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INSTITUTO TÉCNICO DE SAÚDE DE MALANJE Nº55

PREVALÊNCIA DA ANEMIA FERROPRIVA EM GESTANTES


ASSISTIDAS NO HOSPITAL MUNICIPAL DE MALANJE NO Iº
TRIMESTRE DE 2023

Autores
1. Maria André Calunga
2. Milagre de Fátima Domingos
3. Nicolau Miranda Tendo Bimbi
4. Olávio Francisco João Nhanga
5. Rosa Nzage Suquina

Curso: Enfermagem

Grupo nº: 52

Orientador: Mateus Quivange

Malanje,2023
FICHA TÉCNICA
INSTITUTO TÉCNICO DE SAÚDE DE MALANJE Nº55
CURSO DE ENFERMAGEM

PREVALÊNCIA DA ANEMIA FERROPRIVA EM GESTANTES ASSISTIDAS NO


HOSPITAL MUNICIPAL DE MALANJE NO Iº TRIMESTRE DE 2023

Autores
1. Maria André Calunga
2. Milagre de Fátima Domingos
3. Nicolau Miranda Tendo Bimbi
4. Olávio Francisco João Nhanga
5. Rosa Nzage Suquina

Curso: Enfermagem
FOLHA DE APROVAÇÃO

PREVALÊNCIA DA ANEMIA FERROPRIVA EM GESTANTES ASSISTIDAS NO


HOSPITAL MUNICIPAL DE MALANJE NO Iº TRIMESTRE DE 2023

Trabalho de Fim de Curso, apresentado ao Instituto


Técnico de Saúde de Malanje para a obtenção do Título
de Técnico Médio de Saúde.

Aprovado aos __________/__________/________

O Corpo de Jurado
1. Presidente __________________________________Assinatura_________
2. 1.ºVogal____________________________________Assinatura_________
3. 2.º Vogal ___________________________________Assinatura__________
FOLHA DE AUTORIZAÇÃO

Autoriza-se a reprodução total ou parcial deste trabalho de fim do curso,


exclusivamente para fins académicos ou científicos.
Assinatura_____________________________________________________
Assinatura_____________________________________________________
Assinatura_____________________________________________________
Assinatura_____________________________________________________
Assinatura_____________________________________________________
Data_________/ ___________/__________

FICHA CATALOGRÁFICA

(Calunga André Maria, Domingos Fátima de Milagre, Bimbi Tendo Miranda


Nicolau , Nhanga João Francisco Olávio, . Suquina Nzage Rosa )

Páginas: 31
Orientador: Mateus Quivange
Trabalho de Fim de Curso de Técnico Médio de Enfermagem - Instituto Técnico
de Saúde de Malanje Nº55 (I.T.S.M)

Palavras-chave: Prevalência, Ferro, Anemia, Gestação


DEDICATÓRIA

Dedicamos o nosso trabalho


aos nossos pais pelo apoio
incondicional que nos têm
dado, aos amigos pelo apoio
dado.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradecemos a Deus por ter me mantido firmes nessa
longa caminhada tão espinhosa; Estendemos os profundos agradecimentos aos
meus pais e familiares, que, não mediram esforços em dar os seus apoios para fazer
face as dificuldades que a vida académica me proporcionara.

Agradeço de modo especial ao tutor Mateus Quivange, aos digníssimos


docentes, sobretudo pela paciência, coragem, compreensão, esforço e dedicação.
Aos nossos prezados colegas, que, tudo fizeram para a concretização deste imenso
percurso, cheio de tantos obstáculos;

Porém, agradeço inclusivamente ao meu esposo, e a todos os meus amigos e


pessoas singulares que directa ou indirectamente contribuíram para a realização
deste magnífico trabalho.
LISTA DE QUADROS
Quadro nº 1 Apresentação dos resultados referente a questão: 1. Tem sido
frequente os casos de anemia ferropriva nas gestantes? ........................................ 25
Quadro nº 2 Causas da prevalência da anemia ferropriva em gestantes assistidas
no Hospital Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023 ......................................... 25
Quadro nº 3 Factores associados a prevalência da anemia ferropriva .................... 26
Quadro nº 4 Sintomas apresentados pelas gestantes assistidas no Hospital
Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023 ............................................................ 27
Quadro 5 Apresentação das consequências da anemia ferropriva .......................... 28
Quadro nº 6 Grupos susceptíveis a anemia ferropriva ............................................. 28
RESUMO
O presente estudo vem relatar sobre a Prevalência da Anemia Ferropriva em
Gestantes assistidas no Hospital Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023. Para
um melhor enquadramento da temática enunciou-se a seguinte questão norteadora:
o que esta na base da prevalência da anemia ferropriva em gestantes no Hospital
Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023? Com vista a solucionar a problemática
levantada exarou-se os objectivos da pesquisa com o intuito de delimitar-se os
caminhos da investigação assim o objectivo geral surgiu com a intenção de conhecer
a prevalência da Anemia Ferropriva em Gestantes assistidas no Hospital Municipal
de Malanje no Iº trimestre de 2023 . já nos objectivos específicos primeiramente
procurou-se identificar as causas da prevalência da anemia ferropriva em gestantes
assistidas no Hospital Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023, de seguida
descrever os principais factores associados a prevalência da anemia ferropriva na
gestação; ilustrar os sintomas da anemia ferropriva apresentados pelas gestantes
assistidas no Hospital Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023; mencionar as
consequências da anemia ferropriva na gestação e por fim determinar os grupos
susceptíveis a anemia ferropriva. No ponto metodológico utilizou-se a abordagem
quantitativa com uma visão descritiva, o universo da população foi constituído por 50
elementos e dela extraiu-se uma amostra de 20 elementos dos quais técnicos. Para
a recolha de dados foi necessário a aplicação da técnica de inquérito que teve como
instrumento o questionário.
Palavras – chave: Prevalência, Ferro, Anemia, Gestação
ABSTRACT
This study aims to report on the prevalence of iron deficiency anemia in pregnant
women assisted at the Hospital Municipal of Malanje in the 1st quarter of 2023. For a
better framing of the theme, the following guiding question was formulated: what is at
the basis of the prevalence of iron deficiency anemia in pregnant women at the
Hospital Municipal of Malanje in the 1st quarter of 2023? In order to solve the
problem raised, the objectives of the research were defined in order to delimit the
paths of investigation, thus the general objective emerged with the intention of
knowing the prevalence of iron deficiency anemia in pregnant women assisted at the
Municipal Hospital of Malanje in the 1st quarter of 2023. In the specific objectives, we
first sought to identify the causes of the prevalence of iron deficiency anemia in
pregnant women assisted at the Hospital Municipal of Malanje in the first trimester of
2023, then describe the main factors associated with the prevalence of iron
deficiency anemia in pregnancy; illustrate the symptoms of iron deficiency anemia
presented by pregnant women assisted at the Hospital Municipal of Malanje in the
first trimester of 2023; mention the consequences of iron deficiency anemia in
pregnancy and finally determine the groups susceptible to iron deficiency anemia. In
the methodological point we used the quantitative approach with a descriptive view,
the universe of the population consisted of 50 elements and from it was extracted a
sample of 20 elements of which technicians. For the collection of data it was
necessary to apply the survey technique that had the questionnaire as an instrument.
Keywords: Prevalence, Iron, Anemia, Pregnancy
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11

