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EDITORA 'SICI L1ANO

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D.1dos lntcmadonais de Catalogaçao lia Publicaçao (ClI')
(Câmara Brasileira do Uvro. sr, Brasil)

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( Xenton, Warren, 1933.
A Árvore da Vida/ Z'ev ben 5hlmon Hale\'i;
(- traduçlo Danllo D. Neg6cio.- 510 Pilulo:
Para
SklllanO,I99-:1 .
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\ ISBN85-267-Q654-3

í I.Cabala l. Titulo.

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CDO-296.16

Índices para catálogo $lstem4tico:

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1. Cabala: Judal$mo 296.16

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Título original: Tree of Llfe

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@1972, 1991 by Warren Kenton

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,-. Direitos exclusivos para a llngua portuguesa cedidos à
Agência Siciliano de Livros, Jornais e Revistas Lida .
t' Av. Raim.undo Pereira de Magalhães, 3305

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CEP 05145~200 - São Paulo - Brasil
Coord. editorial: Ana EmOia de Oliveira
Preparação; Sheila T. Fahre
Revisão: Jônatas J. Mello c Kelen G. Amaro

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Capa: Lya de Paula
Editoração: Unha Editorial
EdHora Siciliano, 1994

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Agradecimentos

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•• Gostaria de agradecer a todas as pessoas que, consciente ou in-
conscienteu1ente, vivas ou mortas, contribuíram para a realização des-
te trabalho. Sou particularmente grato aos meus antepassados e aos di-

•• versos mentores pessoais, 'especialmente àqueles que fazem pane da


tradição da Society of the Common Life(Sociedade da Vida Cotidiana) .

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~ Sumário

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Prefácio, 11
l.Introdução, 13
2. História, 16

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3. Existência Negativa, 24
4. O Relâmpago, 29

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5.A Árvore e o Homem, 33
6.A Árvore e os Deuses, 45
7. Os Quatro Mundos, 63

•• 8. Tríade e Oitava, 69
9. Caminhos, 81
10.Prática, 91

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11.Exercício, 93
12.Parlamento, 95 •
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13.Deus e Mammon, 105
14.Um Caso de Amor, 119
15.Nascimento-Vida-Mone, 127

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16.O Tempo, 139
17.0 Planeta Terra: Uma Especulação, 147

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18.0 Homem, 157
19.Objetivo, 164
Apêndice, 169

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•• Prefácio
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,,~ " " A Árvore kabbalística da Vida já existe entre nós há cerca de dois

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~ mil anos, Cada geração a trata através dos seus próprios pontos de vis-
ta, e este livro constitui unIa tentativa de enquaclrá-la no século XX,
para que os seus brotos possnlll florescer em uma outra esmçào .

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A Árvore da Vicia é uma analogia cio Absoluto, do Universo e cio
Homem. Suas raízes penetram profundamente na terra e os seus ramos
mais elevados alcançam o mais alto dos céus,

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O homem, ponto de encontro entre o Céu e a Terra, é lima ima-
gem do seu Criador. Por ser lima ÁIvore em miniatura, completa mas
irrealizada, e siruada em um grau inferior ao dos anjos, o homem tem a

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escolha de elevar-se galgando os próprios f311105, até atingir o dCITa-
r deiro flUto.
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, Introdução

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lConheclmenlol
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A Árvore da Vida é uma i,magem da Criação, É um diagrama objeti-
, vo dos princípios que operam em todo o Universo, Moldada sob a for-

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ma de uma árvore analógica, revela o fluxo de forças que descem do
Divino para o Mundo inferior e que retornam novamente a ele, Nela
estão contidas todas as leis e sua interação. Constimi t3lnbém uma vi-

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são integrada do homem,
O Universo Relativo paira entre dois pólos. O Tudo e o Nada. Cada
extremidade desse eixo flutuante pode ser vista como Nada ou Tudo,

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enquanto ambos tornam-se os pontos de entrada e saída para o Abso-
luto, que permanece separado da Criação, Esta é a realidade plena.
Para o observador atento, tudo o mais é ilusão - um drama cósmico
composto e decomposto em uma ciranda cíclica de trant.ls dentro de
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tramas, que vão desde as reverberações mais sutis nos Mundos supe-
• r- riores até os 111ovimentos e alterações mais lentos ocorridos na l11ais

••
grosseira Materialidade,
O Absoluto não mantém contato direto COm a Criação, ainda que o
Ser penneie o núcleo do Universo, amparanc!,,-o como o silêncio por

•.' trás de cada som, Sem esta realidade negativa nada poderia existir, as-
sinl como não há sombra sem luz. Neste Mundo relativo movemo-nos
por entre partículas e ondas sem suspeitar, na maior palte das vezes,
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que o vislumbrado sempre desaparece e que o que vemos não se en-


le contra realmente ali. A solidez é um enigma, um estado fugaz do nada

•• A Árvore d;{ Vida


congelado

nado Terra .
momentaneamente em uma forma familiar para nós, que
somos apenas viajantes de um cenário em constante mutaçJo denomi-

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,- A Criação está separada do seu Criador, mais ainda que uma pro-
dução moderna de HCllIllet está de Shakespearc. Ainda assim se faz

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sentir a mão do Autor, e mesmo considerando que os atores possam
r interpretá-Ia a seu modo, a obra mantém-se essencialmente como o
Mestre a concebeu. O Universo Reiarívo, assim como nossa análoga
r
••
peça teatral, é constmído seguindo o mesmo projeto, com protagonis-
(' tas e coadjuvantes diante de diversos cenários desempenhando dife-
remes papéis, buscando encontrar o equilíbrio, criando ,e operando
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acontecimentos dramáticos conhecidos como evolução.

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,- O relacionamento entre os diversos atores ou forças é muito preci-
so, embora elcs possam assumir diferentes atitudes sob condições es-
pecíficas. Esta variedade de combinações está disposta na Árvore da

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Vida, de maneira que uma dada situação pode ser examinada e os par-
ticipantes com as suas verdadeiras posições podem ser revelados .
A Árvorc é um modelo do Universo Relativo. É o padrão do mundo

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inteiro, levando dentro de si um sistema recorrente de ordem. Além
disso, qualquer suborganismo ou organização é uma imitação do seu
esquema. O homem é O principal exemplo, sendo um microcosmo do

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macrocosmo. O ser humano é uma réplica exata em cada detalhe mi-
niaturizado dos cosmos situados acima dele. Na verdade o homem
movimenra-se no mundo físico, que é constituído de átomos, molécu-

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las e células, panicipa ainda do reino sutil das formas, pode auxiliar na
criação consciente e tem acesso ao Divino .
Assim como o homem é Ullla imagem da Criação, esta, por sua

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vez, não é mais que um reflexo do Criador. Utilizando esta compara-
ção, habilitamo-nos a estudar o que está abaixo olhando para o que
se encontra acima, c o que não podemos obselvar acima, examina-

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mos no que está abaixo. Através da Árvore da Vida, obtemos uma co-
nexão objetiva que nos traz discernimento
zando o princípio do paralelismo -
e conhecimento - utili-
dos Universos superiores e infe-

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riores, intcrnos e externos .
Em nossa. exposiçiio delinearemos em primeiro lugar a origem da
Árvore da Vida, e depois o poder da sua iluminação e formulação.

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Acompanhando o desenvolvimento da sua concepção, veremos que
princípios cósmicos aplicam-se a qualquer entidade completa. Obser-
vando seu funcionamento notaremos de que maneira a Árvore reúne

•• todos os aspectos cios fenõmenos em uma ordcm inteligível, demons-


trando-os em um quadro reflectivo, um Universo dentro do qual o
Criador está presente, mesmo na mais densa matéria.

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•• Anteriormente a esses acontecimentos, Abraão ch~gara à conclu-

•• são, após uma investigação profunda nas religiões contemporâneas,


de que existia apenas um Deus, invisível e vivo. Logo depois da inicia-
çâo recebida de Melquisedcc, implementou a sua crença com Oconhe-

•• 2
cimento objetivo, uma compreensão de que do lado de fora da verten-
te criativa de Deus surgiam muitas manifestações que nâo deveriam
ser confundidas com o próprio Criador. Ao saber que fora reconhecido

•• por Deus, Abraâo firmou com Ele um pacto para transmitir o conheci-
mento. Estava feita a Aliança.
Os hebreus mantiveram esse entendimento com o Criador durante

•• História muitas gerações, apesar de que ocasionalmente sua tradição foi adulte-
rada devido a cosmmes e crenças dos povos vizinhos. A essência, con-
mdo, era revivida periodicamente, como no episódio em que Moisés

•• arrancou um povo relutante e escravizado da simbólica e texmal terra


do Egito para um renascimento espirimal. No deserto do Sinai teve de
mOrrer toda uma geraçâo de cosmmes servis antes que um novo Israel

•• A verdadeira origem da Árvore da Vida é desconhecida. Tradicio-


nalmente ela tem as suas raízes na Kabbalah, o ensinamento secreto
pudesse surgir em seu desígnio original.
Indubitavelmente o cOl)hecimento objetivo acerca do Universo re-
monta ao tempo de Salomâo, pois constava do texto bíblico sobre esse

•• do judaísmo. Todas as religiões perfeitamente estruturadas dispõem de


duas faces. A faceta exterior assume a forma de palavras e rimais pú-
blicos, enquanto o aspecto interior ê o intrínseco -. freqüentemente
penodo, sendo ~ construção do Templo e o candelabro de sete braços
fonnulações da Arvore da Vida, assim como as colunas deJ;lchin e Boaz,
que se er:contravam em ambos os lados do véu do Templo. O diagrama

•• uma instrução oral que passa do mestre ao discípulo, estabelecendo


entre eles um contato pessoal, no qual o Mestre sabe o que e quando
deverá ensinar para promover o desenvolvimento do discípulo. Quan-
físico da Arvore ali construído desapareceu com a destruição do primeiro
Templo e os judeus foram levados para o exilio na Babilônia.
Na Babilônia ocorreram fatos estranhos. Além da ressurreição da

•• do o discípulo torna-se um mestre pelo próprio direito, ele, por sua


vez, partilha a própria sabedoria e entendimento com a geração se-
guinte; é desta forma que uma Tradição pode continuar sem intcrmp-
tradição religiosa de Israel, levada a efeito por Ezequiel, que instava os
judeus a regressarem a Jerusalém, os responsáveis pelo ensinamento
secreto da religião entenderam que aquela era uma possibilidade úni-

•• ções através dos milênios, mesmo não existindo qualquer vestígio da


sua aparência externa. .
Esse método oral é comum a todas as principais religiões. Contu-
ca para um segundo renascimento da Nação. O hebrai~o, suplantado
pela presença do vernáculo utilizado na Babilônia, deixara de ser a Iin-
gua principal. Dessa forma, apresentava-se uma oportunidade para

•• do, igualmente a muitas outras instimições humanas, está sujeito à de-


cadência e à corrupção, fazendo com que, de tempos em tempos na
história, ocorra uma reformulação dos antigos princípios objetivos,
implantar muitas idéias ao hebraico, antes que viesse a se estabelecer
novamente Como o idioma nacional- fazendo-o tornar-se uma língua
que contivesse mais que um simples vocabulário de significados co-

•• adaptando-os à linguagem e aos cosmmes atuais .


Diz-se que Abraão, pai da nação hebraica, recebeu o Ensinamento
original das mãos de Melquisedec, rei de Salém, que era também sacer-
muns. Sabemos que àquela ocasião as amais 22 letras do alfabeto fo-
ram reconstruídas, transformando-se os antigos pictogramas em um al-
fabeto mais consistente, conhecido como a escrita síria.

••
dote do Deus Supremo. O nome Melquisedec significa 'rei dos homens Posteriormente, muito após o estabelecimento desse novo hebrai-
justos', ou 'meu rei ê a retidão', e Salém, o antigo nome de jerusalém, co (embora sem jamais conseguir suplantar o aramaico como a língua
quer dizer 'paz'. Isso tanto pode-se interpretar como um fato histórico dominante do Oriente Médio), ele chcgou a ser considerado um idio-

••
quanto uma alegoria, pois a Bíblia pode ser lída como uma versão eÀ1er- ma sagrado, passando, como o sânscrito, a ser utilizado em assuntos
na ou interna dos acontecimentos, tomando a falma de parábolas vivas. sacros .

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17

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•• Uma obra em particular revela a construção filosófica do alfabeto

•• hebraico. Trata-se do SeJer Yezirab, atribuído a Abraão, maS que pro-


vavelmente foi escrito nos primeiros séculos da era comum. Nesse li-
vro, a cada letra estavam relacionados um planeta e um signo do zo-

•• díaco. Aí se encontra uma chave para a solução do problema da data,


pois o signo de Libra foi inserido no círculo zodiacal muito depois da
molte de Abraão. Ainda outras qualidades foram agregadas a cada le-

•• tra, sendo o conjunto centralizado em um sistema dos três princípios


criativos corporificados no Ar, na Água e no Fogo. As diversas combi-
nações dessas três forças faziam funcionar o Universo, e numerosos ar-

•• ranjos de letras com seus valores numéricos correspondentes descre-


viam as posições e os relacionamentos evidentes entre o macrocosmo
do mundo e o microcosmo do homem. Provindo possivelmente de

•• fontes gregas, foram também utilizados os conceitos pitagóricos de um


triãngulo ou trindade contendo as dez letras relacionadas ao nome de
Deus. Os especialistas discordam acerca de quem, primeiramenre, for-

•• mulou esse diagrama.


O intercâmbio do conhecimento
.
objetivo entre os sábios de dife-
rentes nações e tradições, poucos séculos antes de Crisro, era mais fre-

•• qüente do que geralmente se supõe. Cel1amente homens inteligentes


encontravam-se e trocavam idéias, enquanto os seus companheiros
cuidavam ele negócios e política. Os judeus, embora fossem considera-

•• dos freqüentemente um grupo patticularmente


ceção, encontrando-se
isolado, não eram ex-
entre eles pensadores sagazes. Enquanto Pitá•
goras percorria o Mediterrâneo oriental em busca de conhecimento,

•• sem dúvida alguns rabinos - e cntre eles não se encontravam apenas


os eruditos - também procuravam a companhia de sábios, mesmo os
de culturas diferentes. No pOItOde Alexandria foi fundada pelos gre-

•• gos lima grande biblioteca dedicada ãs nove musas. Nesse primeiro


museu reuniram-se idéias originárias de todo o mundo então conheci-
do. A esse centro memorável, um dos primeiros ptolomenses convi-

•• dou 70 judeus para que os livros hebraicos, de que ouvira referências


maravilhosas, pudessem ser traduzidos para O grego. Em companhia
desses estudiosos, certamente encontravam-se rabinos versados em

•• Kabbalah, a explicação oculta da Bíblia. Esses homens prpvavelmente


eswbeleceram conexões com os ensinamentos secretos da filosofia e
da religião gregas e egípcias, e dessa polinização cruzada foram acres-

•• cidas outras descobeltas para as diferentes tradições. Existem muitas


evidênc1as de idéias pa<tilhadas com o pensamento grego, e lima len-
da não confirmada é a de que as cartas do tarô, surgidas na ldade Mé- /
A Árvore de Torn:'is de Aquino

••
dia, rcmonral11-se aos diagramas murais existentes nos corredores dos
templos egípcios. Tais cartas, exam,inadas mais detalhadamente, mOS-

•• 18
••
•• tram maior afinidade com os pensamentos grego e hebreu do que com -.
••
o simbolismo egípcio. _ tal influência. Erigida pelos pedreiros que fundamentavam as suas /'
O acréscimo de novas idéias e a reformulação de antigas era uma idéias no Templo de Salomão, a fachada ocidental de cada igreja pos-
característica das Escolas de Kabbalah, e os rabinos, durante séculos, suía duas torres, representando as colunas gêmeas existentes em ca;Ja
comprovaram e testaram cada aquisição antes de incluí-la no corpo li-

•• , ,- terário kabbalístico. As provas do argumento, somadas ao lampejO da,


inspiração, mantiveram um equilíbrio necessário ~o estrei[Q camio??
da visão através da floresta da ilusão. Por esse motivo, não era permltl-
lado.do véu do Templo. Estavam ali as duas colunas exteriores da Ar-
vore da Vida, caracterizando os aspectos masculino e feminino e as
forças ativa e passiva que descem do Céu. Denominadas torres do Sol _

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do aos homens estudar a Kabbalah antes de atingir a plena maturida-
de, pois o vinho do misticismo poderia desequilibrá-los, assim como o
fazem as viagens com drogas dos jovens de hoje. :Umhomem devia ter
e da Lua na catedral de Chartres, essa idéia repetiu-se nos séculos pos- /
teriores, embora a fonte originária tenha sido esquecida. Um outró' _
conceito é O da Santíssima Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo -,

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experiência de vida, possuir estabilidade suficiente para manejar e do- /
minar as coisas terrenas, antes de tentar alcançar os porrões celestiais.1
_ Alguns especialistas afirmam que os primeiros escritos sobre Kab-
com a Noiva kabbalística representada pela janela elevada da submis-
são. Observando-se com um olhar atento, muitas plantas de catedrais
assumem um significado diferente. /'

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balah foram elaborados no século 11da nossa era por pessoas presen-
tes às discussões do rabino Simeon ben Yohai. Outros, contudo, ates-
tam que muitos, senão tod;)sosUvros aõSCômentãrios do Zohar, fo-
Durante o Renascimento, a Kabbalah e a Árvore da Vida eram co-
nhecidas de muitos estudiosos. O Zohar, com seu complexo conjunto
de estudos sobre a Bíblia, numerologia, anjos, natureza humana e mui-

••
tos outros assuntos correlatos já haviam sido impressos, despertando o
ram cscritos ou compilados por um judeu-espanhol do século XIII interesse de estudiosos não-judeus, pois em parte estavam relaciona-
chamado Moses de Leon, cuja viúva alegava que ele os escrevia com dos aos conhecimentos oriúndos do mundo bizantino e em pane devi-
(~ fins lucrativos, disfarçando-os sob uma forma arcaica, porque as pes-

•• --
do às suas ligações com a magia. Essa utilização da Kobbalah provo-
soas de então, igualmente às de agora, apreciavam e valorizavam as cou-lhe um considerável descrédito, inclusive entre os próprios ju-
antiguidades. Isso, porém, não tem importància. Mais ~ignificativo foi deus, dando motivo a ocasionais psicoses coletivas e a n10vimenros
I a Kabbalah ter emergido da obscuridade na Espanha medieval,. toman-

••
exóricos em determinadas comunidades judaicas no norte da Europa,
~ do da autoridade decadente da escola rabínica da Babilônia o diagy as quais necessitavam desesperadamente de uma tábua de salvação /' 4
I
ma completo da Árvore da Vida. mística a sc apegarem durante as repetidas ondas de perseguição. /
Além dos seus efeitos sobre o período áureo árabe-judeu na Espa- Esse aspecto mágico, comumente mal-entendido ou parcialmente

••
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nha, a Kabbalah e suas idéias exercemm uma poderosa influência no digerido, tanto fascinava quanto afugentava as pessoas que entravam
cristianismo. A Igreja passava àquela época por uma necessidade de em contato com a Kabbalah. Para os verdadeiros estudiosos e filóso-
reafirmação, identificada pelos representantes mais inteligentes do seu

••
fos, ela era uma Escada de Jacó com ligação direta para tl Céu, um mé-
, , clero, que sentiram-se perturbados pela qualidade das idéias prove- todo de estudo, a base de um código de retidão e um ponto de refe-
nientes das universidades muçulmanas e judaicas e, e01 conseqüência, rência para as artes e a ciência contemporâneas. Para o charlatão e o
concluíram que a Fé não era o bastante.'Com a ajuda de outros, O sá-

••
aspirante profissional a messias, era uma arma prodigiosa para aprisio-
bio católico Tomás de A~uino encontrou a solução nos seus estudos nar, amedrontar e fascinar indivíduos e gmpos. Igualmente à tecnolo-
acerca do judaísmo, cõffibinàílcío o trabalho kabbalístico de)liony.sios gia do século XX, ela poderia ser utilizada a favor ou contm o homem,
breopagita com o pensamento de Aristóteles. Em decorrência põde libertando-o da servidão ou destlUindo-lhe a alma e o corpo. Se, por / .

• ele formular uma teoria completa, que foi depois incorporada aos en- um lado, os kabbalistas discutiam a natureza do Universo com Pico

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sinamentos da Igreja. Em oposição aos cristãos platónicos, Toniás de della Mirandola, brilhante luminar da corte dos Medici, por outro amu-
Aquino trouxe o Universo abstrato para o mundano ao relacionar letos kabbalísticos eram vendidos para afastar os maus espíritos ou li-
,r Deus e as influências angélicas através da Árvore da Vida ao mundo vrar os inimigos. O kabbalismo popular atingiu o auge nos séculos

••
dos elemeutos, dos vegetais, dos animais e do homem. Baseando-se XVII e XVIII com uma fartura de messias e místicos que decepciona-
nesse conceito kabbalísrico, surgiram as nove ordens da hierarquia / .mm os seus seguidores, à exceção de um, o santo incomparável Israel
,-- eclesiástica. Até mesmo os grandes constmtores de cateqrais sofreram Baal-Shem, um místico namral que foi o foco do movimento de renas-

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20
cimento judeu, chamado hassidismo, florescente até os nossos dias ..

21

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Entreranto, muito desse kabbalismo estava baseado em visões e mila- pertcncem a
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grupos csotéricos, estuda?do numer?s~s Sist?ma~ c mé-

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gres, e enquanto o judaísmo recebia o tão necessário impulso, o movi- todos. Muitas dessas organizaçôcs baseiam-se em IdéiaS onent~ls, sen-
mento mais se relacionava ã paralela revigoração do cristianiSmo do do ãs vezes completamente estranhas ao temperamento OCIdental.
I que ã filosofia. O hassidismo amadureceu, mesmo enfrentando a opo- Embora possa-se argumcntar que elas trazcm um panorama .n?~o, os
efeitos dessa adulteração provocam freqüentementc lIm~ diVisa0 n?

•• r-
sição dos rabinos ortodoxos, chegando ao pontO da excomunhão de
Baal 5hem. Com o passar do tempo, esse grande impulso de energia homem, gerando lIm conflito espiritua~. Nâo sc pode mIsturar (radl-
(' çôcs e temperamento espiritual tão. faCilmente. Cada filosofi~ e .cada
foi perdendo a força, formalizou-se e institucionalizou-se, mais pelo
religiâo são peculiares ao seu própno lugar; mlllras vezes o hlPPI.e In-

••
costume do que pela convicção espontânea. Contudo, as chamadas
práticas kabbalísticas continuaram, de modo que, mesmo entre os ju- glês em K:1tmandu está na metade do caminho não apenas do Onentc
I e do Ocidente, mas dos tempos antigos e modernos. Encontra-se. aquI
deus que emigrarám do Leste Europeu para o Oeste no século XIX, era
r um limbo perigoso, no qual penetram muita~ pessoas bem-1I1ten~lona-

••
possível enCOntrar kabbalistas capazes de fazer magias para tirar o
mau olhado . das. No Ocidente possuímos as nossas própnas tradições, tão an,lIgas C
r Essa degeneração do kabbalismo externo não impediu, contudo, experimentadas quanto as orientais. A Ka,?balah é uma delas, é e parte
as investigações de pensadores judeus e gentios. O trabalho prosse- integrante da tradição judaico-greco-cnsta da Europa.. . ' .

•• I
guia onde quer que a Kabbalah e a Árvore da Vida fossem inteligente-
mente consideradas. Grande parte desse esforço tinha fins culturais,
Em resumo a Árvore da Vida, como o seu norne Implica, diZ. I~S.
peito ã palavra'viva. Existe agora, no sécul? XX, assim con~o cXlslIrá

.
na eternidade. Nossa tarefa ê transcrever a Arvore em UIl''1a linguagem
c uma mistura de investigação inteleetual com uma centelha de esperan-

• (-
ça de que alguma chave fosse capaz de solucionar o mistério. Muitos
livros foram escritos e idéias desenvolvidas, mas nada alcançou' a qua-
lidade atingida na Idade Média e nos períodos anteriores. O século
XVII produziu muitas contribuições especulativas, mas por volta do sé-
moderna, para qlle assim,ela se torne manifcsta para nós e para os de-
mais. A menos que o 5efirah mais el~vado de Kerer estcJa concctado
ao 5efirah mais baixo ele Malkhut, a Alvore da Vida permancccl-:i In-
complcta - e o Céu não podCI-:ialcançar a Terra.
•. lil

•• culo XlX as ciências narurais começaram a interessar mais aos pensa-


dores que o misticismo.
No século XIX desenvolveram-se divcrsos movimentos semi-reli-

•• giosos compostos por pessoas decepcionadas com O materialismo e


com as suas próprias religiões formais. Esses grupos incluíam também
judcus que sentiam que o judaísmo ortodoxo não preenchia as suas


• (-

I
necessidades filosóficas. As discussôcs rabínicas converteram-se em
meros argumentos eruditos. Já há muito não existia sabedoria e com-
preensão espontâneas ou um interesse verdadeiro pelo significado in-

•• r I~
terior do judaísmo, especialmente quando a inteligência judaica dci-
xou-se envolvcr pelo conceito do sionismo. Gradualmentc o objetivo
de Jerusalém mudou do espiritual para O prático, e a. política tomou

•• conta de todas as polêmicas. 5ion, O lar sonhado do exílio, deLxou de

.'••
significar a busca do homem para rcconquistar o Éden, passando a re-
presentar a reinsralação de uma nação na Palestina .
Atualmente o judaísmo, como todas as religiões formais, está per-
..- dendo o scu apelo para as gerações mais jovens. Entretanto, isso nâo
• r
quer dizer que a nossa era não seja religiosa. Longe disso, muitos jo-
vens procuram seriamente uma resposta em uma situação mundial
complexa e conflitiva. Muiras pessoas encontram-se presentemente in-

••. (
teressadas na busca da verdade através das drogas, enquanto outras

22 23

l••
I.
••
I •

• EN: Vazio

I: ,-
EN SOF: Infinidade

•• 3

•• Existência Negativa
EN SOF AUA: Luz ilimitada

•• KETER

Primeira Coroa

••
•• ('
Há um Universo Absoluto e um Universo Relativo. No meio deles
situam-sc os véus da existência negativa. O Absoluto encontra-se além
da erernidade. É atemporal, não possui forma nem substância _ além

•• da exisrência. É Nada e é Tudo. É imlJlável e ao mesmo tcmpo não


permanece sem mudanças - simplesmente é.
O Universo Relativo é a manifestação ela Criação, o desenvolvi-

•• mento de um impulso divino, um imenso leito de selllcntes que se


transformarão em flores e depois em frutos, quc após o amadureci-
mento decairão e morrerão até regressarem à fonte, prontos para re-
animal. Então flui pela corrente sangüínea da criatura, até. que aquele
animal seja talvez malta e comido pelo homem. Ainda aqui, a molécu-

•• nascerem outra vez.


Dentro desse granele complexo tudo tem o seu tempo e lugar, e
ainda que algumas características e funções surjam em escalas vasta-
la atravessa nlúltiplas experiências no corpo humano até a sua elimi-
nação. Havendo seguido um percurso tão longo, ela sllPmete-se a v,,-
rios processos mecânicos, químicos e orgânicos de transformação an-

•• mentc diferentes dc tamanho e duração, cada coisa se encaixa precisa-


mente dentro de um todo, assim como o nosso Sol se ajusta ao esque-
ma da via Láctea c a célula hepática está relacionada ao nosso organis-
tes de ser lançada em um rio, onde circula junto a uma miríade de
outras moléculas de água, cada Ullla COllluma história diferente, até
retornar ao mar. Talvez sejam necessários vários séculos nas profunde-

•• mo. Superficialmente as substãncias do Universo parecem ser iguais,


mas a água do mar, por cxemplo, não é igual à dc um rcservatório,
nem pode abrigar as mesmas formas de vida. É a posição relativa que
zas antes de ser trazida ã superficie e evaporar-se na atmosfera, tor-
nando-se nuvem outra vez. Assim é o mundo relativo, cm miniarura.
No Univcrso Relativo, tudo é uma qucstão de tcmpo e lugar. O Sol

•• altcra sua função. Seguindo COIllo exemplo, uma molécula de água


pode passar por diferentes estados. Em primeiro lugar, como vapor,
compõe uma nuvem, Depois condensa-se em uma gota, cai entre um
é Um adulto jovem em comparação ã maioria das estrelas, e a Terra é
ainda adolescentc com os primeiros pêlos verdes apenas comcçando a
cobrir o seu rosto. A humanidade, considerando O seu compoltamcn-

••
núcleo de poeira e transforma-se em uma entre milhões que formam
to, esrá provavelmentc na sua infância -sc a julgarmos pelos seus pe-
uma poça que pcnetra no solo antes dc ser absorvida por uma planta .
riódicos arrufos e quebra de brinquedos! Tudo é relativo, COmcada ní-
Durante algum rempo, ela pode fDtar-se na estrutura orgânica, paltici-
vel contido no de cima e contendo O de baixo, e o conjunto ajustado a .

••
par da seiva que, por sua vez, é sugada das fibras vegetais por algum
um grande projeto, que vai desde a cnergia mais elcvada e mais podc-
24

• 25
•• l
•• rosa até o mais inferior e mais denso dos elementos. lemos aqui o Esse ponto que a tudo inclui é chamado de Primeira Coroa, a pri-

••
cume da Árvore da Vida, Keter - a Coroa -, e a base, Malkhut - o meira indicação do Absoluto, talvez melhor conhecido corno Eu Sou, o
Reino. primeiro dos muitos nomes de Deus .
A Árvore da Vida define o Universo Relativo em todos os níveis. É Partindo dessa Coroa suprema, fluem todos os seres que foram,
o padrão arquetípico. Todavia, acima dela, além de Keter - a Coroa

••
são e serão. A existência negativa contém miríades de possibilidades.
Oca através da qual o Criador se manifesta - jaz o imanifesto da exis- O homem vê apenas urna ínfima parcela dessa dimensão sempre pre-
tência negativa. sente. Nele estão todos os seus filhos e os filhos dos seus filhos. De
A existência negativa é a zona intermediária entre a Divindade e a Adão originaram-se todos os homens. Teria Abraão compreendido a

•• sua criação. É a pausa que precede a música, o siléncio por trás de


cada nota, a tela em branco sob cada pinrura e o espaço vazio pronto
para ser preenchido. Sem esta Existência inexistente, nada chegaria a
total implicação da sua semente transfol111ando-se em uma nação' Tal-
vez somente os mais sábios sejam capazes de perceber o que se en-
contra dentro deles, o que neles está presente de uma forma negativa,

•• ,.
ser. É um vazio, mas, apesar disso, sem ele e o seu potencial o Univer-
so Relativo jamais poderia se manifestar .
A existência negativa está sempre presente em todos os níveis da
pronlo a se manifestar amanhã ou daqui a um milhão de anos .
Essa é a existência negativa, que parece estar logo aí, mas não está,
que pela sua verdadeira natureza é a mais próxima, mesmo sendo a

•• Criação. Está por trãs do espaço e do tempo. Sem ela não haveria galá-
xias ou homens. Contém, da mesma forma que o recanto vago de um
aposento, o vazio em que vivemos. O vazio é o fundo fixo contra o
mais dificil de perceber. Aqui o Absoluto está separado da sua criação,
ainda que sempre presente dentro dela .

•• qual se movimenta o tempo. A existência negativa capacita o homem a


ser O que é. Espelho dos Espelhos, a não-interferência da existência
negativa possibilita o reflexo mais perfeito da Criação .

•• O véu mais próximo do Universo Relativo é EnSof Aur-a Luz Ili-


mitada, ou seja, a que se encontra em qualquer lugar e penetra até
mesmo na matéria mais densa, como O fazem alguns raios cósnlicos

•• tão finos que podem atravessar perfeitamente o nosso planeta, assim


como a luz física atravessa uma vidraça.
O segundo véu, do qual sabemos menos ainda, é En Sof - o Ili-

•• mitado -, que é o primeiro degrau em direção ã manifestação do


Criadol'. É o ponto em que En, o Vazio Final, focaliza do Nada ao Ili-
mitado, ou Infinito, onde exis~ealguma coisa que é, no mínimo, senl •
•• fim.
Adiante disso está o Nada', e mais além o Absoluto. Esses três está-
gios formam uma condensaçào, uma cristalização do Ser, permeando

•• a completitude do Tudo a partir de um ponto situado no centro de


uma esfera sem circunferência. Essa destilação, esse ponto, não tem
dimensão de tempo ou espaço, embora contenha todos os mundos,

••
descendo a escada da criação desde o reino mais elevado até o mais
inferior, e possuindo em sua composiç,10 espaço, gás, formações ga-
lácticas, galáxias, estrelas, planetas, vida orgânica, homens, órgãos, cé-
lulas, moléculas, átomos e reinos subarômicos, até atingir aquela zona

•• em que a matéria deixa de ser sólida, transformando-se primeiramente

,.
em energia e depois, novaOlente, em um nada ilusório .

• • Em inglês, NO-fbing significa 'coisa algum,l' (N. do T.),

26

I.••
27
••
••
••
(

•• 4
•• o Relâmpago
••
••
•• A estrutura da Árvore ~a Vida baseia-se nas emanações que fluem
do alto, a partir da Primeira Coroa. Cess,ado o primeiro impulso da

•• criação, desenvolve-se uma seqüência desde o primeiro Sefirah (ou re-


cipiente), passando por oito estágios até se dissolver no décimo Sefi-
'rah, chamado Malkhut, ou o Reino, na parte inferior da coluna central.

•• Esse desenvolvimento primário poderia ser comparado a uma oita-


va musical de dó a dó, com cada nota desempenhando uma função
particular, enquanto as emanações interagem entre a energia e a for-

•• ma, tal como o expressam os pilares esquerdo e direito da ÁIVore da


Vida .
Essa progressão é chamada de Relâmpago pela sua movimentação

•• característica, em forma de ziguezague, ÁIVore abaixtJ. Principiando


em Keter - a Coroa -, flui para Hokhmah - a Sabedoria -, onde se
manifesta como uma poderosa dinâmica no alto da coluna ativa enci-

•• mada por Abba, o pai cósmico ou o princípio masculino. Atravessa en-


tão até Binah - a Compreensão -, que no seu papel de Aima, a mãe
cósmica, encabeça a coluna feminina. As colunas ativa e passiva são

•• também conhecidas como os pilares da Severidade e da Misericórdia,


sendo a última a masculina. Aqui começa a funcionar a Trindade da
Criação, quando a energia divina, partindo do 'equilíbrio perfeito, pro-

••
cura enCOntrar o seu nível e dissolver-se novamente. O fluxo das ema-
nações - não diminuído em sua natureza essencial, apesar de passar
(
a uma outra ordem - cruza então a coluna central do equilibrio e pas-

•• Relâmpago sa para o Sefirah Hesed, ou Misericórdia. Nesse ponto, o poder sendo


novamente recebido na coluna ativa assume a qualidade expansiva di- ,

,.
•• I~

.1
29
•• (-

••
(

,--

•• I nâmica desse estágio, antes de atravessar até Gevurah, ou Julgamento, na nlente de um escritor, para, talvez, nunca ser escrita~Masum dia ele
na quinta estação. Aqui a força é testada, equilibrada e aju5tada antes a focaliza como uma entidade definida, com um projeto grandioso.
(
de prosseguir até Tiferet, o Sefirah vital do pilar central da Árvore. Nes- 1sso é Daat o Conhecimento. A partir deste momento, inicia-se um
processo co'mpletamente novo, chamado por alguns escritores de 'ela-

••
( sa conexão há um ponto critico de equilíbrio. Tiferet, ou Beleza, man-
tém uma relação especial com Keter, a Coroa, pela ligação através do boração'. Ao periodo de incubação segue-se o Hesédico ou de gesta-
(
eixo da coluna central. A única coisa que separa Tiferet de Keter é um ção, caracterizado por um grande crescimento e expans~? S!tuações
(-
nm- vão surgindo, trechos de diálogos intrometem-se na conSClenClado es-

•• - í
Sefirah invisível chamado Daat, ou Conhecimento, que somente
ciona em condições especiais. Em Tiferet mantém-se uma imagem, um
espelho de Keter que opera em uma escala menor. As emanações pas-
critor, os personagens começam a desenvolver-se e~pontaneamente, e
toda a história passa a desenrolar-se e a ter sentido. É justamente nesse
lugar Hesédico da operação que o escritor deve mergulhar no trabalho

•• sam em seguida para o Sefirah ativo Nezah, ou Eternidade. Nesse pon-


I

-' to as funções ativas repetem-se continuamente para manter O nível de a fim de perder, por pura dissipação mental, as idéias que brotam em
(
energia. A partir desse transformador, as emanações atravessam atê seu íntimo. Começa escrevendo um esboço, concatenando as forças
,,., criativas nele presentes. É necessário, no entanto, julgar e retificar con-

••
Hod, ou Esplendor, que também pode ser traduzido da raiz hebraica
r como Reverberação, sendo esta, talvez, uma descrição mais apropria- tinuamente (funções de Gevurah) tudo o que é recebido de Hesed,
I
da à função de Hod, cuja tarefa é colher e transmitir infomlação. Daqui pois isso freqüentemente excede o que ele de fato carece, leva'ndo a
~'
uma constante reedição do material. Lentamente o livro toma forma; a

••
( as emanações atingem novamente a coluna central e focalizam-se s0-
bre Yesod, ou Fundação. Nesse ponto elas são reOetidas outra vez, essência, ou Tiferet, começa a aparecer. Talvez seja essa a obra do sé-
(~
mas de uma forma mais opaca por se tratar do reOexo de um reOexo, culo, a destilação da experiência de toda uma vida ou, provavelmente,
".-- ainda bastante poderoso para produzir uma forte projeção - mas ape- um relato despretensioso sobre assuntos econômicos que terá, mesmo

••
I
nas uma projeção. Diretamente abaixo encontra-se o último Sefirah, assim, sua própria marca, sua qualidade inteiramente distinta. Isso é o
(-
Malkhut, o Reino. Nele acumulam-se todas as energias, ativas e passi- que diferencia um Tolstoi de um Hemingway. Em Tiferet, a síntese da
(' vas, bem como todos os processos recebidos dos Sefirot superiores . forma e da energia está centralizada na coluna do meio, sendo esta a ra~

•• (-

r""
Ali está o dó, complementando a oitava.
Os Sefirot da Arvore podem ser considerados como 11msistema de ,
funções em um circuito, através do qual Oui uma corrente divina. Cada
zão pela qual esse Sefirah é conhecido como Beleza. Entretanto, ate
aqui O livro ainda não pode ser visto, permanecendo em quase sua tota-
lidade na mente do escritor; este que precisará compô-lo integralmente,

••r-
("
I
II função gera não apenas fenômenos, mas transforma todos os subcir-
cuitos adjacentes. Qualquer um dos Sefirot é capaz de alterar a direção
do Ouxo, ~riando campos e ações variáveis. A energia pode ser dirigi-
ou ele se transfomará em mais uma obra-prima não escrita. Nezah, ou
Eternidade, encarrega-se desta tarefa. As forças vitais do corpo: contro-
ladas por Hod, ou os processos voluntários, farão a pena movlmentar-

•• ,
r_
(
i, da para cima e para baixo em todos os Sefirot, modificando assim os
acontecimentos, enquanto a corrente regreSsa à Fonte, passando pela
se sobre o papel. Nezah conhece instintivamente ~u trabalho, en-
quanto Hod, treinado nos reOexos mentais e fisicos, dirige o conheci-
mento adquirido ou a linguagem para aquilo que se tornará frases

••
Terra de Malkhut .
I~ Um exemplo do Relãmpago passando através da Árvore pode ser , inteligíveis. Yesod, ou Fundação, que é um amálgama de tudo o que
visto no processo de escrita de um livro. Keter é a Coroa, o princípio aconteceu anteriormente, organiza a operação em U111 estIlo pessoat
C. criativo. A idéia é concebida em Hokhmah. Como uma visão, ela pode reOetindo o que foi escrito enquanto retém uma imagem na memória

••
,.--
( ....
ser muito poderosa, a semente de um grande romance, mas em Hokh-
mah é apenas uma idéia, potente mas informe. Depois de muito tem-
po ela começa a ser formulada em Binah. Seria talvez melhor como
para referência. Malkhut é o corpo e o livro em si, a verdadeira mani-
festação fisica no mundo. O Céu alcançou a Terra .
Nesse exemplo) temos uma noção sumária do Relámpago,. t~1

•• .- ~ uma peça teatral ou um roteiro de filme? Poderia ser como um conto,


breve e objetivo? O tempo e o princípio do Sefirah receptivo superior
de Binah lhe darão a forma de um livro de, digamos, tamanho médio,
como é descrito na Arvore Humana da Vida. Todos os processos Criati-
vos do Universo seguem o mesmo padrão, levando em conta, porém,
seus próprios níveis.

•• centrado em uma situação específica, na qual estarão presentes deter-


minados personagens. Esse estágio poderá permanecer durante anos

•• 30
31
••
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IConheclmenloJ
\ A Árvore e o Homem

••
I \ I
" /

•• Diz-se que a Árvore é $ubjacente a todos os seres ou ofl~anizações

•• completas. Como, porém, ela está relacion'ada ao homem? E da maior


importância que cada pessoa observe com clareza O conhecimento
advindo 'da própria experiência, ou ela se tornará uma mera aprendi-

••
zagem.
Gravuras antigas colocam uma figura humana masculina, com os
braços levantados, sobre a Árvore da Vida, estando a coluna passiva à

••
sua direita. Isso diferencia o microcosmo da Árvore macrocósmica da
Vida, na qual os Sefirot encontram-se da esquerda para a direira. Desse

•.(
modo, o microcosmo forma uma relação espelho-imagem com O Uni-
verso. •
Nesses diagramas, os Sefirot são às vezes relacionados diretamente
a cel1as pal1es do corpo: Tiferet ao coração ou plexo solar, Hesed ao
braço esquerdo, Gevurah ao fOl1ebraço direito, Yesod aos órgãos ge-

•• nitais, Nezah e Hod às pernas, apoiadas no Reino de Malkhut, ou os


Elementos. Binah e Hokhmah são freqüentemente colocados em cada
um dos lados da cabeça e, em outros diagramas, nas palmas das mãos

•• levantadas, com o Keter, a Coroa, no alto, sobre a cabeça .


Minha própria simpatia recai, contudo, na escola que coloca todo
o corpo físico em Malkhut, com os seus processos vitais circulando na

•• A Árvore e o Homem
tríade Nezah-Hod-Malkhut, com o Sefirah Yesod agindo como uma
tela refletora' da consciência no seu centro .
Pal1indo de Keter, Como o potencial humano pleno c desconheci-

•• do, acompanhamos o caminho ziguezagueante do Relâmpago descen-


do através do ser humano .

• 33

l:
•• ,--

•• Em Hokhmah, Sabedoria, encontramos a função do Inteléetointe:

•• rior. Essa é a parte mais profunda da mente, o centro intelectual mais


elevado, do qual emana o pensamento silencioso. Dessa poderosa
área provêm as idéias e as observações mais intensas. Esse centro vê
Hesed é a emoção interna, a qualidade de devoção observada no
trabalho de toda uma vida, a profundidade experimentada talvez em
um caso de amor, ou a sensação de ser tocado em um profundo ins-

•• I
( ..
com o olho interior da iluminação e fala sem palavras, Como Sabedo-
ria. Possui uma qualidade quase divina e mantém, de fato, uma cone-
xão direta com o Mundo Divino. A originalidade é a sua característica
tante de religiosidade: Esse Sefirah representa no homem uma pode-
rosa necessidade criativa, o tipo de força capaz de fazer um povo de-
senvolver um continente, dedicar tempo e dinheiro às boas obras,

•• r
, c, na maioria dos homens, s6 ê ouvida conscientemente algumas ve-
zes durante a vida. Diz-se que a epilepsia, a doença divina, é o estado
produzido quando um homem subitamente apresenta um excesso de
proporcionar cuidados a uma família carente ou dispender uma aten-
ção consciente à prática de uma atividade artística. É o manancial
emocional, a corrente de águas profundas drenada pelo homem à

•• Hokhmah e bloqueia o restante do seu organismo, privando-o da rés-


tia de luz. Em raras oportunidades pode-se manifestar como um lam-
pejo de gênio, ou como os degraus finais da Iluminação.
procura de recursos quando as emoções ordinárias se tornam inade-
quadas. Esse é o lugar onde se origina a magnanimidade, e do qual
afloram os sentimentos sublimes.

••
No ser humano, Hesed é a outra voz interior. Não é o valioso julga-
í Para contrabalançar, na coluna passiva está Binah - o intelecto mento de Gevurah - seu complemento emocional na Árvore. Hesed
externo ou a Compreensão. Como o nome implica, esse Sefirah supor- possui as características da misericórdia e da generosidade; entretanto,
I~
ta e recebe. É feminino e age como uma formulação ao estímulo ativo

••
se for superdimensionado, pode transformar-se em um dilúvio de sen-
vindo de Hokhmah, do outro lado da Árvore, e originado acima, em timentos, um amor asfixiante, um déspota benigno que vê a sua licen-
Keter. Transforma, através da inteligência receptiva, as comunicações ciosidade como um direitCl,a rudo tolerando. Nesse estado de desequi-
líbrio, um homem dissipa sua força e sua saúde na indulgência, sua fal-

••
em princípios compreensiveis. Esse é um procedimento demorado,
(. podendo durar muitos anos. Einstein dizia que visualizava certas idéias ta de Gevurah ou Julgamento dando ensejo a um laissezjaire
por um instante, mas precisava gastar um longo período elaborando- absoluto. Um exemplo menos extremado é o do intelectual centrado
em Hesed que assume uma postura ultraliberal. Ele citará, partindo

••
as, até voltar à concepção original. O fator tempo é uma qualidade de
Binal1. Além de receber do alto, Binah reage também ao fluxo vindo usualmente de uma segura situação material Hesédica, ideais acerca
de baixo. A experiência do mundo exterior se acumula em Binah sob a da liberdade universal e da fraternidade entre os homens, enquanto os
seus companheiros menos afortunados são oprimidos por criminosos

•• forma de compreensão, e um acontecimemo observado muitas vezes


é visto em termos de uma visão global. "Sempre acontece assim", diz o
Intelecto exterior. Se tomarmos de modo consrnttivo, isso é útil na ob-
que se aproveitam da sua falta de vigilãncia .
Gevurah - a emoção externa - é o contrapeso no par de opostos
emocionais. Sua função, eventualmente definida com~ Severidade, é

••
servação do grande propósitoj mas, se o utilizarmos irrefletidamente,
constitui-se em uma concepção muito generalizada e conservadora. julgar, a cada momento, os atos que praticamos na nossa rotina diária .
,~.. Vemos aqui como a ênfase ocorrida em um dos lados da Árvore resulta Idealmente, Gevurah deveria ser imparcial, mas nenhum homem é
concebido nesse padrão. Ele çeve ser criado PSlo equilibrio e pela in-

•• em um enfoque reacionário, se na coluna passiva,


volucionária, se no lado ativo. Nenhuma
Oll em
está balanceada,
um3 visão re-
necessitan-
do centralizar-se na coluna mediana do equilíbrio. Binah atua neste
teração entre os lados pOSitivOe negativo da Arvore. Essa aspiração
pelo equilíbrio é buscada por toda a Criação, em todos os mundos. É
também expressada no nome tradicional do pilar do meio, Clemência,

•• .-- caso como o conrrapeso de Íiokhmah, e vice-versa. Isso acontece ao


longo de toda a Árvore, com cada lado testando o outro constante-
mente. Binah é o pensamenro reflexivo, para contrabalançar a inspira •
que fica entre as colunas da Severidade e da Misericórdia .
Com Gevurah chegaria-se à avaliação passiva. Ele recebe as ema-
nações superiores de Binah e, juntamente com a sua própria com-

•• ção. É o método, a estruturação de princípios, a visão a longo prazo e


a apreciação dos processos e padrões cósmicos. Encontramos esses
dois Sefirot superiores trabalhando no velho sábio e, algumas vezes,
preensão, fom1a um julgamento, o qual, de acordo com a filosofia ado-
tada ou aceita por Binah, pode variar do ortodoxo ao excêntrico. Até
mesmo um anarquista possui O seu Binah e faz dele o ponto de refe-

•• nas partes recõnditas de nós mesmos. Em termos cósmicos, eles são o


nosso pai e a nossa mãe, físicos, psicológicos e até mesmo espirituais.
.rência para os seus próprios julgamentos. É preciso observar uma aca-
lorada discussão política para ver Binah e Gevurah em ação. .

