Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Influencia Da Pedagogia Freinet No Papel Do Prof PDF
A Influencia Da Pedagogia Freinet No Papel Do Prof PDF
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
53
Pedagog. Foco, Iturama (MG), v. 13, n. 9, p. 52-64, jan./jun. 2018
DOI: 10.29031/pedf.v13i9.325
Sendo um crítico do ensino tradicional, Célestin Freinet organizou sua pedagogia em
torno do trabalho, fundamentada em uma perspectiva que valoriza a relação entre a escola e a
vida. Freinet teve uma forte influência das ideias de Marx e Engels, que o levou à construção
de uma pedagogia socialista, que articulava as relações entre escola-trabalho-sociedade, tendo
como objetivo formar cidadãos reflexivos e críticos capazes de transformar a sociedade em que
vivem (MAIÓN, 2010).
Assim, segundo Célestin Freinet (1996):
Em Célestin Freinet busca-se a ideia de que o aprendizado deve se dar a partir de ações
que sejam necessárias, pela produção de bens que sejam úteis aos aprendizes. Estes tanto podem
ser bens materiais - geradores elétricos para iluminar uma escola carente do interior - como
bens culturais - poesias, desenhos, jornais e livros escritos e impressos pelos próprios alunos e
que eram enviados às escolas das comunidades vizinhas (TORNAGHI, 1995).
Freinet é um pioneiro na proposição de uma prática pedagógica centrada na cooperação.
Seu trabalho pressupõe a colaboração não só entre os estudantes como entre os educadores.
Deriva de suas ações, ainda na década de 20, a primeira cooperativa de educadores de que se
tem notícia que produzia um boletim, circulares, revista de textos infantis (La Gerbe - O
Ramalhete), troca de documentos, organização de correspondências interescolares e encontros
para intercâmbio entre educadores. Lançou, assim, o que chamou de movimento pedagógico
cooperativo (TORNAGHI, 1995).
Nesse sentido, Freinet (1973) defende a ideia de que não é necessário sufocar as crianças
com matérias para que elas consigam aprender. O papel da escola e dos professores é de
proporcionar situações por meio das quais as crianças sintam necessidade de agir, ou seja, fazer
com que elas se dediquem intensamente à descoberta de algo que conseguiu despertar seu
interesse.
A Pedagogia Freinet propõe a técnica de aula-passeio que propicia o contato com outro,
com a natureza e com a vida, sendo motivada pela busca do novo em que o questionamento e a
alegria de investiga se integra à vida social e afetiva do aluno, resultando na compreensão sobre
a realidade que vive (SAMPAIO, 1996).
Segundo Célestin Freinet (1996):
54
Pedagog. Foco, Iturama (MG), v. 13, n. 9, p. 52-64, jan./jun. 2018
DOI: 10.29031/pedf.v13i9.325
[...] não podemos, atualmente, pretender conduzir metódica e cientificamente as
crianças; ministrando a cada uma delas a educação que lhe convém, iremos nos
contentar com preparar e oferecer-lhes ambiente, material e técnica capazes de
contribuir para formação, de preparar os caminhos que trilharão segundo suas
aptidões, seus gostos e suas necessidades. (FREINET, 1996, p. 10).
De acordo com Freinet, na escola tradicional, cabia aos professores educar os alunos.
Assim como alguns escolanovistas5, Freinet desloca o eixo propondo que o aluno se
eduque por meio do auxílio do professor e não através de sua interferência direta; o
processo de ensino e aprendizagem deve se manter distante de qualquer ensino
sistematizado e direcionado, pois eles inibem a liberdade, criatividade e autonomia
das crianças. (COSTA, 2007, p. 3-4).
5
O escolanovismo foi um movimento de educadores europeus e norte-americanos, organizado em fins do século
XIX, que propunha uma nova compreensão das necessidades da infância e questionava a passividade na qual a
criança estava condenada pela escola tradicional. Também conhecida como Educação Nova, a Escola Nova tem
seus fundamentos ligados aos avanços científicos da Biologia e da Psicologia. Pode-se afirmar que, em termos
gerais, é uma proposta que visa à renovação da mentalidade dos educadores e das práticas pedagógicas. O
pedagogo Célestin Freinet foi um dos defensores dessa concepção de educação.
