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Ibadep Basico Bibliologia PDF
Ibadep Basico Bibliologia PDF
Escrita por mais de 40 autores inspirados por Deus durante 1500 anos.
TERMINOLOGIA:
O termo "biblion" = aparece em várias passagens da bíblia: (Lc 3:17,29; Jo 20:30; 21:25; Gl
3:10; 2Tm 4:13; Hb 9:19; 10:7; Ap 1:11; 5:1,2,3,4,8,9; 10:8; 13:8, 17:8; 20:12; 21:27;
22,7,9,10,18,19)
(Jo 5:47; 7:15; At 26:24; 28:21; Rm 2:27,29;7:6; 2Cor 3:6,7; Gl 6:11; 2 Tm 3:15)
Palavra de Deus.
INTRODUÇÃO:
Bibliologia é o ramo da teologia que se ocupa do estudo da Sagrada Escritura como uma
Revelação Divina.
A Bibliologia inclui o estudo de todos os temas relacionados com a revelação escrita por Deus.
A inspiração
A autenticidade
A confiabilidade
A autoridade
A inerrância
"... o que de Deus se conhecer neles se manifesta, porque Deus lhe manifestou. Porque
as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a
sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para
que eles fiquem inescusáveis; (Rm 1:19-20)
o O apostolo afirma que a criação é um meio pelo qual Deus tem se manifestado ao homem.
CONHECIMENTO REVELADO
A fonte do conhecimento referente a Deus, Seus caminhos e Sua verdade é Ele mesmo.
O conhecimento de Deus é colocado ao alcance do ser humano por meio da própria
manifestação do próprio Deus mesmo.
DEUS SE REVELA
A palavra revelação denota a ação de destampar algo que se encontra velado ou oculto,
enfim é o descobrimento de algo que previamente se desconhecia.
Mateus 16:16-17.
A criação é, portanto, um meio não escrito pelo qual Deus tem revelado a realidade de sua
existência, seu eterno poder, sua inteligência, seu propósito e sua divindade.
O caráter finito e temporal do homem lhe impossibilita conhecer a Deus por si mesmo.
Deus tem que se auto revelar para que o homem possa conhece-lo.
Existe uma revelação geral ou natural através da qual Deus se deixa conhecer a toda pessoa, em
todo tempo e em todo lugar;
A revelação geral é universal no sentido de que Deus possibilita que o conheçamos de uma
maneira geral a todas as pessoas, em todo tempo e em todo lugar.
A revelação geral manifesta-se através da natureza, das experiências e da consciência humana e
da história.
Revelação geral ou natural: é a comunicação de Deus mediante a natureza, a consciência
humana, a providencia e a preservação desta (SL 19; Rm 1:3 At 14:15-17; 17:22-34).
A Revelação geral ou natural também torna-se evidente mediante os acontecimentos históricos.
Acontecimentos tais como:
O diluvio;
A torre de Babel;
A destruição de Sodoma e Gomorra;
O lugar da nação de Israel e os atos relacionados com esta nação são evidencias da
revelação de Deus na história.
A Natureza A Experiência Humana A História
REVELAÇÃO ESPECIAL
Porque era necessária uma revelação especial? A resposta está no fato de que o homem
havia perdido a relação favorável que tinha com Deus antes da queda. Era necessário
que o homem chegasse a conhecer a Deus de uma maneira mais completa para que as
condições para restabelecer a comunhão pudessem ser cumpridas. Esse conhecimento
teria que ir além da revelação inicial que já estava disponível para o homem, porque
agora, além da limitação natural da finitude humana, havia também a limitação moral
da pecaminosidade humana. Agora era insuficiente simplesmente conhecer a existência
de Deus ou algo a respeito de como Ele é. No estado original de inocência o homem
havia sido positivamente inclinado (ou, pelo menos, neutro) para Deus, e podia
responder de maneira direta. Porém depois da queda o homem se afastou de Deus, se
rebelando contra Ele. A compreensão humana de questões espirituais não somente se
tornou inativa, como também se perdeu, e necessita ser restaurada. De modo que a
situação do homem era uma questão mais complicada do que era originalmente e, por
conseguinte, necessita de uma instrução mais completa.1
1
Millard J. Erickson, Christian Theology (Grand Rapids: Baker book House, 1985), p. 176. [tradução livre].