•• (
34
35
••
•• No seu relacionamento com Hesed, Gevutah funciona correta- Tiferet, a Beleza, ou a Natureza Essencial de um h~metl1 é a cons-

•• mente como o aspecto feminino. Igualmente a Binah, Gevurah reage


também ao mundo externo. Preste atenção quando conhecer alguém e
ouvirá o seu próprio Gevurah apresentar uma crítica silenciosa acerca
ciência de si mesmo. Ele conhece a si próprio, embora poss~ esquecer
disso durante a mai()r parte do tempo, tão envolvido que se encontra
em suas atividades. E o vigia nos momentos de grande perigo. É o ob-

•• de tudo relacionado ãquela pessoa ..Por trãs disso talvez esteja o seu
misericordioso Heséd, enquanto acima um Binah convencional
belece o pano de fundo para as opiniões. Certamente são reações ex-
estaw
servador que vê sem olhos, cuja lucidez destaca momentos com uma
estranha clareza. Aqui está o que você é, um reflexo do Eu Sou.
~ão. é sem motiv? que Tifferet .é chal1)ado de Beleza. É o ponto de

•• cessivamente mundanas, mas para a maioria de nós essas são as úni-


cas que podemos identificar facilmente como partes distintas da nossa
psique.
eqUlhbno, o centro s,métnco perfeIto da Arvore da Vida. Se você dese-
ja examinar qualquer organismo completo, coloque-o na lámina do Ti-
feret, e a árvore atua rã como um microscópio. Utilizando esse cristal

•• Um Gevurah incontido, ou seja, sem o elemento compensador da


magnanimidade proveniente de Hesed, torna-se ativamente. agressivo, .
em vez de receptivamente perspicaz. Descontrolado, ele pode transfor-
essencial, todos os aspectos encontrarão seus lugares na Árvore, com
cada Sefirah d.emonstrando, através de seu princípio e função, a estru- .---
tura e a orgamzação daqutlo que você está examinando. ---

•• mar o homem em um fanático, um tirano ou um militante cruel. Esse é


o Sefirah do sim e do não. Como um servidor, é excelente; como um
patrão, rabugento e perigoso. Em termos de assuntos humanos mais
No homem, sua natureza essencial é a chave. "Conhece-t~ a ti me~-
mo", dizem todos os filósofos. Em Tiferet encontr:Í-se este Self a-;,cio
"cãininho entre o Céu e a Terra. Encerrado no corpo durante algum

•• amplos, é a instituição que decide, subordinada ã lei - Binah -, o que


esta certo ou errado. Nas reformas sociais é ele que afasta a hipocrisia e
a corrupção. No nível individual, Gevurah destrói as mentiras e a doen-
tempo, ele participa dos Mundos superiores e inferiores, trazendo a
Di~indade até a matéria ~ elevando-a em direção ao espírito. Tiferet
esta no ponto de conexão entre o visível.e o invisível. Quando você

•• ça - uma função vital em qualquer mente ou organismo. Um Gevurah


superativo está presente na inquisição e no macarthismo, enquanto o
passivo Hesed defende a licenciosidade em qualquer campo, seja ele
encontra uma pessoa que não vê há 20 anos, é bem provável que sua
ap~rência física tenha mudado profundamente desde a última vez que
a VIU, na escola, mas ainda assim você a reconhece, sêm dúvida. Será a

•• econômico, ético, social ou artístico. Novamente surge aqui ,o necessá-


rio princípio da reconciliação, corporificado no pilar do meio, por vezes
chamado de coluna da suavidade.
fisionomia? Serão os olhos? Não. É algo mais, alguma coisa muito pes-
soal que, e,!,bora decorridos 80 anos, continuará sendo uma peculiari-
dade dela. E a Nature~w=ciaLresplandecendo na pessoa. ...--'

•• Tiferet - Beleza - é o foco da natureza essencial de um homem .


Está situado na coluna central, o eixo da consciência, que circula para
cima e para baixo, desde Keter até Malkhut. No homem, a altura em
. Esse Seflrah ocupa um lugar especial. É um ponto para o qual as
cOIsas fluem de todas as direções e de onde se projetam novamente'
mas, ma.is.importante que isso, é onde fixa-se a criatura, pois Kete;

•• que ele se sim a nessa coluna determina o nível do seu ser e, enquanto
os dois pilares laterais executam funções, a coluna do equilíbrio mos-
tra quem ele é.
pode eXIstir sem os demais Sefirot. Sem Tiferet ou a Matureza Essen-
cial do homem, o corpo de Malkhut seria ape~as um autômato sem
alma, um mero peso morto divino; sem qualquer possibilidade de evo-

•• A Na,tureza Essencial da pessoa é aquela com a qual um homem


nasceu. E somente sua, mesmo que participando dos reinos superiores
e inferiores. Tiferet foi descrito como Keter em um nível mais baixo ou
lução. Tiferet é, portanto, o ponto central do crescimento' cada lição
aprendida nutre-se no Trono do Julgamento, elevando le~tamente o
seu nível de um ser adormecido até o de um atuante completamente

•• em termos bíblicos, como um homem ã imagem de Deus. Tiferet


aquilo que ê mais real em um indivíduo. Aqui, no ponto para onde
convergem oito caminhos, está a síntese corporificada em Tiferet. Co-
é de~en~olvido, participante consciente dentro da pessoa. Esse é, talvez,
o slgOlficado da história da Bela Adormecida e toda a sua corte de dor-
minhocos. Como uma Árvore da Vida, somos o palácio, a princesa e os

•• nhecida tradicionalmente como o Trono do Julgamento, tem acesso a


todos. os Sefirot, exceto Malkhut - o Reino - ou, no homem, seu cor-
po. EISporque a natureza essencial de um homem não pode ser vista
cortesãos. Mas onde estará o príricipe?
Acima de Tiferet, no eixo da consciência, está o Sefirah invisível de
Daat, ou Conhecimento. Colocado abaixo da Coroa, representa no ho-

•• no mun.do físico, apesar de ser possível delinear seu carãter através de


suas açoes. /
I ?Jem O ponto em que ele não somente sabe, mas é. É justamente nesse
IOstante que se dissolve sua individualidade e ele pode experimentar.

••
i.
36

i
37
••
•• <
,,~

••
- ou não - a união com o Keter Divino. Em raros momentos de me- dos cinco sentidos aparentes, O homem não somente é sensível ao ca-
ditação, temos ciência da ocorrência de tais fenômenos. A pessoa não 1 Iar, ao odor, ao som e às demais impressões físicas, mas é também
se desaparece em sonhos, como acontece na maior parte das vezes, aberto ao significado contido dentro do som das palavras, à musica,
mas no Nada - ou Coisa Alguma. O homem que alcançasse esse esta- aos caracteres conhecidos como matemática, aos símbolos e às for-

•• do poderia muito bem descrevê-lo como um vazio, um abismo no qual


O ego morre. A partir daí ouvimos muitos comentários mal-entendidos
acerca da anulação do self. Talvez o paralelismo mais aproximado na
mas. Um homem pode receber estímulos físicos, emocionais e intelec-
tuais, e todos precisam ser comunicados ao mundo interior do organis-
mo. Assim, um notável conceito abstrato ou a visão de uma.Q}Qç.'l.J11,!.:t

•• - !
vida cotidiana seja o do amor, em que o amante esquece totalmente de/,
si mesmo na pessoa do ser amado. Apenas nesse caso a 'dama escura'
citada por Shakespeare nos seus sonetos não requerirá por partilhas
" podem provocar um grande impacto em um homem e, ainda assim,
não serem recebidos pelos mesmos Sefírot dentro dele. A excitação
gerada nesses dois exemplos poderia ser de Hod e N~~,h, respectiva-

•• -
prometidas ao terminar o romance. Esse amor é de uma ordem cósmi-
ca, o primeiro passo na corte entre o noivo celestial Keter e a sua pro-/
metida na terrena Malkhut. Daat é O véu, atrás do qual jaz o conheci-
,,/ mente, sem que venha ocorrer necessariamente em outras situaçôes.
Além de reagir ao mundo exterior, como o faz toda a coluna passi-
va da qual Hod é o degrau inferior, esse Sefirah também testa Nezah.

••
(
mento e a existência do Universo Objetivo. ' Um homem pode achar certa mulher:.Jr.resistivelmente atraente, mas
Nezah - a Eternidade ou o Sefirah da repetição - representa no !:!9s.J2~!!'.9~O s_':!ll!e~io. Ele é o Sefirah da informação mental, bem
homem todos os processos involuntários, inclusive o sistema autôno- como da ,~ê1ucaç!!o.As boas maneiras convencionais são aqui assimila-

••
I~
(
,. mo. É o primeiro Sefirah que pode ser visto vel'dadeiramente atuando
no reino físico. Nezah, na raiz da coluna ativa da Árvore, provê a força
para todas as funçôes vitais, desde os batimentos cardíacos até O pro-
das, da mesma forma como acontece a todas as habilidades adquiri-
das, que são então annaze.nadas no cérebro até se tornarem memórias
condicionadas e reflexos, quer se trate de conhecimentos gerais, quer

••
r
cesso digestivo. Esse Sefirah não somente se manifesta nos diversos /
processos cíclicos internos, mas também nos externos - como por
exemplo no instinto de atração e repulsão entre os sexos, o fluxo e re~
de respostas físicas. O treinamento militar de um soldado pode ser a
sua segunda natureza em combate, mas o aprendizado ainda pertence
a Hod, ainda que o desejo de sobrevivência do soldado seja Nezah.

••
(-
fluxo dos desejos. Aqui está a Natureza em funcionamento, criativa,
sempre construindo e desintegrando, circulando em uma midade de.
pequenas mOdificaçôes diárias ligadas às mudanças ocorridas no Mun- /'
'
Esses dois Sefirot inferiores proporcionam a manifestação dos
erincípios ativo e passivo no reino físico, começando nesse ponto da
Arvore. O nível Nezah-Hod e seus inferiores é o que normalmente po-

••
•••.•.
\

(
do exterior. Em Nezah mora o amor, mas de uma espécie diferente do
de Hesed, acima. Esse amor instintivo surge a cada primavera, quando
milhares e milhares de rapazes sentem-se subitamente atraídos por ou-
demos ver do mundo. Observe uma cena do trãnsito na hora do rl/sh
em uma grande cidade: os olhos das pessoas estão vazios, perdidos
em devaneios, enquanto os seus sistemas Hod-Nezah os conduzem in-

•• r
('
tro tanto de moças, sendo cada relação, evidentemente, única para os
envolvidos. Tal fenômeno tem sido observado com deleite ao longo ,/
dos séculos, e os amadurecidos entendem que faz parte de um ciclo, /
falivelmente ao longo dos caminhos rotineiros. No tra~aiho e no des-
canso, Hod e Nezah desempenham inúmeras tarefas,operando má-
quinas, lendo, escrevendo, arrumando a casa, cuidando de crianças,

••
(-

('
um festival primaveril eternamente repetido no corpo da humanidade,
Nezah, no organismo humano, é o abastecedor da casa de força ins-
tintiva. Mantém não apenas a saúde corporal, mas provê a energia para /
nas atividades sociais, nos jogos fiiicos e intelectuais ou fazendo amor.
Entre esses dois Sefirot funcionais inferiores e abaixo deles encontra-
se o Universo da nossa percepção mundana. Yesod..é.Q.J2W...wenlaldo

•• r
,,,",
!;Iod, os processos voluntários, e o seu contrapeso no lado receptivo da
Arvore. Hod, como dissemos, pode ser traduzido do hebraico como
J'splmd.9.r', mas a sua raiz está também na palavra 'l!.everberaçã.g', Se-
mundo da materialidade e da ação. A consciência do ego, ,ao pilar do
meio, tem o nome hebraico também traduzido para 'FundJção', indi-
.cador da sua impottãncia na percepção do Universo que nos cerca.

•• gundo dizem, os kabbalistas utilizavam uma técnica tradicional para


afastar os eventuais curiosos, provocando uma confusão proposital. A
raiz etimológica da palavra Hod ajusta-se, com muita precisão, aos pro-
Yesod, no homem, está relacionado àquela estranha pa'1e na qual
são formadas as imagens. Situado na coluna central, em uma escala in-
ferior à de Tiferet, é como uma tela espelhada, refletindo e proje'ando

•• cessos voluntários que incluem todos os sentidos possíveis de serem di-


rigidos e respondem, ou reverberam, aos estímulos fornecidos. Além
continuamente para a consciência comum tudo o que lhe é apresenta-
do, proveniente dos caminhos que para ali se dirigem. Esses caminhos/'

•• 38 39
•• -- ,

•• - I

,
.,

•• ,-- (
mantêm-no suspenso entre os quatro pontos de Tiferet, Nezah, Hod e
Malkhut, e através dele o homem percebe os Mundos interior e exte-
rior. Yesod é abastecido pelos dados vindos de Hod, pela energia pro-
i
M.alkh!,l.t.inferjO!:.e~l,Q.q,\!S!ada o>, (pmpida. No instante da morte,
diz-se que Yesod projeta diante da pessoa o filme de toda a sua vida.
Mesmo sem comprovação alguma, trata-se de uma especulação muito

•• ('

r
cedente de Nezah, e por Malkhut, o veículo físico da vida. De uma for-
ma ideal, ele é o servo de Tiferet, a Natureza Essencial, que por sua vez
é um administrador a serviço do homem, para quem Keter, a Coroa, é
interessante .
Assim, Yesod é uma máscara fixa para o mundo externo e um espe-
lho carnaleônico para O interno, com a configuração mascarada distor-

•• c (
o Rei. Contudo, como ocorre freqüentemente, o homem esquece ain-
da cedo, na infãncia, o observador lúcido da sua Natureza Essencial e
começa a confiar apenas em Yesod, a sempre acumuladora persolla do
cendo ou elucidando o quadro mostrado à consciência interior. Retém-
se, aqui, uma imagem física do homem, a percepção do comprimento
dos seus braços, o conhecimento do quanto deve elevar a voz para ob-

•• í
(
.J;ga. que o seu mundo e aqueles que o habitam desejam que adquira.
Se ele é oriundo de determinada camada social, assume a forma con-
cernente a ela; se procede de outra, modela-se como aquela. Quase
ter um efeito desejado. Essa é uma arena de referência aglutinante para
tudo o que ele aprendeu, de modo que, se é selvagem ou sofisticado, é
capaz de, pelo menos, reconhecer a vestimenta física ou intelectual que

••
sempre a família exige que ele se comporte deste modo, seus' colegas está usando. Contudo, como a roupa nova do imperador, esta nem
(" daquele. Esses e outros hábitos e atitudes são assimilados no seu Ye- sempre é tão substancial como ele gostaria de acreditar, pois embora
sod fonnando, assim, um auto-retrato, um ego construído artificial-
(. pareça sólida, não é mais que uma útil miragem emprestada por uma

••
mente. Enquanto Hod supre o material na sua resposta ao mundo ex-
vida para lidar com contextos familiares e, quando confrontada com
(" terior e Nezah ao interior, a imitação e as comparações Yes6dicas da- ~
uma decisão importante (ora do seu campo de referência, mostra-se
quilo que percebe elaboram um quadro do seu relacionamento com a
r completamente inadequada. Observe a si mesmo quando encontra
vida que o rodeia. Suas atrações e repulsões criam uma Outra forma

••("
(-
que se armazena na amladura psicológia de Yesod e vai se acumulan-
do, lentamente, na sua Natureza Essencial, em parte para protegê-Ia,
em parte para'aprisioná-Ia. Essa é a persolla, palavra latina que signifi-
dois amigos de esferas completamente diferentes, longe de casa. Acon-
tece uma ligeira esquizofrenia - isso é a persona, ou um ou dois dos
seus aspectos -, pois um homem em contato com sua Natureza Essen-

••
1-
(~.~ ca máscara, uma descrição perfeita para O que se chama personalida-
de. Aqui está o que o mundo vê e - como às vezes acontece. com o
cial é o mesmo em qualquer circunstância. Yesod tanto pode ser uma
ponte como uma barreira. Pode ser o veículo que conduzirá à imagina-
ção criativa ou um recuo para a ilusão. É a visão principal que temos de

••
homem que perdeu o contato consigo mesmo - o que ele próprio
1--' pensa da sua verdadeira natureza. Um rosto pode ser meigo e as ma- nós mesmos e do mundo. Dependendo do estado de obscurecimento
neiras encantadoras, mas, para o olho capaz de discernir, podem ser •••.•.,.. ou de transparência do espelho-tela, do estado passivo ou ativo da nos-
( os de um homem prisioneiro de uma máscara de ferro psicológica. r sa máscara, estaremos no degrau mais baixo da consci~ncia. Optam~

••(
(-
Yesod é um colaborador insuperável, desde que esteja na sua posi-
ção correta. Recolhe todas as informações provenientes dos reinos fíSi-
co e psicológico, transformando-as em imagens legíveis. Assim, torna-
entre despertar ou nos manter meio adormecidos.
A segunda e quase tão importante característica de Yesod, a Fun-
dação, na sua relação com o homem, é a sua correspondência com o
í
(
•• se possível recordar cenas com"sons e odores, lembrar de números te-
lefõnicos, apresentar os elementos de um problema a resolver, repetir
ou ensaiar uma situação que esteja na iminência de ser executada. É
ato sexual. Esse Sefiral1 situado no eixo principal da Árvore recebe a
energia diretamente de Keter e Daat, via Tiferet. Focalizada em ~,
com influxo proveniente dos lados masculino e feminino da Árvore,

••/-

~
I
um refletor do que não pode ser visto diretamente pela psique ou pelo .
corpo. É uma tela mental, abrangente e pessoal para um cientista, e
uma sala secreta de projeção para um artista. Yesod paira como uma,;
s:-
compõe a tóade sexual. Isso acontece porque as forças ativa e passiva
são trazidas para o reladonamento criativo através do pilar do equilí-
brio. De fato, os três pares de Sefirot exteriores estão acima, na Árvore,

••"
I

r
estrutura frágil e efêmera, mantendo-se em equilíbrio no degrau mais
baixo da consciência. Durante o sono, ele projeta um filme com O noti-
ciário do dia e um resumo dos problemas atuais, utilizando freqüente~
mas são, em primeiro lugar, opostos funcionais. Apenas os Sefirot cen-
trais podem assumir o papel exclusivo da transformação. Yesod é ca-
paz de~.o na união sexual, e essa é também a base

•• mente atores e cenários fornecidos por outros Sefirot. Em caso de l2!!:--


cura Yesod aparece como o mundo real, porque a sua ligaçãO.fom
...-.--.l-...~'_. __ .....--'''""_ -----.:::-;---__
consciente, ou fundação, do .~ci~mº~e~Qj.tiI;u,íd. Tiferet relaciona-se
à descoberta do Self, enquanto Daat é o ponto em que aquela iden/
.

•• 40 41
••
---_._- -----------------,

•• (

dade se desvanece no vazio da consciência cósmica, antes da união ..,/

•• com Keter.
Na vida e':terior, Yesod é a grande forÇêmotriz. O sexo é mais que o
.~in)pl~ª'tq.~1,!;!j, e g~l'l\iii:iiS.do qpéfilhos: o'corrÍêrdóê'ãs~ãrtes-sii:'-
./ J
uma c~.ra-a~ca, vivendo nos líquidos uterinos. Na ocasião do
nascimento as porrasorgânicas fecham e abrem, e com a primeira res-
piração sobrevém um salto preciso em direção ã vida mamífera, mes-
mo que nenhum outro desenvolvimento suceda o anterior. No ar, além

•• oem que os_homensimam as mulherês e'às mulheres adoram os ho-


mens. Publicidade, filmes, peças teatrais, restaurantes, roupas e inumerá-
veis atividades são dedicados a essa dinâmica recíproca que dá o seu
dos gases já conhecidos, existem diversos outros, alguns dos quais
muito dificeis de idemificar. Diz-se que, em um estado espiritual pal1i-

••
cularmente elevac!0' o corpo é capaz de extrair esses eleffiêntos' raros, _'
tempero ao drama da vida. A era das máquinas jamais será capaz de subs- dandõlugar.,. uífI outro nascimento, dessa vez da consciência, __
( tituir a interação entre os sexos e a enorme quantidade de tempo e ener- ~ __ O,.fogo, o elememo mais leve, é um símbolo da energia radianre, a
gia gastos com ela. A força motora de Yesod encontra-se tanto na política chama que emite calor, luz e muitas outras freqüências. No homem,

•• quanto no salão de baile. Homens tentam convencer a si mesmos che-


gando ao alIOdo monte, e até a sofisticadíssima operação técnica para
atingir a Lua tem um forte apelo e uma fálica - Yes6dica - qualidade.
isso poderia ser visto como a propriedade que permeia todo o organis-
mo, e que é tão obviamente ausente em um cadáver. Pode ser o calor,
em determinado estado ou em outro O envoltório bioelétrico que cir-

•• Essa usina de força é essencial para a vida. Sem ela, um homem


não tem disposição para ir adiante. A energia pode vir de cima para
baixo, mas existe a possibilidade de escolher a direção. Por meio da
cunda os seres vivos. Pode ser o pensamemo, a iluminação psicológi-
ca, ou mesmo UU) espírito primitivo nos animais. É, contudo, conside- /
rado a materialidade mais sutil presente no corpo físico. Os campos

•• conversão dessa. força abundante, um homem pode galgarumaegraú


'na'escada dâ auto-realização; começando seu"iegrésso. Aginãoãssim,
estará se movimentando no sentido oposto ao da oitava descendente
elétricos dentro das células vivas podem ser apenas a descrição mais
grosseira de um processo vibratório emanado das moléculas de ADN
que os compõem e governapl. Essas moléculas, por sua vez, podem

•• r da Criação e retomando O caminho da fonte criadora, Talvez seja po~/


,sso que esse Sefirah é chamado de Fundação . ...-
Malkhut, no ser humano, é o seu corpo fisico. A tradução da palavra
<..
ser somente os circuitos impressos destinados a receber aquele curio-
, so influxo de energia chamado Vida, pois é evidente que, quando se-
parado da Natureza ou da radiação vital do Sol, qualquer organismo

••
"

(
como Reino refere.se aos elementos terrestres. O corpo comp.õe-se, li-
teralmente, de terra, sendo todos os ossos, tecidos e células constituídos
de minerais e partículas de metais; ferro suficiente para obtermos um
definha pela falta do impulso estimulante e, com a completa privação
de quaisquer manifestações do fogo existentes na terra, morre.
Para o homem, Malkhut é também o Universo físico. Ao observar
./

•• prego de bom tamanho, segundo nos afirmavam na escola. Esses ele-


mentos da terra formam a maior parte da estrutura do corpo, sendo
mantidos na posição de uma onda constante, enquanto retêm a forma e .-.
através de um telescópio ou de um microscópio, ele vê Malkhut, o nível
mais denso da matéria. Mesmo seu radiotelescópio s6 detecta Malkhut
- os campos físicos radiames que envolvem os co'pos etçmentares. As

•• os sistemas corporais, embora mudando constantemente de substância./


O principio contido no elemento água passa também continua-
mente através da constante onda orgânica, chamada corpo. No sangue
delicadas fotografias da galáxia Andrômeda nada mais são que fiagrantes
de um corpo completamente sólido em estado difuso. E as foros de estru-
turas atômicas obtidas por microscópios eletrônicos registram apenas a

•• e em todos os líquidos corporais a água circula por todas as pa,tes,


atravessando não apenas os vasos capilares mais finos, can10 também
as paredes celulares. Sem o elemento água o corpo d~ri3"paraii-
sua aparência física, ainda que nos questionemos quanto aos modelos
entrelaçados fornlados por elas. O reino seguinte, o do Universo da For-
mação, permanece fora da visão física, mais próximo daquilo que vemos ~,,,

•• sando as trocas vitais que ocorrem no metabolismo. Essas marés inter-


nas talllo mantêm a fácil circulação do material entrand~e saindo do
corpo quanto auxiliam no processo de crescimento. ,,/
no estúdio de um artista do que em um laboratório cien(úko.
Malkhut é o mundo com que estamos mais familiarizados, pois o
homem tende mais a ver os resulrados do que as causas. Ao preferir-
..---

•• O ar, o terceiro estado elementar, manifesta-se como o maior,contri-


buinte do ciclo energético-gerador do corpo, mas é também eneontra-
mos o produto acabado tal como se apresema, freqüentemente esque-
cemos as ações que o criaram. Os Rembrandrs exibidos nas galerias de
cri3/
I.i.
do nos diversos gases existentes no organismo. Eles penneiam o san- ~rte do mundo nada mais são do que um resíduo do seu processo

• gue e os tecidos, e a carênéia de um elemento gasoso pode causar um


sério desequilíbrio,

42
e até mesmo a mOlte. O homem, antes de nascer, é
tivo, pálido esboço fisico do que realmente viu. Em Malkhut, no entan-
to, encontra~se' tudo° que possuiu prévia .existência, e contém todas '

43

l:
'.•.
' r

•• as qualidades dos Sefirot concentradas na matéria. A totalidade da evo-

••
lução narural está presente no corpo de um homem. Cada estãgio or-
gânico, desde a concepção, deve ser atravessado antes do nascimento .
Com a maruridade, quando a narureza houver terminado o seu traba-

•'.
lho de preparação, o processo evolucionário seguinte, da consciência, /
será cumprido pelo próprio homem. /
Os kabbalistas têm um ditado: "Keter está em Malkhut e Malkhut
está em Keter". Isso pode ter diversas interpretações, mas neste caso °61
•'. deve ser comparado com uma semente. Dentro da casca dura de uma
noz existe não apenas uma nova árvore em potencial, mas uma flores-
ta completa de gerações. Outro significado é que dentro da mais densa
I'
',/

•• matéria encontra-se o espírito; aprisionado, sem dúvida, mas presente


e sempre pronto a reascender em direção ao Absoluto. Esse é Malkhut,
o mais inferior dos Sefirot, embora o mais rico em potencial.. No ho-
A Árvore e os Deuses /'


'.••
mem, dentro do veículo do seu corpo físico, está a probabilidade do./
mpido desenvolvimento. Nas árduas condições da vida na Terra, a re-
sisténcia máxima gera um grande potencial e, portanto, vastas possibi-
lidades. Tal fato encontra respaldo em todos os recursos encerrados
Tendo relacionado os Sefirot ao homem, aplicaremos agora a ar:ti-
dentro do homem. Um organismo delicado mas ,resistente - O corpo,
ga máxima "tanto em cima como embaixo" para apresentarmos a Ar-
a alma e o espírito - é uma usina de força fantástica, repleta de diver-

•• sas espécies de combustíveis, cada qual com uma função e uma quali-
dade peculiares. Os milhões de peças e de sistemas sofisticados do pri-
meiro foguete lançado ã Lua parecem rústicos quando comparados/
,
VOreda Vida em outra dimensão. Considerando O Céu como um Mun-
do maior, e utilizando o argumento de que aquilo que foi denOminad?
livremente de macrocosmo está modelado sobre o mesmo plano Unt-

•• simplesmente à parte mecânica de um homem, que está destinado a


voar mais alto, até mesmo além do Sol.
Reexaminando a Árvore da Vida em termos do ser humano, nós a
versal os kabbalistas conceberam a Árvore em temIaS dos deuses gre-
co-ro~anos e dos seus planetas correspondentes. Isso permitiu que a
Árvore fosse vista através de uma perspectiva mais ampla, utilizando

•• venl0S como um organislll0 vivo, com cada Sefirah equilibrando o seu


complemento e contribuindo para um sistema geral integrado. Através./
,do esrudo de nós mesmos, podemos reconhecer as diversas partes e
,
os mitos acerca dos deuses para descrever os Sefiror. Além disso, o sis-
tema solar foi disposto como um organismo, mas visto a partir da Ter-
ra, apropriadamente centrada em Malkhut, o Sefirah mai~ inferior. Esse

•• até observar ocasionalmente a partir de qual Sefirah iniciamos um pen-


samento, um sentimento ou uma açào. Isso sem esrudado mais tarde -
detalhadamente, à medida que nos tornemos ;nais familiarizados com.
arranjo coincidia COma concepção ptolomaica do mundo, a qual, con-
trariamente ã crença científica nloderna 1
não era um quadro ingênuo
do sistema solar mas uma estrurura relativa (a única referência 'básica

•• O cosmograma. Uma palavra final. Quando a Arvore é superimposta ai


um homem, revela apenas uma fração da sua narureza. Além do seu
corpo e da sua personalidade, o restante é invisível ao mundo físico.
de que dispomo~ em um universo vasto) observada com base n~ sirua-
ção do homem. Esse esquema geocêntrico, combinado com a Alvo~e,
foi uma das primeiras teorias da relatividade, levando em conta nao

••
apenas as posições físicas dos corpos celestes, mas também o seu rela-
Com ajuda da Árvore da Vida, podemos ter a percepção da sua alma. cionamento funcional dentro do sistema solar .
O tempo permi(e~nos somente um relance; mas o bebê, a criança e o
Começamos agora com Malkhut, a Mãe-Terra; ou, em termos kab-
adolescente que ele foi já passaram; e o que ele poderá ser aind~nàO /' , balísticos, a Noiva. Localizado na parte infenor da Arvore, é (} remo

•• chegou. A Árvore é o único traço permanente em um homem, pOis ele


está modelado em um desenho universal eterno. Esse é o homem p -
no, contendo toda a Criação, e à imagem d'Ele, que o fez. ,
dos elementos; na física concreta, trata-se de uma bola rochosa forma-
da de minerais e metais, coberta com uma pele de água, circundada
por uma atmosfera de ar e rodeada no espaço sideral por uma esfera

•• eletromagnética .


44 45
••
••
•• Esse envoltório estratificado de radiação é o primeiro elemento da
Terra. Juntos, esses vários estados da matéria - sólido, líquido, gasoso
e radiação - formam o corpo do planeta. Dentro de suas profunde-

•• (
zas, acima ou próximo ã superfície sólida, existe uma tênue película
denominada Natureza, que contém não somente a flora e a fauna de
Pan, mas essa estranha criatura chamada homem, o organismo mais

•• sensível da evolução natural.


Malkhut é o nosso meio-ambiente físico. Encerrados nele, nós o
perdemos de vista. Como os nossos corpos são compostos dele, es-

•• (~
quecemos de que é uma forma transitória, através da qual passam os
quatro estados elementares. Com a morte, rompe-se o molde físico e
os elementos se dispersam, cada um buscando o seu nível no planeta.

•• Malkhut é a Noiva, a grande Mãe Terrestre reconhecida por todas as ci-


vilizações, sejam elas agrícolas ou industriais .•Gaia,.a Mãe-Terra dos
gregos, era a grande provedora e nutridora. Sem ela, homens, animais

•• e plantas não sobreviveriam, devendo por isso ser cortejada e preser-


vada em virtude da matéria-prima e dos alimentos que fornecia. Femi-
nino por sua própria natureza, esse Sefirah adapta-se e adota o caráter

•• das influências que para ele convergem e, ainda que pareça passivo e
imóvel, esse reino elementar, maternal, é a matriz do espírito que re-
nasce. Malkhut é o que a ciência chama de 'física', embora sendo gros-

•• seiro em relação ã metafísica, é o fim elementar de um vasto espectro"


cósmico. Na mitologia grega, gerado por paia, a grande ~eJra"
nasceu Urano, O céu estrelado, e de sua união originaram-se os gigan-

•• tes Titãs, um dos quais era Crono, conhecido


- o Deus do Tempo.
entre nós como Sarurno
~----
Girando em torno da Terra está o seu satélite Luna, a Lua. 'Contida

•• no campo gravitacional e magnético do planeta, a Lua, por sua vez,


tanto influi no movimento das marés terrestres quanto nos líquidos
dentro dos seres vivos, de modo que a Natureza responde em um rit-

•• mo diário e mensal de fluxo e refluxo. As plantas crescem em ciclos


mensais enquanto expa';;denlê'con"fraem os seus ramos, com a umida-
de contida na seiva aumentando e diminuindo nos seus tecidos. Os

•• animais terrestres e aquáticos são afetados por essas flutuações luna-


res; seus hábitos de caça e reprodução coincidem com as fases da Lua. /
Os homens também são influenciados; os ciclos de criminalidade

•• registrados nos arquivos policiais das grandes cidades mostram uma


oscilação mensal. O sangue coagula mais facilmente em deternlinadas
fases lunares, e todos os que já trabalharam em um asilo de loucos sa-/

•• bem distinguir a agitação que ocorre na Lua cheia.


Há uma fábula segundo a qual SeIene, Deusa da Lua, regente do
reino de Pan, amava Endymioo1 o pastor que representava a humanida-
Deuses e Plnnetas

•• (
46
'.•
! •

,~
•• r
de. Contudo, ela só podia amá-lo enquanto ele dormia, alcançando-o
por meio dos seus sonhos - ou O Sefirah de Yesod. Também aqui en- /' entre nós e o espaço exterior. É através dessa máscara tremulante e ro-

•• contra-se o pêndulo do mecanismo natural: na humanidade, a regula- dopiante que toda influência que chega ou sai precisa passar. Ela se en-
mentação dos ciclos das massas; nos indivíduos, os humores pessoais. I COntra na mesma posição da persona em relação ao homem, estando
Em Diana, a caçadora, e em Artemísia, a deusa de muitos seios, são no lugar correspondente entre o Sol da SUaNatureza Essencial e a Terra
do seu corpo. Ponte e barreira, a Lua tanto une como separa, com a Sua

•• igualmente mostrados os aspectos nascimento-morte da Lua, com


cada uma das deidades descrevendo respectivamente os pontos fun-
damentais, novo c cheio, da aparência lunar. Essa modificação cons-
pálida tela refletindo o que a Terra não pode ver diretamente. Em ter-
mos kabbalísticos, Yesod - a Lua - jaz no eixo da consciência, mas

•• tante de forma e tamanho deve-se ao movimento da Lua ao longo do encontra-se também, na Árvore, no mais baixo ponto de encontro do /
zodíaco na sua trajetória diária de elevar-se e pôr-se no horizonte. r' influxo das influências ativa e passiva dos planetas combinadas. ~
Além desses movimentos, ela vagueia para frente e para trãs através do Mercúrio, no Sefirah Hod, é OMensageiro dos Deuses. Em termos
astronômicos, é o planeta mais próximo de Apolo, o Sol. Os raios sola-

••
equador celestial, acercando-se ocasionalmente da terra e completan-
do, assim, a impressão de uma variação infinita, uma mutação cons- res devem passar através da sua órbita antes de alcançarem qualquer
tante dentro de um sistema de revoluções. Do ponto de vista kabbalís- outro planeta. Sua esfera é a da transmissão, não possuindo força pró-
to pria em virtude do seu pequeno tamanho. Havia também uma crença

••
tico, vemos o princípio da eterna mudança: a posição da Lua em rela-;
ção à Terra e ao Sol, alterando constantemente a máscara do reflexo. de que Mercúrio aumentava e assumia as qualidades dos outros plane-
Na psique humana observamos a mesma coisa - a imagem-tela nun- tas com os quais entrava em conjunção. Seu talento residia, segundo
afirmavam, na flexibilidade - sua natureza mercurial- que o capaci-

••
ca é a mesma, ainda que se repita incessantemente nas Suas variações.
Sob determinadas condições, a Lua evoca romance e toda a fascinação. tava a adaptar, modificar, USare desperdiçar tudo o que aparecesse em/
contada nas canções e histórias de amor; mas, vistos ã luz do dia e com seu campo. Era o deus dos ladrões e dos mercadores, das habilidades
manuais, das trocas e do comércio. Consideravam-no, também, a dei-

••
os pés no chão, os falOSdesmentem a ilusão quando surgem a realida-
de da concepção de um filho e as suas conseqüentes complicações. O, dade responsável pela aquisição e distribuição do conhecimento. ~
lunático, assim corretanlcnte chamado, vive exclusivamente dentrV genho, malícia, perspicácia, velocidade nos pés, todas. essas qualida-
des peculiares são a essência de ~ - Reverberação e Esplendor .

••
desse reino imaginário, o Sefirah de Yesod. Nesse caso, ele está desli-
gado de Malkhut, o Mundo exterior. • Como nos processos voluntários no homem, com todos os seus senti-
Yesod, aqui representado pela Lua, é também o sexo, e governa, dos, Mercúrio representa a inteligência versátil que investiga os dados,
seleciona-os, passa-os adiante e investiga-os outra vez. Considere a

••
dizem, o ciclo menstrual feminino. Um outro aspecto - a feitiçaria ou
~'
a aplicação da energia e da capacidade imaginativa Yesódicas /'é . habilidade e o mecanismo do olho e do ouvido humanos. Eles estão
I
simbolizado em Hécate, a deusa lunar dos encantamentos. /' sempre em movimento, reverberando e transmitindo in~rmação. Com
( os deuses, Mercúrio exercia a mesma função, mantendo-os informa-

••
Nesse nível existem muitas facetas em Yesod. Para a Terra, nessa
dimensão o tempo é diferente. Se tomarmos um ano ou uma" rotação dos e deles recebendo informações em um ciclo contínuo de mensa-
í gens, enquanto divertia-se com jogos intermináveis e casos amorosos,_
completa das estações como uma medida para a respiração do nosso
í planeta, a órbita lunar poderia assemelhar-se a uma pedra que passa Entre essas deidades, as três mais importantes eram Perséfone, um as-

•• r
com grande velocidade, tecendo uma concha entrelaçada de rocha e
luz, girando ao redor da Terra.
Comparadas ao resto do sistema solar, a Terra e a.sua grande Lua
/
pecto da Mãe-Terra - ou Malkhut,~e".a Deusa àa Lua, da feitiça-
ria e dos nascimentos -, Yesod e Mrodite, Vênus, a deusa da Natu';:
Za - ou Nezah. Todas elas fazem Pãitêdã tnade inferior da Árvore ~
/

•• são gêmeas - de fato, uma só organização, ou um único ser, Para os


demais planetas, a Terra poderia aparentar uma face lunar (compará-
vel, em uma versão mais grosseira, ao modo como vemos os anéis de
Vida, com Mercúrio agindo como sensor ou inteligência externa.
Mercúrio, além de ser o Mensageiro dos Deuses, era também con-
siderado o receptáculo do conhecimento ordinário e extraordinário.

•• Saturno), ainda que para a própria Terra não passasse de um véu


transparente. Verdadeiramente uma gêmea cefestial, a Lua, o corpo
mais próximo da Terra, está tão peIto que age como uma tela refletora
Devido ã sua habilidade de Voar para qualquer lugar com grande velo-
cidade, ele sabia de tudo. Isso incluía geografia, história, ciência e to-
das as matérias relacionadas ao aprendizado - o reino de Hod. Além . ,-

•• 48
disso, pelo fato de conduzir o caduceu, o bastão enroscado por dua~

• 49
••
••
•• ,,-
serpentes, o símbolo do seu oficio, ele tinha acesso ao conhecimento
acerca - repito - 'acerca' da metafisica. Q9'9~eu é uma outra ver-
são da Árvore da Vida. O bastão é o pilar do equilíbrio, e cada .serpen-
1
I
i
ta e a deusa do Sefirah Ne~h; seu aparecimento como a estrela matu-
tina e vespertinamãrca a sístole e a diástole de um suave ciclo que pul-
sa eternamente através da Natureza e do sistema solar. No homem, ela

••
( te significa os princípios ativo e passivo, descendo desde a cabeça ala-
da do bastão até a sua base. Contudo, este é um livro para ser lido e es- representa os processos involuntários, tais como o digestivo e o car-
[' díaco. Mas Nezah também define aquilo que consideramos atraente ou
tudado como uma introdução, como o são todos os tratados sobre as
,,, repulsivo. As aventuras amorosas de Vênus têm essa qualidade de se-

••
ciéncias herméticas (de Hermes, ou Mercúrio). Aqui é examinado o
,~ dução seguida de rejeição. Jamais existe a consumação estável de uma
campo teórico, o pOnto de partida necessário antes da prãtica. Mercú-
rio possuía muitas habilidades, variando desde as artes manuais até a situação. Sua essência relacionava-se com as coisas fáceis e a falta de
[' esforço. O trabalho pesado e esforço excessivo não faziam parte da

••
manipulação das idéias - todas adquiridas. Ele era também um gran-
de mentiroso e farsante, e no homem sabe-se como os sentidos podem sua experiência. O coração pulsa sem a intervenção do pensamento e
[' o estômago digere sem precisar de estímulo, e quando algum dos dois
.~
,
se equivocar quando, por exemplo, um problema mercurial, como
tem problemas o organismo fica doente. ~

••
uma ilusão de ótica, se apresenta. Talvez por esse motivo Mercúrio -
Encanto e graça são os atributos de Vênus. Dela provêm as artes da
e o Sefirah Hod - seja o deus e o âmbito dos mágicos, dos cientistas ~.
música e da pintura, bem como as da poesia. Nezah é para as artes o
_. dos charlatões. .
que Hod é para as ciências. Contudo, enquanto Hod observa, estando

••
f Astronomicamente, Mercúrio raramente ê visto, pois o seu movi-
no lado receptivo da Árvore, Nezah coloca-se no criativo, e isso por-
f -'
mento é demasiado rãpido e encontra-se muito próximo do Sol. Ape-
que, embora a ciência preqomine no século XX, ela não pode rejeItar
sar disso, sem a sua presença bem ao lado da coroa do Sol, q,;em sabe
o que aconteceria com o equilíbrio interno do sistema solar? E como o completamente o poder das artes, o que é.um indicador da sua força/

•• ,.~. mecanismo de um relógio, no qual uma simples mola da espessura de


um fio de cabelo é capaz de comandar, tendo em vista a sua posição e
função, a delicada regulagem de todo o conjunto. No corpo humano é
impulsionadora em uma comunidade. Os maiores livros, quadros e
músicas do mundo, revelam mais claramente a tendência de uma de- ~.,
terminada época do que qualquer máquina ou desco~erta nova. ~

•• f

(
a mesma coisa. Um pequeno grão a mais dessa ou daquela substância
pode significar a diferença entre a loucura e a sanidade, e o Sefi~
Hod mantém esse equilibrio juntamente com Nezah.
Vênus é o contrapeso de Mercúrio e vice-versa. E o desejo de um
padrão de vida mais confortável que impulsiona a ciência. Diz-se que
Vênus, ou o poder do amor, faz o mundo girar. Esse clichê é mais ver-

•• Nezah é Vênus, nessa visão da Árvore da Vida. Vênus é a Deusa da


Beleza, do amor e do instinto. É representada por uma mulher nua, de
formas encantadoras. Nela está corpOrificado o poder de incitar o dese-
dadeiro do que se imagina. Sem Nezah um homem não desejaria tra-
balhar, nem para conseguir um novo carro, uma bonita casa ou uma
bela mulher. Essa força é completamente diferente da energia Yesódi-

•• jo. Ela é a Deusa da Natureza, da primavera e do crescimento. Seu p<>:


der de excitação está parcialmente centrado na sua graça - sua preo-
cupação é com a beleza, talvez devido ao casamento com Vulcano, o
ca. É biológica, natural, baseada na necessidade de dar t, receber - o
arranjo recíproco observado na célula, no homem e na natureza como
um todo. Vênus sempre almeja aquilo que é desejável, afastando-se do

•• deus mais feio do Olimpo. As histórias dos seus casos amorosos são /
intermináveis, um ciclo contínuo de atração e rejeiçâo. Essa poderia
ser uma chave para a denominação kabbalística 'Eternidade'. Outra,
que é doloroso, seja a fome ou o desconforto procura as coisas agradá-
veis, quer apresente-se sob a forma de um novo amor, quer de um pra-
zer familiar, em uma ronda eterna e graciosa. ./'

!. • poderia ser o eterno retorno da primavera, que é o seu domínio espe-


ciaL Tudo aqui é renovado depois do nadir do inverno. Esse é o impul-;
so vital na interminável cadeia necessária à manutenção da Natureza.
A posição de Tiferet nesse esquema cósmico está ocupada pelo
Sol. No ser humano, Tiferet define-se como a Natureza Essencial, ou o
self individual. É Apolo, na localização central de um homem e do sis-

•• Sem namoro não haveria casamento, e sem a união não haveria filhos
para repetir o ciclo das gerações. A primavera é a época da beleza,
com a Terra cobrindo-se de flores e as criaturas cantando e dançando
tema solar. Quase lodos os caminhos levam ao Sol, onde se recebe
energia antes de ser novamente irradiado. Esse mesmo Sefirah poderia
ser chamado, no homem, de 'Observador', já que percebe diretamente

•• em um grande jogo de amor. O homem está sujeito a esse impulso vi-


tal, e muitas das suas artes são dedicadas ao assunto. Vênus é o plane- /
.f
todos os Sefirot, à exceção de Malkhut. Apolo era conhecido pelos
gregos como o Deus da Verdade, além de ser reconhecido pela sua es-
tonteante beleza - que é uma das traduçàes de Tiferet. Seu oráculo

•• 50
51

L.:""
•.
••
:

•• em Delfos era famoso pelas respostas penetrantes, muito apropriadas


para O Deus da Luz. /
Tiferet é o Sol, quase impossível de ser fitado diretamente.' Assim
pessoa. Faça uma pergunta crucial e ele responderá - a simples Ver-
dade. Essa é a voz q.ue ocasionalmente fala pelas profundezas do nos-
so próprio espaço. E o Sol interior - o Apolo que na maior palte das

•• era o rosto de Apolo, bastando uma rápida olhada nele para cegar,
para sempre, os desprevenidos. Do ponto de vista de um homem, isso
bem poderia corresponder a ver mais do que seria capaz de com-
vezes não Ousan10S encarar, por temermos o seu penetrante
Mercúrio, diz a lenda, roubou Apolo; mas, por adivinhação, ou seja,
olhar.

pela percepção direta, O ladrão foi descoberto. Hod pode ser astuto,

•• preender acerca de si mesmOj eis porque a n1aioria dos seres humanos/


vive em Yesod - a lua deles próprios -, preferindo olhar apenas atra-
vés do reflexo a luz da sua verdadeira natureza. -------
_
Nezah distrair com os seus prazeres, tanto quanto Yesod com os seus
sonhos, mas por fim irrompe Tiferet, mesmo que somente no momen:.---.
to precedente ã morte. /

•• Astronomicamente, o Sol encontra-se no centrado sistema solar. É


o pivô em torno do qual giram os planetas. Cientistas modernos afir-
mam que apenas ele irradia calor, luz e uma série enOrme de radiações
Tiferet - Apolo -, o Sol, encontra-se no eixo da consciência. Por
seu intermédio transita a maior parte das forças que descem pela Árvo-
re e que atravessam o sisrema solar. Mais atrás fica o Sol do sol _ Ke-

••
e partículas, mas que também absorve, suga, em grandes quantidades,/ ter, a Coroa -, através do qual fluem as emanaçôes Divinas. /"'
gases interestelares, enquanto se movimenta ao longo da Via Láctea . Gevurah é simbolizado por Marte, o tradicional deus e planeta da
Isso poderia ser interpretado como energia positiva e matéria negativa guerra. Tais símbolos, conforme parece, eram escolhidos com muito

••
provenientes das colunas esquerda e direita da Árvore para alimentar /' cuidado no mundo antigo, provavelmente com a mesma atenção que
o ser corporificado no Sol astronômíco e psícolôgico. / hoje dedicamos a um moçerno computador ou a uma aeronave. Se
O Sol não apenas ilumina todos os planetas como também emite exan1inarmos cada símbolo e as suas partes componentes, veremos
luz sobre as menores partículas capazes de serem detectadas pelo

•• olho humano, tão refinado é o comprimento das suas ondas. Psicolo-


gic:J.mentc, igual fenômeno ocorre dentro de um homem que se en-
contra em contato com o próprio ser, focalizado em Tiferec. Isso é ele. (
.
que eles não foram construídos por um grupo supersticioso qualquer
de sábios feiticeiros gregos, mas eram o resultado de pensamentos ai.
tamente sofi"sticados, em que cada imagem caberia em um livro pelo

•• Na verdade, é apenas um ser em miniatura qU30do comparado a Ke-


tcr, assim como o Sol em relação ã galáxia, mas é, apesar disso, a sua
própria individualidade. Esse é Apolo, o deus que somente podia fa-
I
seu próprio direito. A difel'ença fundamental entre a maneira antiga e a
moderna de observar o Universo é a escala e a linguagem. Enquanto
nós sabemos muito acerca de tamanho, grande e pequeno, eles enten-

•• br a verdade, cujo arco de prata era capaz de alcançar qualquer dis-


táncia e cuja lira de ouro servia para deliciar os outros deuses. Apolo
possui um aspecto aterrador. Nele há brilho, qualidade freqüente-
diam de profundidade e dimensão. Isso é visto muiro claramente na .---
metafísica do século XX e nas confusões que ela gera.
Há muitas idéias no simbolismo de Malte. Superficialmente, ele
,..-

