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Autores
Malanje, 2023
FICHA TÉCNICA
INSTITUTO TÉCNICO DE SAÚDE DE MALANJE Nº55
CURSO DE ANÁLISES CLÍNICAS
Autores
O Corpo de Jurado
1. Presidente _________________________________Assinatura_________
2. 1.ºVogal____________________________________Assinatura_________
3. 2.º Vogal ___________________________________Assinatura__________
FOLHA DE AUTORIZAÇÃO
Data_________/ ___________/__________
FICHA CATALOGRÁFICA
(Samuenho Luís Albina , Morais António Rosa da Alcina, David Zovo A. Amelia ,
Bonifácio Nascimento do Ana , Ndafimana D. Maria Ana )
Páginas:
Orientador: Manuel Mateus Vunge
Trabalho de Fim de Curso de Técnico Médio de Análises Clínicas -Instituto
Técnico de Saúde de Malanje Nº55 (I.T.S.M)
E
INTRODUÇÃO...........................................................................................................13
1.1.1.Avaliação.......................................................................................................16
1.1.2.Hematologia.................................................................................................. 16
1.1.3.Anemia.......................................................................................................... 17
1.3.Abordagem Clínica.............................................................................................. 19
1.4.Diagnóstico..........................................................................................................20
1.6.2.Esferocitose Hereditária................................................................................22
1.6.2.1.Fisiopatologia............................................................................................. 23
1.6.2.3.Tratamento................................................................................................. 23
1.7.1.1.Fisiopatologia............................................................................................. 24
1.7.1.2.Manifestações Clínicas...............................................................................24
1.7.1.3.Diagnóstico.................................................................................................25
1.7.1.4.Tratamento................................................................................................. 25
2.1.Modelo de pesquisa......................................................................................... 27
2.2.População e amostra........................................................................................28
2.3.Técnica e instrumentos.................................................................................... 28
2.4.Procedimentos e dificuldades..............................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................34
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de fim do curso, intitulado Avaliação dos marcadores
Hematologicos no diagnostico de anemias hemoliticas no Hospital Regional de
Malanje no trimestre de 2023. O mesmo surge através da percepção da actual
realidade, tendo em conta que a anemia é a condição hematológica comum, tanto
no adulto como nas crianças sendo considerada, pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), um problema de saúde publica a cada escala mundial com impacto,
não só na saúde, mas também nas condições sócias e no desenvolvimento
económico. É definida pela OMS como valores de hemoglobina (HB) inferior a 12g/dl
nas mulheres e inferior a 13g/dl nos homens. A anemia hemolitica resulta de uma
destruição prematura. Visto que, a anemias hemolíticas compreendem um grupo de
doença que a sobrevida das hemácias em circulação está acentuadamente reduzida
e a medula óssea não é capaz de compensação.
A doença pode não ser observada até 30 dias do início do quadro, pois, até
esse momento, a medula óssea consegue realizar uma auto-reparação anatómica
que é associada com a hiperplasia de eritrócitos e com o aumento na produção de
percursores eritroides, fica apta o aumento de inúmeras vezes a sua produção, e
assim mascarar a doença. Dessa forma, a anemia só ocorre quando essa
hiperprodução medular não é capaz de balancear a destruição celular.
A anemia hemolítica também tem sua forma auto-imune, que ocorre quando o
sistema imunológico identifica erroneamente seus próprios glóbulos vermelhos como
corpos estranhos, desenvolvendo anticorpos que atacam as hemácias destruindo-as
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muito prematuramente, os organismos também podem destruir os glóbulos
vermelhos devido a certos defeitos genéticos que fazem com que os glóbulos
vermelhos assumam formas anormais (como anemia de células falciformes e
anemia hemolítica devido a deficiência de G6PD).
Formulação do Problema
Durante o nosso período de estágio, notou-se a existência de vários casos de
anemias hemolítica no Hospital Regional de Malanje, sendo um problema de saúde
pública levou-nos a levantar a seguinte questão:
Geral
Conhecer avaliação dos marcadores hematológicos no diagnóstico de
anemias hemolíticas no hospital regional de Malanje no Iº trimestre de 2023.
