (sen θ − 2 cos θ ) + 4r sen θ cos θ
∂r ⎩N
rr ⎭ ⎩N
rr ⎭
0 0
∂Vθ ⎧ r ⎫ ⎧θ ⎫ 2 2
Vθ ; r = − Vr ⎨ ⎬ − Vθ ⎨ ⎬ = r sen θ (sen θ − 2 cos θ ) + 4 r sen θ cos θ
∂r θr ⎭
⎩N θr ⎭
⎩N
0 1/ r
∂Vr ⎧ r ⎫ ⎧θ ⎫ 2 2 2
Vr ;θ = − Vr ⎨ ⎬ − Vθ ⎨ ⎬ = − r cos θ (2sen θ + cos θ ) + 2 r sen θ (cos θ − sen θ )
∂θ rθ ⎭
⎩N rθ ⎭
⎩N
0 1/ r
∂Vθ ⎧ r ⎫ ⎧θ ⎫ 2 3 2 2
Vθ ;θ = − Vr ⎨ ⎬ − Vθ ⎨ ⎬ = r sen θ (2sen θ + cos θ ) + 2 r cos θ (cos θ − sen θ )
∂θ θθ ⎭
⎩N θθ ⎭
⎩N
−r 0
= (cos θ ) (2) + (cos θ ) (sen θ ) (−1) + (sen θ ) (cos θ ) (2r sen θ ) + (sen θ )2 (2r cos θ )
2
δv i dx j ⎡ ∂v i ⎧ i ⎫⎤ dx j ∂v i dx j ⎧ i ⎫ k dx j
ai = = v i; j = ⎢ j + v k ⎨ ⎬⎥ = j + ⎨ ⎬v
δt dt ⎣ ∂x ⎩ jk ⎭ ⎦ dt ∂x dt ⎩ jk ⎭ dt
∂v i dx j ⎧ i ⎫ dx j k dv i ⎧ i ⎫ dx j dx k d dxi ⎧ i ⎫ dx j dx k
= j +⎨ ⎬ v = +⎨ ⎬ = +⎨ ⎬
∂x dt ⎩ jk ⎭ dt dt ⎩ jk ⎭ dt dt dt dt ⎩ jk ⎭ dt dt
d 2 xi
⎧ i ⎫ dx j dx k
= 2 +⎨ ⎬
dt ⎩ jk ⎭ dt dt
–––––––––––––––––––––––––––––––––––– (61) –––––––––––––––––––––––––––––––––––––
No sistema de coordenadas polares, a velocidade possui os seguintes:
a) Componentes contravariantes: v i = dxi / dt ; ou seja:
dr dθ
vr = = r e vθ = = θ
dt dt
b) Componentes físicos [use a Eq. (7-7) e o Prob. 52]:
v r = g rr v r = r e v θ = gθθ v θ = rθ
N N
1 r
–––––––––––––––––––––––––––––––––––– (62) –––––––––––––––––––––––––––––––––––––
d 2 xi ⎧ i ⎫ dx j dx k
a) Componentes contravariantes: a i = +⎨ ⎬ ; ou seja:
dt 2 ⎩ jk ⎭ dt dt
d 2r ⎧ r ⎫ dr dr ⎧ r ⎫ dr dθ ⎧ r ⎫ dθ dr ⎧ r ⎫ dθ dθ
ar = + ⎨ ⎬ +⎨ ⎬ +⎨ ⎬ +⎨ ⎬ = r − rθ 2
dt 2 rr ⎭ dt dt ⎩rθ ⎭ dt dt ⎩θ r ⎭ dt dt ⎩θθ ⎭ dt dt
⎩N N N N
0 0 0 −r
d 2θ ⎧ θ ⎫ dr dr ⎧ θ ⎫ dr dθ ⎧ θ ⎫ dθ dr ⎧ θ ⎫ dθ dθ 2rθ
aθ = + ⎨ ⎬ +⎨ ⎬ +⎨ ⎬ +⎨ ⎬ =θ +
dt 2 ⎩Nrr ⎭ dt dt ⎩rθ ⎭ dt dt ⎩θ r ⎭ dt dt ⎩θθ ⎭ dt dt r
N N N
0 1/ r 1/ r 0
δ Vi ⎧⎪ δ Vr / δ t = Vr ; r r + Vr ;θ θ
Devemos calcular = Vi ; j x j , isto é ⎨
δt ⎪⎩ δ Vθ / δ t = Vθ ; r r + Vθ ;θ θ
∂z j
Cálculo dos componentes covariantes ⎛⎜ Vi = i Z j ⎞⎟
⎝ ∂x ⎠
∂x ∂y
Vr = Vx + V y = Vx cos θ + Vy sen θ = (r sen θ − r cos θ ) sen θ = r sen 2 θ − r sen θ cos θ
∂r ∂r N N
0 y−x
∂x ∂y
Vθ = Vx + Vy = − Vx r sen θ + V y r cos θ = (r sen θ − r cos θ ) r cos θ = r 2 sen θ cos θ − r 2 cos 2θ
∂θ ∂θ N N
0 y−x
⎧ r = x 2 + y 2 = x 2 + ( x + 1) 2 ⎧ r (t ) = 2t 2 + 2t + 1
⎪ x=t ⎪
⎨ ⎯⎯⎯ → ⎨
t +1
⎪ θ = arctan y / x = arctan x + 1 ⎪ θ (t ) = arctan
⎩ x ⎩ t
∂Vi ⎧k ⎫
Cálculo das derivadas covariantes Vi ; j = − Vk ⎨ ⎬
∂x j
⎩ ij ⎭
Adotando a notação explicada no Prob. 58, temos
∂V ⎧r⎫ ⎧θ ⎫
Vr ; r = r − Vr ⎨ ⎬ − Vθ ⎨ ⎬ = sen 2 θ − sen θ cos θ
∂r ⎩Nrr ⎭ ⎩Nrr ⎭
0 0
∂Vr ⎧ r ⎫ ⎧θ ⎫
Vr ;θ = − Vr ⎨ ⎬ − Vθ ⎨ ⎬
∂θ rθ ⎭
⎩N rθ ⎭
⎩N
0 1/ r
∂Vθ ⎧ r ⎫ ⎧θ ⎫
Vθ ; r = − Vr ⎨ ⎬ − Vθ ⎨ ⎬
∂r θr ⎭
⎩N θr ⎭
⎩N
0 1/ r
∂Vθ ⎧ r ⎫ ⎧θ ⎫
Vθ ;θ = − Vr ⎨ ⎬ − Vθ ⎨ ⎬
∂θ θθ ⎭
⎩N θθ ⎭
⎩N
−r 0
r (t ) ⎩ (t +1) / r (t ) t / r (t ) ⎭
δ Vθ
= Vθ ; r r + Vθ ;θ θ
δt
2t + 1 −1
= [ r sen θ cos θ − r cos 2 θ ] + [ r 2 cos 2 θ + r 2 sen θ cos θ ] 2
r (t ) r (t )
= [ 2t sen θ − 2(t + 1) cos θ ] cos θ = 0
Observe que, sobre a reta dada, (Vx , V y ) = (0,1) , um campo eqüipolente; por isso que a
derivada intrínseca é nula ao longo daquela reta.
b) Em coordenadas esféricas
∂φ ∂φ ∂φ
Componentes covariantes: , e
∂r ∂θ ∂ϕ
Componentes físicos:
1 ∂φ ∂φ 1 ∂φ 1 ∂φ 1 ∂φ 1 ∂φ
( grad φ )r = = , ( grad φ )θ = = e ( grad φ )ϕ = =
hr ∂r ∂r hθ ∂θ r ∂θ hϕ ∂ϕ r sen θ ∂ϕ
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 65
1 ∂
div F i =
g ∂xi
( g Fi )
= 2
1⎡ ∂
⎢ ∂r ( Fr r sen θ ) + ∂θ
r sen θ ⎣
2 ∂ Fθ 2
r
r sen θ +
∂ϕ
⎜
⎝ (
∂ ⎛ Fϕ
r sen θ
r 2 sen θ ) ⎞⎤
⎟⎥
⎠⎦
1 ∂ 2 1 ∂ 1 ∂Fϕ
= 2
r ∂r
( r Fr ) +
r sen θ ∂θ
( Fθ sen θ ) +
r sen θ ∂ϕ
∇ 2φ (r , θ ) = g rr φ ; rr + g θθ φ ;θθ = g rr ( ∂∂φr ) ;r
+ g θθ ( ∂∂θφ ) ;θ
gθθ = r 2 ⇒ gθθ = 1/ r 2
( )
∂φ
∂r ;r
=
∂ ∂φ
∂r ∂r
−( )
∂φ ⎧ r ⎫ ∂φ ⎧ θ ⎫ ∂ 2φ
⎨ ⎬−
N
⎨ ⎬=
∂r ⎩ rr ⎭ ∂θ ⎩ rr ⎭ ∂r 2
N
0 0
( )∂φ
∂θ ;θ
=
∂ ∂φ
∂θ ∂θ
−( )
∂φ ⎧ r ⎫ ∂φ ⎧ θ ⎫ ∂ 2φ
⎨ ⎬−
N
⎨ ⎬=
∂r ⎩θθ ⎭ ∂θ ⎩ θθ ⎭ ∂θ
N
2
+r
∂φ
∂r
−r 0
∇ 2φ (r , θ ) = 1 ⋅
∂ 2φ
∂r 2
+
1
(
r 2 ∂θ 2
∂ 2φ
+r
∂φ
∂r
= 2 +
∂r
)
∂ 2φ 1 ∂φ 1 ∂ 2φ
+ 2
r ∂r r ∂θ 2
■
• Cálculo do 1o membro:
⎧ϕ ⎫ ∂ 2 x ∂ϕ ∂ 2 y ∂ϕ ∂ 2 z ∂ϕ
⎨ ⎬ = + +
⎩ ϕθ ⎭ ∂ϕ ∂θ ∂x ∂ϕ ∂θ ∂y ∂ϕ ∂θ ∂z
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 66
temos que
∂2 x ∂2 y
= − r cos θ sen ϕ , = r cos θ cos ϕ
∂ϕ ∂θ ∂ϕ ∂θ
e que
⎧ ∂ϕ − y / x2 −y −r sen θ sen ϕ − sen ϕ
⎪ = = 2 = =
⎪ ∂x 1 + ( y / x)
2
x +y 2
r 2 sen 2 θ r sen θ
⎪
⇒ ⎨ ∂ϕ = 1/ x r sen θ cos ϕ cos ϕ
y x
ϕ = arctan = 2 = 2 =
x ⎪ ∂y 1 + ( y / x)
2
x +y 2
r sen θ 2 r sen θ
⎪ ∂ϕ
⎪ =0
⎩ ∂z
Logo,
⎧ϕ ⎫
⎨ ⎬ = (− r cos θ sen ϕ )
ϕθ
⎩ ⎭
− sen ϕ
r sen θ
( )
+ ( r cos θ cos ϕ )
r
cos ϕ
sen θ
= cot θ sen 2ϕ + cot θ cos 2ϕ = cot θ ■
• Cálculo do 2o membro:
1 ∂gϕϕ 1
gϕϕ = hϕ2 = r 2 sen 2 θ ⇒ = 2 2r 2 sen θ cos θ = cot θ ■
2 gϕϕ ∂θ 2
2r sen θ
1 ∂ ⎛ 11 ∂φ ⎞ 1 ∂ ⎛ 22 ∂φ ⎞ 1 ∂ ⎛ 33 ∂φ ⎞
= ⎜ g g ⎟ + ⎜ g g ⎟ + ⎜ g g ⎟
g ∂x1 ⎝ ∂x1 ⎠ g ∂x 2 ⎝ ∂x 2 ⎠ g ∂x3 ⎝ ∂x3 ⎠
=
1 ∂ 2
r 2 sen θ ∂r
(
r sen θ ⋅ 1 ⋅
∂φ
∂r
+ ) 1 ∂ ⎛ r 2 sen θ 1 ∂φ ⎞
⎜
r 2 sen θ ∂θ ⎝
⎟
r 2 ∂θ ⎠
1 ∂ ⎛ 2 1 ∂φ ⎞
+ ⎜ r sen θ 2 ⎟
r 2 sen θ ∂ϕ ⎝ r sen θ ∂ϕ ⎠
2
1 ∂ 2 ∂φ
= 2
r ∂r
r
∂r
(
+ 2
1
)
∂
r sen θ ∂θ
sen θ
∂φ
∂θ
+ 2
1
( ∂ 2φ
r sen 2 θ ∂ϕ 2
) ■
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 67
1 1 1 1 1 1
g 22 = gvv = = 2 = 2 g 33 = g ϕϕ = = 2 = 2 2
gvv hv u +v 2 gϕϕ hϕ u v
1 ⎧ ∂ ⎡ 11 ∂ψ ⎤ ∂ ⎡ 22 ∂ψ ⎤ ∂ ⎡ 33 ∂ψ ⎤ ⎫
∇ 2ψ = ⎨ 1⎢ g g ⎥ + ∂x 2 ⎢ g g ∂x 2 ⎥ + ∂x3 ⎢ g g ∂x3 ⎥ ⎬
g ⎩ ∂x ⎣ ∂x1 ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎭
1 ⎪⎧ ∂ ⎡ (u 2 + v 2 ) u v 1 ∂ψ ⎤ ∂ ⎡ (u 2 + v 2 ) u v 1 ∂ψ ⎤
= ⎨ ⎢ 2 2 ∂u ⎥ + ⎢ 2 2 ∂v ⎥ +
(u + v ) u v ⎪⎩ ∂u ⎣
2 2 (u + v ) ⎦ ∂v ⎣ (u + v ) ⎦
∂ ⎡ 2 2 1 ∂ψ ⎤ ⎫⎪
∂ϕ ⎢ (u + v ) u v u 2v 2 ∂ϕ ⎥ ⎬
⎣ ⎦ ⎪⎭
= 2
1 ⎧⎪ 1 ∂
2 ⎨ u ∂u
(u + v ) ⎩⎪
u (
∂ψ
∂u ) +
1 ∂
v ∂v (
v
∂ψ
∂v ) +
u 2 + v 2 ∂ 2ψ ⎫⎪
u 2 v 2 ∂ϕ 2 ⎭⎪
⎬ ■
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 68
G ∂ G ∂ G ∂
∇ ≡ ex + ey + ez : operador nabla ou del
∂x ∂y ∂z
G ∂f G ∂f G ∂f
∇f ≡ ex + ey + ez : gradiente de f
∂x ∂y ∂z
2 ∂2 f ∂2 f ∂2 f
∇ f = ∇ ⋅ ∇f ≡ + + : laplaciano de f (a divergência do gradiente de f )
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
∂f ∂f ∂f
df ≡ dx + dy + dz : diferencial de f
∂x ∂y ∂z
G G G
G ∂F ∂F ∂F G
dF ≡ dx + dy + dz : diferencial de F
∂x ∂y ∂z
G ∂f G ∂f G ∂f ⎞ G G G JJG
df = ⎛⎜ ex + ey + ez ⎟ ⋅ ( ex dx + e y dy + ez dz ) = ∇f ⋅ dr . (A-1)
⎝ ∂x ∂y ∂z ⎠
JJG G G
Observe que o deslocamento infinitesimal dr ≡ ex dx + e y dy +
JJG G G
dr ez dz (no espaço; v. figura à esquerda) é igual a d r , diferencial do ve-
G G G G
dz tor posição r = x ex + y e y + z ez (fato aparentemente óbvio, mas que
JJG
dx constitui um dos modos de se calcular dr em outros sistemas de coor-
dy denadas):
JJG G G G G
G G ∂r ∂r ∂r G
dr ≡ ex dx + e y dy + ez dz = dx + dy + dz = d r . (A-2)
∂x
N ∂y
N ∂z
N
G GG
ex ey ez
z
As coordenadas esféricas r, θ e ϕ de um ponto P
do espaço. A lei de transformação é
θ P
r
y ⎧ x = r sen θ cos ϕ
⎪
⎨ y = r sen θ sen ϕ ( r ≥ 0 , 0 ≤ θ < π , 0 ≤ ϕ < 2π )
ϕ ⎪ z = r cos θ
x ⎩
Para nós, o laplaciano é especialmente importante por aparecer em várias equações da Fí-
sica Matemática, tais como as equações do calor e da onda. Boa parte do presente capítulo é vol-
tada ao seu desenvolvimento nos diversos sistemas de coordenadas. Assim, um dos nossos obje-
tivos é deduzir as expressões do laplaciano de uma função f em coordenadas polares, cilíndricas
e esféricas (a sua definição em coordenadas cartesianas é dada abaixo para fins de referência):
∂2 f ∂2 f ∂2 f
∇ 2 f ( x, y, z ) = 2 + 2 + 2 (cartesianas)
∂x ∂y ∂z
∂2 f 1 ∂f 1 ∂2 f
∇2 f ( ρ ,ϕ ) = + + 2 (polares) (A-3)
∂ρ 2 ρ ∂ρ ρ ∂ϕ 2
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 70
∂2 f 1 ∂f 1 ∂2 f ∂2 f
∇2 f ( ρ ,ϕ , z) = + + 2 + (cilíndricas) (A-4)
∂ρ 2 ρ ∂ρ ρ ∂ϕ 2 ∂z 2
∂ 2 f 1 ∂f 1 ⎡ 1 ∂ ⎛ ∂f ⎞ 1 ∂2 f ⎤
∇ 2 f (r ,θ , ϕ ) = + + ⎜ sen θ ⎟ + (esféricas) (A-5)
∂r 2 r ∂r r 2 ⎢⎣ sen θ ∂θ ⎝ ∂θ ⎠ sen 2 θ ∂ϕ 2 ⎥⎦
Derivando essa expressão novamente em relação a x (agora aplicando a regra da cadeia para
derivar f ρ e fϕ do mesmo modo como se fez para f acima), obtemos
( ) (
f xx = f ρρ ρ x + f ρϕ ϕ x ρ x + f ρ ρ xx + fϕρ ρ x + fϕϕ ϕ x ϕ x + fϕ ϕ xx )
= ρ x2 f ρρ + ϕ x2 fϕϕ + 2 ρ x ϕ x f ρϕ + ρ xx f ρ + ϕ xx fϕ .