•• mente atribuída aos grandes homens. Iluminação não é um termo


para ser empregado futilmente ou apenas por razões poéticas. É uma
poderia parecer apenas discórdia, mas uma olhada mai~ atenta revela
que isso sempre leva duas pessoas a uma disputa. A contenção não
pode existir por si mesma, Tal constatação aponta para o aspecto dual

••
descrição precisa da natureza de Tiferet, pois é o Sol de um homem,
de Deus, o sim e o não, o favorável e o desfavorável, o pró e o contra.
situado exatamente no meio do caminho entre o Céu e a Terra, Keter
Eis a qualidade primordial de Gevurah. Nesse pOnto da Álvore, as de-
e Malkhut, dentro dele. Aqui, o espírito enCOntra-se parcialmente cisões sempre estão sendo tomadas, as comparaçôes feitas e as esco-
aprisionado na forma. Palticipa das Faces superior e inferior da Árvo-

•• re, excetuando-se o lugar em que é resguardado do incêndio da Ter-


ra, por Ycsod, e da perda de sua temporária individualidade, pelo/
portão invisível de Daae
lhas efetuadas. Na sua forma mais dramática, um campo de batalha é o
local decisivo de onde um dos lados sairá vencedor. No homem, sua
faculdade emocional do dia a dia está sempre presente, seja para gos-

•• Apolo era considerado uma ligação direta entre os deuses e os ho-


rnens. Sua posição na Álvore da Vida c no sistema solar confirma essa
afirmativa. Através do Deus-Sol, todos os Sefirot podem ser alcança-
tar ou para desgostar de pessoas, idéias ou coisas. Sua característica é
o julgamento categórico. Esse é Gevurah, ou a espada de Marte, sepa-
rando uma metade da outr? com um golpe rápido, enquanto o scu csr-

•• dos, Em um homem centrado na sua Natureza Essencial qualquer par-;


te do seu ser pode ser conhecida. Aqui é o Oráculo de Delfos de uma
cudo defende e equilibra. E O aspecto passivo da sua natureza.
Marte é às vezes considerado implacável, embora também tenha
sido visto fugindo do campo de batalha, lamentando-se como um co-

•• 52
53
le
ie
e
•• varde. Isso acontecia sempre que ele defrontava-se com Palas Atena, a /
deusa guerreira cuja frieza, coragem e inteligência sempre a fizeram le-
.,
Júpiter ocupa a posição de Hesed na Árvore da Vida. Esse é o pon-
to de expansão, de grande energia, antes de ser controlada por Gevu-

•• ('

í
var vantagem sobre Mane, pois quando ele se deixava envolver pelo
ódio, tinha reduzida a sua capacidade de julgamento, tão imponante
em uma batalha. Temos aqui alguns paralelos interessantes na psique /'
rah. São tambêm atribuídas a esse Sefirah as qualidades da magnificên-
cia, magnanimidade, misericórdia, todas características de Júpiter, o
Deus Generoso - apesar de, quando descontrolado, constituir-se um

•• ('
,~
,
humana.
Marte tem também um relacionamento especial com Vênus, que,
casada com o feio Vulcano, mantinha relações adúlteras com o Deus da
/ perigo, motivado pela sua grandiosidade sem fim. Isso pode ser clara-
mente percebido nos vários mitos relacionados aos seus amores. Ne-
les, Júpiter persegue mulheres mortais e deusas com o intuito de espa-

•• Guerra. Essa combinação foi deliciosa por algum tempo, mas provocou
humilhação em Mane diante de seus colegas deuses quando Vulcano
prendeu os dois descuidados amantes em uma rede quase invisível, ex-
lhar seu vasto reservatório da semente mais potente, produzindo assim
numerosos semideuses e heróis. Aí está o poder panicular de Hesed.
Uma história ilustra bem o efeito de sua inesgotável magnificência. Se-

•• pondo-os aos olhos do Olimpo. Isso foi uma lição para Mane, que tive-
ra a sua aguda visão e a agilidade de movimentos atenuadas e obscure-
cidas por Vênus. Nezah havia absorvido Gevurah. A paixão tinha ofus-
r-
mele, filha do.rei Cadmo, pediu para ver o seu divino amado em toda a
sua glória. Júpiter tentou dissuadi-la, mas finalmente pem)itiu e ela foi
então fulminada pelo Seu esplendor, como um floco de neve em um~

•• cado o julgamento, e essa tentação já promoveu a execução de mais


um par de amantes ilícitos,
A armadura de Malte é muito interessante. A função das placas de
fornalha.
Júpiter era rei no Olímpo, com os outros deuses circulando ao seu
redor. Do ponto de vista do sistema solar, isso poderia ser interpretado

•• metal e couro é evitar e reduzir ferimentos e proteger o corpo. Contu-


do, ela também constrange quem a usa, criando uma evidente barreira
de diversos modos. Enquanto o Sol aparenta ser o pivô da organização
planetária, poderia, de fato, ser apenas um pólo terminal. com o plane-
ta Plutão situado no outro extremo. Além disso, Júpiter não apenas fica

••
entre a dureza exterior e a maciez interior do corpo. Dizem os kabba-
aproximadamente no centro da cadeia planetária iniciada no Sol,
listas que Gevurah não apenas emite severos julgamentos quando não. como tambêm é o maior dos planetas. Isso é muito significativo, por-
equilibrado pelo misericordioso Hesed, como também confina a pode- que o tamanho de Júpiter ê o maior que pode atingir um corpo mole- ,

••
rosa energia proveniente do lado positivo da Á,vore. Aqúi, o símbolo cular antes do início da geração espontânea de um processo atômico. /
de Mane age como uma espécie de controle, tal qual uma força para, O Sol está diminuindo pouco a pouco, enquanto existem motivos para
militar amando em uma comunidade regida pela lei - Binah. Na sua acreditar que Júpiter está aumentando. Ele tambêm emite freqüências

•• melhor característica, Marte é uma eficiente força policial e, na pior,


uma Gestapo. No organismo humano, representa todos aqueles pro-
cessos que selecionam as diversas substãncias e energias, encamy'
de rádio assemelhadas às do Sol. Ademais, o gigantesco planeta possui
um completo séquito de 12 satélites, alguns dos quais Illaiores que a/,
nossa Lua. É como uma miniamra do sistema solar, embora isso nào

•• ,
~.
nhando-as para onde são necessárias .
M;;l1te, como o nome indica, é marcial, uma força submetida à dis-
ciplina, cumprindo ordens precisas sem discussão, mas que para agir
passe de uma interessante especulação.
Sendo um Deus, Júpiter ger<Ju diversos cultos menores, além dos
muitos filhos. Um dos seus descendentes, Dioniso, era conhecido não

•• eficientemente necessita estar subordinado a algo superior. ~~do


inteligente ~ramente usa a~_ia~,
sam ser decisivas. ---
nlesma que as suas ações pos~
/
somente em virtude dos seus exuberantes festivais de vinho, mas pela
sua loucura. Eis um outro exemplo da utilização excessiva do poder
abundante. /
,

•• Pouco sabemos do planeta Marte, exceto que seus movimentos


aparentes são bruscos e eventualmente
xinlando-se muito
errãticos, algumas vezes apro-
da Terra, outras afastando-se COl den13sia, com a
A posição de Hesed na Árvore bem poderia demonstrar o aspecto
negativo de JÚpiter. Ao receber de Binah o relânipago da energia divi-
na, Júpiter encontra-se, da mesma forma, situado logo abaixo de

•• sua face vermelha detectaoa como um ponto opaco. Isso tem muito a
ver com as emoções cotidianas, e embora não se deva ir muito longe
em comparações, é interessante o fato de que, depois de Vênus ou NY
Hokhmah e recebe diretamente do alto o influxo vertical da energia
masculina. Esse Sefirah, seja ele um planeta ou uma pessoa, estando
bloqueado, ficará carregado de uma dinâmica tão poderosa que preci-

•• zah, Mane é o planeta mais próximo da Terra.

54
. sará de uma liberação ou de uma explosão - daí a prodigalidade jllPi-l/


55
•• (

•• (
('

••
(' teriana -, ou, em termos humanos, de genialidade e produtividade. O / porta invisível são adicionalmente destiladas a experiência e a essên-
(' pintor Van Gogh é um bom exemplo. Impulsionado pela energia posi- cia de um homem, ao mesmo tempo em que as limitações do ego são
tiva desequilibrada proveniente de Hokhmah e Hesed, ele tinha de evaporadas para sempre no vazio do Pai e da Mãe divinos, antes da......-----
r
•• C'
pintar ou enlouqueceria, o que realmente aconteceu, quando conside-
rou impossível controlar as forças que o percorriam. Dostoievski, o es-
critor, como epiléJ?tico enfrentava o mesmo problema: uma visão fre-
união final com o Criador. ~
A órbita de Plutão está no limite do sistema solar. Mais adiante en-
contra-se o reino dos grupos estelares, pertencentes, por sua vez, ao

••
nética e prolífica. A primeira vista, Júpiter pode parecer totalmente be- vasto braço galáctico da Via Láctea. A estranha órbita excêntrica de
nevolente, mas o Deus não era sempre um déspota agradãvel. Ele Plutào é a margem e a fronteira do mundo planetário - e quem co- .
conduzia um raio com o qual atacava os mortais desprevenidos, e a nhece quais as barreiras ou pontes descritas por esse escuro e invisí- /'

•• ('
sua pontaria nem sempre era das mais certeiras. Essa dispersão é ca- /
racterística tanto de Júpiter quanto de Gedulah, ou Grandiosidade, um
outro iióme hebraico para Hesed. Quando se fazem necessãrias ~ pro-
vel planeia?
O deus Plutão era muito temido na Terra, mas é bom lembrar que a
~

sua esposa Perséfone, uma filha da Terra, aflora a cada ano à superfí-

••
liferação dinâmica, a criação e a magnanimidade, elas devem ser disci- cie, provenient~ dos Mundos interiores, como a primavera.
plinadas - por Gevurah. Talvez seja por isso que Júpiter jamais foi ca- / Sem dúvida, Plutão é desconhecido tanto como um planeta quanto
paz de dominar a s,:,a esposa Hera, apesar de todo o seu poder. / como um princípio kabbalístico, mas nós sabemos que Daat é um •

••
Retornando à Arvore, subimos juntamente com o Relâmpago e ponto de transformação profunda enquanto viajamos, acima e abaixo,/'/
atravessamos o Sefirah invisível chamado Daat - Conhecimento - pela Árvore da Vida. /
antes de alcançarmos Binah, ou Saturno, nesse esquema planetãrio. . O deus e planeta Satumó ocupa o lugar do Sefirah Binah. Segundo

••
Alguns kabbalistas modernos, além de descreverem esse jlontO..de./ a lenda, Saturno, ou Crono (seu nome grego), era um dos deuses ou ti-
transição como a entrada no que é conhecido como a Tríade Suprema tãs mais antigos, sendo o pai de Júpiter, que mais tarde o substituiu
de Keter, Hokhmah e Binah, atribuem tal posição ao planeta Plutão, como rei. Isso parece indicar uma clara diferenciação entre a tríade su-

•• recentemente descoberto. Conquanto sejam hipotéticos quaisquer


pensamentos acerca dessa idéia, eles são muito úteis na busca de um /
caminho que leve a considerações sobre esse Sefirah intermediãrio.
.

J
perior - Binah, Hokhmah e Keter - e a tríade intermediária de He-
sed, Gevurah e Jiferer. Saturno, o Deus da Forma, encontra-se na posi-
ção correta na AIVore, pois ê o primeiro princípio passivo, a Mãe Cós-

•• r
í
O deus Plutão era o irmão de Netuno eJúpiter. Era o rei do mundo
inferior ou, falando em termos cristãos, das Trevas Exteriores - em .
um sentido astronômico, caracteriza sua remota posição no sistema 50-/
mica, que transforma a energia de Hokhmah em formulação, Diz-se
que Saturno é o antigo Pai-Tempo. O tempo é o primeiro limite, sendo
que a partir dele desenvolvem-se as mudanças, e mudança significa o .

•• r
(.
lar. De mais a mais, possuía um famoso capacete que o tornava invisí-'
vel. Isso poderia ser interpretado de dois modos: que ele era o monar-
ca da morte, daqueles que haviam ultrapassado os limites da nossa di. /
inter-relacionamento de energia e forma. Saturno está tkmbém asso- /
ciado àquelas coisas que são antigas e comprovadas. É o elemento
conservador, na sua pior faceta, e a percepção dos princípios eternos,

•. •• mensão visual; ou que os seus processos são tão lentos (o planeta tenv no que tem de melhor. No homem, Binah representa a compreensão,
(- o período orbital de 247 anos) que uma vida não é suficiente para ou seja, o reconhecimento do que é. Essa realização leva, talvez, três
acompanhar o seu ciclo completo. Plutão é o rei da morte, o planeta/ q'iartos de uma vida. A velhice é chamada de período de Saturno. Ob-
das transformações mais profundas que o homem pode testemunhar servada positivamente, essa fase é a época da contemplação no fecha-
(-
fisicamente. Esse aconrecinlento venl e vai, sem que nada possa evitá- mento do círculo vital. Vêem-se os padrões repetitivos, o entrelaça-

•• lo; subitamente, uma pessoa que se tornara uma peça do mobiliãrio


humano em uma sociedade ou família foi banida, desapareceu em um
outro mundo, o reino das sombras. O Portão de Hades poderra, de
, mento dos fatos, o trabalho do destino e o fluxo e refluxo das forças da
vida e da morte. Tais coisas só podem ser reveladas de uma grande
distância, em elevação ou profundidade. Saturno é reconhecido por

•• • fato, ser o conhecimento, pois diz-se que na ocasião da morte tudo o


que se aprendeu é revisto com a vida passada desdobrando-se em um
relance, como um flash extãtico, ali estando compreendidos todos os
prazeres, dores, ignorância e entendimento experimentados. Naquela /
.
possuir justamente esse ponto de vista. Provavelmente ele é o mais fi-
losófico dos deuses, havendo experimentado tudo isso por muitas ve-
zes na sua posição de pai do rei do Olimpo. Para ele, na sua órbita
muito mais longínqua que a de Júpiter e dos planetas interiores, tod~

•• 56 57
'.••
I

•• ,,- os acontecimentos cocont.ram-se encerrados no seu ano mais vagaro- /"


so. Ele já presenciou tudo isso antes. . ('
A
no hemisfério nOIte do globo terrestre como a primavera, a época da
corte, do acasalamento, da construção de ninhos, do crescimento e do

•• -
(
Representado sob a forma de um ancião magro e barbudo levando nascimento. Em posição diametralmente oposta, no ano natural, en-
! uma foice, Saturno é freqüentemente associado com a severidade e a contra-se Escorpião, o signo atravessado pelo Sol durante o outono.
melancolia. Essa imagem mais vulgar encobre uma gravidade inteli- Presenciamos aqui a queda das folhas e.o apodrecimento das frutas re-

•• -
(
gente, uma mente que vê em um plano global. Nessa longa visão, ele é/ jeitadas. Os campos ficam pardos e as aves de verão já partiram. É unV
I insuperável. Pode conceber uma idéia e criar um projeto primoroso, tempo de decadência, o princípio do fim do ciclo natural, quando en-
conhecendo os seus resultados bem adiante do horizonte temporal contram-se esgotadas as energias vitais. Por toda parte há um odor d

•• (-
dos outros deuses. De Binah ou Saturno provêm não apenas o impul-
so divino recebido ou transmitido, mas uma forma, um conjunto de
princípios através dos quais o Relâmpago pode-se manifesta.r nos
podridão e morte - e, mesmo assim, dentro de cada fruto caído há
uma nová semente, na raiz de cada folha ressecada existe um novo
broto. Touro e Escorpião são opostos cósmicos: um é a entrada na xida /

•• , (
;'
mundos inferiores. Em termos arquitetônicos, seria como o projeto de
uma nova cidade. Os edifícios poderão aparecer e desaparecer, mas os
tipos de desenvolvimento, urbano, comercial ou industrial, pern1ane-
física e o outro é a partida para a morte. Apesar disso, cada um detém/
dentro do coração o conteúdo interior do outro, sendo ambos um es- /
pelho natural da lei arquetípica - aí está a essência de Hokhmah. /
/

•• ,
r
cerão os mesmos por um longo tempo, antes de se alterar seu esque- /'
ma básico. Esse é Saturno, Deus da Conservação e da Forma. -..---/"
Binah é algumas vezes conhecido como a Mãe, porque o seu papel
O zodíaco em Hokhmah contém todas as possibilidades. O poten-
cial jorrando desse Sefirah é enorme. Antes de ser recebido e contido
por Binah, qualquer combinação é possível. O zodíaco descreve 12
c'

•• passivo está corporificado em Saturno, que é resistente a mudanças. Os


demais planetas alteram rapidamente as suas posições em relação ao
Sol, enquanto ele caminha lentamente, carregando consigo os seus
amplas definições, sendo ca"dauma delas cheia de variações pelo seu
próprio direito. Assim, a potencialidade acuillUlada no signo de SP..!i--
córnio é imensa. Existe aqui estabilidade e força, ordem, hierarquia,

•• anéis limitadores. Esses anéis, que podem ser o resultado de um evento


ocorrido na Terra antes do aparecin1cnro da vida orgânica, indican1 cer-
tamente uma modificação importante no equilíbrio do sistema solar-
,
paciência e tempo. Em Áries encontramos a dinâmica da iniciativa, ori-
ginalidade, coragem, habilidade, sacrifício e visão; e essas são apenas
manifestações humanas daqueles princípios fundamentais! Multiplica-

••
.'
I,
tal como já foi mencionado em diversos mitos mundiais acerca das ori-
gens do Universo. Do ponto de vista do homem, Saturno é o planeta
mais distante que pode ser visto a olho nu. Ali tenl1ina o sistema solar
das por 12, mais os diversos níveis em que operam essses arquétipos,
temos então a série completa, a paltir da qual uma determinada Álvore
da Vida pode se desenvolver, seja ela a de um homem, seja a dos 12 do

•• para o ser humano comum. Os telescópios poderão aproximar a ima-


gem do planeta, e nada mais. Para os antigos, esse era o limite, além do
qual pouco mais se sabia ou percebia, a não ser por pura especulação
Olimpo.
Neste ponto podemos ver de que modo as emanações que brotam
~

de Keter são modificadas ao passar através de cada Sefirah até adquiri-


..

••
(
ou através da iluminação. Em Binah isso pareceria con"cto, uma vez que
Hokhmah é quase tão indefinível quanto Keter, enquanto Binah tem
pelo níenos a primeira impressão reconhecível de um esboço. Eis a es- ./
rem a sua forma final, em Malkhut. Partindo da conversão no verdadei-
ro potencial pela açâo de Hokhmah, as emanações são formuladas em
princípios maiores por Binah, desenvolvidas e. expandidas dentro do

•• sência de Saturno, o princípio de Crono - tempo e forma.


O Sefirah Hokhmah é ocupado tradicionalmente pelo zodíaco,
que é a faixa circundante do céu, com seu centro no caminho do Sol.
.....--- seu contexto por Hesed, sendo então refinadas pela discriminação de
Gevurah, até penetl'arem na entidade reconhecível de Tiferet. Depois,
Nezah faz as coisas funcionarem, enquanto Hod as relaciona ao mundo

•• Além de envolver as órbitas de todos os planetas, O zodíaco estabelece


12 fases de um processo cósmico contínuo. A idéia é antiga e, no nível
humano, está personificada nas 12 tribos de Israel e nos discípulos de
, exterior. Yesod m~tntém :seu equilíbrio e lhes dá UI11a visão de si mes~
mas. Malkhut é o que vemos na sua forma física quando a Árvore estã
completa, tendo trazido para baLxo, na Terra, o processo criativo. ""/
,__
o

•• Cristo. Nesse número, estavam expressados todos os tipos humanos,


formando assim O ciclo completo da Humanidade. No reino da nature-
za é possível notar um processo semelhante nas 12 fases do ano natu-
Alguns kabbalistas modernos incluem o planeta Urano no Sefirah
Hokhmah. Apesar de nem todos concordarem, a hipótese contém al-
gumas idéias interessantes. Urano era o pai de Saturno, que o destro-

•• ral. Por exemplo, quando o Sol está no signo de Touro, manifesta-se nou no período inicial da criação do Universo. Era filho de Gaia, a pri-

• 58 59
••
••
•• mitiva Deusa-Mãe surgida depois do Caos, no princípio da Criação.
Urano foi o seu primeiro filho. Do seu relacionamento nasceu Saturno,
o caçula, que o deixou impotente e foi, por sua vez, destronado tem.:'
serva dos no céu são os minúsculos núcleos físicos de enor~.j)~9ni-
za~s ~te9J1,js. Vemos o Sol como uma bola brilhante, mas na reali-
Cíade \>!Vemos dentro do seu corpo radiante, do mesmo modo que ha-

•• pos depois por Júpiter, seu próprio filho. _


Além de um vago paralelismo com a Bíblia, talvez maisinteressan-
te seja o fato de Urano ser o Deus do cosmo estelar - a sementeira do
bitamos na parte interior dos cinturões de radiação de Van Allen e da
atmosfera terrestre. Nosso planeta não cessa de exiStIr, mesmo bem
adiantç' da Lua; e se nós pudéssemos observá-lo com um olhar cósmi-

•• zodíaco; ele era também considerado pelos gregos uma divindade pri-
mordial, e juntamente com sua mãe, Caiat eram considerados
do mundo. Embora não corresponàim1:Ío exatamente à Árvore da /
os avós
co, ele tomaria a forma de um enorme embrião pulsante, com a sua
cauda diáfana abanando ao sabor dos ventos solares, em vez de uma
pequena esfera, azul e verde. Esse é o Mundo de Asiyyah - os ele-

•• Vida, esse é um material muito interessante que merece reflexão - e


como em qualquer estudo de Kabbalah, o processo nunca termina. As-/
sim como acontece com a vida, cristalização significa atrofia e morte .
. mentos e a ação, O estágio final de Keter quando, âO lermmar O pro-
cesso criativo, transforn1a-se em Malkhut. .••••••.
Aqui está, portanto, a Árvore da Vida apresentada nos termos dos

•• • i-
Kabbalistas dos tempos modernos, a exemplo dos casos de Hokh .
mah e Daat, atribuem a Keter, com fins didáticos, um deus e um plane-
ta. Trata-se de Netuno, irmão de Júpiter e Deus do Mar. Tão poderoso
quanto Júpiter, ele assumiu o governo do mundo intermediário da
antigos deuses e das idéias que eles simbolizavam. Através da combi-
nação disso com o conhecimento e a experiência correspondentes aos
Sefirot presentes em nós mesmos, poderemos obter um vislumbre ain-
da mais profundo da sua natureza. Essa é a aplicação prática do princí-
água, com Júpiter acima, no Céu, e Plutão abaixo, no submundo. pio "9!Dto em cima como embaixo", tantas vezes citado na antiga filo-

•• ,,~
Como um símbolo do seu poder, conduzia um tridente, que era prova-
velmente uma chave para as três-forças divinas, ou trindade, criadoras
do Universo. Outra qualidade de Netuno é que, igualmente ao mar, ele_
sofia. ' , -

•• é onipotente - uma presença semelhante à água sobre toda a Terra. ~


Alguns kabbalistas vêem nisso um grande significado e especulam so-
bre a natureza fluídica do seu ser, no que se refere ao fato de ser ele o

•• irmão mais velho de Júpiter. Tais idéias, contudo, são apenas fragmen-'
tos de um padrão maior que se perdeu e foi provavelmente distorcido/'
com o tempo.

•• Tradicionalmente, o Sefirah Keter é descrito nessa escala como o


Prinlum Mobile, o Primeiro Motor. Esse nOOlC é olais ou menos auto~
~as O que se move e quem move é uma Outra questão;

•• por isso é mais que uma esfera invisível que canta enquanto gira pelos
~te céus. Corporificado na idéia do ~.m.Mobil~está o mesmo
conceito existente em Keter ~ a Coroa. Aquilo que jorra do alto atra-

•• vés da Coroa é idêntico ao que vive além do Primum Mobile. Talvez


seja oportuno afirmar neste momento que acima do sistema planetário
e acima até mesmo do Primeiro Motor, nessa ordem, existem Qutros....

•• • ( J1n~s; três, ao todo. Isso coincide com a idéia kabbaHstica que


~erá analIsada no próximo capítulo: a de que existem quatro grandes
Arvores da Vida, cada uma delas fazendo parte de uma enonne cadeia
que se estende desde o Universo Divino, passando pelos Mundos da

•• Criação e da Formação, até alcançar O Reino dos Elementos e da Ação


- este em que vivemos. Nessa escala, o esquema que estivemos exa-
minando é, de falO, O Universo mais baixo e denso; e os planetas ob-

•• 60 61
••
••
••
(~

•• . f~69
•• 7

•• Os Quatro Mundos

•• AC.

•• Havendo delineado a natureza dos Sefirot, façamos uma pausa an-

•• tes de exploramlos suas conexões, a fim de observarmos de que modo


eles se enquadram em um projeto ainda maior.
Assim como existem quatro estados da matéria no mundo físico _

•• fogo, ar, água e terra -, também existem quatro níveis corresponden-


tes dentro do Universo Relativo. Esses níveis são tradicionalmente co-
nhecidos como Azilut, ou o Mundo das Emanações, Beriah, o Mundo

•• das Criações, Yezirah, o Mundo das Formações, e Asiyyah, O Mundo da


Substância e da Ação. Os quatro reinos acima referidos fomlam uma ca-
deia de densidade e número de leis que cresce à medida que se vão dis-

•• tanciando do Mundo Azilútico. Cada nível é um espelho mais opaco


que o imediatamente acima, até chegar ao Mundo Asiyyático - aquele
em que vivemos -, onde a materialidade é tão densa que freqüente-

•• mente enxergamos apenas a superfície daquilo que nos cerca.


Na grande Árvore da Vida que compõe toda a Criação, esses quatro
Mundos estão dispostos dentro das maiores divisões gerais: da tríade
./

•• formada por Keter, Hokhmah e Binah (Azilut); do retângulo superior


composto por Hokhmah, Binah, Gevurah e Hesed (Beriah); do retân-
gulo inferior construído com Hesed, Gevurah, Nezah e Hod, tendo Tife-

•• ret no centro (Yezirah); e da triade inferior constituída por Nezah, Hod e


Malkhut, com Yesod na posição central (Asiyyal1). Começando pela
Tríade Suprema, essas divisões horizontais correspondem aproximada-

•• mente aos quatro Muridos. Digo aproximadamente, porque também está


na natureza desses Mundos a interpenetração; não somente na Álvore,
mas literalmente, como O calor atua no ar, o ar na água e a água na terr'd.

•• 63

~
••
••
•• Os kabbalistas percebem as relações entre Os Mundos na Árvore ilustrã-Ias. Seria o mesmo que explicar a equação einsteiniana de mas-
de diversas maneiras; alguns vêem a demarcação no plano horizontal, sa-energia a uma ovelha. .-/
í
enquanto outros a vêem nos triângulos centrais. Alguns, por exemplo, Para aqueles profundamente interessados nessas denominações

•• - consideram Tiferet como O ponto mais baixo do Mundo Beriãtico, com de poder, como elas são chamadas, existe uma literatura abundante.
r Yesod desempenhando idêntico papel no Mundo Yezirãtico, quando Mas este estudo não requer livros, e estabelecer contato com um mes-
este penetra o triângulo Asiyyãtico . tre nessa arte é difícil para quem não se submeteu a uma disciplina
"

•• -
r
Essa idéia dos quatro Universos é levada mais adiante na noção de prática durante algum tempo. Por conseguinte, nesta situação, !,ugiro ('"
( que cada mundo contém a sua própria Árvore, com o Malkhut da Ár- que acompanhemos as instruções deste livro, e observemos a Arvore "
vore do Mundo Azilútico sendo o Tiferet do Mundo Beriãtico e interca- da Vida em primeiro lugar no nível Asiyyãtico e, possivelmente, no YV
r zirático. . .

•• í
lando-se na descida até o Malkhut mais inferior, onde concentra-se o
resíduo de todos os mundos. Tal idéia segue O princípio de que cada
unidade completa no Universo estã baseada na Árvore. Além disso,
./: O Mundo Beriãtico, o Reino das Criações, é conhecido como o
Universo dos Arcanjos, que poderiam ser definidos como inteligências

•• -
concernentes ao cumprimento das instruções Divinas e que acionam
diz-se que dentro dessas Árvores em miniatura repetem-se os quatro
os processos designados. Nesse nível nada pode ser visto, como a
Mundos, e assim sucessivamente, até alcançarem a parte inferior do
idéia de um edifício, antes de seu esboço ser registrado no papel. Aqui
cosmo completo. Isso é completamente diferente do fato de que den-
r podem existir milhares de possibilidades intrínsecas. A partir de uma

•• (--.
r - tro de cada Sefirah em palticular existe uma outra sub-Árvore inteira.
Esses quatro Mundos correspondem no homem aos diferentes ní-
veis do seu ser. A trÍade mais baixa é o corpo físico, o retângulo infe-
única idéia pode surgir um tipo completamente novo de arquitetura .
Esse é o momento da atividáde criadora, antes do estabelecimento da
fase formulativa.

•• í
rior é o reino da emoção, enquanto o retângulo superior aplica-se ao
intelecto e a Tríade Suprema relaciona-se ao espírito, Vãrias tradições
atribuem denominações diversas a eles, como corpos carnal, sutil, ra-.
A Árvore da Vida no Universo Beriãtico poderia descrever as mes-
mas operações que nos Mundos inferiores, mas o nível de energia e

••
materialidade seriam de uma potência maior; o Malkhut de Beriah
cional e divino, mas o seu significado é sempre o mesmo. . /'
í co~tém q.ualidades elementar~s cap.azes ~e fazer nossos trabalh~;.....---~
É de grande utilidade identificar esses níveis dentro de si mesmo, maIS cnatlvos parecerem grosseiros e mfantls .
( sendo possível observã-Ios facilmente em qualquer processo criativo /""" O Mundo Yezirãtico está mais próximo da nossa compreensão. É o

•• (-

(-
ou em qualquer relação humana plena. Exemplificando, em um caso_/
de amor torna-se às vezes rapidamente aparente o que existe ou não
em espírito, cabeça, coração e vísceras. A predominância de um ou a
( jleino das Formas. Nele o processo criativo é fluido e está em fase de

f d~ciíVin1eilto, como ocorre na elaboração de um vaso de cerãmica.

•• ,-
/ Nesse ponto manifesta-se a sutileza, sendo possíveis a v:¥'iação e a va-
ausência de outro revela-se insranraneamenre, Quando os quatro estão /.' -( riedade infinitas, mas dentro do contexto apresentado no Mundo Beriã-
equilibrados, O miraculoso então acontece, ./ \ rico. Assim, formas são feitas e preenchidas, trocadas e reorganizadas.
('
Tomando em primeiro lugar o Muildo Azilútico, pode-se em suma . Aqui ocorre um fluxo e refluxo, as configurações aparecem c desvane-

••í
(-
descrevê-lo como o reino em que a Árvore da Vida encontra-se no seu
estado mais puro. Seu funcionamento se dã, verdadeiramente, no Rei-
no das Emanações. Aqui, próximo da Luz Infinita, todos os Sefirot são /
cem, até preencherem sucessivamente as exigências de detemlinadas
condições. Ainda assim, tudo está relacionado ao conceito original. /'

••
Muitas das artes do homem são portas de entrada para o Mundo Yez~
í radiações ou ressonâncias diretamente eOl contato com a Divindade . )~ e a sua utilização, por exemplo, no simbolismo, constitui uma ten- "
r-O Tradicionalmente os Sefirot são chamados pelos diferentes nomes tativa para fIXaresse estranho reino em temlOSAsiyyãticos. /'
de Deus, sendo cada um o aspecto mais puro do Absoluto, do modo O Reino Asiyyátíco compõe-se dos elementos. É, literalmente, o

•• --
r

r
"
como se manifesta no Universo Relativo, A partir do nosso distante
ponto de vista, muito pouco deles se conhece, e aparentar possuir esse
conhecimento seria tolice. Sabe-se bem que experiências místicas são
mundo em que vivemos. Todavia, não é tâo simples como a física
pura, por onde os Mundos superiores o penetram. Um gato origina-se
de um pensamento na mente da Natureza com a finalidade de preen-

••I
(
indescritíveis, não devido à falta de articulação imputada aos paltici-/
pantes, mas porque inexiste linguagem ou símbolos adequados para
cher uma necessidade cósmica, como aconteceu com os dinossauros e
ocorre agora com os homens. Partindo desse ponto de vista, um gato 0
•• 64 65
• r-

••
• r

.
• r
(-
todos os gatos, e todos os gatos não são mais do que cópias <;Ieum só/.
gato. Temos então um impulso criativo originário no Mundo Beriático
que se manifesta sob a forma variável de filhote, gato adulto e cadáver
no Mundo Asiyyático. Se perguntamos o que é um gato no Mundo
I
"I
tencendo a uma bierarquia eo:' princípio superior de i~t~li¥ência, per- .
manecem fixos nos seus papéIS e funçõês no Padráo Cosmlcç. ~enJlS~'
.,Q..~!l1",~~ ultra~ar 0lEdo~ireito e e~~erdo_d{l~rvore
Vida e prosseguir ininterruptamente peja colu\'a do meio.
~-q;stos com um todo, os quatro Mundos pOdem ser representados
<la
~
.. '
.

•.
• I'~ Asiyyático, a resposta será o remanejamento de algumas centenas de
latas de ração felina, mais ar, água e luz. Tão firme como parece um como quatro círculos concêntricos, com Azilut no anel externo e Asiyyah
l' . gatinho, ele não é o que aparenta ser; nem qualquer um de nós n~ no centro, cada qual contendo dez divisões anelares representando os

...
dez Sefirot dos vários mundos, baseados no pivô de Malkhut, dentro do
{ . Mundo Asiyyático.
c... "-. Estamos tão familiarizados com os fenômenos desse reino que nos Círculo Asiyyático. Além da periferia exterior do Keter do Mundo Azilú.
• r'
I' inclinamos a considerá-lo o único. O Universo físico, conquanto possa tico encontra-se a circunferência da Luz Infinita, e adiante dela acham-
(. ter uma aparência cósmica, é apenas o visual dos mundos superiores, / se ~s outros dois véus da existência negativa, encobertos pelo Absolu-
embora e~e.de fato os contenha a todos, pois M".~khuté K~~r, o Espí~ to. No interior do anel e"..terno do Keter Azilútiéo, a densidade aumenta
,," to na Matena. a cada passo dado, com o anelou Sefirah mais exterior contendo no
~ No reino da Natureza encontramos as formas em permanente muta- seu bojo todos os demais. Assim sendo, cada elo dessa cadeia cósmica
( é regulado de cima, que, por sua vez, controla aqueles abaixo. Em ter-
ção da flora e da fauna. Aqui os elementos se movimentam através de
• r um <;icloinfinito, congelado apenas por um instante nesta ou naquela mos da densidáde vibratória, a freqüência parece aumentar à medida

•..
• Ir- p~n~.a!ljmãl. Consideremos, no entanto, a construção de milhões que nos aproxim;lnl0s do centro, ou quartto mais descemos; as taxas cí-
de folhas em um pomar, e o circuito original impresso para o intercâm- clicas estão; portanto, dê'falO presentes, embora não perceptíveis no,
• r- bio das energias requeridas, com as lentas modificaçôes ocorrendo ã digamos, Universo Asiyyático. Essa interpenetração dos Mundos supe-
medida que o clima do planeta se altera, desde a idade do geio até a era riores nos inferiores poderia explicar muitas coisas acerca do chamado
(.
tropical. Tudo isso acontece enquanto os homens carregam a atmosfera 'outro mundo', dos milagres e demais fenômenos sobrenaturais . ....------
• r com ondas radiofônicas, com pensamentos e sentimentos, para no/ 1._ - Os diferentes níveis definidos nesse esquema circular dos quatro
( mencionamlos o acúmulo do resíduo de gerações de vidas. . Mundos foram expressados pelos kabbalistas em termos de uma esca'

• Acima do Mundo da Natureza encontra-se o planeta e, mais além, da evolucionária chamada 'Os Cinqüenta POltôeS'. Nela descrevem-se


. 1-

(
r-

r
os outrOS planetas, o Sol e os grupos estelares locais. Todos eles, inclu-.
sive a Via Láctea que vemos estendida através dos céus nas noites cla-
ras, fazenl pane 00 Mundo de Asiyyah. Quando olhamos para cima ou
para baixo vemos a matéria, e por mais vagarosamente que se mova
uma -galáxia em comparação ã nossa referência temporal, é ainda o
reino dos elementos. Até mesmo o menor dos átomos pertence ao Rei-
os estágios progressivos a partir do Caos, passando pela formação dos
elementos, até a Terra, do modo como a conhecemos. Prossegue, en-
tão, narrando a história do crescimento do reino vegetal que veio, por
sua vez, do mundo mineral e, a seguir, da vida animal culminando
com os vertebrados. Mostra adiante a evolução da es~écie humana,
com O seu desenvolvimento, passo,a passo, até o aperfeiçoamento do
homem como uma imagem de Deus. Segue-se, após, uma descrição

••
no Asiyyático, ain9a que o seu aspecto energético possa esmaecer n~


. ('

f-'
parte superior da Arvore da Vida Asiyyática.
O homem vive no Mundo de Asiyyah. Ele tem, contudo, acesso

do-se, dessa maneira, a tornar-se consciente daqueles reinos. Para


consegui.lo, precisa adquirir mais do que o corpo físico que lhe foi
<!~do pela Natureza. Ele deve organizar, partindo das substâncias e das
r"
aos Universos superiores, desde que evolua e refine seu ser, habilitan-
das esferas celestiais, pattindo da Lua e subindo através dos níveis pla-
netários até o Céu Empíreo, além do Primum Mobile. Depois. disso,
apresenta os níveis angelicais das hierarquias celestais, com o último//
portão coincidindo com o portal do £11 50/, a Luz Infinita.
Essas cosmografias podem nos parecer estranhas em termos con-
tenlporâneos, mas provavelmente ~stoé mais uma questão de lingua-

•• energias penetrantes em seu ser, um novo veículo para cada Mundo.,,'


Isso leva tempo e trabalho, conhecimento e prática. Diz-se que essa é
a prerrogativa peculiar do homem. Ele pode evoluir como um indiví-
gem que de exatidão. GOl anjo, definido como um Querubim, era to-
talmente diferente, na sua natureza e função, de um Serafim. Em ter-
mos medievais, esse era um vocabulário tão preciso quanto o da física

•• duo. Tem a possibilidade de elevar-se além da evolução graçlual de/


toda a criação e de suplantar os anjos e os arcanjos que, embora per-
moderna, ou até mais. Tal simbolismo pode não ter um significado ób-
vio na nossa experiência, ou talvez chamemos as mesmas coisas com"

••
.,)

67
66
••
•• I
.
•• nomes diferentes. Contudo, o fato importante para lembrarmos é que ,
esse esquema do Universo baseava-se nos mesmos princípios da Ár-
vore. Para alguns era uma especulação, para outros, uma hipótese de .

•• I <
trabalho, e ainda para outros, talvez um mundo, seja na imaginação ou
na realidade. Os mesmos argumentos aplicam-se ã física atômica e as-/
tron0011a atualS. /'
8
•• Uma questão fmal. Os kabbalistas também apresentam um arranjo se-
melhante, ao qual dão o nome de Kellipor. Esse era o reino dos demônios /
ou o mundo das cascas. Causadas pela distorção, pelo desequilíbrio e,

•• pela atrofia, elas eram as forças correspondentes em todos os níveis do /


Universo, mas desalinhadas da evolução geral. Estão presentes em qual-
quer organização, e manifestam-se quando se chega ao excesso, quer
Tríade e Oitava ~

•• através da superatividade, quer da super-resistência. O simbolisnlo das


I'

cascas, ou das conchas, como também é traduzido, indica sua estabilida- /


de, sua paralisação do fluxo, sua separação do organismo vivo. Por con-

•• seguinte, em termos humanos, um homem que tenha perdido contato


com a sua humanidade pode tomar-se um oficial em um campo de con- ~.
centração nazista - um verdadeiro demônio! Da mesma fomla, um país Já foi dito que o Universo Relativo veio a existir graças à il}l.cração

••
em guen<l civil (a pior das gUefl<lS)está Iitel<llmente possuído por arqui- de duas grandes leis. A primeira é a lei da Tnade ou Trindadc, que
í demônios, sejam eles chamados de comunistas ou fascistasl A amarga provoca um acontecimento, e a segunda é a lei das Oitavas, que mos-
guerm dos Trinta Anos entre católicos e protestantes na Europa ilustm de . tra o desenvolvimento daquele acontecimento através de uma seqüên-
c'

•• que modo os poderes religiosos podem se transformar em demoníacoy cia definida. Ambas as leis encontram-se presentes em todos os luga-
Por motivos diversos, uma situação Kellip6tica acontece quando um país, res, desde o princípio da Criação Divina até o simples ato de riscar um
ou um homem, interrompe seu desenvolvimento. A inércia histórica 01.1 a fósforo. Nada pode existir fora dessas duas leis .

•• violência tradicional cristaliza-se sob a forma de um costume inflexível O conceito da Trindade é comum à maior parte 'das principais re-.
em uma comunidade, evitando o crescimento econômico ou cerceando.---- ligiôes e filosofias, e a Kabbalah não é uma exceção. Na Árvore da
os direitos humanos, enquanto a conupção é tolerada. Em um homem, I Vida ele é visto muito precisamente na tIiade .JS.eter-H01<:i1.nEh.,.l.3[nah.

•• tal dura casca psicológica de letargia ou de supe'<ltividade pode estrangu:' Aqui são mostrados os fatores positivo e negativo nos jlilares da força
lar sua evolução pessoal, impedindo-o, assim, até mesmo de ver o mun-~' e da forma, com o terceiro elemento de equilibrio conectando-os na
do fora da sua própria imagem fixa. coluna central. Nada poderá acontecer desde que os três estejam liga-

•• Todos os fenômenos Kellipóticos significam a pemubação do fun- dos, da mesma forma que um [i1ho não pode ser concebido sem o es-
cionamento natural dos Sefiror. A falta ou o excesso de estímulos do tabelecimento de certas condiçôes entre um homem e uma mulher.
processo ativo ou passivo é capaz de criar uma sim ação desequilibra- Assim sucede em todo o Universo, onde quer quc ocorra um aconte •

•• da, e'!l um grau maior ou menor. Qualquer distorção permanente eni cimento verdadeiro. .-/'
. .. Olhando para a Árvore, é possível notar que todos os Sefirot agru-
uma Alvore gel'arã uma circunstância desast~"Osa; em uma escala mais /
ampla, uma guerra mundial. No nível individual, a loucura - na ver- pam-se sob a forma de tríadcs. Além disso, cada uma dessas tríades

••
dade, a possessão demoníaca . está ligada à coluna central da consciência. Isso é vital, pois enquanto
Temos, então, aqui os quatro Mundos, e as quatro divisões hori- . as colunas da esquerda e da direita desempenham funções fixas (do
zontais da Álvore da Vida. Como afirmamos, para este estudo nos.con- mesmo modo que um homem é um homem e nada mais), a coluna
central complementa qualquer tríade, habilitando assim o fluxo das

••
centraremos principalmente no Mundo Asiyyático, observando seu
funcionamento a partir do nosso próprio nivel para que possamos, tal- ocorrências. Também será notado que existem "naÁlvore rríades gran-

,. vez, obter um vislumbre dos Mundos superiores . des e pequenas, bem como triângulos particulares que se relacionam'

• •
! .

68 69

~.
••
•• " lugar espe-
••
principalmente com o eixo central. Todos possuem o seu
cial no esquema cósmico da Árvore, e a sua maioria pode comportar-
se dentro de uma das seis permutações possíveis: _cr~cimento, <I"ca-

••
.dê,ncia, ~!Jsfo.!.ma~o, dpença, ~novação e "'8<:'ne~o. -
A Lei das Oitavas baseia-se na idéia de que entre Keter e Malkhut
estende-se uma grande corda, um monocórdio, com a nota dó no topO
e na parte mais baixa do eixo da consciência. Encontra-se aqui um ou-

•• tro vislumbre para o ditado kabbalístico: "Keter .es~ .em Malkhut e


Malkhut estã em Keter". Partindo do pressuposto de que essa é uma
enorme corda vibratória, podemos observar que todas as demais vi-

•• braçôes no Universo estão contidas nesse monocórdio; embora sendo


elas muito numerosas, não podem compô-lo, da mesma forma que

••
nem um bilhão de pessoas serão capazes de constituir um Adão conl;-
J2!et0~Esse q1onocórdio é de uma espécie completamente diferente. E
a pitava Mestra, enquanto todos os outros são menores e meras har- ._____-

••
monias para suas grandes notas. ~
Igualmente à !!-,cada de Jacó, cám os anjos subindo e descendo, a
Oitava tem dois movimentos principais, para cima e para baixo. Na
:'" música vemos o princípio das notas adquirindo uma freqüência mais

•• aguda e maior à medida que nos afastamos do dó, passando pelo ré,
mi, fã, sol, lã, si, até atingimlos novamente o dó. Isso ocorre porque a
coreia é encurtada, e desse modo um maior número de vibrações se

•• acumulam em um espaço ou tom menor. No Universo isso adquire um


grande significado, quando consider:rnlos as teorias das ondas e paltí-~

••
cuias. Conforme descemos para as extremidades inferiores da matéria,
a densidade aumenta; ou seja, maior quantidade de partículas é acu-
mulada em um espaço mais reduzido. De igual maneira, quando ob-
servamos as vibrações - intercambiãveis com as partífulas de maté-

•• ria _, elas parecem também aumentar, embora não no sentido que


geralmente atribuímos ao conceito de alta freqüência. POItanto, é bom
lembramlos que um maior número de toques implica eril um encurra-

•• mento da corda, provOC:J.ndomaior tensão, mas menor flexibilidade .


