Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
e Responsabilidade Civil
AUTOR: JOSÉ GUILHERME VASI WERNER
GRADUAÇÃO
2015.1
Sumário
Obrigações e Responsabilidade Civil
CÓDIGO
DISCIPLINA
Obrigações
CARGA HORÁRIA
60 h
EMENTA
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
METODOLOGIA
PROGRAMA
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
NEVES, José Roberto de Castro. Direito das Obrigações. 3ed. Rio de Ja-
neiro: GZ, 2012.
LOBO, Paulo Luiz Netto. Obrigações. 3ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Ementa:
Objetivo:
Instruções:
Introdução
Ementa:
Objetivo:
Instruções:
Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXV, itens 126 a 128; ler o texto abai-
xo como roteiro para o estudo desta aula.
# E porquê?
— Um titular, um sujeito;
— um objeto; e
— uma relação jurídica entre o sujeito e a pessoa que deve determinado
comportamento no que se refere ao objeto.
# Olhando essa relação jurídica, vemos que ela, por seu turno, pode ser
apreciada desde um enfoque do titular, quando se vislumbra que ele detém
o poder de exigir, um faculdade de exigir o comportamento, até um enfoque
do sujeito passivo, quando se enxerga um dever de agir conforme determina-
do comportamento (é o que se chama dever jurídico).
# Por isso que a obrigação não se confunde com o dever jurídico que é a
visão de apenas um enfoque. Nem com a sujeição (direitos potestativos), nem
com o ônus (em que aquele onerado cumpre o comportamento com vistas a
garantir um interesse próprio, ao contrário da obrigação, em que o interesse
é alheio) e nem com o direito obrigacional ou de crédito, do qual faz parte.
CONCEITO
resse da outra, que pode exigi-la se não for cumprida espontaneamente, mediante
agressão ao patrimônio do devedor”.
# Clóvis Bevilaqua, em definição extensa, transcrita no livro do Caio Ma-
rio, ressalta o caráter de temporariedade.
# Todos os conceitos acima usam o termo vínculo jurídico, porém mais
por homenagem ao original romano, pois a acepção é mesmo de relação jurí-
dica. Para eles, vínculo jurídico e relação jurídica são o mesmo.
# Antunes Varela, um Professor Catedrático de Coimbra que escreveu
uma obra muito recorrida sobre o tema das obrigações, usa a definição já com
o termo relação jurídica: “a relação jurídica por virtude da qual uma (ou mais)
pessoa pode exigir de outra (ou outras) a realização de uma prestação”.
# Ruggiero também destaca a natureza de relação jurídica: “relação jurídica
pela qual uma pessoa (devedor) está adstrita a uma determinada prestação para com
outra (credor), que tem direito de a exigir, obrigando a primeira a satisfazê-la” (p.34).
# Eu faço questão de dizer isso porque quem tem a obra do Caio Mario vai
poder perceber que para ela não há que se falar em relação jurídica para defi-
nir a obrigação. Para ele, a obrigação não se traduz em uma relação jurídica,
mas em vínculo jurídico, sendo que para ele o vínculo é diferente da relação
jurídica. É algo mais, não frio, apenas jurídico, mas também psicológico.
Envolve a restrição da liberdade mesma do devedor, como se via na idéia
romana. Segundo ele o próprio termo obrigação (que vem de obligatio = ob
+ ligatio = liame), já diria isso.
— relação jurídica
— de natureza transitória (as obrigações nascem para morrer, quando
se cumprem, se extinguem)
ESTRUTURA DA OBRIGAÇÃO
2) Objeto
3) Conteúdo
— Alguns dizem existir relação jurídica entre pessoas e coisas, mas isso
afronta a lógica.
— A relação jurídica é uma especialização da relação social e esta é natural,
pois humana, equivalência que Norbert Elias sempre fez questão de afirmar,
não sendo de se admitir que alguém se relacione diretamente com uma coisa
ou mesmo com animais. Os amantes de animais me desculpem, mas não
existe relação no sentido negocial de troca, de cooperação econômica ou sa-
crifício de interesses entre uma pessoa e um animal.
— Assim, a natureza do vínculo é fácil de se estabelecer; é uma relação
jurídica e, portanto, uma ligação entre pessoas.