55
Pedagog. Foco, Iturama (MG), v. 13, n. 9, p. 52-64, jan./jun. 2018
DOI: 10.29031/pedf.v13i9.325
Sob este olhar, podemos compreender melhor os deveres e a função do professor no
contexto educacional de Freinet, proporcionando um processo de ensino e aprendizagem que
seja capaz de formar cidadãos, autônomos e críticos, com condições de transformar a sociedade,
ou seja, pensando sempre nesse cidadão como um ser integral.
Sendo assim, buscamos esclarecer as seguintes questões: qual a contribuição da
pedagogia Freinet na função do professor no contexto educativo? E como esta proposta pode
influenciar a escola moderna?
Estas questões foram analisadas a partir da pesquisa bibliográfica, tendo como
referência as obras originais de Célestin Freinet para a construção deste artigo. Neste sentido,
enfatizamos os seguintes elementos: métodos e técnicas de ensino, a função do professor,
relação professor e aluno, pedagogia moderna.
O artigo a seguir tem por objetivo possibilitar reflexões sobre a pedagogia Freinet e a
sua contribuição para a escola moderna. Por fim, esta proposta destaca a afetividade entre
professor e aluno, considerando uma proposta educacional que prepara o indivíduo para atuar
na vida em sociedade.
A partir do século XIX houve uma evolução social e técnica que só se fazia ao ritmo de
gerações. Os pais e educadores podiam preparar os filhos para a vida quase com a certeza de
que teriam que se defrontar com os diversos problemas que eles próprios haviam encarado e
resolvido melhor e pior. Os professores sabiam também antecipadamente aquilo do que os seus
alunos teriam mais tarde necessidade. Eles não precisavam considerar qualquer modificação
nas técnicas e na pedagogia no decurso do exercício docente. O que haviam aprendido na Escola
Normal era ainda válido pouco antes da Reforma de 1890, sendo ensinado com os mesmos
livros e os mesmos métodos.
Freinet mostrava a importância de realizar um planejamento, que apontasse objetivos
claros e definidos. A Escola Nova, concepção de educação que vinha dos interesses da
burguesia entre os séculos XVIII e XIX, rejeitava a escola tradicional, centralizando seus
princípios em sua metodologia, conteúdos, que não ia ao encontro dos interesses das classes
dominadas (MAIÓN, 2010).
Freinet nos faz refletir sobre o real significado de uma pedagogia tradicional, autoritária,
longe da vida e fora do contexto de vivência das crianças. O autor critica a postura do docente
que trabalha com conteúdos compartimentados e também aquele professor que manda e os
56
Pedagog. Foco, Iturama (MG), v. 13, n. 9, p. 52-64, jan./jun. 2018
DOI: 10.29031/pedf.v13i9.325
alunos obedecem. Entretanto, ele concorda com os conceitos de ordem, disciplina, autoridade
e dignidade dentro do ambiente escolar, desde que resultem de uma organização do trabalho,
em que o respeito seja fruto do cooperativismo. Assim, como diz Freinet (1996):
[...] Arregace as mangas para trabalhar com as crianças. Deixe de dar ordens e
castigar, atire-se ao trabalho com os alunos. Não tenha medo de sujar as mãos, de se
machucar com uma martelada, de hesitar nos casos em que a criança mais viva
dominga a situação, de tatear, de se enganar, de recomeçar. Assim é a vida, e é o
esforço que fazemos lealmente, para dominar seus incidentes, que constitui o principal
elemento da nossa educação. (FREINET, 1996, p. 92).
Em suas obras, Freinet nos mostra sua insatisfação e preocupação com a fácil
possibilidade dos educadores não resistirem ao ensino tradicional, assim sempre buscou uma
pedagogia que pudesse atender a todos os indivíduos, independente de sua classe social,
procurando, assim, envolver todas as crianças no processo de aprendizagem. “[...] Nada é mais
tentador para os educadores do que a escola tradicional; nada é tão perigoso. Ela separa a árvore
de suas raízes, isola-a do solo que a nutri. Cabe-nos reencontrar a seiva” (FREINET, 1998, p.