Apresenta-se aqui uma situaçãõinVersa à da ilõSSã-percepçãõ n6fÍÍÍaL

••
. de freqüência ampliada, pois de fato qualquer fenõmeno ocorrido em
uma zona de alta vibração estam sujeito a uma maior constrição ou a r-
um maior número de leis. Os nlovimentos e os per'íodos infinitesimais
dos ãtomos, diferentes dos das células, mais lentos, mas em compen-

•• saçào mais flexíveis, descrevem com muita precisão a verdadeira situa-


ção da materialidade, na qual a vibração é tão compacta que na'da pa-
rece mover~se. Parece, repito, pois aquilo que normalmente considera-

•• Tríade e Oitava mos alta vibração é o que na verdade é mais poderoso e livre. Como se
diz repetidamente, as ~arências enganam, e no Universo verdadeiro"

•• 71
••
•• ~

••
muitas vezes acontece o çontmrio dÇLque vemp.s. Não é sem motivos basta uma caminhada, l!...maconversa ou u'!!!yíca,ª-de.café para agir
que o homem é visto simbolicamente contemplando o Mundo de ca- como estímulo neccssário. Es5e-impulso leva o fluxo adiante até a
beça para baixo, vendo o transitório como eterno e o eterno como ~ . nota fá, ou o Sefirah Hesed, com o fosso vital sendo preenchido pelo
Sefirah invisívc;l.Qê.at, o qual proporciona O contato com a coluna c~-

••
transitório. Esse é o rimeiro véu de ilusão ue cobre nossas vidas. ~
Se considerarmos a Arvore da Vida sob esse ponto e vista, deve- trai da energia consciênte. r

remos observar que o dó inferior da nossa visão comum principia de A Oitava prossegue sua descida pelo Relâmpago, seguindo o de-
~. fato na parte superior, em Keter, e atinge sua vibração e cOlllpressão senvolvimento dos diversos Sefirot, através do fá-Hesed, sol-Gevurah,

••
:
1-' máximas em Malkhut. Para nos confundir ainda mais, a Oitava flui de até o lá-Nezah. Novamente a coluna central do Equilíbrio foi atravessa-
duas maneiras, desembaraçando-se de sua intensidade no grande mo- da. Nesse momento tornou-se aparente O caráter da Oitava, estando
nocórdio de Keter, após haver atravessado os trastos dos Sefirot. Am- essa natureza corporificada em Tiferct. Qualquer pessoa praticando

•• bos os fluxos ocorrem simultaneamente, como um relãmpago que ilu-


mina o Céu e a Terra ao mesmo tempoJ com UIll s6 movimento,
tendo por sua vez todos os impulsos de cada nível, altos ou baixos, até
con-
uma tarefa criativa sabe que, umá vez alcançado esse POntO, não pode
mais haver mudança. A essência do livro ou do quadro já se fIXOU.So-
mente começando novamente é que se pode corrigir alguma discre-

•• r (~
os mínimos movimentos dos átomos do metal mais denso. É a ascen-
são do Reinoã Coroa, e a descida da Coroa até o Reinõ,pàra que as-
sim o Céu possa manifestar-se na Terra:-ileTéIa ÕitãvãS, além de ser
pância. Ainda aqui a terceira força.=-a da consciência -se manifesta,
mas agora como a imagem de todos os passos Jã percorridos pela Oita-
va ou que venham a ser percorridos por ela posteriormente; o cami-

•• í
('
vista em uma grande progressão deKCter a Malkhut, pode ser observa-
da em qualquer escala, inclusive nos fenômenos mais mundanos"tais
como no espectro luminoso, na tabela periódica dos elementos e, evi-
nho agora está traçado c O resultado, salvo por pequenos detalhes,
cristalizado. Isso se deve ao .fato de que todos os caminhos convergin- ~
do para Tiferet estão firmemente focalizados. ~

••r
(
~,
dentemente, na música. Utilizando a conhecida escala tonal, sem es-
quecermos, porém, de inverter o crcscimento c a diminuição de fre-
qüência aparentes, podemos d~linear a n'tureza do descnvolvimento"""----
Depois de estar bem determinada a natureza da Oitava, a seqüência
prossegue, passando por lá-Nezah (ciclos) para si-I-!od (reverberação).
Chega-se, então, ao último intervalo antes di complementação. Pode-

.' • ,r
r-
da Oitava no seu relacionamento com a Árvore da Vida.
Atingindo o dó aparenter.le.lte mais baixo, mas, na realidade, o
maior de Ketcr, a Oitava desce pelo caminho do Relâmpago até Hokh-
/ se observar outra vez aqui essa pausa, tida freqüentemente conio um
intenso cansaço, igual ao observado nas ações mais COmuns. Um esfor-
ço maior, final, é requerido para concluir a seqüência. Durante a Segun-

•• r
í
mah. Aqui, na sua primeira manifestação, penetra no mundo vibrató-
rio, na sua parada ou trasto inicial. A energia agora esrã presente: Cru-
za então para Binah, a segunda nota, onde, no primeiro Sefirah passi- /'
da Guerra Mundial os ingleses reconheceram o funcionamento dessa
lei no seu esforço de guerra, quando a emissora B.B.C. pôs no ar dois
programas de música estimulante nos horários em que s," sabia que os

••r-.
\
(
vo, é desacelerada e formatizada, por mais rarefeita que possa nos
parecer. Essa é a primeira tríade. A partir daí, após um interValo que
veremos em seguida, continua o fluxo descendente através dos Sefirot
operários começavam a esmorecer. Esse pode ser um exemplo dema-
siado rude, mas fornece uma compreensão prática da Oitava na jornada
de trabalho. No caso da Árvore esse intervalo é preenchido por Yesod,

••
r
,
(
da Árvore. Ela não aparenta, contudo, atingir diretamente a coluna
central outra vez até alcançar o dó de Malkhut. A razão é a lei peculiar /'
que determina as Oitavas. . "
() poderoso Sefirah situado na coluna do equilíbrio. Esse centro vital
complementa três subtríades na grande tríade inferior do Mundo
Asiyyático (ação e matéria), trazendo a Oitava inteira para a total mani-

•• Após a Tríade Suprema Keter-Hokhmah-Binah haver iniciado o


movimento da criação, ocorre uma pausa momentânea, uma desacele-
ração que precisa ser superada. Esse fenômeno é visível em qualquer
festação física. Em um livro, esse sel'ia o trabalho final da escrimra do
texto, mantendo o fluxo durante várias semanas (o que não ê um esfor-

••
ço medíocre, uma vez que seria bem mais fácil apenas pensar ou falar
trabalho criativo na vida cotidiana, quando ocorre uma hesitação ini- do mesmo). Em Malkhut completa-se o Dó final; e agora Keter encon- /'
ciai após uma partida vigorosa. Caso essa lacuna não seja preenchida, tra-se verdadeiramente em Malkhut, e Malkhut em Keter. /
a ação sem suspensa. Muitos livros e quadros bem começados mOrre- Seria oportuno repetir que entre cada nota de uma Oitava há uma

•• ram nesse ponto crítico. O que se requer é um impulso vindo de foJ Girava em llliniatura ou, em reml0S kabbalísÚcos, que existe uma Ár-

,.
para o movimento prosseguir. Em tarefas menõres;CUil\r~a vore completa entre e dentro de cada Sefirah. Isso normalmente expli-

• 72 73

~
•• -
I
r
•• (-
r
•• r r
ca porque não somos capazes de ver a lei com clareza, pois observa-
mos na maior pane das vezes apenas notas ou Sefirot paniculares. Po-
deria ser, talvez, porque apenas temos acesso a uma pane de um pro-
produzi rã força suficiente para que o organismo capacite o homem a
enfrentar O problema de modo equilibrado na manhã seguinte. Oca-
sionalmente, como todos nós já iivemos opoltUnidade de experimen-

•• r r
cesso integral, como um editor que executa as tarefas de Gevurah-Hod/
na seqüência publicitária; um outro exemplo seria encontrado nos tri-
bunais judiciários, onde vemos tão somente a função Gevurah-Binah/
tar, as soluções são geradas pelos Sefirot superiores durante o sono,
enquanto as ttiades inferiores recompõem o corpo e excretam os ma-
teriais mentais excedentes Eor meio dos sonhos. Quase sempre todas ~
_

•• r r
do sistema legal.
A interação das duas grandes leis da Oitava e da Trindade é polifa-
cetada, originando os diversos aspectos do Universo. No homem, essa.
as tdades funcionam dentro ae um ãmbito nom1al de permutas, expe-
rimentando-se e contrabalançando-se por toda a Árvore, assunto qu~
serã discutido posteriormente em detalhes, após dada uma visão geray
/

•• r ('
interação é bem demonstrada, e um olho experiente pode detectá-Ia
em operação. Contudo, antes de passarmos ao exame das ttiades em
rehção ao homem, devemos tomar nota de algumas leis subsidiárias. "/
/
do assunto. "
Toma-se em primeiro lugar as ttiades laterais"que pelo seu relacio-
namento com"as colunas da força e da forma da Arvore são menos fle-

•• (-
Enquanto, de um modo geral, a Coluna Masculina pode ser vista
como o princípio ativo fluindo para baixo até Yesod e Malkhut, e a Co-
luna Feminina como O princípio passivo chegando da mesma forma
xíveis do que aquelas dispostas na coluna do meio. O fato se dá por-
que as colunas ativa e passiva estão mais ligadas a funções que ã cons-
ciência e possuem, portanto, menos liberdade de ação. Isso verifica-se

.'
t-

• rr àqueles pontos, é opoltUno lembrar que eis Sefirot individuais estão


sujeitos ao travestismo, ou seja, às mudanças do negativo para o positi-
vo e vice-versa. Deve-se isso ao fato de que, enquanto o Relâmpago
facilmente em uma pessoa que emite sempre julgamentos de valor
(Gevurah excessivo) ou em alguém que não dispõe de autodisciplina
(falta de Gevurah). Todavia, essas triades têm efetivamente importan-

•• rr'
desce, o Sefiral1 superior atua sempre como o Princípio Ativo para o
recipiente inferior no fluxo das emanações. Por exemplo: Hesed é pas-
sivo em relação a Binah; e Gevurah, nonna'lmente passivo, é ativo nes-
tes tarefas a realizar. Exemplificando: no honlem, a tríade Hod-Yesod-
Malkhut define os processos de identificação, a memória e o corpo.
Aqui encontramos uma seqüência contínua de comparações. Uma his-
I'
•• rr sa circunstãncia em relação a Tiferet. Além disso, em cada ttiade qual-
quer Sefirah pode assumir um status ativo, passivo ou neutro de~tro de/,
uma situação limitada, ou seja, ao desempenhar um papel de !mpor-
tória podeci ilustrar algumas das tríades inferiores em funcionamento:
enquanto um homem caminha pela rua, seu Hod classifica incessante-
mente as impressões recebidas. Desvia-se de um poste de luz, lê um

•• r
('
tância menor. Isso pode ou não resultar no equilíbrio de toda a Alvore.
Tal disfunção no homem, exemplificando, acontece quando um Sefi-
rah que deveria ser ativo é passivo, ou atua como conector. Um bom
anúncio, atravessa a rua transpondo três carros em movinlento, valen-
do-se dos reflexos condicionados que a experiência armazenou na sua
triade Hod-Yesod-Malkhut. Sabe muito bem para onde está indo, por-

•• r
r
exemplo de um Sefirah passivo usurpando um papel ativa é o do ho-
mem incapaz de dbrmir porque o seu Hod não pode resolver um pro-
blema fora de sua alçada. A mente lógica e comum, assumindo O prin-
que ao longo dos anos desenhou mentalmente um mat'a do bairro
nessa meSma tríade, o qual é capaz de retirar do banco cerebral da me-
(nória e projetá-lo sobre a tela Yesódica quando assim o desejar. Con-

•• r
('
cípio ativo da triade Hod-Yesod-Malkhut, dá voltas e mais voltas em
torno da questão, em um círculo sem fim, colhendo dados armazena-
dos no cél'ebro, o que é visto pela tela Yesódica como antiquado e inú-
tudo, vê uma ruela desconhecida, e sua mente Hodiana, sempre "curio-
sa, encaminha seu sistema voluntário para apontar os pés naquela di-
reção. No outro lado da Álvore, a sua nóade Nezah-Yesoa-Malkhut

•• r.-
r
til, não oferecendo qualquer solução. Enquanto isso, na sua inquietu-
de, o nível de vitalidade da triade Nezah-Yesod-Malkhut está diminuí-
do e impotente para aliviar o homem porque o seu Nezah tornou-se
advene-o de que ele está com fome, que deveria ir para casa e comer .
Sua nlente Hodiana, inrrigada pelas novas visões, odores e sons, igno~
ra a fome e incita-o a prosseguir. Na ruela pouco iluminada, o terreno

••
I

("
passivo. Como resultado, não existe impulso energético suficiente vin-
do da coluna ativa da Árvore para arrancá-lo dessa situação aflitiva. Fi-
nalmente ele cai no sono, por pura exaustão. Entretanto, talvez duran!'
desconhecido faz com que a sua tríade Nezah-Yesod-Malkhut lance
um pouco de adrenalina à corrente sanguínea. Já nervoso, recebe mais
°
estímulos da imaginação Yesódica, enquanto assume papel fantasio-

•••
te a noite, quando a Árvore estiver funcionando normalmente, seu jul- so de um agente secreto. Corajoso, garboso e determinado, ele avança
gamento proveniente de Gevurah entre em ação. Caso isso não ocorra, sentindo o volume de uma pistola imaginária junto ao peito palpitante.
O repouso noturno, com a atividade natural de Nezah, provavelmente Dobrando uma esquina, seus olhos Hodianamente informados dila-

• 74
••
••
•• i tam-se, enquanto vislumbra o perfil de uma moça parada nas sombras. /
Totalmente imerso em sua ilusão, seu Yesod preenche com traços
idealizados o rosto que não consegue ver, ao mesmo tempo em que o
)

•• seu Nezah lança uma corrente de desejo através do organismo. Com a


tnade Hod-Nezah-Yesod subitamente excitada, as faculdades sensuais
são postas em alerta, e os instintos e01 expectativa; ele aproxima-se da
e
•• í
moça, quase acreditando que beijará realmente a sua boca bonita
carnuda. Ela volta-se abnJptamente e a luz ilumina seu rosto. É umal
mulher .velha,desgraciosa, com lábiOS.finos e ressecados. A imagem

•• Yesódica desaparece, o Nezah é reprimido e o Hod dirige rapidamente


o Malkhut para longe dela. Todo o sonho se evapora na realidade.
Concluindo que cometera uma loucura, ele se apressa em tomar um

•• ,~
caminho conhecido, onde, depois de uma momentânea autoconsciên-
cia, volta a mergulhar no sonho Yesódico, desta vez referepte ao seu
almoço, já que sua fome Nezáica pede a Hod para guiar os pés Malkt-

•• hutianos, com ajuda Yes6dica, de volta para casa.


Tomando uma linha provavelmente mais séria, abandonemos es-
/

sas tríades inferiores e examinemos aquelas situadas mais acima da cQ-(

•• luna central. Valendo-nos, ainda aqui, do exemplo do homem, consi-


deremos as tríades tradicionais ascendentes do pilar da consciência.
O homem é uma meia criatura da Terra. Ainda que vivendo no pla-

•• neta, está apenas parcialmente sujeito às suas leis. Lemos na Bíblia que
após a queda o homem foi lançado do Jardim do Éden ao Mundo infe-
rior. Aqui, revestiu-se na pele animal e, com a I11olte, deveria voltar a~

•• pó de que foi feito .


Essas são afirmações muito interessantes acerca da origem e com-
posição do ser humano, especialmente quando disposto na Árvore da
,
•• Vida, sobre a qual foi modelado segundo a imagem do seu Criador. Em
primeiro lugar, seu corpo é literalmente constituído de poeira ou terra._
Contém os líquidos vitais, utiliza o ar, e nãÇ.l pode viver sem calor ou

•• luz. Esses são os elementos conforme definidos em Malkhut. Também .....


está vivo em uma forma orgânica. Nele encontram-se rodos os proces-
sos do mundo vegetal. Come, bebe e respira. Também cresce e se re-

•• produz igualmente às plantas. Entretanto, é também um animal, pos-


suindo as qualidades daquele reino. Isso faz dele um ser móvel, social,
agressivo e amoroso, bem como possuidor de muitos outros atributos

•• de natureza puramente animal. O ideal familiar, C0l11 cada atividade,,....


começando com o berço, passando pela infância, a corte, o casamen-
.)

•.
to, a constinlição do lar, a carreira profissional, a velhice e o túmulo, fa-
zem parre do reino animal no homem. Nem bonl nem mau, isso é visto
Tríades interiores
freqüentemente como o aspecto humano da vida, quando não O é. O
elemento humano de um homem é o fato de estar consciente -de si

••
'

76
••
'.I. ~

'.'.• mesmo, e saber que está consciente. Dessa forma, ele pertence a ~
reino muito diferente daquele dos animais. ,
A Árvore define o nível mineral em Malkhut, e a parte vegetal do
ser humano na grande tríade Hod-Nezah-Malkhut. Acham-se aqui to-
dos os processos e circulações corporais, estando a inteligência vege-
?
tece, pois a partir dos elementos componentes do corpo materno for-
ma-se um organismo em crescimento, semelhante a uma planta. De-
pois transforma-se em um animal aquático nadando nos líquidos uteri-
nos, antes de respirar pela primeira vez -como mamífero . .9 exato 010-
J!l.."nto em que a alma humana Renetra aind<Lé objeto de oiscussa2,;""


••
tal centrada na tríade Hod-Nezah-Yesod. Nessa pequena trindade são
governados os processos cíclicos, desde as respostas ao Mundo exte-
rior através de Hod até os mecanismos repetitivos de Nezah. Yesod é o
ato sexual ou polinização. A triade Hod-Nezah-Yesod também pode
embora tal fato se dê provavelmente no ponto em que o desenvolvi-
mento alcança Tiferel. Pode-se, contudo, afirmar que um corpo huma-
no ao nascer contém apenas caracteristicas genéticas (as moléculas de
ADN presentes nas células, levando consigo um resumo apresentado
,- ,ser chamada de 'Carne', ou seja, contém vida, o que a distingue de uo/ pelos cromossomos), mas que se restringem à raça e à família do ho-

•• ,
cadáver .
A triade Hod-Nezah- Tiferet é a da alma animal, ou Nefesh no he-
braico tradicional, referente ao sangue ou à vida. Essa anima o corpo,
mem, não à sua :~CJl.le. Se isso não fosse verdadeiro, não existiria
qualquer variedade nas famílias. É O Neshamah que faz de um homem
um indivíduo. É a s,!a autoconsciência que o distingue do...g~ e da

••
"

dá-lhe um nível mais elevado de consciência, inclusive ao ponto de sa- maioria dos seus ~~!!1elhantes, os humanos, que tendem a conformár-
ber que existe; mas não o suficiente para saber que sabe. Um gato é se com as práticas e os êOsKi'mestribais (sócioanimais). O Neshamah
um animal muito inteligente, mas é cego e surdo para tudo o que se torna possível o indivíduo, por causa das suas ligações com Gevurah-

•• encontra fora do seu próprio sentido de vida. Pode ser curioso acerca
de objetos ou criaturas estranhas, mas elas não fazem parte do seu uni-
verso felino. Logo perde o interesse, até mesmo para o próprio reflexo,
Julgamento e Hesed-Misericórdia.Aquiencontramos faculdades emo-
cionais humanas; animais não possuem j].llgamento ou misericórdia .
Eles não matam os semelhantes nos conflitos devido ao Nezah e à inte-

•• e jamais volta a olhá-lo. Os gatos sonham, sem dúvida, e qualquer pes-


soa que possua um poderá atestá-lo. Um gato certamente possui um
Yesod, rosnando e gemendo para as imagens que a triade Hod-Nezah-
ligência da Natureza, que deseja a preservação das espécies. Só os ani-
mais altamente desenvolvidos, como os macacos, ou as sociedades
bem organizadas, como a das formigas, lutam entre si; e isso deve-se

•• Yesod fazem circular depois de uma má noite em companhia da máfia/ apenas, no caso dos primatas, ao início do surgimento da autocons-

.'
felina local. ciência e, no exemplo das formigas, ao fato de que a sua sociedade
O Nefesh, ou alma animal, não é de forma alguma tão inferior tem uma inteligência de massa superior à de uma formiga considerada .
como o termo implica. Tem contato direto com Tiferet, e é o estágio . individualmente. Mas essa é uma esfera a ser estudada. ~

••
superior seguinte no eixo vertical da consciência. O complexo forma- O Neshamah, ou alma, como podemos também chamá-lo, com o
do por Tiferet, Hod, Nezah, Yesod e Malkhut é um organismo altamen- centro em Tiferet, tem ainda acesso a Keter, acima. Isso Ule confere UOl
te sofisticado, com uma identidade clara, ainda que não necessaria- ponto único de referência e influxo de energia. Qualquer homem ver-

•• mente para si próprio. Um tigre é uma espécie distinta, como também /


O é uma vaca. São exemplos individualizados dessa configuração. To-
davia, um ser humano é mais do que uma espécie, porque contém a
dadeiramente em contato e centrado em Tiferet estará de fato auto-
consciente, pois quase todos os caminhos lá convergem, mesmo que
para O ser humano comum as vias superiores possam ser apenas li-

•• capacidade de desenvolver toda a Arvore. Isso é possível graças à tria-


de segúinte, Tiferet-Gevurah-Hesed, que define a autopercepção do
homem. Em hebraico isso é conhecido pela maioria dos kabbalistas
nhas potenciais de comunicação. ~
A Bíblia assinala, em Gênese 1, 2, que a tríade formada por Hokh- ,
mah-Binah-Tiferet é o Ruah, o Sopro ou o Espírito. Conectado à Tríade

•• ,
r
como Ruahc que significa 'respiração' ou 'vento'. Sem qualquer dúvida
isso refere-se a Deus soprando a vida nas narinas de Adão. Contudo, o
estudo do Texto mais antigo, a Bíblia em hebraico (Gênese 2, 7), reve-
Divina, esse triângulo inferior, com eixo na Essência, pode ser chama-
do de consciência objetiva, ou seja, a atenção para algo mais que o re-
lacionado ao self individual. Encontra-se aqui o vislumbre para a nanl-

•• la que o termo Neshamah, ou alma humana vivente, é utilizado, não


sendo porém da mesma ordem dos reinos Animal e Vegetal. Já se disse
que desde a concepção de uma criança até O seu nascimento o em-
reza do Universo. As coisas são vistas não de uma forma orientada
para O indivíduo, mas em termos cósmicos, mais abrangentes que o
self da pessoa, por mais nobre e puro que ele seja. Arraigado em Bi-

•• brião percorre todos os estágios da evolução natural. Isso de fato acon-I

78
nah-Compreensão e em Hokhmah-Sabedoria, de que outra forma a '

79


••
•• Criação poderia ser concebida? Além disso, apresenta uma interface
com a Tríade Divina de Binah, Hokhmah e Keter, Isso lhe confere um
• I'.

•• relacionamento direto com o Mundo Divino, o Universo Azilútico das

.. (-
emanações, Afirmam os kabbalistas que, COma morte, o corpo Malk-
hutiano regressa aos elementos e que Yesod logo se desvanece ao ces-
sarem os processos vegetais. O Nefesh, por sua vez, permanece en-
quanto as tnades de energia vital desintegram-se lentamente ã medida
que o corpo Se decompõe, o Neshamah ou a Alma encontra sua mora- 9



. [

,-
(o

C
da em uma região superior, e o Espírito, quando os processos purifica-
dores estão completos, volta através de Keter para o Absoluto.
A tríade mais elevada é a da Trindade Suprema. Esse é o Mundo
Divino no Homem e na Criação, Daí emanam as três forças da Trinda-
de e as seqüências fiuentes das Oitavas e dos Sefirot. Os kabbalistas fo-
ram adiante definindo as tríades centrais em dois complexos princi-
Caminho;./"
pais. O superior era conhecido como a grande ou longa Face, e se
• I~ compunha de Keter, Hokhmah, Binah e Tiferet. Nesse ponto, a face a e
•• barba de Deus atingem todo o Universo, sendo cada fio portador da.



. (
r
c-
instrução e da existência divinas. A Face inferior era composta de Tife-
ret, Hod, Nezah e Malkhut. Essa era chamada de Face ou Assembléia
menor, Aqui se encontra Adão ou a Humanidade. Entre as Faces supe-
rior e inferior estão os Sefirot Gevurah e Hesed, os Quenlbins que se
postam com suas espadas flamejantes diante dos Portões do Jardim do
Éden, onde passeia o Senhor Deus. /
possa parecer que eXls
, . d V"da é ue tudo é único, embora
A afirmação básica da Arvore a I e'ctoqs. princípios e processos
' tam multas asp,
.

uma célula nuclear dividida pelos dez .


as Emanaçoes
• D"
Ivmas"
pondo em movlmen
'I
,
deria-se dizer que a ArvOIe
envolvidos, Partindo dessa assertIVa, P;"firot através dos quais fluem
. é

to' a interação da Oitava e


ar causa dos caminhos que Jor-
r

daTrindade, Tudo ISSO.e pos~~: S~firah em um complexo ~irculató-


• 1-

••
mam as três colunas e lIgam c . inal dos fluxos, mas prOJetadO,de ,.'
rio, Encontramos aqUI O mapa. ~ng f c'onamento de toda uma se~'
tal forma que é capaz de pernutlr o un I

••
de Mundos. 'd ob'eto de muitas <l6peculações,
A origem dos caminhos tem SI o t _ de fato um sólido

.-• Alguns defendem o conC e'to de que a Arvore e, ' .. _


I S fi ot demarcando a dlYlsao
. hos entre os e Ir 1
geométrico, com os camm. Tb da Assim Hesed e Gevura 1
da zona intermediária d.a ~nra% eq~~tr: dizem q~e os Sefirot forma-
estão separados, mas nao ISOa os. s cristais surgindo de uma solu-
ram-se pr!meiramente, talvez con~~s~ntados pelos caminhos eram os

•• ção cósmIca, e que os padr~s ap nto Outros ainda afirmam que an-
raios conectares do seu. rela~lona~e aderia existir um caminho entre
tes da existência de dOISSe Irot n [o p qtle enquanto o Relâm-

•• anlbos, ..enquanto

subsidiários
d
pago DlYIno esen
°
uma o
utra esco a assevera,
I
rola-se na sua (escl
seguem, forman.
'da ziguezagueante,

do as ligações secundárias,
, I
os C3mlO lOS

etos cada um a seu modo, Mas,

•• Todos esses co?ce.lto~ ~st~~ c~rr ue;1 uma chave se perdeu, Isso
para nós, O fato maIS slgmflcatl, o q
explica R.0rque existem tantas mterpretaç e
l s diferentes a respeito dos

."• 80
81
••
••
"
I

('

••
rito sentimental, mas o reconhecimento de uma constante necessária, mum na ciência moderna, podendo-se aceitá-lo como uma experiên-
( - situada acima das flutuações do tempo e dos governos. Os Sefirot são
sempre imutáveis no exercício das suas funções. Se assim não O fos-
cia fracassada, ao lado de muitas máquinas 'voadoras' que não saíram
do solo antes das projetadas pelos irmãos Wright. Contudo, essas jor-

••
sem, o Universo Relativo entraria em colapso. Podemos encontrar uma /
00'

I nadas sem fumro à fantasia numérica não prejudicam o trabalho ge-


~ analogia paralela nos elementos constantes que formam um povoado.!" nuíno efemado pelos antigos rabinos, que obtiveram o máximo valen-
" em quaisquer lugar e época. Existem sempre os~, os ~omens e do-se de uma oportunidade única. O que se segue é um vislumbre so-
r
••
as mulheres, oS~~llles e as crianças. Cada pessoa atravessa dife- bre a pesquisa acerca desse,sistema desenvolvido nos nossos dias.
( rentes ~s ou iniciações, sejam elasJna selva ou na esquina da rua Como acontece com a arqueologia, somente algumas das fundações
de uma cidade, de modo que, ao alcançar a maturidade, ela tenha sido foram descobertas, e enquanto apenas podemos conjecmrar acerca da

••
í o garoto, o jovem, o recém-easado, o pai etc. Quase todos preenchem magnificência do palácio que permanece enterrado, resta-nos no m:;
(' um desses estágios em algum ponto das suas vidas, seja negativa, seja mento nada mais que uma ala ou um pátio para podermos trabalhar .
positivamente . O alfabeto hebraico possui valores mais que fonéticos. Tem ta -
r Os caminhos não são constantes como os Sefirot. Por sua natureza

••
bém designações numéricas, bem como significados simbólicos e cós-
(
estão sujeitos aos dois pólos dos Sefirot a que estão conectados. Tam, micos. Os valores numéricos são simples e comuns a muitos idiomas
bém levam carga negativa, positiva ou neutra, e adquirem o caráter re- antigos que careciam de um sistema numérico separado. O hebraico é
r
querido pelas tríades de que participam. São iguais aos camaleões,

•• muito mais penetrante, dispondo de uma metafisica inteira de núme-


I

(' mas com uma coloração definida, capazes apenas de assumir um de- ros associados e famílias de palavras. Todavia, essa não é a nossa área ~
terminado leque de variações. Isso se deve, Como a palavra 'subjetivo' de esmdo, e devemos deixá-la para aqueles que estão familiarizados
"
implica, ao fato de que eles não são os donos de uma situação. ~

•• i " Muitas tentativas foram feitas para sintetizar as variedades cobertas


por cada caminho, e o sistema que veremos a seguir pode ser o mais
antigo. Suponhamos, deixando fluir a especulação, que a língua he-
com esse vasto labirinto de significados que pode-se e.'(trair de uma sé-
rie de códigos tão versátil. Se observarmos a Árvore, notaremos que
além da numeração seqüencial apresentada anteriormente, cada cami-

••
nho tem uma letra do alfabeto hebraico a ele assinalada, perfazendo
braica foi reformulada enquanto os judeus estiveram prisioneiros na 22. Cada uma dessas letras tem uma correspondência numérica, q~: /
Babilõnia, no século VI a.C. Isso foi possível porque o hebraico há aumenta à medida que se aproximan de Malkhut. Aqui situa-se un~
muito já não era um idioma principal, mas poderia voltar a sê-lo, se-

••• gundo se esperava, quando os exilados retornassem à Palestina. Muito .


trabalho foi feito, semelhante aos esforços realizados pelos sionistas
dos séculos XIX e XX, que trouxeram o hebraico para o mundo mo-
outra área pe esmdo, por seu próprio direito. '
De maior interesse inteligível para nós são os significados das raí-
zes ou das imagens formadas pelas letras. Até por volta do século VIII

••
da era cristã, o hebraico não possuía vogais escritas, tle modo que
derno, depois de haverem acrescido novas palavras absorvidas de ou- ./ , muitos significados poderiam estar relacionados a uma simples pala-
tros idiomas contemporâneos. Na Babilônia o problema era outro. A vra de três letras. O nome Hod é um bom exemplo, como uma rápida
solução que se buscava (independentemente de quem estivesse por

•• trás desse movimento) era mais do que redesenhar os pictogramas he-


braicos, transformando-os em letras sírias., Ao que parece, tentavam
reestrumrar a raiz vigente da língua, para que ela pudesse agir como
consulta em um dicionário bilíngüe que inclua o hebraico pode mos-
trar. A partir dessa palavra-raiz comum, obtemos 'esplendor' e 'rever-
berar'. Uma pequena observação prática revelará que o tímlo desse se/'

•• um sistema dentro de um sistema, como o faz a álgebra dentro do cor-


po da matemática, mas de fornla a aplicá-la aos cinco livros de Moisés .J
â Torá e à Árvore da Vida. A partir daí, aconteceram muitas descober~
firah não é uma descrição va~a, mas uma definiçâo precisa sobre os ní-
veis elementar e de ação da Arvore da Vida.
Examinando as letras e a raiz de seus significados, percebemos

••
que há outra maneira de visualizar os caminhos, Assim, Aleph, no ca-
tas, algumas das quais baseadas na numerologia:, que se constimía em minho Kercr-Hokhmah, quer dizer 'criar milhares', ou ldomesticar e ci~
uma chave muito profunda para a filosofia e a estrutura verbal do Anti- -"i!~~; por sua vez, Beth, segundo um outro siStema 'seqüencial no ca-
;j
go Testamento,.levando n,1Uitosi~ve~tigadores a se tornarem tão ena-;

•• t, minho Hokhmah-Binah, significa 'uma casa, uma tribo, um instrumen-


morados dos numeros e do seu slgmficado que terminaram enganan- to'. Através desse método os carófnhõSdà'Ái:Yõ~e se desenvolvem
do a si mesmos e a muitos outros. Esse também é um fenômeno co- ainda mais, o que o difere dos outros, visto que completa as tríades en-

••
.I

I.
L-:,
84
85
••
••
•• quanto o Relãmpago-.?e desenvolve, em vez de preenchê-las posterior- tência. Esse é um caminho duro, sombrio, mas que dese7lVolve força e
mente. As imagens das letras descem pela Árvore, e cada símbolo é resistência. Aqui encontramos ainda uma outra chave para a natureza
uma chave para um caminho específico. Dessa forma, AyinJ no carnt- do caminho, embora a linguagem dos planetas e do zodíaco possa não

•• n~o entre Hpd e_Liferet, significa ',?l~q~ ou 'e~, ~Q:!r', apro- ser das mais atuais. Isso provoca muitas dificuldades para aqueles que
pnado a Hod olhando para Tiferet, no sentido da mente lógica comum estudam a Árvore da Vida, pois os séculos de trabalho, à sua época
conferindo com a sua Natureza Essencial; ou seja, o representante de vivo e palpitante, hoje servem apenas para obscurecer a visãQ.. As

•• Mercúrio, o Deus da Informação e da Comunicação, dirigindo-se a idéias e os símbolos muitas vezes fazem sobreviver sua utilidade. Se
Apolo, o Deus da Verdade e da Iluminação. Essa maneira de definir os eles forem verdadeíros arquétipos, reaparecem então sob uma outra
diferentes caminhos é muito valiosa, .e existem motivos para acreditar, forma, como a eterna Vênus de cada geração, revelando-se com toda a /

•• de acordo com investigações atuais, que toda uma cidade filosófica clareza, apesar das eventuais mudanças de aspecto. ,.../'
está prestes a ser desenterrada a partir das raízes da Árvore e da base Um terceiro sistema relacionado à Árvore e aos caminhos, e que
proporcionada pelo idioma hebraico. Por exemplo, uma maneira de merece ser examinado (apesar de obscurecido não tanto pelo tempo,
mas pela superstição), é o do baralho de tarô. Trata-se de uma coleção

••
ler os caminhos baseando-nos nesse sistema de Iiteração tem provoca-
do alguns Insights interessantes. A tríade Nezah-Malkhut-Hod e suas de cartas surgida pela primeira vez na !dade @a. Hoje resta apenas
a
letras respectivas Shin, Nun e Tov formam raiz de 'ciclos dia ano e o pacote anêmico dos arca nos menores, sob a forma de cartas comuns
e diversas outras versões, muito bonitas mas provavelmente incomply

•• J0110' etc. A tríade Hod-Nezah-Yesod forma, com suasletrã; Nu~,Koof


e Peh, a raiz das palavras 'andar em círculo', Hod-Nezah- Tiferet e as le-
tras dos seus caminhos formam a raiz de 'fechar na posição', 'estar cal-
tas, dos arca nos maiores.
O tempo, a remodelação dos esquemas, os modismos e homens
que incorporaram suas próprias idéias às cartas contribuiram para le-

•."
cado'. As letras da tríade Gevurah-Hesed-Tiferet compõem Zayin,
Caph e Heh, que são as raízes de 'purificação', ou 'limpar', em todos os gar-nos tão somente uma imagem fragmentada do que as figuras repre-
sentidos. Binah-Hokhmah-Tiferet e suas letras Yod, Tet e Beth, dão a sentavam. Como um sistema, o taro ê impressionante pclo seu simbo-
lismo grãfico, mas falta alguma coisa. Entretanto, temos razões para es-

•• raiz para 'tornar fértil, aperfeiçoar'. A última tríade Keter-Hokhmah-Bi-


nah, que nos dá as letras Gimel, Beth e Aleph, significa 'reservatório de
água', ou 'sistema subterrãneo'.-4 propósito, Adão deriva de Keter
.
pecular que a Árvore da Vida é o ponto de referencia necessário à sua/
complementação. A seguir enumeramos algumas possíveis chaves. /
Os arca nos menores compõem-se de quatro séries ou naipes, cada

••
Hokhmah e Hesed, cujas letras querem dizer 'sangue yjyo', 'vermelho:
e 'homem'. As letras da tríade Nezah-MalkhufeMàlkhut:Hod, formanl um fOffilado de dez números, começando com o Ás. Se entendermos
Seth, o filho de Adão - que também significa 'a base' ou 'o fundo'. Fi- os quatro naipes como diagramas dos quatro Mundos ou Universos,
temos o Ouros ou Pentáculos para Asiyyah, Corações ~u Copas para

•• nalmente, as "letras dos caminhos de Hod-Gevurah, Gevurah-Binah e


Binah-Keter, dão forma a Samech, Vav e Gimel, cujo significado é 're-
tornar à fonte', completando assim todo o círculo. Além de serem de
Yezirah, Espadas ou Lanças para Beriah, e Paus ou Bastões para O
Mundo Azilútico. Temos aqui outra vez Terra, Água, Ar e J:9gQ. Além

••
grande interesse acadêmico avançado, essas palavras e letras radicula- disso, nas quatro/cartas reais existentes em cada naipe, encontramos
res proporcionam um illSlght da infra-estrutura detalhada da Árvore a . os quatro níveis compreendidos dentro de cada série-mundo da Árvo-
ser explorada. /' re. Desse modo, o Pajem de Paus é o nível Asiyyático no Mundo Azi-
lútico, e assim sucessivamente, enquanto o Cavaleiro de Espadas re-

••
Uma outra faceta do alfabeto hebraico são as designações planetá-
rias, zodiacais e elementares encontradas no antigo Livro da Forma- presenta o nível Yezirático no mundo da Criação. Assim também
ção. Nessa primitiva obra kabbalística, as letras, quando dispostas na acontece com a Rainha e o Rei, ambos indicando os níveis Beriático e

••
segunda seqüência, também descrevem, de acordo com a letra e sua Azilútico em seus respectivos naipes. A analogia com a Álvore kabba-
correspondência, a natureza dos caminhos. Assim, O caminho'entre Iística é indicada ainda mais se considerarnlos a série de dez cal1as. Al-
Malkhut e Yesod, cuja letra é Resh, é o caminho de Saturno, uma subi •. gumas escolas vêem cada número como correspondente a um Sefirah/
de maneira que o Ás de Copas é O Keter do Mundo Yezirãtico - efeti-

••
da longa e árdua, em tennos humanos, através do mundo material das
formas. Temos aqui uma inteligência terrena, a experiência criadora vamente um reino aquoso de fOffilas cambiantes - e o Seis de Paus o
de paciência, vendo o Universo por trãs da superflcie e:Kteriorda exis- Tiferet do Reino Azilútico. Outros, indo mais além, asseguram que a .

•• 86 87
••
••
••
correspondência é ainda mais sutil, mesmo que os Sefirot não se fixem
tão facilmente. Afinnam que cada carta representa uma tríade naquele
naipe ou mundo particular. Assim, o Seis de Ouros é a tríade fonnada
por Tiferet, Gevurah e Hesed do Mundo Asiyyático, enquanto o Dez

•• I

r
(-
,
de Paus é o pivô da tríade Malkhut-Yesod-Hod no Mundo Azilútico .
Essa é uma r:>atriz complexa, mas fornece uma configuração mai~
completa da Arvore.

•• , ('
~ Os arcanos maiores compõem-se de 22 cartas desenhadas, tam-
bém especificamente numeradas, tendo letras hebràicas nelas inscri.
tas; todavia isso pode ter ocorrido antes ou depois da Idade Média. As

•• (
("
Imagens são muito estranhas e evocativas, e qualquer um que as ma-
nuseie pode ver o quão fácil seria introduzir-se uma ilusão intencional
ou deliberada. Olhando as cartas mais atentamente, torna-se aparente

•• ,-,
1-
que cada uma descreve uma condição ou uma série de leis em ação,
um princípio ou uma afirmação direta. Seja no que se refere ao proble-
ma das mentiras, como o define o arcano 15 - o Demônio ou o Mago /

•• I
(
~. Negro -, ou ao assunto das leis do destino, como mostrado no arcano
10 - a Roda da Fortuna -, nunca poderemos estar seguros, por causa
da narurezasubjetiva das nossas próprias mentes Hodianas. Esse exer-

•• cício deve ser deixado de lado até que tenhamos encontrado a chave
para seguir esse método particular - que para os extremamente ima-
ginativos e crédulos espirituais somente leva a intrigantes e fascinantes

•• becos sem saida. Aqui veremos as cartas em termos da Árvore para


ilustrar o quanto é preciso ser cuidadoso quando se especula um 'mate-
rial antigo. /
,
•• Existem vários sistemas através dos quais os ~ arcanos maiores do
tarq podem ser colocados sobre os caminhos da Arvore. Embora seja
possível obter um certo ganho com um esrudo desse tipo, o simples

•• I
_.
fato de que versões independentes e extremamente inteligentes te-
nham sido postas sobre os caminhos faz com que toda a operação pa-
reça suspeita. Isso, conrudo, não invalida os efeitos dos dois exemplos

••• í
í ilustrados, mostrando apenas o quão subjetivos são os caminhos, ra•
zão pela qual aconselho ao estudante de Kabbalah que examine e
aprenda da Álvore em si e nos seus próprios termos, bem como em /
palavras e imagens do seu próprio tempo. -..--/
í

•• í
Já se disse que o baralho de tarô era um instrumento filosófico que,
uma vez disposto em celtas formas, poderia responder a todas as per-
guntas acerca da narureza do mundo, do homem ou mesmo de Deus .

•• Chegamos agora a um ponto de nosso esrudo em que podemos notar


que a Álvore da Vida é possivelmente um instrumento similar. Temos
aqui um soberbo marco de referência, cósmico em sua escala, divino / Tarô: pois sistemas

•• \ em sua argumentação. Podemos usá-lo, como o têm feito os homens

88


•• (
('

•• r-
(
através dos tempos, para obseIVar os nossos próprios tempos, ver em
termos do eterno o mundo efêmero. A Árvore da Vida é talvez uma das j

••
('
invenções mais sutis do nosso mundo moderno, apesar da sua idade
( avançada, e chego a pensar que aqueles que a projetaram sentiriam-se
honrados se o título 'Máquina Filosófica' fosse substituído por 'Compu- /

•• (
(-
r-
tador Cósmico'. /
10

•• (
Prática /

•• í
(~

í
••('
(-

••
í
(-
Até aqui completamos'nosso breve ~tudo teórico sobre a Árvore
. da Vida. Há muito mais a aprender acerca da sua natureza e mecanis-
mo, mas' isso somente poderá ocorrer com o tempo e a experiência. A

•• (-

('
aplicação prática da Arvore é de suma importância, pois enquanto
aprendemos por meio de Hod, devemos equilibrá-lo com Nezah. Des-
sa forma, ambas as colunas da Árvore são acionadas, centraliz.1das e

••í
r-
observadas pelo pilar central.
A Árvore da Vi~a é uma ferramenta e uma técnica que pode ser uti-
lizada de diversas maneiras, variando da obtençâo de um completo

•• r
(,
desenvolvimento pessoal até o exame de um corpo relativamente
mundano, como o Parlamento. A partir desse esquema podem ser pla-
nejadas diversas disciplinas psicológicas e fisicas. Obtendo-se conhe-

••
í
r-
cimento e domínio dos diferentes aspectos da Árvore, ê possível a
aquisição de poderes extraordinários, bem como a abertura de.percep-

."•
ções para novos mundos. Tais práticas, contudo, exigem o acompa-
nhamento de um mestre hábil e confiável que, mesmo possuindo \Im
r: calibre espiritual incomum, seja também completamente normal nos
r- seus relacionamentos mundanos. Um instrutor talentoso mas pouco

••(.

,r
prático é não somente inútil como também perigoso. Não se escalan; /
montanhas com um guia que seja apenas parcialmente equilibrado.
Em um livro como este, qualquer tentativa de mostrar a Árvore em
/

(••
~
I
operação deve ser modesta. Aqui podemos tão-somente valer-nos do
pálido reflexo das palavras para ilustrar seu potencial. Portanto, nessa
seção final, observaremos os vários organismos e fenômenos comple-.

••(

90
(
• 91
••
••
•• I
tos para ver como o nosso microscópio cósmico é capaz de lançar luz/
sobre qualquer coisa colocada na lâmina de Tiferet .
Em primeiro lugar devemos estabelecer as regras do que se pode

•• í examinar. O pré-requisito é que seja completo, isto é, uma entidade in-


teira e não parte de uma unidade. O coração, por exemplo, não é um
(
objeto dessa natureza, mesmo sendo grande e importante, mas apenas

•• í um ponto central em um dos muitos ciclos do corpo. Nem o corpo é


completo. Com a morte, as forças vitais desaparecem e o corpo pára
11
í
de funcionar, desintegrando-se rapidamente de volta aos seus elemen-
í
••
tos. Só um homem vivo é completo. ~,yrecisamos lembrar que ~
~quilo que enxergamos caminhando pelas ruase~part1- Exercício
~a-visível e mOmentânea-a~'!'!..Y!.,!a. P_regQ. exist5_todo o seJ!.ea~-
r sall~l5em Como suas experiências, estãàãli presenteS, ROrém./

•• í
Ii1viSíVeJS,além,de],:!;I.1Rliut._ -. - --- --
Para examinar qualquer assunto devemos definir primeiramente
de que se trata, identificar a sua essência. Assim, se consideramos um
/

••í.
r
homem, ele é o que existe de peculiarmente seu, que o acompanha
desde o ventre materno até a sepultura. Uma vez identificado esse nú-
cleo, podemos colocá-lo sobre o Sefirah Tiferet, que é o foco principal
Qualquer pessoa que tl:nha lido este livro até aqui e deseje saber
mais deve compreender que a palavra Kabbalah significa 'receber'. En-

•• r
í
do nosso instrumento cósmico. A partir dessa imagem clara, podemos
determinar os demais aspectos nos seus respectivos Sefirot. Tendo
apresentado o campo visual, tornam-se aparentes os relacionamentos
tretanto, .existem quatro maneiras distintas de entender a mesma co-
municação. Trata-se da mística, da metafísica, da alegórica e da IJteral.
Encontramos aqui os quatro mundos e suas respectivas chaves. Para

•• r(' entre as diversas partes do todo. O Relâmpago descreve de que modo


se forma o objeto; as tríades centrais, os vários níveis internosj e as tría-
des laterais revelam as diferentes funções interagentes. Já os caminhos
que se possa efemar a abertura de portas, sugiro um exercicio que é si-
multaneamente uma iniciação. Talvez com ele se possa colocar as COI-/
sas em um contexto pessoal.

•• e mostram detalhadamente O intercâmbio COmas alterações de équilí-


brio. Esse estudo evenmalmente indicará uma falha e a forma de reme-
Encontre um lugar tranqüilo e sente-se confortavelmente, com a
coluna reta .


••
diá-la. As conclusões resultantes de uma sessão com a lente dessa ex- Isso é Malkhut.
(' traordinária ferramenta cósmica deverão mudar definitivamente a vi-
Ponha as mãos sobre os joelhos e feche os olhos.
são do observador acerca do objeto, tendo em vista o fato curioso de /
í

••
que, uma vez tendo visto coisas mundanas de forma tão profunda Isso é Hod .
í nada volta a parecer trivial como antes. r Sinta o pulso e a respiração .
Começaremos a série de exames observando o sistema parlamen-

••
tar, por se tratar de um padrão humano facilmente identificável. Acom- Isso é Nezah .
í panhando cada Árvore haverá um comentário, breve mas suficiente
Observe as imagens que passam incessantemente diante do seu
(. para mostrar um método de trabalho. Esmdos posteriores tratarão do
exame de aco!,tecimentos e de fenômenos destinados a demonstrar V. olho mental.

•• aplicação da Arvore em Outras áreas. Finalmente consideraremos no-


vamente o homem, conscientes de que somos nós mesmos uma Árvo-
re, um instrumento vívido, por nossos próprios méritos. '. . .
Isso é Yesod. I

Centre sua atenção mais adiante do cenário exterior e dos quadros

•• (
'~
, e sensações interiores, e focalize-se naquela sua parte que observa
mdo o que acontece .

I

• •
(

r-'
92
93

~
•.' í
r~'
•• (

•• í
('
Isso é Tiferec.
T~mos aqui a Face inferior do homem Natural. Acima, na sua pró-
pria Arvore da Vida, está a Face superior, ou o homem Sobrenatural.

••
1-
Quando estiver tranqüilo e descansado, com a alma voltada para o
í_. espírito, poderá tornar'se uno consigo mesmo. Nesse momento, você /'
estará pronto para 'receber'. ,/

•• I

í Pratique isso pelo menos uma vez por dia .


12

••
(-

í
Parlamento /

•• (
(

•• í
A idéia de um parlame~1O é muito antiga. Cada tribo primitiva, em

••(

(
qualquer lugar e época do planeta, teve seu chefe, seus anciões e leis
destinadas ao bem geral daquela comunidade. Examinando nossos
modernos sistemas parlamemares, desde que não sejam completa-

••('

í
mente totalitários - e até mesmo esses possuem uma oposição Gevú-
rica oculta -, vemos como a Árvore governamental funciona de acor-
do com os principios cósmicos, mesmo que ãs vezes de forma incons-

•• -
í
ciente .
Keter, a Coroa, pode ser muitas coisas nesse estudo. Além de ocu-
par a posição suprema, pode ser a própria civilização - da qual uma

••
I
nação é uma subcultura -, com o seu ideal cristão ou ~udista, ou até
( uma utopia fisica de comunismo. Tanto o céu espiritual quanto o ma-
( terial indicam uma direção, um reino superior para aquela nação. Ke-

••
('

('
ter pode ser a própria Húmanidade, a Unidade de todos os homens
mediante os quais a nação estará ligada por um laço comum. Tal traço
de união poderia estar confinado aos atuais habitantes da Terra, aOS
(-

,"•• seus ancestrais ou à sua descendência futura. De qualquer modo, Ke-


ter é de grande importãncia, com as emanações criativas fluindo de ge-
. ração a geração até se tornarem manifestas, como uma dinãmica em

•.'
I

(
."
Hokhmah .
Em Hokhmah encontra-se o espíritO de um povo. Vemos, através
de longos períodos da História, como as comunidades nacionais con,

••
. tam com características distintas, assim como as pessoas. Um povo,
por exemplo, é formado de inventores, outro de guerreiros, enquanto.
( ainda outro possui tendências religiosas. Todas as nações contêm as

••
(
94 95 .:
••
••
•• mesmas qualidades humanas, mas um ou diversos traços são domi-
nantes na sua história, embora de tempos em tempos essas tendências
se acenruem ou esmaeçam. Qs ingleses, exemplificando, dispõem de

•• uma aptidão marcante para a invenção e os descobriméntos. Não é


sem motivo que a Revolução Industrial teve a sua origem na Ii1glaterra,
onde os elementos Malkhutianos do carvão e do ferro foram explora-

•• dos por esse povo prático. Çh..judeus, por exemplo, provavelmente


devido ã sua antiga literatura, são possuidores de certas ~des
feIectuais, utilizadas não somente no comércio, mas nas universidades,
i[l-

•• iiã"i1iàllcína e no governo. Uma nação de errantes, eles foram e ainda


são encontrados freqüentemente exercendo funções de conselheiros,
porém ll\1Ilc:LComolíderes nos países que os acolhem. Os escoceses,

•• outro povo disperso, são imeligentes, inflexíveis e sérios, com um ta-


lento particular para o pioneirismo, enquanto os seus companheiros
celtas, os irlandeses, igualmente rudes, são mais brigões e faladores .