— Mas a pergunta é: que tipo de relação então? Ora, o tipo de qualquer
relação: aquela que liga, por força de um direito subjetivo, uma pessoa a
quem cabe, a quem é reconhecida, a faculdade de exigir um comportamento
a outra a quem cabe realizar o comportamento.
— Já vimos que Caio Mario quis dar mais peso a essa relação, dizendo que
ela restringiria a liberdade do devedor, daquele que deve o comportamento.
Mas, se analisarmos bem, veremos que toda relação jurídica significa um
pouco uma restrição à liberdade do devedor do comportamento, ainda que
em pequena escala ou imperceptivelmente, como no caso dos direitos reais
(Japão-Brasil).
— Á corrente filiada por Caio Mario outra se coloca, considerando que o
vínculo não seria uma restrição de liberdade, pois o devedor pode não cum-
prir, caso em que o credor vai atacar seu patrimônio. Essa corrente afasta o
caráter pessoal para dizer que o vínculo é entre uma pessoa e o patrimônio
do devedor. Mas essa vinculação só existiria no caso do descumprimento e é
essa a crítica à corrente.
— Como veremos, a estrutura da obrigação desvenda o porquê desses en-
foques. O certo é que não se afasta a natureza interpessoal do vínculo. E nem
por isso é preciso reconhecer grande ou intensa restrição de liberdade ou que
seja o patrimônio do devedor o alvo do ataque.
Sugestões:
Ementa:
Objetivo:
Instruções:
Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXV, itens 129 a 131; Ler o texto
abaixo como roteiro para nosso estudo.
Sugestão:
# Dever jurídico
# Sujeição
# Ônus
# Direito Obrigacional ou de crédito
— Exemplos:
* IPTU
* Quota condominial
* Direitos de vizinhança
# Ônus Real
OBRIGAÇÕES NATURAIS
— Tanto é assim, diz Antunes Varela (pág. 745) que o “acto espontâneo
do devedor natural é, em regra, equiparado ao cumprimento da obrigação” e
que “a prestação espontâneamente efectuada, quando coberta pelo título da
obrigação natural, é tratada como cumprimento dum dever e não como uma
liberalidade do autor”.
— Para ele, reconhecer na lei a causa da obrigação de nada adianta para res-
ponder ao problema que se coloca através da análise das fontes das obrigações
# O Código Civil francês adotou essa divisão inserindo ainda a lei, in-
fluenciado pela lição de Pothier, segundo o qual seria correto fazer menção,
além das fontes tradicionais, todas relativas a um atuar do homem, aquelas
relativas a um fato sem participação humana, ao qual fosse por ela atribuído
o nascimento de direitos e obrigações. Para ele, todas as obrigações resulta-
riam de uma conjugação de vontades (atos bilaterais) ou de uma única von-
tade (atos unilaterais), devendo a tanto ser acrescida a lei, que explicava as
obrigações nascidas de fatos em que não se vislumbrava uma participação da
vontade do homem (é curioso notar que embora a codificação francesa deva
muito à obra sistematizadora desse grande autor, esqueceu-se de uma sexta
fonte que por ele foi mencionada: a eqüidade: “las causas de las obligaciones
son los contratos, los cuasi contratos,los delitos, los cuasi delitos, algunas veces la
ley o la simple equidad” (Tratado de Las Obligaciones. Buenos Aires: Editorial
Atalaya, 1947. p.11)).
# Muitos códigos modernos seguiram a orientação francesa mas, poste-
riormente, prevaleceu o repúdio à construção do quase-contrato e do quase-
-delito.
* Mas ao mesmo tempo em que diz isso, ele não situa a boa-fé como
fonte de obrigações. Ou mesmo o contato social que, é claro, poder-se-
— Fatos Naturais
— Fatos Voluntários
— Atos Ilícitos
* O que se pode notar em uma tal classificação é que ela coloca em
um mesmo grupo eventos ou fatos de fundamento ou de gênese com-
pletamente diferente. Essa é uma de suas desvantagens embora não
esteja por absoluto errada. Na verdade, em última análise, de acordo
com essa idéia de Orlando Gomes, poderíamos colocar como fontes
das obrigações os fatos jurídicos e pronto.