Específicos
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Justificativa
O interesse na pesquisa pelo presente estudo despertou-se a partir das
situaçoes vivenciadas do cuidado durante a vida acadêmica, onde durante o nosso
periodo de estagio se constatou muitos casos de anemias, e que além de ser uma
doença controlada a mesma constitui um problema de saúde pública na Província de
Malanje, por isso, achamos conveniente fazer um estudo para que se possa
minimizar a incidência visto que o seu diagnóstico no início é importante para evitar
problemas graves no sistema sanguíneo e é entendida como umas das principais
causas nas unidades sanitárias. Visto que a anemia hemolitica ocorre quando a
medula ossea não é capaz de repor os globulos vermelhos que estão sendo
destruidos e é a condiçao na qual o organismo não possui globulos vermelhos em
quantidades suficientes, sendo que os glóbulos vermelhos são responsaveis por
fornecer oxigenio para os tecidos do corpo. Erroneamente seus próprios glóbulos
vermelhos como corpos extranhos, desenvolvendo anticorpos que atacam as
hemassias destruinduas muito prematuramente.
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CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
1.1. Definição de termos e conceitos
Neste capítulo, far-se-á uma abordagem dos termos e conceitos que
constituem o quadro teórico de referência da pesquisa.
1.1.1. Avaliação
Conforme Zampin (2017), a avaliação é um processo pelo qual se procura
identificar, aferir, investigar e analisar as modificações do comportamento e
rendimento do aluno, do educador e do sistema confirmando se a construção do
conhecimento se processou, seja teórico (mental) ou prático.
1.1.2. Hematologia
Segundo Naoum (2016, p. 48) “hematologia é o “ramo da biologia que estuda o
sangue. A palavra é composta pelos radicais gregos: Haima (de haimatos), "sangue"
e lógos, "estudo, tratado, discurso". A Hematologia estuda, particularmente, os
elementos figurados do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos
brancos) e plaquetas”.
1.1.3. Anemia
A OMS define anemia quando a concentração de Hb é inferior a 12g/L nas
mulheres e a 13g/L nos homens. . Relativamente às crianças, a OMS considera
existência de anemia em crianças dos 6 meses aos 6 anos quando a Hb é inferior a
11g/L, e em crianças dos 6 aos 14 anos quando é inferior a 12g/L.
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1.2. Visão geral da anemia hemolítica
Conforme Gomes (2018), as anemias hemolíticas fazem parte do grupo das
anemias regenerativas e manifestam-se quando o ritmo da eritropoiese não é
suficiente para compensar o número de eritrócitos perdidos por hemólise.
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Tabela 1 Classificação de anemias hemolíticas
Hereditárias Adquiridas
Défices de enzimas eritrocitárias Imunes
Defeitos da membrana eritrocitária Autoimunes
Distúrbios da hemoglobina AHAI por anticorpos quentes
AHAI por anticorpos frios
AHAI do tipo misto
Aloimunes
Reacção hemolítica a transfusão
Doença hemolítica do recém-nascido
Aloenxertos
Associada a fármacos
Síndromes de Fragmentação dos GV
HPN
Agentes Físicos e Químicos
Infecções
Secundárias
Os dados da análise bioquímica são imprescindíveis para o diagnóstico da
anemia hemolítica. Estes traduzem-se por aumento da bilirrubina não-conjugada e
da desidrogenase do lactato (LDH) e diminuição/ausência da haptoglobina. Além
disso, quando ocorre hemólise, há libertação de LDH e de hemoglobina para o
plasma sanguíneo. A hemoglobina libertada é convertida em bilirrubina não-
conjugada, como resultado da metabolização do grupo heme, ou pode ligar-se à
haptoglobina no plasma, formando o complexo hemoglobina- haptoglobina. A
hemoglobina em excesso na circulação acaba por saturar a haptoglobina, o que leva
à sua diminuição ou mesmo ausência.
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Tabela 2 Principais marcadores da anemia hemolítica
Aumento da distribuição dos Hiperplasia do setor eritrócito
Eritrócitos: (compensatória):
Aumento de bilirrubina não conjugada Expansão medular – Alterações ósseas
(indereta) -icterícia e colelitíase
Aumento do urobilinogenio urinário e Aumento da eritropoiese- inversão da
fecal. relação mieloide/eritroide
Diminuição da haptoglobina sérica
Reticulocitose /policromasia
Alterações extravascular- Aumento da necessidade do folato-
esplenomegalia e aumento do macrocitose
estoque de ferro.
Alterações intravasculares – hemoglobinúria, hemoglobinemia, diminuição do
estoque de ferro.
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Para o diagnostico da anemia hemolítica requisata-se os seguintes exames:
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Aglutininas frias
Fragilidade osmótica
Teste direto da anti globulina (Coombs direto)
Vacina pneumocócica
Vacina contra Haemophilus influenzae
Vacina meningocócica
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Figura 1: Estrutura da membrana eritrocitária.