( ) (
f yy = f ρρ ρ y + f ρϕ ϕ y ρ y + f ρ ρ yy + fϕρ ρ y + fϕϕ ϕ y ϕ y + fϕ ϕ yy )
= ρ y2 f ρρ + ϕ y2 fϕϕ + 2 ρ y ϕ y f ρϕ + ρ yy f ρ + ϕ yy fϕ .
Logo,
∇ 2 f = f xx + f yy =
( ρ x2 + ρ y2 ) f ρρ + (ϕ x2 + ϕ y2 ) fϕϕ + 2( ρ x ϕ x + ρ y ϕ y ) f ρϕ + ( ρ xx + ρ yy ) f ρ + (ϕ xx + ϕ yy ) fϕ . (A-6)
ρ≡ x2 + y2 e ϕ = arctan ( y / x) + δ ,
onde, considerando ϕ ∈ [0, 2π ) , é necessário definir a constante aditiva δ como sendo igual a 0,
π, π ou 2π se ϕ for do 1o, 2o, 3o ou 4o quadrante, respectivamente, uma vez que os valores
principais da função arctan estão no intervalo ( −π / 2, π / 2) . Logo,
ρx = ∂ ( x2 + y 2 ) ∂x = (2 x) (2 )
x2 + y 2 = x / ρ ,
ρ xx = ∂ ( x ρ −1 ) ∂x = ρ −1 − x ρ −2 ρ x = ( ρ 2 − x 2 ) / ρ 3 = y 2 / ρ 3 ,
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 71
∂ − y / x2 −y −y
ϕx = [ arctan ( y / x ) + δ ] = = 2 = 2 ,
∂x 1 + ( y / x) 2
x +y 2
ρ
∂
ϕ xx = ( − y ρ −2 ) = 2 y ρ −3 ρ x = 2 y3 x = 2 xy4 .
∂x ρ ρ ρ
Nas duas primeiras expressões acima, podemos simplesmente substituir x e y um pelo ou-
tro, já que a expressão de ρ é simétrica com respeito a essa troca, para obter
ρy = y / ρ , ρ yy = x 2 / ρ 3 .
Já ϕ não exibe tal simetria; suas derivadas em relação a y devem ser calculadas normalmente:
∂ 1/ x x x
ϕy = [ arctan ( y / x) + δ ] = = 2 = 2 ,
∂y 1 + ( y / x) 2
x +y 2
ρ
∂
ϕ yy = ( x ρ −2 ) = −2 x ρ −3 ρ y = −23x y = −2 xy .
∂y ρ ρ ρ4
Assim,
ρ x2 + ρ y2 = x 2 / ρ 2 + y 2 / ρ 2 = ( x 2 + y 2 ) / ρ 2 = ρ 2 / ρ 2 = 1 ,
ϕ x2 + ϕ y2 = y 2 / ρ 4 + x 2 / ρ 4 = ρ 2 / ρ 4 = 1/ ρ 2 ,
ρ x ϕ x + ρ y ϕ y = − xy / ρ 3 + xy / ρ 3 = 0
ρ xx + ρ yy = y 2 / ρ 3 + x 2 / ρ 3 = ρ 2 / ρ 3 = 1/ ρ ,
ϕ xx + ϕ yy = 0 .
x = x (t , u ,v ) , y = y (t , u ,v ) , z = z (t , u ,v ) ,
t = t ( x, y , z ) , u = u ( x, y , z ) , v = v ( x, y , z ) ,
o que implica num jacobiano J = ∂ ( x, y , z ) / ∂ (t , u ,v ) que não se anula. (Na prática, o jacobiano
pode se anular em certos pontos, onde, então, considerações especiais devem ser levantadas.)
Assim, a cada ponto P ( x, y , z ) do espaço podemos associar um único terno (t,u,v) formado pe-
las chamadas coordenadas curvilíneas. O sistema composto pelas três equações acima define
uma transformação de coordenadas.
O vetor posição de um ponto do espaço pode ser escrito como uma função vetorial das
G G
coordenadas cartesianas, r ( x, y, z ) , ou curvilíneas, r (t , u,v ) . Considere um ponto P0 do espa-
ço, de coordenadas cartesianas ( x0 , y0 , z0 ) e curvilíneas
(t0 , u0 ,v 0 ) . Mantendo u = u0 = const. , v = v 0 = const. e G
∂r
variando t, obtemos uma curva passando por P0 , que é a (t0 , u0 ,v 0 )
∂t
G t cresce
imagem da função vetorial r (t , u0 ,v 0 ) e que se define co- P0
G
mo sendo a curva de t (mostrada na figura à direita). Re- r (t0 , u0 ,v 0 )
G
corde-se de que o vetor ∂r / ∂t é tangente a essa curva (ob- G
r (t , u0 ,v 0 )
serve-o no ponto P0 da figura). De modo análogo se defi-
G G curva
nem a curva de u, r (t0 , u ,v 0 ) , e a curva de v, r (t0 , u0 ,v ) de t O
passando por P0 . Essas são as chamadas curvas coorde-
nadas. Temos assim definidas, num sistema de coordenadas curvilíneas fixo, três curvas coor-
denadas em cada ponto do espaço. Que elas não coincidem é garantido pelo fato de o jacobiano
ser diferente de zero em todos os pontos. De fato, se
∂x / ∂t ∂x / ∂u ∂x / ∂v
G G G
∂ ( x, y , z ) ∂r ∂r ∂r
J = = ∂y / ∂t ∂y / ∂u ∂y / ∂v = ⋅ × ≠0 (A-7)
∂ (t , u ,v ) ∂t ∂u ∂v
∂z / ∂t ∂z / ∂u ∂z / ∂v
G G G
num dado ponto então, nesse ponto, os vetores tangentes ∂r / ∂t , ∂r / ∂u e ∂r / ∂v formam um
paralelepípedo cujo volume, dado pelo produto misto acima, é diferente de zero, indicando que
esses vetores tangentes são linearmente independentes e, portanto, que as curvas coordenadas
nesse ponto são distintas.
Quando essas curvas interceptam-se em ângulos retos em todos os pontos, o sistema de
coordenadas curvilíneas é dito ortogonal.
Também temos as superfícies coordenadas, que são aquelas sobre as quais uma das coor-
denadas curvilíneas mantém-se constante; logo, são dadas por t = t0 , u = u0 ou v = v 0 . Note
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 73
que uma curva coordenada é a interseção de duas superfícies coordenadas; e.g., a curva de t, na
qual só t varia, é a interseção das superfícies coordenadas u = u0 e v = v 0 .
Exemplos:
i) No sistema cartesiano:
– as curvas da coordenada x são retas paralelas ao eixo x.
– as superfícies coordenadas são planos paralelos aos planos xy, xz ou yz.
z G
curva curva curva de ϕ er
P de u G
de t eϕ
G
G et θ r
eu G curva de r G
r eθ
t cresce ϕ
y
u cresce x
curva de θ
Note que: (i) trata-se de um sistema ortogonal (convença-se através da figura acima à di-
G G G
reita que er , eθ e eϕ são ortogonais; isto será demonstrado analiticamente mais adiante), (ii)
embora ortogonais em todos os pontos, a orientação dos versores muda de um ponto a outro;
(iii) dr é um comprimento, já dθ e dϕ são ângulos.
onde
G G G G G G G
r = x ex + y e y + z ez = x (t , u ,v ) ex + y (t , u ,v ) e y + z (t , u ,v ) ez
e, portanto,
G
∂ r ∂x G ∂y G ∂z G
= ex + e y + ez , etc ,
∂t ∂t ∂t ∂t
e com
G 2 2 2
∂r ⎛ ∂x ⎞ + ⎛ ∂y ⎞ + ⎛ ∂z ⎞ , etc .
ht ≡ = ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
∂t ⎝ ∂t ⎠ ⎝ ∂t ⎠ ⎝ ∂t ⎠
Logo, genericamente, temos que, multiplicando o fator de escala de uma coordenada pelo dife-
rencial dela obtemos o elemento de comprimento de arco da sua curva coordenada.
Os versores definem um sistema de eixos local em cada ponto do espaço. Eles, obviamen-
te, são ortogonais se o sistema de coordenadas curvilíneas for ortogonal. Nesse caso, por conve-
G G G
niência, as coordenadas são ordenadas no terno (t,u,v) de modo que et - eu - ev , nessa ordem,
forme um trio "destro" (i.e., para o qual vale a regra da mão direita). Obviamente, trios "sinis-
tros" (consoante a regra da mão esquerda) também podem ser empregados. Apenas no caso de
G
um sistema ortogonal, os versores são normais às superfícies coordenadas ( et é normal à super-
G
fície t = const., eu o é à u = const., etc).
Note que, em geral, os ângulos entre os eixos podem variar de um ponto a outro e, mesmo
que esses ângulos permaneçam os mesmos (e.g., todos retos, no caso de um sistema ortogonal),
G G G
as orientações dos versores curvilíneos (em relação aos versores cartesianos i , j e k ) ainda
podem mudar de ponto a ponto. Além disso, as coordenadas t, u e v podem não ter o significa-
do geométrico de comprimento e, portanto, dt, du e dv não são necessariamente elementos de
comprimento de arco (ds) ao longo das curvas coordenadas correspondentes.
Substituindo na Eq. (A-7) as fórmulas de cálculo dos versores, dadas pelas Eqs. (A-8),
obtemos a seguinte fórmula para o jacobiano:
G G G
J = ht hu hv et ⋅ eu × ev . (A-9)
G G G G
r = ex r sen θ cos ϕ + e y r sen θ sen ϕ + ez r cos θ
G G G G
hr hθ er ⋅ eθ = ( ∂ r / ∂ r ) ⋅ ( ∂ r / ∂θ ) =
G G G G G G
= (ex sen θ cos ϕ + e y sen θ sen ϕ + ez cos θ ) ⋅ (ex r cos θ cos ϕ + e y r cos θ sen ϕ − ez r sen θ )
= (sen θ cos ϕ ) (r cos θ cos ϕ ) + (sen θ sen ϕ ) (r cos θ sen ϕ ) + (cos θ ) (− r sen θ )
= r θ cos θ cos 2 ϕ
sen r sen θ cos θ sen 2 ϕ
− r sen θ cos θ = 0
+
r sen θ cos θ
G
O deslocamento infinitesimal, sendo a diferencial de r (t , u,v ) [cf. Eq. (A-2)], é dado por
JJG G G G
G ∂r ∂r ∂r G G G
dr = d r = dt + du + dv = ht dt et + hu du eu + hv dv ev (A-10)
∂t ∂u ∂v
∂ ( x, y , z )
|J | = = ht hu hv . (A-13)
∂ (t , u,v )
Essa fórmula também pode ser obtida daquela na Eq. (A-9), uma vez que, sendo ortogonais e
unitários os versores, o produto misto tem módulo unitário.
A expressão do elemento de área de uma superfície coordenada é a seguinte:
isto é, o elemento de área de uma superfície coordenada é dado pelo produto dos fatores de esca-
la e os diferenciais das duas coordenadas que variam naquela superfície.
