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do Centro
Ba c a l h a u
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Gadus
por eles navegados. No entanto, após a sua
captura, limitavam-se a secá-lo ao ar livre até
endurecer, sem qualquer recurso ao sal.
mohrua
De forma a garantir a durabilidade do bacalhau
seco, os bascos, cujas frotas terão sido, segun-
do os historiadores, das primeiras a pescar tão
nobre peixe, começaram a promover a sua salga
antes de o secarem. Este método revolucionário
Bacalhau é a designação portuguesa para fomentava uma melhor conservação, mantinha
a espécie Gadus morhua, peixe de águas os nutrientes e apurava o paladar daquele pei-
frias pertencente à família dos gadídeos. xe. Numa época em que os métodos de conserva-
Vive nos mares do Hemisfério Norte, perto ção eram altamente precários e em que os ali-
do círculo polar, circulando em cardumes mentos se degradavam facilmente, o bacalhau
que podem deslocar-se da região da Terra agitou violentamente os hábitos alimentares
Nova para a Islândia e Noruega. Cada fê- das populações.
mea produz entre quatro a nove milhões Os portugueses, senhores de uma frente cos-
de ovos que coloca em zonas específicas teira imensa e de uma vasta experiência na
do oceano, com fundos relativamente baixos arte da navegação, depressa seguiram aquele
e temperatura entre os 4 e os 12 graus. exemplo, tendo iniciado no século XVI também
É um peixe com baixo teor de gordura, o que a pesca longínqua daquele apetecido peixe.
lhe permite ser conservado com sal e seco O empenho com que abraçaram esta activida-
ao sol. Para isso é preparado de uma for- de foi de tal ordem que a pesca do bacalhau pe-
ma especial que começa a bordo no navio las frotas portuguesas atingiu picos ainda hoje
e acaba na seca, em terra. considerados históricos.
Todos os anos, no início da Primavera, uma frota Seguia-se o retirar das vísceras e guelras, se-
de diversos veleiros rumava aos mares da Terra parando a cabeça do corpo e preparando-o para
Nova e Gronelândia, onde procuravam carregar a operação mais delicada: a escala.
os seus porões de bacalhau. O escalador abria-o ao meio, retirava-lhe uma
Durante a viagem, cada pescador preparava parte da espinha dorsal e dava-lhe o formato
a sua pequena embarcação – o Dori - que iria que conhecemos. Escalado e lavado, o bacalhau
utilizar naquele mar longínquo e gelado para ia para o porão, onde era espalmado e coberto
pescar o “ Fiel Amigo”. com sal.
Depois de alcançado o destino esperado, era al-
tura de colocar (arriar) os doris no mar e cada Com o aproximar do Outono... o tempo começava
pescador, castigado diariamente pelas agru- a refrescar... os porões estavam quase cheios...
ras do frio e de uma disciplina rigorosíssima, era chegado o momento de rumar até ao porto
iniciar a sua faina solitária, dia a dia, pescando de origem onde o bacalhau sofreria a sua
e transportando para o seu lugre o peixe com penúltima etapa.
que carregava, até mais não poder, a sua pe- Retirado dos porões, o bacalhau era descar-
quena embarcação…até os porões dos navios regado nas secas onde era lavado e colocado
estarem repletos de peixe. ao Sol (trabalho que era efectuado exclusiva-
Terminada a pesca diária, era chegada a hora mente por mulheres), em redes próprias que
de preparar (escalar) o bacalhau, retirando-lhe permitiam a ventilação. Esta secagem permitia
diversas partes, (as línguas, as caras e os samos) a desidratação do peixe até que perdesse, pelo
que constituem também outros elementos da menos, 54% da água do organismo. Só nes-
cozinha tradicional. sa altura estava pronto para ser colocado nos
A primeira operação era efectuada pelo tro- meios de distribuição e entrar no lar de cada
teiro, que degolava o peixe e lhe abria a barriga. um de nós.
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Bacalhau à Confraria
Receita cedida pela Confraria Gastronómica do
Bacalhau
Pataniscas de Bacalhau
Receita cedida pela Confraria Gastronómica do
Bacalhau
Lave o bacalhau e retire-lhe a pele e as espinhas. Adicione o sumo de limão e volte a mexer. Em
Em seguida, desfie-o finamente e lave-o em seguida, junte o bacalhau e misture bem. Frite
várias águas frias, espremendo-o até perder o ás colheradas em azeite, ou em azeite e óleo,
sal quase todo. No final, esprema-o bem. Numa poucas de cada vez. Volte-as quando for preciso
taça, deite a farinha, sal e pimenta q.b. e os ovos e escorra-as. Sirva as pataniscas acompanhadas
e mexa tudo muito bem, até não ter grumos. com raminhos de salsa.
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Ílhavo
Horário Primavera (Março a Junho):
Dias Úteis: 10h00 | 19h00
Fim-de-semana: 14h30 | 19h00
Encerra: Segunda-feira
da Foz
encontra-se estruturado em 3 grandes áreas
temáticas: Actividade piscatória do concelho da
Figueira da Foz; A pesca do bacalhau; Gentes do
NÚCLEO MUSEOLÓGICO DO SAL Mar, a Arte e a Fé.