1.6.2. Esferocitose Hereditária
Conforme Martins (2018), a esferocitose hereditária (HS) é a anemia
hemolítica mais comum nos caucasianos, com uma incidência de 1 em 3000.
Aproximadamente 75% dos casos são de transmissão autossómica dominante,
enquanto os restantes são de transmissão autossómica recessiva ou por mutações
de novo. As características mais comuns da HS (autossómica dominante). são
anemia ligeira a moderada, presença de esferócitos no esfregaço de sangue
periférico e uma resposta favorável à esplenectomia. No entanto, é uma doença
pautada pela heterogeneidade clínica, havendo desde formas assintomáticas, até
formas graves que requerem tratamento desde a infância.
1.6.2.1. Fisiopatologia
A HS é provocada por mutações nos genes que codificam proteínas
estruturais da membrana do eritrócito, nomeadamente espectrina, anquirina,
proteína 4.2 e proteína banda 3, envolvidas nas suas interacções verticais . Esta
alteração hereditária condiciona uma deficiência ou disfunção dessas proteínas,
diminuindo a área de superfície da membrana e acelerando o processo de
destruição do eritrócito. As hipóteses para a explicação da diminuição da área de
superfície da membrana do eritrócito ainda não estão totalmente esclarecidas, mas
pensa-se que esta deverá ocorrer devido a um enfraquecimento das interacções
verticais, entre o citoesqueleto e a dupla camada lipídica, ou à diminuição do efeito
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“estabilizador das proteínas transmembranares sobre as moléculas lipídicas da
membrana . Estes distúrbios vão traduzir-se também numa alteração na forma do
eritrócito, que fica mais pequeno e denso, adquirindo a forma esférica (esferócito),
característico, mas não específico, desta patologia” (Martins, 2018, p. 33).
1.6.2.3. Tratamento
Conforme Pipa (2016), para além do suporte transfusional, se a anemia for
sintomática, a esplenectomia é o tratamento de eleição nos indivíduos com HS
moderada e grave, já que aumenta a sobrevivência dos eritrócitos, diminuindo a
gravidade da anemia e a da hiperbilirrubinémia
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1.7. Anemias Hemolíticas Adquiridas
1.7.1. Hemoglobinúria Paroxística Nocturna
Segundo Gomes (2018, p. 25) “a Hemoglobinúria Paroxística Nocturna (HPN)
é uma doença da célula estaminal hematopoiética, que resulta da expansão clonal
não maligna de uma ou mais células progenitoras hematopoiéticas que têm uma
mutação somática adquirida do gene PIGA do cromossoma X”. É uma doença que
afecta além dos eritrócitos, os granulócitos, monócitos, plaquetas e linfócitos.
1.7.1.1. Fisiopatologia
O gene PIGA, mutado na HPN, é necessário para a síntese de
Glicosilfosfatidilinositol (GPI). A GPI funciona como âncora que liga várias
glicoproteínas de superfície celular à membrana celular. Estas glicoproteínas podem
ter várias funções, podendo ser antigénios de grupos sanguíneos, proteínas que
regulam o sistema complemento, enzimas e moléculas de adesão . Duas das
proteínas mais importantes na fisiopatologia da doença são o CD55 e o CD59,
sendo os principais reguladores da actividade do complemento na membrana
eritrocitária . O sistema complemento faz parte da imunidade inata, sendo o seu
principal efector, e a sua activação, realizada através de uma cascata complexa,
resulta na produção de anafilatoxinas, quimiotaxinas e do Complexo de Ataque à
Membrana (CAM)
1.7.1.2. Manifestações Clínicas
A HPN é caracterizada por uma tríade de manifestações clínicas, que são a
hemólise intravascular, os eventos tromboembólicos e a insuficiência medular,
embora possam não estar presentes em todos os doentes. hemólise intravascular é
responsável pelas crises paroxísticas de hemoglobinúria, normalmente à noite, que
dão o nome à doença, mas que são encontradas em apenas uma minoria dos
doentes.
1.7.1.4. Tratamento
A terapêutica na HPN depende da categoria da doença. No geral, o
tratamento é essencialmente de suporte, de forma a controlar a anemia e a
hemólise. É também necessário tratar as complicações, como os episódios
tromboembólicos e as infecções, sendo igualmente importante tentar prevenir as
mesmas, de forma a conseguir prolongar a sobrevivência.