É PARTICULAR É PROGRESSIVA É VERBALIZADA OU
PROPOSICIONAL
Nenhuma doutrina é mais importante para o teólogo conservador que a Inspiração das Escrituras.
Todas as outras divisões da Teologia Sistemática são afetadas pela posição que se tome no
tocante a inspiração.
Esta doutrina na realidade responde as seguintes perguntas:
O que é a Bíblia?
Ela é a Palavra de Deus ao Homem?
A palavra inspiração tem sido usada de diferentes formas e contextos para indicar uma variedade
de ideias.
Quando se deseja expressar os sentimentos que produzem certa classe de músicas se emprega
a palavra “inspirar ou inspiração”.
Em outros momentos falamos da inspiração de um poeta ou um artista.
Também dizemos que uma cerimônia religiosa, um sermão ou um hino foi inspirado.
Devido aos diferentes usos que tais vocábulos tem recebido, se faz absolutamente necessário
destacar qual é o seu significado bíblico.
Ao mesmo tempo é necessário expor que entendemos quando falamos da doutrina da Inspiração
Bíblica.
O vocábulo, na realidade, significa “sopro interior” isto implica que existe um espírito dentro.
Porem a chave do uso bíblico de tal expressão se encontra em 2 Timóteo 3:16, “Toda a Escritura
é inspirada (θεοπνευστος) por Deus...”
A Palavra Theopneustos somente aparece nesta passagem em todo o Novo Testamento.
É derivada de duas palavras Theos (Deus) e Pneustos (sopro).
Esta palavra literalmente significa “o sopro de Deus” ou “soprado por Deus”.
O conceito proporcionado pela palavra Theopneustos não é facilmente compreendido fora de
uma exegese do texto original levando em consideração outras passagens afins. (B.B Warfield)
O famoso teólogo B.B. Warfield, em sua obra clássica, Inspiration and Authority of the Bible
(Inspiração e Autoridade da Bíblia), destaca o seguinte:
“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens
santos de Deus falaram inspirados (Fero = carregado, levado, conduzido) pelo Espírito
Santo. (2 Pedro 1:21)
Pedro alude nesta passagem a palavra profética (As Escrituras) a qual considera “mais segura”
que a experiência humana e logo adiciona o fato que os homens que escreveram a Palavra o
fizeram debaixo da direção expressa do Espírito Santo. (Edward J. Young)
O grande erudito e brilhante escritor Edward J. Young, expressa-se sobre este tema da seguinte
forma:
2
B.B. Warfield, “O CONCEITO BÍBLICO DE INSPIRAÇÃO”, Revista Os Puritanos, Ano VIII, nº. 4.
A linguagem é muito enfática. Os homens de Deus que falaram, fizeram, segundo se
afirma, sendo conduzidos e impulsionados pelo Espírito Santo. É dizer, o Espírito na
verdade os levantou e os levou e assim puderam eles falar. Foram conduzidos ou
carregados pelo poder do Espirito e não pela força própria de cada um deles. O que é
carregado, não obstante, é absolutamente passivo. Do mesmo modo os escritores da
Bíblia que falaram de Deus eram passivos. Era o Espírito de Deus que os levava ou
impulsionava. O Espírito era ativo e eles eram passivos. Assim pois, Ele os direcionava
para a meta que havia fixado”3.
O Dr. Young assinala que no ato de ser conduzido pelo Espírito os escritores eram passivos,
porém no ato de escrever eram ativos.
O que Pedro deseja destacar é que as coisas escritas e expressadas por aqueles homens de
Deus não era produto de suas imaginações, mas do Espirito Santo.
AS Escrituras, por tanto, tem sua origem em Deus mesmo.
O que Paulo afirma em 2 Tm 3:16 é que no tocante a Bíblia é aplicado e apoiado pelo apóstolo
Pedro.
Paulo afirma que os escritores eram produto do sopro de Deus e Pedro nos diz que os
escritores realizaram seus trabalhos mediante o impulso do poder do Espírito Santo.