CAPÍTULO 1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................... 15

1.1.Definição de termos e conceitos ...................................................................... 15

1.1.1.Prevalência ................................................................................................ 15

1.1.2.Anemia....................................................................................................... 15

1.1.3.Ferro .......................................................................................................... 16

1.1.4.Gestação ´ ................................................................................................. 16

1.2.Anemia Ferropriva............................................................................................ 16

1.2.1.Principais factores associados a anemia ferropriva .................................. 17

1.3.Sintomas e diagnóstico .................................................................................... 19

1.4.Tratamento ....................................................................................................... 20

1.5.Consequências da anemia na gestação .......................................................... 21

1.6.Prevenção ........................................................................................................ 22

CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA............................................ 23

2.1.Caracterização do campo de estudo ................................................................ 23

2.2.Modelo de pesquisa ......................................................................................... 23

2.3.População e amostra ....................................................................................... 23

2.4.Técnica e instrumentos .................................................................................... 24

2.5.Procedimentos éticos e dificuldades ............................................................... 24

CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ....... 25

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 30


INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema prevalência da anemia ferropriva em
gestantes assistidas no Hospital Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que o limite de hemoglobina é de
11,0 g/dl para gestantes, abaixo disso define a anemia na gestação. De acordo com
as definições de morbidade materna, considera-se anemia grave quando a
ocorrência de níveis de hemoglobina é abaixo de 8,0 g/dl e anemia moderada
quando os valores estiverem entre 8,0 g/dl e 10,0 g/dl. Os valores laboratoriais
encontrados nas gestantes com anemia ferropriva são: hematócrito diminuído,
hemoglobina.

A Anemia por deficiência de ferro é um tipo de anemia causado


pela deficiência de ferro. Uma anemia é a diminuição do número de glóbulos
vermelhos ou da quantidade de hemoglobina no sangue. Quando é de
aparecimento lento, os sintomas são geralmente vagos, incluindo fadiga, cansaço,
falta de ar ou falta de capacidade para realizar exercício físico. A anemia de
aparecimento súbito geralmente manifesta sintomas mais pronunciados, como
estado de confusão, sensação de desmaio e aumento da sede. A pessoa só
começa a ficar pálida quando a anemia já é significativa. Em crianças, podem
ocorrer atrasos no crescimento e desenvolvimento. Pode haver outros sintomas,
dependendo da causa subjacente.

A anemia por deficiência de ferro pode ser causada por ingestão insuficiente
de ferro na dieta, hemorragias ou má absorção do ferro a partir dos alimentos[ Entre
as causas de hemorragias estão menstruações abundantes, parto, fibromioma do
útero, úlceras no estômago, cancro do cólon e hemorragias urinárias. A má
absorção de ferro pode ocorrer como resultado da doença de Crohn ou de um.
Nos países em vias de desenvolvimento, os vermes parasitas, a malária e
o VIH/SIDA aumentam o risco de anemia. O diagnóstico é geralmente confirmado
com análises ao sangue.

Conforme Santos (2012) o grupo mais vulnerável para o desenvolvimento da


anemia ferropênica e o das gestantes, devido à elevada necessidade de ferro, em
decorrência da rápida expansão dos tecidos e da produção de eritrócitos. As
anemias gestacionais geram consequências deletérias, estando relacionado com o

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baixo peso do recém-nascido, bem como prematuridade, e à menor concentração de
hemoglobina

As gestantes se destacam como um dos grupos mais susceptíveis à anemia,


devido à elevada necessidade de ferro e outros micronutrientes específicos,
determinada pela rápida expansão dos tecidos e da produção de hemácias.

Segundo Sato (2013, p. 26) “o período gestacional está associado a ajustes


fisiológicos e anatómicos que acarretam acentuadas mudanças no organismo
materno, incluindo os elementos do sangue circulante e o processo de expansão do
volume plasmático com consequente hemodiluição que resulta em anemia”.
Provavelmente, em nenhuma outra fase do ciclo vital existe maior mudança no
funcionamento e forma do corpo humano em tão curto espaço de tempo.