# Por sua vez, Caio Mario, seguindo a tendência mais atual, prefere iden-
tificar as fontes das obrigações não nos fatos a que a lei reconhece o poder
gerador, mas no fator mais relevante, mais importante, de maior carga e força
para justificar esse poder vinculador: (i) a vontade, cujo poder vinculador
justifica-se na autonomia privada; e, em contraposição (ii) a lei, que represen-
ta o interesse coletivo, público a exigir a vinculação de determinadas pessoas
que se colocam frente a uma situação específica.
Antonio Fabris, 1983, pág. 19), da obrigação gerada sem essa participação,
em decorrência da subsunção de uma situação à hipótese abstrata prevista em
lei, independentemente do querer do agente.
Ementa:
Objetivo:
Instruções:
Ler SILVA (2006), Introdução e Capítulo 1 até a página 44; Ler NEVES
(2012), Capítulo 3. A primeira metade da turma deve ler SILVA e a segunda
NEVES. Debateremos as visões dos autores em sala.
Exercícios em sala:
Comparar caso João Carlos x Luciana Tamburini (Lei Seca) com RESP
nº 1.417.641, Rel. Min. Nancy Andrighi, com descumprimento do dever de
pagar o preço no contrato de compra e venda em que a coisa já foi entregue
e com emissão de cheque.
Ementa:
Objetivo:
Instruções:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVI, itens 132 e 133; 2) Ler NE-
VES (2012), Capítulo 6, item 6.1.1; 3) Ler o Acórdão e votos do julgamento
da AgRg nos EDcl nos EDcl no Ag 972302 / RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti
para discussão em aula; 4) Ler o caso Sherwood vs. Walker (abaixo) para
exposição em sala; 5) Resolver a seguinte questão: Renato aluga para Paulo
sua casa de campo por um período de seis meses. Todavia, após um mês de
locação, Paulo, bêbedo, esquece o gás do fogão aceso e provoca uma explo-
são, levando a casa a incendiar-se completamente. Quais as providências que
Renato poderá adotar em face de Paulo?
Sugestões:
OBRIGAÇÕES DE DAR:
1) Coisa certa se perde COM CULPA (art. 234, fine): equivalente + in-
denização
2) Coisa certa se deteriora COM CULPA (art. 236): (i) fica com a coisa +
indenização; (ii) exige equivalente (sempre pecuniário) + indenização
3) Coisa certa se perde SEM CULPA (art. 234, 1a parte):
— risco é do devedor; ele era quem tinha a coisa mais arraigada em seu
patrimônio (proprietário? (res perit domino)).
— ele sofre a diminuição patrimonial equivalente a essa perda (credor
fica com eventual preço ou aluguel)
— resolve-se a obrigação.
4) Coisa certa se deteriora SEM CULPA (art. 235): (i) fica com a coisa +
desconto; (ii) resolve-se a obrigação.
# Cômodos (acréscimos) da coisa (art. 237, caput).
— Sherwood vs Walker
OBRIGAÇÕES DE RESTITUIR:
Facts
Sherwood (P) contracted to purchase a cow from Walker (D). Walker sho-
wed Sherwood a cow, Rose 2d of Aberlone, which he believed to be barren.
Sherwood agreed to purchase the cow for $80. If the cow had been fertile it
would have been worth $750 to $1000. Walker later discovered that the cow
was with calf and refused to complete the transaction.
Sherwood brought suit and took possession of the cow via a writ of reple-
vin. At trial, Walker showed that at the time of the sale both parties had be-
lieved the cow to be barren and both knew that the value of a fertile cow was
much higher than that of a barren cow. The judge instructed the jury that it
was immaterial whether the cow was barren. The jury returned a verdict in
favor of Sherwood and Walker appealed.
Issue
• Can a mutual mistake regarding the substance of the subject matter of
a contract render a contract unenforceable?
Disposition
Reversed and remanded with new jury instructions.
Dissent (Sherwood)
There is no pretense that the plaintiff bought the cow for beef. There is
nothing indicating that he would have bought her at all only that he thought
she might be made to breed. From the facts it turns out that Sherwood was
more correct than the defendant as to one quality of the cow. Walker made a
mistake about the quality of the cow and unless the plaintiff knew or should
have known about that mistake he cannot be charged with taking advantage
of the situation. The contract is valid and should be enforced.