Antes de formular uma definição do que é a inspiração é necessário considerar uma terceira
passagem das Escrituras.
No tal texto encontramos as seguintes palavras pronunciadas pelo mesmo Senhor Jesus:
O contexto desta passagem refere-se a defesa que Cristo faz de sua divindade.
Os Judeus o acusavam de blasfêmia porque segundo eles, Ele “sendo homem se fazia como
Deus” (Jo 10:33).
O Senhor Jesus apela a autoridade das escrituras e declara:
Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? (João 10:34)
É muito importante observar que Jesus cita o Salmo 82:6 e o chama vossa lei.
O livro dos salmos supostamente, não faz parte do Pentateuco, no entanto, Cristo o chama A Lei.
O ponto em questão é o fato de que Jesus outorga a mesma força de autoridade aos Salmos ao
chama-lo de a Lei da mesma forma que o Pentateuco. (Palavras de Young y Morris).
Ou como disse Warfield: “Em outras palavras, (Cristo) da aqui autoridade legal a toda a
Bíblia, em conformidade com o conceito mais comum entre os judeus (Jo 12:34), e que
3
E.J. Young Thy Word is Truth p. 25
ocasionalmente se usa no NT, tanto nos lábios de Jesus como no dos escritos dos
Apóstolos”4.
A expressão “ser quebrantada”, ainda que não seja usada com frequência no NT,
aparece em algumas referências em relação com o ato de quebrar o dia do repouso (ver
Jo 5:18; Mt 5:19). O significado dessa frase é que “a Escritura não pode ser esvaziada de
sua força de modo a provar ser errada5.
A força das palavras de Cristo enfatiza a autoridade das Escrituras e o fato de que tal autoridade
não pode ser anulada nem menosprezada.
Quando digo “A Escritura” se refere a toda a Bíblia, é dizer, nada da Palavra pode ser excluído.
Aqui temos uma enfática declaração a favor da infalibilidade da Palavra de Deus.
4
E.I. Young Thy Word is Truth p. 139.
5
Leon Morris, Commentary on The Gospel of lohn pag. 527 7 Charles C. Ryrie, A Survey of Bible Doctrine pag. 38 8 B. F. Warfield, Op.
cit. p. 131
6
Charles C. Ryrie, A survey of Bible Doctrine, pg. 28.
7
B.B. Warfield, Op. Cit., p. 131
8
René Pache, The Inspiration and Authority of Scripture (Chicago: Moody Press 1971) p. 45-10 Gaisler and Nix pag. 28,29.
DEFINIÇÃO CONCLUSIVA:
Ao estudar a natureza das Escrituras é necessário diferenciar entre três aspectos fundamentais
da mesma, é dizer, revelação, inspiração, e iluminação.
REVELAÇÃO é o ato divino de comunicar verdades ao homem que não poderia saber de
outro modo.
As vezes Deus tem se revelado de forma audível somente, outras vezes tem comunicado sua
mensagem por meio dos anjos. Também tem se revelado de forma pessoal (Ex 34:28).
Deus tem revelado, ademais, grandes verdades que tem sido escritas tais como as que
encontramos na Bíblia.
No todo o que Deus revelou tem sido escrito.
Ademais existem muitas coisas na Bíblia que foram conhecidas simplesmente por ser fatos
históricos de conhecimento geral.
Revelação, portanto, tem a ver com a comunicação da verdade ou verdades, especialmente
aquelas que o homem não poderia saber de nenhum outro modo.
INSPIRAÇÃO, por outro lado, tem a ver com o ato de registrar ou escrever a verdade
revelada sob a direção do Espirito Santo de modo que esteja livre de todo erro.
Inspiração garantia a fidelidade e a inerrância das Escrituras.
Finalmente, iluminação tem a ver com a obra do Espirito Santo tornando possível que o
homem, especialmente o crente possa compreender a Palavra de Deus (1Cor 2: 13,14; Ef
1:15-23; 3:14-19).
A Inspiração capacita os escritores, e ilumina os leitores.