Deve-se considerar que, na gestação, as mulheres são assintomáticas ou


apresentam sintomas que podem ser atribuídos às alterações fisiológicas
decorrentes da gestão. Por esta razão, a avaliação do estado nutricional da gestante
é de suma importância. Diante desta patologia, surgem determinados valores
referenciais para as gestantes, já que, fisiologicamente, a hemoglobina está alterada
pela hemodiluição de maneira muito variável. Como critérios para definir a condição
de anemia em gestantes os valores de hemoglobina devem estar menores que 11
gramas por decilitros e volume corpuscular médio inferior 85 decilitros, onde
caracteriza um quadro anémico

A anemia que ocorre durante a gravidez, especialmente no segundo e terceiro


trimestres de gestação, é um fato fisiológico normal, devido ao aumento do volume
de líquido no corpo, que dilui o sangue. No entanto, a baixa de hemácias, que
transportam o oxigénio, pode ser perigosa tanto para a mãe como para o bebê e por
isso deve ser corrigida rapidamente. Se a anemia da mãe continuar na
amamentação, pode prejudicar o bebe, já que parte do ferro da mãe passa para o
bebê através do leite.

A anemia pode ser considerada um importante agravo na gestação, causa de


importante morbimortalidade materna e fetal em alguns países. O diagnóstico da
anemia bem como seu tratamento e profilaxia devem ser considerados em todo
acompanhamento pré-natal. A gestação, por suas características fisiológicas

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próprias, pode predispor a mulher a desenvolver quadro anémico, que pode ser
agravado pelo curto intervalo gestacional, bem como pele carência nutricional. Os
protocolos de prevenção e tratamento da anemia em diversos países são
diferenciados e seguem padrões próprios de acordo com o perfil epidemiológico a
ser abordado.

A prevenção consiste numa dieta rica em ferro ou na administração


de suplementos alimentares de ferro nos grupos de risco. O tratamento depende do
mecanismo subjacente, mas geralmente consiste em alterações na dieta para incluir
alimentos ricos em ferro, medicação ou cirurgia. Podem ser recomendados
suplementos de ferro e vitamina C. Os casos mais graves podem ser tratados
com transfusões de sangue ou injecções de ferro.

Do ponto de vista da necessidade orgânica de ferro, as mulheres gestantes


constituem o grupo mais crítico. A demanda total do mineral durante o processo
geracional, com um único feto, é triplicada, em virtude das necessidades do feto e
da placenta em crescimento, da volemia materna em expansão, bem como do
aumento da massa de eritrócitos e das perdas sanguíneas do parto. Além da
gestante, o feto precisa de ferro para formar hemoglobina e constituir uma reserva
para os primeiros três meses após o nascimento.

Tendo em conta a vivencia hoje de muitas mulheres com falta de ferro


principalmente no momento da gestação se elaborou o seguinte problema:
O que esta na base da prevalência da anemia ferropriva em gestantes no
Hospital Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023? Para dar resposta ao
problema levantado se elaborou os seguintes objectivos: geral: conhecer a
prevalência da anemia ferropriva em gestantes assistidas no Hospital Municipal de
Malanje no Iº trimestre de 2023. Para os objectivos específicos começamos por:

Ø Identificar as causas da prevalência da anemia ferropriva em gestantes


assistidas no Hospital Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023;
Ø Descrever os principais factores associados a prevalência da anemia
ferropriva na gestação;
Ø Ilustrar os sintomas da anemia ferropriva apresentados pelas gestantes
assistidas no Hospital Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023;
Ø Mencionar as consequências da anemia ferropriva na gestação;
13
Ø Determinar os grupos susceptíveis a anemia ferropriva

Trata-se de uma pesquisa com pendor descritivo e uma abordagem


quantitativo. Para a colecta de dados, usou-se como técnicas o inquérito .
Trabalhou-se com uma população composta por 50 elementos e dela extraiu-se uma
amostra de 20 elementos dos quais técnicos.

A anemia é um problema de saúde mundial que atinge tanto os países


desenvolvidos e os em desenvolvimento, com maior prevalência neste ultimo. As
causas da anemia podem ser multifatoriais e muitas vezes sobreposição, porém a
principal é a baixa ingestão de alimentos que contém ferro.

Doravante a prevalência de anemia ferropriva encontrada neste estudo, pode


ser caracterizada pelas particularidades sociais, dentre elas, a escolaridade e a
situação socioeconómica, que muitas vezes, são inferiores pelas populações que
frequentam serviços públicos de saúde. Porem, a avaliação na prevalência de
anemia ferropriva em gestantes está sujeito a qualidade de saúde, que contribui
para uma gestação de melhor qualidade, uma vez que um pré-natal bem realizado é
um factor relevante no resultado gestacional No âmbito académico, o tema e de
extrema importância visto que vem capacitar cada vez mais com o objectivo de
culminar com novos conhecimentos, ferramentas e técnicas para a disseminação da
mesma patologia, bem como cuidados a serem orientados as gestantes acometidas
por esta doença.

No parâmetro social o tema e relevante porque o estudo e ainda uma


questão pouco abordada pela sociedade e as gestantes em particular pela carencia
de anemia ferropriva durante todo o período gestacional na mulher ,originando
complicações no momento do parto, isso deve-se ao aumento da volemia. Ja ouve
experiencia compartilhada pelas gestantes que passaram por esta mesma patologia,
que motivou o grupo em particular a escolha do tema.

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CAPÍTULO 1- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Definição de termos e conceitos

1.1.1. Prevalência

Conforme Albuquerque (2021), a palavra prevalência vem do latim


praevalere, que por sua vez significa poder mais, ser mais capaz, de prae, antes, à
frente, mais valere, ser forte, ser capaz

Segundo Ramos (2015, p. 35) “a prevalência é o numero total de casos


existentes numa determinada população e um determinado momento temporal”

Conforme Wagner (2010) a prevalência mede a proporção de indivíduos


em uma população que estão acometidos da doença em um determinado
momento. É, portanto, uma medida estática (análoga a uma fotografia)
relacionada a um ponto no tempo, mesmo que a colecta de dados ocorra
durante dias, meses ou até anos. O numerador é composto de casos activos no
momento do estudo, sejam eles recentes ou antigos.