Notes
A contractual mistake ‘is a belief that is not in accord with the facts’. See
1 Restatement Contracts, 2d, § 151, p 383. The erroneous belief of one or
both of the parties must relate to a fact in existence at the time the contract is
executed. The belief which is found to be in error may not be, in substance,
a prediction regarding a future occurrence or non-occurrence.
Objetivo:
Instruções:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVI, item 134; 2) Ler NEVES
(2012), Capítulo 6, item 6.1.3; 3) Resolver a seguinte questão: Empresa
Agrícola Tondemo Ltda. deu em pagamento a Murilo Santos 12 (doze) vagas
de garagem e 335m2 de área útil em salas do edifício Mirante em Brasí-
lia, de sua propriedade. Antes da transferência, Murilo foi informado que
Tondemo estaria vendendo várias salas e vagas de garagem, pelo que propôs
ação pretendendo que Tondemo fosse condenada a se abster de vender as
salas e vagas. O juiz determinou a abstenção. No recurso, Tondemo alega
que a decisão deve ser reformada, pois cuida-se de bens imóveis e estes não
estão especificados, sendo que a decisão equivaleria a impedir a recorrente de
alienar quaisquer vagas e salas dentre aquelas que possui no prédio, o que é
inconcebível. Como vc decidiria?
Sugestões:
Ementa:
# Prestações pecuniárias
REGRA?
• Atualização monetária
§ Lei 6.889/1981: dívidas cobradas judicialmente
§ Art. 316: É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações
sucessivas.
§ Cláusula de escala móvel (‘échelles mobiles’)
§ Obrigações alimentares
§ Atos ilícitos
§ Enriquecimento sem causa (art. 884)
§ Indenizações trabalhistas
§ Locações
§ desapropriações
# Prestações de juros
• Juros
§ Frutos civis do dinheiro
• Espécies
§ Compensatórios & Moratórios
§ Convencionais & Legais
s Em geral, os compensatórios são convencionais
• Taxa de juros
§ Histórico
s Código Comercial
s Código Civil de 1916
Ø Art. 1.262. É permitido, mas só por cláusula expressa,
fixar juros ao empréstimo de dinheiro ou de outras coisas
fungíveis.
Ø Esses juros podem fixar-se abaixo ou acima da taxa legal
(art. 1.062), com ou sem capitalização.
s Decreto nº 22.626/33 (Lei da Usura):
Ø Art. 1º. É vedado, e será punido nos termos desta lei, es-
tipular em quaisquer contratos taxas de juros superiores
ao dobro da taxa legal (Código Civil, art. 1062).
¥ Art. 1.062. A taxa dos juros moratórios, quando não
convencionada (art. 1.262), será de seis por cento ao
ano.
s Súmula 596, STF: As disposições do Decreto 22.626 de 1933
não se aplicam às taxas de juros e aos outros encargos cobrados
nas operações realizadas por instituições públicas ou privadas,
que integram o sistema financeiro nacional.
Ø Lei nº 4.595/1964: Sistema Financeiro Nacional
s Constituição de 1988, art. 192, § 3º: § 3º: As taxas de juros
reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remune-
rações direta ou indiretamente referidas à concessão de cré-
dito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a
cobrança acima deste limite será conceituada como crime
de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos
que a lei determinar.
• Taxa de juros
§ Histórico
s Código Civil de 2002
Ø Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos,
presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redu-
ção, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406,
permitida a capitalização anual.
Ø Art. 406. Quando os juros moratórios não forem con-
vencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando
provierem de determinação da lei, serão fixados segundo
a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de
impostos devidos à Fazenda Nacional.
¥ Taxa SELIC?
¥ Art. 161, § 1º do CTN?
• Capitalização ou Anatocismo
• Juros capitalizados: juros devidos e vencidos que se incorporam ao capital
periodicamente
• Histórico
§ Código Comercial
s Art. 253 — É proibido contar juros de juros; esta proibição não
compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos liquida-
dos em conta corrente de ano a ano.
§ Código Civil de 1916
s Art. 1.262. É permitido, mas só por cláusula expressa, fixar
juros ao empréstimo de dinheiro ou de outras coisas fungíveis.
s Esses juros podem fixar-se abaixo ou acima da taxa legal (art.
1.062), com ou sem capitalização.