G G
∂r G G ∂r
= − ex r sen θ sen ϕ + e y r sen θ cos ϕ ⇒ hϕ = = r sen θ
∂ϕ ∂ϕ
G
G 1 ∂r G G G
er = = ex sen θ cos ϕ + e y sen θ sen ϕ + ez cos θ
hr ∂ r
G
G 1 ∂r G G G
eθ = = ex cos θ cos ϕ + e y cos θ sen ϕ − ez sen θ
hθ ∂θ
G
G 1 ∂r G G
eϕ = = − ex sen ϕ + e y cos ϕ
hϕ ∂ϕ
sen θ dr dθ d ϕ
|J |
• hρ = 1 , hϕ = ρ (coordenadas polares)
• hx = 1 , hy = 1 , hz = 1 (coordenadas cartesianas)
• hρ = 1 , hϕ = ρ , hz = 1 (coordenadas cilíndricas)
∂f ∂f ∂f ⇒
= dt + du + dv (que seJJjustifica pelo fa-
∂t ∂u ∂v G
to de dr ser arbitrário)
1 ∂f 1 ∂f 1 ∂f
⇒ (∇f )t = , (∇f )u = , (∇f )v = ;
ht ∂t hu ∂u hv ∂v
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 77
1 ∂f G 1 ∂f G 1 ∂f G
∇f = et + eu + ev . (A-15)
ht ∂t hu ∂u hv ∂v
Nota: Uma outra maneira de se obter tal expressão do gradiente em coordenadas curvilíneas é a seguinte:
G
(∇f )t
G
= et ⋅ ∇f =
1
ht
∇f ⋅
∂r
∂t
= (
1 ∂f G ∂f G
ht ∂x
ex +
∂y
ey +
∂z
ez ⋅ ⎜
⎝ ∂t)
∂f G ⎛ ∂x G ∂y G
ex +
∂t
ey +
∂z G ⎞
∂t
ez ⎟
⎠
1 ⎛ ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z ⎞ 1 ∂f
= ⎜ + + ⎟ = , (A-16)
ht ⎝ ∂x ∂t ∂y ∂t ∂z ∂t ⎠ ht ∂t
onde empregamos a regra da cadeia. De modo análogo obtêm-se (∇f )u = (∂f / ∂u ) / hu e (∇f )v = (∂f / ∂v ) / hv .
G G JJG G 1 G JJG
∇⋅ F (t , u ,v ) dV = F ⋅ dS { } superfície
de dV
⇒ ∇⋅F =
dV
F ⋅ dS { } superfície
de dV
. (A-17)
G
O fluxo de F na superfície de dV pode ser dividido em três partes, cada uma consistindo no
fluxo em duas faces opostas de dV, sendo o elemento do fluxo em cada face tomado como o va-
G JJG G
lor de F ⋅ dS no vértice da face –– nas faces ortogonais a eu usamos os vértices P 0 e P2 , nas
G G
ortogonais a et , P 0 e P 1 , nas ortogonais a ev , P 0 e P3 . Assim, o fluxo nas faces hachuradas na
figura é dado por
G JJG G G
{ F ⋅ dS } parte hachurada
⎡ F ⋅ eGu ht dt hv dv ⎤ + ⎡ F ⋅ (−eGu ) ht dt hv dv ⎤
⎣ ⎦ P2 ⎣ ⎦ P0
=
dV ht hu hv dt du dv
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 78
=
1
{
[ Fu ht hv ] (t , u + du , v ) − [ Fu ht hv ] (t ,u ,v ) dt dv
ht hu hv dt du dv
}
∂
( Fu ht hv ) du
∂u
1 ∂
= ( Fu ht hv ) .
ht hu hv ∂u
Expressões análogas a esta são obtidas para os outros dois pares de faces opostas:
1 G JJG
dV
{
F ⋅ dS } faces orto-
G
gonais a et
=
1 ∂
ht hu hv ∂t
( Ft hu hv ) ,
1 G JJG
dV
{
F ⋅ dS } faces orto-
G
gonais a ev
=
1 ∂
ht hu hv ∂v
( Fv ht hu ) .
G 1 ⎡∂ ∂ ∂ ⎤
∇⋅F = ⎢ ( F h hv ) + ( F h hv ) + ( Fv ht hu ) ⎥ . (A-18)
ht hu hv ⎣ ∂t ∂u ∂v
t u u t
⎦
⎢ ( h h )+
∂u ( h ∂u ) ∂v ( h ∂v ) ⎥⎦
1 ⎡ ∂ 1 ∂f ∂ 1 ∂f ∂ 1 ∂f ⎤
= u v h h + h h t v
h h h ⎣ ∂t h ∂t
t u
t u v t u v
G
ev
Por fim, calculemos em coordenadas curvilíneas o dS = (ht dt ) (hu du )
curva de u
rotacional do mesmo campo vetorial que empregamos G
acima no cálculo da divergência. A figura mostra um hu du P2 eu
elemento de área dS da superfície coordenada v = const., • (t , u + du , v )
com um dos vértices no ponto (t , u ,v ) e cujos lados são P 0 (t , u , v ) •
elementos de comprimento de arco ao longo de curvas • P3
coordenadas (que são, no caso, as curvas de t e de u, ht dt • (t + dt , u , v )
P1
contidas naquela superfície); de acordo com o teorema G
de Stokes, temos que: curva de t et
G G JJG G G JJG
G
{
dS ev ⋅∇ × F (t , u,v ) = F ⋅ dr } borda
de dS
⇒ ( ∇ × F )v =
1
ht dt hu du
{
F ⋅ dr } borda
de dS
.
G
A circulação de F na borda de dS pode ser dividida em duas partes, cada uma consistin-
do na circulação em dois lados opostos de dS, sendo o elemento de circulação em cada lado to-
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 79
G G G G G G G G
= ⎡ F ⋅ et ht dt ⎤ + ⎡ F ⋅ (−et ) ht dt ⎤ + ⎡ F ⋅ eu hu du ⎤ + ⎡ F ⋅ ( −eu ) hu du ⎤
⎣ ⎦ P0 ⎣ ⎦ P2 ⎣ ⎦ P1 ⎣ ⎦ P0
⎡∂ ∂
= ⎢ ( Fu hu ) − ( Ft ht ) ⎤⎥ dt du .
⎣ ∂t ∂u ⎦
Substituindo, obtemos
G G G
G ⎡∂ ∂ ⎤ ev ∂ / ∂t ∂ / ∂u
ev ( ∇ × F )v =
ev
( Fu hu ) − ( Ft ht ) ⎥ dt du = .
ht dt hu du ⎢⎣ ∂t ∂u ⎦ ht hu Ft ht Fu hu
Note que a ordem das colunas nos determinantes é determinada pela ordem dos versores no 2o
G G G G G G G G G
membro das fórmulas ev = et × eu , et = eu × ev e eu = ev × et .
O rotacional é, então, dado por
G G G G G
∇ × F = et ∇ × F ( ) t
G
+ eu ∇ × F( ) u
G
(
+ ev ∇ × F )v
1 ⎧⎪ G ∂ / ∂u ∂ / ∂v G ∂ / ∂t ∂ / ∂v G ∂ / ∂t ∂ / ∂u ⎫⎪
= ⎨ ht et − hu eu + hv ev ⎬ ,
ht hu hv ⎪⎩ Fu hu Fv hv Ft ht Fv hv Ft ht Fu hu ⎭⎪
ou
G G G
ht et hu eu hv ev
G 1 ∂ ∂ ∂
∇×F = . (A-19)
ht hu hv ∂t ∂u ∂v
ht Ft hu Fu hv Fv
G G G
Considere o campo escalar f ( r , θ , ϕ ) e o campo vetorial F (r ,θ , ϕ ) = Fr er + Fθ eθ +
G
Fϕ eϕ . Tendo em conta que hr = 1 , hθ = r e hϕ = r sen θ , temos que:
1 ∂f G 1 ∂f G 1 ∂f G ∂f G 1 ∂f G 1 ∂f G
∇f = er + eθ + eϕ = er + eθ + eϕ
hr ∂ r hθ ∂θ hϕ ∂ϕ ∂r r ∂θ r sen θ ∂ϕ
G 1 ⎡ ∂ ∂ ∂ ⎤
∇⋅F = ⎢ ( Fr hθ hϕ ) + ( Fθ hr hϕ ) + ( Fϕ hr hθ ) ⎥
hr hθ hϕ ⎣ ∂ r ∂θ ∂ϕ ⎦
⎡ ∂ 2
1 ∂ ∂ ⎤
= 2 ⎢ ∂ r (r sen θ Fr ) + ∂θ (r sen θ Fθ ) + ∂ϕ (r Fϕ ) ⎥
r sen θ ⎣ ⎦
1 ∂ 2 1 ∂ 1 ∂Fϕ
= 2 (r Fr ) + (sen θ Fθ ) +
r ∂r r sen θ ∂θ r sen θ ∂ϕ
∇2 f =
1
(
⎡ ∂ 1 ∂f
⎢
hr hθ hϕ ⎢⎣ ∂ r hr ∂r ) (
hθ hϕ +
∂ 1 ∂f
∂θ hθ ∂θ )
hr hϕ +
∂ ⎛ 1 ∂f
⎜
∂ϕ ⎝ hϕ ∂ϕ
h
⎞⎤
r θ ⎟⎥
h
⎠ ⎥⎦
⎢ ( r sen θ ) + ( r sen θ ) + ( r )⎥
1 ⎡ ∂ ∂f ∂ 1 ∂f
2 ∂ 1 ∂f ⎤
=
r sen θ ⎣ ∂ r ∂ r
2 ∂θ r ∂θ ∂ϕ r sen θ ∂ϕ ⎦
1 ∂ ⎛ 2 ∂f ⎞ 1 ∂ ⎛ ∂f ⎞ 1 ∂2 f
= ⎜ r ⎟ + ⎜ sen θ ⎟ +
r 2 ∂r ⎝ ∂ r ⎠ r 2 sen θ ∂θ ⎝ ∂θ ⎠ r 2 sen 2 θ ∂ϕ 2
G G G G G G
hr er hθ eθ hϕ eϕ er r eθ r sen θ eϕ
G 1 ∂ ∂ ∂ 1 ∂ ∂ ∂
∇×F = =
hr hθ hϕ ∂r ∂θ ∂ϕ r sen θ ∂r
2 ∂θ ∂ϕ
hr Fr hθ Fθ hϕ Fϕ Fr r Fθ r sen θ Fϕ
Para dar um exemplo concreto do cálculo do rotacional, considere o campo vetorial dado
por
G G G G
r sen 2θ
F = ( sen ϕ cos ϕ
) er + (
r sen θ cos r sen θ cos 2ϕ ) eϕ ;
θ sen ϕ cos ϕ
) eθ + (
Fr Fθ Fϕ
temos que
G
r 2 sen θ ∇ × F =
É instrutivo substituir nesta equação as expressões dos versores esféricos em termos dos
G G G
versores cartesianos(∗) ∇ × F = ez = ∇ × ( x e y ) , assim se obtendo o rotacional em coordenadas
G G
cartesianas, nas quais, podemos então notar que o campo vetorial considerado é F = x e y (de
G G G G
fato, substitua nesta equação x = r sen θ cos ϕ e e y = er sen θ sen ϕ + eθ cos θ sen ϕ + eϕ cos ϕ e
obtenha a expressão original do campo em coordenadas esféricas).
x = (u 2 −v 2 ) / 2, y = uv , z = z [u,v , z ∈ \ ] .
G G G G
∂r G 1 ∂r u ex + v e y
hu = = 2
u +v 2
e eu = = ■
∂u hu ∂u u 2 +v 2
G G −v eG + u eG
∂r G 1 ∂r
2 2
■
x y
hv = = u +v e ev = =
∂v hv ∂v u 2 +v 2
G G
∂r G 1 ∂r G
hz = =1 e ez = = ez ■
∂z hz ∂z
(∗)
Relações entre os versores esféricos e cartesianos:
G G G G G G G G
⎧ er = ex sen θ cos ϕ + e y sen θ sen ϕ + ez cos θ ⎧ ex = er sen θ cos ϕ + eθ cos θ cos ϕ − eϕ sen ϕ
⎪⎪ G G G G ⎪G G G G
⎨ eθ = ex cos θ cos ϕ + e y cos θ sen ϕ − ez sen θ ⇔ ⎨ e y = er sen θ sen ϕ + eθ cos θ sen ϕ + eϕ cos ϕ
⎪G G G ⎪G G G
⎩⎪ eϕ = − ex sen ϕ + e y cos ϕ ⎩ ez = er cos θ − eθ sen θ
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 82
G G G G
c) Expresse o campo vetorial A = z ex + 2 x e y − 3 y ez nesse sistema .
G G G G
A = z e x + (u 2 − v 2 ) e y − 3 u v e z (∗)
G G z u + (u 2 −v 2 )v G G − zv + (u 2 −v 2 ) u G G
Au = A ⋅ eu = , Av = A ⋅ ev = , Az = A ⋅ ez = −3 uv
u 2 +v 2 u 2 +v 2
G G G G z u + (u 2 −v 2 )v G − z v + (u 2 −v 2 ) u G G
A(u,v , z ) = Au eu + Av ev + Az ez = eu + ev − 3 uv ez ■
u 2 +v 2 u 2 +v 2
(u 2 +v 2 ) u G (u 2 +v 2 )v G G G G G
= eu + ev + z ez = u 2 +v 2 (u eu + v ev ) + z ez ■
u 2 +v 2 u 2 +v 2
Um segundo modo de obter esse resultado consiste em substituir na Eq. (†) as expressões
dos versores cartesianos em termos dos versores curvilíneos obtidas no item (d), dadas pela Eq.
(#).
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 83
∂ ( x, y , z )
= hu hv hz = u 2 +v 2 ■
∂ (u ,v , z )
G 1 ⎡ ∂ ∂ ∂
∇⋅B = ⎢ ( Bu hv hz ) + ( Bv hu hz ) + ( Bz hu hv ) ⎤⎥
hu hv hz ⎣ ∂u ∂v ∂z ⎦
=
⎡ ∂1
u +v ⎢⎣ ∂u
2
Bu2 ( u 2 +v 2 + ) ∂
∂v
Bv ( )
u 2 +v 2 +
∂
∂z
( ⎤
Bz (u 2 +v 2 ) ⎥
⎦
)
=
⎡ ∂1
u +v ⎢⎣ ∂u
2
Bu2 ( u 2 +v 2 + ) ∂
∂v
Bv ( )⎤ ∂B
u 2 +v 2 ⎥ + z
⎦ ∂z
■
∇2 f =
1⎡ ∂
2 ⎢ ∂u
u +v ⎣
2
(∇f )u ( )
u 2 +v 2 +
∂
∂v
(
(∇f )u )
⎤ ∂ (∇f ) z
u 2 +v 2 ⎥ +
⎦ ∂z
⎡ ∂ ⎛ ∂ f / ∂u
1 ⎞ ∂ ⎛ ∂ f / ∂v ⎞⎤ ∂ ∂f ⎞
= ⎢ ⎜ u 2 +v 2 ⎟ + ⎜ u 2 +v 2 ⎟ ⎥ + ⎛⎜ ⎟
u +v ⎣ ∂u ⎝ u 2 +v 2 ⎠ ∂v ⎝ u 2 +v 2 ⎠ ⎦ ∂z ⎝ ∂z ⎠
2 2
1 ⎡ ∂2 f ∂2 f ⎤ ∂2 f
= ⎢ + ⎥+ ■
u 2 +v 2 ⎣ ∂u 2 ∂v 2 ⎦ ∂z 2
1 ⎧ ∂ ⎡ hv hz ∂ f ⎤ ∂ ⎡ hz hu ∂ f ⎤ ∂ ⎡ hu hv ∂ f ⎤ ⎫
∇2 f = ⎨ ⎢ + + ⎬
hu hv hz ⎩ ∂u ⎣ hu ∂u ⎥⎦ ∂v ⎢⎣ hv ∂v ⎥⎦ ∂z ⎢⎣ hz ∂z ⎥⎦ ⎭
do laplaciano para nela substituir os fatores de escala já calculados e obter o mesmo resultado.)