A anemia deve ser tratada tendo em conta a sua causa predominante. Nos
doentes com a forma clássica da doença, cujo factor predominante para a
anemia é a hemólise intravascular, pode ser tentada a terapêutica com
corticosteróides. Se não forem observados benefícios após 1 a 2 meses de
tratamento, o corticosteróide (prednisona) deve ser descontinuado. Os doentes
refractários à terapêutica devem ser submetidos a transfusões sanguíneas. Nos
doentes com HPN associada a insuficiência medular, a anemia é
predominantemente de causa autoimune. Nesse sentido, podem responder a
terapêutica imunossupressora , nomeadamente a ciclosporina e a globulina anti-
timócito . Os doentes devem tomar um suplemento de ácido fólico, devido ao
elevado turnover celular e, quando necessário, devem ser suplementados com
ferro. (Liberal, 2017, p. 58)
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CAPITULO II- FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA
O presente capítulo faz referência à caracterização do campo de estudo,
população e amostra, tipo de pesquisa utilizada, técnicas e procedimentos usados
durante a pesquisa.
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2.2. População e amostra
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CAPÍTULO III – ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E APRESENTÇÃO DOS
RESULTADOS
Este é o capítulo que trata da apresentação dos resultados encontrados em
pesquisa sobre avaliação dos marcadores hematológicos no diagnóstico de anemia
hemolítica no Hospital Regional de Malanje no I trimestre de 2023.
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Quadro 2 Apresentação dos tipos de avaliação dos marcadores hematológicos
no diagnostico da anemia hemolítica
Categoria Frequência absoluta Frequência Relativa %
Hematocritos 0 0
Heritograma 0 0
Leocograma 3 20
Plaquetograma 2 7
Hemoglobina 10 67
.Total 15 100%
Fonte: dados da pesquisa
Categoria F/A %
Ma processamento da amostra 13 87
Má colheita 2 13
Má conservação 0 0
Falta de calibração 0 0
Alterações metabólicas 0 0
Consumo de medicamentos 0 0
Total 15 100
31
Fonte: dados da pesquisa
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CONCLUSÃO
Após uma investigação do tema em questão, sobre a avaliação dos
marcadores hematológicos no diagnóstico de anemias hemolíticas no Hospital
Regional de Malanje e mediante os factos expostos uma vez analisado os
resultados, pensa-se que estamos em condições de dar algumas considerações a
respeito e, assim, chega-se as seguintes considerações finais.
As anemias obedecem a um padrão de análises que necessita de uma visão
introdutória da hematopoiese e de valores referenciais devido à intrínseca relação de
causas e efeitos dos seus diferentes tipos. Hematopoiese e valores referenciais em
hematologia são abordagens distintas, porém, extremamente ligadas no sentido do
entendimento do resultado de um hemograma. Nesse contexto a avaliação se faz,
sob o ponto de vista dos resultados numéricos, nas formas independentes das três
séries celulares do sangue, quais sejam, a série vermelha – em que são
considerados os eritrócitos e seu principal componente, a hemoglobina, a série
branca – em que se avaliam os diferentes tipos de leucócitos, e a série trombótica
ou plaquetária – em que se determinam as plaquetas.
Tendo em vista os objectivos traçados verificou-se a avaliação dos
marcadores hematológicos no diagnóstico de anemias hemolíticas no Hospital
Regional de Malanje é feita por meio da lâmina periférica, quanto aos tipos de
avaliação dos marcadores hematológicos os técnicos destacaram a hemoglobina,
Quanto a identificação dos marcadores hematológicos no diagnóstico das anemias
hemolíticas verificou-se que tem se utilizado o exame de faceformação (eletroforese
de hemoglobina). Na caracterização dos marcadores hematológicos no diagnostico
da anemia hemolítica observou-se 40 pacientes com valores baixos na hemoglobina
e 59 apresentaram-se com valores acima. 62 pacientes apresentaram ainda valores
abaixo na Bilirrubina e 38 com valores acima. Relativamente aos factores que
influenciam na alteração dos resultados da avaliação dos marcadores hematológicos
no diagnóstico da anemia hemolítica verificou-se que o mau processamento da
amostra tem sido um dos factores principais, é de ressaltar que os outros
intervenientes também são tidos como precursores no momento de execução de
toda e qualquer fase analítica.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Batista, E. H. (2017). Anemias hemolíticas . Rio de Janeiro.
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16. Pipa, X. (2016). Caracterização Clínica e Laboratorial das Anemias
Microcíticas e Hipocrómicas. Coimbra .
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