•• A imagem nacional de um povo, apesar de às vezes constituir uma


caricatura distorcida, encontra suas raízes no espírito da nação. Esse
espírito é mais poderoso do que geralmente se pensa, fazendo com

•• que um inglês não apenas se torne mais inglês quando se enconrra no


exterior, mas que qualquer um possa reconhecer a força de sua cultura
onde quer que ele se encontre, seja na Índia ou na América do Norte./

•• . Rei Arthur, Sir Francis Drake, Wellington; todos incorporaram o espíri-


I

to da Inglaterra em suas épocas, e Churchill valeu-se desse mesmo es-


pírito em 1940, utilizando o seu poder para reforçar a imagem do britâ-

•• ~
nico valente. Isso atualmente pode ser considerado um pensamento
fora de moda, mas coloque qualquer povo sob pressão e o HOkhmah/'
daquela nação falará com uma voz poderosa. <'

•• I
O Binah nessa Árvore é a formulação do caráter e «as necessida-
des tribais em uma série de regras sociais ou costumes. Em uma socie-
dade sofisticada transfonna-se em Constituição. No caso da Inglaterra,

•• que tem mil anos de desenvolvimento contínuo iniciado coma inva-


são relativamente primitiva liderada por Guilherme, o Conquistador
(1066), o processo nunca chegou a ser estabclecido, enquanto cm um

•• I
momento histórico e cm époC'" comparativamente mais recente ãquela
a Constituição americana foi redigida, embora ainda continue sendo
alterada. Tanto a Constituição escrita quanto a não-escrita executam a

••
mesma função. Situadas no topo do lado passivo da Árvorc, elas dão
forma às poderosas energias nacionais. Sem a lei, a anarquia se instala-
ria e a comunidade como um todo sofreria. Por conseguinte, a opera-.....-----

•• Parlamento
ção de Binah é vital para o bem comum. /
Em uma tribo primitiva, esse Sefirah pode ser a fOl1namais incipien-
te c supersticiosa de repressão, mas servirá para rcsguardá-Ia e guiá-la

•• 97
•••
••
•• através das dificuldades internas e externas, embora possa ser aprimo-
rada sempre que a comunidade progredir. Os homens lutarão e morre-
rão para defender Binah, ainda que nada saibam acerca dos propósi/
Daat é a mística da realeza, a aura peculiar que cerca um presiden-
te, As pessoas sabem que ali existe um ser humano, mas sentem a pre-
sença de algo mais próximo do Divino do que elas próprias. O presi-

•• tos existentes por trás de um princípio geral. A Carta Magna inglesa,


mesmo sem qualquer beneficio particular para os membros da Comu-
nidade Britânica, vem sendo mantida pelos ingleses como um símbolo
dente e a rainha ocupam uma posição possuidora de magia. Quem /
quer que use o manto de chefe de Estado tem de parecer perfeito,
mesmo que não o seja de fato. O invisível toma-se visível na corporifi-

•• dos seus direitos há 700 anos, Nela, eles reconhecem a declaração es-
crita de que os cidadãos encontram-se sob a proteção da lei. Eis aqui a
qualidade repressiva, porém benéfica, de Binah, pois ao mesmo tem- I
cação de tal pessoa. Eles desaparecem, enquanto indivíduos da mes-
ma forma que um homem em desenvolvimento espirilUal atinge esse
ponto em si mesmo, dissolvendo-se em Keter. Essa é a característica de -

•• po que estabelece deveres, assegura privilégios, como vemos em uma/


frase da Declaração de Independência americana: "Afirmamos essas
verdades por serem autQ-evidentes, que todos os homens foram cria-
Daa!.
Hesedestá presente na Câmara alta de qualquer parlamento. Na
Inglaterra é a Câmara dos Lordes, nos Estados Unidos, o Senado. Mes-

•• I
~'
dos iguais", Aqui está o sonho - e o pesadelo - americano. Essa é a
escala de Binah. Colocada em oposição a Hokhmah, diz respeito ao~/
grandes princípios, não a regras menores .
I
,
mo naqueles países que adotam o sistema unicameral, existe uma cor-
te superior, através da qual os projetos devem tramitar antes de se
transformarem em leis. São os anciões da tribo, os conselheiros que,

•• Seguindo o Relâmpago Cruzamos o invisível Sefirah de Daat. Essa


posição cstá ocupada pelo chefe de Estado, situado teoricamente acima
da lei ordinária. Na Inglaterra o soberano detém a posição de monarca
por serem homens de valor e experiência comprovados, precisam tes-
tarpara ver se a Câmara baixa está agindo de acordo com o interess~
da comunidade. Devido à'sua posição na Árvore, eles têm acesso a

•• -, constitucional, semelhante a um presidente coroado, Sendo baseado


em costumes antigos, sua raiz é evidcntc. A monarquia posiciona-se no
eixo principal da Árvore, estando ligada vertical e diretamente com o
Hokhmah, o espírito da nação, e embora não redijam as leis, deles es-
.pera-se que incorporem o caráter do seu país como vigilantes e modi-
fiquem a Icgislação injusta ou apoiem a oportuna. Trata-se freqüente-

•• parlamento e, conseqüentemente, com o povo: Na sua qualidade de


governante, Daat em princípio é o proprietário do solo (representado
por Malkhut) dado por Deus (manifestado por Keter) ao povo Cidentjfi-
mcnte de homens mais velhos, que já terão ultrapassado os zênites das
suas ambiçàcs políticas, tornando-se, por conseguinte, menos tendcn-
ciosos e mais generosos. Na Inglaterra essa é a cOlte mais elevada do

•• cado por Yesod). Sendo Tiferetliteralmente o ponto de encontro da Ar-/


vore, é também o parlamento. O Trono possui, de fato, direitos divinos,
mas não do modo preconizado por Charles Stuart. Seu dever consistia
país, embora esteja simada ainda sob a autoridade do Trono. Encon-
tram-se ali homens e mulheres provenientes de diversos tipos de vida.
Originariamente existiam apenas os Lordes Espirituais e Temporais .

•• em proteger o povo dos maus governantes, mas não tomar o poder e a


riqueza nacionais para si próprio, como o fez Luís XIV.Ambos os ~
narcas geraram revoluçàcs .
Depois as categorias foram-se ampliando, existindo hoft, sindicalistas,
juízes, magnatas industriais e até mesmo atores e escritores. Nesse
país, que é talvez o mais politicamente amadurecido do mundo, arce-

•• Na Inglaterra um projeto s6 se transforma em lei após consenti-


mento real, estando a Coroa teoricamente em contato direto com Ke-/
ter, relacionado à Vontade Divina. Eis porque na Inglaterra os gover-
bispos discutcm questões morais com jornalistas em pé de igualdade,
estando ambos conscientes de que na Câmara dos Lordes cles são os
prudentes guardiões da Constimição inglesa nâo-escrita. A característi, .
L

••(
nos caem e o Parlamento continua. A Coroa, corporificada neste ou
naquele soberano, estava, como na China e no Japão de antigamente,
conectada ao Céu. Isso lhe dava a prerrogativa real da misericórdia e
ca da Câmara alta é a grandeza e todos os atributos de Hesed. Até na
Uniâo Soviética esse Sefirah era reconhecido, c o povo sente ,instinn,'va- /
mente a necessidade da existência de uma corte superior, mesmo em/
, !

••
muitos outros privilégios tradicionalmente outorgados aos chefes de um Estado de partido único. '
Estado. Um pálido resíduo do que afirmamos ainda se pode observar A Câmara baixa no sistema britânico é a Câmara dos Comuns. Isso
nas cerimônias de coroação, inaugurações ou grandes acontecimentos demonstra bem claramante a natureza de Gevurah. É um lugar de con-

•• oficiais. Qualquer pessoa que tenha assistido aos funcrais do presiden-


te Kennedy estava presenciando mais do que o simples sepultamen~
do bisneto de um imigrante irlandês. .
, tenção - o que mais poderia scr, em um sistema que abriga dois ou
mais partidos? Com efeito, os ingleses pagam a um membro do Parla- .
mento para ser o líder da oposição, e a função consiste em testar a po-

•• 98
99 ~,
. :1
••
•• , .
"

••
mico o Parlamento é um objeto que não se constitui aPenas do Palá-
lítica governamental, procurar qualquer brecha na sua armadura, eli-
cio d'e Westminster ou das pessoas ali presentes. Nem é formado dos
minar as partes inúteis de um projeto de lei e esmagar q~alquer cOlsa(
costumes tradicionais ou dos uniformes; nem mesmo é o livro da
considerada injusta pela oposição, enquanto que ao partido eventual-
Constituição ou os partidos políticos. É tudo isso, isolada e conjunta-

•• r- I
mente no poder compete defender as suas propostas. Esse é,o Sefirah
de Marte, Encontra-se aqui a emoção comum exteriorizada de um ho-
mem. É o Sim e o Não, os julgamentos mundanos, as tributações, o
mente. Sua qualidade caminha em paralelo com o significado própno
do governo para que ele brilhe como o Sol - reluzente ou opac,? so-
bre todo o país, trazendo benefícios ou prejuízos, dependendo da Inte- ~'

•• ('
ponto de decisão com o qual cada cláusula discutida cruza os umbrais,/
da Câmara. Existe inclusive um protocolo semimilitar na maioria dos
Parlamentos, regras de debates, para que assim os conflitos verbais /
Iigência do seu eleitorado. ~
Nezah constitui todos os órgãos do governo. Na Inglaterra eles são
os departamentos e ministérios, bem como os serviços e todas aquelas
_

••
(~
não se transformem em tumulto. Discussões mais acaloradas são noti-
(, ciadas pela imprensa, tendo o governo vencido ou sido derrotado. J: organizações destinadas a pôr o país em funcionamento. Geraln;el:te,
como no caso dos arrecadadores de impostos, a sua função é clcllca,
atmosfera torna'se ãs vezes extremamente exaltada, e em alguns pal-
r
•• cr ses mais imaturos voam mesas e cadeiras através do plenário. Na In- coincidindo freqüentemente com as estações do ano. A Cãmara de co-/'
mércio e os Ministérios da Agricultura e da Pesca são bens exemplos.
glaterra existe até mesmo um bedel com poderes para expulsar do re-/, ,
Alguns departamentos podem estar relacionados ao poder, enqu~nto
cinto qualquer pessoa mais exaltada, seja ela.um parlamentar ou me,?..!
outros administram as indústrias estatais de carvão e aço. Outros amda

•• ,
,r
(
bro do público. Isso é Gevurah, mas mantIdo sob controle; ou sela,
submetido à influência direta de Binah, acima. Quando está subordi-
nada a regulamentos, a Câmara baixa funciona bem, sempre atendo-se
dirigem o sistema ferroviário nacional, havendo um ministério enca~-
regado de cuidar do meio ambiente e da poluição. Todas essas são all-
vidades Nezáicas, o processo involuntário -requerido para manter um

•• r
,--
à Constituição e controlada pela Câmara alta, situada no lado oposto,
em Hesed. É aqui que as leis são esmiuça das e detalhadas, tanto no
plenário Como nas comissões técnicas. Contudo, enquanto os comuns
corpo vivo ou uma economia saudável. Aí estão incluídos os servlç~s
de defesa, os quais, igualmente aos glÓbulos brancos do sang~e, desti-
nam-se a proteger o organismo nacional de qualquer mvasao. Todo

•• (-

! •
~.
ou os congressistas podem determinar qu~1a política a ser seguida, esy
tão, mesmo assim, sujeitos ao restante da Arvore.
Tiferet é o Parlamento. É toda a pompa e aparato, a autoridade e o
país que permite o enfraquecimento das suas defesas, a menos que
possua um poderoso aliado, logo será desintegrado e abSOlVido por
outro. A História está cheia desses casos: o Impéno Romano entrou

••(
-,
poder do país vistos no seu edifício parlamentar, situado rio centro. da
capital. Aqui reside o foco do poder político para governar a máquma
estatal. Com a sua arquitetura freqüentemente impressionante, deve
realmente em colapso por causa da corrupção interna - ou doença ..A
vitalidade de um país depende da sua riqueza e do seu vIgor, ou sela,
de uma sub-Árvore da Vida que supra a sua carência ~e recursos. O

••,r
('
ser visto em funcionamento. Além dos costumes cotidianos revelado-
res da sua autoridade - tais como o da Câmara dos Comuns, cujos tra-
balhos só podem ser iniciados após a introdução da Clava, <5símbolo
. poder acima da riqueza e das pessoas outorga ao Ministério das Rela-
ções Exteriores Ou ao Departamepto de Estado,sua ~utondade e_su~
força militar em relação ao mu.n~o exterior. NI~guem dá atençao :.----'

•• -.
(-
("
do parlamento, no recinto do plenário, ensejando o soberano a inau-
gurar cada sessão legislativa -, há a viagem da rainha em uma carrua-
gem, rodeada pela cavalaria de honra, que não se trata de uma parada
causa de um país pobre, por maIs Justa que ela sela.
Nezah é a máquina governamental, as operações interdepartamen-
/'

tais. A Previdência Social efetua os seus pagamentos, não importando

•• .-
:
I
destinada aos turistas. Seu curto trajeto do Palácio de Buckingham até
Westminster é parte da atividade Tiferética da Beleza~ Situada no meio
da coluna central, no ponto de muitas intersecções, a abertura do Par-
o partido que esteja no governo. Os Correios, a não ser que esteja.m
em greve, mantêm - igualmente à rádio estatal - funcionando,? SIS-
tema nervoso da nação. A entrega diária das contas de luz e gás, licen-

••
lamento encontra o edifício repleto de lordes e parlamentares, visitan-
tes ilustres e muitas outras pessoas, honradas pelo privilégio de alí se / ças e outras dúzias de serviços públicos são como os elos d~ uma ca/
deia nacional Nezáica de ciclos, vitais para o bem-estar do PaIs .
,.- encontrarenl, Tais ocasiões reúnem ,toda a Árvore do governo britâni-
Hod, na Árvore governamental, é o serviço civil. São os coletores

••• co, com o Soberano sentado ao trono representativo da presença da li- /


nha histól'ica contínua, manifestada naquele momento. Tiferçt é, no
Relâmpago ou na Oitava, a Coisa em si. Sob o nosso microscópIO cós- J
mercuriais de dados, uma miríade de formas emitidas e recolhIdas
para acumular uma grande quantidade de informações, variando des- .

•• 100 101
' .•
••
••
de os rendimentos de uma pessoa até um recenseamento completo Yesod é o povo. Semelhante à sua contra parte planetária, ele é
abrangendo toda a comunidade. O material colhido nessa ampla rede/ como a Lua. De natureza forte, ele muda de tempos em tempos, às ve-
é armazenado, pelo menos durante um ano, até que se desatualize. zes refletindo, às vezes reagindo a circunstâncias, sejam elas locais ou
.-

•• Aqui estão os grandes bancos de arquivos da previdência social, como internacionais. O povo, nessa escala, é igual ao mar, que com as suas
também os assuntos sanitários, legais e financeiros. Com o computa- / marés instala ou derruba governos, deixando atrás de si a terra seca, ~.
dor governamental, o elemento Hodiano está completo . na metade do caminho que se pensava ter um bom termo. ~
~

••
\ Outras atividades Hodianas são as comunicações oficiais. Isso Yesod é o reino dos sonhos e das miragens, e o político sabe que a
~ compreende desde folhetos explicativos acerca da cobrança de impos- sua imagem pública farã crescer ou desaparecer a sua carreira, pois
\
tos até uma simples propaganda política. A campanha publicitãria so- cada entrevista na televisão e cada discurso pronunciado na tribuna

•• bre a decimalização da libra britânica é um bom exemplo. ~ afetarão suas possibilidades de se tornar primeiro-ministro ou presi-
Alguns departamentos destinados a lidar com problemas específi- dente. Qualquer aspirante a candidato toma um grande cuidado na
cos encontram-se sob a influência de Hod. Eles podem aconselhar em- construção de uma boa imagem Yes6dica de si próprio, inclinando-a a

•• presas que desejam cometcializar com O exterior, ou fornecer informa- mostrar que ele estã preocupado com o homem das ruas e ciente dos
r~ ções acerca do planejamento de novas cidades, ou ainda a respeito de seus problemas, embora, uma vez assumido o poder, seus olhos pos-
novas áreas a serem urbanizadas. Escritórios prestadores de assessoria, sam se voltar para outras questões. Todos os políticos do mundo sa-
('

•• em todos os níveis da administração, encontram-se incluídos nesse Se- bem que é preciso haver um estímulo para fazer com que as massas
firah, assim como os sistemas de indexação e o acesso a fatos que so- exerçam o seu direito de VOtO,a menos que a lei as obrigue a fazê-lo.
~ mente um organismo gigantesco como um governo seria ca paz de. Bandas, comícios e até mesmo debates e disputas deverão ao menos

••
r gerar uma onda motivadora na população. O povo, como um todo, é .-/
prover. Poderiam ser setores que cuidam de novas invenções, como a/
de índole passiva, levando a sua vida diária sempre da mesma forma,../'
Real Força Aérea ou a N.A.S.A. e muitas outras entidades investigató-
rias. Várias delas estariam ligadas a universidades, que certamente / salvo em ocasiões excepcionais, em que é sacudido por eventos de

•• também estão inclusas nas atividades Hodianas do país. V força maior, como uma guerra ou depressão econômica. Para a maio-
ria das pessoas, a vida se resume em ler os jornais, assistir televisão,
Funções óbvias como as das telecomunicações nacionais relacio-
..- ouvir os noticiários nos rádios dos automóveis, impassivelmente, exce-
nam-se a esse Sefirah, bem COmo os elos com o mundo exterior, inclu- .

••
to quando sentem-se diretamente envolvidas e alguma catástrofe
sive os serviços secretos, como a CIA. Aqui estão compreendidos a al-
acontece em qualquer outro lugar. Tudo desaparece então rapidamen-
fãndega e os setores de emigração, assim como as missões comerciais
te da tela Yes6dica da nação, esmaecendo-se no constante ciclo mutá-
e as feiras e exposições de responsabilidade do governo. A grãfica de

••
vel de trabalho, diversão e sono. O povo é ~a~ d.• uma façãg.
sua majestade é o mais puro Hod, sendo-o também qualquer papel Suas gerações intermináveis suprefu a energi az de fazer uncio-
timbrado oficial. Cada carta contendo a legenda "A serviço de sua ma- nar a riqueza natural. Partindo desse ponto gerador, vêm os homens e
jestade" pertence a essa atividade, da mesma forma que a caixa de des-

••
as mulheres que, por diferentes motivos, sejam eles idealísticos ou
pachos enviada à rainha, levando documentos destinados à sua chan: buscando vantagens pessoais, ingressam na Arvore do Parlamento. É
cela. Pois como afirmei, antes que a assinatura seja feita e o selo real esse Sefirah que dá suporte ao Parlamento, que deve ser regido por ele
e&tampado, eles não se transformam em lei, permanecendo, pOltanto, /' para não se deixar levar pela anarquia. As leis são feitas com a finalida-

••• emHod.
Servidores civis freqüentemente redigem projetos muito antes da
sua aprovaçào. Isso porque, através das suas análises informativas,
/' de de reprimir, mas também de proteger o povo, fazendo com que o
indivíduo mais humilde obtenha justiça até mesmo contra a Coroa, /'

••
tanto no mais baixo quanto no mais elevado dos tribunais. /"
eles podem antecipar qual ministério poderia deles necessitar. Tais Malkhut é o território. É a terra propriamente dita, os rios, lagos e
projetos são às vezes elaborados nos mínimos detalhes, para serem os mares adjacentes. É o ar que a envolve, e o direito ao céu. Antes da
modificados apenas no plenário da Câmara dos Comuns. Eis Hod em vinda do homem, a Inglaterra era uma ilha selvagem. Aqui as leis natu-

•• serviço, subordinado a Gevurah, ainda que a sua lealdade esteja dedi-


cada em primeiro lugar ao incorruptível ideal parlamentar de Tiferel./
rais da selva estavam em pleno vigor. Com a chegada do ser humano,
o equilíbrio foi alterado, as florestas e os pãntanos foram devastados e

.' • 102 103


••
•• as riquezas minerais exploradas. Se isso é bom ou mau, não nos com-
pete julgar, visto que precisamos enxergar a contribuição do homem a

•• partir de um nível planetário para assim a visualizanmos de fonna inte- /


gral. Tudo o que pode ser dito é que o homem é a ponta de lança da /
evolução, e o retrocesso por ele provocado na natureza faz parte de / /

•• um projeto cósmico - a poluição, quando neutralizada, está incluída. /


A partir do nosso pOnto de vista da Árvore Parlamentar, podemos ver
como ela se encontra literalmente enraizada no solo. Os homens não
13

•• podem viver sem terra. Comida pode ser trazida de fora, mas necessi-
tamos de espaço para morar e trabalhar. Vemos aqui como na Inglater-
ra a Coroa mantém o território, uma dádiva de Deus para o povo. Com Deus e Mammon/
•• o passar dos anos, isso transformou-se em mero símbolo, mas na reali-
dade notamos, com a evolução da consciência social, que tanto a so-
ciedade capitalista quanto a comunista reconhecem que o dever do'

•• Parlamento não é o favorecimento da aristocracia política ou milio~á- /


ria, mas do povo, como um todo. Urna vez mais se evidencia aqui a Ar-' /
vare inerente de um organisIllo completo afirmando-se em si mesma.,/'

•• Se isso não ocorre - e testemunhamos novamente através dos exem-


plos históricos, quando os governos não permitem o fluxo narural da
Álvore -, irrompe-se as revoluções e surge outra vez uma tentativa de,
Neste exercício utiliz31'Ílossimultaneamente duas Árvores para es-
tudar princípios paralelos. Acompanhamos aqui também como a Árvo-
re se desenvolve e se estabelece a cada nível. Tomando os dois pólos

•• implantar uma ordem equilibrada. Isso de forma alguma significa uma


pregação revolucionária, pois nas tempestades violentas a Árvore da
Vida balança como qualquer outra, perturbando o equilíbt'io. Por .
da riqueza celestial e terrestre estabelecemos um contraste, mostrando ./
que até Mammon deve obedecer à lei cósmica.
Começando pela Árvore financeira, temos I-Iokhmah como a sua
"

•• exemplo: algumas vezes o povo se levanta e derruba o governo, como


no pesadelo Yesódico do Reino do Terror em Paris, e assume o poder._
Ocasionalmente um homem na posição de chefe de Estado chega a
primeira manifestação. Aqui nasceu o conceito de uma relação de tro-
ca. Essa é uma idéia global, encontrada em todas as comunidades, ex-
cetuando-se as mais primitivas. A noção de dinheiro é uma abstração

•• acreditar que é Deus, em vez de Seu servidor perante a nação. Mais de


um ditador já caiu por causa disso. Na maior parte dos casos de crise
politica, um dos lados da Árvore Parlamentar está pesado demais; te-
poderosa, exigindo uma apreciação a partir de um nível bem acima da
simples troca e da barganha. É a criação de um símbolO\ seja ele metal,
concha, pedra ou papel, que torna possível uma flexibilidade nas tran- /

•• mos, assim, um governo ou uma ação super-Hesédica, igual ã existen-


te no período pré-revolucionário francês, sobre a coluna da Força, ou
um estado govemado por puritanos Gevúricos, semelhante ã Inglater
sações. Através da aceitação mútua da moeda, muitas coisas novas tor-/
nam-se possíveis para uma economia tribal. Uma grande comunidade,
com pessoas diferentes trocando diversos bens e habilidades, poderá

•• ra do tempo de Crolllwell, no lado da Forma. _


Aqui está, pois, como nosso primeiro exercício, a Arvore da Vida
Parlamentar. A mesma técnica pode-se aplicar a uma empresa comer-
( se tornar ainda maior. Os homens podem pagar pela prestação de ser-
viços que eles próprios não são capazes de realizar com a moeda que
obtêm como produto dos seus talentos particulares. Sem o dinheiro, / .

•• ciaI, a uma universidade ou a qualquer organização completa . esse valor vital, neutro nlas comum, a civilização moderna não teria/
evoluído. O dinheiro é uma das três forças presentes na tríade econô-
mica da atividade. Situa-se em primeiro lugar como o intermediário,

•• embora possa ser também o ativador ou o resultado. De qualquer


modo, os primeiros homens primitivos a notar que uma espécie de
moeda seria a solução para o problema da troca de bens e serviços

•• 104
descortinaram um novo campo, imenso, que afetaria enomlemente a
~ .

• 105
.•
f.1i
'
I
•• humanidade. Essa percepção de um princípio originou-se talvez de
um vislumbre profundo da lei cósmica do trabalho e do pagamento, /
I
!
"
as locais. Precisa-se estabelecer um elevado nível de confiança,
de meios que viabilizem os empréstimos e as captações de recursos
além

•• que rege a Criação.


Tomando o mesmo Sefirah, agora sobre a Árvore da Filosofia,
Hokhmah seria a iluminação de um Mestre. Aqui, o Relâmpago da ilu-
/' (reduzindo os prazos entre a inversão e o lucro). Isso requer organiza-
ção - o estabelecimento de um sistema bancário, com os seus nume-
rosos pontos de atendimento e centros de recebimento e distribuição.

•• minação descendo de Keter revela a intenção do Divino. O Mestre;


pode ter recebido esse vislumbre em um brilhante momento de ilumi-
nação ou através de uma sucessão de tais acontecimentos ao longo de /
São fundamentais comunicações eficientes e confiáveis, e os homens
envolvidos no funcionamento de um tal sistema devem desfrutar de
uma reputação impecável. Os diversos níveis de comércio, variando

•• toda uma vida. Consciente no nível da Sabedoria, ou do intelecto inter-


no, ele percebe em tudo a Vontade do Criador e vê o Universo e os ho--
mens impregnados de emanações. Para a humanidade, O Mestre surge /
desde o local até o nacional,'precisam ser identificados, além do reco-
nhecimento das várias espéêies de atividades existentes' na escala eco-
nômica. Deve-se ter acesso a um panorama geral da situação industrial

•• como um manancial, a radiação humana através da qual flui a glória _


de Deus. O Mestre, situado na posição de Hokhmah, envia através dos
três caminhos subseqüentes a força motriz de uma filoSOJl:4'fQfunda
e da estabilidade comunitária para ensejar O patrocínio do desenvolvi- ~.
mento econômico baseado em um risco calculado. O efeito desse sis-
tema precisa ser levado em conta, pois ele é essencialmente conserva-

•• í'
ou de uma religião mundial. Os homens o vêem comoo representant.: /
de Deus na Terra ou como O expoente da Sabedoria Divina. Ele é
ideal, o Profeta, o Buda, o Messias, a fonte de inspiração. .
y
dor para que possa manter a sua confiabilidade, ainda que suficiente-
mente especulativo para poder expandir-se. As tradições bancárias
crescem, e espera-se que os gestores das instituições se adaptem à

•• A tradição baseada nesse ensinamento é fOffi1Uladaem Binah. Aí,., /


com compreensão, as palavras do Mestre são ordenadas em preceitos./
~ão Paulo dedicou toda a sua vida a essa tarefa em favor de Cristo. Ba-
imagem da casa financeira: Nenhum empreendimento bancário, na-
cional ou internacional, pode tolerar grandes erros, e existem obriga- /
ções recíprocas com as demais organizações congêneres, todas elas

•• seada na vida do Mestre, desenvolve-se toda uma série de perspectivas.,.. .../


A visão universal do Mestre é racionalizada, sendo fixada a sua posição
na hie~arq~~a cósmica, mesmo que não exista uma escada óbvia de,....
participando de um sistema financeiro global. _.__~--~
Em termos financeiros, Hesed representa a riqueza, sob a forma de
moeda, ouro, petróleo, bens ou serviços nacionais. A Inglaterra, por

•• evoluçao. E Justamente nesse ponto que se estabelecem os diversos ca-


minhos octogonais, 13 princípios da fé e 10 mandamentos. É aqui que,
principia a organização das religiões e a elaboração dos rituàis, costu-
exemplo, é uma nação comerciante e manufatureira. Sua riqueza não
está apenas no Ouro depositado no Banco da Inglaterra. Ela produz
certamente grandes quantidades de material industrial, nlas tambêm

•• mes e práticas de uma tradição, que levaráo talvez séculos para se con-
sumar. Binah, sendo o Sefirah mãe e passivo, impregna a tradição com
todas as qualidades conservadoras e submissas presentes em qualquer .
vende tecnologia e muitos outros serviços intangíveis, rios seguros e /
investimentos internacionais. Tais recursos, visíveis e inv~íveis,consti-
tuem a sua riqueza, e o valor da libra esterlina está condicionado à saúy-

•• (
religião ou filosofia. Nada deve muda!:.'ocasionalmente, quando o pilar,
/da forma está demasiado ativado, a ortodoxia torna-se tão poderosa.
( quanto a palavra do Mestre, e às vezes ainda mais, fazendo com que os
de da sua economia. Isso é Hesed, que precisa se expandir para que o
Relâmpago desça pela Árvore da prosperidade britãnica. Caso ocorra
uma falha no seu funcionamento, provocado pela incapacidade nacio-

•• homens que pretendem reviver o caminho original do Mestre sejam


destruídos pela sua própria Igreja. Js~contece
p~~~a_ser ma.i.sj.Q1Porr~nte que seu Espírito; em
quando a letra da Lei
tem'lOS kabbalísticps, ê
nal de preencher o Sefirah Hesed ativamente, ocorrerá uma depressão,
ao ':!lesmo tempo em que diminuirá o fluxo descendente para o resto
da Arvore. Uma rápida olhada nos caminhos mostrará as partes mais

•• quando o Pí!1'.sjyQl!.inahse tor~iyo. Tal fato acontece muito tempo


depois de o Mestre haver abat.donado o seu corpo físico; seus seguido-
res, temendo a perda de contato, preservam a forma e"terior em vez da
afetadas. Hesed, por razões kabba]ísticas evidentes, necessita sempre
expandir-se, e observamos aqui a Arvore maior do comércio mundial. /
Com os noticiários financeiros falando repetidamente em crescimento

•• essência do seu ensinamento .


Na Árvore da Economia, Binah é a formulaçào dos princípios fi-
nanceiros. Aqui devem-se estabelecer regras bem respeitadas, fazendo
do produto nacional bruto, sentimos claramente o impulso de uma
vasta rede econômica, com o Hesed de cada país contribuindo para a
riqueza mundial, seja por meio de recursos namrais - o petróleo, por

•• com que as transações se tornem possíveis em uma escala maior que

106
exemplo - seja através da alta tecnologia da indústria espacial.

107
/


I.•
~
r-

'.•
I

,r
í Nos termos Hesédicos da Árvore espiritual, esse Sefirah significa a.
!. (~ qualidade do Ser ou a vitalidade espiritual presente em uma religião
ou filosofia. Isso pode assumir a forma de um corpo expansivo de pes-

••
soas em evolução: santos, pensadores e homens de ação que trilhem
esse Caminho. Tal fenômeno pode ser observado no período kabbalís- c-
tico do aparecimento do Zohar, na Igreja do escolasticismo ao tempo

••
de santo Tomás de Aquini:>;"eiõ islã, durante a grande era dos dervi-
( ches Mevlevi. Movimentos iguais a esses são poderosos na sua influên-
cia, pois reforçam o lado enérgico da Árvore, contrabalançando o as-

••
pecto doutrinário da Coluna da Forma. Essas atividades Hesédicas
,,--. também são importantes porque contém Õ impulso expansivo do ensi-
I
namento original, cuja tendência é a de extravasar seus limites no tem- (

•• " po e no espaço. Qualquer religiã-2-ou filosofia que não se mOY1IDenta


2u cresce,Jªt~!..m~~ morreráJ!;so OCOrrecom freqüência, devido à
constrição provocada por um Binah superativo, criando instituições

•• conservadoras que insistem em preservar o ensinamento como um .


dogma. Isso inevitavelmente desencorajará o princípio Hesédico de
obter novos e genuinos adeptos, que é um processo absolutamente

•• necessário para uma Tradição que deseja sobreviver. (O zoroastrismo .


está enfrentando esse problema). Membros desse organismo espiritual
retêm a alma de uma Igreja ou de uma escoJa,ao passo que, se esses
•• indivíduos desenvolvidos não estiverem presentes, os seus participan-
tes podem aumentar em termos numéricos, mas o crescimento real,
Hesédico, estará paralisado, embora o organismo fisico da instituição......_

••('
possa perdurar durante anos. A história está cheia de movimentos eso-
téricos mortos e agonizantes, cujos líderes não compreenderam que o
ponto de crescimento de suas Tradições não se encontrava no centro

•• ,r
r
,,.-.
fom"l dos seus companheiros escolhidos, mas ocorria com maior fre~'
qüência nas assembléias improvisadas, quando a quinta-essência pro-(
vinha diretamente de Hokhmah ou Daat. Tais encontros virtuosos,

•• muitas vezes desconhecidos pela hierarquia oficial, estavam ligados,


naquele exato momento, ao círculo interior daquela Tradição. Como
acontece com freqüência, esse fenômeno desagrada à instituiçào, que

•• acredita ser a única possuidora da Verdade. A história da Igreja teste-/


munha essa afirmativa na sua rejeição inicial a muitos dos seus visioná-
rios, como Teilhard de Chardin e santa Tereza. O judalsmo ortodoxo (

•• teve os mesmos problemas com Baal Shem Tov e Spinoza. O islamis-


mo convencional precisou de fato destruir AI Hallaj. Hesed é a dinãmi-
ca de uma Tradição espiritual. Situado abaixo da Sabedoria, e sendo


.'
um receptáculo da Compreensão e do Conhecimento, Hesed, por sua Religião
vez, alimenta Nezah e Tiferet, que se encontram abaixo, e Gevurah, ao

•• 108
••
•• (-
lado. Hesed é o reselVatório emocional profundo de uma Tradição, o /
gerador vital da sua longevidade e crescimento. /
.,
vado, é liberado ou confiscado para segurar o mercado. Talvez, devido
ã crise, suba o preço do ouro; dessa forma esse barômetro metálico,

•• í
(
~ Em termos espirituais, Gevurah é a disciplina, ou seja, a focaliza-
ção da expansão Hesédica. Selll (l.i~cieIin_a
~n.ergia$IRda. em Hesed
.se perderia. Essa aplicação do aspecto-marcial do Sefirah está muito
inútil, mas de inegável valor financeiro, é transferido de um baú para
outro. A compra e venda se processa célere e furiosamente. Em um
mercado em curva descendente a atmosfera é frenética, quando ape-

•• í
r - caraclerlzãda na tradição monástica, com as suas regras e obediência
estritas, sendo esta diretamente relacionada aos efeitos superiores de
Binah, a grande Mãe-Igreja. Disciplina significa seguir, embora muitas
nas uma disciplina férrea e um aglomerado de interesses são capazes
de deter o agravamento da perigosa situação. Até mesmo os governos
podem sentir-se acuados devido a uma série de decisões errôneas, ins-

•• r
í
vezes uma interpretação exagerada possa considerá-la um método de talando-se o pânico. Somente o governante máximo do tesouro nacio-
submissão dos adeptos. Embora seja indispensável que o amor e O po- nal (no càso britânico, o Banco da Inglaterra) terá a capacidade de re-
der vindos de Hesed estejam sob controle (ou teriamos o que se costu- frear o ímpeto da corrida, através da alteração das taxas bancárias. Isso

••
('
ma chamar de um santo estúpido), esse confinamento e essa canaliza- é Gevurah atuando na economia. Temos aqui decisões ful':linantes,
(-
ção da emoção religiosa não devem ser convertidos em fanatismo. Em baseadas em fatos graves, e as flutuações de um mercado. E preciso
termos extremos, quando Gevurah é o mestre e não b's~émos existir um certo tipo de temperamento militar para enfrentar a situação

••
í
tanto o fa,;ático quanto o puritano agindo sob a jurisdição autoritária / cotidiana e empreender ações que poderão se reverter no dia seguin-
de Binah. E o que aconteceu durante a Inquisição espanhola. O equilí- . te. A aparente inconstância do mundo financeiro é absolutamente ne-
(- brio cor~eto reside em uma disciplina que não se encerra emsl mesmy cessâria. Os m~lhores soldados são os que jamais perdem a calma.

•• ,~
(~
mas na AlVore como um todo .
Nas escolas filosóficas, Gevurah não é apenas uma regra de con-
duta, mas também a disciplina intelectual. Aqui encontramos o bom
Tiferet, na AlVore financeira, é o sistema particular de determinada
área ou país. Temos, assim, a área da libra esterlina centrada em Lon-
dres, a ela estando ligados diversos países, não apenas membros da

•• , argumento, a discussão inteligente e a discriminação. As visões inspi-


radas são ótimas, entretanto é necessário que elas sejam precisamente
enfocadas, porque senão o seu significado se dispersará e ficará perdi- .
Comunidade Britânica. Seu valor facial é a libra, e o que se vê em cada
da
cédula é a efígie da rainha da Inglaterra. Aqui se encontra o símbolo
estabilidade e da tradição, representando toda uma história de confia- .
_

••!-
do. O poder de discernimento pertence ao âmbito de Gevurah, e é fa-
cilmente reconhecido nos diálogos de Platão. É o imight, bem contro-
lado e lúcido, em articulação com um agudo sentido do verdadeiro ~
.
bilidade que se estende sobre aquilo que uma vez foi o império britâ.
nico. A expressão 'seguro como O Banco da Inglaterra' não era apenas
uma jactância inútil. Significava literalmente que cada um que levasse

•• do falso colocado a serviço de uma causa superior.


Nas finanças, Gevurah é o nível da prática bancária. É aqui que se
fazem os ajustes cotidianos: no Ocidente, isso ocorre em Wall Street,
..
.
consigo uma nota do papel-moeda inglês, durante a hegemonia britâ-
nica, poderia trocá.la por dinheiro local em qualquer pane do mundo
civilizado. Isso se devia ao respaldo fornecido pela indústria e pelo po-

(
••,
na bolsa de Londres ou na de Paris. Em cada uma dessas cidades os
bancos atuam (debntçados sobre pilhas de telex e índices diversos)
mantendo o frágil equilíbrio de um castelo de cartas. Essas cartas são
derio militar britânicos. Havia ali uma economia imperial, capitalista
em sua aparência (a bandeira e o comércio sempre andaram juntos),
poderosa e lucrativa. A maior parte das guerras em que o império to. /

•• os relacionamentos delicados de inúmeras transações, envolvendo mi-


lhões em um vai-e-vem constante. De um lado floresce uma indústria,
do outro decai um empreendimento. Sobe o preço do aço, cai o preço
mou parte foram causadas por questões comerciais. O confronto an-
glo-francês no século XVIJIem disputa da supremacia sobre a Índia e a
América do Norte é um bom exemplo. Por outro lado, Tiferet pode

•• dos grãos. O dólar permanece estável, a libra se eleva, enquanto o


franco pode ser desvalorizado e o marco aumenta o seu valor. Cada
momento está cheio de novas possibilidades. Um país detentor de
também ser uma economia comunista. Nesse caso, o partido, repre-
sentando teoricamente o povo, encarrega-se das finanças do país. A
indústria e os bancos são nacionalizados, mas as mesmas leis econô-

•• enormes reselVas petrolíferas pode sofrer uma revolução ca paz de


ameaçar o fluxo de energia e riqueza provenientes daquela áreá. Rápi~
dos ajustes precisam ser feitos, decisões instantâneas devem ser toma-'
micas se aplicam em Binah, embora os lucros sejam canalizados para o
Estado em vez de irem para o investidor privado. No bloco.comunista
. a imagem da moeda é praticamente a mesma do mundo capitalista. As

••
I.
das para estabilizá-lo. Os preços aumentam. O capital, público ou pri- taxas do rublo para a vida dos russos têm quase idêntico interesse que

110 111

L.
~

••
•• as do dólar para os americanos. Na verdade, o intercâmbio entre os
dois sistemas nâo é muito expressivo, mas isso ilustra bem a posiçâo

•• de Tiferet, sendo que esse Sefirah representa a moeda de cada país, e


qualquer cidadão que a possuir poderá trocá-Ia por bens de igual valorj
naquela comunidade.

•• Na religião ou na filosofia, Tiferet é a face através da qual é conhe-


cida. Seja ela igreja, mesquita ou sinagoga, o mundo a vê como a sua
própria imagem. Para Tiferet fluem os caminhos do Mestre, da tradi-

•• ção, do poder gerador e da disciplina, para não citarmos o fluxo direto


que parte da Coroa de Keter e passa por Daat. Nesse lugar encontra-se
o foco de uma crença, Como se vê nos rituais, sejam eles a missa, a lei=

•• tura da Lei, a meditação ou a dança derviche - todos expressam


aquela tradição. Enormes edifícios servem de testemunho ao corpo dai
seita em particular, com cada parede, teto e piso falando de sua teolo-

•• gia através das pedras, enquanto os ritos proclamam a sua persuasão .


O Grande Templo, em]erusalém, a Basílica de São Pedro, em Roma, o
Santuário da Kaaba, em Meca, significam mais do que simples localiza-

•• ções físicas para suas religiões. O Templo hebreu, duas vezes destruí-
do, atraiu os judeus de volta à Palestina mesmo depois de dois milê/'
nios de exílio.

•• A partir do pomo de vista da filosofia, uma série de escrituras


como o Zohar kabbalístico age tal qual o Tiferet. A Árvore da Vida é,
em si mesma, um símbolo, assim como um diagrama de trabalho. As

•• obras de Platão têm atraído pensadores de todas as épocas, e mesmo


que alguns deles jamais tenham lido sequer uma de suas palavras, ain-
da assim põem em prática as idéias platõnicas. Os sutis islâmicos pos-

•• suem uma coleção de histórias através das quais se focaliza todo um


ensinamento. Nenhuma dessas coisas, sejam edifícios ou parábolas
zen, representa a si mesl11o, ainda que todos se relacionem a UrilSiste-/
.

•• ma filosófico particular .
O Sefirah invisível Daat, nos contextos filosófico e religioso, pode-
ria ser equiparado ao espírito que paira acima de um tal movimento. É

•• aqui que a emanação Divina chega diretamente ao contexto. Talvéz .


isso aconteça durante a missa católica, durante a benção de Cohen nas
grandes celebrações do povo judeu ou durante o êxtase dos volteios

•• derviches - ninguém além dos próprios fieis poderá dizê-lo. Esse é de


fato o ponto de transformação, quando o Mundo Objetivo penetra no /
Universo Relativo. "

•• No reino do comércio Daar é o conhecimento. Enquanto. (j santo


ou o filósofo podem vir a conhecer O sublime, o gênio financeiro co-
nhece enl seu canlpo os assuntos econômicos. Um homeol dessa es- Mammon (Riqueza)

•• pécie, ainda qu.c possua uma aparência mundana, poderia ser um ban~


112
í
~,

••
•• queiro ou até mesmo um primeiro-minislro, a exemplo de Benjamim
Disraeli, que comprou as ações preferenciais da companhia do canal
'.~
Nezah é a prática em uma filosofia ou religião. Um homem pode ser

••
de origem judaica ou cristã, mas isso .OCorrepor motivos meramente
de Suez. Isso requeria uma qualidade visionária para antever O canal nominais. O muçulmano praticante executa as obrigações diárias como
como um elo crucial nas relações comerciais britânicas com o Extremo! parte da sua vida. O judeu devoto amarra seus filaClérios sem qualquer
Oriente, bem como um golpe de mestre, movimentando-se rápida e

••
questionamento, e nenhum cristão dedicado poderia se omitir nas suas ./
secretamente para antecipar-se aos outros possíveis compradores. Tal preces. É claro que existem gradações em tudo isso. Um homem pode
açâo demonstrou ser uma tacada de gênio em favor da Inglaterra, que simplesmente passar por todos OS movimentos da prática religiosa. Esse
~ se baseava no poder imperial e considerava que'aquela via de comuni-

•• I
era o problema dos fariseus; ser visto em ação não é o mesmo que agir
caçâo era de importância capital para os seus interesses. Outro visio- ativamente, e um devoto precisa estar ligado a Hesed, O Sefirah ativo
(' nário do mesmo nível foi o príncipe português D. Henrique, o Nave- superior, se deseja um envolvimento verdadeiro. Um homem pode cer-
gante, que viveu na Idade Média. Ele previu não somente as novas ro-

•• í tamente pertencer a uma religião (o seu Tiferet), mas isso seria motiva-
tas marítimas que se abririam, mas também o enorme significado do apenas pelo seu orgulho racial ou tradicional. Essa não é uma quali-
provocado pela riqueza oriental e africana no continente europeu./ ficação real. Ele tem de praticar sua religiào comõ uma parte integrante
Daat é um Sefirah invisível- nâo pode ser alcançado conscientemen- de seu ciclo diário, como a alimentação e o sono, cumprindo todos os

•• te, a menos que sejam preenchidos determinados pré-requisitos na Ár-


vore econômica. Eis porque as crises financeiras sâo tâo freqüentes em /
todo o mundo. O verdadeiro conhecimento é abrangente e objetivo, e
processos Nezáicos antes de ser considerado um verdadeiro cre.0e. O
filósofo também precisa de prática. Ele deve testar tudo o qu" vê atra-
vés do seu conhecimento. Observar apenas não é suficiente. E preciso

•• nenhum ministro da Fazenda ou outro governante poderá ignorá-lo,


para que possamos obter uma mudança contínua de um Sefirah para
OUlroem ambos os lados dos pilares externos. ~.
relacionar constantemente. sua vida a todas as coisas conhecidas. Nâo ,,/
há lugar para a esquizofrenia intelectual. Deve agir de acordo com os

••
princípios que defende. Se ele segue o pensamento grego, deve estar
Na prática econômica, Nezah é a circulação da riqueza. É também apto à análise. Se é um sufi, tem de ser capaz de quebrar constantem"n-
a indústria. Aqui, as matérias-primas são convertidas em bens ou esfor- te os seus hábitos. Como um judeu, deve relacionar tudo à Torá e à Ar-
ço em serviços. Essa é a parte mais evidente da Árvore econômica. Em

••
vore. Como reza uma das principais orações judaicas: "Não importa se
todos os países as fábricas e suas máquinas constituem os vastos mús- ' ele está deitado ou em pé, andando ou comendo". Essa é aplicação ~
culos da indústria, consumindo enormes quantidades de cOmQUstível./ Nezah.
Forma-se assim o ciclo produrivo, a cadeia interminável de produção e Hod é a teoria da filosofia. É também o reino da palavra escrita

•• consumo. Esse é o sistema autônomo de um país beneficiando lenta-'


mente metais, minerais e matérias brutas e reciclando lixo, que serão,
transformados em produtos, destinados ao consumo local ou à expor-
através dos séculos em assuntos religiosos. Na Idade Média, e até o sé-
culo XVII, foi produzido um grande número de livros \oersando sobre
teologia, sendo até mesmo travadas muitas guerras por motivos doutri-

•• tação. Nesse ciclo o fluxo da produção é de suma importância; alguns


bens circulam sem qualquer beneficiamento, enquanto outros sofrem(
um processo de refinamento. Esse fluxo inclui materiais sofisticados,
nários. Esse é o Pilar Passivo da Forma desempenhando um papel ati-
vo, com Gevurah e Binah respaldando os precedentes teológicos de
Hod. Na filosofia, Hod é O Sefirah no qual Oassunto é referido. Como a

•• ferramentas e artigos de luxo, tudo facilitado pelo livre intercâmbio da


moeda. A cédula de uma libra possivelmente nunca deixará os cofres
bancários, mas durante as transações diárias pode colaborar na com-
palavra 'referido' sugere, ele realmente nunca lida diretameme com a
experiência, apenas a comenta. Nezah ensina, o reino interior respon-
de, mas Hod, embora conhecendo tal experiência, somente é capaz

•• pra de um carregamento de grâos e, em seguida, ser utilizada como'


parte do pagamento de um débito de uma atividade mineradora, Com
a matéria bruta ainda no subsolo. A mesma nota poderia trocar de
(como este livro) de descrevê-Ia em segunda ou terceira mâo. Do lador<;'
positivo, Hod capacita o homem a ser introduzido no campo de pode-
rosas idéias. Com a sua orientação apontando para fora, ele pode iden-

•• mãos e de .~!gibeira~centenas de vezes nos seus ap'roximadamente


seis meses de VJaã;"Comomeio circulante de um país. E como a COrren-
te sanguínea de um homem, as moedas sendo os glóbulos, em uma ca- (
tificar, provar e cheirar o eco da realidade, ainda que sempre pense,
por representar os sentidos, que mantém o contato mais direto COmo

••
mundo real. A mente lógica ordinária e o seu banco de memórias sã~. /
deia cíclica constante de salários e preços. '
úteis, mas não constinlen1 autoridade em assuntos invisíveis, tais COO1/

114

• 115
••
•• a filosofia e a religião. Ela conhece a linha, o versículo e o capítulo, /
mas não o significado do seu conteúdo, embora possa proclamá-lo. Irá
ou o dólar no bolso é OTiferet da sua Árvore econômica, e ele se colo-

••
ca diretamente sob a sua proteçào. Também pode-se observar que Ye-
lembrá-lo do volume em que está contida determinada citação, ou o sod participa de uma tríade com Hod e Nezah, a qual descreve o ciclo
instigará a meditar na hora costumeira. Até mesmo lhe informará de da manufatura, compra e venda, desempenhando ali uma função vital./
que alguma coisa profunda aconteceu dentro do seu ser, ainda que ~-

••
A grande depressão econômica de 1929 deveu-se, pelo menos em par-
sem saber do que se trata, embora esteja sempre tentando descobri-Io.;v te, ao fato de que as massas não podiam comprar os bens produzidos.
Hod é o comércio na Arvore econômica. Assim como a mente mer- Se houver instabilidade, como distúrbios civis, em uma comunidade,

,.
curiana comum e os sentidos agem como intermediários entre os mun-

••
( isso afetará a produção, o comércio e, em último caso, O próprio povo
,- dos interior e exterior, da mesma forma Hod é o processo de transação /'
comercial. Na cédula de libra do Banco da Inglaterra está escrito: "Pro-
(a Irlanda do Norte é um exemplo típico), logo aparecendo uma Arvo-
re reverberante. Se o estímulo que perturba o povo é bastante forte,
,- meto pagar ao portador". Esse é um compromisso verbal, no qual to-
dos confiam. A cada dia, nas caixas das lojas e em inúmeros outros lu-
como a injusta distríbuição de terras, irromperá uma revolução capaz
de provocar uma completa modificação d9 sistema econômico. Yesod .