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 84
G G G G G G
hu eu hv ev hz ez u 2 +v 2 eu u 2 +v 2 ev ez
G 1 1
∇× B = ∂ / ∂u ∂ / ∂v ∂ / ∂z = 2 2 ∂ / ∂u ∂ / ∂v ∂ / ∂z
hu hv hz u +v
hu Bu hv Bv hz Bz u 2 +v 2 Bu u 2 +v 2 Bv Bz
G
i) Usando as expressões da divergência e do rotacional obtidas no item (h), calcule ∇⋅ A e
G G G
∇ × A , onde A (r ) é o campo vetorial dado no item (c). Faça os cálculos também em coorde-
nadas cartesianas, obtendo, obviamente, o mesmo resultado.
G G G G z u + (u 2 −v 2 )v G − zv + (u 2 −v 2 ) u G G
A = z ex + 2 x e y − 3 y ez = eu + ev − 3 u v ez .
u 2 +v 2 u 2 +v 2
DIVERGÊNCIA:
G ∂A ∂Ay ∂Az ∂ ∂ ∂
∇⋅ A ( x, y, z ) = x + + = ( z ) + (2 x) + (−3 y ) = 0 ■
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
( ) ( )
G ⎡ ∂ ∂ ⎤ ∂A
∇⋅ A (u,v , z ) = (u 2 +v 2 ) −1 ⎢ Au u 2 +v 2 + Av u 2 +v 2 ⎥ + z
⎣ ∂u ∂v ⎦ ∂z
⎡ ∂ ∂ ⎤ ∂ (−3uv )
= (u 2 +v 2 ) −1 ⎢
⎣ ∂u
(
z u + (u 2 −v 2 )v +
∂v
) (
− z v + (u 2 −v 2 ) u ⎥ +
⎦ ∂z
)
= (u 2 +v 2 ) −1 ⎡⎣ ( z + 2uv ) + ( − z − 2uv ) ⎤⎦ + 0 = 0 ■
ROTACIONAL:
G G G G G G
ex ey ez ex ey ez
G G G G
∇ × A ( x, y, z ) = ∂ / ∂x ∂ / ∂y ∂ / ∂z = ∂ / ∂x ∂ / ∂y ∂ / ∂z = ex (−3) + e y (1) + ez (2) ■
Ax Ay Az z 2x −3 y
G G G
u 2 +v 2 eu u 2 +v 2 ev ez
G 1
∇ × A (u,v , z ) = ∂ / ∂u ∂ / ∂v ∂ / ∂z
u +v 2
2
u 2 +v 2 Au u 2 +v 2 Av Az
G G G
u 2 +v 2 eu u 2 +v 2 ev ez
1
= ∂ / ∂u ∂ / ∂v ∂ / ∂z
u 2 +v 2
z u + (u 2 −v 2 )v − z v + (u 2 −v 2 ) u −3 uv
G G G
(
= (u 2 +v 2 )−1 ⎡ u 2 +v 2 eu ( −3u + v ) + u 2 +v 2 ev ( u + 3v ) + ez 3u 2 −v 2 − u 2 + 3v 2
⎢ G
G
G G
)⎤⎥
⎢⎣ u ex + v ey −v ex + u e y ⎥⎦
⎡G ⎛−
G
3u 2 + v u − uv − 3v 2 ⎞ + ey ⎛ −
G
3uv + v 2 + u 2 + 3uv ⎞ + ez u 2 + 2v 2 ⎞ ⎤
⎛ 2
= (u 2 +v 2 )−1 ⎢ex ⎜
⎟ ⎜
⎟ ⎜ 2 ( u 2 +v 2 ) ⎟ ⎥
⎣ ⎝ −3 (u 2 +v 2 ) ⎠ ⎝ u 2 +v 2 ⎠ ⎝ ⎠⎦
G G G
= −3 e x + e y + 2 e z ■
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 85
JJG
Exercício 2: Escolha um sistema de coordenadas apropriado e calcule dS e dS para cada
superfície:
z
ρ0
Coordenadas cilíndricas ( ρ , ϕ , z )
JJG G
superfície dS = dS eρ
cilíndrica y
x dS = hϕ d ϕ hz dz = ρ d ϕ dz
z
Coordenadas esféricas (r , θ , ϕ )
r0
JJG G
superfície dS = dS er
esférica y
x dS = hθ dθ hϕ dϕ = r02 sen θ dθ d ϕ
z
Coordenadas esféricas (r , θ , ϕ )
JJG G
superfície dS = dS eθ
cônica θ0
dS = hr dr hϕ d ϕ = r sen θ 0 dr d ϕ
y
x
1 1 1 ds 1 2 2 ∑ hi2 dui2 1
mv 2 = m ⎛⎜
ds ⎞
T = ⎟ = m 2 = m
i =1
= m∑ hi2 ui2 .
2 2 ⎝ dt ⎠ 2 dt 2 dt 2 2 i
∂T 1 ∂ 1 ∂u 2j 1 ∂u j
pi =
∂ui
= m
2 ∂ui
∑ h 2j u 2j = m ∑ hj
2
2
∂
u
= m ∑ h 2j 2 u j
2 ∂u
= m hi2 ui ⇒ ui = pi / mhi2 .
j j i j Ni
{ 10 sese jj ≠= ii
Logo,
1 2 1
T = m∑ hi2 ( pi mhi2 ) = ∑ pi2 hi2 .
2 i 2m i
Nota: O aluno que não se sente confortável com as operações com diferenciais acima, imagine-as realizadas
antes de se tomar o limite:
3
G ∂ 2ψ ∂ψ G
(r × ∇)2ψ = r 2 ∇ 2ψ − r 2 2 − 2r ⎡⎣i.e., ( r × ∇) 2ψ = r 2 (∇ 2ψ − ∇ r2ψ ) = ∇ Ω
2
ψ ⎤⎦ ,
∂r ∂r
onde, entre os colchetes acima, fizemos uso da seguinte notação para o laplaciano:
1
∇ 2ψ (r ,θ , ϕ ) = ∇ r2 ψ + 2
2
∇Ω ψ ,
r
com
∂ 2ψ 2 ∂ψ 1 ∂ ⎛ ∂ψ ⎞ 1 ∂ 2ψ
∇ 2r ψ ≡ + e 2
∇Ω ψ ≡ ⎜ sen θ ⎟+ .
∂r 2 r ∂r sen θ ∂θ ⎝ ∂θ ⎠ sen 2 θ ∂ϕ 2
Temos que
G G G
G G ⎛ G ∂ eθ ∂ eϕ ∂ ⎞ G ∂ eθ ∂
r × ∇ = r er × ⎜ er + + ⎟ = eϕ − ;
⎝ ∂r r ∂θ r sen θ ∂ϕ ⎠ ∂θ sen θ ∂ϕ
logo;
G G
G
(
G ∂
( r × ∇ ) = eϕ −
2 eθ ∂
∂θ sen θ ∂ϕ
G ∂
⋅ eϕ −
eθ ∂
∂θ sen θ ∂ϕ )( )
G G G
G
= eϕ ⋅
∂ ⎛G ∂ ⎞ G
⎜ eϕ ⎟ − eϕ ⋅
∂θ ⎝ ∂θ ⎠
∂ eθ ∂
∂θ sen θ ∂ϕ
−
eθ
⋅ (
∂ ⎛G ∂ ⎞
⎜ eϕ ⎟+
eθ
⋅ )
∂ ⎛G ∂ ⎞
⎜ eθ
sen θ ∂ϕ ⎝ ∂θ ⎠ sen θ ∂ϕ ⎝ ∂ϕ ⎠
2 ⎟
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 87
G G
G ⎛ ∂eϕ ∂ G ∂ 2 ⎞ G ⎡ ∂eθ 1 ∂ G ∂ ⎛ 1 ∂ ⎞⎤
= eϕ ⋅ + eϕ − e ⋅ ⎢ ∂θ sen θ ∂ϕ + e ⎜ ⎟
⎜⎜ ∂θ ∂θ 2 ⎟ ⎠⎥
ϕ θ
N ∂θ ⎟ N ∂θ ⎝ sen θ ∂ϕ
⎝ 0G ⎠ ⎢⎣ − eG ⎥⎦
r
G G G G
eθ ⎛ ∂eϕ ∂ G ∂ 2
⎞ eθ ⎛ ∂eθ ∂ G ∂2 ⎞
Vide a
− ⋅ + eϕ + ⋅ + eθ nota (∗)
sen θ ⎜ N ∂ϕ ∂θ ∂ϕ ∂θ ⎟ sen 2 θ ⎜ N ∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ 2 ⎟
ao final
⎜ G ⎟ ⎜G ⎟
⎜ − eGr sen θ ⎟ ⎝ eϕ cosθ ⎠
⎝ − eθ cosθ ⎠
∂2 cos θ ∂ 1 ∂2
= −0+ + ,
∂θ 2 sen θ ∂θ sen 2 θ ∂ϕ 2
donde
G 1 ∂ ⎛ ∂ψ ⎞ 1 ∂ 2ψ
( r × ∇ )2 ψ = ⎜ sen θ ⎟ + 2
= ∇Ω ψ ■
sen θ ∂θ ⎝ ∂θ ⎠ sen θ ∂ϕ
2 2
Esta fórmula é usada, por exemplo, para se obter, na Mecânica Quântica, o operador asso-
G G
ciado ao momento angular quadrático a partir dos operadores associados à posição, rˆ = r , e ao
G
momento linear, pˆ = −i=∇ :
(G G
) G G
m 2
L 2 = rˆ × pˆ = ( r × (− i=∇) ) = −= 2 ( r × ∇ ) = −= 2∇Ω
2 2 2
ψ .
––––––––––
(∗) G G
Das expressões dos versores eθ e eϕ em componentes cartesianos obtidos na p. 76, o estudante pode facilmen-
G G G G G G G G G
te deduzir que ∂eθ / ∂θ = −er , ∂eθ / ∂θ = eϕ cos θ , ∂eϕ / ∂θ = 0 e ∂eϕ / ∂ϕ = −er sen θ − eθ cos θ .
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 88
Einstein teve uma idéia que, não obstante a sua simplicidade, simplifica consideravelmen-
te a notação de expressões que envolvem somatórios. Juntamente com o delta de Kronecker e o
símbolo de Levi-Civita apresentados abaixo, os cálculos são consideravelmente reduzidos. An-
tes de estudar, por exemplo, o Cálculo Tensorial, onde esses instrumentos mostram toda a sua
praticidade, é necessário que o aluno aprenda a utilizá-los com destreza. Esse é o objetivo desta
seção. Já aqui, demonstrando fórmulas da Análise Vetorial e do Cálculo Matricial, o aluno cons-
tatará a importância das técnicas apresentadas.
= ∑ xi [ yi δNii ] = ∑ xi yi . (B-2)
i 1 i
Aij A jk δ kl = Aij A jl , δ kl δ km = δ lm .
Um outro exemplo que bem elucida a convenção do somatório é o formado pela expressão
O índice j é o do somatório (mudo). Quanto ao índice i, ele pode ter qualquer dos valores
i = 1, 2, 3 e identifica cada uma das três expressões, sendo por isso chamado de índice livre ou
identificador.
3 3
Já a forma quadrática ∑ ∑ aij xi x j , com 9 termos, é denotada por aij xi x j .
i = 1 j =1
Quando um índice repetido não indicar um somatório, isso deverá ser dito explicitamente.
G
Por exemplo, se Vi for o autovetor correspondente ao i-ésimo autovalor λi da matriz A, então
G G
AVi = λi Vi (sem somatório em i ). Duas outras formas usadas para indicar que não há somató-
G G
rio num índice repetido consistem em colocá-lo entre parênteses ⎡⎣ AV(i ) = λ(i ) V(i ) ⎤⎦ ou pô-lo
G G
maiúsculo ⎡⎣ AVI = λI VI ⎤⎦ .
d) Produto vetorial
i) Uma permutação par (ímpar) da tríade 1-2-3 é outra tríade dos mes-
mos algarismos que, para ser restaurada à tríade 1-2-3, é necessário um núme- 1
ro par (ímpar) de transposições de algarismos adjacentes. Assim, 1-2-3, 2-3-1
e 3-1-2 são as permutações pares de 1-2-3; já 2-1-3, 1-3-2 e 3-2-1 são as per- 3 2
mutações ímpares. [Outro modo de obter as tríades assim classificadas consis-
te em lê-las ao longo da circunferência à direita: no sentido horário obtemos
as tríades pares e no anti-horário, as ímpares.]
G G G G
ii) Observe que ei × e j = ek ou − ek , caso i-j-k seja uma permutação
par ou ímpar de 1-2-3, respectivamente: G
e3
G G G
⎧ e1 × e2 = e3 G
⎪G G G G e2
⎨ e2 × e3 = e1 (vale a regra da mão direita) e1
G G
⎪e × e = e G
⎩ 3 1 2
ou seja, E123 = E 231 = E 312 = 1 , E132 = E 213 = E 321 = −1 , E122 = E131 = E 332 = 0 , etc. Tal é o
chamado símbolo de permutação ou de Levi-Civita. Observe que
onde P é o número de transposições de índices adjacentes em E ijk que os põem na ordem 1-2-3.
Observe que, de acordo com o item (d-ii), temos que:
G G G
ei × e j = E ijk ek . (B-5)
G G G G G G G G G
x × y = xi ei × y j e j = xi y j ei × e j ⇒ x × y = xi y j E ijk ek . (B-6)
Verifique esta fórmula atribuindo os valores 1, 2 e 3 aos índices. Temos também que
G G G G G G G
z = x × y ⇒ zm = z ⋅ em = xi y j E ijk ek ⋅ em = xi y j E ijk δ km ⇒
G G
⇒ zm = ( x × y ) m = E ijm xi y j . (B-7)
G G G
Uma outra maneira de deduzir essas expressões do produto vetorial z = x × y e do seu
componente zm consiste em primeiramente verificar que
G G G
E ijk = ei × e j ⋅ ek , (B-8)
G G G
∇ 2V = ei ∂ j ∂ j Vi .......................................... laplaciano de V
G G G
∇ × V = E ijk ∂ iV j ek ....................................... rotacional de V
G G
(∇ × V ) k = E ijk ∂ iV j ...................................... k-ésimo componente de ∇ × V
δ ii = 3 , δ ij δ ik = δ jk , δ ij δ ij = δ ii = 3 (B-10)
ikj
permutações pares de i -j -k permutações ímpares de i -j -k
δ il δ im δ in
E ijk E lmn = δ jl δ jm δ jn (B-15)
δ kl δ km δ kn
As identidades nas Eqs. (B-10) e (B-11) são conseqüências diretas das definições do delta
de Kronecker e do símbolo de Levi-Civita bem como da convenção do somatório, fáceis de se-
rem verificadas. Para verificar as demais, usamos o fato de que, da última identidade acima, ob-
temos as três anteriores; observe:
Fazendo n = k na última, obtemos a penúltima:
δ il δ im δ ik
E ijk E lmk = δ jl δ jm δ jk = δ il δ jm δN
kk + δ ik δ jl δ km + δ im δ jk δ kl − δ il δ jk δ km − δ im δ jl δ
N
kk
δ kl δ km δ kk 3 δ im δ jl δ im δ jl δ il δ jm 3
− δ ik δ jm δ kl = (3 − 2) δ il δ jm + (2 − 3) δ im δ jl = δ il δ jm − δ im δ jl .