Podemos definir a prevalência como sendo o numero de casos existentes


numa determinada localidade ou unidade sanitária

1.1.2. Anemia

Conforme Albuquerque (2021), a palavra anemia vem do grego A, privativo;


Haima, sangue, e Ia, estado. O vocábulo é impróprio, como se vê, pois significa
ausência de sangue" e é empregado com a significação de falta parcial de sangue"

Segundo Santos (2017, p. 17) a “anemia é definida como a condição na qual


o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da
carência de um ou mais nutrientes essenciais, seja qual for a causa dessa
deficiência”

Conforme Modotti e Marcelino (2016) a anemia é a redução de glóbulos


vermelhos ou de hemoglobina no sangue. Pode ser definida também como a
dificuldade de transportar oxigénio.

A anemia pode ser vista como o momento de redução da hemoglobina bem


como a fraca circulação do oxigénio.

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1.1.3. Ferro

A palavra ferro vem do Latim ferrum, “ferro”. Possivelmente derive do Indo-


Europeu bhars-, “ser firme, rígido”.

Segundo Nunes e Silva (2008, p. 42) “o ferro faz parte da hemoglobina, e é


esse mineral que dá a cor avermelhada que encontramos no sangue, sem ele as
células vermelhas não conseguiriam transportar oxigénio do pulmão para outras
partes do corpo. assim o organismo não funcionaria”.

Conforme Sato (2013) o ferro é um elemento que se apresenta variada


funções no organismo, destacando-se a sua participação na composição de
hemoglobina, um pigmento encontrado nas hemácias e responsável pelo transporte
de oxigénio.

Segundo o grupo o ferro é um elemento essencial na vida de qualquer


humano , principalmente na vida de uma mulher em fase gestacional, por isso é
necessário porque ajuda na circulação do oxigenio

1.1.4. Gestação ´

Conforme André (2019), a gestação é uma palavra que vem do latim gerere,
“gerar”, parente do Grego gígnomai, “nascer, gerar .

Segundo Fujimori (2016, p. 25) “a gestação é um evento resultante da


fecundação do óvulo pelo espermatozóide, habitualmente , ocorre dentro do útero e
é responsável pela geração de uma ser “

Conforme Ralph (2009) a gestação é um período de grande relevância


quando relacionada a temáticas envolvendo a mulher, onde ocorrem modelações
tanto físicas quanto emocionais trazidas pelo processo de gravidez

A gestaçáo pode ser definida como sendo um momento de tranformações da


mulher que permitirá o surgimento de um novo ser.

1.2. Anemia Ferropriva


Conforme Santos (2017) o ferro é um nutriente essencial ao organismo,
associado à produção de glóbulos vermelhos e ao transporte de oxigénio dos
pulmões para todas as células do corpo, Os alimentos constituem as principais
fontes de ferro e podem oferecer dois tipos diferentes desse nutriente: o ferro heme

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e o ferro não-heme. O primeiro, é melhor aproveitado pelo organismo, e é
encontrado especialmente na carne vermelha e no fígado de todos os animais,
assim como na carne das aves, peixes e nos ovos. A absorção do ferro não-heme,
presente nas verduras de folhas escuras (espinafre, brócolis, couve, salsa, etc.),
leguminosas (feijão, lentilhas, grão-de-bico.ervilhas, etc.); frutas (uvas, maçãs,
nozes, amêndoas, castanhas, etc.) é menor e menos eficiente.

Entre as deficiências nutricionais mais comuns na gestação destaca-se a


anemia ferropriva, não só pela frequência com que se manifesta, mas
também pelos efeitos deletérios resultantes da baixa concentração de
hemoglobina no sangue tanto para a saúde materna como para a do recém-
nascido. (Fujimori, 2016, p. 45)
Conforme Batista e Ferreira (2016), no ciclo gestatório, a anemia,
especialmente por carência de ferro, pode estar associada a aumento da
mortalidade materna, mortalidade perinatal, prematuridade, baixo peso ao nascer e
morbidade do infante. Quarenta por cento de todas as mortes maternas perinatais
estão ligadas à anemia. As gestantes anémicas devem ser tratadas imediatamente
através da modificação dos hábitos alimentares, fortificação de alimentos e
suplementação medicamentosa com sais de ferro.

Constituem grupo de risco para a anemia ferropriva as mulheres em idade


fértil, idosos, crianças e adolescentes em fase de crescimento, e indivíduos
que passaram por cirurgia de redução de estômago. Contudo, qualquer
pessoa pode desenvolvê-la, se não receber a quantidade adequada de ferro
na dieta ou tiver dificuldade de absorção, que ocorre, sobretudo, nos
intestinos e pode ser mais eficiente quando associada à ingestão de
vitamina C e proteínas. (Fujimori, 2016, p. 46)
1.2.1. Principais factores associados a anemia ferropriva

Ø Alterações fisiológicas

Conforme Silva (2012), o período gestacional é constituído de 40 semanas


divididas em três semestres com diferentes alterações em cada um deles . A grávida
apresenta ganho de peso aceitável entre 13,5 a 16 Kg em detrimento do
crescimento fetal, placenta e anexos. Aumento das mamas, da volemia e
distribuição de massa adiposa em determinadas regiões. No organismo gestacional,
varias adaptações acontecem sob as vias metabólicas. Com isso, os principais
parâmetros plasmáticos e urinários apresentam-se alterados, principalmente nos

17
dois últimos trimestres. Factores fisiológicos são importantes, porque exercem uma
força maior sobre essas alterações.

Segundo Azevedo (2010, p. 34) “o organismo feminino inicia os preparativos


para o desenvolvimento de uma nova vida no primeiro trimestre, nesta fase ocorre
um intenso processo de divisão celular, necessário para formação da membrana
placentária “. Durante esse período a placenta possui pouca permeabilidade e a
condutância de difusão dos nutrientes é inicialmente pequena. Ampliando-se então,
conforme o volume placentário vai aumentando

Conforme Santos (2017), o crescimento fetal é lento no início e o peso


médio do embrião que passa a ser chamado de feto a partir da oitava semana é de
aproximadamente 300g. Muitas mulheres nesta etapa apresentam manifestações
como enjoo, náusea, vómitos que levam a privações alimentares, devido às
alterações hormonais, que são normais e não trazem prejuízos nutricionais ao
embrião em desenvolvimento.