•• gares onde o dinheiro é trocado de mãos, essa promessa é honrada. /


Tanto é assim que até mesmo os criminosos manifestam a sua confian-
ça nela, desejando roubar grandes quantias desses pedaços de pap,~
é o povo e a riqueza pessoal de cada um. E a idéia de valores daquelas /
pessoas, seja ela um Rolls-Royce ou um rebanho de cabras. ,/"
Em assuntos espirituais, Yesod é o nível individual. A massa com-

•• (
,-
em uma verdadeira ação mercuriana .
Hod é o pOnto de interação comunal, a raiz da economia. Uma
grande indústria pode fundamentar o seu capital em milhões, mas é
põe-se de indivíduos, mas, ao contrário do que acontece na econolnia,
cada homem é mais do que uma simples unidade de produção e con-
sumo. Contém toda a Árvore dentro de si. Em Yesod ele refletirá a apa-

•• (
(
mantida pelo cidadão comum que paga a sua conta de luz, compra um
carro ou vai ao cinema. Todo esforço industrial é dirigido ãquele cida-'
dão. O imenso número de consumidores perde de vista o fato de que .
cada um deles possui no bolso os meios para financiar não apenas toda.
rência exterior de um judeu ou muçulmano. Interiormente, poderá de /
fato ser um grande homem ou um homem grande. Essa é a sua esco-
lha. Pode optar pela mera imitação do pai, ou de um mestre, agindo
como um reflexo de suas palavras e atitlldes. O modo como O seu
• r- a indústria, mas a riqueza e a estabilidade de um país. Uma naçào pode

••
mestre fuma um cigarro pode ãs vezes impressionar tanto quanto as

..
ser grande, mas a menos que o seu comércio seja ágil e volumoso, ela palavras por ele proferidas. Sua maneira de questionar as coisas pode
não poderá suprir os bens básicos da vida. Esses são financiados pelos' ser copiada sem nenhuma compreensão. Aqui encontra-se a persolla,
salários e pelos impostos, com cada centavo ou pêni contribuindo para. a ponte para o aprendizado, a barreira para O aprisionamento. O ho-
,- um imenso rio de dinheiro que flui através do sistema. O talão de che-
ques coloca-se ã pane da moeda e da cédula, mas ainda assim é Hod. O
mem honesto que não preenche todas as suas devoçõcs obrigatórias

..r
pode possuir mais sabedoria que o guardião dos rol~s sagrados. O
• r cheque em branco só é válido quando assinado. Com todos os atributos simples devoto, sem qualquer sinal exteríor de conhecimento, pode,
( de Mercúrio, a base monetária nesse nível é uma promessa verbal. Essa! algumas vezes, saber mais que o sábio mais espeno com a sua perso-
é a única maneira capaz de fazer funcionar o sistema financeiro, pois'
,- um produtor, a exemplo de um mecânico de automóvel, não pode Utlli- .
nalidade tremeluzente e recheada de frases alheias. Yesod é ci reflexo
de tudo o que aconteceu antes. Os caminhos inferiores aqui se focali-
• r- zar um volante como meio de pagamento, ou um prestador de serviços, zam. É tudo aquilo que o homem adquiriu, ainda que leve algum tem-
como um vendedor de seguros, comer as suas próprias apólices, por ) po para tornar-se efetivamente seu. Yesod é a imagem refletida de sua
mais importantes e viLais que elas lhe pareçanl. .../

••
filosofia ou religião através da luz que permite brilhar, vinda de Tiferet,
Yesod, na Árvore financeira, é a massa da população e seu protóti-

. acima. Em Yesod a pessoa vê a si mesma como se estivesse diante de


('
po físico de vida. É a riqueza particular de cada pessoa e o quanto ela um espelho, até que algum dia percebe que pode observar diretamen-
r pode ganhar naquele sistema econômico específico. Não é somente o

.r.r
te sua própria Natureza Essencial a partir de Tiferet. Yesod é a Lua e o
( produtor, mas o comprador do produto daquela Árvore, recebendo seu metal é a prata. Tiferet é o Sol e o seu metal é o Ouro. Aqui repousa /
dos diversos caminhos os benefícios de sua indústria e organização: / a riqueza de um homem. ./
Pode também assumir os prejuízos advindos dela, de modo que, no Malkhut, tanto para as finanças quanto para a filosofia, é o Reino'
caso de uma recessão, ele sofre o desequilíbrio de cada Sefirah. A libra / dos Elementos. Para o financista é o Mundo da Substância e Energia,


)

116
117
• r
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•• ("
fora do qual constrói seu reino artificial. Construindo e destruindo, ele (
molda a superfície do planeta, às vezes de forma correta, às vezes in-
correta. Trabalha, embora nem sempre o percebamos, sob a supervi-

•• r
Ir.
são de uma inteligência superior. Pode domar a Natureza, mas jamais
será o seu senhor. O homem é capaz de alcançar o espaço sideral e até

••
(~ mesmo a Lua, contudo ainda é um filho do planeta Terra e precisa
obedecer às suas leis. Pode dar a qualquer bastão ou pedra uma nova 14
('
forma, mas nunca poderá aumentar o volume da terra. Pode liberar ,

••
Ir

("

e
tanta energia quanto desejar, mas ela em nenhuma hipótese será maio~
do que antes. Aqui está Malkhul. A riqueza da Terra espera ser refina-
da, e ainda que o financista, o industrial eo trabalhador não notem,
Um Caso de AmoV
•• r r
cada qual contribui, a seu modo, mais para a evolução do que para a /
poluição mundial. Um milhão de anos da presença humana mudaram -'
de fato a fisionomia do planeta - isso é parte do seu desenvolvimento

•• r natural - com a finalidade de torná-lo um membro mais inteligente


do sistema solar. Através da indústria e da tecnologia o homem pisou /
na Lua. Dentro em breve as sementes biológicas da vida estarão ali A raça humana é uma Árvore da Vida completa, com os pilares

••
('.
permanentemente depositadas. Uma segunda terra teve início; o Divi- masculino e feminino demonstrando o relacionamento entre os sexos. /
r no manifesta-se através d...
o homem para criar um novo reino - uma /' Todavia, cada pessoa contém uma Árvore inteira em miniatura, com os
r raiz Malkhutiana de uma Arvore da Vida Lunar. / elementos ativo e passivo presentes tanto no homem quanto na mu-

•• í
Para o filósofo, Malkhur é o seu corpo terrestre. É a sua terra, sua
água, seu ar e seu fogo. É o seu veículo, sua carruagem puxada pelas
forças vegetais vitais, tendo a si mesmo como cocheiro e, às vezes, au-
lher. Na ação de cortejar, o entrelaçamento das duas grandes leis cós-
micas faz-se presente ao se desenrolar uma oitava mútua entre duas
pessoas atraídas por uma terceira força. Assim, estudaremos aqui uma .

•• rrC
xiliar. Para o homem religioso, Malkhut é a sua morada temporária no
mundo físico. Nessa concha terrena ele precisa viver, aprendendo
das fábulas favoritas da humanidade e observaremos, com nossa teoriY
e prática, o fenômeno do Amor.
Estabelecendo a cena com o romantismo de uma antiga canção

••
quaisquer Iiçôes capazes de refinar sua alma, até que possa se libertar
e voltar para a terra, onde será reciclado pelos vermes para um novo / que serve para descrever precisamente o acontecimentJ inicial, um ra-
('
paz e uma moça se olham no meio de um salão cheio de gente. Come-
crescimento. O kabbalista considera Malkhut o resíduo da Criação - a
(' çando em Malkhut, a penumbra tépida e enfumaçada era preenchida

•• r
Ir
mais densa, ainda que mais rica, das materialidades. Nesse mundo
aparentemente sólido, ele sabe que todos os Mundos superiores estão
ocultos. Eles estão na verdade totalmente presentes, cada um entrela-
pelos corpos que se divertiam e dançavam. Ouviam-se conversas e ri-
sos por toda parte, enquanto o ambiente era invadido pelo suor e pelo
perfume. Nosso casal se descobriu logo no início da noite; o homem,

••
I
('
~
çado com os outros e permeando todo o Reino. Divida um átomo e
Keter estará ali. Disseque uma célula a ali estará Keter. Olhe para um
homem vivo, para dentro do osso mais denso e para o centro mais
inicialmente, sentiu-se atraído pelos belos cabelos da jovem, que, por
sua vez, deixou-se enlevar pela expressão de inteligência notada no
semblante do moço. Eles observaram-se de modo discreto a princípio,

•• (.

,
r'
complexo do cérebro; Keter estará ali. E ainda mais. O Absoluto é oni::;
potente.
com os seus Hods buscando informações não apenas com os próprios
sentidos, mas interrogando os anfitriões acerca um do Outro. O rapaz
. descobriu o nome da moça, o que ela fazia e que não tinha compro-

•• "1
misso, enquanto o seu Nezah, despertado pelo modo com que ela se
trajava, provocou uma imagem Yesódica do que poderia existir por.
baixo de 'sua roupa. Ela provocava no rapaz a lembrança de um antigo

••
)

118 119
(

L.
•• ~

•• I

C amor, e ele não pôde evitar a superimposição da memória na moça,


especia lmente quando descobriu que o nome dela era igual ao da ou-
/. . Ou será que não era? A pergunta pareceu-lhe estranha pois tinha a im- "

•• ('

í
tra. A garota, nas suas perguntas, soube que ele era solteiro e 'que era
arquiteto. Estava impressionada porque ele não somente era charmo-
pressão de tê-lo conhecido antes, embora não fosse capaz de dizeV
onde.
Ele começou a falar, à moda dos ingleses, de como estava o tempo,

•• I so, como também possuía um status respeitável. Surpreendeu.se com e logo estavam trocando impressões acerca das condiçôes climáticas e
a estúpida idéia de que seus pais aprovariam o relacionamento, no ins- das estações nas cidades de Nova York e Londres. Através desse diálo-
('
tante em que Yesod o colocou no seu contexto familiar. Intrigada, es- go sem maiores conseqüências, processava-se um outro, um diálogo

••
(' perou que ele se aproximasse ao mesmo tempo em que notava os si- entre Hod, Nezah, Yesod e Malkhul. Foi um leve toque da mão dele no
nais de interesse focalizados na sua direção. As grandes trlades inferio- braço que provocou nela uma reação no jogo de perguntas e respostas
I~
res de ambas as Arvores estavam, então, sintonizadas e prontas para a praticado entre os sexos. A tensão crescia à medida em que se aproxi-

••
(' ação. mavam do pequeno aparta menta da moça. Ela queria convidá-lo a en-
r- A anfitriã, percebendo rapidamente a situação, apresentou-os e em trar, mas seu julgamento (Gevurah) lhe dizia que não. A noite estava
I
seguida os deixou a sós. Com a presença da deusa Vênus pairando so- apenas começando e era cedo demais para tais intimidades. Sua edu-
(- bre os dois, eles ocultaram a atração recíproca com um diálogo nervo- cação e auto-imagem não permitiriam isso, dizia consigo mesma. Na-

•• I
r'

r
so, cada um escondendo-se atrás da respectiva persolla de festa. Pelo
sotaque, ela descobriu que ele era americano. Ele, por sua vez, consta-
tando a hesitação da garota, ele não a pressionou e sugeriu uma cami-
nhada. Ela ficou aliviada e comovida com essa sensível resposta à sua

••
tou que ela pertencia a uma família inglesa de classe média. Enquanto resistência. Talvez não tivesse reagido se fosse seduzida, pensou ela
{-
seus Hods discutiam relacionamentos e amizades mútuas, eles sonda- ao passar diante da porta do edifício. Subitamente, uma energia que vi-
vam um ao outro. Ela gostou da nuca e da voz dele, e ele não tirava os nha sem que ela soubesse de onde percorreu os seus membros e, to-

.,
,'"'

••
I olhos do corpo dela. A moça também era inteligente e culta. Exata- mando as mãos que lhe eram oferecidas, trocaram o primeiro beijo.
( mente o tipo dele. Ela fez perguntas sobre o seu trabalho, e ele respon- Daquele momento em diante eles se encontravam em outro reino (a
deu que trabalhava com mais três jovens arquitetos e que estavam pro- tnade Animal). A escuridão repentinamente deixou de existir. A Lua
(' gredindo em seu primeiro projeto importante, o de uma escola, A ga- apareceu inesperadamente e as estrelas surgiram com um brilho muito
c- rota escutava atentamente, obServando as mãos e a vivacidade dos mais intenso do que antes na profunda imensidão do céu. Tudo O que

•• (
olhos do parceiro. Estava realmente atraída por ele, achando:o com- .
pletamente diferente dos rapazes pedantes e bem-educados com os /
quais estava acostumada. Seus olhares negligentemente demolidores/
os rodeava, atê mesmo os edifícios, parecia vivo e cheio de COres. En-
quanto caminhavam abraçados, percebiam com uma clareza impres-
sionante os ruídos e os perfumes da noite, fazendo cOT que cada rua

•• (

(
despertaram-na completamente.
Subitamente ele disse que o barulho da festa estava insuportável.
Será que ela não gostaria de sair para tomar um pouco de ar puro' Para
se enchesse de uma magia extraordinária. Com ambos os lados funcio-
nais da Árvore
cia.
excitados, estava estimulada a tríade da autoconsciên-

•• (
("
sua própria surpresa, ela consentiu sem a costumeira reação àquele
tipo de proposta. A festa tornara-se aborrecida, racionalizou, enquant~/
passavam entre os pares que dançavam. '
Caminharam incontáveis quilômetros e conversaram horas a fio.
Por volta das duas da madrugada eles haviam contado toda a história
de suas vidas pessoais e sabiam de tudo o que poderia ser contado

•• (
Caminhando pela rua, os dois ficaram estranhamente silenciosos
em razão da tensão interior. Ele estava reconsiderando a tática que uti-
lizava quando queria levar garotas para a cama. Isso lhe pareceu de
através das palavras. Chegando diante da residência do rapaz, ela acei-
tou o convite para tomar uma xícara de café antes de voltar para casa.
Enquanto subiam as escadas, envolvidos em uma neblina de sonho, a /
"

•• certo modo ioa plicável, pois havia um elemento enervante,

tendia porque pensava dessa maneira. Ela estava confusa. Normal-


no sentido
de que, embora sabendo que o método poderia funcionar, ele não en-
atmosfera se encheu de paixão.
O café fói feito, mas não bebido. Uma fome mais intensa assumiu
o comando. Foram se despindo lentamente, cada um explorando o
:,/

•• mente não permitia ser retirada tão facilmente de uma festa em' que se
achava em segurança ao lado de suas amigas. De mais a mais, encon-;
trava-se em companhia de um homem completamente desconhecido. ,
corpo do outro, movidos não somente pelo prazer mas por uma in-
consciência instintiva que levava a comprovar que cada coisa estava'
no seu devido lugar. Nus, eles usufruíram de todos os sentidos, com

•• C
'o

120 121
•• (

•• cada toque, cada cheiro e cada gosto se juntando ã elevação interior


I
J vam de meros exercícios físicos. Era um choque para ele, que não ha-

••
das sensações e dos sentimentos corporais, Na cama, envolvidos em via conhecido realmente nenhuma daquelas moças. Esta era a prim~
um abraço apertado, suas mentes flutuaram entre os pensamentos pas- ra vez que ele via em alguém mais do que uma mulher .
sageiros e o completo silêncio: Hod, Nezah e Malkhut. Quase não fala- Ficaram em silêncio por um longo tempo, conjecturando sobre O

••
ram. A única comunicação era por meio das carícias, do olhar e dos que acontecera. Não se tratava de apenas uma aventura passageira.
sons. Sonhos Yesódicos toldavam continuamente os seus cérebros, se- Algo de importante acontecera. Eles se haviam unido por um breve mo-
parando-os, enquanto imagens românticas eram projeradas na realida- mento e nada jamais seria capaz de fazê-los esquecer aquele instante.

••
de física. Os olhos do rapaz viram alguns defeitos na beleza da moça, Tudo o que viesse a acontecer daí por diante no seu relacionamento es- /.
mas isso não tinha a menor importância. Ela, por sua vez, atinava para taria marcado por aquela conexão. Tiferet encontrara Tiferet. /
falhas na confiabilidade dele, mas tal constatação era insignificante Apesar disso, pela manhã o encantamento diminuíra. A luz clara
diante da suave paixão que experimentava dentro do corpo. Na noite

••
da alvorada e as obrigações cotidianas despertaram os seus sentimen-
anterior estivera sozinha e frustrada. Agora sentia-se entusiasmada, tos, e eles construíram um idílio romântico para resguardar o encanta-
quase no auge da liberação. Lentamente O rapaz se chegou a ela, até mento da noite. Logo se perdeu O contato original, enquanto mergu-
que os seus ritmos' coincidiram. Uniram-se fortemente, misturando em lhavam nos jogos de mútua atração a que se dedicam os amantes. Ye- /

•• um só os seus movimentos. De repente, os dois se transformaram em sod instalava-se outra vez. /

.' ~I
um, e no clímax do êxtase se encontraram e se dissolveram no Nada, Nas semanas seguintes o idílio levou-os nas suas asas exóticas,
,- como se subissem pela coluna do equilíbrio desde Tiferet até Daat. li transformando todas as horfls e lugares em uma terra encantada. O
Adão conheceu Eva. / afeto cresceu como uma experiência compartilhada e, enquanto pas-

•• Vagarosamente eles abandonaram o vazio extãtico e emergiram,


separados, tornando-se novamente indivíduos, enquanto voltavam
suavemente aos seus corpos físicos. Encheram-se de pensamentos e
I
I
sava a fase de lua-de-mel, um amor verdadeiro ia se instalando gra-
9Ujllmente e_rltreosdols. Mas algo de novo começou a surgir com o
aparecimento 'óeGevuráh. Vieram as críticas recíprocas. No início, si-

•• sentimentos sombrios, que foram, contudo, incapazes de abafar a pro-


funda união que haviam experimentado. ,Nada poderia apagar nem ("
mesmo o reverberante cansaço corporal, aquele contato momentâneo,
I


'lenciosamente, elas desenvolveram-se em irritações ocãSionais, a par-
tir do instante em que o casal passou a questionar a imagem que cada /
um havia feito do outro. Isso gerou comentários seguidos de discus-

•• embora infinito. Só aquilo parecia real. Olharam-se na penumbra, ven-


do apenas uma face risonha de pele e ossos. Em verdade, os olhos re-
tinham ainda a consciência, mas onde estava a pessoa que cada um
sões, quando descobriram que os ídolos constmídos desintegravam-se
nas fraquezas humanas. Eventualmente entravam em luta abetta quan-
do um se recusava a aceitar os sonhos do outro. Ele a achava possessi-

•• (
havia conhecido frente a frente? Ele acariciou o rosto da garota, e isso
foi reconfortador para ambos. Daquele ponto em diante, de instante a
instante, eles desceram novamente ao mundo cotidiano,.,Nela, pens'!-
va e exigente, e ela descobriu que ele era excessivame"te tempera-
mental. Ocasionalmente as trocas de acusações eram ásperas e gros-
seiras para serem somente dissolvidas na cama de Vênus, onde era

•• mentos de ordem prática começaram a questionar o seu romantismo./


Lembrou que jã fora anteriormente envolvida pela paixão, mas agora
não era a mesma coisa. Havia desta vez um misto de uma curiosa sen-
aplacada a ira de Marte.
Por volta do sexto mês de relacionamento, chegaram a um ponto
~

crítico. A novidade vistosa se fora, mas concluíram que os laços que os

•• sação de familiaridade e de reconhecimento. Ela suspirou, exaurida na


sua agradável fadiga. Jamais havia se sentido tão segura, nem mesmo /
no aconchego da própria casa. /
uniam eram fortes o bastante para viverem juntos. Isso havia precipita-
do uma crise inesperada. Ao mesmo tempo em que concordavam que
manter dois apartamentos e um caso de amor era inconveniente, am-

•• Ele na baixa-mar de sua paixão, estava pensando. Essa experiência


só se comparava ã do seu primeiro amor de muito tempo atrás, na fa-
zenda do seu tio na Nova Inglaterra. Sem o cheiro do feno ou as coto-
bos estavam de acordo que era importante permanecerem indepen-
dentes. Aí estava o problema. Tais casamentos experimentais não
~ramraros no seu círculo de relacionamentos, mas existia também a

•• vias voando no céu de verão, ele relembrou uma das experiências


mais fascinantes de sua vida. Isso era marcante porque tivera diversas
questão do local e da propriedade a serem escolhidos, o que se revela-
va um assunto cmcial. Quando chegou a hora da decisão acerca do

I.
aventuras amOrosas e todas elas, comparadas ã desta noite, não passa- apartamento a alugar, qual localização seria a mais indicada? Ambos

• 122 123

~ .•
••
•• ,\
possuíam um ego forte. Nenhum dos dois Yesods concordava em ce, za extraordinária, e eles decidiram que não havia outra alternativa a

•• der e tornar-se o sócio secundário. Ambos desejavam ser o senhor pro-


prietário para O caso de uma.eventual separação. Cada qual se via sa-
crificando a própria integridade pela conveniência do outro. Uma ás-
não ser o casamento.
completa.
A Árvore do seu relacionamento estava quase

Durante a cerimônia nupcial aconteceu um fato curioso. No instan-


/'
_

••
pera discussão chegou até a acontecer diante do escritório do agente te em que O padre realizava a cerimônia, tanto o rapaz quanto a moça
imobiliário, Ele achou que a sua masculinidade fora insultada, e ela perceberam que uma união sutil se processava dentro deles. Era como
(
que sua segurança estava ameaçada, Concluíram que talvez fosse me- se alguma coisa vinda do alto confirmasse a ligação dos dois. Além dis-

•• lhor separarem-se imediatamente, Obviamente os dois eram comple-


tamente egoístas e totalmente incompatíveis,
Naquela noite, na cama, após uma tarde infeliz na casa dela, o mila-
;//
so, quando a noiva voltou-se para o noivo, concluiu imediatamenrte
que desde o primeiro encontro reconhecera inconscientemente o seu
marido .
.

•• , ,'.
gre aconteceu Outra vez. No clímax do amor, agora uma agradável roti-
na, a conexão Tiferética atingida na primeira noite foi restabelecida. Su-
bitamente eles se tomaram novamente um. Provavelmente apenas por
Nossa história retrata provavelmente uma situação clássica pois
contém o princípio do crescimento mútuo e o equilíbrio das Árvores
I

de cada parceiro. Também demonstra a tradição kabbalística nas rela-

•• (".,
um segundo, mas foi o tempo suficiente para constatarem que existia
um laço profundo unindo-os. Neste instante Hesed foi atingido. Rapida-
mente, todos os conllitos tornaram-se banais diante da radiaçãó de sua
ções entre um homem e uma mulher, nas quais a conexão íntima tem
uma analogia direta com a Árvore e o encontro do Céu com a Terra. O
casamento, uma união verdadeira c não simplesmente um arranjo le-

•• emoção expansiva interior. Tudo foi imediatamente perdoado, e todas


as feridas, reais ou imaginárias, esquecidas. Seus egos retraíram,se, fize-
ram-se magnânimos, Com cada um penllitindo a existência do outro iow .
gal, é raro porque na maiorijl das pessoas um ou mais Sefitot não estão
. funcionando corretamente. Um Gevurah ativo é uma causa freqüente
do mal-humor de esposas, e um relacionamento Nezah-Hod desequili-

•• (
dividualmente. Concluíram que o relacionamento poderia ir adiante, /
mas desde que cada um se desenvolvesse separadamente.
O tempo se encarregou de testar o relacionamento dos dois, e eles
í'
brado já provocou a n1prura de muitos casamentos, enquanto um Ye-
sod niascarado por mentiras evitou externamente mais de um desastI;5---'
n13trimonial.

•• ('
aprenderam a se respeitar e compreender quando as qualidades de Ei-
nah lentamente se fizeram presentes. Tiveram os seus períodos difí-
ceis, é verdade, particularmente quando ela via que as amigas tinham
O sexo, ao contrário dos pontos de vista puritanos ou excessiva-
mente permissivos, não deve de modo algum ser mal utilizado, mas
precisa estar ligado a uma situação cósmica e não corriqueira. No clí-

•• .'
filhos, ou o trabalho dele atravessava um momento ruim. Ocasional-
mente a intimidade dos dois chegava até mesmo a estagnar, e eles dis-
cutiam como se estivessem càsados, já agora conhecendo melhor os
max do ato sexual, em um relacionamento harmonioso e pleno, mui-
tas coisas tornam-se possíveis, e não é sem razão que '\sse instante é
chamado de 'a meditação dos pobres'. Aqui se dá o encontro de duas

••
{
hábitos e as atitudes um do outro. Sua segunda grande crise aconteceu Árvores: a emergência de identidades gemeas que desatam por alguns
quando concluíram que as coisas não poderiam continuar daquele monlentos, através dos seus corpos, os laços da existência terrena.
modo. Ou mudariam o relacionamento parcial, ou se separariam defi- Sendo a coisa mais próxima da experiência mística para a maioi-ia dos

•• nitivamente. Nen~,~m dos dois desejava mudar, e dessa forma mergu-/


lharam em uma sene desastrosa de aventuras amorosas por toda' parte.
Após dois meses voltaram a viver juntos, reconhecendo a dor pro-
homens, o sexo lhes possibilita uma visão, em companhia de suas
Evas, dos pOltões do Eden no Paraíso. Nesse contexto os casamentos
são realmente feitos no Céu, com a Noiva de Malkhur prometida ao

••
,:ocada pelas eXI?eriências passadas e declarando que a tudo era prefe- Noivo de Keter, com Jacó em Tiferet e Raquel em Yesod, contidos en-
nvel a companhia um do outro. Isso foi vislumbrado repentinamente, tre o Céu e a Terra.
quando em uma certa noite sentiram que a sua união não apenas os le-


vava a tudo o que haviam compartilhado, mas lhes mostrava, pela ex-

'.••
I.
p~riência vivida, todas a~ coisas que seriam possíveis no futuro. Aqui
Bmah entrou em conexao com Hokhmah, iluminando a constatação
óbvia de que foram feitos um para O outro, com todos os seus capri-I
chos. Daat completou o acontecimento auro-evidente com a sua certe-

~. • 124 125
r.,
•• ,~.

•• ,r-

••
•• í
15
•• .- r, .
•• r NaScimento-Vida-Molt~

••
r
r
••
(~ Continuando a história do capítulo anterior, examinaremos duas
ÁIVores resultantes da concepção de uma criança. A primeira diz res-

•• peito à sua gestação e nascimento; a segunda ao processo subseqüen-


te do seu ingresso ao mundo fora do útero, seu crescimento e sua mor-
te. Estudaremos aqui as Oitavas descendente e ascendente .

••
Nossos jovens, agora casados, resolvem ter um filho; ou o Destino,
í não importando qual seja esse estranho elemento, coloca-os em U')la
situação na qual uma criança é concebida. Sob o ponto de vista da Ar-
(,

••
vore, Hokhmah é o Pai e Binah é a Mãe, e quando eles se encontram,
(' unidos em Yesod, desde que as condições sejam favoráveis, isto é,
quando a Coluna do Equilibrio estã encarregada da cria~o, a concep-
(-

••
ção acontece em Daat. O princípio ativo vem do pai, bem como todos
os seus atributos masculinos, de sua família e raça. As mesmas contri-
buições provêm de Binah, com a adição dos elementos femininos .
Aqui formula-se a dinâmica, a história de duas linhas de gerações teci-
,
r
•• da na dança dos cromossomos. O sexo da pessoa é determinado pro-
vavelmente em Binah, bem como se ela teri cabelos escuros ou claros,
se tende a ser alta ou baixa ou se fisicamente será fraca ou forte. Se

•• presumirmos que o pai é judeu e a mãe inglesa, obteremos uma mistll-


ra de características étnicas que darão à criança um illSight e uma com-
preensão de duas perspectivas distintas. Ela poderã ser volátil e práti-

•• Nascimento-Vida.Morte
ca, ou fleumática e astuta. Inúmeras combinações são possíveis nesse
nível. Em Binah também encontra-se a provável programação de [0_
dos os relógios, O biológico e o espiritllal, assim como o temperamen-

• to em geral.

'.• /

127
••
•• Depois da concepção o Relãmpago prossegue para Hesed. Aqui
tem início o processo da expansão orgânica e do crescimento. Decorri-
ainda está ligado ã mâe e participa da sua circulação, seu 'desejo de so-
breviver encontra-se verdadeiramente presente, comumcando-se atra.

••
(
dos alguns dias o óvulo fertilizado divide-se em um detemlinado núme- vés do Nezah materno, cujo estado letárgico foi projetado para evitar
ro de células, formando uma bola oca. Essa massa continua a expandir- qualquer comportamento pessoal errõneo. Ela se acha sob o comand~.
se COm uma velocidade extraordinária, até que, alimentada pelos nu- de Vênus e da Lua, as madrinhas gêmeas da Natureza.

•• trientes retirados da parede do útero materno, transforma-se em um


disco embrionário. Nesse ponto o princípio Gevúrico que funciona na
Hod poderia aqui ser chamado de princípio haOllonizador. IS,SOde-
vido tanto aos diversos órgãos sensoriais complementados ~Io SIstema

..;. gestação começa a estabelecer a diferenciação das células em diversas nervoso Hodiano quanto ao organismo como um todo, smtomzado

• ,.-
funções, sendo que a principal delas é a formaçâo de papéis especiali-
zados de três tipos de células: o endoderma, que se transfomlará nos
sistemas internos da digestâo e suas funções associadas; o mesoderma,
com os limites definidos por Gevurah em um instrumento altamente
sensível. Hod peOlleia o embrião, levando e trazendo i.nfor,:,ações para
que os processos precedentes sejam levados a um fmo aJustame~to./
Para ilustrar a sua função de modo negativo: quando um g!"p.o de celu-

.
que produzirá a zona inrcmlediãria dos músculos, ossos e teciqa:s con-
juntivos; e o ectodeOlla, que dará lugar ã derme, ao cérebro e à medula / .las nâo está afin-'!90com a sintonia do organis~ como um todo,. ggQe
( espinhal. A diferenciação Gevúrica toma seu lugar quando o disco e~ sobrevir um cãnce'f;CíJnlNezah em desequilíbrio as supnrá de ahmen-
tos mantendo assim o seu crescimento maligno. A menos que Gevurah
,.- brionário ainda não atingiu um oitavo de polegada de diâmetro.

•.,' A partir desse momento Hesed e Gevurah trabalham juntos, o pri- sej~ informado e todos os dados passem por sua vez aos Sefir?t envol-;

. meiro produzindo o crescimento e o segundo definindo e determinan- vidos, o tumor se expandirá e destruirá o corpo que o benefiCIa, e con-
do órgãos e funções. No ectoderma a cabeça começa a se formar, Osis- seqüentemente a si mesmo, tâo egoísta é a sua orientação .•Hod tor~a
tema nervoso é projetado e as lentes oculares são acabadas. No meso- isso possível para que o corpo perceba o que está acontecendo. Pur
(" derma focalizam-se os diversos músculos e ossos, com uma rápida meio de sua habilidade rastreadora, ele é capaz de dar-se conta da
evolução experimemada pelos pulmões, tubo digestivo, órgãos se- mais insignificante aberração, passando depois a informação, dl~!-
• r
• À"Uaise corrente sangüíneaj ao mesmo tempo, o endoderma recobre o
mos, a Nezah, que enviará glóbulos brancos para combater a l.nfecç'lo
sistema respiratório, O tubo digestivo e a bexiga. Esse trabalho interba- no sistema. Agindo como equilibrador de Nezah, Hod tam.bem olha

•.
para fora, por meio dos sentidos, para monItorar o mero ambIente. Is~o
• 1-
lanceado prossegue em uma seqüência exata, dirigida pelo plano d~
Einah e gerado pelo impulso criativo iniciado em Hokhmah. acontece até mesmo no útero, quando o feto se debate até encontl a/
uma posição mais confortáveL .
Tiferet anuncia a presença da Natureza Essencial. Pela sua posição
no Relâmpago, isso poderia significar que, simultaneamente ã. forma- No caso presenre, Yesod é a personalidade de todo O organrs~,o,
('
ção do embrião, ocorre também a inteligência particular, imbuída pela mesmo que ainda nâo tenha recebido estímulos do murdo extenor.
• i Está situado no meio da tríade Hod-Nezah-Malkhur, a cera modelada
\Coluna Central da Consciência, encimada por Keter e focalizada pelos /
mas suave do cérebro, corpo e psique da criança. Igual a um espelho,
• ,r quatro Sefirot subseqüentes. Nesse ponto ocorre uma pausa, que se /
ele é feito de um certo modo, ãs vezes claro, outras opaco, podendo

•• prolonga por todo o período de gestação até o instame do nascimento;


embora nos casos de aborto, voluntário ou não, poderia acontecer o

~-----
que está escrito no livro judeu de orações: "Passa pelo mundo sem en-
-------
até mesmo ser distorcido, dependendo do que acontec~u. durante a
gestação. Não traZ memórias, apenas incorpora caractensncas, defei-
tos e fobias. Um dom familiar para a música provavelmente está laten-

••
~Jrar_nele:.. ...
O processo gestatório continua com Nezah por.do em movimento
te ou uma tendência para a violência; talvez ainda uma aptidão para a
não apenas os ritmos biológicos e os ciclos songuíneos, digestivos etc., / nl~cânica ou uma aversão inerente Pela altitude. Não ativas, essas ca-
racterísticas criadas por uma combinação do equilíbrio particular dos

•• mas instalando o princípio de conservação, para ensejar uma comínua


renovação, seja ela de células, do instinto de autopreselvação ou de
regeneração das espécies no desejo se,,'ual. Esse princípio Nezáico se
Sefirot, pod~rão permanecer latentes por toda a vida, vindo ã t~na so-
mente em uma situação de stress ou na ocorrência de al~lIma cl~cuns~
táncia propícia. Assim, um Mozart viven~o ~m uma a!dela de nunera- /


aplica sempre, não somente no organismo,~mas também na psique da
dores talvez nunca houvesse utilizado O orgao da rgreJa local, enquan-
pessoa, procurando permanememente hábitos de comportamento ca- /
.to que um gênio mecãnico muito provavelmente estaria perdendo seu

.
pazes de conservar a sua sensação de bem-estar. Enquanto o embriâo

128 129
(
I.I.
I'.

I:I. tempo tocando na Orquestra Filarmônica de Londres, não dispondo


nunca de tempo livre na sua agenda de músico profissional para assu-
mir seu hobby de inventor de engenhocas. Yesod poderia ser superfi-
cialmente chamado de mente, a mente comum, a qual exploraremos
I "
tanto, essa designação pode ser perfeitamente válida. Conrudo, ne-
nhum bebê possui ainda O vocabulário que lhe permitiria expressar a
experiência passada, O que também é verdadeiro para os místicos ao

'.I.•
sarrem do êxtase. Sendo assim •. nos resta tão-somente a maravilhosa
I.
I
mais adiante, quando considerarmos a Árvore na direção oposta, do /
nascimento ã morte.
impressâo de um novo ser despertando para o nosso Mundo, seguido
do seu grito saído de Hod-Nezah reclamando calor e alimento, ao mes-
Malkhut, o Reino dos Elementos, é o corpo físico. Todos os outros
,• mo tempo em que os dois pilares laterais começam a funcionar de ma/,
,.~
Sefirot suprem a energia e a fonna criadoras do organismo físico que neira completamente independente.
vemos surgindo do útero. De Yesod para cima existem os princípios, I Malkhut é o corpo enrugado, úmido e vivo do recém-nascido. A

•.'
tais como o desejo de sobrevivência, os quais se manifestalU através .
do corpo, que por sua vez é apenas um veículo - um aglomerado
sempre mutante de células, do qual somente o tecido cerebral pode se
I
)
partir désse,momento começa a sua jornada de volta a Keter, conten;Jo
em si uma Arvore completa, pois Keter está em Malkhut. Mas essa Ar-
!
vore provavelmente não será notada externamente, excero com o pas-
aproximar da duração da vida da própria pessoa, considerando que

•• muitas células não vivem mais que um dia, enquanto outras mal ultra' /
passam algumas semanas. Somos uma onda estática em contínua mu-
tação, segundo a descrição científica do fenômeno, Os únicos elemen-
I
I{
sar dos anos, quando a pessoa cresce e a percorre outra vez. O primei-
ro estágio é o caminho da infância, entre Malkhut e Yesod. Nesse pe-
ríodo o corpo não apenas aumenta rapidamente de tamanho como

•• I
~
.' tos aparentemente permanentes são as funções dos Sefirot, que man-
têm a nossa consciência, forma e energia, enquanto proporcionam o
crescimento físico até atingir a maturidade, antes que O organismo /
também é sarurado de informações internas e externas. De Hod ele ab-
sorve, através dos sentidos, os aromas, sons, gostos e visões da mâe. O
tato é possivelmente o sentido mais importante, com a temperarura e o

•• exaurido, já há muito incapaz de manter a vida celular, entre em colap-


so e morra. Vale a pena repetir a idéia contida no Gênese de que caí-
mos ou desceolos à Terravestido~em casacos de pele, e que estamos
conforto desempenhando um papel fundámental ao contribuir para a
formaçâo de sua imagem Yesódica do mundo. Nezah contribui com
sua participação, com a criança reconhecendo lentamente o ritmo diá-

•• ,- atados pelas leis da vida orgânica, sendo-nos negados por algum tem-
po os jardins superiores do Éden. Durante a concepçâo somos aprisio-
nados em uma forma física e depois ejetados do útero de Eva parar
rio e a resposta dos pais, que respondem rapidamente ao seu menor
chamado. Mais tarde, a panir do instante em que Yesod estende a sua
imagem para além da exploração íntima do corpo e da reação aos ci-

•• (

(-
reino natural, de onde começamos
sando pela morte. '
a subida da Oitava de retorno, pas-
clos internos, o 'bebê passa a ampliar o seu campo sensorial, arremes-
sando objetos do berço como pane do programa de reconhecimento
de alrura e distância. No início da infãncia (com cada estágio sefiróticyo ."

•• , Ao nascer respiramos pela primeira vez. Com essa repentina sacu-


dida, a criança é extraída de sua mãe, ao fim de uma Oitava criativa,
tornando-se um ser independente. Qualquer pessoa que tenha presen-
mesclando-se com o seguinte) a criança começa a codtrolar suas fun-
ções, a andar e a falar - todas as faculdades do Hod físico.
O período de Hod é aquele em que a criança aprende acerca de
.
:

••
tudo a seu redor. Sempre curiosa, ela pergunta e explora incessante- '
ciado um parto reconhece o sentido do profundo impacto causado
mente a geografia local da sua casa, tendo o mundo intelecrual escan-
não apenas aos dois, mas particularmente ao bebê, q~r-
,,"- carado pelas leituras e pelos meios de comunicação. A infância é ocu-
ma cl~ao seu ingresso em nossa dimensâo. ÃÍgÜnU1~uerem e'!!-

•• c- (Rreender a via em e nascem mortos e'!9'!.:'~to outros prefer~r


~em arranca os a fót~_~, ou estinlula os c~:m}uma Q~lmadano.
traseJrCl.DUtros reagem ao choque provocado ao serem removidos do
pada com a experimentaçâo, variando da avaliação do peso de ,um ga-
lho de árvore à simples química. Os museus sâo o seu lugar favorito,
bem como quaisquer buracos ou cavernas, Tudo serve de pretexto /

••
(
para acumular inutilidades fascinan,tes, enquanto realizam-se questio-
-útero materno protetor, e ainda outros simplesmente concorda,m em fi-
( car aqui, ao menos por algum tempo, Esse período inicial é às vezes namentos infindâveis sobre as maiores, mais fones, mais compridas e
,. mais pesadas coisas e criaruras da face da Terra. Esse cena mente é o
chamado de '4 IdM,e da Sabedori.a: - uma denominação curiosa,

••
Sefirah de Mercúrio, com sua variedade camaleônica de interesses, in- /
mais apropriada ao iiiãl aa existência, ainda que de acordo com um
cluindo truques, decepções e até mesmo pequenos furtos - como,
outro pOnto de vista o nascimento e a morte sâo a mesma coisa. Por-
bem o sabe qualquer dono de pomar. Velocidade e alegria são muito

•• 130
131
••
••
•• importan~es, e a agilidade apresentada no pátio escolar é eVidente,/
como o sao a cacofonia e a tonalidade aguda das jovens vozes merm-
riais. Quando a adolescência se aproxima, a criança já dispõe de um
Tiferet é a plenilUde da vida. Nesse ponto a NalUreza atingiu seu
zênite, portanto está dotada de lUdo o que a vida orgãnica pode ofere-
cer, com a Natureza Essencial tendo à sua disposição todo o equipa-

••
quadro bastante definido do mundo. Sua persona está bem formada e/
a educação abrange a sua Natureza Essencial, algumas vezes fazendo' mento físico de que venha a necessitar. Muitas das maiores obras de
com que a luz fique bloqueada. Isso pode ser muito bem demonstrado . "" arte são criadas durante essa época (Tolstoi estava com aproximada-
mente 30 anos quando escreveu Guerra e paz), e os homens freqüen-

••
no sistema inglês de educação pública, capaz de obscurecer a verda-
deira natureza de uma criança através de uma máscara social forte- temente enCOntram-se a si mesmos nessa ocasião, desde que tenham
ment.e convencional, aprisionando-a freqüentemente por toda a vid~ progredido para além de Nezah. Aqueles que não alcançaram tal de-/
Adnlllável como uma ferramenta a serviço do self real de um homem " senvolvimento, continuam divertindo-se com os romances passagei-

•• a persona é u'm mau professor quando se"trata de um desenvolviment~


-:erdadeiro. Como observa-se freqüentemente, muitas pessoas não se
lJbertam de Yesod e Hod, preferindo comer, beber e repetir velhos cli-
ros, inadequados à sua idade, ansiando em reter uma juventude que
há muito já se foi. A publicidade moderna explora esse fator, conven-
cendo os mais velhos de que as qualidades físicas da mocidade têm

•• chês e hábitos adquiridos na escola. Durante a vida, seus valores são


gover~ados pela gratificação e pelas"impressões, sendo seus desejos,
n~ malona das vezes, dirigidos por aqueles que possuem a determinay
mais a oferecer do que a inteligência advinda da própria experiência./
Homens e mulheres fisicamente orientados esquecem as possibilida-
des das suas almas e teimam em permanecer sempre jovens, até que o

•• í
t
çao de Gevurah, o poder de Tiferet ou o desejo de Nezah. Isso pode
parecer de certo modo contundente, mas o mundo ocidental, em parti-
cular, pratica os seus relacionamentos baseado na evocação de tais fra'l
mais poderoso e caro dos cosméticos seja incapaz de mantê-los na ilu-
são da beleza e da vitalid'lde eternas. O tempo orgãnico não pode ser //
congelado. . . ./"

•• i'-
quezas e dominações.
A juventude é a época de Nezah. Com ela, vem o despertar.da be-
/

leza e do amor. As moças tornam-se conscientes de seus fisicos e os ra-


A idade de Tiferet é única porque, situando-se no eixo central da
consciência, abre o acesso para o desenvolvimento interior. Enquanto
Yesod provê a conscientização do mundo exterior, e Hod e Nezah de-

•• pazes do despertar da sua paixão. É a idade de Vênus uma ocasião


para vestir-se na última moda, conhecer os sucessos m;,sicais do mo-
mento e atravessar IOdas as doces intrigas do romance, em um mundo
sempenham os seus papéis, Tiferet abre os pOltões da imortalidade.
Através de sua verdadeira autoconsciência, com um organismo total-
mente operativo e eficiente, um homem pode ver, a paltir do seu ápice

•• agradável e poético. Esse é o tempo do despertar da se",ualidade e da


incidênci~ da gravidez inesperada. Aqui sitva-se o reino do sonhador, /'
reconheclvel em Romeu ejuliela e em Wesl side SI01Y.Energia e des-
físico, a natureza de IOda a sua vida. Nesse ponto pode julgar sua con-
dição profissional, sendo capaz de prever a direçào que esta deverá 10- /
mar. Chamado tradicionalmente de 'Trono do Julgamento', Tiferet ca-
"

•• r~
canso, cheia e v~zante;a corte atravessa o ciclo de sedução, orgasnlo e
relaxamento. EIS Nezah, ou Eternidade, com sua ronda contínua de'
amor, p~ssando de par ~m par em uma longa cadeia de abraços. O
pacita-o a decidir, nesse instante crucial da sua vida, ~e fará pessoal-
mente a escolha ou se será levado a fazê-la. Aqui um homem tem o
poder de ser ele próprio. Até sendo funcionário de uma grande empre-

•• r mundo e cor-de-rosa. A Juventude não tem outras dores além das do /


afeto recusado - e eXiste sempre um outro parceiro disponível para
curar aquele,co.ração ferido. Aqui não há lugar para a dor, a doença e a
sa, é capaz de ser ele mesmo, possuir a própria integridade, a própria
individualidade. A tentação do ego certamente estará presente, mas
isso pelo menos indicará que amadureceu e tem em si o remédio para

•• morte; ~,do e Vital e belo, sem nenhum vestígio de lágrimas. Dormir ao


relento e engraçado, camar a noite imeira ao som de uma guitarra não
provoca o menor cansaçu físico; este quando ocorre, é varrido rapida-
esse mal. Um verdadeiro demônio tem mais possibilidades de desen-
volvimenro que a sombra de um homem que vive apenas em Yesod,
qual muitas vezes é nada mais que uma coleção de imitações adquiri-
0/ .

•• ~,ente pelo amor, ao mesmo tempo em que a força crescente do corpo


e capaz de suportar qualquer castigo. Essa é a idade na qual rapazes e
moças saem de casa, com a intimidade amorosa levando-os às primei-
das, emprestadas e roubadas de outras pessoas.
Gevurah é o período da determinação. Poderia ser chamado de
idade madura, ou seja, quando O poder da eswnlra máxima é encami-

•• ras ~,anifestações de independência. É a primavera antes do pleno fio)


rescunento do homem ou da mulher.
.)
nhado para uma só direçào. Tomando o símbolo de M"lte, podemos
notar a marca de um homem que alcançou esse nível e ess" idade. Po-'
deria ser um diretor de empresa ou .um artista que encontrou o prÓPrio __
/

I. 132

• (' 133
••
•• r~

•• í
(
estilo. Ali estão presentes a coragem e o discernimento. Ele não se des-
via da sua rota, a não ser para se ajustara situações que são possivel-
mente devidas mais a problemas de aprendizagem do que obstáculos .
mas também capta os excessos de um projeto, as ramificações que não
seria capaz de perceber quando era um homem com visão menos
abrangente. A vida torna-se mais agradável, o trabalho é importante, ,./

•• r- ('
a serem saltados no percurso da ambição pessoal. Existe um elemento/
emocional no seu trabalho. Ele continua a sua tarefa apenas porque
lhe interessa, enquanto os homens inferiores trabalham apenas por di-
mas ele pode se dar ao luxo de relaxar e de ser generoso. Caso deseje
continuar trabalhando, ainda é forte o suficiente para isso, e está mais
inclinado a ver o seu empreendimento a partir de uma escala amplia- /

•• r-í'
nheiro. Alguma coisa o impulsiona. É possível que lhe mova o desejo
de ter uma casa melhor ou propiciar uma educação mais aprimorada,./
aos filhos. Seja o que for, isso lhe fornece a segurança e certeza que o
da. O dinheiro e o starus há muito deixaram de ser fundamentais. Há
um certo prazer em rudo o que faz. Pode até tornar-se repentinamente
benevolente e dotado de uma forte consciência social, pretendendo .