δ il δ jm
E imk E lmk = δ il δN
mm − δ
im
δ ml
⇒ E mki E mkl = 2 δ il ,
3 δ il
E ijk E ijk = 2 δN
kk = 6 .
3
Resta demonstrar, portanto, apenas a última identidade, o que é feito por exaustão, isto é,
verificando-se todas as possibilidades.
EXEMPLO 1:
G G G G G
Para um vetor ω constante: ∇ ⋅ (ω × r ) = ∂ k (ω × r ) k = ∂ k (E ijk ωi x j ) = E ijk ωi ∂ k x j = E ijj ωi = 0
N N
δ kj 0
EXEMPLO 2:
G G G G G G G
( a × b ) × c = E ijk ai b j ek × cl el = E ijk E klm ai b j cl em = (δ il δ jm − δ im δ jl ) ai b j cl em
G G G G G G G G
= al bm cl em − am bl cl em = (a ⋅ c ) b − (b ⋅ c ) a (B-17)
G G
EXEMPLO 3: Se α e β forem vetores constantes, então
G G G G G G G G G G G
∇ (α ⋅ β × r ) = ei ∂ i [α j ( β × r ) j ] = ei ∂ i [α j E jkl β k xl ] = ei E jkl α j β k ∂ i xl = ei E jki α j β k = α × β
N
δ il
EXEMPLO 4:
G G G G G G
∇ ⋅ ( A × B ) = ei ∂ i ⋅ E jkl A j Bk el = E jkl ei ⋅ el ∂ i ( A j Bk ) = E jkl δ il ( Bk ∂ i A j + A j ∂ i Bk )
= E jki Bk ∂ i A j + E jki A j ∂ i Bk = Bk E ijk ∂ i A j − A j E ikj ∂ i Bk
G G G G G G
= Bk (∇ × A) k − A j (∇ × B ) j = B ⋅ ∇ × A − A ⋅ ∇ × B ,
EXEMPLO 5:
G G
E ijk ( A × B ) k = E ijk E lmk Al Bm = (δ il δ jm − δ im δ jl ) Al Bm = Ai B j − A j Bi (B-19)
G
Em particular, substituindo A por ∇ :
G
E ijk (∇ × B) k = ∂ i B j − ∂ j Bi . (B-20)
G
G G G G A ⊥
EXEMPLO 6: Seja A = A& + A⊥ um campo vetorial decomposto em dois A G
componentes vetoriais, um paralelo e outro perpendicular ao versor radial A&
G G G
er = r / r ; temos que r
O
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 93
G
( ) = eG A r ∂ x r− x ∂ r = eG A r δ −rx Gx / rG
G G xj ej i j j i ij j i
( A ⋅ ∇) er = Ai ∂ i j i 2 j i 2
r
G G G G
G rG rG
=
1 G
r (
e j Ai δ ij −
A x x e
r
i
r ) r
i
= (e A − A⋅ ⋅ ) =
1 G
j j
r r
A − (A ⋅ e )e
j
r
j
r r
=
A⊥
r
A relação E ijk E ijl = 2δ kl também surge nas demonstrações algumas vezes. Por exemplo, se
G
ω for um vetor constante, então
G G G G G G G
∇ × (ω × r ) = ek E kij ∂ i (ω × r ) j = ek E kij ∂ i (E jlmωl xm ) = ek E kij E jlmωl ∂ i xm
N
δ im
G G G G
= ek ωl E kij E jli = ek ωl E ijk E ijl = 2ek ωk = 2ω
2δ kl
h) Matrizes e determinantes
NOTAÇÃO PARA MATRIZES E OPERAÇÕES ELEMENTARES
Uma matriz A pode ser denotada através dos elementos que a compõem, aij : A = ( aij ) .
Objetivando introduzir a notação indicial (i.e., através de índices) das matrizes, citemos algumas
definições que o aluno certamente já aprendeu: para matrizes A, B, C " , temos que
DETERMINANTES
• Definição de determinante:
O determinante de uma matriz A = (aij ) de ordem N × N , denotado por det A , ou | aij | ,
ou ainda por a, a letra pura, sem índices, empregada na notação dos elementos de A = ( aij ) , é,
por definição, a soma de todos os termos que podem ser formados do seguinte modo: De cada
linha {coluna}, tome um elemento que não seja da mesma coluna {linha} de algum elemento já
tomado, forme o produto a1 j1 a2 j2 " aN jN { ai11 ai2 2 " aiN N } ( j1 , j2 , " jN distintos { i1 , i2 ,"iN
distintos} ) de tais elementos e multiplique-o por +1 ou –1, conforme j1 − j2 − " − jN {
i1 − i2 − " − iN } seja uma permutação par ou ímpar, respectivamente, de 1 − 2 − " − N ( i.e, mul-
tiplique aquele produto por E j1 j2 " jN { E i1 i2 "iN } ). Matematicamente, essa definição é assim ex-
pressa:
a ≡ E j1 j2 " jN a1 j1 a2 j2 " aN jN { a ≡ E i1 i2 "iN ai11 ai2 2 " aiN N ) . (B-24)
• O desenvolvimento de Laplace:
Definamos Ej1 j2 " jI −1 jI +1 " jN como o símbolo de Levi-Civita cujos N − 1 índices (note a
ausência do índice jI ) podem tomar todos os valores de 1 a N, exceto o já tomado por jI , e que
recebe o valor +1 ou –1, conforme seus índices formem uma permutação par ou ímpar de
1 − 2 − " − jI −1 − jI +1 − " N (a seqüência ordenada dos N − 1 primeiros números naturais, exclu-
indo-se valor de jI ). Não é difícil concluir que
Ej J j1 j2 " jI−1 jI +1 " jN = (−1) jI −1Ej1 j2 " jI−1 jI+1 " jN , (B-25)
uma vez que, para colocar os índices de E e E em sua ordem normal (de acordo com os seus
valores), o índice jI de E jJ j1 j2 " jI−1 jI+1 " jN (ausente em Ej1 j2 " jI−1 jI+1 " jN ), para ocupar sua posição
normal, requer jI −1 transposições adjacentes [por exemplo, para N = 5 , temos que, se
E 43521 = (−1)m E3521 , então (−1)4 −1 EN
12345 = ( −1) E
m
1235 ; logo, m = 4 − 1 ].
N
+1 +1
Por outro lado, temos que
pois, para transformar o símbolo de Levi-Civita do primeiro membro, no qual o índice jI figura
na sua posição normal (a I-ésima), naquele do segundo membro, em que jI ocupa a primeira
posição, são necessárias I − 1 transposições adjacentes. Logo, substituindo a Eq. (B-25) na Eq.
(B-26), obtemos
Essa equação permite escrever a Eq. (B-24) na forma conhecida como a fórmula de desen-
volvimento de determinantes de Laplace:
onde
AI jI ≡ (−1) I + jI Ej1 j2 " jI−1 jI+1 " jN a1 j1 a2 j2 "aI −1 jI−1 aI +1 jI+1 "aN jN (B-29)
• a k j Al j = a δ k l {a ik Ail = a δ k l } (B-33)
Se k = l , é fácil ver que temos acima o desenvolvimento de Laplace ao longo da k-ésima linha
{coluna}. Se k ≠ l , mostramos no Apêndice que o primeiro membro é nulo por fornecer o de-
terminante de uma matriz com duas linhas {colunas} iguais: a que se obtém de A substituindo-se
a k-ésima linha {coluna} pela l-ésima linha {coluna}.
Para l-m-n = 2-3-1 (permutação par de 1-2-3): E ijk ai 2 a j 3 ak1 = E kij ak1ai 2 a j 3 = a
Para l-m-n = 2-1-3 (permutação ímpar de 1-2-3): E ijk ai 2 a j1ak 3 = −E jik a j1ai 2 ak 3 = − a
Para l-m-n = 1-1-3 (valores repetidos): E ijk ai1a j1ak 3 = E113 a = 0
No terceiro exemplo, o 1o membro é, de fato, nulo; ele é o determinante de uma matriz
com duas colunas iguais (a obtida da matriz A substituindo-se a segunda coluna pela primeira).
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 96
MATRIZES INVERSAS
Os elementos akj−1 da inversa A−1 = (akj−1 ) de A são dados pela seguinte fórmula:
akj−1 = A jk / a . (B-36)
a δ ij
G G G
• ∇ × (φ A) = ∇φ × A + φ ∇ × A : (B-39)
G G G
∇ × (φ A) = E ijk ∂ i (φ A j ) ek = E ijk ( A j ∂ iφ + φ ∂ i A j ) ek
G G G G
= E ijk (∂ iφ ) A j ek + φ E ijk ∂ i A j ek = ∇φ × A + φ ∇ × A
G G G G G G G G G
• A⋅ B × C = C ⋅ A× B = B ⋅ C × A: (B-40)
G G G G G
⎧ Ck E ijk Ai B j = Ck ( A × B) k = C ⋅ ( A × B)
G G G G G ⎪⎪
A ⋅ B × C = Ai ( B × C )i = Ai E jki B j Ck = ⎨ ou
⎪ G G G G G
B E
⎪⎩ j kij k i
C A = B j (C × A) j = B ⋅ (C × A)
G G G G G G G G
G G G G ⎧⎪ C [ A ⋅ ( B × D )] − D [ A ⋅ ( B × C )]
• ( A × B) × (C × D) = ⎨ G G G G G G G G : (B-41)
⎪⎩ B [ A ⋅ (C × D)] − A [ B ⋅ (C × D)]
G G G G G G G G G G
( A × B ) × (C × D ) = E ijk ( A × B )i (C × D ) j ek = E ijk E lmi Al BmE npj Cn D p ek =
⎧ G G G
ijk E lmi E npj Al Bm Cn D p ek = E npl Al Bk Cn D p ek − E npm Ak Bm Cn D p ek
⎪ E
⎪ δ jlδ km − δ jmδ kl
⎪
=⎨ ou
⎪ G G G
⎪ E jki E npj E lmi Al Bm Cn D p ek = E lmp Al Bm Ck D p ek − E lmn Al Bm Cn Dk ek
⎪
⎩ δ knδ ip − δ kpδ in
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 97
G G G G G G G G
⎧ Bk eGk Al E npl Cn D p − Ak eGk Bm E npm Cn D p = B [ A ⋅ (C × D )] − A[ B ⋅ (C × D)]
⎪N G
G G
N G G
G
⎪ B ( C × D )l A (C × D )m
= ⎪⎨ ou
⎪ C e A E B D − D e A E B C = CG [ AG ⋅ ( BG × DG )] − DG [ AG ⋅ ( BG × CG )]
G G
⎪N
k k l lmp m p
G G G
N k k l
G
lmn m n
G G
⎪⎩ C ( B × D )l D ( B × C )l
• Q ≡ Aij Sij = 0 se A ji = − Aij e S ji = Sij (i.e., se Aij e Sij apresentarem anti-simetria e sime-
tria, respectivamente, nos índices i e j):
Q = Aij Sij = ( − A ji ) S ji = − A ji S ji = −Q ⇒ 2Q = 0 ⇒ Q = 0
O resultado depende apenas da anti-simetria de Aij e da simetria de Sij nos dois índices
sobre os quais o somatório é realizado, podendo, por exemplo, haver outros índices em A e S
(e.g., Qkl ≡ Aijk Sijl = 0 ) ou, ainda, somatórios sobre esses outros índices (e.g., Ql ≡ Aijk Sijkl
= 0 ):
Ql ≡ Aij k Sijkl = ( − A jik ) S jikl = − A jik S jikl = −Ql ⇒ 2Ql = 0 ⇒ Ql = 0
G
• ∇ × ∇φ = 0 : (B-42)
G G G
Qk ≡ (∇ × ∇φ ) ⋅ ek = E ijk ∂ i (∂ j φ ) = 0 ⇒ ∇ × ∇φ = Qk ek = 0 ,
G
• ∇ ⋅ ∇ ×V = 0: (B-43)
G G G
∇ ⋅ ∇ × V = ∂ l el ⋅ E ijk ∂ iV j ek = E ijk δ kl ∂ i ∂ lV j = E ijk ∂ i ∂ k V j = 0 ,
G G G G G G G G G G
• ∇ × ( A × B) = ( B ⋅ ∇) A − B (∇ ⋅ A) − ( A ⋅ ∇) B + A (∇ ⋅ B) : (B-44)
G G G G G G G
∇ × ( A × B ) = E ijk ∂ i ( A × B ) j ek = ek E ijk ∂ i (E lmj Al Bm ) = ek E jki E lmj ( Bm ∂ i Al + Al ∂ i Bm )
G
= ek (δ kl δ im − δ kmδ il )( Bm ∂ i Al + Al ∂ i Bm )
G G G G
= ek δ kl δ im Bm ∂ i Al − ek δ kmδ il Bm ∂ i Al + ek δ kl δ im Al ∂ i Bm − ek δ kmδ il Al ∂ i Bm
G G G G
= Bi ∂ i Ak ek − ek Bk ∂ l Al + ek Ak ∂ m Bm − Ai ∂ i Bk ek
G G G G G G G G
= ( B ⋅ ∇) A − B (∇ ⋅ A) + A (∇ ⋅ B) − ( A ⋅ ∇) B
G G G G G G G G G G
• ∇ ( A ⋅ B) = ( B ⋅ ∇) A + ( A ⋅ ∇) B + B × (∇ × A) + A × (∇ × B) : (B-45)
G G G G G G G G
( A ⋅ ∇) B + ( B ⋅ ∇) A + A × (∇ × B) + B × (∇ × A)
G G G G G G
= Ai ∂ i B j e j + Bi ∂ i A j e j + E ijk Ai (∇ × B ) j ek + E ijk Bi (∇ × A) j ek
G G G G
= Ai ∂ i B j e j + Bi ∂ i A j e j + E ijk Ai E lmj ∂ l Bm ek + E ijk Bi E lmj ∂ l Am ek
G G G G
= Ai ∂ i B j e j + Bi ∂ i A j e j + (δ kl δ im − δ kmδ il ) Ai ∂ l Bm ek + (δ kl δ im − δ kmδ il ) Bi ∂ l Am ek
G G G G G G
= Ai ∂ i B j e j + Bi ∂ i A j e j + Am ∂ k Bm ek − Al ∂ l Bk ek + Bm ∂ k Am ek − Bl ∂ l Ak ek
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 98
G G G G
= ek ( Am ∂ k Bm + Bm ∂ k Am ) = ek ∂ k ( Am Bm ) = ∇ ( A ⋅ B)
G G G G G G
• ∇ × (∇ × A) = ∇ (∇⋅ A) − ∇ 2 A , onde ∇ 2 A ≡ ei ∇ 2 Ai = ei ∂ j ∂ j Ai : (B-46)
G G G G G
∇ × (∇ × A) = E ijk ∂ i (∇ × A) j ek = E ijk ∂ i E lmj ∂ l Am ek = E ijk E lmj ∂ i ∂ l Am ek
G G G
= (δ kl δ im − δ kmδ il )∂ i ∂ l Am ek = ∂ m ∂ k Am ek − ∂ l ∂ l Ak ek =
G G G G
= ek ∂ k ∂ m Am − ek ∂ l ∂ l Ak = ∇ (∇⋅ A) − ∇ 2 A
E lmn det A
a δ jl
onde usamos a Eq. (B-33). Note que Akj bk é o determinante [desenvolvido, segundo a fórmula
de Laplace, ao longo da j-ésima coluna, de acordo com a Eq. (B-30) ] da matriz que se obtém da
matriz dos coeficientes A = (aij ) substituindo-se a j-ésima coluna pelos b1 , b2 , " :
⎛ a 11 " b1 " a 1N ⎞
⎜ ⎟
Akj bk = det ⎜ # # # ⎟
⎜a "b "a ⎟
⎝ N1 N NN ⎠
↑
j -ésima
coluna
G ∂ 2ψ ∂ψ
(r × ∇)2ψ = r 2 ∇ 2ψ − r 2 2 − 2r :
∂r ∂r
G G G
( r × ∇ )2 ψ = ( r × ∇ )k ( r × ∇ )k ψ = E ijk xi ∂ j E lmk xl ∂ mψ = (δ il δ jm − δ imδ jl ) xi ∂ j ( xl ∂ mψ )
= xi ∂ j ( xi ∂ j − x j ∂ i )ψ = xi [ (∂ j xi ) ∂ j + xi ∂ j ∂ j − (∂ j x j ) ∂ i − x j ∂ j ∂ i ]ψ
N N
δ ji 3
= ( xi ∂ i + xi xi ∂ j ∂ j − 3 xi ∂ i − xi x j ∂ j ∂ i )ψ = ( xi xi ∂ j ∂ j − 2 xi ∂ i − xi x j ∂ j ∂ i )ψ
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 99
G ∂ψ ∂ 2ψ
= r 2 ∇ 2ψ − 2 r ⋅∇ψ − xi x j ∂ j ∂iψ = r 2 ∇ 2ψ − 2r − r2 2 (QED) ,
∂r ∂r
e também que
(∗) G
G G G G ∂
xi x j ∂ j ∂ iψ = xi r ⋅ ∇(∂ iψ ) = r ⋅ xi ∂ i (∇ψ ) = r ⋅ (r ⋅ ∇) ∇ψ = r ⋅ r (∇ψ )
∂r
G G 2
(†) G ⎛ ∂ψ 1 e ∂ψ ⎞ ∂ ∂ψ r ∂ψ 2 ∂ ψ
= rr ⋅⎜∇ − 2 ∇ψ + r2 ⎟ = r r − ⋅ ∇ψ + = r
⎝ ∂r r r ∂r ⎠ ∂r ∂r r ∂r ∂r 2
G G G G G
(†) ∂ ∂ ⎛ G ∂ψ eθ ∂ψ eϕ ∂ψ ⎞ G ∂ ∂ψ eθ ∂ ∂ψ eϕ ∂ ∂ψ 1 er ∂ψ
∇ψ = ⎜ r
e + + ⎟ = e + + − ∇ ψ +
r ∂θ r sen θ ∂ϕ ⎠ r ∂θ ∂r r sen θ ∂ϕ ∂ r r 2
r
∂r ∂r ⎝ ∂r ∂r ∂r r2 ∂r
G
∂ψ 1 e ∂ψ
=∇ − 2 ∇ψ + r2
∂r r r ∂r
Nessa fórmula não há somatório, embora o índice i esteja repetido. Por causa disso, nesta seção
adotaremos a convenção do somatório com a seguinte ressalva:
G (1)
1 ∂x j ∂f (2) 1 ∂f
( ∇f )i = ei ⋅ ∇f = = ,
hi ∂ui ∂x j hi ∂ui
onde x j são as coordenadas cartesianas. Na passagem indicada por (1), realizamos o produto
G
escalar empregando os componentes cartesianos ( ∂x j / ∂ui ) / hi e ∂f / ∂x j de ei e ∇f , respecti-
vamente. Na passagem (2), usamos a regra da cadeia. Logo, substituindo esse resultado na equa-
G
ção ∇f = ei ( ∇f )i , obtemos o mesmo resultado na Eq. (A-15).