O desenvolvimento, a saúde e o crescimento do feto sofrem influências


diretas do estágio nutricional da gestante, assim como, peso ao nascer, parto
prematuro e patologias associadas. A mulher quando adequada ao peso pré-
gestacional e a semana gestacional influi positivamente no peso do recém-
nascido. Entretanto, gestantes que apresentam uma reserva de nutrientes
deficitária, aliada a uma ingestão insuficiente, poderão ter comprometimento
do crescimento fetal e, consequentemente, do peso do feto no nascimento
(Ramos, 2015, p. 14)
Ø Alterações Hematológicas
Conforme Batista e Ferreira (2016) varias adaptações ocorrem sob as vias
metabólicas no organismo gestacional. Por isso, os parâmetros plasmáticos e
urinários apresentam-se alterados, principalmente nos dois últimos trimestres.

A partir da sexta semana o volume sanguíneo encontra-se ampliado em torno


dos 50% pela expansão do volume plasmático. A necessidade de suprir a
demanda do sistema vascular do útero que está hipertrofiado e proteger a
mãe de efeitos adversos das perdas sanguíneas que ocorrem no parto e no
puerpério são acções realizadas pelo organismo para evitar alterações
fisiológicas. (Azevedo, 2010, p. 29)
De acordo com Silva (2012) essa elevação acentuada do plasma maior do
que os eritrócitos leva a alterações no hematócrito e no metabolismo do ferro. No
entanto, o aumento da eritropoiese na gestação normal, observa-se uma redução
progressiva na concentração de hemoglobina, glóbulos vermelhos e hematócrito.
18
Segundo Modotti e Marcelino (2016, p. 38) “as modificações metabólicas e
nutricionais relacionadas ao ferro envolvem mudanças no aparelho digestivo, com
objectivo de aumentar a absorção e garantir o fornecimento adequado de ferro”.
Após a vigésima semana verifica-se um aumento de 33% da massa eritróide. Neste
período, observa-se uma hiperplasia eritróide moderada na medula óssea e um leve
aumento de reticulócitos no sangue periférico e no plasma materno. Devido a
formação de glóbulos vermelhos da mãe, do feto e da placenta, faz-se necessário
um aumento na ingestão diária de ferro, cerca de um miligrama (mg), sendo que na
segunda metade da gestação pode atingir em média 6 a 7 mg de ferro por dia. Com
propósito de solucionar o déficit de ferro, o organismo materno aumenta a absorção
e a mobilização dos seus stock

1.3. Sintomas e diagnóstico


Conforme Nascimento (2015), o diagnóstico de anemia por deficiência de
ferro na gravidez é difícil. Uma vez que, comummente, as mulheres com esta
anemia são assintomáticas, ela é descoberta acidentalmente, ao se realizar testes
laboratoriais de rotina de acompanhamento pré-natal. Quando a gestante está com
anemia ferropriva, seu corpo não recebe sangue rico em oxigênio suficiente, devido
os valores baixos de hemoglobina. Como resultado, a mesma pode se sentir
cansada e ter outros sintomas mais severos como, a falta de oxigênio no sangue
que pode danificar o coração, cérebro e outros órgãos do corpo. Anemia muito grave
pode até ocasionar morte.

Nos quadros leves, sintomas como mal-estar, cansaço, fadiga podem se


confundir aos apresentados na gestação normal, “já os indicadores das anemias
moderadas ou severas são: palidez cutânea, alopecia, unhas quebradiças, risco
aumentado de trabalho de parto prematuro, óbito intra-uterino, abortamento
espontâneo, alterações cardiovasculares (insuficiência cardíaca congestiva),
dispneia aos esforços ou até mesmo em repouso (Nascimento, 2015, p. 45). Desse
modo, seria ideal conhecer o status de ferro da mulher no período pré-concepcional,
com a finalidade de verificar se a mesma iniciou ou não a gestação com bons
estoques do mineral.

19
O hemograma é o exame fundamental para o diagnóstico da anemia.
Atualmente, é realizado em contadores eletrônicos de grande porte que
contam e medem os eritrócitos e geram curvas de frequência com médias e
coeficientes de variação, definindo os parâmetros numéricos da população
eritróide. (Santos, 2017, p. 43)
Na avaliação das alterações hematimétricas que ocorrem na gestação, com
frequência, têm sido utilizados, valores de hematócrito, hemoglobina, volume
corpuscular médio (VCM) e ferritina sérica. “Em regiões onde os recursos de saúde
são baixos ou intermediários, com incidência elevada de anemia, a hemoglobina e o
hematócrito podem ser utilizados como testes de triagem ou até mesmo para
confirmação diagnóstica (Santos, 2017, p. 45).

Conforme Modori e Marcelino (2016) a Organização Mundial da Saúde


(OMS) estabelece que o limite de hemoglobina é de 11,0 g/dl para gestantes, abaixo
disso define a anemia na gestação. De acordo com as definições de morbidade
materna, considera-se anemia grave quando a ocorrência de níveis de hemoglobina
é abaixo de 8,0 g/dl e anemia moderada quando os valores estiverem entre 8,0 g/dl
e 10,0 g/dl. Os valores laboratoriais encontrados nas gestantes com anemia
ferropriva são: hematócrito diminuído, hemoglobina.

