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Caldeiras flamotubulares

Conhecendo um pouco da história


Os primeiros engenhos de aplicação prática da energia potencial do vapor,
apareceram no século XVII. Os inventores concentravam suas criatividades, na
formulação de uma máquina que produzisse movimento.
Foi o Dr. Denis Papin, em 1.680, o primeiro a utilizar o vapor como veículo
de aquecimento. Numa associação das duas aplicações do vapor "Geração de
Energia" e "Calefação de Processos" graças ao grande surto industrial do século
dezoito, se sucederam notáveis desenvolvimentos desta tecnologia.
Todavia, as primeiras caldeiras, surgiram destituídas de quaisquer critérios
de dimensionamentos, apenas contando com os dados coletados na prática.
 Primeiros exemplares de larga produção industrial

Caldeiras Flamotubulares

No entanto, na concepção de construtiva, as caldeiras aquotubulares


surgiram primeiro.

O considerável número de explosões de caldeiras fundamentadas neste


tipo, ocorridas nos meados do século XIX, abalaram o mercado
consumidor, exigindo soluções construtivas mais confiáveis, o que deu
oportunidade à expansão do princípio aquotubular.

Dentre as inúmeras concepções de unidades Flamo Tubulares, algumas já


estão completamente fora de uso; outras porém, graças à evolução
tecnológica satisfatória, se firmaram no mercado, constituindo tipos
decididamente preponderantes para determinadas faixas de capacidade.
Características das caldeiras flamotubulares

 São menos exigentes quanto à operação, condução, regulagem controle e


tratamento da água de alimentação.

O conceito generalizado da vantagem do grande volume de água contido


no interior destas caldeiras, hoje já está esquecido.
A massa de água mantida no interior das modernas caldeiras foi sendo
gradativamente diminuindo á medida que os controles automáticos se tornaram
mais confiáveis.
 Na concepção construtiva a caldeira flamotubular é composta de um corpo
cilíndrico, em cujas extremidades se fixam placas planas, também conhecidas
como "Espelhos", aos quais se adaptam tubulões (fornalhas internas), tubos
ou ambos, conforme o tipo do projeto.
CLASSIFICAÇÃO
•Caldeiras verticais e as horizontais. Ambas permitem receber fornalhas
internas ou externas.

As horizontais, ainda comportam outra divisão, segundo o número de


passagens que os fumos percorrem ao longo da unidade. Há caldeiras com duas
passagens de fumos, outras com três ou quatro. A cada passagem corresponde
uma volta de fumo.
Classificamos também segundo o número de tubulões.
1-CALDEIRAS VERTICAIS

São as que recebem todos os tubos verticais no interior dos quais circulam os
gases quentes desde a fornalha até a chaminé.
A água permanece no corpo da caldeira, molhando a superfície externa dos tubos,
mantendo-se no nível graças à alimentação constante.

CARACTERISTICAS:
•baixo rendimento (em torno de 65%)
•geralmente construídas com superfícies de aquecimento dentro da faixa de 2 a 30 m²
para pressões não superiores à 10 kgf/cm²
•vaporização específica não ultrapassam o valor de 16 a 18 kgv/m²
Caldeira Vertical
2-CALDEIRAS HORIZONTAIS

Abrange uma vasta série de concepções, a começar pelas unidades de grande


volume de água, praticamente em desuso, até as modernas unidades compactas.
As primeiras unidades horizontais possuíam somente tubulões internos através
dos quais circulavam os gases quentes da combustão. O calor se transferia à água
através da superfície de contato deste tubulão e de parte da superfície externa do corpo
em contato com o retorno dos gases quentes, agora circulando por canal formado de
alvenaria e do próprio corpo da caldeira. Possuíam grande volume de água e exigiam
considerável tempo para atingir as condições de operação.
A inclusão de inúmeros tubos de pequeno diâmetro em substituição aos tubulões,
deram origem à caldeira multitubular .
2.a-CALDEIRA CORNOVAGLIA

As primeiras unidades deste tipo construtivo, sequer possuíam tubulão interno,


sendo constituídas praticamente de um corpo cilíndrico, em torno do qual circulavam
os gases de combustão. Posteriormente, anexaram à esta um tubulão central.