O Dr. Unger diz o seguinte:
9
Geisler and Nix, pág. 28,29.
“... revelação tem a ver com a origem, inspiração se relaciona com receber e escrever,
enquanto que a iluminação concerne o entender e o compreender a revelação objetiva
escrita.”10
ILUMINAÇÃO
Nos incrédulos:
É necessária para compreender e crer de coração a verdade bíblica (1 Cor 1:18; 2:14; 2 Cor
4:4).
A obra de convicção do Espirito Santo (Jo 16:7-11)
Nos crentes:
É necessária para compreender a verdade bíblica. (1 Cor 2:10-12)
O ofício de ensino do Espirito Santo (16:13-15)
Em relação a doutrina da inspiração tem se formulado numerosas teorias que não se ajustam aos
postulado nem as afirmações que encontramos na Palavra de Deus, é por isso que consideramos
que essas teorias são falsas.
Somente é uma compreensão natural dos assuntos espirituais, exercitada por pessoas bem
dotadas (acima da média).
FORMULAÇÃO: do mesmo modo que um artista, músico, pintor, escritor, executaram
obras maestrais, assim também os homens que escreveram a Bíblia realizaram seus
trabalhos como um produto de seus dote naturais.
Portanto, a Bíblia pode ser a peça literária mais importante que se tenha produzido, porém por
ser um produto do gênero humano é falível.
ILUMINAÇÃO ESPECIAL
10
Unger, Introductory Guide and the Old Testament, págs 24-25.
ORIENTAÇÃO DINAMICA
É uma orientação especial que o Espirito Santo deu aos escritores bíblicos afim de assegurar a
comunicação de uma mensagem procedente de Deus.
A mensagem de fé religiosa e vida piedosa eram dirigidos, porem os temas “não essenciais”
dependiam por completo dos conhecimentos, a experiência e as preferências dos autores
humanos.
São os que sustentam que do mesmo modo que os crentes hoje tem e estão cheios do Espirito,
assim também os escritores da Bíblia tiveram a capacidade de realizar seus trabalhos como
qualquer um poderia realiza-lo hoje.
É dizer, basicamente não existe diferença entre o que escreveram aqueles homens e o que um
crente que estivesse cheio do Espírito poderia escrever hoje.
INSPIRAÇÃO PARCIAL
Os que assumem esta postura afirmam que somente aquelas partes da Bíblia que trata de
verdades desconhecidas para o homem tais como assuntos espirituais ou morais que não
podem se obter pela razão nem pela investigação é que são inspirados.11
Estas afirmações são contrarias ao que a Bíblia afirma. Deus o Espirito Santo impulsionou ou
dirigiu os escritores a escrever palavras (grafia) pois a única forma de expressar pensamentos é
por meio das palavras.
Portanto, se a inspiração está ligada ao ato de escrever ou registrar a revelação de Deus para
garantir a inerrância desta, é necessário que “toda a escritura” seja produto de Deus e não
somente parte dela.
Finalmente dizer que a Bíblia “contém” a Palavra de Deus equivale fazer uma ostentação de
um poder especial para determinar como obter a tal Palavra. Se somente algumas partes da
Bíblia são inspiradas, a pergunta que podemos contestar é a seguinte: Quem é que determina
quais as partes que são inspiradas?
Resumindo, a ênfase bíblica é que “toda a Escritura é theopneustos”. É afirmar que todas as
partes ou a totalidade da Bíblia tem a sua origem em Deus.
11
Merril F. Unger, Introductory Guide to the Old Testament pag. 35
GRAUS DE INSPIRAÇÃO
Esta teoria afirma que algumas partes da Bíblia são “mais inspiradas que outras partes”. Por
exemplo, aquelas partes que sendo totalmente desconhecidas e foram reveladas tiveram um
grau maior de inspiração que as que eram de conhecimento geral.