1.4. Tratamento
Segundo Castro (2011) o tratamento da anemia ferropriva na gestação, é feito
preferencialmente com reposição do ferro por via oral, que é um tratamento eficaz
na maioria dos pacientes portadores desta anemia, entretanto, em algumas
situações específicas, nas quais a terapia por via oral é insuficiente para normalizar
a hemoglobina e/ou restabelecer os depósitos normais de ferro, a administração de
ferro por via parenteral é uma alternativa eficaz, efetiva e segura, quando a
dificuldade na absorção por via oral ou nos casos raros em que a gestante não pode
ingerir nem um dos compostos de ferro simples que são: sulfato ferroso, fumarato ou
gliconato, em casos de anemia mais severa, é indicado a transfusão de hemácias,
que é realizado quando a hemoglobina for inferior a 6g/dl , nos casos de
hemoglobina entre 6 a 8g/dl devem ser avaliados individualmente, avaliando sua
tolerância e adaptação à anemia. A transfusão deve ser reservada nos casos de
hemorragia e quando existem sinais e sintomas de descompensação clínica não se
detendo em um nível ideal de hemoglobina.
20
Quando a gestante apresenta hemoglobina >11g/dl (ausência de anemia), é
recomendada antes das refeições, a suplementação de ferro a partir da 20ª
semana, com a ingestão de uma drágea com 200mg de sulfato ferroso por
dia, que corresponde a 40mg de ferro elementar. Já quando a hemoglobina
está entre 8g/dl e 11g/dl (anemia leve ou moderada), recomenda-se a
gestante, cinco drágea de sulfato ferroso por dia, de 40mg cada, via oral
(podem ser 02 pela manhã, 02 à tarde e 01 à noite), uma hora antes da
refeição, a dosagem devem ser ininterruptas entre 30 e 60 dias, se os níveis
de hemoglobina estiverem subindo, mantenha ao tratamento até a
hemoglobina chegar a 11g/dl, quando deverá ser iniciada a dose de
suplementação de ferro que foi evidenciado anteriormente. Se a hemoglobina
permanecer em níveis estacionários ou se diminuir (11g/dl) será necessário
referir a gestante ao pré-natal de alto risco. (Batista & Fereira, 2016, p. 48)
A resposta ao tratamento é considerada adequada quando se constata um
aumento de 50% ou mais dos valores iniciais da hemoglobina após trinta dias de
administração, e o tempo de tratamento para reposição das reservas maternas
depende da intensidade da deficiência de ferro e correcção da causa da patologia,
“a efectividade do tratamento depende da capacidade de absorção intestinal, da
intensidade da anemia e, principalmente, da tolerância ao tratamento oral,
acompanhado por efeitos colaterais, principalmente os gastrointestinais (Batista &
Fereira, 2016, p. 450)

1.5. Consequências da anemia na gestação


Conforme Santos (2012), ss consequências da deficiência de ferro são
inúmeras, podendo ser reversíveis ou não. As principais repercussões maternas
são: comprometimento do desempenho físico e mental, labilidade emocional, pré-
eclâmpsia, alterações cardiovasculares, diminuição da função imunológica,
alterações da função da tireoide e catecolaminas, queda de cabelos,
enfraquecimento das unhas, aumento da mortalidade materna..

Em relação ao comprometimento fetal, o estado anêmico relaciona-se com:


perdas gestacionais (abortamentos, óbito intrauterino); hipoxemia fetal;
prematuridade; baixo peso ao nascimento; ruptura prematura das membranas
ovulares; quadros infecciosos; restrição de crescimento fetal, e muitas vezes
com alterações irreversíveis do desenvolvimento neurológico fetal; anemia no
primeiro ano de vida, devido às baixas reservas de ferro no recém-nascido.
(Felipe,2012,p.48)
Conforme Batista e Fereira (2016), o ferro é essencial para um normal
desenvolvimento e funcionamento de órgãos vitais, no feto em crescimento. A maior
quantidade de ferro é utilizada na síntese de hemoglobina, contudo o seu papel no
desenvolvimento do sistema nervoso central é fundamental na síntese de enzimas
21
do metabolismo cerebral . Vários estudos mostram que a anemia ferropriva tem
consequências deletérias para a mãe e recém-nascido traduzidas pelo risco
aumentado de mortalidade e morbilidade materna, parto prematuro, baixo peso ao
nascer e comprometimento de funções cognitivas e comportamentais.

1.6. Prevenção
Segundo Felipe (2012, p. 25) “em condições normais, estudos têm
demonstrado que em gestantes não suplementadas os valores de hemoglobina,
hematócrito e ferritina apresentam-se diminuídos durante a gestação, principalmente
a partir do segundo trimestre” ..

A OMS (2009) recomenda, de modo geral, suplementação com 60mg de ferro


elementar para toda gestante a partir da 20ª semana de gravidez, o que corresponde
à suplementação com 300mg de sulfato ferroso, visto que a quantidade de ferro
elementar corresponde a 20% da dose total do sal.

Segundo Nunes e Silva (2008, p. 49) “a orientação nutricional deve ser


realizada durante todo o acompanhamento, de preferência já no período antenatal “.
O ferro proveniente da dieta pode ser de origem vegetal, ferro não heme, que tem
baixa absorção, ao redor de 1% a 7%, contribuindo muito pouco para as reservas
maternas; e o ferro de origem animal, ferro heme, cuja taxa de absorção varia entre
20% a 30%, com boa disponibilidade, e que definitivamente contribui para o estoque
materno. Desta forma, recomenda-se o consumo de carnes em geral, evitar
associação com cereais integrais, uso de frutas ricas em vitamina C, entre outras
medidas. Nos casos de anemia ferropriva na gestação, além da identificação e
correção da causa quando possível, orientação dietética, recomenda-se terapia com
reposição de ferro elementar . Inclusive o papel do farmacêutico é importante.

22
CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA

O presente capítulo faz referência à caracterização do campo de estudo,


população e amostra, tipo de pesquisa utilizada, técnicas e procedimentos usados
durante a pesquisa.

2.1. Caracterização do campo de estudo


O Hospital Municipal de Malanje é uma unidade pública da rede sanitária
primária, inaugurado em 2007, ocupa um espaço físico com 120 metros de
comprimento 72 metros de largura, encarregue de prestar cuidados preventivo-
curativos as populações.

O hospital conta com os serviços de Urgências, Ambulatório (consultas


externas), Internamento, PAV, SAT, Sala de Parto, Hemoterapia, Laboratório de
Análises Clínicas, Farmácia Interna, Deposito de Medicamentos, Estomatologia,
Oftalmologia, Serviço de Imagiologia, Lavandaria e Morgue.