§ Decreto nº 22.626/1933 (Lei da Usura)
s Art. 4º. E proibido contar juros dos juros: esta proibição não
compreende a acumulação de juros vencidos aos saldos líquidos
em conta corrente de ano a ano.
§ Súmula 121, STF: É vedada a capitalização de juros, ainda que
expressamente convencionada.
§ Exceções: cédulas de crédito bancário, rural e industrial
s Súmula 93, STJ: A legislação sobre cédulas de crédito rural,
comercial e industrial admite o pacto de capitalização de juros
§ MP 1963-17 e 2170-36, art. 5º: Nas operações realizadas pelas
instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, é admissível
a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano
§ Código Civil de 2002
s Art. 591: Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-
-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão
Objetivo:
Instruções:
Sugestões:
Ementa:
# Prestação de fato (envolve um fato) <> prestação de coisa (envolve uma coisa)
# Prestação de fato positivo <> prestação de fato negativo (obrigação de
não-fazer)
# O interesse do credor está no fato, na atividade do devedor, não na coisa
somente
# Envolve um trabalho, seja físico, seja intelectual: ex.: Pintar um quadro;
Consertar um automóvel; Escrever um livro, um parecer; Construir algo;
Realizar uma performance.
# Como se vê, algumas obrigações de fazer se esgotam na própria ativida-
de, sem que nenhuma coisa seja dela criada. Mas outras envolvem também
uma coisa.
# Não confundir com obrigação de dar (interesse só na coisa, não importa
como será obtida)
# Na obrigação de fazer o interesse pode estar em uma coisa mas também
na atividade através da qual se obterá tal coisa (pintar o quadro). Para diferen-
ciá-las, Washington de Barros Monteiro, lembra que na obrigação de dar, o
devedor não tem que fazê-la antes de entregá-la, enquanto que na obrigação
de fazer, o devedor tem que primeiro confeccionar a coisa: diz-se que o dar,
nesse caso, é consequência do fazer.
# Antigamente: diferenciação com base no critério da execução específica
# Conceito: Silvio Rodrigues é “aquela que tem por conteúdo um ato a ser
praticado pelo devedor, donde resulte benefício patrimonial para o credor”; Car-
valho Santos: “é a que consiste na prestação de fato, tendo por objeto um ou mais
atos do devedor”.
# Classificação:
— de meio e de resultado:
# Riscos e Responsabilidade:
OBRIGAÇÕES DE NÃO-FAZER:
Objetivos:
Instruções:
Ementa:
Objetivos:
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS:
# Escolha:
# Impossibilidade:
(i) de uma das prestações:
(ia) impossibilidade originária: a obrigação é simples; resta a presta-
ção válida/possível
(ib) impossibilidade superveniente:
OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS
Instruções:
Sugestões:
Ementa:
Objetivos:
Instruções:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVII, itens 137 a 139; Ler NE-
VES (2012), Capítulo 12; 3) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp
868.556/MS, Rel. Min. Nancy Andrighi para discussão em sala; 4) Resolver
a seguinte questão: “X”, “Y” e “Z” são devedores de “A”. A prestação envolvi-
da é de dar o relógio herdado. Antes da tradição, a coisa se perde, sendo eles
culpados.
Responda:(i) o que ocorre com a obrigação?;
(ii) Poderá “A” cobrar algo de “Y”? O quê?
(iii) se a culpa for somente de “Z”, quanto pode “A” cobrar de “Y”?
Sugestões:
Ementa:
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS.
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS:
# Solidariedade Ativa:
# Solidariedade Passiva:
Objetivo:
Instruções:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXVII, itens 140 a 143; Ler NE-
VES (2012), Capítulo 13; 3) Ler acórdão e votos do julgamento do REsp
1.211.400/SP, Rel. Min. Mauro Campbell e AgRg no REsp 850437/PR,
Rel. MIn. Humberto Martins para discussão em sala; 4) Resolver a seguinte
questão: “A”, “B” e “C” são credores solidários de “W”, “X”, “Y” e “Z” pela
quantia de R$3.600,00. “C” e “Z” falecem deixando, cada um, três herdeiros
(c¹, c², c³; e z¹, z² e z³). Que quantia poderá “c³” cobrar de z¹? Porquê?