CARACTERISTICAS:
•grande volume de água;
•considerável tempo para atingir as condições de operação;
•baixíssimo rendimento térmico.
•Para uma superfície de 100 m2 já apresentavam enormes dimensões e produção de
vapor nunca superior a 1200 kg/h (tipos mais aperfeiçoados, com a inclusão de
economizadores, chegaram a atingir uma vaporização específica de 14 kgv/m2/h).
2.b-CALDEIRA LANCASHIRE

CARACTERISTICAS:
•concepção idêntica à CORNOVAGLIA
•acumulou vantagens ao introduzir dois, três e até quatro tubulões internos, de forma a
aumentar a superfície de troca de calor sem aumentar as dimensões do corpo cilíndrico.
•As superfícies conseguiram atingir 140 m2, com a mesma vaporização específica das
anteriores.

A necessidade de conceber unidades com produções de vapor bem maiores,


determinaram um aperfeiçoamento nesta caldeira que passou mesmo a ser denominada
Lancashire Modificada, graças a introdução de um feixe tubular de tubos com
pequenos diâmetros.
2.C-CALDEIRA MULTITUBULAR
Como o próprio nome indica, trata-se de uma unidade equipada com inúmeros tubos fixados
aos espelhos do corpo cilíndrico. Os gases de combustão circulam através destes tubos, os quais
por fora são banhados pela água contida no corpo da caldeira. Não existe fornalha interna e por
conseguinte esta parte da caldeira tem que ser construída externamente à caldeira propriamente
dita.
A fornalha, situada abaixo do corpo, recebe o aparelho de combustão, próprio para queimar o
combustível desejado, sendo possível o emprego de grelhas planas, inclinadas ou qualquer outro
tipo, inclusive queimadores de óleo.
Os gases quentes produzidos pela combustão, entram primeiro em contato com a parte
inferior do corpo; dão uma volta na face posterior da caldeira, entram no interior dos tubos, e saem
pela frente, diretamente para a chaminé. Verifica-se portanto, neste exemplo a existência de duas
voltas de chama. Outras vezes, ainda na parte frontal, os gases voltam lateralmente, estabelecendo
contato com a parte do corpo externo e descem na parte posterior para o canal da chaminé, dando
a terceira volta de chama.

CARACTERISTICAS:
•A tendência atual, premida pelo alto custo do refratário, do custo de instalação e despesas de
manutenção, conduz os usuários para a aplicação de caldeiras mais modernas do tipo compacta.
•A capacidade máxima destas caldeiras não supera 6.000 kgv/h com pressões não superiores a 16
kg/cm2.
Vista em Perspectiva de uma Caldeira Flamo
Tubular Tipo Multitubular Emparedada
2.d-CALDEIRA COMPACTA

Recebe esta denominação porque incorpora numa única peça, todos os


equipamentos indispensáveis a sua operação: equipamento de combustão de óleo,
aparelho de alimentação de água, pertences gerais de operação, controles automáticos e
painel de comando.
2.e-CALDEIRA ESCOCESA

É a origem de todas as concepções compactas que proliferam no mercado. No


princípio, sua destinação foi para serviço marítimo. Tal é o exemplo configurado na
Figura a seguir, interessante de ser analisado pela sua compaticidade. Contendo três
tubulões internos e amplo feixe de troca de calor, em espaço bem reduzido, consegue
gerar 15 tv/h.
Nas instalações estacionárias, estas unidades dificilmente possuem mais de um
tubulão e assumem outras configurações.

Cortes Frontais e Longitudinal de uma


Unidade Geradora de Vapor para Fins
Marítimos do Tipo Escocesa com Três
Tubulões
Fim

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