No início do século XX iniciou um movimento teológico que tem ocupado desde então um lugar
proeminente no protestantismo. Este movimento surgiu como uma reação ao liberalismo e é
conhecido por vários nomes:12
“Barthianismo”, em honra a seu fundador;
“Teologia da Crise” devido a ênfase no juízo de Deus sobre o homem;
“Neo-Liberalismo” porque enfatiza a área transcendental (coisa que não faz o liberalismo);
“Neo-Ortodoxia” devido ao esforço em regressar aos postulados bíblicos da reforma. Na
verdade, pode se dizer que a neo-ortodoxia constitui um esforço por abordar os evangélicos
conservadores com os liberais e modernistas.
12
Harvie M. Conn, Teologia Contemporánea em el Mundo, pp. 25-31
13
Geisler and Nix, General Biblical Introduction pág. 40-43
iv. Edwin Lewis e outros.
e. Em resumo:
i. O ponto de vista existencial da neo-ortodoxia sustenta que a revelação não é
objetiva mas objetiva.
ii. A Bíblia contém erros e portanto é falível;
iii. A Bíblia não é uma revelação mas um testemunho da revelação;
iv. Deus fala somente de uma maneira pessoal e quando fala, se eu respondo,
então se ocorre a revelação;
2. O segundo ponto de vista abordado por alguns neo-ortodoxos é chamado demitologização.
Esta é a posição tomada especialmente pelo teólogo alemão Rudolf Bultmann. Este conceito
afirma que para entender a Bíblia e para chegar ao coração da verdade desta é necessário
despojar-se de todo mito de que está revestida. É certo, dizem, que os mitos bíblicos são
métodos sérios e significativos, mesmo que imperfeitos de expressar assuntos
transcendentais para a existência religiosa do homem. No entanto, é necessário olhar mais
além do mitologia para se conhecer a verdade da revelação.
a. Os teólogos que apoiam esta posição sustentam que o mito é uma forma de
comunicação teológica 14 . Relatos tais como a criação do homem, a queda, a
encarnação, a cruz, a sua segunda vinda etc. são formas mitológicas de expressar
certas verdades. Com referência a Cristo, é considerado somente um homem comum
sem nada de sobrenatural nEle.
“A doutrina que faz com que Jesus Cristo é o Filho de Deus, um Ser preexistente é
simplesmente mitológica”.15
1. A posição neo-ortodoxa afirma que Deus somente se revela de maneira pessoal e não
proposicional. É dizer, Deus não se revela por meio da Palavra Escrita mas somente por um
encontro pessoal do que a Bíblia é testemunha. Porém, o testemunho bíblico é que “toda a
Escritura (grafia) é produto do sopro de Deus”.
2. O mesmo Jesus Cristo, honrou as Escrituras, referindo-se a elas e ordenando aos
homens a observa-las. E veio a este mundo, viveu, morreu, ressuscitou e ascendeu no
cumprimento literal da Palavra Escrita. 16
INSPIRAÇÃO CONCEITUAL
14
Ramm Qp. Cit.. pg. 74
15
Pache Qp. Cit. Pg. 263.
16
José Grau, Introducción a la Teologia pgs. 207-211
OBJEÇÕES A ESTA TEORIA
Ainda que seja certo que algumas partes da Bíblia foram ditadas e outras como os dez
mandamentos foram escritas pela própria mão de Deus, existe algumas objeções sérias a
teoria do ditado verbal:
1. Não explica os diferentes estios e características da Bíblia;
2. Faz do escritor humano uma máquina ou um robô;
3. O ditado verbal exclui a possibilidade da inspiração;
PROPÓSITO INSPIRADO
Este é um conceito que surgiu recentemente e parece estar se popularizando entre o meio
evangélico.
O Dr. Ryrie o descreve da seguinte forma:
Este simplesmente significa que mesmo que a Bíblia contenha informações erradas e
discrepâncias insolúveis, no entanto possui “integridade doutrinal” de modo que realiza
perfeitamente o propósito de Deus em si. Os que defendem esta ideia podem e usam na
verdade as palavras infalível e inerante, porem é importante notar que limitam
cuidadosamente a infalibilidade da Bíblia ao propósito ou ênfase principal da Bíblia e
não se estende até incluir a fidelidade ou correção de todos os fatos históricos e eventos
paralelos. Em outras palavras a revelação principal de Deus (a salvação) tem sido
transmitida infalivelmente por meio dos documentos que, não obstante, são falíveis.17
DEFINIÇÃO: É a verdade que ensina que o Espirito Deus guiou o autor humano na eleição de
todas as palavras (verbal) usadas nos escritos originais, de modo que cada palavra usada pelo
autor humano, é também por Deus e é inspirada por Ele (plenária), sendo toda a Escritura, a
Palavra de Deus.