Apresenta cinco grandes temas: O que é o Sal; RUA GOVERNADOR SOARES NOGUEIRA, 32
O Sal na Natureza; História do Sal em Portugal; 3080-296 BUARCOS
A Tecnologia do Sal na Figueira da Foz e O Ciclo T 233 413 490 / 966 344 488 / 233 402 840
de Produção; e As Salinas e a Conservação da F 233 402 857
Natureza. nucleo.mar@cm-figfoz.pt
www.figueiradigital.com
ARMAZÉNS DE LAVOS, SALINA MUNICIPAL DO
Outras Informações
CORREDOR DA COBRA
Horário de Verão
3090-451 LAVOS
Terça a Sexta: 09h30 | 12h45 – 14h00 | 16h45
T 233 402 840 / 966 344 488
Fim-de-semana e feriados: 14h00 | 18h45
museu@cm-figfoz.pt
Encerra: Segundas
www.figueiradigital.com
Horário de Inverno
Outras Informações Terça a Sexta: 09h30 | 12h30 – 14h00 | 17h00
Horário de Verão Fim-de-semana e feriados: 09h30 | 12h30 –
Quarta a Domingo: 10h30 | 12h30 – 14h30 14h00 | 17h00
| 18h45 Encerra: Segundas
Fim-de-semana e feriados: 14h00 | 18h45
Encerra: Segundas e Terças
MARINHA DA TRONCALHADA
CAIS DAS PIRÂMIDES
3800 AVEIRO
Horário:
Espaço aberto de entrada livre
o
Contacto para visitas guiadas
MUSEU DA CIDADE DE AVEIRO
RUA JOÃO MENDONÇA, 9-11
3800 – 200 AVEIRO
Aveiro
T 234 406 485 | T 234 406 307
museucidade@cm-aveiro.pt
www.cm-aveiro.pt
ÍLHAVO
FESTIVAL DO BACALHAU
Integrado nas Festas do Município de Ílhavo –
Mar Agosto – o Festival do Bacalhau decorre no
mês de Agosto no espaço único e privilegiado
do Jardim Oudinot (Gafanha da Nazaré), junto ao
sexagenário Navio-Museu Santo André, e tra-
duz-se na maior mostra gastronómica nacional
em que o “fiel amigo” constitui o prato principal.
Durante 5 dias, este espaço ribeirinho recebe
milhares de apreciadores da gastronomia tradi-
cional regional que vêm degustar os inúmeros
pratos de Bacalhau acompanhados dos Vinhos
da Região Demarcada da Bairrada e das famo-
sas Padas de Vale de Ílhavo.
O evento conta paralelamente com um progra-
ma de animação variado e aliciante integran-
do diversas actividades e espectáculos como
mostras de artesanato, sessões de cinema ao
ar livre, exposições, animação para crianças e
concertos de música com presença de artistas
consagrados.
VILA DE REI
FESTIVAL GASTRONÓMICO DO BACALHAU E DO
AZEITE
Este evento, que tem lugar na semana que an-
tecede a Páscoa nos restaurantes aderentes do
concelho de Vila de Rei, é dedicado a dois pro-
dutos tipicamente portugueses: o bacalhau e
o azeite. Desde os pratos mais tradicionais, aos
pratos mais recentes como o Bacalhau à Vila de
Rei (com receita do ilustre Chefe Silva), passan-
do pelas especialidades de cada restaurante
Vilarregense, é impossível ficar indiferente a to-
dos os deliciosos pratos de bacalhau. Também o
azeite tem especial atenção neste Festival atra-
vés dos seus temperos, entradas especiais e so-
bremesas de fazer crescer água na boca.
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www.turismodocentro.pt
SANTIAGO
VIGO
Gastronomia
& Vinhos
A1
PORTO
O Centro de Portugal é sinónimo de experiên-
A 29 cias gustativas diferentes e inesquecíveis!
VISEU
Numa Região de vastíssimos contrastes cultu-
A 25
AVEIRO A 25 SALAMANCA
MADRID
rais e paisagísticos, a vivência árdua das gen-
A 17 IP 3
tes de antigamente, aliada ao engenho e arte
A 14
COIMBRA
A 23 daqueles a quem foi reservada a difícil incum-
FIGUEIRA
DA FOZ
IC 31 C CERES
bência de preparar os alimentos, por vezes es-
A 17
cassos, traduziu-se na descoberta de receitas
MADRID
CASTELO
BRANCO
magníficas e de requinte inquestionável.
Entre os pratos de cariz mais frugal e aqueles
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que, pela elaboração mais engenhosa, estive-
A1
ram desde os primórdios associados aos dias
de festa e de alegre convívio, o difícil é escolher!
LISBOA E o que dizer do enorme saber e talento acu-
mulados dos grandes chefs que, com a deter-
minação das gentes do Centro, aproveitam os
muitos produtos endógenos e certificados
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existentes na Região para produzir refeições
simplesmente fantásticas?!
No Centro de Portugal a gastronomia é um mis-
to inebriante de imagens, paladares e aromas…
FARO
FICHA TÉCNICA • Textos ERTCP • Créditos Fotográficos Arquivo ERTCP e Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Ílhavo • Design Traços Leves
Tiragem 5 000 exemplares • Edição Agosto 2011