83).
Costa (2007, p. 8) afirma que:
57
Pedagog. Foco, Iturama (MG), v. 13, n. 9, p. 52-64, jan./jun. 2018
DOI: 10.29031/pedf.v13i9.325
Freinet apresenta algumas diretrizes educacionais, essencialmente prática, tendo o intuito de
auxiliar os educadores a colocar em ação a proposta de uma Pedagogia Popular.
Costa (2007, p. 9) salienta que a proposta de uma Pedagogia Popular,
[...] deve ser entendida enquanto uma proposta para filhos de trabalhadores, uma
proposta de uma Pedagogia Popular; pautada no objetivo de transformar a educação
por meio da formação de indivíduos responsável pelo futuro da nação, ou seja, sua
proposta visava formar indivíduos ativo, que se entendessem enquanto responsáveis
pelo processo histórico e por sua transformação.
- O jornal escolar deve ser realizado cumprindo todo o processo que o envolve. Com
o passar do tempo, a escolha das notícias para serem publicadas no jornal se torna
cada vez mais democrática, priorizando as mais interessantes. O registro através do
desenho, incorporado nas ilustrações das notícias, é muito esperado pelas crianças;
- A roda da conversa é o primeiro momento de reunião da turma, é um momento de
livre expressão e cada aluno tem a oportunidade de manifestar suas ideias, opiniões e
sentimentos. É também um momento em que se planeja o dia, discutem os conteúdos
a serem trabalhados e se contam as novidades. A roda final propicia a avaliação das
atividades realizadas. É um momento privilegiado de registro e de sistematização do
aprendizado;
- A correspondência interescolar ocorre durante todo o ano letivo. Essa técnica
permite a utilização dos diferentes tipos de linguagens, para que as crianças expressem
e comuniquem suas ideias, vontades, curiosidades, estudos, de sorte que as crianças
se valem do desenho, da música, da escrita, da poesia, pintura etc. Com a escrita e a
leitura das cartas, as crianças são desafiadas e realizam constantes pesquisas e
investigações sobre os fenômenos da natureza, o meio escolar, os lugares vizinhos, os
bairros, o meio familiar, o meio geográfico. É veículo de divulgação dos álbuns e de
troca de informações com outras crianças sobre os estudos em desenvolvimento. A
correspondência contribui para a apropriação da linguagem escrita e oral pelas
crianças, as quais participam ativamente de cada momento do processo de elaboração
das cartas. As cartas se transformam em materiais de consulta das crianças, uma vez
que ficam expostas na sala;
- O livro da vida é o registro dos acontecimentos mais marcantes da classe. Nele, o
professor e/ou alunos inserem textos produzidos na classe ou podem registrar um fato
importante que ocorreu na turma ou fora dela, como um passeio, uma visita, atividade
significativa vivida pelo aluno, pelo grupo de alunos, pela família e pela comunidade.
Esse registro vai-se constituindo ao longo do ano como um diário da classe ilustrado
com desenhos, fotografias, relatos, depoimentos, os quais passam a fazer parte da
memória do grupo;
- O álbum da turma configura-se em uma coletânea de materiais elaborados pelas
crianças sobre um determinado assunto que lhes desperte o interesse. Por meio de
investigações individuais ou coletivas, as crianças conhecem o meio em que vivem,
59
Pedagog. Foco, Iturama (MG), v. 13, n. 9, p. 52-64, jan./jun. 2018
DOI: 10.29031/pedf.v13i9.325
sua história, sua geografia, as pessoas, sua organização em comunidade, seus
costumes, as características do ambiente;
- O fichário escolar cooperativo ou fichário documental consiste numa forma
alternativa de material didático, caracterizada pela organização de fichas de assuntos
específicos. Nesse fichário, há o registro dos conteúdos estudados pela turma ou por
um grupo de alunos;
- As aulas-passeio são saídas ao ar livre que oportunizam maior contato com o próprio
meio, permitindo descobertas que motivam a criação dos textos livres e que podem
fazer parte do jornal, do livro da vida ou mesmo da correspondência interescolar.
(BARROS; SILVA; RAIZER, 2017, p. 6-7, grifos dos autores).