G G G G
ei ∂f e1 ∂f e2 ∂f e3 ∂f
∇f = ou ∇f = + + . (B-49)
hi ∂ui h1 ∂u1 h2 ∂u2 h3 ∂u3
A dedução da segunda consiste em, partindo da Eq. (B-5), a qual também vale para os versores
curvilíneos ortogonais considerados (que, por convenção, seguem a regra da mão direita), pri-
meiramente escrever um dos versores em termos dos outros dois e, depois, substituir esses dois
pelas expressões que a Eq. (B-50) fornece:
2 δ kl
G G G × E ijl
G G G G hi h j
E ijk ek = ei × e j ⇒ E ijk E ijl ek = E ijl ei × e j ⇒ el = E ijl ∇ui × ∇u j . (B-51)
G 2
2 el
Expliquemos os principais detalhes das passagens enumeradas acima. Na passagem (1), usamos
a Eq. (B-51). Na (2), primeiramente usamos a identidade vetorial na Eq. (B-38) e, depois, aque-
las nas Eqs. (B-18) e (B-42) para justificar que o último termo entre colchetes é nulo:
G
G
0 0
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 101
G 1 1 ∂ ( Fl hi h j ) =E
∇ ⋅ F = E ijk E ijl E ijl S klij , (B-52)
∂uk
ijk
2 hi h j hk
onde
1 1 ∂ ( Fl hi h j )
S klij ≡ . (B-53)
2 hi h j hk ∂uk
Usando a Eq. (B-57) deduzida na Nota (ii) ao final desta seção, obtemos
G
∇ ⋅ F = 2 ( S1123 + S 2213 + S3312 ) =
1 ∂ ( F1 h2 h3 ) 1 ∂ ( F2 h1 h3 ) 1 ∂ ( F3 h1 h2 )
+ + ,
h2 h3 h1 ∂u1 h1 h3 h2 ∂u2 h1 h2 h3 ∂u3
ou, finalmente,
G 1 ⎡ ∂ ( F1 h2 h3 ) ∂ ( F2 h1 h3 ) ∂ ( F3 h1 h2 ) ⎤
∇⋅F = + + ⎥ , (B-54)
h1 h2 h3 ⎢⎣ ∂u1 ∂u2 ∂u3 ⎦
∇2 f = ∇ ⋅ ∇ f = ∇ ⋅ ⎛ 1 ∂f eG + 1 ∂f eG + 1 ∂f eG ⎞ ;
NG ⎜ h1 ∂u1 1 h2 ∂u2 2 h3 ∂u3 3 ⎟
F ⎜
⎟
⎝ F1 F2 F3 ⎠
1 ⎡ ∂ ⎛ h2 h3 ∂f ⎞ ∂ ⎛ h1 h3 ∂f ⎞ ∂ ⎛ h1 h2 ∂f ⎞⎤
∇2 f = ⎢ ⎜ h ∂u ⎟ + ⎜ h ∂u ⎟ + ⎜ ⎟⎥ . (B-55)
h1 h2 h3 ⎣ ∂u1 ⎝ 1 1 ⎠ ∂u2 ⎝ 2 2 ⎠ ∂u3 ⎝ h3 ∂u3 ⎠⎦
G
0
G
1 ∂ ( Fl hl ) G el 1 ∂ ( Fl hl ) G 1 G
= ei × = E ilm em = E mil (hm em ) (∂ / ∂ui ) ( Fl hl )
hi ∂ui hl hi hl ∂ui hm hi hl
G
onde a1m ≡ hm em , a2i ≡ ∂ / ∂ui e a3l ≡ Fl hl . Logo, notando que hm hi hl = h1 h2 h3 se m, i e l
forem distintos (que é caso devido à presença de E mil ) e usando a Eq. (B-24), obtemos, formal-
mente, o resultado
G G G
h1 e1 h2 e2 h3 e3
G 1 1
∇× F = E mil a1m a2i a3l = ∂ / ∂u1 ∂ / ∂u2 ∂ / ∂u3 , (B-56)
h1 h2 h3 h1 h2 h3
F1 h1 F2 h2 F3 h3
Notas:
ii ) O somatório E ij k E ij l Sklij
Esse somatório aparece na Eq. (B-52), onde Sklij é qualquer grandeza simétrica nos índices i e j: Sklij = Sklji
[tal qual aquela definida na Eq. (B-53)]. Note que os quatro índices i, j, k e l são ligados; temos, assim, que efetuar
um somatório quádruplo. Para resolver esse exercício, façamos as duas observações:
(O2) Somente os termos em que k = l não se anulam. De fato, considere k ≠ l e i ≠ j [consoante a observação
(O1)]; então i ou j é igual a k ou l e, portanto, E ijk ou E ijl é nulo por apresentar índices iguais.
Logo, o somatório quádruplo que se deseja calcular resume-se na soma dos seguintes termos:
k = l =1 k =l =2 k =l =3
( 231 231 1123 321 321 1132 ) ( 132 132 2213 312 312 2231 ) ( 123 123 3312 + E 213 E 213 S3321 )
E E S + E E S + E E S + E E S + E E S
P1 : x i (t1 ) = χ i (t1, u )
∫
t2
I= L (t , xi , x i ) dt (C-1)
t1
em comparação com todos os valores dessa integral sobre as curvas que difiram infinitesimal-
mente da curva extremante x i (t ) e que também passam por P 1 e P 2 . Para fins de referência,
denominaremos a integral I e seu integrando L de integral fundamental e função fundamental
(∗)
, respectivamente. Para resolver o problema, construímos a seguinte família de curvas relacio-
nadas pelo parâmetro infinitesimal u:
χ i (t , u ) ≡ x i ( t ) + u ξ i ( t ) , (C-2)
assim se garantindo que todas as curvas da família passem pelos pontos P 1 e P 2 . A derivada
parcial ∂χ i (t , u ) / ∂t , aqui denotada por χ i (t , u ) , é dada por
χ i (t , u ) = x i (t ) + u ξ i (t ) . (C-4)
∫
t2
I (u ) = L [ t , χ i (t , u ), χ i (t , u ) ] dt .
t1
Por construção, o valor extremo dessa integral ocorre ao longo da curva χ i (t , 0) = x i (t ) (aquela
que na família está associada ao valor u = 0 do parâmetro); esta hipótese implica que
∫ ( )
dI t2
∂L ∂χ i ∂L ∂χ i
(0) = + dt = 0 (C-5)
du t1 ∂χ i ∂u ∂χ i ∂u u =0
(note o uso da convenção do somatório, indicando que o Ap. B deve ser lido antes deste). Subs-
(∗)
Nos problemas físicos, as integrais fundamentais são construídas freqüentemente com base no princípio de Ha-
milton, vindo L a ser, nesses casos, a lagrangiana ou a densidade de lagrangiana do sistema.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 104
tituindo nesta equação os resultados que se obtêm com a ajuda das Eqs. (C-2) e (C-4),
∂χ i ∂L ∂L
= ξi , (t , χ i , χ i ) = (t , xi , x i ) ,
∂u u=0
∂χ i
u=0
∂x i
∂χ i ∂L ∂L
= ξ i , (t , χ i , χ i ) = (t , xi , x i ) ,
∂u u=0
∂χ
i
u=0
∂x i
∫ ( )
t
∂L i ∂L i ∂L i ⎡ ∂L i ⎤ 2 d ⎛ ∂L
∫ ∫
t2 t2 t2
ξ + iξ ξ ⎞ ξ i dt
∂xi ∂x
dt =
∂xi
dt + ⎢ ∂x i ξ ⎥ − ⎜
dt ⎝ ∂x i
⎟
⎠
t1 u =0 t1 ⎣ ⎦ t1
t1
⎡ ∂L − d ⎛ ∂L
∫
t2
= ⎞ ⎤ ξ i dt = 0 ,
t1
⎢⎣ ∂xi dt ⎜⎝ ∂x i ⎟⎥
⎠⎦
onde o valor zero indicado é justificado pela Eq. (C-3). Como ξ i são todos arbitrários e inde-
pendentes um dos outros, concluímos que o termo entre colchetes na última integral é nulo:
d ⎛ ∂L ⎞ ∂L
⎜ ⎟− =0 ( i = 1, 2" N ) . (C-6)
dt ⎝ ∂x i ⎠ ∂xi
Essas são as chamadas equações de Euler-Lagrange. Elas devem ser satisfeitas pelas fun-
ções x i (t ) que especificam parametricamente a curva ao longo da qual o valor da integral fun-
damental é extremo.
Como exemplo, considere o problema de determinar as geodésicas (que são as curvas mais
curtas entre dois pontos dados) numa superfície esférica de raio R centrada na origem. Em coor-
denadas esféricas, a integral a ser minimizada é a seguinte:
P2 P2 θ2
∫P 1
ds =
∫P 1
R 2 dθ 2 + R 2 sen 2 θ dϕ 2 = R
∫ θ1
1 + ϕ 2 sen 2 θ dθ [com ϕ ≡ dϕ / dθ ] .
(∗)
Note que, embora o espaço formado pelos pontos de coordenadas (θ , ϕ ) na superfície esférica seja bidimensio-
nal, a função fundamental não se apresenta na forma L (t , x1 , x 2 , x1 , x 2 ) = L (t , θ , ϕ , θ, ϕ ) , pois as curvas não estão
sendo representadas escrevendo-se as duas coordenadas em função de um parâmetro, θ (t ) e ϕ (t ) , mas através da
função ϕ (θ ) ; nesse caso, na formação da função fundamental L (t , xi , x i ) , temos apenas i = 1, com x1 = ϕ e a
coordenada θ tomando o lugar do parâmetro t. O problema poderia ser resolvido com a função fundamental
L (t ,θ , ϕ ,θ, ϕ ) , i.e., com as duas coordenadas em função de um parâmetro t genérico, o que o tornaria mais com-
plicado.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 105
( )
d ∂L
dθ ∂ϕ
−
∂L
∂ϕ
=
∂ ⎛
∂θ ⎜⎝
ϕ sen 2 θ ⎞
⎟−0 = 0 ,
1 + ϕ sen θ ⎠
2 2
ou
ϕ sen 2 θ c12 dϕ | c1 |
= c1 ⇒ ϕ 2 = ⇒ = . (C-7)
1 + ϕ 2 sen 2 θ
2
sen θ (sen θ − 2
c12 ) dθ sen θ sen 2 θ − c 2
1
d ϕ d ϕ du d ϕ dϕ dϕ
= = (− csc 2 θ ) = −(1 + cot 2 θ ) = −(1 + u 2 )
dθ du dθ du du du
e
1 1 1
sen θ = = = .
csc θ 2
1 + cot θ 1 + u2
dϕ | c1 | | c1 | (1 + u 2 ) | c1 | (1 + u 2 )
−(1 + u 2 ) = = =
du 1 1 1 − c12 − c12 u 2 c12
2
− c12 (1 − c12 ) ⎛⎜1 − u 2 ⎞⎟
1+ u 2 1+ u ⎝ 1 − c12 ⎠
dϕ | c1 | −1 −(1/ ρ ) d u
⇒ = = = arccos
du 1 − c1 2
c 2
1 − (u / ρ )2 du ρ
1 − 1 2 u2
≡ 1/ρ 1 − c1
u u cot θ
⇒ ϕ = arccos +α (α : const. de integração) ⇒ = = cos(ϕ − α )
ρ ρ ρ
⇒ cot θ =
ρ cos α
cos ϕ +
Nota: Para afirmar que a Eq. (C-8) representa um grande círculo genérico, devemos mostrar que as constan-
tes que nela aparecem são arbitrárias. A constante C é arbitrária por definição; quanto a A e B, podemos mostrar que
também são arbitrárias como segue: Temos que
Eq. (C-7)
| ϕ sen 2 θ | ≤ | ϕ sen θ | < 1 + ϕ 2 sen 2 θ ⇒ | c1 | < 1 ⇒ ρ ≡ | c1 | −1 1 − c12 ∈ [0, ∞) .