Refere-se a confecção dos originais;
17
Ryrie Síntesis de doctrina Bíblica. P. 44.
Reconhece a intervenção sobrenatural de Deus como inspirador, controlador e supervisor do
escrito bíblico.
Reconhece a inerrância da Bíblia.
É uma combinação da experiência humana natural dos escritores, e a iniciativa e supervisão
do Espirito Santo com respeito aos seus Escritos.
O Espírito Santo garantiu a exatidão e a plenitude de todo o que se escreveu como revelação
de Deus.
A INERRÂNCIA BÍBLICA
A Bíblia não falha; não erra; é verdadeira em tudo quanto afirma (Mateus 5:17-18; João 10:35).
Pacto de Lausanne (1974)
Declaração de Chicago (1978)
Reconhece as contradições ou falta de coesão interna encontradas no texto, não como erros
reais, mas como dificuldades
Podem ser resolvidos quando se obtém todos os dados relevantes.
A autoridade da Sagrada Escritura significa que está é o critério absoluto de Deus a respeito
da verdade em tudo que afirma;
Os ensinamentos da Bíblia são seus critérios para todos os juízos e avaliações;
A autoridade do mesmo Deus tem sido mediada ao homem na Bíblia em proposições;
As doutrinas da Bíblia são vinculantes. Muitas de suas profecias tem sido cumpridas ao pé da
letra.
As que ainda não se cumpriram terão um cumprimento final porque é a Palavra de Deus.
A Bíblia afirma ter autoridade divina. Os escritores do AT repetem constantemente a frase “assim
diz o Senhor” como demonstração do fato de que o que escreveram e disseram procedia de
Deus.
1. A autoridade da Bíblia é expressada no AT. Como se tem destacado anteriormente,
utilizaram umas duzentas vezes as expressões “assim diz o Senhor” e “o Senhor diz” (Ex 5:1;
14:1). O profeta Isaías declara 20 vezes a frase “a palavra do Senhor” (veja 1:10) e Jeremias
escreve umas 100 vezes a frase “vindo, pois, a palavra do Senhor a mim” (1:4; 11, 14; 2:1). O
resto dos profetas seguem o mesmo padrão, logo, podemos dizer que isto é um
reconhecimento da autoridade divina de seus escritos.
2. A autoridade da Bíblia é declarada no NT. Nada tem dado maior honra a Sagrada Escritura
que o Senhor Jesus Cristo. Em Mateus 5:17-18, Jesus declarou:
18
James L. Packer em Fundamentalism and the Word of God. P.44.
Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque
em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais
passará da lei, sem que tudo seja cumprido. (Mateus 5:17-18)
Também o Senhor Jesus afirmou que “[...]a Escritura não pode ser anulada. (João 10:35).
É afirmar que a palavra de Deus possui tal autoridade que anula-la acarretaria um castigo.
Aliás, depois de sua ressureição, explicou a seus discípulos que tudo estava relacionado
com sua morte e sua ressureição (Lucas 24:44-47). Por outro lado, o Senhor reconheceu a
historicidade de Jonas (Mateus 12:39-41). A criação de Adão e Eva (Mateus 19:4-6). A
historicidade de Daniel e seu ministério profético (Mateus 24:15);
A tudo isso temos que incluir o fato de que os escritores do NT reconheceram a autoridade
do AT quando usaram a frase “está escrito”. O verbo utilizado nesta frase está no tempo
pretérito perfeito do indicativo. O temo perfeito sublinha uma ação completa com os
resultados perduráveis. “Está escrito e permanece escrito”.