A pedagogia Freinet garante o sentido da presença das crianças na escola, porque partem
de situações do cotidiano da sala de aula em direção a um processo de ensino e de aprendizagem
que promove a apropriação da cultura, construída historicamente pelos homens, ao longo da
história. Segundo reflexões de Leontiev (1978): “[...] o homem é um ser de natureza social, que
tudo o que tem de humano nele provém da sua vida em sociedade, no seio da cultura criada
pela humanidade” (LEONTIEV, 1978, p. 261).
2
Dessa maneira, pode-se dizer que a Pedagogia Freinet, em sua filosofia, considera a
criança como agente ativo do processo de ensino e aprendizagem, o que justifica o
desencadeamento de suas propostas educacionais.
A função do professor, de acordo com Sampaio (1994), era:
[...] permitir que seus alunos tomassem decisões e que, acima de tudo, fossem
responsáveis pelas atitudes assumidas [...], valorizando assim, o lugar e a
responsabilidade do aluno. E, ainda, acreditava que [...] os professores não eram
propriamente mestres, mas sobretudo guias, amigos e encorajadores de crianças que,
tratadas dessa forma, vivem sempre felizes e confiantes. (SAMPAIO, 1994, p. 64).
Sob este olhar, é possível compreender que o professor não poderia ser apenas um
mestre em suas aulas, mas também um amigo e motivador no processo de ensino e
aprendizagem, auxiliando os alunos no seu desenvolvimento crítico e moral.
Conforme Clanché (1982) apud Elias (1997) o método natural, “estatuto epistemológico
da expressão”, a atividade, o desejo de conhecer e a expressão caminham lado a lado. Ao dar
abertura às crianças para se organizarem e, assim, obter produtividade, aproxima a escola da
vida. A linguagem nunca é vista isolada do contexto de criação e ação; ela dá unidade aos
conteúdos escolares e evita o “trabalho em migalhas”.
No rumo da educação natural, tudo é vida e alegria; nada de esforços inúteis ou tarefas
escolares áridas. Basta o desejo de conhecer e a disposição para realizar, de forma concreta,
numa estrutura aberta, num clima de liberdade, de afetividade e corresponsabilidade. Freinet
defende que a liberdade produz a felicidade; um indivíduo é livre e feliz quando, em contato
com os outros, ensina e aprende. Não é de admirar, portanto, que considere a cooperação como
60
Pedagog. Foco, Iturama (MG), v. 13, n. 9, p. 52-64, jan./jun. 2018
DOI: 10.29031/pedf.v13i9.325
aspecto fundamental para educação e elevação do homem, que realmente aprende e incorpora
técnicas, multiplicando e diversificando experiências, motivado pelos interesses e necessidades
próprias. Conhecedor das personalidades dos seus alunos tentava captar o momento em que
uma criança demonstrasse interesse em aprender para, imediatamente, imaginar ou inventar
novas técnicas pedagógicas (ELIAS, 1997).
Freinet procurava adotar métodos e técnicas de ensino que fizessem o uso de material
impresso, jornais e produções dos próprios alunos, fazendo-os formar grupos de trabalhos e
jamais havendo algum tipo de cobrança.
Segundo Elias (1997) as práticas pedagógicas que fundamentam a proposta da escola
moderna são conhecidas como Pedagogia Freinet. São elas:
Por meio das oficinas Freinet leva o aluno a estabelecer suas relações sociais, como a
execução de um trabalho real, que será o centro de toda a atividade contexto escolar. E a
organização cooperativa da classe facilita o trabalho e interação na sala de aula.