•• r-
í
caracterizam. Encarado sob um aspecto negativo, isso poderia torná-I~
agressivo, um carreirista impiedoso capaz de atropelar qualquer um
que atravesse seu caminho. Tal motivação pode provir do ego, quando
ajudar os menos afortunados, como o fez o milionário americano Pea/
body; ou mesmo criar fundações filantrópicas, a exemplo de Forde
Rockefeller. Se for solitário, talvez um artista, e tiver amadurecido ver-

••
I
í
a tríade Hod-Tiferet-Gevurah, desprovida de um forte equilíbrio da /
tríade Hesed-Nezah-Tiferet, passa a impulsioná-lo. Por outro lado,
esse nível de julgamento poderá levá-lo a discriminar as coisas com
dadeiramente para além da fase competitiva de Gevurah, pode querer
ajudar jovens pintores ou escritores, como fez T.S. Eliol. Essa é a idaY
jupiteriana, assim como foi a era marcial no período de Gevurah .

•• r
í
propriedade, habilitá-lo a observar as situações, a qualidade dos pro-
dutos e os patrões que desejam fazer dele um servo. Um homem com
tais características é de inegável valor como perito em uma equipe d<
Entre Hesed e Binah encontra-se o Sefirah invisívelJ2aat Esse é o
ponto na vida de um homem em que ele'tem rea~te conhecimento
de rudo o que aconteceu a seu redor. Caso tenha evoluído até aqui -

••
í'
negociadores, o que também o diferencia como possuidor de habilida-
des e conhecimentos exclusivamente seus. Poucos homens atingem a/
e a maioria das pessoas não o consegue porque prefere permanecer
na ilusão de suas épocas mais agradáveis, freqüentemente a juventu-

.••rr
idade adulta Como verdadeiros mestres, embora alguns sejam forçados /
r a desempenhar esse papel com a finalidade de competir e dominar .
de -, ele relacionará rudo o que aprendeu ao padrão da sua vida. A
partir dessa posição situada diretamente acima de Tiferet, ele estará .
Isso é devido a uma pressão externa e não inerente à natureza interior apto a olhar para trás e ver com olhos conscientes todos os sinuosos/
da pessoa. Com o passar do tempo, quando os mais jovens o substituí-/ caminhos que percorreu. Isso o levará a uma profunda constatação de
rem, tal homem se perguntará se valeu a pena o esforço. Chega a oca- que a vida é um jogo, cuja arte é participar sem se deixar apanhar. Lite-
(-
sião em que o nosso personagem atinge o ponto para onde marcha so-

••
ralmente, o mundo é um palco e a vida do homem é um papel.a ser
zinho, toma unla decisão, provavelnlente contrariando os conselhos desempenhado. Ele reconhecerá isso, observando com cinismo ou hu-
ou mesmo o senso comum para seguir a sua própria estrela. Podem0..s/" mor, dependendo de como tenha atingido a visão de qu~ existe um se-
então dizer que ele alcançou a iniciação de Gevurah. ,./

••
gundo nascimento pelo qual terá de passar antes da mOlte. Para mui-
O período de Hesed é o da meia-idade. Acontece talvez após o tos que chegaram a essa conclusão, o vazio de Daat, ou o desapareci-
longo esforço dispendido na constiruição de uma família, ou naquela . mento do ego, pode ser demasiado. Sabem que juntamente com a
etapa de uma carreira que distingue um profissional de um amador.;

••
morte há a renúncia de todos os ganhos terrenos, mas tentam segurá-
Por essa época um homem adquiriu a riqueza da experiência, e muitas los, aferrando-se a lembranças e a riquezas, achando que assim evita-
vezes também de bens materiais. Possui quase tudo o que mais dese- rão o segundo grande choque e o renascimento potencial desde que
jou, seja o sucesso, a satisfação pessoal, e até mesmo alguli,a ilusão

••
vieram ao mundo. Aqueles que encaram esse ponto como uma opor- /
(- antiga. Atingiu um ponto em que as pressões podem ser aliviadas. É runidade, retiram-se voluntariamente do mundo antes de serem força-
mais tolerante, mais benigno. Certamente ainda trabalha com afinco, dos a deixá-lo pela mOlte. Podem continuar Oseu trabalho no mundo,
mas não com a mesma garra. Isso acontece não somente porque suas

••
mas suas atitudes não são deste mundo. Na tradição indiana, um chefe
forças começam a declinar, mas porque adquiriu uma visão ampla que de família transmite para os filhos todos os seus deveres mundanos e
o capacita a detectar o melhor método de desincumbir-se de uma mis-,' / retira-se. No Ocidente, um homem pode fazer a mesma coisa, mas fi-
são. Observa que uma ação fulminante e a determinação têm o seu IU-)

••.(
. lia-se a um clube de golfe. Entretanto, mesmo nas sociedades tecnoló-. /
gar, e que os mais jovens podem fazê-lo de forma mais apropriada, .....'--, gicas européia e nOIte-americana, existem alguns que seguem a icléiV

134

L.
135
•.
'

•• .,

'.•• ,..-
,..-
do retiro espiritual, e é importante lembrar que uma pessoa p~e che-
gar a esse ponto em qualquer momento da vida, Muitos homens notá-
veis fizeram suas fortunas antes dos 40 anos e devotaram o resto das
suas vidas ã evolução pessoal, seja ingressando em um mosteiro ou,
como o milionário alemão Schliemann, dedicando-se ã arqueologia.
trás da cortina de Hokhmah a existência de um mundo brilhante. No
pensamento silencioso e profundo do intelecto interior, a i1uminação/
chega não para amedromar, como faz a morte com os despreparados,
mas para clarear o caminho de volta ã Keter - a Coroa. Em Hokhmah

••
encontra-se a sabedoria de toda uma vida lampejando pelos anos atra-
Essa mudança decisiva nos leva a Binah, ~ vés de todos os Sefirot, até alcançar Malkhur. Como a morte separa a
(
Binah é a velhice, Contrariamente ã crença geral de que esse é o alma de um homem de seu casaco de pele, Jevando-o para O mundo
período terminal de decadência, na verdade é a preparação para a di-

••
I posterior, aqueles que assistem a um falecimento reconhecerão a ocor-
,.- nâmica da chegada da morte. É certo que o corpo decai e os processos rência de um acontecimento cósmico. Isso é de fato tão poderoso que
vitais se entorpecem, mas a parte invisível do homem que habita seu o seu impacto freqüentemente se faz sentir a uma grande distância e
envoltório físico está, ou deveria estar, cheia de experiência de vida/

••
repercute por muitos anos. Esse é o poder de Hokhmah, um ill$igbt
,..- Enquanto o corpo há muito já não consegue correr um quilõmetro, o tão profundo na morte quanto o presenciado ao se testemunhar um
que, convenhamos, é desnecessário na velhice, a alma pode analisar o nascimento.
r material coletado ao longo dos anos. O silêncio e a quietude são tudo Em Keter está o fim e O princípio. É a Coroa aberta através da qual .

•• r
,..-
o que se precisa. Uma boa cabeça e um bom coração, respaldados por
Uma memória que recorde lemameme os tempos amigos, tão caracte-
rísticos da velhice, podem renovar a vida e levar a uma compreensão
O espírito entra e sai, algumas vezes para vir e outras para vOlta:~

•• impossíveis em Uma existência atarefada e voltada para o mundo exte- .


riar. O tempo é a qualidade de Binah, cujo planeta tradicional é Satur-
no. Encontra-se aqui a :,abilidade de sondar as décadas, observar os (

•• r
vínculos e os nós dos anos, utilizar o conhecimento de Daat para des-
vendar mistérios do destino através da percepção, notar Como CCltos
encontros e separações fora,:l fatais, perceber que determinadas situa-
C

••
(

ções ensinaram precisamente a necessária lição. Toda uma filmoteca


de cenas íntimas pode ser repassada sem a pressão dos desejos, dos
julgamentos de valor ou da complacência aura-indulgente. Fatos pc- .

•• dem ser revividos com maior clareza, sendo a verdade a respeito de


determinadas situações obselvada anos mais tarde, reunindo as peças
de um quebra-cabeça antes insolúvel. Aqui em Binah, no inverno da

•• vida física, está a possibilidade de visualizar a próxima primavera. De- /
senha-se todo Um ano-vida COm suas estações. No fechamento dos
sentidos, o mundo interior torna-se mais real e o reino invisível mais

•• próximo. Voltam as lembranças da infância, recordando-se os aromas


e as visões há muito esquecidos. Antigos rostos, até dos que já morre-
ram, visitam constantemente o contemplativo, e por trás deles notam.

•• ., se insinuações do paraíso. Para os desatentos isso parece ser o ponto


de partida; Fara os conscientes, uma aproximação. Temos aqui o salto
através da Arvore até Hokhmah. Aqueles que chegaram ã velhice sem
J

•• se desenvolverem espiritualmente vêem esse salto inverso do Relânl-


pago como a luz cegante da morte obscurecedora. Para aqueles que
compreenderam o significado das suas vidas através de Binah e Daat, .

•• a morte é vista de um modo completamente diferente. Vislumbram por /

136

• 137
••
••
••
•• 16
••• o Tempo
••
••
•• Após havermos considerado o nascimento e a morte, vamos utili-
zar a Árvore de um modo completamente diferente, a fim de exami-

•• narmos o Tempo. Em primeiro lugar precisamos entender que existem


diferentes tipos de Tempo. O método de usar um relógio, seja ele um
medidor horário ou de microsegundos, é mais conveniente que exato. /'

•• O Sol, por exemplo, durante a maior parte do ano chega ao meridiano


do meio-dia mais cedo ou mais tarde, e o Tempo, de acordo com as es-
trelas, deve ser ajustado continuamente para manter uma constante

•• científica. Dessa forma, deixaremos de Jado a nossa compreensão co- /


mum a respeito do Tempo. ,~
A forma mais familiar de Tempo que conhecemos - para os seres

•• humanos, pois cada crialllra possui fi sua própria medida - é a que se


chama Tempo Passageiro. É vista na tela de Yesod, que representa o
mundo de Malkhut como um espetáculo que passa, uma corrente con-

•• tínua de imagens que se focalizam e se dissolvem por entre os sonhos


interiores durante a vigília. À noite, quando o caminho entre Yesod e
Malkhut está fechado, os sonhos diurnos passam para o primeiro pla-/

•• no como as estrelas nOlllrnas, e o Tempo parece fazer coisas estranhas.


Esse Tempo Passageiro é aquele que consideramos geralmente como
verdadeiro e relacionamos ao relógio. Isso é uma ilusão, não merecen-

•• o Tempo
do, portanto, a menor confiança, bastando apenas estabelecermos o
contraste entre um dia abOrrecido e um interessante para constatarmos
a diferença, pela lentidão ou rapidez com que passam as horas em um ,

•• ou no outro caso. Basta um pouco de atenção e obsezvação para per- /


cebermos que o relógio não mede nada em nossa vida pessoal, embo-

L: 139
' .•
•• !
~
,

•• - (

, ra seja útil na marcação de compronlisso~ e em outros assunto:' exterM


nos de ordem prática. Relativamente, porem, ao nosso verdadeiro sen-
Hodiana é a nossa impressão mais curta, ou com o comprimento de
uma fina centelha elétrica. Olhando através da escala temporal de

•• (
(
tido de Tempo, o relógio é inútil. O jovem que ~,spera a nan~orada
acha dez minutos insuportavelmente longos e o beiJOde despedida tn-
crivelmente curt~,por razõ:s ~ifer~ntes e_subjetivas. Isso é result~
Hod, um minuto é composto de milhares de tais descargas. Se não fos-
se assim, o olho humano não poderia fi.mcionar, ainda que para a nos-
sa sensibilidade normal essas imagens em constante mudança mist~
..

•• da interação de diferentes mvelS e dlmensoes do Tempo, , , . rem-se ao fluxo contínuo chamado visão.
O homem é uma Árvore da Vida e cada Sefirah pOSSUIa sua pro- É possível ampliar a nossa sensibilidade de modo que pareça desa-
í pria escala Temporal. Se tomarmos Tiferet como um dia e uma noite, a celerar voluntariamente o tempo Hodiano. Isso pode ser obtido de for-

••
(- essência do Tempo, observaremos ,!m ciclo completo ao redor do qual ma artificial por meio de drogas como o LSD, mas tal comportamento
funcionam os diversos relógios da Arvore, Em Tlferet encontra-se uma não é aperias ilegal no sentido espirirual, como tão perigoso quanto in-
C- jetar combustível de foguete em um pequeno carro. Ele andará rapida-
medida consciente, Um homem pode abranger todo um dia, com o
mente por um breve instante, mas logo explodirá - para sempre. A

••
i- seu ser percebendo-o como uma peça integral. O Ten\po nos demais
Sefirot ou é demasiado longo ou demasiado curto para ser apreendIdo via legal para adquirir essa conscientização é através do cultivo inteli-
í' inteiramente, ainda que um dia seja compreensível pelo seu corpo /' gente e diligente. As artes podem ser um dos meios de obtê-Ia, como
í' muitos pintores o demonstram ao congelarem momentos sobre as te-

•• -
pela sua alma. " .
Normalmente um homem vê o mundo atraves do Tempo Yesódlco. las e inúmeros compositores ao tentarem evocar tais estados agudos
í Observa a passagem dos acontecimentos imaginando que ele~ são com as suas músicas. O cinema reconhece o dramático impacto de en-
reais, mas quando repentinamente desperta, talvez ,durante ~m aClde~- curtar o Tempo. Para aqueles que praticam uma disciplina espirirual,

••
I
te de carro, tudo muda. Freqüentemente a carnCtenstlca mais memora. esse fenômeno é bem conhecido. Encontra-se aqui um dos pOltões da
1-
vel de tais eventos é que o Tempo parece mais lento. Digamos 9ue, en: consciência superior. No estado de alerta que acompanha, por exem-
r- quanto dirige, um pedestre surge ã sua frente. Ele percebe ~ pengo e ve plo, uma meditação, um gesto ou uma simples palavra pode transfor-

•• (-
toda a ação com uma clareza impreSSionante em uma fraçao d.e segun-
do, embora para ele aquele breve instante aparente ter a duraçao de um
dia inteiro do tempo Yesódico. Ele desvia, freia e olha o carro dmglf-se
mar toda uma afirmação em um instante. Somente um Hod perspicaz e
'bem sintonizado seria capaz de captar essa conversão. Talvez uma his-
tória possa ilustrar bem esta dimensão: um anjo apareceu certa noite a

•• (- lentamente de encomro a um poste. Seu corpo, no emanto, trabalhand ...


COl uma outra escala temporal, é. incapaz de responder com a neceSS3-
ria rapidez para evitar a derrapagem. Tudo lhe parece .extraordinaria-
o um homem, que naturalmente ficou surpreso, chegando a derrubar um
jarro d'água. Mas essa impressão desapareceu instantaneamente quan-
do o homem foi elevado através de toelos os níveis ao Rei"o dos Céus,

•• mente vagaroso, mesmo sabendo que os seus reflexos sao tncnvelmen-


te rápidos. Nota a situação desenrolar-se gradualmente dlan.te dos seus
olhos, enquanto o observador imparcial que tem dentro de SIpõe-se su- /
até encontrar-se aos Pés de Deus, em Pessoa. Depois de ter tido todas
as visões celestiais, retornou finalmente
observar o jarro que dermbara cair ao chão.
à sua cama, bem a Tempo de

•• bitamente em estado de alerta. Acompanha a ação como se estivesse


assistindo ã projeção de um filme, quadro a quadro, em cãmera lenta.
Alguns desportistas conhecem muito bem esse fenômeno! ao Verenl a
Nezah é uma respiração, ou seja, um ciclo completo relativo aos
mundos interno e externo. O corpo humano está repleto de relógios,
cada qual com o seu próprio ritmo, liderado pelo batimento cardíaco,

•• bola de críquete ou de beisebol aproximando-se deles mais como um~


lenta esfera do que como um trem expresso acercando-se a uma velOCI-
dade veltiginosa. Essa é a visão Hodiana do Tempo, que o caracteriza
l
embora não o conecte diretamente ao mundo exterior. Uma respira-
ção, sim, pois seu ritmo participa tanto do exterior quanto do interior .
Isso lhe dá uma visão única, porque revela um relacionamento de cor-

•• através ele impressões ou reverberações infinitesimais que podem ser


tão rápidas quanto um décimo-milésimo de segundo. Uma dessas in~-
pressões pode congelar um acontecimento mínimo em um quadro legl-
respondência. Um mamemo de medo demonstra essa reação recípro-
ca. Durante uma respiração, em tais ocasiões, toda a siruação é capta-
da pelas milhares de impressões que inundam a faculdade HOdianv,.
..

•• vel peJa mente. Nossas lembranças estão cheias ele fatos des~a nanlreza,
o que nfio é raro, pois os nossos sistemas nelYOSO e sensoJ'lal baselam-
se em respostas de alta freqüência. A ordem mais elevada de freqüência
Ao final da mesma respiração, todas essas impressões foram analisa-
das e o sistema autônomo Nezáicc já ajustou o organismo para a fi.lga
ou luta.
.

•• ~
140 141

1...:
••
•• do que uma semelhança notável. São camadas e mais ca~ladas de im/

•• I Qualquer pessoa que tenha experimentado o encanto do amor co-


nhece muito b~m as mudan_ças que ocorrem a todo momento no hu- /' pressões, momentos e Narureza Essencial. É a soma total de comporta-
mor e met.a!:,olismo. A relaçao mede-se pela respiração, longa ou cur- mentos, atitudes e proezas. Nos auto-retratos ele fixa a própria existên-
~ cia, sua amargura, curiosidade e amor. EncontrarlbSe..agui os elen~n-

•• ( ta, e a sequencla estende-se como uma cadeia extática até a respiração


~ culmmante do orgasmo. Esse vínculo com a mente instintiva se conec- ~ue diferenciam ris seres humanos. Úm homem pode ser parecido
(
ta com a Natureza, e ãs vezes uma bela paisagem nos deixa, literal- em diversos aspecros; com sel:l imlão gêmeo, mas no decorrer da vida
estará ã mostra sua peculiaridade. Gevurah é uma vida. Para a maioria

••
mente, sem.fôlego: Aqui.há uma resposta inerente que pode ser nota-
da numa autude slmpáuca durante o anoitecer, ou ao alvorecer em de nós é O limite máximo de uma apreciação tempatál. Na morte de
(~
u?Ja flor~sta, quando o mundo vegetal reverte a sua respiração oxigê- um ser amado, a dor verdadeira é de menor duração do 'que se imagi-
na. Logo esquecemos a presença daquela pessoa, não por falta de res-

••
(~ nlO-<!Ióxldode carbono. Em tais momentos existe uma pausa distinta,
como se fosse a mudança entre a sístole e a diástole da Narureza. Ne- peito, mas porque nessa vida a nossa própria segue adiante. Mesmo
í zah é o relógio da respiração, medindo não o instante de Hod, mas para o cônjuge sobrevivente, a menos que se afaste e passe a'viver de
("~ momentos :0t?pletos. Trata-se não somente de impressões, porén, de lembranças, são grandes as possibilidades de ele considerar um novo

•• 1-

(~
uma slruaçao mtegral, seja ela uma vasta paisagem ou seja um primei- b- /
ro abraço.
Tiferet é a esséncia do Tempo. Para o homem é o ciclo solar ao
rY
I
I
I
casan;ento p~ra compartilhar os seus últimos anos com outra pessoa./
Esse e o sentido de uma vida, com a primeira e a última respirações
delineadas por impressões e vistas através da tela de Yesod. Os últi-
.

•• í
í
I,?ng~ de u?J d.ia e uma noite. Para uma efemérida, inseto cuja existên-
CIa nao vaI alem de algumas horas, um dia significa toda uma vida .
P~ra a biosfera, um ano, a ronda completa das estações, talvez seja um
I
mos anos passam voando, enquanto o organismo antes vicejante
na-se cada vez mais lento e a mecanismo do envelhecimento corporal
[O~-

parece entorpecer os sentidos e embotar os ritmos interiores. Contudo,

•• (
,~
dia. ~ara a Terra, um dia provavelmente quer dizer décadas, sendo a
rotaçao em torno do próprio eixo a sua mais cutta impressão'registrá-
velo e para o Sol, as marés de radiação, medidas na Terra pela passa-
I I
Gevurah pertence ã companhia de Tiferet e Hesed, formanéÍO com eles
.a tríade da autoconsciência, e com O acúmulo dos anos deveriam~se
acumular também a J?~.Ção do ~llo~ão:f~~ico e do seu Temeo,

••
\

:~ gem das eras, de tropical a glacial, talvez não passe aperias de uma res- q~_enão pertencem a ~ste m~õaü.(;"e'Wrilll~}leseçl~o_Q~anjos guar-
piração. Tiferet é a lãmina do nosso microscópio cósmico, e qualquer dY:~.~portº"s_d~ E possível penetrar no Paraíso mesmo du-
(- rante a pennanência no mundo da ação e da matéria. Dessa forma, o

••
cOisa que depositemos ali, nesse exame particular, será o dia e a noite /
(- para aquela entidade. Em nosso ponto de vista, está claro que vivemos ~lonlemé o único ser entre os animais que, alcançando essa primazia,
ao ntmo da atlVIdade e do repouso. Um ciclo de 24 horas é um espe- e capaz de ultrapassar a lei corporal e continuar crescendo. Aqui ele se
lho das nossas Vidas. Nosso despertar é o nascimento nossa manhã o desliga das leis físicas da acidentalidade e ingressa nai do destino:

•• ( -
,
crescimento, o meio-dia é a plenirude, a tarde é a noss~ decadéncia e a
nOI:e a nossa retirada, com o sono, meio-irmão da nlOI1e. completando
o circulo. Em verdade, nem todas as nossas alvoradas coincidem com
í
Caso se capacite a ascender ainda mais pela coluna central, estará se/
entregando, conscientemente, às mãos do Destino.
Hesed é a expansão do Tempo, contrastando com a diferenciação

••
(

( o.relógio na parede, pois alguns de nós começam a despettar ao meio- e a contração do Tempo de Gevurah. Nesse Sefirah situa-se o poder
dia e outros depois da meia-noite. Cada um tem seu próprio ajusta- que se estende para além da vida de um indivíduo. Em rermos físicos,
í mento ou cronologia pessoal para o dia, mas sem exceção todos de- é a duração de vida de uma espécie. Encontram-se nesse ponto todos

•• í
(
vem obedecer aos fluxos e refluxos do ciclo. As forças vitais podem ser
retesadas para estender o seu período, mas drenar esses reservatórios
de e~lerg~ncia pode sig~ificar a procura da morte, por ir em sentido /
os homens, de qualquer idade e época. Aqui está a dinãmica por trás
de uma explosão, com milhões e milhões de mortos, bem como a pe-
quena minoria daqueles seres vivos que herdaram a Terra. Hesed é o

•• í COntlano a Corrente da Vida que comanda o nosso relógio pessoal. <' grande impuls~ da raça human!, que se espalhou sobre o planeta des-

I
G~vurah é uma vlda,mdlvldual. No homem, está ligado ao aspecto de as suas primitivas origens. E uma enorme escala de Tempo esten-
í emOCIOnai do seu ser. E o sentimento de uma vida. Algumas vezes dendo-se por um milhão de anos. Para nós, trata-se de vidas das gera-

•• í
(
grandes retratistas utiliza~l ~ssa faculdade para captar em seus qua-
dros a totalidade da eXIStenClade um homem. Um Rembrandt é mais
ções que nos precederam, com todo o seu acúmulo de experiências e
trabalho, falando do caráter da humanidade. Qualquer pessoa que

•• ,
I

í
142 143
••
•• t
'.••
participe desse nível temporal é, pelo menos, um historiador e, quan-
do muito, um grande mestre fundador de uma civilização. Essa é a di- pecto de tempo. Binah é a Mãe-~rureza, o recipiente do impulso cria-
(
- mensão que vislumbramos vagamente ao observarmos a Acrópole ou
tivo. É a construtora de protótipo;;eq-uem projeta as criaturas e plan-
tas necessárias para cobrir a Terra durante um determinado período.
r as pirâmides; é também o sentido de inúmeras vidas, todas elas for",..'
No princípio havia apenas organismos simples, capazes de converter O
mando um único ser chamado Homem ou, em termos kabbalístic0Y
r fluxo da energia cósmica recebida. Depois <i planeta precisou de re-

•• r
\ Adão. .
ceptores mais sensíveis e a Narureza respondeu, produzindo O corpo
(' Daat, como se 20de deduzir, é Único. OcuIJa um lugar especial no
humano, que poderia ser habitado por alguma coisa além da força ':i:--
eixomedian~º-ª consciência. Enquanto 'os Sefirot das colunas extef-
tal. Naquele momento foi adicionado um' novo elemento à inteligência

•• r
(-
'nas definem funções, os do pilar central pertencem aos da percepçãu
da criatura. Em Yesod está a imagem refletida do Tempo passado,
composto do que foi alimentado pelos demais Sefirot. Esse é um qua~
o
do planeta. Binah designou a cada um dos seus filhos uma tarefa espe-
cífica, e funcionando com as determinações d~rah, abaLxo, asse-
gurou às plantas e aos animais que vivessem a existência de suas espé-

•• ('
r
dro variável de Malkhut, ao olharmos pará baixo. Quando Tiferet é o
foco, na qualidade de vigia ou observador (algumas vezes manifesta-
do, como afirmamos, em ocasiões de crises ou acidentes), Yesod trans-
cies dentro de limites definidos. Apenas o homem seria capaz de liber-
tar-se do seu domínio absohitó, e isso só se tornaria possível por meio
da fuga de uma vida de cada veZ, livrando-se da lei geral das espécies,

•• c
forma-se no servo obediente. O Tempo, entâo, deixa de simplesmente
através de Daat. Para um homem, a triade Binah-Hokhmah-Tiferet é o
(~ passar e se torna, segundo as necessidades de Tiferet, atento ao nível
s-e-u-d-e-sÍirW= com o conhecimento de Daat, pode abrir uma porta/o
mais útil - no caso de um acidente -, em Nezah e HÓd. Com as habi-
para o Divino e escapar da Roda da Existência. .

•'.
lidades adicionais e cultivadas de Gevurah e Hesed, tem-se acesso. a
Nessa escala, o Tempó de Hokhmah é o planeta. Para um Ser hu-
1- uma Outra dimensâo do Tempo. Esse é Daat, a porta para a intel1)jlQr.l-
mano, está muito além do seu próprio Tempo, mesmo send'o ele capaz
'",
I
Jlé!il~,permitindo o fluxo para o alto, em direção a Ketg. Esse fenô- de perceber através de flashes intelectuais prófundos qual a exata me-

•r meno nâo é o mesmo daquelas lembranças de períodos 'fora do tem-


dida do Tempo da Terra. Ele pode elaborar, pelos indícios ei1contrados

•'.•
po' ocorridas freqüentemente nos casos de amár, mas esfá mais próxi-
nas pedras ou pelas amosfras colhidas na Lua, a periodicidade dos pla-
mo da experiência religiosa profunda, que não se pode traduzir em
r termos Temporais} nem no 'agora', de Hod, neni. no ciclo Nezáico. Nem
netas e os enormes ciclos solares, o que a Terra perceberia se fosse
consciente de si mesma. Pode imaginar que, com O seu protoplasma
í mesmo o vislunlbre da duraÇâÕClê uma vida ou a pálida re<:ardaçâo de
circundante de ar e de cinturões radiativos, ela exibe ao menos a se~
uma época remota pode-se incluir em uma tal'classe. Daat é a fronteira
r melhança mais primitiva com as células de um ser vivente; e com o seu

••
a Qartir da qual ~Te~o não existe. . .~
conhecimento do reino microscópico, que parece estar molto e rígido,;..---.
r - Em termosfisiCüs', Binah é a Natureza. Nessa escala de Tempo es-
mas, na verdade mantém um elevado estado de fluxo et1té mesmo um
r t,10 incluídos todos os componentes da vida orgânica, C6meça com o
intercâmbio osmótico com o espaço. A Terra, se estiver viva, não é

•• r
nascimento da primeira célula molecular e termina com o alento final
muito antiga, e o homem sabe por ded'ução e especuiação que em re-
da úhima criatura a mOrrer sobre a face da Terra. Para n6s, esse é o
lação à Via Láctea o sistema solar 'ainda não atingiu a maruridaci~. Em
r lado da eternidade. Ainda no terreno da c?mpreensâo, podemos lidar /"
todas essas escalas temporais, nenhuma tem qualquer significado pes-

••
C0111 os problemas da sobrevivência, comuns a todos os seres vivos. /"
(" Nossos museus estão cheios de ossos e de f6sseis tão 'ántigos e tão pri- soal para o homem, ainda mais considerando O fato de que a longín-
qua galáxia de Andrômeda, como é vista em nossos dias, pode não ter,
,~ mitivos que sentimos revolta pela violência com que viveram e OlOrre-
verdadeiramente;amesma forma de milhões de anos atrás. Essas dis-

••
ram, mas podemos, ao menos, apreciar os desejos primevos dos trilo:
,r' bites e dos djOQsse')ros pr.é;:.históricos. Podemos olhar através de um tâncias e esses tempos de dimensões vastas sorneme podem ser medi-
dos em seus próprios termos. O Sol pode ser eterno para um homem,
,
,r'
grande lapso de Tempo e constatar as diversas experiências orgânicas;'--
mas para a Via Láctea não é mais que uma centelha fugaz. O planeta é
ver a evoluçâo das plantas, dos insetos e animais. Ainda agora pode-

•••
~
mos reconhecer uma pegada feita na pedra há 20 milhões de anos e
identificar (etos incfllstados em c1rvão, mas se chegarmos a uma pedra
para O homem O Hokhmah do seu Tempo, o progenitor da Natureza e
das suas espécies. Sua imensa vida não é, contudo, a Eternidade, ainda
que possa tomar essa denominação no Universo Relativo para um ho-, /

••,- que não contenha sinais de vida, então teremos atingido um outro as-
mem não-desenvolvido. Aí repousa a singularidade do Tempo. Um...----/ .
144

• 145
.•
(

•• {
,
-
I
0\ -1
•• - homem muito desenvolvido espiritualmente pode transferir-se para
rrHindo seguinte, ultrapa~sando, desse modõ';""ri hierarquia-êOffiU'me:tã" /

.'
(
iCIade. Ele pode, como se tem dito em muitas religiões, ser visto até t
r mesmo após a morte física e, em alguns casos, retornar ã Terr~..eJ11 (
C ~algu,=E.época e em qualquer lugarã. sua es~c9Il.}!i~ Isso apenaS será 1
•• r -
!
possível se' ele houver gaIgltdcr.rcoltínãâ3Consdênçia,
e raro entre milhões de e"istências humanas,..
JS*Lê.-a-Ço~
um feito único..-J
. .
sua ~sfera oca está a jntemporalidaçl", Além e
17

•• c- I
acima, isso nem sequer existe. A partir desse' S'efirál, surge o que se
manifesta como Tempo, Tempo é movimento. Além do movimento
está a quietude. Além da quietude, O Nada. Keter é a çoroa, portal cJe./ .O.Planeta Terra: Uma EmeculaçãQ._,
•• ,- í
saída da prisão até mesmo da J1ternidad~. . '.
Em relação aos quatro Mundos, cada. Árvore e cada Sefirah têfl1 o
seu próprio Tempo, ainda que para os' Mundos inferiores de pareça
. / '-

•• Ir
incolllensur:ável, com o ¥undo superior sendç> nãq mai~q~e uma pre-
sença, uma possibilidade, semelhante ã nossa visão da vida iUltes do .
nascimento ou clepois da morte. É impossível expli~ií;9 Tempo do

••('
n~sso mundo em termos de outro, ma-sJSS9:~ão_presSupõe a-sua ine-
xistência, nem nega o miraculoso quando os reinos superiores mani- __
festam,se no nosso nível de existênçia.' . . .. /'
Mudando a nossa escal~, tran~portamo-nos agora do homem para
o Çosmo da Terra e, utilizando a Af\'ore como se fosse um telescópio,

•• r
examinaremo~eespeçularerno~ ~obre uma ordem de seres maior qu(,/
a nossa. Em um antigo sistema filosófico conheCido como a Doutrina,.......-
dos çosrnos, os diversos níveis de um Universo são diviçlidos em oro
dem hieclrquica. Nele, rimndos diferentes posicionaI11.se de tal modo ........--

•• ('
(-
que passa a el'istir um relacionamento definido. Dessa forma, o ho .
mem enqúadfa:sc n9 Cosi11o(a palavra significa Ordem) da Natureza,
que por sua vez está envolvido pelo Cosmo terrestre çlo corpo planetá.

•• í rio, A Terra, por sua vez,' €o parte de um siste,ila 1,Ianetário que está
contido no nível universal seguinte, o solar. Todas as eslrelas, da mes .
ma forma, estão compreendidas no Cosmo das Nebulosas, naquele a

•• -(- que pertencemos e que se denomina Via Láctea. Além do Cosmo de

.'
todas as galáxias, podemos apenas especular. ./
( Após havermos definido uma hierarquia dos cosmos, colocando a
I Terra na lente objetiva ou Tiferet do nosso telescópio kabbalístico, pOr

•• .-
I
demos observar os componentes do ser do nosso planeta, pois ele é
mais do que uma simples bola sólida envolvida por esferas ele água,/
gás, radiação e vida. ' .

••
Começando por Malkhut, vemos o solo básico material ela Terra
com seus quatro elementos ou estados da matéria com todos os com.
ponentes conhecidos e ainda por descobrir pela ciência. Esse é o muno

••
do que estudamos na geografia e geologia, mas não se tmta ela Terra

!. verdadeira, assim como o corpo de Cristo descido da cruz não se cons.


timía no próprio homem. Isso é a essência, o mais denso ponto nodal

~.
I-
146
••
••
•• visível para os nossos olhos físicos, que permite ver apenas a superfí- r"
cie. Nesse estudo, Malkhut é talvez o aspecto mais indefinível, pois es-
tando nós próprios imersos nele, não podemos sempre enxergar os ca-

•• minhos exteriores à sua circunscrição. É bom lembrar que, ao olhar-


mos para o céu e vermos o Sol, a Lua, os planetas e até mesmo a Via
Láctea, estamos de fato vendo o Malkhut daqueles mundos. Isso tem

•• de estar presente em nossas mentes sempre que viermos a galgar essa


particular Árvore da Vida. Cada Sefirah é um nível operativo, nào ape-
nas um objeto astronômico. Um homem meditando pode parecer, à

•• primeira vista, não estar fazendo nada. Mas, a exemplo de Buda senta-
do sob a sua Árvore Bodhi, essa aparente ociosidade física esconde a ~
atividade cósmica da iluminaçào interior. ~

•• . A Lua nesse esquema é Yesod e, como afirmamos anteriormente, o


satélite é um pêndulo gigantesco, criador de marés rítmicas não ape-
nas nos mares terrestres, mas em todas as substâncias líquidas existen-

•• tes sobre a face da Terra. Além de afetar a pulsação do crescimento, ela


atrai todas as grandes massas fluídicas, incluindo as pessoas. Na sua
conexão com Hod ou, nesse' contexto, a própria humanidade, Yesod é

•• Receptores e
para a Terra a mobilidade regular, seja ela a ronda diária da alimenta-
ção ou os altos e baLxos dos horários de pico em uma grande cidade.
Na moderna terminologia, Yesod é a base da estática das massas. Re-

•• transmissores
orgânicos
gula os ciclos fixos do homem, como palte da massa, através do cami-
nho Yesod-Hod. O caminho Yesod-Nezah é mais fácil de observaI',
com o pulso da Natureza determinado ao longo do ano pela conjun-

•• ção de Hesed ou Sol, do Tiferet da Term, e Nezah, formando a rríade


da Natureza. Dentro dessa tríade, a Lua e os elementos são nluiros dos
rirmos orgànicos menores necessários à manutenção dos vegetais, ani-

•• mais e seres humanos. O caminho Natureza-Malkhut ~Iaciona-se à


constI'Ução de blocos de elementos terresrres e à bioquímica necessá-
ria pam fazer funcionar as células e os órgãos constI'Uídos. Os projetos

•• do caminho Malkhur-Yesod referem-se aos diversos planos corporais,


com o caminho Yesod-Nezah governando-lhe a vitalidade. Por outro
lado, a tnade Hod-Yesod-Malkhut descreve as atividades do homem, I

•• por meio do aspecto fisico do planeta. O caminho Hod-Malkhut é o es-


tudo e a utilização de matérias-primas, tanto pela ciência quanto pela
indústria. Aqui estão compreendidas a física e a economia, com o po-

•• der Yesódico humano suprindo a máquina em funcionamento .


Hod para a Terra é a humanidade. Os seres humanos são os pro-
cessos voluntários do planera, esrando divididos, como os nossos sen-

•• o Planeta Terra (notas especulativas)

..
tidos e as nossas faculdades, em diversas funçôes. São várias divisôes
teóricas, mas consideraremos apenas três. Tomando por base os tipos
corporais, os homens pertencem, grosso modo, às categorias instimiva,

•• 149
••
•• ~'

•• emocional ou intelectual. Essas definições são extremamente amplas, //


mas servem para ilustrar os três sensores que o planeta requer. O gru-
po instintivo da humanidade está ligado à 'ação, à realização do traba-
maior do que a do homem e, sem dúvida, as grandes migrações do sé-
culo XIX faziam parte de uma fase preciosa de crescimento da evolu-
ÇãO"planetária. Com o advento de uma tênue conscientização glObav,

•• lho, Compreendendo a maioria, as pessoas a ele pertencentes exeru-'


tam as tarefas práticas, que podem variar desde o desmatamento de'
uma floresta, passando pelas atividades agrícolas ou industriais, até 0/
desde que o homem pousou na Lua teve início uma nova era para o
conhecimento da autoconsciência da Terra.' , '
Nezah é a vida orgânica. Para a Terra é toda a ronda vital do fluxo

•• planejamento urbano, a' economia é o governo. O setor emocional é


mais raro, e os que nele estão incluídos espalhanl-se por toda a comu-
nidade mundial, 'constituindo o coração da humanidade. São os recep-
das estaçõcscruzando o equador. Ao longo da pirâmide ecológica, os
elos da cadeia de predadores e vítimas transformam o Sol, aqui repre-
sentado em Hesed, e os quatro elementos em matéria orgânica, que ali-

•• tores e criadores do estado de ãnimo coletivo. Tais pessoas surgem nas./',


religiões e nas artes, embora também possam aparecer como' Ilderes
nos tempos de guerra, ou amar como guias enlocionais nos períodos
, menta e rerina a superfície do planeta. Milênios de gerações de plantas
e animais vêm cobrindo a superfície rochosa e o fundo oceânico do
globo com húmus e lama. Esse éum tipo de pele completamente dife-

•• ('
de paz. Nessa categoria estão os poetas, os artistas de um modo geral, '
e todos aqueles capazes de revelar a beleza existente no meio da vul./
garidade, assim como os apresentadores, humoristas ou os que trans-
rente da simples essência mineral que, se permanecesse descoberta,
poderia fazer a Terra assemelhar-se ao mundo embrionário que é a Lua.
A Natureza absorve o fluxo da energia ativa circulando a partir do He-'

•• formam uma disputa em uma gargalhada. A emoção é vital para a hu- ' sed solar e cria, com o Tiferet terrestre, a tríade da evolução orgânica .
,( manidade, e se ela não estivesse presentc,'o homem seria desuina"n'o"c Em resposta a Hod, no outro extremo da Árvore, eSSa energia é contro-
,- a Terra sofreria a devastação de uma guerra sem fim. Se não exiStisse O / lada pelo ho'mem que, em virtUde do seu crescente conhecimento das

•• ('
amor ao belo, ao bom e ao verdadeiro, não haveria civilização. " /
A seção intelectual da humanidade é ainda menor. Essa caíegoria
não inclui o filósofo de botequim ou de universidade, que disputa com
leis naturais; pratica a aI1eda agricultura, desenvolvendo assim algumas
espécies de plantas e animais e eliminando outras. Isso poderia ser
comparado a uma pessoa provocando um melhor e9uilíbrio ao seu me/
tabolismo pela aplicação de uma dieta inteligente. E bem verdade que, r

•• -, ,- seus colegas a supremacia em vez de buscar a obtenção da sabedoria./


Há aqui um círculo muito raro de pessoas, composto de verdadeiros
pensadores, que lenra oias conscientemente elevam e modificaOi os ru-
igualmente ã vida, os excessos acontecem e poluímos nosso sistema
em virtude da má administração - até mesmo pelo uso excessivo de

•• • r
mos da humanidade. Do ponto de vista do planeta, cada umconllibui:
para a sua evolução e compreensão. Com o seu trabalho, os homens re-
finam a Terra, Malkhut; e através do seu estudo adicionam ao planeta
unla olaior parcela de c'onhecimento acerca.de si mesmo. Isso alimenta-
antibióticos. Contudo isso é corrigido, embora possa não ser notado du-
rante várias gerações. Um homem que planta um pomar para o desfrute
do seu neto faz parte desse caminho Hod-Nezah. A tríade Hod-Nezah-
Yesod é também a ronda diária, mas, diferentemente da. duas tríades
se ao longo do caminho Hod- Tiferet. Quanto mais sensíveis as pessoas. laterais centradas em Yesod. é um relacionamento entre os lados ativo e

•• se tornam, mais aumenta a percepção do planeta, de mooo que,ao 'des,


pedaçar O átomo ou ao examinar a Via Láctea, estão fazendo mais do
que simplesmente acumular a sua própria soma de informações. com o '
passivo da Árvore. Aqui o homem entra em sintonia com a natureza e
produz um meio ambiente sadiamentecontl'Olado. Nessa tríade con-
centra-se a maioria dos seres humanos. Quando equilibrada, há um am-

•• crescimento da população mundial, amplia-se essa sensibilidade, e por


meio da comunicação Oe massas multiplica-se a rapioez do intercâmbio ./
das idéias. Tal fato gera l!m quadro niuito interessante, especialn\ente
bienteagrad~v~1 e fértil; em desequilíbrio, amiséria urbana, onde o ali- /
mento conSlltul-se apenas de ervas danmhas e enlatados.'
'A deusa de Nezah é Vênus, e para a Terra 'ela exibe os mais belos
/

•• quando a soma total da Alvore da Vida da humanidade (uma,Árvore


completa em cada Sefirah) vai-se preenchendo e lentamente se desen-
volvendo. Para o planeta, a evolução da humanidade é vital. A sobrevi-
espetáculos de graça e entretenimento, mudando continuamente de
estilo a cada estação, com os vegetais, animais e homens apresentando
os seus encantos durante a corte. Em Nezah encontra-se o amor natu-

•• vência do homem tambéol está na sua linha de interesses. Ternos aqui a


aparelhagem orgânica mais sensível que a Terra possui, e o planeta,
Igualmenre ao homem, nã<?'admitirá a süa própria paralisação, cegueira
ral, e como diz a ,;elha canção, isso faz o mundo girar. Tão exata como
qualquer clichê, essa é a definição de Nezah-Eternidade, ou seja, a re-
petição intenilinável. A primavera sempre vem depois do inverno, as/'
•• Ou surdez sem tentar ao menos impedi-lo'. A inteligência da Terra é aves vêm e vão ã mesma época todos os anos, as chuvas chegam na

• 150 151

~
ti


'.•I. estação certa e os frutos maduros caem a cada outono. Para a Terra es- /
.,
siva ou condicionante) produzirá uma era com características particu-

I.••
ses são os inúmeros processos, repetitivos e confiáveis. É em viItude lares. É a humanidade respondendo aos julgamentos terrestres e, da
desses milhões de vidas entrelaçadas, florescendo e murchando, nas-
,
,-
cendo e morrendo, que se cria a pele celular do planeta. Através dessa
mesma forma que com os individuas, seus reflexos exteriores revelam
seu humor. É fácil reconhecer que as duas guerras mundiais ocorrera.mm ..-/
-
I
película, com cerca de ~6..9uilõme!!:Q:Ldeespessura, desde o fundo do em ocasiões de estado de ânimo sombrio. ~
oceano até o pico mais e1evãâõ,Circulam os eIernentos, que no entan- No outro lado da Árvore da Terra temos a tlÍade Hesed-Tiferet-Ne-

•r
I to são elevados pela vida a uma condição superior à de simples sÓlido, / zah. No ser humano, representa os processos vitais. O Sol-Hesed brilha

'.•í. r
r liquido, gás e radiação. Assim como Hod é a extensão da sensibilidade sobre a Terra, mas não pode absorver facilmente uma força tão podero-
planetária, Nezah não somente dá ao nosso planeta a sua estranha e sa. Uma parte dessa energia de alta freqüência precisa ser transformada
exótica beleza, mas torna-o vibrante c0IT!a vida natural da biosfera. / pela Natureza em uma forma aceitável, e essa tlÍade particular é concer-
( Tifetet é a Terra propriamente dita. E o ser, foco de todos os Sefl- nente à extensão do espectro da Natureza para acomodar as mudanças
rot, exceto Malkhut. Essa criatura é muito maior do que a bola de pe_ . vibratórias, dando-nos assim miríades. de espécies animais e vegetais,

•• ,r
dra sobre a qual estamos situados, e é formada pelos nutrientes recebi-' . cada uma delas projetada para absorver uma faixa de onda. Aqui estão
dos dos demais Sefirot. Contém o Hesed-Sol na sua natureza radiante, ( também o nascimento e a morte, o processo cíclico necessário para ali-
.... apesar de não sermos capazes de conhecer exatamente que radiação é . mentar à Terra. Enquanto a Natureza vive dos elementos, ela própria é

• rr-
essa até que a observemos desde o espaço profundo. Possui a maqui- alimentada ou àbsorvida pelo planeta em uma verdadeira osmose, em .,..-/

'.•• r
lagem molecular, comum a todos os planetas, e participa, sem dúvida, / virtude da qual podemos encontrar depósitos de carvão ou de petróleo
da substância e energia dos astros mais distantes. Nada no Universo fi- bem abaixo da superficie terrestre. É sabido que os cupins são capazes
sico existe no vazio. O espaço está cheio de gases sutis, partículas mó- de provocar o desabamento de edificios abandonados, levando-os a
veis, ventos radiativos e até de fragmentos de ferro sólido. A Terra,'
C como O homem, não é uma ilha; é parte do sisten13 solar e, como tal,
desaparecer no chão, não para afundarem simplesmente, mas pelo fato
de que em todo o globo um novo solo está sendo criado pela matéria

••
desempenha uma função Sefirótica dentro da Árvore da Vida daquela orgânica morta; os cupins, milhões por hectare, completam a agitação.
( organização cósmica; essa função deixaremos para uma outra investi- Todo Omundo, desde a pedra mais dura à folha que cai, está em um es-
gação. O Tiferet do nosso planeta particular é a beleza da sua Árvore. / tado de circulação. A tlÍade Tiferet-Hesed-Nezah constitui esse proces-
r
•• r
Como sabemos através de fotografias tiradas do espaço, a imagem ter- so altamente complexo. A ronda das estações, além de dar à Terra uma /
restre é completamente diferente de Marte ou Júpiter, por exemplo, / nova cobertura a cada ano, enxerta-lhe uma nova pele, sempre em ex- /
(-. chegando a tirar O nosso fólego. Para nós, criaturas terrenas, isso tem pansào, cuja camada superior é denominada vida. _

••
de ser assim, embora não pairem dúvidas de que, para os seres de Gevurah representa os demais planetas. Do ponto cIt, vista da Ter-
I Marte - se é que lá existe alguma forma de vida -, o seu próprio Ti; ra, os planetas formam uma série disposta de órbitas, com cada uma
~ feret planetário deva ser igualmente belo .
assumindo um caráter completamente distinto. Na escala espacial, são
Tiferet conecta-se diretamente com Gevl.lrah e Hod, e nessa tríade