3. A autoridade das Escrituras foi suscitada pela igreja primitiva. Tanto os pais apostólicos,
alguns dos quais foram discípulos e apóstolos, como outros que não foram, entretanto fizeram
uso da Sagrada Escritura, dando a entender que reconheciam sua autoridade e sua
inspiração. Se bem que é certo que para o segundo e o terceiro século não havia um acordo
geral do número de livros que deviam ser incluídos no cânon também é certo que para o
século quarto a igreja recebeu a totalidade dos livros canônicos e os considerou como
autorizados.
Homens como Policarpo (c. 150 d.C.) e Justino Mártir (140 d.C) citaram amplamente e
reconheceram muitos dos livros do NT.
Cabe citar particularmente Irineu de Lion (c. 170 d.C.) que foi o primeiro pai da Igreja que
citou praticamente todos os livros do NT.
As citações do NT feitas pelos Pais da Igreja alcançam o número de 23,000 citações.
Tais citações seriam suficientes para reconstruir todo o NT. Sem dúvida, os Líderes da
Igreja dos primeiros séculos reconheceram sem rodeios a autoridade das Escrituras.
CÂNON BÍBLICO
Cânon bíblico: denomina-se “cânon o conjunto de livros reconhecidos como inspirados por Deus;
São a revelação infalível e plena de autoridade;
Kanón (gr) – a régua do carpinteiro ou a vara de medir.
Norma ou medida pela qual se julgam ou se avaliam as coisas.
Cânon do AT: O NT faz referência ao cânon do AT (Lc 24:44,45)
Lei de Moisés, os profetas, os Salmos e outros escritos.
A tradição atribui a Esdras ser o responsável pela reunião dos escritos sagrados dos judeus em
um cânon reconhecido.
O Concílio de Jamia por volta do ano 90 a 100 d.C.
Princípios utilizados para estabelecer a canonicidade dos escritos, seguiram a seguinte ordem:
Os que foram escrito por algum apostolo;
Seu caráter e espiritualidade;
A aceitação universal da Igreja;
Evidencia interna de ser inspirado;
No primeiro período apostólico, aqueles escritos que reclamavam essa condição (1 Ts 5:27; Cl
4:16)
No primeiro período pós-apostólico foram reconhecidos todos menos a carta aos Hebreus, 2ª
Pedro e 2ª e 3ª de João.
O cânon foi aprovado no concílio de Cartago no ano 397 e pela igreja Oriental no ano 500.
INTERPRETAÇÃO
DEFINIÇÃO: interpretar a Escritura é dar o significado da passagem conforme o que o autor teve
em mente quando escreveu e para quem o fez.
PRINCIPAIS SISTEMAS DE INTERPRETAÇÃO:
Alegórico, é o que busca um significado oculto, diferente do que as palavras indicam.
Perigoso porque a interpretação passa pelo juízo do interprete. (O objeto se revela tal como é
mas a interpretação sempre será subjetiva. [kant])
Literal é a interpretação válida, onde cada palavra recebe o significado próprio do tempo em
que foi escrita. Esta também é chamada de “método histórico-gramatical”;
AUTENTICIDADE DA BÍBL IA: EVIDENCIAS
Evidencias Bibliográficas: Nenhum outro escrito antigo tem o respaldo de um número tão
grande de manuscritos como o que tem a Bíblia.
Evidencias Internas: Não existem nenhuma contradição em toda a Bíblia, apesar de ser escrita
por mais de 30 autores em um período de 1500 anos.
Evidencias Externas: Quando a Bíblia trata de questões de história e ciência, o faz com
precisão.
RESUMO E CONCLUSÃO
A inspiração das Escrituras é uma doutrina fundamental para a Igreja Cristã. Significa que os
Escritores Sagrados não escreveram o que achavam melhor, e sim foram guiados, protegidos e
supervisionados pelo Espirito Santo de tal modo que escreveram o que de verdade é a PALAVRA
DE DEUS.
Existe numerosas teorias que pretendem explicar o QUE e o COMO da inspiração da Sagrada
Escritura. A única postura que faz justiça ao conteúdo e a mensagem da Bíblia é a que afirma
que a Bíblia em sua totalidade foi dada por intervenção sobrenatural do Espírito Santo. Essa
postura se conhece como INSPIRAÇÃO PLENÁRIA E VERBAL.