O hospital esta localizado geograficamente a norte pela Comarca Provincial


de Malanje, a sul pela Escola Dr. António Agostinho Neto, a este pela Samora
Moisés Machel e a oeste pela Escola Lar Nazaré.

2.2. Modelo de pesquisa


O modelo de pesquisa realizado segundo os diferentes aspectos e segundo
sua finalidade é descritivo e com a abordagem quantitativa,

Conforme Gil (1999). as pesquisas descritivas têm como finalidade principal


a descrição das características de determinada população ou fenómeno, ou o
estabelecimento de relações entre variáveis.

Na visão de Richardson (1999) o modelo quantitativo é caracterizado pelo


emprego da quantificação, tanto nas modalidades de colecta de informações quanto
no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas.
2.3. População e amostra
A população é todo conjunto de elementos ou resultados sob investigação. A
amostra é uma parte ou uma porção de um produto que permite conhecer a
qualidade do mesmo. Que neste caso pode ser escolhida de várias formas
dependentemente do critério do autor.
23
Trabalhou-se neste estudo com uma população composta por 50 elementos e
dela extraiu-se uma amostra de 20 elementos dos quais técnicos de enfermagem do
Hospital Municipal de Malanje .

Nesta amostra todo elemento da população tem oportunidade igual de ser


incluído na amostra.

Conforme Pierre (2014) amostragem aleatória é o procedimento básico da


amostragem científica, Ao decidir pelo uso do instrumento de colecta de dados, o
pesquisador levará em conta o que menos desvantagens oferecer, tendo por base
os objectivos da pesquisa.

2.4. Técnica e instrumentos


As técnicas são os procedimentos e instrumentos que se utilizam para chegar
ao conhecimento são: Inquérito, entrevistas e observações. No presente trabalho
utilizou como técnica o inquérito e instrumento o questionário

Segundo Cervo, Bervian e Silva, (2007, p. 53) “questionário é a forma mais


usada para colectar dados, na medida em que possibilita medir com mais e melhor
exactidão o que se deseja em matéria de informação estatística”.

2.5. Procedimentos éticos e dificuldades


Para o inicio da pesquisa começamos por solicitar uma carta de solicitação
de pesquisa ao GIVA, que de seguida foi encaminhada para a Direcção do Hospital
Municipal de Malanje que depois de algum tempo de avaliação do documento
respondeu de maneira positiva.
Quanto as dificuldades encontrou-se no momento das recolha de
informações. Pois alguns técnicos não sentiam-se seguras em abordar sobre o
assunto, e isso tardou a conclusão do trabalho, outra dificuldade foi a de
deslocação pois tinha que fazer um esforço para chegar ao local de pesquisa,
mesmo com as dificuldades foi possível realizar o trabalho com sucesso.

24
CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Para uma boa compreensão do problema e apurar a realidade vivenciada no
Hospital Municipal de Malanje levou-se a cabo uma pesquisa de campo, aplicando
instrumentos e técnicas de recolhas de dados padronizadas.

Quadro nº 1 Apresentação dos resultados referente a questão: 1. Tem sido


frequente os casos de anemia ferropriva nas gestantes?
Categoria Frequência absoluta %
Sim 12 60
Não 0 0
As vezes 8 40
Total 20 100%
Fonte: dados da pesquisa

Questionados aos técnicos se tem sido frequente os casos de anemia


ferropriva 12 enfermeiros afirmaram que sim correspondendo a 60% e 8 enfermeiros
destacaram que as vezes correspondendo a 40%.

O quadro acima demonstra que tem sido habitual os casos de anemia


ferropriva em gestantes, embora que seja normal mulheres desenvolverem anemia
durante a gestação, tanto que é uma situação e um problema de saúde publica
global, é necessário que estas mulheres tenham o cuidado necessário quer a nível
da assistência bem como em questões individuais.

Quadro nº 2 Causas da prevalência da anemia ferropriva em gestantes


assistidas no Hospital Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023
Categoria Frequência absoluta %
Perda de sangue 0 10
Ingestão insuficiente 2 0
Absorção inadequada 0 0
Demanda aumentada 0 0
Ausência de ferro 18 90
Total 20 100%
Fonte: dados da pesquisa

Relativamente as causas para a prevalência da anemia ferropriva no Hospital


Municipal de Malanje 18 técnicos denotaram como causa principal a ausência de
ferro o que corresponde a 90%, 2 enfermeiros chegaram ainda a afirmar como
causa da anemia ferropriva a ingestão insuficiente que corresponde a 10%.

25
A maior causa para origem da anemia ferropriva é a carência de ferro
situação está que é originada na perda de sangue em adultos(incluindo sagramento
da menstruação), mas em crianças e gestantes, pode resultar de uma dieta
inadequada, Santos (2017) sustenta ainda que a ausência de ferro pode causar
varias consequências, entre elas: partos prematuros e recém-nascido de baixo ferro.
Na gestação ocorre normalmente uma queda dos níveis de hemoglobina decorrente
da desproporção do aumento do volume sanguíneo em relação ao aumento do
volume das hemácias.

Quadro nº 3 Factores associados a prevalência da anemia ferropriva


Categoria Frequência absoluta Frequência relativa %
Alterações fisiológicas 7 35
Alterações hematológicas 13 65
Total 20 100
Fonte: dados da pesquisa

Quanto aos factores associados a prevalência da anemia ferropriva 13


enfermeiros destacaram as alterações hematológicas que corresponde a 65% da
amostra estudada, 7 enfermeiros frisaram ainda que as alterações fisiológicas têm
sido um dos factores para a prevalência da anemia ferropriva o que corresponde a
35% na frequência relativa.

