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Nadadorzinho

Leo Lionni
Ao meu amigo Afredo Segre que deu o nome ao Nadadorzinho

Colecção

Título original em inglês: Swimmy


© da edição original: Random House Children´s Books
© do texto original e ilustrações: Leo Lionni, 1963
© da tradução: Isabelle Buratti e Mariana Wallenstein, 2007
© desta edição: Kalandraka Editora Portugal Lda., 2010
Rua Alfredo Cunha, n.º 37, Salas 34 e 56
4450-023 Matosinhos - Portugal
Telefone: (00351) 22 9375718

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www.kalandraka.pt

Impresso em C/A gráfica


Primeira edição: Abril, 2007
Segunda edição: Maio, 2010
ISBN: 978-972-8781-59-0
DL: 254676/07

Reservados todos os direitos


Nadadorzinho
Leo Lionni
Algures, num cantinho no fundo do mar, vivia um cardume de peixinhos.
Eram todos vermelhos, excepto um deles, que era tão preto,
como a casca de um mexilhão. Nadava mais depressa
do que os seus irmãos e irmãs e chamava-se Nadadorzinho.
Um dia, um atum, feroz e muito esfomeado, apareceu a nadar, veloz,
por entre as ondas. De um trago, engoliu todos os peixinhos vermelhos.
Só Nadadorzinho escapou.
Nadou para longe, por aquele profundo mundo aquático.
Sentia-se assustado, só e muito triste.
Mas o mar estava cheio de criaturas maravilhosas e,
nadando de maravilha em maravilha,
Nadadorzinho sentiu-se de novo contente.

Viu uma medusa, feita de geleia, com as cores do arco-íris...


uma lagosta, que andava por ali, como uma máquina aquática...
peixes estranhos, puxados por um fio invisível...
uma floresta de algas marinhas, que cresciam em rochas de rebuçado...
uma enguia, cuja cauda ficava demasiado longe para poder recordar...
e anémonas marinhas, que mais pareciam palmeiras cor-de-rosa,
balançando ao vento.
Então, escondido entre a sombra escura das rochas e das algas,
viu um cardume de peixinhos, iguais aos seus irmãos.
«Venham nadar e VER coisas!», disse ele, muito bem disposto.
«Não podemos», disseram os peixinhos vermelhos. «O peixe grande
vai-nos comer a todos.»

«Mas não podem ficar para aí, sem fazer nada», disse o Nadadorzinho.
«Temos que PENSAR nalguma coisa.»
O Nadadorzinho pensou, pensou e pensou.

Então, de repente, disse: «Já sei! Vamos nadar todos juntos,


como se fôssemos o maior peixe dos mares!»
Pensou que podiam nadar todos muito juntinhos, cada um no seu lugar,
e, quando já todos sabiam nadar como um peixe gigante, disse:
«Eu serei o olho.»
E assim, nadaram na água fresca da manhã e, ao sol do meio-dia,
afugentaram o peixe grande.

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