Elias (1997) diz que
Freinet consagrou sua vida inteira atividade pedagógica, dedicando os últimos anos
ao aperfeiçoamento de sua pedagogia, criando, ainda que com grandes dificuldades,
um belo grupo de educandos e educadores que atualmente deram continuidade em seu
trabalho. Sua pedagogia não pode ser vista isolada, mas articulada a tarefas concretas
que trazem a vida para a escola, a escola do trabalho, em cuja organização, os
problemas da vida e da prática social são discutidos e avaliados em grupo, para a
realimentação e reorganização do trabalho conjunto. Para Freinet, o principal fim da
61
Pedagog. Foco, Iturama (MG), v. 13, n. 9, p. 52-64, jan./jun. 2018
DOI: 10.29031/pedf.v13i9.325
educação era o crescimento pessoal e social do indivíduo, elevar a criança a um
máximo de humanidade, preparando-a não apenas para a sociedade atual, mas para
uma sociedade melhor, fazendo-a avançar o mais possível em conhecimento, num
constante desabrochar. Dessa forma, preocupado com a adaptação do ensino ao meio,
Freinet revolucionou a pedagogia da escola pública que já na época não correspondia
ao modo de vida da sociedade em evolução. Desenvolveu uma escola onde a criança
do povo pudesse se adaptar, sem divisões de classe social, que engendram a alienação
e provocam bloqueios; uma escola presente na vida da comunidade e na sua cultura;
uma escola responsável com a vida íntima da criança e, ao mesmo tempo, com todo o
coletivo social; uma escola que permitisse à criança materializar na livre expressão os
seus achados, oferecendo o máximo de abertura, não somente para o universo fechado
da cultura acadêmica, mas para todas as riquezas do mundo. (ELIAS, 1997, p. 10).
A partir disso, observamos o quanto é necessário fazer com que os alunos tenham
compromisso de se organizarem, iniciando pelo auxílio ao grupo e a sociedade. Sendo assim, o
aluno realiza aulas práticas, compartilha pesquisas com os demais alunos e desenvolve a sua
consciência por meio da interpretação das distintas etapas de um mesmo problema.
Nesse contexto, a pedagogia de Freinet contribui para a construção de uma escola
moderna, onde o aluno tenha contato com uma cultura que o faça aprender a ler e a refletir,
tornando-se um cidadão crítico e autônomo, que esteja preparado para atuar na sociedade.
Assim, a Pedagogia Freinet é uma pedagogia que está disseminada em todo mundo, que
pode de alguma forma contribuir com as práticas docentes nos espaços escolares.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das informações citadas, podemos analisar que a prática pedagógica de Freinet
compromete diretamente a formação do indivíduo enquanto ser social e histórico. Esse
comprometimento é fruto da limitação do processo humanizador do indivíduo, cuja pedagogia
se apresenta como uma proposta de educação voltada ao trabalho, como um meio de preparação
do indivíduo para a sua atuação na vida em sociedade.
Desse modo, acreditamos que a função do professor no contexto educativo deve estar
centrada em práticas pedagógicas mais eficazes, ou seja, uma prática que reflete com a ajuda
da teoria e que cria estratégias para auxiliar no desenvolvimento dos alunos em sala de aula,
mantendo um bom relacionamento entre professor e aluno.
Portanto, Freinet (1973), ao considerar a criança de mesma natureza que o adulto, rompe
com a hierarquia presente na relação entre professores e alunos e estabelece uma relação
amigável e produtiva entre esses, pois reconhece que o educador não é um forjador de cadeias,
mas um semeador de alimentos e de claridade.
62
Pedagog. Foco, Iturama (MG), v. 13, n. 9, p. 52-64, jan./jun. 2018
DOI: 10.29031/pedf.v13i9.325
A partir disto, o artigo conclui que é evidente que o professor valorize a importância ao
espaço e o tempo da criança visando o cooperativismo, além disso, trabalhar a importância dos
conflitos, das emoções, dos sentimentos em direção à autonomia da criança.
Assim, percebemos que a crítica feita às práticas pedagógicas de Freinet se faz
extremamente necessária nos dias de hoje, pois a centralidade do processo educativo no
cotidiano dos alunos vem se tornando um modismo no atual debate educacional. Nesse sentido,
com relação à função dos professores deve-se defender uma educação que supere as limitações
impostas pela vida cotidiana e contribua para a completa formação humana.
REFERÊNCIAS
______. Pedagogia do Bom Senso. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1973.
______. Para uma Escola do Povo. Tradução: Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes,
1996.
______. Freinet: evolução histórica e atualidades. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1994.
64
Pedagog. Foco, Iturama (MG), v. 13, n. 9, p. 52-64, jan./jun. 2018
DOI: 10.29031/pedf.v13i9.325