Sugestões:
Ementa:
Objetivos:
CESSÃO DE CRÉDITO
• Causas
§ Lei
§ Decisão judicial
§ Vontade das partes
s Negócio jurídico (qualidade creditória)
• Alteração subjetiva da obrigação
§ O vínculo permanece
• Espécies
§ Total ou parcial
§ Onerosa ou gratuita
§ Legal e Convencional
• Regra = possibilidade da cessão
§ Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opu-
ser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor;
a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessioná-
rio de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
• Princípio da Seqüela
§ ‘Acessorium sequitur principalis’
§ Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito
abrangem-se todos os seus acessórios
s Garantias
Ø Penhor, hipoteca fiança etc.
s Cláusula penal
s Juros
s arras
• Forma
§ Validade => livre
§ Eficácia
s Escritura Pública
s Instrumento Particular
Ø É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um
crédito, se não celebrar-se mediante instrumento públi-
co, ou instrumento particular revestido das solenidades
do § 1o do art. 654.
Ø Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o di-
reito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
• Pluralidade de cessões
§ Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que
se completar com a tradição do título do crédito cedido
§ Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento
da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma
cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título
de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritu-
ra pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
• Responsabilidade do Cedente
§ Pela existência do crédito
s Cessões onerosas
Ø Regra: Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente,
ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessioná-
rio pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a
mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gra-
tuito, se tiver procedido de má-fé.
s Cessões gratuitas
Ø Só se houver má-fé
§ Pela solvência do devedor
s Só mediante cláusula expressa
s Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não respon-
de pela solvência do devedor.
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
• Modalidades
§ Liberatória (exclusiva) ou cumulativa (adjuntiva)
§ Unifigurativa (expromissão) ou bifigurativa
• Código civil?
§ Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com
o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor
primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o
credor o ignorava
§ Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consi-
deram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias espe-
ciais por ele originariamente dadas ao credor
• Depende da concordância do credor?
§ Na liberatória, sempre
s Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor,
com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado
Instruções:
Sugestões:
Ementa:
Objetivo:
Pagamento:
1) Quem deve pagar? Devedor. Melhor seria: quem pode pagar? Art. 304
a) terceiro interessado (interesse = interesse jurídico (fiador, avalista,
garantidor, herdeiro))
2) A Quem Pagar?
5) Onde Pagar?
# Prova do Pagamento:
Instruções:
Sugestões:
Ementa:
Objetivo:
Instruções:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXXI, item 158; 2) Ler NE-
VES (2012), Capítulo 16.1; Ler acórdão e votos do julgamento do REsp
1.194.264/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão para discussão em sala.
Sugestões:
Ementa:
Objetivo:
# Espécies:
3) Imputação do Pagamento
# Requisitos:
4) Dação em Pagamento
Instruções:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXXI, itens 159 a 161; 2) Ler acór-
dãos e votos dos julgamentos dos REsps 1.081.963/SP, Rel. Min. Jorge Mus-
Sugestões:
Ementa:
Objetivo:
Novação:
# Requisitos:
# Efeitos:
# Novação subjetiva: (a) por substituição do devedor (art. 999, II): depen-
de da vontade de todos; exonera o devedor original, com a exceção do art.
363 (1.002); (b) por substituição do credor: “expromissão” (art. 999, III): é
necessária a participação do devedor.
COMPENSAÇÃO
# Requisitos:
# Impossibilidade de compensação:
Instruções:
1) Ler PEREIRA (2013, v.2), capítulo XXXII, itens 162 e 163; 2) Ler
acórdão e votos do julgamento do REsp 963472/RS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão para discussão em sala.
Sugestões:
Ler TEPEDINO (2005), Capítulo 16; Ler LOBO (2013), Capítulo XV,
itens 15.5 a 15.6.