Além disso, α, por ser uma constante de integração, é arbitrária. Logo, podemos encarar ρ e α nas equações
a = ρ cos α e b = ρ sen α , que definem a e b, como as coordenadas polares de um ponto genérico do \ 2 cujas
coordenadas cartesianas são (a, b) . Assim, sendo a e b constantes arbitrárias, então A = aC e B = bC também o são.
variação de δ x ( t )
i
xi (t ) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ x′i (t ) = xi (t ) + δ xi (t ) (C-9a)
δ x (t1 ) = δ x (t2 ) = 0
i i
(C-9b)
Como δ xi são variações das coordenadas em torno de suas expressões x i (t ) para as quais
I é estacionário, deve ser nula a variação δ I decorrente dessas variações, dada pela diferença
entre os valores da integral fundamental calculada com x′i (t ) e com x i (t ) :
∫ ∫ ∫
t2 t2 t2
δI = L (t , x′ , x′i ) dt −
i
L (t , x , x i ) dt =
i
δ L dt = 0 , (C-10)
t1 t1 t1
onde
∂L ∂L i
δ L = L (t , x′i , x ′i ) − L (t , xi , x i ) = L (t , xi + δ xi , x i + δ x i ) − L (t , xi , x i ) = δ xi + δ x ,
∂x i
∂x i
(C-11)
sendo ∂L / ∂xi e ∂L / ∂x i calculados com a curva extremante. Note que
d d δ xi
δ x i = x ′i − x i = ( x′ i − x i ) = , (C-12)
dt dt
∂L ∂L d δ xi ∂L d ⎛ ∂L i ⎞ − d ⎛ ∂L ⎞ δ xi ,
δL = δ xi + = δ xi + ⎜ δx ⎟ ⎜ ⎟
∂x i
∂x i dt ∂x i dt ⎝ ∂x i ⎠ dt ⎝ ∂x i ⎠
⎡ ∂L d ∂L ⎞ ⎤ δ xi + d ⎛ ∂L δ xi ⎞ .
= ⎢ i − ⎛⎜ i ⎟⎥ ⎜ ⎟ (C-13)
⎣ ∂x dt ⎝ ∂x ⎠⎦ dt ⎝ ∂x i ⎠
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 107
t
⎡ ∂L d ∂L ⎞ ⎤ δ xi + ⎡ ∂L δ xi ⎤
∫ ∫
t2 t2 2
δ L dt = dt ⎢ i − ⎛⎜ i ⎟⎥ ⎢ ∂x i ⎥ =0 , (C-14)
t1 t1 ⎣ ∂x dt ⎝ ∂x ⎠⎦ ⎣ ⎦ t = t1
0
onde o segundo termo se anula por causa da Eq. (C-9b).
Finalmente, por serem todos os δ xi arbitrários e independentes um dos outros, o termo
entre colchetes no integrando acima deve ser posto igual a zero. Concluímos, assim, que a Eq.
(C-6) é válida quando avaliada com a parametrização extremante x i (t ) .
Podemos passar agora para o problema variacional com vínculos. Suponhamos que a cur-
va extremante x i (t ) de VN há de ser encontrada entre as que satisfazem K + L = M condições,
denominadas vínculos, da forma
∫
t2
φl (t , xi , x i ) dt = cl = constante [ l = K + 1, " , K + L ] . (C-16)
t1
∫
t2
0= λk φk (t , xi , x i ) dt , (C-17)
t1
∫
t2
0= λk φk (t , xi , x i ) dt − ck λk (C-18)
t1
e, então, adicionarmos membro a membro as Eqs. (C-17) e (C-18) resultantes dessas operações e
a Eq. (C-1), obtemos
∫
t2
I = L ★ dt − cl λl , (C-19)
t1
onde
L ★ (t , xi , x i , λm ) ≡ L (t , xi , x i ) + λm φm (t , xi , x i ) , (C-20)
não havendo necessidade de impor qualquer restrição quando t = t1 ou t2 (†). Assim, as coorde-
nadas x′i (t ) são arbitrárias, a menos de, quando t = t1 ou t2 , coincidirem com as coordenadas
de P 1 e P 2 , ao passo que são completamente arbitrárias as funções λ ′j (t ) e as constantes λk′ .
Como δ xi e δλm são variações em torno das expressões x i (t ) , λk (t ) e λl (símbolos sem linha)
para as quais I é estacionário, deve ser nula a variação δ I decorrente daquelas variações, isto é,
∫
t2
δI = δ L ★ dt − clδλl = 0 , (C-22)
t1
consoante a Eq. (C-19). Mas
δL =
∂xi
★
δx +
∂L ★
∂L ★ i ∂L ★
∂x i
δ x +
i
∂λm
δλm =
∂L ★
∂xi
−
d ∂L ★
dt ∂x i
δx +
i ∂L ★
∂λm (
δλm +
d ∂L ★ i
dt ∂x i
δx , ) ( )
onde este último termo (derivada total) surge da eliminação dos δ x i , através da Eq. (C-12), do
mesmo modo como se fez na Eq. (C-13). Substituindo esse resultado no integrando da equação
anterior, tendo em conta que a contribuição do termo de derivada total é nula [cf. Eq. (C-14)] e
que δλm m = K + 1,", K + L = δλl podem sair da integral por serem constantes, obtemos
∫ ( )
∂L ★ d ∂L ★ ∂L ★ ∂L ★
∫ ∫
t2 t2 t2
dt − δ xi + dt δλ + ⎡ dt − cl ⎤ δλl = 0 ,
∂x i
dt ∂x
i
∂λk
k ⎢
⎣ t1 ∂λl ⎥⎦
t1 t1
N
0 0 0
onde indicamos três termos que são nulos porque, sendo coeficientes de grandezas arbitrárias e
independentes, só com a nulidade deles o membro direito da equação se anula. Temos, portanto,
as três equações
d ∂L ★ ∂L ★
− = 0 ( i = 1, 2" N ) , (C-23)
dt ∂x i ∂xi
(†)
E nem sendo mesmo possível no caso de λl′ , pois δλl é a variação de uma função constante, independe do tem-
po, não havendo como restringir seus valores nos extremos do intervalo (t1 , t2 ) e ainda deixá-la arbitrária
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 109
∂L ★
= φk (t , xi , x i ) = 0 [ k = 1, 2 " K ] , (C-24)
∂λk
∂L ★
∫ ∫
t2 t2
dt = dt φl (t , xi , x i ) = cl [ l = K + 1, " K + L ] . (C-25)
t1 ∂λl t1
Note que as Eqs. (C-24) e (C-25) são os vínculos do problema. Assim, as funções x i (t )
resultantes da resolução do sistema de equações (C-23), (C-24) e (C-25) são exatamente as dese-
jadas: tornam extremo o valor de ∫ tt12 L dt = [ ∫ tt12 L ★ dt − ck λk ] e satisfazem os vínculos. A solu-
ção do problema provém, portanto, da resolução do sistema formado pelas equações de vínculo
e pela equação de Euler-Lagrange com L ★ no lugar da função fundamental original L .
Esse modo de resolver problemas variacionais com vínculos é conhecido como o método
dos multiplicadores indeterminados de Lagrange. Para exemplificar sua aplicação, considere o
mesmo problema resolvido no item (a), o de determinar as geodésicas numa superfície esférica
de raio R, agora, porém, usando as coordenadas cartesianas zi (i = 1, 2,3) do espaço euclidiano
tridimensional. Nessas coordenadas, o elemento de comprimento de arco é dado por
ds = zi zi = s dt , com s = ds / dt = zi zi , ao longo da curva zi (t ) . Podemos, então, formular
o problema como a minimização da integral
∫
t2
I= L dt , com L (t , zi , zi ) = s = zi zi (i = 1, 2,3) , (C-26)
t1
(
d ∂L ★
dt ∂zk
−
∂L ★
∂zk
= )
d zk
dt s
( ) − 2λ z k =0 .
zk − 2 λ ( s ) zk ( s ) = 0 (k = 1, 2,3) ,
onde um ponto sobre a letra denota agora derivada em relação a s. Essas equações e a Eq. (C-27)
são, na notação corriqueira ( z1 , z2 , z3 ) = ( x, y, z ) ,
x−
z
z
1
x = (
z
z x) =
x z −
1 d
z ds
( x z − x z ) =
1 d ⎡ 2 d x ⎤
z
z ds ⎣⎢ ds z ⎦⎥
= 0 ⇒ z2
d x
()
ds z
= C1 = const. ()
e
y−
z
z
1
y = (
z
z x) =
y z −
1 d
z ds
( y z − y z ) =
1 d ⎡ 2 d y ⎤
z
z ds ⎣⎢ ds z ⎦⎥
= 0 ⇒ z2
d y
()
ds z
= C2 = const. ()
Finalmente, dessas duas equações, obtemos
1 1 d x
( ) = C1 dsd ( zy ) 1 x 1 y
integrando
2
= ⇒ = + C3 ,
z C1 ds z 2 C1 z C2 z
Ax + B y +C z = 0 ,
I =
∫D L (t , x , ∂ x ) d t
j i
j
i J
[∂ j xi ≡ ∂xi / ∂t j ] , (C-29)
variação de δ x (t )i j
xi (t j ) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ → x′i (t j ) = x i (t j ) + δ xi (t j ) (C-30a)
δ xi (∂D ) = 0 (C-30b)
δI =
∫D L (t j , x′i , ∂ j x′i ) d J t −
∫D L (t j xi , ∂ j xi ) d J t =
∫D δ L dt = 0 , (C-31)
onde
δ L = L (t j , x′i , ∂ j x′i ) − L (t j , xi , ∂ j xi ) = L [ t j , xi + δ xi , ∂ j xi + δ (∂ j xi ) ] − L (t j , xi , ∂ j xi )
∂L ∂L
= δ xi + δ (∂ j x i ) , (C-32)
∂x i
∂ (∂ j x )
i
∂x′i ∂xi ∂ ( x′ i − x i ) ∂ δ xi
δ (∂ j x i ) = ∂ j x ′ i − ∂ j x i = − = = , (C-33)
∂t j ∂t j ∂t j ∂t j
∂L ∂L ∂ δ xi ∂L ∂ ⎡ ∂L δ xi ⎤ ∂ ⎡ ∂L ⎤ i
δL = δ xi + = δ xi + j ⎢ ∂ (∂ x i ) ⎥ − j⎢ δx ,
⎦ ∂t ⎣ ∂ (∂ j x ) ⎥⎦
i
∂x i
∂ (∂ j x ) ∂t
i j
∂x i
∂t ⎣ j
⎧⎪ ∂L ∂ ⎡ ∂L ⎤ ⎫⎪ i ∂ ⎡ ∂L δ xi ⎤
= ⎨ i − j ⎢ i ⎥⎬δx + (C-34)
∂t ⎣ ∂ (∂ j x ) ⎦ ⎪⎭ ∂t j ⎢⎣ ∂ (∂ j x ) ⎥⎦
i
⎪⎩ ∂x
⎧⎪ ∂L ∂ ⎡ ∂L ⎤ ⎫⎪ i ∂ ⎡ ∂L δ xi ⎤
∫ D
dJt ⎨ i − j ⎢
⎪⎩ ∂x
i ⎥⎬δx +
∂t ⎣ ∂ (∂ j x ) ⎦ ⎪⎭ D
dJt j ⎢
∂t ⎣ ∂ (∂ j x )
i
∫
⎥⎦ = 0 . (C-35)
Finalmente, tendo em conta que a segunda integral acima é nula (verificaremos isso logo
adiante) e que todos os δ xi são arbitrários e independentes um dos outros, concluímos que de-
vemos igualar a zero o termo entre colchetes na primeira integral e assim obter
∂ ⎡ ∂L ⎤ ∂L
− =0 ( i = 1, 2 " N ) . (C-36)
∂t j ⎢⎣ ∂ (∂ j xi ) ⎥⎦ ∂xi
Essas N equações foram deduzidas da Eq. (C-31) avaliada com a parametrização extremante
xi (t j ) , a qual, portanto, deve necessariamente satisfazê-las.
A maneira de mostrar que a segunda integral na Eq. (C-35) é nula consiste em efetuar a
integração em t j para obter uma nova integral múltipla (de multiplicidade J − 1 ) cujo integran-
do é o termo [∂L / ∂ (∂ j xi )]δ xi avaliado em ∂D , um integrando nulo, portanto, em vista da Eq.
(C-30b). Esse procedimento de efetuar uma das integrais simples que compõe uma integral múl-
tipla sobre certa região para transformá-la noutra sobre a fronteira dessa região é usado, por
exemplo, nas demonstrações dos teoremas de Green e de Gauss da Análise Vetorial, a cujo estu-
do aconselhamos o estudante ainda não familiarizado antes de prosseguir(∗). No nosso caso (sem
usar a convenção do somatório), temos
(∗)
Por exemplo, consulte [1] W. Kaplan, Cálculo Avançado, Vol. I, Seçs. 5-5 e 5-11, Ed. Edgard Blücher Ltda,
1972; ou [2] R. E. Williamson et. al., Cálculo de Funções Vetoriais, Vol. 2, Seçs. 7-1 e 7-5, LTC Ed. S. A., 1975.
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 112
∂ ⎡ ∂L δ xi ⎤ gj
∂ ⎡ ∂L δ xi ⎤
∫ ∫ ∫ ∫ ∫ ∫
J
d t∑ j J
⎢ ∂ (∂ x i ) ⎥ = ∑ dt " dt
1 j −1
dt j +1 " dt J dt j ⎢ ∂ (∂ x i ) ⎥
D j =1 ∂t ⎣ j ⎦ j
fj ∂t j ⎣ j ⎦
int egral de multiplicidade J −1 sobre Pj (D )
gj
⎡ ∂L
=∑
j
∫D d J −1
t ⎢
⎣ ∂ (∂ j x )
i
δ xi ⎤⎥
⎦tj= f j
= 0 . (C-37)
Pj ( )
0 (∗)
onde
{
• Pj (D ) ≡ (t1 , ", t j −1 , t j +1 , ", t J ), onde (t1 , ", t j −1 , t j , t j +1 , ", t J ) ∈ D ⊂ \ J −1 : a projeção }
de D no espaço descrito pelos J − 1 eixos t1 , ", t j −1 , t j + 1 , " e t J (todos menos o eixo t j ).