As alterações hematológicas varias adaptações ocorrem sob as vias


metabólicas no organismo gestacional. Por isso, os parâmetros plasmáticos e
urinários apresentam-se alterados, principalmente nos dois últimos trimestres.
Modotti e Marcelino (2016) relatam que as modificações metabólicas e nutricionais
relacionadas ao ferro envolvem mudanças no aparelho digestivo, com objetivo de
aumentar a absorção e garantir o fornecimento adequado de ferro”. Depois a
vigésima semana nota-se um aumento de 33% da massa eritróide. Neste período,
observa-se uma hiperplasia eritróide moderada na medula óssea e um leve
aumento de reticulócitos no sangue periférico e no plasma materno. Devido a
formação de glóbulos vermelhos da mãe, do feto e da placenta, faz-se necessário
um aumento na ingestão diária de ferro, cerca de um miligrama (mg), sendo que na
segunda metade da gestação pode atingir em média 6 a 7 mg de ferro por dia. Com
propósito de solucionar o deficit de ferro, o organismo materno aumenta a absorção
e a mobilização dos seus stocks.

26
Quadro nº 4 Sintomas apresentados pelas gestantes assistidas no Hospital
Municipal de Malanje no Iº trimestre de 2023
Categoria F/A Frequência relativa %
Cansaço 0 0
Desmaio 0 0
Dificuldade em praticar exercício 0 0
Dificuldade de concentração 0 0
Dor nas pernas 1 5
Fadiga 2 10
Falta de apetite 3 15
Mal estar 6 30
Palidez cutânea 8 40
Queda de cabelo 0 0
Sonolência 0 0
Tontura 0 0
Total 20 100
Fonte: dados da pesquisa

Quanto aos sintomas apresentados pelas gestantes os técnicos destacaram


que a maior parte das mulheres apresentaram como sintoma palidez cutânea que é
representado com 8 na frequência absoluta e 40% na relativa, 6 enfermeiros que
corresponde a 30% afirmaram que as gestantes dispunham de mal-estar, 3 técnicos que
equivale a uma percentagem de 15% destacaram que as mulheres tinham falta de apetite, 2
enfermeiros correspondente a 10% frisaram que as mulheres apresentaram fadiga, e por
ultimo 1 técnico que corresponde a 5% enunciou que as gestantes sentiam dores nas
pernas.

A palidez da pele e das mucosas ocorre por dois motivos: o principal é a


redução da circulação de sangue que ocorre nos tecidos periféricos, como a
pele, já que o organismo passa a dar prioridade aos órgãos nobres do corpo,
desviando o fluxo de sangue para os mesmos. Como a pele recebe menos
sangue, ela torna-se mais pálida. Além disso, conforme há uma queda no
número de hemácias circulantes, o sangue torna-se mais diluído, assumindo
assim uma cor menos viva.

Refere ainda Fujimori (2016) que na anemia, a pele e as mucosas passam


a receber menos sangue, e o sangue que chega está diluído por haver falta de
hemácias. Além da palidez, a pele também pode ficar mais fria. Em pessoas
gestantes de pele mais escura, esta palidez da pele é mais difícil de ser notada.

27
Para identificar uma anemia, é preciso olhar a cor da boca e da conjuntiva dos
olhos, que apresentam-se mais pálidas em casos de anemia. A palidez cutânea
pode não ser notada até que a hemoglobina caia para valores ao redor de 10
g/dl. Portanto, somente a ausência de palidez não descarta uma anemia.

Quadro 5 Apresentação das consequências da anemia ferropriva


Categoria F/A %
Comprometimento do desempenho físico e mental 0 0
Estabilidade emocional 0 0
Pré-eclâmpsia 9 45
Alterações cardiovasculares 9 45
Perdas sanguíneas do parto 2 10
Total 20 100%
Fonte: dados da pesquisa

Relativamente as consequências as alterações cardiovasculares e a Pré-


eclâmpsia foi denominada por 9 enfermeiros cada o que corresponde a 45%, 2
técnicos destacaram ainda como consequência perdas sanguíneas do parto que
corresponde a 10% de frequência relativa.

O sistema cardiovascular sofre mudanças durante a gestação e o parto,


resultando em alterações hemodinâmicas características destes períodos. As
mudanças principais envolvem o aumento da velemia e do debito cardíaco e a
diminuição da resistência vascular sistemica e da reatividade vascular, já na pré-
eclâmpsia a pressão alta diminui o fluxo de sangue para o bebé. Habitualmente ele
pode apresentar retardo no crescimento, displasia bronco pulmonar e morte,
dependendo do grau da pressão alta, o parto pode ser antecipado e o bebé nascer
prematuro.

Quadro nº 6 Grupos susceptíveis a anemia ferropriva

Categoria Frequência absoluta %


Crianças menores de cinco anos 2 10
Gestantes 18 90
Adolescentes 0 0
Total 20 100
Fonte: dados da pesquisa

Quanto aos grupos susceptíveis a anemia ferropriva 18 que corresponde a


90% técnicos afirmaram que são as gestantes, 2 enfermeiros que correspondem a
10% afirmaram que são as crianças menores de cinco anos
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CONCLUSÃO
A anemia ferropriva corresponde a uma das anemias mais comuns por
distúrbios do metabolismo de ferro e representa a deficiência nutricional de maior
ocorrência em todo o mundo, ocasionada pelos grupos fisiológicos, hematológicos,
nutricionais e patológicos, caracterizadas por diminuição da concentração de
hemoglobina, do volume corpuscular médio, do hematócrito e apresentando baixa
ferritina.

Tendo em vista os objectivos traçados chegou-se as seguintes conclusões:


quanto a frequência de casos de anemia ferropriva constatou-se que há sim
frequência de gestantes com anemia ferropriva, relativamente as causas da anemia
ferropriva foi possível verificar que a carência é o factor principal da anemia
ferropriva. Nos factores associados a anemia ferropriva houve maior destaque para
as alterações hematológicas, como sintoma apresentado pelas gestantes os
enfermeiros afirmaram que as mulheres apresentaram palidez cutânea, quanto as
consequências denominou-se como consequências as alterações cardiovasculares e a
Pré-eclâmpsia, verificou-se ainda que os grupo mais propenso a anemia ferropriva
são as gestantes.

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