Ementa:
Objetivo:
CONFUSÃO:
REMISSÃO
Instruções:
Ementa:
PAGAMENTO INDEVIDO:
— Situações:
(i) accipiens recebe o imóvel de boa-fé e o transfere a título oneroso:
(i.a) a terceiro também de boa-fé
— interesse do terceiro prevalece: fica com o imóvel
— accipiens restitui o preço que recebeu do terceiro
(i.b) a terceiro de má-fé:
— retorna o imóvel ao que pagou indevido
— terceiro sujeito a pagar perdas e danos
(ii) accipiens recebe o imóvel de má-fé e o transfere a título oneroso:
(ii.a) a terceiro de boa-fé:
— accipiens devolve o preço mais perdas e danos
— terceiro fica com o imóvel
(ii.b) a terceiro de má-fé:
— imóvel retorna ao solvens;
— accipiens paga perdas e danos
— terceiro sujeito a perdas e danos
(i) Art. 880: Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que,
recebendo-o por conta de dívida verdadeira, inutilizou o título, deixou
prescrever a ação ou abriu mão das garantias que asseguravam o seu direi-
to; mas o que pagou dispõe de ação regressiva contra o verdadeiro devedor
e seu fiador: aqui o legislador permite ao credor que conserve o que rece-
beu, já que, em caso contrário, estaria sendo prejudicado por um erro que,
afinal, foi gerado pelo que pagou indevidamente.
(ii) Art. 882: Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida
prescrita, ou cumprir obrigação natural.
(iii) Art. 883: Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa
para obter fim ilícito, imoral ou proibido em lei.
Instruções:
Sugestões:
Ementa:
Objetivo:
Instruções:
INADIMPLEMENTO
Inadimplemento Culposo
Culpa
Não obstante tais distinções, é importante notar que não há dois tipos
diferentes de culpa ou dois tipos diferentes de responsabilidade. Ambos se
fundam no mesmo pilar: a violação de um dever jurídico.
Por fim, pode haver culpa, dano e nexo causal sem que haja responsabilidade.
É o caso de exclusão da responsabilidade contratual por vontade das partes.
A possibilidade é polêmica mas existe. E inúmeros autores a defendem
(entre nós, por exemplo, Orlando Gomes e Caio Mario).
A polêmica é bem representada pelas escolas belga e francesa que dispu-
tam sobre o tema.
Segundo a Escola Francesa, não é possível afastar a responsabilidade. Essa
corrente considera o dever de reparação como sendo de ordem pública.
Para a Escola Belga, por outro lado, o dever de reparação é de ordem par-
ticular e, portanto, disponível, fundada na autonomia das vontades.
Essa exclusão abrangeria os casos de responsabilidade por simples culpa.
A exclusão de responsabilidade por dolo é repudiada desde o Direito Ro-
mano. De fato, importaria em uma não-vinculação (aquele que está isento de
responder juridicamente pelo descumprimento de uma dever contratual na
verdade não está obrigado juridicamente): “o devedor que reservasse a faculda-
de de não cumprir a obrigação por seu próprio arbítrio, em verdade não estaria
obrigado” (Orlando Gomes, p. 158).
Uma cláusula nesse sentido violaria o disposto no artigo 122 do Código
Civil.
Embora ainda se possa admitir, de modo geral, a possibilidade dessa exclu-
são, hoje está cada vez mais restrita.
Basta que se lembre do Código de Defesa do Consumidor que, em seu
artigo 51, I comina de nulidade as cláusulas que “impossibilitem, exonerem ou
# Responsabilidade
# Resolução do contrato em que a obrigação esteja inserida
Ementa:
MORA.
Objetivo:
Instruções:
MORA
CONCEITO
MORA DO DEVEDOR
Requisitos:
Efeitos:
MORA DO CREDOR
Requisitos:
Efeitos:
PURGAÇÃO DA MORA
Ementa:
Objetivo:
Instruções:
Ementa:
CLÁUSULA PENAL.
Objetivo:
Instruções:
Cláusula Penal
Função:
Alguns autores (v.g. Caio Mario) preferem destacar uma função de reforço
da obrigação. No entanto, tal função nem sempre se faz presente. Como bem
lembra Orlando Gomes, a multa fixada pode ser menor que o que o devedor
teria que pagar na liquidação normal das perdas e danos.
Forma:
Espécies (Aplicação):
Eficácia:
Valor da Multa:
Limite
Redução
O novo código foi além e deu ao juiz o poder de reduzir a multa fixada
pelas partes mesmo não havendo cumprimento parcial ou em atraso. Com
isso, ainda que nada tenha sido cumprido pelo devedor, a multa pode ser
reduzida, se considerada excessiva com relação à natureza e às finalidades do
negócio.
Distinções:
— Astreinte:
— Cláusula Penitencial:
> Ora, mas isso não é uma simples previsão de resilição unila-
teral (ou como quer a linguagem vulgar, rescisão unilateral)?
FICHA TÉCNICA