• f j
e g j são funções definidas sobre Pj (D ) [i.e., Dom( f j ) = Dom( g j ) = Pj (D ) ] de modo
que D = { (t ,", t
1 j −1
, t j , t j +1 ,", t J ), com f j
≤ t j ≤ g j e (t1 ,", t j −1 , t j +1 ,", t J ) ∈ Pj (D ) , }
(†)
ou seja, de modo que D esteja entre as hipersuperfícies do \ J
dadas por t = f
j j
e
t =g .
j j
A nulidade do termo indicado com (∗) na Eq. (C-37) é justificada pelo fato de que
δx i
= δ xi j j = 0 , já que as hipersuperfícies t j = f j e t j = g j estão contidas na
t =fj j
t =g
t2 l
∫ t ∫ 0 L dx dt ,
1
onde L (t , x, y , y , y ′) = ρ y 2 / 2 − τ y ′ 2 / 2 , (C-38)
∂ ∂L ∂ ∂L ∂L ∂ ∂ ρ
+ − =0 ⇒ ( ρ y ) − (τ y ′) − 0 = 0 ⇒ y ′′ = y , (C-39)
∂t ∂y ∂x ∂y ′ ∂y ∂t ∂x τ
(†)
No \ J , uma hipersuperfície é o lugar geométrico cujos pontos têm coordenadas que satisfazem uma única equa-
ção: f ( x1 , x 2 " x J ) = 0 .
(§)
Para uma referência, veja o exemplo que segue a Eq. (2.23) in F. W. Byron Jr. & R. W. Fuller, Mathematics of
Classical and Quantum Physics, Dover Publications, 1992 (pp. 67-69 desta edição).
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 113
ε0 G 2 1 G2 G G
∫ ∫
t2
L d 3r dt , onde L = E − B + J ⋅ A − ρΦ . (C-40)
t1 \3 2 2 μ0
G G G G
Usando as conhecidas expressões dos campos elétrico E = Ek ek e magnético B = Bk ek
G G
em termos dos potenciais escalar Φ e vetor A = Ak ek ,
G
G ∂A
E = −∇Φ − ou Ek = −∂ kΦ − ∂ 0 Ak (∂ k Φ ≡ ∂Φ / ∂zk , ∂ 0 Ak ≡ ∂Ak / ∂t ) (C-41)
∂t
e
G G
B = ∇ × A ou Bk = E kji ∂ j Ai (∂ j Ai ≡ ∂Ai / ∂z j ) , (C-42)
ε0 1
L = Ek Ek − Bk Bk + J i Ai − ρ Φ
2 2 μ0
ε0 1
= (∂ kΦ + ∂ 0 Ak ) (∂ kΦ + ∂ 0 Ak ) − E kji (∂ j Ai ) E kml (∂ m Al ) + J i Ai − ρΦ
2 2 μ0
ε0 1
= (∂ kΦ + ∂ 0 Ak ) (∂ kΦ + ∂ 0 Ak ) − ⎡ (∂ j Ai ) (∂ j Ai ) − (∂ j Ai ) (∂ i A j ) ⎤⎦ + J i Ai − ρΦ ,
2 2 μ0 ⎣
(C-43)
onde usamos a fórmula E kji E kml = δ jm δ il − δ kl δ im . Numa situação mais genérica que a presente
(na equação acima, L não depende de t , z j e ∂ 0Φ ), vislumbramos que a dependência de L
seria dada por
L = L (t , z j ,Φ , Ai , ∂ 0Φ , ∂ jΦ , ∂ 0 Ai , ∂ j Ai ) ,
N N
tj xi ∂ j xi
∂ ∂L ∂ ∂L ∂L
+ − =0 (C-44)
∂t ∂ (∂ 0Φ ) ∂z j ∂ (∂ jΦ ) ∂Φ
e
∂ ∂L ∂ ∂L ∂L
+ − =0 . (C-45)
∂t ∂ (∂ 0 Ai ) ∂z j ∂ (∂ j Ai ) ∂Ai
Substituindo
∂L ∂L ∂L
=0 , = ε 0 ( ∂ jΦ + ∂ 0 A j ) e = −ρ
∂ (∂ 0Φ ) ∂ ( ∂ jΦ ) ∂Φ
∂ ∂E j G
0 + ε0 (∂ jΦ + ∂ 0 A j ) + ρ = − ε 0 + ρ = −ε 0 ∇ ⋅ E + ρ = 0 , (C-46)
∂z j
∂z j
−E j
∂L ∂L 1 ∂L
= ε 0 (∂ iΦ + ∂ 0 Ai ) , =− (∂ A − ∂ i A j ) e = Ji
∂ (∂ 0 Ai ) ∂ (∂ j Ai ) μ0 j i ∂Ai
∂ 1 ∂ ∂Ei 1 ∂
ε0 (∂ iΦ + ∂ 0 Ai ) − (∂ j Ai − ∂ i A j ) − J i = − ε0 + E ijk Bk − J i
∂t
μ0 ∂z j
∂t μ0 ∂z j
− Ei E kji Bk
G
(∇× B )i
G G
(∇ × B)i ∂E 1 G G ∂E
⇒ = Ji + ε 0 i ⇒ ∇ × B = J + ε0 ,
μ0 ∂t μ0 ∂t
G
onde usamos as Eqs. (B-20) e (C-42): ∂ j Ai − ∂ i A j = E kji (∇ × A) k = E kji Bk .
Vemos, assim, que apenas as equações de Maxwell inomogênas resultam do problema
variacional acima(∗). Mas, para esse problema ser formulado, já se fez uso das equações de
Maxwell homogêneas: elas fundamentam os potenciais nas Eqs. (C-41) e (C-42). Estas equa-
ções, de fato, harmonizam-se com as equações de Maxwell homogêneas, a que atesta a inexis-
tência de pólos magnéticos e a que expressa a lei de Faraday:
G G
∇ ⋅ B = ∇ ⋅ (∇ × A) = 0 ,
(∗)
A dedução variacional das equações de Maxwell homogêneas pode ser encontrada, por exemplo, nos §§ 17 e 26
do livro The Classical Theory of Fields (Pergamon Press, Fourth English edition, 1975) de L. D. Landau e M. Li-
fshitz
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 115
G G G G G
( )
G ∂B ∂A ∂ (∇ × A) ∂A ∂ (∇ × A) G
∇×E + = ∇ × −∇Φ − + = −∇ × ∇
Φ − ∇ × + = 0 .
∂t ∂t ∂t G
∂t ∂t
0
I =
∫D L (t j , xi , ∂ j xi ) d J t [∂ j xi ≡ ∂xi / ∂t j ] , (C-47)
Como o procedimento a ser adotado é uma junção daqueles já apresentados nas Seçs. (b) e
(c), faremos as passagens sem muita explicação. Multiplicamos a Eq. (C-48) por λk (t )
( k = 1, 2 " K ) e integramos em D, multiplicamos Eq. (C-49) por constantes λl ( l = K + 1, " ,
K + L ) , devendo ser observada a soma implícita nos índices repetidos, e adicionamos membro a
membro as duas equações assim produzidas e a Eq. (C-47) para obter
I =
∫D L ★
d J t − cl λl , (C-50)
onde
L ★ (t j , xi , ∂ j xi , λm ) ≡ L (t j , xi , ∂ j xi ) + λm φm (t j , xi , ∂ j xi ) , (C-51)
δI =
∫D δ L ★
d J t − cl δλl = 0 , (C-52)
onde
★ ∂L ★ ∂L ★ ∂L ★
δL = δx + i
δ (∂ j x ) + δλm i
∂xi ∂ (∂ j x i ) ∂λm
★ ★
⎪⎧ ∂L ⎤ ⎪⎫ i ∂L ★
★
∂ ⎡ ∂L ∂ ⎡ ∂L ⎤
=⎨ i − j⎢ i ⎥⎬
δ x + δλ + ⎢ δ xi ⎥ ,
∂λm
m
∂t ⎣ ∂ (∂ j x ) ⎦ ⎭⎪ ∂t ⎣ ∂ (∂ j x )
i
⎩⎪ ∂x ⎦
j
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 116
na qual o último termo surge da eliminação dos δ (∂ j xi ) , através da Eq. (C-33), do mesmo mo-
do como se fez na Eq. (C-34). Com esse resultado, a Eq. (C-52) torna-se
★
⎪⎧ ∂L ⎤ ⎫⎪ i
★ ★
∂ ⎡ ∂L J ∂L
∫D
dJt ⎨ i − j ⎢
∂x
i ⎥⎬
∂t ⎣ ∂ (∂ j x ) ⎦ ⎪⎭
⎪⎩
δ x +
D ∫
d t
∂λk
N
δλk +
0 0
★
∂L ★ ∂ ⎡ ∂L ⎤
⎡
∫
⎢⎣ D
dJt
∂λl
− cl ⎤ δλl +
⎥⎦ D ∫
dJt j ⎢
∂t ⎣ ∂ (∂ j x )
i
δ xi ⎥ = 0 .
⎦
0
Nesta equação, a última integral é da mesma forma que a segunda integral na Eq. (C-35) e,
pelas razões já dadas, se anula. Também indicamos três termos que são nulos porque, sendo coe-
ficientes de grandezas arbitrárias e independentes (as variações), só com a nulidade deles o
membro direito da equação se anula. Temos, portanto, as três equações
★
∂L ★ ∂ ⎡ ∂L ⎤
− j⎢ i ⎥
=0 ( i = 1, ", N ) , (C-53)
∂xi ∂t ⎣ ∂ (∂ j x ) ⎦
∂L ★
= φ (t j , xi , ∂ j xi ) = 0 ( k = 1, ", K ) , (C-54)
∂λk
∂L ★
∫D
J
d t
∂λl
=
D ∫
d J t φl (t j , xi , ∂ j xi ) = cl ( l = J + 1, ", J + L ) . (C-55)
Reconhecem-se os vínculos nas Eqs. (C-54) e (C-55). Logo, para se obter a solução xi (t j ) do
problema, devemos resolver o sistema formado pelas equações de vínculo e pela equação de
Euler-Lagrange com L ★ no lugar da função fundamental original L .
Como exemplo, considere um sistema quântico onde as forças são conservativas, originá-
G
rias do potencial V (r ) . A conservação da energia exprime-se através da constância do valor
G G
esperado da hamiltoniana em qualquer estado possível: H = ∫ ψ ∗ (r ) H ψ (r ) dV = constan-
V∞
te para todo ψ possível. Isto significa que, sob quaisquer variações do estado do sistema consi-
derado ( δψ e δψ ∗ arbitrários: vide nota ao final), H é estacionário: δ H = 0 . Esta equa-
G G
ção, lembrando que H = P 2 / 2m + V , com P = −i=∇ , desdobra-se na equação
δ ∫ ψ ∗ [ (−= 2 / 2m) ∇ 2 + V ]ψ dV = 0 , ou
V∞
=2
δ
∫V ∞
L dV = 0 , com L =
2m
∇ψ ∗ ⋅∇ψ + ψ ∗ V ψ . (C-56)
Note que as derivadas segundas presentes no termo ∇ 2ψ foram eliminadas, um passo necessá-
rio para que a forma da função fundamental se enquadre na formulação ( L deve depender de
derivadas das funções incógnitas que não excedam a primeira ordem). Conseguiu-se isso graças
ao fato de que
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 117
JJG
∫V ∞
ψ ∗ ∇ 2ψ dV =
∫V ∞
[ ∇ ⋅ (ψ ∗ ∇ψ ) − ∇ψ ∗ ⋅∇ψ ] dV =
∫S∞
ψ ∗ ∇ψ ⋅ dS −
∫V ∞
∇ψ ∗ ⋅∇ψ dV ,
onde aplicamos o teorema da divergência para obter uma integral de superfície que é nula desde
G
que se admita que ψ → 0 "suficientemente rápido" quando | r | → ∞ .
Naturalmente, também devemos impor a condição de normalização
∫V ∞
φ dV = 1 , com φ = ψ ∗ψ . (C-57)
Ora, as Eqs. (C-56) e (C-57) definem um problema variacional do tipo que acabamos de
estudar. Na aplicação da Eq. (C-53), a função L ★ , de acordo com a Eq. (C-51) (com −λ em
vez de λ), deve ser
=2
L - λφ =
2m
∂ jψ ∗ ( ) ( ∂ ψ ) + ( V − λ )ψ ψ = L ( z ,ψ ,ψ
j
∗ ★
j
∗
, ∂ jψ ∗ , ∂ jψ , λ ) ,
∂L ★
∂ψ ∗
−
∂ ∂L ★
∂z j ∂ (∂ jψ ∗ )
= (V − λ )ψ −
∂ =2
∂z j 2m
∂ jψ = 0 ⇒ ( ) −
=2 2
2m
∇ ψ + Vψ = λψ , (C-58)
Nota: Que não se estranhe a necessidade de se considerarem independentes as variações das duas funções ψ
∗
e ψ , pois uma função complexa equivale a duas funções reais, as suas partes real e imaginária, em termos das
quais o problema pode ser resolvido: A substituição de ψ = f + ig na expressão de L ★ deduzida acima fornece
=2
L ★ ( z j , f , g, ∂ j f , ∂ j g, λ ) = ⎡ (∂ j f ) (∂ j f ) + (∂ j g ) (∂ j g ) ⎤ + (V − λ ) ( f 2 + g 2 ) ,
2m ⎣ ⎦
pela qual se vê claramente a existência de duas funções incógnitas no problema: f e g. As equações de Euler-
Lagrange correspondentes são as também equações de Schödinger:
=2 2 =2 2
− ∇ f +V f = λ f e − ∇ g + Vg = λ g .
2m 2m
Efetuando a soma e a diferença dessas equações (antes multiplicando a segunda por i ), obtemos as já deduzidas
equações para ψ e ψ ∗ [Eq. (C-58) e o conjugado complexo desta].
INTRODUÇÃO AOS TENSORES 118
Referências bibliográficas
J. L. Synge e A. Schild, Tensor Calculus, Dover Publications, Inc., New York, 1949.
M. R. Spiegel, Análise Vetorial, Coleção Schaum, Ed. McGraw-Hill do Brasil Ltda., 1977.
I. S. Sokolnikoff, Tensor Analysis, 2nd Edition, John Wiley & Sons, Inc., New York, 1964.
A. J. McConnell, Applications of Tensor Analysis, Dover Publications, Inc., New York, 1957.
A. Einstein, The Foundation of the General Theory of Relativity, The Principle of Relativity,
Cap. VII, Dover Publications, Inc., New York, 1952 (tradução em inglês do artigo na
revista alemã Annalen der Physik, 49, 1916).