••
'. os vizinhos maiores do cosmo e contêm a Terra. Em uma medida pla-
r vê-se a história do homem. Em termos humanos, aqui acham-se as netária do Tempo, que é como os planetas vêem a si próprios, as órbi-
(. emoções e os julgamentos exteriores, estimulados pela influência.de.: tas são tubos espirais, um dentro do outro, envolvendo a espinha lumi-
Gevurah, ou os planetas, sobre Hod, ou a humanidade. Em uma deter-

••," minada ocasião, o equilibrio dos estímulos pode estar tenso, e em ou-
tra, relaxado, levando-nos a suspeitar de que certas combinações pla-
netárias, semelhantes aos sentimentos humarios, poderiam ensejar a
nosa descrita pelo movimento do SoL Isso faz o sistema solar parecer
um vaga-lume encouraçado circulando em torno da galáxia. Essas cou-
raças planetárias formam um arranjo de limitações para o nosso plane-


.' erupção de guerras ou períodos depressivos, como aconteceu nas'
épocas obscuras da humanidade. Inversamente, a influência Gevúrica
pode provocar um renascimento e, junto de Outras condições, um /
ta, que se confina dentro de um estreito cinturão orbitaL O significado
disso é Gevúrico, já que os outros planetas atuam sobre a Terra, deter-
minando as suas influências adquiridas. Tal fato poderia implicar que,

•• grande movimento ou uma revolução industrial ou política. A intera-


ção de Hod, Gevurah e Tiferet (dependendo de ser ela mais ativa, pas-
antes de alcançar a Terra, a radiação estelar Bináica e solar Hesédica
deve passar, em primeiro lugar, através dos campos planetários. Cada
planeta tem uma diferente função no sistema solar, igualmente 30S or-

• 152

l: 153
••
••
•• ganisnlos humanos que seleCionam e rejeitam a energia e a nlatéria /
que os perpassam; assim também acontece com a Terra em Tiferel. '50-
br,e essa Árvore, os planet'i's agem como o 'julgamento emocional ex-
çôes. Nessa triade está a experiência constante, Objeti~~, das eSlrcla~
mais próximas. Relacionada ao Pilar da Forma, a conexão terrestre
com essa tríade é o destino, como na Árvore humana, pois enquanto

••
(-
terno'da Terra. Um conceito estranhó para nós, mas, como afirmei, a está sendo alimentada pela Coluna da Energia, confina-se em um tipo
história da humanidade nos traz algumas pistas acerca dos humores particular de vida planetária através'da sua posição dentro dos mun-
terreno$~assim, se nos referirmos à raça humana como Sendo os traço~ dos planetário e estelar. Esse éo efeito de Binah, quando a constitu~.,

•• (
do'rosto Hódiano do planeta, veremos qui, ela; de fato; torna-se por;'
vezes raivosa: e até ~hega a sor~r em deternlÍl1ados momenlOs,qu~n-
do alguma bnncadetra maluca C1fcunda o globo. ,' , ,
ção do sistema soladoi originariamente formada. ' '
O Sol situa-se no Sefirah Hesed. Recebendo a energia diretamente
da galáxia-Hokhmah, absorve também as emanaçôes do Relâmpago,
,.----

•• Nesse esquema de Terra viva poderia-se assegurar que os campos


interaluantes'dos planetas, não as essências sólidas observadas pelos
telescópios, produzem efeitos reais sobre a Terra, Além d07xemplo
procedentes de Daat, que, por sua vez, pode ser entendido Ceaí entra-
mos no terreno puramente especulativo) como o conhecimento de
todo o sistema solar. O Sol é simple$mente o foco da organização, sen-

••~
óbvio da atração gravitacional, existe' muito mais passando 'entre os
planetas do que os nossos cientistas já detectaram, Da mesma forma
que as pessoas têm o poder de afetar umas às outras, os mitos que en-
do q seu çorpo radiante o pivô aquecicjo, assim como o núcleo ígneo
do nosso planeta é o centro fisico da Terra acima, .(I. energia vinda do
campo galâctico flui para o Sol, O qual também coleta, juntamente com

•• -,
I
volvem às deuses descrevem fortes simpatias e antipatiás entre')s pla- e$sa força, o gás e a poeira cÓ$micos, transformando-os em radiação,
{-
netas. 'Tais intercânlbios e "relaCionamentos influenciadores da huma- porém em uma freqüência .mais baixa que a recebida da emissão ga-
nidade provocam também alleraç<>esno equilibrio do corpo invisível lá~tica. Essaradjação é, por sua vez, depositada no espaço pelo corpo

••
~
('
da Terra; doqual aatrúosfera e o magnetismo não sào mais que os ní- '
veis físiCos inferiores de um manto sutilíssimo e 'tênue. Gevurah é par-
ceiro no triângulo formado com Hesed e Tiferet, compondo a triarle da'
visívd do Sol, através da sua coroa, para ser captada pelos planeta~;
este$, com suas órbitas blindadas, extraem energia e substância neces-
sárias para satisfazer as próprias exigências. Temos aqui Hesed e Ge-

••
í
,1'-'-
aUloconsciência. Para a Terra esse estado é de uma ordem muito supe-
rior à das cruas respostas da Natureza, confinadas à estreita lei celular.
Peli mesma' lei do "tanto em cima "ómo embaixo", os planetas estão
,
vurah em operação na expansão solar e na constrição planetária. Nos-
sa Terra, ou Tiferet nessa Árvore particular, circulando milhôes de ve-
zes em redor do Sol enqualllo eSte gira, em torno dá galáxia, seleciona

••
í
r -.
agregados ao mundo molecular e o Sol ao atômico. Tais mundos ope-
ram à uma velocidade muito mais rápida e sutil que o processo orgâni-
co. Nesses reinos os ciclos são ao"mesmo T~mpo rilaiores e menores
o que pode'alcançar; com a Natureza ou Nezah logo abaixo de Hesed,
fixando no seu estômago vegetal ou animal os nutrientes solares. Isso
pode variar ao longo dos milênios, e a Natureza se adapta de acordo

•• que os experimentados pelo homem em geral. Contudo, o ser humano


encontt..-se em uma posição única, na qual, em sua qualidade de Mi"_
crocosnlo, está simado exatamente nó meio do ca.minho entre os Mu.n- .,/'
com as ciicunstâ'ncias, projetando' novas espécies ou m~ificando as já ,
existent~'" com a finalidade de aceitar as alteraçôes de qualidade e
quantidade. Esse ponto é bem i1ustra'do no ciclo anual, pois cada flor

•• e
dos superior' inferior, podendo participar de ambos; 'além de ter sido
composto da mesma substância e energia, foi também modelado Se"
gundo o mesrbo pádrâo, As extraordinárias experiências do a<1IOCO-
ten\ a sua própria época no, ano para florescer; isso não acontece fora
da ocasião, a menos que ocorra indução artificialmente. Cada flor tem
a sua própria cor, e sabemos cieniificàmente que a coloração que ve:

••
,, nhecimento e da 'iluminação verdadeiros no nível humano 'dão um in-
sight desses reinos, A conscientiz'ação da Terra é indubitavelmebte
muito sutil. No homem, esse é o nível dà inteligência emocional atra-

mos; seja da vemlelha, amarelá ou' de qualquer oútra ton'alidade, nào
é senào uma cor rejeitada, tendo as demais sido absorvidas pela plan-
ta. Isso indica que certos vegetais retêm determinadas freqüências de

•• vés da 'qual, COrllOse dizia antigamente, era possível falar com os deu-
ses. Talvez os deuses ainda conversem; e no diálogo planetário rece-
bam aquela radiação ou nécrar emitido pelo Sol ea circule entre eles
ondas da radiaçâo solar, e que estas se fizeram necessárias naquele
mesmo lugar e' naquela mesma época. Durante um longo período essa
é lima função da triade Tiferet-Nezah-Hesed, que criou plantas, pei-

,.I.
•• próprios, Gevurah constitui aqui todós os planetas e, encontrando-se xes, insetos, dinossauros e depois os mamíferos para se capacitar a ab-
abaixo de Binah, as estrelas, podemos observar através da triade forma-/ sorver mais radiação Hesédica. O homem encontra-se em uma posi- ' ,
da com Tiferet que ele estabelece a ligação entre a Terra e 'as constela- ção singular. Parte animal e paIte vegetal, ele pode relacionar-se com a //

154 155

to.
••
~.
••
c•

.re
.,
~
coluna central da consciência e, desse modo, passar ao largo da evolu-
ção geral. Isso, no entanto, é uma escolha individual. .----
Sobre a tríade Hesed-Tiferet-Hokhmah apenas podemos fazer su-
posições. De Hokhmah, a Via Láctea, provêm as mais sutis radiações

•• cósmicas. Essas finas partículas energéticas penetram a Terra exterior e'


interior, e a sua vinda é vital para a existência planetária, ensejando as'
mutações atômicas, químicas e orgânicas. Sem dúvida, o calJlpo de 18

•• forças altamente rarefeito da Galáxia também está presente, como o


seu equivalente Hokhmah no homem, capaz de alterar os rumos de /
uma vida. Para a Terra, Hokhmah é talvez a onipotência profunda da
OHome~
•• Via Láctea, a progenitora da sua existência. Na tríade formada pela
Terra, pelo Sol e pela Galáxia existe um grande poder, com Hokhmah
alimentando Hesed e Tiferet com o nível criativo do Universo fisico. /

•• O Sol é um ponto de intercâmbio entre a força e a forma. É a evi-


dência mais palpável da açâo cósmica para o homem comum. Aqui'r
em Hesed encontram-se em abundáncia energia e matéria incãndes-

•• centes deslocando-se em todas as direções. O Sol, mais imponente do


que pode alcançar a imaginaçâo humana, não pode ser olhado direta-
mente, sem a proteção de lentes escuras, talo seu poder. Sem o impul-
Até agora nosso estudo sobre a Árvore da Vida trouxe-nos, ao me-
nos, uma familiarização com os seus termos e, através dos exemplos

•• so vital do Sol, a vida orgânica, a Terra e até mesmo os planetas nl0rre-


Ji~ Nosso exemplo mais próximo e
de Binah, ~I
rePre5Cntãtivodo mundo estelar
é3 nlilpifes.raç,ãodinâmica de Hes~ diretamente'abai-
utilizados, obtivemos uma idéia do seu funcionamento. Tal conheci-
. mento poderia ser considerado satisfatório do ponto de vista acadêmi-
co, e prosseguiríamos examinando indefinidamente tudo O que existe

•• xo do superpoder da Via Lácte~nmah. ,/


Daat, aquele misterioso Sefirah do Conhecimento, pode não pas-
sar de uma suposição casual nessa especulação. Situando-se no eixo
í
abaixo do Sol sem, contudo, cheflarmos a uma verdadeira compreen-
são. Esse não é o propósito da Arvore. Como seu nome implica, ela
precisa estar enraizada na Vida. Nenhuma Árvore está completa sem

•• da consciência, está alinhada com a Vontade do Criador. Isso nos dá que Keter chegue até Malkhut. Se o.Relâmpago não atingir o chão, não
um indício da sua natureza. Colocado no centro da tríade Hokhmah- haverá Árvore, nem O Céu se manifestará na Terra. É função do ho- .-/'
mem colaborar para que isso aconteça. ' ,
Binah-Tiferet, parece ser a consgêIlcia cósmica do sistema solar. Aqui

••
O Homem é Uma Álvore da Vida completa. Nele encontra-se o po-
talvez esteja o conhecimento inerente à Terra sobre suas próprias ori-
tencial para a sua plena realização. Embora no seu estado normal ele
gens. Situado imediatamente abaixo da Mãe e do Pai Supremos, pode- meramente exista, os Sefirot estão presentes, juntamente com a maio-
ria ser o ponto de concepção do sistema solar, sendo a Terra um órgão ria dos caminhos e rríades. Essa é a nossa posição. Assim, vamos ree-

••• vital naquele organismo cósmico. Em Daat, sob a Vontade do Absolu-


to, as forças Ativa e Passiva, funcionando através do Universo da Ação
xaminar brevemente a siruação, antes de vermos o que podemos fazev

'.I.•
para que a Coroa enCOntre o Reino.
e dos Elementos, geram o movimento ou o Tempo e a quietude recep- Dmante o nosso estudo temos observado que, no caso do homem,
tiva do Espaço, de onde emergem os diversos mundos que examina- a coluna passiva é o receptor não apenas para os Sefil'Ot interiores,
mos. Acima de rudo isso, no ápice da Tríade Divina, mora Keter, a Co- mas também para o aspecto exterior de um homem, Através de Binah,.
roa, que, estendendo-se para baixo através dos Sefirot, chega final- Gevurah e Hod, ele percebe o Mundo da forma, enquanto os Sefirot

'..•
mente a Malkhut. a Noiva, oculta entre os elementos virgens do interiores - Hokhmah, Hesed e Nczah - definem uma essência dinâ-
Universo. Aqui ela aguarda a chegada do seu Noivo para regressa', mica, a qual, mesmo sendo raramente visível, é a impulsionadora do
seja pelo caminho da lenta evolução, s~ja diretamente, através da/ nosso ser. Esses aspectos interior e exrerior são os pólos ativo e passi-
' consciente Coluna do Equilíbrio. / vo, mantidos em harmonia pela coluna do equilíbrio que, além disso,

• 156 157
.•
'

•• <

I•. nos dá a consciência. O processo acontece por intermédio das quatro /


divisões de um holJ1em, representadas nos níveis Asiyyático, Yeziráti-

'.••
co, Beriático e Azilú'rico da Árvore; ou, em termos mais humanos, nos
.aspectos físico; emocional, intelectual e espiritual da sua natureza. J

',' 'Tomando em primeiroh.Jgar o nível físico, definimos essa zona pela


gra'lde tnade Nezah~Hod-Malkhm, tendo Yesod no seu centro. !,ode-
mos i1qui descrever resumidamente as subtnades da seguinte forma:

'.•
"

Hod-Yésod~~alkhut lidando Com as impressões externas, com o ca-


miriho eritreliod e Yesqdarquivando e projetando informações; O ca-

/'.n''\~
...
. Consciência Cósmica minhei HQd-Malkhut relacionadoao~ sentidos e controles físicos, atra-
vés do sistemà nervoso periférico; já o' caminho intermediáÍio Yesod-

•• Mundo Interior
CONHECIMENTO
\
, I
MàlkhiJi reladqria-se à imagem que o homem tem do próprio,corpo,
que inciuiria todas as atitudes :idc:juiri~asda sua personalidade. Essa
tríade tamb~m pode ser chamada de 'Comparações' ;
0/'

•'.
,/
.g , ,A tríade Yesod-Nczaq-Malkhmpoderia denominar-se 'Impressões
~
io Internas'. Aqui o caminho' enire Vesod e Nezah está relacionado 'ao ní-
(- vel de vitalidade expressado 'nos estados cotidianos, bem como nos

•• "c
"
'"
hábitos pessoais. O caminho Nezah,Malkhm descreve o mecanismo
corporal e 'a sua manutenção. 'Esses ,são'OS elementos em Utll sistema
e
'bioquímica. O qminhq Ye~od;Ma!khut: l1l comunhão 'com o fator

•• I
Hod, fornece ao' corpo a energia necessária para as expre~sões c os
movimentos efetuados, pelo rosto e 'pelos membros. Acima dessas
duas tríades laterais 'ericClntra;se o triângulo Hod-Nezah-Yesod. É a

•• (

í
1 zona deiiiteraçào eiúrc os pro~essoS voluntários e involuntários, O ca-
nlinho HOd-Nezah denlonstra isso muito bem, ceim sua mistura de re-
flexos instintivos e trdnidos que são armazenados no cérebro e po-

•• ,-. dem, quando rieces~ário, circular em qualquer direção por essa tríade
do princípio ,vegetaC at,'avés de Yesod. D\Jrante o sonq os sonhos _
freqüentemente uma des,carga de tensão em algum dos Sefirot - são

•• ~,
i
t projetados na tela Yesódica. No'caso de loucura, as tnades inferiores,
da mesma fqrma que no sono, mantêm apenas, apertas as linhas, en-
quanto as aÍívidades in1aginárias tOmam lugar na tríade quase desco-

•• nexa desse iriãngulq físico. A configuração Hod-Nezah-Yesod é, como


dissemos, vçgetal em sua natureza, estando n;lacionada prinçipalmen-
tecoma manmenção da vida. Isso, ao contrário da crença comum, não

•• ~
inClui os'i~gredientes básicos, huinanos e verdadeiros, do intelecto e-"
da emoçã,? A vida pode continuarsem essas faculdades superiores. /i
O~h'el seguinte'? ser revisto é o da tríade Hoq-Nezah-Tiferet, que

•• o Hemem
pode ser chamada de alma animal ou inteligência, o Nefesh na termi-
nofogia k'abbalística. Com o grande triárigulo abaixO. ela completa a
parte trabalhadora de Adão, ou a, humanidade. Essa tríade é pa'tc do /

•• mundo emocional e permite ao homem o acesso ao Universo YeZirát'i

• 159
•• -
•• I

•• r í co das formas.1a' topo da pirâmide animal é Tiferet, constituindo-se no


self individual de um homem, ou o Vigia, reconhecido ãs vezes como
o observador imparcial dos acontecimentos. Isso ocorre quando.a
religiosa. O caminho Hesed-Nezah está relacionado à vi~a à malte e ã
geração biológica. '
A tríade superior desse aspecto emocional do homem, composta
...------ .'

•• rr
(- por Gevurah, Hesed e Tiferet, define a parte evoluída de um ser huma-
consciéncia se desloca do seu habitual foco no ego, no mundo imagi-
nativo de Yesod, para o olho lúcido de Apolo, que com a sua visão so-/ no. Encontra-se aqui o princípio da autoconsciência, o que é diferente
lar enxerga o recanto mais sombrio. Esse self central de um homem é o de ser simplesmente consciente, como qualquer animal o é. Com o

•• t-
seu ,trono do julgamento, ou o ponto de acesso direto a qualquer parte
da Arvore, excetuando-se Malkhut e Keter. A Face inferiot, ou o ho-
mem natural, formada por Tiferet, Hod, Nezah e Malkhut, está escuda-
respaldo das tríades abaixo, essa é capaz de ter um julgamento equili-
brado acerca de si mesma. Centrada na Natureza Essencial, pode con-
vocar tanto as emoções interiores quanto exteriores, bem como o Jul-

••
(' gamento'; a Misericórdia, para observarem as suas ações. Algumas ve-
da pela máscara da persona Yesódica, de uma confrontação indesejá-
( vel com o mundo como ele verdadeiramente é, até se tornar capaz de zes ISSOe chamado de consciência. Aqui, no Mundo YeziráticQ, o
enfrentá-lo, já assumindo a condição de homem Superior. Este é for- "1'!:shamah é uma cristalização da alma humana. Afirma-se que é possí-
í

•• r
('
mado por Tiferet, Binah, Hokmah e Keter, tendo o seu ponto central)
_em Daat, como o portão do Vazio, ou Conhecimento, para receber O
selo Divino ou estabelecer um confronto direto com Deus, a Quem,,,!
vel-fófi1!'lràqui um corpo Yezirático de uma substância mais suril que
a materIalIdade elementar, o qual provavelmente é o que mais se apro-
xima da aparência verdadeira de um homem. Na vida encontramos

•• r
í
segundo a Bíblia, ninguém jamais poderá encarar e continuar vivo. Em
um tal contexto, convenientemente resguardado, a Essência Natural é
uma semente plantada no corpo e na alma de um homem, até que es-
pessoas cuja personalidade egocêntrica mascara sua natureza interior,
tanto para nós como para si próprias. Algumas vezes, por exemplo, te-
mos a sensação de que uma mulher muito bonita não é tão bela por /

••
(~

('
teja pronta para frutificar. Enquanto isso, ele tem de viver e movimen-
tar-se entre seus companheiros. A parte inferior da Árvore permite-lhe
fazê-lo eficientemente, capacitando-o a executar as suas tarefas natu-/
dentro, ou que uma aparente futilidade exterior esconde no homem
uma grande profundidade. Esse é um fll51gbt do Mundo Yezirático ou. /'.
psicológico. (Pintores e escritores perceptivos utilizam-se dessa tríade '

••
~
I

í
ralS sem despertar muüo rapidamente das suas ilusões .
A triade formada por Gevurah-Hod-Tiferet, sendo de natureza
emocional externa, pode ser chamada de 'julgamentos pessoais'. Uma
Gc:vurah-Hesed-Tiferet, com a sua sensibilidade incomum,
bnndarem com penetrantes obras de arte). Contudo, embora exista
para nos

esse aspecto invisível da nossa natureza, ele pode crescer ou diminuir

•• simples olhada nos caminhos de ligação nos dará uma fácil explicação inclinar-se para o bem ou para o mal, pender para o lado esquerdo o~
í sobre isso, ao vermos como as informações coletadas por Hod, emo- direito da Alvore e desequilibrar-se, aparentando tendências demasia-
(~- CIonalmente relacionadas a Tiferet através de Gevurah,. não poderão do julgadoras e rudes, ou atitudes exageradamente tolerantes e indul-

•• ser orientadas senão para o self. As subdivisões são a auto-análise os gentes. No trabalho espiritual, isso se manifesta no lad'i esquerdo da-----
( julgamentos de valor e até mesmo a raiva, dependendo de qual c;mi- Arvore pelo fanático..purit'!Q9, e no direito pelo santo' que não discri- ,
nho tomou o fluxo da tnade. / fuina. Essa tríade, como se vê, é o início da evolução para o ser l~uma-
(

••(-

('
No lado oposto dessa caLxa emocional formada por Gevurah, He-
sed, Nezah e Hod encontra-se a tríade Tiferet-Hesed-Nezah com os si-
milares hun1anos da emoção interior, self e instintos. Essa ê uma série
no. Com os seus caminhos podemos ser determinados e caridosos, jul-
!lar l?,parcJalmente e. receber encorajamento de uma profunda fonte
Intenor. Com sua Natureza Essencial sendo o pivô de tantos caminhos

•• -
í
I
verdadeiramente criativa de processos, variando do ato amOroso à prá-
tica da alte maior. Existe aqui um poderoso sistema despejando ener-
gIa para baLxo, no corpo e no ego. Isso também pode ter suas boas ou
e situando-se no eLxo da consciência, 3 sua compreensão do reino in-
visível da emoção é cultivada, ao mesmo Tempo em que se abre um!?--
porta para o mundo superior do verdadeiro intelecto .

••,- más manifestações, caso ~eja ou não corrigido pelas constrições origi- O que consideramos normalmente como intelecto é, de fato, Hod .
I
nadas no outro lado da Alvore. O caminho Nezah-Tiferet poderia se Na vida, o uso das palavras, nosso banco de memórias e a imagem do
tornar promíscuo sem o contrQle de Hod. Em termos gerais, o caminho mundo armazenados em Yesod compõem O que geralmente ch3ma-

•• Hesed-Tiferet carrega um profundo sentimento de bem-estar, e isso 'mos de mente. A clínica psicológica mais moderna lida com essa área,
tempera o sentido do ego com uma sensação de algo maior do que ele que é essencialmente mecânica. A estatística, os testes psicológicos e a
próprio. Esse é um estado alcançado freqüentemente na experiência vasta coleção de resultados laboratoriais demostram a mecanicidade da

.'

l.•
160 161
r.
•• I
("

••
('
'"
mente inferior, centF.!da em Yesod. Qualquer tentativa feita através da- / Keter é o ponto de entrada no Universo Relativo da Vontade do Abso-
quelas técnicas para analisar a arte, o pensamento real OH "O êxtase' luto, o qual, passando na sua descida através do espírito, e depois atra-

•• I
.-
místico falha n1iseravelmente, sobretudo quando conduzida por obser-
vadores que não aceitam as experiências não-racionais, exceto como /
uma aberração. Experiências com F.!tos e amostras populacionais po-
vés da alma, penetra no organismo físico composto dos qua
me~tos de Malkhut. Essa criaurra extraordinária é o homem, - ou seja
voce. .....
ele-

7
ro '

•• í
(~
(-
dem comprovar a proximidade dos animais aos padrões sociais, mas
quando se trata da análise individual torna-se necessário um psicólogo
experiente e innIitivo ou, melhor ainda, um artista como Rembrandt

•• (r
ou um escritor do porte de Tolstoi paF.!descrever com precisão a natu- /
reza interior de uma outra pessoa. .
O verdadeiro intelecto é raro. Certamente milhares de livros foram
/"

•• -
í escritos e conferências proferidas com um sabor intelectual] que per-
tence a Hod, o Sefirah do aprendizado, mas escolaridade nã? significa ./
intelecto. O intelecto exterior é Binah - Compreensão. E a conse-

••
I
qüência de uma ponderação profunda e longa, embora seus resulta-
í dos possam manifestar-se em uma conclusão instantânea com a ajudª-..--
de Hokhmah - Sabedoria. A triade formada pelo Intelecto Exterior,
í

•• í
Ir
pela Emoção Exterior e pela Natureza Essencial nos dará julgamentos
impessoais, enquanto no outro lado da Árvore a tríade composta pelo
Intelecto Interior, pela Emoção Interior e pela Natureza Essencial criará

••(-
uma visão conferida a poucos homens. Os caminhos dessas duas uía-
des laterais, com um pouco de estudo, poderão explicar-se perfeita-
mente, A tl'Íade exterior é a definição, de forma emocional, das conclu-

••
(
sões obtidas por Binah para Tiferet;'e a interior, a inspiração percebida
por Tiferet e derivada ela iluminação ele Hokhmah, em conjunção con:....-,
Heseel .

••{r

(
Da tl'Íade central formada pelos Intelectos interior e exterior e pela
Natureza Essencial, pouco pode-se dizer com base em experiência
pessoal. Essa é a tríade da Consciência Cósmica, ou seja, uma visão •
••
.'
I

Ir
objetiva do Universo, da forma como ele realmente é. No caminho
descendente de Binah para Tiferet estão a Lei e a Virtude, e no outro,
encabeçado por Hokhmah, encontram-se a Iluminação e o Reconheci-/

•• menta. Acima está o caminho Binah-Hokhmah, com os princípios


ciador e receptor. O conhecimento e a perda do 'Eu' na imensidão do,
vazio Cósmico manifestam-se no centro desse triângulo do Espírito .
ini-

•• Esse é o Mundo elas Criações. Se um homem obtém acesso a esse rei-o


no, ele está quase pronto para atravessar Daat e chegar no Reino Su/
premo das Emanações .

•• Acima do nível intelectual do ser humano situa-se a Tríade Divina .


Aqui encontra-se o Mundo Causal, sempre em existência, apesar de

•• oculto. Também aqui está a presença do Absoluto, na Coroa da coluna


ela consciência. Situado do topo da tríade formada com a Mãe e o Pai,

•• 162 163
••
••
•• para aqueles que não a aproveitam, O que resta é somente a especula-
ção acerca das diversas visões tradicionais de que eles retornarão inde-
finidamente. Para os demais, o pequeno número dos que preferemv
.

•• crescimento, O ensinamento e o aprendizado da situação apresentados


pela vida tornam-se fascinantes.
Qualquer pessoa que se dê conta de que tudo o que se aprende não
'
.

•• 19 está necessariamente relacionado ao ego, ao status ou às posses reco-


nhece rapidamente que a própria posição é um reflexo exato do seu es-
tado interior. Observa também que tudo o que lhe acontece, seja à pri-

••• Objetivo meira vista bom ou mau, é projetado especificamente para seu benefi-
cio. Após a sua própria remoção da lei da acidentalidade, poderia-se
pensar nisso como sendo obra do destino, ou seja, algo que se relacio-

•• ne àquela pessoa; mas não é assim. Uma vez que um homem começa a
entender a sua situação, isto é, que alcança a tnade da autoconsciência,
passa a modificar a natureza mecânica de sua vida e o padrão fatal da

•• Alguém poderia perguntar qual o objetivo de todo esse ensina-


sua existência. A partir daí, tem a possibilidade do Destino, através do /
qual o homem desliga-se das leis gerais que governam os seres huma-
nos. Através do autodesenvolvimento e da aceitação da Vontade do Ab-

•• mento. Qual é, de fato, a razão da existência? Para qualquer pessoa ca- / .


paz de refletir, é evidente que a Vida é uma siniação de aprgndizagem.
Os sábios aceitam rapidamente essa condusão e não reincidem em
soluto pode iniciar a movimentação na vida, enxergar,do-a como um
drama imenso, do qual participa literalmente na qualidade de ator. A di-
ferença principal é que ele conhece o seu papel, e pode ver, quando de

•• transgressões óbvias das leis, sejam elas humanas ou naturais. A maio-


ria das pessoas entra em contato com a lei espiritual por internlédio da
educação ou dos costumes sociais, mas isso freqüentemente não passa
Tempos em Tempos desperta no seu Tiferet, o que deve fazer ou deixar
de fazer em qualquer circunstância. Nesse ponto ele provoca o aumen-
to de freqüência dos contatos com o seu Espírito. Desta forma ele pode

•• de mera imitação de uma prática exterior, a superfície de algo mais ser escolhido para a realização de alguma tarefa em palticular. Isso é o

. ••
(
profundo que há muito já se esqueceu. Pode-se dizer isso de todas as I
religiões que preselvam apenas as palavras da lei. Para qualquer um/
que deseje progredir além do simples acompanhanlento das práticas
exteriores de seus pais, é possível olhar para sua tradição particular e
ver, desde que ela seja completa, que existe um conteúdo interior co-
mum a todas as religiões. Geralmente isso aponta direções muito p~'
Destino. Enquanto realiza esse trabalho cósmico sob o domínio da Von-
tade, que pode ser a de outras pessoas ou mesmo do próprio planeta,
ele será guiado, igualmente à história de Aladim, para s:t.r das câmaras
de cobre e prata e penetrar na de ouro, que é aquela do intelecto cósmi-
co radiante. Pode aqui observar o processo criativo por trás das formas
modeladoras do Universo Físico. Além desse ponto fica o último apo-
cisas para trilhar O caminho da vida.

••
sento de si mesmo, dentro do qual encontra-se a lâmpada maravilhosa; /
Poderia parecer que da concepção ao nascimento descemos ao e quem de nós não deseja, desde criança, encontrar tal tesouro? ~
reino físico e, com a passagem do tempo, regressamos pela morte a Essa é a forma mais prática de utilização da Árvore. Além de estu-
outro reino. Emretanto, isso não quer dizer que nos desenvolvenlos

••
dar outros organismos e organizações, deveríamos refletir acerca das
como indivíduos; embora os nossos corpos estejam aptos a atingir o . suas relações conosco e de suas aplicações às nossas vidas.
maior grau de Il13turidade que a .Natureza oferece, esta se interessa so- Todos os homens ao nascerem começam no grande triãngulo infe-
mente pelos propósitos planetários. Para nós, enquanto indivíduos,

••
. rior formado por Hod, Nezah e Malkhut, com Yesod no meio. Contu-
existe escolha. Podemos viajar pelo caminho biológico, cumprindo o do, há três tríades nlcnores centradas em Yesod, e estas, dependendo
nosso compromisso orgãnico de garantir a geração seguinte, para de- da ênfase particular em um homem - que se manifesta através da ati-
pois morrer, como a efemérida após a procriação; ou podemos crescer

••
vidade predominante cio cérebro anterior, médio ou posterior -, si-
como almas. Cada homem e cada mulher têm essa possibilidade, e./ tuam-no em uma das três maiores divisões da raça hum:1ll3, as dos ri-
)


164
165
!•

••
•• pos corporais orientados pela cabeça, coração ou vísceras. Como afir-
mamos no capítulo dedicado ã Terra, a grande maioria das pessoas é

.,
• \
l~
instintiva, e é bom que se esclareça que os termos intelectual, emocio-
nal e instintivo são usados na vida cotidiana, relacionando-se princi-
palmente a essa tríade física maior. Dessa forma, um homem com a

•• predominãncia do triãngulo Hod-Yesod-Malkhut é o que se chama co-


mumente de intelectual, ou possuidor de um bom cérebro pensante. A
ênfase na tríade Nezah-Yesod-Malkhut significa O homem físico-orien-

•• rado, ou instintivo, por razões óbvias, e a pessoa voltada para a tríade


Hod-Nezah-Yesod é vista freqüentemente como emocional, pelo fato
de tender a responder em princípio através dos sentimentos. Nenhuma

•• dessas divisões é superior às demais. Elas se encontram em um estado


de circulação mecânica em relação ao restante da Árvore. Um homem
pode possuir O potencial de um grande pensador, poeta ou explora-

••
!
dor, mas se não despertar torna-se igual a todos os outros sonhadores. /
Esses tipos sãó definidos como 'sonâmbulos', ou homens números 1, 2 /
e 3. São completamente iguais nesse nível. I

•• No instante em que um homem começa a se conscientizar de si


mesmo, penetra na tnade superior de Hod-Nezah-Tiferet. A partir daí
ele pode, e freqüentemente o faz, recuar para a rotina da vida e para o

•• í
mundo Yes6dico da mente física do ego. Se, no entanto, sustenta o es-
forço, é capaz de, com o passar do tempo, obter acesso àquela tríade /
ainda mais elevada, cuja existência já se insinua nele, de Gevurah-He-

•• sed-Tiferet, ou seja, da Autoconsciência. Isso torna possíveis novos


poderes que alimentam a sua alma desperta. O despertar dessas duas
tríades, da Consciência e da Autoconsciência Despeltas, centradas na

•••
sua Natureza Essencial, são catactensticas dos homens evoluídos, nu-
merados respectivamente como 4 e 5. Para O homem que atingiu esse
ponto na Árvore, abrem-se muitas possibilidades. Ele está de pé na po-
sição zênite da sua existência terrena e pode olhar para fora e para bai-

•• ~
xo -'- para o Mundo Natural- Com discriminação e caridade, ou para
o alto e para dentro - para o Sobrenatural - sem a necessidade de/
abandonar o Universo Físico .


I
Se, por meio da Graça, ele se tornar um homem número 6, terá
atingido uma situação na qual será capaz de realizar milagres. Em ter-

•• mos cristãos, tal homem estará na posição do Filho, em Tiferet, com o


Pai em Keter e o Espírito Santo entre os dois, em Daat. Abençoado
pelo Espírito Santo do Conhecimento, ele pode alcançar o nível mais

•• alto de um homem e ser absorvido pelo Divino, regressando assim à


fonte de onde se originou. Esses são os grandes da Humanidade, aju-
dando Eva, a alma, e Adão, o Espírito corporificado, a recuperarem a ../ o Homem em c\'oluçào

•• posse do Paraíso e do Céu .

166
J

"'e• (
••
•• ('
'-l
• (' Esse é o nosso objetivo, pois a Árvore da Vida é uma escada cons-

..

. ,r--
r-'
("
ciente através da qual o homem pode alcançar o seu Criador, Pode gal-
gar pela coluna da esquerda, em total submissão, ou da direita, em
completa liberdade. Ambos os caminhos exigem grande esforço e dis-
ciplina, A via mais simples é a da çoruna.!:entral do e,guilíbrio, que não

..
requer uma obediéncia cega ou uma total licenciosidade, e cujos cami-
,,.- nhos e métodos são semeados de suas próprias espécies de tentações


.
..
,'-
('

(
('
r
e dificuldades. A coluna central é um assunto ã parte, Estando mais li-
gado ã consciência que ã função, um homem pode receber o auxílio
diretamente do Céu. Tudo o que se requer é a prática e um aguçado
sentido de equilíbrio, Sem olhar para a esquerda ne~, para a direita, tal
pessoa pode aproximar-se de ambos os lados da Arvore e subir, de-
grau a degrau, através das tnades centrais, utilizando a própria vida
para realizar as suas experiências interior~s e exreriC?res, superiores e /
Apêndice

inferiores, até que, alcançando a plenitude do seu Tempo, possa re-


• e-
( gressar ao lar, ' .

.. ('- A Árvore da Vida é uma analogia do Absoluto, do Universo e do


Homem, Suas raízes penetram profundamente na terra abaixo, e os
A Árvore da Vida foi pub)icado pela primeira vez há 16 anos, e duran-
seus famos mais altos tocam os céus.
• t
(- O homem, ponto de encontro entre o Céu e a Terra, é uma ima-
te esse tempo prossegui estudando o assunto. Muitas das minhas novas
descobertas têm sido relatadas em livros subseqüentes, mas creio ser
gem do seu Criador. Uma completa mas irrealizad3 Árvore em miniatu-/

. ( oportuno o acréscimo de um apêndice a esta 'Inu'odução', com a finalida-


C3, inferior aos anjos - é sua escolha elevar-se ainda mais através dos
de de ampliar o seu âmbito e apontar as profundidades maiores da Kab-
galhos de si mesmo, a fim de alcançar o Fnrto Derradeiro,
• I' balah. Por exemplo, a anatomia da psique é apresentada relacionando a
('
, moderna psicologia ao antigo sistema kabbalístico. (Veja a ilustração 22.)
Nesta comparação, observaremos o desenvolvimento do estudo.

...


í
r
('
Tomando Malkhut como o corpo composto dos quatro estados da
matéria, podemos notar de que forma ele percebe o Mundo Físico por
meio do sistema nervoso central, através dos cinco sentidos. Ainda do
corpo provêm os impulsos instintivos do Id ou Nefesh, a alma vital.

. ,"- Tais impulsos dividenl-se, por sua vez, em libido e monie/o, princí-
pios de vida e morte, cfilciais para a sobrevivência no nível físico.
(~ Hod e Nezah, os Sefirot passivo e ativo, são os processos biopsíqui-

.

.
('
r-
('

('
cos de receptividade e iniciação, na fronteira liminar entre o corpo e a
. psique. Eles formam, juntamente com Malkhm, a grande tríade da
Ação, do Pensamento e da Sensação, com a mente do ego comum po-
sicionando-se no centro. Esse é o pivó da esfera da consciência pes-
soal, que capta impressões do mundo exterior e ajuda na manutenção
do equilíbrio da pré-consciência, ou seja, daquilo que chamamos de


.'•
memória, Aqui também está a identidade da personalidade - a más-
cara adotada como O p3pe! social do indivíduo. A Sombra, ou o ina-
ceitável aspecto mais obscuro, capaz de separar o indivíduo do Self
de Tiferet, também pode ser encontrada neste ponto. .


'., I 168 169

l:e
I.•
r=
.(~

r
r
•• o Self é O coordenador central da psique e o lugar do que real- /
mente é, seja a Bela ou a Fera. Logo abaixo do SeIf encontra-se a tríade
do Despertar, onde são experimentados momentos de insigtJt e clare-
J
Pilar da Consciênela

•• ,-
za. As duas triades laterais contidas por Tiferet, Yesod, Hod e Nezah
são introvertidas por sua própria natureza, enquanto as triades inferio-
res, do Pensamento e da Ação, são predominantemente extrovertidas.
Animada
Mie
Animus
Pai

•• (

r
_. Acham-se aqui as quatro funções de ]ung, influenciadoras do Ego. A
totalidade da Face inferior, como é conhecida, é tudo com O que a
maior parte das pessoas está consciente. O que está situado acima e

•• (-

,r.
além da consciência comum faz parte do Inconsciente.
As tríades laterais associadas a Gevurah-Hod, Hesed-Nezah, Bi-
nah-Gevurah e Hokhmah-Hesed, centradas em Tiferet, relacionam-se

•• aos complexos emocionais e intelectuais. Aquelas do lado direito esti-


mulam ações como o enrusiasmo e a criatividade, ao passo que as do
lado esquerdo são concernentes à manutenção de um equilíbrio está-
Superego
Punição
Ideal do Ego
Rooompensa

•• F
vel, com o seu conteúdo de restrições e regras de vida. Essas triades la-
terais são formadas pelas experiências tanto individuais como coleti-
vas, de modo que existe uma misrura do que não se deveria fazer, à es-

••
f.'

querda, em contraste com a direita, que permite e até mesmo encoraja


a ações. A psicologia moderna chama o lado esquerdo de Superego e
o direito de Ideal do Ego. Eles punem e recompensam, de acordo com

•• os valores da sociedade e do inconsciente individual, governado pelo


caráter estrurural e dinámico da psique. A voz interior de um pai au-
sente é freqüentemente uma expressão do Superego e do Ideal dOI
Mortido Ubldo

•• Ego, advertindo ou apoiando algum pensamento, sensação ou ação.


Quando a formação da individualidade inicia, isto é, quando uma
pessoa começa a ser ela própria em Tiferer, inve'1e-se o papel que ele

•• ou ela desempenha em relação ao Ego ou Yesod. Trava-se, então, uma


batalha entre o nível tribal do Superego-Ideal e a alma (ou a tríade Ti-
feret-Gevurah-Hesed). Aqui é o lugar do livre-arbítrio contrasrando

•• com os reflexos do inconsciente individuaL A consciência do Self, ou


de Tiferet, habilita o indivíduo a perceber a vida como um todo, capa-
citando-o ainda a trabalhar O destino conscientemente, em vez de ser

•• empurrado e pressionado pelas opiniões fanliliares e costumes tribais.


Assim, o filho de um mineiro deixará a sua aldeia e se tornará um artis-
ta, e a filha de um corrcror viverá em uma remOta floresta, tentando se /
Id-Nelesh

••
Subcoosdenle
encontrar. Isso só se torna possível quando a alma é mais poderosa
que as forças inconscientes do Superego-IdeaL A Árvore da Vida
A grande tríade do Espírito formada por Binah-Tiferet-Hokhmah

•• representa o nível transpessoaL Esse é o lugar em que a consciência


cósmica reside profundamente na psique. Estabelece-se a conexão do
indivíduo eOOl a fl1ente coletiva da comunidade e com toda a humani-
Nela, a psique é apresentada sobre a Árvore, que é o diagrama-chave da Kabb:liah.
As anotações situam diversos aspectos da psique em diferentes níveis demro de,
suas [unções. As interações e penetrações desses f:-Horcs geram estrutura e dinâmi-

•• 170
ca, bem como os graus de consciência e inconsciência .
' .•
•• Olhando para a psique como um todo, conclui-se qu~ ela é um sis- ./

••
dade. POltanto, uma pessoa pode trazer consigo os valores de um mu-
çulmano c, ainda assim, ter muita coisa em comum com um hindu ou J tema de controles e equilíbrios, de cima a baixo e de lado a lado. No ./
um judeu, no nível básico de participante da raça hUI11ana. Aqui, os caso de loucura ou de pressão extrema, um dos lados pode ser o pre-
grandes arquétipos da Mãe e do Pai e da anima e do animus são paro, dominante, produzindo depressão no esquerdo ou obsessão no direi-

•• tilhados por todos. Eles são universais, que é a qualidade e a dimensão


dessa triade. Na maioria das pessoas, esse nível é totalmente incons-
to. Da mesma forma, uma ênfase excessivamente materialista na área
inferior pode cercear o crescimento da alma e do espírito, enquanto o
contrãrio deverá induzir ao erro, fazendo crer que o mundo interior é

••
ciente, unIa vez que o indivíduo vive cotidianamente sob os seus dica-
mes. Por exemplo, em tempos de guerra uma nação se une em torno mais importante que a realidade exterior. A função do Yesod-Ego é fa-
da bandeira em defesa da liberdade, do partido ou da fé, e milhões se cilitar a interação entre o consciente e o inconsciente, e isso ele tam-
bém faz através dos sonhos, nas elaborações da mente. Alguns sonhos

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reúnem para combater outro tanto, igualmente sujeitos às mesmas
pressões. As marés efêmeras da moda - assim como as mais duradou- ou expressões inconscientes, como os movimentos freudianos da lín-
ras formas de religião - operam através da mente coletiva para dirigir gua ou outros gestos peculiares, podem indicar, por exemplo, impul-
a maior parte da humanidade. Também é preciso afirmar que esse é o sos reprimidos nas tríades laterais da Emoção e do Intelecto. Podem .

•• lugar em que os grandes santos e sábios recebem a sua experiência


mística, através do não-Sefirah de Daat, ou o Conhecimento Superior .
também ser manifestações do Superego-Ideal, reveladores de culpa oul
aprovação, por meio de humores estranhos ou da oferta de presentes a
alguém que pode não ser capaz de diferenciar se esses presentes são

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Isso lhes assegura o dom da profecia e da iluminação, bem como uma /
visão objetiva e universal do mundo. um insulto ou um elogio.
A Tríade Suprema, formada por Binah-Keter-Hokhmah, é a cone- Existem muitos proces.os sutis e complexos na psique, tanto na
vida cotidiana quanto na progressào do desenvolvimento. Assim sen-

••
xão da psique com o Divino. O indivíduo pode aqui experimentar, em
meditação profunda ou por intermédio de um ato de Graça descendo do, uma pessoa pode deslocar-se da identificação com o corpo para
pela coluna central, a presença do 'Self', ou o Santo. Tais momentos uma inOação do Ego Yesódico, quando ele ou ela ganha um emprego
não sào tão raros como se imagina, quando a Álvore psicológica é pro- muito bom. Da mesma forma, Hod ou Nezah podem ser sub ou supe-

•• jetada de tal forma que se torna possível o contato com o supremo


Mundo de Azilut. Isso permite acesso ã Eternidade, de que falam mui-
rativos, e Gevurah e Hesed finamente equilibrados, se o indivíduo co-
nhece suas capacidades e limites. Um Hokhmah excessivo é capaz de
gerar um gênio, mas a ausência de um Binah controlador pode levar à

••
tos místicos e pessoas comuns enl um instante de iluminação c, talvez,
durante um acontecimento totahnente mundano. Enl tal m0I11cnto, o / insanidade, que é o deslocamento da Árvore quando Tiferet não é
Tempo torna-se único, com a pessoa percebendo tudo no passado, mais capaz de coordená-la. Normalmente as pequenas ou grandes va-
riações de crescimento e crise são enfrentadas pelo Si"', que a tudo

••
presente e futuro através da realização do Eterno Agora .
Os quatro Mundos de Azilut (Emanação), Beriah (Criaçào), Yezirah monitora através dos caminhos e tríades que nele se focalizam; assim,
(Formaçào) e Asiyyah (Ação) estão presentes dentro da simples Árvo- um recuo ou um avanço acontece controladamente, não ocorrendo
re da psique, que é de nanIreza basicamente Yezirárica. O que isso su- . nenhuma ruptura. Igualmenteao corpo, a psique funciona bem, de

•• gere, e é confirmado em investigação posterior, tanto na experiência


quanto na Tradição, é que existem quatro Álvares interpeneirantes
formando a Escada de Jacó de toda a Existência. Essas Árvores unem-
um modo geral. Torna-se doente apenas quando acontece um dese-
quilíbrio crõnico ou uma situação crucial. Na maior palte das vezes, a
psique dispõe das suas próprias soluções. Caso não seja possível, O

•• se em superposição, de modo que o Keter de Beriah sai do Tiferet de


Azilut, ~nquanto o Keter de Yezirah emerge do Tiferet de Beriah. A Co-
roa da Alvore Asiyyática surge do Tiferet Yezirático, formando uma ca-
conselheiro ou o analista anla como o Tiferet, até que se alcance outra
vez o equilíbl'io mental.
A Árvore da Vida possui muito mais dimensões do que parece à

•• deia de ~nundos interligados que alguns kabbalistas denominam de


Gmnde Alvore. Os dez Sefirot e o não-Sefimh Daat, quando colocados
sobre a coluna central, compõem um eixo veltical de consciência, per-
primeira vista. Os caminhos, tríades e Sefirot compõem um sistema
simples mas altamente diversificado, através do qual pode-se analisar
qualquer organismo. Contemplando a Árvore e conhecendo bem seus

•••
correndo todos os níveis da Existência. Isso é discutido detalhadamen- componentes, é possível obter acesso a cada um dos níveis e funções
te em livros posteriores . de um determinado assunto. Isso nos fornece insigbtsde qual a forma'

172 173

~

-..
'

•'. indicada para utilizar este ou aquele método, para poder penetrar mais
profundamente no objeto em contemplação, bem como no Grande

'.• Projeto, sobre o qual se baseia toda a Existência. Os rabinos têm afir-
mado "Iue a razão da Existência é que ela age como um imenso espe-
lho de contemplação, através do qual Deus pode observar a Deus .

••
Nosso esforço consiste na compreensão de que o significado e o pro-
pósito de nós mesmos e do mundo não passa de parte de um vasto
plano que se desenrola através das nossas vidas individuais, assim
í como na vida do Universo.

•'. í O Self que se encontra dentro de nós é aquele mesmo 'Self' interior
de tudo. Nosso reflexo é a resposta ao mais elevado e primeiro Nome

'.I.
r' de Deus, EUSOUAQUELEQUESOU.Nesse Trabalho de aura-realização,
o Sagrado contempla o Sagrado através de nossa experiência.
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